Entrelinhas - Março 2009 - Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

Transcrição

Entrelinhas - Março 2009 - Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas
dia da filosofia
Um dia-efeméride para o
grupo de Filosofia|Psicologia,
os nossos alunos brindaram,
mais uma vez, toda a
comunidade escolar com a
sua alegria e jovialidade.
P 16
VISITAS DE
ESTUDO
encontros com
escritores
José Pedro Mésseder e Ana
Saldanha no Colégio P 10 e 11
Mafra e Coimbra, Museu da
Imprensa, Coliseu do Porto...
tantas iniciativas que tornam
o Colégio uma força viva.
P 7, 12 e 13
SEMANA DE
EMRC
Festival 3D, Conferência de
Daniel Serrão, Manta de
Retalhos, GPSS – uma semana
de reflexão e aprendizagem.
P 12
TRÊS DIAS PELA PAZ
Colégio mobiliza-se num apelo à Paz
entre os povos – foram três dias em
que a comunidade escolar respondeu
de forma categórica a esta iniciativa
P3
JORNAL DO COLÉGIO LICEAL DE SANTA MARIA DE LAMAS . TRIMESTRAL . ANO XIII . JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO 2009 . €0,75
diálogo fé & ciência
Professor
Daniel Serrão
cativa audiência
2
Foto de Arquivo: direitos reservados
| 38 | ENTRElinhas | JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009
AUDITÓRIO ANTÓNIO JOAQUIM VIEIRA recebeu o conferencista para uma palestra única.
Conferência do Professor doutor daniel serrão
O diálogo fé & ciência
conferência
No dia 17 de Fevereiro, o Colégio teve a honra de receber o Professor Doutor Daniel Serrão. As turmas do
12ºano foram as privilegiadas, podendo assim escutar e estar na presença de um das maiores personalidades nacionais do mundo da cultura, medicina e bioética.
Licenciado em Medicina em 1951, conclui o Doutoramento em 1959. Concorre, em 1961, a Professor extraordinário de Anatomia Patológica e é
aprovado por unanimidade. Mais tarde concorre
a Professor Catedrático em 1971, sendo aprovado, também, por unanimidade. É chamado para
o Comité Internacional de Bioética da UNESCO e
nomeado para o Comité Director de Bioética do
Conselho da Europa. A União Europeia convida-o
para avaliar, escolher e controlar a execução de
projectos de investigação em Bioética. A Academia das Ciências encarrega-o de a representar no
Conselho Nacional de Ética para as Ciências da
Vida e foi escolhido pelo Papa João Paulo II para
ser membro da Academia Pontifícia para a Vida,
da qual ainda faz parte. Foi jubilado em 1 de Março de 1998.
O convite inseriu-se no âmbito da “Semana da
EMRC”, constituindo o seu ponto alto. O desafio
era reflectir sobre uma das questões mais pertinentes dos nossos tempos: a relação entre a Ciência e a Fé.
Alunos e professores foram brindados com uma
aula singular. O Professor Daniel Serrão cativou,
desde o primeiro momento, toda a plateia com
o seu entusiasmo, simplicidade, força de viver,
humor refinado, domínio das matérias e fluência
discursiva.
Privilegiando a oralidade, o Professor Daniel Serrão explicou as especificidades da Ciência e da Religião, as suas metodologias distintas alicerçadas
na razão e da fé, sublinhando sempre a relevância
e compatibilidade das interpretações científicas e
teológicas como leituras das mesmas realidades: a
vida, o cosmos e o Homem.
Destacou a ideia de que a Bíblia refere-se à criação
do universo e do Homem de uma forma antropomórfica, segundo as tradições da época e que
ao autor não interessava propriamente o modo
como as coisas apareceram mas a convicção de
que Deus está na origem de tudo quanto existe,
como o Criador. O modo pertence à ciência investigar. E há tantas hipóteses e teorias…
Não pode haver contradição entre Ciência e Fé e
se, no passado, houve muitos choques é porque,
devido a algumas más interpretações bíblicas, se
defenderam verdades naturais como sendo de fé
ou por intromissão abusiva dos métodos da fé na
ciência ou vice-versa, ou por orgulho e fanatismo
de parte a parte.
Até fins da Idade Média não havia incompatibilidades, já que a ciência era feita à luz da fé e
por eclesiásticos. A ruptura começou a processarse no século XVI, atingindo o ponto culminante
no século XVIII, com o caso Galileu. Durante três
séculos, o antagonismo e a irredutibilidade entre
Ciência e Fé foram bem vincados, com pontos
mais fortes, como a propósito do evolucionismo
fundamentado por Darwin.
O Professor Doutor Daniel Serrão teceu as suas
considerações, sempre acompanhadas de muitos
exemplos e citações e destacou a importância da
razão humana, sem descurar a abertura ao transcendente. A Ciência não consegue explicar toda a
realidade e o essencial ultrapassa o racional. Nem
sempre o progresso científico é sinónimo de felicidade e realização humana e social e a própria Ciência pode voltar-se contra o Homem. Deus não é
rival do Homem e o ateísmo não é a solução para
os dramas e problemas do mundo.
Após a sublime prelecção, houve, ainda, espaço
para perguntas dos alunos. Destacaram-se, sobretudo, as temáticas dos milagres e a experiência
pessoal do Professor Daniel Serrão em relação a
situações de conflito entre a sua fé e os princípios
da ciência.
Finalmente, o Dr. Vieira, tomando a palavra, e saudando o orador, afirmou ter sido esta Conferência
um ponto alto da história do Colégio. Professora
Daniela Rodrigues
O Professor Daniel
Serrão é uma das
maiores personalidades
nacionais do mundo
da cultura, medicina e
bioética
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JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009 | ENTRElinhas | 38 |
TODOS PELA PAZ
NOTA DE ABERTURA
Iniciativa inédita agrega Alunos e
Professores num gesto comum
Páscoa da Ressurreição!
