Eventos antigos de especiação híbrida no grupo bifoliado do

Transcrição

Eventos antigos de especiação híbrida no grupo bifoliado do
TARCISO MAIA SANTOS
Eventos antigos de especiação híbrida no grupo bifoliado
do gênero Cattleya Lindl. (Orchidaceae) inferidos a
partir de uma filogenia baseada em 16 regiões de DNA
nuclear e plastidial
Feira de Santana – Bahia
2011
Universidade Estadual de Feira De Santana
Departamento de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação Em Botânica
Eventos antigos de especiação híbrida no grupo bifoliado
do gênero Cattleya Lindl. (Orchidaceae) inferidos a
partir de uma filogenia baseada em 16 regiões de DNA
nuclear e plastidial
TARCISO MAIA SANTOS
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Botânica da Universidade Estadual de
Feira de Santana como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Botânica.
ORIENTADOR: PROF. DR. CÁSSIO VAN DEN BERG (UEFS)
Feira de Santana – Bahia
2011
DEFESA DE DISSERTAÇÃO
CANDIDATO: Tarciso Maia Santos
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Eventos antigos de especiação híbrida
no grupo bifoliado do gênero Cattleya Lindl. (Orchidaceae) inferidos a
partir de uma filogenia baseada em 16 regiões de DNA nuclear e
plastidial”.
BANCA EXAMINADORA
Feira de Santana – BA
2011
A minha família, meu amor, minha vida.
AGRADECIMENTOS
O presente estudo, o qual cita o meu nome como autor, é na realidade fruto do
trabalho e cooperação de várias instituições e pessoas que contribuíram durante todas as
etapas que fizeram com que eu chegasse até aqui. Espero não ser injusto e peço que para
aqueles que por algum motivo eu esquecer, que me perdoi e entenda que os méritos de sua
colaboração transcendem algumas palavras de agradecimento presente nesse papel. Então,
queria agradecer a CAPES pela bolsa de mestrado concedida. Ao CNPq pelo
financiamento do projeto, Sistemática, Filogenia e Variabilidade de Laeliinae
(Orchidaceae): estudos integrados PII, coordenado pelo professor Dr. Cássio van den Berg
(orientador); à Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) por todas as
oportunidades e possibilidades oferecidas desde a minha graduação até o presente
mestrado.
Ao Programa de Pós-Graduação em Botânica da UEFS (PPGBot/UEFS) pelo apoio
financeiro e logístico. Ao corpo de professores e funcionários que permitiram a promoção
e desenvolvimento dos meus estudos. Em especial queria agradecer a Adriana Estrela e
Gardênia por toda solicitude.
Ao Laboratório de Sistemática Molecular de Plantas (LAMOL), local onde passei
mais de “dois terços” de minha vida acadêmica e realizei boa parte dos trabalhos, Ao
Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS) por apresentar estrutura e
condições adequadas para o desenvolvimento dos meus trabalhos. Aos amigos e
funcionários do HUEFS. A todos os curadores que confiaram e emprestaram materiais para
o estudo dos espécimes.
Aos amigos e colecionadores do Espírito Santo, Alex Zaslawski, Sávio Caliman e
Edson Sperandio pela colaboração com amostras de folhas para o estudo do DNA de
algumas espécies. Ao Jomar Gomes Jardim que contribuiu com coletas de algumas
amostras do Rio Grande do Norte. Ao Marcos Paulo Morfim que contribuiu com coletas de
algumas amostras do Rio Grande do Sul.
Ao parque Nacional da Chapada Diamantina, representado aqui na pessoa de Cezar
Neubert Gonçalves, por ter nos recebido e dado o apoio necessário.
Ao meu orientador Cássio van den Berg, ao qual tenho uma parceria científica que
a mais de cinco anos, pela colaboração, orientação e apoio no desenvolvimento desse
estudo.
Aos meus grandes amigos Lamoianos, Ricardo (Doutorzão) (que sempre quebrou
um galho, seja nos reagentes seja na informática, resumindo o cara é fera), ao recém
chegado Dissinho. As meninas que com suas belezas iluminam e embeleza o laboratório,
Adelina Vitória, Aline, Ana Luisa do Fabrício (Anéthe), Ana Luisa do Ricardo, Barbara,
Cláudia (Claudéte), Elisa (Abre o olho), Élvia (Bem), Laura, Maria Cristina (Criss
Roberts), Maria José (Alga Maria), Marla (Marloca), Patrycia Reijane, Priscila, Silvia
(Advogada) e Tutti (quase sogra). A rapaziada do LAMOL, Alison (Farofa), Anderson
(Mano Chico), Evandro, Fabrício da Anéthe, Floriano (Suassuna), Herlon, Marcos, Tiago
Arruda e Tiago Pontes.
Aos amigos que passaram pelo LAMOL, Ciça, Déa, Luiz Menini, Milene, Paty
Natividade, Sabrina (Sá), Silvana Ferreira e Silvana Helena.
Quero agradecer de forma especial a Paty Luz (Tia) e Paulo Ricardo (tô cansado)
pela amizade e apoio no desenvolvimento dessa dissertação.
Aos amigos e colegas da pós-graduação, Jully, Catharina, Joseane, Jumara, Ricardo
Landim, Ricardo Perdiz, Fábio, Paula, Cássia, Pétala, Grênivel, Michelle, Sâmia, Carla e
Eloina.
Aos amigos e agregados do Residencial, Alécio (Brother Léco), Pedro (Lettle
Peter), Diógenes (Papá), George, Jonaicon, Leilton, Angélica, Mariana, Maria, Eider e
Lizandra que sempre colaboraram e torceram para esse fim.
Em especial a Deus e a minha família (meu pai Pascoal, minha mãe Maria e meus
irmãos Tandson e Taylon) pelo apoio ao meu trabalho e compreensão em relação a minha
ausência durante todo esse tempo.
Por fim, obrigado a todos e todas, vocês foram fundamentais para esse trabalho.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO....................................................................................................................1
METODOLOGIA................................................................................................................9
RESULTADOS...................................................................................................................15
DISCUSSÃO.......................................................................................................................20
CONCLUSÃO....................................................................................................................31
REFERÊNCIAS.................................................................................................................33
ANEXOS............................................................................................................................ 58
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Primers e programas utilizados para a amplificação das regiões utilizadas neste
estudo....................................................................................................................................46
Tabela 2. Características das matrizes e das árvores mais parcimoniosas encontradas nas
análises de Máxima Parcimônia individuais e combinadas e dos modelos evolutivos
selecionados para inferência Bayesiana...............................................................................48
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. A, agt1. B, accD. C, atpF-atpH. D, ITS. Os números acima dos ramos
indicam os valores de suporte de bootstrap (%)..................................................................49
Figura 2. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. E, ndhJ. F, matK. G, psbA-trnH. I, psbK-psbI. Os números acima dos ramos
indicam os valores de suporte de bootstrap (%)..................................................................50
Figura 3. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. I, rpl32-trnL. J, trnD-trnT. K, rpoB. L, rpoC1. Os números acima dos ramos
indicam os valores de suporte de bootstrap (%)..................................................................51
Figura 4. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. M, trnL-trnF. N, trnS-trnG. O, ycf1. Os números acima dos ramos indicam os
valores de suporte de bootstrap (%).....................................................................................52
Figura 5. Árvore de consenso de maioria das 18.000 árvores resultantes da análise
Bayesiana, com modelo de evolução particionado da matriz Plastídeo (dados das 14
regiões de plastídeo). Os números acima dos ramos indicam: a esquerda os valores de
bootstrap (%) oriundo das análises de máxima parcimônia e a direita os valores de
probabilidade posterior (em escala de 0 - 1) gerados na inferência bayesiana. Os ‫٭‬
representam valores de bootstrap inferior a 50%. As letras representam os clados
formados, A (Walkeriana), B (Intermedia), C (Falcata) e E (subclado Bicolor).................53
Figura 6. Árvore de consenso de maioria das 12.000 árvores resultantes da análise
Bayesiana, com modelo de evolução particionado da matriz Combinada I (dados das 13
regiões de plastídeo, ITS e agt1). Os números acima dos ramos indicam: a esquerda os
valores de bootstrap (%) oriundo das análises de máxima parcimônia e a direita os valores
de probabilidade posterior (em escala de 0 - 1) gerados na inferência bayesiana. Os ‫٭‬
representam valores de bootstrap inferior a 50%. As letras representam os clados
formados, A (Walkeriana), B (Intermedia), C (Falcata), D (subclado Elongata) e E
(subclado Bicolor). ..............................................................................................................54
Figura 7. Árvore de consenso de maioria das 14.000 árvores resultantes da análise
Bayesiana, com modelo de evolução particionado da matriz Combinada II (dados das 14
regiões de plastídeo, agt1 e ITS) excluindo terminais que geravam incongruência. Os
números acima dos ramos indicam: à esquerda os valores de suporte de bootstrap (%) e a
direita os valores de probabilidade posterior da inferência bayesiana (em escala de 0 - 1).
Os ‫ ٭‬representam valores de bootstrap inferior a 50%. As letras representam os clados
formados, A (Walkeriana), B (Intermedia), E (subclado Bicolor........................................55
Figura 8. Super-rede (supernetwork) das árvores de consenso da análise de máxima
parcimônia com valores de bootstrap igual ou superior a 50% a partir dos dados
combinados de plastídeo, de ITS e de agt1. O número mínimo de árvores foi igual a 2.....56
Figura 9. Rede de consenso não-enraizado (30% de limite para construção da rede)
sumarizando as incongruências existentes entre as topologias dos três conjuntos de dados
(14 regiões de plastídeo, ITS e agt1) usando árvores de consenso de maioria com > 50% de
bootstrap. Na figura apenas a topologia é apresentada, pois os ramos não são escalonados
com comprimento de ramo. As linhas em negrito representam as possíveis reticulações. A
imagens referem-se as espécies ou represententes de clados envolvidos em possíveis
processos de evolução reticulada.........................................................................................57
RESUMO
As Cattleyas bifoliadas (Orchidaceae) compõem um grupo de 21 espécies que
morfologicamente se distingue das outras espécies do gênero por apresentar duas ou
raramente três folhas sobre o pseudobulbo. A maioria das espécies ocorre exclusivamente
no Brasil, apenas três (C. violacea, C. nobilior e C. loddigesii) ocorrem também em outros
países. Estudos prévios envolvendo espécies do grupo bifoliado geraram árvores
filogenéticas com pouca resolução e sugeriram que a evolução de algumas espécies dentro
do grupo pode estar associada a processos de reticulação. Nesse contexto, o presente
estudo teve como objetivos, produzir uma hipótese filogenética para as relações entre as
espécies do grupo bifoliado, bem como avaliar os possíveis processos de evolução
reticulada no grupo. Para tanto, foram utilizadas 16 regiões, sendo 14 do genoma plastidial
(accD, atpF-atpH, matK, ndhJ, psbK-psbI, psbA-trnH, ycf1, rpoB, rpoC1, rpl32-trnL, trnltrnF (íntron, exon e espaçador intergênico), trnD-trnT e trnS-trnG) e duas do genoma
nuclear (agt1 e ITS). As análises foram realizadas através do método da máxima
parcimônia e da inferência bayesiana através de análises individuais e combinadas. Em
níveis gerais, os dados apresentaram baixa variação nucleotídica, mas alguns clados foram
reconhecidos. Foram verificadas incongruências entre os dados plastidiais e nucleares. Os
conflitos no sinal filogenético foram tratados como indícios de evolução reticulada. As
incongruências foram filtradas e um consenso de rede (consensus network) foi construído.
O consenso de rede sugeriu que a origem de C. aclandiae, C. dormaniana, C.
porphyroglossa, C. schilleriana e C. tigrina envolveram processos de reticulação entre
linhagens ancestrais de algumas espécies do grupo bifoliado.
Palavras-chave: Cattleya, bifoliadas, evolução reticulada, consenso de redes.
ABSTRACT
[Phylogenetics of the bifoliate lineage of Cattleya Lindl. (Orchidaceae) based in 16
DNA regions with evidence for reticulate evolution] The bifoliate Cattleya (Orchidaceae)
comprise a group of 21 species morphologically distinct from other species in the genus by
presenting two or rarely three leaves per pseudobulb. Most species occur exclusively in
Brazil, and only three (C. violacea, C. nobilior and C. loddigesii) occur in neighboring
countries. Previous studies involving species in the bifoliate group generated phylogenetic
trees with poor resolution and suggested that the evolution of some species within the
group can be associated with processes of reticulation. In this context, this study aimed to
produce a phylogenetic analysis for relationships among species of the bifoliate group, and
assess the possible processes of reticulate evolution. For this, we produced sequence data
from 16 DNA regions, being 14 from the plastidial genome (accD, atpF-atpH, matK, ndhJ,
psbK-psbI, psbA-trnH, ycf1, rpoB, rpoC1, rpl32-trnL, trnL-trnF (intron, exon and
intergenic spacer), trnD-trnT e trnS-trnG) and two from the nuclear genome (agt1 and
ITS). Analyses were performed using methods of maximum parsimony and Bayesian
inference in individual and combined datasets. The trees obtained indicated that most DNA
regions showed low variation, but some clades could be recognized. We found
incongruence between the plastid and nuclear data. The conflicts in phylogenetic signal
were treated as evidence of reticulate evolution. The incongruences were filtered and a
consensus network was built. The consensus network suggested that the origin of C.
aclandiae, C. dormaniana, C. porphyroglossa, C. schilleriana and C. tigrina could
incorporate processes of reticulation between ancestral lineages of some species within the
bifoliate group.
Keywords: Cattleya, bifoliate, reticulate evolution, consensus network.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. A família Orchidaceae Juss. e o gênero Cattleya Lindl.
Inserida na ordem Asparagales Link (APG III, 2009), a família Orchidaceae com
cerca de 24.500 espécies, é considerada a maior família de plantas (Dressler, 1993, 2005).
Sua distribuição é cosmopolita, com exceção da região Antártica, entretanto são mais
abundante e diversificada em florestas tropicais. No Brasil, as orquídeas estão distribuídas
em praticamente todo o território, sendo registradas 2.419 espécies, das quais 1.620 são
endêmicas (Barros et al., 2010).
No sistema de classificação mais recente para família Orchidaceae (Pridgeon et al.,
1999, 2001, 2003, 2005), baseado principalmente em dados moleculares, são reconhecidas
cinco subfamílias: Apostasioideae Rchb.f., Cypripedioideae Kostel., Orchidoideae Eaton,
Vanilloideae Szlach. e Epidendroideae Lindl.. Esta última é considerada a maior
subfamília de Orchidaceae, sendo subdividida em 16 tribos e 650 gêneros (Pridgeon et al.,
2005, 2007). Suas espécies ocorrem principalmente nos trópicos e subtrópicos, mas
também podem ser encontradas em clima temperado até o Circulo Ártico (Pridgeon et al.,
2005).
A subtribo Laeliinae Benth., depois de Pleurothallidinae Lindl. ex G.Don e
Oncidiinae Benth., ocupa o terceiro lugar em tamanho dentro da subfamília
Epidendroideae. A subtribo é formada por cerca de 50 gêneros e 1.500 espécies, com
distribuição estritamente neotropical (Dressler, 1993). Alguns de seus gêneros como
Cattleya Lindl. e Rhyncholaelia Schltr. apresentam grande valor horticultural, outros como
Encyclia Hook., Epidendrum L. e Prosthechea Knowles & Westc. são elementos comuns
da florística dos neotrópicos. A grande diversidade morfológica presente na subtribo
provavelmente deve estar relacionada a especialização em particular dos polinizadores bem
como adaptações aos diferentes hábitats (van der Pijl & Dodson, 1966).
O estabelecimento do gênero Cattleya, se deu por John Lindley em 1821, na
literatura citada na obra "Collectanea Botanica", ao descrever a espécie brasileira Cattleya
labiata Lindl. importada por acaso do Brasil pelo colecionador William Cattley em 1818
(Braem, 1984). Entretanto, algumas espécies já tinham sido descritas, com outros nomes,
em trabalhos anteriores, como na "Flora Fluminensis" de Vellozo em 1790 (publicada em
2
1829) e na obra "Nova Genera et Species Plantarum" publicada em 1815 (van den Berg,
1996).
O gênero se caracteriza morfologicamente por flores de tamanho grande e labelo
não fundido à coluna (ver Anexos III e IV), características que o separam de Epidendrum,
e coluna não protrusa dorsalmente, o que o separa de Encyclia (Withner, 1988). Laelia
Lindl. foi durante muito tempo considerado o gênero mais próximo a Cattleya, dentro da
subtribo Laeliinae, sendo que alguns autores como Braem (1984), defendiam que a
principal diferença de Laelia e Cattleya seria a presença de oito polínias no primeiro e
quatro no último. Embora Cattleya e Laelia fossem considerados grupos próximos, estudos
de filogenia molecular com dados de sequências de DNA (van den Berg et al., 2000, 2009)
mostraram que Brassavola R.Br. seria o gênero mais próximo de Cattleya. Além disso, os
dados de sequência de DNA não evidenciaram uma proximidade entre as espécies
brasileiras de Laelia com as espécies que ocorre no México, nem com a espécie tipo do
gênero. Como solução, foram propostas grandes alterações na circunscrição de Laelia, e as
espécies brasileiras foram, na sua totalidade, transferidas para o gênero Sophronitis Lindl.
(van den Berg et al., 2000) e combinadas por van den Berg & Chase (2000).
Recentemente, estudos realizados com oito regiões (ITS, matK, trnL-F (intron e
espaçador), trnK, rps16, atpB-rbcL e psbA-trnH), mostraram que as espécies do gênero
Sophronitis (anteriormente classificadas como Laelia “brasileiras”) se agruparam dentro
do gênero Cattleya (van den Berg et al., 2009). Buscando acomodar essas informações, as
espécies desse grupo foram transferidas para o gênero Cattleya (van den Berg, 2008), o
qual juntamente com Brassavola, Rhyncholaelia e Guarianthe Dressler & W.E.Higgins
formam o clado da aliança Cattleya, com cerca de 135 espécies.
Apesar das diferentes classificações propostas ao longo do tempo, tanto para as
espécies brasileiras de Cattleya (Cogniaux, 1898; Pabst & Dungs, 1975; Fowlie, 1977)
quanto para o gênero como um todo (Rolfe, 1895; Withner, 1988; van den Berg et al.,
2000; van den Berg, 2008), vários são os problemas taxônomicos no gênero. Além disso, a
transferência das espécies de Sophronitis (antigas Laelia brasileiras, van den Berg, 2008)
para o gênero fez crescer o número de espécies e também a sua heterogeneidade
morfológica. Contudo, morfologicamente dois grandes grupos podem ser detectados: um
formado pelas espécies unifoliadas (apresentam apenas uma folha sobre o pseudobulbo) e
3
outro formado pelas espécies bifoliadas (apresentam apenas duas ou raramente três folha
sobre o pseudobulbo).
