TCC02 - Faculdade de Biomedicina
Transcrição
TCC02 - Faculdade de Biomedicina
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FACULDADE DE BIOMEDICINA IGUARACY PINHEIRO DE SOUSA PERFIL FARMACOGENÉTICO DOS GENES CYP2D6 E CYP3A4 EM PACIENTES HIPERTENSOS DO ESTADO DO PARÁ: ESTUDO COMPARATIVO DE FATORES CLÍNICO-SOCIAIS E GENÉTICOS COM O SUCESSO TERAPÊUTICO. BELÉM 2012 IGUARACY PINHEIRO DE SOUSA PERFIL FARMACOGENÉTICO DOS GENES CYP2D6 E CYP3A4 EM PACIENTES HIPERTENSOS DO ESTADO DO PARÁ: ESTUDO COMPARATIVO DE FATORES CLÍNICO-SOCIAIS E GENÉTICOS COM O SUCESSO TERAPÊUTICO. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Biomedicina da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina. Orientadora: Ândrea Kely Ribeiro dos Santos BELÉM 2012 IGUARACY PINHEIRO DE SOUSA PERFIL FARMACOGENÉTICO DOS GENES CYP2D6 E CYP3A4 EM PACIENTES HIPERTENSOS DO ESTADO DO PARÁ: ESTUDO COMPARATIVO DE FATORES CLÍNICO-SOCIAIS E GENÉTICOS COM O SUCESSO TERAPÊUTICO. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Biomedicina da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina, aprovado com o conceito ______________________ Belém (PA), 12 de Dezembro de 2012. Banca Examinadora: ______________________________ Profª Drª Ândrea Ribeiro dos Santos ICB – UFPA (Orientadora) ______________________________ Prof. Dr. Sidney dos Santos ICB – UFPA ______________________________ Prof. Dr. Igor Guerreiro Hamoy ICB – UFPA _____________________________ Prof. Dr. José Ricardo Vieira– suplente ICB - UFPA Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças. Charles Darwin Dedico este trabalho a todos que sofrem de Hipertensão, na esperança de que, em um futuro próximo, dados como este possam ser aplicados na melhoria da qualidade de vida destes pacientes. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, por sempre me apoiarem nos momentos mais difíceis durante minha formação acadêmica, se não fosse por vocês, dificilmente estaria aqui. Aos meus irmãos, Paraguacy, Dyeime e Dyeine, principalmente pelos conselhos e incentivo a chegar até aqui. À minha segunda família que conheci na UFPA, Ewerton, Manel, Mai, Kely, Mel, Camila, Jorge, Jean e Alan, pelas conversas, risadas, desabafo de problemas, festas. À minha orientadora Drª Ândrea Ribeiro dos Santos, pelos ensinamentos e conselhos, na minha formação profissional. Aos meus amigos do LGHM, Milene, Marcos e Pablo, que sempre quando precisei estavam lá para me orientar e tirar minhas dúvidas. Aos meus amigos do CABM e das outras turmas de Biomedicina, pelos momentos de diversão e descontração e muito trabalho nas organizações de eventos acadêmicos. Às meus amigos que convivo Rodrigo, Elayne, Sarah e Nay, pelas dicas e ajuda com as coisas chatas da formatura, pelas risadas e pela companhia. Principalmente à Elayne, pela companhia em todos os momentos, pela amizade sincera e por ser uma grande amiga. A todos que contribuíram neste meu processo de crescimento pessoal e profissional, muito obrigado! SUMÁRIO 1. Introdução................................................................................................... 9 1.1 Epidemiologia da Hipertensão Arterial Sistêmica...................................... 10 1.2 Diagnóstico e Classificação....................................................................... 11 1.2.1 Diagnóstico............................................................................................ 11 1.2.2 Classificação......................................................................................... 12 1.3 Tratamento................................................................................................. 13 1.3.1 Tratamento não medicamentoso........................................................... 13 1.3.2 Tratamento medicamentoso.................................................................. 14 1.4 Farmacogeética.......................................................................................... 15 1.5 Genes......................................................................................................... 15 1.5.1 CYP2D6................................................................................................. 16 1.5.2 CYP3A4................................................................................................. 16 1.6 Justificativa................................................................................................. 17 2. Objetivos.................................................................................................... 18 2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 18 2.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 18 3. Artigo anexado........................................................................................... 19 4. Considerações Finais................................................................................. 37 5. Referências Bibliográficas.......................................................................... 38 6. Anexo: Normas da revista.......................................................................... 42 RESUMO Introdução. A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracterizada por uma elevação da pressão arterial, acima dos valores de referência para a população em geral. Atualmente, considerada uma das doenças mais comuns do mundo moderno e portanto, constitui-se um dos problemas para saúde pública. Metodologia. No presente estudo, investigou-se quatro SNPs no gene CYP2D6 e um no gene CYP3A4 em pacientes com HAS da população de Belém - PA, com a finalidade de avaliar a associação destes com a resposta ao tratamento da hipertensão. Foram investigadas 196 amostras de pacientes hipertensos, divididos em dois grupos: Respondedor e Não respondedor. A investigação foi realizada por discriminação alélica em PCR em Tempo Real e as análises estatísticas realizadas pelo pacote estatístico SPSS. Resultados. A análise das freqüências dos genótipos observados apresentava-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Os SNPs não apresentaram significância estatística nos grupos investigados, quando analisados separadamente. Os SNP’s mais frequentes foram CYP2D6*17 (0,413) e CYP3A4*1B (0,181). A análise combinada dos polimorfismos CYP2D6(grupo R)/CYP3A4*1B, mostrou significância elevada (OR = 6.876; P= 0.005) em relação aos indivíduos que constituíam o grupo de risco (Não respondedor). Conclusão. Com base nesses dados, podemos inferir que a combinação dos polimorfismos (CYP2D6(grupo R)/CYP3A4*1B) contribuem para a falha terapêutica da HAS. 9 1. Introdução A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) caracterizada por uma elevação da pressão arterial, acima dos valores de referência para a população em geral, é considerada como uma das doenças mais comuns do mundo moderno. A obesidade, o sedentarismo, o estresse e o consumo excessivo de álcool e de sal, associados a uma predisposição hereditária, são apontadas como algumas das causas mais comuns da HAS (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010). A HAS é a principal doença associada ao risco de mortalidade nas patologias cardiovasculares. Arnett, et al. (2009) vem demonstrando que a redução dos níveis pressóricos a valores ideais, a saber, (<120/80 mmHg) preconizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é um fator importante para a qualidade da sobrevida do paciente. Entretanto, apesar da disponibilidade de medicamentos anti-hipertensivos com diferentes mecanismos de ação, não são alcançados níveis tensionais ideais em grande parte dos hipertensos em tratamento (Sandrim et al., 2008). Existem várias causas relacionadas ao difícil controle da hipertensão como: a não adesão ao tratamento; hipertensão do avental branco; doenças e condições associadas (etilismo, tabagismo, obesidade, resistência insulínica, apneia do sono e dieta rica em sal); uso concomitante de outros fármacos e substancias exógena (esteroides, anfetaminas, contraceptivos orais, agentes simpatomiméticos, dentre outros) (Sandrim et al., 2008). A hipertensão arterial secundária (hiperaldosteronismo primário, hipertensão renovascular, feocromocitoma, doenças da tireóide e doença parenquimentosa renal); hipertensão refratária ou resistente, caracterizada segundo o “VII Joint National Committee” (JNC-VII, EUA). No Brasil, os desafios do controle e prevenção da HAS e suas complicações são atividades que devem ser cumpridas pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). As equipes são formadas por 10 multiprofissionais, cujo processo de trabalho pressupõe vínculo com a comunidade e a clientela, levando em conta a diversidade racial, cultural, religiosa e os fatores sociais envolvidos. Neste contexto, o Ministério da Saúde (MS) preconiza que sejam trabalhadas as modificações de estilo de vida, fundamentais no processo terapêutico e na prevenção da hipertensão. Alimentação adequada, sobretudo quanto ao consumo de sal e controle do peso, a prática de atividade física, o abandono do tabagismo e a redução do uso excessivo de álcool são fatores que devem ser adequadamente abordados e controlados, sem os quais, os níveis desejados da pressão arterial poderão não ser atingidos, mesmo com doses progressivas de medicamentos (Ministério da Saúde, 2006). 1.1 Epidemiologia da Hipertensão Arterial Sistêmica A HAS é um importante fator de risco para a ocorrência do acidente vascular cerebral e o infarto agudo do miocárdio, além da doença renal crônica terminal (Williams, 2010). Chobanian et al. (2004) descrevem que a prevalência global de hipertensos é cerca de um bilhão de indivíduos, acarretando aproximadamente 7,1 milhões de mortes prematuras e 13% do total de óbitos no mundo. Nos países desenvolvidos, as doenças cardiovasculares são responsáveis pela metade das mortes entre os idosos acima de 60 anos (Ortega et al., 2006). Dentre essas doenças, a HAS é responsável por altos índices de morbimortalidade, por esta razão a tendência ao uso de fármacos anti-hipertensivos aumenta progressivamente, e idosos acima de 60 anos constituem o grupo etário que mais utiliza tais classes de fármacos na sociedade (Lyra et al., 2006). No Brasil a prevalência média de HAS na população adulta (acima de 18 anos), segundo o VIGITEL – 2010 (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico), é de 23,3%, sendo ligeiramente maior em mulheres (25,5%), do que em homens (20,7%). Estima-se que 36% 11 dos pacientes acima de 40 anos de idade sejam portadores de HAS. Outros estudos apontam uma prevalência entre 40 a 50% da população adulta. Dados do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde apontam uma prevalência de 22 a 44%, conforme a região (Ministério da Saúde, 2006). Considerando que em 2025 haverá mais de 35 milhões de idosos no país, o número de indivíduos com HAS tende a crescer (Lyra et al., 2006). 