Nos dias 10, 11 e 12 de Março, o Grupo de
Filosofia/Psicologia dinamizou um conjunto de três actividades subordinadas
ao lema “TODOS PELA PAZ” , para as quais
solicitou a maior e melhor colaboração/
envolvimento dos professores e seus alunos nos grandes intervalos, quer do período da manhã quer do da tarde.
Concretamente, foi solicitado que os professores de Filosofia e Psicologia Bloco IV
(Secundário) que estivessem em aula no
primeiro tempo da manhã e no segundo
da tarde, nos dias supracitados, seguissem
de acordo com o protocolo estabelecido.
Bloco II uma das telas gigantes que permane-
Assim,
dia 10,
terça-feira,
cerão nasno
entradas
para
o Colégio. pelas 9:25h,
os professores deslocaram-se, com os
seus alunos, ao átrio do Bloco da secretaria onde, às 9:30h e ao som da música
de Vangelis “Conquest of Paradise”, assistiram ao descerramento do macro anúncio temático, vivido pela comunidade a
partir desse dia até ao dia 13. De tarde, os
professores seguiram as mesmas instruções ditadas para o período da manhã,
com a excepção de que o encontro para
o acto celebrativo foi no portão que dá
acesso directo ao Bloco IV.
No dia 11, quarta-feira, às 9:29h e às
16:14h, os alunos (TODOS OS ALUNOS
DO COLÉGIO) sob a tutela dos seus professores, ao som de um sinal sonoro,
guardaram, NO ESPAÇO SALA DE AULA
E DE PÉ, um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra. Anota-se que o mesmo
sinal sonoro anunciou o fim deste acto
ao qual se seguiu o intervalo.
No dia 12, quinta-feira, pelas 9:25h, os
professores deslocaram-se com os seus
alunos ao átrio do Bloco da secretaria onde
se iniciou um cortejo pela PAZ, rumo ao
grande átrio do Bloco IV. Este cortejo teve
como percurso o “túnel” coberto entre os
dois átrios, o qual esteve, desde o dia 11,
assinalado com laços negros nas colunas
que o suportam. De tarde, os professores
seguiram as mesmas instruções ditadas
para o período da manhã, com a excepção de que o encontro dos alunos foi no
grande átrio do Bloco IV, de onde partiu
para o átrio do bloco da secretaria.
Podemos afirmar que o evento foi
um verdadeiro sucesso e que se manterá
vivo na memória de todos aquele o viveram de forma tão intensa, como os nossos alunos, futuros construtores da PAZ.
O grupo de filosofia/psicologia
A palavra Páscoa, de origem hebraica, chegou até nós pelo Grego e pelo Latim, significando passagem.
Como principal festa religiosa dos Judeus, é celebrada, anualmente, no 14º dia após o equinócio da Primavera, em
comemoração da saída do cativeiro do Egipto, dirigida por Moisés, com a milagrosa passagem, a pé enxuto, do Mar
Vermelho. À transição, do Povo Eleito, da escravatura do Egipto para a vida livre também se aplica o significado de
passagem.
A Igreja recebeu do Judaísmo a festa da Páscoa, mas deu-lhe novo significado: é a festa de Jesus Cristo, seu Fundador, o aniversário da Sua morte e ressurreição ou passagem da morte à vida, a festa da salvação do Mundo. Entre os
cristãos, a festa da Páscoa ou da Ressurreição de Jesus Cristo celebra-se no domingo seguinte à Páscoa dos Judeus.
Jesus, por Quem e para Quem tudo foi criado – Ele é o Verbo ou Palavra de Deus –, é o Deus connosco ou Emanuel,
palavra também de origem hebraica.
O Pai confiou ao Filho a missão de facultar aos homens o que perderam em consequência do pecado original.
Amou-os até ao supremo sacrifício da Sua vida, carregando aos ombros o peso de todos os pecados da humanidade,
que expiou e remiu com o Seu preciosíssimo sangue, de valor infinito. Jesus veio, por isso, para libertar os homens da
escravidão do pecado e para os reconciliar com Deus.
Em Jesus Cristo podemos apoiar-nos. Nele podemos esperar a nossa Ressurreição – base da nossa fé e sentido da
nossa vida. A fé descobre todo o significado da morte de Jesus. Nela começa uma nova era – a da Ressurreição. A nossa
era! Na Encarnação e morte redentora de Cristo foi inaugurada já a era do fim. A espera da vinda do Senhor é o tempo
da construção do Reino de Deus. Este constrói-se neste mundo. Não o confundir com o Reino dos Céus.
A Páscoa, como a Eucaristia, é essencialmente memorial da Morte e da Ressurreição de
Jesus Cristo.
Como “primícias dos que morreram”, Jesus foi o Primeiro a ressuscitar e, por Ele, veio até
nós a ressurreição. “Uma vez que a morte veio por um homem, também por um Homem veio
a Ressurreição dos mortos, porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim
também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro,
Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da Sua vinda. Depois
António Vieira
será o fim, quando Cristo entregar o Reino a Deus Seu Pai…” (S. Paulo, 1 Cor. 15,20-26).
A Páscoa acontece e floresce sempre que estamos no bom caminho. É Páscoa todas as vezes que apanhamos o Caminho, a Verdade e a Vida que é Jesus Cristo. A Páscoa proporcionanos e facilita-nos o encontro com Deus que permanentemente nos chama à vida nova saída
da Ressurreição de Jesus. Sejamos com Cristo pessoas novas, conscientes e livres a caminho
da Ressurreição… A espera do Seu encontro assume forma de uma orientação constante
para as “coisas do alto”.
a descoberta do
A nossa ressurreição realiza-se em três momentos: 1 – Pela recepção do sacramento do
Baptismo, morre a velha criatura e ressuscita a nova criatura para o amor divino ou para
caminho para
a vida sobrenatural; 2 – Quando se morre, deixa-se a relação comunicacional no espaço e
chegar a Deus é a no tempo e entra-se numa nova realidade, adquirindo a nossa corporeidade a dimensão da
eternidade, à semelhança de corpo glorioso. Para o verdadeiro cristão, até a morte é Vida,
mais importante pois não fomos feitos para morrer, mas morremos para viver mais e melhor; 3 – No fim dos
tempos ou no segundo Advento de Jesus Cristo, quando Deus for tudo em todos, então será a
da nossa vida,
comunicação universal. Vale a pena meditar na grandeza que já somos em Cristo e naquela
dela dependendo que viremos a ser, se, para tal nos prepararmos. A Páscoa é uma via de sentido único – a conversão integral do homem. Se nos desviarmos desta realidade, estamos a dizer quão inútil
o sentido da nossa foi o sacrifício de Cristo.