Excluindo as espécies do grupo unifoliado, que são predominantemente andinas
(com seis espécies no Brasil), e as espécies vindas do gênero Sophronitis, ainda sobram
cerca de 21 espécies as quais compõem o grupo bifoliado. Destas, apenas C. violacea
(Kunth) Rolfe, C. nobilior Rchb.f. e C. loddigesii Lindl. ocorrem também em outros países
e as restantes são endêmicas do Brasil. De modo geral, o grupo bifoliado não é
morfologicamente homogêneo, e vários são os questionamentos taxonômicos encontrados
em suas relações internas. Cattley dormaniana (Rchb.f.) Rchb.f. por exemplo, difere das
demais espécies do grupo por apresentar, as vezes, oito polínias (sendo quatro dessas não
funcionais); C. walkeriana Gardner e C. nobilior diferem por serem heteromodulares,
produzindo flores laterais, sobre pseudobulbos especiais, desprovidos de folhas, o que dá a
impressão de que as flores saem do rizoma (Braem, 1984). Além disso, a maioria dos
indivíduos de C. walkeriana apresenta apenas uma folha sobre o pseudobulbo. Braem
(1984) argumentou que alguns pares de espécies apresentam um status específico
duvidoso, como C. harrisoniana Batem. ex Lindl. e C. loddigesii. Situação semelhante
ocorria entre outras espécies do grupo bifoliado como C. nobilior e C. walkeriana, C.
granulosa Lindl. e C. schofieldiana Rchb.f.. Apesar de haver muita semelhança entre essas
espécies de Cattleya, os estudos baseados em dados morfológicos (van den Berg, 1996) e
moleculares (Santos et al., não publicado no caso de C. loddigesii e C. harrisoniana e Jin
et al., (2004) no caso de C. nobilior e C. walkeriana) indicaram a manutenção do status
específicos das mesmas.
1.2. Biogeografia do grupo bifoliado
Segundo van den Berg (1996), o gênero Cattleya se adéqua muito bem à teoria de
refúgios florestais do Pleistoceno (Brown, 1979, 1987), e parcialmente à teoria
biogeográfica de Fowlie (1977). Segundo a teoria de Fowlie (1977), o centro de origem das
Cattleya bifoliadas seria na região costeira, entre o Litoral Norte Paulista e Sul do Rio de
Janeiro, e também o Vale do Paraíba e regiões montanhosas da Serra da Mantiqueira e
Serra dos Órgãos. Durante a evolução do grupo, teria ocorrido uma grande dispersão
seguida de eventos de vicariância e especiação durante as glaciações do Quaternário
recente. Durante o glacial máxima, haveria uma grande área de habitats de brejos
4
litorâneos desde a região de Boracéia, São Paulo, passando pelo Rio de Janeiro, Espírito
Santo e Bahia, penetrando pelos vales do Rio São Francisco e Rio Doce. Nestas áreas teria
havido uma dispersão massiva de C. bicolor Lindl. e outras espécies bifoliadas, seguida de
uma fragmentação diante do retrocesso das geleiras. Para van den Berg (1996), as áreas
que são hoje ocupadas por C. bicolor seriam refúgios florestais do Pleistoceno, entretanto
as ligações através do Vale do São Francisco e Rio Doce são pouco prováveis de terem
existido. Neste caso a melhor hipótese seria uma dispersão anterior à glaciação, seguida de
extinção nas áreas desfavoráveis.
1.3. Incongruências e Evolução Reticulada
Ao longo dos últimos anos a sistemática molecular vem experimentando um
crescente aumento no número de regiões de DNA usadas para resolver as relações
evolutivas (Degnan & Rosenberg, 2009). Entretanto, apesar de todo esforço na coleta de
dados, muitos estudos em plantas apresentam topologias com baixa resolução nos nós,
principalmente em estudos de espécies que divergiram recentemente ou de táxons
intraespecíficos (Crawforf & Mort, 2004; Mort et al., 2007). Para Rokas & Carrol (2005) a
falta de resolução não está necessariamente relacionada à pequena amostragem de regiões,
e sim à combinação entre o tempo curto de cladogênese e a grande quantidade de
homoplasias. Visando uma melhor resolução nas topologias, vários estudos em plantas,
vêm utilizando uma combinação de dados do genoma plastidial (herança uniparental) e do
genoma nuclear (herança biparental). Em relação aos dados do genoma plastidial, a
maioria dos estudos utiliza sequências de DNA não codificantes, as quais pressupõem
apresentarem menos restrições funcionais que regiões codificantes e, portanto, podem
apresentar maiores níveis de variação (Gielly & Taberlet, 1994; Shaw et al., 2005, 2007).
Nas revisões feitas por Shaw et al. (2005, 2007) sobre a utilização de regiões do genoma
plastidial, foi detectado que os espaçadores intergênicos apresentavam maior nível de
variação e poderiam ser utilizados para estudo entre espécies próximas.
Em relação ao genoma nuclear (nDNA), a maioria dos estudos filogenéticos sempre
focaram na utilização da porção ribossomal (rnDNA) em específico os espaçadores
transcritos internos (ITS) e recentemente os espaçadores transcritos externos (ETS)
(Colonge et al., 2009). Apesar das críticas feitas aos dados de ITS (Alvarez & Wendel,
2003), o alto nível de variação apresentado pela região (por exemplo, na família
5
Orchidaceae (Douzery et al., 1999; Smidt, 2007; Monteiro, 2007), o tipo de herança e a
presença de múltiplas cópias facilitando a amplificação o tornam uma valiosa região para
estudos filogenético principalmente em estudos de híbridos (van den Hof et al., 2008;
Alvarez & Wendel, 2003; Feliner & Rossello, 2007). Um dos grandes problemas referentes
a essa região é a presença de cópias parálogas. Contudo, esse não parece ser um grande
problema em Orchidaceae, exceto em Angraecinae (Carlsward et al., 2006). Atualmente
devido ao maiores estudos no genoma nuclear, outras porções vêm sendo cada vez mais
estudas e utilizadas nas reconstruções filogenéticas em plantas, principalmente aos genes
nucleares de baixas cópias LCNG (do inglês, Low-Copy Nuclear Genes) (Small et al.,
2004; Hughes et al., 2006; Wu et al., 2006; Aguileta et al., 2008; Li, et al., 2008; Colonge
et al., 2009; Górniak et al., 2010). Dentre as vantagens dessas regiões, pode-se citar: a
rápida taxa de evolução quando comparado com genomas das organelas, presença de
múltiplos loci independentes (não ligados) e herança biparental. Assim como o ITS, os
LCNG apresentam algumas desvantagens, como a complexa arquitetura genética e
dinâmica evolutiva, bem como dificuldade de isolamento e identificação de genes
ortológos (Small et al., 2004). Dentro dessa perspectiva, vário autores vêm desenvolvendo
primers para essas regiões, como Wu et al. (2006) e Li et al. (2008) (que desenvolveram o
conjunto de genes ortológos conservados COS - do inglês, Conserved Ortholog Set) e Ford
et al., (2006) que desenvolveram primers para a região PgiC (que codifica uma enzima
citoplasmática - citosolic phosphoglucose isomerase).
Análises filogenéticas a partir da combinação de dados do genoma plastidial e
nuclear tem sido muito frequentes nos estudos, entretanto muitas incongruências tem sido
verificas entre esses conjuntos de dados (Topik et al., 2005; Fehrer et al., 2007; Fan et al.,
2009; Spalik et al., 2009; Kelly et al., 2010; Pelser et al., 2010). Estudos revelam que
mesmo dentro de um mesmo genoma, geralmente, quanto mais genes são amostrados mais
incongruência entre as árvores dos genes são encontradas (Rokas et al., 2003). van der Niet
& Linder (2008) argumentaram que as incongruências encontradas entre os conjuntos de
dados podem ser enquadradas em duas classes. A primeira classe, refere-se a fatores não
biológicos que podem estar na gênese das incongruências, como a amostragem insuficiente
de táxons (Stockley et al., 2005) ou a atração de ramos logos na análise de máxima
parcimônia (Felsenstein, 1978; Kennedy et al., 2005). A segunda classe corresponde a
eventos que podem gerar relações filogenéticas diferentes entre os genes devido a histórias
6
filogenéticas diferentes ocorridas com esses genes (Maddison, 1997). Diversos processos
biológicos podem estar por trás desse tipo de incongruência, como conflito entre cópias
ortológas e paralógas (Vanderpoorten et al., 2004), lineage sorting (Doyle et al., 2004),
transferência horizontal de genes (Won & Renner, 2003) e hibridização (Rieseberg et al.,
1996a,b; Sang & Zhong, 2000; Heuertz et al., 2006; Joly et al., 2009). van der Niet &
Linder (2008) também comentam que em muitos estudos os clados incongruentes são
incluídos na análise combinada sem que seja dado um atenção especial as incongruências
ou são ignorados e retirados das análises, e que uma análise mais detalhada dessas
incongruências pode contribuir para uma melhora na resolução da árvore de espécies. Para
Fehrer et al. (2007) o processo de hibridação interespecífica representa um dos maiores
fatores responsável na geração de incongruência entre loci.
Entretanto, distinguir
hibridação de lineage sorting a partir de incongruência entre conjuntos de dados não é
tarefa fácil (Pelser et al., 2010). Em relação à lineage sorting, Moore (1995) argumentou
que os dados de plastídeo são menos suscetíveis a esse processo, devido à rápida
coalescência.
A formação e especiação de híbridos naturais é um mecanismo muito comum em
plantas (Hegarty & Hiscock, 2005). Estima-se que 25% das espécies de plantas vasculares
formem híbridos com outras espécies (Mallet, 2005) e talvez 11% das espécies de plantas
tenham surgido através de hibridação (Ellstrand et al., 1996; Russell et al., 2010). O
crescente avanço nas técnicas moleculares tem permitido entender melhor os processos
decorrentes da hibridação, como a mudança no padrão de expressão gênica e alterações na
organização cromossomal (Baack & Rieseberg, 2007). Estudos revelam que o número de
híbridos diplóides identificados é muito menor que o número de espécies híbridas
alopoliplóides (Linder & Rieseberg, 2004; Sang et al., 2004). Entretanto, essa diferença
pare estar mais relacionada a maior dificuldade na detecção da hibridação homoplóide
(Seehausen, 2004; Mallet, 2005). Além disso, o fluxo gênico entre espécies via
introgressão é um evento muito comum, principalmente em genomas de espécies
permeáveis a alelos de outras espécies proximamente relacionadas (Baack & Rieseberg,
2007; Lexer et al., 2009; Russell et al., 2010). De modo geral, a hibridação entre espécies
geram nas análises combinadas conflito no sinal filogenético. Contudo, a percepção desses
conflitos é de suma importância na construção das árvores de espécies e devem ser
representados como eventos de reticulação (Linder & Rieseberg, 2004).
7
Para Linder & Riesenberg (2004) existem pelo menos três linhas de evidências
empregadas para detectar hibridação. A primeira linha assume que, na ausência de outras
causas que geram incongruência entre os conjuntos de dados, as incongruências
representam eventos de reticulação (Fehrer et al., 2007; van der Niet & Linder, 2008). A
segunda linha baseia-se na criação de sequências quiméricas (oriundas da combinação de
múltiplos loci independentes de ambas as espécies suspeitas de hibridação) e utilização na
análise na busca de um sinal filogenético que evidencie uma história evolutiva envolvendo
hibridação (Huson, 1998; Kelly et al., 2010). Uma terceira linha baseia-se na busca de
associação entre desequilíbrio de ligação e hibridação. Essa linha assume que os loci
estreitamente ligados em uma determinada espécie híbrida são geneticamente mais
propensos a vir de uma mesma espécie progenitora, e a gerarem um desequilíbrio de
ligação (Doebley et al., 1984; Rieseberg et al., 1996a, 2003).
Nas análises envolvendo incongruências, os conflitos no sinal filogenético são
interpretados como eventos de hibridação e são representados como redes de relações
filogenéticas. Huson & Bryant (2006) comentam que existe certa confusão na literatura
sobre o conceito de redes filogenéticas. Dentre os conceitos sugeridos por esses autores, as
redes reticuladas representam uma explicita história evolutiva decorrente de eventos de
reticulação, como a hibridação e recombinação. Nessas redes os nós internos representam
espécies ancestrais e os nós com mais de dois “pais” correspondem aos eventos de
reticulação (Huson & Bryant, 2006; Huson et al., 2011). Esses mesmos autores tem ao
longo dos últimos anos implementado vários algoritmos na tentativa de explicitar uma
melhor hipótese de reticulação. Contudo os estudos de hibridação a partir de conflitos no
sinal filogenético estão em fases iniciais.
A família Orchidaceae, em especial, é marcada pela presença de grande quantidade
de híbridos artificiais e naturais, tanto em nível intergenérico como interespecífico (Pabst
& Dungs, 1975, 1977; Braem, 1995; Borba & Semir, 1998; Nielsen, 2000; Klier et al.
1991, Barkman & Simpson, 2002; Azevedo et al., 2006). Assim como na família, o gênero
Cattleya é marcado pela presença de grande quantidade de híbridos naturais. Fowlie (1977)
e Pabst & Dungs (1975) citam pelo menos 24 híbridos naturais para o grupo bifoliado de
Cattleya, entretanto esse número provavelmente é muito maior. Braem (1995), por
exemplo, descreveu mais um híbrido natural dentro do grupo, Cattleya × tenuata
V.P.Castro & Campacci ex G.J.Braem, resultante do cruzamento de C. elongata
8
Barb.Rodr. com C. tenuis Campacci & Vedovello. Alguns híbridos naturais (por exemplo,
C. × dolosa Rchb.f. (C. loddigesii × C. walkeriana), C. × elegans C.Morren (C. tigrina
A.Rich. × C. purpurata (Lindl. & Paxton) van den Berg) e C. × albanensis (C. warneri
T.Moore × C. grandis (Lindl. & Paxton) A.A.Chadwick) chegam a formar verdadeiros
enxames de indivíduos, as vezes compondo populações simpátricas em relação as
populações das espécies parentais. A presença de um número cromossômico pouco
variável (2n = 40) dentro do gênero Cattleya bem como as semelhanças morfológicas e de
polinizadores pode ter contribuído para possíveis processos de hibridação homoplóides.
Estudos anteriores envolvendo espécies do grupo bifoliado usando dados apenas de
ITS e de plastídeos apresentaram baixo suporte para a maioria dos clados formados, e
sugeriram a adição de mais regiões do genoma plastidial e/ou a utilização de genes
nucleares de copia simples para melhorar a compreensão sobre a evolução do grupo (van
den Berg et al., 2000, 2009). Além disso, os estudos sugerem que a evolução de algumas
espécies dentro do gênero Cattleya pode estar associada a processos de reticulação (van
den Berg et al., 2000, 2009). Diante disso, o presente estudo teve como objetivos: (1)
produzir uma hipótese filogenética para as relações entre as espécies dentro do grupo
bifoliado do gênero Cattleya, (2) identificar, a parir das incongruências geradas entre os
diferentes conjuntos de dados, espécies com possível origem envolvendo evolução
reticulada e (3) testar a variabilidade de novas regiões plastidiais e nucleares para a
subtribo Laeliinae.
9
2. METODOLOGIA
2.1. Materiais de plantas
O estudo molecular para o grupo bifoliado de Cattleya foi conduzido a partir de
sequências de DNA. Na análise filogenética foi utilizado um indivíduo de cada espécie, ou
mais indivíduos em espécies que apresentam ampla distribuição geográfica ou variedades
geográficas. O DNA de todas as espécies encontra-se armazenado em Biofreezer a - 85 °C
no Laboratório de Sistemática Molecular de Plantas (LAMOL) da UEFS.
Na reconstrução filogenética, a definição do grupo interno e externo foi baseada
nos resultados dos trabalhos anteriores de filogenia da subtribo Laeliinae (van den Berg et
al., 2000, 2005, 2009). O grupo interno foi composto pelas 21 espécies do grupo
“Bifoliado” (ver Anexo I e II), mais algumas espécies do grupo “Unifoliado”: C. labiata
Lindl., C. lawrenceana Rchb.f., C. lueddemanniana Rchb.f., C. luteola Lindl., C. wallisii
Linden ex. Rchb.f. e alguns representantes do grupo das espécies transferidas do gênero
Sophronitis para Cattleya (as antigas Laelia brasileiras): C. lundii (Rchb.f. & Warm) van
den Berg, C. pfisteri (Pabst & Senghas) van den Berg, C. purpurata (Lindl. & Paxton) van
den Berg e C. sincorana (Schltr.) van den Berg. Para compor o grupo externo, foram
usadas duas espécies do gênero Brassavola (B. cucullata (L.) R.Br. e B. tuberculata
Hook.) e duas espécies do gênero Rhyncholaelia (R. digbyana (Lindl.) Schltr. e R. glauca
(Lindl.) Schltr.).
2.2. Extração de DNA
O DNA de cada amostra foi extraído utilizando uma modificação do protocolo 2x
CTAB de Doyle & Doyle (1987), adicionando um passo inicial de maceração em 2ml de
STE (NaCl 5M, Tris-HCl 1M, EDTA 0,5M, pH 8.0) gelado, seguindo de centrifugação, e
depois tampão CTAB 2% (brometo de cetilmetil amônio) e purificação com
clorofórmio/álcool isoamílico (24:1) como no protocolo original, adaptado para
microtubos. A limpeza do pellet foi realizada duas vezes com álcool 70% e posterior
suspensão em tampão TE. A concentração do DNA extraído foi estimada no gel de agarose
a 1%, a partir do padrão de banda do marcador Lambda – Hind III, usando o programa
Kodak 1D 3.6.
10
2.3. Obtenção e análise das sequências de DNA
Inicialmente foram feitas buscas no GenBank do NCBI (National Center for
Biotechnology Information) e obtidas todas sequências de estudos prévios para as espécies
em estudo (ver Anexo I e II).
Objetivando encontrar regiões com níveis consideráveis de variação foram testadas
diversas regiões tanto de cpDNA quanto rnDNA e regiões nucleares de cópia única. A
maioria das regiões plastidiais testadas são regiões não codificantes (introns ou
espaçadores intergênicos) relatados por Shaw et al. (2005, 2007) e Hollingsworth et al.
(2009) como variáveis e indicadas para estudos de baixo nível taxonômico. Além dessas
regiões plastidiais foi usada a região ycf1 (hypothetical chloroplast open reading frame 1),
sugerida por Neubig et al. (2009) como uma região variável e informativa para estudos no
nível de espécies dentro da família Orchidaceae. Em relação às regiões nucleares, foram
testadas as regiões sugeridas por Li et al. (2008). Destas, apenas a região amplificada com
o primer Agt1 (gene da enzima alanina-glyoxylato aminotransferase) apresentou sucesso
tanto na amplificação como no sequenciamento e, portanto, foi utilizada nesse estudo.
Mais três regiões nucleares também foram testadas, Rpb2 (Ronçal et al., 2005), PgiC (Ford
et al., 2006) e o espaçador externo transcrito ETS (com o primer ETS-Orchid, Monteiro,
2007, e 18S-IGS, Baldwin & Markos, 1998).
As reações em cadeia da DNA polimerase (PCR), foram executadas em
termociclador (GeneAmp. PCR System 9700) utilizando os pares de oligonucleotídeos
iniciadores (primers) específicos para cada região (Tabela 1). As reações foram realizadas
em um volume total de 15-25 μL, contendo os seguintes componentes: 1× do tampão (100
mM Tris-HCl), 2,5 mM MgCl2, 0.2 mM dNTP, 7.5 pmol
de cada oligunucleotídeo
iniciador (primer), 2,5 unidades de Taq polimerase de DNA (Phoneutria) e
aproximadamente 1 ng de DNA genômico. Em amostras que apresentaram dificuldade na
amplificação foram utilizados aditivos como 1M de Betaína, 1µg de BSA e 2% de DMSO.
Para as regiões Atg1 e rpl32 foi utilizado o Kit de amplificação TopTaq (Quiagen). Os
parâmetros das reações de amplificação para cada região estão descritos na Tabela 1.