1.2 Diagnóstico e Classificação 1.2.1 Diagnóstico O diagnóstico da HAS é basicamente estabelecido pelo encontro de níveis tensionais permanentemente elevados acima dos limites de normalidade, quando a pressão arterial é determinada por meio de métodos e condições apropriados (Veiga et al., 2003). A medida da pressão arterial, pela sua importância, deve ser estimulada e realizada, em toda avaliação de saúde, por médicos de todas as especialidades e demais profissionais da área de saúde (Rabello et al., 2004). O esfigmomanômetro de coluna de mercúrio é o ideal para essas medidas. Os aparelhos do tipo aneróide, quando usados, devem ser periodicamente testados e devidamente calibrados (Ogihara et al., 2009). Automedida da Pressão Arterial (AMPA) A (AMPA) foi definida pela World Hypertension League (1988) como a realizada por pacientes ou familiares, não profissionais de saúde, fora do consultório, geralmente no domicilio, representando uma importante fonte de informação adicional. Esse procedimento é útil para identificar a hipertensão do avental branco (hipertensão de consultório isolada); avaliar a eficácia da terapêutica antihipertensiva; estimular a adesão ao tratamento; e reduzir custos e como principal vantagem a possibilidade de obter uma estimativa mais real dessa variável, tendo em vista que os valores são obtidos no ambiente onde os pacientes vivem no dia a dia (Alessi et al., 2008). 12 Os aparelhos eletrônicos devidamente validados e calibrados são os mais indicados para a medida da pressão arterial domiciliar. Os aparelhos de coluna de mercúrio e os aneróides podem ser usados, desde que calibrados e após treinamento apropriado. Os aparelhos de medida da pressão arterial no dedo não são recomendados (Coca et al., 2007). Medida Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) A MAPA é um método automático de medida indireta e intermitente da pressão arterial durante 24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades rotineiras, inclusive durante o sono. Têm-se demonstrado que esse método é superior à medida de consultório em predizer eventos clínicos, tais como: infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, insuficiência renal e retinopatia. Uma das suas características mais especifica e a possibilidade de identificar as alterações do ciclo circadiano da PA, sobretudo as alterações durante o sono, que tem implicações prognósticas consideráveis (Geleilete et al., 2009). 1.2.2 Classificação A HAS é caracterizada por valores de PA sistólica ≥ 140 mmHg e∕ou de PA diastólica ≥ 90 mmHg em medidas de consultório. O diagnóstico deverá ser sempre validado por medidas repetidas, em condições ideais, em pelo menos três ocasiões. Quase sempre, acompanham esses achados de forma progressiva, lesões nos vasos sanguíneos com consequentes alterações de órgãos alvos como cérebro, coração, rins e retina (Figueiredo et al., 2009). A maioria dos indivíduos com hipertensão possui a elevação persistente da pressão arterial com resultado de uma desregulação do mecanismo de controle homeostático da pressão, o que a define como essencial. Já a HAS secundária possui causa definida, que é potencialmente tratável e/ou curável, acometendo menos de 3% dos hipertensos. A correta avaliação deste pacientes é fundamental, visto que pode determinar a interrupção dos antihipertensivos. As causas mais comuns de HAS secundária estão vinculadas 13 aos rins (parenquimatosa, arterial ou obstrutiva) (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2010). A HAS é classificada de acordo com os valores tensionais, descritos na Tabela 1 abaixo, seguindo recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Tabela 1. Classificação da pressão arterial em adultos (>18 anos) Classificação Pressão Sistólica Pressão Diastólica Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85 Normal Limítrofe 130-139 85-89 Hipertensão Leve 140-159 90-99 Hipertensão Moderada 160-179 100-109 Hipertensão Grave >/ 180 >/ 110 Hipertensão Sistólica >/ 140 < 90 1.3 Tratamento 1.3.1 Tratamento não medicamentoso da HAS O tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial consiste em estratégias que visam mudar o estilo de vida e que podem levar à diminuição da dosagem dos medicamentos ou até mesmo à sua dispensa. O tratamento não medicamentoso tem, como principal objetivo, diminuir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares por meio de modificações do estilo de vida que favoreçam a redução da pressão arterial (Oliveira, 2011). Está indicado a todos os hipertensos e aos indivíduos mesmo que normotensos, mas de alto risco cardiovascular. Dentre essas modificações, as que comprovadamente reduzem a pressão arterial são: redução do peso corporal, da ingestão do sal e do consumo de bebidas alcoólicas, prática de exercícios físicos com regularidade, e a não utilização de drogas que elevam a pressão arterial. As razões que tornam as modificações do estilo de vida úteis são: Baixo custo e risco mínimo; redução da pressão arterial, favorecendo o 14 controle de outros fatores de risco; aumento da eficácia do tratamento medicamentoso; redução do risco cardiovascular (Mio, 2002). 1.3.2 Tratamento Medicamentoso A escolha do tratamento por anti-hipertensivos tem como objetivo não só redução da pressão arterial, mas também a eventos cardiovasculares fatais e não fatais. De certa forma os fármacos empregados no tratamento da HAS possuem vantagens terapêuticas inerentes, bem como desvantagens. Entretanto, há redução significante na taxa de AVC, eventos coronarianos, insuficiência cardíaca, progressão da doença renal, progressão para hipertensão mais severa e todas as causas de mortalidade (Padwal et al., 2001). As classes medicamentosas de anti-hipertensivos mais utilizadas no mercado atualmente são: diuréticos, inibidores adrenérgicos, vasodilatadores, betabloqueadores dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), antagonistas do receptor da angiotensina (ARA) e inibidores direto da renina (Law et al., 2009). Entretanto, antes de serem escolhidos os anti-hipertensivos, devem possuir algumas características importantes como: ser eficaz por via oral; permitir a administração em menor número possível de tomadas, com preferência para dose única diária; ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clinica, podendo ser aumentadas gradativamente, ressalvando-se que, quanto maior a dose, maiores serão as probabilidades de efeitos adversos; ser considerado em associação para os pacientes com hipertensão em estágios 2 e 3 e para pacientes de alto e muito alto risco cardiovascular que, na maioria das vezes, não alcançam a meta de redução da pressão arterial preconizada com a monoterapia; ter demonstração em ensaios clínicos da capacidade de reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovasculares associadas a hipertensão arterial (JNC-VII, EUA). 15 1.4 Farmacogenética A Farmacogenética é a ciência que estuda a variabilidade genética dos indivíduos com relação às drogas específicas. Determinados indivíduos podem reagir diferentemente ao mesmo tipo de medicamento, dependendo de sua etnia ou outras variações genéticas (Salzano, 1989). Portanto, observa-se que pacientes tratados com diversas drogas apresentam variabilidade de resposta e de susceptibilidade a toxicidade a medicamentos. As variações na resposta ao tratamento podem ser decorrentes de vários fatores tais como doenças, diferenças na farmacocinética e farmacodinâmica dos medicamentos, fatores ambientais e fatores genéticos (Shastry, 2006). Considerando que os fatores genéticos podem contribuir para a eficácia e a segurança de um medicamento, a Farmacogenética e/ou Farmacogenômica vem sendo abordada recentemente. Medicamentos são convertidos em metabólitos mais solúveis em água, facilitando sua excreção (Wilkinson, 2001). Polimorfismos nos genes de enzimas que participam do metabolismo podem afetar as reações de reações de Fase I (oxidação, redução e hidrólise) e as reações de Fase II (reações de conjugação, acetila- ção, glucoronidação, sulfatação e metilação) ( Wilkinson, 2001). Muitos medicamentos clinicamente utilizados são metabolizados por enzimas cujos genes exibem polimorfismos genéticos, particularmente as várias isoformas do citocromo P450 (Evans et al. 1999; Kirchheiner et al, 2004). O perfil metabólico de cada indivíduo pode ser alterado por tais polimorfismos, assim caracterizando os seguintes fenótipos: metabolizadores lentos, intermediários e rápidos, o que está ilustrado. Os metabolizadores lentos, em geral, são indivíduos com diminuição ou ausência da enzima metabolizadora, o que pode decorrer de deleção do gene ou instabilidade do RNA mensageiro. Os metabolizadores intermediários são os que apresentam metabolismo “normal”, comum a maioria da população. Já o fenótipo de metabolizadores rápidos pode ser decorrente de um aumento na produção da enzima metabolizadora associado a uma ou múltiplas duplicações do gene que codifica a enzima (Shastry, 2006). 