A descoberta do caminho para chegar a Deus é a mais importante da nossa vida, dela
existência e uma dependendo o sentido da nossa existência e uma eternidade feliz. Para os cristãos, esse único
caminho só tem um Nome – Jesus Cristo. Ele não é somente um Homem especial. É Deus
eternidade feliz
feito Homem. Deus que se fez Homem e morreu na Cruz para nos salvar. Foi Deus Quem
escolheu esse modo concreto de nos salvar. Um modo que revela o Seu infinito Amor por nós
e nos pede uma resposta.
O cristão é, simplesmente, aquele que aceitou o chamamento de Deus para seguir Jesus
Cristo. O que é, em concreto, seguir Jesus? É ver Nele o Messias libertador com uma proposta
de vida verdadeira e eterna, aceitar tornar-se Seu discípulo, segui-Lo no caminho do amor, da entrega, da doação da
vida, viver em comunhão com Ele, levar a todos as palavras de esperança e de fé na Redenção do Homem-Deus, que
morrera mas que para sempre ressuscitou.
Desde os primeiros livros até aos últimos do Antigo Testamento, era anunciado o Messias, o Novo Tempo, o tempo
do Reino de Deus. Que é o Reino de Deus? É a conversão que cada um aceita empreender, a abertura ao Evangelho que
cada um põe em prática, a intimidade com Deus Ressuscitado pela acção do Espírito. É a realização da paz, da justiça
e do amor universais.
Cada um é convocado por Jesus a construir esse Reino. No momento em que respondemos afirmativamente, começou
o Reino de Deus. Somos convidados à mudança, a inaugurar algo de novo, a agir segundo a Palavra, o gesto e o coração de Deus, revelado pelo Seu Filho Jesus. Está aqui a grande novidade: o Reino de Deus entrou neste mundo para o
transformar noutro mundo. É nesse sentido que cada um de nós é convidado a ser “pescador de homens”.
Com a morte e ressurreição de Jesus ficou completa a criação do homem, visto que lhe foi facultada a ascensão ao
estado de vida sobrenatural, a graça santificante ou vida de Deus em nós, perdida pelo pecado original, e sem a qual
não é possível a Salvação.
O projecto de Deus é criar o homem destinado à vida plena e definitiva que Jesus traz. A própria Vida de Jesus
já libertou as pessoas da escravidão da morte. O Amor de Jesus é a Vida (“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”).
O Pai entregou-Lhe todos os que Dele se aproximam para que o próprio Jesus lhes dê a Vida definitiva e plena – a
Ressurreição.
Jesus é a Novidade: “Eu sou a Ressurreição e a Vida”. Por isso, todo aquele que escutar Jesus, Lhe der a sua adesão
total, nesse momento ressuscita, pois recebe o Espírito da Vida. Não há interrupção da vida. A morte é apenas uma
necessidade física. A comunidade de Jesus – a Igreja que fundou, que é Seu Corpo Místico, do qual é a Cabeça e os
verdadeiros cristãos, seus membros –, é a comunidade daqueles que já possuem a vida definitiva – os “ressuscitados
da morte”, para quem a vida eterna começa já neste mundo, na medida em que nos abrimos ao mistério de Deus e O
acolhemos entre nós.
Somos cidadãos de duas cidades – a terrestre e a celeste. Esta, a cidade celeste, é a meta. Por isso, na morada terrestre, ou seja, o nosso corpo na sua condição de mortal, somos exilados com esperança. De onde nos vem esta esperança? De Jesus Cristo que venceu a morte, ressuscitando. Então, a esperança torna-se confiança, alegria, perseverança,
força para vencer obstáculos.
Assim como o Pai confiou ao Filho a missão de salvar o homem, também Lhe conferiu o poder de nos julgar, pois se
fez Homem em tudo semelhante a nós. Somos julgados a cada momento, em cada acto. O Juízo Final virá corroborar
este contínuo julgamento. É o “hoje” que conta para o amanhã e este “hoje” começa em Cristo e com Ele continua. É
nosso compromisso praticar obras segundo o Espírito, isto é, segundo a vontade de Deus. Cada um recolherá os frutos
do que houver semeado.
Uma santa e feliz Páscoa.
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A, B, C da PÁSCOA
A. ÁGUA: É fonte de vida e meio de purificação. A
água simboliza a vida que é o próprio Cristo que
morreu e ressuscitou para que a humanidade viva
plenamente.
B. BRANCO: Usam-se as vestes brancas nas celebrações litúrgicas pascais, símbolo de pureza, paz
e plenitude. O sacerdote usa paramentos brancos
em sinal de festa.
C. COELHO: É conhecida a sua capacidade para
gerar grandes ninhadas. A sua grande fecundidade e fertilidade simbolizam renovação e vida
nova.
D. DOMINGO: Etimologicamente, significa o Dia
do Senhor, pois foi o dia da ressurreição de Jesus
Cristo. Os cristãos reúnem-se e celebram a sua fé
neste dia.
E. EUCARISTIA: Na quinta-feira santa, celebra-se a
instituição da Eucaristia por Jesus. O pão e o vinho consagrados são o próprio corpo e sangue
de Cristo.
F. FOLAR: Tradicionalmente, é o pão da Páscoa.
É, também, a oferenda que os padrinhos dão aos
seus afilhados e os fiéis ao seu padre.