Os produtos da reação de PCR foram quantificados através de eletroforese em gel
de agarose a 1% de concentração com tampão Sódio Borato (Brody & Kern, 2004), por
60min à 100V, 62W, 60ma em fonte eetroforética (Consort-E-832). O gel foi corado com
11
brometo de etídio (5μg/mL) e visualizado em um transluminador de luz ultravioleta (UV).
As concentrações (em ng) dos produtos da PCR foram estimadas pela comparação da
intensidade das bandas produzidas na PCR com a intensidade das bandas do marcador
Lambda – Hind III, através do programa Kodak 1D 3.6.
Todos os produtos da PCR foi purificados por precipitação com Polietileno Glicol
(PEG 8000 10% e NaCl 2,5M) e ressuspendidos em mesmo volume da PCR com água
ultrapura.
As reações de sequenciamento ocorreram num volume final de 10µl, com 1,5µl
(tampão 1,0 µl e 0,5µl Big Dye) do Kit Big Dye terminator versão 3.1 (Applied
Biosystems), 2,5 pmol de primer e aproximadamente 5ng de DNA para cada 100pb de
produto da PCR. As amostras foram sequenciadas em ambas as direções no sequenciador
automático 3130XL DNA Analyzer (Applied Biosystems) no LAMOL.
2.4. Edição das sequências e alinhamento das matrizes
Os eletroferogramas obtidos foram editados através do programa PREGAP-4 e
GAP4 do Pacote Staden (Staden et al., 1998) e as sequências obtidas foram submetidas à
pesquisa no BLASTn do NCBI. As sequências editadas foram alinhadas de forma
automática no programa Muscle versão 3.6 (Edgar, 2004). O resultado do alinhamento foi
manualmente revisado no programa Mesquite2 (Maddison & Maddison, 2010), seguindo
as diretrizes de Kelchner (2000). Regiões ambíguas foram excluídas da análise e os indels
foram codificados pelo método de Codificação Simples (Simmons & Ochoterena, 2000) no
programa SeqState versão 1.4.1 (Müller, 2005).
2.5. Análise filogenética dos dados
A construção das árvores de espécies seguiu o protocolo estabelecido por van der
Niet & Linder (2008) que consiste na identificação da incongruência, teste de sua
significância, identificação das causas de incongruência e reconstrução da árvore de
espécies. A identificação das incongruências foi realizada a partir do Testes de
Homogeneidade de Partição (THP) (Farris et al., 1995). Os testes foram conduzidos no
PAUP* (Phylogenetic analysis using parsimony) versão 4.0b10a (Swofford, 2002) através
do critério de Máxima Parcimônia (MP), utilizando busca heurística com 1000 réplicas, 5
adições randômicas de táxon, rearranjo das árvores com algoritmo TBR (tree-bisection
12
and reconnection) e salvando 15 árvores a cada replicação. Os testes de congruência foram
feitos inicialmente entre as regiões de cada genoma par a par (plastidial e nuclear) e depois
entre os conjuntos de dados dos dois genomas. As matrizes de nucleotídeo e a matriz de
gaps de uma mesma região foram tratadas como conjunto de dados independentes. As
análises de THP processaram-se com a inclusão progressiva de uma região e avaliação da
congruência desta com os demais conjuntos de dados já analisados. Caso não fosse
detectada incongruência, um novo conjunto de dados era adicionado, se o contrário fosse
observado, o conjunto de dados incongruente era retirado da análise e esta seguia com a
adição de um novo conjunto de dados. Foram feitas várias réplicas do teste começando
com a adição inicial com regiões diferentes para evitar víeis de confundimento.
As análises de MP foram realizadas individualmente para cada conjunto de dados e
de maneira combinada. As análises combinadas foram assim denominadas: análise
Plastídeo (combinada com todos os dados de plastídeo), análise Combinada I (composta
por todos os dados plastidiais mais os dados de ITS e agt1) e análise Combinada II
conduzida com as mesmas regiões da análise Combinada I, excluindo apenas as espécies
indicada indiretamente no teste de THP como responsáveis pelas incongruências entre as
topologias (C. aclandiae Lindl., C. dormaniana, C. porphyroglossa Linden & Rchb.f., C.
schilleriana Rchb.f. e C. tigrina). Análises de MP foram conduzidas no PAUP a partir de
buscas heurísticas, através da parcimônia de Fitch (1971), com 3.000 replicações, adição
aleatória de táxons e rearranjos das árvores com algoritmo TBR. Foram salvas 15 árvores
em cada pseudo-replicação, evitando assim a buscas extensivas em ilhas subótimas. Uma
segunda análise foi realizada com buscas heurísticas, através da parcimônia de Fitch, sem
limites de replicação, algoritmo TBR, tendo como ponto de partida o conjunto de árvores
produzidas na primeira análise. A segunda análise de cada conjunto de dados foi finalizada
quando o conjunto de árvores encontradas somava 30.000 (trinta mil) árvores. Nas
análises, os caracteres receberam pesos iguais, e os estados dos caracteres foram
especificados como não ordenados. A otimização dos comprimentos de ramos foi do tipo
ACCTRAN (Accelerated transformation). O suporte dos clados foi avaliado através de
bootstrap não-paramétrico dos caracteres (Felsenstein, 1985), por meio de busca
heurística, com 1.000 replicações, adição simples de táxons e rearranjos através do
algoritmo TBR. Foram salvas 15 árvores a cada pseudo-replicação evitando-se assim a
buscas em ilhas subótimas. O suporte do bootstrap, porcentagem de bootstrap (PB), foi
13
interpretado como: de 50-70 baixo, 71-85 moderado e forte quando superior a 85 (Kress et
al., 2002).
Os modelos evolutivos para a Inferência Bayesiana (IB) foram obtidos através do
Critério de Informação de Akaike (AIC) no programa MrModeltest 2.3 (Nylander, 2008),
individualmente para cada região. Para os indels foi utilizado o modelo coding=all
oferecidos pelo MrBayes 3.1.2 (Ronquist & Huelsenbeck, 2003). Nas análises combinadas,
os dados de cada região foram particionados e a cada um deles aplicado o modelo
evolutivo mais adequado. Eles foram analisados em conjunto, mas desligados entre si, de
modo que os parâmetros foram estabelecidos individualmente para cada uma das regiões.
As análises foram conduzidas no programa Mrbayes com 18.000.000 gerações, salvando
uma árvore a cada 1.000 gerações (evitando assim autocorrelação entre as árvores
produzidas), em duas corridas simultâneas, cada qual com três cadeias quentes e uma fria.
Em cada análise, tentou-se utilizar apenas as árvores geradas após a convergência entre as
corridas (desvio padrão das freqüências entre as corridas < 0,01). As árvores selecionadas
foram utilizadas para construir um consenso de maioria no PAUP*, de modo que as
porcentagens de cada clado representam sua probabilidade posterior (PP).
Vários estudos (Cummings et al., 2003; Simmons et al., 2004) tem mostrado que os
valores de PP são inflados e que devem ser interpretados com cautela. Diante de tais
achados seguimos a recomendações de Erixon et al. (2003) e consideraremos clados bem
sustentados aqueles que apresentarem valores de PP igual ou superior a 95%. O qual
corresponde a valores de bootstrap na parcimônia ao redor de 70% (Hillis & Bull, 1993;
Alfaro et al., 2003).
Os mesmos conjuntos de dados submetidos a análise de MP foram também
submetidas a análises a partir do método de distância, utilizando o algoritmo de Neighborjoining (NJ) (Saitou & Nei, 1987) a partir da distância de Jukes e Cantor (JC). O objetivo
principal foi checar a existência de atração de ramos-longos na análise de MP através da
comparação das topologias mais parcimoniosas com a árvore gerada na análise de NJ.
2.6. Evolução Reticulada
Os conflitos no sinal filogenético nas diferentes topologias (incongruências) foram
filtrados e graficamente representados pelo filtro super-rede (supernetwork) (Splitstree
4.10; Huson & Bryant, 2006). A rede de consenso (consensus network) foi construída no
14
programa Dendroscope 2.3 (Huson et al., 2007) a partir do algoritmo de galhas (galled
network algorithm) o qual infere cada evento de reticulação independente de todos os
outros.
O consenso de galhas network foi construído a partir das três árvores geradas nas
análises de bootstrap (MP) realizadas separadamente para a matriz Plastídeo, para os dados
de ITS e para os dados de agt1. Foram utilizadas como árvores de entrada no programa
Dendroscope, o consenso do bootstrap de cada um dos conjuntos de dados com valores de
sustentação igual ou superior a 50%. Foram conduzidas análises adotando como limite de
sustentação da possibilidade de reticulação 20 e 30%. Para as diferenças em amostragem
de táxons nos diferentes conjuntos de dados, devido a problemas na amplificação e
sequenciamento, foi utilizada a correção a partir do algoritmo Z-closure, implementado
dentro do Dendroscope, o qual considera aos táxons ausentes como dados faltantes (Huson
et al., 2004).
15
3. RESULTADOS
3.1. Características gerais do conjunto de dados
O presente estudo utilizou um total de 513 sequências de DNA. Destas, 230 foram
baixadas do GenBenk e 283 foram geradas nesse estudo, das quais 109 são inéditas para o
gênero Cattleya (Anexos I e II). As 283 sequências foram obtidas a partir de onze regiões
plastidiais (atpF-atpH, ndhJ, psbK-psbI, ycf1, rpoB, rpoC1, rpl32-trnL, trnL-trnF (íntron,
exon e espaçador intergênico, considerando aqui o íntron e o espaçador intergênico como
duas regiões), trnD-trnT e trnS-trnG) e duas regiões nucleares (agt1 e ITS) (Tabela 1).
Entre as dezesseis regiões utilizadas, oito continham indels (Tabela 2). Contudo, apenas os
indels de quatro regiões (atpF-atpH, rpl32-trnL, trnL-trnF e ITS) apresentaram sinal
filogenético e, portanto foram utilizados nas análises. A região ETS apresentou boa
amplificação para cinco espécies e apenas três destas apresentaram bom sequenciamento.
Diante deste resultado, a região foi excluída das análises. A região Rpb2 apresentou boa
amplificação para 80% das espécies utilizadas no estudo. Entretanto, as amostras
apresentaram sérios problemas no sequenciamento, muitos desses devido a existência de
cópias paralógas. Frente ao limitado tempo existente para a execução do projeto, optou-se
por não clonar a região e encontrar cópias ortológas, portanto, a mesma foi excluída das
análises. As análises Plastídeo e Combinada I incluíram 44 terminais cada uma e a análise
Combinada II incluiu 39 terminais (Tabela 2).
A matriz completa (Combinada I) com todos os dados das 16 regiões utilizadas
totalizou 11.506 caracteres, sendo 11.308 caracteres referentes aos nucleotídeos e 119
caracteres referentes aos indels. Dos 11.506 caracteres, 5,23% são variáveis, e 3,43% são
informativos para a parcimônia. Os dados referentes ao tamanho das matrizes alinhadas,
número de terminais, número de sítios variáveis, número de passos evolutivos das árvores
geradas, número de árvores salvas, Índices de Retenção, Consistência bem como os
modelos evolutivos selecionados para a análise bayesiana são apresentados na Tabela 2.
As corridas em paralelo na IB não alcançaram a estabilidade (média de desvio <
0,001) em nenhuma análise. Mesmo depois de correr 22.000.000 de gerações para os dados
de Plastídeo e 20.000.000 de gerações para os dados da matriz Combinada I as médias de
desvio entre as duas corridas ainda eram 0,020895 e 0,022649, respectivamente.
16
Entretanto, esses valores de desvio entre as corridas já tinham sido alcançados e
permaneciam mais ou menos constantes desde as 11.000.000 de gerações nos dados
Plastídeo e 13.000.000 de gerações nos dados Combinada I. Objetivando retirar o máximo
de árvores discrepantes, e levando em consideração que foram salvas uma árvore a cada
1.000 gerações, foram excluídas das análises as primeiras 13.000 árvores de cada corrida
na análise Plastídeo e 14.000 de cada corrida na análise Combinada I. Por fim, ao juntar as
árvores das duas corridas dentro de cada análise, os conjuntos finais foram compostos por
18.000 árvores na análise Plastídeo e 12.000 árvores na análise Combinada I. De maneira
similar aos resultados anteriores, a análise Combinada II não alcançou a estabilidade das
corridas. Entretanto, a média de desvio entre as duas corridas ficou constante (0,012345) a
partir de 13.000.000 de gerações. A análise foi conduzida até 20.000.000 de gerações
sendo utilizadas as últimas 7.000 árvores de cada corrida, totalizando 14.000 árvores como
representativas da distribuição posterior.
Os clados encontrados no presente estudo se baseiam na topologia gerada na IB a
partir da matriz Combinada I e foram rotulados da seguinte maneira. O clado A
denominado Walkeriana é formado por C. nobilior, C. violacea e C. walkeriana. O clado B
denominado Intermedia é formado por C. dormaniana, C. forbesii Lindl., C. harrisoniana,
C. intermedia Graham ex Hook., C. loddigesii e C. porphyroglossa. O grande clado C,
denominado Falcata, é formado pelas demais espécies do grupo bifoliado. O clado C se
divide em dois subclados (clado D e clado E). O subclado D (Elongata), pouco sustentado
nas análises, é formado por C. elongata, C. kerrii Brieger & Bicalho e C. schilleriana. O
subclado E (Bicolor) é formado por C. amethystoglossa Linden & Rchb.f. ex Warner, C.
bicolor, C. granulosa, C. guttata Lindl., C. schofieldiana, C. tenuis, C. tigrina e C. velutina
Rchb.f..
3.2. As Incongruências no conjunto de dados
O resultado do THP entre as partições referentes aos nucleotídeos de todos os
plastídeos mais os indels da região rpl32-trnl não apresentaram incongruência significativa
(p = 0,104). O THP realizado com a matriz Plastídeo (com a adição dos indels das regiões
atpF-atpH e trnL-trnF) indicou incongruência entre o conjunto de dados (p = 0,016).
Entretanto se admitirmos 99% como nível de confiança para o teste de THP, como
sugerido por Cunningham (1997) e Hipp et al. (2004), o valor apresentado mostra
17
congruência no conjunto de dados. O resultado do THP indicou incongruência significativa
(p = 0,004) ao combinar a matriz Plastídeo com o conjunto de dados de ITS (nucleotídeos
mais indels). Erros humano representa uma das causas de incongruência nos conjuntos de
dados, esses erros geralmente estão associados a troca de material na amplificação ou
seqüenciamento (van der Niet & Linder, 2008). Diante da diferença no posicionamento de
C. schilleriana e C. porphyroglossa na árvore de ITS em relação aos dados plastidiais, uma
nova amostra de cada espécie foi amplificada e sequenciada para esta região, entretanto as
posições dessas espécies na topologia não se alteraram, mostrando que a incongruência não
está relacionada a essa causa. Testes feitos com a combinação dos dados da região nuclear
agt1 com as demais regiões mostraram que esse conjunto de dados é incongruente tanto
com a região nuclear ITS (p = 0,005) bem como com o conjunto de dados plastidiais (p =
0,009). O THP conduzido na matriz combinada I revelou incongruência entre o conjunto
de dados (p = 0,002).
Seguindo os critérios utilizados por Pelser et al. (2010) na detecção de
incongruências fortemente sustentadas, detectamos que a presença de C. aclandiae, C.
dormaniana, C. porphyroglossa, C. schilleriana e C. tigrina geravam topologias
incongruentes. A análise de THP a partir da matriz Combinada com a remoção dessas
espécies mostrou completa congruência entre os conjuntos de dados (p = 0,110). Diante
desses resultados, optamos por apresentar e comparar as topologias das análises
Combinada I e Combinada II.
3.3. Análises individuais
As comparações entre as topologias apresentadas nas análises de Neighbor-Joining
(árvores não apresentadas) com as da MP não evidenciaram significativa ocorrência de
atração de ramos longos. Esse resultado sugere que não há desbalanços significantes nas
taxas evolutivas entre as espécies a ponto de comprometer as análises de MP.
De modo geral, as análises de MP individuais das regiões plastidiais e da região
nuclear agt1 produziram árvores com pouca resolução entre os terminais (Figuras 1, 2, 3 e
4). Entre os plastídeos, a região rpl32-trnL apresentou maior proporção de caracteres
informativos para a parcimônia (ca. 4,4%) (Tabela 2).
18
3.4. Análises Plastídeo
A matriz Plastídeo totalizou 10.292 caracteres sendo 4,1% variáveis e 2,3%
informativos para a parcimônia. A busca heurística com os dados de plastídeo geraram
30.000 árvores (limitado artificialmente) igualmente parcimoniosas com 843 passos, com
índice de consistência (IC) de 0,9197 e índice de retenção (IR) de 0,8050 (Tabela 2).
Como esperado, o consenso de maioria da IB de Plastídeo gerou uma topologia mais
resolvida que a gerada na análise de MP (Fig. 5). O grupo bifoliado mostrou-se
monofilético com 99% PB e 1.0 PP. O clado A (91% PB e 1.0 PP) aparece na base do
grupo bifoliado. Internamente, C. aclandiae aparece como espécie irmão das demais que se
dividem entre o clado A e clado C. O clado B (83% PB e 1.0 PP) apresentou tanto na
análise de MP como na IB forte suporte para as relações internas. O clado C e E foram
apenas reconhecidos na IB, entretanto o suporte apresentado é muito baixo. Cattleya
guttata e C. tigrina aparecem como espécies irmãs com 96% PB e 1.0 PP. As demais
relações dentro do grupo apresentam baixo suporte de bootstrap e de probabilidade
posterior.
3.5. Análises Combinadas I e II
A matriz Combinada I gerou na busca heurística 48 árvores igualmente
parcimoniosas com 1.522 passos, com CI = 0,7020 e RI = 0,7371 (Tabela 2; Fig. 6). O
grupo bifoliado mostrou-se monofilético (100% PB e 1.0 PP). De maneira similar aos
resultados encontrados na análise Plastídeo, o clado A aparece na base do grupo bifoliado
(86% PB e 1.0 PP), seguido mais internamente por C. aclandiae. O posicionamento de C.
dormaniana na base do clado B foi evidenciado na IB a partir da análise Combinada I (1.0
PP). Entretanto, a análise de MP não recuperou essa relação. Além disso, o suporte do
clado B (C. forbesii, C. harrisoniana, C. intermedia, C. loddigesii e C. porphyroglossa)
apresentou baixa sustentação na análise de MP (54 % PB). Entretanto, as relações entre C.
forbesii, C. intermedia, C. harrisoniana e C. loddigesii apresentam alto suporte nas duas
análises. Diferente da análise de MP, o clado C aparece com bom suporte (0.96 PP) e
abarcam as espécies classificadas por Withner (1988) como pertencentes ao subgênero
Falcata (excluindo C. porphyroglossa e C. schilleriana), subgênero Schomburgkoidea (C.
bicolor e C. tenuis – excluindo C. elongata e C. violacea) e C. velutina (classificada por
este autor como pertencente ao subgênero Aclandia). A IB apresentou alto suporte para o
19
par C. guttata e C. tigrina (0.99 PP). Entretanto a análise de MP não apresentou suporte
para essa relação. O clado E apresentou alto suporte na IB (1.0 PP), entretanto esse clado
não foi reconhecido na MP. Os espécimes de C. bicolor BRA e C. bicolor FOR formam
um clado com 0.94 de PP, seguido por C. granulosa e C. velutina com baixo suporte. O
clado composto por C. bicolor DIA, C. bicolor ITA, C. tenuis e C. schofieldiana BA
aparece com um bom suporte (0.95 de PP). Entretanto as relações entre esses clados não
são resolvidas em nenhuma das análises.
