Untitled
Transcrição
Untitled
É com grande prazer que apresentamos Água, uma exposição – realizada pelo Instituto Sangari em parceria com o Museu de História Natural de Nova York – que explora as características que tornam esse composto indispensável a todas as formas de vida. A mostra vai apresentar a água de forma surpreendente, desde sua origem, há 4,5 bilhões de anos, até os dias de hoje. Ao realizá-la, o Instituto quer contribuir com a democratização do saber e a inclusão social por meio da divulgação científica, cultural e tecnológica. A ação educativa desta exposição busca o diálogo entre o conteúdo exposto e os diversos públicos que o acessam. Aqui, caberia destacar a possibilidade de conceber a visita como uma situação que envolve atividades prévias (de aproximação com o que será visto na exibição), atividades para serem feitas durante a visita (apreciação e contato com diferentes fontes informativas) e atividades para serem feitas depois, em sala de aula (desdobramentos, análise e síntese). Para uma participação ainda mais ativa de todos é importante ressaltar as especificidades do processo educativo que caracterizam os espaços expositivos e a escola. As práticas educativas desses espaços podem se complementar, especialmente quando existe um planejamento para que isso aconteça. Nesse sentido, acreditamos que seja papel da exposição abrir portas para aguçar a curiosidade, aproximar o visitante de diferentes aspectos da água, propiciar momentos de lazer, diversão, conversas, contemplação e interação com objetos diversos. Acreditamos também que essas funções possam conversar, e muito, com as atividades desenvolvidas na escola. Quer saber mais? Quer fazer da sua visita uma experiência significativa? Então, é só se debruçar sobre o material e conhecer seu conteúdo antes da visita à exposição. Equipe do Instituto Sangari Novembro de 2010 S Carta ao Professor S Caro(a) professor(a), A água é um conteúdo que pode ser explorado de diversas formas, mas tratá-la como um tema multidimensional não é tarefa simples. Uma aproximação nesse sentido é apresentada na exposição Água, na qual o tema é tratado sob diversos enfoques, de maneira instigante e interativa. A exposição explora o fato de a água ser essencial a todos os seres vivos, desde plantas e animais até as bactérias. Para além da associação água + vida, esse recurso está ligado a um vasto ciclo que envolve propriedades físicas e químicas e desempenha papel fundamental na formação da paisagem e no controle climático do planeta. A água não se distribui de maneira uniforme, ela é abundante em alguns locais e escassa em outros, o que nos desafia quanto ao seu uso. Os benefícios originados pelo fornecimento de água potável às regiões com escassez podem transformar a vida de bilhões de pessoas. Os sistemas naturais de água doce e salgada são frágeis, porém, recuperáveis, e as ações que realizarmos hoje poderão revitalizar esse recurso e evitar o comprometimento do que resta. Entre as principais ações de recuperação dos ambientes aquáticos podemos citar: tratamento de lixo e esgoto, reflorestamento de áreas próximas a corpos d´água, preservação das nascentes e das florestas, manutenção dos mangues e dunas etc. Essas questões foram norteadoras para a elaboração deste caderno que tem o propósito de ajudá-lo no planejamento da sua visita à exposição, bem como na mediação pedagógica que poderá ser construída junto a seus alunos. A visita pode ser planejada com base neste material e se relacionar a atividades a serem desenvolvidas em sala de aula antes, durante e depois, o que tornará a experiência ainda mais significativa. Lançando mão de textos informativos, imagens, diagramas, ilustrações e sugestões de atividades, esperamos que você e seus alunos se aproximem ainda mais deste tema tão fascinante que é a ÁGUA. S Sumário S 4 Apresentação 6 Eixos Temáticos 18 Texto Reflexivo 22 Orientações para Atividades 28 Glossário 29 Para Saber Mais 30 Anotações Uma breve descrição dos conteúdos expositivos ilustrados com imagens. Textos de apoio e sugestões de atividades que poderão ajudá-lo a planejar a visita à exposição com foco em três abordagens possíveis: "Água e seres vivos", "Água e energia" e "Água e poder". Texto que explora diferentes manifestações culturais e artísticas sobre água. Atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula, antes ou depois da visita à exposição. Explicações breves sobre os conceitos apresentados. Indicação de sites e livros relacionados. Espaço de registro para planejar seu percurso de visita com os alunos e para ser usado durante a visita à exposição. S Apresentação S A exposição Água faz uma viagem pelo planeta Terra, explorando as características físicas e químicas desse líquido, suas formas de uso pelas diferentes espécies de plantas e animais, até as relações que as culturas constroem com a água. Esses instigantes temas são apresentados por meio de diversos recursos expositivos como vídeos, painéis de texto, objetos interativos, obras de arte, entre outros. A mostra busca, ainda, propiciar momentos de observação, lazer, diversão, aprendizagem, encantamento e fascínio em todos os espaços expositivos: • Propriedades da água: A versatilidade da água no nosso planeta – sua capacidade de existir como líquido, sólido e gás. • Ambientes aquáticos e ecossistemas: Um passeio a alguns ecossistemas e grandes ambientes aquáticos. • Seres vivos e adaptações: Vida na água: você tem ideia da diversidade de organismos aquáticos e suas adaptações para viver em ambientes adversos? • Água como recurso: Patrimônio líquido: a água como um recurso fundamental para a vida. • Água como bem imaterial: A utilização da água como recurso artístico. • Intervenção humana e impactos: O que fazer e o que não fazer: os impactos da ação humana sobre os ambientes e ecossistemas aquáticos. • O mar e o espaço como fronteira: Oceanos como fronteira e água no universo: questões importantes para pensarmos hoje em dia. 4 Exposição Água Pantanal matogross ense: um exemp lo da relação en tre água e vid a www.aguanaoca.com.br 5 S Eixos Temáticos S E mbora os temas sugeridos possam ser tratados em todos os segmentos da escolaridade, propomos uma sequência de atividades para cada um deles: “Água e seres vivos” – Ensino Fundamental I; “Água e energia” – Ensino Fundamental II; “Água e poder” – Ensino Médio. têm As baleias ada m ca sa es esp sob ra u de gord a pele para a perda diminuir de calor Abordagem 1: Água e seres vivos Sobreviver em ambientes extremos: um desafio e tanto A vida no planeta Terra existe em qualquer lugar em que haja água, por mais escassa que ela seja, o que a define como essencial para todos os seres vivos. Com base nesta constatação é possível explorar assuntos instigantes relacionados à forma como diferentes espécies de plantas e animais, incluindo o ser humano, sobrevivem em ambientes com escassez de água – como a Caatinga –, em outros nos quais o líquido é abundante, como rios, lagos e oceanos, e em outros em que a água está associada a uma condição adversa extrema, como excesso de sal, temperaturas muito altas ou muito baixas. A forma e a função dos órgãos e tecidos dos organismos, junto com características comportamentais, permitem que diferentes espécies habitem e tolerem condições ambientais, muitas vezes, inimagináveis. 