G: GIRASSOL: Esta flor está sempre voltada para
o sol à procura da sua luz. Representa, também,
a procura, por parte do cristão, da luz de Cristo
ressuscitado.
H: HOMEM: A natureza de Jesus Cristo é divina e
humana. Pilatos, quando julgou Jesus, apresentou-o ao povo com a expressão “Ecce Homo”, “Eis
o Homem”.
I. INCENSO: O seu aroma perfumado invoca solenidade e festa. Nas celebrações litúrgicas é um
sinal de honra e respeito e símbolo de oferenda
sacrificial.
J. JEJUM: É um gesto penitencial que consiste na
privação voluntária de comida na quarta-feira de
cinzas e na sexta-feira santa. Há, também, a abstinência da carne.
L. LUZ: Na Vigília Pascal, após momentos de escuridão, faz-se o fogo novo para acender o Círio Pascal que dará luz às velas nas igrejas e das pessoas.
M. MORTE: Na sexta-feira santa celebra-se a morte
de Jesus na Cruz. Na celebração litúrgica, escutase o relato da paixão e morte de Jesus e venera-se
a Cruz.
N. NOITE: O Concílio de Niceia, em 325 d.C., decidiu
que o dia de Páscoa tivesse lugar no 1ºdomingo
depois da lua cheia. Várias celebrações pascais
acontecem à noite.
O. OVO: Evoca a ideia de começo de vida. Os ovos
coloridos simbolizam a ressurreição e o nascimento para uma vida nova.
P. PROCISSÃO: Durante a Quaresma e, em especial, na Semana Santa, realizam-se solenes e emocionantes procissões. A Via-Sacra é uma tradição
muito popular.
Q. QUARESMA: Período de 40 dias de preparação
para a Páscoa. Começa na quarta-feira de Cinzas e
prolonga-se até ao Domingo de Ramos. Segue-se
a semana santa.
R. RAMOS: As pessoas receberam Jesus em Jerusalém com ramos de oliveira e palmeira, símbolo
de vida e esperança. Os afilhados oferecem ramos
aos padrinhos.
S. SINOS: Os sinos das torres das igrejas e as campainhas do compasso anunciam solenemente a
alegria e felicidade pela ressurreição de Jesus.
T. TRÍDUO PASCAL: A Semana Santa termina com
o Tríduo Pascal constituído pelas celebrações de
quinta-feira santa, sexta-feira santa e Vigília Pascal
de sábado santo.
U. ÚLTIMA CEIA: Na quinta-feira santa, celebra-se
a instituição da eucaristia, o dom do sacerdócio
e o mandamento do Amor. O ritual do Lava-pés
simboliza o serviço.
V. VISITA PASCAL: Passagem pela casa das pessoas do Compasso, levando-se uma cruz florida e
anunciando-se a vitória da vida sobre a morte em
Jesus Cristo: Aleluia!
X. XXI: Vinte e um séculos de cristianismo, fundado na pessoa de Jesus Cristo e no desígnio divino
de redenção da humanidade através do mistério
pascal.
Z. ZÉNITE: O ponto alto e auge das celebrações
do cristianismo é a festa da Páscoa. Os acontecimentos do mistério pascal são o ponto culminante de todo o ano litúrgico.
Professor Paulo Costa
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Exames 2008/2009
gride e obtém a menção de Aprovado desde que
não se encontre numa das seguintes situações:
a) Tenha obtido classificação inferior a 3 simultaneamente nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática;
b) Tenha obtido classificação inferior a 3 em três
disciplinas, ou em duas disciplinas e a menção de
Não Satisfaz na área de projecto.
O Ministério da Educação já definiu os prazos para
inscrição nas provas de exame, bem como o calendário para a realização dos exames nacionais
para o presente ano lectivo.
No 9.º ano, os alunos internos são automaticamente inscritos para os exames nacionais de Língua
Portuguesa e de Matemática pelos serviços de administração escolar. Os alunos de 15 anos que reprovem no final do 9.º ano de escolaridade ou que
fiquem excluídos por faltas devem inscrever-se nos
exames como autopropostos no dia útil a seguir ao
da afixação das pautas de avaliação do 3.º período.
A inscrição para a época de Setembro nos exames
de equivalência à frequência (provas elaboradas a
nível de escola) dos alunos autopropostos do 3.º
ciclo que, tendo realizado os exames na fase de Junho, não concluíram o ciclo de estudos, decorre de
16 a 20 de Julho, desde que a sua realização lhes
permita a certificação da conclusão do ciclo.
Calendário de exames do ensino básico
Os exames nacionais do 3.º ciclo realizam-se numa
fase única, com duas chamadas. Na primeira chamada, que é obrigatória, o exame de Língua Portuguesa
realiza-se no dia 19 de Junho e o de Matemática no
dia 22 de Junho. Na segunda chamada, destinada a
situações excepcionais, os exames realizam-se, respectivamente, nos dias 25 e 26 de Junho. Os exames
de equivalência à frequência do 3.º ciclo realizam-se
em Junho e em Setembro, com uma só chamada,
que decorre de 19 de Junho a 6 de Julho e de 1 a 7
de Setembro. As pautas referentes às classificações
da primeira e da segunda chamada dos exames
nacionais de Língua Portuguesa e de Matemática
serão afixadas a 13 de Julho. As pautas relativas às
classificações dos exames de equivalência às restantes disciplinas devem ser afixadas até ao dia 14 de
Julho, sendo as da segunda fase divulgadas até ao
dia 14 de Setembro.
Exames Nacionais de Língua Portuguesa e de
Matemática do 9.º ano
São admitidos aos exames nacionais do 9.º ano
de escolaridade todos os alunos, excepto os que,
após a avaliação sumativa interna, no final do 3.º
período, tenham obtido:
a) Classificação de frequência de nível 1 simultaneamente nas disciplinas de Língua Portuguesa e
Matemática;
b) Classificação de frequência inferior a 3 em três
disciplinas, excepto se alguma delas for Língua
Portuguesa e/ou Matemática e nestas tiver obtido
nível 2.