A matriz Combinada II gerou na busca heurística 1.158 árvores igualmente
parcimoniosas com 1.356 passos, com CI = 0,7316 e RI = 0,7632 (Tabela 2; Fig. 7). O
grupo bifoliado mostrou-se monofilético (100% PB e 1.0 PP). A exclusão das espécies que
geravam topologias incongruentes fez desaparecer o subclado D e cosequentemente o
clado C encontrado na IB com a matriz Combinada I (Fig. 7). As espécies que compunham
esse clado se distribuíram: C. kerrii foi para a base do clado B (50% PB e 0.67 PP) e C.
elongata se posicionou com alto suporte (99% PB e 1.0 PP) na base do grado formado
pelos clados B e E (clado C na análise Combinada I, com a exclusão de C. elongata e C.
kerrii). Dentro do clado E, C. amethystoglossa e C. guttata formaram um par de espécies
(0.89 PP). C. schofieldiana BA e C. schofieldiana ES formaram um grado na base do
subclado que contem C.bicolor DIA, C. bicolor ITA e C. tenuis (0.96 e 0.52 de PP,
respectivamente).
3.6. Evolução Reticulada
As diferenças entre as árvores foram representadas graficamente pelo filtro da
super-rede (Fig. 8). As regiões de interligação na rede representam conflitos no sinal
filogenético entre as topologias das diferentes regiões (plastídeos, ITS e agt1). As áreas de
incongruência dentro do grupo bifoliado residem principalmente na base do clado A, clado
B e nas relações de C. amethystoglossa, C. bicolor ITA, C. guttata e C. tigrina. O
consenso de rede de galhas dentro das interligações representa uma hipótese alternativa de
inferência filogenética entre as árvores dos três conjuntos de dados (Fig.9). Os consensos
de redes de galhas conduzidos com 20 e 30% de limite apresentaram a mesma topologia de
reticulação (Fig. 9). Entre as espécies envolvidas em uma possível reticulação encontra-se
C. tigrina, C. bicolor BRA-2, o complexo (C. dormaniana, C. porphyroglossa e C.
schilleriana) e C. aclandiae.
20
4. DISCUSSÃO
4.1. Evolução molecular
Seguindo uma tendência apontada por Degnan & Rosenberg (2009) em sistemática
molecular, o presente estudo utilizou uma grande quantidade de regiões (dezesseis) tanto
do genoma plastidial (quatorze) quanto do genoma nuclear (duas). Apesar do esforço de
coleta de dados, as topologias geradas não apresentaram boa resolução em todos os nós. De
maneira geral as taxas de evolução de sequências de plastídeo em Orchidaceae parecem
bastante baixas (ex. rbcL, Cameron et al.,1999 e Freudenstein et al., 2004). Além disso, a
baixa resolução poderia estar associada a presença de homoplasias ou mesmo a um curto
tempo de cladogênese, como sugerido por Rokas & Carrol (2005). A presença de
homoplasia dentro da subtribo Laeliinae não é algo incomum e muitos dos caracteres
morfológicos utilizados na classificação podem ser especialmente homoplásticos, sendo a
morfologia floral muito susceptível a mudanças rápidas, geralmente atribuídas à seleção
relacionada ao tipo de polinização (van den Berg et al. 2000). Cattleyaya dormaniana, por
exemplo, apresenta características morfológicas típicas do grupo bifoliado. Entretanto, a
presença de oito polínias (apesar de quatro serem rudimentares) nessa espécie difere de
todas as espécies do grupo (e das Cattleyas no conceito tradicional anterior ao de van den
Berg, 2008) que apresentam quatro. A presença de oito polínias parece ser um estado mais
primitivo na subtribo (van den Berg et al., 2000). Porém, considerando a profunda inserção
filogenética de C. dormaniana no clado bifoliado (Fig. 5 e 6), fica claramente evidenciado
que o se trata de um caráter secundariamente derivado.
O maior nível de variação apresentado pela região rpl32-trnL entre todos os
plastídeos condiz com os resultados de Shaw et al. (2007). Entretanto, a variação
apresentada por essa região não foi suficiente na resolução de alguns clados dentro do
grupo bifoliado. Os indels da região rpl32-trnL foram muito informativos para a
parcimônia, porém o tamanho destes no gênero Cattleya (26 pb) foi bem menor que os
encontrados em outros gêneros de angiospermas (Minuartia (Caryophyllaceace) com 56 pb
e Magnolia (Magnoliaceae) com 50 pb) (Shaw et al., 2007). De maneira similar aos
resultados de Neubig et al. (2009) a região ycf1 mostrou-se mais variável que a região
matK. Entretanto, o nível de variação apresentado pela região não foi capaz de produzir
uma filogenia com boa resolução. As demais regiões plastidiais apresentaram baixa
variação, com destaque para aquelas codificantes utilizadas pelo Plant Working Group do
21
CBOL (accD, rpoB, rpoC1, ndhJ) (Hollingsworth et al., 2009). Apesar da baixa variação
apresentada pelos dados plastidiais, as regiões rpl32-trnL e ycf1 mostram-se como uma boa
opção para estudos de espécies próximas.
4.2. Relações entre as espécies do grupo bifoliado
Como esperado, a análise de inferência bayesiana conseguiu recuperar um maior
número de clados que as análises de MP e, portanto será usada como base para a discussão
entre as relações das espécies.
A presença de duas ou três folhas sobre o pseudobulbo é uma caráter bem marcante
na separação do grupo bifoliado em relação às demais espécies do gênero Cattleya sendo
aqui apenas reafirmado o monofiletismo já reconhecido geneticamente desde os trabalhos
de van den Berg et al. (2000, 2009).
O posicionamento mais basal do clado A (C. nobilior, C. violacea e C. walkeriana)
condiz muito bem com aspectos da morfologia como a presença de uma ou duas folhas
sobre os pseudobulbos em C. walkeriana o pequeno porte e o pseudobulbo fusiforme
presente em C. nobilior e C. walkeriana. As similaridades morfológicas entre essas
espécies são tão grandes a ponto de alguns autores chegaram a questionar sobre a validade
de separar o par em duas espécies (Braem, 1984). Entretanto, estudos feitos a partir da
morfometria floral (van den Berg, 1996) e RAPD (Jin et al., 2004) mostraram uma nítida
separação entre as duas espécies. Os resultados da MP e IB na Combinada I mostraram
uma maior proximidade entre C. nobilior e C. violacea (56% PB e 1.0 PP), sendo C.
walkeriana espécie irmã desse par. Apesar da divergência no posicionamento entre as
espécies do clado A em relação ao esperado pela morfologia, algumas características
comuns entre ela podem ser observadas, como flores de coloração rósea escura e disco
amarelo no labelo (ver Anexo III). Além disso, ao associar a possível origem e irradiação
da subtribo Laeliinae da América Central para a América do Sul (van den Berg et al., 2000;
Antonelli et al., 2010) com o posicionamento basal do clado A e ampla distribuição de C.
violacea (desde as matas de galeria do Planalto Central até a Amazônia Peruana e
Colombiana, bem como Venezuela e Guiana (Braem, 1984)) é completamente admissível a
hipótese de que essa espécie seja derivada da linhagem mais antiga do grupo bifoliado.
Provavelmente, durante sua dispersão em direção ao Brasil, houve processo de especiação
22
e formação de C. walkeriana no bioma cerrado, a qual se expandiu dentro deste bioma na
região Sudeste e Centro-Oeste (Goiás, Minas Gerais e São Paulo) (van den Berg, 1996).
Barreiras geográficas ou fatores ecológicos levaram a especiação dentro das populações de
C. walkeriana originando C. nobilior que preferencialmente ocupou as regiões ao Norte e
Oeste (sobretudo Oeste de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Mato Grosso do Sul) de C.
walkeriana, e se expandiu também até a Bolívia. Populações de C. nobilior, como ocorre
na distribuição atual (Fowlie, 1977; van den Berg, 1996), permaneceram mantendo contato
com populações de C. violacea na transição entre o Planalto Central e a região amazônica.
Esse contato provavelmente pode ter permitido repetidos processos de hibridação e
introgressão entre populações dessas duas espécies. A presença de duas folhas em C.
nobilior poderia ser decorrente desse processo (ou alternativamente ser plesiomófico).
Os estudos morfométricos e de sequência de DNA indicaram proximidade de C.
aclandiae com o clado A (van den Berg, 1996 e van den Berg et al., 2000,
respectivamente). A adição dos dados de plastídeo no presente estudo sugere que C.
aclandiae está mais internamente no grupo e compõe a base das demais espécies
bifoliadas. O conflito detectado no posicionamento de C. aclandiae indica que a origem
dessa espécie possa ter surgido por processo de reticulação, como discutido mais a frente.
Entre todos os clados formados, o clado B (espécies relacionadas a C. intermedia)
foi o mais sustentado em todas as análises. Com exceção de C. porphyroglossa, todas as
espécies do clado B apresentam uma morfologia muito similar e sempre foram
consideradas como espécies próximas (Cogniaux, 1898; Fowlie, 1977; Brieger et al., 1981,
Withner, 1988). A morfologia dessas espécies é muito parecida, sendo marcada pelas
pétalas geralmente mais estreitas que as sépalas, lobos laterais do labelo proeminentes e
arredondados, lobo mediano do labelo relativamente pequeno, e pequenas reentrâncias
(sinus) separando os lobos laterais gerando um istmo (distância entre o término da base dos
lobos laterais a base do lobo mediano) curto. As flores de todas as espécies apresentam
colorações similares em tons rosa-claro (com exceção de C. forbesii que apresenta
coloração creme-arroxeada) (ver Anexo III). A formação dos pares de espécie C.
harrisoniana - C. loddigesii, C. forbesii - C. intermedia e o posicionamento mais basal de
C. dormaniana é completamente concordante com o agrupamento encontrado na análise
morfométrica feita para o grupo (van den Berg, 1996). Todas as espécies que compõe o
grupo ocorrem no litoral Sudeste e Sul do Brasil (apenas C. loddigesii e C. forbesii
23
penetram para o interior), e suas distribuições se sobrepõem na região ao redor da cidade
do Rio de Janeiro e Vale do Paraíba (van den Berg, 1996). Para van den Berg (1996) a
distribuição dessas espécies, o posicionamento mais basal de C. dormaniana dentro do
clado e a presença de oito polínias nessa última indicavam um posicionamento basal do
clado Intermedia dentro do grupo bifoliado. De fato, C. dormaniana é a espécie mais basal
do clado, entretanto a presença de oito polínias parece ser homoplástico ao invés de
plesiomórfico e, portanto esse caráter não serve como indicativo para uma posição basal
para este clado.
A maioria das espécies que compõem o clado C sempre foram mantidas juntas nas
diversas classificações feitas para o gênero. Os resultados dos dados moleculares foram
parecidos aos encontrados na morfometria floral (van den Berg, 1996), ao sugerir a fusão
dos subgêneros Falcata e Schomburgkoidea de Withner (1988) e a inclusão de C. kerrii. A
presença de C. velutina no clado C diverge da posição apresentada pelos dados
morfométricos que a colocaram próxima das espécies que compõe o clado A (van den
Berg, 1996). Withner (1988) defendia que a estrutura vegetativa da planta e a exposição da
coluna eram suficientes para colocar C. velutina como próxima de C. aclandiae. Contudo,
a análise de agrupamento conduzida por van den Berg (1996) a partir dos dados dos
pigmentos de flavonóides em pétalas e sépalas de Cattleya de Tosello (1969) agruparam C.
velutina com C. bicolor, de forma similar aos resultados obtidos no presente estudo.
O posicionamento de C. kerrii e C. schilleriana entre os dados de plastídeo e ITS
foram muito discordantes. Os dados de ITS indicaram uma forte relação de C. kerrii e C.
schilleriana (99% PB) com as espécies mais internas do clado B (C. forbesii, C.
harrisoniana, C. intermedia e C. loddigesii) (Fig. 1 D). O forte suporte (84% PB) para o
posicionamento de C. schilleriana entre as espécies do clado B, apresentado pelos dados
de ITS, foi de certa forma surpreendente do ponto de vista da morfologia. Em virtude desse
posicionamento, outro espécime de C. schilleriana foi amplificado e sequenciado,
entretanto o posicionamento não se alterou. A relação de parentesco entre C. schilleriana,
C. elongata e C. kerrii é fracamente sustentada na IB. A exclusão de C. schilleriana da
análise (análise Combinada II – Fig. 7) mudou o posicionamento de C. kerrii. Essa
mudança na topologia reforça a idéia de que o posicionamento de C. schilleriana na base
de C. kerrii e C. elongata deve-se a uma atração dessa espécie por C. kerrii. O
posicionamento de C. kerrii na base do clado B não é tão conflitante com a morfologia
24
floral dessa espécie, alguns autores já reconheciam essa proximidade (por exemplo,
Brieger et al., 1981; Withner, 1988). Entretanto, a análise morfométrica de caracteres
florais revelou uma maior similaridade de C. kerrii com C. amethystoglossa, C. guttata, C.
elongata, C. schilleriana e C. tigrina (van den Berg, 1996).
A morfologia vegetativa e a distribuição de C. elongata e C. kerrii são bastante
diferentes e não sugerem essa proximidade filogenética encontrada no presente estudo.
Cattleya kerrii apresenta plantas de pequeno porte, flores quase sésseis, e pseudobulbos
muito finos, com a presença de uma ou duas folhas sobre o pseudobulbo e hábito epifítico
(Withner, 1988). Cattleya elongata apresenta um grande porte e hastes florais muito longas
(Cruz et al., 2003, 2011). Seu pseudobulbo é o mais espesso entre todas as espécies
bifoliadas, e geralmente contém duas a três folhas. Além disso, ela é a única espécie dentro
do grupo que apresenta hábito rupícola, crescendo diretamente sobre o sol (van den Berg,
1996) (ver Anexo IV). A análise de agrupamento a partir dos pigmentos de flavonóides das
sépalas e pétalas mostrou uma maior similaridade dos pigmentos de C. elongata com
outras espécies de morfologia vegetativa e floral similar, tais como C. granulosa, C.
guttata, C. schofieldiana e C. tigrina (van den Berg, 1996). Em relação à distribuição, C.
elongata ocorre em abundância na Chapada Diamantina no estado da Bahia (Toscano de
Brito & Cribb, 2005). Cattleya kerrii apresenta uma distribuição bem disjunta de C.
elongata, sendo endêmica das planícies litorâneas na Mata Atlântica do Sul da Bahia.
Os diferentes espécimes de C. bicolor não formaram um grupo monofilético em
nenhum dos dados de sequência de DNA. Esse resultado é bem interessante e reflete
algumas considerações sobre a biogeografia dessa espécie. Cattleya bicolor é uma espécie
que apresenta variedades morfológicas, sendo que algumas delas lembram híbridos entre
C. bicolor x C. amethystoglossa e C. bicolor x C. harrisoniana (Withner, 1988). Essas
variedades morfológicas estão associadas a distintas regiões geográficas (Fowlie, 1977).
No presente estudo foram utilizadas quatro representantes das três subespécies de C.
bicolor: C. bicolor subsp. bicolor Fowlie (C. bicolor ITA, distribuída na Vale do Paraíba,
Serra da Bocaina e Serra dos Órgaos), C. bicolor subsp. brasiliensis Fowlie (C. bicolor
FORM e C. bicolor BRA, com ocorrência em matas ripárias sobre solo calcário no
sudoeste de Minas Gerais e em Mata de Brejo no Distrito Federal, respectivamente) e C.
bicolor subsp. minasgeraiensis Fowlie (C. bicolor DIA ocorrendo em matas ripárias na
região leste e central de Minas Gerais). Fowlie (1977) considerava que mesmo
25
apresentando uma distribuição disjunta, a população de C. bicolor de Formiga-MG
apresentava uma morfologia mais similar a C. bicolor subesp. brasiliensis que ocorre no
planalto central. Os resultados da morfometria floral (van den Berg, 1996) bem como o
presente estudo com sequência de DNA confirmam também essa relação. As outras duas
subespécies apareceram com maior relação filogenética com C. tenuis e C. schofieldiana
(Fig. 6). A ausência ou redução dos lobos laterais do labelo em C. bicolor, deixando a
coluna completamente exposta é uma característica única dentro do grupo bifoliado (ver
Anexo IV). Entretanto, a morfologia, o padrão de coloração floral e os hábitos vegetativos
dessa espécie são similares a C. tenuis e C. elongata. Contudo, essa relação só foi
evidenciada entre C. bicolor subsp. bicolor (C. bicolor ITA), C. bicolor subsp.
minasgeraiensis (C. bicolor DIA) e C. tenuis.
A proximidade filogenética entre C. guttata e C. tigrina sempre foi reconhecida por
diferentes autores (por exemplo, Fowlie, 1977; Brieger et al., 1981; Withner, 1988) e
confirmada nos diferentes estudos, até então, feitos para o gênero Cattleya, como as
análises de agrupamento a partir dos pigmentos de flavonóides a da morfologia floral (van
den Berg, 1996). No presente trabalho os dados de plastídeo e da região nuclear agt1
corroboraram com essa idéia, entretanto os dados de ITS separaram essas duas espécies.
As análises de MP e IB a partir da matriz Plastídeo reafirmaram a proximidade entre as
duas espécies com um bom suporte (96 PB e 1.0 PP), já o consenso estrito da MP a partir
dos dados de ITS não evidenciou essa relação (árvore não apresentada). Além disso, as
análises de MP e IB a partir da matriz Combinada I geraram resultados divergentes em
relação a essas duas espécies. A IB reconheceu o par de espécies com 0.99 de PP,
entretanto a MP não apresentou suporte de bootstrap concistente para o par. As diferenças
encontradas entre os dois métodos podem estar atreladas a no mínimo dois fatores.
Primeiro, a origem de uma das duas espécies pode estar associada a um possível processo
de hibridação natural não detectada nos dados de plastídeo (herança uniparental). Segundo,
as diferenças geradas nos dois métodos podem estar relacionadas a uma desigualdade nas
taxas de evolução entre as espécies em relação a região ITS, as quais podem ocasionar a
atração de ramos longos na análise de MP. O posicionamento de C. guttata e C. tigrina
como espécies irmãs nos dados de agt1 poderia ser utilizado para descartar a hipótese de
origem hibrida para uma das espécies, contudo o padrão de herança dos alelos resultante de
uma origem hibrida ainda são pouco conhecidos. Em relação à atração de ramos longos
26
Felsentein (1978) argumenta que métodos que incorporam um modelo explícito de
evolução das sequências, como a inferência bayesiana, são menos susceptíveis a atração de
ramos longos. Entretanto, a comparação da topologia gerada análise de NJ (árvore não
mostrada) com a topologia gerada na análise de MP para os dados de ITS não
evidenciaram atração de ramos longos nas análises de MP. Na análise Combinada II, C.
guttata formou um par de espécies com C. amethystoglossa o que é completamente
concordante com a morfologia dessas espécies e com os resultados de van den Berg
(1996).
