Pré Diagnóstico
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Pré Diagnóstico
.. .. .. .. .. Projecto-Piloto da Rede Social Pré Diagnóstico do Concelho de Setúbal . . . . . . I.ª Versão – 17Julho2001 Conselho Local de Acção Social de Setúbal . . . . .. .. .. .. .. Pré-Diagnóstico do Concelho de Setúbal Núcleo Executivo do Conselho Local de Acção Social Setúbal Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras Sandra Bailarote Associação de Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental Miguel Ferreira Câmara Municipal de Setúbal – Divisão de Intervenção Social Felícia Pires Rui Alves Fernanda Nogueira Goretti Monteiro Centro Distrital da Solidariedade e Segurança Social de Setúbal Fernanda Resende Instituto de Emprego e Formação Profissional de Setúbal Edite Carvalho 2 I. Introdução O diagnóstico social concelhio constitui um instrumento que se propõe a todos os Concelhos Locais de Acção Social, com o objectivo de se construir um conhecimento mais aprofundado da realidade social dos concelhos, contribuindo para implementar e desenvolver dinâmicas de intervenção social mais integradas. O diagnóstico traduzirá assim o conhecimento das necessidades, recursos e potencialidades existentes e disponíveis no concelho, visando determinar a sua real importância e dimensão, permitindo adequar as respostas e recursos às necessidades e problemas identificados. O diagnóstico enquanto processo participativo privilegia os diversos interlocutores locais, individuais e colectivos, envolvidos em projectos de desenvolvimento local e concelhio. Assenta portanto numa metodologia de investigação-acção com vista ao conhecimento dos fenómenos sociais e das suas causas. Será assim um quadro de referência que permite interrogar a realidade, abrangendo a análise do contexto social, económico e cultural onde os problemas se inserem. Através de uma análise quantitativa e qualitativa dos problemas existentes e de uma avaliação das capacidades de resposta a necessidades existentes ter-se-á como objectivo mais vasto contribuir para o Plano de Desenvolvimento Social do Concelho. Neste sentido, a identificação e análise dos problemas irão contribuir para: Definir Prioridades ; Apontar Estratégias de Intervenção Social; Elaborar Linhas de Acção. O presente diagnóstico está estruturado em 5 capítulos: Introdução; Enquadramento, onde serão definidos os objectivos, os pressupostos em que assenta e a metodologia adoptada, com descrição das técnicas de recolha de dados e criação de suportes de informação. Especificam-se ainda algumas lacunas e dificuldades encontradas. Abordagem segmentada por áreas de intervenção, com identificação e análise dos principais problemas e potencialidades e avaliação da capacidade de resposta aos mesmos. Análise global e integrada dos problemas, potencialidades e necessidades identificadas nas diversas áreas. Definição de algumas estratégias e linhas de intervenção orientadoras para o Plano de Desenvolvimento Social e identificação de alguns projectos potenciadores da dinamização deste processo. Ao optar-se por esta estrutura de apresentação pretendeu-se que este diagnóstico traduzisse de uma forma coerente, sistematizada e acessível, todo um conjunto de informação recolhida e analisada ao longo de todo o processo da sua elaboração. 3 De ressalvar o facto de este relatório não ser um produto acabado, designadamente porque não houve a possibilidade de trabalhar a totalidade das áreas. Constitui um processo que irá ser aprofundado com a constituição de painéis especializados por áreas e recolha e tratamento complementar de informação, por forma a permitir a cobertura das áreas não tratadas, promovendo assim uma abordagem mais completa. A criação de um sistema de informação foi uma das apostas do Núcleo Executivo que se traduziu na elaboração de uma base de dados e preparação da sua georeferenciação, permitindo o cruzamento de dados de diversas fontes e elevando o potencial da informação disponível. O Núcleo Executivo é composto por elementos de diversos serviços e entidades, constituindo assim um grupo pluridisciplinar que, a longo prazo, aposta no acesso, disponibilização e divulgação da informação recolhida a diversos níveis e entidades. A par deste sistema e enquadrado no modelo de organização, constituiu-se um modelo operacional assente numa estrutura de painéis (Mais/Menos) aferido a partir de reuniões com interlocutores privilegiados, cuja finalidade era a de recolher contributos para a construção dum pré-diagnóstico. Por decisão do CLAS de Setúbal, optou-se por elaborar um Pré-Diagnóstico de uma só Freguesia (Anunciada) de forma a facilitar o aprofundamento do modelo. Nesta fase, tão importante como o conhecimento produzido, é perceber se o modelo é adequado e operacional Posteriormente por orientação do IDS, alargou-se o Pré-Diagnóstico a todo o concelho, pelo que o critério territorial foi secundarizado. Face a este imperativo, optou-se por uma agregação de painéis por freguesia, de acordo com o critério de proximidade geográfica. Esta opção condicionou a visão localizada dos problemas e potencialidades, que num concelho tão grande e com realidades diferenciadas, será de numa 2ª fase aprofundar. A operacionalização deste modelo constituiu desafio uma vez que partiu dos dados da realidade social expressos pelos técnicos e entidades num contexto de participação e discussão consensual dos problemas referidos. É de salientar a complexidade deste processo, nomeadamente, na adesão e motivação dos parceiros, afectação dos recursos humanos e técnicos e a compatibilização das disponibilidades dos diversos elementos envolvidos na realização do diagnóstico. Apesar dos constrangimentos e das dificuldades sentidas, considera-se que a partilha de experiências, materializada numa aprendizagem comum, foi muito enriquecedora para a equipa, pelo que se espera que tal se reflicta no produto final. 4 II. Enquadramento Pressupostos / Objectivos O Programa Piloto da Rede Social surge da crescente necessidade de uma Política Social Global, que articule prioridades globais e especificidades locais, e do reconhecimento das redes de solidariedade. Neste contexto, a territorialização da intervenção social assume particular importância e coerência face às dinâmicas do desenvolvimento local. A rede social constitui-se num princípio de parceria e no reconhecimento das competências e complementaridade, fomentando a consciência colectiva dos diferentes problemas sociais e a responsabilidade no activar de redes de apoio social integrado para a resolução dos mesmos. A constituição da rede social assenta numa participação livre por parte das autarquias e outros organismos públicos e particulares. A sua implementação resulta na criação do Conselho Local de Acção Local e das Comissões Sociais de Freguesia. A constituição do CLAS é composta pelos Órgãos Plenários e Núcleo Executivo, definidos em regulamento interno, aprovado e criado especificamente para esse fim, o qual neste concelho se encontra já devidamente formalizado. Estes dois órgãos, diferenciados nas suas competências, constituem núcleos de trabalho para a elaboração do diagnóstico concelhio, sistema de informação e plano de desenvolvimento social produtos a realizar no âmbito do Programa Piloto da Rede Social. Deste modo, o CLAS assenta numa metodologia participativa, de consulta e debate entre todos os parceiros para que a execução e operacionalização destes produtos reflicta as experiências, necessidades e decisões locais. O diagnóstico como processo de participação privilegia os diversos interlocutores locais, individuais e colectivos envolvidos nos projectos concelhios. O diagnóstico concelhio de Setúbal tem como objectivos fundamentais: Fazer um levantamento aprofundado da realidade social dos concelhos; Conhecer as respostas sociais e os meios/recursos humanos e técnicos disponíveis para determinar a sua adequação aos problemas existentes e aferir as carências existentes; Enraizar hábitos de trabalho planificado para que sirva de apoio estratégico para a tomada de decisões das entidades com responsabilidade na área social; Permitir a divulgação e circulação sistemática da informação recolhida e produzida pelas entidades envolvidas e interessadas, alicerçada num sistema de informação, com vista à permanente actualização do diagnóstico; Consolidar o CLAS como meio mobilizador e de articulação entre todos os parceiros com vista à participação e integração dos diversos contributos para a elaboração do diagnóstico. 5 Metodologia A realização de um trabalho desta natureza, no período de tempo disponível exigiu a conjugação de diversas metodologias através das quais se pretendeu produzir um conjunto de informação pertinente e oportuna. A realização desta tarefa obedeceu fundamentalmente a quatro fases que se retroalimentaram sucessivamente: Identificação dos principais problemas por áreas temáticas: aplicação do Painel “MAIS e MENOS”; Selecção / produção de informação pertinente; Análise e interpretação dos dados; Construção de um sistema de informação: optimização e compatibilização das bases de dados, georeferenciação de informação. Estas quatro fases foram precedidas por um levantamento da informação estatística e documental disponível e relevante para a elaboração de um pré-diagnóstico. Para tornar operacional e rentabilizar a utilização deste acervo informativo, foi constituída uma base de dados com mais de 40 Mb de informação, 171 tabelas e 1886 variáveis. A sua estrutura permite uma georeferenciação com vista à implementação de um sistema de informação de tipo SIG (sistema de informação geográfica). A utilização desta base é dinâmica e activa na medida em que o cruzamento e tratamento estatístico dos dados existentes permite a produção de novos dados. Este trabalho implicou a compatibilização de informação proveniente de diversas fontes, o que frequentemente exigiu a organização de informação “à medida”. De seguida apresentam-se algumas das fontes utilizadas: Carta Social (CRSS); Censos 91 (INE); Inquérito à Habitação (INE); Dados estatísticos do IEFP (diferentes áreas funcionais); Estudos e dados estatísticos da Câmara Municipal de Setúbal; Fichas de Processo Familiar (CRSS); Inquérito ao Emprego (INE); Inquérito Habitação (INE); Instalações Desportivas (IND); Inventário municipal (INE); Observatório Social (CRSS); RMG (CRSS); Sales Index (Marktest); SIEF – Sistema de Informação do Emprego e Formação; SIGAE – Sistema Informatizado de Gestão da Área do Emprego; Entre outros... 6 O Pré-Diagnóstico de Setúbal baseou-se numa metodologia participativa envolvendo diversas instituições e entidades representadas no CLAS, presidentes das Juntas de Freguesia e outros interlocutores privilegiados 1. Para a recolha de informação foi elaborado, em suporte informático, um painel “Mais e Menos” onde se registaram as potencialidades e problemas referidas pelos técnicos e outros elementos da comunidade em reuniões realizadas para o efeito. Desta forma, o fórum de participantes visualizava em tempo real a construção do referido painel, proporcionando aos presentes uma visão de conjunto constantemente actualizada a cada nova intervenção. Esta opção metodológica permitiu confrontar ideias e verificar a existência de consensos nas pessoas que participaram, na medida em que os problemas e potencialidades foram referidas pelos presentes, além de que estes fazem parte do conjunto de agentes privilegiados para identificar os verdadeiros problemas locais. Desta forma, esta metodologia permitirá perceber se as causas dos problemas são locais e se a solução pode ter âmbito local. Daí a importância da comunidade participar no diagnóstico social concelhio. Depois de aplicado este painel foram identificados os principais problemas por áreas temáticas e estruturados segundo a prioridade e o contexto territorial referido pelos intervenientes. Paralelamente a esta estratégia metodológica de auscultar e compreender a realidade social no contacto directo, avançou-se para a selecção e produção de informação com base em dados de natureza quantitativa. Desta forma procurou-se confirmar / infirmar de uma forma tão objectiva quanto possível as questões elencadas pelo painel. Assim é possível chegar a um resultado, que parte de uma vivência na primeira pessoa dos problemas e potencialidades, e objectivá-lo através do recurso a informação estatística, garantindo a fiabilidade da informação. Todo este trabalho baseia-se num princípio fundamental: conhecer para actuar; daí podermos dizer que o diagnóstico social de Setúbal inscreve-se numa metodologia de investigação-acção porque se orienta para um plano de intervenção. Em suma, a concepção deste modelo permite integrar os saberes dos técnicos, assim como os da comunidade, embora reconhecendo que se tratam de saberes e percepções diferentes. Esta metodologia proporciona, por um lado, uma participação mais alargada na definição do diagnóstico e nas restantes fases do processo, por outro lado, permite uma troca de saberes diferenciados que se traduzem no enriquecimento de ambas as partes e, em última análise, facilitam a devolução deste saber à comunidade, na forma de propostas de projectos de intervenção. A aplicação deste modelo permitiu sistematizar a informação de acordo com um esquema devidamente faseado. Numa primeira fase realizou-se um conjunto de painéis, por freguesia ou conjunto de freguesias, em que se recolheu informação através do critério estritamente territorial. Posteriormente, essa informação foi agregada por áreas temáticas de análise, a saber: habitação e urbanismo, demografia e população, acção social, equipamentos desportivos e recreativos, emprego e formação profissional, saúde e educação – ao que corresponde a segunda fase. Finalmente (terceira fase), procedeu-se ao tratamento e análise individual dos principais problemas / potencialidades referidos em cada área. Naturalmente, esta opção metodológica comporta vantagens e limitações, cuja percepção é essencial na leitura do presente documento. 1 Em anexo encontra-se uma lista completa da composição dos diversos painéis, bem como a data e local da sua realização. 7 Fase 1 Fase 2 Freg. Anunciada + Habitação e Urbanismo - + Freg. Stª Maria, S. Julião, S. Simão, S. Lourenço + Fase 3 (análise segmentada) - Capítulo Área y Pr1 Demografia e População + - Sub-capítulo y1 Problemas - Problemas Pr2 Sub-capítulo y2 Problemas Problemas Acção Social S. Sebastião, Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, Sado + + - Problemas + - + RMG Po1 Sub-capítulo y4 Problemas - Po2 Potencialidades - Sub-capítulo y5 Saúde NE - CLAS Po3 - Sub-capítulo y6 Problemas Problemas Educação + - Problemas - Sub-capítulo y7 Fase 3 (análise segmentada) Fase 3 (análise integrada) Sistema de Polígonos J Capítulo Área y Pr1 Sub-capítulo y1 Área Y Problemas Área X Problemas Problemas Problemas + + Problemas Problemas Emprego e Formação Profissional + Sub-capítulo y3 Eq. Desportivos e Recreativos CLAS + Pr3 - Pr2 Sub-capítulo y2 Pr4 Problemas Problemas Pr3 Pr1 Sub-capítulo y3 Pr3 Po2 Pr1 Problemas Problemas Problemas Área Z Po4 Questão Central 1 Pr2 Po1 Po5 Sub-capítulo y4 Problemas Potencialidades Po2 Po1 Sub-capítulo y5 Problemas Problemas Pr5 Po3 Sub-capítulo y6 Problemas Problemas Área W Problemas Sub-capítulo y7 Problemas 8 Pr6 Área K Po3 Vantagens Parte do conhecimento da realidade, situado num determinado contexto espacial, temporal e social, proporcionando recolher dados e informação acerca da realidade sobre a qual se vai intervir. Esta análise da realidade social é fundamental porque, em primeiro lugar, é preciso conhecer para depois actuar. Segue uma linha coerente, decorrendo de uma opção metodológica única presente em todo o processo metodológico. Traduz um primeiro momento importante na medida em que constitui uma base de trabalho que poderá ser alterada consoante as necessidades suscitadas pela realidade social. Rentabiliza o conhecimento dos Técnicos, ou seja, permite a sistematização de um capital de experiências anteriores incorporado pelos técnicos que trabalham no terreno e pelas próprias populações. Não se limita a uma análise estatística, mas articula com outros dados provenientes de outras fontes mais qualitativas. Recolha de informação credível, na medida em que os problemas sociais são consensuais para todos os intervenientes presentes nas reuniões. Permite a participação e a troca de experiências, sendo alargado a diferentes áreas e abarcando vários agentes, por forma a integrar diferentes opiniões e contributos, permitindo obter mais informação e, ao mesmo tempo, cumprir uma função de formação dos técnicos que estão no terreno. Permite, para além disso, identificar parcerias, dinâmicas de trabalho e outros grupos de interesse existentes no concelho e caracterizar as suas iniciativas e potencialidades de intervenção. Limitações É um diagnóstico parcial, baseia-se sobretudo nas apreciações do painel de interlocutores. O painel não foi completo, isto é, não abrangeu todas as áreas, assim como não participaram todos os interlocutores possíveis. Não aprofunda outras questões, baseando-se nas questões colocadas pelos interlocutores. É um modelo estanque que privilegia a unidimensionalidade e deriva dela. A dimensão de análise utilizada é a partir da abordagem da realidade social. Não foram utilizados instrumentos de recolha de informação directa, nomeadamente questionários e entrevistas. Privilegia a perspectiva micro, correspondendo o nível micro a situações mais restritas e delimitadas; contudo, possibilita uma relação mais directa com os técnicos e a população alvo. 9 Dificuldades encontradas, lacunas e limitações Quando se concebe um diagnóstico, este encontra-se de alguma forma condicionado e limitado por alguns factores inerentes à realização e operacionalização do processo, de que se destacam: Gestão do tempo disponível face ao tempo necessário; Agregação dos Serviços /Pessoas diferentes; Gestão do trabalho em Equipa/Dinâmicas de Grupo; Níveis de Desagregação dos Dados; Abrangência dos Problemas. Algumas das áreas identificadas pelo painel de interlocutores como a segurança, educação e actividades económicas não foram desenvolvidas nesta primeira fase pela dificuldade em encontrar dados quantitativos disponíveis e também pela falta de tempo para os organizar de forma adequada, pelo que posteriormente serão retomadas e trabalhadas com a mesma acuidade das restantes áreas. 10 III. Diagnóstico por áreas Demografia e População Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Demografia e População Os principais problemas mais referenciados no conjunto das oito freguesias do concelho foram: Envelhecimento demográfico (elevada percentagem de idosos) Famílias monoparentais As principais potencialidades mais referenciadas no conjunto das oito freguesias do concelho foram: Estabilidade demográfica Rejuvenescimento demográfico O fenómeno do envelhecimento é referido sobretudo em relação à elevada percentagem de idosos, decorrente do desequilíbrio demográfico existente entre aquele grupo etário e os restantes. Por exemplo não é feita referência ao (reduzido) número de crianças e jovens como uma situação de envelhecimento. Este surge quase sempre associado às condições económicas e de saúde da população idosa. Todavia, parece ser a condição económica que mais fragiliza este grupo social e não tanto a idade e os problemas de saúde que lhe estão associados. O problema das famílias monoparentais é focado sob duas perspectivas. A primeira diz respeito à existência de um número significativo de famílias compostas por mãe e filho(s), sublinhando a feminização deste fenómeno. A segunda está associada à problemática das famílias reconstituídas como resultado da desagregação do núcleo familiar original. É neste contexto que surgem os avós como elementos substitutivos do papel paternal. A estabilidade demográfica está associada à ausência de grandes movimentos migratórios (outrora verificados) ou a grandes flutuações do efectivo populacional. Surge então identificada como sinónimo de estabilidade social, motivo pelo qual nos surge referenciada como uma potencialidade. Por outro lado, o rejuvenescimento demográfico parece surgir como uma consequência da vitalidade do mercado habitacional. 11 Envelhecimento Demográfico O envelhecimento demográfico é o principal problema focado pelo painel de interlocutores. A ele são associados uma diversidade de outros problemas relacionados com as condições de vida da população idosa e as estruturas de apoio social. No que diz respeito às condições de vida, é referido o baixo nível de rendimentos, designadamente pensões de reforma; situação que é agravada pelos problemas de saúde que consomem uma parte significativa do rendimento dessa faixa da população. O fenómeno do envelhecimento e a sua evolução podem ser analisados através da observação das pirâmides etárias do concelho em 1981 e 1991 que nos revelam um estreitamento na base e um alargamento no topo. Tal quer significar que a estrutura populacional do município registou um duplo envelhecimento, mais acentuado em relação ao envelhecimento na base, como decorre da observação da variação do valor do índice de vitalidade2, que passou de 29,1% para 41,4%, mas sem no entanto se ter agravado a ratio de dependência total (...). Em 1991, a estrutura populacional apresenta já uma configuração próxima do que se designa por urna, ou seja, revela uma inversão da expressão relativa habitual dos diferentes grupos etários, observando-se uma maior proeminência das idades mais avançadas. – LNEC-GES, 1996 Figura 5: Pirâmide etária da população residente no município de Setúbal em 1981 ≥ 85 80-84 Homens Figura 6: Pirâmide etária da população residente no município de Setúbal em 1991 ≥ 85 80-84 Mulheres 70-74 70-74 60-64 60-64 50-54 50-54 40-44 40-44 30-34 30-34 20-24 20-24 10-14 0-4 Homens Mulheres 10-14 % Fonte: INE, XII Recenseamento Geral da População 2 % 0-4 Fonte: INE, XIII Recenseamento Geral da População O índice de vitalidade expressa a relação entre o número total de idosos e o número total de jovens, cujas amplitudes etárias se fixaram nos seguintes termos: Idosos = população com ≥ 65 anos; Jovens = população com ≤ 19 anos. O aumento do valor deste índice traduz, no caso da estrutura demográfica que estamos a analisar, quer a diminuição da importância relativa dos jovens, quer o aumento da percentagem de idosos. 12 Figura 7: Índice de vitalidade e ratios de dependência do município de Setúbal entre 1981 e 1991 80,0 % 70,0 Indice de vitalidade 60,0 Ratio de dependência dos jovens 50,0 40,0 Ratio de dependência dos idosos 30,0 20,0 10,0 Ratio de dependência total 0,0 1981 1991 Todavia, o envelhecimento não se revela de forma idêntica nas diversas freguesias do concelho. As freguesias mais próximas do Centro Histórico da Cidade (Stª Maria da Graça, N. Srª da Anunciada e S. Julião) apresentam-se como as mais envelhecidas, apesar de ainda apresentarem diferenças entre si. 75 Sado P. A. G. Simão Sebastião Lourenço Julião Graça Anunciada % Município Figura 8: Indicadores de estrutura demográfica e medidas-resumo do município de Setúbal, por freguesias (situação em 1991) Indice de: 65 jovialidade 55 actividade potencial 45 envelhecimento vitalidade Ratio de dependência dos: jovens 35 25 15 idosos 5 total As freguesias de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra e do Sado revelam os índices de envelhecimento mais baixos do concelho, enquanto que os de jovialidade apenas são ultrapassados pela freguesia de S. Sebastião. Aliás, esta freguesia tem uma estrutura etária bastante equilibrada comparativamente às restantes. S. Lourenço e S. Simão apresentam índices bastante semelhantes, o que é compreensível, visto que se tratam de freguesias contíguas localizadas numa zona (Azeitão) com uma identidade própria. A observação das pirâmides etárias (Censos 91) das diversas freguesias permite-nos identificar idiossincrasias a que os índices e as medidas-resumo não são sensíveis. 13 Anunciada S. Sebastião 80 e + Homens Mulheres 75 a 79 60 a 64 60 a 64 40 a 44 45 a 49 Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres 0a4 Sta Maria da Graça Homens S. Simão 75 a 79 Mulheres 60 a 64 60 a 64 45 a 49 45 a 49 30 a 34 30 a 34 15 a 19 15 a 19 0a4 0a4 S. Julião GPA Homens 75 a 79 Mulheres 60 a 64 60 a 64 45 a 49 45 a 49 30 a 34 30 a 34 15 a 19 15 a 19 0a4 0a4 S. Lourenço 75 a 79 Homens 15 a 19 0a4 75 a 79 Mulheres 30 a 34 20 a 24 75 a 79 Homens Sado Homens 75 a 79 Mulheres 60 a 64 60 a 64 45 a 49 45 a 49 30 a 34 30 a 34 15 a 19 15 a 19 0a4 0a4 14 Desta forma, e de acordo com a estrutura etária (e com o envelhecimento no topo e na base), podemos agrupar as freguesias em quatro zonas. A zona mais envelhecida situa-se em torno do centro histórico e é composta pelas freguesias da Anunciada, S. Julião e Stª Maria da Graça. É uma zona caracterizada por um acentuado envelhecimento no topo e na base. As freguesias do Sado e Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra constituem uma segunda zona, caracterizada sobretudo por uma reduzida percentagem de população muito idosa (estreitamento acentuado no topo da pirâmide etária). A terceira zona, pode ser denominada de Azeitão, visto ser composta pelas freguesias de S. Simão e S. Lourenço. As freguesias desta zona têm uma típica forma em urna, embora não apresentem um peso da população idosa tão significativo como a zona do Centro Histórico. Por fim, a freguesia de S. Sebastião constitui isoladamente uma quarta zona visto que apresenta a estrutura etária mais equilibrada do concelho. Em termos globais, a tendência observada no período inter-censitário 1981-91 parece ter continuidade nas próximas décadas. “A projecção da evolução da estrutura populacional de Setúbal para os próximos 20 anos permite reconhecer a acentuação das tendências observadas na última década, a saber: reforço da importância da população idosa, diminuição da população com menos de 19 anos e manutenção da percentagem de população potencialmente activa”. LNEC-GES Figura 9: Evolução dos índices de estrutura demográfica do município de Setúbal entre 1981 e 2010 % 100 90 80 70 Indice de envelhecimento 60 50 Indice de actividade potencial 40 Indice de jovialidade 30 20 10 0 1981 1991 2000 2010 Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População e MARKTEST, 1994 Famílias Monoparentais e Famílias Reconstituídas As famílias monoparentais correspondiam em 1991 a 6.5% do total de famílias clássicas existentes no Concelho e os dados sugerem tratar-se de um fenómeno com maior expressão no centro urbano. As freguesias que apresentam valores acima da média do concelho são exactamente aquelas que estão localizadas na Cidade de Setúbal. Os dados disponíveis comprovam igualmente a feminização deste fenómeno sendo que, por freguesia, as famílias compostas por “pai e filho(s) solteiro(s)” dificilmente atingem 1%, enquanto que no caso de “mãe e filho(s) solteiro(s)” se situa sempre acima dos 3% (registando um máximo em Stª Maria com 7%). 15 Tabela 1 – Famílias clássicas com um núcleo de pai ou mãe com filhos solteiros (famílias monoparentais) Freguesia Anunciada GPA S Julião S Lourenço S Sebastião S Simão Sado Sta Mª Graca Total N 5784 1187 5592 1958 15031 1176 1669 2408 Pai N % 57 0,99 9 0,76 36 0,64 21 1,07 138 0,92 10 0,85 8 0,48 24 1,00 Mãe N % 297 5,13 38 3,20 382 6,83 89 4,55 880 5,85 44 3,74 60 3,59 173 7,18 Pai/Mãe % 6,12 3,96 7,47 5,62 6,77 4,59 4,07 8,18 A expressão das famílias reconstituídas, designadamente as famílias clássicas com um núcleo de avós com netos solteiros, não é relevante em termos demográficos, conforme podemos verificar na tabela seguinte. Tabela 2- Famílias clássicas com um núcleo de avós com netos solteiros Avós N % 77 0,88 18 0,93 48 0,50 17 0,72 188 0,72 12 0,51 15 0,60 32 0,58 Freguesia Anunciada GPA S Julião S Lourenço S Sebastião S Simão Sado Sta M Graca Num trabalho realizado em 1997 3 foram analisados os dados de um conjunto de famílias com problemas de toxicodependência (pais, filhos ou outros familiares), em que os menores, encontrando-se em situação de risco, foram objecto de intervenção da Comissão de Protecção de Menores (CPM). Foram analisados um conjunto de 65 famílias a que pertencem 119 menores e cujos casos foram reportados à CPM ao longo do período decorrido entre 1993-1997. À situação de toxicodependência de pelo menos um dos membros da família, encontrou-se sempre associado todo um conjunto de outras situações, tais como a separação dos pais, prostituição, negligência, maus tratos (físicos e/ou psicológicos), abandono parental, síndroma de abstinência em recém-nascidos, entre outros. Em todas estas famílias a toxicodependência teve um papel desestruturador, muitas vezes de forma dramática, conduzindo a uma reconstituição dos contextos familiares de protecção, designadamente a entrega dos menores ao cuidado dos avós ou de instituições. Tabela 3 - Situação familiar dos menores Vive com… Avós (maternos ou paternos) Família institucional Família alargada, reconstruída ou monoparental Ambos os pais Situação Situação inicial (%) actual (%) 14.4 39.2 2.2 16.5 5.6 25.3 77.8 19.0 Situação inicial: n = 90 Situação actual: n = 79 3 Comunicação apresentada no Colóquio “Famílias em Contextos de Crise”, Setúbal, 1997 16 Como se pode verificar através da tabela anterior, os avós e sobretudo os avós maternos, tiveram um papel bastante relevante no apoio e protecção aos menores. Estabilidade Demográfica A estabilidade demográfica referenciada pelo painel pode ser interpretada como uma estabilidade no efectivo populacional (estabilização do número de habitantes) e nos movimentos migratórios (diminuição da intensidade dos movimentos migratórios). O crescimento do município de Setúbal e da envolvente territorial que poderíamos designar por aglomeração urbana não foi uniforme ao longo dos últimos anos. A evolução demográfica de Setúbal nos últimos 100 anos reflecte o processo de industrialização da própria Península e, em particular, do município. A história demográfica do concelho reflecte os diferentes ciclos económicos, sendo muito forte a correlação entre crescimento industrial e comercial e crescimento populacional. Ao invés, períodos economicamente recessivos são acompanhados, embora nem sempre cronologicamente coincidentes, por decréscimos sensíveis, por vezes muito sensíveis, do ritmo de crescimento demográfico. No início da década de 60, o município de Setúbal apresentava um efectivo populacional de 56.037 indivíduos residentes, o qual cresceu irregularmente mas a níveis elevados nas décadas seguintes (cfr. Figura 1), atingindo um ritmo máximo de crescimento anual médio de 4,31% entre 1970 e 1981, muito acima do valor médio nacional. Figura 1: Taxa de variação da população entre censos com projecções para 2000 e 2010 4,5 % 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da População (1991) e MARKTEST (1994) 17 2005/2010 2000/2005 1995/2000 1991/1995 1981/1991 1970/1981 1960/1970 0 -0,5 O ritmo de crescimento manter-se-ia positivo até aos nossos dias e, em termos projectivos, tal acontecerá até 2005, embora com valores já muito próximos de um crescimento zero. Em termos de volume populacional, Setúbal tinha 103.634 habitantes em 1991 e atingirá um máximo populacional no ano 2005, com cerca de 105.000 habitantes, decrescendo a partir desse ano4. – LNEC-GES, 1996 Como se pode constatar, os dados e as projecções mais recentes apontam para um abrandamento do ritmo de crescimento. Todavia, esta tendência não se materializa da mesma forma em todas as freguesias do concelho. Apreciando mais pormenorizadamente a evolução na última década - aqui entendida como correspondendo ao período inter-censitário entre 1981 e 1991 - verifica-se que, de acordo com os dados provenientes do INE (cfr. Quadro 1), duas das freguesias mais centrais da cidade perderam população, facto consistente com o fenómeno urbano quase generalizado do envelhecimento demográfico e terciarização dos centros, oposto à vitalidade do crescimento das áreas mais periféricas das cidades, nas quais é ainda possível edificar. Tabela 4 - Evolução da população residente, por freguesias 1981 1991 variação (%) Setúbal 98366 103634 5,4 N. Sra. Anunciada 19297 16401 -15,0 Sta. Maria da Graça 6662 6144 -7,8 S. Julião 15006 15686 4,5 S. Lourenço 5704 5922 3,8 S. Sebastião 48912 56004 14,5 S. Simão 2795 3477 24,4 Fonte: INE, XII e XIII Recenseamentos Gerais da População Nota: Por não existirem em 1981 as freguesias de Sado e Gambia-Pontes-Alto da Guerra, como já se referiu, nesta análise comparativa entendeu-se não as considerar, apreciando assim apenas a variação desta última. Assim parece acontecer também em Setúbal. Embora integrada no que aqui se designa por centro da cidade, a freguesia de S. Julião é um pouco a excepção porque cresce ligeiramente à custa do seu vértice Norte (eixo da Estrada dos Cipestres) e de terrenos expectantes existentes no coração da freguesia, entretanto urbanizados. – LNEC-GES, 1996 4 De notar que o modelo de projecção utilizado pela MARKTEST, e aqui reproduzido para os efectivos de 1995 em diante, contempla movimentos migratórios. 