A não realização de uma das provas de exame nacional implica, automaticamente, a não aprovação
do aluno no 9º ano de escolaridade.
No 3.º ciclo do ensino básico regular o aluno pro-
EXAMES DO ENSINO SECUNDÁRIO
Calendário de exames do ensino secundário
Os prazos de inscrição para admissão à primeira
fase dos exames nacionais do ensino secundário
decorrem nos seguintes períodos: o prazo normal
decorre de 2 a 11 de Março, e o prazo suplementar
de 12 a 13 de Março. As inscrições para a segunda
fase dos exames decorrem de 8 a 9 de Julho.
A primeira fase dos exames nacionais e dos exames elaborados pela escola equivalentes aos
exames nacionais das disciplinas dos cursos do
ensino secundário decorrerá de 16 a 23 de Junho.
A segunda fase decorrerá de 13 a 16 de Julho. As
pautas referentes à primeira fase dos exames do
ensino secundário serão afixadas no dia 7 de Julho, sendo as da segunda fase divulgadas no dia
30 de Julho.
Os exames dos cursos científico-humanísticos
instituídos pelo Decreto-Lei nº 74/2004, de 26 de
Março, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 24/2006, de 6 de Fevereiro, revestem
duas modalidades:
a) Exames finais de âmbito nacional na disciplina
de Português da componente de formação geral,
na disciplina trienal e nas duas disciplinas bienais
da componente de formação específica, a realizar
obrigatoriamente no ano terminal das mesmas;
b) Provas de equivalência à frequência nas restantes disciplinas e área não disciplinar não sujeitas
ao regime de exame final nacional, a realizar obrigatoriamente no ano terminal das mesmas.
As provas do 12º ano das disciplinas trienais dos
cursos científico-humanísticos incidem sobre o
programa do 12° ano. As provas das disciplinas
bienais dos cursos científico-humanísticos incidem sobre as aprendizagens correspondentes à
totalidade dos anos de escolaridade em que a disciplina é leccionada.
Provas de Aferição do 6º ano de escolaridade
A concluir indicam-se as datas de realização das
Provas de Aferição do 6º ano de escolaridade:
Língua Portuguesa – 18 de Maio de 2009 – 10.00
horas; Matemática – 20 de Maio de 2009 – 10.00
horas. Data da publicitação das pautas com os resultados obtidos pelos alunos - 18 de Junho de
2009. O Secretariado de Exames
GPSS
Sessão sobre o HIV/SIDA
No dia dois de Dezembro, as turmas do 9º ano juntaram-se no Auditório António Joaquim Vieira para
uma aula especial, a propósito de um dos maiores dramas dos tempos modernos: a SIDA.
No segundo bloco da manhã, os alunos reflectiram a propósito da temática proposta, cuja data oficial se
celebrara no dia anterior: 01 de Dezembro – Dia Mundial da Luta contra a SIDA. A sessão foi organizada
pelo GPSS, Gabinete Por 1 Sexualidade Saudável, e orientada e dinamizada por três enfermeiras do Centro de Saúde da Feira.
Foi apresentado um pequeno filme alusivo à temática da SIDA, com testemunhos reais de pessoas infectadas pelo HIV e com informações importantes sobre a doença. Posteriormente, foram
apresentadas as ideias essenciais sobre a SIDA e
sublinharam-se as principais formas de transmissão, bem como os muitos mitos que ainda persistem sobre as maneiras de infecção.
A partir dos inquéritos feitos previamente às
turmas, foram apresentadas graficamente as
percentagens de conhecimento, de dúvida e de
ignorância relativas a algumas questões fundamentais sobre o HIV. Finalmente, houve um espaço para debate, no qual os alunos procuraram
esclarecer as suas dúvidas.
As enfermeiras responderam a todos com clareza e objectividade, tendo ficado claro que a SIDA
(Síndroma da Imunodeficiência Adquirida) é o re-
sultado da entrada no organismo do HIV, que vai
destruindo o sistema imunitário e debilitando a
capacidade do organismo humano se defender,
levando à morte.
Foi sublinhada a ideia de que é possível estar-se infectado e não se evidenciar exteriormente qualquer
sintoma da doença. Destacou-se, também, o facto
de a doença não estar necessariamente associada a
grupos de risco, como é o caso dos indivíduos homossexuais e dos toxicodependentes. As relações
sexuais não protegidas, a partilha de material cortante em contacto com sangue contaminado e a
mulher grávida que infecta o seu filho são as formas
normais e frequentes de transmissão do HIV.
O GPSS, em complemento desta acção, preparou
alguns cartazes alusivos à temática a afixou-os em
vários pontos do colégio, para além de ter distribuído marcadores aos alunos do Secundário.
Cartaz de sensibilização sobre o problema do HIV/SIDA
No fundo, a mensagem transmitida, com estas
diferentes actividades, foi a de que a vida tem
um valor inestimável e não nos podemos deixar
contaminar pela dúvida. O desafio lançado foi o
da necessidade de adoptarmos sempre comportamentos saudáveis, conscientes e responsáveis.