6 Exposição Água Adaptação e seleção natural A adaptação – resultado da seleção natural – ocorre em linhagens de seres vivos e leva à evolução de características estruturais, fisiológicas, comportamentais ou metabólicas que podem aumentar as chances de sobrevivência e de reprodução em determinados ambientes. Como as características do ambiente podem mudar no tempo e no espaço, os organismos estão em contínuo processo evolutivo. Esse processo envolve longos períodos de tempo e várias gerações. Isto é, essas mudanças não acontecem ao longo da vida de um único organismo, mas são notadas ao longo de várias gerações. Há um século e meio, Charles Darwin elaborou uma explicação científica para a diversidade da vida na Terra: a evolução pela seleção natural. A seleção natural é um mecanismo por meio do qual as populações de organismos evoluem e se adaptam a diferentes ambientes. Aqueles indivíduos menos aptos a viver em um ambiente têm menos chances de sobreviver e de se reproduzir, sendo eliminados da população. Mas, como os ambientes mudam, aqueles indivíduos menos aptos a viver em um tipo de ambiente podem ser aptos em outro contexto ambiental. Dessa forma, esses complexos processos evolutivos levam à diversificação dos seres vivos. Conheça, agora, as características adaptativas de algumas espécies de plantas e animais relacionadas com a água em ambientes extremos. Ambientes de águas frias e congeladas A rã dos bosques (Lithobates sylvaticus), anfíbio encontrado na América do Norte, consegue Rã dos bosques: u tolerar o congelamento do seu m anfíbio qu e corpo ocasionado pelas baixas sobrevive em ambientes temperaturas nas águas e no congelados ambiente das florestas boreais, onde ela vive. Algumas características permitem que essa rã sobreviva a essa condição: 1) diversos tipos de proteínas especializadas (também conhecidas como proteínas anticongelantes) preservam alguns tecidos do congelamento; 2) substâncias como a ureia e os açúcares são acumulados no plasma e atuam como “protetores”, evitando o congelamento dos tecidos. Outros tipos de mecanismos que evoluíram para gerar adaptações em ambientes de frio extremo podem ser observados em mamíferos que habitam as regiões árticas. Baleias e focas que se expõem durante o inverno a águas de temperaturas muito baixas apresentam densas camadas de gordura (tecido adiposo) perto da pele, que servem como isolante térmico (ver ilustração abaixo). Camadas da pele da baleia Epiderme Derme Gordura Tecido conectivo Fáscia Músculo Essas camadas são vascularizadas, isto é, apresentam muitos vasos e capilares sanguíneos e, nelas, é possível controlar o fluxo de sangue de maneira que o próprio grau de isolamento térmico possa ser regulado. www.aguanaoca.com.br 7 S Eixos Temáticos S Ambientes de águas salgadas Os ambientes de água salgada, como oceanos, podem ser desafiadores para espécies que habitam nesse meio, pois o líquido externo apresenta maior concentração de sal do que os líquidos internos dos organismos. O desafio consiste em manter um equilíbrio entre meio externo e meio interno, caso contrário os líquidos tenderiam a se movimentar do corpo, o meio menos “salgado”, ou menos concentrado, para o ambiente externo, ou o mais “salgado”, com maior concentração de solutos. Os peixes marinhos perdem água constantemente, e a água salgada do mar é a única disponível para beber. Para remover o excesso de sal que ingerem, alguns mecanismos são utilizados: a filtração e eliminação de grandes quantidades de sal na urina, por meio dos rins, e, principalmente, a eliminação de sal por meio de glândulas especializadas localizadas nas brânquias. Assim, os animais que vivem no oceano ou, como as aves, próximo dele, desenvolveram alguns mecanismos para eliminar o excesso de sal proveniente do exterior, mantendo a concentração de água nos seus tecidos em níveis adequados. O albatroz também tem em seu bico uma glândula que elimina o sal que ele ingere. Os peixes marinhos eliminam eio sais por m las u d de glân em suas brânquias 8 Exposição Água Glândulas de sal Glândulas que retiram sal do corpo e o liberam para o ambiente têm surgido ao longo da evolução em linhagens tão diversas como répteis e aves. Uma exposição na escola: a vida em ambientes extremos o Este lagart a za utili água que em condensa ara sua pele p no er iv v re sob deserto Amplie o conhecimento dos alunos sobre as características adaptativas de outras espécies incentivando-os, por meio da visita à exposição e de pesquisas, a conhecer outras espécies, como o rato-canguru, pequeno roedor encontrado na América do Norte, que tem um eficiente metabolismo para excretar uma urina muito concentrada (com pouca água) e obter água dos alimentos sólidos ingeridos. Outro exemplo de espécie que permite relacionar as características adaptativas dos seres vivos com a água é o besourodo-deserto. Instigue-os a procurar imagens dessas e de outras espécies animais e vegetais e promova a realização de uma exposição nos corredores da escola, na sala de aula, ou ainda em seus arredores, na qual os alunos possam compartilhar uns com os outros as imagens coletadas, as espécies e as características anatômicas, fisiológicas e/ou comportamentais que foram identificadas nas pesquisas. Essas informações poderão ser produzidas por meio de fichas técnicas, textos ou outras produções discursivas que acompanhem cada uma das imagens que farão parte da exposição. Textos em forma de “você sabia?” são bastante pertinentes como maneira de sistematizar as informações e curiosidades coletadas pelo grupo. Ambientes com escassez de água Em ambientes muito secos podem ser detectadas interessantes adaptações relacionadas tanto à forma e função quanto ao comportamento das espécies. Esse é o caso do lagarto Moloch (Moloch horridus), réptil encontrado na Austrália. A pele desse lagarto, além de estar coberta por um complexo arranjo de espinhos (que o protege de predadores), dá a ele uma grande capacidade de absorver líquidos do ambiente. A água acumulada na pele, resultado do fenômeno de condensação, chega até a boca do lagarto por meio de um transporte passivo realizado em minúsculos canais. Dessa forma, ele nem precisa se mexer para alcançá-la. Além dos animais, as espécies vegetais localizadas em zonas de baixa umidade possuem, também, características adaptativas para conservar ou obter água do ambiente. O cacto, por exemplo, armazena água no caule, e suas folhas modificadas em espinhos diminuem a perda de água por evaporação. Características como essas podem ser observadas nos cactos da Caatinga brasileira (ver "2 – Todos os seres vivos precisam de água?" disponível nas "Orientações para atividades", na página 24). www.aguanaoca.com.br 9 S Eixos Temáticos S Abordagem 2: Água e energia Os rios, O homem e o uso da água Além de a água ser a base da vida na Terra, ela transforma o modo como se vive. Há muito tempo o homem utiliza o potencial da água para diferentes fins, entre eles para se locomover e gerar energia. As rodas-d’água eram utilizadas por nossos antepassados para fornecer energia para os moinhos. A força da água dos rios fazia a roda girar e, consequentemente, o moinho funcionar. Nos últimos cem anos, povos em todo o mundo têm construído