18 Rejuvenescimento Demográfico Como já foi referido no sub-capítulo “Envelhecimento Demográfico”, não se pode considerar que esteja em curso um efectivo rejuvenescimento demográfico. Pelo contrário, a tendência aponta para um aumento da população idosa e uma diminuição da população jovem. Todavia, neste aspecto como em muitos outros, existem diferenças entre as diversas freguesias. Deste modo, o rejuvenescimento demográfico referenciado no painel estará relacionado com a vitalidade do mercado habitacional e com a deslocação de pessoas dentro do município. Notas Conclusivas Globalmente, o município apresenta um duplo envelhecimento (no topo e na base), mas uma generalização desta natureza oculta dinâmicas próprias de cada freguesia que importa aprofundar. De acordo com as projecções, a tendência verificada no período intercensitário 81-91 parece ter continuidade, isto é, o aumento da população idosa e a diminuição da população jovem. Relativamente às famílias monoparentais pode-se concluir que se trata de um fenómeno com maior incidência nas freguesias urbanas, onde chega a ultrapassar os 8%. Estas famílias são compostas maioritariamente por mãe com filho(s) solteiro(s). O aumento do volume populacional em Setúbal esteve sempre associado a grandes ciclos económicos. Actualmente à estabilização da economia, parece estar associada uma estabilização demográfica, em grande medida fruto do estancar dos movimentos migratórios. De acordo com as projecções, o crescimento demográfico tende a atingir valores próximos de zero. 19 Habitação e Urbanismo Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Habitação e Urbanismo Os principais problemas mais referenciados no conjunto das oito freguesias do concelho foram: A habitação degradada Carências habitacionais Condições de habitabilidade Deficiente Planeamento Urbanístico As principais potencialidades mais referenciadas no conjunto das oito freguesias do concelho foram: Requalificação habitacional Habitação Social e o Plano Especial de Realojamento A habitação degradada é entendida ao nível de mau estado de conservação do edificado, ausência de manutenção, falta de condições de saneamento, insalubridade e sobrelotação dos fogos. A conjugação destes factores precipita a referenciada degradação. Estes aspectos são sentidos com maior impacto nas freguesias da zona histórica da cidade (freguesias de Sta. Maria, S. Julião e parte da Anunciada), habitada por população idosa, de fracos recursos e que por isso não tem acesso às ofertas do mercado habitacional. Por outro lado, embora tratando-se de famílias de fracos recursos e com deficientes condições de habitação, não são no entanto alvo do PER. A falta de habitação referida parece estar associada apenas à habitação social. As populações mais carênciadas não conseguem aceder ao mercado disponível. Por outro lado, a capacidade de intervenção na manutenção e conservação das habitações é igualmente limitada, pelo que o resultado é a contínua degradação do edificado e o consequente agravamento das condições de habitabilidade. O problema da habitação também é referido a outras dimensões, designadamente, quanto à necessidade de acções que promovam a integração social das famílias realojadas e à importância das zonas exteriores à própria habitação. Outras situações referidas dizem respeito a bolsas de habitação degradada que, embora aguardando a conclusão dos processos de realojamento, constituem focos de problemas sociais. Os problemas do isolamento e das acessibilidades foram igualmente alvo de atenção. Uma vez mais estes problemas atingem as populações mais fragilizadas: idosos e deficientes. O isolamento é colocado em termos de distanciamento geográfico (zonas com menor índice de urbanização) e de isolamento afectivo, que afecta sobretudo a população mais idosa. As acessibilidades estão associadas às barreiras arquitectónicas (sobretudo na zona histórica) e ao estacionamento desordenado. Por fim, o centro urbano dessa mesma zona histórica é referenciado como estando a viver um processo de terciarização e desertificação. Desta forma, é progressivamente esvaziado da sua função 20 residencial, o que está associado a um conjunto de problemas: especulação imobiliária, vandalismo e problemas de trânsito. Estado de Conservação do Edificado Na ausência de estatísticas quanto ao estado de conservação dos edifícios, privilegiou-se a utilização de estatísticas relativas à época de construção dos edifícios disponíveis no Censos 91. Não sendo um indicador directo do estado de conservação, esta informação tem a vantagem de permitir analisar o ritmo de construção nas diferentes freguesias. Desta forma, as Freguesias de S. Simão e Sta. Maria da Graça revelam, respectivamente, a maior percentagem de edifícios novos (construídos entre 1981 e 1991) e de edifícios antigos (construídos antes de 1945). Esta situação representa uma alteração em relação à situação verificada em 1981. Relativamente à "% de edifícios construídos anteriormente a 1919", variável que nesta análise se utiliza como um indicador da importância do edificado antigo e da sua permanência até aos dias de hoje (1991), Stª Maria da Graça e Nª Srª da Anunciada eram, no início da década de 80, as freguesias mais envelhecida e mais jovem, respectivamente. Do ponto de vista da heterogeneidade intra-freguesias, todas elas apresentavam coeficientes de variação muito elevados, em particular as mais periféricas, identificando uma dinâmica de crescimento acentuada e uma renovação do próprio parque edificado. (LNEC-GES:1996), Relativamente à referida heterogeneidade intra-freguesia, tudo leva a crer que essa situação se mantém. A Figura 13 mostra-nos uma diversidade assinalável. Das quatro freguesias mais próximas do centro urbano - S. Julião, Sta. Maria, S. Sebastião e Anunciada – é esta última que regista um maior volume de construção na década de 80. Surpreendente é o volume de construção nas restantes freguesias, mais periféricas, com particular destaque para S. Simão, em que cerca de metade dos edifícios foram construídos na década de 80. Figura 13: Percentagem de Edifícios, segundo a época de construção (1991) 100% 80% 60% 40% 20% antes de 1945 1946/60 ca ra do St a M G Sa ao m Si S ba Se S S Lo ur e st ia nc o o o lia Ju G PA S An un ci ad a 0% 1961/70 21 1971/80 1981/91 Praticamente todas as freguesias registaram um ligeiro abrandamento da construção na década de 80 – excepção feita para S. Simão que nesse período teve mais do dobro de edifícios construídos em igual período anterior. Todavia, e de acordo com dados mais recentes, parece ter havido um novo impulso na construção como poderemos constatar mais adiante (ver cap. Mercado da Habitação). Figura 13: Edifício de Setúbal, segundo a época de construção (1991) 5000 4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 antes de 1945 1946/60 1961/70 1971/80 1981/91 A nível do edificado, Setúbal tem assistido a um enorme crescimento, mais de 40% dos edifícios existentes em 1991 tinham menos de 20 anos e esta tendência de crescimento não deu mostras de se inverter. Uma consequência directa disto é o aumento relativo de edifícios com elementos resistentes de betão, sobretudo nas áreas exteriores ao centro histórico. Tabela 5 - Percentagem de edifícios com elementos resistentes de betão (INE 91) Freguesias N. Srª da Anunciada Stª Maria da Graça S. Julião S. Lourenço S. Sebastião S. Simão Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra Sado % 38,2 20,0 49,2 65,5 51,7 79,7 44,3 82,1 Note-se que um parque habitacional antigo não é necessariamente um parque habitacional degradado. Um indicador mais directo sobre a recuperação e/ou manutenção das habitações, seriam as estatísticas disponíveis sobre licenças concedidas para restauro de habitações e restauros realizados (Marktest – Sales Index 2000). Todavia a sua análise revela-se inconclusiva porque, como se pode verificar, o volume de restauros efectuados e licenças concedidas é diminuto. Provavelmente as estatísticas oficiais não revelam a verdadeira dimensão deste tipo de intervenção. 22 Figura 6 - Total de licenças concedidas para restauro da habitação (Sales Index – Marktest 2000) 12 10 8 6 4 2 0 1990 1991 1992 1993 Portugal 1994 1995 Distrito 1996 1997 1998 Setúbal Figura 7 - Total de restauros em habitações (Sales Index – Marktest 2000) 10 8 6 4 2 0 1994 195 Portugal 1996 1997 Distrito 1998 Setúbal A existência de edifícios vagos para demolir pode ser outra forma complementar de análise do estado de conservação do edificado. De acordo com a percentagem de alojamentos vagos para demolição, as freguesias da Anunciada e de Sado surgem destacadas. A densidade do edificado da Anunciada (1,2 edif/ha) é quase o dobro da freguesia do Sado, o que leva a crer que o impacto deste tipo de edifícios seja maior naquela freguesia. Tabela 8 – Alojamentos vagos para demolir por freguesia (%) (INE, 1991) Freguesia Anunciada GPA S Julião S Lourenço S Sebastião S Simão Sado Sta M Graca Demolir N % 102 1,42 13 0,97 5 0,08 18 0,60 154 0,85 7 0,33 24 1,29 26 0,87 23 Total Aloj. 7196 1341 6445 2984 18073 2129 1863 2996 Função Residencial dos Edifícios Assiste-se actualmente a uma terciarização do espaço do centro histórico com a fixação de espaços comerciais e de serviços em detrimento da sua requalificação habitacional. Esta desertificação conduz a alguns problemas de insegurança, mais sentidos depois do encerramento diário destes estabelecimentos. Daí que nas freguesias mais urbanas é possível encontrar uma maior percentagem de edifícios “parcialmente residenciais” e “principalmente residenciais”, claramente reveladora duma presença cada vez mais importante do comércio e serviços. Este fenómeno assume-se como uma tendência que contribui progressivamente para a desertificação e envelhecimento daquelas zonas. As freguesias mais afectadas são S. Julião, Anunciada e Stª Maria, emboras as primeiras possuam uma função residencial mais significativa. Figura - Tipo de utilização dos edifícios por freguesias (INE, 1991) 100% 80% 60% 40% 20% Exclusivamente residenciais ca G ra do M Sa ao Si a St S Se S ba st en ur Lo S m ia o co o lia Ju G PA S An un ci ad a 0% Parcialmente residenciais Principalmente não residenciais A elevada percentagem de edifícios “parcialmente residenciais” e “principalmente residenciais” registada em Stª Maria parece indicar que: Muitos edifícios no centro histórico estão registados como sendo exclusivamente residenciais ou parcialmente residenciais quando, na realidade, as parcelas destinadas à habitação servem de armazém das lojas de comércio situadas nos pisos térreos. Em Stª Maria estão localizados muitos serviços destinados à população presente naquela freguesia durante o dia. Tabela 9 – Alojamentos Familiares de residência habitual e densidade de ocupação (INE 91) Aloj. fam. de Hab/aloj res. habitual N. Srª da Anunciada 33977 2,9 Stª Maria da Graça 5690 2,6 S. Julião 2325 3,0 S. Lourenço 5289 3,1 S. Sebastião 1918 3,2 S. Simão 14804 3,0 GPA 1168 3,2 Sado 1168 3,2 Setúbal (total) 1615 3,1 Densidade de ocupação (Hab/aloj): relação entre a população residente e o número de alojamentos Freguesias 24 Como se pode verificar, a densidade de ocupação de Stª Maria é a mais baixa do concelho. De facto a terciarização da zona histórica e a consequente sobrevalorização dos terrenos dificulta a instalação de novas famílias, enquanto a população vai envelhecendo progressivamente. Tabela 10 – Densidade populacional e densidade do edificado (INE 91) Área Hab/ha Edificios Edif/ ha (hectares) N. Srª da Anunciada 2588,3 6 3129 1,2 Stª Maria da Graça 78,4 78 769 9,8 S. Julião 532,9 29 1128 2,1 S. Lourenço 4719,0 1 2379 0,5 S. Sebastião 2055,2 23 5752 2,8 S. Simão 2178,3 2 1941 0,9 GPA 2705,3 1 1268 0,5 Sado 2224,9 2 1667 0,7 Setúbal (total) 17082,3 6 18030 1,1 Densidade populacional (Hab/ ha): relação entre a população residente e a área do município Densidade do edificado (Edif / ha): relação entre o número de edifícios e a área do município Freguesias 25 Condições de habitabilidade5 Setúbal transformou-se significativamente nas últimas décadas, tendo registado um crescimento demográfico intenso, embora irregular, acompanhado naturalmente pelo próprio crescimento do edificado. Importa agora caracterizar a situação presente no que respeita às condições de habitabilidade existentes em cada freguesia, considerando o ano de 1991 como referência, dado que, como vimos, um significativo acréscimo de construção se verificou na última década, pelo que se admite que as novas construções tenham elevado o nível médio dessas condições de habitabilidade — mas não perdendo de todo de vista que a construção de novos edifícios apenas corresponde à erradicação da precariedade das condições anteriores quando ocorrem situações de realojamento. No início da década de 90, e de acordo com a informação estatística disponível (cfr. Censos 91, INE), o município de Setúbal detinha uma situação privilegiada relativamente à percentagem de alojamentos familiares de residência habitual (num total de 33.977), possuindo as condições mínimas de habitabilidade (água canalizada, saneamento e electricidade). Importa referir que em Setúbal 57,8% dos alojamentos clássicos de residência habitual estavam em 1991 ocupados pelo proprietário, pertencendo a percentagem mais elevada à freguesia de Sado (73,7%) e a mais baixa a Stª Maria da Graça (48,1%). O número de alojamentos vagos era bastante elevado no município (13,2% do total dos alojamentos clássicos). O índice global de carências, entendido como o somatório das percentagens de alojamentos deficitários em pelo menos uma das condições de habitabilidade consideradas, era para Setúbal de 18,1%, mas, em grande parte, as carências eram devidas à falta de instalações de banho. Tabela 11 - Alojamentos familiares de residência habitual, segundo o tipo de carência, por freguesia (situação em 1991 (antiga figura 18) Freguesia s/ electricidade s/ água s/ retrete s/ esgotos s/ banho Total Anunciada 1,0 2,7 4,1 1,8 9,8 19,4 GPA 3,3 26,4 11,3 13,0 18,3 72,3 S Julião 0,4 0,8 2,2 0,6 3,6 7,6 S Lourenço 1,6 7,1 3,5 3,4 8,7 24,3 S Sebastião 1,1 2,1 2,6 2,3 5,8 13,9 S Simão 1,1 7,8 3,4 2,9 10,4 25,6 Sado 3,0 13,3 5,5 5,8 12,0 39,6 Sta M Graça 0,3 0,5 4,0 0,3 10,4 15,5 Fonte: INE (1991), XIII Recenseamento Geral da População e III Recenseamento Geral da Habitação Diferenças apreciáveis podem reconhecer-se entre freguesias, não tanto em relação à importância relativa de cada um dos itens, já que a estrutura é em todas muito semelhante mas, sobretudo, em relação aos valores encontrados para cada um deles e por conseguinte em relação ao índice global, que apresenta um mínimo de 7,6% em S. Julião e um máximo de 72,3% na freguesia de GâmbiaPontes-Alto da Guerra. Se não surpreende encontrar as freguesias periféricas como as que têm mais déficit nas condições de habitabilidade, sem prejuízo de ser nelas que mais construção se tem feito 5 Este capítulo reproduz na integra o texto contido no capítulo IV.4 do Estudo “Contextos Sócio-Urbanos de Riscos Psicossociais Associados à Adolescência na Cidade de Setúbal” – LNEC/GES 1996, por se considerar actualizado face aos elementos disponíveis até ao momento. 26 (embora não se destinando à erradicação das situações de precaridade habitacional), já as diferenças encontradas entre freguesias, sobretudo no caso de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, surpreendem pela sua expressão. São sobretudo manifestas nesta freguesia as carências em termos de água canalizada no domicílio, ligação à rede de esgotos e instalações de banho. A densidade de ocupação dos alojamentos (número de indivíduos residentes por alojamento familiar de residência habitual) exprime diferenças não negligenciáveis em termos das condições de habitabilidade, mais penalizadoras para as freguesias de S. Sebastião, Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra e Sado, permitindo reforçar o quadro de desfavorecimento que se tem vindo a enunciar. De facto, de todas as freguesias mais urbanas, S. Julião apresenta uma situação (ao nível das condições de habitabilidade, idade do edificado, entre outros) francamente mais positiva do que as restantes freguesias do concelho. Mercado da Habitação e a Requalificação Habitacional As carências habitacionais apontadas pelos interlocutores parecem relacionar-se sobretudo com um desajuste do mercado, resultante da dificuldade sentida pelas populações mais carenciadas no acesso ao mercado habitacional existente. De facto, em todas as freguesias, o número de alojamentos familiares clássicos é francamente superior ao número de famílias. Tabela 12 - Relação nº de alojamentos nº de famílias (INE 1991) Freguesias Anunciada GPA S Julião S Lourenço S Sebastião S Simão Sado Sta. M Graça TOTAL Alojamentos 7218 1345 6449 2979 18071 2114 1863 3010 43049 Alojamentos familiares 7195 1341 6442 2979 18057 2114 1863 2996 42987 Alojamentos familiares Famílias Clássicos 7114 5784 1330 1187 6422 5592 2963 1958 17866 15031 2099 1176 1834 1669 2993 2408 42621 34805 Na sua globalidade, o concelho apresenta um número significativo de alojamentos vagos, apesar de se verificarem algumas assimetrias intra-freguesias, conforme se pode observar na tabela abaixo apresentada. Tabela 13 – Alojamentos vagos por freguesia (%) (INE, 1991) Freguesia Anunciada GPA S Julião S Lourenço S Sebastião S Simão Sado Sta M Graca Venda Alugar Demolir Outros Total Vagos 4,29 1,10 1,42 6,07 12,88 0,37 0,37 0,97 3,65 5,37 2,13 1,01 0,08 4,48 7,70 2,04 0,50 0,60 6,23 9,38 3,52 0,82 0,85 5,30 10,50 7,05 0,80 0,33 5,64 13,81 1,93 0,86 1,29 4,72 8,80 1,64 0,97 0,87 6,68 10,15 27 Total Aloj. 7196 1341 6445 2984 18073 2129 1863 2996 A freguesia de S. Simão destaca-se quanto à percentagem de alojamentos vagos para venda. Esse valor – 7,05% - não é surpreendente se atendermos que se registou nessa freguesia uma maior percentagem de novas construções no período intercensitário 1981-91. A própria freguesia da Anunciada aparece como a segunda com maior percentagem de alojamentos vagos para venda. No quadro da construção de edifícios para habitação, o concelho de Setúbal apresenta um volume de construção bastante superior ao aumento populacional. Estimativas apontam para um crescimento demográfico de pouco mais de meia centena de habitantes em 6 anos (1992-98). Em igual período, foram construídas 1773 habitações, sendo que o número de fogos será, naturalmente, bastante superior. Tabela 14 – Evolução da construção de habitação, volume da população e casamentos entre 19921998 (fonte Sales Index) Concelhos HB92_98 HM92_98 Casamentos 92_98 437 476 6935 3362 482 2445 1676 1780 1090 4979 1158 4682 416 29918 Alcácer do Sal 397 -1270 Alcochete 313 40 Almada 2211 1280 Barreiro 429 -3720 Grândola 537 -1480 Moita 807 4210 Montijo 510 590 Palmela 1529 4520 Santiago do Cacém 1039 -760 Seixal 2244 17010 Sesimbra 1202 2580 Setúbal 1773 620 Sines 427 580 Total 13418 24200 HB92_98 = Construções para a habitação entre 1992 e 1998 HM92_98 = Variação do efectivo de população residente entre 1992 e 1998 Casamentos92_98 = casamentos celebrados entre 1992 e 1998 Como se pode constatar, o aumento do efectivo populacional (quer por via de movimentos migratórios, quer por via do crescimento natural), não é suficiente para explicar o volume de construção para a habitação. No entanto verificamos um elevado número de casamentos que potencialmente poderão vir a constituir novos núcleos familiares. 28 Figura - Evolução entre a construção de edifícios novos para a habitação e a atribuição de licenças para construção de novas habitações. (Sales Index – Marktest 2000) 600 500 400 300 200 100 0 90 91 92 Edifícios constr. 93 94 95 96 97 98 Licenças p/ constr. Em suma, o mercado de habitação no concelho viveu um período de elevado crescimento. Exceptuando o período 1995-96, verifica-se uma sobreposição tendencial do número de licenças concedidas sobre o número de construções novas, com um aumento do significativo no final da década de 90. 29 Habitação Social e o Plano Especial de Realojamento A habitação social surge como uma das poucas soluções ao alcance das famílias mais carênciadas que vivem em habitações precárias. Foi o caso das famílias que habitavam em barracas ou habitações muito degradadas. Em 1993, no seguimento da implementação do Programa Especial de Realojamento (PER), foram identificadas 1268 barracas e/ou habitações degradadas dispersas por 25 núcleos. Nesta situação encontravam-se cerca de 3444 pessoas, o que corresponde aproximadamente a 3,3% da população residente no município. Tabela 15- Resultados do recenseamento efectuado no âmbito do PER Freguesia S Sebastião S Julião Sta Maria Anunciada Sado S Simão Total Núcleos 15 1 2 4 1 2 25 Fogos 894 31 28 273 32 10 1268 O maior núcleo de barracas inventariado foi o do Bairro Afonso Costa na freguesia de S. Sebastião com 441 barracas, seguido do Casal das Figueiras, na freguesia da Anunciada, com 184. Ambas as freguesias registavam uma média superior a 60 barracas por núcleo e, em conjunto, perfazem cerca de 98% do total de barracas do concelho. O problema da habitação surge assim nestas freguesias de uma forma mais destacada. Não surpreende pois que a execução do PER nestas freguesias esteja mais avançada, como podemos verificar na tabela abaixo apresentada. Tabela 16 – Realojamentos previstos e realizados (situação em 2000) Freguesia Previstos S Sebastião S Julião Sta Maria Anunciada Sado S Simão Total 894 31 28 273 32 10 1268 Realizados N % 530 60,0 6 19,4 13 46,4 150 54,9 12 37,5 0 0,0 711 56,5 Cerca de 70% das famílias realojadas permaneceram na sua freguesia de origem, pelo que se conclui que até ao momento não existiram grandes deslocações de população no interior do concelho. Este facto pode ser tomado em conta como atenuante do impacto social dos realojamentos. A freguesia de S. Sebastião foi o destino da maior parte (71.7%) das famílias realojadas (independentemente da sua origem). 30 As freguesias que registaram saldos migratórios mais significativos na sequência do PER foram as freguesias da Anunciada e Stª Maria. No primeiro caso, por cada família que “entrou”, “saíram” 9. Pelo seu lado Stª Maria acolheu 78 famílias, tornando-se desta forma a freguesia que registou o maior número de entradas de famílias realojada, enquanto que S. Sebastião acolheu 62 famílias. Os movimentos das famílias realojadas encontram-se descritos na tabela seguinte. Tabela 17 – Origem e destino dos realojamentos por freguesia Freg. Origem S Sebastião S Julião N 530 6 Sta Maria 13 Anunciada 150 Sado 12 Freg. Destino S Sebastião Anunciada Sta Maria PER-Fam S Sebastião PER-Fam S Sebastião Sta Maria S Sebastião Anunciada Sta Maria PER-Fam S Sebastião PER-Fam N 448 11 43 28 1 5 12 1 48 53 35 14 1 11 O PER-Famílias é uma alternativa à habitação social e permite às famílias a aquisição de habitação própria no mercado habitação. Para tal beneficiavam de uma comparticipação financeira do Município tabelada anualmente pelos ministérios das Finanças e Planeamento e Administração do Território. A generalização desta alternativa foi claramente condicionada pela inflação verificada no mercado imobiliário. No entanto foi a resposta seguida por 91,7% das famílias realojadas da freguesia do Sado. Aderiram a este projecto 58 famílias, o que corresponde a 8,2% do total das famílias realojadas. Os realojamentos dividiram-se entre bairros sociais pré-existentes e bairros novos construídos de raiz. Os novos bairros de maiores dimensões concentram-se na freguesia de S. Sebastião; mais de 76% da capacidade dos novos bairros localiza-se naquela freguesia. Este valor sobe para cerca de 95% no caso dos realojamentos em bairros antigos. Recorde-se a este respeito que a maioria das famílias realojadas em S. Sebastião já residiam nesta freguesia. Tabela 18 - Realojamentos em bairros construídos no P.E.R. (bairros novos) Freguesia S Sebastião S Sebastião S Sebastião Sta Maria Anunciada Bairros Afonso Costa Quinta de Stº António Manteigada Quinta do Freixo Quinta dos Vidais Total 31 N 167 140 102 80 47 536 % 31,2 26,1 19,0 14,9 8,8 100,0 Tabela 19 - Realojamentos em bairros antigos (pré-existentes) Freguesia S Sebastião S Sebastião S Sebastião S Sebastião S Sebastião S Sebastião Anunciada Bairros Alameda das Palmeiras Pote D'água 20 de Julho P.I.S. (Bela Vista) 2 de Abril Humberto Delgado Pescadores Total N 53 5 3 43 6 1 6 117 % 45,3 4,3 2,6 36,8 5,1 0,9 5,1 100,0 No seu conjunto e para além do âmbito do PER, o município dispõe de 2280 fogos de habitação social, distribuídos por 14 bairros sociais localizados nas freguesias de S. Sebastião, Anunciada e Santa Maria da Graça. Como se pode verificar na tabela que se apresenta de seguida, S. Sebastião concentra 95% dos fogos de habitação social existentes no município. Tabela 20 – Fogos em Bairros Sociais no Município de Setúbal Freguesias Nº de fogos S Sebastião 2630 Anunciada 56 Sta Maria 88 V/R – Venda ou Resolúvel FNF – Fracções não habitacionais Arrendamento 1812 56 87 V/R 814 0 0 FNH 107 0 0 Todavia, os realojamentos em bairros sociais camarários não constituem a única via possível. As cooperativas de habitação são outra dimensão da habitação social permitindo a aquisição por parte da população com fracos recursos de uma habitação a custos controlados. Através delas, a sociedade civil organiza-se e cria respostas com a mais valia de se tratar de habitação própria, com todas as consequências positivas que daí advêm em relação à manutenção quer das residências, quer dos espaços envolventes. No concelho de Setúbal existem 6 cooperativas com um total de habitados de 1611. Sem habitação 1027 cooperadores, habitados disponíveis 66 existentes na cooperativa CheSetúbal. Habitados em construção 124, em projecto 818. O desajustamento entre o valor sem habitação e habitação em projecto, deve-se ao facto de existir 728 cooperadores sem habitação na cooperativa do Bairro dos Trabalhadores. No entanto, face às outras cooperativas existe uma oferta razoável. 32 Notas Conclusivas A habitação é um problema transversal a todas as áreas. Não apenas pelo seu significado em termos de qualidade de vida, mas também por ser um dos elementos de maior visibilidade de degradação dessa mesma qualidade de vida ao mesmo tempo que surge como factor decisivo e importante de estruturação familiar e integração social. Os problemas relativos à habitação estão fundamentalmente relacionados com a habitação degradada, carências habitacionais, habitabilidade e deficiente planeamento urbanístico. Contudo, a requalificação habitacional e habitação social aparecem como potencialidades. A habitação degradada está relacionada com o mau estado de conservação do edificado, falta de manutenção e condições de saneamento e insalubridade. Estes aspectos reflectem as características envolventes próprias do centro histórico, onde a habitação degradada se faz mais sentir. Por outro lado, esta situação de degradação é condicionada pela facto da população residente na zona ser essencialmente idosa, com fracos recursos, tendo por isso dificuldades na conservação das habitações e, eventualmente, na sua aquisição. A terciarização do centro histórico através da implementação de espaços comerciais e de serviços é um factor que condiciona a reabilitação do parque habitacional antigo. Muitos dos edifícios no centro histórico estão registados como sendo exclusivamente residenciais ou parcialmente residenciais. Contudo, parece verificar-se que, na realidade, estas parcelas destinadas à habitação dão origem a espaços comerciais. Estas zonas estão mais expostas a um isolamento social, característico das zonas degradadas. Todavia, um parque habitacional antigo não é necessariamente um parque habitacional degradado. Um indicador indirecto é o estado de conservação do edificado, o qual infere indirectamente pelo ritmo de construção acentuada na década de 80. Em 1991, 40% dos edifícios tinham menos de 20 anos. As carências habitacionais situam-se ao nível do desajuste do mercado habitacional e dizem respeito a uma faixa da população mais carenciada. No entanto, todas as freguesias apresentam um número de alojamentos familiares clássicos superior ao número de famílias. A habitação social surge como a alternativa ao alcance das famílias mais desfavorecidas, que vivem em habitações precárias. A resposta para as famílias que habitavam em barracas ou habitações muito degradadas foi o realojamento no âmbito do PER. O Programa Especial de Realojamento surgiu em 1993, cabendo aos Municípios um papel importante em termos de resposta face aos problemas de carências habitacionais e habitação degradada. Os realojamentos realizados no âmbito do PER dividiram-se pelos bairros sociais pré-existentes e pelos bairros construídos de raiz para o efeito. A freguesia com maior concentração de realojamentos foi a de São Sebastião. Cerca de 70% das famílias realojadas permaneceram na sua freguesia de origem. Este facto é importante na medida em que constitui uma atenuante ao impacto social decorrente dos realojamentos. As cooperativas de habitação são outra dimensão da habitação social e dão resposta, através da aquisição de habitação a custos controlados, às famílias com fracos recursos. As condições de habitabilidade são diferenciadas pelas características das freguesias, sendo as periféricas as que apresentam maior déficit nas condições de habitabilidade, apesar de serem nestas que mais construção se tem feito. As freguesias mais rurais apresentam carências nos seguintes aspectos: água canalizada, ligação à rede de esgotos e instalações de banho. As freguesias mais urbanas, sobretudo a de S. Julião, apresentam uma situação positiva no que respeita às condições de habitabilidade. 