Não vale a pena arriscar!... Gabinete Por 1 Sexualidade Saudável
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JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009 | ENTRElinhas | 38 |
Antigos alunos do Colégio
Maria Irene Santos e Bruno Monteiro são os actuais rostos da coluna que, neste jornal e no sítio do
Colégio, periodicamente apresento ao leitor. Maria
Irene Santos integrou a primeira turma desta esco-
distinguem-se na vida activa
Os notáveis VII
• Curso de Enfermagem Complementar, Secção
de Ensino e Secção de Administração, na Escola de
Ensino e Administração de Enfermagem de Lisboa
• Mestrado em Ciências de Educação, Área
Especifica de Pedagogia da Saúde, na Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da
Universidade Clássica de Lisboa
• Pós-graduação em Bioética na Universidade
Católica Portuguesa
• Curso e estágio de Análise Transaccional
Centro de Estudos de Gestão e Organização
Científica de Lisboa
Bruno Filipe Cunha 5º ao 12º
Martins de Sousa ano
Monteiro
Músico/
Violinista
Concertista
Percurso Profissional
•Foi docente na Escola Superior de Enfermagem da Imaculada Conceição
•Foi Enfermeira-Professora e Professora-Coordenadora do Ensino Superior Politécnico
•Integrou a Comissão Instaladora da Escola de Enfermagem Pós-Básica do Porto
•Foi coordenadora do Departamento de Enfermagem da Organização e da Comunidade, presidente do Conselho Pedagógico e membro efectivo do Conselho Científico da Escola Superior de
Enfermagem Cidade do Porto
•Foi bolseira da Organização Mundial de Saúde, tendo realizado um estágio no Canadá, na Faculdade de Ciências de Enfermagem da Universidade de Montreal
•Colaborou na orientação do Mestrado em Pediatria da Faculdade de Medicina do Porto
•Orientou teses de mestrado em Ciências de Enfermagem, no Instituto de Ciências Biomédicas
Abel Salazar do Porto
•Participou em vários trabalhos de Investigação, da Escola Superior de Enfermagem Cidade do
Porto e do Ministério da Saúde
• Actualmente colabora com o Secretariado da Educação Cristã, da Diocese do Porto, na formação de catequistas aos diferentes níveis e faz parte do Secretariado da Catequese da Paróquia de Santa Maria de Lamas
•É parte integrante do Conselho da Fundação Santa Maria (entidade que tutela o Colégio Liceal de
Santa Maria de Lamas)
Universidade Nova de Lisboa, Teatro Municipal de São Luiz, Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional
de São Carlos e Temporada de Música da Fundação Calouste Gulbenkian
•Gravou por diversas vezes para a Televisão e Rádio (Antena 2, Rádio Clube Português e Rádio
Europa) de Portugal
•Tocou como solista com a Orquestra da Fundação Musical dos Amigos das Crianças de Lisboa, Or•Mestrado em Música (Violin Performance) pelo questra da Escola Profissional de Música de Espinho, Orquestra Musicare, Nova Orquestra de Câmara
do Porto, Orquestra Filarmónica das Beiras, Orquestra do Norte, Orquestra de Palma de Maiorca,
Chicago College of the Performing Arts/RooseOrquestra Clássica da Madeira, Orquestra Sinfónica Portuguesa e com a English Chamber Orchestra
velt University, como bolseiro do Ministério da
Cultura/Gabinete das Relações Internacionais e do •Representou Portugal na Jeunesses Musicales World Orchestra, no naipe dos primeiros violinos,
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior durante dois anos consecutivos. Integrado nesta orquestra, gravou ao vivo na Berlin Philharmonie,
sob a direcção dos maestros Daniel Harding e Ole Kristian Ruud
•No estrangeiro, actuou em Espanha (Festivais Internacionais de Música de Cura e Artà), França,
•Atribuída em 2007 uma bolsa de estudo pela
Fundação Para a Ciência e Tecnologia para Estudos Itália, Holanda, Alemanha (Berlin Philharmonie), Dinamarca (Radio Danish Hall de Copenhaga),
de Doutoramento nos Estados Unidos da América Filipinas, Malásia, Coreia do Sul e E.U.A (nomeadamente como solista na Casa Italiana Zerilli Marimò
e no Carnegie Hall de Nova Iorque)
•Gravou, até ao momento, três trabalhos discográficos, intitulados DEBUT (NUM1154), 20th CENTURY EXPRESSIONS (NUM1173) e IN RECITAL
•Galardoado nacional e internacionalmente, recebeu, entre outros, o 1º Prémio Nacional de Violino
do Concurso da Juventude Musical Portuguesa de Lisboa e foi um dos vencedores com a Menção
Especial do Júri do Ibla Grand Prize International Music Competition em Itália
•Considerado pela crítica especializada como sendo “sem dúvida um dos melhores violinistas portugueses da actualidade” (Público). O seu som é descrito como “cristalino e hipnótico” (Jornal de Notícias). O
mesmo jornal elogia igualmente o seu “virtuosismo” e as suas interpretações reflectem “a atenção ao pormenor, o fraseado certo e o cuidado na expressão. Tudo é claro, sincero e veemente.” (Jornal de Letras)
• Licenciado em Música (Violin Performance)
pela Manhattan School of Music de Nova Iorque,
como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian
e do Centro Nacional de Cultura
Educar para a tolerância
A tolerância é a atitude por meio da qual procuramos compreender os erros, as falhas, os defeitos e as limitações de outras pessoas, evitando
contínuas reprovações. Ser tolerante significa saber escutar as opiniões contrárias às nossas, com
uma postura de apreço para com aqueles que as
expressam; saber conviver com os defeitos de
outras pessoas, sem necessidade de os realçar
sempre.
Tolerar é amar. Amar o diferente, precisamente,
porque é diferente. Porque não é como nós. Amar
como se fosse um dom que nos é dado por um
ser supremo para praticarmos o bem, para sermos
generosos, para servirmos o próximo sem esperar
receber nada em troca, mesmo em relação a muitos daqueles que não são tolerantes.
Às vezes, confundimos tolerância com permissividade. A permissividade consiste em justificar,
permitir e aprovar tudo. Ser tolerante não significa não expressar os próprios pontos de vista, não
denunciar factos graves ou não apontar injustiças
ou erros sociais. Pelo contrário, a tolerância ajuda a
compreender os fenómenos humanos com mais
objectividade e obriga-nos a assumir uma posição
activa para conseguirmos evitar os erros e as suas
consequências.
Fundamentos da tolerância.
A tolerância só faz sentido dentro de certos limites
para salvaguardar e preservar as condições da sua
existência. É o que Karl Popper (no seu livro “Sociedade Aberta e seus Inimigos”. Belo Horizonte,
Itatiaia, 1974) chama “paradoxo da tolerância”. De
acordo com este pensador, se formos absolutamente tolerantes, inclusive com os intolerantes, e
não defendermos a sociedade tolerante contra o
ataque destes, os tolerantes serão aniquilados e,
juntamente com eles, a tolerância.
