Como lidar com as inevitáveis brigas e birras entre irmãos Como

Transcrição

Como lidar com as inevitáveis brigas e birras entre irmãos Como
Criando filhos em BH
www.cangurubh.com.br | jul 2016 | nº 10
E XE M P LAR G RAT U I TO PARA E SCO LAS PARCE I RAS
Férias de julho
na fazenda
Crossfit é
COISA DE CRIANÇA
O que rolou no
II Seminário
INTERNACIONAL
DE MÃES
tô de mal
Como lidar com as inevitáveis
brigas e birras entre irmãos
nesta edição3
seções
6
8
10
12
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47
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Primeiras palavras
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Padecendo no Paraíso, por Bebel Soares
e Tetê Carneiro
51
52
54
Artigo, por Geraldo Santana
30
Nossos leitores
www.cangurubh.com.br
Missão Instagram
Eles dizem cada coisa
Canguru viu e curtiu
Corrente do bem
Mundo Kids
Moda
Comprinhas
Viagens, modo de usar, por Luís Giffoni
Os irmãos Theo, de 2 anos, e Lara, de 7: um implica
com o outro, mas sempre acabam em harmonia
36
História de mãe, por Danielli Soares Melo Gaiotti
Para ler com seu filho, por Leo Cunha
Na Pracinha, por Flávia Pellegrini e
Miriam Barreto
Artigo, por Simone Matias Santos
Crônica, por Cris Guerra
Aula na Crossfit BH, para pequenos a partir dos
3 anos: nada de levantamento de peso
38
Reportagens
26
Férias | Dez sugestões de hotéis-fazenda para
adultos e crianças curtirem em julho
30
Família | O que fazer quando a saudável
brincadeira entre irmãos acaba em briga?
36
Fitness | Nada de marmanjões sarados. Escolas
de crossfit abrem turmas para crianças
38
Evento | Palestras do II Seminário Internacional
de Mães atraem 800 pessoas ao Ouro Minas
O auditório do Ouro Minas recebeu interessadas de todo o país
para o II Seminário Internacional de Mães: troca de experiências
Nossa capa
Rafael, de 7 anos, e Giovanna, de
3, são filhos de Vanessa Carneiro
Rayol e Alexandre Gatti Lages.
FOTO: Gustavo Andrade
A
E NTR A D
ITA
GR ATU
COM OS ESQUILOS
MAIS DIVERTIDOS DA TV!
13 A 31
DE JULHO
TODOS OS DIAS, DAS 14H ÀS 19H40*
PISO MARIANA
FAIXA ETÁRIA: DE 4 A 12 ANOS
ÁREA EXCLUSIVA PARA CRIANÇAS DE 0 A 4 ANOS.
Mediante distribuição de senhas. Sujeito a lotação. *Entrada da última turma.
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VENHA BAGUNÇAR
Freud estava
enganado
LAURIE KRAMER, VICE-REITORA da Universidade de Illinois, nos
Estados Unidos, tinha como meta fazer irmãos e irmãs ser mais amáveis
uns com os outros. E entendeu claramente o tamanho do desafio assim
que se reuniu com os pais que inscreveram filhos no programa de seis
semanas de duração criado por ela e batizado de “Mais Diversão entre
Irmãos e Irmãs”. As intermináveis disputas entre suas crianças foram descritas como as experiências mais difíceis enfrentadas na vida por uma das
mães do grupo, uma psiquiatra especializada no atendimento a veteranos
feridos em guerra.
O relato está no livro Os 10 Erros Mais Comuns na Educação de Crianças,
dos americanos Po Bronson e Ashley Merryman, que dedica um capítulo
ao tema. “Freud estava enganado. Shakespeare, certo. Os irmãos brigam”,
resume a educadora Ashley, referindo-se aos pensamentos do pai da psicanálise e do dramaturgo inglês sobre as relações entre irmãos.
Para a reportagem de capa deste mês, a repórter Isabella Grossi entrevistou pais e psicólogos sobre as brigas entre filhos que tiram o sossego de tantas famílias. Na teoria parece simples: confie na capacidade das crianças de
resolverem seus conflitos. Mas a gente sabe que na prática é outra história.
E por falar em Ashley, as reflexões da escritora americana estão em outra
reportagem desta edição, sobre o II Seminário Internacional de Mães. Ela
foi uma das palestrantes do evento, que se tornou um marco para seus 802
participantes. O dia 4 de junho trouxe muitas reflexões e também muita
emoção para quem esteve no Ouro Minas, incluindo a equipe da Canguru,
que se orgulha de fazer parte da organização do evento.
Para nós, o primeiro semestre de 2016 ficou marcado como de muito
trabalho, com um calendário intenso. O seminário de mães foi o maior,
mas não o único evento que promovemos. Outros catorze foram realizados, além de seis edições publicadas e muitas promoções on-line. E o
segundo semestre já começou no mesmo pique. Confira nas páginas 10 e
11 as ações especiais que preparamos para as férias da garotada. É nossa
contribuição para que o mês de julho seja bem divertido para nossos leitores e seus filhos.
Ivana Moreira, DIRETORA DE REDAÇÃO
[email protected]
6
Canguru
. JULHO 2016
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
4primeiras palavras
Ivana e os filhos
Gabriel e Pedro
DIRETOR EXECUTIVO: Eduardo Ferrari
DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS: Ivana Moreira
www.cangurubh.com.br
DIRETORA DE REDAÇÃO: Ivana Moreira
EDITOR EXECUTIVO: Alessandro Duarte
EDITORA DE ARTE: Christina Castilho
PROJETO GRÁFICO: Christina Castilho (Mondana:IB)
REPÓRTER: Rafaela Matias
ESTAGIÁRIA: Daniele Franco
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO: Cris Guerra, Cristiane
Miranda, Isabella Grossi, Leo Cunha, Luís Giffoni
FOTÓGRAFOS: Gustavo Andrade
REVISORA: Shirley Souza Sodré
COORDENADORA DE MARKETING E PLANEJAMENTO
DIGITAL: Camila Capone
ANALISTA DE MARKETING E PLANEJAMENTO DIGITAL:
Juliane Ferreira
ATENDIMENTO AO LEITOR: Gabriela Linhares
GERENTE COMERCIAL E ADMINISTRATIVA: Suellen Moura
ASSISTENTE ADMINISTRATIVA: Laura Ramos
A Canguru é uma publicação mensal da
Scrittore Comunicação e Editora Ltda.
CNPJ 12243254/0001-10, Rua Alberto Bressane,
223, Belo Horizonte/MG, CEP 30240-470
TIRAGEM: 25 000 exemplares
IMPRESSÃO: Log&Print Gráfica e Logística S.A.
DISTRIBUIÇÃO: VIP BH
Gratuita na rede de escolas parceiras*.
* Instituições particulares de educação infantil que se
encarregam de enviar a revista aos pais de seus alunos na
mochila dos estudantes. A relação das escolas parceiras pode
ser consultada por anunciantes.
PARA ANUNCIAR
Suellen Moura: (31) 3656-7818 . (31) 98651-2047
[email protected]
Fabiana Paiva: (31) 3656-7818 . (31) 99105-6994
[email protected]
PARA FALAR COM A REDAÇÃO: mande e-mail para
[email protected]
ENDEREÇO: Rua Rio Grande do Norte, 867 — sala 901,
Savassi, Belo Horizonte — MG — CEP 30130-135.
(31) 3656-7818
Artigos assinados são de inteira responsabilidade dos
autores e não representam, necessariamente, a opinião
da revista e de seus responsáveis.
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como o que aconteceu no mês
de junho, sobre como lidar
com os distúrbios emocionais
na infância, com a psicóloga e
pedagoga Patrícia Quaresma.
Sou fã de carteirinha!
— Leilane Paegle
Restaurantes
Canguru
A revista Canguru tem feito o
maior sucesso em nosso colégio. Parabenizo pelo excelente
material, com assuntos muito
interessantes e úteis, apresentados de maneira criativa e
instigante. A ideia de criar essa
revista foi fantástica!
— Irmã Roseli Hart, diretora
pedagógica do Colégio Santa
Marcelina
Parabéns pela revista. Amo de
paixão e meus filhos também
gostam. O do meio vive observando as fotos para ver se encontra algum amigo. Isso é que
é o legal da revista!
— Patrícia Cardoso
Encontro Canguru
Vocês estão de parabéns! Os
encontros são de alto nível,
8
Canguru
. JULHO 2016
Quero agradecer à equipe Canguru pelas casas selecionadas
na matéria “Para a criançada
curtir também”. Em dias de almoço com a família, temos que
escolher restaurantes onde nosso pequeno se diverte também!
Valeu pelas opções.
— Livia Gomes Campos
Que matéria excelente. Dá para
ver o cuidado ao colocar todos
os detalhes. Amo as matérias da
Canguru! Nós, mamães, ficamos imensamente agradecidas
pelas dicas.
— Jéssica Cabral
Eu acrescentaria a Pizzaria
Mangabeiras do bairro Castelo,
que tem um superbrinquedão
que os meus filhos amam, e o
Siri, na Avenida Fleming, que
tem um espaço cercadinho
bem legal!
— Vania Antunes
Boas opções para escolher
quando o pestinha estiver junto!
— Mariana Grapiuna
Ótimos restaurantes para eu e o
Átila Brito levarmos a Dudinha
para aproveitar.
— Lidia Lages
Obrigada, Canguru, sua linda! Já visitamos alguns desses
locais e realmente são ótimas
sugestões!
— Talyta Andrade
Primeiras palavras
Sou mamãe de dois rapazinhos,
Davi, de 4 anos, e Benício, de
1 ano e 9 meses. Achei ótima
sua justificativa, Ivana (“Nepotismo do bem”, jun 2016).
O legal é que você foi sincera.
Somos mães corujas, então, eu
faria o mesmo, viu? Parabéns
pelo filhote Gabriel.
— Adélia Gomes
Canguru viu e curtiu
Adorei a nota “Brinquedos Democráticos”. É isso aí! Chega
de brinquedos cor-de-rosa!
— Fernanda Borges
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Entre em contato por e-mail:
[email protected]
ou deixe um comentário em
nossas redes sociais.
apresenta
FOTO: SHUTTERSTOCK
Qual o
esporte
ideal?
Atividades físicas são boas para a saúde e toda
criança deve fazer. Quanto a isso, não restam dúvidas. Mas, diante de tantas opções, fica difícil escolher
aquele esporte que mais combina com as habilidades
do seu filho. Nesse aspecto, um exame que mede a
aptidão genética pode facilitar a vida dos pais.
A partir do exame de sangue, o teste permite analisar as condições dos músculos, ossos e tendões do
indivíduo, além de sua capacidade cardiorrespiratória. Isso é possível graças à análise dos grupos de genes ACTN3, responsáveis pelas fibras que garantem
resistência e potência ao corpo, e ACE, que regulam
a pressão arterial. “Podemos dizer em quais esportes
o seu filho tem mais probabilidade de ter sucesso”,
afirma o bioquímico Rodrigo Alvarenga, gerente da
área técnica do Laboratório São Marcos.
Após a análise dos resultados, é emitido um laudo personalizado que aponta de cinco a seis opções
de esporte ideal e as modalidades mais indicadas. Se
as condições físicas da criança indicarem uma pre-
disposição para o futebol, por exemplo, são discriminadas no laudo as posições nas quais ele jogaria melhor, como zagueiro ou atacante. Já se o indicado for
a natação, são descritas as modalidades e distâncias
mais indicadas. Isso tudo com base em um gráfico
de potência e resistência atrelado à condição cardiorrespiratória, que mostra se a pessoa será melhor em
esportes que exijam mais força e menos resistência,
como atividades de alto impacto realizadas em um
curto período de tempo, ou se ela se dará bem em
exercícios prolongados, que exigem um esforço mais
contínuo. “Isso não garante que o seu filho será um
fenômeno naquele esporte, mas indica que ele terá as
condições necessárias para se destacar.”
O exame não requer pedido médico e pode ser
feito em qualquer idade — inclusive por adultos. No
caso dos pequenos, o indicado é que se realize na faixa dos 7 anos, quando a estrutura do esqueleto muscular já está desenvolvida de maneira satisfatória para
que as conclusões sejam mais precisas.
www.cangurubh.com.br
Férias incríveis com a Canguru
Para o mês de julho, a revista preparou uma série de eventos muito bacanas
— cinco sessões exclusivas para leitores e uma promoção que é coisa de
novela. Fique atento às regras para participar e garanta diversão de graça
para os seus filhos durante as férias.