33 Emprego e Formação Profissional Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área do Emprego e Formação Profissional Os aspectos mais salientados pelo painel de interlocutores no conjunto das oito freguesias do concelho neste âmbito e que são percepcionados como domínios de vulnerabilidade são: Os níveis de qualificação da população activa O desemprego de Longa Duração A precariedade Laboral e funcionamento de uma Economia Informal A falta de informação Situações de indisciplina pessoal, incapacidade de desempenho social regular e de marginalização social (falta de motivação para o trabalho, baixa auto-estima e de hábitos de trabalho, mendicidade, prostituição, alcoolismo...) Dificuldades de integração profissional de pessoas com deficiência Por sua vez, os aspectos percepcionados como domínios de actuação positivos prendem-se com: Diminuição do desemprego Adequação das intervenções de promoção do Emprego e da Formação profissional no âmbito do Mercado Social de Emprego Melhoria na execução dos Contratos de Inserção no âmbito do R.M.G. 34 Os Níveis de Qualificação da População Activa Do ponto de vista qualitativo, o sistema de emprego continua a ser marcado pela persistência das suas características estruturais, as quais manifestam alguma rigidez comportamental. Nestas características estruturais releva-se como factor de maior destaque os baixos níveis de qualificação escolar e profissional da população activa - níveis que são substancialmente inferiores à média comunitária, sendo que «... em meados desta década, Portugal possuía um peso de trabalhadores de baixas habilitações na sua população empregada da ordem dos 73% valor mais do que duplo da média europeia e, por exemplo, 12 pontos acima da Espanha, 20 da Grécia e 30 da Irlanda.»6. Estes aspectos têm como causa as longas décadas de insuficiente investimento na formação de base e na qualificação dos trabalhadores, o que fez com que Portugal possua o nível mais baixo de habilitações de toda a União Europeia. Reportando-nos à realidade local, podemos observar, no quadro abaixo, a estrutura das habilitações dos candidatos inscritos a emprego no Centro de Emprego de Setúbal e a evolução sofrida neste âmbito entre 1998 e 2000. Tabela 21 - Estrutura das habilitações dos candidatos a emprego ANOS 1998 1999 2000* N/sabe ler 445 412 389 Lê e escreve 362 306 295 4 anos escolar. 3704 3147 2939 6 anos escolar. 2352 1812 1645 9 anos escolar. 1631 1391 1322 11 anos escolar. 752 547 473 12 anos escolarid. 764 765 665 Bacharel curso médio 174 161 111 Licenciat. 315 314 265 Mestrado 1 0 0 Doutoram. 0 0 1 TOTAL 10500 8855 8105 Fonte: SIGAE - Sistema Informatizado de Gestão da área do Emprego *Dados reportados a Agosto de 2000 Setúbal + Palmela Conforme se pode avaliar pela leitura dos valores constantes do quadro, predomina uma estrutura habilitacional baixa, sendo essencialmente representativos os níveis situados entre os 4 e os 9 anos de escolaridade – destacando-se sobretudo, dentre estes, aquele primeiro nível. Importa referir que embora o nível habilitacional dos jovens seja bastante mais elevado que o dos outros grupos etários, permanece ainda significativamente elevada a proporção dos que detêm um nível não superior ao 9º ano de escolaridade obrigatória. Para além disso, acresce o facto de persistir o ingresso anual no mercado de trabalho de um número significativo de jovens que não concluíram a escolaridade obrigatória e que, cumulativamente, não possuem qualquer formação qualificante. É 6 RODRIGUES, Eduardo Ferro, Colóquio- “O Plano Nacional de Emprego”, Conselho Económico e Social, Série “ Estudos e Documentos”, Lisboa, 1998, p.18. 35 portanto inquestionável que possuímos uma estrutura de qualificação pouco favorável e que o nosso mercado de trabalho se encontra atingido por um baixíssimo potencial de adaptabilidade. Não obstante os défices acumulados na escolarização da população a taxa de escolaridade nos concelhos de Setúbal e Palmela tem vindo a aumentar consideravelmente, conforme espelham os valores do quadro seguinte: Tabela 22- Taxa de escolaridade nos concelhos de Setúbal e Palmela ANOS PALMELA SETÚBAL 1960 4,94 6,54 1981 6,12 7,92 1991 ,10 22,0 Fonte: X Recenseamento Geral da População, tomo II, INE, 1960 XI Recenseamento Geral da População – Dist. Setúbal, INE, 1981 XIII Recenseamento Geral da População – 1991, INE, 1993 Entre 1960 e 1991 a taxa de escolaridade aumentou bastante em ambos os concelhos, sendo este aumento mais notório na década de 1981/91. Em termos distritais, o valor para o distrito de Setúbal é de 21,9% em 1991 contra 6,54% em 1960 e 7,92% em 1981. Um outro aspecto que importa referir e que se enquadra nas características estruturais do mercado de emprego tem que ver com a permanência de taxas de desemprego mais elevadas nos grupos detentores de níveis de habilitação intermédios (2º e 3º ciclos), para a população entre os 25 e 64 anos. O Desemprego de Longa Duração O desemprego de longa duração (DLD) assume um particular relevo na situação portuguesa, ocupando uma percentagem muito relevante do desemprego total e possuindo uma importante componente de desemprego de muito longa duração. O DLD é particularmente intenso entre os activos com escassa escolaridade, atingindo com particular incidência os adultos jovens (entre os 25 e os 44 anos) e concentra-se mais fortemente nas mulheres. A crise industrial e a recomposição posterior do mercado de trabalho teve efeitos particularmente acentuados em certos sectores produtivos e nas regiões, como o distrito de Setúbal, onde estes aparecem mais concentrados, repercutindo-se de forma imediata num aumento da taxa de desemprego registada. Os desempregados de longa duração constituem, sem dúvida, uma das categorias de maior vulnerabilidade à pobreza, tratando-se de subconjuntos que vivem situações de particular dificuldade. A obtenção de novo emprego é difícil e as possibilidades de reconversão da actividade muitas vezes são restritas ou mesmo inviáveis. Para além disso, acabam muitas vezes por perder o direito ao subsídio de desemprego, agravando-se desse modo os seus níveis de vida e padrões de consumo. Aos problemas económicos vêm juntar-se frequentemente reflexos psicológicos particularmente difíceis de ultrapassar. 36 Por forma a se combater esta componente estrutural do sistema de emprego português, entre outras, foi traçado um Plano Nacional de Emprego (PNE), sendo uma das suas vertentes estratégicas de actuação a promoção da (re)inserção sócio-profissional e o combate ao desemprego de longa duração. A implementação do PNE tem constituído efectivamente um instrumento eficaz de combate ao desemprego e à promoção de emprego nos adultos desempregados, conforme atestam os números do quadro abaixo, onde se pode se pode observar um decréscimo significativo do número de DLD’s inscritos no Centro de Emprego de Setúbal. Tabela 23 Nº de DLD’s inscritos no Centro de Emprego DLD's inscritos 1998 5477 1999 4399 2000 4022 Fonte: Centros de Emprego- Estatísticas Mensais, Nov.2000 ANOS Não obstante os bons resultados obtidos neste âmbito pela intervenção desta metodologia PNE, ressalve-se o facto de a saída eventual do desemprego nem sempre corresponder a uma fuga à vulnerabilidade à pobreza. Os que deixam o desemprego podem ingressar no vasto conjunto dos assalariados de baixos rendimentos ou encontrar como alternativa a fragilidade da economia informal. Além disso, as situações de desemprego irão reflectir-se, de forma mediada e com efeitos a prazo, sobre os próprios recursos disponíveis por esses indivíduos na sua eventual futura condição de pensionistas. Dificuldades de Integração Profissional de Pessoas com Deficiência Dentre a diversidade das situações de exclusão face ao emprego conta-se certamente com a categoria que inclui as pessoas com deficiência física e mental e as pessoas com doenças crónicas limitativas das suas capacidades, possuindo portanto um handicap específico. Trata-se portanto de uma categoria que exige uma formação específica adaptada a cada tipo de deficiência ou de doença e a integração em empregos com condições adequadas aos seus problemas. No âmbito desta área técnica, que é a Reabilitação Profissional, o IEFP tem definida toda uma série de respostas que, tendo em conta precisamente a natureza específica desta categoria de destinatários, visa potenciar a sua (re)integração no mercado normal de trabalho. Tais respostas compreendem desde a Formação Profissional, aos Incentivos à Contratação, aos Apoios à Instalação por Conta Própria, ao Emprego protegido, às Ajudas Técnicas, entre outras. Apesar da diversificação de medidas e estruturas de apoio ao emprego existentes, nem sempre se verifica a necessária correspondência prática, tratando-se indubitavelmente de uma área que conta com algumas fragilidades, nomeadamente o peso burocrático que lhe está associado, bem como algumas resistências por parte das entidades empregadoras em acolher este tipo de público. Apresentam-se de seguida um conjunto de quadros onde se caracterizam as pessoas com deficiência inscritas nos diversos Centros de Emprego afectos à Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo. 37 Tabela 24 - Pessoas com Deficiência, inscritos nos CTE's, segundo situação Face ao Emprego, 1º Semestre de 2000, Lisboa e Vale do Tejo Homens Mulheres Total Pessoas % 1º Emprego Situação Face ao Emprego 134 105 239 18,77 Novo Emprego 587 318 905 71,09 Empregados 30 21 51 4,01 Ocupados 35 20 55 4,32 Indisponíveis 16 7 23 1,81 802 471 1273 100,00 Total Constata-se que o maior número de deficientes inscritos se encontram na situação de “Novo Emprego”, seguindo-se os que se enquadram na situação de “1º emprego”. Em suma, cerca de 90% deste tipo de público encontra-se desempregado. Tabela 25 - Pessoas com Deficiência, inscritos nos CTE's, segundo Tipo de Deficiência, 1º Semestre de 2000 Lisboa e Vale do Tejo Homens Mulheres Total Pessoas % Intelectuais Tipo de Deficiência 59 36 95 7,46 Psicológicas 67 35 102 8,01 Linguagem 12 14 26 2,04 Audição 75 77 152 11,94 Visão 91 55 146 11,47 Outros Órgãos 45 27 72 5,66 227 76 303 23,80 Músculo-Esqueléticas Estéticas 11 5 16 1,26 Outras 215 146 361 28,36 Total Fonte: SIGAE 802 471 1273 100,00 Analisando o público em causa por tipo de deficiência, verificamos que, do conjunto das deficiências discriminadas, dominam as músculo-esqueléticas, seguindo-se as de audição e visão. As deficiências estéticas são, contrariamente, as que menos afectam os deficientes inscritos nos Centros de Emprego desta região. Tabela 26- Pessoas com Deficiência, inscritos nos CTE's, segundo Habilitações Literárias, 1º Semestre de 2000 Lisboa e Vale do Tejo Habilitações Literárias Homens Mulheres Total Pessoas % 68 56 124 9,74 1º Ciclo EB 268 131 399 31,34 2º Ciclo EB 190 113 303 23,80 3º Ciclo EB 149 81 230 18,07 Secundário 107 72 179 14,06 Med/Sup 20 18 38 2,99 Total Fonte: SIGAE 802 471 1273 100,00 < 1º Ciclo EB 38 As habilitações literárias desta categoria de indivíduos situam-se sobretudo ao nível do ensino básico, destacando-se aqui o número dos que possuem o 1º ciclo, representando 31% do total dos inscritos. É de relevar também o número ainda relativamente elevado dos que possuem um nível de habilitações inferior a este 1º ciclo, estando aqui concerteza agravadas as possibilidades de colocação no mercado de trabalho. Com habilitações de nível médio ou superior estão inscritas apenas 38 pessoas com deficiência. O quadro seguinte expressa, por sua vez, a actividade dos Centros de Emprego da Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo no que se refere à colocação deste conjunto de indivíduos. Foram 55 as pessoas com deficiência colocadas, na sua maioria detendo deficiência intelectual ou “outras” não discriminadas. Tabela 27- Pessoas com Deficiência, Colocados, segundo o Tipo de Deficiência, 1º Semestre de 2000 Lisboa e Vale do Tejo Tipo de Deficiência Homens Mulheres Total Pessoas % Intelectuais 10 3 13 23,64 Psicológicas 2 0 2 3,64 Linguagem 1 0 1 1,82 Audição 7 2 9 16,36 1,82 Visão 1 0 1 Outros Órgãos 1 0 1 1,82 Músculo-Esqueléticas 4 4 8 14,55 Estéticas 0 1 1 1,82 Outras 12 7 19 34,55 Total 38 17 55 100,00 Fonte: SIGAE Atendendo ao total de pessoas com deficiência inscritos, e que são 1.273, as 55 colocações efectuadas durante o 1º semestre de 2000 representam pois uma resposta de emprego para apenas 4% do total deste universo. Reportando-nos à actividade desenvolvida ao nível do Centro de Emprego de Setúbal, desde 1999 até 2001, os resultados obtidos são os seguintes: Tabela 28- Reabilitação CTE Setúbal ANO 1999 2000 2001 Entrados no ano teletrabalho 30 2 10 0 6 0 Colocados Instalação por Estágios Conta PP ofertas Ajudas Téc. 17 0 2 3 8 3 0 4 15 3 0 4 Formação 5 2 0 Total integrações 29 17 22 As ofertas de emprego constituem pois efectivamente as respostas mais recorrentes para este conjunto de indivíduos inscritos no Centro de Emprego de Setúbal, sendo, por sua vez, as 39 colocações através do teletrabalho ou mesmo a frequência de estágios profissionais alternativas pouco expressivas em termos de resultados alcançados. No quadro abaixo são apresentados os subsídios concedidos, as pessoas beneficiadas e entidades apoiadas no âmbito da integração em mercado normal de trabalho das pessoas deficientes abrangidas pela Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo em 1999. Tabela 29 –Integração em mercado normal de trabalho; subsídios concedidos/pessoas beneficiados/entidades apoiadas/ Delegação Regional de Lisboa e V. T./1999 Total de Subsídios Concedidos 403 Subsídios Total Subsídio de Compensação 193 Prémio de Integração 105 Acolhimento Personalizado Eliminação de Barreiras Arquitectónicas Adaptação de Postos de Trabalho Total de Pessoas Beneficiadas 85 4 16 225 Total de Entidades Apoiadas 177 Nota: Foi usado como critério a data de aprovação dos subsídios/1999 e não foram consideradas as prorrogações Fonte: Delegações Regionais do IEFP A Precariedade Laboral e Funcionamento de uma Economia Informal A situação de estabilidade que em 1974-75 as leis laborais procuraram garantir e consolidar veio, no período seguinte de crise profunda do sistema produtivo, provocar uma reacção no mercado, que se traduziu na criação de postos de trabalho sob formas precárias, legais ou clandestinas, de modo a contornar os imperativos legais quanto a despedimentos, segurança social, salários mínimos, actualizações salariais e outros. É assim que a economia subterrânea floresce, os contratos a prazo se generalizam, enquanto para uma parte dos trabalhadores com contratos permanentes se desenvolve o fenómeno dos salários em atraso. À alternativa do desemprego contrapõe-se ainda certo tipo de trabalho por conta própria exercido de forma isolada em que o nível de rendimentos obtidos, bem como as condições de trabalho, é de um modo geral mais frágil do que no exercício normal de uma profissão por conta de outrém, para além do que a continuidade dos rendimentos tem um caracter muito indeterminado. Nos trabalhadores por conta própria contam-se indivíduos e famílias que têm como única fonte de recursos uma 40 multiplicidade de frágeis actividades económicas, designadamente no comércio ambulante, nas reparações ao domicílio ou em pequenos serviços de construção. A forma de funcionamento do mercado de trabalho gera, ela própria, entre a população empregada, situações de vulnerabilidade à pobreza, encontrando-se entre os grupos de maior risco certos trabalhadores por conta própria isolados, trabalhadores que auferem baixos salários, trabalhadores com salários em atraso e trabalhadores com contratos temporários. Para estes últimos a possibilidade de não verem os seus contratos renovados representa um risco permanente. O facto de não terem garantida a continuidade de trabalho pode, portanto, atingi-los não só em termos imediatos, como o desemprego, como a longo prazo, por não terem à partida assegurada a regularidade de participação nos esquemas de segurança social. Protagonistas de uma economia informal são também os assalariados não declarados que se distribuem por várias indústrias transformadoras, pela construção civil, pelos serviços pessoais e domésticos e por algumas faixas do comércio. A sua situação profissional revela-se altamente instável, sendo marcada pelo trabalho a prazo, à tarefa, em tempo parcial ou pelo subemprego, sem quaisquer garantias de continuidade. Isto acontece em empresas que mantêm um contingente oficial e outro não oficial de assalariados e também em unidades económicas que actuam elas próprias em regime de clandestinidade. Para além das consequências que daqui decorrem quanto ao tipo de vínculo destes indivíduos com o mercado de trabalho- que é mais frágil do que o dos trabalhadores precários, uma vez que não possuem qualquer contrato - a situação em que se encontram significa, também, de um modo geral, salários baixos e mesmo abaixo dos mínimos e uma situação periférica em relação aos esquemas de segurança social. Se os efeitos conjugados destes vários aspectos representam já no imediato factores de empobrecimento, a ausência de participação nos esquemas de segurança social poderá ter como consequência futura uma ainda maior precarização. Tratam-se pois de categorias que conhecem dos mais baixos padrões de escolarização, assim como de qualificações profissionais. Carências deste tipo contribuem pois fortemente para a sua exclusão do mercado de trabalho oficial. Esta realidade, que é a precariedade laboral, e o funcionamento de uma economia informal revela-se porém impossível de quantificar. No quadro abaixo apresentamos os pedidos de emprego segundo os motivos de inscrição das pessoas inscritas no Centro de Emprego de Setúbal, reflectindo esta informação alguma precariedade laboral existente no distrito. O despedimento e o fim de trabalho permanente são pois os principais motivos de inscrição no Centro de Emprego, representando cerca de 58% dos motivos expressos. Tabela 30- Pedidos de emprego segundo motivos de inscrição ANOS 1998 1999 2000* Estudante 365 161 164 Final. Estudos 199 214 197 Final. Formação 29 28 73 Ex Domést. 35 22 31 Foi Despedido 1266 1365 1372 Desped. Volunt. 77 80 123 Desped. Mútuo Ac. 754 837 952 Fim Trab. Perman. 4218 3370 3326 Reforma 13 9 5 Outros Motivos 3544 2769 1862 TOTAL 10500 8855 8105 Fonte: SIGAE - Sistema Informatizado de Gestão da área do Emprego *Dados reportados a Agosto de 2000 41 Diminuição do Desemprego Associado ao comportamento favorável da economia e ao esforço que tem vindo a ser desenvolvido ao nível do Plano Nacional de Emprego, o comportamento do mercado de trabalho apresenta-se globalmente positivo, quer em termos do crescimento do emprego quer da redução do desemprego, entre outros indicadores. No que respeita ao desemprego e, no caso particular da região de Lisboa e Vale do Tejo, tem-se registado uma diminuição progressiva deste, conforme se pode verificar pelos valores do quadro abaixo. Diminuição que, de resto, é extensiva ao continente. Tabela 31- desemprego registado Lisboa e Vale do Tejo 1997 172 024 1998 147 616 1999 130 143 2000* 113 372 Fonte:Informação Mensal do Mercado de Emprego (IEFP) *Dados reportados a Novembro Atendendo às taxas de desemprego registadas nesta mesma região entre 1997 e 1999, observa-se efectivamente uma descida gradual, conforme atestam os valores do quadro abaixo. Tabela 32- Taxa de desemprego 1997 4º Trim. 1998 4º Trim. 1999 4º Trim. Fonte: INE, Inquérito ao Emprego Lisboa e Vale do Tejo 7.4% 5.7% 5.2% Contudo esta diminuição da taxa de desemprego não esconde problemas estruturais: défices acumulados na escolarização da população; um elevado nível de sub-emprego; um grande número de empregos instáveis e atípicos; a existência de trabalhadores com baixas qualificações e reduzido potencial de adaptação e uma estrutura sectorial na qual continuam a ser predominantes actividades com uma elevada componente de mão-de-obra e com salários médios baixos. A tabela seguinte permite-nos analisar o comportamento desta variável nas várias regiões que integram as NUTS (Unidades Territoriais para Fins Estatísticas da União europeia) Tabela 33- Taxas de desemprego segundo as regiões NUTS III Desagregação Lx e Vale Oeste Grande geográfica do Tejo Lisboa Total 5,2 3,3 5,2 Homens 5,1 2,2 5,8 Mulheres 5,4 4,8 4,7 Entre 15 e 24 anos 10,4 5,9 11,9 Entre 25 e 44 anos 4,8 2,7 4,7 45 anos ou mais 4,0 2,9 4,0 Fonte: INE, Inquérito ao Emprego 42 Península Tejo de Setúbal (Médio+Lezíria) 7,0 3,9 6,6 2,6 7,5 5.9 14,1 5.2 6,2 4.3 5,2 3.0 A península de Setúbal apresenta efectivamente a taxa de desemprego mais elevada do conjunto das regiões acima discriminadas. Quanto à desagregação das taxas de desemprego por composição etária, esta mostra-nos que as percentagens mais elevadas se situam nos indivíduos entre os 15 e os 24 anos, assumindo pois o desemprego jovem uma preponderância relativamente às restantes faixas etárias. No âmbito ainda da península de Setúbal e atendendo ao desemprego registado segundo o sexo, observamos um número muito mais elevado de desemprego feminino comparativamente ao masculino. Tabela 34- Desemprego registado por sexo 1997 1998 1999 Homens 14.917 13.912 12.094 Mulheres 21.604 18.953 17.196 TOTAL 36.521 32.865 29.290 No que se refere à variável Nível de Escolaridade, e reportando-nos ainda ao quadro temporal entre 1997 e 1999, temos a seguinte distribuição: Tabela 35- Desemprego registado por nível de escolaridade Nenhum 1997 1998 1999 2.398 2.090 1.967 Básico 1ºciclo 12.190 10.930 9.861 Básico 2ª ciclo 7.856 7.022 5.859 Básico 3ºciclo 6.123 5.716 5.150 Secundário 6.184 5.439 4.861 Médio/ Superior 1.770 1.668 1.592 Total 36.521 32.865 29.290 A desagregação do número de desempregados por níveis de instrução mostra que o maior número destes se situam nos níveis mais baixos, designadamente 1º ciclo, seguindo-se o 2º e 3º ciclo. Inversamente, é no nível médio/superior que se regista o menor número de desempregados. Trata-se porém da categoria que, comparativamente às restantes, apresenta um decréscimo menos acentuado do número de desempregados. No que respeita ao número de desempregados inscritos no Centro de Emprego de Setúbal, este diminuiu de forma significativa entre o ano de 1998 e o ano de 2000, conforme se observa pelos valores constantes do quadro seguinte: Tabela 36- Número de desempregados inscritos no Centro de Emprego de Setúbal ANOS 1998 1999 2000 Desempregados inscritos 10500 8855 8046 43 Fazendo uma análise comparada do número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego da região de Lisboa e Vale do Tejo, observamos que o Centro de Emprego de Setúbal é um dos que abrange um maior número de indivíduos nesta condições, destacando-se aqui concretamente a situação de Novo Emprego – que representa cerca de 94% do total dos desempregados inscritos. Tabela 37- Desempregados inscritos nos centros de emprego da região de Lisboa e Vale do Tejo CENTROS DE Primeiro Novo EMPREGO Emprego Emprego Caldas da Rainha 250 3 136 Abrantes 262 1 882 Santarém 444 3 940 Tomar 296 1 518 Torres Novas 266 2 391 Amadora 432 9 787 Cascais 577 9 309 Lx - C.Redondo 609 6 368 Lx - Picoas 291 4 241 Loures 278 5 389 Moscavide 255 4 816 Torres Vedras 488 2 568 Vila Franca de Xira 374 5 461 Almada 301 4 910 Barreiro 659 5 335 Montijo 145 1 728 Setúbal 516 7 530 Salvaterra de Magos 206 3 165 Alcobaça 160 1 318 Sintra 436 7 328 Alcantâra 319 2 979 Benfica 369 4 097 Seixal 422 5 821 TOTAL 8 355 105 017 Fonte: Centros de Emprego- Estatísticas Mensais, Nov.2000 TOTAL 3 386 2 144 4 384 1 814 2 657 10 219 9 886 6 977 4 532 5 667 5 071 3 056 5 835 5 211 5 994 1 873 8 046 3 371 1 478 7 764 3 298 4 466 6 243 113 372 Para a compreensão mais aprofundada do desemprego por grandes grupos profissionais na área coberta pelo CTE Setúbal, dever-se-á ter em linha de conta a distinção entre os desempregados à procura de novo emprego e os inscritos à procura de novo emprego. Na realidade, a composição sócio-profissional dos que pretendem iniciar a sua activa e aqueles que já a iniciaram mas que procuram um novo emprego é diferente e ajuda a entender melhor a estrutura do desemprego total por profissões. A procura de novo emprego concentra-se na sua grande maioria nos trabalhadores da indústria e ainda nos indiferenciados, com um peso ainda significativo nas profissões ligadas aos serviços (pessoal e administrativo, serviços de segurança e pessoais e domésticos e ainda o pessoal do comércio e vendedores), sendo que a procura de um primeiro emprego se concentra também de forma muito evidente no grupo dos indiferenciados, no grupo do pessoal administrativo mas depois no grupo dos quadros superiores - o que se poderá hipoteticamente articular com os níveis de habilitação escolar atingidos pelos que procuram a inserção na vida activa. Surge, por sua vez, como hipótese de compreensão mais aprofundada dessa situação a de que a estratégia dominante dos actores na entrada para o mercado de trabalho na região se orientará preferencialmente para a inserção na vida activa pela via das profissões ligadas aos serviços ou por uma inserção mais indiferenciada nesse mercado, segundo o perfil das habilitações escolares. 44 Adequação das Intervenções de Promoção do Emprego e da Formação Profissional por Parte do IEFP no Âmbito do Mercado Social de Emprego O IEFP, norteado pelas directrizes conferidas pelo Plano Nacional de Emprego (PNE), tem dado grande incremento às políticas sociais, adoptando medidas concretas direccionadas para o apoio ao universo de pessoas que correm sérios riscos de exclusão social e profissional. Importa salientar, no âmbito específico da formação e inserção profissional, a actividade legislativa referente aos “Incentivos à Contratação”, às “Iniciativas Locais de Emprego” (ILE), ao “Apoio à Criação do Próprio Emprego”, às Iniciativas de Desenvolvimento Local”, à “Conservação do Património Cultural” (CPC), à Formação Profissional Especial”, às “Empresas de Inserção”, aos Programas Ocupacionais (POC), ao Programa “Inserção Emprego” e diversos Decretos-Lei e Portarias que regulamentam cursos de aprendizagem, de qualificação inicial e reconversão profissional e Despachos Conjuntos que visam promover o mercado social de emprego. No caso concreto do Mercado Social de Emprego, um dos programas que se tem distinguido pelo número de indivíduos abrangidos na área de actuação do Centro de Emprego de Setúbal é precisamente o Programa Ocupacional. Este tem como objectivo proporcionar aos desempregados em situação de comprovada carência económica e aos desempregados subsidiados uma ocupação socialmente útil, enquanto não lhes surgirem alternativas de trabalho ou de formação profissional, mantendo-os em contacto com outros trabalhadores e outras actividades, evitando assim o seu isolamento e a tendência para a desmotivação e marginalização. O quadro seguinte retrata a execução do programa no Centro de Emprego de Setúbal entre 1998 e 2000. Tabela 38- Execução dos programas ocupacionais no CTE Setúbal 1998 332 139 POC´S CARENCIADOS POC´S SUBSIDIADOS 1999 305 287 Nov./2000 152 110 Por sua vez, para o ano de 2001 está previsto abranger-se neste programa cerca de 108 pessoas. Em termos de resultados e na apreciação qualitativa possível, trata-se efectivamente de um programa com grandes virtualidades, apesar da precariedade das soluções que parte das vezes propiciam e de algumas acusações de distorção do mercado de emprego de que são alvo. É importante não escamotear o facto de, muito embora se tratem de programas inegavelmente úteis, comportam o risco de funcionar como protectores temporários que apenas adiam a verdadeira resolução dos problemas de integração profissional. Os Protocolos e Despachos Conjuntos, as Escolas-Oficinas e as Empresas de Inserção são igualmente medidas que se enquadram no Mercado Social de Emprego mas cuja execução no Centro de Emprego de Setúbal não se tem revelado muito significativa, conforme se pode constatar pelos valores constantes do quadro abaixo: Tabela 39 – Execução de algumas medidas no âmbito do Mercado Social de emprego no CTE Setúbal Medidas PROTOC./DES. CONJ. EMP. INSERÇÃO ESCOLAS OFICINAS 45 1998 12 0 0 1999 20 0 8 2000 12 0 5 As Empresas de Inserção, cujos objectivos se revestem de grande importância estratégica, concorrendo para o acesso à inserção sócio-profissional dos grupos mais problemáticos, não tem registado até ao momento qualquer adesão por parte das entidades promotoras. Trata-se pois de um recurso não aproveitado. De facto, nem sempre as iniciativas no terreno exploram todo o potencial da armadura legislativa existente. No que diz respeito à formação profissional, foram instituídos em 1998 os projectos de EducaçãoFormação que se enquadram no objectivo genérico de assegurar à população activa um maior cumprimento da escolaridade básica, associada a uma formação qualificante, possibilitando o acesso a desempenhos profissionais mais qualificados e abrindo mais e melhores perspectivas de educação e formação ao longo da vida. Trata-se de uma modalidade que permite, aos que abandonaram precocemente o sistema de ensino, a aquisição do 3º ciclo acompanhado de uma qualificação profissional de nível II Em 1999, por sua vez, e tendo em vista complementar o quadro de respostas integradas de educação/formação aos défices de qualificações escolares e profissionais dos desempregados – nomeadamente no que se refere à possibilidade de pessoas com escolaridade inferior ao 2º ciclo do Ensino Básico terem acesso a medidas integradas de educação /formação – é lançada uma nova modalidade de Formação Sócio-Profissional visando facultar soluções flexíveis para este tipo de público que, por esta via, pode obter o reconhecimento formal da elevação do seu nível de qualificação escolar e profissional. No âmbito desta oferta de educação e formação registou-se a seguinte actividade no Centro de Formação Profissional de Setúbal: Tabela 40-Formação Sócio-Profissional e Educação-Formação MODALIDADES Formação Sócio-Profissional Educação-Formação Celebraram em 2000 contratos de F.P. 64 59 Frequentam em Jan.2001 53 54 Quanto às metas determinadas para este eixo de intervenção no ano de 2001, são as seguintes: Tabela 41- Metas para2001das medidas Formação Sócio-Profissional e Educação-Formação MODALIDADES Formação Sócio-Profissional Educação-Formação METAS 2001 42 90 A formação profissional especial veio colmatar uma importante lacuna no campo da formação profissional visto que a maioria dos desfavorecidos não tinha acesso às acções de formação correntes, desempenhando assim a medida um papel decisivo na criação de melhores oportunidades de emprego para este tipo de público. São formandos de formação especial as pessoas pertencentes a grupos sociais desfavorecidos, vulneráveis ou marginalizados, nomeadamente desempregados de longa duração, pessoas com deficiência, minorias étnicas, imigrantes, reclusos, ex-reclusos, toxicodependentes e ex-toxicodependentes, outras pessoas com problemas de índole comportamental e, em geral, as pessoas que não atingiram o nível correspondente à escolaridade obrigatória ou se debatem com acentuadas dificuldades de aprendizagem. 