Untitled

Transcrição

Untitled
É
com grande prazer que apresentamos Água, uma
exposição – realizada pelo Instituto Sangari em
parceria com o Museu de História Natural de Nova
York – que explora as características que tornam
esse composto indispensável a todas as formas de vida.
A mostra vai apresentar a água de forma surpreendente, desde
sua origem, há 4,5 bilhões de anos, até os dias de hoje.
Ao realizá-la, o Instituto quer contribuir com a democratização
do saber e a inclusão social por meio da divulgação científica,
cultural e tecnológica.
A ação educativa desta exposição busca o diálogo entre o
conteúdo exposto e os diversos públicos que o acessam.
Aqui, caberia destacar a possibilidade de conceber a visita
como uma situação que envolve atividades prévias (de
aproximação com o que será visto na exibição), atividades
para serem feitas durante a visita (apreciação e contato com
diferentes fontes informativas) e atividades para serem feitas
depois, em sala de aula (desdobramentos, análise e síntese).
Para uma participação ainda mais ativa de todos é
importante ressaltar as especificidades do processo
educativo que caracterizam os espaços expositivos e a
escola. As práticas educativas desses espaços podem
se complementar, especialmente quando existe um
planejamento para que isso aconteça. Nesse sentido,
acreditamos que seja papel da exposição abrir portas
para aguçar a curiosidade, aproximar o visitante de
diferentes aspectos da água, propiciar momentos de
lazer, diversão, conversas, contemplação e interação com
objetos diversos.
Acreditamos também que essas funções possam conversar,
e muito, com as atividades desenvolvidas na escola.
Quer saber mais? Quer fazer da sua visita uma experiência
significativa? Então, é só se debruçar sobre o material e
conhecer seu conteúdo antes da visita à exposição.
Equipe do Instituto Sangari
Novembro de 2010
S
Carta ao Professor
S
Caro(a) professor(a),
A água é um conteúdo que pode ser explorado de diversas
formas, mas tratá-la como um tema multidimensional não é
tarefa simples. Uma aproximação nesse sentido é apresentada
na exposição Água, na qual o tema é tratado sob diversos
enfoques, de maneira instigante e interativa.
A exposição explora o fato de a água ser essencial a todos os
seres vivos, desde plantas e animais até as bactérias.
Para além da associação água + vida, esse recurso está ligado
a um vasto ciclo que envolve propriedades físicas e químicas e
desempenha papel fundamental na formação da paisagem e
no controle climático do planeta.
A água não se distribui de maneira uniforme, ela é abundante
em alguns locais e escassa em outros, o que nos desafia quanto
ao seu uso. Os benefícios originados pelo fornecimento de água
potável às regiões com escassez podem transformar a vida de
bilhões de pessoas. Os sistemas naturais de água doce e salgada
são frágeis, porém, recuperáveis, e as ações que realizarmos hoje
poderão revitalizar esse recurso e evitar o comprometimento
do que resta. Entre as principais ações de recuperação dos
ambientes aquáticos podemos citar: tratamento de lixo e
esgoto, reflorestamento de áreas próximas a corpos d´água,
preservação das nascentes e das florestas, manutenção dos
mangues e dunas etc.
Essas questões foram norteadoras para a elaboração deste
caderno que tem o propósito de ajudá-lo no planejamento da
sua visita à exposição, bem como na mediação pedagógica
que poderá ser construída junto a seus alunos. A visita pode ser
planejada com base neste material e se relacionar a atividades a
serem desenvolvidas em sala de aula antes, durante e depois,
o que tornará a experiência ainda mais significativa.
Lançando mão de textos informativos, imagens, diagramas,
ilustrações e sugestões de atividades, esperamos que você
e seus alunos se aproximem ainda mais deste tema tão
fascinante que é a ÁGUA.
S
Sumário
S
4
Apresentação
6
Eixos Temáticos
18
Texto Reflexivo
22
Orientações para Atividades
28
Glossário
29
Para Saber Mais
30
Anotações
Uma breve descrição dos conteúdos expositivos
ilustrados com imagens.
Textos de apoio e sugestões de atividades que
poderão ajudá-lo a planejar a visita à exposição
com foco em três abordagens possíveis: "Água e
seres vivos", "Água e energia" e "Água e poder".
Texto que explora diferentes manifestações
culturais e artísticas sobre água.
Atividades que podem ser desenvolvidas em sala
de aula, antes ou depois da visita à exposição.
Explicações breves sobre os conceitos apresentados.
Indicação de sites e livros relacionados.
Espaço de registro para planejar seu percurso de
visita com os alunos e para ser usado durante a
visita à exposição.
S
Apresentação
S
A
exposição Água faz uma viagem pelo planeta
Terra, explorando as características físicas e
químicas desse líquido, suas formas de uso pelas
diferentes espécies de plantas e animais, até as
relações que as culturas constroem com a água.
Esses instigantes temas são apresentados por meio de
diversos recursos expositivos como vídeos, painéis de texto,
objetos interativos, obras de arte, entre outros. A mostra
busca, ainda, propiciar momentos de observação, lazer,
diversão, aprendizagem, encantamento e fascínio em todos
os espaços expositivos:
• Propriedades da água: A versatilidade da água no
nosso planeta – sua capacidade de existir como líquido,
sólido e gás.
• Ambientes aquáticos e ecossistemas: Um passeio a
alguns ecossistemas e grandes ambientes aquáticos.
• Seres vivos e adaptações: Vida na água: você tem ideia
da diversidade de organismos aquáticos e suas adaptações
para viver em ambientes adversos?
• Água como recurso: Patrimônio líquido: a água como um
recurso fundamental para a vida.
• Água como bem imaterial: A utilização da água como
recurso artístico.
• Intervenção humana e impactos: O que fazer e o que
não fazer: os impactos da ação humana sobre os ambientes
e ecossistemas aquáticos.
• O mar e o espaço como fronteira: Oceanos como
fronteira e água no universo: questões importantes para
pensarmos hoje em dia.
4
Exposição Água
Pantanal
matogross
ense:
um exemp
lo da
relação en
tre
água e vid
a
www.aguanaoca.com.br
5
S
Eixos Temáticos
S
E
mbora os temas sugeridos possam ser tratados em
todos os segmentos da escolaridade, propomos
uma sequência de atividades para cada um deles:
“Água e seres vivos” – Ensino Fundamental I;
“Água e energia” – Ensino Fundamental II; “Água e poder” –
Ensino Médio.
têm
As baleias
ada
m
ca
sa
es
esp
sob
ra
u
de gord
a pele para
a perda
diminuir
de calor
Abordagem 1:
Água e seres vivos
Sobreviver
em ambientes
extremos:
um desafio e tanto
A vida no planeta Terra existe
em qualquer lugar em que haja
água, por mais escassa que ela
seja, o que a define como essencial
para todos os seres vivos.
Com base nesta constatação
é possível explorar assuntos
instigantes relacionados à forma
como diferentes espécies de
plantas e animais, incluindo o
ser humano, sobrevivem em
ambientes com escassez de água –
como a Caatinga –, em outros nos
quais o líquido é abundante, como
rios, lagos e oceanos, e em outros
em que a água está associada a
uma condição adversa extrema,
como excesso de sal, temperaturas
muito altas ou muito baixas.
A forma e a função dos órgãos e
tecidos dos organismos, junto
com características
comportamentais, permitem que
diferentes espécies habitem e
tolerem condições ambientais,
muitas vezes, inimagináveis.
6
Exposição Água
Adaptação e
seleção natural
A adaptação – resultado
da seleção natural – ocorre
em linhagens de seres
vivos e leva à evolução de
características estruturais,
fisiológicas, comportamentais
ou metabólicas que podem
aumentar as chances de
sobrevivência e de reprodução
em determinados ambientes.
