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101 1. INTRODUÇÃO A prevalência de sobrepeso e
101
PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE DOS ACADÊMICOS DAS FACULDADES UNIDAS DO
VALE DO ARAGUAIA
Mauro Afonso da Silva*1;
Márcia Leopoldina Montanari Correa
Adriana de Paula Cardoso Siqueira1;
Damiane Santos Cerqueira2;
Tatiana Lima de Melo1;
WemersonBraulino Borges2
RESUMO
A antropometria investiga as variações nas dimensões físicas e na composição geral do corpo humano, a partir de
exames ou medições individuais, e a “somatória” das investigações individuais possibilita uma indicação do estado
nutricional da comunidade ou população. Para adultos utiliza-se o IMC para caracterizar o estado nutricional, segundo
a relação peso e altura.
Este trabalho propõe discutir e realizar a avaliação de métodos antropométricos, como circunferência da cintura,
medidas do peso e altura para posterior realização do IMC. A coleta de dados aconteceu nos dias 16 a 18/08/2010, no
período noturno, nas dependências das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia em Barra do Garças – MT, onde
voluntariamente os acadêmicos dos cursos da Instituição passaram pela avaliação proposta.
Palavras-chave: métodos antropométricos; IMC; estado nutricional
ABSTRACT
Anthropometry investigates the variations in physical dimensions and general composition of the human body, from
individual tests or measurements, and the "sum" of individual investigations provides an indication of nutritional status
of the community or population. For adults, BMI is used to characterize the nutritional status according to the relation
between weight and height.
This paper aims to discuss and conduct the evaluation of anthropometric measures such as waist circumference, weight
and height measures for further implementation of the IMC. Data collection took place from 16 to 18/08/2010, at
night, on the premises of the United College in the Vale do Araguaia Bar Herons - MT, where academic courses
voluntarily went through the institution's proposed assessment.
Keywords:weight, overweight, obesity, BMI
1
Docentes das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia;
Acadêmicos das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia;
* Endereço para contato: [email protected]
2
1. INTRODUÇÃO
A prevalência de sobrepeso e obesidade vem
aumentando rapidamente no mundo, sendo considerada
um importante problema de saúde pública tanto para
países desenvolvidos como em desenvolvimento. Em
2002, estimativas da Organização Mundial da Saúde
(OMS) apontavam para a existência de mais de um
bilhão de adultos com excesso de peso, sendo 300
milhões considerados obesos. Atualmente estima-se
que mais de 115 milhões de pessoas sofram de
problemas relacionados com a obesidade nos países em
desenvolvimento.
A obesidade é uma doença crônica, que
envolve fatores sociais, comportamentais,
ambientais, culturais, psicológicos, metabólicos e
genéticos. Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura
corporal resultante do desequilíbrio energético
prolongado, que pode ser causado pelo excesso de
consumo de calorias e/ou inatividade física.
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Os fatores genéticos desempenham papel
importante na determinação da suscetibilidade do
indivíduo para o ganho de peso, porém são os fatores
ambientais e de estilo de vida, tais como hábitos
alimentares inadequados e sedentarismo, que
geralmente levam a um balanço energético positivo,
favorecendo o surgimento da obesidade.
O excesso de peso corporal pode ser estimado
por diferentes métodos ou técnicas, como pregas
cutâneas,
relação
cintura-quadril,
ultra-som,
ressonância magnética, entre outras. Entretanto, devido
a sua simplicidade de obtenção, baixo custo e
correlação com a gordura corporal, o Índice de Massa
Corporal (IMC) tem sido amplamente utilizado e aceito
para estudos epidemiológicos.
O IMC é obtido a partir da divisão do peso em
quilogramas pelo quadrado da altura em metros
(kg/m2). Valores de IMC acima de 25,0 kg/m2
caracterizam excesso de peso, sendo que, valores de
25,0 kg/m2 a 29,9 kg/m2correspondem a sobrepeso e
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valores de IMC30,0 kg/m2 à obesidade. Essas
definições são baseadas em evidências que sugerem
que estes valores de IMC estão associados ao risco de
doenças e morte prematura.
Apesar de não representar a composição
corporal, o IMC vem sendo utilizado como uma
medida aproximada de gordura total, visto que é
altamente correlacionado com a gordura corporal.
Entre as limitações do uso do IMC está o fato de que
este indicador pode superestimar a gordura em pessoas
muito musculosas e subestimar gordura corporal de
pessoas que perderam massa muscular, como no caso
de idosos.