16 1.5 Genes 1.5.1 CYP2D6 O sistema citocromo P450 hepático é responsável pela primeira fase no metabolismo e eliminação de moléculas endógenas e exógenas de produtos químicos ingeridos. O gene CYP2D6 está localizado na região genômica 22q13.1 e sua proteína no retículo endoplasmático. Esta é responsável pela metabolização de 20% dos medicamentos comumente prescritos (Zhou, 2009). O gene CYP2D6 é altamente polimórfico. Atualmente, mais de 70 alelos foram descritos. Os principais alelos não funcionais ou nulos são causados por alterações do tipo: sítios splicing (CYP2D6*3 e CYP2D6*4); alterações de aminoácidos (CYP2D6*2, CYP2D6*4 e CYP2D6*17); inserção-deleção (CYP2D6*5); parada do códon prematuro (CYP2D6*8); e mutações sem sentido (CYP2D6*7). Adicionalmente, outros alelos como CYP2D6*9, CYP2D6*10 e CYP2D6*41, que apresentam alterações nas sequências de aminoácidos, estão associados com a redução da atividade enzimática in vivo (Kenda et al., 2002; Sakuyama et al., 2008) 1.5.2 CYP3A4 A subfamília CYP3A desempenha um papel dominante na eliminação metabólica de medicamentos mais do que qualquer outra enzima de biotransformação (Guengerich, 1999). Esta enzima está localizada no fígado e no intestino delgado e, portanto, contribui para a primeira passagem do metabolismo sistêmico, além de catalisar reações envolvidas no metabolismo de muitas drogas e da síntese de colesterol, esteroides e outros lipídeos (Paine et al., 1997). O gene CYP3A4 está localizado na região genômica 7q21.1 e mais de 30 SNP’s já foram identificados, sendo a variante mais comum o CYP3A4*1B, uma transição de A para G na região flanqueadora 5’ (Rebeck et al., 1998). A frequência deste alelo varia entre os diferentes grupos étinicos: 0% em Chineses e Japoneses; 2-9 a 6% em Europeus; e 35 a 67% em Afroamericanos (Kuehl et al., 2001; Sata et al., 2000). 17 1.6 Justificativa Com o envelhecimento da população e uma maior prevalência de fatores de risco, como obesidade, tabagismo, síndrome metabólica, etilismo e ingestão excessiva de sal, estima-se, segundo estudo publicado por Kearney et al. (2005) que em 2025, 1.56 bilhão (29% da população mundial) de indivíduos serão hipertensos principalmente nos países em desenvolvimento econômico. O envelhecimento populacional é um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea. Este processo se intensificou, nos últimos anos, principalmente com a diminuição das taxas de mortalidade associada a uma redução dos níveis de natalidade. Estes dois fatores são responsáveis por importantes transformações na estrutura etária de uma população e como consequência, observa-se uma diminuição do número de jovens e o aumento da população adulta, particularmente idosa, em que há a maior prevalência nos casos de HAS (Hoepfner & Franco, 2010). Alguns polimorfismos genéticos, como os analisados em nosso estudo, podem contribuir para a falha do tratamento terapêutico da HAS, levando a ineficácia do tratamento farmacológico (Barreto-Filho & Krieger, 2003). Nesse sentido os polimorfismos no gene CYP2D6 e CYP3A4 podem caracterizar metabolizadores ultra-rápidos, intermediários ou lentos. Desta forma, indivíduos com tais características fenotípicas apresentam padrões de atividade enzimática alteradas, o que modifica a meia-vida plasmática da droga e seus efeitos clínicos (Arcas et al., 2010). Logo, conhecer o perfil de metabolização (variações genéticas) de um paciente pode levar à otimização da dose do medicamento ou ainda levar à opção por outro medicamento, tal conduta pode diminuir a incidência de efeitos adversos e de falha do tratamento (BarretoFilho & Krieger, 2003). 18 2. Objetivos Investigou-se possíveis associações entre os polimorfismos CYP2D6*2 (rs16947), CYP2D6*4 (rs1065852), CYP2D6*4 (rs3892097), CYP2D6*17 (rs28371706) e CYP3A4*1B (rs2740574), em pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica - na população de Belém (PA), e a resposta adversa ao tratamento preconizado pelo SUS (ineficácia da terapia farmacológica). 2.1 Objetivos Específicos Analisar a frequência dos polimorfismos em todos os pacientes hipertensos que apresentaram eficácia no tratamento de forma regular; Investigar e comparar as mutações nos genes CYP2D6 e CYP3A4, em pacientes hipertensos (HAS) que apresentaram efeito adverso ao tratamento; Contribuir para a preparação de protocolos Pré-clínicos, a fim de individualizar o cardiovasculares. tratamento terapêutico para medicamentos 19 3. Artigo INFLUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS DOS GENES CYP2D6 E CYP3A4 NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTES DO ESTADO DO PARÁ IGUARACY PINHEIRO DE SOUSA¹; MILENE RAIOL DE MORAES¹, ²; PABLO PINTO1; RAILENE ALENCAR¹; ADRIANA VEIGA SILVA¹; SIDNEY SANTOS¹; ANDREA RIBEIRO-DOS-SANTOS¹; ¹Universidade Federal do Pará, Belém – PA, Brasil; 2Prefeitura Municipal de Belém, Belém – PA, Brasil. Revista: Journal Of Hypertension ISSN: 0263 - 6352 20 INFLUÊNCIA DOS POLIMORFISMOS DOS GENES CYP2D6 E CYP3A4 NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM PACIENTES DO ESTADO DO PARÁ IGUARACY PINHEIRO DE SOUSA¹; MILENE RAIOL DE MORAES¹,²; PABLO PINTO1 RAILENE ALENCAR¹; ADRIANA VEIGA SILVA¹; SIDNEY SANTOS¹; ANDREA RIBEIRO-DOS-SANTOS¹; ¹Universidade Federal do Pará, Belém – PA, Brasil; 2Prefeitura Municipal de Belém, Belém – PA, Brasil. Short Title CYP2D6 e CYP3A4 NA HIPERTESÃO Number of the pages: 21; Number of tables: 6 *Correspondig author: Dr. Ândrea Ribeiro-dos-Satos Universidade Federal do Pará, Cidade Universitária Prof. José da Silveira Netto, Instituto de Ciências Biológicas, Laboratório de Genética Médica e Humana, Rua Augusto Corrêa, 01 – Guamá. Caixa Postal:8615; 66075 – 970 Belém, Pará, Brazil. Phone/Fax - +55 91 3201-7843. E-mail: [email protected] or [email protected] Grant sponsorship: UFPA/PROPESP, FADESP, CNPq/Casadinho The authors have declared that no competing interest exist 21 RESUMO Introdução: A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracterizada por uma elevação da pressão arterial, acima dos valores de referência para a população em geral. Atualmente, considerada uma das doenças mais comuns do mundo moderno e constitui-se um dos problemas para saúde pública. Objetivo. No presente estudo, investigou-se quatro SNP’s no gene CYP2D6 e um no gene CYP3A4 em pacientes com HAS da população de Belém - PA, com a finalidade de avaliar a associação destes com a resposta ao tratamento da hipertensão. Metodologia: Foram investigadas 196 amostras de pacientes hipertensos, divididos em dois grupos: Respondedor e Não respondedor. A investigação foi realizada por discriminação alélica em PCR em Tempo Real e as análises estatísticas realizadas pelo pacote estatístico SPSS. Resultados: A análise das frequências dos genótipos observados apresentava-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Os SNP’s não apresentaram significância estatística nos grupos investigados, quando analisados separadamente. Os polimorfismos mais frequentes foram CYP2D6*17 (0,413) e CYP3A4*1B (0,181). A análise combinada dos polimorfismos CYP2D6(grupo R)/CYP3A4*1B, mostrou significância elevada (OR = 6.876; P= 0.005) em relação aos indivíduos que constituíam o grupo de risco (Não respondedor). Conclusão. Com base nesses dados, podemos inferir que a combinação dos polimorfismos (CYP2D6(grupo R)/CYP3A4*1B) contribuem para a falha terapêutica da HAS. Palavras-chaves: Hipertensão; Polimorfismos; CYP2D6; CYP3A4 22 INTRODUÇÃO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença degenerativa de natureza multifatorial, caracterizada pela manutenção elevada dos níveis de pressão arterial (PA). Com frequência causa alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos afetados (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) que aumentam o risco de patologias cardiovasculares [1-3]. A hipertensão acomete cerca de 972 milhões de pessoas no mundo. Cerca de um terço dos adultos nos Estados Unidos sofrem dessa enfermidade [4, 5]. No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis pela metade das mortes entre os idosos acima de 60 anos, os quais constituem o grupo etário que mais utiliza os anti-hipertensivos. Por esta razão, a tendência ao uso de tais fármacos vem aumentando progressivamente [6]. O estudo dos efeitos adversos relacionados ao uso dos antihipertensivos, geralmente está ligado a presença de polimorfismos em genes que traduzem enzimas de metabolização hepática de xenobióticos, relacionados à terapêutica. Deste modo, a Farmacogenética, a qual investiga a relação dessas variações nas respostas às drogas, tem sido amplamente utilizada em estudos populacionais, que envolvem diferentes patologias, buscando possíveis associações entre os polimorfismos e a falha terapêutica [7]. Polimorfismos genéticos, como os analisados em nosso estudo, podem contribuir para a falha do tratamento terapêutico da HAS, o que gera sua ineficácia [8]. Nesse sentido, os polimorfismos nos genes CYP2D6 e CYP3A4 podem caracterizar metabolizadores ultra-rápidos, rápidos, intermediários ou lentos, tais características fenotípicas apresentam padrões de atividades enzimáticas diferenciadas, que alteram os efeitos clínicos esperados do fármaco [9]. Logo, conhecer o perfil de metabolização de um paciente pode otimizar uma dose medicamentosa mais consistente e consequentemente a diminuição de efeitos adversos e de falha do tratamento [8]. 23 No presente estudo foram investigados polimorfismos, que podem contribuir para o esclarecimento sobre possíveis problemas relacionados aos medicamentos (aqui consideradas como a ineficácia do tratamento farmacológico), em 196 pacientes hipertensos no estado do Pará. Os polimorfismos estudados foram o CYP2D6*2 (rs16947), CYP2D6*4 (rs1065852), CYP2D6*4 (rs3892097), CYP2D6*17 (rs28371706) e CYP3A4*1B (rs2740574), da superfamília CYP450, que apresentam interesse farmacogenético. METODOLOGIA Amostragem O presente estudo investigou 196 amostras de pacientes com (HAS), tratados com diferentes drogas preconizadas pelo Ministério da Saúde [12], para este tratamento, da Unidade de Saúde – Sacramenta, no município de Belém - PA. Os pacientes foram organizados em dois grupos de acordo com o sucesso terapêutico [13]: (i) o grupo que apresenta boa resposta ao tratamento, denominado de "Respondedor" (n = 70, 35%), considerado os paciente que apresentam níveis tensionais controlado, abaixo de 135/85 mmHg; e (ii) o grupo que apresentam resistência ao tratamento, denominado de "NãoRespondedor" (n = 126, 65%), considerado os paciente que apresentam níveis tensionais iguais ou acima de140/90 mmHg. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital João de Barros Barreto da UFPA, (protocolo HUJBB/UFPA 0277). Adicionalmente, foi elaborado um termo de consentimento esclarecido, que foi assinado por todos os pacientes que concordaram em participar do referido estudo. Extração e Quantificação do DNA Foram colhidos 5 mL de sangue periférico em sistema a vácuo com EDTA dos pacientes com Hipertensão. Em seguida, o material foi enviado a laboratório, onde foi extraído o DNA por meio de método químico (Sambrook et al., 1989) [14], com modificações. A quantificação foi realizada no equipamento 24 NanoDrop Spectrophotometer (Thermo Scientific, 1000) na concentração 100 ng/µL. Genotipagem dos polimorfismos Os polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) investigados foram CYP2D6*2 (C2850T), CYP2D6*4 (C100T), CYP2D6*4 (G1846A), CYP2D6*17 (C1023T) e CYP3A*1B (A-392G). Eles foram analisados pela metodologia de discriminação alélica por PCR em Tempo Real, utilizando o método fluorescente TaqMan, com sondas MGB/NFQ (Life Technologies, CA, USA). As sondas utilizadas foram construídas com auxílio do programa Custom Taq Man Genomic Assays File Builder, v. 3.0 (Life Technologies, CA, USA) e possuíam marcações diferenciadas (FAM/VIC) para cada alelo associado a um fluoróforo, respectivamente baseadas no princípio de FRET (Fluorescence Resonance Energy Tranfer). Análise de Haplótipos e Fenótipos do gene CYP2D6 A análise de haplótipos foi elaborada a partir dos SNP’s do gene CYP2D6 (Tabela 1). A análise estatística considerou os fenótipos resultantes dos haplótipos. O conjunto de haplótipos que apresentava fenótipo normal foi denominado do "grupo N" (CYP2D6*1A e CYP2D6*2A). O conjunto de haplótipos com fenótipo de risco foi denominado "grupo R" (CYP2D6*17; CYP2D6*4A; CYP2D6*4A/*17; CYP2D6*2A/*17; CYP2D6*2A/*4A; CYP2D6*2A/*4A/*17) (Tabela 5) [10, 11]. Análise Combinada dos Polimorfismos CYP2D6 e CYP3A4. A análise combinada considerou como fenótipo de risco os pacientes que apresentavam pelo menos uma cópia do alelo mutante CYP3A4*1B e/ou algum dos oito haplótipos de risco (Tabela 1 - "grupo R") no gene CYP2D6. Enquanto, o fenótipo normal para aqueles pacientes com o alelo selvagem CYP3A4*1A e um dos dois haplótipos do gene CYP2D6 ("grupo N"), que conferem fenótipo normal. 25 TABELA 1. Estimativa das frequências haplotípicas do gene CYP2D6 nos pacientes com HAS, com seus respectivos fenótipos. Nucleotídeo 2850 C 100 C 1846 G 1023 C Mod. Amin.*¹ Haplótipos C/C/G/C C/C/G/T T/C/A/T C/T/G/C T/C/A/C T/C/G/C T/C/G/T T/T/A/T C/C/A/T C/C/A/C T-435/486-S C2850T T T T T T . - P-34-S C100T T T . NÃO G1846A A A A A A T-107-I C1023T T T T T T . * ¹Modificação do aminoácido; Nomenclatura e fenótipos dos haplótipos de Freqüência Fenótipo (%) 48.4% 30.9% 7.6% 5.2% 3.1% 1.7% 1.9% 0.5% 0.4% 0.3% Enzimático Normal Ativ. reduzida Inativa Inativa Inativa Normal Ativ. reduzida Inativo Inativa Inativa acordo com http://www.cypalleles.ki.se/cyp2d6.htm 26 Análise estatística A frequência alélica foi estimada pela contagem gênica. O teste Chiquadrado foi usado para verificar desvios no equilíbrio de Hardy-Weimberg. Diferenças nas frequências genotípicas e alélicas entre os grupos respondedores e não respondedores de pacientes com HAS, utilizou-se o teste Exato de Fisher. A significância considerada do P value foi menor que 0.05. A frequência haplotípica dos cinco polimorfismos no gene CYP2D6 foram computadas a partir do software PHASE 2.0 [15, 16]. A análise de regressão logística multivariada foi usada para ter acesso ao odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% para os fatores de risco genético corrigido pelos fatores confundidores. Todos os testes, tanto univariados quanto multivariados foram realizados com o pacote estatístico SPSS 20.0. RESULTADOS Caracterização das amostras A distribuição dos fatores confundidores nos grupos analisados (Tabela 2), não apresentou diferença estatisticamente significante, demonstrando uma homogeneidade das características clinico-sociais dentro do grupo. A Tabela 3 resume as classes farmacológicas anti-hipertensivas, utilizadas por cada grupo de análise em relação à terapêutica adotada. Foi considerado como tratamento associado, os pacientes que utilizaram mais de uma classe medicamentosa. Com relação ao tratamento monoterápico, a classe medicamentosa mais empregada foi a dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ACE). Entretanto, a maioria dos pacientes está dentro do grupo que faz uso de medicamento associado, utilizando como uma das principais classes farmacológicas os inibidores da ACE. 27 TABELA 2. Características clínico-sociais dos pacientes com HAS agrupados de acordo com os valores tensionais. Variáveis 1 Idade* 2 Sexo (F/M)* 3 2 Tabagismo (SIM* /NAO)* 3 2 Etilismo (SIM* /NÃO)* 1, *4 IMC* Pacientes Hipertensos (n= 196) Respondedores Não Respondedores (n=70) (n=126) 60,9± 12,0 62,3± 11,4 50(71.43%)/20(28.57%) 82(65.08%)/44(34.92%) 38(54.29%)/32(45.71%) 62(49.21%)/64(50.79%) 25(35.71%)/45(64.29%) 44(34.92%)/82(65.08%) 25.8 ± 4.48 30.2 ± 5.66 p value 0.412 0.524 0.654 0.755 0.311 Teste TeTeste T-Student*1; Exato de Fisher*2; SIM*3 (Usuário ou ex-usuário); IMC*4 (Índice de massa corpórea). TABELA 3. Distribuição das classes farmacológicas anti-hipertensivas utilizadas nos pacientes com HAS Classes de Anti-hipertensivos Diuréticos Inibidores adrenérgicos Antagonistas dos canais de cálcio 1 Inibidores ACE * 2 ARA II * Tratamento associado Pacientes Hipertensos (196) Respondedores (n=70) Não Respondedores (n=126) 9 (12.9%) 11 (8.7%) 5 (7.1%) 10 (7.9%) 2 (2.9%) 4 (3.2%) 26 (37.1%) 49 (38.9%) 4 (3.2%) 28 (40.0%) 48 (38.1%) ACE (Enzima Conversora de Angiotensina)*1; ARA II (Antagonista dos Receptores de Angiotensina)*2 28 Distribuição dos polimorfismos dos genes CYP2D6 e CYP3A4 nos grupos de pacientes com HAS. A análise dos genótipos observados entre os grupos estudados encontra-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Os polimorfismos separadamente não apresentaram significância nos grupos investigados, sendo o polimorfismo mais frequente CYP2D6*17 (0,420) no grupo de risco (Não respondedor).(Tabela 4). Análise combinada dos polimorfismos dos genes e CYP2D6 e CYP3A4 nos grupos de pacientes com HAS. Não foi observada associação entre fenótipo de risco (grupo R) e o grupo de hipertensos analisados (Respondedor e Não-Respondedor). Entretanto, associação significativa foi observada, quando associamos as combinações alélicas do CYP2D6 (grupo R)/CYP3A4*1B (OR = 7.135; P= 0.002), com os grupos Respondedor e Não-Respondedor. A frequência dos pacientes que pertencem ao grupo Não-Respondedor (pelo menos uma cópia do alelo CYP3A4*1B e/ou um dos haplótipos que conferem risco) foi de 95.24% (Tabela 5). A análise de regressão logística multivariada corrigida palas variáveis confundidoras (idade, sexo, tabagismo, etilismo e IMC) está descrita na Tabela 6. O resultado mostra que a combinação alélica de CYP2D6 (grupo de R)/CYP3A4*1B influencia na falha terapêutica, independente dos fatores confundidores (OR = 6.876; P= 0.005). TABELA 4. Frequência genotípica e alélica dos polimorfismos nos genes CYP3A4 e CYP2D6 entre os grupos de pacientes com HAS Genótipos CYP3A4 rs27450 *1A/*1A *1A/*1B *1B/*1B Hipertensos (n=196) Respondedores (n=70) Não Respondedores (n=126) P*¹ OR*² 126 (64.29%) 69 (35.20%) 1 (0.51%) 51 (72.86%) 19 (27.14%) - 78 (61.90%) 47 (37.30%) 1 (0.8%) 0.208 1.522 (0.800-2.895) 0.819 0.181 0.864 0.136 0.806 0.194 145 (73.98%) 44 (22.45%) 7 (3.57%) 55 (78.57%) 14 (20%) 1 (1.43%) 90 (71.43%) 30 (23.81%) 6 (4.76%) 0.394 1.424 (0.714–2.840) 0.852 0.148 0.886 0.114 0.833 0.167 177 (90.31%) 15 (7.65%) 4 (2.04%) 63 (90%) 6 (8.57%) 1 (1.43%) 114 (90.48%) 9 (7.14%) 3 (2.38%) 0.530 0.924 (0.346-2.467) 0.941 0.059 0.943 0.057 0.940 0.060 156 (79.59%) 34 (17.35%) 6 (3.06%) 60 (85.71%) 10 (14.29%) - 96 (76.19%) 24 (19.05%) 6 (4.76%) 0.142 1.825 (0.832–4.002) 0.883 0.117 0.929 0.071 0.857 0.143 34 (17.35%) 162 (82.65%) - 14 (20%) 56 (80%) - 20 (15.87%) 106 (84.13%) - 0.435 1.362 (0.639 – 2.902) 0.587 0.413 0.600 0.400 0.579 0.420 CYP3A4*1A CYP3A4*1B CYP2D6 rs16947 *1A/*1A *1A/*2A *2A/*2A CYP2D6*1A CYP2D6*1B rs1065852 *1A/*1A *1A/*4A *4A/*4A CYP2D6*1A CYP2D6*4A rs3892097 *1A/*1A *1A/*4A *4A/*4A CYP2D6*1A CYP2D6*4A rs28371706 *1A/*1A *1A/*17 *17/*17 CYP2D6*1A CYP2D6*17 p valor*¹; Odds Ratio, IC- 95%*²; 30 TABELA 5. Distribuição dos Fenótipos Normais e de Risco considerando o gene CYP2D6 e a combinação com o alelo CYP3A4, entre os grupos Respondedores e Não respondedores Hipertensos (N=196) Respondedores (N=70) Não respondedores (N=126) Fenótipos CYP2D6 Gurpo N/ N Grupo N/ R Grupo R/ R 26 (13.27%) 151 (77.04%) 19 (9.69%) 11 (15.72%) 55 (78.57%) 4 (5.71%) 15 (11.91%) 96 (76.18%) 15 (11.91%) CYP2D6 / CYP3A4 Grupo N/ CYP3A4*1A Grupo N/ CYP3A4*1B Grupo R/ CYP3A4*1A Grupo R/ CYP3A4*1B 13 (6.63%) 13 (6.63%) 117 (59.69%) 53 (27.05%) 7 (10%) 5 (7.14%) 38 (54.29%) 20 (28.57%) 6 (4.76%) 8 (6.35%) 79 (62.70%) 33(26.19%) P*¹ OR (95% IC)*² 0.208 1.522 (0.800-2.895) 0.002 7.135 (1.891-26.921) *¹ p valor; *² Odds ratio, IC- intervalo de confiança; Grupo N (CYP2D6*1A e CYP2D6*2A); Grupo R (CYP2D6*17; CYP2D6*4A; CYP2D6*4A/*17; CYP2D6*2A/*17; CYP2D6*2A/*4A; CYP2D6*2A/*4A/*17) TABELA 6. Análise de regressão logística entre os grupos Respondedores e Não respondedores com o fenótipo de risco (Grupo R), e o alelo composto Grupo R/ CYP3A4*1B, corrigidos pelas variáveis: idade, sexo, tabagismo, etilismo e IMC. Variável Grupo R Grupo R/CYP3A4*1B B 0.505 1.928 S.E 0.428 0.673 Wald 1.389 8.051 df 1 1 p 0.239 0.005 O.R (IC 95%) 1.657 (0.176 - 3.836) 6.876 (1.815 - 26.043) β, Estima de coeficiente; S.E, Erro padrão; df, Grau de liberdade; p-value; OR. Odds ratio; IC, Intervalo de Confiança. 