barragens para controlar inundações e utilizar a água e a energia presentes nos grandes rios. Atualmente, as barragens geram 23% da energia elétrica mundial e fornecem a água necessária para as cidades e para a irrigação. Aproximadamente 97% da energia elétrica utilizada no Brasil provém dos rios. Nesse contexto, vale entender seu funcionamento, conhecer as principais usinas hidrelétricas brasileiras e os projetos a elas associados. Usina Hidrelétrica de Itaipu Localização: rio Paraná – Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Este (Paraguai) Início da construção: 1975 Inauguração: 1982 Capacidade de geração: 14.000 MW Altura da barragem: 196 m Comprimento da barragem: 7.700 m Área alagada: 1.350 km² O caso das hidrelétricas brasileiras O Brasil é o terceiro país em potencial hidrelétrico, ficando atrás apenas do Canadá e dos Estados Unidos. Entre alguns exemplos dessa potência podemos citar as conhecidas usinas hidrelétricas Tucuruí, no rio Tocantins, Itaipu, no rio Paraná, e Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira. A hidrelétrica de Tucuruí é uma das grandes obras da engenharia mundial. Está localizada no município de Tucuruí, a cerca de 400 km de Belém, no estado do Pará. Foi construída para a geração de energia elétrica e para tornar navegável um trecho do rio Tocantins. 10 Exposição Água Funcionamento de uma usina hidrelétrica Usina Hidrelétrica de Tucuruí Localização: rio Tocantins – Tucuruí, Pará Início da construção: 1976 Inauguração: 1984 Capacidade de geração: 8.340 MW Altura da barragem: 78 m Comprimento da barragem: 8.005 m Área alagada: 2.850 km2 A água represada possui energia potencial gravitacional que se converte em energia cinética durante a queda. Essa energia cinética é transferida às turbinas, que movimentam o gerador. O gerador, por sua vez, converte essa energia cinética em energia elétrica que será enviada pelas linhas de distribuição ao seu destino. Barragem Linhas de distribuição de energia Casa de força Gerador Duto Turbina Rio Projeto do rio Madeira A construção da s usinas hidrelétricas do rio Madeira faz parte de um gr ande projeto pa ra o desenvolvimento sustentável da re gião amazônica. Os estudos de enge nh ar ia adotaram cuidad os para que os impactos na cons trução das usin as sejam os menor es possíveis. As áreas inundadas serã o praticamente as mesmas já inun dadas durante as cheias anuais do rio. www.aguanaoca.com.br 11 S Eixos Temáticos S Barragem de da represa Três Gargantas, na China hidrelétricas – prós e contras Apesar de bem vistas, essas grandes obras de engenharia sempre trazem impactos positivos e negativos para as regiões. Por um lado, representam uma fonte de energia elétrica limpa (quando comparada a combustíveis fósseis usados nas termelétricas, por exemplo) muito utilizada, principalmente no Brasil, que tem um enorme potencial hidrelétrico. Por outro lado, sua construção impacta negativamente o local, destruindo habitats e espécies de plantas e animais e deslocando milhares de pessoas de seus lares. No entanto, ainda é um tipo de energia barata em relação à energia nuclear, por exemplo, e menos agressiva ambientalmente do que a queima de combustíveis fósseis não renováveis, como o petróleo ou o carvão. Leia as informações dos quadros e construa uma ideia própria sobre os impactos que as hidrelétricas geram. 12 Exposição Água Prós • A energia é gerada sem a queima de combustível, reduzindo os riscos ao ambiente • A água utilizada no processo é provida pela natureza • A energia gerada tem um importante papel na redução da emissão de gases na atmosfera • O processo envolve relativamente poucas operações e baixos custos de operação • A tecnologia usada é confiável e testada ao longo do tempo • É renovável • Possibilidade de outros usos, como produção de biomassa, navegação, recreação, além da geração de energia Contras • Altos investimentos • Depende do regime de chuvas • Pode levar a alagamentos de áreas e habitats • Pode gerar modificação nos habitas de espécies de animais e plantas, terrestres e aquáticos • Pode mudar a qualidade da água reservada e dos córregos • Pode mudar o curso dos rios • Deslocamento de pessoas dos seus lares • Alteração da paisagem Outras soluções • Energia das marés Em todo o mundo, ondas poderosas quebram na terra, ao passo que as marés sobem e descem em incontáveis baías e braços de mar. Por que não aproveitar essa energia limpa e renovável da água? Engenheiros e outros profissionais têm feito essa pergunta e, atualmente, vários projetos estão propondo o aproveitamento da energia das ondas e marés. Energia das marés ou energia maremotriz é mais uma maneira de aproveitar a energia potencial da água para a geração de eletricidade, neste caso, por meio da diferença de altura entre as marés alta e baixa. Para capturar a energia é preciso uma estrutura similar à de uma hidrelétrica. Cria-se uma barragem que enche com a subida da maré e, ao esvaziar, a água passa por geradores que produzem energia. Três exemplos concretos podem ser encontrados: em La Rance, na França; em Kislaya Guba, na Rússia; e em Annapolys Royal, no Canadá. No Brasil, estudos na região de Belém, no Pará, e em áreas adjacentes identificaram a existência de engenhos de maré coloniais localizados no estuário amazônico, datados dos séculos XVII e XIX. Além disso, um trabalho de arqueologia em antigos engenhos de maré na foz do rio Amazonas resultou na construção de um modelo modernizado para geração de energia residencial que utiliza as variações no nível dos igarapés em virtude das marés do estuário. • Energia das ondas As ondas transportam uma grande quantidade de energia, mas saber como aproveitá-la é um desafio. Esse esforço pode valer a pena, pois trata-se de uma energia que não polui o ambiente. Segue um exemplo de como isso é possível. O Sistema Pelamis de utilização da energia das ondas é composto de geradores cilíndricos conectados, cada qual com o tamanho de um vagão ferroviário. Eles se flexionam conforme o movimento das ondas. Esse balanço cria pressão sobre um sistema hidráulico existente dentro de cada segmento, gerando energia. Serpente das ondas: a primeira fazenda de ondas co mercial estreou na costa de Portugal, em 2006 www.aguanaoca.com.br 13 S Eixos Temáticos S Referências para a pesquisa: Um debate para se posicionar: construção de usinas hidrelétricas, sim ou não? Com base em uma pesquisa sobre a construção de uma usina hidrelétrica proponha aos alunos um debate no qual devem assumir diferentes pontos de vista. Como diferentes setores da sociedade são afetados pela construção dessas usinas, foram escolhidos para esta atividade quatro grupos sociais para representar a posição de alguns dos principais personagens diretamente envolvidos num empreendimento desse tipo: os representantes do governo local, os moradores da região que serão realocados, empresários e ambientalistas. A primeira tarefa é orientá-los para que pesquisem e selecionem na internet – e em outras fontes como jornal, revistas, livros, se julgar adequado – textos que defendam a construção da usina e outros que sejam contrários a sua construção. (Indicamos ao lado algumas referências para esta pesquisa.) A atividade de análise e leitura dos textos deve permitir que os alunos percebam