O sobrepeso e a obesidade contribuem de
forma importante para a carga de doenças crônicas e
incapacidades. As conseqüências para a saúde
associadas a estes fatores vão desde condições
debilitantes que afetam a qualidade de vida, tais como a
osteoartrite, dificuldades respiratórias, problemas
músculo-esqueléticos,
problemas
de
pele
e
infertilidade, até condições graves como doença
coronariana, diabetes tipo2 e certos tipos de câncer. De
acordo com o Departamento de Saúde dos Estados
Unidos da América (USDHHS), indivíduos obesos
(IMC - 30 kg/m2) têm um risco de morte prematura
por todas as causas, 50% a 100% maior que indivíduos
com IMC entre 20 a 25 kg/m2, conforme aponta o
Departmentof Health andHuman Services.
O sobrepeso e a obesidade também estão
associados a distúrbios psicológicos, incluindo
depressão, distúrbios alimentares, imagem corporal
distorcida e baixa auto-estima. As prevalências de
ansiedade e depressão são de três a quatro vezes mais
altas entre indivíduos obesos. Além disso, indivíduos
obesos também são estigmatizados e sofrem
discriminação social.
Apesar de as morbidades associadas ao
sobrepeso e à obesidade serem mais freqüentes em
adultos, algumas delas, como diabetes tipo 2,
hipercolesterolemia, hipertensão arterial e problemas
ortopédicos também têm sido observadas em crianças e
adolescentes com excesso de peso. Estima-se que
adolescentes com excesso de peso tenham 70% de
chance de se tornarem adultos com sobrepeso ou
obesos.
Além das conseqüências para a saúde, o
sobrepeso e a obesidade também acarretam
conseqüências socioeconômicas substanciais. Os custos
do excesso de peso para os sistemas de saúde são altos
e são diretos e indiretos. Os diretos envolvem gastos
com o tratamento da obesidade e suas conseqüências.
Entre os indiretos, encontram-se a perda de renda pela
redução da produtividade e do absenteísmo devido à
doença ou incapacidade e a perda de renda futura
devido a mortes prematuras. De acordo com
estimativas da InternationalObesityTask Force, o custo
direto atribuído à obesidade em países industrializados
representa de 2% a 8 % do gasto total com atenção à
saúde.
Seguindo a tendência mundial, a prevalência
de sobrepeso e obesidade no Brasil está aumentando.
Uma análise comparativa de três pesquisas brasileiras
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para as regiões Nordeste e Sudeste – ENDEF (Estudo
Nacional de Despesa Familiar), PNSN (Pesquisa
Nacional Sobre Nutrição) e PPV (Pesquisa
sobrePadrões de Vida), realizadas em 1975, 1989 e
1999, respectivamente, demonstra que, neste período, o
sobrepeso e a obesidade aumentaram na maior parte
dos grupos populacionais. A prevalência de obesidade
em adultos com 20 anos ou mais no período de 1975 a
1989 quase dobrou, passando de 4,4% para 8,2%,
chegando a 9,7% em1999. Quanto ao excesso de peso,
a prevalência passou de 21% para 32% no primeiro
período de comparação.
Tendo em vista a necessidade de um controle
de peso, sobrepeso e obesidade, este trabalho propõe
discutir e realizar a avaliação de métodos
antropométricos, como circunferência da cintura,
medidas do peso e altura para posterior realização do
IMC. A coleta de dados aconteceu nos dias 16 e
18/08/2010, no período noturno, nas dependências das
Faculdades Unidas do Vale do Araguaia em Barra do
Garças – MT, onde voluntariamente os acadêmicos dos
cursos da Instituição passaram pela avaliação proposta.
2. MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados para este trabalho a avaliação
com métodos antropométricos, como circunferência da
cintura, medidas do peso e altura para posterior
realização do IMC. O peso e a altura foram verificados
em uma balança de plataforma antropométrica adulto,
com estadiômetro, capacidade até 200kg. A
circunferência da cintura foi realizada com o auxílio de
uma fita métrica.O IMC foi calculado pela seguinte
fórmula:peso/(altura)². O calculo foi efetuado e
divulgado para os acadêmicos logo após os dados
serem coletados.