Os dois táxons inicialmente tratados como espécimes de C. granulosa (um com
ocorrência no Sul da Bahia e outro com ocorrência em Pernambuco) não se agruparam em
nenhum das regiões analisadas. Os resultados da análise Combinada II, aliado aos
resultados encontrados na morfometria floral das populações dessa espécie (van den Berg,
1996), sugerem que a populações do Sul da Bahia inicialmente tratada como C. granulosa
BA é na realidade C. schofieldiana BA. Dessa maneira C. granulosa apresenta agora uma
ocorrência mais ao norte desde Pernambuco até o Rio Grande do Norte (principalmente em
regiões de restinga nesse último) e C. schofieldiana passa a ter sua ocorrência ampliada
para o estado da Bahia. Outro achado interessante é o não pareamento entre C. granulosa e
C. schofieldiana. As semelhanças na estrutura vegetativa e na morfologia foral sempre
foram reconhecidas e utilizadas como indício de proximidade entre essas espécies (Braem,
1984; Withner, 1988). Os padrões de pigmentos dos flavonóides e da morfometria floral
(van den Berg, 1996) também apontaram para uma forte relação entre C. granulosa e C.
schofieldiana. Entretanto, os resultados das análises indicaram que C. granulosa é mais
próximos filogeneticamente de C. velutina e C. bicolor subsp. brasiliensis. Já C.
schifieldiana seria mais próxima de C. tenuis e das outras subespécies de C. bicolor.
Apesar de os dados das regiões não apontarem para a relação sugerida pela morfologia, os
resultados aqui encontrados, pelo menos para as relações que envolvem C. granulosa,
apresentaram baixo suporte e, portanto devem ser interpretado com cautela.
27
4.3. Evolução Reticulada
De modo geral os dados de plastídeos e agt1 sustentam alguns posicionamentos
incongruentes com os dados de ITS. Uma possível explicação para essa incongruência
reside na possibilidade de eventos de reticulação/introgressão envolvendo a origem de
algumas espécies no grupo (van der Niet & Linder, 2008; Spalik et al., 2009; Pelser et al.,
2010, Huson et al., 2011). A presença apenas das incongruências não devem ser tomadas
como prova do processo de reticulação/introgressão, mas associação desta com
características biológicas das espécies envolvidas como: distribuição, morfologia e
fenologia podem ser importantes na sustentação dessa hipótese (Rieseberg et al., 1996a).
Os conflitos no sinal filogenético entre os conjuntos de dados, detectados no filtro
da super-rede (Fig. 8), geraram um topologia que divergiu da esperada pela morfologia, e
dentre outros fatores, sugere uma hipótese de evolução reticulada para algumas espécies do
grupo. Diante da grande quantidade de híbridos naturais dentro do grupo bifoliado (Fowlie,
1977; Pabst & Dungs, 1975), aliado ao sucesso de alguns desses híbridos, torna-se
plausível discutir hipóteses filogenética que envolva processos de hibridação para explicar
a evolução de algumas espécies. Devido à baixa amostragem de terminais dos grupos
externos e de Cattleya fora do grupo bifoliado, a discussão será restrita as relações dentro
desta linhagem.
A rede de consenso sugere uma possível origem de C. aclandiae envolvendo o
ancestral do clado A com o ancestral das demais espécies do grupo bifoliado. C. aclandiae
difere das demais espécies do grupo bifoliado, dentre outros fatores, pela ausência da
espata na inflorescência e raízes excepcionalmente espessas (como em C. nobilior e C.
walkeriana) (Braem, 1984). Entretanto, alguns elementos de sua morfologia são comuns
tanto ao clado A como as demais espécies bifoliadas, como o fino pseudobulbo, similar ao
de C. velutina (lembra um fino) e a exposição da coluna devido ao não recobrimento por
parte dos lobos laterais do labelo, como ocorre em C. nobilior, C. velutina e C. walkeriana
(ver Anexo III). O padrão de pigmentação das sépalas e pétalas presente em C. aclandiae
difere do rosa presente no clado A e no clado B (com exceção de C. forbesii). Seu padrão
de pigmentação das sépalas e pétalas lembra o presente em C. schilleriana e C. tigrina (ver
Anexo IV). Esse padrão de pigmentação, mais a presença de sinus no labelo, pseudobulbos
sem engrossamento e folhas múltiplas, presentes no grupo bifoliado, compunham um
28
conjunto de características denominado por Withner (1988) como "Síndrome Costeira
Brasileira". Com exceção de C. bicolor e C. elongata (que também se distribuem mais para
o interior do país) as demais espécies que expressão esse padrão de pigmentação nas
sépalas e pétalas apresentam uma distribuição intimamente costeira.
A presença de C. porphyroglossa dentro do clado B não condiz com a morfologia e
sugere uma explicação alternativa para sua evolução. A morfologia de C. porphyroglossa é
muito diferente das demais espécies do clado Intermedia. Os pequenos lobos laterais com
ápices pontiagudos, o estreito e longo istmo do lobo mediano do labelo, bem como a
presença de granulações em sua superfície, sugere um maior parentesco dessa espécie com
C. granulosa e C. schofieldiana. Essas semelhanças sempre foram reconhecidas nas
diferentes classificações e levaram os autores a colocarem essas três espécies em uma
seção a parte, seção Granulosae (por exemplo, Fowlie, 1977; Withner, 1988). Em
contraste, as flores de C. porphyroglossa são muito menores do que destas duas espécies, e
a planta também é menor e com pseudobulbos finos, similar a C. velutina. A árvore do
consenso de redes sugere a formação de C. porphyroglossa a partir do ancestral do clado B
com um provável ancestral de C. amethystoglossa, C. guttata, C. kerrii e C. schilleriana.
Rieseberg & Carney (1998) comentam que a formação de híbridos é um processo
assimétrico e unidirecional, onde o sucesso do processo depende da espécie que irá
contribuir com o gameta masculino e da espécie que irá contribuir com o gameta feminino.
O posicionamento de C. porphyroglossa gerados pelos dados plastidiais aliado ao tipo de
herança (uniparental) apresentado por esse marcador sugere que o ancestral do clado B
contribuiu de forma materna para a formação dessa espécie.
Aspectos da morfologia floral e o padrão de coloração de C. schilleriana lembram
C. guttata e C. tigrina (ver Anexo IV), e nas diversas classificações propostas para o
gênero essa espécie sempre foi reconhecida como próxima de C. guttata (Cogniaux, 1898;
Pabst & Dungs, 1975; Brieger et al., 1981; Withner, 1988). Na classificação de Withner
(1988) a espécie foi incluída no subgênero Falcata seção Guttatae. Contudo, o labelo de C.
schilleriana apresenta um istmo reduzido e um lobo mediano bem mais largo diferindo do
labelo das outras espécies dessa seção. A análise de agrupamento a partir da morfometria
floral (van den Berg, 1996) mostrou que C. schilleriana apresenta uma grande distância
fenética em relação às demais espécies do subgênero Falcata. O consenso de redes sugere
que a formação de C. schilleriana envolveu a participação do ancestral de C. kerrii ou
29
algum descendente de C. guttata com o ancestral do clado Intermedia. Essa possível
origem de C. schilleriana faz sentido com sua distribuição. C. schilleriana ocorre desde a
Bacia do pequeno Rio Jucu, no médio Espírito Santo (Withner, 1988) até o extremo sul da
Bahia na região de Juçari. Na Bacia do Rio Jucu populações de C. schilleriana ocorrem em
simpatria com C. schofieldiana, C. velutina e C. harrisoniana. Curiosamente, C.
harrisoniana (clado B) é a única que floresce junto com C. schilleriana (Braem, 1994) e a
ocorrência de híbridos naturais entre essas duas espécies é citada na literatura (Fowlie,
1977).
A análise da topologia gerada a partir da matriz Combinada I e do filtro da superrede sugere que o clado C como um todo seria derivado de linhagens ancestrais de C.
elongata, a partir da qual ocorreram vários processos de vicariância, especiação, formação
de híbridos e introgressão. Corroborando com a hipótese de van den Berg (1996), a região
norte do Espírito Santo e sul da Bahia seriam o centro secundário de especiação do grupo
bifoliado onde provavelmente teria ocorrido a formação e diversificação das espécies do
clado C (sendo o primeiro centro responsável pela formação das espécies do clado A e do
clado B). Nesse contexto, C. tenuis e C. elongata parecem ser espécies mais antigas do
grupo. A presença de pseudobulbo quebradiço único nessas duas espécies, bem como a
presença de populações de C. tenuis com três folhas sobre o pseudobulbo, característica
muito comum em C. elongata, corroboram essa idéia. A fenologia floral dessas espécies é
semelhante a apresentada pelas espécies do clado A (florescendo de maio a julho) (van den
Berg, 1996) e ao relacionar com o posicionamento do clado A nas topologias, parece ser
uma condição plesiomórfica no grupo. Entretanto, C. tenuis apresenta característica da
morfologia floral compartilhadas por C. elongata, C. bicolor, C. granulosa e C.
schofieldiana. Provavelmente, C. bicolor descende de linhagens ancestrais de C. tenuis,
pois a morfologia floral de C. bicolor lembra a flor de C. tenuis sem a presença dos lobos
laterais do labelo (ver Anexo IV). Uma linhagem descendente desse complexo teria
originado as espécies do subgênero Falcata (Withner, 1988), as quais teriam se
diversificado, mas algumas continuaram mantendo contato com C. bicolor e
provavelmente se envolvendo em processo de introgressão (como C. granulosa, C.
schofieldiana e C. guttata a qual teria originado C. tigrina, ver discussão mais a frente).
Nesse contexto C. kerrii seria uma espécie antiga, intimamente relacionada com a evolução
de C. elongata e do clado intermedia.
30
O padrão de distribuição de C. amethystoglossa, C. bicolor DIA, C. guttata e C.
tigrina, as semelhanças morfológicas entre C. guttata e C. tigrina e a topologia gerada no
consenso da super-rede, sugerem duas hipóteses diferentes e excludentes para a possível
evolução dessas espécies. A primeira reside na idéia de que C. guttata é resultante da
especiação de linhagens de C. tigrina e que a proximidade entre C. bicolor ITA e C.
tigrina é produto de introgressão entre essas duas espécies. A posição de C. tigrina como
mais antiga em relação a C. guttata pode ser apoiada na sua ampla distribuição (desde o
Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Litoral Sul de São Paulo até a região de Campo
Formoso no Norte da Bahia) (van den Berg, 1996). Em contraste, C. guttata apresenta uma
distribuição mais restrita a região Sudeste mais próximo ao litoral (van den Berg, 1996).
Nessa perspectiva, populações de C. tigrina durante o processo de expansão em direção ao
Sul da Bahia e ao Rio Grande do Sul, teriam mantido contato com populações de C.
bicolor culminando em introgressão entre essas espécies. Entretanto, o panorama atual da
destruição dessas espécies nos sugere que esse contato seria pouco provável devido, entre
outros fatores, a ocorrência de C. bicolor em altitudes mais elevadas (1.000 metros) que C.
tigrina, que geralmente ocorre ao nível do mar. A segunda hipótese reside na idéia de que
C. tigrina é resultante do processo de hibridação natural entre C. bicolor e C. guttata.
Provavelmente esse processo teria ocorrido na porção Leste da Cadeia do Espinhaço, onde
essas espécies poderiam manter contato. Entretanto, essas espécies não compartilham de
um mesmo período fenológico (van den Berg, 1996). A grande semelhança de C. guttata
com C. tigrina, bem como o forte suporte registrado pelos dados plastidiais poderia ser
decorrente de uma contribuição assimétrica (nesse caso maternal por parte de C. guttata)
no processo de hibridação (Rieseberg & Carney, 1998). A ampla distribuição de C. tigrina
poderia estar atrelada a formação de híbridos com grande variabilidade a qual permitisse
ocupar novas regiões, como o Norte da Bahia que apresenta condições climáticas
semelhantes a encontradas por populações de C. bicolor em Minas Gerais. O
posicionamento de C. amethystoglossa dentro da rede de interações que envolvem C.
bicolor ITA, C. guttata e C. tigrina se encaixa muito bem na segunda hipótese. Nessa
perspectiva, C. amethystoglossa e C. guttata são decorrentes de especiação que ocorreram
provavelmente no Sul da Bahia. Após esse processo C. amethystoglossa se expandiu em
direção ao Norte até a região do Rio Paraguaçu no Recôncavo Baiano (van den Berg,
1996) e para a Caatinga no interior (Cruz et al., 2003) e C. guttata se expandiu para o Sul
até o Paraná.
31
5. CONCLUSÃO
O presente estudo utilizou um grande conjunto de dados para inferir a filogenia das
espécies do grupo bifoliado do gênero Cattleya. De modo geral, os dados apresentaram
baixa variação nucleotídica, entretanto alguns clados foram reconhecidos e fortemente
sustentados. Entre as regiões que apresentaram nível significativo de variação, vale
destacar as regiões plastidiais rpl32-trnL e ycf1, as quais podem ser uma boa opção para
estudos envolvendo espécies próximas em plantas.
A presença de duas folhas sobre o pseudobulbo se configurou como um caractere
morfológico e geneticamente referenciado na delimitação do grupo bifoliado em relação as
demais espécies do gênero Cattleya. Ambas as análise de máxima parcimônia e inferências
bayesiana reconheceram as proximidades filogenéticas existente entre as espécies
basicamente dentro de três clados: clado A (Walkeriana), clado B (Intermedia) e clado C
(Falcata). De modo geral, os clados encontrados abarcaram espécies consideradas nas
diversas classificações como espécies próximas (Rolfe, 1895, Cogniaux, 1898; Pabst &
Dungs 1975; Fowlie, 1977; Withner, 1988), principalmente em relação as espécies que
compõe o clado B. Entretanto, sempre houve uma falta de consenso entre os autores na
classificação das espécies que compões o clado C. Muitas dessas espécies são
morfologicamente similares e de difícil distinção (como C. guttata – C. tigrina, C.
granulossa – C. schofieldiana). Os resultados desse estudo para esse clado apresentaram
baixa resolução e não esclareceu completamente as relações entre algumas espécies.
Os resultados sugerem que as populações ocorrentes no sul da Bahia reconhecidas
em trabalhos anteriores como C. granulosa (por exemplo, van den Berg, 1996), devam ser
reconhecidas como C. schofieldiana.
Baseado, entre outros fatores, na presença de conflitos no sinal filogenético entre os
dados plastidiais e nucleares, foram levantados algumas hipóteses sobre a evolução do
grupo. Provavelmente C. aclandiae, C. dormaniana, C. porphyroglossa, C. schilleriana e
C. tigrina tiveram suas origens a partir de processos que envolveram reticulação entre
linhagens ancestrais de outras espécies do grupo bifoliado. Como supracitado, os
resultados aqui apresentados são apenas hipóteses (apesar de estarem embasadas em
características morfológicas, fenológicas e de distribuição das espécies) e, portanto
32
carecem de mais estudos experimentais que venham a elucidar esses possíveis processos de
evolução.
33
6. REFERÊNCIAS
Aguileta, G., Marthey, S., Chiapello, H., Lebrun, M.-H., Rodolphe, F., Fournier, E.,
Gendrault-Jacquemard, A., Giraud, T. 2008. Assessing the Performance of Single-Copy
Genes for Recovering Robust Phylogenies. Syst. Biol. 57(4), 613-627.
Alfaro, M., Zoller, S., Lutzoni, F., 2003. Bayes or Bootstrap? A simulation study
comparing the performance of Bayesian Markov chain Monte Carlo sampling and
bootstrapping in assessing phylogenetic confidence. Mol. Biol. Evol. 20, 255-266.
Álvarez, I., Wendel, J.F., 2003. Ribosomal ITS sequences and plant phylogenetic
inference. Mol. Phylogenet. Evol. 29, 417–434.
Antonelli, A., Verola, C.F., Parisod, C. Gustafsson, A.L.S., 2010. Climate cooling
promoted the expansion and radiation of a threatened group of South American orchids
(Epidendroideae: Laeliinae). Biol. J. Linn. Soc. 100, 597-607.
APG III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the
orders and families of flowering plants: APG III. Bot. J. Linean. Soc. 161: 105 121.
Azevedo, C.O., Borba, E.L., van den Berg, C., 2006. Evidence of natural hybridization and
introgression in Bulbophyllum involutum Borba, Semir & Barros and B. weddellii (Lindl.)
Rchb.f. (Orchidaceae) in the Chapada Diamantina, Brazil, by using allozyme markers.
Rev. Bras. Bot. 29, 415-421.
Baack, E.J., Rieseberg, L.H., 2007. A genomic view of introgression and hybrid speciation.
Curr. Opin. Genet. Dev. 17, 513-518.
Baldwin, B.G., Markos, S., 1998. Phylogenetic utility of the external transcribed spacer
(ETS) of 18S-26S rDNA: congruence of ETS and ITS trees of Calycadenia (Compositae).
Mol. Phylogenet. Evol. 10(3), 449-463.
Barkman, T.J., Simpson, B.B., 2002. Hybrid origen and parentage of Dendrochilum
acuiferum (Ochidaceae) inferred in a phylogenetic context using nuclear and plastid DNA
sequence data. Syst. Botany 27, 209-220.
34
Barros, F.de, Vinhos, F., Rodrigues, V.T., Barberena, F.F.V.A., Fraga, C.N., 2010.
Orchidaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
(http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB000179).
Borba, E.L., Semir, J., 1998. Wind-assisted fly pollination in three Bulbophyllum
(Orchidaceae) species occurring in the Brazilian campos rupestres. Lindleyana 13, 203218.
Bordy, J.R., Kern, S.E., 2004. Sodium boric acid: a tris-free, cooler conductive medium for
DNA electrophoresis. Biotecniques, 36(2), 2-4.
Braem, G.J., 1984. Die bifoliaten Cattleyen Brasiliens. Brücke-Verlag Kurt Schmersow,
Hildesheim, Alemanha. 94p.
Braem, G.J., 1995. Cattleya × tenuata P. Castro & Campacci, hibrid. nat. nov. Orchis
(Italy) 99, 30-31.
Brieger, F.G., Maatsch, R., Senghas, K. 1976-1981. Schlechter´s Die Orchideen, Lieferung
8-12. Verlag Paul Parey, Berlin.
Brown Jr, K.S., 1979. Ecologia geográfica e evolução nas florestas neotropicais. Tese de
Livre-Docência. Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 265 p.
Brown Jr, K.S., 1987. Areas where humid tropical forest probably persisted. p. 45 In T.C.
Whitmore e G.T. Prance (Eds.). Biogeography and quaternary history in tropical america.
Clarendon Press, Oxford. 212 p.
alon e,
.,
artín-Bravo, ., obes, C., Gong, W., Jordon-Thaden, I., Kiefer, C., Kiefer,
M., Paule, J., Schmickl, R., Koch, M.A., 2009. Non-coding nuclear DNA markers in
phylogenetic reconstruction. Plant Syst. Evol. 282 (3/4), 257-280.
Cameron, K.M., Chase, M.W., Whitten, W.M., Kores, P.J., Jarrell, D.C., Albert, V.A.,
Yukawa, T., Hills, H.G., Goldman, D.H., 1999. A phylogenetic analysis of the
Orchidaceae: evidence from rbcL nucleotide sequences. Am. J. Bot. 86, 208-224.
Carlsward, B.S., Whitten, W.M., Williams, N.H., Bytebier, B., 2006. Molecular
phylogenetics of Vandeae (Orchidaceae) and the evolution of leaflessness. Am. J. Bot. 93,
770-786.
35
© Google, 2011. Imagens de Cattleya guttata. Disponível em http://www.google.com
/imgres?q=cattleya+guttata&hl=pt-BR&biw=1280&bih=685&gbv=2&tbm=isch&tbnid=I
N7hDPU-5kXTqM:&imgrefurl=http://www.tudosobreorquideas
(último
acesso
em
22/10/2011).
© Google, 2011. Imagens de Cattleya tigrina. Disponível em http://www.google.
com.br/imgres?q=cattleya+tigrina&num=10&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1280&bih=
685&
tbm=isch&tbnid=sQoG5Mrxg9D_zM:&imgrefurl=http://sborquidea.wordpress.com.