Um passeio
pelo Império
Romano
FÃS DA NOVELA infantojuvenil Cúmplices de um Resgate vão
adorar a promoção da Canguru para o mês de julho: um dia
inteiro com os atores Júlia Simoura e Luckas Moura, do elenco do folhetim do SBT, que faz o maior sucesso com o público
mirim. O leitor sorteado poderá proporcionar ao filho ou à
filha uma experiência única no dia 24 de julho, com todos os
motivos para que ele se sinta artista de TV. A criança participará de uma sessão de fotos com os dois atores na parte da
manhã e, depois, será levada para a Baladinha Vip Kids, uma
festa com os atores em um bufê infantil. O filho do vencedor
da promoção ganhará de presente cinco peças de roupa iguais
às que serão usadas por Júlia Simoura e Luckas Moura durante o dia em BH. E ainda terá direito a uma sessão exclusiva de
fotos vestindo essas peças. A promoção é uma parceria entre
a Canguru, a Top Agency, a La Guapa e a Ingrid Madureira
Produções. Entre no cangurubh.com.br, confira as regras,
faça sua inscrição e cruze os dedos!
10
Canguru
. JULHO 2016
FOTOS: DIVULGAÇÃO; [1] GUTO MUNIZ.
Um dia inteiro com
astros de Cúmplices
de um Resgate
Inédita no Brasil, a exposição museográfica Império Romano será aberta no dia
13 de julho, em uma área de 900 metros
quadrados montada dentro do Itaú Power
Shopping. Uma sessão especial, exclusiva e
gratuita para leitores da Canguru, será
realizada no dia 16 de julho, sábado, às 10
horas. A mostra, que já passou por diversos países, tem alto valor educacional:
retrata a história das conquistas e do declínio de uma das mais importantes civilizações do mundo. São quase oitenta réplicas construídas com os mesmos materiais
que eram utilizados naquela época. A exposição é uma realização da Exhibition
Club e tem o apoio da revista Canguru.
Para solicitar ingressos, entre em contato
com Gabriela Linhares pelo telefone (31)
3656-7818, das 9 às 17 horas.
Todos os meses,
a Canguru promove
seminários gratuitos
sobre temas relacionados
à educação dos filhos.
Fique atento à
programação dos
próximos eventos.
Um encontro
muito animado
com Rúbia
A educadora e apresentadora de TV Rúbia Mesquita é
a convidada para o Encontro Canguru do mês de julho. Desta vez, o evento não
será só para adultos. As
crianças são as principais
convidadas para o show, cheio
de música e contação de histórias.
O Encontro Canguru será no dia 24 de julho, domingo, às 10h30, na Casa Fiat de Cultura.
As entradas são gratuitas, mas as vagas são limitadas. Entre no cangurubh.com.br e veja como
garantir ingressos para sua família.
Sessões
exclusivas de
Branca de Neve
Leitores da Canguru poderão [1]
assistir a três sessões exclusivas da
peça Branca de Neve, em uma montagem da Cyntilante Produções.
Elas serão rea­lizadas nos dias 17, 30
e 31 de julho, às 10h30. As entradas são gratuitas, mas as vagas são
limitadas. Para garantir ingressos
para você e seus filhos, fique atento
ao nosso Facebook. As informações sobre a
distribuição dos tíquetes serão divulgadas no
nosso perfil da rede social na segunda-feira
que antecede cada uma das sessões.
EDIÇÃO Alessandro
Duarte
colônias
Diversão fora de casa
Está chegando o tão sonhado período de descanso no meio
do ano. Tempo para a criançada relaxar a mente e voltar
com tudo no segundo semestre. Mas, além de ficar de pernas para o ar, é claro que nossos pequenos vão querer brincar muito. Se os pais que não tiverem a mesma sorte de
estar de férias para poder organizar passeios divertidos, será
necessária uma ajudinha para ocupar essa meninada cheia
de energia. Por isso, selecionamos quinze colônias de férias para a garotada aproveitar bastante enquanto os pais
trabalham despreocupados. Confira em cangurubh.com.br.
NA CBN Às terças e quintas, às 10h40,
acompanhe ao vivo o boletim Canguru:
criando filhos em BH. Todos os áudios
estão disponíveis no portal
cangurubh.com.br.
Para comemorar o Dia Nacional do Futebol,
em 19 de julho, pedimos aos pais que
enviassem fotos de seus filhos a caráter,
usando a marcação #cangurubh. É a
geração de craques do futuro.
@joanadrumond flagrou João Henrique,
de 8 anos, Luca, de 7, Lucas, de 5, João,
de 5, e Pedro, de 7, refrescando-se com
um picolé após uma animada partida.
Heitor, de 5 anos, fez questão de mostrar sua admiração pelo
Cruzeiro, como registrou @alessandraataide.
Próxima missão: Eu e meu paizão
O segundo domingo de agosto, como todo mundo sabe, é Dia dos Pais. E, para celebrar a data, compartilhe uma imagem de seu
filho ou filha com o paizão. Não se esqueça de usar a marcação #cangurubh. Os melhores registros serão publicados na edição
de agosto.
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Canguru
. JULHO 2016
FOTOS: REPRODUÇÃO INSTAGRAM
O pequeno Miguel, de 3 anos, seguiu
o pai, Daniel Souza, no amor pelo Galo.
A tia coruja @tanitasouza clicou a cena.
Um novo conceito: espaço de liberdade e expressão infantil!
Pátio Savassi
BHShopping
31 2511.3218
31 3141.1999
Espaços dirigidos para a total diversão das crianças, acompanhados
de monitores treinados e atividades orientadas com total segurança.
Confira nossa SUPER Programação de Férias!
Oficina Gourmet
Show Musical
Participação de
princesas e heróis
Teatro, mágica
e MUITO
MAIS!
Conheça também nossos
pacotes de festas de aniversário!
/planetaimaginariobh
planetaimaginario.com.br
POR Rafaela
Matias
Ainda nã
oe
nem na m stamos
caminho? etade do
Se eu fos
se
planeta, e
u ia ajuda o
ndo,
ia girand
o.
SAMUEL, 5 anos,
filho de Aline Silva e
Dandara Andrade.
CECÍLIA,
3 anos, filha
de Samuel
Carreiro
Miranda e
Maria Lúcia
Gontijo.
Sabe o que
eu senti quando cheguei
no parque e vi a minha
festinha? Dor de barriga!
Mamãe,
você tem que
me dar seu
celular, porque
Deus mandou.
Se eu comer muito,
vou ficar grande e
não vou caber na
escolinha.
LEONARDO, 3 anos,
filho de Ialbas Júnior e
Ingrid Saraiva.
ENZO, 4 anos,
filho de Bruno
Dias e Livia
Gomes.
LIS, 2 anos, filha de Renan Guzzo e
Nathália Ferrari Guzzo. A pequena
diz isso sempre que vê algo sujo.
14
Canguru
. JULHO 2016
Se seu filho também diz pérolas, envie a frase
para o e-mail [email protected].
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL
Eca, meleca, mamãe!
Sujou, joga no lixo.
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M i n a s d e B o li n h a s !
Mar
PREPARE-SE PARA MERGULHAR EM UMA
PISCINA GIGANTE DE 250 MIL BOLINHAS
DIVERSÃO GARANTIDA PARA TODA A FAMÍLIA.
15/JUNHO A 31/JULHO
NA PRAÇA DE EVENTOS
Consulte valores e regulamento no local.
O QUE ESTÁ ROLANDO DE ÚTIL, DIVERTIDO OU CURIOSO NA WEB E NAS REDES SOCIAIS
Pela primeira vez
Crescer juntos
Quem tem filhos sabe: você compra um sapato hoje e
logo, logo ele não serve mais. Imagine então como isso
é ainda mais complicado para famílias pobres. O missionário americano Kenton Lee criou uma solução para
as famílias carentes: o projeto SHOE THAT GROWS
(sapato que cresce). Ele inventou uma sandália que
consegue crescer e ser reduzida em até cinco tamanhos, e dura cinco anos. O projeto funciona assim: você
doa uma quantia e, dependendo do valor, recebe uma
determinada quantidade de pares para doar às crianças
que precisam. Ficou interessado
em ajudar? Conheça esse projeto
fantástico usando nosso QR Code.
Ver seu filho pela primeira vez é uma emoção indescritível. Mas ver a mãe (e o mundo) pela primeira
vez também deve ser uma experiência emocionante!
Foi isso que aconteceu com a pequena Nicolly, que
nasceu cega e quase surda. Após várias tentativas
sem sucesso no Brasil, seus pais conseguiram angariar fundos pela internet para que a filha passasse
por uma cirurgia em Miami. Veja
como foi a primeira vez que Nicolly enxergou, usando nosso QR
Code. Prepare um lencinho...
Ou acesse bit.ly/PelaPrimeiraVez
Ou acesse bit.ly/CrescerJuntos
Pensando em ajudar mães de bebês prematuros, a Samsung desenvolveu um projeto chamado VOICES OF LIFE.
Ele consiste em um app para smartphones que permite que a mãe grave seu batimento cardíaco e mensagens
de voz para serem reproduzidos em um dispositivo colocado dentro da incubadora. Antes de o áudio chegar
ao dispositivo, o app retira os sons de alta frequência,
deixando-o inofensivo ao aparelho auditivo do bebê.
Infelizmente, ainda não há previsão de lançamento.
Enquanto a gente torce para que
o app esteja disponível em breve,
assista ao vídeo de apresentação do
projeto, utilizando nosso QR Code.
Ou acesse bit.ly/VoicesOfLife
16
Canguru
. JULHO 2016
IMAGENS: REPRODUÇÃO
Um app para transmitir seu amor
EDIÇÃO Camila
Capone
Para aprender a ler brincando
A agência de publicidade Lew’Lara/TBWA, em parceria com a Fundação Dorina Nowill para Cegos, criou
o projeto experimental BRAILLE BRICKS. A proposta é transformar as tradicionais peças de montar,
como as de LEGO, de maneira que seus pinos representem todas as letras do alfabeto Braille.
O registro está disponível por meio da Creative
Commons, o que significa que qualquer empresa
interessada pode desenvolver e distribuir o produto. Para dar maior visibilidade ao projeto, foi
lançada a hashtag #BrailleBriksForAll. Quer saber mais sobre
a ideia? Confira nosso QR Code.
Ou acesse bit.ly/BBricks
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Quatro Gêmeos Móveis Planejados
POR Rafaela
Matias
Para aquecer
os pequenos
Boas notícias
sobre a leitura
A 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada
pelo Ibope e divulgada pelo Instituto Pró-Livro, exibiu um dado
animador. O número de leitores no país subiu 6% entre 2011
e 2015. Desde 2006 duas belo-horizontinas se esforçam para
que essa melhora seja progressiva. Fundadoras do Instituto Gil
Nogueira, as irmãs Patrícia e Aléssia Nogueira (acima) criaram o
Projeto Ler é viver, que promove ações para estimular a leitura
entre alunos de escolas públicas. São 31 escolas beneficiadas,
que recebem, no início de cada semestre, uma caixa contendo
cinquenta obras literárias e a missão de estimular os alunos a
interpretar as histórias em sala de aula. Ao fim do período letivo, eles são avaliados individualmente e constata-se quantos
livros cada um leu. A média surpreende: de treze a quinze por
criança. Em uma premiação simbólica, são contemplados ainda
aqueles que devoraram mais de quarenta livros, chamados de
"campeões de leitura".
Incentivar a solidariedade por
meio de arrecadação de roupas
infantis. Esse é o objetivo da nova
campanha da rede Tip Top, batizada de “Compartilhe Amor — Abra
as gavetas e o coração”. O objetivo é estimular a doação de roupinhas infantis para ser entregues
aos pequenos que não têm como
se aquecer. As peças arrecadadas
nas mais de 100 lojas da rede serão doa­das
para instituições de caridade escolhidas pelas
franquias em suas respectivas regiões. Para
cada peça doada, a Tip Top contribuirá com
R$ 1,00 em peças novas. Em BH, a instituição
beneficiada é o Projeto Assistencial Novo Céu.
www.compartilheamortiptop.com.br.
