Índices de Obras Públicas – IPOP anunciados
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Índices de Obras Públicas – IPOP anunciados
Índices de Obras Públicas anunciados – IPOP Neste Ano, Câmbio Ameniza o Impacto do Dissídio Denise Cyrillo (*) No mês de maio, acontecem as negociações para dissídio de grande parte da mão de obra da Construção Civil. Neste ano, as negociações foram duras, e nem todos os sindicatos conseguiram chegar a um acordo dentro do mês. Assim, várias categorias ainda não tiveram os reajustes devidos, mas nem por isso os índices deixaram de sofrer o impacto dos reajustes salariais! A Tabela 1 apresenta as variações mensais de quatro dos índices calculados pela FIPE. Os aumentos variaram entre 0,47%, para o índice de Pavimentação, a 4,36%, para o Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra. Os reajustes ficaram bem caracterizados segundo tipo de obra. As obras pesadas com variações bem modestas e as edificações e serviços gerais com aumento acima de 3,5%. Esta diferenciação, contudo, é explicada pela valorização do real, que reduziu os preços dos importados, impactando assim o preço médio dos equipamentos (-1,14% a -0,09 %), que têm peso significativo no orçamento das obras pesadas, e pela variação dos salários, já que a importância da mão de obra nessas obras é pouco expressiva, ao contrário do que ocorre com o IGE e SGPMO. Adicionalmente, a variação do preço médio dos materiais foi pouco significante: ligeira queda entre aqueles que são utilizados nas obras de pavimentação (-0,11%), aumento de 0,36% para os das obras de edificações, 0,46% para aqueles empregados nos serviços gerais, ao passo que os utilizados nas obras de terraplenagem ficaram estáveis (Tabela 1). Os Índices de Preços de Obras Públicas são calculados pela Fipe desde de 1974. São usados para reajuste dos contratos de obras públicas pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e publicados no Diário Oficial do Estado. (*) Pesquisadora da Fipe: [email protected]. Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 1 Na Tabela 1, pode-se verificar também o impacto dos acordos de dissídio fechados em maio. Os principais sindicatos patronais acordaram reajustes de até 9,83%. O SINDUSCON-SP, por exemplo, acordou esse percentual para os trabalhadores com salários de até R$ 7 mil, ligados aos SINTRACON-SP;1 o mesmo percentual foi homologado pelo SINICESP, para os salários de até R$ 8 mil, para os empregados ligados ao SINTRAPAV. Para os salários maiores, o dissídio deverá ser pago em duas parcelas (6,38% sobre R$ 7 mil, ainda em maio, e 3,24% sobre o restante, em setembro, no caso do SINDUSCON) ou livremente conforme a política de cada empresa (para os do SINICESP 2). Contudo, existem vários seguimentos que não haviam finalizado as negociações até o fechamento do cálculo dos índices de maio, de modo que haverá, para o próximo mês, ainda reajustes salariais a serem computados. Nesse contexto, observa-se que, na média, a mão de obra alcançou reajuste entre 7,01% (SGPMO) e 8,58% (TER). Tabela 1 - Índices de Preços de Obras Públicas - Variação Mensal (%) Índices Geral Materiais Equipamentos Serviços Mão de Obra IGE 3,65 0,36 -0,15 0,04 7,02 TER 0,60 0,01 -1,14 - 8,58 PAV 0,47 -0,11 -0,09 - 7,91 SGPMO 4,36 0,43 - 0,05 7,01 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Obs.: IGE - Índice Geral de Edificações, TER - Índice de Obras de Terraplenagem, PAV - Índice de Obras de Pavimentação, SGPMO - Índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra. O Gráfico 1 permite comparar o aumento salarial médio conseguido pela mão de obra do setor de obras públicas no corrente ano, com o obtido em 2015. Pode-se verificar que, no ano passado, o impacto do dissídio foi captado ao longo de três meses (de maio a julho), resultando em aumento médio entre 6,79% (TER) a 7,34% (IGE e SGPMO). Naquele ano, os trabalhadores das obras pesadas 3 tiveram reajuste inferior aos das 1 2 Sindicato predominante. http://sinicesp.org.br/boletins/circulares/sju2016_05.pdf, acesso 15/06/2016. Ligados ao SINTRAPAV que assinaram acordo de reajuste de 8,34% em duas parcelas que foram pagas em maio (4%) e novembro (4,18%). <http://www.sintrapav.org.br/wpcontent/uploads/SINAENCO-X-SINTRAPAV-2015-2016.