Como as características do
ambiente podem mudar
no tempo e no espaço, os
organismos estão em contínuo
processo evolutivo.
Esse processo envolve longos
períodos de tempo e várias
gerações. Isto é, essas
mudanças não acontecem ao
longo da vida de um único
organismo, mas são notadas ao
longo de várias gerações.
Há um século e meio, Charles
Darwin elaborou uma explicação
científica para a diversidade
da vida na Terra: a evolução
pela seleção natural. A seleção
natural é um mecanismo por
meio do qual as populações
de organismos evoluem e
se adaptam a diferentes
ambientes. Aqueles indivíduos
menos aptos a viver em um
ambiente têm menos chances
de sobreviver e de se reproduzir,
sendo eliminados da população.
Mas, como os ambientes
mudam, aqueles indivíduos
menos aptos a viver em um tipo
de ambiente podem ser aptos
em outro contexto ambiental.
Dessa forma, esses complexos
processos evolutivos levam à
diversificação dos seres vivos.
Conheça, agora, as características adaptativas de algumas
espécies de plantas e animais relacionadas com a água em
ambientes extremos.
Ambientes de águas frias e congeladas
A rã dos bosques (Lithobates
sylvaticus), anfíbio encontrado
na América do Norte, consegue
Rã dos
bosques: u
tolerar o congelamento do seu
m
anfíbio qu
e
corpo ocasionado pelas baixas
sobrevive
em
ambientes
temperaturas nas águas e no
congelados
ambiente das florestas boreais,
onde ela vive.
Algumas características permitem
que essa rã sobreviva a essa
condição: 1) diversos tipos de
proteínas especializadas (também
conhecidas como proteínas
anticongelantes) preservam alguns tecidos do congelamento; 2) substâncias
como a ureia e os açúcares são acumulados no plasma e atuam como
“protetores”, evitando o congelamento dos tecidos.
Outros tipos de mecanismos que evoluíram para gerar adaptações em
ambientes de frio extremo podem ser observados em mamíferos que
habitam as regiões árticas. Baleias e focas que se expõem durante o inverno
a águas de temperaturas muito baixas apresentam densas camadas de
gordura (tecido adiposo) perto da pele, que servem como isolante térmico
(ver ilustração abaixo).
Camadas da pele da baleia
Epiderme
Derme
Gordura
Tecido
conectivo
Fáscia
Músculo
Essas camadas são vascularizadas, isto é, apresentam muitos vasos e capilares
sanguíneos e, nelas, é possível controlar o fluxo de sangue de maneira que o
próprio grau de isolamento térmico possa ser regulado.
www.aguanaoca.com.br
7
S
Eixos Temáticos
S
Ambientes de águas salgadas
Os ambientes de água salgada, como oceanos, podem ser desafiadores para
espécies que habitam nesse meio, pois o líquido externo apresenta maior
concentração de sal do que os líquidos internos dos organismos. O desafio
consiste em manter um equilíbrio entre meio externo e meio interno, caso
contrário os líquidos tenderiam a se movimentar do corpo, o meio menos
“salgado”, ou menos concentrado, para o ambiente externo, ou o mais
“salgado”, com maior concentração de solutos.
Os peixes marinhos perdem água constantemente, e a água salgada
do mar é a única disponível para beber. Para remover o excesso de
sal que ingerem, alguns mecanismos são utilizados: a filtração e
eliminação de grandes quantidades de sal na urina, por meio dos
rins, e, principalmente, a eliminação de sal por meio de glândulas
especializadas localizadas nas brânquias.
Assim, os animais que vivem no oceano ou, como as aves, próximo
dele, desenvolveram alguns mecanismos para eliminar o excesso de sal
proveniente do exterior, mantendo a concentração de água nos seus tecidos
em níveis adequados. O albatroz também tem em seu bico uma glândula
que elimina o sal que ele ingere.
Os peixes
marinhos
eliminam
eio
sais por m
las
u
d
de glân
em suas
brânquias
8
Exposição Água
Glândulas de sal
Glândulas que retiram sal
do corpo e o liberam para o
ambiente têm surgido ao longo
da evolução em linhagens tão
diversas como répteis e aves.
Uma
exposição
na escola:
a vida em
ambientes
extremos
o
Este lagart
a
za
utili
água que
em
condensa
ara
sua pele p
no
er
iv
v
re
sob
deserto
Amplie o conhecimento dos
alunos sobre as características
adaptativas de outras espécies
incentivando-os, por meio da
visita à exposição e de pesquisas,
a conhecer outras espécies, como
o rato-canguru, pequeno roedor
encontrado na América do Norte,
que tem um eficiente metabolismo
para excretar uma urina muito
concentrada (com pouca água) e
obter água dos alimentos sólidos
ingeridos. Outro exemplo de
espécie que permite relacionar
as características adaptativas dos
seres vivos com a água é o besourodo-deserto.
Instigue-os a procurar imagens
dessas e de outras espécies animais
e vegetais e promova a realização
de uma exposição nos corredores da
escola, na sala de aula, ou ainda em
seus arredores, na qual os alunos
possam compartilhar uns com
os outros as imagens coletadas,
as espécies e as características
anatômicas, fisiológicas e/ou
comportamentais que foram
identificadas nas pesquisas.
Essas informações poderão ser
produzidas por meio de fichas
técnicas, textos ou outras produções
discursivas que acompanhem cada
uma das imagens que farão parte
da exposição. Textos em forma
de “você sabia?” são bastante
pertinentes como maneira de
sistematizar as informações e
curiosidades coletadas pelo grupo.
Ambientes com escassez de água
Em ambientes muito secos podem ser detectadas interessantes adaptações
relacionadas tanto à forma e função quanto ao comportamento das
espécies. Esse é o caso do lagarto Moloch (Moloch horridus), réptil
encontrado na Austrália. A pele desse lagarto, além de estar coberta por um
complexo arranjo de espinhos (que o protege de predadores), dá a ele uma
grande capacidade de absorver líquidos do ambiente. A água acumulada
na pele, resultado do fenômeno de condensação, chega até a boca do
lagarto por meio de um transporte passivo realizado em minúsculos canais.
Dessa forma, ele nem precisa se mexer para alcançá-la.
Além dos animais, as espécies vegetais localizadas em zonas de baixa
umidade possuem, também, características adaptativas para conservar ou
obter água do ambiente. O cacto, por exemplo, armazena água no caule,
e suas folhas modificadas em espinhos diminuem a perda de água por
evaporação. Características como essas podem ser observadas nos cactos
da Caatinga brasileira (ver "2 – Todos os seres vivos precisam de água?"
disponível nas "Orientações para atividades", na página 24).
www.aguanaoca.com.br
9
S
Eixos Temáticos
S
Abordagem 2:
Água e energia
Os rios, O homem e o
uso da água
Além de a água ser a base da vida
na Terra, ela transforma o modo
como se vive. Há muito tempo o
homem utiliza o potencial da água
para diferentes fins, entre eles
para se locomover e gerar energia.
As rodas-d’água eram utilizadas
por nossos antepassados para
fornecer energia para os moinhos.
A força da água dos rios fazia a
roda girar e, consequentemente, o
moinho funcionar.
Nos últimos cem anos, povos em
todo o mundo têm construído
barragens para controlar inundações
e utilizar a água e a energia presentes
nos grandes rios. Atualmente, as
barragens geram 23% da energia
elétrica mundial e fornecem a água
necessária para as cidades e para a
irrigação. Aproximadamente 97%
da energia elétrica utilizada no Brasil
provém dos rios.
Nesse contexto, vale entender
seu funcionamento, conhecer
as principais usinas hidrelétricas
brasileiras e os projetos a
elas associados.
