Programa da disciplina Conteúdos Midiáticos e
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Programa da disciplina Conteúdos Midiáticos e
POSCOM – UFES 2016/1 Disciplina: Conteúdos midiáticos e territórios Prof. Erly Vieira Jr Quintas, 14 às 18h CH: 60h Ementa: Reflexões e análises sobre tendências e mudanças das práticas midiáticas. Novos papeis e novas funções para profissionais do campo comunicacional. A produção de conteúdos e a convergência midiática. Crítica das práticas e dos produtos midiáticos. Reconfigurações dos conteúdos jornalísticos, publicitários e audiovisuais. Conteúdos regionais e locais: especificidades e confluências frente ao global. . Síntese do curso: "Corpo e imagem: territórios midiáticos contemporâneos" Este curso pretende discutir as elaborações estéticas e micropolíticas de alguns discursos imagéticos deste início de século que envolvam o corpo, a partir de suas representações no cinema, no telejornalismo e na publicidade audiovisual. Abordaremos tanto as relações entre corpo e territórios geográficos, quanto a ideia do corpo como um território, seja por sua dimensão simbólica ou por sua própria fisicalidade. Daremos ênfase a questões que atravessem movimentos sociais em que as relações entre corpo e imagem sejam fundamentais (questões de gênero, sexualidade e etnia), sempre tensionando as particularidades globais e locais dessas questões. Em cada aula, nossa análise partirá de trechos de filmes, reportagens televisivas ou produtos publicitários audiovisuais (num sentido ampliado, o que inclui videoclipes e fashion films) aliados à bibliografia escolhida. Avaliação Entrega de um artigo teórico, entre 10 e 15 páginas, articulando ao menos dois dos textos teóricos estudados ao objeto de pesquisa do aluno. PROGRAMA DE DISCIPLINA E BIBLIOGRAFIA Unidade I – Corpo, mídia e território: primeiras aproximações Aula 1 – O corpo visível: entre a utopia e a heterotopia Exibição dos curtas-metragens Girl Power (Sadie Benning, 1992), Rapsódia para o homem negro (Gabriel Martins, 2015) e Multidões (Camila Vieira, 2014). FOUCAULT, Michel. “O corpo utópico”. In O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: n-1 Edições, 2013. FOUCAULT, Michel. “Outros espaços”. In Manoel Barros da Motta (org.). Ditos e Escritos, vol. III. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. Aula 2 – O corpo entre paisagens midiáticas globais e locais Exibição De episódios do filme As mil e uma noites (Miguel Gomes, 2015). APPADURAI, Arjun. “Aqui e agora”. In: Dimensões culturais da globalização. Lisboa: Teorema, 2004. FRANÇA, Andréa. “Introdução”. In Terras e fronteiras no cinema político contemporâneo. Rio de Janeiro: 7Letras, 2003. RIBAS, Daniel e CUNHA, Paulo. “As causas do desencantamento do povo e do cinema português”. In: A cuarta parede, n. 27 Lisboa: 2015. PRYSTHON, Angela. “Outras margens, outros centros: Algumas notas sobre o cinema periférico contemporâneo. ”. In: FRANÇA, Andréa e LOPES, Denilson. Cinema, globalização, interculturalidade. Chapecó: Argos, 2010. Aula 3 – Gênero, etnia e transculturalidade Exibição do filme Chocolate (Claire Denis, 1988). MAULE. “A dialética da identidade transnacional e o desejo feminino em quatro filmes de Claire Denis”. In: FRANÇA, Andréa e LOPES, Denilson. Cinema, globalização, interculturalidade. Chapecó: Argos, 2010. LOPES, Denilson. “Entre o mar e o deserto: O olhar intruso”. In: Devires, vol. 4, n.1. Belo Horizonte: UFMG, 2007. SHOHAT, Ella e STAM, Robert. Crítica da imagem eurocêntrica: Multiculturalismo e representação. São Paulo: Cosac e Naify, 2006. Unidade II – O corpo ciborgue do afrofuturismo Aula 4 – O afrofuturismo como discurso estético e político Exibição de curtas-metragens a definir e de videoclipes inspirados na estética afrofuturista. CALENTE, Carlos. “Octavia Butler, Afrofuturismo e a necessidade de criar novos mundos”. In: FREITAS, Kenia (org) Afrofuturismo: Cinema e música em uma diáspora intergaláctica. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. CLARK, Ashley. “Por dentro do afrofuturismo: um guia sônico”. In: FREITAS, Kenia (org) Afrofuturismo: Cinema e música em uma diáspora intergaláctica. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. Aula 5 – Corpos ciborgues na periferia: Afrofuturismo no cinema brasileiro Exibição do filme Branco sai, preto fica, de Adirley Queiróz. WOMACK, Ytasha. “Cadete espacial”. In: FREITAS, Kenia (org) Afrofuturismo: Cinema e música em uma diáspora intergaláctica. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. ESHUN, Kodwo. “Mais considerações sobre o afrofuturismo” In: FREITAS, Kenia (org) Afrofuturismo: Cinema e música em uma diáspora intergaláctica. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. Unidade III – Corpos em performance: Gênero, etnia e identidade Aula 6 – Corpos que fluem e dançam Exibição do filme Esse amor que nos consome (Allan Ribeiro, 2012) e de vídeos de dançarinos de passinho. GIL, José. ”O gesto e o sentido” e “A consciência do corpo. A zona”. In: Movimento total: O corpo e a dança. Lisboa: Relógio D’água, 2001. VIEIRA JR, Erly. “Corpo, cotidiano e comunidade em Milestones e Esse amor que nos consome”. In: Anais do XVII Encontro Socine. Florianópolis: Socine, 2013. Aula 7 – O camp como um corpo possível. Exibição do filme Paris is burning (Jennifer Livingstone, 1990), do videoclipe de Vogue (Madonna), do curta-metragem O clube (Allan Ribeiro, 2014) e de vídeos de apresentações de transformistas no programa Show de Calouros, nos anos 80/90. LOPES, Denilson. “Somos todos travestis: O imaginário camp e a crise do individualismo”. In: Lugar Comum, n.9-10. Rio de Janeiro: 2000. SOUZA, Rodrigo. “O que o camp tem a nos dizer em 2014”. In: Anais da ANPAP - 2014. Belo Horizonte: ANPAP, 2014. Unidade IV – O corpo queer Aula 8 – Corpos queer transculturais: consumo, mídia e mashup. Exibição de videoclipes dirigidos por Derek Jarman para a banda The Smiths e trechos do filme Poison (Todd Haynes, 1991). Exibição de vídeos veiculados na internet: Me at Nine, TEAM ASPO, Creepy Lip Sync, Lady Gagita feat. Haroncé e Leona, a assassina vingativa. RICH, B. Ruby. “New Queer Cinema”. In: MURARI, Lucas e NAGIME, Mateus (org.) New Queer Cinema: Cinema, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. SOARES, Tiago. “Há uma luz que nunca se apaga”. In: MURARI, Lucas e NAGIME, Mateus (org.) New Queer Cinema: Cinema, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. Aula 9 – Corpo e resistência política: mídia, militância queer e a crise da AIDS nos anos 80. Exibição do documentário How to survive a plague (David Niven, 2012) e trechos de reportagens telejornalísticas. HIGHLEYMAN, Liz. “Radical queers or queer radicals? Queer activism and the global justice movement”. In: SHEPARD, Benjamin e HAYDUK, Ronald (org.) From ACT UP to the WTO: Urban protest and community building in the era of globalization. Londres: Verso, 2002. Aula 