46 A tradução prática desta medida na área do centro de Emprego de Setúbal é a seguinte: Tabela 42 – Formação Profissional Especial FORMAÇÃO ESPECIAL Acções iniciadas e terminadas em 2000 Acções iniciadas em 2000 e a terminar em 2001 Acções a iniciar em 2001 Nº pessoas abrangidas 18 81 72 Apesar destes factores globalmente positivos, a luta contra a pobreza e exclusão social, que tem características multifacetadas e exige tempo e investimentos humanos e materiais adequados, tem progredido a um ritmo lento e os resultados são por vezes descompensados por certas tendências económicas e sociais que favorecem a reprodução destes fenómenos. Quer dizer, apesar dos esforços, a prática acaba por se situar aquém do que seria possível no quadro do aparelho institucional e legal. Melhoria na Execução dos Contratos de Inserção no Âmbito do R.M.G. A Lei do RMG tem subjacente, fundamentalmente, o objectivo de, por um lado, assegurar aos indivíduos e famílias mais desfavorecidos, nomeadamente os que não beneficiam de outros apoios sociais, recursos que contribuam para a satisfação das suas necessidades mínimas e, por outro lado, inverter a situação de partida, ou seja, de dependência do apoio social, através do estabelecimento de contratos de inserção que permitam uma progressiva inserção social e profissional e, consequentemente, uma autonomia relativamente a esses apoios. O RMG reflecte pois as orientações para a implementação de políticas sociais activas, que envolvem em parceria o Estado, as organizações não governamentais, os parceiros sociais e as próprias pessoas, num esforço de fazer com que a situação de partida, à data do requerimento da prestação, seja alterada. A questão das parcerias deve ser colocada a dois níveis e em dois planos distintos, mas articulados entre si. Por um lado, o nível de articulação entre o Estado, os órgãos de poder local, os parceiros sociais e as instituições particulares de solidariedade social, de modo a conceber e executar intervenções em conjunto, a partir dos recursos e das experiências de cada instituição. Por outro lado, o nível de articulação sectorial, ou seja, entre os vários Ministérios, tendo subjacente a ideia de que os intervenientes devem ser definidos pela natureza das intervenções e não pela natureza dos públicos. Os beneficiários do R.M.G. não podem ser vistos como um grupo homogéneo do ponto de vista das suas características e necessidades de intervenção, como se o facto de se situarem abaixo de uma determinada linha de rendimento assim os tornasse. Daí a necessidade de pensar tipos de intervenção específicos adequados a cada caso, o que implica a participação dos Ministérios responsáveis por cada um dos sectores, como os da educação, da formação, do emprego, da saúde, da habitação, da Justiça, etc. No fundo, trata-se de conjugar esforços para encontrar ou estruturar 47 respostas adequadas às necessidades, as quais são da responsabilidade dos sectores com competências específicas em cada área. Os resultados do RMG ao nível do concelho de Setúbal e de Palmela evidenciam já resultados socialmente visíveis, sobretudo ao nível da diminuição dos abandonos escolares, da maior apetência para a frequência de acções de educação de adultos, ensino recorrente e educação extra-escolar; formação profissional, sendo o emprego, por sua vez, a área onde, embora já sejam perceptíveis consequências positivas, os resultados se revelam mais tímidos. No ano de 2000 foi posto em prática no IEFP um processo de convocação extraordinário dos beneficiários do R.M.G., em articulação com o Plano Nacional de Emprego (PNE), tendo sido emitidas ao nível do Centro de Emprego de Setúbal, um total de 1148 convocatórias. Destas convocatórias resultaram 472 atendimentos, registando-se portanto um total de 676 faltas. Os resultados alcançados no âmbito deste processo foram os seguintes: Beneficiários a quem não foi definido PPE Beneficiários que aceitaram PPE Motivo da não definição PPE foi definido ? Recusa Não reúne Indisponível condições por doença Outros motivos Sub-Total Sim 8 22 76 156 316 50 De salientar que um dos maiores constrangimentos detectados prende-se com a falta de sensibilização dos beneficiários do R.M.G. no que toca às condições que envolvem o cumprimento do seu processo de inserção profissional. A título elucidativo, refira-se a postura absolutamente passiva de muitas pessoas em termos do esforço de integração dos filhos. Têm-se detectado situações em que beneficiários requerentes há mais de um ano não fizeram até à data qualquer diligência no sentido de procurar creches ou infantários. Trata-se efectivamente de um dos grandes obstáculos à definição dos Planos Pessoais de Emprego (PPE). Acresce referir a implementação recente do programa “Inserção Emprego”, criado ao abrigo da Portaria 1109/99, de 27 de Dezembro, que irá vigorar até 2003 e que figura como uma das componentes do Horizontes 2000. Trata-se de um programa que procura responder a necessidades específicas dos beneficiários do RMG, promovendo a sua inserção social e profissional. Para além dos titulares da prestação do RMG, são também destinatários desta medida todos os membros do seu agregado familiar que não se encontrem dispensados da disponibilidade activa para a inserção profissional. Os projectos a implementar no âmbito deste programa são promovidos por instituições sem fins lucrativos que actuam no âmbito da economia social e por autarquias locais que oferecem um determinado processo de inserção sócio-profissional, constituído por duas fases que podem ser desenvolvidas em regime de alternância, designadamente: 48 fase de formação específica com a duração mínima de 250 horas, destinada à aquisição de competências adequadas ao exercício de uma actividade específica de interesse social; experiência profissional através do exercício de uma actividade de interesse social com duração de 12 meses, prorrogável por mais 6 meses. O programa integra ainda uma vertente de apoio à criação de emprego através da atribuição de um prémio de integração, no valor de 18 vezes o salário Mínimo Nacional, às entidades de Direito Privado que celebrem, no prazo máximo de 6 meses, contrato de trabalho sem termo com os participantes que concluíram um processo de inserção. As acções desenvolvidas no ano 2000 ao nível do centro de emprego de Setúbal foram as seguintes: Tabela 43- Programa – Inserção Emprego Programa – Inserção Emprego Área da Acção Nº Abrangidos Área Geográfica Período de Realização Entidades Envolvidas Higiene, limpeza e jardinagem pública 28 Setúbal Dez/2000 a Fev./2002 Junta de Freg. S. Sebastião Manutenção Adega Cooperativa 12 Palmela Nov.2000 a Jan. 2002 Adega Cooperativa Palmela Higienização e Conforto 24 Setúbal Associação Cristã Mocidade; Junta de Freg. do Sado; Junta Freguesia Gâmbia-Pontes-Alto Dez.2000/Fev.2002 da Guerra; Coop. de Habit. Económica "Bem Vindo à Liberdade" Notas conclusivas Tal como foi apontado pela maioria dos interlocutores, os níveis de qualificação da população activa são predominantemente baixos e o desemprego de longa duração é efectivamente uma característica estrutural que atinge um grande numero de indivíduos. Porém, assiste-se a um decréscimo gradual deste ultimo fenómeno, para o qual em muito têm contribuído a implementação do Plano Nacional de Emprego. A economia informal e a precariedade laboral, aspectos igualmente focados no painel de interlocutores, funcionam indubitavelmente como alternativas às situações de desemprego para estes indivíduos, não sendo esta porém uma situação que se possa quantificar. Associada a esta realidade, surge uma outra: a ausência de uma protecção social decorrente da não participação nos regimes de segurança social. O tipo de público aqui implicado está comumente associado a baixos padrões de escolarização e de qualificações profissionais, enquadrando assim todo um cenário potenciador da exclusão do mercado de trabalho oficial. 49 Situações de indisciplina pessoal e de incapacidade de desempenho social regular, relacionados com aspectos de falta motivação e hábitos de trabalho, bem como baixa auto-estima, mendicidade, alcoolismo e prostituição, foram também aspectos apontados como constrangedores pelo painel de interlocutores, o que efectivamente se confirma, embora seja difícil concretizar de forma mensurável tais aspectos. Outra das dificuldades que se comprovam prende-se com as dificuldades de integração profissional de pessoas com deficiência, não obstante a existência de diversas medidas e estruturas de apoio ao emprego. A resistência por parte das entidades empregadoras é um dos obstáculos que se coloca neste âmbito. A diminuição do desemprego é também um aspecto que se confirma pelas estatísticas oficiais, apresentando o mercado de trabalho um comportamento globalmente positivo. O número de desempregados inscritos no Centro de Emprego de Setúbal diminuiu de forma relevante entre o ano de 1998 e o ano de 2001, conforme foi referido. A metodologia preconizada pelo Plano Nacional de Emprego tem combatido precisamente este aspecto estrutural do sistema de emprego português, com resultados muito positivos até ao momento. As políticas sociais têm sido igualmente contempladas pelo PNE, conhecendo estas um grande incremento nos últimos anos. Ao nível da Formação Profissional muitas acções têm sido concebidas para um público que corre sérios riscos de exclusão social e profissional, apostando-se num aumento das suas qualificações escolares e profissionais – como é o caso dos cursos no âmbito da Educação Formação e SócioProfissionais. A oferta formativa existente a este nível revela-se pois ajustada às necessidades evidenciadas pelo público da região, o que contraria a opinião manifestada pelos interlocutores da Junta de Freguesia da Anunciada de a formação existente ser desadequada. Em contrapartida, e tal como foi apontado por estes mesmos interlocutores, comprova-se a necessidade de criar Empresas de Inserção, sendo esta efectivamente uma medida que não tem tido até à data qualquer expressão na área do Centro de Emprego de Setúbal. 50 Acção Social Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área de Acção Social Os principais problemas identificados nas oito freguesias do concelho, ao nível do diagnóstico da acção social, situam-se : No Isolamento da População Idosa Na insuficiência de Equipamentos Sociais para a população idosa, deficiente e crianças e jovens Na precariedade económica das famílias No número de situações de desemprego e baixas reformas Na acentuada dependência do sistemas de saúde e protecção social Ao nível das potencialidades foram referenciadas: A boa articulação inter-serviços como sejam Centros de Saúde; IPSS; Centro de Emprego e Segurança Social A criação de algumas respostas ao nível de Centros de Dia e Apoio Domiciliário, nomeadamente, nas Freguesias de S. Julião, Anunciada e S. Lourenço e a criação de um novo Lar em Azeitão Criação do RMG Do conjunto das oito freguesias verifica-se que o isolamento da população idosa, associado aos problemas de saúde e falta de recursos económicos, surgem como problemas transversais em todas as freguesias. A falta de recursos económicos surge normalmente ligada a situações de desemprego, baixas reformas e emprego precário. A precariedade económica faz acentuar o recurso e a dependência dos sistemas de saúde e protecção social. A falta de equipamentos sociais surge também como uma constante nas oito freguesias, embora o problema tenha sido mais referenciado na área da infância, sobretudo nas freguesias da Anunciada (onde se verificam listas de espera nas valências de creche e amas) Santa Maria, S. Julião e S. Lourenço. A falta de cobertura de equipamentos sociais na área de idosos, nomeadamente, na valência de Apoio Domiciliário foi mais referenciada nas freguesias de S. Sebastião, Gâmbia e Pontes. É de salientar ainda os problemas da desestruração familiar ligados a casos de negligência, maus tratos, incidência de famílias monoparentais, problemas de toxicodependência referidos nas freguesias da Anunciada e S. Sebastião, Sado Gâmbia e Pontes. 51 Isolamento da População Idosa O Isolamento da população idosa foi identificado como associado à falta de apoio familiar no plano afectivo, à falta de acompanhamento técnico e apoio institucional às famílias. Importa ainda salientar que outros factores, como sejam as condições de habitação, a dificuldade no acesso aos serviços e cuidados de saúde, contribuem também para os problemas de solidão e o isolamento social dos idosos. Isolamento este que se agrava ainda pelo grau de dependência económica, pelas baixas reformas que conduzem à grande dependência do sistema de protecção social da Segurança Social . Valor médio mensal das pensões (em escudos) 45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 1994 1995 Setúbal 1996 Distrito 1997 1998 Portugal Verifica-se que o valor médio das pensões (sobrevivência, invalidez e velhice) no concelho de Setúbal se situa na ordem dos 39.000 escudos e é ligeiramente superior em relação à média do país (33.000 escudos). Valor médio mensal das pensões de velhice (em escudos) 50000 45000 40000 35000 30000 25000 20000 15000 1994 1995 Setúbal 1996 Distrito 1997 Portugal 52 1998 As baixas reformas da população idosa foram identificadas como um dos problemas de maior incidência ao nível do concelho. Estes dados confirmam essa realidade. O valor médio das pensões de velhice situa-se na ordem 45.000 escudos, sendo ligeiramente superior em relação à média do país (37.000 escudos) e do distrito (44.000 escudos). Percentagem de população pensionista (com base em projecções demográficas para 1995 – Marktest, Modelo 2) 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 1994 1995 Portugal 1996 1997 Distrito 1998 Setúbal Percentagem de população pensionista por velhice (com base em projecções demográficas para 1995 – Marktest, Modelo 2) 18,00 16,00 14,00 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 1994 1995 Portugal 1996 1997 Distrito Setúbal 53 1998 Da análise dos dois gráficos constata-se que a percentagem de população pensionista por velhice (13%) apresenta algum peso face ao total de pensionistas no Concelho (22%). Os baixos níveis de reformas foram um dos problemas de maior incidência identificados nas oito freguesias. A análise dos quadros permite-nos observar que o nível médio das pensões no concelho de Setúbal, embora se situem num nível relativamente superior em relação ao resto do País e do Distrito, são manifestamente escassos para suprir as necessidades das populações em grave carência económica. Tabela 44- Níveis de Reforma Concelho de Setúbal N Inferior à mínima Regime Geral % do 1301 8.3 Distrito de Setúbal N % 13440 10.85 Igual à mínima do Regime 4442 28.2 Geral 36299 29.30 Inferior ou igual ao S.M.N. 6489 41.2 47495 38.34 Superior ao S.M.N. 3525 22.4 26660 21.52 Fonte: CNP/99 Considerando o valor de referência do SMN (Salário Mínimo Nacional), observa-se que, no concelho, 41% das pensões se situam abaixo ou são inferiores ao S.M.N. (Esc. 63.800). O sistema de segurança social é caracterizado pelo baixo nível das prestações sociais e em particular das pensões de reforma. O valor baixo das pensões prende-se com os valores dos salários registados em nome dos beneficiários e sobretudo com a curta duração das carreiras contributivas. Taxas de Cobertura da Rede de Equipamentos Sociais Equipamentos para Infância e Juventude Os equipamentos sociais destinados à Infância e Juventude compreendem as valências de: Creche, Creche Familiar Jardim de Infância, Centros de ATL, Centros de Acolhimento, Centros de Acolhimento Temporário, Lares para Crianças e Jovens Privados de Meio Familiar Normal. 54 Sines Setúbal 12,37% 22,34% 53,24% Sesimb Seixal ATL S. Cacém Jardim de Infância Palm. Creche Montijo Moita Grând. Barreiro Almada Alcoch. Alcácer 0% 20% 40% 60% 80% 100% As taxas de cobertura na área de Infância e Juventude apresentam no seu conjunto um razoável grau de cobertura no concelho de Setúbal e comparativamente a todo o distrito: 22,% na valência de creche; 53% na valência de Jardim de Infância e 12,% em Centros de ATL 53% 38% 22% 15% 10% 12% Creche 1994 Taxa Jardim de Infância Atl 2000 Taxa 55 Entre 1994 e 2000 as taxas de cobertura nas valências de Creche, Jardim de Infância e ATL, aumentaram, respectivamente, 7 %, 15%, e 2 %. No entanto, apesar deste aumento, a oferta continua a ser inferior em relação à procura como se identificou nas 8 freguesias e especialmente na freguesia da Anunciada onde existem listas de espera na valência de creche. Considerando as insuficiências diagnosticadas poderá concluir-se que existe um desequilíbrio na localização dos equipamentos. Equipamentos para Crianças e Jovens em Situação de Risco No concelho de Setúbal têm vindo a acentuar-se o numero de casos recenseados de crianças e jovens em situação de risco decorrentes de situações de abandono, negligência e maus tratos e outros ocorrências. Os Lares para Crianças e Jovens e Centros de Acolhimento Temporário são equipamentos que se destinam-se a dar resposta a esta problemática. No Concelho de Setúbal existem actualmente 4 Lares para Crianças e Jovens, com uma capacidade de 128 lugares, o que se considera uma razoável cobertura, e um Centro de Acolhimento com uma capacidade de 12 utentes. Equipamentos e Serviços Para Pessoas Portadoras de Deficiência São equipamentos destinados a desenvolver actividades para jovens e adultos com deficiência grave e profunda, com o objectivo de: Estimular e facilitar o desenvolvimento das suas capacidades Facilitar a sua integração social No concelho de Setúbal existem : Um Lar Residencial para Deficientes com uma capacidade para 12 utentes Dois Centros de Actividades Ocupacionais (CAO) para 75 utentes Um Centro Sócio-Educativo com capacidade para 140 utentes 56 Serviços e Equipamentos para Idosos 14,00% 12,00% 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% Lar Centro/Dia Si ne s a br l si m Se ix a Se tia go el a Sa n Pa lm on tij o M M oi ta iro rre Ba ad a m Al Al ca ce r Al co ch et e 0,00% Apoio Domiciliário Fonte : SSR/Setúbal, 2000 Como se verificou, o concelho de Setúbal apresenta já alguns sinais de envelhecimento no topo da pirâmide etária. À falta de equipamentos para a área dos idosos foi um dos problemas apontados mais sentidos em todas as freguesias do concelho. Na verdade, os dados confirmam as baixas taxas de cobertura no concelho: 3,9 % Lar 2,2%, Centro de Dia, 2,1% Apoio Domiciliário, apresentando 57 também comparativamente a todo o distrito, uma das mais baixas taxas de cobertura. Estes dados revelam a insuficiência de respostas em todas as valências. 5% 4,00% 4% 4% 3% 3% 2,75% 2,32% 2,33% 2,05% 2% 2% 1,17% 1% 1% 0% 1994 1999 Lar C.Dia Ap. Dom. Constata-se que tem sido reduzida a capacidade de resposta para equipamentos para a população idosa. Entre 1994 e 1999 registaram-se aumentos insignificantes em termos de cobertura; 1% apenas, tanto para a valência de Apoio Domiciliário como na valência de Lar. A procura de solução para este problema tem sido a proliferação de um grande número de Lares lucrativos, muitos dos quais a funcionarem sem alvará e com um fraca qualidade de prestação de serviços. Lares Para Idosos noConcelho de Setúbal Tabela 45 Estab. Lucrativos com Alvará/IPSS/Est. Oficiais Estab. C/ Fins Lucrativos e Alvará IPSS Est. Oficiais Total Fonte: SSR/Setúbal, 2000 Nº Capacidade 2 156 4 203 1 60 7 419 % 37,24 48,45 14,32 100,00 Observa-se que no concelho de Setúbal existem actualmente 7 lares para idosos, sendo 2 lucrativos, 4 de IPSS, 1 Estabelecimento Oficial da Segurança Social. Nos lares lucrativos apenas foram considerados os com alvará e licença de funcionamento. Estes dados expressam o predomínio da oferta privada face à escassez de respostas da oferta pública. Dependência do Sistema de Protecção Social 58 A falta de recursos económicos associada aos problemas de desemprego, baixas reformas e problemas de saúde, configuram a dependência dos serviços de apoio e protecção social e foram dos problemas mais referidos no conjunto das oito freguesias. Os dados a seguir apresentados, embora se reportando à amostra reduzida, de 513 fichas de processo familiar das pessoas que recorrem aos serviços de atendimento da acção social do concelho de Setúbal, traduzem aquela realidade e tipificam um tipo de população mais vulnerável e carenciada que se caracteriza por: Baixo nível de escolaridade; Maioritariamente na situação de desemprego e auferindo baixas pensões e vínculo precário de trabalho; Problemas apresentados ao nível da saúde e profissionais; Pessoas isoladas e famílias monoparentais. Destas 513 famílias fazem parte 1364 elementos, dos quais 59% são do sexo feminino e 41% do sexo masculino. População por Faixa Etária 30% Percentagem 25% 20% 15% 10% 5% 0% [0 , 2] [3 , 5] [6 , 15] [16 , 24] [25 , 44] [45 , 54] [55 , 64] [65 , ...[ Faixa Etária As faixas etárias com maior número de elementos distribuem-se respectivamente do seguinte modo: dos 25 aos 44 anos com 24% (330 elementos), seguindo-se dos 6 aos 15 anos com 20% (271 elementos) e ainda dos 16 aos 24 anos com 14% dos elementos (190). Salienta-se ainda o facto da população com 45 e mais anos, representar apenas 30% da população que recorreu aos serviços. Tabela 46 - População segundo as Habilitações Literárias Habilitações Literárias Sem Informação Sabe ler e escrever sem ter frequentado Não Frequenta/Nunca Frequentou mas tem idade... Analfabeto 1º Ciclo (Incompleto) 1º Ciclo (Completo) 59 Nº 129 25 1 145 210 364 % 11 2 0 12 18 31 2º Ciclo (5º e 6º Ano) 3º Ciclo (7º, 8º e 9º Ano) Complementar (10º, 11º Ano) Secundário (10º, 11º e 12º Ano) Curso Médio Curso Superior Ensino Especial Total 168 81 30 21 3 2 3 1182 14 7 3 2 0 0 0 100 Verifica-se um baixo nível de escolaridade: 12% da população é Analfabeta; 31% da população tem o 1º Ciclo Completo; 18 % o 1º Ciclo Incompleto ; 14% o 2º Ciclo Completo e apenas 12% possui o 3º Ciclo ou mais . É de salientar que não existe informação sobre as habilitações literárias de 11% da população. Pessoas Isoladas segundo a Ocupação 40% 35,94% 33,59% 30% 20% 13,28% 10% 6,25% 3,91% 2,34% 2,34% 2,34% ra s l na sta Fo rm Pr O of iss ut io ni io ns Pe em es D Tr ab al ha pr eg do ad r o 0% Em relação à ocupação das pessoas isoladas verifica-se que 36% da população é pensionista e 34% da população é desempregada, seguindo-se os trabalhadores. Foram diagnosticados pelos técnicos 1949 problemas, definidos da seguinte forma: Tabela 47 – Problemas diagnosticados pelos técnicos do RMG Problemas N % Económicos 570 29 Profissionais 363 18 Saúde 18 356 60 Outros 660 35 Total 1949 100 Considerou-se: Problemas económicos: insuficiência de rendimentos, baixas pensões; Problemas de saúde: doença, doença psíquica, toxicodependencia, alcoolismo, deficiência; Problemas profissionais: desemprego, trabalho incerto, baixa qualificação profissional; Outros: educação, problemas familiares e pessoais, protecção social. Em relação às 513 famílias foram previstas um total de 870 acções das quais 399 são de apoio económico, o que corresponde a 46% do total de acções a desenvolver. Os dados permitem-nos observar que existe um conjunto circunscrito de problemas maioritariamente relacionado com situações de doença e de ordem profissional e revelam que as pessoas procuram os serviços essencialmente para garantir uma ajuda financeira, o que traduz a insuficiência dos sistemas de protecção social. No diagnóstico segmentado pelas áreas do desemprego, saúde e demografia é desenvolvida uma análise mais detalhada de caracterização deste tipo de população. Crianças e Jovens em Risco Acompanhadas pelas Comissões de Protecção de Menores (CPM) no Distrito de Setúbal (1º Semestre 1999) Embora não tenha sido identificado pelo painel de interlocutores como um problema a nível de concelho, considera-se pertinente, porque surge com algum peso a nível distrital a introdução de alguns dados de caracterização e identificação das crianças e jovens em risco. Perante o elevado número de menores em situação de risco sinalizados por diversas entidades tais como, Tribunais, Hospitais, Escolas, o Estado tem procurado em parceria com Instituições e outras Entidades desenvolver respostas sociais às situações de risco que envolvem crianças e jovens. Tabela 48 – Crianças por Grupo Etário Grupo Etário 12 39 22 79 72 Total Distrito 35 101 108 365 366 224 975 Setúbal < 1 ano 1a3 4a6 7 a 12 13 a 18 Total 61 Destaca-se assim: O elevado número de crianças e jovens em situação de risco, sinalizados no Concelho de Setúbal, que apresenta o maior número de casos (224) em relação a todos os outros concelhos do Distrito. Uma grande e significativa incidência de crianças e jovens dos 7 aos 12 anos. Uma elevada incidência de menores dos 13 aos 18 anos. 62 Tabela 49 – Tipologia das situações dos menores em risco (CPM) Tipologia das situações Setúbal Total Distrito Maus Tratos 17 122 Absent Escolar 7 258 Neglicência Grave 14 188 Comport. Desviantes 15 82 Abuso Sexual 3 12 Abandono 18 62 Outras Situações de 150 Risco 232 Total 956 224 O Quadro relativo às crianças por tipo de causas permite salientar alguns factos relevantes em relação ao concelho de Setúbal: Os maus tratos e o abandono são as situações de risco que mais afectam os menores; Na tipologia de “ outras situações de risco “ tem elevada incidência as situações de mendicidade, agressão, conflito familiar, carência económica, prática de furtos, etc. Relativamente às medidas aplicadas, podemos observar que a “Inserção na família natural” constitui 47 % (62) do universo das medidas aplicadas. Temos de seguida a “colocação em lar” de crianças e jovens com 12 % (16) e a “formalização da guarda do menor” com 10 % (13). Convém ainda referir a categoria “outras medidas” com uma aplicação de 5 % (6) incluindo-se a entrega das crianças e jovens a terceiros (tios, madrinhas). 63 Figura - Medidas aplicadas 6% 5% outras 10% 9% Arquivados sem medida 1% 0% Encaminhamento para adopção Acompanhamento por serviços diversos 45% 2% 5% 4% Enviados a outras comissões 7% 6% Enviados a tribunal Formalização da guarda do menor 4% 10% 4% 5% Colocação em centro de acolhimento 1% Colocação em famílias de acolhimento 0% Colocação em lar de crianças e jovens 4% 12% 12% Inserção na família natural 0% 5% 10% 47% 15% 20% 25% Setúbal 30% 35% 40% 45% 50% Distrito Da avaliação efectuada pela CPM será de destacar um elevado número de situações de crianças e jovens em risco. Apesar das medidas incidirem na colocação em família natural verifica-se um déficit de respostas de equipamentos e serviços sociais, destacando-se como resposta prioritária a implementar a criação de Centros de Jovens (a partir dos 10 anos de idade) e Equipas de Rua para apoio às famílias e menores em risco. Notas Conclusivas O diagnóstico efectuado ao nível da acção social permite-nos constatar que os principais problemas identificados se centram em torno de duas dimensões: por um lado, uma insuficiente rede de cobertura de equipamentos sociais ajustados às realidades actuais, por outro, ao nível dos fracos recursos económicos das populações e em especial a mais idosa. 64 O diagnóstico efectuado permite-nos concluir que: Existe uma elevada percentagem de população, sobretudo idosa, afectada por problemas de precariedade económica, associados a baixas reformas, situações de desemprego e trabalho precário. As baixas reformas, sendo que o valor médio da pensão de velhice se situa na ordem de 45.000 escudos, manifestam-se insuficientes para fazer face a situações de doença e acentuam a grande dependência dos sistemas de saúde e protecção social. O tipo de problemas apresentado pela população que recorre aos serviços de atendimento da acção social resultam maioritariamente de dificuldades económicas (29%), problemas de desemprego e trabalho precário (18%), doença (18%) e outras situações (35%). O isolamento social sentido pela população mais idosa surge associado à falta de apoio familiar e apoio institucional às famílias e ainda às condições precárias de habitação. Das pensões de reforma, 41% situam-se abaixo ou são iguais ao salário mínimo nacional, com dados de referência ao ano de 1999 (63.800 escudos). Os valores médios das pensões de reforma no concelho (39.000 escudos) são ligeiramente superiores em relação à média do distrito (40.000 escudos) e do país (33.000escudos). Verifica-se um elevado número de crianças e jovens em situação de risco sinalizados no concelho, (224 casos), registando o maior número em relação a todo o distrito com elevada incidência no escalão etário dos 13 aos 18 anos. Apesar do aumento do número de lugares criados, na área da Infância: (7% em creche; 15% em Jardim de Infância e 2% em ATL) as taxas de cobertura dos equipamentos sociais são ainda insuficientes face às necessidades identificadas. São os estabelecimentos particulares lucrativos (37,2%) e as IPSS (48,4%) que detêm um peso preponderante na oferta de lugares nas respostas a equipamentos para a população idosa. A insuficiente rede de cobertura de equipamentos sociais para a população idosa nas valências de lar e apoio domiciliário, uma das percentagens mais baixas do distrito; 3,9% em Lar; 2,2% em Centros de Dia e 2,1% em Apoio Domiciliário. Insuficiente cobertura para as novas problemáticas da sida e da toxicodepêndencia. Verifica-se uma cobertura razoável na área da infância: 22% creche, 53 % em J. Infância 12% em ATL. Face às necessidades levantadas, pode concluir-se que existe um desequilíbrio na localização dos equipamentos. A criação do RMG é encarada como aspecto positivo e permitiu a resolução de problemas para a inserção social. De assinalar uma boa articulação inter-serviços, e IPSS, o dinamismo associativo e de trabalho em parceria. O envelhecimento da população e as transformações da estrutura familiar impõem novos desafios à acção social e à forma de intervenção social. Preconiza-se uma reorientação da políticas sociais mais ajustadas à realidade social. 