A coleta de dados aconteceu nos dias 16 a
18/08/2010, no período noturno, nas dependências das
Faculdades Unidas do Vale do Araguaia em Barra do
Garças – MT, onde voluntariamente os acadêmicos dos
cursos da Instituição passaram pela avaliação proposta.
3. RESULTADOS
Participaram da pesquisa 300 acadêmicos,
sendo, 150 do sexo masculino e 150 do sexo feminino,
com idades entre 18 e 52 anos. Houve a prevalência de
Eutrofia (Figura 1) no resultado do Índice de Massa
Corporal (IMC) masculino, representando 57,4% do
total de todos os avaliados. Já a taxa de sobrepeso
apresenta um alto e preocupante resultado, 33,3% dos
acadêmicos estão acima do seu peso ideal.
Na avaliação, a ocorrência de obesidade grau I
e II (Figura 1) nos acadêmicos do sexo masculino (entre
16 e 47anos) foi de 3,7% respectivamente e de
obesidade grau III foi de 1,8%.
A prevalência conjunta de sobrepeso e
obesidade no sexo masculino atinge índices
preocupantes, somando 42,5% (Figura 1).
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O estado de Eutrofia aparece em maiores
porcentagens em ambos os sexos. Mulheres com
75,9%, e os Homens com 57,4% (Figura 3).
A prevalência de sobrepeso no sexo masculino
(Figura 3) apresenta maiores proporções que no sexo
feminino. (33,3% homens e 15,3% mulheres).
Apesar do percentual de sobrepeso ter sido
maior nos homens, a obesidade grau I, prevalece em
maioria nas mulheres, com 2% de diferença, mulheres
com 5,7%, e homens com 3,7% (Figura 3).
No estado de Obesidade grau II com 3,7% e
grau III 1,8%, os homens apresentam respectivamente
maiores percentuais, enquanto as mulheres não
apresentam tais índices (Figura 3).
Figura 1- Avaliação do Índice de Massa Corpórea
(IMC) dos acadêmicos – sexo masculino - das
Faculdades Unidas do Vale do Araguaia
Nos dados adquiridos da avaliação (Figura 2),
o estado de Eutrofia apresentou resultados do Índice de
Massa Corporal (IMC) Feminino -representando 75.9%
do total de todos os avaliados.
Já a taxa de sobrepeso apresenta um alto e
preocupante resultado, 15,3% das acadêmicas estão
acima do seu peso ideal (Figura 2).
Na avaliação a ocorrência de obesidade grau I
nas acadêmicas (entre 16 e 52 anos) foi de 5,7% (Figura
2).
Os dados recolhidos na avaliação do estado de
baixo peso (Figura 2), as mulheres apresentam 2,8%,
sendo que os Homens não apresentaram valores para
tal ocorrência.
Avaliação do Índice de Massa Corporal
(IMC) das Acadêmicas das Faculdades
Unidas do Vale do Araguaia
Obesidade
Grau I;
5,7 %
Baixo Peso;
2,8 %
Sobrepeso;
15,3 %
Eutrofia
(Normal);
75,9 %
Figura 2 - Avaliação do Índice de Massa Corporal
(IMC) das Acadêmicas das Faculdades Unidas do Vale
do Araguaia
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ISSN 1984-431X
Título do Eixo
Comparação do Índice de Massa Corporal (IMC)
entre sexo masculino e feminino das Faculdades
Unidas do Vale do Araguaia
80,0%
70,0%
60,0%
50,0%
40,0%
30,0%
20,0%
10,0%
0,0%
Mulheres
Homens
Baixo Peso
2,8%
0
Eutrofia
75,9%
57,4%
Sobrepeso
15,3% Índice de Massa
33,3%Corporal
Figura
3 –Comparaçãodo
Obesidade
I
5,7%
3,7%
(IMC) entre o sexo masculino e feminino
das
Obesidade
II
0
Faculdades Unidas do Vale do Araguaia 3,7%
Obesidade III
0
1,8%
4. DISCUSSÃO
A obesidade, uma doença prevenível que
acarreta diversas enfermidades associadas, é
relativamente comum na maior parte dos países
industrializados e está aumentando nos países em
desenvolvimento.