31 DISCUSSÃO Neste estudo, foi investigada a associação dos polimorfismos dos genes CYP2D6 e CYP3A4 em pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica - na população de Belém (PA), e a resposta adversa ao tratamento preconizado pelo SUS. De um modo geral, os resultados mostram associação entre mutações de farmacogenes, CYP2D6 e CYP3A4, com a falha terapêutica. As isoenzimas do CYP450 pertencentes às enzimas da fase I são membros de uma superfamília das monooxigenase, responsáveis pelo metabolismo oxidativo da maioria dos fármacos anti-hipertensivos. Dentre as mais de 30 isoenzimas humanas identificadas, as responsáveis pelo metabolismo da maioria destes fármacos são o CYP2D6, CYP3A4 e a subfamília CYP2C [17]. O gene CYP2D6 é altamente polimórfico. Atualmente, mais de 70 alelos foram descritos [18,19]. Os principais alelos não funcionais ou nulos são causados por alterações do tipo: sítios splicing (CYP2D6*3 e CYP2D6*4); alterações de aminoácidos (CYP2D6*2, CYP2D6*4 e CYP2D6*17); inserçãodeleção (CYP2D6*5); parada do códon prematuro (CYP2D6*8); e mutações sem sentido (CYP2D6*7). Adicionalmente, outros alelos como CYP2D6*9, CYP2D6*10 e CYP2D6*41, que apresentam alterações nas sequências de aminoácidos, estão associados com a redução da atividade enzimática in vivo [10, 11, 17, 20, 21]. A subfamília CYP3A desempenha um papel dominante na eliminação metabólica de medicamentos do que qualquer outra enzimade biotransformação [23]. Mais de 30 SNP’s foram identificados no gene CYP3A4, sendo a variante mais comum o CYP3A4*1B, uma transição de A para G na região flanqueadora 5’ [22]. A frequência deste alelo varia entre os diferentes grupos étinicos: 0% em Chineses e Japoneses, 2-9 a 6% em Europeus e 35 a 67% em Afro-americanos [23-28]. 32 No presente estudo, a classe medicamentosa mais usada pelos pacientes foi a de inibidores de ACE (captopril). Estudos mostram que esta classe é metabolizada pelas enzimas CYP2D6 e CYP3A4 [9, 30]. Sabe-se também que a enzima CYP2D6 atua principalmente nos grupos betabloqueadores e inibidores de ACE [31, 32]; enquanto que a CYP3A4 nos bloqueadores de canal de cálcio [33]. Rau et al., (2009) [34], demonstraram que pacientes que possuíam fenótipos de metabolizadores lentos do CYP2D6 tratados com metoprolol tinham nível cinco vezes maior de concentração plasmática deste fármaco e uma redução significativa da PA, quando comparados com metabolizadores rápidos ou intermediários. Bijl et al., (2009) [35] realizaram um estudo com 1.533 pacientes tratados com betabloqueadores. Seus resultados revelaram que portadores do alelo CYP2D6*4 apresentavam menor frequência cardíaca e uma maior propensão a desenvolver bradicardia. Portanto, a presença dessas alterações enzimáticas parece influenciar o mecanismo de metabolização destes fármacos e consequentemente está propenso ao aparecimento de reações adversas e a falhas terapêuticas. As classes medicamentosas citadas acima foram utilizadas no presente estudo nos pacientes com hipertensão em tratamento. Os resultados obtidos sugerem que os marcadores CYP2D6(grupo de R)/CYP3A4*1B, em conjunto, apresentam um O.R. de 6.876 (1.815 - 26.043) mais vezes, de não aderir à terapia medicamentosa. Com base nesses dados, podemos inferir que estes polimorfismos (CYP2D6 (grupo de R)/CYP3A4*1B) conferem um fator de risco para o tratamento da HAS. Entretanto, são necessários estudos adicionais em amostragem maior para confirmar estes resultados. Nesse sentido, polimorfismos genéticos em enzimas metabolizadoras, transportadores ou receptores contribuem para as variações nas respostas aos medicamentos. Investimentos nessa área podem garantir uma melhoria na eficácia do tratamento, predizendo com maior segurança o risco a eventos adversos; economia para o sistema de saúde; assim como oferecer a possibilidade de uma medicina personalizada mais adequada. 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Williams B. The year in hypertension. JACC. 2010;55(1):66-73. 2. Documento do Banco Mundial. BRASIL. Enfrentando o desafio das doenças não transmissíveis no Brasil. Relatório No. 32576-BR. 15 de novembro de 2005. 3. Malta DC, Moura L, Souza FM, Rocha FM, Fernandes FM. Doenças crônicas não transmissíveis: mortalidade e fatores de risco no Brasil, 1990 a 2006. In: Saúde Brasil 2008 Ministério da Saúde, Brasília. 2009. p. 337-62. 4. Lloyd JD, Adams R, Carnethon M. Heart disease and stroke statistics– 2009 update. A report from the American Heart Association Statistics Committee and Stroke Statistics Subcommittee. Circulation2009, 119:e21– 181. 5. Kearney PM, Whelton M, Reynolds K, et al.: Worldwide prevalence of hypertension: a systematic review. J Hypertens2004, 22:11–19. 6. Ortega KC, Silva GV, Júnior DM. Hipertensão Arterial Sistêmica. Revista Brasileira Médica, V. 63 – Edição Especial – Dezembro de 2006. 7. Sandrim VC, Tanus SJE. O conhecimento em farmacogenômica pode auxiliar no controle da pressão arterial em pacientes com hipertensão de difícil controle? Rev. Brasileira Hipertensão vol.15(1):34-36, 2008. 8. Barreto-Filho JAS, Krieger JE. Genética E Hipertensão Arterial: Conhecimento Aplicado À Prática Clínica? Rev. Sociedade Brasileira de Cardiologia Estado de São Paulo 2003; 1:46-55. 9. Arca MJR, García-Jiménez E, Martínez-Martínez F, Conesa-Zamora P. Papel delcitocromo P450 enla farmacocinética y enlafarmacogenética de los fármacos anti-hipertensivos. Publicado por ElsevierEspaña, S.L. Todos losderechos reservados. doi:10.1016/j.farma.2010. 10. Kenda AM, Robin EP, Charles C, Dorothy TS, Leeder JS, Andrea G. Characterization of cytochrome P450 2D6.1 (CYP2D6.1), CYP2D6.2, and CYP2D6.17 activities toward model CYP2D6 substrates dextromethorphan, bufuralol, and debrisoquine. The American Society for Pharmacologyand Experimental Therapeutics 649/980250 DMD 30:595–601, 2002. 34 11. Kanako S, Takamitsu S, Shuta U, Kanako O, Michinao M, Masaaki I, Masahiro H. Functional Characterization of 17 CYP2D6 Allelic Variants (CYP2D6.2, 10, 14A–B, 18, 27, 36, 39, 47–51, 53–55, and 57). The American Society for Pharmacology and Experimental Therapeutics 23242/3406732DMD 36:2460–2467, 2008. 12. Sociedade Brasileira de Cardiologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensao. Ver. Brashipertens vol.17. 2010:1-64. 13. Hypertension, Clinical management of primary hypertension in adults. National Institute for Health and Clinical Excelence. Issue date: August 2011. 14. Sambrook J, Fritschi EF, Maniatis T (1989) Molecular cloning: a laboratory manual, Cold Spring Harbor Laboratory Press, New York. 15. Stephens M, Donnelly P. (2003). A comparison of bayesian methods for haplotype reconstruction. American Journal of Human Genetics 73, 1162{1169. 16. Stephens M, Scheet P. (2005). Accounting for decay of linkage disequilibrium in haplotype inference and missing data imputation. American Journal of Human Genetics 76, 449{462. 17. Marteau JB, Gambier N, Jeannesson E, Siest G, Visvikis-Siest S. Pharmacogenomics and antihypertensive drugs: a path towards personalized medicine. Per Med. 2007;4:393—412. 18. Sachse C, Brockmoller J, Bauer S, Roots I. Cytochrome P450 2D6 variants in a Caucasian population: allele frequencies and phenotypic consequences. Am J Hum Genet 1997; 60:284–295. 19. Nomenclature committee. http://www.cypalleles.ki.se/cyp2d6.htm; 2011. 20. Griese EU, Zanger UM, Brudermanns U, Gaedigk A, Mikus G, Morike K, et al. Assessment of the predictive power of genotypes for the in-vivo catalytic function of CYP2D6 in a German population. Pharmacogenetics 1998; 8:15–26. 21. Raimundo S, Fischer J, Eichelbaum M, Griese EU, Schwab M, Zanger UM. Elucidation of the genetic basis of the common ‘intermediate metabolizer’ phenotype for drug oxidation by CYP2D6. Pharmacogenetics 2000; 10:577–581. 35 22. Rebeck TR, Jaffe JM, Walker AH, Wei AJ, Malkowicz SB. Modification of clinical presentation of prostate tumors by a novel genetics variants in CYP3A4. J Natl Cancer Inst1998, 90: 1225 – 1229. 23. F.P. Guengerich, Cytochrome P-450 3A4: regulation and role in drug metabolism, Annu. Rev. Pharmacol. Toxicol. 39 (1999) 1–17. 24. Hsieh KP, Lin YY, Cheng CL, Lai ML, Lin MS, Siest JP, et al. Novel mutations of CYP3A4 in Chinese, Drug Metab. Dispos. 29 (2001) 268–273. 25. Kuehl P, Zhang J, Lin Y, Lamba J, Assem M, Schuetz J, et al. Sequence diversity in CYP3A promoters and characterization of the genetic basis of polymorphic CYP3A5 expression, Nat. Genet. 27 (2001) 383–391. 26. Lamba JK, Lin YS, Thummel K, Daly A, Watkins PB, Strom S, et al. Common allelic variants of, cytochrome P4503A4 and their prevalence in diferente populations, Pharmacogenetics 12 (2002) 121–132. 27. Sata F, Sapone A, Elizondo G, Stocker P, Miller VP, Zheng W, et al. CYP3A4 allelic variants with amino acid substitutions in exons 7 and 12: evidence for an allelic variant with altered catalytic activity, Clin. Pharmacol. Ther. 67 (2000) 48–56. 28. Ball SE, Scatina J, Kao J, Ferron GM, Fruncillo R, Mayer P, et al. Population distribution and effects on drug metabolism of a genetic variant in the 59 promotor region of CYP3A4,Clin. Pharmacol. Ther. 66 (1999) 288– 294. 29. Amirimani B, Ning B, Deitz AC, Weber BL, Kadlubar FF, Rebbeck TR, Increased Transcriptional Activity of the CYP3A4*1B Promoter Variant, Environmental and Molecular Mutagenesis 42:299–305 (2003). 30. Barkin RL, Barkin D. Pharmacologic management of acute and chronic pain: focus on drug interactions and patient specific pharmacotherapeutic selection. South Med J. 2001;94: 756—70. 31. Humma LM, Terra SG. Pharmacogenetics and cardiovascular disease: impact on drug response and applications to disease management. Am J Health SystPharm. 2002;59: 1241—52. 32. Monografia Labetalol. RxList, the internet drug index. [Base de datosen Internet]. WebMD network. San Clemente (USA): [citado 01-04-2008]. Disponible en: www.rxlist.com. 36 33. Katoh M, Nakajima M, Shimada N, Yamazaki H, Yokoi T. Inhibition of human cytochrome P450 enzymes by 1,4-dihydropyridine calcium antagonists: prediction of in vivo drug-drug interactions. Eur J Clin Pharmacol. 2000;55:843—52. 34. Rau T, Wuttke H, Michels LM, Werner U, Bergmann K, Kreft M. Impact of the CYP2D6 genotype on the clinical effects of metoprolol: a prospective longitudinal study. Clin Pharmacol Ther. 2009;85:269—72. 