65 Saúde Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Saúde Os principais problemas e potencialidades identificados no conjunto das 8 freguesias do concelho ao nível da Saúde foram respectivamente: A morosidade da Saúde; Os custos da Saúde; Falta de respostas das unidades de saúde no que concerne às doenças mentais, HIV/Sida, Alcoolismo, e Toxicodependência; Gravidez na adolescência; Aumento das doenças do foro mental; Aumento nos casos de Alcoolismo; Maior numero dos casos de SIDA. As principais potencialidades referenciadas no conjunto das 8 freguesias do concelho foram: Diminuição do fenómeno da toxicodepêndencia; Boa articulação e colaboração ao nível das instituições de Saúde; Maior Visibilidade dos casos de Toxicodepêndencia e SIDA. As Freguesias de Sta. Maria, S. Julião, S. Simão e S. Lourenço referem como principais potencialidades o bom funcionamento dos Centros de Saúde, dando como exemplo a existência das consultas especializadas, responsáveis por uma maior integração das respostas dadas face aos problemas da comunidade local. Também as freguesias do Sado, S. Sebastião, Gâmbia – Pontes – Alto da Guerra evidenciam a boa articulação entre as estrutura de saúde, com especial evidência para os Centros de Saúde e Centro de Apoio a toxicodependentes, o que permite uma maior visibilidade dos casos de SIDA e Toxicodepêndencia. Já a freguesia da Anunciada, além de enfatizar a boa articulação dos diversos serviços de saúde, refere como factores positivos a excelente parceria existente entre o pessoal da saúde escolar, as escolas e as Instituições Privadas de Solidariedade Social, permitindo o cumprimento do programa de vacinação e um apoio continuo de cuidados de saúde, aprofundado pelas trocas de experiências e informações entre os vários serviços. É importante também referir que a freguesia da Anunciada conta neste momento com 3 comunidades terapêuticas e um grupo de alcoólicos anónimos que se reúne frequentemente nas instalações da Junta de Freguesia. 66 Quanto aos principais problemas identificados pelas 8 freguesias do Concelho de Setúbal, estes dividem-se em duas áreas primordiais: Problemas relativos às instituições de saúde propriamente ditas; O fenómeno da Toxicodependência, gravidez na adolescência e os principais problemas de saúde que afectam a população do Concelho. No que concerne às instituições de saúde, os principais problemas identificados pelo painel de interlocutores são, sobretudo, a morosidade dos cuidados de saúde, pautados por alguma escassez de recursos (essencialmente ao nível da doença mental, toxicodepêndencia e alcoolismo), mas principalmente por significativas listas de espera nos hospitais. Os custos da saúde, face a uma população envelhecida e com parcos recursos económicos e muito dependente das estruturas de saúde publica, bem como a necessidade de maior apoio domiciliário, melhores acessos às estruturas de saúde e a necessidade de um hospital de retaguarda, são também aspectos importantes referenciados pelo painel de interlocutores. Os principais problemas de saúde referentes à população do concelho abarcam o fenómeno da Toxicodepêndencia, relacionando-se este com a Sida e sua propagação. A preocupação pelo número de mães adolescentes e o seu progressivo aumento, foi uma questão referenciada pela generalidade do painel de interlocutores. 67 Saúde A Organização Mundial de Saúde define Saúde como “um estado de completo bem estar físico, psíquico, moral, social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. As questões relativas à saúde revelam-se de uma importância social extrema, uma vez que delas depende o bem estar da população e o consequente desenvolvimento das actividades económicas, políticas e sociais características de uma região e a utilização das reais capacidades dos seus habitantes. O próprio grau de desenvolvimento de um país é medido tendo em conta alguns indicadores de saúde, tais como a taxa de mortalidade, natalidade ou as estruturas físicas e humanas e a sua correspondência em termos de modernidade e cobertura da área populacional. Estruturas de Saúde do Concelho Ao nível de estruturas de saúde o concelho de Setúbal possui os hospitais de S. Bernardo (Distrital) e o Hospital Ortopédico Santiago do Outão (Distrital), os centros de saúde de S. Sebastião, subdividido em 4 extensões e do Bonfim, também com 4 extensões. Relativamente à problemática da doença/deficiência mental, no que se refere à integração e ocupação do cidadão com doença/deficiência mental existe no concelho de Setúbal a Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) assim como, a Associação de Saúde Mental Dr. Fernando Ilharco . Ao nível da Toxicodependência, o concelho de Setúbal conta com uma estrutura oficial o Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT), o qual tem uma extensão em Almada e âmbito distrital. No concelho existem 4 comunidades terapêuticas particulares protocoladas pelo Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência (SPTT) com um total de 62 lugares, 2 apartamentos de reinserção para 11 utentes. Relativamente a respostas para a problemática da SIDA, a Cáritas Diocesana tem um centro de acompanhamento para 120 utentes e um serviço de apoio domiciliário para 36 utentes. De salientar que o distrito de Setúbal é o 3º a nível nacional em casos de HIV/SIDA. Os dois Hospitais Distritais do concelho (junto com os Hospitais mais recentes, Garcia da Horta em Almada e Nossa Sr.ª do Rosário, no Barreiro), permitem à Península de Setúbal possuir equipamentos com verdadeira dimensão distrital, com uma capacidade total de 1763 camas, número adequado aos rácios tecnicamente exigidos de 2 camas de agudos por cada 1000 habitantes. Porém as especialidades existentes não são ainda as exigidas, a nível quantitativo e qualitativo, por um hospital distrital, numa oferta hospitalar quase exclusivamente de responsabilidade pública. Não existe nenhum Centro de Alcoologia em todo o distrito de Setúbal, estando a população dependente nesta área dos equipamentos localizados em Lisboa. 68 Hospitais Concelhios Como veremos em seguida, numa análise mais detalhada aos hospitais do concelho, verificamos nestes um crescimento anual da sua capacidade e o contínuo esforço dos mesmos na procura de um melhor e mais rápido serviço junto da população que servem. Porém o próprio carácter distrital dos mesmos e a dimensão populacional que abrangem, aliada à necessidade de melhores recursos e maiores estruturas físicas, contribuem de forma inequívoca para e existência de listas de espera consideráveis e para uma persistente morosidade na assistência às populações. O Hospital Ortopédico Santiago do Outão abrange, em termos de área geográfica, os concelhos de Setúbal, Palmela, Alcácer do Sal, Grândola, Sines e Santiago do Cacém, possuindo uma lotação de 123 camas. Atende, em média, 2785 doentes por ano, divididos pelos serviços de Urgências, Consultas Externas, Medicina Física e de Reabilitação, Imalogia, Ortopedia, Bloco Operatório e Internamento. Tabela 50 – Movimento assistencial do Hospital Ortopédico do Outão Internamento Consulta Externa Urgência Bloco Operatório Medicina Fisica e Reabilitação Imagiologia Laboratório 1998 2705 25498 15575 2295 120067 27643 26798 1999 2823 26350 16159 2321 117364 34611 29039 Verificamos que o movimento de assistência no Outão cresceu de 1998 para 1999 em quase todas as suas áreas de intervenção. O elevado movimento reflecte o carácter distrital do Hospital, bem como a sua especialização em Ortopedia, característica que o torna único em todo o Distrito. Um dos problemas sentidos pelos Hospitais do Concelho é a sobrelotação dos seus serviços, agregada aos efectivos Hospitalares, factores impossibilitadores de um atendimento mais rápido às múltiplas solicitações, gerando listas de espera nas diversas áreas. 69 Lista de Espera do Hospital Ortopédico do Outão 30000 26531 25000 20000 15000 Nº de Doentes 10000 5000 2182 531 0 Cirurgia Ortopedia Consultas Externas O Hospital do Outão conta com listas de espera que abrangem principalmente os serviços de Ortopedia e Consulta Externa (1ªs e Subsequentes), situando-se o tempo de espera entre os 2 e os 20 meses. O Hospital de S. Bernardo abrange os concelhos de Setúbal, Palmela, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, e apresenta uma lotação de 370 camas, com um movimento ao nível dos Internamentos de 16 937 utentes/ano, segundo dados referentes ao ano de 1996, fornecidos pela Direcção Geral de Saúde. É de referir que o Hospital conta com 180 médicos, divididos por uma série de valências de atendimento, das quais são exemplo a Hemodiálise, Psiquiatria, Medicina Física e de Reabilitação, Fisiatria, Oftalmologia, Urologia e Pediatria. Tabela 51 - Movimento assistencial do Hospital Distrital de Setúbal Internamento Consulta Externa Urgência Cirurgias Pequenas Cirurgias Imagiologia Med. F. e Reabilitação (tratamentos) 1998 12199 95959 106336 4948 5169 92108 154115 1999 13076 107495 109457 5672 5213 96122 173607 A evolução do movimento de assistência no Hospital de S. Bernardo tem sido moderada, à excepção das Consultas Externas, com um aumento significativo de 1998 para 1999 (passou de 95 959 para 107 495). 70 Lista de Espera do Hospital Distrital de Setúbal 20000 18000 16000 14000 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 18880 Nº de Doentes 730 661 Cirurgia Psiquiatria (Insc. / Subs.) Consultas Externas ( Inscritos) Quanto às listas de espera do Hospital de S. Bernardo, apresentava em 1999, ao nível das Consultas Externas, 18 880 inscrições e 59 422 consultas subsequentes. O tempo mínimo de espera por serviço situava-se na ordem dos 7 dias (Anestesiologia), enquanto que o período máximo era de 343 dias (Medicina II). Centros de Saúde do Concelho Os dois Centros de Saúde de Setúbal são, a seguir aos hospitais, as maiores estruturas de saúde do concelho, não impedindo, no entanto, em muitos casos, que os seus utentes recorram em primeira instancia às urgências dos Hospitais, não explorando totalmente as capacidades de resposta dos Centros de Saúde existentes. Apesar do seu crescimento gradual, relativamente à capacidade de atendimento e às especialidades abrangidas, os Centros de Saúde continuam a evidenciar um elevado número de utentes sem médico de família, além de um rácio elevado médico/nº de utentes em algumas especialidades. 71 Utentes inscritos no Centro de Saúde de S. Sebastião em 1998 70000 61501 53704 60000 50000 40000 30000 20000 10000 0 26370 18841 8493 7419 2731 10797 647 Extensão de Santos Extensão da Terroa Extensão do Sado Nicolau Ut. com Médico Ut. sem Médico Total Total Utentes Relativamente aos dois Centros de Saúde existentes e analisados mais detalhadamente em seguida, S. Sebastião divide-se nas extensões de Santos Nicolau, Terroa, Sado e Faralhão, enquanto que o Centro de Saúde do Bonfim, possui as extensões de Santa Maria, Praça da Republica, Viso e Azeitão. O Centro de Saúde de S. Sebastião, onde prestam serviço 25 médicos, registou em 1998 um total de 106 807 consultas, principalmente de clinica geral . Tabela 52 - Centro de Saúde S. Sebastião (25 médicos)- Tipo de consultas por médico de clinica geral em 1998 Saúde Adultos Saúde Ínfantil Planeamento Familiar Saúde Materna PAC Total Nº Consultas 79177 7137 4168 1825 14500 106807 Por Médico 3167 285 167 73 580 4272 Fonte: Centro de Saúde de S. Sebastião No Centro de Saúde do Bonfim prestam serviço 32 médicos e registou um total de 136 383 consultas, principalmente de clínica geral. Registando-se um rácio elevado de n.º de consultas por médico. Tabela 53 - Centro de Saúde do Bonfim(32 médicos)- Tipo de consultas por médico de clinica geral em 1998 Saúde Adultos Saúde Infantil Planeamento Familiar Saúde Materna Total Nº Consultas 121589 7966 4487 2341 136383 72 Por Médico 3800 249 140 73 4262 Pela observação das tabelas que se referem ao tipo de consultas verifica-se que as de saúde infantil, materna ou planeamento familiar que possuem uma vertente mais preventiva, e abrangem população mais jovem, têm um peso significativamente reduzido. Utentes inscritos no Centro de Saúde do Bonfim em 1998 90000 80000 63773 70000 60000 50000 40000 30000 20000 10000 17052 18577 16544 7614 6926 0 Extensão de Santa Maria Extenção Pra. da Républica Ut. com Médico 1729 Extensão do Viso Ut. sem Médico 11590 17236 967 Extensão de Azeitão Total Total Utentes Fonte: Centro de Saúde do Bonfim A extensão de Santa Maria, com o total de 24 666 utentes (relativamente a este centro é a freguesia mais populosa), regista 7 614 sem médico de família, contrastando fortemente com a extensão de Azeitão (11 590 utentes), com apenas 967 utentes sem médico de família. A morosidade do acesso a cuidados de saúde, que afecta consideravelmente a população envelhecida e com baixos recursos económicos do concelho, é visível no número de utentes em lista de espera nos hospitais e Centros de Saúde. Os próprios meios humanos são insuficientes, não permitindo um atendimento mais rápido e personalizado dos doentes. São notórias as dificuldades de acesso a consultas e cuidados médicos devido não só a questões económicas e sociais, intrínsecas à própria população, como desorganização do sistema de saúde com carência de meios, e também excessiva burocracia nos serviços . Os principais problemas de saúde que afectam a população do Concelho O painel foi unânime na preocupação que demonstrou pelo fenómeno da Toxicodependência e seus efeitos nos Toxicodependentes, famílias e população em geral, nomeadamente, degradação pessoal, destruturação familiar, receio de propagação de doenças infectocontagiosas e insegurança que a criminalidade associada provoca. 73 O aumento generalizado das doenças de foro mental e do alcoolismo acompanhado do crescente número de portadores do vírus HIV, suscita idêntica preocupação . Actualmente a intervenção do Rendimento Mínimo Garantido e o rastreio dos CAT e hospitais permite verificar a sua dimensão a nível nacional e distrital, e em alguns casos a nível concelhio. E remete para a inexistência de especializações em algumas áreas (ex: alcoolismo), e sobretudo para a falta de alguns programas, tendo o intuito de prevenir e combater, específica e localmente, problemas de saúde relevantes e de grande peso social. Toxicodependência O consumo de estupefacientes afecta não apenas a população do concelho e distrito de Setúbal, mas de todo o país, sendo responsável por uma degradação fisico-intelectual, caracterizada pela dependência cada vez maior de substâncias viciantes, que pode conduzir a situações de marginalidade (mendicidade e crime) como formas privilegiadas de conseguir dinheiro para as “doses” diárias que o toxicodependente consome. O próprio consumo de drogas por via endovenosa é uma das principais causas de transmissão dos vírus da Sida, Hepatite B e C. Tabela 54 – Estimativas de Prevalência Local da População Toxicodependente de Setúbal (1997) Pop. Tox. População Tox. Pop.Tox. 15-54 (estimativa) (N) (n) Valor Mínimo 620 0.73% 1.26% Valor Médio 894 1.05% 1.82% Valor Máximo 1423 1.67% 2.90% Nota: N = 85 292, n = 49 043 Nota: a estimativa foi elaborada com base no número de consumidores de opiáceos no ano de 1996 (dados dos Serviços Centrais de Saúde, Centro Público de Tratamento, Tribunal e Hospital) Fonte: OEDT (Sofia Freire e Maria Moreira) Tabela 55 – Estimativas de Prevalência Local da População Toxicodependente de Setúbal (1998) Pop. Tox. % População % Pop.Tox. (N) Tox. (N) 15-54 anos (n) Valor Mínimo 2.646 2.56% 4.44% Valor Médio 4.218 4.07% 7.08% Valor Máximo 7.385 7.13% 12.39% Nota: N = 103 534 (população total), n = 59 590 (população com idade entre os 15 e os 54 anos) Nota: a estimativa foi elaborada com base no número de consumidores de heroina nos anos 1995, 1996 e 1997 (dados da Polícia, Hospital e CAT) Fonte: Rev. Toxicodependências, Ano 4, Nº 3, 1998 (José Godinho e Helder Costa) As estimativas de prevalência da população Toxicodependente no concelho de Setúbal apontam para um total mínimo de 620 (estimativa da OEDT) a 2 646 indivíduos (Fonte: Toxicodependências, Ano 4, Nº3, 1998), situando-se os valores médios entre (894 a 4218) (respectivamente aos estudos referidos anteriormente). 74 Tabela 56 - Presumíveis Infractores face à droga no Concelho de Setúbal 1994 1995 1996 1997 1998 Traficantes 21 34 23 64 110 Consumidores 6 18 71 79 252 Traficantes/Consumidores 6 32 49 44 66 Total 25 84 143 187 428 Fonte: IPDT – Instituto Português da Droga e Toxicodependência 1999 31 219 75 325 No período compreendido entre 1994 e 1998, verifica-se que o número de traficantes (de 12 para 110), consumidores (6 para 252) e traficantes/consumidores (6 para 66), aumentou significativamente no concelho de Setúbal. No entanto, o ano de 1999 fica marcado por uma descida do número de consumidores, traficantes e traficantes/consumidores, tendo por exemplo o numero de traficantes descido de 110 para 31. Tabela 57 – Presumíveis Infractores face à droga no Distrito de Setúbal 1994 1995 1996 Traficantes 159 170 150 Consumidores 88 156 395 Traficantes/Consumidores 63 138 278 Total 333 464 823 Fonte: Instituto Português da Droga e da Toxicodependência 1997 158 377 242 777 1998 174 645 280 1099 O próprio distrito de Setúbal registou também um aumento substancial da Toxicodependência, passando de 333 infractores em 1994 para 1099 em 1998. O aumento de indivíduos condenados por ano no Tribunal de Setúbal (de 31 indivíduos em 1994 para 138 em 1998) é tido como resultado do aumento da Toxicodependência no concelho e distrito de Setúbal. Deve-se porém realçar que de 1997 para 1998 o aumento no número de condenações é claramente irrisório (137 em 1997 para 138 em 1998). A necessidade de novos Centro de Apoio a Toxicodependentes (CAT) ao nível do distrito é visível, já que o número de toxicodependentes (428 em 1998 e 325 em 1999), apesar do decréscimo concelhio verificado, apresenta-se excessivo para a capacidade do CAT pois este, com a extensão de Almada, serve a população de todo o distrito, garantindo para além do atendimento a implementação do Programa de Substituição (Metadona). No concelho existem ainda 4 comunidades terapêuticas particulares protocoladas pelo SPTT com um total de 62 lugares, 2 apartamentos de reinserção para 11 utentes, resposta essa que parece satisfatória. No entanto continuam a verificar-se falta de respostas específicas ao nível de apoio alimentar, higiene e alojamento para toxicodependentes de rua mais desorganizados, e cuja carência dificulta qualquer intervenção com vista à motivação para o tratamento. 75 Alcoolismo Apesar de não possuirmos dados concelhios ou distritais a propósito de Alcoolismo, não poderíamos deixar de referir neste pré-diagnostico um dos factores de preocupação mencionados pelo painel de interlocutores. Em Portugal (segundo Alexandra Abreu e Mónica Contreras) existe um milhão de alcoólicos e 800.000 pessoas que bebem álcool em excesso, contribuindo significativamente para os acidentes rodoviários (40 %) e para os acidentes de trabalho (25%) situação que preocupa os responsáveis governativos e que os levou a alterar a lei sobre bebidas alcoólicas. Tabela 58 - Crimes cometidos por alcoólicos face à restante população (Portugal) Pop. Criminal Doentes Alcoólicos Violência 11% 42% Acidentes 3% 38% Crimes Sexuais 2% 5% O aumento dos crimes cometidos por alcoólicos face à restante população reflecte-se não apenas no maior número de acidentes, mas também no aumento da violência, nomeadamente doméstica e dos crimes sexuais. Tabela 59 - Bebidas consumidas por Estudantes Secundário Superior Vinho 14% 16% Cervejas 48% 53% Destilados 47% 48% Alcopops 72% 50% Muito preocupante é o consumo de bebidas alcoólicas pelos jovens, quer ao nível do Ensino Superior, mas sobretudo ao nível do Secundário. As cervejas, os Alcopops e os destilados surgem como bebidas preferidas dos estudantes do ensino superior, já os alunos do secundário preferem os Alcopops, um tipo de bebida com uma embalagem altamente cativante, caracterizada por um baixo teor de álcool (5%) anulado pelo sabor de um fruto. O vinho surge como ultima opção da população estudantil dos ensinos secundário e superior (com 14% e 16% respectivamente). Tabela 60 - Número de internamentos no HSB (Serv Gastroenterologia) por síndroma de dependência alcoólica 1996 1997 1998 1999 H 87 116 106 64 76 M 5 10 13 8 Ao nível de área abrangida pelo Hospital de S. Bernardo, verificamos que em 1999 foi atingido o numero mais baixo relativamente aos internamentos por síndroma de dependência de álcool, com 64 membros do sexo masculino e 8 do sexo feminino. Assistimos a uma significativa baixa do número de internamentos, desde 1997, altura em que se atingiu os 126 internamentos (116 H e 10 M), para um número inferior ao valor mais baixo, atingido em 1996 (que era de 87 / 5). Tabela 61 – Número de internamentos solicitados pelo Dep. Psiquiatria do HBS ao Hospital Miguel Bombarda 1992 1993 1974 1994 1975 1995 1976 1996 Internamentos 5 16 35 6 56 9 86 7 As próprias solicitações para internamento feitas pelo departamento de Psiquiatria do Hospital de S. Bernardo ao Hospital Miguel Bombarda no período 1974/76 e 1992/96 tem diminuído, já que em 1976 foram solicitados 86 internamentos, enquanto que em 1995 e 1996 existiram apenas 6 e 7 solicitações respectivamente. Tabela 62 – Dados sobre Problemas de Alcoolismo por sector de actividade relativos ao HSB Doméstica T. Rural Act. Pesc. Op. Industria Sec. Terciário Inactivos 1972-76 19 119 45 16 106 26 1992-96 26 53 12 187 51 27 Analisando por sectores profissionais, e comparativamente aos períodos 1972 – 76 / 1992 – 96, constatamos que os problemas de alcoolismo antes de 1976 incidiam principalmente nos trabalhadores rurais, transitando após 1992 para os operários da indústria. Não existe em todo o distrito de Setúbal qualquer estrutura de apoio à população que sofre de alcoolismo, sendo esta obrigada a recorrer ao atendimento facultado pelos hospitais lisboetas. Apenas se realizam reuniões de Alcoólicos Anónimos, tendo lugar nas salas das juntas de freguesia, o que é manifestamente insuficiente. A associação do alcoolismo e do consumo de bebidas alcoólicas em excesso à violência, aos acidentes rodoviários, no trabalho, aos crimes sexuais e à própria violência doméstica, aponta para a necessidade de medidas legislativas restritivas do consumo de álcool e a sua venda a menores. Também devem ser definidas medidas para profissões que envolvem maior risco e a reincidentes em crimes que envolvam álcool em excesso. 77 O elevado consumo de bebidas alcoólicas e as suas implicações sociais e de saúde indicam também a necessidade de medidas preventivas e educacionais, capazes de alertar para os riscos do elevado consumo de álcool, e ter um impacto positivo na sua redução, bem como um promover um conjunto de regras moderadoras do consumo de bebidas alcoólicas. SIDA A SIDA é actualmente uma doença infecciosa que, pelo seu carácter fatal, tem sido objecto de inúmeros esforços no sentido de evitar a propagação do vírus HIV que enfraquece o sistema imunitário do corpo humano, tornando-o assim vulnerável às doenças mais comuns e perfeitamente curáveis. Ao impacto social desta doença associam-se, em geral, outras questões como a toxicodependência ou a prostituição, veículos privilegiados de transmissão do vírus, e a um nível os receios e falta de informação geradores de segregação destes doentes. Dos casos de Infecção pelo vírus de Imunodificiência Humano recebidos entre 1 de Julho e 30 de Setembro de 2000 no Centro de Vigilância Epidemiológica das Doenças Transmissíveis: 264 Casos de SIDA, obedecendo aos Critérios da OMS/CDC; 102 casos Classificados como "Complexo Relacionado com SIDA" (CRS); 464 casos de Portadores Assintomáticos. Tabela 63 - Principais categorias e estádios de Transmissão (Portugal) Toxicodependentes Heterossexuais Homo/Bissexuais Sida 141 84 23 CRS 46 23 18 PA 193 175 69 Total 380 282 110 Inicialmente a transmissão da SIDA relacionou-se sobretudo com a sexualidade (principalmente as relações Homossexuais); situação que é secundarizada, já que a principal causa da transmissão do vírus HIV é actualmente a Toxicodependência. A utilização de drogas injectáveis é actualmente a principal causa da propagação do HIV, sendo responsável por 380 casos, seguida das relações hetero-homossexuais com 282 e 110 casos respectivamente. Não devemos também ignorar (apesar da inexistência de dados) as transfusões sanguíneas, como forma de propagação do vírus HIV. Tabela 64 - Distribuição dos casos e mortes de sida por distrito de residência (1983-2000) Casos Mortes N ‰ N ‰ Braga 748195 117 0,09 68 0,16 Faro 341408 242 0,36 122 0,71 Lisboa 2048190 3429 0,99 2019 1,67 Portalegre 134169 13 0,07 10 0,10 Porto 1641665 1446 0,46 752 0,88 Setúbal 712594 952 0,76 544 1,34 Portugal 9371448 7210 0,44 4079 0,77 Fonte: Comissão Nacional de Luta contra a SIDA - CVEDT Distrito Pop 78 Setúbal apresenta-se como o 3º Distrito do pais em caso de SIDA, contando com 952 casos e 544 mortes, enquanto que Lisboa (3429 e 2019) e Porto (1446 e 752) são os mais afectados pela doença. No sentido inverso, o distrito de Portalegre conta apenas com 13 casos de SIDA detectados e regista 10 mortes. Estes dados devem ter em conta os volumes populacionais em presença. Tabela 65 – Distribuição dos casos e mortes de Sida por distrito de residência (1983-2000) Distrito Braga Faro Lisboa Portalegre Porto Setúbal Portugal Fonte: OMS e Censos 91 Pop 1991 748195 341408 2048190 134169 1641665 712594 9371448 Casos N ‰ 117 0,09 242 0,36 3429 0,99 13 0,07 1446 0,46 952 0,76 7210 0,44 Mortes N ‰ 68 0,16 122 0,71 2019 1,67 10 0,10 752 0,88 544 1,34 4079 0,77 Nos últimos anos tem-se assistido a um aumento do número de mortes relacionadas com Sida, que se deve ao longo período que medeia entre o momento de contágio e o desenvolvimento da doença. Actualmente, a administração de uma nova geração de medicamentos, acompanhada por uma assistência médica adequada e um estilo de vida saudável permite alargar cada vez mais este período, e melhora em muito a qualidade de vida dos portadores. Sendo Setúbal um dos distritos mais afectados por casos de SIDA, as respostas verificadas no concelho ao nível do apoio domiciliário (a 36 utentes), e de um centro de acompanhamento (Caritas) com capacidade de apoio a 120 pessoas, são insuficientes para apoiar uma larga faixa da população doente, e secundada pelo urgente apoio hospitalar com uma unidade para os doentes de SIDA em fase terminal, capaz de lhes assegurar os cuidados básicos tanto a nível físico como psicológico. A grande arma na luta contra a SIDA é actualmente a prevenção, pelo que é necessário, quanto à população toxicodependente, prevenir a partilha de seringas, fornecendo os necessários meios para uma injecção segura, alargando e aproximando dos púbicos alvo os programas de troca de seringas, actualmente realizados pelas farmácias associados a outras campanhas de prevenção e sensibilização. Relativamente à restante população, impõem-se um conjunto de medidas preventivas, que vão desde a educação sexual nas escolas, à sensibilização do uso de preservativo, mas também a uma série de campanhas sobre a SIDA, explicando o que é realmente a doença, as formas de contágio e todo um conjunto de dúvidas da população em geral, ainda pouco informada sobre esta doença. A Gravidez na Adolescência A gravidez na adolescência é actualmente encarada com grande preocupação devido ao número elevado de mães adolescentes principalmente verificado no interior do país, onde o desconhecimento relativo a vida sexual e aos métodos contraceptivos é ainda acentuado. Justifica-se cada vez mais o investimento na educação sexual como modo de transmitir conhecimentos de uma forma clara e adequada, com o objectivo de prevenir a ocorrência de uma gravidez indesejada e em simultâneo evitar problemas de saúde. A dimensão afectiva da sexualidade não deve igualmente ser descurada. 79 O problema das mães adolescentes enfatiza a necessidade de uma gravidez planeada, em tempo próprio, onde, a titulo de exemplo, a preparação psicológica e a capacidade económica se enquadrem com diversos outros factores, numa preparação adequada do casal para a paternidade. Um maior apoio às mães adolescentes, que por impeditivos vários sobrecarregam as famílias, frequentemente já carenciadas, desestabilizando o agregado familiar, realça a necessidade de programas e de centros de apoio específicos, de modo a garantir meios financeiros e sociais que permitam assegurar as necessidades básicas, a pais e filhos. Tabela 66 - Nascimentos segundo a idade das mães - Centro de Saúde do Bonfim 1997 3 39 462 72 610 Menor ou igual a 15 anos 16 - 19 anos 20 - 34 anos Igual ou maior a 35 anos Total Fonte: Autoridade de Saúde Concelhia. 1998 1 26 403 47 477 1999 3 39 496 69 583 Apesar de relativamente ao concelho de Setúbal contarmos com poucos dados sobre a gravidez na adolescência, dada a pertinência do assunto não podíamos deixar de os referir, embora se reportem apenas à população da área abrangida pelo Centro de Saúde do Bonfim. Comparativamente ao número total de nascimentos por ano, os valores encontrados nos escalões etários entre os 16 e os 19 anos e menor ou com idade igual a 15 anos são percentualmente baixos, mas significativos, já que indiciam um crescimento de 1997 para 1999 no número de mães adolescentes. Este crescimento acompanha a subida da taxa de natalidade. Uma gravidez na adolescência traduz-se, maioritariamente, na falta de preparação psicológica e maturidade da adolescente, no abandono escolar e precoce inserção na vida activa como forma de aumentar o rendimento familiar. Afigura-se necessário avançar não apenas com a educação sexual nas escolas, mas também aumentar o alcance e o efeito das consultas de planeamento familiar, as quais apesar de terem atingido o numero de 8 655 em 1998, continuam a não resolver por si só o problema e a não atingir a sua população alvo. Deficiências Psíquicas e Físicas Deficiência representa qualquer perda ou alteração de uma estrutura ou de uma função psicológica, fisiológica ou anatómica. Estas perdas ou alterações podem ser temporárias ou permanentes, representando a exteriorização de um estado patológico e, em princípio, reflectem perturbações a nível orgânico. Segundo a Organização Mundial de Saúde, podem-se distinguir três vertentes quando se fala de deficiências: o da deficiência entendida como qualquer tipo de dano ou anormalidade na estrutura 80 psicológica, fisiológica ou anatómica dos indivíduos; o da incapacidade enquanto dano total ou parcial da capacidade dos indivíduos; do handicap que supõe “uma desvantagem que advém de uma deficiente interacção entre o indivíduo e o seu meio envolvente”, fazendo referência aos obstáculos sociais, económicos, culturais e políticos com que este grupo se defronta na sua inserção sócio – profissional. Baseando-nos nos dados fornecidos pelo INE, foi efectuada uma estimativa do numero de deficientes a nível nacional, o qual foi estimado em aproximadamente 580 000 indivíduos portadores de algum tipo de deficiência. Os dados relativos ao departamento de psiquiatria do Hospital de S. Bernardo indicam-nos que, desde 1997 o número de primeiras consultas de membros do sexo masculino tem diminuindo, contrastando com o sexo feminino que, de 1999 para 2000, aumentaram em 20 o número de consultas. Tabela 67 - Primeiras consultas no dep. de psiquiatria do HSB 1997 1998 1999 2000 H 239 176 151 148 M 356 266 253 273 Relativamente às deficiências psíquicas, e tomando como referência a globalidade da população portuguesa, 13 pessoas em cada mil são portadora de deficiência psíquica, o que no Distrito de Setúbal perfaz 0,5% do total nacional. As crianças até aos 5 anos, com uma vida mais calma e sedentária, contrastam com os indivíduos com mais de 75 anos, mais sujeitos à doença, não apenas física mas também psíquica por factores inerentes à própria idade, coadjuvados muitas vezes pela solidão, falta de ocupação e por problemas de carácter sócio – económico. Tabela 68 – Permilagem Pessoas com Deficiências psíquicas por Grupo Etário Grupos Etários 0 aos 2 3 aos 5 6 aos 15 16 aos 24 25 aos 34 35 aos 44 45 aos 54 55 aos 64 65 aos 74 mais de 75 Total Nacional Nº pessoas / 1000 hab. 5,17 3,27 13,42 12,8 14,24 12,92 12,79 13,73 12,26 19,22 12,87 Ao tomarmos como referência a população mediante os grupos etários apresentados no gráfico acima, verificamos que a situação mais gravosa surge no grupo de pessoas com 75 ou mais anos (19 pessoas por mil), logo seguida pelo grupo dos 25 aos 34 anos com cerca de 14 em cada mil das pessoas deste escalão etário. Relativamente às deficiências físicas, considerando a totalidade da população portuguesa, verificamos mais um vez a associação directa dos valores com a idade. A partir dos 45 anos todos 81 os valores se situam acima dos 58 indivíduos por mil (média nacional), culminando com o valor de 198 pessoas por mil, no grupo com mais de 75 anos, portadoras desta deficiência. Tabela 69 – Permilagem de Pessoas com Deficiências Físicas por Grupo Etário Grupos Étários 0 aos 2 3 aos 5 6 aos 15 16 aos 24 25 aos 34 35 aos 44 45 aos 54 55 aos 64 65 aos 74 mais de 75 Total Nacional Nº pessoas por 1000 h. 14,83 25,15 15,05 16,51 25,64 33,24 60,06 107,6 149,79 197,6 57,82 O facto do número de deficientes físicos aumentar consoante o avanço da idade, indica a forte relação do fenómeno com o envelhecimento da população, o qual se traduz numa menor mobilidade e num necessário conjunto de programas de apoio, que vão desde a tentativa de reabilitação física ao apoio domiciliar ou à inserção em instituições que zelem pelos que estão incapacitados temporária ou permanentemente. Pelo contrário, nos grupos etários dos 3 aos 5 e dos 6 aos 15 anos, constatamos que os valores encontrados (25 por mil e 15 por mil respectivamente) apresentam-se bastante abaixo da média nacional (que é de 58 por mil habitantes). No que concerne ao Distrito de Setúbal, com um total populacional de 720 851 habitantes, 47 107 sofrem de algum tipo de incapacidade / deficiência, representando em termos percentuais 6,5 % do total de habitantes do Distrito. Baseando-nos nos dados acima descritos, foi efectuada uma previsão do numero de deficientes para o concelho, sendo que esta estima em aproximadamente 6.011 pessoas os portadores de algum tipo de deficiência. Verifica-se também a necessidade de melhorar os acessos no interior dos espaços públicos e dos edifícios onde residem as pessoas portadoras de deficiência, bem como capacitar os transportes públicos de modo a permitirem um uso facilitado dos mesmos, minimizando os efeitos do isolamento, do difícil acesso aos cuidados de saúde e das próprias necessidades básicas diárias dos deficientes. Uma intervenção ao nível da prevenção com respostas direccionadas para públicos específicos (ex: adolescentes famílias) seria essencial. Instituições de apoio à saúde mental, principalmente dos adultos, bem como a criação de programas ocupacionais de fácil acesso e cuidados de saúde adequados à população de idade mais avançada, são igualmente importantes face ao número de pessoas afectadas por estes problemas. 82 Notas Conclusivas O painel de interlocutores das freguesia do concelho concentrou a sua preocupação na área da Saúde, identificando a sua morosidade e custos como deficiências estruturais e físicos da área em questão. Os principais problemas de saúde referenciados que afectam a população do concelho são as doenças do foro mental, o alcoolismo e SIDA, bem como a toxicodependência e a problemática da gravidez na adolescência. No que concerne às potencialidades do concelho no domínio da saúde, os interlocutores evidenciaram sobretudo a ligeira diminuição da toxicodependência, a maior visibilidade dos casos de SIDA e Toxicodependência e a boa articulação e colaboração existente entre as instituições concelhias de saúde. Referem ainda a melhoria no funcionamento dos centros de saúde, bem como o caracter positivo do alargamento, tanto no número de especialidades como da maior cobertura dos diversos centros de saúde do concelho. Tendo em conta as estimativas ao nível da deficiência (atingidas com base nos dados fornecidos pelo INE), que aponta para uma estimativa do numero de deficientes a nível nacional, de aproximadamente 580.000 indivíduos portadores de algum tipo de deficiência, verificamos que ao nível das respostas no que concerne às deficiências físicas e psíquicas, tendo em conta as estimativas efectuadas, concluímos que as respostas existentes no concelho são insuficientes. 83 Equipamentos Desportivos e Recreativos Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre equipamentos desportivos e recreativos Os principais problemas identificados no conjunto das oito freguesias do concelho ao nível de Equipamentos Desportivos e Recreativos foram: Falta de infra – estruturas desportivas Indefinição de política desportiva Equipamentos desportivos subaproveitados Principal potencialidade identificada: Colectividades bastante activas Nas freguesias de São Sebastião, Sado, Gâmbia – Pontes – Alto da Guerra e Anunciada destaca-se a existência de associações que desenvolvem actividades desportivas e recreativas para as várias faixas etárias, procurando-se a promoção do convívio intergeracional. Na freguesia da Anunciada foi, sobretudo, referida a permanência da tradição de associativismo, onde sobressaem colectividades que desempenham um papel preponderante na vida da comunidade. Todavia, na maioria das oito freguesias deparamo-nos com a falta de infra – estruturas desportivas para dar resposta às necessidades dos jovens e, assim, tentar prevenir o abandono escolar, a delinquência e a insegurança que daí advém. Porém, dos equipamentos desportivos existentes, alguns são subaproveitados como é o caso dos ringues de Vanicelos e Amoreiras, os quais são vandalizados. É importante não esquecer que estas colectividades possuem dificuldades ao nível financeiro e de pessoal para fazerem face às necessidades e expectativas que lhes são inerentes por isso, foi mencionado o facto dos líderes das colectividades se sentirem desapoiados, como é o caso da freguesia da Anunciada. Outra situação referida está relacionada com o facto de o desporto é praticado nestas associações incidir apenas na vertente competitiva, descurando-se a vertente formativa. Apesar das dificuldades apresentadas, pode verificar-se que metade das oito freguesias possui alguns equipamentos desportivos, de cultura e lazer, fomentando-se o fortalecimento de parcerias com o intuito de adequar as respostas às necessidades da população. Porém, há muito a fazer para a manutenção e progresso destes equipamentos. 84 Falta de Infra – Estruturas Desportivas Os equipamentos de cultura, desporto e lazer não podem ser somente considerados pelo seu valor lúdico e de enquadramento cultural, uma vez que estes equipamentos são os meios de promoção do bem – estar físico e mental de cada um, das nossas formas de estar em conjunto e de fruir de uma sociedade que colectivamente construímos, assim como a nossa reserva de entendimento do mundo. Acompanhando a qualidade de vida é necessário ter sempre presente que a cultura e o desporto são também hoje em dia, uma actividade económica em si mesma e um complemento de outras actividades económicas, como o turismo e o lazer. São Sebastião São Julião São Lourenço Sta M Graça N. Srª Anunciada 10 5 8 3 2 3 5 2 1 2 1 11 1 1 9 TOTAL Estádio Piscina Sala Ténis Mesa Campo Basquetebol 3 4 1 Pista Atletismo Sala Halterofilia Pavilhão Sala Polivalente Ginásio Campo Andebol Campo Ténis Pátio Desportivo Campo Futebol Salas Desporto Freguesias Polidesportivo Campo de Jogo Tabela 70- Equipamentos desportivos por freguesia 2 1 1 28 1 1 2 1 1 8 1 1 Sado GPA São Simão 1 1 1 2 2 1 1 2 1 5 1 4 1 3 1 TOTAL 22 46 1 13 2 12 3 11 1 13 Fonte: Instituto Nacional do Desporto (IND) 2 9 1 1 2 1 3 1 97 Os dados aqui mencionados baseiam-se na análise efectuada pelo Instituto Nacional do Desporto (IND) que engloba os equipamentos desportivos públicos, não se fazendo, por isso, referência aos equipamentos desportivos privados existentes no concelho. Assim, da tabela acima indicada pode constatar-se, no total das oito freguesias, a existência de 97 equipamentos desportivos, dos quais 22 são Polidesportivos, verificando-se também um número significativo de Campos de Jogos, Ginásios, assim como Campos de Futebol. Das freguesias em questão, a de São Julião apresenta um maior número de equipamentos desportivos, ao passo que a de São Simão caracteriza-se por um número reduzido destes equipamentos. Porém, é importante fazer uma ressalva: é necessário não esquecer que cada freguesia tem um número de população diferente, logo os equipamentos existentes nas freguesias de menor densidade populacional podem ser suficientes para a satisfação das necessidades dos seus habitantes. 85 Relativamente à tipologia destes equipamentos verificamos que predominam os pequenos campos, assim como as salas de desporto e os grandes campos, no conjunto das oito freguesias com área média de 1.466,8 m2, 407,9 m2 e 6.226,5 m2, respectivamente. (ver anexos) Apesar das associações desportivas existentes no concelho, assiste-se à disparidade entre os equipamentos existentes e os que realmente são necessários, de acordo com o número de habitantes. Tabela 71 - Equipamentos Desportivos em Setúbal Equipamentos Equipamentos Identificação Existentes Necessários Necessidades Grandes Campos de Jogos (campo futebol) 12 26 +14 Pistas de Atletismo 1 8 +7 Pequenos Campos de Jogos (basquetebol, voleibol, andebol, ténis,...) 53 45 -8 Pavilhões Desportivos (salas desporto) 28 7 -21 Piscina ar livre __ 14 +14 Piscina coberta 3 7 +4 TOTAL 97 107 +10 Fonte: Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Península de Setúbal – Questões Sociais, Tomo VIII, Centro de Investigações Regionais e Urbanas, p. 166. População 103634, área 171 Tipo de Equipamento Segundo uma leitura geral, os equipamentos desportivos que seriam necessários para satisfazer a população do concelho são em menor número, enquanto que as salas de desporto e os pequenos campos de jogos excedem o número ideal. Dos 97 equipamentos desportivos referenciados nem todos os proprietários fazem a sua gestão. Assim, por exemplo, neste conjunto existem 10 equipamentos que são propriedade camarária mas, são geridos por entidades privadas. (ver anexo) Indefinição de Política Desportiva Hoje em dia é fundamental promover o conhecimento dos diferentes sectores da política cultural e desportiva nos vários concelhos da Península de Setúbal, as suas potencialidades e carências, com o intuito de fazer a sua avaliação, mas também incentivar a cooperação, através do potencial desenvolvimento de acções conjuntas na Península. Na orientação das políticas de cultura, desporto e recreio destacam-se alguns objectivos, como a promoção da criatividade, de desconcentração / descentralização das responsabilidades e actividades, assim como o aumento da participação na vida cultural e desportiva, definindo-se políticas articuladas entre Estado, as Autarquias e a sociedade civil. A indefinição de uma política desportiva no concelho, foi um ponto unânime entre os vários interlocutores. Porém, esta política abrange dois campos de acção: a política destinada aos grupos alvo; a política dirigida à direcção das associações. O grupo alvo onde se nota a indefinição de uma política desportiva concertada é o das crianças e adolescentes, o que poderá pôr em causa a ocupação dos seus tempos livres. 86 A insuficiência de equipamentos desportivos e de uma política que regule a manutenção desses equipamentos e a sua utilização pelos grupos alvo é um facto muito importante e que merece uma enorme atenção, pois hoje em dia assiste-se ao propagar de riscos sociais que afectam cada vez mais os jovens. Assim, uma boa gestão dos tempos livres destes adolescentes pode prevenir o alastrar desses riscos sociais, como o abandono escolar, a delinquência, entre outros. Caso exista uma preocupação no seio das colectividades e também dos municípios, a elaboração de programas desportivos e recreativos que absorvam a atenção e interesses dos jovens, afigura-se como uma estratégia para prevenir o abandono escolar, a delinquência e, consequentemente, a insegurança que é gerada. No entanto, a construção destes programas desportivos e recreativos não se deveriam destinar somente aos jovens, mas também abranger várias faixas etárias, em que a ocupação de tempos livres da população idosa pode igualmente tentar prevenir riscos que lhes são inerentes, como por exemplo o isolamento. As modalidades desportivas praticadas nestas associações incidem geralmente na vertente competitiva, descurando-se a vertente formativa e de socialização o que pode ser prejudicial para a maioria dos adolescentes. A par do desenvolvimento de actividades desportivas de competição, dever–se à proceder à iniciação dos jovens nesta área, no sentido de captar a sua atenção e interesse para continuarem a desenvolver estas actividades, de forma a ocuparem também os seus tempos livres. Paralelamente à importância de uma política desportiva destinada aos grupos alvo, é fundamental a elaboração de uma política dirigida à direcção das associações para que as actividades desenvolvidas respondam aos verdadeiros interesses da comunidade. Todavia, foi referido que os líderes de algumas colectividades sentem-se desapoiados por parte do município, À semelhança de outras áreas de intervenção social, o associativismo e o desporto em geral merecem também por parte da autarquia, um grande investimento no que se refere aos custos financeiros directos e de pessoal. É igualmente importante que o poder local se disponibilize a escutar os representantes das colectividades para que em conjunto, elaborem políticas adequadas à prossecução dos seus objectivos, sendo a comunidade em geral uma parte importante na dinâmica destas associações, permitindo assim, a sua continuidade. O município preocupa-se em investir em equipamentos de grande dimensão que se consideram portadores de prestígio e são capazes de mobilizar populações – estádios, pistas, grandes ginásios, escolas de música e dança, etc., sendo sinal de progresso e modernidade. (...) há que acautelar que ao diferenciar-se pela oferta de bens e equipamentos culturais e socioculturais os municípios tendem a apresentar uma oferta muito semelhante e estereotipada. E daqui o paradoxo que considera que ao procurar uma identidade os municípios acabam por perdê-la através de um processo de homogeneização e até de competição entre municípios. Todavia, nas áreas de desenvolvimento cultural e desportivo existe falta de clarificação das competências específicas da administração central e local. 87 Equipamentos Desportivo Sub-Aproveitados Apesar da proporção dos equipamentos desportivos existentes no concelho não se adequar à dos equipamentos que realmente são necessários como já foi referido, é importante mencionar que nos deparamos com o sub-aproveitamento de alguns dele, caso de um campo de jogos e de um campo de ténis situados na freguesia de São Julião, cujos proprietários são justamente, a referida Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de Setúbal, respectivamente. Esta questão exige o repensar de uma situação de abandono, e consequentemente de vandalismo dos equipamentos. A passividade dos proprietários em relação a este sub-aproveitamento desencadeia inúmeras outras situações de grande importância, como o desperdício financeiro e a degradação voluntária dos equipamentos. Assim, estes poderiam ser aproveitados para desenvolver actividades de tempo livres para os jovens, podendo inclusivamente efectuar-se o intercâmbio entre diversas associações e escolas, o que conduziria à reabilitação dos referidos equipamentos e de outros que eventualmente possam cair nesta situação. O intercâmbio entre as várias associações, colectividades e escolas possibilitaria talvez, um bom relacionamento entre os jovens, troca de ideias e, mesmo no caso dos idosos, poderiam efectuar-se diversas actividades intergeracionais. Os proprietários e gestores dos equipamentos culturais e recreativos não devem destituir-se das suas obrigações para com a população, pois estes funcionam, muitas vezes, como elo de ligação entre as pessoas. Colectividades Bastante Activas Dos equipamentos desportivos e recreativos existentes no concelho pode constatar-se que uma grande parte dos seus gestores pretende fomentar e desenvolver actividades que beneficiem a comunidade onde estão inseridos, abrangendo as várias faixas etárias, procurando o convívio intergeracional tudo isto mediante os recursos financeiros e de pessoal de que dispõem. Assim, desenvolvem actividades desportivas que procuram captar o interesse e participação dos jovens pretendendo rentabilizar as competências da população idosa. Notas Conclusivas Como balanço da análise desta temática pode afirmar-se que, para os 107 equipamentos desportivos necessários, existem 97 no concelho de Setúbal. Porém, apesar da ausência de determinados equipamentos considerados necessários para o funcionamento adequado da vida da comunidade, a nível desportivo, constata-se que existem equipamentos que excedem esse número, como é o caso dos pequenos campos de jogos e pavilhões desportivos. Todavia, não se encontram dados que confirmem os restantes problemas e potencialidades levantados no painel de interlocutores. 88 IV. Diagnóstico integrado do município O presente capítulo procura criar um modelo dinâmico, integrado e multidimensional de análise dos principais problemas e potencialidades identificados e articulados nas diversas áreas. Este modelo permitirá ter uma visão global e transversal das relações identificadas. A articulação dos problemas / potencialidades é feita através da construção de um sistema de polígonos onde se procura enquadrar e associar as áreas em análise através da definição de eixos de problemas. Cada face do polígono corresponderá a uma das áreas onde são identificados os problemas / potencialidades que, de acordo com esse eixo central, se associam entre si. Este modelo pretende oferecer uma leitura acessível e sistematizada dos aspectos Mais/Menos identificados nos diversos painéis. A análise aprofundada por áreas permite-nos concluir que a incidência dos problemas / potencialidades identificados se situa ao nível das questões sociais e leva-nos a apontar os seguintes eixos problemáticos: Envelhecimento Demográfico e Isolamento da População Idosa; este fenómeno demográfico, que surgiu como uma constante nos diversos painéis de interlocutores, fez levantar a questão das condições de vida deste grupo social, ao nível dos problemas na área da saúde relacionados essencialmente com os custos elevados, listas de espera e a insuficiência de respostas integradas de apoio à população idosa dependente. As dificuldades económicas traduzem-se nas baixas reformas associadas às condições de habitação degradada acentuam o isolamento social e afectivo. Relação das famílias de fracos recursos com os sistemas de protecção; a persistência de situações, que se acentuam nos mais diversos níveis: situações de desemprego, baixas reformas, baixas qualificações profissionais, carência de equipamentos sociais, elevadas despesas com a saúde, carência de habitação social e deficientes condições de habitabilidade assim como as rendas elevadas, contribuem de uma forma determinante para uma relação de dependência face aos sistemas de protecção social. Terciarização da Economia; as alterações das estruturas económicas a que se assiste actualmente, comportam diversas transformações: diminuição do sector secundário e aumento do terciário; ao nível do emprego: reconversão profissional; exigência de novas qualificações e desemprego de longa duração. Associadas a estas mudanças verifica-se a desertificação do centro histórico com o esvaziamento da sua função residencial. Dinâmicas Familiares e Redes de Apoio Social; as novas dinâmicas familiares decorrentes da desestruturação familiar acentuam as questões ligadas às famílias monoparentais, famílias reconstituídas com reflexos ao nível das redes de apoio familiar, social e institucional; elevado número de crianças em situação de risco, abandono e insucesso escolar. 89 A Dimensão Social das Questões de Saúde Pública: os principais problemas da Saúde Pública reflectem-se ao nível da carência de respostas para a saúde mental, alcoolismo, sida e toxicodependência. Este modelo de análise ao permitir uma visão global e integrada dos problemas e potencialidades, facilitará a discussão e posterior definição das linhas orientadoras do Plano de Desenvolvimento Social. Neste capítulo foram considerados apenas alguns dos indicadores tidos como mais relevantes que permitem focalizar algumas dimensões de problemas que se articulam entre si nos diversos eixos de problemas e potencialidades. 90 Envelhecimento Demográfico e Isolamento da População Idosa Envelhecimento Demográfico e Isolamento da População Idosa; este fenómeno demográfico, que surgiu como uma constante nos diversos painéis de interlocutores, fez levantar a questão das condições de vida deste grupo social, designadamente, ao nível dos problemas de saúde e dificuldades económicas em contextos de isolamento geográfico e social. Um dos principais eixos de problemas colocados pelo painel de interlocutores foi o envelhecimento demográfico e isolamento da população idosa. Este isolamento pode ser entendido a dois níveis: 1. as alterações nas relações sociais e familiares que conduzem a um enfraquecimento dos laços de solidariedade e das práticas de inter-ajuda, não compensado através do apoio institucional e do acompanhamento às famílias; 2. o isolamento associado às questões urbanas, destacando-se aqui o problema das barreiras arquitectónicas e ainda o isolamento geográfico, verificado sobretudo nas zonas periféricas e nos meios rurais. A insuficiência de equipamentos sociais (verificam-se baixas taxas de cobertura no concelho: 3,9% em Lar; 2,2% em Centro de Dia; 2,1% em Apoio Domiciliário) e a inadequação de respostas nas 91 áreas de acção social e da saúde (custos elevados, listas de espera a falta de respostas integradas para a população idosa dependente) vem acentuar este problema do isolamento geográfico. A esta situação acresce a persistência dos fracos recursos económicos da população idosa, (traduzindo-se o valor médio das pensões de velhice na ordem dos 45.000$00), e as questões da degradação habitacional (vide Capítulo 3 – Habitação e Urbanismo) Quanto ao isolamento geográfico, este não revela um padrão de homogeneização em todas as freguesias. As mais envelhecidas são as de Sta. Maria da Graça, N. Sra. da Anunciada e S. Julião; em contrapartida as freguesias da Gâmbia,Pontes-Alto da Guerra e Sado, apresentam índices de envelhecimento inferiores à média do concelho (vide indicadores de estrutura demográfica e medidas resumo no Capítulo 3 – Demografia e população). As projecções para os próximos 20 anos não prevêem alterações na estrutura demográfica (vide Capítulo 3 – Demografia e População; último parágrafo). Deve-se salientar, no entanto, que apesar de uma reduzida dinâmica cultural e recreativa de ocupação da população idosa, as colectividades existentes revelam-se bastante activas. Aos fracos recursos desta faixa etária associam-se ainda as questões de degradação habitacional. Na definição das políticas sociais fundamentais deve estar presente as questões do envelhecimento e do peso dos cidadãos mais velhos, que colocam novos desafios ao Estado Previdência. 92 Relação das famílias de fracos recursos com os sistemas de protecção A partir das questões enunciadas no painel de interlocutores foi constatada uma forte dependência das famílias de fracos recursos face aos sistemas de protecção. 93 As dificuldades económicas resultam de um conjunto de factores, tais como: ao nível do emprego, os baixos níveis de qualificação, o vínculo de trabalho precário, a persistência da economia informal e do desemprego (cujo registo de população desempregada se situa na ordem dos 8046), associadas às baixas reformas (com um valor médio de pensões de 3.9000$00), desencadeiam uma dependência dos sistemas de protecção social e de saúde. Estas mesmas dificuldades reflectem-se nos problemas de habitação, em que se verifica para aquisição, preços demasiado elevados face aos rendimentos das famílias,o que eleva a carência de habitação social. Existem também dificuldades de conservação das habitações, sobretudo as que possuem rendas baixas, ao abrigo das quais os senhorios intervêm pouco. As dificuldades das famílias com fracos recursos económicos e a falta de equipamentos sociais para a infância e idosos traduzem-se na dependência dos sistemas de protecção social. O Rendimento Mínimo Garantido surge como resposta para inverter esta dependência, possibilitando uma contractualização com as famílias através de um plano de inserção, contribuindo para a aquisição de conhecimentos e competências, numa perspectiva de autonomização. Ao nível da saúde verifica-se igual dependência, confrontando-se as famílias com longas listas de espera nos hospitais e Centros de Saúde (vide p.81 ##), assim como com elevadas despesas decorrentes de cuidados de saúde . De salientar porém que para este grupo de população os cuidados básicos de saúde não constituem ainda uma preocupação prioritária. Verifica-se que nas diversas áreas em análise um conjunto de medidas positivas têm sido implementadas no sentido de minorar as dificuldades das famílias carenciadas. Assim, ao nível da habitação, a existência do Programa Especial de Realojamento (PER) tem possibilitado o acesso à habitação social de famílias de baixos recursos económicos (em 2000 foram realizados 711 realojamentos que correspondem a 56,5% de população a realojar, sendo que 70% das famílias realojadas permaneceram na sua freguesia de origem). Por sua vez, a melhor articulação dos serviços e os planos de inserção no âmbito do RMG, quer ao nível da saúde quer da acção social, bem como a diminuição do desemprego, são factores que contribuem para minorar os problemas desta população. 94 Terciarização da Economia As alterações das estruturas económicas a que se assiste actualmente no concelho, com a crescente concentração de serviços e comércio no centro histórico e as mudanças ao nível do emprego, ambas referidas pelo painel de interlocutores, comportam transformações sócio-ecológicas que podemos identificar como típicas de terciarização. A partir da década de 80, e de forma mais acentuada depois de 90, assiste-se no concelho a um crescimento generalizado dos serviços, a par de um decréscimo associado do sector secundário61,2% da população ocupa-se no sector terciário por oposição a apenas 35% no secundário. Segundo a análise por freguesia, com excepção de Pontes- Gâmbia-Alto da Guerra e Sado as restantes têm uma população activa maioritariamente terciarizada. Paralelamente, desaparecem quase por completo os sectores da pesca e agricultura. Estas transformações das estruturas económicas, como seria de esperar colocam problemas especialmente ao nível do emprego com a necessidade de reconversão profissional dos operários das indústrias e uma crescente exigência de qualificação. Esta questão agrava-se devido ao baixo nível de escolarização da população activa, que se situa entre os 4-9 anos de escolaridade, o que dificulta a inserção, reconversão e mobilidade profissional, factores desencadeadores de desemprego, desemprego de longa duração e trabalho precário, que são geradores, por sua vez, de vulnerabilidades sociais. Estas alterações nas estruturas económicas precipitam algumas mudanças, nomeadamente, ao nível das questões urbanísticas, especialmente ao nível do centro da cidade com a ocupação destes espaços por áreas comerciais e de serviços, em detrimento da sua anterior função residencial; as 95 freguesias da Anunciada e S. Maria perderam entre censos (1981-91) 15% e 7,8% da sua população residente respectivamente. Questões de especulação imobiliária, como aumento exponencial do valor dos terrenos, conduzem a uma progressiva desertificação do centro histórico, colocando questões de segurança e deterioração das condições de habitabilidade dos residentes que permanecem, geralmente mais idosos. 