O emprego do IMC como indicador do estado
nutricional de adultos tem sido amplamente discutido,
principalmente no que se refere à sua utilização na
análise do sobrepeso e da obesidade. As críticas estão
baseadasno fato de esse índice não distinguir a
massamagra do tecido adiposo. Segundo Anjos (1992,
p. 431-6 apud Gugelmin, 2006, p. 1869), ofato de o
IMC apresentar alta correlação com amassa corporal
(normalmente valores superiores a 0,80) e baixa
correlação com a estatura (em torno de 0,10) não é
suficiente. É importante que os valores de IMC se
correlacionem comoutras medidas, como percentual de
gorduracorporal, dobras cutâneas e perímetros.
Ainda que o IMC, nas mais diversas
populações, apresente uma alta correlação com
medidas antropométricas de composição corporal,
persiste a dificuldade em definir, para populações
específicas, pontos de corte a fim dedeterminar o
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estado nutricional, incluindo baixo peso, normalidade,
sobrepeso e obesidade.
A utilização do IMC para classificar
indivíduosde acordo com a adiposidade pode resultar
emerros decorrentes da contribuição da idade
noaumento da deposição de gordura; das diferentes
contribuições da massa muscular, óssea e fluidos
corporais no peso corpóreo eem virtude da influência
das proporções corporais 1,18. Rush et al. (1997, p.2-7
apud Gugelmin, 2006, p. 1870) demonstraram que
oponto de corte recomendado pela OMS paradefinir
sobrepeso (IMC de 25-30) não se aplicaàs mulheres
polinésias. Um IMC menor ouigual a 30kg.m-2 pode
ser considerado normalpara elas. Os autores
relacionaram os achadosàs diferenças na distribuição
da gordura, estatura sentada e massa muscular
associadas àsetnias. Por sua vez, Norgan (1994, p.22937 apud Gugelmin, 2006, p.1870) observou baixos
valores de IMC em aborígines australianos.
Aproximadamente 25% dos homens e 30% das
mulheres apresentavam IMC entre 16 e 18,5kg.m2,apesar de os valores de dobra cutânea subescapular
apresentarem-se entre os percentis 25-50 da população
de referência norte-americana. Segundo o autor, esses
valores implicam alta adiposidade subcutânea,
enquanto os baixos valores de IMC podem estar
associados, emparte, à baixa relação estatura
sentada/estatura
dos
aborígines,
por
causa,
principalmente,de suas longas pernas. Sendo assim, a
proporcionalidade entre as dimensões corporais
também parece afetar o IMC e, conseqüentemente, sua
interpretação. Outros autores, como Malina (1996. p.
217-55 apud Gugelmin,2006,p.1870).e Van Loan
(1996. p. 205-15 apud Gugelmin,2006,p.1870),
sugeriram que existemgrandes variações na massa
magra (principalmente osso) e na distribuição da
gordura corporal, relacionadas a idade, sexo, ambiente
eetnia.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A interpretação destes resultados é complexa,
e análises mais aprofundadas são necessáriaspara a
compreensão dos motivos que estão levando a
população brasileira ao excesso de peso.
Entretanto, as mudanças observadas na
estrutura demográfica do país (urbanização e
aumentona expectativa de vida), o declínio no gasto
energético
dos
indivíduos
(por
predomínio
deocupações que demandam menor esforço físico,
avanço tecnológico e urbanização da população,ou
diminuição da atividade física associada ao lazer) e o
aumento progressivo de consumo degordura e da
densidade energética da alimentação estão entre os
principais fatores associados. Sendo assim, o combate
efetivo deste problema de saúde pública requer
estratégias de longoprazo no que diz respeito à
proteção, promoção e apoio a estilos de vida saudáveis,
enfatizando aprática de atividade física regular e
adoção de uma alimentação equilibrada.
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A partir dos dados de que mudanças na
alimentação e atividade física podem influenciaruma
série de fatores de risco na população, incluindo a
obesidade e o sobrepeso, em 2002 aOrganização
Mundial da Saúde, deu início à Estratégia Global sobre
Dieta, Atividade Física e Saúde, onde os principais
objetivos são: 1) reduzir os fatores de risco para
doenças nãotransmissíveis, associados a padrões
alimentares inadequados e inatividade física, através de
açõesde saúde pública e medidas de promoção à saúde
e prevenção de doenças; 2) aumentar aconscientização
e compreensão das influências da dieta e da atividade
física para a saúde e oimpacto positivo de medidas
preventivas; 3) encorajar o desenvolvimento,
fortalecimento eimplementação de políticas e planos de
ação no nível global, regional, nacional e
comunitáriovisando à melhoria da dieta e o aumento da
atividade física que sejam sustentáveis, abrangentes,e
que envolvam todos os setores, incluindo sociedade
civil, setor privado e a mídia; 4) monitorarinformações
científicas e influências importantes na dieta e
atividade física; apoiar pesquisas emdiversas áreas
relevantes, incluindo a avaliação de intervenções; e
fortalecer os recursos humanosnecessários neste
domínio para melhorar e manter o estado de saúde.
