Manual com orientações metodológicas ICBMR
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Manual com orientações metodológicas ICBMR
DB Índice da Cesta Básica do Município de Resende (ICBMR) Manual com orientações metodológicas Roberto Campos Leoni Grupo de Pesquisas Econômicas - FCEACDB Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e da Computação Dom Bosco (FCEACDB) Associação Educacional Dom Bosco – AEDB Faculdade de Ciências Econômicas Administrativas e da Computação Dom Bosco FCEACDB Núcleo de Competitividade Industrial – NCI Grupo de Pesquisas Econômicas – GPE Grupo de Pesquisas Econômicas - FCEACDB Indicadores Regionais de Preços ao Consumidor Índice da Cesta Básica do Município de Resende (ICBMR) Manual com orientações metodológicas Equipe: Coordenadores: Roberto Campos Leoni – Professor MSc Alex Hummel – Professor MSc Alunos Bolsistas e Colaboradores da Faculdade de Ciências Econômicas da Associação Educacional Dom Bosco ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 1 Sumário 1. Introdução ..................................................................................................................... 3 2. Aspectos metodológicos .............................................................................................. 4 2.1 Definições básicas ................................................................................................... 4 2.2. População-objetivo ................................................................................................ 5 2.3. Organização das informações, Cesta de Padrão e estruturas de ponderação ......... 5 2.4 Base Cadastral ......................................................................................................... 7 2.4.1 Cadastros de informantes ................................................................................. 7 2.4.2 Cadastro de produtos ........................................................................................ 8 2.4.3 Métodos de coleta............................................................................................. 8 3. Método de cálculo ........................................................................................................ 9 3.1 Cálculo do preço médio do produto. ....................................................................... 9 3.2 Estimativa da variação mensal dos preços do produto (relativo do produto) ....... 10 3.3 Imputações de Preços ............................................................................................ 10 3.4 Cálculo no nível subitem ...................................................................................... 11 3.4.1 Imputações de preços ..................................................................................... 12 3.5 Cálculo no nível item ............................................................................................ 13 3.5 Cálculo no índice regional .................................................................................... 15 4. Produção e divulgação do índice ................................................................................ 16 5. Referências ................................................................................................................. 16 ANEXO A - Cesta padrão com os subitens e suas respectivas estruturas de ponderação ........................................................................................................................................ 17 ANEXO B - Cadastro de informantes ............................................................................ 20 ANEXO C - Cadastro de produtos ................................................................................. 20 ANEXO D - Instrumento de pesquisa: Questionário ..................................................... 20 ANEXO E - Plano para divulgação dos resultados ....................................................... 