(último acesso em 22/10/2011).
Cogniaux, A., 1898. Orchidaceae: Laelinae. pp. 188-254 In Martius, Flora Brasiliensis.
Volume III (5).
Crawford, D.J., Mort, E.M., 2004. Single-locus molecular markers for inferring
relationships at lower taxonomic leves: obserrvations and comments. Taxon 53(3), 631635.
Cruz, D.T., Borba, E.L., van den Berg, C., 2003. O gênero Cattleya Lindl. (Orchidaceae)
no estado da Bahia, Brasil. Sitientibus Sér. Cien. Biol. 3, 26-34.
Cruz, D.T., Selbach-Schnadelbach, A., Lambert, S.M. Ribeiro, P.L., Borba, E.L., 2011.
Genetic and morphological variability in Cattleya elongata Barb. Rodr. (Orchidaceae),
endemic to the campo rupestre vegetation in northeastern Brazil. Plant Syst. Evol. 294, 8798.
Cummings, M.P., Handley, S.A., Myers, D.S., Reed, D.L., Rokas, A., Winka, K., 2003.
Comparing bootstrap and posterior probability values in the four-taxon case. Syst. Biol. 52,
477-487.
Cunningham, C.W., 1997. Can three incongruence tests predict when data should be
combined? Mol. Biol. Evol. 14, 733-740.
Degnan, J.H., Rosenberg, N.A., 2009. Gene tree discordance, phylogenetic inference and
the multispecies coalescent. Trends Ecol. Evol. 24, 332-340.
Demesure, B., Sodzi, N., Petit., R.J., 1995. A set of universal primers for amplification of
polymorphic non-coding regions of mitochondrial and chloroplast DNA in plants. Mol.
Ecol. 4, 129-131.
36
Desfeaux, C., Maurice, S., Henry, J.P., Lejeune, B., Gouyon, P.H., 1996. The evolution of
reproductive system in the genus Silene. Proc. R. Soc. B 263, 409-414.
Doebley, J.F., Goodman, M.M., Stuber, C.W., 1984. Isoenzymatic variation in Zea
(Gramineae). Syst. Botany. 9, 203-218.
Douzery, E.J.P., Pridgeon, A.M., Kores, P., Linder, H.P., Kurzweil, H., Chase, M.W.,
1999. Molecular phylogenetics of Diseae (Orchidaceae): a contribution from nuclear
ribosomal ITS sequences. Am. J. Bot. 86(6), 887-899.
Doyle, J.J., Doyle, J.L., 1987. A rapid DNA isolation method for small quantities of fresh
tissues. Phytochem. Bull. 19, 11-15.
Doyle, J.J., Doyle, J.L., Rauscher, J.T., Brown, A.H.D., 2004. Diploid and polyploidy
reticulate evolution throughout the history of the perennial soybeans (Glycine subgenus
Glycine). New Phytol. 161, 121-132.
Dressler, R.L., 1993. Phylogeny and classification of the orchid family. Cambridge:
Cambridge University Press. 314p.
Dressler, R.L., 2005. How many orchid species? Selbyana 26, 155-158.
Edgar, R.C., 2004. MUSCLE: multiple sequence alignment with high accuracy and high
throughput. Nucleic Acids Res. 32(5), 1792-1797.
Ellstrand, N.C., Whitkus, R., Rieseberg, L.H., 1996a. Distribution of spontaneous plant
hybrids. Proc. Nat. Acad. Sci. USA. 93, 5090-5093.
Erixon, P., Svennblad, B., Britton, T., Oxelman, B., 2003. Reliability of Bayesian posterior
probabilities and bootstrap frequencies in phylogenetics. Syst. Biol. 52, 665-673.
Fan, J., Qin, H., Li, D., JIN, X., 2009. Molecular phylogeny and biogeography of
Holcoglossum (Orchidaceae: Aeridinae) based on nuclear ITS, and chloroplast trnL-F and
matK. Taxon 58(3), 849-861.
Farris, J.S., Källersjö, M., Kluge, A.G., Bult, C., 1995. Testing significant of incongruence.
Cladistics 10, 315-319.
37
Fehrer, J., Gemeinholzer, B., Chrtek, J.Jr., Bräutigam, S., 2007. Incongruent plastid and
nuclear DNA phylogenies reveal ancient intergeneric hybridization in Pilosella
hawkweeds (Hieracium, Cichorieae, Asteraceae). Molec. Phylogenet. Evol. 42, 347-361.
Feliner, G.N., Rosselló, J.A., 2007. Better the devil you know? Guidelines for insightful
utilization of nrDNA ITS in species-level evolutionary studies in plants. Mol. Phylogenet.
Evol. 44, 911-919.
Felsenstein, J., 1978. Cases in which parsimony or compatibility methods will be
positively misleading. Syst. Zool. 27, 404-410.
Felsenstein, J., 1985. Confidence limit on phylogenies: An approach to using bootstrap.
Evolution 39, 783-791.
Fitch, W.M., 1971. Toward defining the course of evolution: minimum change for a
specific tree topology. Syst. Zool. 20, 406-416.
Ford, V.S., Lee, J., Baldwin, B.G., Gottlieb, L.D., 2006. Species divergence and
relationships in Stephanomeria (Compositae): PgiC phylogeny compared to prior
biosystematic studies. Am. J. Bot. 93, 480-490.
Fowlie, J.A., 1977. The Brazilian bifoliate Cattleyas and their color varieties. Azul Quinta
Press, Pomona, California. 132p.
Freudenstein, J.V., van den Berg, C., Goldman, D.H., Kores, P.J., Molvray, M., Chase,
M.W., 2004. An expanded plastid DNA phylogeny of the Orchidaceae and analysis of
jackknife branch support strategy. Am. J. Bot. 91 (1), 149-157.
Gielly, L., Taberlet, P., 1994. The use of chloroplast DNA to resolve plant phylogenies:
noncoding versus rbcL sequences. Mol. Biol. Evol. 11(5), 769-777.
Górniak, M., Paun, O., Chase, M.W., 2010. Phylogenetic relationships within Orchidaceae
based on a low-copy nuclear coding gene, Xdh: Congruence with organellar and nuclear
ribosomal DNA results. Mol. Phylogenet. Evol. 56(2), 784-95.
Hegarty, M.J., Hiscock, S.J., 2005. Hybrid speciation in plants: new insights from
molecular studies. New Phytol. 165, 411-423.
38
Heuertz, M., Carnevale, S. Fineschi, S., Sebastiani, F., Hausman, J.F., Paule, L.,
Vendramin, G.G., 2006. Chloroplast DNA phylogeography of Europe ashes, Fraxinus sp.,
(Oleaceae): Roles of hybridization and life history traits. Mol. Ecol. 15, 2131-2140.
Hillis, D.M., Bull, J.J., 1993. An empirical test of bootstrapping as a method for assessing
confidence in phylogenetic analysis. Syst. Zool. 42, 182-192.
Hipp, A.L., Hall, J.C., Sytsma, K.J., 2004. Congruence versus phylogenetic accuracy:
Revisiting the incongruence length difference test. Syst. Biol. 53, 81-89.
Hollingsworth, P., Forest, L. L., Spouge, J. L., Hajibabei, M., Ratnasingham, S., van der
Bank, M., Chase, M.W., Cowan, R. S., Erickson, D. L., Fazekas, A. J., Graham, S. W.,
James, K. E., Kim, K., Kress, W. J., Schneider, H., van den Berg, C. ; van Alphen-Stahl, J.,
Barrett, S. C. H., Bogarín, D., Burgess, K. S., Cameron, K. M., Carine, M., Chacon, J.,
Clark, A., Conrad, F., Devey, D., Clarkson, J. J., Ford, C. S., Hedderson, T.A.J.,
Hollingsworth, M. L., Husband, B. C., Kelly, L., Kesanakurti, P. R., Kim, J. S., Kim, Y.
D., Lahaye, R., Lee, H., Long, D. G., Madriñan, S., Maurin, O., Meusnier, I., Newmaster,
S. G., Park, C., Percy, D. M., Petersen, G., Richardson, J. E., Salazar, G., Savolainen, V.,
Seberg, O., Wilkinson, M., Yi, D., Little, D.P., 2009. A DNA Barcode for Land Plants.
PNAS. Proc. Natl. Acad. Sci. USA 106, 12794-12797.
Hughes, C.E., Eastwood, R.J., Bailey, C.D., 2006. From famine to feast? Selecting nuclear
DNA sequence loci for plant species-level phylogeny reconstruction. Phil. Trans. R. Soc. B
361, 211-225.
Huson, D.H., 1998. SplitsTree: a program for analyzing and visualizing evolutionary data.
Bioinformatics 14, 68-73.
Huson, D.H., Dezulian, T., Klöpper, T., Steel, M.A. 2004. Phylogenetic supernetworks
from partial trees. In: Jonassen I, Kim J. eds. Algorithms in bioinformatics. Heidelberg:
Springer-Verlag.
Huson, D.H., Bryant, D., 2006. Application of Phylogenetic Networks in Evolutionary
Studies. Mol. Biol. Evol. 23(2), 254-267.
39
Huson, D.H., Richter, D.C., Rausch, C., Dezulian, T., Franz, M., Rupp, R., 2007.
Dendroscope - An interactive viewer for large phylogenetic trees, BMC Bioinformatics 8,
460.
Huson, D.H., Rupp, R., Scornavacca, C., 2011. Phylogenetic Networks Concepts,
Algorithms and Applications. Cambridge University Press, New York, 362p.
Jin, G., Naito, T., Matsui, S., 2004. Ramdomly Amplified Polymorphic DNA Analysis for
Establisging Phylogenetic Relationship among Cattleya walkeriana Gardn., Cattleya
nobilior Rchb.f. and Cattleya loddigesii Lindl.. J. Japan. Soc. Hort. Sci. 73(5), 496-502.
Joly, S., McLenachan, P.A., Lockhart, P.J., 2009. A statistical approach for distinguishing
hybridization and incomplete lineage sorting. Am. Nat. 174, E54-E70.
Kelchner, S.A., 2000. The evolution of non-coding chloroplast DNA and its application in
plant systematics. Ann. Mo. Bot. Gard. 87, 482-498.
Kelly, L.J., Leitch, A.R., Clarkson, J.J., Hunter, R.B., Knapp, S., Chase, M.W., 2010.
Intragenic recombination events and evidence for hybrid speciation in Nicotiana
(Solanaceae). Mol. Biol. Evol. 27, 781-799.
Kennedy, M., Holland, B.R., Gray, R.D., Spencer, H.G., 2005. Untangling long branches:
identifying conflicting phylogenetic signals using spectral analysis, neighbour-net, and
consensus networks. Sys. Biol. 54, 620-633.
Klier, K., Leoschke, M.J., Wendel, J.F., 1991. Hybridizarion and introgression in white
and yellow landyslipper orchids (Cypripedium candidum and C. pubescens). J. Hered. 82,
305-318.
Kress, W.J., Prince, L.M., Williams, K.J., 2002. The phylogeny and a new classification of
the gingers (Zigiberaceae): evidence from molecular data. Am. J. Bot. 89, 1682-1696.
Kress, W.J., Wurdack, K.J., Zimmer, E.A., Weigt, L. A., Janzen, D.H., 2005. Use of DNA
barcodes to identify flowering plants. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A. 102, 8369-8374.
Lexer, C., Joseph, J., van Loo, M., Prenner, G., Heinze, B., Chase, M.W., Kirkup, D.,
2009. The use of digital image-based morphometrics to study the phenotypic mosaic in
taxa with porous genomes. Taxon 58, 349-364.
40
Li, M., Wunder, J., Bissoli, G., Scarponi, E., Gazzani, S., Barbaro, E., Saedler, H., Varotto,
C., 2008. Development of COS genes as universally amplifiable markers for phylogenetic
reconstructions of closely related plant species. Cladistics 24, 727-745.
Linder, C.R., Rieseberg, L.H., 2004. Reconstructing patterns of reticulate evolution in
plants. Am. J. Bot. 91, 1700-1708.
Maddison, W.P., 1997. Gene trees in species trees. Syst. Biol. 46, 523-536.
Maddison, W.P., Maddison, D.R., 2010. Mesquite: a modular system for
evolutionary
analysis. Version 2.74 http://mesquiteproject.org
Mallet, J., 2005. Hybridization as an invasion of the genome. Trends Ecol. Evol. 20, 229237.
Monteiro, S.H.N., 2007. Revisão taxonômica e filogenia do gênero Galeandra Lindl.
(Orchidaceae: Catasetinae). Tese de Doutorado. Departamento de Ciências Biológicas Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana. 178p.
Moore, W.S., 1995. Inferring phylogenies from mtDNA variation-mitochondrial-gene trees
versus nuclear-gene trees. Evolution 49, 718-726.
ort,
.E., Archibald, J.K., Randle,
.P., Levsen, N. ., O’leary, T.R., Topalov, K.,
Wiegand, C.M. Crawford, D.J., 2007. Inferring phylogeny at low taxonomic levels: utility
of rapidly evolving cpDNA and nuclear ITS loci. Am. J. Bot. 94(2), 173-183.
Müller, K., 2005. SeqState - primer design and sequence statistics for phylogenetic DNA
data sets. Appl. Bioinformatics 4, 65-69.
Neubig, K.M., Whitten, W.M., Carlsward, B.S., Blanco, M.A., Endara, L. Williams, N.H.
Moore, M. 2009. Phylogenetic utility of ycf1 in orchids: a plastid gene more variable than
matK. Plant Syst. Evol. 277, 75-84.
Nielsen, L.R. 2000. Natural hybridization between Vanilla claviculata (W. Wright) Sw.
and V. barbellata Rchb.f. (Orchidaceae): genetic, morphological, and poliination
experimental data. Bot. J. Linean. Soc. 133, 285-302.
Nylander, J.A., 2008. MrModeltest v.2. Program distributed by the author. Evolutionary
Biology Centre, Uppsala University.
41
Pabst, G.F.J., Dungs, F., 1975. Orchidaceae Brasiliensis. Vol. 1. Brucke-Verlag Kurt
Schmersow, Hildesheim, Alemanha, 408p.
Pabst, G.F.J., Dungs, F., 1977. Orchidaceae Brasiliensis. Vol. 2. Brucke-Verlag Kurt
Schmersow, Hildesheim, Alemanha, 418 p.
Pelser, P.B., Kennedy, A.H., Tepe, E.J., Shidler, J.B., Nordenstam, B., Kadereit, J.W.,
Watson, L.E., 2010. Patterns and causes of incongruence between plastid and nuclear
Senecioneae (Asteraceae) phylogenies. Am. J. Bot. 97(5), 856-873.
Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.W., Rasmussen, F.N., (eds.), 1999. Genera
Orchidacearum, v. 1. Oxford University Press, New York.
Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.W., Rasmussen, F.N., (eds.), 2001. Genera
Orchidacearum, v. 2. Oxford University Press, New York.
Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.W., Rasmussen, F.N., (eds.), 2003. Genera
Orchidacearum, v. 3. Oxford University Press, New York.
Pridgeon, A.M., Cribb, P.J., Chase, M.W., Rasmussen, F.N., (eds.), 2005. Genera
Orchidacearum, v. 4. Oxford University Press, New York.
Pridgeon, A.M., R. M. Bateman, A.V. Cox, J.R. Hapeman, M.W. Chase, 1997.
Phylogenetics of subtribe Orchidinae (Orchidoideae, Orchidaceae) based on nuclear ITS
sequences. 1. Intergeneric relationships and polyphyly of Orchis sensu lato. Lindleyana 12,
89-109.
Rieseberg, L.H., Whitton, J., Linder, C.R., 1996a. Molecular marker incongruence in plant
hybrid zones and phylogenetic trees. Acta Bot. Neerl. 45, 243-262.
Rieseberg, L.H., Sinervo, B., Linder. C.R., Ungerer, M.C., Arias, D.M., 1996b. Role of
gene interactions in hybrid speciation: evidence from ancient and experimental hybrids.
Science 272, 74-745.
Rieseberg, L.H., Carney, S.E., 1998. Plant hybridization. New Phytol. 140, 599-624.
Rieseberg, L.H., Raymond, O., Rosenthal, D.M., Lai, Z., Livingstone, K., Nakazato, T.,
Durphy, J.L., Schwarzbach, A.E., Donovan, L.A., Lexer, C., 2003. Major ecological
transitions in wild sunflowers facilitated by hybridization. Science 301, 1211-1216.
42
Rokas, A., Williams, B.L., King, N., Carroll, S.B., 2003. Genome-scale approaches to
resolving incongruence in molecular phylogenies. Nature 425, 798-804.
Rokas, A., Carroll, S.B., 2005. More Genes or More Taxa? The Relative Contribution of
Gene Number and Taxon Number to Phylogenetic Accuracy. Mol. Biol. Evol. 22(5), 13371344.
Rolfe, R.A., 1895. Cattleya - What constitutes a species? Orchid Review, 3: 266-270.
Ronçal, J., Francisco-Ortega, J., Asmussen, C.B., Lewis, C.E., 2005. Molecular
phylogenetics of tribe Geonomeae (Arecaceae) using nuclear DNA sequences of
phosphoribulokinase and RNA polymerase II. Syst. Botany. 30, 275-283.
Ronquist, F., Huelsenbeck, J.P., 2003. MRBAYES 3: Bayesian phylogenetic inference
under mixed models. Bioinformatics 19, 1572-1574.
Russell, A., Samuel, R., Klejna, V., Barfuss, M.H.J., Rupp, B., Chase, W.C. 2010
Reticulate evolution in diploid and tetraploid species of Polystachya (Orchidaceae) as
shown by plastid DNA sequences and low-copy nuclear genes. Ann. Bot. 106 (1), 37-56.
Saitou, N., Nei, M., 1987. The neighbor-joining method: a new method for reconstructing
phylogenetic trees. Mol. Biol. Evol. 4(4), 406-425.
Sang, T., Crawford, D.J., Stuessy, T.F., 1997. Chloroplast phylogeny, reticulate evolution,
and biogeography of Paeonia (Paeoniaceae). Am. J. Bot. 84, 1120-1136.
Sang, T., Zhong, Y., 2000. Testing hybridization hypotheses based on incongruent gene
trees. Syst. Biol. 49, 422-434.
Sang, T., Pan, J., Zhang, D.M., et al. 2004. Origins of polyploids: an example from peonies
(Paeonia) and a model for angiosperms. Bot. J. Linean. Soc. 82, 561-571.
Seehausen, O., 2004. Hybridization and adaptive radiation. Trends Ecol. Evol. 19, 198207.
Shaw, J., Lickey, E.B., Beck, J.T., Farmer, S.B., Liu, W., Miller, J., Siripun, K.C., Winder,
C.T., Schilling, E., Small, R.L., 2005. The tortoise and the hare II: relative utility of 21
nonconding chloroplast DNA sequences for phylogenetic analysis. Am. J. Bot. 92(1), 142166.
43
Shaw, J., Beck, E.B., Edward, E., Schilling, E., Small, R.L., 2007. Comparison of whole
choloplast genome sequences to choose noncoding regions for phylogenetic studies in
angiosperms: the tortoise and the hare III. Am. J. Bot. 94(3), 275-288.
Simmons, M.P., Ochoterena, H., 2000. Gaps as characters in sequence-based phylogenetic
analyses. Syst. Biol. 49, 369-381.