35. Bijl MJ, Visser LE, Van-Schaik RH, Kors JA, Witteman JC, Hofman A. Genetic variation in the CYP2D6 gene is associated with a lower heart rate and blood pressure 2009;85:45—50 in beta-blocker users. Clin Pharmacol Ther. 37 4. Considerações Finais A Farmacogenética vem mostrando as bases para a variabilidade interindividual na resposta a drogas e continua a desempenhar um papel importante na implementação de estratégias para melhorar o tratamento antihipertensivo. No entanto, o principal problema colocado pelos estudos farmacogenéticos da HAS é o considerável número de condicionantes que influenciam o efeito do tratamento pressão arterial anti-hipertensiva. A dieta, as disfunções renais, estilo de vida sedentário se adicionam ao metabolismo hepático como os responsáveis finais pelo aumento PA. É, portanto, essencial à formação de grupos multidisciplinares que controlem cada um destes fatores, a fim de isolar a contribuição farmacogenética de um polimorfismo, para obtenção de resultados mais exatos. O aspecto multifatorial da pressão arterial faz necessária a realização de estudos com um elevado tamanho amostral para contar com uma estatística significante. Portanto, investimentos na área da farmacogenética podem garantir uma melhoria na eficácia do tratamento, predizendo com maior segurança o risco a eventos adversos; economia para o sistema de saúde; assim como oferecer a possibilidade de uma medicina personalizada mais adequada. 38 5. Referências Bibliográficas ALESSI A. Automedida da pressao arterial – Opiniao do agonista. Rev Bras Hipertens. 2008;15(4):196-8. ARCA, M.J. R.; GARCÍA-JIMÉNEZ, E.; MARTÍNEZ-MARTÍNEZ, F.; CONESA-ZAMORA, P. Papel del citocromo P450 em la farmacocinética y em la farmacogenética de los fármacos anti-hipertensivos. Publicado por Elsevier España, S.L. Todos los de rechos reservados. doi:10.1016/j.farma.2010. BARRETO-FILHO, J. A. S.; KRIEGER, J. E. Genética E Hipertensão Arterial: Conhecimento Aplicado À Prática Clínica? Rev. Sociedade Brasileira de Cardiologia Estado de São Paulo 2003; 1:46-55. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Prevenção clínica de doença cardiovascular, cerebrovascular e renal crônica. Cadernos de Atenção Básica, n° 14. Brasília: MS, 58 p., 2006. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão Arterial Sistêmica para o Sistema Único de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. p. 2560– 2572, 2003. CHOBANIAN, A.V.; BAKRIS, G.L.; BLACK, H.R.; CUSHMAN, W.C.; GREEN, L.A.; IZZO, J.L. JR, et al. Seventh report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Hypertension. Dec 2003; 42(6):1206-52 CHOBANIAN, A.V. The Seventh Report of the Joint National Committee on prevention, detection, evaluation, and treatment of high blood pressure. National Institutes of health: Washington D.C., 88 p., 2004. 39 COCA, A.; BERTOMEU, V.; DALFO, A.; ESMATJES, E.; GUILLEN, F.; GUERRERO, L., et al. Automedida de la presion arterial. Documento de Consenso Espanol 2007. Nefrología. 2007;27(2):139-53. DONNA, K. A., STEVEN, A. Claas. Pharmacogenetics of the Response to Antihypertensive Drugs. Copyright © 2009 by Current Medicine Group LLC EVANS W. E.; RELLING M. V. Pharmacogenomics: translating functional genomics into rational therapeutics. Science 1999; 286(5439):487-91. FIGUEIREDO, D.; AZEVEDO, A.; PEREIRA, M.; BARROS. H. Definition of hypertension: the impact of number of visits for blood pressure measurement. Rev Port Cardiol. 2009;28(7-8):775-83. GELEILETE, T.J.M.; COELHO, E.B.; NOBRE, F. Medida casual da pressão arterial. Rev Bras Hipertens. 2009;16(2):118-22. HOEPFNER, C. e FRANCO, S. C. Inércia clínica e controle da hipertensão arterial nas unidades de atenção primária à saúde. Arq. Bras. Cardiol. [online]. 2010, vol.95, n.2, pp. 223-229. Epub July 23, 2010. KANAKO, S.; TAKAMITSU, S.; SHUTA, U.; KANAKO, O.; MICHINAO, M.; MASAAKI, I.; and MASAHIRO H. Functional Characterization of 17 CYP2D6 Allelic Variants (CYP2D6.2, 10, 14A–B, 18, 27, 36, 39, 47–51, 53–55, and 57). The American Society for Pharmacology and Experimental Therapeutics 23242/3406732DMD 36:2460–2467, 2008. KEARNEY, P. M. et al. Global burden of hypertension: analysis of worldwide data. Lancet, v. 365, n. 9455, p.217-223, 2005 KENDA, A.; MARCUCCI, R. E.; PEARCE, C. C.; DOROTHY, T. S. J.; STEVEN, L.; ANDREA, G. Characterization of cytochrome P450 2D6.1 (CYP2D6.1), CYP2D6.2, and CYP2D6.17 activities toward model CYP2D6 substrates dextromethorphan, bufuralol, and debrisoquine. The American Society for Pharmacologyand Experimental Therapeutics 649/980250 DMD 30:595–601, 2002. KIRCHHEINER J, HEESCH C, BAUER S, MEISEL C, SERINGER A, GOLDAMMER M, et al. Impact of the ultrarapid metabolizer genotype of cytochrome P450 2D6 on metoprolol pharmacokinetics pharmacodynamics. Clin Pharmacol Ther 2004;76(4):302-12. and 40 KUEHL P.; ZHANG J.; LIN Y.; LAMBA J.; ASSEM M.; SCHUETZ P.B. W J.; DALY A.; WRIGHTON S.A.; HALL S.D., MAUREL P.; RELLING M.; BRIMER C.; YASUDA K.; VENKATARAMANAN R.; STROM S.; THUMMEL K.; BOGUSKI M.S.; SCHUETZ E.. Sequence diversity in CYP3A promoters and characterization of the genetic basis of polymorphic CYP3A5 expression, Nat. Genet. 27 (2001) 383–391. LAW, M.R.; MORRIS, J.K.; WALD, N.J. Use of blood pressure lowering drugs in the prevention of cardiovascular disease: meta-analysis of 147 randomised trials in the context of expectations from prospective epidemiological studies BMJ. 2009;338:b1665. LYRA, JR; AMARAL D.P.; VEIGA, R.T.; CÁRNIO, E.V.; NOGUEIRA, E.C.; PELÁ, I.R.M.S. A farmacoterapia no idoso: revisão sobre a abordagem multiprofissional no controle da hipertensão arterial sistêmica. Rev. Latino-am Enfermagem 2006 maio-junho MIO JR, D. Hipertensão Arterial. Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia. 2002. OGIHARA, T.; KIKUCHI, K.; MATSUOKA, H.; FUJITA, T.; HIGAKI, J.; HORIUCHI, M., et al. on behalf of The Japanese Society of Hypertension Committee. The Japanese Society of Hypertension Guidelines for the Management of Hypertension (JSH 2009). Hypertension Research. 2009;32:11-23. OLIVEIRA, A. Tratamento não medicamentoso da hipertensão arterial. Revista Bioquímica da Hipertensão. São Paulo – SP, 2011. ORTEGA, K. C.; SILVA, G. V.; JR. Décio Mion – Hipertensão Arterial Sistêmica. Revista Brasileira Médica, V. 63 – Edição Especial – Dezembro de 2006. PAINE, M.F; KHALIGHI M.; FISHER, J.M.; SHEN, D.D.; KUNZE, K.L; MARSH, C.L.; PERKINS, J.D.; THUMMEL, K.E. Characteri zation of inter- and intra-intestinal differences in human CYP3A-dependent metabolism, J. Pharmacol. Exp. Ther. 283 (1997) 1552–1562. PADWAL, R.; STRAUS, S.E.; MCALISTER, F.A. Cardiovascular risk factors and their impact on decision to treat hypertension: an evidence-based review. BMJ. 2001;322:977-80. 41 RABELLO, C.C.; PIERIN, A.M.; MION, D. JR. Healthcare professionals’ knowledge of blood pressure measurement. Rev Esc Enferm USP. 2004;38(2):127-34. SHASTRY B.S. Pharmacogenetics and the concept of individualized medicine. Pharmacogenomics J 2006; 6(1):16-21 SATA F.; SAPONE A.; ELIZONDO G.; STOCKER P.; MILLER V.P.; ZHENG W.; RAUNIO H.; CRESPI C.L.; GONZALEZ F.J. CYP3A4 allelic variants with amino acid substitutions in exons 7 and 12: evidence for an allelic variant with altered catalytic activity, Clin. Pharmacol. Ther. 67 (2000) 48–56. SALZANO, F. M.. Genética e Farmácia. 1 ed. São Paulo: Manole, 1989 SANDRIM, V. C, TANUS-SANTOS, J. E. O conhecimento em farmacogenômica pode auxiliar no controle da pressão arterial em pacientes com hipertensão de difícil controle? Rev. Brasileira Hipertensão vol.15(1):34-36, 2008. Sociedade Brasileira de Cardiologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq. Bras. Cardiol. 2010; 95(1 Supl 1): 1-51. The Seventh Joint National Committe on Prevention, Detection, Evaluation And Treatment Of High Blood Pressure. JAMA, v. 289, n. 19, VEIGA, E.V.; NOGUEIRA, M.S.; CARNIO, E.C.; MARQUES, S.; LAVRADOR, M.A.; DE MORAES S.A.; et al. Assessment of the techniques of blood pressure measurement by health professionals. Arq Bras Cardiol. 2003;80(1):89-93, 83-8. WILLIAMS B. The year in hypertension. JACC. 2010;55(1):66-73. Wilkinson GR. Pharmacokinetics: the dynamics of drug absorption, distribution, and elimination. In: Goodman & Gilman’s the pharmacological basis of therapeutics. 10º ed. New York: McGraw-Hill; 2001. p. 3-29. World Hypertension League. Self-measurement of blood pressure. Bulletin of the World Health Organization (WHO). 1988;66(2):155-9. ZHOU, SF. Polymorphism of human cytochrome P450 2D6 and its clinical significance: Part I. Clin Pharmacokinet. 2009;48(11):689-723 42 6. Normas da Revista Guidance for Authors on the Preparation and Submission of Manuscripts to Journal of Hypertension These instructions comply with those formulated by the International Committee of Medical Journal Editors. For further details, authors should consult the following article: International Committee of Medical Journal Editors, “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”. The complete document appears at www.icmje.org. The Journal is a member of the Committee on Publication Ethics (COPE) which aims to define best practice in the ethics of scientific publishing. COPE has established a number of guidelines including a Code of Conduct that can be found at www.publicationethics.org. Scope The Journal of Hypertension publishes papers reporting original clinical and experimental research which are of a high standard and which contribute to the advancement of knowledge in the field of hypertension. The Journal publishes full papers and reviews or editorials (normally by invitation). Authors who submit papers to the Journal must document that all persons acknowledged have seen and approved the mention of their name in the paper. Points to consider before submission Redundant or duplicate publication Submissions are accepted on the understanding that they have not been published in their current form or a substantially similar form (in print or electronically, including on a web site), that they have not been accepted for publication elsewhere, and they are not under consideration by another publication. 