20 ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 2 1. Introdução A produção sistemática de índices de preços ao consumidor visa acompanhar a variação dos preços relativos a um conjunto de produtos e serviços, representando uma aproximação da variação percentual do custo de vida de uma população. Existem muitos métodos para calcular um número índice. No Brasil, as principais instituições que produzem índices de preços são: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e o Dieese. Entre os anos de 1948 a 1978, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio do Brasil foi o órgão responsável pela produção dos índices de Preços ao Consumidor para algumas capitais e para o Brasil (FECOMERCIO, 2005). A partir de setembro de 1979 o IBGE assumiu a responsabilidade de elaboração do cálculo do índice de preços ao consumidor. Foi criado o Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC), destacando-se dois principais indicadores: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esses índices se tornaram indicadores referenciais para o conhecimento do movimento dos preços ao consumidor na economia através de diversas aplicações de cunho oficial, passando a balizar o sistema de metas de inflação, que é instrumento básico à condução da política econômica no Brasil. Contudo, a abrangência geográfica desses índices limita-se a algumas regiões metropolitanas do país. O INPC, por exemplo, é produzido a partir dos Índices de Preços ao Consumidor Regionais, compreendendo as Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do Município de Goiânia. (IBGE, 2006). Dessa forma, o SNIPC não abrange as áreas localizadas em cidades e regiões do interior do país. Com o objetivo de produzir um índice que reflita a realidade da cidade de Resende que compreende oito áreas urbanas, dentre elas a área urbana da sede municipal, esta publicação apresenta os aspectos metodológicos para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa denominado Indicadores Regionais de Preços ao Consumidor - Índice da Cesta Básica do Município de Resende (ICBMR), cujo objetivo é coletar, processar e divulgar índices para a variação mensal da cesta básica alimentar para a área urbana da sede municipal de Resende – RJ. ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 3 2. Aspectos metodológicos 2.1 Definições básicas Os principais conceitos envolvidos no cálculo de um índice de preços ao consumidor são os seguintes (IBGE, 2006): População objetivo: parte da população para a qual se quer fazer o estudo da variação de preços. Cesta de compras: é formada pelo conjunto de mercadorias e respectivas quantidades que uma família consome durante certo período de tempo. Padrão de vida: é caracterizado pela quantidade de bens que uma família consome, ou seja, pela sua cesta de compras. Custo de vida: é o total das despesas efetuadas para se manter determinado padrão de vida, sendo o total dessas despesas referido à cesta mais barata dentre as cestas que refletem o mesmo padrão de vida. Cesta padrão: é a união das cestas de compras de toda a população objetivo. Índice de custo de vida (ICV): mede a variação percentual que o salário deve sofrer para possibilitar a manutenção do mesmo padrão de vida. Índice de preços ao consumidor (IPC): mede a variação dos preços da cesta efetivamente adquirida pelas famílias, o que pressupõe que os consumidores não substituem os produtos, isto é, que não existe nenhuma cesta equivalente à cesta efetivamente adquirida. Cadastro de Locais: relação dos locais onde serão coletados os preços para o cálculo do IPC. Cadastro de Produtos: é uma relação contendo uma amostra das mercadorias consumidas pelas famílias da população objetivo e dos estabelecimentos onde essas mercadorias são adquiridas. Equipe de coleta: é a equipe responsável pela coleta mensal dos preços. ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 4 2.2. População-objetivo Dada a inexistência de dados regionais sobre o consumo alimentar das famílias em Resende, o pressuposto aqui adotado é que as distribuições observadas no Estado do Rio de Janeiro são as mesmas para o município de Resende. Assim, as famílias cujos chefes são assalariados e tenham rendimentos monetários disponíveis situados entre 1 e 5 salários mínimos formam a população objetivo. (ver nota técnica disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/pdf/atualizacao_das_estruturas_POF 2008-2009.pdf) 2.3. Organização das informações, Cesta de Padrão e estruturas de ponderação Três