Após ter sucesso com o projeto “Um amor de parque”, que voltou a atenção para
o parque Bandeirante Silva Ortiz, localizado no limite entre os bairros Buritis e
Estoril, a advogada Gabriella Lapouble embarcou em uma nova ação. Previsto
para acontecer na manhã do dia 7 de agosto, o projeto “Que beleza de chá” promoverá um chá de bebê beneficente para mamães que não podem arcar com o
custo das fraldas. Por meio de doações de fornecedores e pessoas físicas, serão
arrecadadas fraldas para o Hospital Sofia Feldman. Além disso, serão selecionadas gestantes para ser maquiadas por profissionais e fazer um ensaio fotográfico
no parque. No local, haverá ações e distribuição de brindes. Para participar do
projeto ou ser um doador, envie um e-mail para [email protected] ou
acesse a página do “Um amor de parque” no Facebook.
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Canguru
. JULHO 2016
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Chá de bebê para todos
[1]
41
milhões
de CRIANÇAS COM MENOS DE 5 ANOS
ESTÃO OBESAS OU COM SOBREPESO
no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
O momento certo
Sem refri no recreio
De olho na crescente obesidade infantil, as companhias
Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo Brasil anunciaram,
no fim de junho, uma medida que tem como objetivo beneficiar a saúde das crianças. Segundo o anúncio feito pelas empresas, haverá uma mudança no
portfólio de bebidas para escolas de todo o país, a fim
de privilegiar aquelas que focam a hidratação e nutrição,
especialmente para os pequenos de até 12 anos (água mineral,
suco com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas que atendam
a critérios nutricionais específicos). A decisão foi tomada após conversas com especialistas em saúde pública, alimentação e nutrição e
também profissionais e instituições ligadas aos direitos das crianças.
A política, no entanto, valerá apenas para as cantinas que compram
diretamente das fabricantes e de seus distribuidores. Para chegar
àquelas que se abastecem de maneira autônoma, em supermercados
e outros pontos de venda, haverá uma ação de sensibilização para
convidar os comerciantes a aderir à iniciativa.
20
Canguru
. JULHO 2016
Cada coisa
em seu lugar
SE NA SUA casa brincadeira é sinônimo de bagunça, as dicas que
virão a seguir parecem feitas sob
encomenda. Segundo a designer de
interiores Danielle Bellini, é possível manter o lar em ordem mesmo
quando a energia das crianças parece não ter fim. Para evitar que os
brinquedos fiquem espalhados por
todos os cômodos, é importante
preparar um ambiente onde os guris
consigam brincar e guardar os seus
objetos. Pode ser no quarto, na sala,
na varanda... O importante é criar
um espaço lúdico e deixar com os
pequenos a responsabilidade da organização. “O ideal é que seja um
espaço que propicie uma boa circulação entre os móveis e com locais
específicos para guardar os brinquedos”, explica. Baús na cama ou na
lateral do sofá e nichos no mobiliário em geral são algumas opções.
FOTOS: DIVULGAÇÃO; [1] DANIEL MANSUR.
NEM TODO CASAL que está
querendo engravidar consegue
identificar o próprio período
fértil, quando as condições estão
mais favoráveis à fecundação.
Um novo aliado surgiu para solucionar o problema: o teste de
fertilidade. Assim como o teste de gravidez, a ferramenta analisa o hormônio feminino por meio da urina e revela, com 99%
de precisão, se a mulher está ou não em seu dia fértil. O indicado é que a urina seja coletada durante cinco dias, sempre no
mesmo horário, entre 10h e 20h. Se as tiras apresentarem dois
traços bem marcados significa que e o bebê já pode ser encomendado. O produto da marca CONFIRME FERTILIDADE pode
ser encontrado nas lojas da Drogaria Araujo, por R$ 47,90. São
cinco testes por embalagem.
POR Rafaela
eu já fui
Matias
criança
Daniela Cicarelli
César Menotti
e Fabiano
César Menotti nasceu em Itapira (SP)
e Fabiano, em Califórnia (PR). Os irmãos vieram para Minas Gerais quando ainda eram bebês e cresceram em
Ponte Nova, na Zona da Mata. Desde
pequenos, tocavam e cantavam, em divertidas apresentações na sala de casa.
Na adolescência, mudaram-se para a
capital, onde formaram a dupla e se
apresentavam em bares universitários.
Danton Mello
Assim como o irmão, Selton, Danton Mello iniciou a carreira de ator
ainda na infância. Natural da cidade
de Passos, no Sul de Minas, ele teve
seu primeiro papel na novela global A
Gata Comeu, em 1985, aos 10 anos.
Ganhou destaque na história como o
pequeno Cuca e passou a atuar em diversas atrações da emissora. Em 1995,
protagonizou a primeira temporada
de Malhação, fazendo par romântico
com a atriz Juliana Martins.
A modelo e apresentadora nasceu e
cresceu em Belo Horizonte. Moradora
do bairro Gutierrez, a bela começou a
modelar ainda criança e aos 12 anos
já era conhecida na cidade. Aos 15,
passou a desfilar no Rio de Janeiro e
em São Paulo, quando seu trabalho
começou a tomar projeção nacional.
Em 2003, foi contratada pela MTV
para apresentar o programa Notícias
de Biquíni e se firmou como apresentadora na emissora.=
4moda
Na hora
de dormir
CONJUNTO DE CACHORRINHO,
R$ 188,90, da Água Fresca.
Pátio Savassi, tel.: 3225-7234.
CAMISOLA,
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Bateu aquele soninho? Então
é o momento de pedir para a
mamãe ou o papai contar uma
historinha até pegar no sono.
E isso não significa que o estilo
tem de ser deixado de lado,
embora seja muito importante
escolher uma roupinha
confortável. Opções de pijamas
como o que veste a pequena
Iasmin Lisboa Rodrigues, de
2 anos, mostram que é possível
manter a pose até na hora de
contar carneirinhos.
POR Rafaela
[1]
Matias
MÁSCARA DE DORMIR,
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tel.: 3426-3550.
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22
Canguru
. JULHO 2016
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FOTOS: DIVULGAÇÃO; [1] GUSTAVO ANDRADE.
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24
Canguru
. JULHO 2016
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Funcionários, tel.: 3344-7069.
Matias
4férias
Em contato com
a natureza
POR Cristiane
Miranda
P
ara os pais que planejam viajar nas
férias do meio do ano, bem mais
curtas que as de verão, escolher um
lugar pertinho de BH é uma ótima pedida. Assim, economiza-se um tempo
precioso com deslocamento, e a família
consegue curtir mais os dias de folga.
Uma opção interessante para adultos e
crianças são os hotéis-fazenda. “Em um
mesmo espaço, as crianças têm mais
liberdade e entram em contato com a
natureza, enquanto os pais podem relaxar e descansar à beira da piscina”, diz
Cláudia Magalhães, que dirige o Hotel
Fazenda Planalto da Jaguara, em Matozinhos, ao lado do marido Carlos de Andrada. Para ajudar quem ainda não se
programou, Canguru selecionou dez
hotéis que valem o investimento. E o
melhor: todos a menos de 100 quilômetros da capital.
26
Canguru
. JULHO 2016
Boa Esperança
60 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Antiga fazenda de leite transformada em pousada, tem suas construções inspiradas no estilo colonial, que se integram perfeitamente à natureza privilegiada. Passeio a cavalo, de charrete, brinquedoteca, pescaria, quadras de tênis, piscina, sauna e salão de jogos,
além de visita a uma fazenda de criação de cabras, prometem deixar a garotada para lá de animada. Localizado em Florestal, durante todo o mês de julho o hotel oferecerá monitoria para a garotada.
Diária para casal com pensão completa (café da manhã, almoço e jantar) a partir de R$ 650,00. Crianças até 3 anos não pagam. Fazenda
Boa Esperança, s/nº, Zona Rural, Florestal. Reservas: (31) 991510160 e (31) 3536-2133. www.fazendaboaesperanca.com.br.
Cachoeira do Moinho
60 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Para quem gosta das festas julinas com muita canjica e pipoca, esse hotel é uma boa alternativa. No dia 16, a atração é a
“Quadrilha do Moinho”, com direito a fogueira, comidas típicas
e música ao vivo. E no dia 23 será a vez da “Cavalgada-Amigos
do Moinho”. Mas durante as férias todas os pequenos poderão se
divertir com passeios a cavalo, pesca esportiva, pesque-pague e
cachoeira natural que fica dentro do complexo do hotel-fazenda.
Diárias para casal com meia-pensão (café da manhã e almoço) a partir
de R$ 300,00. Uma criança até 7 anos não paga. Cachoeira do Moinho
s/nº, Vila Santana do Paraopeba, Costas, Belo Vale. Tel.: (31) 34641515 e (31) 99968-8320. www.hotelcachoeiradomoinho.com.br.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Selecionamos dez
hotéis-fazenda
pertinho de BH para
que papais e mamães
tenham o merecido
descanso enquanto a
garotada se diverte
Fazenda Boitempo
90 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Confins
45 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Bem pertinho do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, na região metropolitana. A área social conta com
três piscinas (uma delas aquecida), quadras de tênis e
poliesportiva, campo de futebol, sala de ginástica, salão
de jogos com totó, pingue-pongue e sinuquinha, sauna,
playground, espaço para caminhada e restaurante panorâmico. Em julho, o hotel oferece aos hóspedes um
pacote especial: na compra de três ou quatro diárias, a
família ganha mais uma.
Pacote de três diárias (mais uma grátis) para casal com
pensão completa (café da manhã, almoço e jantar) a partir de R$ 1 720,00. Duas crianças até 6 anos não pagam.
Rua Rui de Souza, 1500, Confins. Tel.: (31) 3686-2000.
www.hotelfazendaconfin.com.br.
“Entardece na roça / de modo diferente...”. Os versos do poema Boitempo, de Carlos Drummond
de Andrade, filho ilustre de Itabira, inspiraram o
nome desta fazenda do século XIX. Desde o início deste ano, o hotel trabalha apenas com grupos. Uma boa opção, portanto, para quem tem
família grande ou mesmo quer reunir os amigos
em um fim de semana diferente. A meninada
se diverte na pescaria, no parquinho, tirando o
leite ao pé da vaca ou fazendo uma cavalgada.
Se os adultos quiserem sossego mesmo, uma
pedagoga pode ser contratada para comandar a
recreação educativa.
O pacote de fim de semana (entrada no sábado
de manhã e saída no domingo à tarde) sai por R$
5 000,00, para até 65 pessoas. As refeições são contratadas à parte (ou podem ser providenciadas pelos
próprios hóspedes). Chapada de Ipoema, Itabira.
Tel.: (31) 99616-8617.
Parque do
Avestruz
45 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Com o tema “Acampamento de Férias Parque do
Avestruz Hotel Fazenda”, o local promete recreação todos os dias a partir do dia 15. Crianças e
adultos se divertem com a contação de histórias,
fogueira, luau, trilha ecológica, cinema ao ar livre, festa do pijama e lições de escotismo. À noite, o festival de caldos ajuda a espantar o frio.
Uma comodidade a mais é o cardápio adaptado
para hóspedes com restrição alimentar. Antes
de ser transformado em hotel-fazenda, no local
funcionava um criatório pioneiro de avestruz
em Minas.
Diárias para casal a partir de R$ 560,00 com pensão completa (café da manhã, almoço e jantar). Até
o dia 14, crianças até 6 anos não pagam. A partir
do dia 15, crianças até 10 anos não pagam. Rodovia
Deputado Lúcio de Souza Cruz, s/nº, Campo Alegre,
Esmeraldas. Tel.: (31) 3351-0777 e (31) 997191931. www.parquedoavestruz.com.br. 4
JULHO 2016 .
Canguru
27
Vale Amanhecer
45 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Planalto da Jaguara
60 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Além das várias opções de lazer para adultos e crianças,
durante as férias a garotada se diverte com atividades
monitoradas como pintura, passeios a cavalo ou de
charrete, jogos, leite ao pé da vaca, diversão na piscina e
muito mais. Tradicional fazenda situada no Planalto do
Cerrado, é conhecida pela gastronomia mineira, doces
e compotas, além dos alimentos vindos diretamente de
uma horta orgânica.
Diárias para casal a partir de R$ 535,00 com pensão completa (café da manhã, almoço e jantar). De 15 a 31 de julho, na compra de seis diárias, a sétima sai de graça. Uma
criança até 6 anos não paga. Fazenda Planalto Jaguara, s/
nº, Mocambeiro, Matozinhos. Tel.: (31) 3222-2731 e (31)
3222-6327. www.planaltodajaguara.com.br.