A tolerância infinita é a tolerância do horror e da
crueldade. Portanto, tolerar o Apartheid ou o Nazismo, por exemplo, seria ser cúmplice, no mínimo
JORNAL DO COLÉGIO LICEAL DE SANTA MARIA DE LAMAS
TRIMESTRAL . ANO XIII . JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO 2009
www.colegiodelamas.com
Rua do Colégio - Apartado 107
[email protected]
4536-904 Sta Maria de Lamas
Director: Joana Vieira
Editor: Luis Filipe Aguiar
Design e Paginação: Daniel Pedrosa
NOTA: os artigos assinados são da responsabilidade dos autores.
por omissão, e essa tolerância já seria colaboração
com o horror ou com a maldade.
Uma virtude não se pode entrincheirar na intersubjectividade virtuosa. Ou seja, quem só é justo com os
justos, generoso com os generosos, misericordioso
com os misericordiosos não é nem justo, nem generoso, nem misericordioso. Nesse sentido, também
não é tolerante quem só tolera os tolerantes.
Por outro lado, a tolerância não pode depender
do ponto de vista dos intolerantes. Não podemos
renunciar a tolerância para com aqueles que não
a praticam.
Como educar para a tolerância.
Praticar a tolerância é viver uma coexistência inter-comunitária e multicultural, e tudo fazer para
a resolução pacífica das divergências.
Incutir no espírito dos jovens uma cultura de tolerância passa por educá-los no espírito de compreensão e abertura aos outros, na sua cultura e
na sua história.
Para alcançar uma cultura de tolerância, os educadores devem levar os jovens a rejeitar a violência
D.R.
Enfermeira e
Professora
Coordenadora do
Ensino Superior
Politécnico na
Área da Saúde
curta, mas já valiosíssima carreira. Em todo o caso,
um e outro, seguramente constituem exemplos a
seguir pelos nossos actuais alunos. Professor Gautier de Oliveira
e a usar meios pacíficos para resolver os conflitos
e os desacordos.
Aos educadores cabe, também, adoptar uma atitude desprovida de arrogância na sua relação com os
jovens, a seu cargo, no processo educativo, tendo
em vista imbuí-los de uma cultura de tolerância.
Uma preparação intelectual que permita formar
opiniões livres, humildes e responsáveis é, igualmente, uma dimensão que o educador deve
transmitir aos jovens para que estes sejam culturalmente tolerantes.
Para fazer com que os jovens pratiquem a tolerância, o educador deve, adicionalmente, abordar de
maneira distinta a ética e os valores transmitidos
pelas diferentes religiões e incentivar o conhecimento mútuo entre nações, para evitar preconceitos e estereótipos.
Todos nós temos o direito de opinar sobre qualquer assunto. Todavia, isso não significa que estejamos certos e que as nossas opiniões sejam verdadeiras. O ser tolerante impõe que, nas relações
sociais, impere a força da razão e não a razão da
força. Professor José Maria Samuco
Colaboram nesta Edição:
Textos de: Ana Rita - 11º A1, Juliana Pinto - 11º B Artes Visuais, Daniela Sá e Ana Carminda Correia - 7º A, Flávio Miguel
da Silva Azevedo e Rafael Dias da Luz - 7º H, Alexandre Maduro e Rui Alves - 7º H, Eduarda Alexandra Carvalho - 10º A6,
Ariana Martins - 10º A5, Gil Cardoso - 12º A5, Rita Félix e Flávio Couto - 8º G, Marco - 8º I, Fábio Alexandre 9º C, Filipa e
Sofia Lopes 9º F, Mariana Sá - 9º F, Bárbara - 5º L, Fernando Cruz - 5º D, Cláudia - 5º A, Isabel - 5º G, Alexandra Santos - 5º
L, Ana Sofia - 5º E, Nuno Alves - 5º G, Juliana Sousa Teixeira - 9º F, Alunos do 12º Ano do Curso Tecnológico de Desporto,
Maria Inês Azevedo - 8º H, Maria Leonor - 7º J, Gisela Andrade - 12º A2, Patrícia Couto - 12º C, Patrícia de Jesus - 12º A1, Rui
Sarabanda - 12º C, Anaïs - 12º C e Ana Tavares - 7º H.
Professores António Joaquim Vieira, Gautier de Oliveira, Secretariado de Exames, Gabinete Por 1 Sexualidade Saudável,
José Maria Samuco, Fernando Vicente e Alexandra Salomé, José Eduardo Pascoal, Isabel Pinto e Maria José Leite, Clube do
Ambiente, Susana Ferreira (Conservadora do Museu de Santa Maria de Lamas), Mário César Correia, João Sousa, Grupo de
Promoção da Leitura e Américo Couto.
Fotografias de: Professores Luis Filipe Aguiar, Nuno Vieira, Margarida Coelho, Daniel Pedrosa, atelier de fotografia, Conceição Couto, Leandro 11º B Artes, Fernando Vicente, José Eduardo Pascoal.
ficha técnica
Maria Irene Alves
dos Santos
Percurso
Escolar no Habilitações Literárias
Colégio
5º e 6º ano • Licenciatura em Enfermagem na Escola de Ensino e Administração de Enfermagem de Lisboa
la, de que era professor o Dr. António Vieira. É enfermeira de formação, mas professora por vocação.
Por sua vez, Bruno Monteiro é um jovem músico,
mais propriamente violinista concertista, com uma
6
| 38 | ENTRElinhas | JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009
Professores Fernando Vicente e Alexandra Salomé
cantinho da ciência
Olá Amigos!