classes serão consideradas para compor a cesta básica de Resende: Alimentos e bebidas, Limpeza doméstica e Higiene pessoal. A seleção dos itens será baseada na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2007-2008. As três classes selecionadas são advindas de grupamentos logicamente estabelecidos de forma que ficassem juntas as categorias de consumo de mesma natureza. São os seguintes os níveis da hierarquia adotada, em ordem decrescente de agregação: Grupo > Subgrupo > Item > Subitem Exemplificando: banana prata é um subitem do item Frutas, que juntamente com outros itens formam o subgrupo Alimentação no domicílio que unido ao subgrupo Alimentação fora do domicílio, compõem o grupo Alimentação e bebidas. Portanto, o nível mais desagregado para o qual se associam informações da POF e, consequentemente, para o qual se tem peso explícito obtido da pesquisa é o subitem. Os grupos, subgrupos e itens aqui adotados serão: ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 5 1ª. Classe: Alimentação e bebidas Grupo Subgrupo Item 1000000 1100000 1101000 1102000 1103000 1104000 1105000 1106000 1107000 1108000 1109000 1110000 1111000 1112000 1113000 1114000 1115000 1116000 Alimentação e bebidas Alimentação no domicílio Cereais, leguminosas e oleaginosas Farinhas, féculas e massas Tubérculos, raízes e legumes Açúcares e derivados Hortaliças e verduras Frutas Carnes Pescados Carnes e peixes industrializados Aves e ovos Leite e derivados Panificados Óleos e gorduras Bebidas e infusões Enlatados e conservas Sal e condimentos 2ª. Classe: Limpeza doméstica Grupo 2000000 Habitação Subgrupo 2100000 Encargos e manutenção Item 2104000 Artigos de limpeza 3ª. Classe: Higiene Pessoal Grupo Subgrupo Item 6000000 Saúde e cuidados pessoais 6300000 Cuidados pessoais 6301000 Higiene pessoal A cesta padrão com os subitens e suas respectivas estruturas de ponderação é apresentada no ANEXO A. A estrutura de ponderação inicial utilizada pode ser acessada em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultsubite m.shtm ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 6 2.4 Base Cadastral Para a obtenção de estimativas para os movimentos de preços dos bens relativos à cesta de mercadorias, ao longo do tempo, faz-se necessária uma coleta sistemática de preços. Viabilizá-la significa definir os cadastros de informantes e de produtos, além dos métodos de coleta. 2.4.1 Cadastros de informantes O cadastro de informantes será formado por estabelecimentos comerciais de venda de produtos. Procurar-se-á representação dentro das zonas pré-estabelecidas de acordo com os Bairros oficiais de Resende Zona Leste Vila Verde; Novo Surubi; Surubi; Jardim Esperança; Morada da Barra; Jardim do Sol; Parque Embaixador; Fazenda da Barra I; Fazenda da Barra II; Fazenda da Barra III; Nossa Senhora de Fátima; Campo Belo; Maria Cândida; Isaac Politi. Zona Sul Morro do Batista; Morro do Machado; Vila Moderna; Jardim Brasília I; Jardim Brasília II; Parque Ipiranga I; Parque Ipiranga II; Morada das Garças; Vicentina; Santo Amaro; Eucaliptal; Terras Alpha. Zona Central Centro; Campos Elíseos; Barbosa Lima; Lavapés; Alto dos Passos; Vila Central; Vila Adelaide. Zona Oeste Vila Julieta; Santa Cecília; Jardim Jalisco; Liberdade; Liberdade; Nova Liberdade; Manejo; Vila Santa Isabel; Elite; Morada da Felicidade; Baixada da Olaria; Itapuca; Residencial Limeira; Morada da Colina I, II e III; Mirante das Agulhas; Residencial Morada das Agulhas; Morada do Bosque; Casa da Lua; Loteamento Cícero; Alegria I e II; Nova Alegria; Jardim Alegria; Cidade Alegria; Nova Resende; Boa Vista I e II; Mirante da Serra; Morada da Montanha; Morada do Contorno; Jardim Beira Rio; Vila Isabel; Toyota I e II; Primavera I;II e III; Jardim Aliança e Jardim do Oeste. Zona Norte ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 7 Morada do Castelo; Montese; Bairro Comercial; Monte Castelo; Guararapes; Independência; Cabral; Alambari; Paraíso; Castelo Branco; Morro do Cruzeiro; Vila Araújo; Comercial; Jardim Tropical; São Caetano e Monet. O cadastro de informantes é apresentado no ANEXO B. 2.4.2 Cadastro de produtos O conjunto dos produtos que compõem o cadastro deve, obviamente, ser representativo da totalidade