43 Conflicts of interest Authors must state all possible conflicts of interest in the manuscript, including financial, consultant, institutional and other relationships that might lead to bias or a conflict of interest. If there is no conflict of interest, this should also be explicitly stated as none declared. All sources of funding should be acknowledged in the manuscript. All relevant conflicts of interest and sources of funding should be included on the title page of the manuscript with the heading “Conflicts of Interest and Source of Funding:”. For example: Conflicts of Interest and Source of Funding: A has received honoraria from Company Z. B is currently receiving a grant (#12345) from Organization Y, and is on the speaker’s bureau for Organization X – the CME organizers for Company A. For the remaining authors none were declared. In addition, each author must complete and submit the journal’s copyright transfer agreement, which includes a section on the disclosure of potential conflicts of interest based on the recommendations of the International Committee of Medical Journal Editors, “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals” (www.icmje.org/update.html). The form is readily available on the manuscript submission page www.editorialmanager.com/jh and can be completed and submitted electronically. Please note that authors may sign the copyright transfer agreement form electronically. For additional information about electronically signing this form, go to http://links.lww.com/ZUAT/A106. Permissions to reproduce previously published material Authors should include with their submission copies of written permission to reproduce material published elsewhere (such as illustrations) from the copyright holder. Authors are responsible for paying any fees to reproduce material. 44 Patient consent forms Patients have a right to privacy that should not be infringed without informed consent. Identifying details (written or photographic) should be omitted if they are not essential, but patient data should never be altered or falsified in an attempt to attain anonymity. Complete anonymity is difficult to achieve, and a consent form should be obtained if there is any doubt. For example, masking the eye region in photographs of patients is inadequate protection of anonymity. When informed consent has been obtained it should be indicated in the published article. Ethics committee approval All authors must sign a declaration that the research was conducted within the guidelines below and under the terms of all relevant local legislation. (Such a statement is included in the model submission letter on the journal’s web site.) The Editors reserve the right to judge the appropriateness of the use and treatment of humans or animals in experiments for publication in the journal. Human experiments: All work must be conducted in accordance with the Declaration of Helsinki. Papers describing experimental work on human participants which carries a risk of harm must include (1) a statement that the experiments were conducted with the understanding and the consent of each participant, and (2) a statement that the responsible ethical committee has approved the experiments. Animal experiments: In papers describing experiments on living animals, include (1) a full description of any anaesthetic and surgical procedure used, and (2) evidence that all possible steps were taken to avoid animals’ suffering at each stage of the experiment. Experiments on isolated tissues: Indicate precisely how you obtained the donor tissue. 45 Systematic Reviews and Meta-analysis Authors should follow the PRISMA guidelines (www.prisma- statement.org) on reporting items for systematic reviews and meta-analyses. Such reviews often serve as a basis for many health policy decisions and direction for further research, and following these guidelines will assist in improving the quality of reports available. Clinical Trials and Behavioural and Public Health Evaluations Authors reporting results of randomised controlled trials should include with their submission a complete checklist from the CONSORT statement (www.consort-statement.org). For behavioural and public health evaluations involving non-randomised designs, authors should include with their submission a complete checklist from the TREND statement (www.cdc.gov/trendstatement/). Registration of clinical trials: As a condition for publication of a clinical trial in the Journal, registration of the trial in a public registry is required. The editor does not advocate one particular registry but require that the registry utilised meet the criteria set out in the statement of policy of the ICMJE (www.icmje.org). Authorship All authors must sign the letter accompanying their submission to confirm that they have read and approved the paper, that they have met the criteria for authorship as established by the International Committee of Medical Journal Editors, that they believe that the paper represents honest work, and that they are able to verify the validity of the results reported In addition to those from the ICJME the International Society for Medical Publication Professionals, ISMPP (www.ismpp.org) have produced some useful guidelines on authorship of studies sponsored by companies: Good Publication Practice (GPP2) (www.ismpp.org/initiatives/gpp2.html). Compliance with NIH and Other Research Funding Agency Accessibility Requirements 46 A number of research funding agencies now require or request authors to submit the post-print (the article after peer review and acceptance but not the final published article) to a repository that is accessible online by all without charge. As a service to our authors, LWW will identify to the National Library of Medicine (NLM) articles that require deposit and will transmit the post-print of an article based on research funded in whole or in part by the National Institutes of Health, Wellcome Trust, Howard Hughes Medical Institute, or other funding agencies to PubMed Central. The revised Copyright Transfer Agreement provides the mechanism. Copyright assignment Papers are accepted for publication on the understanding that exclusive copyright in the paper is assigned to the Publisher. Authors are asked to submit a signed copyright assignment form with their submission. They may use material from their paper in other works published by them after seeking formal permission. Submissions Authors are strongly encouraged to submit their manuscripts through the webbased tracking system at http://www.editorialmanager.com/jh. Signed author forms may be included in the submission as a 'supporting document' or mailed to the journal office. Authors should submit the text of the paper as a wordprocessed document, and not as a PDF. The site contains instructions and advice on how to use the system. Authors should NOT in addition then post a hard copy submission to the editorial office, unless you are supplying artwork, letters or files that cannot be submitted electronically, or have been instructed to do so by the editorial office. Include the following where appropriate: subject consent forms; transfer of copyright form; permission to reproduce previously published material; checklist. Editor address : Alberto Zanchetti, The Editor, Journal of Hypertension, Centro di Fisiologia Clinica e Ipertensione, University of Milan, Ospedale Maggiore, Via F. Sforza 35, 20122, Milan; tel: 39 02 5518 4606, fax: 39 02 503 20480, email: [email protected] 47 Margins should be not less than 3 cm. Double spacing should be used throughout the manuscript, which should include the following sections, each starting on a separate page: title page, abstract and keywords, text, acknowledgements, references, individual tables and captions. Pages should be numbered consecutively, beginning with the title page, and the page number should be placed in the top right hand corner of each page. Abbreviations should be defined on their first appearance in the text; those not accepted by international bodies should be avoided. Please note that as a new feature of the Journal of Hypertension, published articles will be followed by a short summary of strengths and weaknesses prepared by each of the reviewers. Presentation of Papers Title Page The title page should carry the full title of the paper, consisting of no more than 20 words (only common abbreviations should be used if absolutely necessary); titles should be clear and brief, conveying the message of the paper a brief short title, which will be used as running head (consisting of not more than 40 characters, including spaces) all authors’ names: the full first name, middle initial(s) and last (family name) name of each author should appear; if the work is to be attributed to a department or institution, its full name and location should be included. The last (family name) must appear in CAPITAL letters. Persons listed as authors should be those who substantially contributed to the study’s conception, design, and performance the affiliations of all the authors; when authors are affiliated to more than one institution, their names should be connected using a,b,c, etc. These letters should follow the surname but precede the address; they should be used for all addresses information about previous presentations of the whole or part of the work presented in the article 48 the sources of any support, for all authors, for the work in the form of grants, equipment, drugs, or any combination of these Disclose funding received for this work from any of the following organizations: National Institutes of Health (NIH); Wellcome Trust; Howard Hughes Medical Institute (HHMI); and other(s). a statement on potential conflicts of interest: if authors have financial interests relevant to the research or constituting a conflict of interest, these must be stated. If not applicable, state NONE disclaimers, if any the name and address of the author responsible for correspondence concerning the manuscript, and the name and address of the author to whom requests for reprints should be made. If reprints are not to be made available, a statement to this effect should be included. The peerreview process as well as publication will be delayed if you do not provide up to date telephone and fax numbers, and E-mail address, if available word count: please list full word count (including references, but not tables and legends) number of tables number of figures number of supplementary digital content files Authors are encouraged to submit colour and non-colour versions of illustrative figures, should the editor choose to publish gratis the colour version online only. Colour images should be prepared to the standards indicated in the section below on illustrations, and take into account that colour and non-colour versions need to be interpretable by the reader. Please ensure that the different versions of the illustrations are labeled for easy identification. Authors are also encouraged to submit supplementary