Recanto dos Fonda
30 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Antes de ser transformado em hotel-fazenda, em 1997,
por três irmãos, funcionava no local a Fazenda Retiro
do Palmital, fundada por um casal de eslovenos, em
1968. Passeio a cavalo, leite ao pé da vaca, caminhada
ecológica, oficina de artesanato e de brinquedo, caça ao
índio, gincana, passeio de tratorete (trator com charrete) são algumas das atrações para animar a criançada. Há também mais de 10 quilômetros de trilhas na
mata para caminhadas, cavalgadas, ciclismo e observação de pássaros.
Diária para casal a partir de R$ 400,00 com pensão
completa (café da manhã, almoço e jantar). Duas crianças até 6 anos não pagam. Em julho, quatro diárias durante a semana têm desconto de 15%. Rodovia BR-381,
km 433, Distrito de Ravena, Sabará. Tel.: (31) 32683006. www.fondahotelfazenda.com.br.
28
Canguru
. JULHO 2016
Ver de perto um minizoológico é diversão garantida para a meninada neste hotel-fazenda. Além de
se entreter com os animais, a criançada tem a diversão garantida nas três piscinas com cascata (sendo
uma delas semiolímpica) e no restante da área de
lazer, que conta com saunas, passeio a cavalo e de
charrete, leite ao pé da vaca, pesque e solte, salão
de jogos, campo de futebol, playground e tirolesa.
Pacote de duas diárias para casal a partir de R$ 980,00
(de sexta a domingo), com pensão completa (café da
manhã, almoço e jantar). Uma criança até 7 anos não
paga. Rua Teófilo Otoni, Bairro Fernão Dias, Igarapé.
Tel.: (31) 3522-3172. www.valeamanhecer.com.br.
Tauá Caeté
60 QUILÔMETROS DA CAPITAL
Antigo sítio transformado em hotel, o Tauá Caeté foi
eleito duas vezes o melhor resort de Minas Gerais pelos
viajantes do site TripAdvisor. A garotada pode se divertir
com passeios a cavalo, ter contato com a natureza e tirar
leite ao pé da vaca, além de se esbaldar em um amplo
salão de jogos e em um complexo de piscinas com cascata e toboágua. Monitores tomam conta dos pequenos
enquanto os pais relaxam.
Pacote de duas diárias para casal com pensão completa (café
da manhã, almoço e jantar) a partir de R$ 1 594,80. Duas
crianças até 6 anos não pagam. Rodovia BR-381, Loc. Roças
Novas, 12000, Bairro Roças Novas, Caeté. Tel.: (31) 32361900. www.tauaresorts.com.br.
Tucano
45 QUILÔMETROS DA CAPITAL
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Localizado no município de Capim Branco, a 25 quilômetros do Aeroporto
Internacional de Belo Horizonte, em Confins, o hotel, em estilo colonial,
possui 300 000 metros quadrados de muito verde e ar puro. A equipe de
recreação oferece uma série de atividades às crianças: gincanas, atividades
na piscina, esportes, jogos educativos, playground, charretes, cavalos, pescaria, passeio de barco, trilha ecológica, totó e sinuca, karaokê, fotos com
bois, pintura facial, jogo de futebol, cineminha, entre outros.
Pacote de quatro diárias para casal com pensão completa (café da manhã, almoço
e jantar) a partir de R$ 1 575,00. Uma criança até 8 anos não paga. Estrada de
Estiva, km 3, Zona Rural, Capim Branco. Tel.: (31) 2516-2887. www.hotelfazendatucano.com.br. =
4família
Quando a minha
casa é um
ringue
Discussões entre irmãos são naturais e até saudáveis, mas é
preciso saber a origem do comportamento e a hora certa de intervir
POR Isabella
30
Grossi
Canguru
. JULHO 2016
FOTOS: GUSTAVO ANDRADE
Os gêmeos Gael e Arthur, de 6 anos:
relação de "amor e ódio", segundo a
mãe da dupla, Débora Guimarães
PRIMEIRO, VEM O choro. Depois, infalivelmente,
o grito: mãaaaaaaaae! A essa altura, qualquer um
que tenha mais de um filho já sabe que a brincadeira acabou em briga. Irmãos competem, e isso
não é raro. Muito pelo contrário. “É algo natural
entre os seres humanos, e as desavenças surgem
por vários motivos, dos mais irrelevantes aos importantes, mesmo. Todos têm diferenças”, explica
a psicóloga e psicoterapeuta Maria Luíza Rocha de
Andrade. Para ela, no entanto, é preciso entender o
que os pequenos estão buscando com aquele comportamento. “Além da personalidade, e da vontade
de querer irritar o outro, pode ser ciúme, disputa
por atenção ou medo de perder o lugar para o irmão que veio depois, por exemplo.” E não adianta
achar que é possível passar ao largo dos confrontos. De acordo com a jornalista americana Ashley
Merryman, coautora do best-seller Os 10 Erros Mais
Comuns na Educação de Crianças, uma das estrelas
do II Seminário Internacional de Mães, realizado no
dia 4 de junho (veja reportagem na pág. 38), a média
de conflitos entre irmãos de 3 a 7 anos é de 3,5 vezes por hora. Isso mesmo: por hora! “Em muitos relacionamentos fraternos, a frequência dos conflitos
pode ser grande, mas os momentos de diversão no
quintal e no quarto servem de compensação. Esse
saldo positivo é que leva a um bom relacionamento
quando adultos”, diz Ashley.
Pôr limites é dever dos pais, principalmente
quando existe uma ameaça real à integridade física
ou psicológica de uma das partes. Mas qual a melhor maneira de fazer isso? “O ideal é construir uma
família democrática, baseada no diálogo”, afirma
Maria Luíza. “Tentar, desde sempre, compreender
os motivos e fornecer subsídios para que as crianças
resolvam os confrontos entre si.” Pare, pergunte e
ouça com atenção. Dessa forma, é possível captar
a mensagem e evitar — ou, pelo menos, amenizar
— confrontos futuros. De acordo com a psicóloga,
se essa atitude for adotada desde cedo, a punição,
inclusive, será cada dia menos necessária. “E quando não houver jeito, o melhor é punir todos os que
estão envolvidos. Se a briga é por causa do game,
ele fica suspenso até que cheguem a um acordo.”
Nesta e nas próximas páginas, leia casos de irmãos
que adoram uma confusão — e como seus pais lidam com isso. 4
JULHO 2016 .
Canguru
31
Espelho, espelho meu
Foi só os gêmeos Gael e Arthur completarem 5
anos que a vida da dona de casa Débora Caram Guimarães, de 38 anos, virou do avesso. As triviais brigas
deram lugar a confrontos violentos, motivados, geralmente, pela disputa por brinquedos. “Dia desses, o
Arthur deu um soco na boca do Gael e começou a sair
sangue. Depois, jogou uma caixinha de bala no olho
dele e deixou um roxo e um galo”, lembra a mãe. A
confusão entre os pequenos, hoje com 6 anos, é tão
grande que até a caçulinha, Analu, de 1 ano, já entrou
no meio. “A cadeirinha dela fica entre eles no banco
de trás do carro e, quando eles começam a brigar, ela
vai para cima, grita e puxa o cabelo.” Débora e o marido, o engenheiro Gustavo Yamagata, de 37 anos, já
tentaram de tudo. Cortar videogame, dar chinelada e
fazer a duplinha ficar abraçada, pedindo desculpas. O
que eles mais odeiam, no entanto, é o tal do castigo.
“Eles detestam ficar separados. É engraçado porque
eles brigam o tempo todo, mas são gêmeos, não conseguem ficar longe um do outro”, diz. “É uma relação
de amor e ódio”, interpreta a mãe, cuja única preocu-
Bernardo, Rafael e Henrique, de
7 anos: provocações constantes
32
Canguru
. JULHO 2016
pação é que os filhos comecem a brigar fora de casa,
com os amigos. “Tirando isso, sei que eles ainda vão
se engalfinhar, igual filhote de cachorro, por muito
tempo.”
Trio maravilha
Mesmo quando a administradora de empresas Tatiana Cantagalli de Oliveira, de 40 anos, compra três
bolas iguais para os filhos trigêmeos, Bernardo, Henrique e Rafael, de 7 anos, ela sabe que vai ter briga.
“Chega a ser engraçado, eles disputam tudo, brinquedo, atenção, quem é o melhor, de quem é a vez, tudo”,
conta. A provocação é constante, embora a mãe e o
pai, o fisioterapeuta Douglas José da Silva Michel, de
39 anos, façam vista grossa quando acham conveniente. “Sempre damos a chance de tentarem resolver
os conflitos por conta própria, intervimos apenas
quando não há acordo ou se passa para a briga física
ou ofensas”, diz Tatiana. O objetivo é fazer com que
os filhos encarem as divergências e saibam lidar com
sentimentos como ciúme, rivalidade, inveja e frustração. “Eles precisam aprender a se defender, a dividir,
a esperar e, principalmente, a praticar o autocontrole.
Rafael, de 7 anos, e
Giovanna, de 3: “Ela atiça
e ele não gosta”, conta a
mãe, Vanessa Rayol
Acho que a briga entre irmãos ajuda nisso.” Quando a
baderna passa dos limites, todavia, é hora é dar um
basta. Na maioria das vezes, os pais fazem cada um
deles perder a vez nas brincadeiras para pensar no
ocorrido. “A atitude mais extrema, eu acho, foi colocar pimenta na boca. Nem preciso dizer que não funcionou, e ainda acabou virando piada”, lembra a administradora de empresas.
Toma lá dá cá
Rafael, de 7 anos, nunca foi de dar muito trabalho
aos pais, a publicitária Vanessa Carneiro Rayol e o administrador Alexandre Gatti Lages, ambos de 40. Até
que nasceu sua irmãzinha, a pequena Giovanna, hoje
com 3. “Ele implica com ela o dia inteiro”, relata a
mãe. A culpa, na maioria das vezes, não é só do pri-
mogênito. “Eles têm quarto separado, mas ela não sai
do quarto dele, mexe nos brinquedos, entra na frente
da TV, quer brincar junto”, esclarece. “Ela atiça e ele
não gosta.” O resultado, quase sempre, é uma briga
tremenda, que só chega ao fim quando o casal promete cortar (e corta!) as regalias, caso da TV e do iPad
— embora a caçula ainda não tenha entendido muito
bem como funciona o castigo, e continue espezinhando. Vanessa, que largou o trabalho para dedicar 100%
do tempo aos filhos, sofre com a falta de afinidade dos
irmãos, e já até pensou em consultar um especialista.
“Eu fico o dia inteiro com eles, e acabo perdendo um
pouco a paciência”, revela. “Hoje consigo lidar melhor com a situação, mas eu me estressava muito, brigava em vez de conversar e, com isso, achava que
quem precisava de ajuda era eu.” 4
Theo, de 2 anos, e
Lara, de 4: apesar
das brigas, se a mãe
dá bronca em um, o
outro sai na defesa
Um é pouco, dois é bom
Toda vez que Lara, de 7 anos, e Theo, de 2, começam uma peleja na frente da mãe, a psicóloga
Christiane Abras Bampi, de 38 anos, ela é enfática.
“Vocês são irmãos, têm de encontrar uma solução”,
repete. “Se não encontrarem, eu entro. E, se eu entrar, vocês dois vão perder.” O conselho parece surtir efeito. Apesar de, vira e mexe, promoverem suas
desavenças, geralmente para chamar a atenção ou
porque desejam o mesmo brinquedo, os pequenos
nunca entraram numa briga feia. “É sempre uma
implicância boba”, diz. “A Lara não come feijão,
por exemplo, aí o Theo senta ao lado, pega uma
colher e põe o feijão no prato dela.” Quando o con-
34
Canguru
. JULHO 2016
fronto passa dos limites, e a mãe ou o pai, o corretor de seguros Guilherme Villas, de 42 anos, precisam colocar um ponto-final na marra, a duplinha
mesmo se encarrega do mea-culpa. “Não rende
muito, eles saem de cena. O que se sente prejudicado vai para o quarto e fica lá”, afirma. “Eu mesma
nunca tive que colocar nenhum deles de castigo”,
reconhece. Tirando os momentos de rixa, os irmãos passam a maior parte do tempo em harmonia. “Se eu chamo a atenção do Theo, a Lara já corre para o acolher. Ela sente dó e quer ajudar. Com
ela, é a mesma coisa”, revela. “Posso estar errada,
mas acho que, no futuro, a tendência é brigarem
menos”, prenuncia a mãe.
7 dicas para amenizar os conflitos dentro de casa
Por Maria Luiza Rocha de Andrade
#1
ESTIMULE A AMIZADE ENTRE OS FILHOS
Ensine o caminho ético o mais cedo possível. A empatia, a aceitação, o respeito às diferenças e a solidariedade. Para isso, é claro, é preciso acreditar no que se
diz, porque a melhor maneira de educar é por meio do
exemplo, e não do discurso.