dos produtos consumidos pela população a que o índice se refere. Sendo assim, o ponto de partida para a geração do cadastro de produtos é a relação dos subitens componentes da estrutura de pesos. Como a descrição no nível de subitem é muito genérica e, portanto, insuficiente para identificar os produtos com vistas à tomada de preços, torna-se imprescindível um trabalho para identificação do nível ideal de descrição que seja capaz de viabilizar a coleta. Os preços coletados precisam, necessariamente, referir-se ao mesmo produto, para que seja possível medir suas variações no período desejado. O trabalho de especificação deve contemplar todas as características determinantes do preço do produto pesquisado, ou seja, deve ser tal que descreva o produto de forma a individualizá-lo dentre outros semelhantes que, eventualmente, sejam encontrados nos locais pesquisados. Assim, ao produto especificado de forma completa estará associado apenas um único preço. O cadastro de produtos é apresentado no ANEXO C. 2.4.3 Métodos de coleta Para a produção dos índices de preços, faz-se necessário obter informações sobre os preços do conjunto de produtos de uso mais frequente, por parte das famílias. A qualidade do índice produzido dependerá do rigor e critério na obtenção destas informações. Com o objetivo de garantir a qualidade da informação ao longo do tempo, cada preço coletado deve corresponder: a) exatamente ao produto ou serviço descrito no questionário gerado para coleta de preços (Instrumento de pesquisa: ANEXO D); ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 8 b) ao preço de venda à vista, pago em dinheiro ou cheque, realmente cobrado ao público em geral, já deduzido quaisquer descontos; c) a uma mercadoria disponível para venda, ou seja, toda mercadoria exposta e/ou em estoque, desde que seu preço seja conhecido e que a compra possa ser efetuada por qualquer consumidor. O questionário gerado para coleta de preços que contém um conjunto definido de produtos (ver ANEXO D) será aplicado nos estabelecimentos comerciais (ver ANEXO B) durante os cinco primeiros dias úteis de cada mês. 3. Método de cálculo Os índices são calculados a partir dos preços coletados mensalmente. Obtêm-se, na primeira etapa de síntese, as estimativas dos movimentos de preços referentes a cada produto pesquisado. Tais estimativas são obtidas através do cálculo da média aritmética simples de preços dos locais da amostra do produto que, comparadas em dois meses consecutivos, resultam no relativo das médias. Agregando-se os relativos dos produtos através da média geométrica é calculada a variação de preços de cada subitem, que se constitui na menor agregação do índice que possui ponderação explícita. A partir daí é aplicada a fórmula de Laspeyres, obtendo-se todos os demais níveis de agregação da estrutura item, subgrupo, grupo e, por fim, o índice geral da região. 3.1 Cálculo do preço médio do produto. Produtos são as descrições para as quais se coletam preços mensalmente Questionários de Coleta de Preços j Pt 1 nt j ,L Pt nt L1 (1) j Pt Preço médio do produto j no mês t. ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 9 Pt j ,L Preço do produto j, no local L, no mês t. nt Número de locais que compõem a amostra do produto t (mês corrente) 3.2 Estimativa da variação mensal dos preços do produto (relativo do produto) A partir das informações da série histórica de dois meses, a estimativa da variação mensal dos preços do produto j, ou o relativo do produto j, é dado por: Rt 1,t j Pt j Pt 1 (2) j 3.3 Imputações de Preços A situação ideal seria ter um conjunto fixo de locais que, uma vez definido, informasse ad eternum os preços de cada produto pesquisado a cada mês. A inviabilidade prática do paradigma ideal ocorre quer por impossibilidade definitiva da coleta de preços do produto (locais que encerram suas atividades ou mudam de ramo de comercialização), quer por impossibilidade momentânea (produtos que não são encontrados no momento da coleta ou locais que fecham temporariamente). Nestes casos, para manter-se o painel de informantes fixo, a cada dois meses, é utilizada, como recurso, a imputação de preços. Imputar o preço de um produto, em determinado local, significa