10 – A câmera-corpo e a visualidade háptica na experiência queer Exibição dos filmes Madame Satã (Karim Aïnouz, 2002) e Na sua companhia (Marcelo Caetano, 2011). LOPES, Denilson e NAGIME, Lucas. “New Queer Cinema e um novo cinema queer no Brasil”. In: MURARI, Lucas e NAGIME, Mateus (org.) New Queer Cinema: Cinema, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. LOPES, Denilson. “Madame Satã”. In: MURARI, Lucas e NAGIME, Mateus (org.) New Queer Cinema: Cinema, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. LIMA, Haroldo. “Interlúdio: Pista para uma atmosfera de sensações em um plano-sequência de Madame Satã”. In: Sala 206, n.4, dezembro de 2015. Vitória: Ufes, 2015. Aula 11 – Territórios midiáticos do corpo lésbico Exibição do curta-metragem Quinze (Maurílio Martins, 2014), de trechos dos filmes Go fish – O par perfeito (Rose Troche, 1994), Azul é a cor mais quente (Abdellatif Kechiche, 2013) e de trechos da telenovela Senhora do Destino. BALTAR, Mariana. “Femininos em tensão: Da pedagogia sociocultural a uma pedagogia dos direitos”. In: MURARI, Lucas e NAGIME, Mateus (org.) New Queer Cinema: Cinema, sexualidade e política. Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2015. BORGES, Lenise. “Visibilidade lésbica na TV – Comentários a partir da novela Senhora do Destino“. In: Anais do Seminário Fazendo Gênero 2006. Goiânia: 2006. Unidade V – Territórios midiáticos do feminino Aula 12 – Olhar e gênero Exibição dos curtas-metragens A outra margem (Nathália Thereza, 2015) e Handebol (Anita Rocha da Silveira, 2010), além de trechos de performances de Marina Abramovic e de alguns Fashion Films (a definir). KAPLAN, E. Ann. “O olhar é masculino?”. In: A mulher e o cinema: Os dois lados da câmera. Rio de Janeiro: Rocco, 1995 MESSA, Márcia Rejane. “Os estudos feministas de mídia: Uma trajetória anglo-americana”. In: Cartografias: Estudos Culturais e Comunicação, julho de 2006. Porto Alegre: FAMECOS/PUC-RS, 2006. Aula 13 – Corpo e desejo no feminist porn Exibição de curta-metragens da série Dirty Diaries (2009) e filmes de feminist porn (a definir) BALTAR, Mariana. “Atrações e prazeres visuais em um pornô feminino”. In: Significação, Vol. 42, n.43. São Paulo: USP, 2015 WILLIAMS, Linda. “Film bodies: Gender, genre and excess”. In: BRAUDY, L e COHEN, M. (org.) Film theory and criticism. Nova Iorque/Oxford: Oxford University Press, 2004. Aula 14 – Mídia, feminismo e mulheres negras Exibição de videoclipes de Beyoncé, Azealia Banks e Nicki MInaj, cenas do seriado televisivo Mister Brau (Rede Globo, 2015) e análise da cobertura midiática do baile de carnaval Pop África!, promovido pela revista Vogue em 2016. JABARDO, Mercedes. “Construyendo puentes: em diálogo desde/con el feminismo negro”. In: JABARDO, Mercedes (org.) Feminismos negros: Uma antologia. Madrid: Traficantes de Sueños, 2012. COLLINS, Patricia Hill. “Rasgos distintivos del pensamento feminista negro”. In: JABARDO, Mercedes (org.) Feminismos negros: Uma antologia. Madrid: Traficantes de Sueños, 2012. Aula 15 – Mídia e mulheres trans. Exibição do curta-metragem Os sapatos de Aristeu (René Guerra, 2008), de trechos do longametragem Doce Amianto (Guto Parente e Uirá dos Reis, 2013), e reportagens dos programas televisivos Documento Especial e Cidade Alerta. BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Zahar, 1997 ARTHUSO, Raul. “Doce amianto, de Guto Parente e Uirá dos Reis”. In: Revista Cinética, janeiro de 2013.