Vacinação de adolescentes
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Vacinação de adolescentes
Vacinação de adolescentes Luís C. Rey Unidade de Pesquisa Clínica – Hospital Universitário da UFC Hospital São José de Doenças Infecciosas, SESA-Ceará Vacinas indicadas para uso durante a adolescência Tétano e difteria Sarampo e rubéola Varicela Hepatite A Hepatite B Influenza Vacina conjugada contra meningococo tipo C Vacina pneumocócica (7-v conjugada ou PS 23-v) Pertussis tipo acelular Vacinação de adolescentes Vacina contra o sarampo Sarampo Doença viral altamente contagiosa Descrição desde o século VII Ocorrência quase universal na infância na era pré-vacinal Casos fatais freqüentes nos países em desenvolvimento Complicações do Sarampo Condição Diarréia Otite média Pneumonia Encefalite Morte Hospitalização % referido 8 7 6 0.1 0.2 18 Dados de vigilância, 1985-1992 (CDC) Vacina contra o sarampo Composição Virus vivo atenuado Eficácia 95% (margem 90%-98%) Duração da Imunidade Toda a vida Esquema 2 doses (ou 1 dose e campanhas, MS) Deve ser administrada como TV ou dupla SR Distribuição da taxa de incidência geral e cobertura vacinal contra o sarampo em menores de 1 ano, no Brasil, de 1980 a 2000* 120 Incidência / 100.000 hab. Cobertura 100 100 80 80 60 60 Ano 2000: 48 casos 40 40 >40.000 casos 20 20 0 0 80 INCID COB 120 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 83,41 50,56 31,89 46,32 63,13 58,22 97,7 48,75 18,96 16,24 42,83 28,95 5,3 1,58 56,45 72,48 66,33 68,2 73,39 68,85 62,07 63,65 62,4 60,39 78,06 85,02 90,62 84,98 Fonte: COVEPI / PNI / CENEPI / FNS / MS. * Dados preliminares. 94 0,82 78,2 95 96 97 98 0,62 0,41 33,62 1,72 89,58 79,98 100 91,3 99 2000 0,49 0,02 98,41 95,58 saraseri deepi 2 Ano Sarampo: Distribuição do número de casos confirmados e taxas de incidência por faixa etária Brasil, 1999* - 2000* ERRADICAÇÃO DO SARAMPO 150 N. Casos Taxa 100.000 hab 5 25 N. Casos Taxa 100.000 hab 0,8 0,7 4 20 120 0,6 0,5 3 15 90 0,4 2 10 60 30 0,2 1 5 0 < 1 ano 1 -4 0,3 5-9 10 - 14 15 - 19 20 - 29 30 e + 0 0 < 1 ano 1 -4 0,1 5-9 10 - 14 15 - 19 20 - 29 FONTE: COVEPI/CENEPI/FNS/MS * DADOS PRELIMINARES FUNASA 30 e + 0 Conseqüências da epidemia nacional de sarampo (1997) Mais de 10.000 casos confirmados (São Paulo, Ceará etc) Maioria dos pacientes acima de 15 anos de idade Coorte de suscetíveis (V e NV): adolescentes e adultos jovens Necessidade de vacinação follow- up periódicas (melhorar a cobertura da vacinação de rotina) Trazer a primovacinação para 12 meses Sarampo: História vacinal dos casos confirmados por faixa etária Brasil, 1999* - 2000* 2000* ERRADICAÇÃO DO SARAMPO 1999* 100% 80% 60% 40% 20% 0% 1 <0 4 1- 9 5- 4 -1 10 -1 15 9 vacinado + 20 não vacinado 1 <0 4 1- 9 5- 4 -1 10 9 -1 15 ignorado FONTE: COVEPI/CENEPI/FNS/MS * DADOS PRELIMINARES FUNASA + 20 Segunda Dose da Vacina anti-Sarampo (SBP, ACIP) Visa produzir imunidade em pessoas que não responderam à primeira dose (fracasso da vacinação básica) Pode estimular títulos de Ac em determinados indivíduos (booster) Adolescentes não imunizados: receber as primeira e segunda doses com quatro semanas de intervalo (TV, SR) Vacinação de adolescentes Vacina contra Rubéola Vacina contra rubéola Cepa RA 27/3 Dose única eficaz (> 95% de proteção) Estratégias de controle da SRC: necessita coberturas elevadas e homogêneas Deslocamento da infecção para faixas etárias maiores se cobertura sub-ótima Vacina contra rubéola Estratégias vacinais – – – – Cobertura de lactentes acima de 1 ano (12 m): VTV Vacinação de meninas pré-púberes (UK) Vacinação de puérperas (sarampo+rubéola) Campanhas por faixas etárias: 2-8 anos, 12-39 anos (ambos sexos), para evitar acúmulo de suscetíveis – Vacinação de adultos: maior impacto sobre SRC Vacina contra rubéola – Imunização acidental de gestantes No de mulheres vacinadas Local e tipo de vacina Situação imunitária das mães antes da vacinação Suscetível Imune Desconhecida Total NV EUA: HPV/ Cenderhill 538 149 25 364 290 EUA: RA 27/3 683 272 32 379 562 Alemanha: Cenderhill 340 130 61 149 177 Alemanha: RA 27/3 25 16 4 5 17 Vacina contra rubéola – Imunização acidental de gestantes Evolução dos Nascidos Vivos Local e tipo de vacina EUA HPV-77/ Cenderhill MalConcepto Infecção assinto- formação rubéola(SRC) positivo mática Risco teórico de SRC 8 0 17/85 0-3,8% 226 3 0 1/35 0-1,6% 177 107 2 0 1/34 - 17 2 0 0 0 - Total NV NV de mães suscetíveis 290 94 EUA RA 27/3 562 Alemanha Cenderhill Alemanha RA 27/3 Vacinação contra rubéola – Estratégias “ Basear a escolha da melhor estratégia em circunstâncias locais” 9Vacinação só de lactentes: erradica SRC em 30-40 anos 9Vacinação de meninas na escola: provável erradicação em 20 anos 9Vacinação de adultos: erradica a SRC imediatamente (se cobertura próxima de 100%) 9Associação de estratégias é necessária para melhor eficácia 9Vacinação de MIF: realizável pelas evidências de não teratogenicidade da vacina: vacinação eficaz porque efeito direto sobre o grupo de maior risco Stanley A Plotkin, 1994 Vacinação de adolescentes Vacina contra Varicela Varicela Doença viral aguda Zoster: descrito desde a Antigüidade Não diferenciada da varíola até o final do século XIX Natureza infecciosa demonstrada em 1875 Vírus Varicela-Zoster Herpes virus (DNA) Infecção primária resulta em varicela (catapora) Infecção recorrente resulta em herpes zoster (zona) Sobrevida curta no ambiente Epidemiologia da Varicela Reservatório Humano Transmissão Gotículas em aerossol Contato direto com lesões Padrão sazonal Picos no inverno e início da primavera Comunicabilidade 1-2 dias antes até 4-5 dias após início do rash Pode ser mais longa em imunocomprometidos Incidência por idade da Varicela Estados Unidos, 1990-1994 120 Taxa* 100 80 60 40 20 0 <1 1-4 5-9 10-14 15-19 20+ Grupo etário (anos) *taxa por 100,000 indivíduos. National Health Interview Survey data Vacina anti-varicela – Composição Vírus vivo atenuado Cepa japonesa OKA (contém neomicina) No de doses de acordo com a idade (0,5 ml, SC) 91-12 anos: DU, eficácia próxima de 100% 913a +: 2 doses (intervalo: 4-8 sem), eficácia > 90% (adultos) Vacina anti-varicela – Soroconversão > 13 anos: 94% (2 doses) e 88% (1 d) Eficácia em contatos: IgM/IgG < tempo de incubação Eficácia da proteção pós-exposição: 70-95% até 72h (crianças) Testes Japão e Coréia: (~ 2.106 ind.): IC/IH de longa duração 90%: AC protetores por > 10 anos Crianças IC: 82-90% (uma dose), 100% c/ 2a dose (intervalo: 8 sem) Redução da Varicela notificada por idade, locais de vigilância ativa, 1995 a 2001 Idade Área de Vigilância Antelope West Travis Valley, CA Phila., PA County, TX < 1 ano 1–4 anos 5–9 anos 73% 88% 71% 87% 91% 80% 87% 87% 87% 10–14 anos 51% 78% 89% 15–19 anos 60% 85% 78% >20 anos 77% 74% 54% Total 76% 86% 86% *Travis County: 1995 vs 2000 Vacina anti-varicela – Precauções QT: suspensão 1 semana antes até 1 depois Drogas I.Supressoras: 15 a 90 dias após terapia Leucemia, tu. sólidos: 