Simmons, M.P., Specht, C.D., Vergara-Silva, F., Gandolfo, M., 2004. A phylogeny of the
Monocots, as inferred from rbcL and atpA sequence variation, and a comparison of
methods for calculating jackknife and bootstrap values. Syst. Botany. 29, 467-510.
Small, R.L., Cronn, R.C., Wendel, J.F., 2004. Use of nuclear genes for phylogeny
reconstruction in plants. Aust. Syst. Bot. 17, 145-170.
Smidt, C.E., 2007. Filogenia e revisão taxonômica de Bulbophyllum Thouars
(Orchidaceae) ocorrente no Neotrópico. Tese de Doutorado. Departamento de Ciências
Biológicas - Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana. 346p.
Spalik, K., Downie, S.R., Watson, M.F., 2009. Generic delimitations within the Sium
alliance (Apiaceae tribe Oenantheae) inferred from cpDNA rps16-5’trnK (UUU) and
nrDNA ITS sequences. Taxon 58(3), 735-748.
Staden, R., Beal, K.F., Bonfiel, J.K., 1998. The Staden Package. Methods Mol. Biol. 132,
115-130.
Stockley, B., Smith, A.B., Littlewood, T., Lessios, H.A., Mackenzie-Dodds, J.A., 2005.
Phylogenetic relationships of spatangoid sea urchins (Echinoidea): taxon sampling density
and congruence between morphological and molecular estimates. Zool. Scr. 34, 447-468.
Swofford, D.L., 2002. PAUP* Phylogenetic analysis using parsimony (*and other
methods) v.4 beta 10. Sinauer Associates, Inc., Sunderland, Massachusetts, EUA.
Taberlet, P. Gielly, L., Pautou, G., Bouvet, J., 1991. Universal primers for amplification of
three no-coding regions of chloroplast DNA. Plant Mol. Biol. 17, 1105-1109.
Tate, J.A., Simpson, B.B., 2003. Paraphyly of Tarasa (Malvaceae) and diverse origins of
the polyploid species. Syst. Biol. 28, 723-737.
44
Topik, H., Yukawa, T., ITO, M., 2005. Molecular phylogenetics of subtribe Aeridinae
(Orchidaceae): insights from plastid matK and nuclear ribosomal ITS sequences. J. Plant.
Res. 118, 271-284.
Toscano-De-Brito, A.L.V., Cribb, P., 2005. Orquídeas da Chapada Diamantina. Nova
Fronteira, São Paulo, 399p.
Tosello, G.A., 1969. Emprego da cromatografia em estudos filogenéticos nos gênero
Cattleya Lindl. e Laelia Lindl. (Orchidaceae – Epidendreae). Tese de doutorado. Escola de
Agricultura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo. Piracicaba. 81p.
van den Berg, C., 1996. Estudo da variabilidade intra e interespecifica em populações de
espécies brasileiras de Cattleya (Orchidaceae-Laeliinae). Dissertação de Mestrado.
Universidade Estadual de Campinas. Campinas.
van den Berg, C., Chase, M.W., 2000. Nomenclatural notes on Laeliinae - I. Lindleyana
15(2), 115-119.
van den Berg, C., 2008. New combinations in the genus Cattleya Lindl. (Orchidaceae).
Neodiversity 3, 3-12.
van den Berg, C., Higgins, W.E., Dressler, R.L., Whitten, W.M., Soto Arenas, M.A.,
Culham, A., Chase, M.W., 2000. A phylogenetic analysis of Laeliinae (Orchidaceae) based
on sequence data from internal transcribed spacers (ITS) of nuclear ribosomal DNA.
Lindleyana 15(2), 96-114.
van den Berg, C., Goldman, D.H., Freudenstein, J.V., Pridgeon, A.M., Cameron, K.M.,
Chase, M.W., 2005. An overview of the phylogenetic relationships within Epidendroideae
inferred from multiple DNA regions and recircumscription of Epidendreae and Arethuseae
(Orchidaceae). Am. J. Bot. 92(4), 613-624.
van den Hof, K., van den Berg, R.G., Gravendeel, B., 2008. Chalcone synthase gene
lineage diversification confirms allopolyploid evolutionary relationships of European
rostrate violets. Mol. Biol. Evol. 25, 2099-2108.
van den Berg, C., Higgins, W.E., Dressler, R.L., Whitten, W.M., Soto-Arenas, M.A.
Chase, M.W., 2009. A phylogenetic study of Laeliinae (Orchidaceae) based on combined
nuclear and plastid DNA sequences. Ann. Bot. 104 (3), 417-430.
45
van der Niet, T., Linder, H.P., 2008. Dealing with incongruence in the quest for the species
tree: A case study from the orchid genus Satyrium. Mol. Phylogenet. Evol. 47, 154-174.
van der Pijl, L., Dodson, C.H., 1966. Orchid flowers: their pollination and evolution.
University of Miami Press, Coral Gables, Florida.
Vanderpoorten, A., Shaw, A.J., Cox, C.J., 2004. Evolution of multiple paralogous
adenosine kinase genes in the moss genus Hygroamblystegium: phylogenetic implications.
Mol. Phylogenet. Evol. 31, 505-516.
White, T.J., Bruns, T., Lee, S., Taylor, J., 1990. Amplification and direct sequencing of
fungal ribosomal RNA genes for phylogenetics. Pages 315–322 in M. Innis, D. Gelfand, J.
Sninsky, and T. White (eds.), PCR: A Guide to Methods and Applications. Academic
Press, San Diego, California.
Withner, C.L., 1988. The Cattleyas and their relatives. I. The Cattleyas. Timber Press,
Portland, Oregon. 147p.
Won, H., Renner, S.S., 2003. Horizontal gene transfer from flowering plants to Gnetum.
Proc. Natl. Acad. Sci. USA 100, 10824-10829.
Wu, F., Mueller, L.A., Crouzillat, D., Pétiard, V., Tanksley, S.D., 2006. Combining
Bioinformatics and Phylogenetics to Identify Large Sets of Single-Copy Orthologous
Genes (COSII) for Comparative, Evolutionary and Systematic Studies: A Test Case in the
Euasterid Plant Clade. Genetics 174, 1407-1420.
46
Tabela 1. Primers e programas utilizados para a amplificação das regiões utilizadas neste estudo.
Primers
agt11
F forward (GATTTCCGHATGGATGANTGGGG)
Desnaturação
Amplificação
N°. ciclos na
amplificação
Extensão
final
95° (2 min)
94° (40 seg) + 52° (30 seg) + 72° (40 seg)
35
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 53° (40 seg) + 72° (40 seg)
30
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 54° (40 seg) + 72° (40 seg)
38
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (45 seg) + 52° (50 seg) + 72° ( min)
28
72° (5 min)
R reverse (CCAYTCCTCCTTCTGHGTGCAGTT)
atpF-atpH2
atpF forward (ACTCGCACACACTCCCTTTCC)
atpH reverse (GCTTTTATGGAAGCTTTAACAAT)
ETS*
ETS-Orchid3 forward (CATATGAGTTGTTGCGGACCWT)
4
18S-IGG reverse (AGACAAGCATATGACTACTGGCAGG)
ITS
17SE5 forward (ACGAATTCATGGTCCGGTGAAGTGTTCG)
5
26SE reverse (TAGAATTCCCCGGTTCGCTCGCCGTTAC)
926 # forward (AAGGTTTCCGTAGGTGAAC)
Sequenciamento
47 # reverse (TCCTCCGCTTATTGATATGC)
Sequenciamento
ndhJ8
forward (CATAGATCTTTGGGCTTYGA)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 53° (40 seg) + 72° (40 seg)
30
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 53° (40 seg) + 72° (40 seg)
30
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 53° (40 seg) + 72° (40 seg)
30
72° (5 min)
reverse (TACATGAGCATCTTGTATTTC)
PsbA9-trnH10
psbA forward (GTTATGCATGAACGTAATGCTC)
trnH reverse (CGCGAATGGTGGATTCACAAATC)
psbK-psbI11
psbK forward (TTAGCCTTTGTTTGGCAAG)
psbI reverse (AGAGTTTGAGAGTAAGCAT)
47
Tabela 1. Continuação
Primers
Desnaturação
Amplificação
N°. ciclos na
amplificação
Extensão
final
94° (1 min)
94° (30 seg) + 52,5° (40 seg) + 72° (1,5 min)
80° (5 min)
95° (1 min) + 50° (1 min) + 65° (4 min)
30
65° (4 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 53° (40 seg) + 72° (40 seg)
30
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 53° (40 seg) + 72° (40 seg)
36
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 54° (40 seg) + 72° (1 min)
35
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 54° (40 seg) + 72° (1 min)
30
72° (5 min)
94° (1 min)
94° (30 seg) + 53° (40 seg) + 72° (50 seg)
40
72° (5 min)
Rpb212*
RPB2-INT-23F forward (CAACTTATTGAGTGCATCATGG)
72° (5 min)
RPB2-INT-23R reverse (CCACGCATCTGATATCCAC)
rpl32-trnL13
F forward (CAGTTCCAAAAAAACGTACTTC)
(UAG) reverse (CTGCTTCCTAAGAGCGT)
rpoC114
forward (GTGGATACACTTCTTGATAATGG)
reverse (CCATAAGCATATCTTGAGTTGG)
trnL-trnlF15
C forward (CGAAATCGGTAGACGCTACG)
F reverse (ATTTGAACTGGTGACACGAG)
trnD-trnT16
(GUG) forward (ACCAATTGAACTACAATCCC)
(GGU) reverse (CTACCACTGAGTTAAAAGGG)
trnS-trnG17
(GCU) forward (GTAGCGGGAATCGAACCCGCATC)
(UCC) reverse (AGATAGGGATTCGAACCCTCGGT)
ycf118
3720F forward (TACGTATGTAATGAACGAATGG)
5500R reverse (GCTGTTATTGGCATCAAACCAATAGCG)
intF forward (GATCTGGACCAATGCACATATT)
intR reverse (TTTGATTGGGATGATCCAAGG)
1- Li et al. (2008); 2- Kress et al. (2005); 3- Monteiro (2007); 4- Baldwin & Markos (1998); 5- Sun et al. (1994); 6- Desfeaux et al., (1996), 7- White et al., (1990), 8Kress et al., (2005); 9- Sang et al. (1997); 10- Tate & Simpson, (2003); 11- Kress et al., 2005; 12- Ronçal et al. (2005); 13- Shaw et al. (2007 ); 14- Kress et al., 2005;
15- Taberlet et al. (1991); 16- Demesure et al. (1995); 17- Shaw et al. (2005); 18- Neubig et al. (2009). * significa, amplificada e sequenciada para algumas amostras,
mas não utilizada no presente estudo. # significa primers usados apenas no seqüenciamento. Os demais primers foram usados na amplificação e seqüenciamento.
48
Tabela 2. Características das matrizes e das árvores mais parcimoniosas encontradas
combinadas e dos modelos evolutivos selecionados para inferência Bayesiana.
Regiões
N° de Caracteres
N° de
N° de caracteres
N° de
táxon analisados
caracteres
inf. p/
passos da
variáveis
parcimônia
árvore
44
733
116 (15,8%)
142 (19,4%)
495
ITS
42
955
53 (5,6%)
42 (4,4%)
114
rpl32-trnL
36
1566
46 (2,9%)
61 (3,9%)
120
ycf1
37
481
50 (10,4%)
18 (3,7%)
94
agt1
37
441
15 3,4%)
15 (3,4%)
36
ndhJ
31
373
11 (2,9%)
12 (3,2%)
45
atpF-atpH
32
805
37 (4,6%)
24 (3%)
84
matK
37
907
32 (3,5%)
22 (2,4%)
64
psbA-trnH
31
464
15 (3,2%)
11 (2,4%)
29
psbK-psbI
33
995
48 (4,8%)
23 (2,3%)
83
trnL-trnF
31
1781
92 (5,2%)
25 (1,4%)
130
trnD-trnT
36
518
19 (3,7%)
5 (1%)
26
rpoC1
30
451
6 (1,3%)
4 (0,9%)
11
rpoB
30
244
2 (0,8%)
2 (0,8%)
4
accD
26
775
19 (2,4%)
6 (0,7%)
26
trnS-trnG
44
10.292
428 (4,1%)
235 (2,3%)
843
Plastídeo
44
11.506
601 (5,2%)
393 (3,4%)
1522
Combinada I
39
11.506
556 (4,8%)
370 (3,2%)
1356
Combinada II
CI = Índice de Consistência e RI = Índice de Retenção.
nas análises de Máxima Parcimônia individuais e
Nº de
árvores
N° de
Indels
CI
RI
239
30.000
16
30.000
170
26.640
30.000
30.000
30.000
30.000
30.000
12.000
6
1
30.000
30.000
48
1158
58
26
21
12
38
18
23
61
-
0,6040
0,8589
0,9339
0,7872
0,8611
0,8021
0,7857
0,9063
0,8966
0,9033
0,9231
0,9231
0,9091
1,0000
1,0000
0,9197
0,7020
0,7316
0,7863
0,8794
0,9448
0,7059
0,8780
0,8467
0,8364
0,8696
0,9250
0,9238
0,8734
0,9000
0,9583
1,0000
1,0000
0,8050
0,7371
0,7632
Modelo
evolutivo
para IB
GTR+G+I
GTR+G
GTR+G
HKY+I+G
F81+I
HKY+I
GTR+G+I
F81+I+G
GTR+G
GTR+I
GTR+G
HKY+G
HKY
HKY
GTR
-
49
Figura 1. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. A, agt1. B, accD. C, atpF-atpH. D, ITS. Os números acima dos ramos
indicam os valores de suporte de bootstrap (%).
50
Figura 2. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. E, ndhJ. F, matK. G, psbA-trnH. I, psbK-psbI. Os números acima dos ramos
indicam os valores de suporte de bootstrap (%).
51
Figura 3. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. I, rpl32-trnL. J, trnD-trnT. K, rpoB. L, rpoC1. Os números acima dos ramos
indicam os valores de suporte de bootstrap (%).
52
Figura 4. Árvores de consenso estrito resultantes das análises de Máxima Parcimônia
individuais. M, trnL-trnF. N, trnS-trnG. O, ycf1. Os números acima dos ramos indicam os
valores de suporte de bootstrap (%).
53
54/0.69
57/0.70
*/0.65
96/1.00
*/0.66
*/0.58
E*/0.71
*/0.84
C
79/1.00
*/0.70
*/0.68
75/1.00
78/1.00
98/1.00
74/1.00
84/1.00
98/1.00
B 83/1.00
66/0.98
99/1.00
A
68/0.95
59/0.98
91/1.00
100/1.00
93/1.00
*/0.71
100/1.00
91/1.00
*/0.81
56/97
91/1.00
73/0.92
Cattleya bicolor BRA 2
Cattleya bicolor FORM 2
Cattleya bicolor BRA 1
Cattleya bicolor FORM 1
Cattleya amethystoglossa
Cattleya guttata
Cattleya tigrina
Cattleya schofieldiana ES
Cattleya bicolor DIA 1
Cattleya bicolor ITA 1
Cattleya schofieldiana BA
Cattleya granulosa
Cattleya velutina
Cattleya tenuis
Cattleya elongata 1
Cattleya elongata 2
Cattleya kerrii 1
Cattleya kerrii 2
Cattleya schilleriana
Cattleya forbesii
Cattleya intermedia
Cattleya harrisoniana
Cattleya loddigesii
Cattleya porphyroglossa 1
Cattleya porphyroglossa 2
Cattleya dormaniana
Cattleya aclandiae
Cattleya nobilior
Cattleya violacea
Cattleya walkeriana
Cattleya labiata CE
Cattleya labiata PE
Cattleya luteola
Cattleya lawrenceana
Cattleya wallisii
Cattleya lueddemanniana
Cattleya lundii
Cattleya purpurata
Cattleya sincorana
Cattleya pfisteri
Brassavola cucullata
Brassavola tuberculata
Rhyncholaelia digbyana
Rhyncholaelia glauca
Cattleya
Bifoliada
Grupo
externo
Figura 5. Árvore de consenso de maioria das 18.000 árvores resultantes da análise
Bayesiana, com modelo de evolução particionado da matriz Plastídeo (dados das 14
regiões de plastídeo). Os números acima dos ramos indicam: a esquerda os valores de
bootstrap (%) oriundo das análises de máxima parcimônia e a direita os valores de
probabilidade posterior (em escala de 0 - 1) gerados na inferência bayesiana. Os ‫٭‬
representam valores de bootstrap inferior a 50%. As letras representam os clados
formados, A (Walkeriana), B (Intermedia), C (Falcata) e E (subclado Bicolor).
54
50/0.64
51/0.64
*/0.94
*/0.59
E
*/0.98
*/0.95
*/1.00
*/0.99
C*/0.96
98/1.00
*/0.99
60/0.99
*/0.73
D
96/1.00
94/1.00
90/1.00
80/1.00
54/1.00
67/1.00
B */1.00
100/1.00
100/1.00
74/0.99
56/1.00
86/100
A
100/1.00
100/1.00
100/1.00
100/1.00
99/1.00
56/0.75
100/1.00
88/1.00
*/0.89
94/1.00
100/1.00
Cattleya bicolor BRA 1
Cattleya bicolor BRA 2
Cattleya bicolor FORM 1
Cattleya bicolor FORM 2
Cattleya granulosa
Cattleya velutina
Cattleya bicolor DIA 1
Cattleya bicolor ITA 1
Cattleya tenuis
Cattleya schofieldiana BA
Cattleya guttata
Cattleya tigrina
Cattleya amethystoglossa
Cattleya schofieldiana ES
Cattleya elongata 1
Cattleya elongata 2
Cattleya kerrii 1
Cattleya kerrii 2
Cattleya schilleriana
Cattleya forbesii
Cattleya intermedia
Cattleya harrisoniana
Cattleya loddigesii
Cattleya porphyroglossa 1
Cattleya porphyroglossa 2
Cattleya dormaniana
Cattleya aclandiae
Cattleya nobilior
Cattleya violacea
Cattleya walkeriana
Cattleya labiata CE
Cattleya labiata PE
Cattleya luteola
Cattleya purpurata
Cattleya sincorana
Cattleya pfisteri
Cattleya lundii
Cattleya lawrenceana
Cattleya wallisii
Cattleya lueddemanniana
Brassavola cucullata
Brassavola tuberculata
Rhyncholaelia digbyana
Rhyncholaelia glauca
Cattleya
Bifoliada
Grupo
externo
Figura 6. Árvore de consenso de maioria das 12.000 árvores resultantes da análise
Bayesiana, com modelo de evolução particionado da matriz Combinada I (dados das 13
regiões de plastídeo, ITS e agt1). Os números acima dos ramos indicam: a esquerda os
valores de bootstrap (%) oriundo das análises de máxima parcimônia e a direita os valores
de probabilidade posterior (em escala de 0 - 1) gerados na inferência bayesiana. Os ‫٭‬
representam valores de bootstrap inferior a 50%. As letras representam os clados
formados, A (Walkeriana), B (Intermedia), C (Falcata), D (subclado Elongata) e E
(subclado Bicolor).