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2016. 3 Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 2 obras de edificações e serviços gerais.4 No corrente ano, até o momento, observa-se o inverso: aumento entre 7,91% (PAV) e 8,58% (TER) e de 7% nos salários dos trabalhadores das obras e serviços gerais. Gráfico 1 - Comparação da Variação Salarial em Época de Dissídio 2015 e 2016 10,00 9,00 8,00 7,00 6,00 mai/15 a jul/15 5,00 mai/16 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 IGE TER PAV SGPMO A Tabela 2 apresenta as variações acumuladas, até maio de 2016, dos preços dos materiais e equipamentos segundo setores de atividade e tipo de obra, além da variação mensal, correspondente a maio. No que tange ao IGE, a Indústria da Borracha, acumula queda de 4,22%, seguida da 4 A convenção coletiva entre o SINDUSCON e o SINTRAPAV de 2015 determinou reajuste de 8% para os salários até R$ 7 mil. <http://www.portalsinduscon.com.br/portal/wpcontent/uploads/2015/07/consolidacao_sintracon_2015.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2016. Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 3 Indústria de Material Elétrico e de Comunicações (-1,52%). De outro lado, os materiais da Indústria Química, que participam dessas obras, acumulam reajuste significativo (7,69%) – bem acima da inflação da economia acumulada em 2016 (4,05%5) –, refletindo o comportamento do preço do petróleo. Em maio, os preços dos insumos da Indústria de Material Elétrico e de Comunicações recuaram (-0,67%), intensificando as perdas do acumulado do ano, enquanto a Indústria Metalúrgica foi a única a conseguir reajuste superior a 1%. Tabela 2 – Índices de Preços de Obras Públicas por Setor Variação Mensal em 2016 e Acumulada nos Anos de 2016 e de 2015 (%) SETORES DE ATIVIDADES IGE Mai/16 Abr/16 01- Extração Mineral (EM) -0,10 02- Indústria de Minerais Não Metálicos (IMNM) TER Acum /16 Acum/15 0,00 -0,03 1,60 0,10 -0,13 0,59 4,25 03- Indústria Metalúrgica (IMET) 1,06 -0,08 2,43 2,31 04- Indústria Mecânica (IMEC) -0,24 -0,66 -0,19 6,43 05- Indústria Material Elétrico/Comunicações (IME/C) -0,67 -0,37 -1,52 11,85 06- Material de Transporte (MT) 0,00 2,89 2,46 3,09 -0,15 0,33 0,99 9,91 0,36 -0,17 -4,22 0,78 1,72 0,00 0,45 0,04 0,14 07- Indústria de Madeira (IMAD) 08- Indústria da Borracha (IBORR) 09- Indústria Química (IQ) 10- Indústria de Produtos Plásticos (IPP) 11- Serviços da Construção (SC) Mai/16 PAV Acum /16 Mai/16 Acum /16 0,33 0,24 -0,38 0,82 -0,36 -0,06 -1,35 -8,40 0,28 0,43 -0,29 2,25 -0,40 2,75 11,89 1,27 3,09 2,75 3,47 7,69 9,56 -0,09 1,17 -0,08 9,84 3,72 16,09 -0,02 4,28 0,00 -9,35 12- Energia Elétrica e Outros serviços Públicos (EE) Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Na sexta coluna da Tabela 2, observa-se a variação mensal segundo setores de atividade dos materiais e equipamentos que compõem o Índice de Terraplenagem, verificando-se que apenas a Indústria da Borracha registrou variação positiva (1,27%). Examinando o acumulado no ano, destaca-se o recuo do preço médio dos insumos pertencentes à Indústria Mecânica (-8,40%), refletindo o movimento recente do câmbio, como já mencionado. Em relação ao PAV (colunas oito e nove), o destaque ficou com a Indústria Química, que já acumula, no ano, quase 10% de 5 IPCA acumulado até maio/2016. <http://www.portalbrasil.net/ipca.htm>. Acesso em: 20 jun. 2016. Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 4 aumento, apesar de que, em maio, houve ligeiro recuo (-0,08%). Os itens pertencentes à Indústria da Borracha, utilizados nas obras de pavimentação, também acumularam variação positiva no ano, resultado de aumento expressivo alcançado no mês de referência (2,75%). Na Tabela 3, pode-se examinar a variação acumulada média dos preços dos insumos que participam de obras públicas para quatro períodos e tipo de obra. O primeiro, desde o Plano Real, o segundo, desde abril de 2004, e os outros dois representando a projeção de inflação anual baseada no acumulado de 12 meses e do ano. Considerando o longo prazo, o Índice de Pavimentação continua liderando o reajuste, seguido do Índice de Serviços Gerais com Predominância de Mão de Obra, enquanto o Índice de Terraplenagem se mantém na última posição. No médio prazo, base abril de 2004, a mesma ordem é observada, muito embora as distâncias entre os índices tenham se estreitado. Com a projeção anual, a liderança do PAV (19,62%) se repete, ampliando novamente a margem em relação aos demais índices. Para o acumulado no ano, essa tendência de aumento da diferença entre o PAV e os demais desaparece em relação ao IGE e ao SGPMO, cuja variação, nesse período, está apenas 2,7% e 2,1% abaixo do PAV, respectivamente. Em relação ao TER, a diferença vem se ampliando desde marco, sendo de quase 9 p.p., em virtude do impacto do câmbio sobre os equipamentos importados (TER) e dos materiais da Indústria Química (PAV). Essas tendências podem ser observadas no Gráfico 2. Tabela 3 Índices de Preços de Obras Públicas Variações Acumuladas (%) Períodos IGE TER PAV SGPMO Abr /1994 – Mai /2016 529,562 426,629 808,456 602,010 Abr /2004 – Mai /2016 133,360 90,280 150,492 142,296 Jun /2015 – Mai /2016 6,987 8,273 19,618 7,791 Jan /2016 – Mai /2016 4,134 -1,773 7,033 4,743 Fonte: Banco de dados SIPOP/FIPE. Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 5 Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 6 Índice de Preços de Obras Públicas Metodologia CYRILLO, D. C.; FAVA, V. L. Índices de Preços de Obras Públicas e o Plano Real. Estudos Econômicos. Instituto de Pesquisas Econômicas, São Paulo, v. 25, p. 151-180, 1995. Mais informações: [email protected] Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 7 Série Estatística Índices de Preços de Obras Públicas – Março de 1994 = 100 (sem desoneração) Edificações Pavimentação Terraplenagem Serv. Gerais Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Geral Mat. Constr. Mão de Obra Equip. Predom. M. O . Dez 568,183 484,890 722,893 382,229 678,621 762,011 736,559 348,062 453,331 675,928 766,613 314,666 628,751 Jan/15 570,118 488,338 723,361 384,105 748,979 858,415 738,650 352,690 458,963 676,146 768,907 322,313 630,418 Fev 572,325 491,612 723,991 384,838 754,586 865,950 738,230 353,789 472,738 713,763 768,689 328,789 632,328 Mar 574,074 494,653 724,319 392,489 756,571 868,020 739,455 355,745 487,931 716,310 771,037 349,283 633,891 Abr 577,493 500,845 724,213 393,290 757,603 869,339 738,721 356,449 489,173 717,407 770,113 350,782 636,726 Maio 588,445 501,163 750,813 393,045 759,466 870,220 753,377 356,570 486,390 719,976 775,883 345,213 651,272 Jun 591,710 502,562 757,138 391,445 760,748 871,199 761,073 356,341 491,433 720,857 782,507 351,249 655,266 Jul 600,155 503,916 777,404 393,787 763,509 871,621 790,081 356,940 497,139 720,623 822,388 354,514 666,347 Ago 601,726 503,611 781,261 398,603 763,225 870,117 794,845 358,996 510,426 720,808 827,367 372,718 668,347 Set 601,019 502,626 780,892 399,360 784,388 899,447 796,598 358,550 525,537 722,717 829,681 393,251 667,494 Out 601,851 504,658 780,044 401,666 801,473 922,444 796,319 361,292 535,465 745,842 829,580 399,343 667,966 Nov 604,494 509,501 780,484 401,525 848,449 988,223 797,048 359,567 533,565 756,756 830,356 392,750 670,212 Dez 604,570 509,291 780,317 402,561 848,766 988,801 797,132 359,057 536,134 760,895 829,251 395,097 670,220 Jan/16 606,946 514,488 779,421 403,081 849,445 990,124 797,099 357,741 543,688 765,595 830,463 404,051 672,361 Fev 606,909 513,973 779,848 407,556 850,002 990,577 798,207 358,431 537,119 767,403 832,628 393,795 672,490 Mar Abr 607,197 607,400 514,884 515,095 779,644 779,678 403,671 406,822 850,480 904,171 991,257 1.064,612 797,861 797,814 358,522 363,877 528,236 523,490 771,506 771,745 830,871 830,625 379,926 373,129 672,671 672,687 Maio 629,562 516,947 834,393 406,207 908,456 1.063,463 860,959 363,560 526,629 771,822 901,873 368,878 702,010 Índices de Obras Públicas – IPOP – Maio/2016 8