a magnitude desse projeto e reflitam sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais dessa construção. Eles devem, então, preparar-se para um debate lendo os textos do ponto de vista dos diferentes grupos sociais envolvidos na construção e devem defender um ponto de vista. A atividade tem como propósito evidenciar posicionamentos diferentes e contrapô-los num exercício de argumentação. É importante ficar claro que não é preciso concordar com os argumentos apresentados pelo grupo social que eles vão representar no debate, mas compreender os diferentes pontos de vista e perceber a complexidade do problema ao se colocar no lugar desses diferentes grupos sociais. Durante a rução da st n co de barragem ntas a rg a G s Trê vários ocorreram protestos 14 Exposição Água O projeto de Tijuco Alto e seu histórico http://www.socioambiental.org/inst/ camp/Ribeira/tijuco Uma barragem em disputa no Ribeira http://www.sescsp.org.br/sesc/ revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_ Id=292&breadcrumb=1&Artigo_ID=4 582&IDCategoria=5219&reftype=1 Fontes renováveis: energia hidráulica http://www.aneel.gov.br/arquivos/ PDF/atlas_par2_cap3.pdf Os impactos ambientais dos reservatórios artificiais http://www.ecodebate.com. br/2010/08/04/os-impactosambientais-dos-reservatoriosartificiais-artigo-de-altair-salesbarbosa/ Abordagem 3: Água e poder Marginal do rio Pinheiros, em São Paulo , um desafio à ge stão de recursos h ídricos Água: um bem que vale ouro A constatação de que a água é um recurso finito e um bem comum à humanidade reforça a problemática em torno do seu uso. Para abordar um aspecto desse desafio tomemos como exemplo o Brasil. De um lado, é o país detentor de 12% da água doce superficial disponível no planeta (segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO), por outro lado, sua distribuição pelo território nacional é desigual, em especial se comparada à concentração de população. Na região Norte, que conta com apenas 7% da população do país, concentra-se 68% dessa água. Na outra ponta, Nordeste e Sudeste concentram 72% da população brasileira e menos de 10% da água. A região Sudeste faz parte da região hidrográfica do Paraná, com 32% da população nacional, e apresenta o maior desenvolvimento econômico do país. O crescimento de grandes centros urbanos, como São Paulo, Curitiba e Campinas, em rios de cabeceira tem gerado uma grande pressão sobre os recursos hídricos. Esse resultado é uma associação entre dois fatores: o aumento da demanda por água e a diminuição de sua disponibilidade graças à contaminação por efluentes domésticos, industriais e drenagem urbana. Diante desse quadro, parece não haver Consumo de água A tendência ao aumento do consumo – e a consequente diminuição da quantidade de água disponível para as atuais e futuras gerações – está relacionada, segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), com o crescimento populacional, a melhoria do padrão de vida em muitos países, a demanda por maior produção de alimentos e o aumento da produção de energia, particularmente de biocombustíveis. Aliado ao aumento da demanda é importante considerar o desperdício de água em diferentes usos – nas áreas urbanas, na indústria e na agricultura –, o que consiste num dos fortes motivos para reverter as tendências de esgotamento apontadas pela ONU. Outro aspecto importante diz respeito à poluição dos mananciais superficiais e aquíferos subterrâneos e à degradação das bacias hidrográficas e áreas de recarga dos aquíferos por processo de desmatamento, degradação de cabeceiras e margens de rio. nenhuma ação para reverter esse processo, principalmente quando nos damos conta da difícil situação em que se encontra a maior cidade do país em relação ao abastecimento de água. Uma das soluções apontadas como viável para aumentar a oferta de água em São Paulo é a reversão de bacia hidrográfica, um empreendimento de engenharia no qual o curso de um ou mais rios é alterado para suprir a necessidade do município. Essa grande obra tem custos elevados de implementação e depende de muita discussão em âmbito estadual, municipal e federal, já que as bacias em estudo atravessam mais de um estado brasileiro e diversos municípios. www.aguanaoca.com.br 15 S Eixos Temáticos S A gestão dos recursos hídricos Para refletir sobre um tema tão desafiador como o uso da água, não podemos excluir as esferas políticas, sociais e econômicas. Quando se estabelece o diálogo entre os diferentes segmentos da sociedade, caminhamos para uma nova forma de pensar a relação humana com a água. Chamamos isso de gestão de recursos hídricos. O primeiro fundamento da Lei das Águas (também conhecida como Política Nacional de Recursos Hídricos) diz que a água é um bem de domínio público. Dessa forma, somos responsáveis pelo uso sustentável desse recurso limitado e, por isso, devemos aliar todos os usos para evitar danos irreversíveis para o ecossistema e para as populações que habitam áreas de bacias hidrográficas. Essa lei afirma, ainda, que “a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades”. Fórum Mundial da Água O Fórum Mundial da Água é um consórcio que envolve vários atores, incluindo autoridades governamentais nacionais, parlamentares, autoridades locais, usuários da água, representantes do Terceiro Setor, ONGs e pesquisadores. Esse fórum foi estabelecido em 1996, em resposta à demanda da comunidade global por debater os assuntos ligados à água, e tem por missão: “promover a conscientização, o compromisso político e a ação sobre as questões críticas da água em todos os níveis, incluindo o mais alto nível decisório, para facilitar a gestão e o uso eficiente da água em todas as suas dimensões numa base ambiental sustentável”. O evento tem ampla participação de jovens e crianças, que deram um exemplo de cidadania e de preocupação com as águas, com as 135 crianças do III Fórum Mundial da Água das Crianças e mais de 200 jovens vinculados ao Fórum dos Jovens. A posição brasileira frente ao uso dos recursos hídricos tem mudado muito em função das alterações causadas ao meio ambiente (desmatamentos, queimadas, agricultura e pastagens, poluição, entre outras), do aumento das cidades e da urbanização crescente de áreas rurais e verdes. O grande desafio para os próximos anos é aliar esforços na preservação e na manutenção da qualidade da água e na sua distribuição, bem como na expansão do saneamento básico, mas sem desconsiderar todos os envolvidos no processo, desde os usuários, governantes, representantes locais, ONGs, instituições de ensino e pesquisa, escolas, moradores, e todo o leque de pessoas que de alguma maneira devem estar informadas e preparadas para atuar na manutenção desse bem comum indispensável à vida. O fórum para esses debates participativos sobre o presente e o futuro das bacias hidrográficas em âmbito nacional se dá nos chamados Comitês de Bacia Hidrográfica, instituídos no âmbito do Sistema Nacional de Recursos Hídricos e dos Sistemas Estaduais, também conhecido como parlamento das águas, por seu caráter participativo e descentralizado. e s dos rios das margen os u d sí re Ocupação e to to de esgo lançamen equentes blemas fr ro p o sã frentam sólidos en s es público or st ge os m soluções que uais busca e para os q 16 Exposição Água