atribuir um preço na ausência do dado de campo. Assim, se no mês t corrente, certo local L* não informar o preço do produto j, o preço será imputado segundo um dos seguintes critérios: a) Imputação pela média de preços dos locais que apresentam informações no mês corrente, isto é: Pt * j , L* 1 nt j ,L Pt nt L1 ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. (3) Página 10 Pt * j , L* Preço imputado para o local L*, do produto j, no mês t. b) Imputação a partir da repetição do preço do mês anterior do local L* para o produto j. Pt Pt * j , L* Pt 1 * j , L* Pt 1 j , L* (4) Preço imputado para o local L*, do produto j, no mês t. j , L* Preço com o qual o local L* participa do cálculo do relativo do produto j, no mês t-1. A imputação pelo preço médio do mês corrente faz com que o local de preço ausente tenha o seu preço determinado pelos locais restantes. Assim, parte do painel de locais define a estimativa da variação mensal dos preços do produto. Admite-se, como hipótese, que o produto tenha sido adquirido nos locais que apresentaram informações ou que para o consumidor seria indiferente adquirir o produto neste ou naquele estabelecimento. Utiliza-se esse procedimento para os produtos cujos preços não apresentem grandes diferenças entre locais, sendo razoável supor as interpretações mencionadas anteriormente. Por outro lado, observa-se que existem certos produtos cujos preços entre locais apresentam grandes diferenças. É fácil perceber que, nestes casos, não é correto atribuir ao consumidor um comportamento indiferente quanto ao local de aquisição. Para os produtos com tal característica, imputa-se o preço do local no mês anterior, ou seja, supõe-se, na ausência de preço, que no estabelecimento não houve variação. Dessa forma, aguarda-se a informação sobre o preço do referido local, no período subsequente. 3.4 Cálculo no nível subitem O próximo passo consiste na agregação no nível de subitem. Os subitens são compostos por produtos e cada um retrata as diferentes formas de comercialização do subitem. Os produtos que compõem um determinado subitem devem, no mínimo, representar suas características determinantes de preço. Exemplificando: o subitem ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 11 Margarina deve possuir um conjunto de mercadorias que representem as marcas mais consumidas no mercado. O cálculo das estimativas das variações de preços dos subitens deve levar em conta, além das características mercadológicas de cada um, a composição destes agregados. A forma correta de calcular a variação de preços do subitem é combinar as variações individuais dos componentes, pois não faz sentido, por exemplo, obter o preço médio do subitem Margarina somando os preços das embalagens de 200 g, 500 g e 1 kg e dividir este somatório pelo total de preços coletados. m Rtk1,t m Rt j1,t j 1 (5) Rtk1,t É a variação média de preços entre os meses t-1 e t, dos produtos que compõem o subitem k. Rt j1,t É a variação do preço do produto j entre os meses t-1 e t m número de produtos do subitem. Todos os produtos participam do subitem com a mesma ponderação. 3.4.1 Imputações de preços Ao longo do tempo, evidencia-se a importância de manter-se o painel de produtos fixos, sob pena de incorporar falsas variações de preços. Portanto, surge uma limitação de ordem prática, pois é impossível garantir que os produtos sejam mantidos eternamente no mercado. Sendo assim, a exemplo do que é adotado para ausência de preços em locais, é necessário o recurso da imputação para o caso de falta temporária de um produto. O método de imputação no nível de subitem consiste em atribuir ao produto sem cotação a variação média dos demais produtos do subitem. Operacionalmente, trabalhase no nível de local/produto, de modo que para todos os locais, tem-se: ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 12 Pt Pt * j , L* Pt 1 * j , L* Pt 1 j , L* .Rt 1,t 'k (6) Preço imputado do produto j, para o local L*, no mês t. j , L* Preço do produto j, no local L*, no mês t-1. 'k Rt 1,t é a média geométrica das variações dos produtos do subitem k com preços em t-1 e t. Temos: Rt 1,t j 1 nt j , L* 'k P .Rt 1,t t 1 * n L 1 'k t Rt 1,t n * t 1 j ,L Pt 1 * nt 1 L 1 Imputar o preço médio de um produto pela fórmula anterior significa estimar o movimento de preços do subitem considerando-se, apenas, as variações dos preços médios dos produtos para os quais se obteve informação. Não se justifica o uso da imputação de preços em larga escala. 3.5 Cálculo no nível item Para a obtenção dos índices dos itens, emprega-se a fórmula de Laspeyres. O índice de Laspeyres, para medida do movimento de preços entre dois momentos t (período corrente) e 0 (período base). pi qi L0,t n 0 0 j j i 1 p0 q0 j 1 n p i ti p0 (7) pti Roi ,t É o estimador da variação de preços do subitem i entre os momentos 0 e t. p0i ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 13 p0i q0i n p q j 1 j j 0 0 Woi É o peso do subitem i obtido a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar. Tanto Roi ,t como Woi se referem a pequenos agregados de produtos. Para determinar a variação do preço de um item m qualquer desde a sua base até o momento atual: n I 0m,t W0 .R0,t i i i 1 n (8) W0 i i 1 Para determinar a variação do preço de um item m qualquer em ciclos menores (mês a mês, por exemplo): n I tm1,t Wt 1.Rt 1,t i i i 1 n i Wt 1 (9) i 1 I tm1,t Índice do item m entre o período t-1 e t. Wt i1 Peso do subitem i, referente ao momento t-1. Rti1,t Relativo do subitem i entre os períodos t-1 e t. O peso Wt i1 é dado por ( t 2 ): i t 1 W t 2 R ij , j 1 j 0 I j , j 1 W i 0 ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. (10) Página 14 W0i É o peso do subitem i obtido a partir da Pesquisa de Orçamento R ij , j 1 Relativo do subitem i entre os meses j e j+1 I j , j 1 Resultado do índice geral entre os meses j e j+1 O peso mês a mês pode ser obtido: ( peso _ mêst )i ( peso _ mêst 1 )i .(relativo _ subitemi )(t ,t 1) (índice _ geral )(t ,t 1) (11) 3.5 Cálculo no índice regional Para transformar os índices dos m itens em um índice regional, utilizamos a fórmula de Laspeyres. M ICBMR0,t W0m I 0m,t m1 (12) ICBMR0,t Índice de preços entre o período base 0 e o período final t. W0m Peso do item m obtido da Pesquisa de Orçamento. I 0m,t Índice do item m entre os períodos 0 e t. Para o resultado mensal: M ICBMR0,t Wt m1I tm1,t m1 (12) I tm1,t Índice do item m entre os períodos t-1 e t. Wt m1 Peso do item m no período t-1. Para obtê-lo basta somar todos os subitens de um item m qualquer. ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 15 4. Produção e divulgação do índice Com a finalidade de divulgar o índice produzido e as variações ocorridas em cada nível de agregação pesquisado, será criado um Boletim com periodicidade mensal para divulgação dos resultados (Plano para divulgação dos resultados: ANEXO E). 5. Referências FECOMERCIO. Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Índice de preços no Brasil. Um estudo sobre o índice de preços ao consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas: IPCA-IBGE. Cadernos FECOMERCIO de Economia. São Paulo, SP, Outubro, n. 06, 2005. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Para compreender o INPC: um texto simplificado. Coordenação de Índices de Preços. 5ª ed. Rio de Janeiro, 2006. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Despesas, Rendimentos e Condições de Vida. Rio de Janeiro, 2010. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema Nacional de Preços ao Consumidor: métodos de cálculo, 5ª ed, Rio de Janeiro, 14, 2007. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema nacional de índices de preços ao consumidor: estruturas de ponderação a partir da pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Rio de Janeiro, 34, 2005. ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 16 ANEXO A - Cesta padrão com os subitens e suas respectivas estruturas de ponderação Grupo Subgrupo Item Subitem total da cesta original 22,3482 Código Descrição 0000000 Índice Geral 1000000 Alimentação e bebidas 1100000 Alimentação no domicílio Cereais, leguminosas e 1101000 oleaginosas 1101002 Arroz 1101052 Feijão-preto 1102000 Farinhas, féculas e massas 1102006 Macarrão 1102012 Farinha de trigo 1102023 Farinha de mandioca 1102029 Massa semipreparada 1103000 Tubérculos, raízes e legumes 1103003 Batata-inglesa 1103028 Tomate 1103043 Cebola 1103044 Cenoura 1104000 Açúcares e derivados 1104003 