#2
#4
CONFIE NA CAPACIDADE DAS CRIANÇAS
DE RESOLVEREM SEUS CONFLITOS
Aguarde o momento adequado para intervir. Isso
demonstra que você está de olho, acompanhando
o comportamento dos pequenos, mas, ao mesmo
tempo, entende que eles podem resolver suas diferenças sozinhos.
NÃO COMPARE SEU FILHO COM NINGUÉM
Nem com o irmão, nem com o primo, nem com o colega.
Ele é único, com suas potencialidades e limitações. Valorize o que ele tiver de melhor e não ressalte o que lhe
falta. As comparações só servem para gerar orgulho, arrogância e dificuldade de socialização. Ou, por outro lado,
baixa autoestima, autoconceito negativo e insegurança.
CONVERSE DE IGUAL PARA IGUAL
Procure abaixar para ficar na mesma altura da criança
quando for chamar sua atenção, e não aumente o tom
de voz. O berro intimida, mas não resolve a briga, e,
para piorar, ensina que é possível ganhar no grito.
#3
#6
DIALOGUE. EXAUSTIVAMENTE,
SE FOR PRECISO
Não adianta pensar que uma só conversa é capaz de
resolver tudo. Educar dá trabalho, mas, quem ama
educa. Converse, argumente e comunique. Aprenda a
ouvir e desenvolva habilidades para ser compreendido.
#7
#5
JAMAIS MINTA PARA UMA CRIANÇA
Repercuta todos os assuntos da maneira mais natural
possível, utilizando uma linguagem adequada à faixa
etária da criança. Não a trate como incapaz nem lance mão de mentiras. Os pequenos são muito sensíveis
para perceber que estão sendo enganados.
AVALIE BEM O CASTIGO
O limite deve ser colocado no comportamento, e não no sentimento. Por isso, ajude a criança
a se expressar e, depois, a refletir sobre o erro. Jamais deixe que ela seja punida sem saber a
razão. E cuidado para não penalizar somente os maiores. É preciso ser justo. =
4fitness
Força, garotada!
Depois de virar febre nas academias, o crossfit chega ao universo infantil. Mas
os pais podem ficar tranquilos que a intensidade dos exercícios é moderada
Franco
QUANDO FOI CRIADO, em meados dos anos
1990, na Califórnia, o crossfit era um programa para
poucos. Só os bem fortões encaravam os treinamentos
de força e condicionamento físico baseados em movimentos funcionais como puxar cordas, erguer pneus
de trator e fazer malabarismo em argolas. Tudo bem
rápido e com intensidade alta. Atualmente, a modalidade tem cerca de 13 000 academias e 4 milhões de
praticantes em mais de 120 países. Com sua expansão
mundo afora, ela conquistou novos públicos, como
mulheres em busca de um corpo torneado e até crianças. Isso mesmo. Em algumas escolas já se vê o crossfit kids. A novidade tem dois dos três pilares do crossfit: os exercícios funcionais e a constante variação.
Laura, de 10 anos, que começou por influência dos pais: “Entrei porque estava
engordando um pouco, mas já perdi peso, e agora continuo porque gosto”
36
Canguru
. JULHO 2016
Apenas os exercícios com alta intensidade ficaram
reservados aos adultos.
Com três unidades na capital mineira, a Crossfit
BH tem em sua grade aulas para crianças a partir de 3
anos. Além de ser mestre em educação física pela
UFMG, o professor Luciano Coelho fez uma especialização em crossfit kids em Buenos Aires antes de
atender os pequenos. Segundo ele, a ideia de ampliar
o atendimento veio dos pais que praticavam o esporte
e queriam os mesmos benefícios para os filhos. As aulas trabalham de maneira lúdica atividades parecidas
com as do crossfit adulto. Mas nada de levantamento
de peso, por exemplo. Os exercícios lembram as aulas
de educação física nas escolas. “Todo e qualquer exercício físico voltado para crianças precisa considerar as
particularidades e a fisiologia delas, que é muito diferente da do adulto”, diz Coelho. Uma de suas alunas
é a Laura Rocha, de 10 anos, que começou na modalidade por influência dos pais. “Eu entrei porque estava engordando um pouco, mas já perdi peso, e agora
continuo porque gosto”, diz. Com seus quase 1,60
metro de altura, ela também joga vôlei.
“O crossfit se tornou uma grande comunidade e
os alunos quiseram trazer suas crianças para o meio”,
afirma Leonardo Bahia, proprietário da academia The
Box Crossfit, com unidades na Savassi e no Belvedere.
“Aos poucos os pais foram descobrindo que os pequenos também podiam usufruir benefícios como
equilíbrio, coordenação motora e condicionamento.”
Bahia ressalta que seus professores também passam
por especializações e recebem a preparação necessária
para lidar com os menorzinhos.
A prática de exercícios na infância é de extrema
importância para o desenvolvimento físico e mental
das crianças. A Organização Mundial da Saúde (OMS)
recomenda uma hora por dia de exercícios para quem
tem entre 5 e 17 anos, tempo que deve ser distribuído
FOTOS: GUSTAVO ANDRADE
POR Daniele
A meninada se diverte enquanto se exercita: movimentos
que lembram as aulas de educação física nas escolas
ao longo da rotina diária. Segundo o pediatra e médico do esporte Carlos Eduardo Reis da Silva, presidente do Comitê de Medicina do Esporte da Sociedade
Mineira de Pediatria, diversos estudos já mostraram
que o que se pensa a respeito da interrupção do crescimento causada por exercícios como musculação ou
crossfit é mito. “O que importa em um exercício físico
para crianças é a supervisão”, explica. “Se o exercício
é bem monitorado por um profissional habilitado
para exercer tal função, não há problema nenhum.”
Na fase de crescimento infantil, também é importante
não prender a criança em uma única atividade, já que
a prática de exercícios variados ajuda no desenvolvimento de todo o corpo e de todas as habilidades motoras dos pequenos. E nunca é demais lembrar que
antes de começar qualquer atividade, é fundamental
procurar orientação médica.=
4CROSSFIT BH
Rua da Bahia, 1605, Lourdes. Tel.: 3222-5862;
Praça Arcângelo Maletta, 12, São Bento. Tel.:
3293-7704; e Avenida Bandeirantes, 1776,
Mangabeiras. Tel.: 2511-1136. A partir de 3 anos
de idade. R$ 158,00 por mês (duas aulas por
semana).
4CROSSFIT CIPÓ
Rua Piauí, 1433, Funcionários. Tel.: 99775-7007.
A partir de 6 anos de idade. R$ 160,00 por mês
(duas aulas por semana).
4CROSSFIT KABUTO
Rua Manoel Elias de Aguiar, 127, Ouro Preto.
Tel.: 3081-9865. A partir de 4 anos de idade. R$
200,00 por mês (duas aulas por semana).
4THE BOX CROSSFIT
Avenida Luiz Paulo Franco, 591, Belvedere. Tel.:
2510-0595; e Rua dos Inconfidentes, 911, Funcionários. Tel.: 3504-2402. A partir de 3 anos
de idade. R$ 130,00 por mês (duas aulas por
semana).
JULHO 2016 .
Canguru
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4evento
Uma aula sobre
II Seminário Internacional de Mães reúne mais
de 800 pessoas no Ouro Minas Palace Hotel
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Canguru
. JULHO 2016
FOTOS: GUSTAVO ANDRADE
maternidade
A MATERNIDADE É uma experiência individual.
Mas é sempre válido trocar experiências, compartilhar medos e discutir inseguranças. O contato com
outras pessoas que, muitas vezes, estão passando ou
já passaram por situações semelhantes torna a carga
um pouco mais leve. E as mamães sabem disso. Caso
contrário, o II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE
MÃES não teria reunido mais de 800 interessadas, de
quinze estados brasileiros e do Distrito Federal, no
Ouro Minas Palace Hotel, no dia 4 de junho.
O evento, mediado pela colunista da Canguru
Cris Guerra, contou com profissionais renomadas de
diferentes áreas para compartilhar informações valiosas sobre a criação dos filhos e o processo da maternidade. Entre as palestrantes, a psicoterapeuta
familiar argentina Laura Gutman, autora dos best-sellers A Maternidade e o Encontro com a Própria
Sombra e O Poder do Discurso Materno; a escritora
americana Ashley Merryman, autora do best-seller
Os 10 Erros Mais Comuns na Educação de Crianças; a
nutricionista Gabriela Kapim, no ar com o programa
Socorro!, Meu Filho Come Mal, do canal por assinatura GNT; a psicóloga e palestrante Lígia Guerra; e a
médica Filomena Camilo do Vale, conhecida como
Doutora Filó, uma das pediatras mais requisitadas
de BH.
Para a dona de casa Marina Lapesqueur, mãe de
Helena, de 1 ano, o seminário representou uma oportunidade para pegar dicas e aprender com as experientes palestrantes. “Eu gosto muito de trocar informações sobre esse assunto, mas as minhas amigas
ainda não têm filhos”, conta. “Por isso, esse momento
foi enriquecedor para mim.” Entre os presentes no
evento — que contou, além das mamães, com 24 papais interessados em aprender um pouco mais sobre
o universo dos pequenos —, a maior parte era formada por pessoas casadas e com um filho de até 5 anos
de idade. Duas mães se destacaram na multidão pela
coragem: uma têm seis e a outra, sete filhos. Haja
energia para cuidar dessa meninada!
Veja nas páginas a seguir um resumo do que rolou
de mais interessante nas cinco palestras. 4
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Canguru
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A importância de dizer não
A nutricionista Gabriela Kapim ressaltou que deixar de fazer algumas
vontades do filho é essencial para seu crescimento saudável
POR Daniele
Franco
UMA COISA QUE deixa a maioria das mulheres entristecida é ouvir “mãe, você é muito chata”. Afinal,
quando se chega à maternidade, tudo o que se quer é
ser a melhor mãe de todas e fazer o melhor para os
filhos. Mas fazer o que as crianças consideram “melhor” nem sempre é o ideal. Crianças gostam de se
divertir e praticar atividades lúdicas, que não venham
como uma exigência. Tomar banho, escovar os dentes, comer salada, ir à aula e várias outras obrigações
acabam sendo verdadeiros suplícios para a garotada.
Para eles, uma mãe legal seria aquela que não os obrigasse a realizar essas tarefas.
Nutricionista e apresentadora do programa Socorro! Meu Filho Come Mal, do canal por assinatura GNT,
Gabriela Kapim não é muito diferente das outras
mães no trato com sua filha, Sofia. Para convencer a
pequena de que ela só queria seu bem, fez uma pequena brincadeira. Perguntou o que a faria ser uma
mãe “legal” e anotou todas as coisas que a menina foi
falando. Ao terminar, escreveu ao lado de cada item as
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Canguru
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Com a alimentação, é necessário
que as famílias tenham o cuidado de
ensinar aos filhos o que faz bem.
Mas, ao contrário do que muita gente
pensa, também é preciso ouvir a
criança. E entender que muitas das
reclamações têm fundamento.
consequências de fazer tudo o que a filha queria. Resultado: Sofia entendeu que “mãe chata cuida bem
dos filhos”. Segundo Gabriela, é importante que as
crianças tenham essa consciência, de que tudo o que
a mãe faz é para o bem delas.
Com a alimentação, é necessário que as famílias
tenham o cuidado de ensinar aos filhos o que faz
bem. Mas, ao contrário do que muita gente pensa,
também é preciso ouvir a criança. E entender que
muitas das reclamações têm fundamento. “Certa
vez atendi uma criança que não gostava de comer
na mesa, o que é muito comum”, contou. “Quando
quis saber o motivo, ela me disse que o móvel era
muito alto. E não era confortável comer com ele
tapando seu nariz.” Outra dica importante é nunca
mentir para a criança, mesmo que o objetivo seja
evitar que ela coma besteiras. Se os pais dizem, por
exemplo, que batata frita tem gosto ruim, assim
que a criança provar e gostar, vai começar a questionar tudo o que eles falam. Confiança é fundamental. É preciso saber dizer não. E é importante
também que os pais se façam entender, usando argumentos sólidos e sem mentiras.