Usina Hidrelétrica
de Itaipu
Localização: rio Paraná –
Foz do Iguaçu (Brasil) e
Ciudad del Este (Paraguai)
Início da construção: 1975
Inauguração: 1982
Capacidade de geração:
14.000 MW
Altura da barragem: 196 m
Comprimento da barragem: 7.700 m
Área alagada: 1.350 km²
O caso das hidrelétricas brasileiras
O Brasil é o terceiro país em potencial hidrelétrico, ficando atrás apenas
do Canadá e dos Estados Unidos. Entre alguns exemplos dessa potência
podemos citar as conhecidas usinas hidrelétricas Tucuruí, no rio Tocantins,
Itaipu, no rio Paraná, e Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.
A hidrelétrica de Tucuruí é uma das grandes obras da engenharia
mundial. Está localizada no município de Tucuruí, a cerca de 400 km
de Belém, no estado do Pará. Foi construída para a geração de energia
elétrica e para tornar navegável um trecho do rio Tocantins.
10
Exposição Água
Funcionamento de uma usina hidrelétrica
Usina Hidrelétrica
de Tucuruí
Localização:
rio Tocantins – Tucuruí, Pará
Início da construção: 1976
Inauguração: 1984
Capacidade de geração:
8.340 MW
Altura da barragem: 78 m
Comprimento da barragem: 8.005 m
Área alagada: 2.850 km2
A água represada possui energia potencial gravitacional que se converte
em energia cinética durante a queda. Essa energia cinética é transferida
às turbinas, que movimentam o gerador. O gerador, por sua vez, converte
essa energia cinética em energia elétrica que será enviada pelas linhas de
distribuição ao seu destino.
Barragem
Linhas de
distribuição
de energia
Casa de
força
Gerador
Duto
Turbina
Rio
Projeto do
rio Madeira
A construção da
s usinas
hidrelétricas do
rio Madeira faz
parte de um gr
ande projeto pa
ra o
desenvolvimento
sustentável da
re
gião
amazônica. Os
estudos de enge
nh
ar
ia
adotaram cuidad
os para que os
impactos na cons
trução das usin
as
sejam os menor
es possíveis. As
áreas
inundadas serã
o praticamente
as
mesmas já inun
dadas durante
as
cheias anuais do
rio.
www.aguanaoca.com.br
11
S
Eixos Temáticos
S
Barragem
de
da represa
Três
Gargantas,
na China
hidrelétricas – prós e contras
Apesar de bem vistas, essas grandes
obras de engenharia sempre trazem
impactos positivos e negativos para
as regiões. Por um lado, representam
uma fonte de energia elétrica limpa
(quando comparada a combustíveis
fósseis usados nas termelétricas,
por exemplo) muito utilizada,
principalmente no Brasil, que tem
um enorme potencial hidrelétrico.
Por outro lado, sua construção
impacta negativamente o local,
destruindo habitats e espécies de
plantas e animais e deslocando
milhares de pessoas de seus lares.
No entanto, ainda é um tipo
de energia barata em relação à
energia nuclear, por exemplo, e
menos agressiva ambientalmente
do que a queima de combustíveis
fósseis não renováveis, como o
petróleo ou o carvão.
Leia as informações dos quadros e
construa uma ideia própria sobre os
impactos que as hidrelétricas geram.
12
Exposição Água
Prós
• A energia é gerada sem a queima de combustível, reduzindo os riscos ao ambiente
• A água utilizada no processo é provida pela natureza
• A energia gerada tem um importante papel na redução da emissão de gases
na atmosfera
• O processo envolve relativamente poucas operações e baixos custos de operação
• A tecnologia usada é confiável e testada ao longo do tempo
• É renovável
• Possibilidade de outros usos, como produção de biomassa, navegação,
recreação, além da geração de energia
Contras
• Altos investimentos
• Depende do regime de chuvas
• Pode levar a alagamentos de áreas e habitats
• Pode gerar modificação nos habitas de espécies de animais e plantas,
terrestres e aquáticos
• Pode mudar a qualidade da água reservada e dos córregos
• Pode mudar o curso dos rios
• Deslocamento de pessoas dos seus lares
• Alteração da paisagem
Outras soluções
• Energia das marés
Em todo o mundo, ondas
poderosas quebram na
terra, ao passo que as
marés sobem e descem
em incontáveis baías e
braços de mar. Por que
não aproveitar essa
energia limpa e renovável
da água? Engenheiros
e outros profissionais
têm feito essa pergunta
e, atualmente, vários
projetos estão propondo o
aproveitamento da energia
das ondas e marés.
Energia das marés ou energia maremotriz é mais uma maneira de
aproveitar a energia potencial da água para a geração de eletricidade,
neste caso, por meio da diferença de altura entre as marés alta e baixa.
Para capturar a energia é preciso uma estrutura similar à de uma
hidrelétrica. Cria-se uma barragem que enche com a subida da maré e,
ao esvaziar, a água passa por geradores que produzem energia.
Três exemplos concretos podem ser encontrados: em La Rance, na
França; em Kislaya Guba, na Rússia; e em Annapolys Royal, no Canadá.
No Brasil, estudos na região de Belém, no Pará, e em áreas adjacentes
identificaram a existência de engenhos de maré coloniais localizados
no estuário amazônico, datados dos séculos XVII e XIX. Além disso, um
trabalho de arqueologia em antigos engenhos de maré na foz do rio
Amazonas resultou na construção de um modelo modernizado para
geração de energia residencial que utiliza as variações no nível dos
igarapés em virtude das marés do estuário.
• Energia das ondas
As ondas transportam uma grande quantidade de energia, mas
saber como aproveitá-la é um desafio. Esse esforço pode valer
a pena, pois trata-se de uma energia que não polui o ambiente.
Segue um exemplo de como isso é possível.
O Sistema Pelamis de utilização da energia das ondas é composto de
geradores cilíndricos conectados, cada qual com o tamanho de um
vagão ferroviário. Eles se flexionam conforme o movimento das ondas.
Esse balanço cria pressão sobre um sistema hidráulico existente dentro
de cada segmento, gerando energia.
Serpente
das ondas:
a primeira
fazenda
de ondas co
mercial
estreou na
costa de
Portugal,
em 2006
www.aguanaoca.com.br
13
S
Eixos Temáticos
S
Referências para a pesquisa:
Um debate para se posicionar:
construção de usinas hidrelétricas,
sim ou não?
Com base em uma pesquisa sobre a construção de uma usina hidrelétrica proponha
aos alunos um debate no qual devem assumir diferentes pontos de vista.
Como diferentes setores da sociedade são afetados pela construção dessas usinas,
foram escolhidos para esta atividade quatro grupos sociais para representar a posição
de alguns dos principais personagens diretamente envolvidos num empreendimento
desse tipo: os representantes do governo local, os moradores da região que serão
realocados, empresários e ambientalistas. A primeira tarefa é orientá-los para que
pesquisem e selecionem na internet – e em outras fontes como jornal, revistas,
livros, se julgar adequado – textos que defendam a construção da usina e outros
que sejam contrários a sua construção. (Indicamos ao lado algumas referências
para esta pesquisa.) A atividade de análise e leitura dos textos deve permitir
que os alunos percebam a magnitude desse projeto e reflitam sobre os impactos
sociais, econômicos e ambientais dessa construção. Eles devem, então, preparar-se
para um debate lendo os textos do ponto de vista dos diferentes grupos sociais
envolvidos na construção e devem defender um ponto de vista. A atividade tem
como propósito evidenciar posicionamentos diferentes e contrapô-los num exercício
de argumentação. É importante ficar claro que não é preciso concordar com os
argumentos apresentados pelo grupo social que eles vão representar no debate, mas
compreender os diferentes pontos de vista e perceber a complexidade do problema
ao se colocar no lugar desses diferentes grupos sociais.
Durante a
rução da
st
n
co
de
barragem
ntas
a
rg
a
G
s
Trê
vários
ocorreram
protestos
14
Exposição Água
O projeto de Tijuco Alto e seu
histórico
http://www.socioambiental.org/inst/
camp/Ribeira/tijuco
Uma barragem em disputa no
Ribeira
http://www.sescsp.org.br/sesc/
revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_
Id=292&breadcrumb=1&Artigo_ID=4
582&IDCategoria=5219&reftype=1
Fontes renováveis: energia
hidráulica
http://www.aneel.gov.br/arquivos/
PDF/atlas_par2_cap3.pdf
Os impactos ambientais dos
reservatórios artificiais
http://www.ecodebate.com.
br/2010/08/04/os-impactosambientais-dos-reservatoriosartificiais-artigo-de-altair-salesbarbosa/
Abordagem 3:
Água e poder
Marginal
do rio
Pinheiros,
em
São Paulo
, um
desafio à ge
stão de
recursos h
ídricos
Água: um bem
que vale ouro
A constatação de que a água
é um recurso finito e um bem
comum à humanidade reforça a
problemática em torno do seu uso.
Para abordar um aspecto desse
desafio tomemos como exemplo
o Brasil. De um lado, é o país
detentor de 12% da água doce
superficial disponível no planeta
(segundo a Organização das
Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação – FAO), por outro
lado, sua distribuição pelo território
nacional é desigual, em especial
se comparada à concentração
de população. Na região Norte,
que conta com apenas 7% da
população do país, concentra-se
68% dessa água. Na outra ponta,
Nordeste e Sudeste concentram
72% da população brasileira e
menos de 10% da água.
A região Sudeste faz parte da
região hidrográfica do Paraná,
com 32% da população
nacional, e apresenta o maior
desenvolvimento econômico do
país. O crescimento de grandes
centros urbanos, como São
Paulo, Curitiba e Campinas, em
rios de cabeceira tem gerado
uma grande pressão sobre os
recursos hídricos. Esse resultado
é uma associação entre dois
fatores: o aumento da demanda
por água e a diminuição de
sua disponibilidade graças à
contaminação por efluentes
domésticos, industriais e
drenagem urbana. Diante
desse quadro, parece não haver
Consumo de água
A tendência ao aumento do consumo – e a consequente diminuição da
quantidade de água disponível para as atuais e futuras gerações – está
relacionada, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas
(ONU), com o crescimento populacional, a melhoria do padrão de vida em
muitos países, a demanda por maior produção de alimentos e o aumento
da produção de energia, particularmente de biocombustíveis. Aliado ao
aumento da demanda é importante considerar o desperdício de água
em diferentes usos – nas áreas urbanas, na indústria e na agricultura
–, o que consiste num dos fortes motivos para reverter as tendências de
esgotamento apontadas pela ONU. Outro aspecto importante diz respeito
à poluição dos mananciais superficiais e aquíferos subterrâneos e à
degradação das bacias hidrográficas e áreas de recarga dos aquíferos por
processo de desmatamento, degradação de cabeceiras e margens de rio.
nenhuma ação para reverter esse processo, principalmente quando nos
damos conta da difícil situação em que se encontra a maior cidade do
país em relação ao abastecimento de água.
Uma das soluções apontadas como viável para aumentar a oferta
de água em São Paulo é a reversão de bacia hidrográfica, um
empreendimento de engenharia no qual o curso de um ou mais rios
é alterado para suprir a necessidade do município. Essa grande obra
tem custos elevados de implementação e depende de muita discussão
em âmbito estadual, municipal e federal, já que as bacias em estudo
atravessam mais de um estado brasileiro e diversos municípios.
www.aguanaoca.com.br
15
S
Eixos Temáticos
S
A gestão dos
recursos hídricos
Para refletir sobre um tema tão
desafiador como o uso da água, não
podemos excluir as esferas políticas,
sociais e econômicas. Quando
se estabelece o diálogo entre os
diferentes segmentos da sociedade,
caminhamos para uma nova forma
de pensar a relação humana com a
água. Chamamos isso de gestão de
recursos hídricos.
O primeiro fundamento da Lei
das Águas (também conhecida
como Política Nacional de Recursos
Hídricos) diz que a água é um bem
de domínio público. Dessa forma,
somos responsáveis pelo uso
sustentável desse recurso limitado e,
por isso, devemos aliar todos os usos
para evitar danos irreversíveis para
o ecossistema e para as populações
que habitam áreas de bacias
hidrográficas. Essa lei afirma, ainda,
que “a gestão dos recursos hídricos
deve ser descentralizada e contar
com a participação do Poder Público,
dos usuários e das comunidades”.
Fórum Mundial da Água
O Fórum Mundial da Água é um consórcio que envolve vários atores,
incluindo autoridades governamentais nacionais, parlamentares,
autoridades locais, usuários da água, representantes do Terceiro Setor,
ONGs e pesquisadores. Esse fórum foi estabelecido em 1996, em resposta
à demanda da comunidade global por debater os assuntos ligados à água,
e tem por missão: “promover a conscientização, o compromisso político e a
ação sobre as questões críticas da água em todos os níveis, incluindo o mais
alto nível decisório, para facilitar a gestão e o uso eficiente da água em todas
as suas dimensões numa base ambiental sustentável”.
O evento tem ampla participação de jovens e crianças, que deram um
exemplo de cidadania e de preocupação com as águas, com as 135 crianças
do III Fórum Mundial da Água das Crianças e mais de 200 jovens vinculados
ao Fórum dos Jovens.
A posição brasileira frente ao uso dos recursos hídricos tem mudado muito
em função das alterações causadas ao meio ambiente (desmatamentos,
queimadas, agricultura e pastagens, poluição, entre outras), do aumento das
cidades e da urbanização crescente de áreas rurais e verdes. O grande desafio
para os próximos anos é aliar esforços na preservação e na manutenção
da qualidade da água e na sua distribuição, bem como na expansão do
saneamento básico, mas sem desconsiderar todos os envolvidos no processo,
desde os usuários, governantes, representantes locais, ONGs, instituições
de ensino e pesquisa, escolas, moradores, e todo o leque de pessoas que
de alguma maneira devem estar informadas e preparadas para atuar na
manutenção desse bem comum indispensável à vida.
O fórum para esses debates
participativos sobre o presente e o
futuro das bacias hidrográficas em
âmbito nacional se dá nos chamados
Comitês de Bacia Hidrográfica,
instituídos no âmbito do Sistema
Nacional de Recursos Hídricos e
dos Sistemas Estaduais, também
conhecido como parlamento das
águas, por seu caráter participativo
e descentralizado.
e
s dos rios
das margen
os
u
d
sí
re
Ocupação
e
to
to de esgo
lançamen
equentes
blemas fr
ro
p
o
sã
frentam
sólidos
en
s
es público
or
st
ge
os
m soluções
que
uais busca
e para os q
16
Exposição Água
Protesto d
urante
o V Fórum
Mundial d
a
Água, rea
lizado
em Istam
bul,
na Turquia
,
em 2009
Um fórum sobre a água – propostas
para a falta de água no mundo
Prepare seus alunos para trabalharem com o tema água de uma maneira
participativa e questionadora. Proponha a leitura e a análise de notícias veiculadas
na internet, no jornal ou em outra fonte sobre o Fórum Mundial da Água e
sobre problemas e questões atuais relacionados a esse recurso. Sites como o
da Agência Nacional da Água (www.ana.gov.br) e Planeta Sustentável (http://
planetasustentavel.abril.com.br/), da editora Abril, podem ser um bom começo.
Peça aos seus alunos que individualmente levantem um problema sobre o uso da
água segundo a visão deles e a pesquisa realizada. Registre os problemas que
foram identificados e divida a turma em grupos. Eles devem escolher um assunto
considerando as características do problema levantado e justificar os critérios de
escolha adotados. A escolha deve se basear em quem é afetado pelo problema
(um indivíduo, a comunidade, o país etc.) e como isso acontece (se causa danos,
se apenas traz desconforto, se depende de outros fatores para acontecer, entre
outros). Os alunos devem, então, propor uma solução possível para esse problema
e apresentar aos demais.
Agência Nacional
de Águas
Além das políticas municipais
e estaduais para a gestão
dos recursos hídricos, o Brasil
tem investido numa política
voltada ao uso da água em
caráter nacional, por meio da
Agência Nacional de Águas
(ANA). Entre as principais metas
estabelecidas pelo governo
federal, por meio da ANA, estão
o suprimento do abastecimento
e o saneamento básico para
toda a população nacional.
Essas metas estão sintetizadas
nas memórias do V Fórum
Mundial da Água, em 2009.
Ao final do fórum, peça que a classe indique o problema que considera mais
importante, partindo de quem é afetado por ele e como, e que julgue a solução mais
pertinente com base nas ideias que os grupos apresentaram. Organizar um mural com
os resultados das discussões e as propostas de solução pode ser uma ótima maneira de
socializar o trabalho e dar a conhecer as ideias e o posicionamento dos alunos.
www.aguanaoca.com.br
17
S
Texto Reflexivo
S
A
s diferentes visões dos povos sobre a água e
a forma como isso altera a maneira de o ser
humano se relacionar com ela influenciam
hoje a narrativa da água, composta de vários
discursos: das ciências, das religiões, da filosofia, da tradição
oral, da comunicação, da educação etc. Que tal explorar um
pouco mais essas relações e possibilidades?1
1. Texto de referência: Poéticas líquidas: a água na arte contemporânea,
de Hugo Fernando Salinas Fortes Junior. Tese de doutorado. Universidade
de São Paulo, 2006.
Água: mitos, ritos e símbolos
tação
Represen
anjá
m
Ie
de
Para começar a refletir sobre a água e seu significado para o ser
humano, devemos considerar alguns aspectos relativos ao seu uso
pelas culturas, bem como aos mitos e símbolos a ela atribuídos.
Esse legado é uma herança cultural da qual muitos artistas se
alimentam nos dias de hoje.
Isso nos remete ao papel da água na formação do mundo,
abordado em textos sagrados, entre os quais o Gênesis, no Antigo
Testamento, a cosmologia babilônica, ou em mitos gregos e ainda
na premissa de que o mundo é formado por quatro elementos
essenciais: água, fogo, terra e ar, segundo a ideia de Empédocles,
filósofo greco-romano do ano 400 a.C.
Rituais de
purificaçã
o
e limpeza
no
rio Gange
s,
na Índia
Além de ser um elemento essencial em mitos de criação, a água é
vista como elemento de destruição e transformação. Por exemplo,
textos de alquimistas datados de 300 a.C. associam a água a
processos de transformação do corpo em espírito.
Ao longo da história, criaturas simbólicas têm sido relacionadas
à água. Basta pensar nos deuses das águas, como Netuno (deus
romano) e Poseidon (deus grego). Orixás do candomblé são
outros exemplos, entre eles Iemanjá, rainha do mar, e Oxum, orixá
feminino cujo nome deriva do rio Osum. Vemos, ainda, que mitos
caiçaras dizem respeito a criaturas simbólicas, como a Mãe d´Água,
figura protetora das águas e da pesca.
Convívio
social em
praias
Antigos ritos culturais e batismais realizados em rios ainda estão
presentes nos dias de hoje, e a eles é atribuído o sentido de
purificação pela água.
Outro tipo de associação, desta vez entre água, saúde e convívio
social, pode ser encontrado atualmente em praias e banhos
minerais oferecidos a turistas em diversas regiões do país.
18
Exposição Água
Água e pintura: breve descrição histórica
dessa relação
Na pintura, associada a diferentes períodos históricos, é possível
encontrar simbolismos relacionados à água. No Renascimento, por
exemplo, muitas obras fazem referência a ela como fonte de vida, de
energia espiritual e de purificação.
No século XVII e na primeira metade do XVIII, a água é retratada de
forma menos religiosa e mais objetiva, ressaltando suas associações com
o cotidiano. Paisagens banhadas por água, barcos, pesca e ambientes
aquáticos são alguns exemplos.
Já durante a segunda metade do século XVIII, a natureza passa a ser
expressão dos sentimentos dos artistas e de seus questionamentos.
No século XIX, a ciência, os avanços científicos, o estudo e a
exploração da natureza influenciam as representações da água. Para os
impressionistas, ela é um elemento para representar efeitos ópticos e
jogos de luz. Pinturas de regiões costeiras de artistas brasileiros, como
Benedito Calixto, passam a retratar de forma documental e acadêmica o
litoral de São Paulo.
A vida urbana que marca o século XX muda a relação do homem com
a natureza. Propriedades físicas e químicas, fenômenos e conceitos
associados à água (como flutuação) passam a ser incorporados na
constituição das obras. O desaparecimento de estilos artísticos e a
valorização de poéticas individuais marcam esse período.
Parte da ob
ra
Inundaçã
o da
Várzea do
Carmo,
de Benedit
o
Calixto, 1
892.
Acervo do
Museu
Paulista d
a USP
www.aguanaoca.com.br
19
S
Texto Reflexivo
S
Aqueduto
romano
Água, técnica e arquitetura
A história oferece-nos outra aproximação entre a cultura e a água, como
os inúmeros exemplos de obras arquitetônicas e artísticas relacionadas
à representação, ao uso, ao transporte e ao manejo da água. Aquedutos
romanos, fontes, diques e sistemas de irrigação são alguns exemplos.
Arte contemporânea
A arte contemporânea também tem introduzido o tema da água em
suas obras. Na música clássica, por exemplo, podemos citar desde os
compositores Haendel e Debussy, com a obra O mar, até os diversos autores
e intérpretes da música popular brasileira que têm se referido às águas, rios
e mares em suas composições, como Luiz Gonzaga, Tom Jobim, Dorival
Caymmi e Sá e Guarabira, entre outros.
Tom Jobim
compôs a
consagrad
a
Águas de
março em
1970
Da literatura portuguesa de Luís de Camões, em Os lusíadas, aos versos
clássicos da Ilíada, de Homero, o tema da água é um argumento recorrente.
Acontece o mesmo na literatura brasileira, que tem como destaques Raquel
de Queiroz em O quinze e Graciliano Ramos em Vidas secas. Machado de
Assis, José Lins do Rego e Carlos Drummond de Andrade são outros autores,
entre muitos, que exploraram a temática da água em suas obras.
O cinema também tem se referido ao tema. Enquanto em Saneamento
básico de Jorge Furtado, o autor explora as relações entre água, saúde e
ação participativa, em Waterworld, de Kevin Reynolds, aparecem questões
relacionadas ao aquecimento global, que cobre toda a Terra de água, e à
saga de alguns dos sobreviventes obstinados a procurar por terra seca.
Cabe destacar, ainda, que em muitas obras contemporâneas a água não
aparece apenas como tema, mas também como material constituinte da obra.
20
Exposição Água
Poética
líquida de
William
Pye
Charybdis
,
Seaham H
all,
Sunderlan
d,
2000
Com base nas reflexões suscitadas
pelo texto anterior, propomos, nesta
atividade, explorar as narrativas
de artistas contemporâneos
que, inspirados nessas relações
históricas entre água e arte, vêm
desenvolvendo seus trabalhos. Esse
é o caso de William Pye, artista
inglês que tem feito da água o tema
e material de suas esculturas.
Proponha a observação da prancha
com a imagem da obra Charybdis,
de William Pye (ver foto ao lado).