Em maio de 2004, durante a 57ª Assembléia
de Saúde, a OMS, endossou a Estratégia Globalsobre
Dieta, Atividade Física e Saúde, e convidou todos os
países membros a, entre outras coisas,desenvolver,
implementar e avaliar as ações recomendadas pela
Estratégia de forma a promoverestilos de vida que
incluam uma alimentação saudável e prática de
atividade física.
O Brasil já desenvolve ações de promoção à
saúde com o objetivo de prevenir o sobrepesoe a
obesidade desde 1999, quando foi homologada a
Política Nacional de Alimentação e Nutrição(PNAN),
do Ministério da Saúde. Esta política contém as
diretrizes programáticas através dasquais o Ministério
da Saúde pretende alcançar o objetivo de “promover,
proteger e apoiar práticasalimentares e estilos de vida
que levem a um nível nutricional e de saúde ideal”.
Para alcançareste objetivo, o plano está apoiado em um
tripé
que
inclui:
legislação,
informação
edesenvolvimento de recursos humanos.
Em relação à conscientização e compreensão
das influências da dieta e da atividade físicapara a
saúde, o Instituto Nacional do Câncer vem
implementando nas escolas, juntamente com
asSecretarias Estaduais e Municipais de Saúde o
programa Saber Saúde que, falando de fatores derisco,
levanta também a importância da boa alimentação e
prática de atividade física para prevençãode doenças
em escolares. O Programa Três Passos para uma Vida
Melhor, abordando os temasalimentação saudável,
atividade física regular e peso na medida certa, que visa
ao controle do pesoatravés de mudanças de estilo de
vida, está em fase de finalização.
No âmbito da legislação, as leis que regulam a
rotulagem de alimentos, em vigor desde 2002, visam
auxiliar o consumidor afazer escolhas alimentares
informadas e mais saudáveis.Outras leis desenvolvidas
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em nível estadual e municipal têm restringido a oferta
de produtoscom alto teor de gordura e açúcares em
cantinas escolares, de modo a diminuir o acesso de
escolaresa alimentos não saudáveis.
Além disso, o Ministério da Saúde está
finalizando
aelaboração
de
um
Guia
Alimentar,contendo recomendações oficiais sobre
alimentação e atividade físicapara a população
brasileira.
Quanto ao incentivo à prática de atividade
física, existe, entre outras iniciativas, o programa“Agita
Brasil”, também do Ministério da Saúde, que visa ao
combate ao sedentarismo através deparcerias entre o
Governo e a sociedade civil, baseado no programa
“Agita São Paulo”.
Como visto, para o controle eficaz da
obesidade
são
necessárias
ações
multissetoriaiseintegradas que vão desde a prevenção
até o tratamento da obesidade. Estas iniciativas do
Governodevem formar a base que, somada a outras
ações desenvolvidas por outras áreas da sociedade,
vãoajudar no controle deste problema de saúde pública
Através da análise dos dados obtidos, concluise neste trabalho que há a prevalência conjunta do
estado deeutrofia nos acadêmicos, tanto do sexo
feminino quanto do sexo masculino (IMC >18,5 e
<25).
A ocorrência de sobrepeso no sexo masculino
apresentou maiores proporções que no sexo feminino,
havendo também a ocorrência de obesidade grau II e
III.
Apesar do sexo masculino apresentar um
maior índice de sobrepeso, o sexo feminino prevaleceu
com maior índicede obesidade grau I.
Dessa forma sugere-se continuidade de
pesquisa para que novas amostras se tornem
representativas. Com apenas esses dados em mãos é
possível afirmar que existe necessidade de um
programa de intervenção nutricional desde as mais
precoces fases escolares, a fim de que o avanço da
obesidade seja contido por meio de educação
nutricional. Dessa forma, prejuízos à saúde das
crianças, dos adolescentes e dos adultos poderão ser
evitados. Sendo assim, considera-se importante a
prática de atividade física e alimentação balanceada
para uma melhor qualidade de vida.
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