1 ano de remissão, 1200 cél/mm3 MIF: engravidar após 1 mês da vacinação IGIV,VZIG, hemodializados (- he. lavadas): vacinar após ~ 5-6 m IGIV pós-vacina: aguardar 3 semanas Esteróides < 2 mg/kg/dia: vacinar normalmente VHA - Picornavirus Distribuição Global da Infecção pelo VHA Prevalência anti-HAV Alta Média Baixa Muito baixa Fonte: OMS/CDC Padrões Globais de Transmissão do Vírus da Hepatite A Taxa de Endemicidade Doença Alta Moderada Baixa Idade da Infecção Padrão da Transmissão Baixa a Alta Lactente Pessoa a pessoa; raros surtos Alta Escolar/ Adulto jovem Adulto jovem Pessoa a pessoa; surtos causados por alimentos e água Baixa Muito baixa Muito baixa Adulto Pessoa a pessoa; surtos causados por alimentos e água Viajantes; raros surtos Hepatite A - Achados clínicos • Período de incubação Média 4 sem Variação 2-7sem • Icterícia (por grupo etário) <6 anos, <10% 6-14 anos, 40%-50% >14 anos, 70%-80% • Complicações Hepatite fulminante Hepatite colestática Hepatite recorrente • Cronicidade Não Letalidade da Hepatite A por Faixas Etárias Grupo etário (anos) <5 5-14 15-29 30-49 >49 Total Letalidade (por 1.000) 3.0 1.6 1.6 3.8 17.5 4.1 Fonte: Programa de Vigilância das Hepatites Virais, CDC1983-1989 Eficácia da Vacina Anti - Hepatite A Local/ Idade Vacina ® HAVRIX (SB) 2 doses 360 EL.U. VAQTA (Merck) 1 dose 25 U. ® N Eficácia da Vacina (IC 95%) Tailândia 1-16 anos 38.157 94% (IC: 79%-99%) Nova York 2-16 anos 1.037 100% (IC: 85%-100%) JAMA 1994;271:1363-4 N Engl J Med 1992;327:453-7 Vírus da Hepatite B - Hepadnavirus Distribuição Geográfica da Infecção Crônica por VHB Prevalência de HBsAg na população ≥8% - Alta 2-7% - Intermediária <2% - Baixa Fonte: OMS/CDC Padrões Mundiais da Infecção Crônica por VHB Alta (≥8%): 45% da população mundial – risco médio de infecção >60% – infecções na infância precoce freqüentes Intermediária (2 -7%): 43% da população mundial – risco de infecção 20%-60% – infecção de todos os grupos etários Baixa (<2%): 12% da população mundial – risco médio de infecção <20% – infecções ocorrem ++ em adultos (grupos de risco) Incidência da Hepatite B (casos notificados/ ano) 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Norte Nordeste Sudeste Sul C-Oeste BRASIL Hepatite B - Achados clínicos • Período de incubação • Doença clínica (icterícia) Média: 60- 90 dias A.V.: 45-180 dias <5 anos: <10% ≥5 anos: 30%- 50% • Letalidade da fase aguda 0,5%-1% • Infecção crônica <5 anos: 30%-90% ≥5 anos: 2%-10% • Mortalidade precoce por hepatopatia crônica 15%-25% Vacina contra hepatite B Ag: proteína viral recombinante de superfície (~HBsAg) Imunidade duradoura (>10 a) Vacinação básica ao nascimento com 3 doses (0,5 ml) Vacinação de grupos especiais (doenças renais, hepatopatias, hemopatias (++transfusões), parceiros de indivíduos HBsAg+, HIV etc (4 doses) Vacinação contra hepatite B Brasil: 2 Mio. de portadores crônicos de HBV (estimados) Vacina oferecida aos lactentes e ind.ivíduos com 1-19 anos Desde 1994: 41,7 M de vacinados (3 doses) Metas 2003: 3,3 M de <1 ano, e 27 M na faixa etária 1-19 anos (total 30,3 M) CV em RN: 1996 (16%), 1997 (5,7%), 1998 (12,8%), 1999 (83,4%), 2000 (91%), 2002 (91,64%) CV em 1-19 anos: 2001: 19,14%; 2002: 52,19%; metas 2003-5: vacinar 30% dos NV de 2001, 30% de 2002 e 40% de 2003 Piores coberturas: 12-19 anos (29.298.000 indivíduos) Vacina combinada HA-HB •Esquemas VHA/VHB 2 doses VS 3 doses •Jovens 12-15 a: •HA+HB 2 doses (0 e 6m), tipo adulto (720 ELU + 20 µg HBsAg) ou •HA+HB 3 doses (0, 1, 6m), tipo infantil (360 ELU + 10 µg HBsAg) •Crianças 1-11 a: HA+ HB 2 doses (0 e 6m) tipo adulto Vacinas inativadas contra influenza Composição: Ag purificados (HA, NA) HA e NA de dois subtipos A e um subtipo B Revacinação ANUAL (não gera tolerância) Administração no outono OMS: seleção bianual das cepas + prevalentes de 80 países, 110 laboratórios, 4 centros de referência Vacina 2002: A/Panama/2007/99 (H3N2) + A/New Caledonia/20/99 (H1N1) + B/Johannesburg/5/99 Vacina contra influenza Imunização nos CRIES Indicações: adultos e crianças > 6 m com doença pulmonar (asma) ou cardiovascular crônicas graves, IRC, DM-ID, cirrose hepática e hemoglobinopatias; IC ou HIV+; recipientes de transplantes; profs. de saúde e familiares em contato com os pacientes mencionados Posologia – 6-35 meses: 2 doses de 0,25 ml com 4-6 sem de intervalo e 1 reforço anual – 3-8 anos: 2 doses de 0,5 ml e 1 reforço anual – 9 anos +: 1 dose de 0,5 ml e 1 reforço anual Vacina Conjugada contra menincoco C Utilizada de rotina em 2 países. Epidemiologia ++ Nos CRIES: portadores de asplenia congênita, adquirida ou funcional, deficiências de C, anemias falciforme e talassemia Polissacáride do meningococo C conjugado ao TT ou proteína CRM 197 0,5 ml IM, 2 doses com 1m de intervalo, 3a dose após 1 ano, ou 2 meses da última dose > 1 ano: dose única Calendário ideal de vacinações – Sociedade Brasileira de Pediatria, 2003 Ao nascer – BCG-ID, HepB 1 m – HepB 2 m – VPI + DTP(a) + Hib, Pn7-v 4 m – VPI + DTP(a) + Hib, Pn7-v 6 m – HepB, VPI + DTP(a) + Hib, Pn7-v 12 m – Pn7-v, SCR, Varicela, Hep A 15 m – VPI + DTP(a) 18 m – HepA 4-6 anos – VPI + DTP(a), SCR 10 anos – BCG-ID 14-16 anos – dT 6 1. Aos 15 m: reforço com DTP(a) 2. F. Amarela em zonas endêmicas (N, CO), a partir de 6m 3.3.SCR dada população SCR– –Vacinar Vacinar100% 100% de 1 a 11 anos população de 1 a 11 anos 4. DT requer reforço a cada 10 anos (5a, se gravidez) 5. MIF (12-49a) ainda não vacinadas: SR (+ dT) 6. Em estudo: o uso da TdPa em jovens de 15-16 anos http://www.sbp.com.br/img/documentos/doc_calendario2003.pdf Calendário Vacinal para a Adolescência Vacina Contra Nome comercial Doses ( intervalos) Volume (via) Idade SRC (TV) MMR, Trimovax 1 dose 0,5 ml, SC 5 -12 anos Tuberculose BCG 1 dose 0,1ML, ID 10-12 anos (se PPD-NR) Difteria+Tétano Td (dupla adulto) 1 dose 0,5ml, IM 10 anos + Pertussis acel TdPa 1 dose 0,5 ml IM 10-15 anos Hepatite B Engerix-B 3 doses (0, 1, 6 m) Recombivax HB (10 µg) 0,5 ml, IM (20 µg) 1,0 ml, IM Difteria + Tétano Hepatite A 0-18 anos >=19 anos Recombivax HB 2 doses (0, 4-6 m) 0,5 ml (20 µg) 11-15 anos Havrix (720 ELU) 2 doses (6-12 m) O,5 ml, IM 2-18 anos Vaqta (25U=1µg) 2 doses (6-18 m) Havrix, Vaqta 2 doses 0,5 ml, IM 1,0 ml, IM >=19 anos Hepatite A+B Twinrix 3 doses (0, 1, 6 m) 1,0 ml, IM >= 18 anos Varicela Varivax 1 dose 2 doses (0, 1 m) 12 m - 13anos >13 anos 0,5 ml, SC 0,5 ml, SC Vacinas indicadas na adolescência CDC-EUA, 2004 SCR - 2a dose Td - 2o reforço (11-16 anos) se >5 anos da última dose Varicela – Se não vacinado (catch-up) ou não teve a doença Hepatite A – Moradores em áreas endemo-epidêmicas, viajantes, grupos de risco (hepatopatias, HIV etc) Hepatite B –Todos necessitam um mínimo de três doses (catch-up) Influenza – Portadores de doenças crônicas: diabetes, d. cardio-pulmonares (asma, DPOC), renais, etc Vacina anti-pneumocócica – portadores de doenças crônicas Vacina conjugada contra meningococo C – a considerar