96 Alterações das estruturas familiares As transformações socio-demográficas ocorridas nas ultimas décadas, sendo o concelho de Setúbal disso exemplo, fazem emergir novas problemáticas sociais, colocando novos desafios às políticas de protecção social para as famílias e populações mais fragilizadas. Conjugado com estes factores assiste-se a alterações na estrutura familiar. A inserção da mulher no mercado de trabalho, aumento dos divórcios e os novos padrões de conjugalidade, provocam alterações na forma de relação familiar entre gerações, nomeadamente, ao nível das inter-ajudas familiares, colocando novos desafios à acção social, ao nível da criação de respostas para crianças e jovens (as taxas de cobertura no concelho para creche situam-se nos 22%, no jardim de infância de 53% e em ATL em 12,4%). As famílias monoparentais (correspondiam em 1991 a 6,5%,do total das famílias clássicas)e as famílias reconstituídas são estruturas familiares mais vulneráveis, sobretudo na protecção e socialização das crianças e jovens. A par da família, a escola desempenha um papel fundamental no processo de socialização, na integração e no desenvolvimento de competências e comportamentos. Questões como o abandono, o absentismo e o insucesso escolar, bem como a falta de investimento na educação sexual e no planeamento familiar, são factores condicionantes de uma adequada integração social da população mais jovem. A própria existência de equipamentos desportivos melhor aproveitados e a sua adequação à vertente formativa e ocupacional, dirigidos 97 sobretudo à população mais jovem, contribuiriam para o seu desenvolvimento e integração na sociedade. A dimensão social das questões de saúde pública Os programas de prevenção e promoção da saúde podem ter um importante papel social ao reduzir os riscos relativamente a muitas doenças, ensinar a lidar com as doença crónicas e promover o bem estar e auto-suficiência dos indivíduos, famílias, organizações e comunidades, traduzindo-se assim num benefício generalizado para a saúde pública. No concelho, são apontados como principais problemas de saúde pública, patologias como o alcoolismo, a Sida, as doença mentais e a toxicodependência, que para além da sua gravidade tem também uma importante dimensão social apresentando se como preocupantes pela sua complexidade, insuficiência de respostas existentes, bem como pelo impacto que tem na comunidade. O concelho, com uma população toxicodependente local estimada em 1998 entre 894 indivíduos 4218 toxicodependentes (valores médios) tem um CAT (que responde a quase todo o distrito), 4 comunidades terapêuticas (com um numero total de 62 lugares) e 2 apartamentos de reinserção (com capacidade para 12 utentes), respostas que importantes embora insuficientes face ao número total de toxicodependentes. 98 Verifica-se ao nível do concelho uma ausência de respostas para o alcoolismo (72 casos recenseados pelo HSB em 1999), enquanto que relativamente à Sida, regista-se a existência de 952 casos no distrito (o que corresponde a 0,76% da população), e as respostas existentes são: Apoio domiciliário com capacidade para 36 utentes e por um centro de apoio social com uma capacidade para 120 pessoas, o que face ao número de casos é manifestamente insuficiente. No que se refere as doenças mentais existe uma carência de meios físicos e humanos, muito significativa face à dimensão da população afectada, sendo que relativamente ao ano de 2000, só em termos de primeiras consultas, o Centro de Saúde mental contabilizou 421. Esta situação é preocupante, até porque a prevenção da doença bem como a reinserção e acompanhamento de doentes são necessidades cada vez mais sentidas. Ao nível do emprego, verificam-se dificuldades na inserção de cidadãos com deficiências no mercado de trabalho, foram integrados 1250 pessoas com deficiência (de 1273 pessoas inscritas nos diversos Centros de Emprego da zona de Lisboa e Vale do Tejo) mas só a nível concelhio estima-se em aproximadamente 6.011 o universo total de deficientes existentes. O emprego de cidadãos com deficiência para além de ser um direito é também um importante factor de integração, melhora substancialmente a sua qualidade de vida, e diminui a dependência dos sistemas de protecção social. Apesar da carência de equipamentos face aos problemas e número de população afectada, assiste-se actualmente a uma maior adequação nas respostas devido a uma melhoria na articulação dos serviços, nomeadamente através da implementação dos planos de inserção no âmbito do RMG, e outras respostas articuladas. 99 V. Áreas de intervenção prioritária e plano de desenvolvimento social Objectivos Estratégicos Estratégias de Intervenção para o Plano de Desenvolvimento Procura-se neste capítulo sintetizar e fazer relevar alguns aspectos que se prendem com as estratégias de intervenção para o Plano de Desenvolvimento Social. Na avaliação da dimensão estratégica deverá ter-se em conta a definição de prioridades, a fixação de objectivos, bem como as vulnerabilidades e ameaças externas. O Plano de Desenvolvimento Local terá que passar necessariamente por aquilo que se consideram ser, os eixos estratégicos fundamentais de desenvolvimento do concelho. Garantir níveis quantitativos de melhoria de vida das populações; Valorizar e conservar a riqueza ambiental, cultural e patrimonial em toda a sua diversidade; Sustentar o desenvolvimento económico do concelho, baseado na competitividade, no desenvolvimento tecnológico e empresarial e no crescimento gerador de emprego. Consideram-se como Objectivos Gerais: Definir políticas sociais integradas ao nível do Emprego, Saúde e Acção Social Dinamizar a Rede Social Reforçar a articulação entre parcerias e projectos Promover a Integração Social Promover novas formas de intervenção social mais ajustadas às realidades actuais Valorizar o património histórico, cultural e paisagístico do concelho Promover o emprego e melhorar as qualificações profissionais Definem-se como Objectivos Específicos: Estabelecer parcerias entre diferentes entidades públicas e privadas; Fomentar a prática do desporto e desenvolver programas de apoio escolar e orientação pedagógica; Criar respostas para os novos problemas: sida e toxicodepêndencia Diversificar e inovar os serviços e equipamentos sociais e recreativos 100 Alargar a rede de equipamentos sociais para a Infância e Juventude, População Idosa e Deficiente Reabilitar a habitação degradada e requalificar o Centro Histórico. 101 VI. Anexos 102 Composição dos Painéis Painel do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada composto por elementos do CLAS (16-05-2000, Câmara Municipal de Setúbal) Presidente da Junta de Freguesia da Anunciada Presidente da Junta de Freguesia de S. Julião Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião Presidente da Junta de Freguesia do Sado Associação de Socorros Mútuos Setubalense Centro Regional da Segurança Social (2) Instituto de Reinserção Social Liga dos Amigos da Terceira Idade Centro de Saúde do Bonfim Painel do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada (28-06-2000) Técnicos do Rendimento Mínimo Garantido (9) Painel CLAS de Setúbal do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada composto por IPSS’s que compõe o Núcleo Executivo do CLAS (12-07-2000, Câmara Municipal de Setúbal) Associação de Professores e Amigos das Crianças do Casal das Figueiras Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental Painel do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada composto por Associações e Colectividades (19-07-2000, Junta de Freguesia da Anunciada) Presidente da Junta de Freguesia da Anunciada Associação de Moradores do Bairro do Casal das Figueiras (2) Centro de Bem Estar Social dos Reformados e Idosos de Setúbal Grupo Desportivo e Recreativo da Palhavã Associação de Moradores Grito do Povo (2) Centro Paroquial Nossa Sra. da Anunciada (2) Agrupamento 484 103 Painel do Pré-diagnóstico das Freguesias de Sado, Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, S. Sebastião (10-10-2000, Junta de Freguesia de S. Sebastião) Cáritas Diocesa de Setúbal ACM /YMCA Centro Paroquial de S. Sebastião (2) Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião Centro Regional da Segurança Social (9) N.R.D. Ídolos da Praça Paróquia da Nossa Senhora da Conceição Centro Jovem Tabor Grupo Desportivo “Os Amarelos” Painel do Pré-diagnóstico das Freguesias de Sta. Maria, S. Julião, S. Simão e S. Lourenço (17-11-2000, Câmara Municipal de Setúbal) Presidente da Junta de Freguesia de S. Julião Presidente da Junta de Freguesia de Sta. Maria da Graça Centro Regional da Segurança Social (4) Junta de Freguesia de S. Lourenço 104 Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores por áreas Tabela 72 – Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área Demografia e População AREA MAIS MENOS GPA: % elevada de idosos (>65) baixas pensões de reforma problemas de saúde (que consomem uma fatia significativa do seu orçamento) as longas listas de espera implicam o recurso à medicina privada (com o consequente endividamento) falta de equipamentos. O apoio domiciliário é insuficiente. S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Isolamento geográfico. JF Sado: problemas da população idosa semelhantes a GPA: carência de equipamentos sociais. ANUNCIADA Estabilidade migratória (não há muitas entradas). Rejuvenescimento habitacional e demográfico (recuperação de casas e instalação de famílias com filhos pequenos). Verifica-se uma estabilidade demográfica. STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO População envelhecida; Famílias monoparentais (mulheres). (2) Envelhecimento idosos há pouco apoio domiciliário (não existem instituições da zona que o façam). Desajustamento de articulação de recursos das famílias baixos salários população muito envelhecida com baixas reformas. Famílias monoparentais rupturas familiares avós que se tornam responsáveis pelas crianças População idosas: muito dependentes / acamados. Poucos lares para dependentes. 105 Tabela 73- Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área Habitação e Urbanismo AREA MAIS MENOS Planeamento urbanístico. Déficit de equipamentos p/ crianças e idosos a longo prazo: Monte Belo. Problemas de trânsito. S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Políticas de habitação social: Hab: articulação com as pop alvo do PER Falta de condições de habitação: falta de ligação à rede do saneamento, degradação do edificado Existe habitação própria Elevados encargos com a habitação despejo sobrelotação habitação degradada insalubridade ANUNCIADA STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO Requalificação habitacional instalação de jovens casais em início de vida realojamento / diminuição ou desaparecimento de barracas construção de habitação “qualificada” Melhoria da qualidade de vida das pessoas realojadas. Está prevista a construção de novas habitações. (2) Foram derrubadas muitas barracas e os espaços foram utilizados para embelezar o bairro. (2) Melhoria do aspecto exterior da zona alta do Viso. PER casas com rendas sociais 106 Habitação degradada. Falta de habitação (habitação degradada, sobrelotação dos fogos): integrados no PER ou não; Ausência de responsabilização na manutenção do estado de conservação; Rendas elevadas; Degradação habitacional (interior) higiene e saúde pública. Incapacidade de manutenção da habitação isolamento social desconhecimento / falta de capacidade de rentabilizar os recursos existentes. Necessidade da criação de um fundo para a recuperação do parque habitacional. Acções de despejo dificuldades de relacionamento entre senhorios e inquilinos. Barreiras arquitectónicas que facilitem as pessoas idosas / doentes. Necessidade de mais acções que promovam a inclusão social das pessoas realojadas. Uso não residencial do parque habitacional da zona baixa da freguesia. (1) Dificuldades no acesso à habitação económica pela população mais carenciada (deficientes, famílias monoparentais) há falta de oferta de habitação económica e existem muitas dificuldades económicas. (2) Problema da limpeza das ruas. (1) Falta de informação (recolha seleccionada de lixos). (1) Limpeza, arranjo e manutenção dos espaços exteriores (zonas verdes e áreas expectantes). (2) Isolamento geográfico da zona: só vai à zona quem lá mora; não é uma zona de passagem. (1) É uma zona muito pouco arborizada. (1) Barreiras arquitectónicas e acessibilidades (para idosos e deficientes) estacionamento de automóveis nos passeios. No que diz respeito à habitação, já houve mais casos de habitação degradada que foram sendo resolvidos no âmbito do PER e outros processos de realojamento. Actualmente as habitações degradadas que existem são, sobretudo, da responsabilidade dos próprios. Habitação: população idosa casas degradadas rendas elevadas, senhorios não intervêm difíceis acessos (Sta Maria e S Julião) AREA MAIS MENOS Inexistência de casas com renda social. A parte histórica da cidade não beneficiou de reabilitação habitacional nem de realojamento (uma vez que não existiam barracas no centro da cidade) Sta Maria Qta das Pretas degradação habitacional Realojamentos demorados (Qta das Pretas) tráfico de droga prostituição. Especulação imobiliária (também no arrendamento) sobrelotação e endividamento. Sta Maria dificuldades de acessos (idosos em pisos superiores) isolamento sem elevadores escadas “perigosas”. A recuperação habitacional da zona histórica não se reflecte no uso habitacional (fica-se apenas pela actividade económica / comercial) desertificação do centro histórico. problema de segurança, (vandalismo). Azeitão: Distanciamento do centro urbano dificulta respostas. População idosa baixas prestações problemas de saúde muitos não tem médico de família. Isolamento (idosos). S Simão: Bairro da Brejoeira (população lusoafricana): alcoolismo, toxicodependência, analfabetismo. Bairro com 25 anos: habitações degradadas e sobrelotadas. 107 Tabela 74- Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área Emprego e Formação Profissional AREA MAIS MENOS Falta de oportunidades de integração (profissional) falsas expectativas frustração revolta descrédito das instituições. GPA: pop. Activa feminina: trabalho temporário, sazonal sem protecção social (inscr. no sist. obrigatório de S.S.). Pop. Masc.: baixa qualificação profissional baixos níveis de escolaridade baixos rendimentos. JF S Sebastião: Escola oficina : feitura de redes (para mulheres). PLCP: Recuperação de viaturas formação profissional e integração esc. SADO, S. SEBASTIÃO, GÂMBIA-PONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Programa RUS: 50% dos formandos c/ inserção profissional, disponibilização de apoio técnico a essa inserção. Existência de acções de formação c/ inserção na vida activa. Poucas ofertas de emp.: reduzida à construção civil, agricultura, “apanha” de marisco trabalho ilegal. pop desprotegida ao nível da protecção social. Acentuada falta de fiscalização da inspecção geral de trabalho e Segurança Social na identificação de trabalho ilegal. Fuga ao sistema contributivo mentalidade generalizada. Emprego: boa articulação com IEFP. Falta de hábitos de trabalho (regular e continuado). problemas de alcoolismo. Inserção profissional: articulação com vista a dar resposta a problemas específicos, JF Sado: os mesmos prob ao nível do trab. Desemprego de longa duração, precariedade do emprego, fragilidade dos vínculos contratuais, baixa qualificação profissional desadequação das expectativas face ao mercado de trab (habilitações), falta de hábitos de trabalho, actividades marginais (mendicidade, trafico de droga, prostituição, biscates). Mercado de trabalho temporário. Falta de cobertura de equipamentos para pop. deficiente e idosos entraves à inserção profissiona.l Falta de protecção social: subsidio de doença, desemprego (devido às situação de trabalho precário). ANUNCIADA STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO Responsabilização progressiva nos planos de inserção (sobretudo na área do trabalho / emprego); (1) Só ao nível da formação é que se vão encontrando respostas. Diminuição do desemprego. Aumento da oferta de emprego. Melhoria das respostas do Centro de Emprego e Formação Profissional resposta mais efectiva e eficaz. Bom nível de integração (período mais recente). Adequação das respostas do IEFP às características e habilitações de determinadas pop (mais carênciadas). 108 (1) As pessoas candidatas ou já beneficiárias do RMG não estão muito motivadas para o trabalho. Há falta de informação por parte dos beneficiários do RMG A formação existente é desadequada. Necessidade de criar empresas de inserção: fundição de artigos de pesca, criação de flores em estufa, formação para apoio a idosos. Existe a necessidade da criação de emprego. Os cursos de formação não estão adaptados a quem mais necessita exclusão por falta de habilitações Desajustamento de articulação de recursos das famílias baixos salários pop muito envelhecida com baixas reformas. Desemprego de longa duração precariedade de emprego contratos semanais Tabela 75 - Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área Acção Social AREA MAIS MENOS Indefinição de uma política para as minorias. GPA: % elevada de idosos (>65) baixas pensões de reforma problemas de saúde (que consomem 1 fatia significativa do seu orçamento) as longas listas de espera condicionam o recurso à medicina privada (com o consequente endividamento) falta de equipamentos. O apoio domiciliário é insuficiente. Isolamento da população mais idosa no plano afectivo / familiar os próprios idosos tem poucos recursos para poderem aderir a programas de apoio. Poucas ofertas de emp.: reduzida à construção civil, agricultura, “apanha” de marisco trabalho ilegal. pop desprotegida ao nível da protecção social. Pop. manipula o seu discurso em função das necessidades (face aos técnicos). S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Capacidade de mobilização e de aproximação às populações quando não existe a “barreira” do dinheiro. Insuficiente capacidade de mobilização e de aproximação às populações. Falta de técnicos que trabalhem com as famílias. JF Sado: problemas da pop idosa semelhantes a GPA: carência de equipamentos sociais. Falta de cobertura de equipamentos para pop deficiente e idosos entraves à inserção profissional. Falta de protecção social: subsídio de doença, desemprego (devido às situação de trabalho precário) Pop muito dependente dos serviços, ausência de expectativas, ausência de auto-estima, incapacidade de gerir recursos, desajustamento psicossocial, comportamentos violentos. Instabilidade familiar, maus tratos, elevado número de casos de monoparentalidade, maternidade precoce, negligência, separação do casal, fraca comparticipação financeira por parte de alguns elementos do agregado fam. ANUNCIADA Equipamento da Casa Pia (antigo convento de s. Francisco). Boa articulação com o CAT, Centro de Saúde, Cáritas, Centro de Emprego (mais estreita), Ass. Socorros Mútuo cruzamento de informação / dados (acompanhamento transversal e entre serviços dos casos / utentes); Responsabilização progressiva nos planos de inserção (sobretudo na área do trabalho / emprego); Surgiram equipamentos e valências que vieram dar respostas. Centro de dia veio preencher uma lacuna existente fornecimento de refeições convívio (quebra do isolamento). (1) A APPACDM como centro de recursos em termos de avaliação e acompanhamento, mesmo para outro tipo de população: escolas, população com dificuldades educativas, insucesso escolar, 109formação profissional e social. Equipamentos para a infância / creches (listas de espera). Toxicodependência pessoas idosas com familiares toxicodependentes; Alcoolismo relacionado com trabalhadores do sector das pescas maus tratos / violência doméstica; Carência de amas e creches; Carência de equipamentos sociais, sobretudo na área da infância. Resistência por parte dos utentes às soluções apresentadas; Incapacidade de manutenção da habitação isolamento social desconhecimento / falta de capacidade de rentabilizar os recursos existentes. AREA MAIS MENOS de avaliação e acompanhamento, mesmo para outro tipo de população: escolas, população com dificuldades educativas, insucesso escolar, formação profissional e social. (1) APPACDM: Projecto IN muito voltado para o exterior. Sucesso do RMG: controle mais apertado dos casos que não são alvo do RMG (é necessário fazer cursos mais adaptados à realidade “cursos mais interessantes”). Os Jardins de Infância começam a estar vazios. Recentemente houve um aumento das mensalidades no pré-escolar. Existem espaços para as valências de infância. Barreiras arquitectónicas que facilitem as pessoas idosas / doentes. Necessidade de mais apoio domiciliário em várias áreas: saúde, apoio social idosos. Sentimento de abandono desencorajamento distanciamento entre os centros de resolução dos problemas e o terreno. Acompanhamento de pessoas idosas. O espaço do centro de dia é insuficiente para as solicitações existentes. Respostas mais humanizadas nos lares para idosos. Pobreza geracional e persistente e “envergonhada”. Necessidade de mais acções que promovam a inclusão social das pessoas realojadas. (2) Envelhecimento idosos há pouco apoio domiciliário (não existem instituições da zona que o façam). A reinserção passa por colocar as pessoas a trabalhar em conjunto (misturar pessoas e combater a guetização) Existem listas de espera na valência de creche (as creches não são muito rentáveis, por isso não existe muita oferta no mercado) Os bairros identificados como sendo os mais problemáticos, são o Casal das Figueiras e o Grito do Povo (neste último existe um comissão de moradores e um PLCP). Duma forma geral existe muita pobreza envergonhada por parte da população mais idosa com muitas despesas ao nível da saúde (tratamento médico e medicamentos). Apoio alimentar no seu mais estrito sentido. Falta de equipamentos para crianças e idosos as mães não tem local para deixar os filhos. Pobreza envergonhada problemas de toxicodependência na família. Desajustamento de articulação de recursos das famílias baixos salários pop muito envelhecida com baixas reformas. Famílias monoparentais rupturas familiares avós que se tornam responsáveis pelas crianças Há respostas a nível de centro de dia e apoio domiciliário. STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO Serviço de apoio domiciliário e centro de dia e futuramente um lar (Azeitão). Prob eco: RMG veio resolver muitos problemas família que se tornaram autónomas em relação aos serviços. Não há amas em n.º suficiente (S Julião) Carência de amas. mães não podem trabalhar porque não têm onde deixar os filhos. Azeitão Distanciamento do centro urbano dificulta respostas. Pop idosa baixas prestações prob saúde muitos não têm médico de família; Isolamento (idosos). Equipamentos de infância muitas carências, lucrativos sem condições ausência de equipamentos oficiais. S Simão: Bairro da Brejoeira (pop de afro-lusa: alcoolismo, toxicodependência, analfabetismo). Bairro com 25 anos: habitação degradadas e sobrelotada. 110 Tabela 76 - Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área de Saúde AREA MAIS MENOS Saúde: boa articulação com a Cáritas, CAT e Projecto Maior visibilidade dos casos de tox e SIDA devido à crescente articulação dos diversos serviços REDES, Saúde: doença crónica: articulação com o centro de saúde e suas extensões para confirmação S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO GPA: diminuição do fenómeno da toxicodependência. GPA: % elevada de idosos (>65) baixas pensões de reforma problemas de saúde (que consomem 1 fatia significativa do seu orçamento) as longas listas de espera implicam o recurso à medicina privada (com o consequente endividamento) falta de equipamentos. O apoio domiciliário é insuficiente. Falta de hábitos de trabalho (regular e continuado). problemas de alcoolismo. Existe uma extensão de saúde e uma escola Doenças crónicas, d. mentais (aumento), tox Casos de HIV e SIDA (aumento), alcoolismo. Instabilidade familiar, maus tratos, elevado número de casos de monoparentalidade, gravidez precoce, negligência, separação do casal, fraca comparticipação financeira por parte de alguns elementos do agregado fam. Saúde escolar: boa articulação entre o pessoal da saúde escolar e a escola. + IPSS’s Cuidados continuados de saúde e apoio social (potenciar…) Boa articulação com o CAT, Centro de Saúde, Cáritas, Centro de Emprego (mais estreita), Ass. Socorros Mútuo cruzamento de informação / dados (acompanhamento transversal e entre serviços dos casos / utentes); (1) Centro de Saúde do Viso com preocupações ao nível das acessibilidades. (2) Existência de uma comunidade terapêutica na freguesia. Os programas de vacinação tem estado a ser cumpridos. Existe um grupo de alcoólicos anónimos que se reúne em instalações da Junta. ANUNCIADA 111 Respostas para problemas de saúde mental (não há serviços especializados). Programas de acção especiais dirigidos a grupos-alvo (alcoólicos, doentes de alzheimer) de saúde. Elevada incidência do problema da toxicodependência idosos c/ menores a cargo dificuldades no cumprimento dos programas de vacinação. Necessidades de programas dirigidos ao problema do alcoolismo. Arrumadores de automóveis toxicodependência (S. Julião) Instituições (casas de acolhimento) para doentes terminais. Gravidez na adolescência Toxicodependência pessoas idosas com familiares toxicodependentes; Alcoolismo relacionado com trabalhadores do sector das pescas maus tratos / violência doméstica; Despesas de saúde muito elevadas; Problemas de saúde mental (respostas demoradas); Dificuldades na área da deficiência: ausência de respostas; Pobreza doença mental / psicológica alcoolismo, toxicodependência. Degradação habitacional (interior) higiene e saúde pública. Modos de vida menos saudáveis concentração de bares início de consumos de álcool e tabaco. (2) Gravidez precoce (1) A população não está muito sensibilizada para os problemas de saúde (as famílias demitem-se um pouco). Só há um centro de saúde para cerca de 30.000 habitantes e cuja população é relativamente idosa. Este centro de saúde fica numa zona de difícil acesso em termos de mobilidade pedonal (numa zona alta da freguesia). Pouca visibilidade do trabalho da Saúde Escolar. Ao nível da Saúde Mental existe só uma instituição: Fernando Ilhargo. Problema do alcoolismo é um problema real. Escassez de ambulâncias. Existe uma grande ausência de respostas para os doentes em fases terminais. AREA MAIS MENOS Mães adolescentes: apoio social à mães adolescentes e grávidas. Centro de saúde funciona bem Saúde: respostas mais integradas consultas especializadas Listas de espera para a Saúde (hospital). Não há cobertura ao nível da psiquiatria. Não há respostas ao nível do alcoolismo. Pop idosas: muito dependentes / acamados. Poucos lares para dependentes. Azeitão Distanciamento do centro urbano dificulta respostas. Pop idosa baixas prestações problemas de saúde muitos não tem médico de família. Isolamento (idosos). STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO S Simão: Bairro da Brejoeira (pop de afro-lusa: alcoolismo, toxicodependência, analfabetismo. Bairro com 25 anos: habitações degradadas e sobrelotada. Não existe um hospital de retaguarda. 112 Tabela 77 - Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área Equipamentos Desportivos e Recreativos AREA MAIS MENOS ACM: clube INCA júnior (até 10 anos), clube INCA grupos autónomos (13 anos): voluntariado, grupo de informação, actividades desportivas, elevado interesse e participação por parte dos jovens.ASS. Elevados investimentos do estado a nível de equipamentos (ACM e Cáritas). S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Ocupação de tempos livres para crianças: Pop Idosa: rentabilização das competências, promoção de convívio intergeracional. (ORUS+PLCP) desenvolver e florescer. Centro de Recursos (CCA): informação Ocupação de tempos livres para crianças e idosos equipamentos e políticas desportivas (de recreio ou de competição?). Falta de respostas para os jovens adolescentes insegurança delinquência. Desenvolvimento / fortalecimento de parcerias, adequação das respostas à pop. ANUNCIADA Vários equipamentos sociais e tradição de associativismo. Existência de associações de moradores. (1) Vitalidade das associações e colectividades; desporto e lazer. (2) Comissões de moradores muito activas. Falta de infra-estruturas desportivas. (2) Os líderes das colectividades sentem-se um bocado desapoiados. (2) Tornam-se líderes quem apresenta mais recursos materiais e não quem tem mais recursos sociais. Existem 17 colectividades que são bastante activas. Falta de equipamentos desportivos para prevenção do abandono escolar. Equipamentos desportivos sub-aproveitados (ringue Vanicelos e Amoreiras) vandalizados. STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO Não existe desporto na vertente formativa (existe apenas na competitiva). 113 Actividades Económicas Tabela 78 - Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área Actividades Económicas AREA MAIS MENOS Baixos salários, baixos rendimentos de pensões e outras prestações, endividamentos (a nível de rendas habitação e saúde) Desemprego de longa duração, precariedade do emprego, fragilidade dos vínculos contratuais, baixa qualificação profissional desadequação das expectativas face aos mercado de trabalho (habilitações), falta de hábitos de trabalho, actividades marginais (mendicidade, trafico de droga, prostituição, biscates) S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Generalização da economia paralela. Crescentes dificuldades para o modo de vida tradicional da população cigana problemas de segurança ausência de espaços para a prática de venda ambulante (progressiva diminuição) Ligação ao trabalho relacionado ao mar, situação de crise no sector (dificuldade de adaptação a outro tipo de profissão); Uso não residencial do parque habitacional da zona baixa da freguesia. Degradação das condições económicas da população ao longo dos anos ANUNCIADA STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO A média de rendimentos é elevada (S Julião) S Julião dificuldades de adaptação às mudanças de rendimento. Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área das Actividades Económicas Os problemas mais referenciados no conjunto das oito freguesias do concelho foram: Baixos salários Pensões baixas Desemprego de longa duração Fragilidade dos vínculos laborais Generalização da economia paralela Crise no sector das pescas Como potencialidades apenas na freguesia de S. Julião se refere: Média de rendimentos elevada 114 Os baixos rendimentos provenientes de salários ou pensões são um dos principais problemas apontados e de grande implicação na vida da população do concelho, pelas dificuldades no acesso a serviços ou bens essenciais como por exemplo a habitação e a saúde, como pelo impacto que tem na economia do concelho, pelo reduzido poder de compra da população, entre outros. O desemprego de longa duração que se relaciona com as alterações económicas no concelho e a fragilidade dos vínculos laborais, colocam o mesmo tipo de dificuldades agravada ainda pela precariedade que acarretam e sobrecarga do sistema de protecção social, para que converge a população afectada. As questões de economia paralela colocam-se ilegalidades que acarretam, nomeadamente de fuga ao fisco ou ás contribuições para segurança social, a concorrência desleal que decorre desta economia informal, com sobrecarga inerente para todos os contribuintes . A crise no sector das pescas, de grande tradição no concelho representa também um problema complexo pelo desemprego estrutural que provoca, pela dificuldade de reconversão do sector e dos trabalhadores do Mar para outro tipo de actividades. 115 Segurança Tabela 79 - Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área de Segurança AREA MAIS MENOS Desemprego de longa duração, precariedade do emprego, fragilidade dos vínculos contratuais, baixa qualificação profissional desadequação das expectativas face aos mercado de trab (habilitações), falta de hábitos de trabalho, actividades marginais (mendicidade, trafico de droga, prostituição, biscates) População muito dependente dos serviços, ausência de expectativas, ausência. de autoestima, incapacidade de gerir recursos, desajustamento psicossocial, comportamentos violentos. S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Crescentes dificuldades para o modo de vida tradicional da população cigana problemas de segurança ausência de espaços para a prática de venda ambulante (progressiva diminuição) ANUNCIADA Zona segura (dispensa policiamento). Arrumadores de automóveis: houve uma estabilização do crime a partir do momento em que surgiram os arrumadores de automóveis. Existe mais policiamento nas ruas Falta de respostas para os jovens adolescentes insegurança delinquência. (2) Aumento do tráfico de droga Realojamentos demorados (Qta das Pretas) tráfico de droga prostituição A recuperação habitacional da zona histórica não se reflecte no uso habitacional (fica-se apenas pela actividade económica / comercial) desertificação do centro histórico. prob de segurança (vandalismo) STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO Equipamentos desportivos sub-aproveitados (ringue Vanicelos e Amoreiras) e vandalizados Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Segurança Os problemas mais referenciados no conjunto das oito freguesias do concelho foram: Actividades marginais como mendicidade, tráfico de droga e prostituição comportamentos violentos resultantes de desajustamento psicossocial crescente dificuldade para o modo de vida tradicional da população cigana Falta de respostas para os jovens adolescentes Desertificação do centro histórico 116 As potencialidades mais referenciadas no conjunto das oito freguesias do concelho foram : Aumento do policiamento nas ruas Estabilização do crime, ligada ao aparecimento dos arrumadores ilegais de automóveis O painel de interlocutores estabelece uma relação directa entre problemas sociais vários como o desemprego, insuficiência de habilitações, falta de respostas para os jovens e ausência de expectativas, e as suas consequências nas questões de marginalidade e insegurança. Muitas das actividades marginais aparecem associadas ao consumo e tráfico de droga, e à degradação de algumas zonas da cidade, mais problemáticas e em que tem sido mais demorada a intervenção ao nível dos realojamentos. A desertificação do centro histórico, com a concentração de comércio e serviços e perda crescente da função residencial, leva a que a partir de determinadas horas se coloquem questões de segurança dos transeuntes, e dos estabelecimentos. Relativamente às crescentes dificuldade para o modo de vida da população cigana, a ausência de espaços para a prática da venda ambulante, ou a sua transferência para zonas cada vez mais periféricas, pode conduzir esta população a actividades marginais, geradoras de insegurança. A ausência de expectativas e as dificuldades de inserção na escola e no trabalho, conjugadas com a carência de respostas de actividades desportivas e de lazer para os jovens, são igualmente factores de risco para o aumento do vandalismo e outros comportamentos violentos e marginais. 117 Educação Tabela 80 - Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre a área de Educação AREA MAIS MENOS Educação: boa articulação com o Ensino Recorrente, Cáritas, CAE S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Diminuição do abandono escolar na pop cigana GPA: pop. Activa feminina: trabalho temporário, sazonal sem protecção social (inscr. no sist. obrigatório de S.S.) Pop. Masc.: baixa qualificação profissional baixos níveis de escolaridade baixos rendimentos. Existe uma extensão de saúde e uma escola Escola: Abandono precoce, absentismo, desvalorização da esc, analfabetismo, iliteracia. ANUNCIADA Boa articulação com as instituições existentes (educação); Ao nível do ensino recorrente existe sempre uma resposta; Abandono escolar; fraca valorização da escola por parte dos pais; Insucesso e abandono escolar. Na freguesia existem poucas pessoas a tirar o curso superior. Educação: boa parceria com o RMG curricula alternativos e ensino recorrente. Os cursos de formação não estão adaptados a quem mais necessita exclusão por falta de habilitações Não há respostas para o abandono escolar precoce (2º ciclo e posterior) rejeição pela componente escolar na formação profissional. Não completam a escolaridade obrigatória. STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO Falta de equipamentos desportivos para prevenção do abandono escolar Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Educação Os problemas mais referenciados no conjunto das oito freguesias do concelho foram: Baixos níveis de escolaridade Insucesso escolar Abandono precoce da escola Absentismo Analfabetismo Desvalorização da escola As potencialidades mais referenciadas no conjunto das oito freguesias do concelho foram: Boa articulação entre as instituições, CAE Ensino Recorrente Cáritas Diminuição do abandono escolar na população cigana Boa parceria da educação com o RMG 118 Os baixos níveis de escolaridade da população são referidos como um problema grave porque condiciona o acesso ao mercado de trabalho, e a falta de habilitações, leva a situações de trabalho mais precário, com baixos salários, sem vínculos contratuais e muito desprotegidos socialmente, como são exemplos a construção civil e o trabalho doméstico. A falta de habilitações também cria problemas no acesso à formação profissional já que, o défice de habilitações escolares exclui muitos dos candidatos, e geralmente os que necessitam mais de formação para a integração profissional. Muitos dos formandos que frequentam a formação profissional por outro lado, rejeitam a componente escolar da formação, e não completam as acções. O insucesso escolar, o abandono precoce da escola e o absentismo, são questões que se ligam directamente com os conteúdos dos currículos os horários e as próprias estruturas escolares, as quais parecem ser pouco atractivas para muitas crianças e jovens, que não conseguem atingir as metas definidas nem cumprem as regras estipuladas. O incumprimento do percurso escolar, para além do défice de habilitações que acarreta, tem outros impactos porque a escola funciona também como estrutura protectora e de integração, o que acaba por expor a riscos sociais os jovens que a rejeitam. A desvalorização da escola, ou a sua fraca valorização por parte das famílias ocorre com muito maior frequência nas famílias sócio economicamente mais desfavorecidas, seja porque,os pais tem também fracas habilitações e estão pouco preparados para apoiar os filhos no seu percurso escolar, ou porque a própria escola deixou de ser uma garantia de acesso a um emprego adequado, estes entre outros factores condicionam o investimento das famílias e acabam por desresponsabilizar os jovens. O analfabetismo, embora pouco frequente constitui-se como um grande problema de integração. O que acontece com alguma frequência é existir frequência da escola, mas esta ter sido abandonada precocemente, e o pouco que aprenderam ter sido esquecido. Por outro lado a frequência da escola, também não garante a aquisição de conhecimentos, sendo a iliteracia uma questão a ter em conta. Apesar de todos os problemas e explicações adiantadas pelo painel de interlocutores, foram por estes também apontadas potencialidades, ao nível das freguesias dos quais realçamos o empenhamento e articulação de vários serviços na tentativa de encontrar respostas e melhorar a situação ao nível da educação no concelho. 119 Diversos Tabela 81 - Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores sobre diversas áreas AREA MAIS MENOS Articulação com ACM: inserção de jovens S. SEBASTIÃO, GÂMBIAPONTES- ALTO DA GUERRA, SADO Pop consciente dos problemas, atitude participativa, existência de aspirações, capacidade de utilizar os serviços existentes (pop informada). As fam são unidas, bom relacionamento fam. Aumento da visibilidade dos problemas e não (necessariamente) aumento do fenómeno. Elevado número de instituições interessadas em aprofundar os problemas. ANUNCIADA STA. MARIA, S. JULIÃO, S. SIMÃO, S. LOURENÇO Boa articulação entre os técnicos dos serviços. Técnicos com um longo conhecimento da freguesia. Experiência de trabalho articulado (projectos de luta contra a pobreza). Sensibilização por parte dos técnicos / serviços das instituições existentes no terreno; Enraizamento dos residentes. Proximidade da Serra da Arrábida ambiente saudável. (1) Articulação entre as instituições. (2) Potencialidades paisagísticas, proximidade com a Arrábida; percursos pedestres pelos moinhos; percursos turísticos (com os passeios a começarem pelo Casal das Figueiras). Pop de outras freguesias procuram respostas na Freg. S Julião Existem respostas para as diversas áreas As parcerias funcionam Novo Pólo da biblioteca (Av. Angola) Boas relações de vizinhança (rede de suporte) Parceria entre JF Sta. Maria com: educação, saúde, IRS, IPSS, paróquia As instituições não articulam suficientemente os seus esforços. “instituições de costas voltadas”. Multiplicação de redes, desarticulação dos serviços do estado. As instituições não são devidamente auscultadas. Acentuada falta de fiscalização da inspecção geral de trabalho e Segurança Social na identificação de trabalho ilegal. Fuga ao sistema contributivo mentalidade generalizada. Não há o estímulo para a participação. Falta de informação sobre projectos disponíveis. Déficit na recolha e divulgação de dados. Acessos desadequados para a população idosa (nos próprios alojamentos); Rendimentos muito baixos; Falta de infra-estruturas: vias de comunicação, zonas verdes. Ausência de respostas de ocupação de tempos livres para crianças e jovens durante os meses de Julho e Agosto. Ausência de respostas ao nível do apoio jurídico (para esclarecimento mais do que para resolução de problemas). Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre várias outras questões a que dominámos diversos Os principais problemas identificados nas oito freguesias do concelho, que ainda não foram focados são: A falta de estímulo para a participação Déficit na recolhe divulgação de dados A multiplicação de “ redes” e desarticulação dos serviços do estado Principais potencialidades identificadas nas oito freguesias do concelho, que ainda não foram focados são: 120 Boa articulação entre técnicos dos vários serviços e instituições Elevado número de instituições interessadas em aprofundar os problemas Recursos naturais e paisagísticos de grande qualidade Boas relações familiares e de vizinhança Muitas das questões abordadas pelos interlocutores nesta categoria residual a que denominámos diversos, relacionam-se com muitos dos objectivos e dificuldades da Rede Social. Curiosamente nesta área existem mais potencialidades que problemas. A inexistência de dados estatísticos recolhidos, afigurara-se como uma das maiores dificuldades, no conhecimento concreto e fundamentado da realidade social do concelho, muitos dos dados existentes não estão trabalhados e são mesmo de difícil compatibilização. A população e as instituições não são suficientemente estimuladas a participar na procura de soluções ou na tomada de decisões de questões que lhes dizem directamente respeito, o que põe em risco muitas vezes a sua adesão aos processos de desenvolvimento. A falta de articulação de alguns serviços do estado cria problemas vários à população pelas exigências e burocratização de serviços, e falta de ligação entre eles. O receio da multiplicação das “ redes” locais relaciona-se com o facto acabarem por serem sempre os mesmos serviços e pessoas, presentes nos vários contextos, e ao facto de estas estruturas acabarem por ter pouco poder deliberativo. A boa articulação dos técnicos dos diversos serviços, a par do trabalho de parceria que já desenvolvem, é já um importante caminho percorrido. O interesse de muitas instituições em aprofundar os problemas do concelho, a própria existência de técnicos sensíveis e com um bom conhecimento do terreno, são factores igualmente importantes O concelho beneficia de uma situação geográfica privilegiada a excelência dos recursos naturais com qualidade paisagística de grande potencial turístico, e com boa qualidade de vida, sendo de salientar que o concelho e a própria cidade apesar do seu crescimento mantêm ainda características muito positivas ao nível das relações familiares e de vizinhança, que continuam a funcionar como suporte essencial. 121 Equipamentos Desportivos SÃO SEBASTIÃO Freguesia Equipamento Desportivo Campo Futebol Tipologia Área Proprietário Gestor Grande Campo 4.860,0 Campo Jogo Pequeno Campo 800,0 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Campo Jogo Pequeno Campo 1.341,0 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Polidesportivo Pequeno Campo 655,9 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Campo Jogo Pequeno Campo 640,0 Polidesportivo Pequeno Campo 760,0 Pavilhão Salas Desporto 812,0 Pavilhão Salas Desporto 788,0 Pavilhão Salas Desporto 800,0 Ginásio Salas Desporto 551,6 Sala Polivalente Salas Desporto 108,1 Ginásio Salas Desporto 111,2 Campo Basquetebol Campo Basquetebol Campo Futebol Pequeno Campo 420,0 Pequeno Campo 420,0 Grande Campo 3.780,0 Liberdade Fut. Clube Grupo Desp. Idolos Praça Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação C.C.Rec. Franc. Rod. Bobo Câmara Municipal Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação União Fut. Com. Indústria Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Casa do Gaiato Liberdade Fut. Clube Grupo Desp. Idolos Praça Esc. C+S Aranguez Esc. Prep. Luísa Todi Esc. Sec. Camarinha Esc. Sec. Bela Vista C.C.Rec. Franc. Rod. Bobo Clube D. Rec. A. S. Gabriel Escola Primária nº8 Escola Primária nº9 Escola Prep. Luisa Todi Esc. Sec. Camarinha União Fut. Com. Indústria Esc. Sec. Bela Vista Escola Primária nº3 Escola Primária nº11 Esc. Sec. Ana Cast. Osório Esc. Sec. Ana Cast. Osório Casa do Gaiato Campo Futebol Grande Campo 6.500,0 Campo Futebol Grande Campo 5.421,6 Campo Futebol Grande Campo 7.000,0 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Campo Jogo Pequeno Campo 1.851,3 Polidesportivo Pequeno Campo 3.096,0 Campo Jogo Pequeno Campo 1.500,0 Polidesportivo Pequeno Campo 1.764,0 União Fut. Com. Indústria Grupo Desp. Rec. 1º Maio Curvas Futebol Clube Ministério da Educação Inst. Emp. F. Profissional Grupo Desp. “Os Amarelos” Ministério da Educação Câmara Municipal Ministério da Educação União Fut. Com. Indústria Grupo Desp. Rec. 1º Maio Curvas Futebol Clube Esc. Sec. Ana Cast. Osório Inst. Emp. F. Profissional Grupo Desp. “Os Amarelos” Esc. Sec. Bela Vista Esc. Primária nº1 Areias Escola primária nº11 122 SÃO JULIÃO Freguesia Equipamento Desportivo Tanque Aprendizagem Tanque Aprendizagem Campo Ténis Tipologia Área Proprietário Gestor Piscina Coberta 72,0 Piscina Coberta 250,0 Pequeno Campo 640,8 Campo Ténis Pequeno Campo 640,8 Campo Ténis Pequeno Campo 640,8 Campo Ténis Pequeno Campo 640,8 Campo Ténis Pequeno Campo 640,8 Polidesportivo Pequeno Campo 644,4 Campo Andebol Pequeno Campo 614,0 Polidesportivo Pequeno Campo 1.178,0 Polidesportivo Pequeno Campo 644,0 Campo Jogo Pequeno Campo 475,9 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Campo Jogo Pequeno Campo 264,0 Pátio Desportivo Pequeno Campo 460,2 Campo Jogo Pequeno Campo 902,0 Câmara Municipal Clube Naval Setubalense Câmara Municipal Câmara Municipal Câmara Municipal Câmara Municipal Câmara Municipal Câmara Municipal Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Câmara Municipal Ministério da Educação Junta Freguesia Assoc. Cristã Mocidade Clube Naval Setubalense Clube Ténis Setúbal Clube Ténis Setúbal Clube Ténis Setúbal Clube Ténis Setúbal Clube Ténis Setúbal Câmara Municipal Esc. Sec. Bocage Esc. Sec. Bocage Esc. Sec. Bocage Esc. Sec. Bocage Esc. Sec. Sebastião Gama Escola Primária nº19 Escola Primária nº7 Junta Freguesia Polidesportivo Pequeno Campo 965,8 Junta Freguesia Junta Freguesia Campo Ténis Pequeno Campo 648,0 Campo Ténis Pequeno Campo 648,0 Campo Ténis Pequeno Campo 648,0 Pavilhão Salas Desporto 1.171,2 Ginásio Salas Desporto 452,4 Ginásio Salas Desporto 259,2 Ginásio Salas Desporto 223,5 Ginásio Salas Desporto 167,4 Sala Desporto Salas Desporto 113,9 Ginásio Salas Desporto 210,9 Câmara Municipal Câmara Municipal Câmara Municipal Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Inatel Câmara Municipal Câmara Municipal Câmara Municipal Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Inatel Ginásio Salas Desporto 316,4 Ginásio Salas Desporto 183,6 Ginásio Salas Desporto 493,4 Ginásio Salas Desporto 123,1 Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Esc. Sec. Bocage Esc. Sec. Bocage Esc. Sec. Sebatião Gama Esc. Sec. Sebatião Gama 123 SÃO LOURENÇO Freguesia Sala Halterofilia Salas Desporto 54,0 Pavilhão Salas Desporto 800,0 Sala Desporto Salas Desporto 184,8 Pavilhão Salas Desporto 800,0 Pista Atletismo Pequeno Campo 15.000,0 Campo Ténis Pequeno Campo 648,0 Campo Ténis Pequeno Campo 648,0 Campo Ténis Pequeno Campo 648,0 Estádio Bonfim Grande Campo 7.271,6 Campo Futebol Grande Campo 7.314,8 Polidesportivo Pequeno Campo 4.036,9 Polidesportivo Pequeno Campo 1.430,0 Polidesportivo Pequeno Campo 2.964,0 Sala Ténis Mesa Salas Desporto 29,4 Pavilhão Salas Desporto 800,0 Ministério da Educação Esc. Sec. Sebatião Gama Clube Naval Setubalense Clube Naval Setubalense Casa de Pessoal Secil Vitória futebol Clube Clube Ténis de Setúbal Clube Ténis de Setúbal Clube Ténis de Setúbal Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Esc. Prep. Bocage Esc. Sec. Bocage Esc. Sec. Sebastião Gama Casa Pessoal Secil Esc. Prep. Bocage Equipamento Desportivo Polidesportivo Tipologia Área Proprietário Gestor Pequeno Campo 596,3 Campo Jogo Pequeno Campo 1.500,0 Campo Jogo Pequeno Campo 1.432,0 Campo Jogo Pequeno Campo 1.394,0 Polidesportivo Pequeno Campo 430,5 Pavilhão Salas Desporto 648,0 Ministério da Educação Clube Camp. Barreiro Ministério da Educação Cent. Cul. D. B. Azeitão Ministério da Educação Episcopado Campo Futebol Grande Campo 6.441,0 Piscina Piscina Coberta 312,5 Esc. C+S Azeitão Clube Camp. Barreiro Esc. C+S Azeitão Cent. Cul. D. B. Azeitão Esc. C+S Azeitão Juventude Azeitonense Cent. Cul. D. B. Azeitão Câmara Municipal 124 Ministério da Educação Clube Naval Setubalense Clube Naval Setubalense Secil Vitória futebol Clube Câmara Municipal Câmara Municipal Câmara Municipal Vitória futebol Clube Vitória futebol Clube Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Secil Cent. Cul. D. B. Azeitão Câmara Municipal Equipamento Desportivo Tipologia Área Proprietário Grande Campo 6.400,0 Marítimo Futebol Clube Sala Polivalente Salas desporto 100,0 Ministério da Educação Gestor Marítimo Futebol Clube Campo Futebol Freguesia Equipamento Desportivo Campo de Jogo Tipologia Área Proprietário Gestor Pequeno Campo 180,0 Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Pátio Desportivo Pequeno Campo 209,0 Câmara Municipal Ministério da Educação Câmara Municipal Ginásio Salas Desporto 303,3 Bomb. Volunt. Setúbal Pavilhão João Santos Salas Desporto 800,0 Ministério da Educação Câmara Municipal Escola Sec. Viso Esc. Primária nº15 Bomb. Volunt. Setúbal Escola Sec. Viso Equipamento Desportivo Campo Jogo Tipologia Área Proprietário Gestor Pequeno Campo 383,5 Ginásio Salas Desporto 472,0 Campo Futebol Grande Campo 7.801,5 Campo Futebol Grande Campo 5.750,4 Câmara Municipal Un. Cult. Desp. Praiense Un. Cult. Desp. Praiense Estr. Faralhão Fut. Clube Esc. Prim. Nº2 Faralhão Un. Cult. Desp. Praiense Un. Cult. Desp. Praiense Estr. Faralhão Fut. Clube Equipamento Desportivo Pátio Desportivo Tipologia Área Proprietário Gestor Pequeno Campo 350,0 Campo Futebol Grande Campo 6.177,6 Com. Morad. Alto Guerra Indeterminado Campo Futebol Pequeno Campo 2.656,5 Esc. Prim. Alto Guerra União Desp. Rec. Pontes Un. Des. Rec. Cult. Gâmbia NOSSA SENHORA DA ANUNCIADA STA M. GRAÇA Freguesia SADO Freguesia GPA Freguesia 125 Esc. Prim. Nº4 S. M. Graça Un. Des. Rec. Cult. Gâmbia SÃO SIMÃO Freguesia Equipamento Desportivo Tipologia Área Proprietário Gestor Polidesportivo Pequeno Campo 800,0 Grup. Mus. Un. Progresso Grup. Mus. Un. Progresso Tipologia Área Média ( m2 ) Pequeno Campo 1.466,8 Grande Campo 6.226,5 Salas de Desporto 407,9 Piscina Coberta 211,5 126 I. INTRODUÇÃO _______________________________________________________________3 II. ENQUADRAMENTO ________________________________________________________5 Pressupostos / Objectivos _______________________________________________________________ 5 Metodologia _________________________________________________________________________ 6 Vantagens _________________________________________________________________________ 9 Limitações_________________________________________________________________________ 9 Dificuldades encontradas, lacunas e limitações ______________________________________________ 10 III. DIAGNÓSTICO POR ÁREAS ________________________________________________11 Demografia e População ________________________________________________________________ Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Demografia e População ___________ Envelhecimento Demográfico ___________________________________________________________ Famílias Monoparentais e Famílias Reconstituídas ___________________________________________ Vive com… ________________________________________________________________________ Estabilidade Demográfica ______________________________________________________________ Rejuvenescimento Demográfico _________________________________________________________ Notas Conclusivas____________________________________________________________________ 11 11 12 15 16 17 19 19 Habitação e Urbanismo ________________________________________________________________ Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Habitação e Urbanismo ____________ Estado de Conservação do Edificado______________________________________________________ Função Residencial dos Edifícios ________________________________________________________ Condições de habitabilidade ____________________________________________________________ Mercado da Habitação e a Requalificação Habitacional _______________________________________ Habitação Social e o Plano Especial de Realojamento ________________________________________ Notas Conclusivas____________________________________________________________________ 20 20 21 24 26 27 30 33 Emprego e Formação Profissional ________________________________________________________ Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área do Emprego e Formação Profissional ____ Os Níveis de Qualificação da População Activa _____________________________________________ O Desemprego de Longa Duração________________________________________________________ Dificuldades de Integração Profissional de Pessoas com Deficiência _____________________________ A Precariedade Laboral e Funcionamento de uma Economia Informal ____________________________ Diminuição do Desemprego ____________________________________________________________ Adequação das Intervenções de Promoção do Emprego e da Formação Profissional por Parte do IEFP no Âmbito do Mercado Social de Emprego ___________________________________________________ Melhoria na Execução dos Contratos de Inserção no Âmbito do R.M.G. __________________________ Notas conclusivas ____________________________________________________________________ 34 34 35 36 37 40 42 Acção Social__________________________________________________________________________ Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área de Acção Social ____________________ Isolamento da População Idosa __________________________________________________________ Taxas de Cobertura da Rede de Equipamentos Sociais ________________________________________ Equipamentos para Infância e Juventude_________________________________________________ Equipamentos para Crianças e Jovens em Situação de Risco _________________________________ Equipamentos e Serviços Para Pessoas Portadoras de Deficiência _____________________________ Serviços e Equipamentos para Idosos ___________________________________________________ Lares Para Idosos noConcelho de Setúbal ________________________________________________ Dependência do Sistema de Protecção Social _____________________________________________ 51 51 52 54 54 56 56 57 58 58 127 45 47 49 Crianças e Jovens em Risco Acompanhadas pelas Comissões de Protecção de Menores (CPM ) no Distrito de Setúbal (1º Semestre 1999)___________________________________________________________ 61 Notas Conclusivas____________________________________________________________________ 64 Saúde _______________________________________________________________________________ Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre a área da Saúde __________________________ Saúde _____________________________________________________________________________ Estruturas de Saúde do Concelho ________________________________________________________ Hospitais Concelhios__________________________________________________________________ Centros de Saúde do Concelho __________________________________________________________ Os principais problemas de saúde que afectam a população do Concelho __________________________ Toxicodependência ___________________________________________________________________ Alcoolismo _________________________________________________________________________ SIDA______________________________________________________________________________ A Gravidez na Adolescência ____________________________________________________________ Deficiências Psíquicas e Físicas _________________________________________________________ Notas Conclusivas____________________________________________________________________ 66 66 68 68 69 71 73 74 76 78 79 80 83 Equipamentos Desportivos e Recreativos __________________________________________________ Análise dos resultados do painel de interlocutores sobre equipamentos desportivos e recreativos _______ Falta de Infra – Estruturas Desportivas ____________________________________________________ Indefinição de Política Desportiva________________________________________________________ Equipamentos Desportivo Sub-Aproveitados _______________________________________________ Colectividades Bastante Activas _________________________________________________________ Notas Conclusivas____________________________________________________________________ 84 84 85 86 88 88 88 IV. DIAGNÓSTICO INTEGRADO DO MUNICÍPIO ___________________________________89 Envelhecimento Demográfico e Isolamento da População Idosa_________________________________ 91 Relação das famílias de fracos recursos com os sistemas de protecção ____________________________ 93 Terciarização da Economia _____________________________________________________________ 95 Alterações das estruturas familiares ______________________________________________________ 97 A dimensão social das questões de saúde pública ____________________________________________ 98 V. ÁREAS DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA E PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL 100 Objectivos Estratégicos________________________________________________________________ 100 Estratégias de Intervenção para o Plano de Desenvolvimento __________________________________ 100 VI. ANEXOS _______________________________________________________________102 Composição dos Painéis _______________________________________________________________ 103 Painel CLAS de Setúbal do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada composto por elementos do CLAS (16-05-2000, Câmara Municipal de Setúbal)_______________________________________________ 103 Painel CLAS de Setúbal do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada (28-06-2000) ______________ 103 Painel CLAS de Setúbal do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada composto por IPSS’s que compõe o Núcleo Executivo do CLAS (12-07-2000, Câmara Municipal de Setúbal) ________________________ 103 Painel do Pré-diagnóstico da Freguesia da Anunciada composto por Associações e Colectividades (19-072000, Junta de Freguesia da Anunciada) __________________________________________________ 103 Painel do Pré-diagnóstico das Freguesias de Sado, Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, S. Sebastião (10-102000, Junta de Freguesia de S. Sebastião) _________________________________________________ 104 Painel do Pré-diagnóstico das Freguesias de Sta. Maria, S. Julião, S. Simão e S. Lourenço (17-11-2000, Câmara Municipal de Setúbal) _________________________________________________________ 104 128 Compilação dos contributos dos diversos painéis de interlocutores por áreas ____________________ 105 Actividades Económicas _______________________________________________________________ 114 Segurança __________________________________________________________________________ 116 Educação ___________________________________________________________________________ 118 Diversos ____________________________________________________________________________ 120 Equipamentos Desportivos _____________________________________________________________ 122 129