55
*/0.52
*/0.51
52/0.85
*/0.80
*/0.82
*/1.00
*/0.96
*/0.52
E*/0.79
*/0.89
*/0.63
B
99/1.00
98/1.00
100/1.00
89/1.00
50/0.67
62/0.77
100/1.00
81/1.00
98/1.00
*/0.97
96/1.00
A
100/1.00
100/1.00
*/1.00
100/1.00
99/1.00
67/0.87
100/1.00
88/1.00
*/0.80
94/1.00
100/1.00
Cattleya bicolor BRA 1
Cattleya bicolor BRA 2
Cattleya bicolor FORM 1
Cattleya bicolor FORM 2
Cattleya velutina
Cattleya granulosa
Cattleya bicolor DIA 1
Cattleya bicolor ITA 1
Cattleya tenuis
Cattleya schofieldiana BA
Cattleya schofieldiana ES
Cattleya amethystoglossa
Cattleya guttata
Cattleya forbesii
Cattleya intermedia
Cattleya harrisoniana
Cattleya loddigesii
Cattleya kerrii 1
Cattleya kerrii 2
Cattleya elongata 1
Cattleya elongata 2
Cattleya nobilior
Cattleya violacea
Cattleya walkeriana
Cattleya labiataCE
Cattleya labiata PE
Cattleya luteola
Cattleya purpurata
Cattleya sincorana
Cattleya pfisteri
Cattleya lundii
Cattleya lawrenceana
Cattleya wallisii
Cattleya lueddemanniana
Brassavola cucullata
Brassavola tuberculata
Rhyncholaelia digbyana
Rhyncholaelia glauca
Cattleya
Bifoliada
Grupo
externo
Figura 7. Árvore de consenso de maioria das 14.000 árvores resultantes da análise
Bayesiana, com modelo de evolução particionado da matriz Combinada II (dados das 14
regiões de plastídeo, agt1 e ITS) excluindo terminais que geravam incongruência. Os
números acima dos ramos indicam: à esquerda os valores de suporte de bootstrap (%) e a
direita os valores de probabilidade posterior da inferência bayesiana (em escala de 0 - 1).
Os ‫ ٭‬representam valores de bootstrap inferior a 50%. As letras representam os clados
formados, A (Walkeriana), B (Intermedia), E (subclado Bicolor).
56
Figura 8. Super-rede (supernetwork) das árvores de consenso da análise de máxima parcimônia com valores de bootstrap igual ou superior a
50% a partir dos dados combinados de plastídeo, de ITS e de agt1. O número mínimo de árvores foi igual a 2.
57
Figura 9. Rede de consenso não-enraizado (30% de limite para construção da rede)
sumarizando as incongruências existentes entre as topologias dos três conjuntos de dados
(14 regiões de plastídeo, ITS e agt1) usando árvores de consenso de maioria com > 50% de
bootstrap. Na figura apenas a topologia é apresentada, pois os ramos não são escalonados
com comprimento de ramo. As linhas em negrito representam as possíveis reticulações. As
fotos referem-se as espécies ou represententes de clados envolvidos em possíveis processos
de evolução reticulada.
58
ANEXOS
59
ANEXO I
Espécies analisadas indicando voucher e número de acesso do GenBank para as sequências oriundas de outros trabalhos.
Espécies
Voucher
Brassavola cucullata (L.) R.Br.
Brassavola tuberculata Hook.
MWC (6177) para ITS e
trnL-trnF e W.E. Higgins
130 (FLAS 198290) para os
demais
Brieger Coll. 3497 (ESA)
Cattleya aclandiae Lindl. *
Brieger Coll. 32982 (ESA)
Cattleya amethystoglossa Linden
& Rchb.f. ex Warner *
Cattleya bicolor Lindl. BRA
(Brasília - 1) *
Cattleya bicolor Lindl. BRA
(Brasília - 2) *
Cattleya bicolor Lindl. DIA
(Diamantina) *
Cattleya bicolor Lindl. FORM
(Formiga - 1) *
Cattleya bicolor Lindl. FORM
(Formiga - 2) *
Cattleya bicolor Lindl. ITA
(Itatiaia) *
Cattleya dormaniana (Rchb.f.)
Rchb.f. *
Cattleya elongata Barb.Rodr. (1) *
Brieger Coll. 8272 (ESA)
Brieger Coll. 22574 (ESA)
Brieger Coll. 22579 (ESA)
Brieger Coll. 30656 (ESA)
Brieger Coll. 4336 (ESA)
Brieger Coll. 4333 (ESA)
Brieger Coll. 891 (ESA)
Brieger Coll. 23977 (ESA)
Brieger Coll. 8078 (ESA)
Cattleya elongata Barb.Rodr. (2) * Brieger Coll. 32748 (ESA)
Cattleya forbesii Lindl. *
Cattleya granulosa Lindl. *
trnL-trnF: WEH 59 /
demais Brieger Coll. 5358
(ESA)
Brieger Coll. 22482 (ESA)
accD
ITS
matK
ndhJ
psbA-trnH
rpoB
-
AY008589.1
-
AGB
-
-
-
-
AF260217.1 AF263818.1
AGB
-
-
AGB
EU139872.1 AF260207.1 AF263810.1
GQ248259.1 GQ248738.1
GQ248899.1
EU139873.1 AY008610.1 EU139957.1 EU140261.1 EU140024.1 EU140099.1
EU140180.1
EU139875.1 AY008626.1
EU140182.1
-
-
rpoC1
EU140263.1 EU140026.1 EU140101.1
-
AGB
-
-
-
-
AGB
-
AY008625.1
-
AGB
AGB
-
AGB
EU139876.1 AY008627.1
-
-
AGB
EU140264.1 EU140027.1 EU140102.1
EU140183.1
-
-
-
-
-
EU139877.1 AY008624.1
-
EU140265.1
AGB
-
EU140184.1
EU139879.1 AY008608.1
-
EU140267.1 EU140029.1 EU140105.1
EU140186.1
EU139881.1 AY008619.1 EU139964.1 EU140269.1 EU140031.1 EU140107.1
EU140188.1
-
AGB
EU139884.1
AY008617
-
-
-
-
-
EU139965.1 EU140270.1 EU140032.1 EU140108.1
EU140191.1
EU139885.1 AY008621.1 EU139966.1 EU140271.1 EU140033.1 EU140111.1
EU140192.1
60
ANEXO I
Continuação.
Espécies
Voucher
accD
ITS
matK
NdhJ
psbA-trnH
rpoB
rpoC1
Cattleya guttata Lindl. *
Brieger Coll. 11299 (ESA)
Cattleya harrisoniana Bateman ex
Lindl. *
Cattleya intermedia Graham ex
Hook. *
Cattleya kerrii Brieger & Bicalho
(1) *
Cattleya kerrii Brieger & Bicalho
(2) *
Cattleya labiata Lindl. (Ceara)
Brieger Coll. 16036 (ESA)
Cattleya labiata Lindl.
(Pernambuco)
Cattleya lawrenceana Rchb.f.
Brieger Coll. 5487 (ESA)
Brieger Coll. 3802 (ESA)
EU139897.1 AF260208.1 EU139974.1 EU140280.1 EU140043.1 EU140123.1
Cattleya loddigesii Lindl. *
Brieger Coll. 2483 (ESA)
EU139898.1 AY008616.1
Cattleya lueddemanniana Rchb.f.
Brieger Coll. 3759 (ESA)
EU139899.1 AY008629.1 EU139976.1 EU140282.1 EU140044.1 EU140125.1 EU140205.1
Cattleya lundii (Rchb.f. & Warm)
van den Berg
Cattleya luteola Lindl.
Brieger Coll. 30692 (ESA)
Brieger Coll. 32187 (ESA)
EU139900.1 AY008605.1 EU139977.1 EU140283.1 EU140045.1 EU140126.1 EU140206.1
Cattleya nobilior Rchb.f. *
Brieger Coll. 30978 (ESA)
EU139904.1 AY008607.1 GQ248092.1 EU140285.1 GQ248260.1 GQ248739.1 GQ248900.1
Cattleya pfisteri (Pabst & Senghas)
van den Berg
Cattleya porphyroglossa Linden &
Rchb.f. (1) *
Cattleya porphyroglossa Linden &
Rchb.f. (2) *
van den Berg C226 (ESA)
Brieger Coll. 4095 (ESA)
Brieger Coll. 18765
(Holotype-HB)
Zaslawski s.n. (HUEFS)
Brieger Coll. 20545 (ESA)
sem voucher (Kew 1986–
2034)
sem voucher (LAMOL
389.2)
EU139886.1 AY008609.1 EU139967.1 EU140272.1 EU140034.1 EU140112.1 EU140193.1
EU139887.1 AY008615.1 EU139968.1 EU140273.1 EU140035.1 EU140113.1 EU140194.1
EU139890.1 AF260204.1 EU139969.1 EU140274.1 EU140036.1 EU140116.1 EU140197.1
EU139893.1 AY008613.1 EU139972.1 EU140277.1 EU140039.1 EU140119.1 EU140200.1
-
AGB
EU139895.1 AF260214.1
-
-
-
-
-
EU140278.1 EU140040.1 EU140121.1 EU140203.1
EU139896.1 AF260214.1 EU139973.1 EU140279.1 EU140041.1 EU140120.1 EU140202.1
U139975.1
-
EU140281.1 EU140042.1 EU140124.1 EU140204.1
EU139944.1 AY008645.1 EU140013.1 EU140318.1 EU140318.1
-
EU140247.1
EU139947.1 AY008662.1 EU140015.1 EU140321.1 EU140088.1 EU140169.1 EU140251.1
EU139906.1 AY008612.1 EU139980.1 EU140287.1 EU140049.1 EU140130.1 EU140210.1
-
AGB
-
-
-
-
-
61
ANEXO I
Continuação.
Espécies
Cattleya purpurata (Lindl. &
Paxton) van den Berg
Cattleya schilleriana Rchb.f. *
Cattleya schofieldiana Rchb.f. BA
(Bahia) *
Cattleya schofieldiana Rchb.f. ES
(Espírito Santo) *
Cattleya sincorana (Schltr.) van
den Berg
Cattleya tenuis Campacci &
Vedovello *
Cattleya tigrina A.Rich. *
Voucher
para ITS Selby B.G. 840459 (SEL) e para as
demais Brieger Coll. 1822
(ESA)
Brieger Coll. 6640 (ESA)
Brieger Coll. 19216 (ESA)
Brieger Coll. 6656 (ESA)
sem voucher (Kew 19901998)
C211-Machado s.n. (ESA)
accD
ITS
matK
NdhJ
psbA-trnH
rpoB
rpoC1
EU139950.1 EU140285.1 AY396104.1 EU140324.1 EU140091.1 EU140172.1 EU140249.1
EU139908.1 EU139908.1 EU139982.1 EU140289.1
-
AGB
-
-
-
EU140132.1 EU140211.1
-
-
-
EU139909.1 EU139909.1 EU139983.1 EU140290.1 EU140051.1 EU140133.1 EU140212.1
EU139952.1 AY008635.1 EU140018.1 EU140325.1 EU140093.1 EU140174.1 EU140255.1
-
AY008622.1 EU139985.1 EU140292.1 EU140053.1 EU140135.1
-
Cattleya velutina Rchb.f. *
sem voucher (Kew 19932845)
Brieger Coll. 7043 (ESA)
Cattleya violacea (Kunth) Rolfe *
Brieger Coll. 28495 (ESA)
EU139914.1 AF260206.1 EU139989.1 EU140296.1 EU140057.1 EU140139.1 EU140217.1
Cattleya walkeriana Gardner *
Brieger Coll. 1627 (ESA)
EU139915.1 AF260205.1 EU139990.1 EU140297.1 EU140058.1 EU140140.1 EU140218.1
Cattleya wallisii (Linden ex
Rchb.f.)
Rhyncholaelia digbyana (Lindl.)
Schltr.
Rhyncholaelia glauca (Lindl.)
Schltr.
Brieger Coll. 28787 (ESA)
Brieger Coll. 6107 (ESA)
Para matK FLAS 200736 e
para as demais MWC 1246
EU139911.1 AY008611.1 EU139986.1 EU140293.1 EU140054.1 EU140136.1 EU140214.1
EU139913.1 AY008618.1 EU139988.1 EU140295.1 EU140056.1 EU140138.1 EU140216.1
EU139916.1
-
-
EU140298.1 EU140059.1 EU140141.1 EU140219.1
-
AY008583.1 EF079309.1
AGB
AGB
-
AGB
-
AY008584.1 AY396101.1
AGB
AGB
-
AGB
Os * indicam as espécies que compões o grupo bifoliado do gênero Cattleya. AGB = Aguardando número de aceso do GenBank.
62
ANEXO II
Espécies analisadas indicando voucher para as sequências oriundas desse trabalho.
Voucher
MWC (6177) para trnL-trnF
e W.E. Higgins 130 (FLAS
198290) para os demais
agt1
atpH-atpH
psbK-psbI
rpl32-trnL
trnD-trnT
trnS-trnG
ycf1
trnL-trnF
AGB
-
AGB
AGB
AGB
-
AGB
AF267058.1
Brassavola tuberculata Hook.
Brieger Coll. 3497 (ESA)
AGB
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AF267057.1
Cattleya aclandiae Lindl. *
Brieger Coll. 32982 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
Cattleya amethystoglossa Linden
& Rchb.f. ex Warner *
Cattleya bicolor Lindl. BRA
(Brasília - 1) *
Cattleya bicolor Lindl. BRA
(Brasília - 2) *
Cattleya bicolor Lindl. DIA
(Diamantina) *
Cattleya bicolor Lindl. FORM
(Formiga - 1) *
Cattleya bicolor Lindl. FORM
(Formiga - 2) *
Cattleya bicolor Lindl. ITA
(Itatiaia) *
Cattleya dormaniana (Rchb.f.)
Rchb.f. *
Cattleya elongata Barb.Rodr. (1) *
Brieger Coll. 8272 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
-
-
AGB
-
-
-
AGB
AGB
-
-
-
AGB
-
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
-
AGB
-
AGB
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
-
AGB
-
-
-
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
-
AGB
AY422405.1
Espécies
Brassavola cucullata (L.) R.Br.
Brieger Coll. 22574 (ESA)
Brieger Coll. 22579 (ESA)
Brieger Coll. 30656 (ESA)
Brieger Coll. 4336 (ESA)
Brieger Coll. 4333 (ESA)
Brieger Coll. 891 (ESA)
Brieger Coll. 23977 (ESA)
Brieger Coll. 8078 (ESA)
Cattleya elongata Barb.Rodr. (2) * Brieger Coll. 32748 (ESA)
Cattleya forbesii Lindl. *
trnL-trnF: WEH 59 / demais,
Brieger Coll. 5358 (ESA)
Cattleya granulosa Lindl. *
Brieger Coll. 22482 (ESA)
AGB
-
-
AGB
AGB
-
AGB
AF267051.1
Cattleya guttata Lindl. *
Brieger Coll. 11299 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
63
ANEXO II
Continuação.
agt1
atpH-atpH
psbK-psbI
rpl32-trnL
trnD-trnT
trnS-trnG
ycf1
trnL-trnF
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
-
AGB
-
-
-
AGB
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
-
AGB
Brieger Coll. 3802 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
AGB
Cattleya loddigesii Lindl. *
Brieger Coll. 2483 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
Cattleya lueddemanniana Rchb.f.
Brieger Coll. 3759 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
AGB
AGB
Cattleya lundii (Rchb.f. & Warm)
van den Berg
Cattleya luteola Lindl.
Brieger Coll. 30692 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
Brieger Coll. 32187 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
Cattleya nobilior Rchb.f. *
Brieger Coll. 30978 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
Cattleya pfisteri (Pabst & Senghas)
van den Berg
Cattleya porphyroglossa Linden &
Rchb.f. (1) *
Cattleya porphyroglossa Linden &
Rchb.f. (2) *
van den Berg C226 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
-
AGB
-
-
AGB
AGB
Cattleya purpurata (Lindl. &
Paxton) van den Berg
Cattleya schilleriana Rchb.f. *
Brieger Coll. 1822 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AF267024.1
AGB
AGB
AGB
AGB
-
AGB
AGB
AGB
Cattleya schofieldiana Rchb.f. BA
(Bahia) *
Brieger Coll. 19216 (ESA)
-
AGB
-
AGB
-
-
AGB
AGB
Espécies
Cattleya harrisoniana Bateman ex
Lindl. *
Cattleya intermedia Graham ex
Hook. *
Cattleya kerrii Brieger & Bicalho
(1) *
Cattleya kerrii Brieger & Bicalho
(2) *
Cattleya labiata Lindl. (Ceara)
Voucher
Brieger Coll. 16036 (ESA)
Cattleya labiata Lindl.
(Pernambuco)
Cattleya lawrenceana Rchb.f.
Brieger Coll. 5487 (ESA)
Brieger Coll. 4095 (ESA)
Brieger Coll. 18765
(HolotypO-HB)
Zaslawski s.n. (HUEFS)
Brieger Coll. 20545 (ESA)
sem voucher (Kew 1986–
2034)
sem voucher (LAMOL 389.2)
Brieger Coll. 6640 (ESA)
64
ANEXO II
Continuação.
Espécies
Cattleya schofieldiana Rchb.f. ES
(Espírito Santo) *
Cattleya sincorana (Schltr.) van
den Berg
Cattleya tenuis Campacci &
Vedovello*
Cattleya tigrina A.Rich. *
Voucher
Brieger Coll. 6656 (ESA)
sem voucher (Kew 19901998)
C211-Machado s.n. (ESA)
agt1
atpH-atpH
psbK-psbI
rpl32-trnL
trnD-trnT
trnS-trnG
ycf1
trnL-trnF
-
-
AGB
AGB
-
-
AGB
-
AGB
AGB
-
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
-
AGB
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
Cattleya velutina Rchb.f. *
sem voucher (Kew 19932845)
Brieger Coll. 7043 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
Cattleya violacea (Kunth) Rolfe *
Brieger Coll. 28495 (ESA)
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
Cattleya walkeriana Gardner *
Brieger Coll. 1627 (ESA)
AGB
-
AGB
AGB
AGB
-
AGB
AGB
Cattleya wallisii (Linden ex
Rchb.f.)
Rhyncholaelia digbyana (Lindl.)
Schltr.
Rhyncholaelia glauca (Lindl.)
Schltr.
Brieger Coll. 28787 (ESA)
-
-
-
-
-
-
-
AGB
AGB
AGB
-
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
AGB
-
AGB
AGB
-
AGB
AGB
Brieger Coll. 6107 (ESA)
MWC 1246
Os * indicam as espécies que compões o grupo bifoliado do gênero Cattleya. AGB = Aguardando número de aceso do GenBank.
65
Anexo III. Variação floral entre as espécies do grupo bifoliado. Clado A (A, C.
nobilior; B, C. violacea; C, C. walkeriana). D, C. aclandiae. Clado B (E, C.
loddigesii; F, C. intermedia; G, C. dormaniana; H, C. porphyroglossa). Destaque
para o padrão de coloração rosa presente nos dois clados e exposição da coluna no
clado A e em C. aclandiae. (Fotos: Cássio van den Berg).
66
Anexo IV. Variação floral entre as espécies do grupo bifoliado. Algumas espécies
representantes do Clado C (I e J, C. elongata. L, C. bicolor. M, C. tenuis. N, C. kerrii. O,
C. amethystoglossa. P, C. schilleriana. Q, C. tigrina. R, C. guttata. S, C. velutina.
Destaque para o padrão de pigmentação das sépalas e pétalas presente nas espécies, bem
como o hábito rupícola em C. elongata diferente de todas as demais espécies. (Fotos: de IP e S, Cássio van den Berg; Q e R, © Google, 2011).

Documentos relacionados

Estudo dos padrões de variabilidade intra e interespecífica em

Estudo dos padrões de variabilidade intra e interespecífica em Ecologia do Instituto de Biologia, pela oportunidade de realização do curso. Ao orientador e amigo, Prof. Dr. Paulo Sodero Martins, pelo apoio, direcionamento e empenho imprescindíveis à minha form...

Leia mais