Protesto d urante o V Fórum Mundial d a Água, rea lizado em Istam bul, na Turquia , em 2009 Um fórum sobre a água – propostas para a falta de água no mundo Prepare seus alunos para trabalharem com o tema água de uma maneira participativa e questionadora. Proponha a leitura e a análise de notícias veiculadas na internet, no jornal ou em outra fonte sobre o Fórum Mundial da Água e sobre problemas e questões atuais relacionados a esse recurso. Sites como o da Agência Nacional da Água (www.ana.gov.br) e Planeta Sustentável (http:// planetasustentavel.abril.com.br/), da editora Abril, podem ser um bom começo. Peça aos seus alunos que individualmente levantem um problema sobre o uso da água segundo a visão deles e a pesquisa realizada. Registre os problemas que foram identificados e divida a turma em grupos. Eles devem escolher um assunto considerando as características do problema levantado e justificar os critérios de escolha adotados. A escolha deve se basear em quem é afetado pelo problema (um indivíduo, a comunidade, o país etc.) e como isso acontece (se causa danos, se apenas traz desconforto, se depende de outros fatores para acontecer, entre outros). Os alunos devem, então, propor uma solução possível para esse problema e apresentar aos demais. Agência Nacional de Águas Além das políticas municipais e estaduais para a gestão dos recursos hídricos, o Brasil tem investido numa política voltada ao uso da água em caráter nacional, por meio da Agência Nacional de Águas (ANA). Entre as principais metas estabelecidas pelo governo federal, por meio da ANA, estão o suprimento do abastecimento e o saneamento básico para toda a população nacional. Essas metas estão sintetizadas nas memórias do V Fórum Mundial da Água, em 2009. Ao final do fórum, peça que a classe indique o problema que considera mais importante, partindo de quem é afetado por ele e como, e que julgue a solução mais pertinente com base nas ideias que os grupos apresentaram. Organizar um mural com os resultados das discussões e as propostas de solução pode ser uma ótima maneira de socializar o trabalho e dar a conhecer as ideias e o posicionamento dos alunos. www.aguanaoca.com.br 17 S Texto Reflexivo S A s diferentes visões dos povos sobre a água e a forma como isso altera a maneira de o ser humano se relacionar com ela influenciam hoje a narrativa da água, composta de vários discursos: das ciências, das religiões, da filosofia, da tradição oral, da comunicação, da educação etc. Que tal explorar um pouco mais essas relações e possibilidades?1 1. Texto de referência: Poéticas líquidas: a água na arte contemporânea, de Hugo Fernando Salinas Fortes Junior. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, 2006. Água: mitos, ritos e símbolos tação Represen anjá m Ie de Para começar a refletir sobre a água e seu significado para o ser humano, devemos considerar alguns aspectos relativos ao seu uso pelas culturas, bem como aos mitos e símbolos a ela atribuídos. Esse legado é uma herança cultural da qual muitos artistas se alimentam nos dias de hoje. Isso nos remete ao papel da água na formação do mundo, abordado em textos sagrados, entre os quais o Gênesis, no Antigo Testamento, a cosmologia babilônica, ou em mitos gregos e ainda na premissa de que o mundo é formado por quatro elementos essenciais: água, fogo, terra e ar, segundo a ideia de Empédocles, filósofo greco-romano do ano 400 a.C. Rituais de purificaçã o e limpeza no rio Gange s, na Índia Além de ser um elemento essencial em mitos de criação, a água é vista como elemento de destruição e transformação. Por exemplo, textos de alquimistas datados de 300 a.C. associam a água a processos de transformação do corpo em espírito. Ao longo da história, criaturas simbólicas têm sido relacionadas à água. Basta pensar nos deuses das águas, como Netuno (deus romano) e Poseidon (deus grego). Orixás do candomblé são outros exemplos, entre eles Iemanjá, rainha do mar, e Oxum, orixá feminino cujo nome deriva do rio Osum. Vemos, ainda, que mitos caiçaras dizem respeito a criaturas simbólicas, como a Mãe d´Água, figura protetora das águas e da pesca. Convívio social em praias Antigos ritos culturais e batismais realizados em rios ainda estão presentes nos dias de hoje, e a eles é atribuído o sentido de purificação pela água. Outro tipo de associação, desta vez entre água, saúde e convívio social, pode ser encontrado atualmente em praias e banhos minerais oferecidos a turistas em diversas regiões do país. 18 Exposição Água Água e pintura: breve descrição histórica dessa relação Na pintura, associada a diferentes períodos históricos, é possível encontrar simbolismos relacionados à água. No Renascimento, por exemplo, muitas obras fazem referência a ela como fonte de vida, de energia espiritual e de purificação. No século XVII e na primeira metade do XVIII, a água é retratada de forma menos religiosa e mais objetiva, ressaltando suas associações com o cotidiano. Paisagens banhadas por água, barcos, pesca e ambientes aquáticos são alguns exemplos. Já durante a segunda metade do século XVIII, a natureza passa a ser expressão dos sentimentos dos artistas e de seus questionamentos. No século XIX, a ciência, os avanços científicos, o estudo e a exploração da natureza influenciam as representações da água. Para os impressionistas, ela é um elemento para representar efeitos ópticos e jogos de luz. Pinturas de regiões costeiras de artistas brasileiros, como Benedito Calixto, passam a retratar de forma documental e acadêmica o litoral de São Paulo. A vida urbana que marca o século XX muda a relação do homem com a natureza. Propriedades físicas e químicas, fenômenos e conceitos associados à água (como flutuação) passam a ser incorporados na constituição das obras. O desaparecimento de estilos artísticos e a valorização de poéticas individuais marcam esse período. Parte da ob ra Inundaçã o da Várzea do Carmo, de Benedit o Calixto, 1 892. Acervo do Museu Paulista d a USP www.aguanaoca.com.br 19 S Texto Reflexivo S Aqueduto romano Água, técnica e arquitetura A história oferece-nos outra aproximação entre a cultura e a água, como os inúmeros exemplos de obras arquitetônicas e artísticas relacionadas à representação, ao uso, ao transporte e ao manejo da água. Aquedutos romanos, fontes, diques e sistemas de irrigação são alguns exemplos. Arte contemporânea A arte contemporânea também tem introduzido o tema da água em suas obras. Na música clássica, por exemplo, podemos citar desde os compositores Haendel e Debussy, com a obra O mar, até os diversos autores e intérpretes da música popular brasileira que têm se referido às águas, rios e mares em suas composições, como Luiz Gonzaga, Tom Jobim, Dorival Caymmi e Sá e Guarabira, entre outros. Tom Jobim compôs a consagrad a Águas de março em 1970 Da literatura portuguesa de Luís de Camões, em Os lusíadas, aos versos clássicos da Ilíada, de Homero, o tema da água é um argumento recorrente. Acontece o mesmo na literatura brasileira, que tem como destaques Raquel de Queiroz em O quinze e Graciliano Ramos em Vidas secas. Machado de Assis, José Lins do Rego e Carlos Drummond de Andrade são outros autores, entre muitos, que exploraram a temática da água em suas obras. O cinema também tem se referido ao tema. Enquanto em