Açúcar refinado 1104004 Açúcar cristal 1104052 Chocolate e achocolatado em pó 1105000 Hortaliças e verduras 1105001 Alface 1105005 Couve 1105006 Couve-flor 1105010 Repolho 1105012 Cheiro-verde 1106000 Frutas 1106003 Abacaxi 1106008 Banana-prata Peso original Ponderação interna ´Agosto - 2012´ ´Agosto - 2012´ Rio de Janeiro Rio de Janeiro 100,0000 28,2268 18,4858 100,0000 1,4315 0,8094 0,6221 0,6509 0,4448 0,0775 0,0667 0,0619 0,9363 0,2250 0,4020 0,1603 0,1489 1,1678 0,6482 0,3013 0,2183 0,1630 0,0548 0,0180 0,0240 0,0262 0,0400 0,6382 0,0453 0,2066 6,4054 3,6218 2,7837 2,9125 1,9903 0,3468 0,2985 0,2770 4,1896 1,0068 1,7988 0,7173 0,6663 5,2255 2,9005 1,3482 0,9768 0,7294 0,2452 0,0805 0,1074 0,1172 0,1790 2,8557 0,2027 0,9245 ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. 82,7172 Página 17 1106017 1106018 1106023 1106028 1106039 1107000 1107009 1107018 1107084 1107088 1107089 1107093 1107094 1107095 1107097 1107099 1108000 1108004 1108008 1108012 1108031 1109000 1109002 1109007 1109008 1109010 1109056 1109088 1110000 1110009 1110010 1110044 1111000 1111004 1111009 1111011 1111019 1112000 1112003 1112015 1112017 1112018 1113000 1113013 1113014 Maçã Mamão Pera Uva Laranja-pera Carnes Fígado Carne de porco Contrafilé Alcatra Patinho Músculo Pá Acém Capa de filé Costela Pescados Corvina Namorado Sardinha Merluza Carnes e peixes industrializados Presunto Salsicha Linguiça Mortadela Carne-seca e de sol Hambúrguer Aves e ovos Frango inteiro Frango em pedaços Ovo de galinha Leite e derivados Leite longa vida Leite em pó Queijo Iogurte e bebidas lácteas Panificados Biscoito Pão francês Pão doce Pão de forma Óleos e gorduras Óleo de soja Azeite de oliva 0,1281 0,0810 0,0333 0,0448 0,0991 2,4629 0,0688 0,1638 0,4986 0,4455 0,1228 0,0767 0,1250 0,3453 0,0761 0,5403 0,2122 0,0312 0,0409 0,0283 0,1118 1,2070 0,1086 0,1903 0,4256 0,1772 0,1718 0,1336 1,3458 0,2519 0,8065 0,2875 2,2318 1,2125 0,3656 0,4593 0,1944 2,8912 0,7199 1,8130 0,0791 0,2792 0,7518 0,3800 0,0643 ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. 0,5732 0,3624 0,1490 0,2005 0,4434 11,0206 0,3079 0,7329 2,2311 1,9934 0,5495 0,3432 0,5593 1,5451 0,3405 2,4176 0,9495 0,1396 0,1830 0,1266 0,5003 5,4009 0,4859 0,8515 1,9044 0,7929 0,7687 0,5978 6,0220 1,1272 3,6088 1,2865 9,9865 5,4255 1,6359 2,0552 0,8699 12,9371 3,2213 8,1125 0,3539 1,2493 3,3640 1,7004 0,2877 Página 18 1113040 1114000 1114001 1114022 1114083 1114084 1114085 1115000 1115006 1115039 1115056 1115058 1115075 1116000 1116005 1116010 1116033 1116048 2000000 2100000 2104000 2104008 2104009 2104012 2104015 2104032 6000000 6300000 6301000 6301001 6301002 6301006 6301007 6301010 6301011 6301014 6301015 6301016 6301017 6301020 Margarina Bebidas e infusões Suco de frutas Café moído Refrigerante e água mineral Cerveja Outras bebidas alcoólicas Enlatados e conservas Ervilha em conserva Sardinha em conserva Sopa desidratada Milho-verde em conserva Atum em conserva Sal e condimentos Atomatado Alho Maionese Caldo concentrado Habitação Encargos e manutenção Artigos de limpeza Detergente Sabão em pó Desinfetante Sabão em barra Amaciante Saúde e cuidados pessoais Cuidados pessoais Higiene pessoal Produto para cabelo Fralda descartável Produto para pele Produto para higiene bucal Produto para unha Perfume Desodorante Absorvente higiênico Sabonete Papel higiênico Artigos de maquiagem 0,3075 1,8296 0,1420 0,4816 0,8998 0,2225 0,0837 0,0958 0,0134 0,0284 0,0155 0,0227 0,0159 0,4699 0,1956 0,1604 0,0644 0,0494 17,9170 10,8286 0,8357 0,1708 0,3930 0,0859 0,1057 0,0802 9,5406 3,0267 3,0267 0,2492 0,0809 0,3036 0,2798 0,1785 1,1015 0,1026 0,0611 0,2588 0,2643 0,1465 ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. 1,3759 8,1868 0,6354 2,1550 4,0263 0,9956 0,3745 0,4287 0,0600 0,1271 0,0694 0,1016 0,0711 2,1026 0,8752 0,7177 0,2882 0,2210 3,7395 3,7395 3,7395 0,7643 1,7585 0,3844 0,4730 0,3589 13,5434 13,5434 13,5434 1,1151 0,3620 1,3585 1,2520 0,7987 4,9288 0,4591 0,2734 1,1580 1,1826 0,6555 Página 19 ANEXO B - Cadastro de informantes ANEXO C - Cadastro de produtos ANEXO D - Instrumento de pesquisa: Questionário ANEXO E - Plano para divulgação dos resultados ICBMR - Manual com orientações metodológicas – 1ª Edição – 2012. Página 20