• Do que trata essa obra?
• Quais as relações que ela propõe
entre água, arquitetura e paisagem?
• Qual a técnica empregada e que
materiais foram usados na obra?
• Apresente aos alunos os aspectos
biográficos do autor, buscando
relações entre a época em que
ele vive e as características da
obra apresentada.
William Pye
Este artista inglês nascido em Londres em 1938 é conhecido internacionalmente por
seu inovador trabalho escultórico com água. Há mais de quatro décadas o artista
se dedica à confecção de obras públicas e privadas, tanto na Inglaterra quanto no
exterior. Pye possui trabalhos em edifícios privados e públicos, em parques e jardins
particulares, e é, hoje, o britânico com o maior número de obras públicas na Inglaterra.
www.aguanaoca.com.br
21
S
Orientações para
Atividades
S
A
lgumas atividades apresentadas a seguir poderão
ser desenvolvidas também em sala de aula, antes
ou depois da visita à exposição, com o propósito
de estimular a curiosidade dos alunos, gerar
a formulação de hipóteses, o registro escrito, a análise de
dados e a apresentação de resultados.
Nossa sugestão é que você as desenvolva e adapte em
função dos recursos disponíveis na escola, e que elas sirvam
de estímulo para realizar outras experiências em sala de aula.
1 – Observação da
ArtEmia salina
Que dados e informações
podem ser coletados ao
observar larvas e adultos do
crustáceo Artemia salina?
• Introdução
As Artemias salinas – também
conhecidas como artêmias
– são pequenos crustáceos
pertencentes ao mesmo grupo
dos camarões, dos caranguejos e
das lagostas.
de
Náuplios
artêmia
Artêmias
adultas
Esses organismos alimentam-se
de bactérias e pequenas algas que
obtêm filtrando a água com os
mesmos apêndices que utilizam
para respirar e se locomover.
A reprodução ocorre
sexuadamente, com a participação
de um macho e de uma fêmea, ou
assexuadamente, sem que ocorra
a fecundação. Os ovos podem se
desenvolver dentro do corpo da
mãe, o que dá origem a náuplios
ou larvas, ou ainda fora do corpo,
o que origina embriões capazes
de interromper seu crescimento
se as condições não forem
favoráveis, formando, assim, ovos
de resistência também conhecidos
como cistos. Nos estágios iniciais,
esses crustáceos usam antenas
localizadas na região da cabeça
para se mover e, na fase adulta,
utilizam os apêndices localizados
no tórax.
As fases de desenvolvimento
desses crustáceos podem ser
observadas em uma atividade
planejada de observação
ao microscópio.
22
Exposição Água
Fases do desenvolvimento das artêmias
Cistos (ovos de resistência)
Náuplio I
Náuplio II
Náuplio IV
Macho adulto
Fêmea adulta
• Objetivos
Observar ao microscópio larvas
de artêmias e indivíduos adultos,
buscando identificar as diferentes
etapas do seu ciclo de vida.
Conhecer características adaptativas
de organismos que habitam
ambientes aquáticos.
• Materiais necessários
• Larvas e Artemias salinas adultas,
conservadas em um tanque de
água salgada
• Folha de papel toalha
• Folha Fases do desenvolvimento
das artêmias
• Lâmina
• Microscópio
Náuplio III
Fêmea com ovos
• Preparação da atividade e observação
ao microscópio
Colocar as larvas de artêmia na lâmina escavada. Retirar o excesso de água
da lâmina com um pedaço de papel toalha enrolado, formando uma ponta.
Dispor a lâmina com as larvas no suporte do microscópio e regular o refletor
e o anel do microscópio. Com o equipamento montado, os alunos poderão
observar os animais na lâmina buscando identificar diferentes tamanhos,
apêndices e formas de nadar, registrando as observações realizadas.
Uma vez finalizada essa etapa, será necessário devolver os animais que já
foram observados e repetir todos os procedimentos com artêmias adultas.
A identificação das diversas fases de desenvolvimento das artêmias poderá
ser feita por meio de um registro escrito, com o auxílio da folha Fases do
desenvolvimento das artêmias apresentada neste material, comparando os
animais observados com as imagens da folha.
Com base nas observações realizadas, poderão ser trabalhadas com os
alunos questões como:
• A modificação do corpo do animal ao longo de seu ciclo de vida;
• Adaptações dessa espécie para habitar ambientes extremos, como a
água hipersalina.
www.aguanaoca.com.br
23
S
Orientações para
Atividades
S
2 – Todos os
seres vivos
precisam de água?
Como sobrevivem as plantas em
biomas de seca extrema? Que
adaptações evoluíram ao longo
do tempo?
Regime de chuvas
da Caatinga
• Introdução
A Caatinga, palavra originária do tupi – caa (mata) + tinga (branca) =
mata branca – é um bioma exclusivamente brasileiro que recebe esse
nome pela aparência esbranquiçada de sua vegetação durante as épocas
secas. Esse fragilizado bioma ocupa aproximadamente 8% do território
nacional, englobando trechos do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.
Na Caatinga encontra-se uma vegetação própria de regiões semiáridas
representada por espécies como palmas, cactos, umbuzeiros e caroás
e por diversas espécies de anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Entre os representantes desses dois últimos grupos, estão a ararinha
azul, o veado-catingueiro, o gambá e a cutia.
A vegetação desse bioma é submetida a diferentes regimes de chuva
ao longo do ano, alternando períodos em que chove mais (março e
abril) com períodos em que chove menos (outubro e novembro).
As diferenças entre os regimes de chuva impactam a vegetação local,
deixando-a “verde” ou seca, com ou sem folhas, e o solo úmido ou
seco (ver gráfico ao lado).
Características adaptativas evoluíram em plantas, como o cacto, para
tolerarem ambientes pouco úmidos e conservarem a água.
Cactos
s
m
tê folha
as
modificad
os
em espinh
uem
in
im
d
e
u
q
água
a perda de
pela planta
24
Exposição Água
• Objetivos
• Preparação da atividade e realização
Estimular e ampliar o conhecimento
sobre a Caatinga, um ambiente
com baixos índices de umidade
no ar e no solo. Conhecer uma
característica adaptativa de plantas
que conseguem tolerar a escassez
de água.
A) Pegar dois filtros de papel e mergulhá-los na água da bandeja até que
fiquem encharcados. B) Abrir um clipe. C) Prender um filtro de papel no
clipe aberto. D) Colocá-lo na lateral da mesa, usando a massa de modelar.
Esse filtro representará a folha de um tipo de planta da Caatinga. E) Enrolar
o outro filtro de papel, formando um cone (representando um espinho),
e prendê-lo, também com o clipe aberto, na lateral da mesa, utilizando a
massa de modelar. Esse filtro representará a folha de um cacto da Caatinga.
Chamar a atenção dos alunos para o fato de que a quantidade de água é
a mesma em ambos os filtros, embora um deles esteja enrolado. F) Após
a montagem, os alunos poderão observar que o filtro em forma de cone
apresenta o melhor formato para conservar a água. Pergunte aos alunos
por que muitas plantas que vivem no deserto e na Caatinga têm as folhas
em forma de espinhos. Outras perguntas como: Para as plantas que vivem
na Caatinga, qual é o melhor formato de folha? Por quê? podem ajudá-los a
conduzir uma discussão sobre os fenômenos observados.
• Materiais
• Filtros de papel
• Clipes
• Bandeja de plástico com água
• Barrinha de massa de modelar
Após a atividade, será possível trabalhar com os alunos questões como
a disponibilidade de água no ambiente para os seres vivos e de que
modo eles vivem nos lugares em que há excesso ou escassez desse
recurso. Proponha uma pesquisa sobre índices pluviométricos na
Caatinga que lhes permita comparar esse bioma com áreas úmidas
como a Amazônia ou a Mata Atlântica.
A
B
C
D
E
F
www.aguanaoca.com.br
25
S
Orientações para
Atividades
S
3 – Construção de
modelo: É possível
obter combustível a
partir da água?
Para lançar um ônibus espacial
e mantê-lo girando ao redor da
Terra, é necessária uma imensa
quantidade de energia. Um de seus
combustíveis pode ser obtido a
partir da água. Que combustível é
esse? Como ele é produzido?
Esquema da
eletrólise da água
• Introdução
O processo de eletrólise (eletro = eletricidade, lise = separar, ou seja,
separar com eletricidade) é uma das formas mais utilizadas para
separar os elementos químicos que constituem a água. Quando
dois condutores elétricos são submersos em água pura, nada
acontece, pois a água não é um bom condutor de corrente elétrica.
No entanto, se adicionarmos à água ácidos (como o ácido sulfúrico),
bases (como o hidróxido de sódio) ou sais (como o sulfato de sódio),
a solução resultante torna-se iônica. Os íons presentes na solução
possibilitam a passagem de corrente elétrica e pode ocorrer a
eletrólise da água.
4 H 2O
2 H2 + 4 OH-
O
H
O
H
H
O
H
H
O
H
H
O
H
O
H
H
H H
H H
O
O
H
H
2 H 2O
O2 + 4 H+
Elétron
H
H
Hidrogênio
O
Oxigênio
H
O
H
H
O
H
O O
H
O
H
O
H
Hidroxila
H
Molécula de água
H
H
No processo de eletrólise, a corrente elétrica (fornecida por uma fonte
externa, como uma bateria ou uma pilha) quebra as moléculas de água,
liberando gases como hidrogênio e oxigênio. Quando se utiliza uma pilha,
por exemplo, o gás hidrogênio é obtido junto ao fio conectado ao polo
negativo, e o gás oxigênio, com o fio conectado ao polo positivo.
O gás hidrogênio, obtido pelo processo anteriormente descrito, tem
sido utilizado como combustível para veículos espaciais e, também, para
veículos comuns, como carros.
26
Exposição Água
• Objetivos
A
B
C
D
Explorar o processo de eletrólise
da água e identificar as fontes
de energia e as transformações
que levam à produção dos gases
hidrogênio e oxigênio. Conhecer
um dos usos que o homem tem
dado à água para produzir energia.
• Materiais
• 1 suporte para eletrólise
• 1 clipe para bateria com garra
• 1 recipiente (copo de plástico, por
exemplo) para eletrólise
• 2 eletrodos de grafite
• 1 rolha de EVA para eletrólise
• 2 coletores de gases
• Solução de hidróxido de sódio
concentração 0,1 molar ou 10
gramas por litro (g/L)
• Folhas de papel toalha
• Pipetas plásticas
• 1 bateria de 9 V
• Preparação da atividade e realização
A) Encaixar a rolha de EVA no fundo do pote. Em cada um dos furos,
inserir cuidadosamente os eletrodos de grafite, de modo que as
pontas atravessem a rolha. B) Colocar o pote com os eletrodos no
suporte para eletrólise. Adicionar a solução de hidróxido de sódio até
preencher o fundo do pote. C) Preencher os dois coletores de gás com
a solução de hidróxido de sódio. Entornar cada um deles sobre um
eletrodo de grafite. D) Prender o clipe à bateria e colocar cada uma
das garras jacaré em um dos eletrodos. Observar o que acontece em
cada um dos coletores e estimular o registro de qual fio (vermelho ou
preto), conectado ao eletrodo, libera maior quantidade de gás.
Durante a observação do fenômeno, será possível estimular, entre
os alunos, discussões ao redor de questões como: Qual é a fonte de
energia utilizada no processo de eletrólise? Que gás está se acumulando
em cada coletor? Por que as quantidades são diferentes? Qual seria
a melhor proporção da mistura entre os gases para se formar água?
Pensando em todo o processo, desde a obtenção do hidrogênio até
sua combustão, a energia liberada por um foguete espacial poderia
ser considerada uma forma de energia limpa? Qual a importância de
encontrar água na Lua ou em outros planetas, como Marte?
www.aguanaoca.com.br
27
S
Glossário
S
Adaptação: no contexto da Biologia,
Energia cinética: energia
Moinho: instalação, em geral,
faz referência a características evoluídas
relacionada ao movimento.
destinada à fragmentação de grãos
em organismos, como resultado da
Todo corpo que possui movimento
de trigo ou de outros cereais. Há
seleção natural.
tem energia cinética.
dois grandes grupos de moinhos
tradicionais: os moinhos de vento são
Aquíferos subterrâneos: grandes
Fórum: uma reunião em que
aqueles moinhos que utilizam o vento
depósitos de água alimentados pelas
há um livre debate de ideias com
como fonte de energia, e os moinhos de
chuvas que se infiltram no subsolo.
interação entre todos. Exemplo: um
água os que fazem uso da água dos rios
Por sua vez, alimentam mananciais de
fórum sobre meio ambiente pode
para se movimentar.
água na superfície e formam lagoas,
reunir representantes dos sindicatos,
rios ou pântanos.
da vigilância sanitária e dos governos
Plasma: é o componente líquido
federal e estadual.
do sangue.
de drenagem de um curso de
Gestão descentralizada:
Regiões semiáridas: regiões
água é o conjunto de terras que
pressupõe que a responsabilidade
caracterizadas por temperaturas
fazem a drenagem da água das
pela tomada de decisão passa a incluir,
médias elevadas e precipitações
precipitações para esse curso de
além dos poderes públicos federal
médias anuais inferiores a 800 mm.
água e seus afluentes.
e estadual, atores tradicionalmente
No Brasil, o semiárido abrange parte
excluídos (municípios, usuários e
dos estados de Minas Gerais e Espírito
organizações civis).
Santo, os sertões da Bahia, Sergipe,
Bacia hidrográfica: ou bacia
Caiçara: é uma palavra de origem
tupi que se refere aos habitantes das
Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio
zonas litorâneas. Também existe a
Lei das Águas: Lei 9.433, de 1997.
Grande do Norte, Ceará, Piauí e uma
“cultura caiçara” no litoral paranaense
Institui a Política Nacional de Recursos
parte do sudeste do Maranhão.
e no litoral sul do estado do Rio de
Hídricos, cria o Sistema Nacional de
Janeiro, por exemplo. Inicialmente
Gerenciamento de Recursos Hídricos
Rolha de EVA: rolha feita de um
designava apenas indivíduos que
e define como a água será gerenciada
tipo de borracha também utilizada em
viviam da pesca de subsistência.
pelos governos (municipais, estaduais e
brinquedos, quebra-cabeças, chinelos
federais) e a quem pertence esse bem.
descartáveis etc.
transformação da matéria do estado
Maré: enchente e vazante das águas
Ureia: composto orgânico produzido
gasoso para o estado líquido.
do mar que se elevam e se abaixam,
pela degradação de compostos
Condensação: fenômeno de
alternadamente. É produzida pela
nitrogenados, formado no fígado,
Debate: uma discussão entre dois
atração da água do mar pela força da
filtrado pelos rins e eliminado na urina.
ou mais oradores que defendem
gravidade da Lua e do Sol.
Usina hidrelétrica: complexo
opiniões divergentes.
Mata ciliar: é a designação dada à
arquitetônico que tem por finalidade
Eletrodo de grafite: terminal feito
vegetação que ocorre nas margens de
produzir energia elétrica pelo
de grafite e utilizado para conectar um
rios e mananciais. O termo refere-se ao
aproveitamento do potencial hidráulico
circuito a uma parte não metálica.
fato de que ela pode ser tomada como
existente em um rio.
uma espécie de “cílio”, que protege os
Energia potencial gravitacional:
forma de energia que um corpo, a
determinada altura em relação à Terra,
apresenta graças à força gravitacional.
28
Exposição Água
cursos de água do assoreamento.
S
Para Saber Mais
S
S
V Fórum Mundial da Água: materiais de apoio. Disponível em: http://content.
worldwaterforum5.org/index.php/home.
Agência Nacional de Águas. Disponível em: www.ana.gov.br.
ATTENBOROUGH, David. A vida na Terra: uma história natural. 2. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1990.
BAINES, Stephen G. A usina hidrelétrica de Balbina e o deslocamento
compulsório dos Waimiri-Atroari, 1995. Texto apresentado no Seminário
Internacional A Questão Energética na Amazônia: Avaliação e Perspectiva
Socioambientais. Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos/
deslocamento-compulsorio-waimiri-atroari-usina/deslocamentocompulsorio-waimiri-atroari-usina.shtml.
Caminho das Águas. Projeto em parceria com a Agência Nacional de Águas
e a Fundação Roberto Marinho. Disponível em: http://www.caminhoaguas.
org.br/institucional2.htm.
Documento do Senado Brasileiro sobre o V Fórum Mundial da Água.
Disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/cma/ap/AP_
20080408_ConsMundialAgua_BeneditoBraga.pdf.
FIGUEIREDO, Aníbal; PIETROCOLA, Maurício. Física um outro lado: faces da
energia. São Paulo: FTD, 2000.
Informações sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos. Disponível
em: www.mma.gov.br.
Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos – legislação.
Disponível em: www.dji.com.br.
Rãs congeladas. Laboratório de Kenneth Storey. Disponível em: http://httpserver.carleton.ca/~kbstorey/popular.htm.
S
www.aguanaoca.com.br
29
S
30
Exposição Água
Anotações
S
www.aguanaoca.com.br
31
S
32
Anotações
Exposição Água
S
S
REFERÊNCIAS
Agência Nacional de Águas.
Disponível em: www.ana.gov.br.
ALPERT, Peter. Sharing the Secrets
of Life Without Water. Integrative &
Comparative Biology. 45 (5):683684, 2005. Disponível em: http://icb.
oxfordjournals.org/content/45/5/683.full.
Artigos e publicações do Laboratório
de Kenneth Storey. Disponível
em: http://http-server.carleton.
ca/~kbstorey/popular.htm.
Caminho das águas. Projeto em
parceria com a Agência Nacional
de Águas e a Fundação Roberto
Marinho. Disponível em: http://www.
caminhoaguas.org.br/institucional2.htm.
Documento final do V Fórum
Mundial da Água, 2009. Disponível em:
http://content.worldwaterforum5.org/
index.php/home.
Referências &
Créditos
WHO Library Cataloguing in
Publication Data Progress on Sanitation
and Drinking-water: 2010 Update.
Disponível em: http://whqlibdoc.who.
int/publications/2010/9789241563956_
eng.pdf.
WOOFIT, Gabriele. Os elementos Água. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2004.
CONCEPÇÃO
Curadoria Geral e Desenho
Expositivo
Marcello Dantas
Curadoria Científica
Gustavo Accacio
Mário Donizeti Domingos
Consultoria Científica
Renato Kipnis
PROGRAMA EDUCATIVO
Documentos publicados no
site da World Health Organization
(Organização Mundial de Saúde).
Disponível em: http://www.who.int/en/.
Concepção
Coordenação: Ana Maria Navas
Equipe: Djana Contier Fares, Luciana
Magalhães Monaco
Documentos publicados no site do
Instituto Akatu. Disponível em: http://
www.akatu.net/.
Consultora de Ensino
Eliane Mingues
Documentos publicados no site
do Museu da Água de Portugal.
Disponível em: http://museudaagua.
epal.pt/museudaagua/.
FIGUEIREDO, Aníbal; PIETROCOLA,
Maurício. Física um outro lado: faces da
energia. São Paulo: FTD, 2000.
FORTES JR., Hugo Fernando Salinas.
Poéticas líquidas: a água na arte
contemporânea. Tese de doutorado. São
Paulo: Universidade de São Paulo, 2006.
Instituto Sangari e MNH. Textos da
exposição Água.
Water Science for Schools. Disponível
em: http://ga.water.usgs.gov/edu/
wuhy.html.
Coordenação do Educativo
Pedro Abib Cristales
Coordenação Editorial
Elissa Khoury Daher
Design
Ricardo Salamon
Fernando Andrade
William Yamamoto
Revisão de texto
Globaltecnet Artes Gráficas
Kiel Pimenta
AGRADECIMENTOS
Ana Lúcia Nunes e Renata D. Lanari –
Latinstock; Augusto Jatobá; William
Pye; Prof. Dr. Carlos Arturo Navas
Iannini; Priscila Melo.
S
Imagens
Contracapa: © Theo Allofs/Corbis.
Página 2: © David Arky/Corbis.
Página 4 e 5: © Theo Allofs/Corbis.
Página 6: © DLILLC/Corbis/Corbis (DC)/
Latinstock. Página 7a: © Joe McDonald/
Corbis. Página 7b: Ilustração adaptada
do original disponível em: http://www.
whalemuseum.is/whales-in-iceland/
whale-biology/morphology/.
Página 8a: © Rob Howard/Corbis.
Página 8b: © Eric and David Hosking/
Corbis. Página 8c: © H. Takano/Corbis.
Página 9: © Theo Allofs/Corbis.
Página 10a: © Jacques Jangoux/
Photoresearchers/Latinstock.
Página 10b: © Julia Waterlow;
Eye Ubiquitous/Corbis.
Página 11: Ilustração adaptada do original
disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Hydroelectric_dam_portuguese.
png. Página 12: © AP/Wide World Photos.
Página 13: Arquivo AMNH. Página 14:
© Imaginechina/Corbis/Latinstock.
Página 15: © Danny Lehman/Corbis.
Página 16: © Mike F. Alquinto/epa/Corbis.
Página 17: © Tolga Bozoglu/epa/Corbis.
Página 18a: © Antonio Lacerda/epa/
Corbis. Página 18b: © Adam Woolfitt/
Corbis. Página 18c: © Frank Lukasseck/
Corbis. Página 19a: © Michael A. Keller/
Corbis. Página 19b: Acervo do Museu
Paulista da USP © José Rosael/Hélio Nobre.
Página 20a: © Matthieu Colin/Hemis/
Corbis. Página 20b: © Moshe Shai/Corbis/
Corbis (DC)/Latinstock. Página 21a:
©Atelier William Pye. Página 21b:
©Atelier William Pye. Página 22a:
© Tom Adams/Visuals Unlimited/Corbis/
Corbis (DC)/Latinstock. Página 22b:
© Lester V. Bergman/Corbis/Corbis (DC)/
Latinstock. Página 23: © Sangari Brasil.
Página 24a: © Sangari Brasil.
Página 24b: © Corbis (RF)/Latinstock.
Página 25: © Sangari Brasil.
Página 26: © Sangari Brasil.
Página 27: © Daniel Annunciato/
Photosofia.
Esta exposição baseia-se na mostra H2O
= Life, organizada pelo Museu de História
Natural de Nova York (www.amnh.org)
e pelo Museu de Ciências de Minnesota
(www.smm.org), em colaboração com o
Museu de História Natural de San Diego; o
Centro de Ciências Great Lake, Cleveland; o
Field Museum, Chicago; o Museu Nacional
da Austrália, Canberra; o Royal Ontario
Museum, Canadá; o Centro de Ciências de
Singapura e o Instituto Sangari, Brasil.
www.aguanaoca.com.br
33
Apresentação
Iniciativa
Patrocínio
Copatrocínio
Realização
Apoio

Documentos relacionados