Saneamento básico de Jorge Furtado, o autor explora as relações entre água, saúde e ação participativa, em Waterworld, de Kevin Reynolds, aparecem questões relacionadas ao aquecimento global, que cobre toda a Terra de água, e à saga de alguns dos sobreviventes obstinados a procurar por terra seca. Cabe destacar, ainda, que em muitas obras contemporâneas a água não aparece apenas como tema, mas também como material constituinte da obra. 20 Exposição Água Poética líquida de William Pye Charybdis , Seaham H all, Sunderlan d, 2000 Com base nas reflexões suscitadas pelo texto anterior, propomos, nesta atividade, explorar as narrativas de artistas contemporâneos que, inspirados nessas relações históricas entre água e arte, vêm desenvolvendo seus trabalhos. Esse é o caso de William Pye, artista inglês que tem feito da água o tema e material de suas esculturas. Proponha a observação da prancha com a imagem da obra Charybdis, de William Pye (ver foto ao lado). • Do que trata essa obra? • Quais as relações que ela propõe entre água, arquitetura e paisagem? • Qual a técnica empregada e que materiais foram usados na obra? • Apresente aos alunos os aspectos biográficos do autor, buscando relações entre a época em que ele vive e as características da obra apresentada. William Pye Este artista inglês nascido em Londres em 1938 é conhecido internacionalmente por seu inovador trabalho escultórico com água. Há mais de quatro décadas o artista se dedica à confecção de obras públicas e privadas, tanto na Inglaterra quanto no exterior. Pye possui trabalhos em edifícios privados e públicos, em parques e jardins particulares, e é, hoje, o britânico com o maior número de obras públicas na Inglaterra. www.aguanaoca.com.br 21 S Orientações para Atividades S A lgumas atividades apresentadas a seguir poderão ser desenvolvidas também em sala de aula, antes ou depois da visita à exposição, com o propósito de estimular a curiosidade dos alunos, gerar a formulação de hipóteses, o registro escrito, a análise de dados e a apresentação de resultados. Nossa sugestão é que você as desenvolva e adapte em função dos recursos disponíveis na escola, e que elas sirvam de estímulo para realizar outras experiências em sala de aula. 1 – Observação da ArtEmia salina Que dados e informações podem ser coletados ao observar larvas e adultos do crustáceo Artemia salina? • Introdução As Artemias salinas – também conhecidas como artêmias – são pequenos crustáceos pertencentes ao mesmo grupo dos camarões, dos caranguejos e das lagostas. de Náuplios artêmia Artêmias adultas Esses organismos alimentam-se de bactérias e pequenas algas que obtêm filtrando a água com os mesmos apêndices que utilizam para respirar e se locomover. A reprodução ocorre sexuadamente, com a participação de um macho e de uma fêmea, ou assexuadamente, sem que ocorra a fecundação. Os ovos podem se desenvolver dentro do corpo da mãe, o que dá origem a náuplios ou larvas, ou ainda fora do corpo, o que origina embriões capazes de interromper seu crescimento se as condições não forem favoráveis, formando, assim, ovos de resistência também conhecidos como cistos. Nos estágios iniciais, esses crustáceos usam antenas localizadas na região da cabeça para se mover e, na fase adulta, utilizam os apêndices localizados no tórax. As fases de desenvolvimento desses crustáceos podem ser observadas em uma atividade planejada de observação ao microscópio. 22 Exposição Água Fases do desenvolvimento das artêmias Cistos (ovos de resistência) Náuplio I Náuplio II Náuplio IV Macho adulto Fêmea adulta • Objetivos Observar ao microscópio larvas de artêmias e indivíduos adultos, buscando identificar as diferentes etapas do seu ciclo de vida. Conhecer características adaptativas de organismos que habitam ambientes aquáticos. • Materiais necessários • Larvas e Artemias salinas adultas, conservadas em um tanque de água salgada • Folha de papel toalha • Folha Fases do desenvolvimento das artêmias • Lâmina • Microscópio Náuplio III Fêmea com ovos • Preparação da atividade e observação ao microscópio Colocar as larvas de artêmia na lâmina escavada. Retirar o excesso de água da lâmina com um pedaço de papel toalha enrolado, formando uma ponta. Dispor a lâmina com as larvas no suporte do microscópio e regular o refletor e o anel do microscópio. Com o equipamento montado, os alunos poderão observar os animais na lâmina buscando identificar diferentes tamanhos, apêndices e formas de nadar, registrando as observações realizadas. Uma vez finalizada essa etapa, será necessário devolver os animais que já foram observados e repetir todos os procedimentos com artêmias adultas. A identificação das diversas fases de desenvolvimento das artêmias poderá ser feita por meio de um registro escrito, com o auxílio da folha Fases do desenvolvimento das artêmias apresentada neste material, comparando os animais observados com as imagens da folha. Com base nas observações realizadas, poderão ser trabalhadas com os alunos questões como: • A modificação do corpo do animal ao longo de seu ciclo de vida; • Adaptações dessa espécie para habitar ambientes extremos, como a água hipersalina. www.aguanaoca.com.br 23 S Orientações para Atividades S 2 – Todos os seres vivos precisam de água? Como sobrevivem as plantas em biomas de seca extrema? Que adaptações evoluíram ao longo do tempo? Regime de chuvas da Caatinga • Introdução A Caatinga, palavra originária do tupi – caa (mata) + tinga (branca) = mata branca – é um bioma exclusivamente brasileiro que recebe esse nome pela aparência esbranquiçada de sua vegetação durante as épocas secas. Esse fragilizado bioma ocupa aproximadamente 8% do território nacional, englobando trechos do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Na Caatinga encontra-se uma vegetação própria de regiões semiáridas representada por espécies como palmas, cactos, umbuzeiros e caroás e por diversas espécies de anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Entre os representantes desses dois últimos grupos, estão a ararinha azul, o veado-catingueiro, o gambá e a cutia. A vegetação desse bioma é submetida a diferentes regimes de chuva ao longo do ano, alternando períodos em que chove mais (março e abril) com períodos em que chove menos (outubro e novembro). As diferenças entre os regimes de chuva impactam a vegetação local, deixando-a “verde” ou seca, com ou sem folhas, e o solo úmido ou seco (ver gráfico ao lado). Características adaptativas evoluíram em plantas, como o cacto, para tolerarem ambientes pouco úmidos e conservarem a água. Cactos s m tê folha as modificad os em espinh uem in im d e u q água a perda de pela planta 24 Exposição Água • Objetivos • Preparação da atividade e realização Estimular e ampliar o conhecimento sobre a Caatinga, um ambiente com baixos índices de umidade no ar e no solo. Conhecer uma característica adaptativa de plantas que conseguem tolerar a escassez de água. A) Pegar dois filtros de papel e mergulhá-los na água da bandeja até que fiquem encharcados. B) Abrir um clipe. C) Prender um filtro de papel no clipe aberto. D) Colocá-lo na lateral da mesa, usando a massa de modelar. Esse filtro representará a folha de um tipo de planta da Caatinga. E) Enrolar o outro filtro de papel, formando um cone (representando um