digital content that may include figures, tables, a PowerPoint slide deck, audio or videos. Material submitted should not duplicate what is in the paper but contain extra material that a reader would find useful to access, but not critical for interpretation of the 49 study. Audio or video should be no longer than 5 minutes in length. Please consult the Supplementary Digital Content section below for further advice. Abstracts The second page should carry a structured abstract of no more than 250 words. The abstract should state the Objective(s) of the study or investigation, basic Methods (selection of study subjects or laboratory animals; observational and analytical methods), main Results (giving specific data and their statistical significance, if possible), and the principal Conclusions. It should emphasise new and important aspects of the study or observations. Review articles and case reports should include an unstructured summary of no more than 150 words. Condensed Abstracts A condensed abstract will be published in the ‘forthcoming contents’ section of the issue preceding the published article. This should be supplied with the submission, and should consist of no more that 100 words, this abstract should briefly summarise the main findings of your study. Key Words The abstract should be followed by a list of 3–10 keywords or short phrases which will assist the cross-indexing of the article and which may be published. When possible, the terms used should be from the Medical Subject Headings list of the Index Medicus (http://www.nlm.nih.gov/mesh/ meshhome.html). Abbreviations and symbols Use only standard abbreviations. Avoid abbreviations in the title and abstract. A short list of non-standard abbreviation definitions that may not be familiar to readers should be included in a separate mandatory document submitted with your paper. Text Full papers of an experimental or observational nature may be divided into 50 sections headed Introduction, Methods (including ethical and statistical information), Results and Discussion (including a conclusion), although reviews may require a different format. Acknowledgements Acknowledgements should be made only to those who have made a substantial contribution to the study. Authors are responsible for obtaining written permission from people acknowledged by name in case readers infer their endorsement of data and conclusions. References References should be numbered consecutively in the order in which they first appear in the text. They should be assigned Arabic numerals, which should be given in brackets, e.g. [17]. References should include the names of all authors when seven or fewer; when eight or more, list only the first six names and add et al. References should also include full title and source information. Journal names should be abbreviated as MEDLINE (www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html). Articles in journals Zhou M-S, Schulman IH, Raij L. Vascular inflammation, insulin resistance, and endothelial dysfunction in salt-sensitive hypertension: role of nuclear factor kappa B activation. J Hypertension 2010; 28:527–535 More than seven authors: Grassi G, Vailati S, Bertinieri G, Seravalle G, Stella ML, Dell’Oro R, et al. Heart rate as a marker of sympathetic activity. J Hypertens 1998; 16:1635–1639. Supplements: Dean RT, Wilcox I. Possible atherogenic effects of hypoxia during sleep apnea. Sleep 1993; 16 (suppl 8):S15–S21. 51 Letter/Abstract: Perk G, Bursztyn M. Changes in body position effect measurements during 24 hr ambulatory blood pressure monitoring [Letter]. J Hypertens 2001; 19:1513. Hostetter TH, Kren S, Ibrahim HN. Mineralocorticoid receptor blockade in the remnant kidney model [Abstract]. J Am Soc Nephrol 1999; 10:85A. Books Book: Katz AM, Konstam MA. Heart Failure. Pathophysiology, Molecular Biology, and Clinical Management. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2008 Chapter in a book: Wakhloo AK. Carotid artery revascularization. In: Kandarpa K (editor). Peripheral Vascular Interventions. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2008. pp. 137–153. Personal communications and unpublished work should not feature in the reference list but should appear in parentheses in the text. Unpublished work accepted for publication but not yet released should be included in the reference list with the words ‘in press’ in parentheses beside the name of the journal concerned. References must be verified by the author(s) against the original documents. Tables Each table should be typed on a separate page in double spacing. Tables should not be submitted as photographs. Each table should be assigned an Arabic numeral, e.g. (Table 3) and a brief title. Vertical rules should not be used. Place explanatory matter in footnotes, not in the heading. Explain in footnotes all non-standard abbreviations that are used in each table. Identify statistical measures of variations, such as standard deviation and standard error of the mean. Be sure that each table is cited in the text. If you use data from another published or unpublished source, obtain permission and acknowledge the source fully. 52 Illustrations A) Creating Digital Artwork 1. Learn about the publication requirements for Digital Artwork: http://links.lww.com/ES/A42 2. Create, Scan and Save your artwork and compare your final figure to the Digital Artwork Guideline Checklist (below). 3. Upload each figure to Editorial Manager in conjunction with your manuscript text and tables. B) Digital Artwork Guideline Checklist Here are the basics to have in place before submitting your digital artwork: Artwork should be saved as TIFF, EPS, or MS Office (DOC, PPT, XLS) files. High resolution PDF files are also acceptable. Crop out any white or black space surrounding the image. Diagrams, drawings, graphs, and other line art must be vector or saved at a resolution of at least 1200 dpi. If created in an MS Office program, send the native (DOC, PPT, XLS) file. Photographs, radiographs and other halftone images must be saved at a resolution of at least 300 dpi. Photographs and radiographs with text must be saved as postscript or at a resolution of at least 600 dpi. Each figure must be saved and submitted as a separate file. Figures should not be embedded in the manuscript text file. Remember: Cite figures consecutively in your manuscript. 53 Number figures in the figure legend in the order in which they are discussed. Upload figures consecutively to the Editorial Manager web site and enter figure numbers consecutively in the Description field when uploading the files. Photomicrographs must have internal scale markers. If photographs of people are used, their identities must be obscured or the picture must be accompanied by written consent to use the photograph. If a figure has been published before, the original source must be acknowledged and written permission from the copyright holder for both print and electronic formats should be submitted with the material. Permission is required regardless of authorship or publisher, except for documents in the public domain. Figures may be reduced, cropped or deleted at the discretion of the editor. Colour illustrations for reproduction in print are acceptable but authors will be expected to cover the extra reproduction costs (for current charges, contact the publisher). Legends for illustrations Captions should be typed in double spacing, beginning on a separate page. Each one should have an Arabic numeral corresponding to the illustration to which it refers. Internal scales should be explained and staining methods for photomicrographs should be identified. Supplemental Digital Content Supplemental Digital Content (SDC): Authors may submit SDC via Editorial Manager to LWW journals that enhance their article's text to be considered for online posting. SDC may include standard media such as text documents, graphs, audio, video, etc. On the Attach Files page of the submission process, please select Supplemental Audio, Video, or Data for your uploaded file as the Submission Item. If an article with SDC is accepted, our production staff will create a URL with the SDC file. The URL will be placed in the call-out within the article. SDC files are not copy-edited by LWW staff, they 54 will be presented digitally as submitted. For a list of all available file types and detailed instructions, please visit http://links.lww.com/A142. SDC Call-outs: Supplemental Digital Content must be cited consecutively in the text of the submitted manuscript. Citations should include the type of material submitted (Audio, Figure, Table, etc.), be clearly labeled as "Supplemental Digital Content," include the sequential list number, and provide a description of the supplemental content. All descriptive text should be included in the call-out as it will not appear elsewhere in the article. Example: We performed many tests on the degrees of flexibility in the elbow (see Video, Supplemental Digital Content 1, which demonstrates elbow flexibility) and found our results inconclusive. List of Supplemental Digital Content: A listing of Supplemental Digital Content must be submitted at the end of the manuscript file. Include the SDC number and file type of the Supplemental Digital Content. This text will be removed by our production staff and not be published. Example: Supplemental Digital Content 1. wmv SDC File Requirements: All acceptable file types are permissible up to 10 MBs. For audio or video files greater than 10 MBs, authors should first query the journal office for approval. For a list of all available file types and detailed instructions, please visit http://links.lww.com/A142. Units of measurement : Measurements of length, height, weight, and volume should be reported in metric units (metre, kilogram, or litre) or their decimal multiples. Temperatures should be given in degrees Celsius. Blood pressures should be given in millimetres of mercury. All haematologic and clinical chemistry measurements should be reported in the metric system in terms of the International System of Units (SI). Editors may request that alternative or non-SI units be added by the authors before publication. 55