Reapreendendo
ser mulher
A psicóloga Lígia Guerra falou
sobre o resgate do universo
feminino após a maternidade
POR Rafaela
Matias
QUANDO NASCE UM bebê, nasce também uma
mãe. Quem já não ouviu isso? A psicóloga e palestrante Lígia Guerra concorda em parte com a afirmação. Segundo ela, toda mulher carrega dentro de si a
maternidade, desde o próprio nascimento. No entanto, existe uma série de mitos que rondam esse assunto
e levam-na a crer que sabe tudo o que virá pela frente.
“Mas a verdade é que a mulher tem muito pouca
consciência das implicações que a função materna
terá em sua vida”, afirma.
O fato de que após o nascimento do bebê a mãe
precisa se redescobrir enquanto mulher é uma das
verdades que, muitas vezes, só serão vivenciadas na
prática e podem causar uma série de desconfortos. De
acordo com Lígia, pesquisas mostram que a mulher
demora até um ano no processo de reconstruir o seu
universo feminino e, nesse aspecto, a ajuda e a compreensão do parceiro são fundamentais. “O processo
de maternidade é lindo, mas pode deixar a mulher
ferida, e alguém precisa acolhê-la. ”
Para explicar os mitos que tornam mais difícil a
evolução da mulher enquanto mãe, a psicóloga enumerou os mais relevantes e indicou o que deve ser
feito para superá-los (veja o quadro). Para ela, se a
mulher conseguir passar por essa dolorosa fase buscando aprender com as dificuldades, verá que pessoa incrível se tornou. E, como dizem: após a maternidade nada volta a ser como antes. Tudo se torna
muito melhor.
Mitos da maternidade
MÃE SABE DE TUDO
Não sabe. E a matriarca precisa compreender que ela
também erra, tem dúvidas e medos, como todo ser
humano. Não é vergonhoso pedir ajuda.
MITO DO EU
A mulher se cobra para voltar rapidamente ao corpo
e para retomar os afazeres de antes da gravidez. Mas
isso é quase impossível num curto espaço de tempo
e ela não precisa se culpar.
INDIFERENÇA MASCULINA
Cada vez mais, os homens querem ajudar. Querem
se tornar maridos e pais melhores. Mas existem os
“3 'D' da paternidade” que atrapalham essa busca:
o despreparo, já que eles raramente são ensinados a
ser pais; a disputa que alguns travam com os filhos
pela mulher; e o demérito, quando a esposa considera errado tudo aquilo que ele faz.
INVEJA FEMININA
As mulheres devem contar umas com as outras.
Apesar de muitos tentarem vender uma competição entre mulheres, elas são capazes de se unir e se
ajudar muito.
NADA SERÁ COMO ANTES
Na verdade, tudo será muito melhor. A mulher deve
olhar para todas as dificuldades como uma oportunidade de aprendizado. Tudo isso dará a ela uma força
digna de se orgulhar no futuro. 4
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Desafios da
primeira infância
Conhecida como Doutora Filó, a
pediatra Filomena Camilo do Vale
deu dicas sobre como agir nos
primeiros anos de vida do bebê
POR Rafaela
Matias
A FASE DA vida que recebe o nome de primeira infância vai do tempo em que o bebê ainda está sendo gerado
no útero até os 5 anos de idade. Segundo especialistas, é
uma das etapas mais importantes do desenvolvimento
infantil, pois será determinante sobre o progresso da
criança nos anos seguintes. Sabendo disso, a pediatra
Doutora Filó, que conta com uma longa fila de espera
em seu consultório, pratica o que ela chama de pediatria
geriátrica. “Quando vejo um bebê pela primeira vez, eu
penso o que preciso fazer agora para que ele ainda esteja
saudável aos 80 anos”, explica.
Além dos fatores genéticos do pai e da mãe, o
estilo de vida do bebê nos primeiros 1 000 dias —
que vão do início da formação intrauterina até a faixa
dos 2 anos de idade — contribui diretamente para
evitar ou incentivar o surgimento de patologias. E a
principal ferramenta nessa fase é a alimentação. Estudos apontam que crianças que são amamentadas terão um Q.I. mais alto e menos riscos de desenvolver
doenças como obesidade e diabetes no futuro. Mas, e
quando a amamentação não é possível? “Isso não
Quando vejo um bebê pela
primeira vez, eu penso o que
preciso fazer agora para que ele
ainda esteja saudável aos 80 anos.
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Canguru
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deve ser motivo de sofrimento. Basta pedir ao seu
pediatra que receite uma fórmula o mais próximo
possível do leite materno”, recomenda a médica.
Quando a amamentação deixar de ser exclusiva e for
possível introduzir outros alimentos, é preciso muita
moderação com o açúcar, já que ele pode causar problemas ao fígado. Adoçantes também são contraindicados, por estar associados a algumas doenças inflamatórias do intestino.
Mas nem só de alimentação saudável é feita a primeira infância. Aos 3 anos, já se deve começar a praticar esportes, que contribuirão para a coordenação
motora, o equilíbrio e os reflexos. Outro ponto importante é que nessa fase o pequeno começa a conhecer seus limites e os pais precisam mostrar que existem regras. “Um amor que permite tudo é leviano”,
afirma Doutora Filó. Segundo ela, a criança não deve,
por exemplo, ser exposta à televisão até os 2 anos.
Depois disso, a orientação é que ela fique no máximo
duas horas por dia em frente ao aparelho. “Conversar,
brincar e socializar são tarefas muito mais importantes para o desenvolvimento que qualquer programa
educativo.” O hábito de dormir cedo foi outro tópico
levantado pela especialista. O ideal é que isso aconteça entre 20 e 21 horas. Assim, é provável que a criança se desenvolva de forma saudável e tenha muitos
anos de vida para dar amor e orgulho aos pais.
O grau certo da motivação
A escritora Ashley Merryman explicou a importância
de saber como e quando elogiar as crianças
POR Daniele
Franco
AUTORA DE DIVERSOS artigos para jornais e revistas americanos e de best-sellers sobre a arte de criar os
filhos, Ashley Merryman fez um alerta: é preciso elogiar
as crianças da maneira correta. Muitos pais, no intuito
de agradar aos filhos e também motivá-los, costumam
dizer quanto a criança é perfeita e que tudo o que ela faz
é maravilhoso. Mas será que essa é a melhor forma de
motivar os pequenos? Ashley diz que não. Para ela, o
elogio é responsável por definir a motivação da criança,
sim, mas apenas se realizado da maneira certa. Isso significa que ele tem de ser feito ao processo, ao resultado
de uma ação, e não à pessoa. Quando se diz a uma
criança que ela é perfeita, ela para de se esforçar e passa
a pensar que não precisa trabalhar duro para conseguir
o que deseja. A partir daí começam as frustrações, se
não for bem-sucedida.
Proteger da frustração é uma das mais recorrentes
preocupações de mães e pais, mas elogiar as crianças à
toa, apesar de parecer o caminho, acaba piorando a situação. “Se uma criança quebra um vaso em casa, não
se pode xingar e dizer ‘você é terrível’ ou desmerecê-la
como um todo”, exemplifica. “Se essa mesma criança
fizer um vaso na escola, não se pode dizer ‘você é maravilhosa’.” Elogios e críticas devem se referir às ações e
ser completamente honestos.
A principal lição que precisa ser tirada pelos pais é
que a meta para a criação dos filhos deve ser a motivação. Fazer com que as crianças se sintam perfeitas não
é a resposta, mas sim fazer com que se sintam motivadas. Permitir que elas conheçam as próprias limitações
é essencial, pois a partir desse conhecimento se constroem valores como humildade e perseverança. 4
O elogio é responsável por definir
a motivação da criança, sim, mas
apenas se realizado da maneira
correta. Isso significa que ele tem de
ser feito ao processo, ao resultado
de uma ação, e não à pessoa.
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Onde estão as respostas para
os “dilemas da maternidade”
Para a psicopedagoga argentina Laura Gutman, só o autoconhecimento
materno garante que os filhos se sentirão seguros e amados
POR Daniele
Franco
“MÃE E FILHO estão imersos em uma mesma bacia,
cheia d’água. E a mãe sente tudo o que o filho sente
daquela água.” É assim que a psicopedagoga e escritora argentina Laura Gutman exemplifica a relação ideal
entre mãe e filho. Ao citar esse exemplo, Laura já dá
uma pista do que faz com que as mães experimentem
tanta angústia e sofrimento ao criarem seus pequenos:
“Ao sentir que a água está muito quente, a mãe a
abandona. A partir daí, não sente mais seu filho, não
o percebe mais. Vendo que ele sofre, ela procura ajuda externa”. Se ela estivesse dentro da água com ele,
saberia perfeitamente o que fazer, pois a melhor refe-
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Perceber o filho é muito mais
do que um exercício de empatia.
Empatia é quando uma pessoa se
coloca no lugar da outra, mas
um filho não é um outro,
o filho é a própria mãe.
rência para uma mãe é seu bebê. Segundo Laura, a
principal causa para esse desligamento é o fato de que
as mães não têm memórias válidas de sua própria infância. As lembranças que uma pessoa tem de sua
época de criança são histórias contadas por outros, a
partir de seus pontos de vista.
Por não ter esse autoconhecimento, a mãe passa a
não sentir seu filho, não percebê-lo. E essa percepção
é fundamental para que a criança se sinta segura e
amada. Perceber o filho é muito mais do que um exercício de empatia, de acordo com a psicopedagoga. Ela
explicou que empatia é quando uma pessoa se coloca
no lugar da outra, mas um filho não é um outro, “o
filho é a própria mãe”. Os dois — retornando ao
exemplo da bacia — fazem parte da mesma água em
uma cadeia transgeracional. Não seria necessário, então, procurar respostas para os dilemas da maternidade no exterior, já que elas estão dentro de cada mãe.
Por isso, para encontrá-las, é preciso fazer o exercício
de conectar-se com o próprio interior.
Além das
palestras
Patrocinadores proporcionaram
momentos especiais às mamães
Rostos interessados, sorrisos, gargalhadas, lágrimas, semblantes pensativos. Dentro do salão onde
ocorriam as palestras, o clima era de muita reflexão,
muita emoção e muito aprendizado. As lições deixadas pelas palestras foram, sem dúvida, o maior
ganho para as participantes do II Seminário Internacional de Mães. Mas elas levaram para casa mais do
que isso: saíram também com uma sacola recheada
de brindes oferecidos por patrocinadores e parceiros.
Do lado de fora do salão principal, nos estandes
montados pelas marcas patrocinadoras, as mamães
foram mimadas com ações especiais, feitas sob medida para o evento. Havia espaço para maquiagem,
para massagem relaxante, para degustar queijos,
bebidas lácteas e deliciosos quitutes mineiros, entre
outras atrações. Sobrava animação entre uma palestra e outra.
“O evento superou todas as minhas expectativas”,
diz o diretor da empresa Vou Ser Pai, Fernando Dias,
que promove cursos para pais de primeira viagem.
“Saí de lá com propostas para desenvolver projetos
em várias cidades.” Em parceria com a organização
do seminário, a Vou Ser Pai promoveu um concurso sobre a importância da presença dos homens na
criação dos filhos e convidou as participantes para
gravarem vídeos com depoimentos sobre a atuação
de seus maridos e companheiros. As protagonistas
dos dois melhores vídeos, segundo a comissão julgadora, foram premiadas com estadias para a família
em hotéis-fazenda.
O seminário era de mães, mas ninguém se esqueceu de que a qualidade da parceria delas com os
pais — vivendo na mesma casa ou não — faz toda a
diferença na vida dos filhos. “As mães são fundamentais para sensibilizar os pais. São elas que geralmente
compram os meus cursos para os maridos”, conta
Dias, que a partir do mês que vem também fará parte
do time de blogueiros da Canguru e passará a compartilhar com nossos leitores suas experiências como
“instrutor de pais”. =
4viagens, modo de usar
Férias na fazenda
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Canguru
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espécies nativas. Você distinguiria
um tiziu de uma viuvinha, um
sabiá de um joão-de-barro? Um
jacarandá de um ipê, uma paineira de uma embaúba? E seu filho,
como se sai?
Alguns hotéis-fazendas, além
de preservarem o meio ambiente,
conservam a arquitetura colonial
mineira, num belo casamento de
nossa cultura com a natureza. Um
exemplo é o BOITEMPO, em Ipoe­
ma, perto de Itabira, que possui
construções centenárias e, além
disso, serve nossa culinária típica,
saída do fogão a lenha. Um requinte para os olhos e para o paladar
de crianças e adultos. Com direito
a pássaros ao despertar, cachoeira,
Mata Atlântica e passeios a cavalo.