espinho), e prendê-lo, também com o clipe aberto, na lateral da mesa, utilizando a massa de modelar. Esse filtro representará a folha de um cacto da Caatinga. Chamar a atenção dos alunos para o fato de que a quantidade de água é a mesma em ambos os filtros, embora um deles esteja enrolado. F) Após a montagem, os alunos poderão observar que o filtro em forma de cone apresenta o melhor formato para conservar a água. Pergunte aos alunos por que muitas plantas que vivem no deserto e na Caatinga têm as folhas em forma de espinhos. Outras perguntas como: Para as plantas que vivem na Caatinga, qual é o melhor formato de folha? Por quê? podem ajudá-los a conduzir uma discussão sobre os fenômenos observados. • Materiais • Filtros de papel • Clipes • Bandeja de plástico com água • Barrinha de massa de modelar Após a atividade, será possível trabalhar com os alunos questões como a disponibilidade de água no ambiente para os seres vivos e de que modo eles vivem nos lugares em que há excesso ou escassez desse recurso. Proponha uma pesquisa sobre índices pluviométricos na Caatinga que lhes permita comparar esse bioma com áreas úmidas como a Amazônia ou a Mata Atlântica. A B C D E F www.aguanaoca.com.br 25 S Orientações para Atividades S 3 – Construção de modelo: É possível obter combustível a partir da água? Para lançar um ônibus espacial e mantê-lo girando ao redor da Terra, é necessária uma imensa quantidade de energia. Um de seus combustíveis pode ser obtido a partir da água. Que combustível é esse? Como ele é produzido? Esquema da eletrólise da água • Introdução O processo de eletrólise (eletro = eletricidade, lise = separar, ou seja, separar com eletricidade) é uma das formas mais utilizadas para separar os elementos químicos que constituem a água. Quando dois condutores elétricos são submersos em água pura, nada acontece, pois a água não é um bom condutor de corrente elétrica. No entanto, se adicionarmos à água ácidos (como o ácido sulfúrico), bases (como o hidróxido de sódio) ou sais (como o sulfato de sódio), a solução resultante torna-se iônica. Os íons presentes na solução possibilitam a passagem de corrente elétrica e pode ocorrer a eletrólise da água. 4 H 2O 2 H2 + 4 OH- O H O H H O H H O H H O H O H H H H H H O O H H 2 H 2O O2 + 4 H+ Elétron H H Hidrogênio O Oxigênio H O H H O H O O H O H O H Hidroxila H Molécula de água H H No processo de eletrólise, a corrente elétrica (fornecida por uma fonte externa, como uma bateria ou uma pilha) quebra as moléculas de água, liberando gases como hidrogênio e oxigênio. Quando se utiliza uma pilha, por exemplo, o gás hidrogênio é obtido junto ao fio conectado ao polo negativo, e o gás oxigênio, com o fio conectado ao polo positivo. O gás hidrogênio, obtido pelo processo anteriormente descrito, tem sido utilizado como combustível para veículos espaciais e, também, para veículos comuns, como carros. 26 Exposição Água • Objetivos A B C D Explorar o processo de eletrólise da água e identificar as fontes de energia e as transformações que levam à produção dos gases hidrogênio e oxigênio. Conhecer um dos usos que o homem tem dado à água para produzir energia. • Materiais • 1 suporte para eletrólise • 1 clipe para bateria com garra • 1 recipiente (copo de plástico, por exemplo) para eletrólise • 2 eletrodos de grafite • 1 rolha de EVA para eletrólise • 2 coletores de gases • Solução de hidróxido de sódio concentração 0,1 molar ou 10 gramas por litro (g/L) • Folhas de papel toalha • Pipetas plásticas • 1 bateria de 9 V • Preparação da atividade e realização A) Encaixar a rolha de EVA no fundo do pote. Em cada um dos furos, inserir cuidadosamente os eletrodos de grafite, de modo que as pontas atravessem a rolha. B) Colocar o pote com os eletrodos no suporte para eletrólise. Adicionar a solução de hidróxido de sódio até preencher o fundo do pote. C) Preencher os dois coletores de gás com a solução de hidróxido de sódio. Entornar cada um deles sobre um eletrodo de grafite. D) Prender o clipe à bateria e colocar cada uma das garras jacaré em um dos eletrodos. Observar o que acontece em cada um dos coletores e estimular o registro de qual fio (vermelho ou preto), conectado ao eletrodo, libera maior quantidade de gás. Durante a observação do fenômeno, será possível estimular, entre os alunos, discussões ao redor de questões como: Qual é a fonte de energia utilizada no processo de eletrólise? Que gás está se acumulando em cada coletor? Por que as quantidades são diferentes? Qual seria a melhor proporção da mistura entre os gases para se formar água? Pensando em todo o processo, desde a obtenção do hidrogênio até sua combustão, a energia liberada por um foguete espacial poderia ser considerada uma forma de energia limpa? Qual a importância de encontrar água na Lua ou em outros planetas, como Marte? www.aguanaoca.com.br 27 S Glossário S Adaptação: no contexto da Biologia, Energia cinética: energia Moinho: instalação, em geral, faz referência a características evoluídas relacionada ao movimento. destinada à fragmentação de grãos em organismos, como resultado da Todo corpo que possui movimento de trigo ou de outros cereais. Há seleção natural. tem energia cinética. dois grandes grupos de moinhos tradicionais: os moinhos de vento são Aquíferos subterrâneos: grandes Fórum: uma reunião em que aqueles moinhos que utilizam o vento depósitos de água alimentados pelas há um livre debate de ideias com como fonte de energia, e os moinhos de chuvas que se infiltram no subsolo. interação entre todos. Exemplo: um água os que fazem uso da água dos rios Por sua vez, alimentam mananciais de fórum sobre meio ambiente pode para se movimentar. água na superfície e formam lagoas, reunir representantes dos sindicatos, rios ou pântanos. da vigilância sanitária e dos governos Plasma: é o componente líquido federal e estadual. do sangue. de drenagem de um curso de Gestão descentralizada: Regiões semiáridas: regiões água é o conjunto de terras que pressupõe que a responsabilidade caracterizadas por temperaturas fazem a drenagem da água das pela tomada de decisão passa a incluir, médias elevadas e precipitações precipitações para esse curso de além dos poderes públicos federal médias anuais inferiores a 800 mm. água e seus afluentes. e estadual, atores tradicionalmente No Brasil, o semiárido abrange parte excluídos (municípios, usuários e dos estados de Minas Gerais e Espírito organizações civis). Santo, os sertões da Bahia, Sergipe, Bacia hidrográfica: ou bacia Caiçara: é uma palavra de origem tupi que se refere aos habitantes das Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio zonas litorâneas. Também existe a Lei das Águas: Lei 9.433, de 1997. Grande do Norte, Ceará, Piauí e uma “cultura caiçara” no litoral paranaense Institui a Política Nacional de Recursos parte do sudeste do Maranhão. e no litoral sul do estado do Rio de Hídricos, cria o Sistema Nacional de Janeiro, por exemplo. Inicialmente Gerenciamento de Recursos Hídricos Rolha de EVA: rolha feita de um designava apenas indivíduos que e define como a água será gerenciada tipo de borracha também utilizada em viviam da pesca de subsistência. pelos governos (municipais, estaduais e brinquedos, quebra-cabeças, chinelos federais) e a quem pertence esse bem. descartáveis etc. transformação da matéria do estado Maré: enchente e vazante das águas Ureia: composto orgânico produzido gasoso para o estado líquido. do mar que se elevam e se abaixam, pela degradação de compostos Condensação: fenômeno de alternadamente. É produzida pela nitrogenados, formado no fígado, Debate: uma discussão entre dois atração da água do mar pela força da filtrado pelos rins e eliminado na urina. ou mais oradores que defendem gravidade da Lua e do Sol. Usina hidrelétrica: complexo opiniões divergentes. Mata ciliar: é a designação dada à arquitetônico que tem por finalidade Eletrodo de grafite: terminal feito vegetação que ocorre nas margens de produzir energia elétrica pelo de grafite e utilizado para conectar um rios e mananciais. O termo refere-se ao aproveitamento do potencial hidráulico circuito a uma parte não metálica. fato de que ela pode ser tomada como existente em um rio. uma espécie de “cílio”, que protege os Energia potencial gravitacional: forma de energia que um corpo, a determinada altura em relação à Terra, apresenta graças à força gravitacional. 28 Exposição Água cursos de água do assoreamento. S Para Saber Mais S S V Fórum Mundial da Água: materiais de apoio. Disponível em: http://content. worldwaterforum5.org/index.php/home. Agência Nacional de Águas. Disponível em: www.ana.gov.br. ATTENBOROUGH, David. A vida na Terra: uma história natural. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1990. BAINES, Stephen G. A usina hidrelétrica de Balbina e o deslocamento compulsório dos Waimiri-Atroari, 1995. Texto apresentado no Seminário Internacional A Questão Energética na Amazônia: Avaliação e Perspectiva Socioambientais. Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos/ deslocamento-compulsorio-waimiri-atroari-usina/deslocamentocompulsorio-waimiri-atroari-usina.shtml. Caminho das Águas. Projeto em parceria com a Agência Nacional de Águas e a Fundação Roberto Marinho. Disponível em: http://www.caminhoaguas. org.br/institucional2.htm. Documento do Senado Brasileiro sobre o V Fórum Mundial da Água. Disponível em: http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/cma/ap/AP_ 20080408_ConsMundialAgua_BeneditoBraga.pdf. FIGUEIREDO, Aníbal; PIETROCOLA, Maurício. Física um outro lado: faces da energia. São Paulo: FTD, 2000. Informações sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos. Disponível em: www.mma.gov.br. Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos – legislação. Disponível em: www.dji.com.br. Rãs congeladas. Laboratório de Kenneth Storey. Disponível em: http://httpserver.carleton.ca/~kbstorey/popular.htm. S www.aguanaoca.com.br 29 S 30 Exposição Água Anotações S www.aguanaoca.com.br 31 S 32 Anotações Exposição Água S S REFERÊNCIAS Agência Nacional de Águas. Disponível em: www.ana.gov.br. ALPERT, Peter. Sharing the Secrets of Life Without Water. Integrative & Comparative Biology. 45 (5):683684, 2005. Disponível em: http://icb. oxfordjournals.org/content/45/5/683.full. Artigos e publicações do Laboratório de Kenneth Storey. Disponível em: http://http-server.carleton. ca/~kbstorey/popular.htm. Caminho das águas. Projeto em parceria com a Agência Nacional de Águas e a Fundação Roberto Marinho. Disponível em: http://www. caminhoaguas.org.br/institucional2.htm. Documento final do V Fórum Mundial da Água, 2009. Disponível em: http://content.worldwaterforum5.org/ index.php/home. Referências & Créditos WHO Library Cataloguing in Publication Data Progress on Sanitation and Drinking-water: 2010 Update. Disponível em: http://whqlibdoc.who. int/publications/2010/9789241563956_ eng.pdf. WOOFIT, Gabriele. Os elementos Água. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2004. CONCEPÇÃO Curadoria Geral e Desenho Expositivo Marcello Dantas Curadoria Científica Gustavo Accacio Mário Donizeti Domingos Consultoria Científica Renato Kipnis PROGRAMA EDUCATIVO Documentos publicados no site da World Health Organization (Organização Mundial de Saúde). Disponível em: http://www.who.int/en/. Concepção Coordenação: Ana Maria Navas Equipe: Djana Contier Fares, Luciana Magalhães Monaco Documentos publicados no site do Instituto Akatu. Disponível em: http:// www.akatu.net/. Consultora de Ensino Eliane Mingues Documentos publicados no site do Museu da Água de Portugal. Disponível em: http://museudaagua. epal.pt/museudaagua/. FIGUEIREDO, Aníbal; PIETROCOLA, Maurício. Física um outro lado: faces da energia. São Paulo: FTD, 2000. FORTES JR., Hugo Fernando Salinas. Poéticas líquidas: a água na arte contemporânea. Tese de doutorado. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2006. Instituto Sangari e MNH. Textos da exposição Água. Water Science for Schools. Disponível em: http://ga.water.usgs.gov/edu/ wuhy.html. Coordenação do Educativo Pedro Abib Cristales Coordenação Editorial Elissa Khoury Daher Design Ricardo Salamon Fernando Andrade William Yamamoto Revisão de texto Globaltecnet Artes Gráficas Kiel Pimenta AGRADECIMENTOS Ana Lúcia Nunes e Renata D. Lanari – Latinstock; Augusto Jatobá; William Pye; Prof. Dr. Carlos Arturo Navas Iannini; Priscila Melo. S Imagens Contracapa: © Theo Allofs/Corbis. Página 2: © David Arky/Corbis. Página 4 e 5: © Theo Allofs/Corbis. Página 6: © DLILLC/Corbis/Corbis (DC)/ Latinstock. Página 7a: © Joe McDonald/ Corbis. Página 7b: Ilustração adaptada do original disponível em: http://www. whalemuseum.is/whales-in-iceland/ whale-biology/morphology/. Página 8a: © Rob Howard/Corbis. Página 8b: © Eric and David Hosking/ Corbis. Página 8c: © H. Takano/Corbis. Página 9: © Theo Allofs/Corbis. Página 10a: © Jacques Jangoux/ Photoresearchers/Latinstock. Página 10b: © Julia Waterlow; Eye Ubiquitous/Corbis. Página 11: Ilustração adaptada do original disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Hydroelectric_dam_portuguese. png. Página 12: © AP/Wide World Photos. Página 13: Arquivo AMNH. Página 14: © Imaginechina/Corbis/Latinstock. Página 15: © Danny Lehman/Corbis. Página 16: © Mike F. Alquinto/epa/Corbis. Página 17: © Tolga Bozoglu/epa/Corbis. Página 18a: © Antonio Lacerda/epa/ Corbis. Página 18b: © Adam Woolfitt/ Corbis. Página 18c: © Frank Lukasseck/ Corbis. Página 19a: © Michael A. Keller/ Corbis. Página 19b: Acervo do Museu Paulista da USP © José Rosael/Hélio Nobre. Página 20a: © Matthieu Colin/Hemis/ Corbis. Página 20b: © Moshe Shai/Corbis/ Corbis (DC)/Latinstock. Página 21a: ©Atelier William Pye. Página 21b: ©Atelier William Pye. Página 22a: © Tom Adams/Visuals Unlimited/Corbis/ Corbis (DC)/Latinstock. Página 22b: © Lester V. Bergman/Corbis/Corbis (DC)/ Latinstock. Página 23: © Sangari Brasil. Página 24a: © Sangari Brasil. Página 24b: © Corbis (RF)/Latinstock. Página 25: © Sangari Brasil. Página 26: © Sangari Brasil. Página 27: © Daniel Annunciato/ Photosofia. Esta exposição baseia-se na mostra H2O = Life, organizada pelo Museu de História Natural de Nova York (www.amnh.org) e pelo Museu de Ciências de Minnesota (www.smm.org), em colaboração com o Museu de História Natural de San Diego; o Centro de Ciências Great Lake, Cleveland; o Field Museum, Chicago; o Museu Nacional da Austrália, Canberra; o Royal Ontario Museum, Canadá; o Centro de Ciências de Singapura e o Instituto Sangari, Brasil. www.aguanaoca.com.br 33 Apresentação Iniciativa Patrocínio Copatrocínio Realização Apoio