Nesta edição do “Cantinho da Ciência”, abordamos, como já vem sendo hábito, temas muito
diversificados: sabiam que 2009 é o Ano Internacional da Astronomia? Vamos dar a conhecer as
inúmeras actividades que se desenvolverão por
todo país e também na nossa
escola; falaremos também dos
“gases nobres”, esses elementos
que já pelo nome nos surpreendem; este ano celebram-se também os 200 anos do nascimento
de Charles Darwin; concluímos
com algumas curiosidades
“animalescas”! Saudações científicas!!!
observação e tenta descrever o Universo tal
como o vemos. Reconhecida a importância da
data, a União Astronómica internacional (IAU),
a UNESCO e a Organização das Nações Unidas
(ONU), declararam 2009 “Ano Internacional da
Astronomia”. O Ano Internacional da Astronomia 2009 (AIA2009) pretende, antes de mais,
ser uma celebração global da Astronomia.
Um pouco por todo o país, desde escolas aos
diferentes Centros de Divulgação Científica,
serão desenvolvidas inúmeras actividades.
Aqui bem próximo destacam-se o Centro
Multimeios em Espinho e o CAUP (Centro de
AstroFísica da Universidade do Porto) com inúmeras actividades para todos. Aqui ficam os
contactos para poderem aceder ao calendário
das actividades: Multimeios - http://www.multimeios.pt/eventos/2 CAUP - www.astro.up.pt.
Na nossa escola irão realizar-se sessões num
miniplanetário para todos os alunos do 7º
ano; no dia 20 de Março, pelas 21:30h teremos
uma sessão de Observação Nocturna e no 3º
Período (em data a anunciar) uma Palestra “O
Universo e as estrelas” destinada aos alunos do
10º ano. Professor Fernando Vicente
Os Gases Nobres
2009: Ano Internacional da
Astronomia!
No ano de 2009
comemoram-se 400
anos das primeiras observações de Galileu
realizadas com um telescópio. Sem se aperceber, Galileu escreveu
uma das páginas mais
importantes na história da Astronomia,
Cultura Cientifica e na
Civilização Ocidental.
Para muitos, existe
uma Astronomia antes de Galileu e depois
de Galileu. Uma Astronomia que se apoia na
JORNADAS DA Física e Química
Electrões em acção!
Os elementos químicos, ou seja, todos os
símbolos que representam as pequenas
partículas existentes no nosso mundo, estão
distribuídos numa tabela, a “Tabela Periódica
dos Elementos”. Esta tabela é constituída por
linhas e colunas, respectivamente chamados
de Períodos e Grupos. Estes Grupos e/ou Períodos dão origem a famílias. Estas famílias são
criadas devido às semelhanças entre as características dos elementos. Elementos esses que
são representados, normalmente, por uma ou
duas letras que fazem parte do seu nome. Os
Gases Nobres são uma família desta tabela.
São chamados Gases Nobres não porque sejam reis ou rainhas e porque pertençam à Nobreza como classe social, mas sim porque são
gases raros, gases muito especiais. Não são
elementos que aparecem na Natureza com
tanta frequência como o oxigénio, o azoto,
o ferro ou o cálcio. A
esta família que representa o Grupo 18
da Tabela Periódica
pertencem os gases:
Hélio (He), Neon (Ne),
Árgon (Ar), Crípton (Kr), Xénon (Xe) e Rádon
(Rn). Estes 6 elementos representam, na Natureza, átomos inertes, ou seja, átomos que
reagem muito dificilmente com o meio onde
estão. Devido a estas características, que mais
nenhum elemento possui, estes elementos
do Grupo 18 são os Gases Nobres. O Néon,
o Árgon, o Krípton e Xénon são muito utilizados na iluminação enquanto o Hélio é usado
nos balões dirigíveis, como líquido de refrigeração ou como atmosfera artificial para os
mergulhadores. Daniel Rodrigues, 10º A
OCORP ___________________
(mamífero com pêlos curtos e rijos)
NHLOGIFO _________________
(mamífero aquático que só tem pelos nos primeiros
tempos de vida)
-ONNOIRRETEC _________________
(animal com pele muito espessa que forma pregas grossas)
APPAIOAG ____________________
(animal com penas de cores vistosas)
Nuno 5º L (com a Profª Salomé)
Data a recordar: 12 de Fevereiro de 1809!
Curiosidades “Animalescas”…
A vaca é um mamífero, isso já sabíamos! Mas
que é capaz de em 8 horas consumir até 70
kg de erva! Tanto apetite :)
A baleia azul é um cetáceo, um gigante dos
oceanos! Gigante é também a quantidade de
ar que o seu pulmão pode conter: aproximadamente 5000 litros :)
O urso pardo é um mamífero que serve de
inspiração para os nossos peluches de brincar! Mas imaginar que um urso pardo macho
pode atingir os 780 kg, é assustador:)
O elefante africano é um animal que precisa
de beber diariamente 200 litros de água! Se
houvesse limite como nas bebidas alcoólicas,
o elefante estava tramado :)
A mosca, animal que nos rodeia e que pode,
por vezes, tornar-se irritante produz 400 a 1000
ovos na sua vida…uma geração de irritação :)
O pato-mandarim é uma ave que em cada
postura põe de 9 a 12 ovos! Certamente é
matemática, à dúzia é mais certinho. Nuno 5º
L (com a Profª Salomé)
…E letras baralhadas!
Consegues identificar estes animais?
AMLA ____________________
(Animal com pêlos abundantes que protegem do frio)
ÃOACELAM__________________
(Animal cujo revestimento lhe serve de camuflagem)
Nasce Charles Darwin, na cidade de Shrewsbury, em Inglaterra. É filho do Dr. Robert Darwin, físico e médico. Quando a mãe morre,
tinha Darwin 8 anos. Darwin inscreve-se num
curso clássico na Universidade de Cambridge, mas a única disciplina que frequenta com
regularidade é botânica. Nessa instituição conhece o professor Henslow que o recomenda
para o cargo de naturalista na expedição do
HMS BEAGLE. Beagle era um pequeno navio
da marinha britânica que partiria em missão
de investigação científica e em estudos hidrográficos na América do Sul.
Durante os 5 anos desta expedição o jovem
naturalista observa, descreve, regista, recolhe e desenha inúmeras situações/aspectos
da natureza que levariam às ideias da teoria
da evolução das espécies. