Curiosidades sobre os números romanos
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Curiosidades sobre os números romanos
Capítulo 3 Texto complementar 1 Volume 1 Curiosidades sobre os números romanos Thinkstock O sistema de numeração romano é indicado atualmente apenas para nomes de reis, papas e transcrições de leis, porém ainda é usado em nosso dia a dia na numeração de relógios, em algumas competições esportivas, séculos, guerras, capítulos de livros, feiras, conferências, etc. Duas coisas chamam, inicialmente, a atenção quando pensamos em números romanos: 1. O sistema romano utiliza letras, ou seja, não houve necessidade de criar novos símbolos para representar algarismos. 2. O sistema romano utiliza o princípio subtrativo, no qual, se um número menor está à esquerda do maior, devemos subtrair do maior número o menor (como você já sabe, VI vale 5 + 1 = 6 e IV vale 5 – 1 = 4). Num primeiro momento, esse princípio parece único, mas usamos frequentemente o princípio subtrativo para dizer as horas (às 08h55min você também pode dizer que “faltam cinco minutos para as nove horas”). Mas o que nem todo mundo sabe é que o sistema de numeração que hoje chamamos de sistema romano é bem diferente daquele usado pelos antigos romanos. O sistema romano só tomou a sua forma atual, com regras precisas para a sua escrita, a partir do Renascimento. Os antigos romanos dificilmente usavam o princípio subtrativo, os algarismos tinham representações diferentes e, acima de tudo, não tinham regras fixas para escrever os numerais. Veja alguns exemplos: Se um dia você for ao Coliseu, em Roma, e caminhar até o portão 44, você irá ler esculpido na pedra a numeração do portão como XLIIII e não XLIV: Thinkstock Escrever IIII no lugar de IV também é muito comum em relógios. Para relógios, existe ainda uma explicação estética. Escrevendo IIII no lugar de IV, os quatro primeiros possuem o símbolo I, os quatro seguintes apresentam o símbolo V e os quatro últimos apresentam o símbolo X, o que deixa o relógio mais simétrico. Os antigos romanos também representavam o número mil por CI e o número quinhentos por I ao invés de M e D, respectivamente. Da mesma forma, CCI representava 10 000 e CCCI era 100 000. 1 Latinstock Discours de la mèthode traz a data de publicação como CI I CXXXVII, ou seja, 1637. Latinstock Alinari Picture Um dos mais antigos documentos onde é possível observar a antiga numeração romana é a Columna Rostrata, que é um monumento construído em 260 a.C. em comemoração a uma vitória naval dos romanos sobre os cartagineses. Pode-se observar, na Columna Rostrata, 23 cópias do algarismo CCCI , ou seja, 2 300 000. Os romanos desconheciam o zero, introduzido posteriormente pelos árabes, de forma que não existia nenhuma forma de representação desse valor. Junte a isso a enorme dificuldade de se fazer contas usando os números romanos e você já terá uma boa ideia de por que esses números caíram em desuso no mundo moderno. 2