Em Brumadinho, há o HORIZONTE BELO, com vista e conforto
tipicamente mineiros. Cavalgadas
também são oferecidas para os
hóspedes. Uma vantagem adicional: fica perto do Instituto Inhotim,
onde as obras de arte modernas se
somam aos jardins que encantam
qualquer visitante.
Em Pedro Leopoldo, vale a
pena conferir o PLANALTO DA
JAGUARA; em Confins, o hotelfazenda CONFINS. Se quiser ir um
pouco mais longe, procure os da
SERRA DA MANTIQUEIRA, no Sul
de Minas. Além da beleza da serra, das matas, das cachoeiras, há
acomodação para todos os gostos
e orçamentos em São Lourenço,
luís giffoni
Aiuruoca, Passa Quatro, Virgínia.
Ou no oeste do estado, na região
de Furnas, como em Capitólio.
O importante é estabelecer ou
restabelecer o contato com a natureza. Isso aumenta nossa dimensão, pois nos insere num mundo
maior e de maior variedade que o
da metrópole. E ajuda a preservar
a natureza. O hotel-fazenda colabora nesse objetivo. As crianças
agradecem. Sabiás, tizius, micoses­trela, jacarandás e ipês também.
Boas férias.=
Luís Giffoni
é cronista, romancista e palestrante. Autor de
26 livros, tem nas viagens uma de suas paixões.
Nelas aprende a diversidade do mundo e das
pessoas, experiência que acaba traduzindo em
suas obras. Neste espaço, dá dicas sobre como
aproveitar o mundo com os pequenos.
[email protected]
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
UM DE MEUS sobrinhos achava
que leite dava em caixinha. Ficou
impressionado ao ver uma vaca e o
líquido que saía em jatos das tetas.
O filho de um amigo fugiu de uma
galinha, que lhe pareceu um monstro jurássico. Outro, até hoje, aos 6
anos, acredita que porco seja bicho
de zoológico.
A vida numa metrópole possui
vantagens, muitas, porém, rompem nosso contato com a natureza.
Adquirimos o rompante de uma
espécie desvinculada das demais,
especial, nascida nesta geração. Orgulho humano exagerado. Poucos
se lembram de que temos mais de
90% da carga genética igual à dos
micos-estrela, esse habitante tão
comum das matas mineiras. Para
descobrirmos a interdependência
da vida na Terra, é preciso retomar
o contato com a natureza.
As férias de julho podem ser o
primeiro passo. Que tal visitar um
hotel-fazenda? Há vários nos arredores de Belo Horizonte, dezenas
em Minas Gerais. Alguns oferecem
caminhadas nas montanhas e nas
matas, com guias que conhecem as
4História de mãe
Percepção
de criança
FOTO: GUSTAVO ANDRADE
POR Danielli
Soares Melo Gaiotti
E FINALMENTE CHEGOU o dia da
nossa reunião individual com a professora
do Gabriel. Essas reuniões são habituais e
acontecem periodicamente. Logo na chegada, a professora justificou que estávamos sendo chamados apenas na segunda
etapa, pois o processo de aprendizagem
do Gabriel não requereu uma conversa
específica anteriormente. Após fazer os
comentários inerentes a uma reunião dessa natureza, todos muito positivos, para
minha alegria de mãe coruja, a professora
manifestou o interesse em relatar uma situação específica com relação a um comportamento do Gabriel em sala de aula
que chamou atenção. Em um determinado dia da semana anterior, os alunos estavam bastante “exaltados”, dificultando o
repasse da matéria. Após várias tentativas
sem sucesso de conseguir silêncio, a professora alterou o tom de voz e, de repente,
rasgou uma folha de papel em branco e
jogou na lixeira da sala de aula.
Segundo o relato, os olhares se voltaram para ela e o tão almejado silêncio
pairou. Ela aproveitou o momento e disse
que o que tinha acabado de fazer com a
folha de papel era o que eles estavam fazendo com o dinheiro dos pais que, com
certeza, estavam trabalhando duro para
que eles pudessem estudar. Nesse contexto, o Gabriel levantou a mão e pediu a
palavra: “Pessoal, a professora tem razão. O
meu pai está trabalhando no Estado do Amazonas, muito longe de Belo Horizonte. Estamos sentindo muito a falta dele, e para ele
também está sendo muito difícil ficar longe
da família. Vamos
fazer silêncio e prestar atenção, pois nossos pais estão trabalhando
muito para estarmos aqui”.
Confesso a vocês que meus olhos
lacrimejaram. Não esperava essa percepção de uma criança de 10 anos de idade.
Esse relato me fez refletir sobre quantas
vezes subestimamos a capacidade de percepção e o olhar atento dos nossos filhos.
Muitas delas justificadas pela nossa correria do dia a dia. De fato, a transferência
profissional recente do meu marido para
o Estado do Amazonas tem me feito vivenciar as mais desafiadoras situações no
processo diário de educação das crianças. Temos de reconhecer que esta nova
geração tem uma versão de “software”
muito mais avançada do que a nossa, mas
também convive com o inusitado, o que
reforça a necessidade de nossa presença,
amor, carinho, limite, apoio incondicional
e, acima de tudo, nossa atuação cada vez
mais assertiva.
Agradeço a Deus todos os dias pela dádiva de ser mãe da Marina e do Gabriel. A
maternidade é a mais sublime das minhas
atribuições.=
Danielli Soares Melo Gaiotti
é mãe de Gabriel, de 10 anos, e Marina, de 6 anos, e é
casada com Gustav Gaiotti. É relações-públicas, especialista
em comunicação corporativa e relações institucionais da
ArcelorMittal Brasil e diretora da Associação Brasileira de
Metalurgia e Materiais (ABM).
JULHO 2016 .
Canguru
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FOTO: LUÍZA VILLARROEL
4para ler com seu filho
Nas mãos das crianças
CRIANÇA ESCREVENDO LIVRO? Hummm, nem sempre dá certo. Os autores
mirins são capazes de bolar boas cenas e personagens, mas poucos dão conta de criar
uma estrutura narrativa coerente. Ainda são novos para dominar a linguagem, o tom,
o ritmo e outros “truques” literários.
Não é à toa que os livros infantis são produzidos, quase sempre, por gente bem
grandinha: escritores, ilustradores e editores que conhecem — e curtem! — o imaginário do leitor mirim, sua visão de mundo, seus interesses, sua linguagem, suas
habilidades.
Recentemente tive a oportunidade de participar de um projeto muito bacana, que
aliou a criatividade infantil com as “manhas” de escritores já experientes.
leo cunha e os filhos
André e Sofia
O livro Filhos de Peixe, pensado e organizado por Alexandre de Castro Gomes, traz
nove histórias, escritas por crianças de 7 a 11 anos — todos filhos ou netos de escritores.
Cada texto foi construído sob a orientação e acompanhamento do pai/mãe ou avô/avó, que
funcionaram como "personal editores" da meninada. O resultado é um livro cheio de humor,
imaginação e fantasia. Meu filho Dedé, por exemplo, inspirado no bicho de estimação da
avó, escreveu o conto "A tartaruga que confundiu o pai com um abacaxi". Amélie, filha da
escritora Claudia Nina, recontou a Branca de Neve, sob o ponto de vista da maçã! A história
mais divertida de todas, com um final arrasador, é "O menor monstro do planeta Rof", escrita por Nina, filha do Alexandre Gomes. Essa me deu inveja de não ter escrito!
SOBRE OS AUTORES: O livro tem nove autores, filhos ou netos de escritores da literatura
infantil brasileira. As ilustrações são de Guigo, carioca, adolescente, filho do escritor Alex
Gomes e da ilustradora Cris Alhadeff.
INDO AO FUTURO PARA
ENTENDER AS MÃES. Texto
de Bárbara Muniz. Imagens de
Leonora Weissmann. Editora
Scriptum Jovem, 2013.
FILHOS DE PEIXE. Diversos
autores. Imagens de Guigo.
Editora Mar de Ideias, 2016.
Indo ao futuro para entender as mães é outra experiência bem-sucedida
de literatura escrita por crianças. Aos dez anos de idade, Bárbara Muniz bolou essa
história que gira em torno de um dos maiores sonhos infantis (e de muitos adultos
também): viajar no tempo. Entrelaçado com esse tema vem outro também muito caro
aos pequenos: a relação com os pais, seus conselhos, suas manias. Bárbara não é filha
de escritor — como os autores do livro Filhos de peixe —, mas certamente teve o apoio
e o incentivo da mãe, pedagoga e pesquisadora, da irmã atriz, uma família mais que
acostumada com os livros e com a arte.
SOBRE OS AUTORES: Barbara Muniz, mineira, escreveu este livro aos 10 anos e publicou aos 13. Está atualmente no 2º ano do ensino médio. Leonora Weissmann, formada
e pós-graduada em artes, já expôs seus trabalhos no Brasil e no exterior. Este foi seu
primeiro livro como ilustradora.
Leo Cunha
é escritor e publicou mais de cinquenta livros, como O sabiá e a girafa (Ed. FTD) e As fantásticas
aventuras da Vovó Moderna (Ed. Cia das Letrinhas). Recebeu os principais prêmios da literatura
infantil brasileira, como Jabuti, Nestlé e João-de-Barro. Na Canguru, dá dicas de livros para crianças.
[email protected]
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Canguru
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4na pracinha
Cinco praças para
brincar nas férias
Vamos aproveitar as férias de julho e levar a criançada para brincar na praça? Dá para correr
livremente, se divertir nos parquinhos, explorar o gramado, andar de bicicleta, brincar de pique,
se aventurar no trepa-trepa, escorregar e soltar a imaginação. E não tem essa de fugir do frio, a
pracinha é o melhor lugar para tomar um solzinho pela manhã e se exercitar em companhia dos
filhos. Selecionamos cinco praças para que os leitores curtam as férias da meninada.
Praça da Assembleia
Recentemente reformada, é considerada a segunda maior de nossa
cidade e conta com projeto paisagístico de Roberto Burle Marx. A pracinha ganhou dois parquinhos com
brinquedos para bebês e crianças
até 10 anos, além de bancos, muitas
áreas de sombras e espaço para correr à vontade.
Rua Rodrigues Caldas, s/nº –
Santo Agostinho
FOTO: PATRÍCIA DE SÁ
Praça Floriano Peixoto
Uma praça cheia de charme, com
muito espaço para brincar, muito
verde e bancos para contemplação.
Está sempre florida e conta com
uma área ótima para exercícios.
Avenida do Contorno, entre Rua
Manaus e Avenida Brasil – Santa
Efigênia
Praça Professor
Godoy Betônico
Uma área super agradável para
passear com as crianças. Pertinho
do Museu Histórico Abílio Barreto, por lá encontramos uma fonte,
brinquedos e muitos bancos para
contemplação.
Entre as ruas Conde de Linhares,
Bernardo Mascarenhas e Tenente
Renato César – Cidade Jardim
Praça Padre Dino Barbieri
(da Igrejinha)
Passear na Pampulha faz parte da
nossa infância. Agora, brincar por
lá ficou ainda mais seguro após a
última reforma. A praça abriga a famosa Igrejinha de São Francisco e
está localizada em uma área conhecida como Mangueiras, por causa de
suas frondosas árvores. O trânsito foi
impedido em sua proximidade, por
isso é possível brincar de patinete,
patins, skate e bicicleta.
Avenida Otacílio Negrão de Lima,
300 – Pampulha
Praça da Pampulha
Uma grande esplanada para a prática de esportes com vista para a
Lagoa da Pampulha. Recentemente,
ganhou brinquedos para tornar o
passeio ainda mais atrativo. Dá para
soltar pipa, brincar de baldinho de
areia, correr e se jogar na diversão.
Avenida Fleming, s/n – Pampulha
Na pracinha é possível fazer um
piquenique com os amigos, e, com
a ajuda de elementos simples, tornar a diversão prazerosa para todo
mundo: corda, elástico, bola e giz.
Um passeio para a família, de graça,
aberto 24 horas. Sem desculpa para
não sair de casa com as crianças. Vamos brincar lá fora! =
Praça da Pampulha
O Na pracinha é um movimento que incentiva
o tempo livre para o brincar na infância e
o resgate da relação criança/cidade com a
ocupação dos espaços públicos pelas famílias.
O brincar e o contato com a natureza são
fundamentais para saúde física e mental da
criança. Criado pelas mães Flávia Pellegrini e
Miriam Barreto, o projeto promove eventos
brincantes gratuitos e compartilha dicas de
passeios pela capital mineira.
www.napracinha.com.br
JULHO 2016 .
Canguru
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4padecendo no paraíso
Seja o exemplo
Manual de boas maneiras para pais e familiares em festas e eventos da escola
POR Bebel
Soares
Para viver em sociedade, é preciso saber onde seu espaço termina e onde começa o do outro. Seguem algumas dicas sobre como se comportar em eventos da
escola. Vamos dar bons exemplos às crianças:
1.
Deixe a família de quem está se apresentando
assistir à apresentação;
2.
Existem várias crianças e pais no evento, não aja
como se fosse apenas a sua família;
3. Seja pontual;
4. Se você não puder ficar até o final de uma apre-
sentação em auditório, sente-se em um local discreto;
5.
Não fure a fila nem guarde o lugar para outras
pessoas nas brincadeiras;
6.
Não estacione seu carro em local proibido nem
pare em fila dupla. Não apenas em eventos da escola,
não faça isso nunca!
7. Não converse durante as apresentações;
8. Não fique empurrando os outros pais e se enfian9.
Não julgue a crise de pirraça ou comportamento
de uma criança alheia. Essa criança poderia ser a sua!
10. Cuide do lixo produzido por sua família! Lu-
gar de lixo é na lixeira.=
50
Canguru
. JULHO 2016
Coordenado pela arquiteta Bebel Soares e pela designer Tetê Carneiro, o
grupo Padecendo no Paraíso nasceu em março de 2011, no Facebook, e é
formado atualmente por mais de 6 000 mães. Na Canguru, as fundadoras
do Padecendo discutem assuntos como saúde, alimentação, sexo, viagens,
educação, estética e beleza.
www.padecendo.com.br
ILUSTRAÇÃO: ANTÔNIO OLIVEIRA
do na frente de todos para filmar e fotografar seu filho. Todos os outros pais querem o mesmo que você!
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
4artigo | Geraldo Santana
Baixa estatura:
quando procurar
tratamento?
A ESTATURA É um atributo físico valorizado socialmente e, com frequência, motivo de preocupação dos
pais. Do ponto de vista clínico, a baixa estatura ou
crescimento deficiente ocorre quando a criança apresenta uma altura abaixo da esperada se comparada à
população geral, uma altura abaixo do potencial de
estatura familiar ou uma velocidade de crescimento
abaixo da esperada para a faixa de idade.
A subnutrição é uma causa importante de baixa estatura e pode estar relacionada a alterações do apetite,
maus hábitos alimentares ou problemas de absorção
intestinal. Doenças genéticas, respiratórias, renais, intestinais e cardíacas podem afetar o crescimento, além
de fatores comportamentais como sedentarismo, carência afetiva e sono inadequado. Entre as causas
hormonais, as principais são o hipotireoidismo e a
deficiência do hormônio de crescimento.
Confirmada a baixa estatura, uma radiografia para
avaliação da idade óssea é sempre solicitada. Quando
o raio-X indica que a idade óssea está atrasada, significa que a criança apresenta potencial para crescer
mais do que o esperado para a sua idade cronológica,
mas deve-se investigar se há algum problema hormonal ou de saúde que esteja causando esse atraso. Uma
idade óssea adiantada, por si só, não é um problema
desde que a estatura esteja compatível com esse achado. Exames de laboratório também podem ser necessários de acordo com a avaliação clínica.
O tratamento da baixa estatura varia de acordo
com as causas encontradas. A primeira abordagem
envolve a correção de erros alimentares, principalmente em relação ao consumo de proteínas, cálcio,
ferro, zinco e complexo B. Além disso, recomenda-se o estímulo à atividade física, adequação do sono
e a manutenção da vitamina D em nível suficiente. O
hormônio de crescimento está formalmente indicado
O tratamento da baixa estatura varia
de acordo com as causas que foram
encontradas. A primeira abordagem
envolve a correção de erros alimentares,
principalmente em relação ao consumo de
proteínas, cálcio, ferro, zinco e complexo B.
quando há confirmação de sua deficiência, mas seu
uso também pode ser considerado nos casos de baixa
estatura familiar ou constitucional, que não respondem ao tratamento usual.
Embora alguns sinais eventualmente já possam
ser percebidos na infância, é comum os pais só procurarem orientação especializada após a puberdade,
quando começa a afetar a autoestima do adolescente
em razão da demanda social da estatura. Nessa época, entretanto, as possibilidades de tratamento podem
ficar diminuídas, pois as epífises ósseas já se encontram em processo de fechamento adiantado devido à
ação dos hormônios da puberdade.
Mesmo com todo o avanço da medicina, grande
parte da estatura final ainda depende do potencial genético. Atualmente, é possível corrigir carências nutricionais, repor deficiências hormonais e até bloquear hormônios que aceleram o fechamento das epífises
ósseas para que seu potencial seja aproveitado ao máximo. Porém, quando os ossos atingem a maturação
completa, o que normalmente ocorre por volta de 18
a 19 anos, medicamentos ou hormônios não trazem
mais benefícios para ganho de estatura.=
Geraldo Santana
é endocrinologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia
e Metabologia e diretor do Instituto Mineiro de Endocrinologia
JULHO 2016 .
Canguru
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Às vezes, dói ser
mãe e amar tanto
SEGUNDO SIGMUND FREUD, criador da psicanálise, o impacto da maternidade em cada mulher é
singular. Cada mulher é única e vive essa fase com
conflitos e necessidades diferentes. Muitas mulheres
sentem que essa experiência lhes permite assumir
quem realmente são. Desperta a mulher forte que
vive dentro dela. Mas o que se observa nos grupos
de mulheres e nos consultórios é que há momentos
em que dói ser mãe e amar tanto. A mulher sente-se
fragilizada diante de um novo ser e já não tão vigorosa. No consultório, é comum escutar as mulheres
dizerem que estão divididas, sentindo solidão e que
não encontram o apoio que desejam e precisam à
sua volta. Diante disso, elas podem fazer diferentes
escolhas, inclusive não amamentar ou não ser uma
mãe presente. Mas a diferença está nas consequências dessas escolhas.
Para Donald Woods Winnicott, pediatra e psicanalista, a função da sociedade nos primeiros meses do
bebê é favorecer um ambiente tranquilo para a mãe,
que se doa inteiramente para o filho. As pessoas ao
redor precisam estar atentas às necessidades dessa
mãe e oferecer orientação, apoio, ajuda e amizade. A
mulher também precisa ser mais bem preparada, para
que não tenha medo dos sentimentos que emergem e
para que possa tomar decisões planejadas junto com
esse outro ser que está ao seu lado, inclusive sobre
sua carreira, que na atualidade sempre exige muito
dessa mulher. Cada mulher e família vão ter a própria
vivência. As experiências das outras pessoas serão
apenas repertório de luz inspiradora para que essa família possa criar o próprio caminho. As corporações e
a sociedade como um todo precisam conhecer melhor
esse fenômeno fundamental na vida de uma mulher e
52
Canguru
. JULHO 2016
Uma das maiores dificuldades que a
mulher mãe enfrenta é separar-se do
filho tão precocemente como ocorre hoje
com a licença-maternidade de quatro ou
seis meses em nosso país. Aqui, é
comum o abandono da carreira.
de um bebê: a maternagem. Uma das maiores dificuldades que a mulher mãe enfrenta é separar-se do filho
tão precocemente como ocorre hoje com a licença-maternidade de quatro ou seis meses em nosso país.
Aqui, é comum o abandono da carreira.
Finalmente, de acordo com a socióloga Suely Ferreira Deslandes, as mulheres mães precisam, sim, da
contribuição de todos. Precisam de suporte. Todos,
enquanto família e sociedade, têm o interesse comum
de colocar um ser humano saudável e melhor neste
mundo. Essa jornada de autoconhecimento e crescimento é a soma do muito que cada mulher é. E que
cada uma possa dar o melhor de si mesma e se rea­
lizar pessoalmente e profissionalmente! Aqui, serão
muito úteis às escolhas dessa mulher a intuição ou
as sensações espontâneas que nos permitem fluir em
essência no nosso caminhar.=
Simone Matias Santos
é psicóloga e administradora com curso de coaching e inovação pela PUCMG. Membro efetivo do Grupo de Recursos Humanos Gerir com Pessoas,
atualmente atua em consultório particular como psicoterapeuta e coach.
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
4artigo | Simone Matias Santos
Classificados
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FOTO: FLÁVIO DE CASTRO
4crônica
Desenhando
um mundo
sem machismo
POUCO DEPOIS DE descobrir que eu estava grávida de um menino, me vi diante de uma loja de roupas
para crianças e resolvi comprar a primeira peça para
o Francisco. Era um macacãozinho de malha com o
desenho do carneiro de O Pequeno Príncipe. O cor-de-rosa era bem mais lindo que o azul. Rapidamente
pedi para embrulhar e levei pra casa um exemplar
daquele tom, na ilusão de que bastaria a vontade para
criar um menino despido de preconceitos. Dias depois, conversando com uma amiga que já era mãe,
achei por bem trocar pelo macacãozinho azul.
Educar sem machismo parece simples, já que é fácil sonhar com um mundo em que os direitos masculinos não se sobreponham aos femininos. Mas quando me pego arrumando o quarto do meu filho, sem
paciência para esperar que ele mesmo o faça, percebo
que o trabalho tem de se iniciar em mim. Preciso me
educar primeiro — e não sei por onde começar.
Cresci num lar tipicamente machista, realidade
ilustrada à perfeição nos almoços de domingo, em
que cabia à mamãe cozinhar. Ao fim da refeição, os
homens permaneciam à mesa enquanto as mulheres
se levantavam para cuidar da louça. Quinta filha, chegando depois de uma dupla de homens e outra dupla
de mulheres, eu me rebelava, claro. Sem efeito, já que
era mais fácil ser combatida pelos seis juntos e acabar
me resignando na solidão.
Curiosamente, hoje me vejo em uma casa em que
homens e mulheres são igualmente representados —
eu de um lado, Francisco de outro, os dois tateando
no escuro em busca de um modelo de família. De
nada adianta o que penso e prego: serão as minhas
atitudes o seu mapa. E me pego caminhando trôpega,
tendo sob os pés uma estrada que não é de pedras,
tampouco de asfalto. É areia fofa, que exige de mim
músculos fortes e resistentes.
54
Canguru
. JULHO 2016
cris guerra e o
filho francisco
Se nós mesmas nos flagramos em
atitudes machistas, como criar filhos
para relações mais generosas em
ambas as direções, que não sejam
regidas pelos preconceitos?
Se nós mesmas nos flagramos em atitudes machistas, como criar filhos para relações mais generosas em ambas as direções, que não sejam regidas
pelos preconceitos? (E que linda a proximidade entre
as palavras gênero e generosidade.) É para uma sociedade ainda em construção que educamos nossos
filhos — ou, para ser mais exata, é para construir
esse novo tempo que os formamos. Está aí a oportunidade: crianças são campos férteis, estão abertas
a novos pensamentos e formas de convivência. Será
preciso voltar para elas algumas interrogações, antes
das certezas. Para falar alto é preciso falar grosso? Um
mundo contra as mulheres seria mesmo a favor dos
homens? Usar a força física contra o outro é superioridade? Não seria a delicadeza uma espécie de força?
“Dessine-moi un mouton” (“Desenha-me um carneiro”), teria dito o pequeno príncipe ao aviador. Vamos precisar desenhar juntos, nós e nossos filhos, um
mundo que ainda não existe. Talvez começando pela
caixa com buracos para depois descortinar o carneiro.
Fofo, lindo e extremamente frágil. Mas de verdade.=
Cris Guerra
é publicitária, escritora e palestrante. Fala sobre moda e comportamento
em uma coluna na rádio BandNews FM e a respeito de muitos outros
assuntos em seu site www.crisguerra.com.br. Na Canguru, escreve sobre
a arte da maternidade.
[email protected]
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Muitas atrações nas férias.
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Cinema
Pista de Kart
PROCURANDO DORI
DE tERçA A DOmINGO
A ERA DO GELO: O BIG BANG
De terça a sexta-feira, das 15h às 22h.
Sábados, das 14h às 22h.
Domingos e feriados, das 14h às 20h.
Estreia: 1º de julho
Estreia: 7 de julho
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Até 31 DE JULhO
De segunda a sábado, das 10h às 22h.
Domingos e feriados, das 12h às 22h.
Na Praça de Eventos.
Circus Maximus
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A PARtIR DE 1º DE JULhO
De segunda a sexta-feira, às 20h.
Sábado, domingo e feriados,
às 16h, 18h e 20h.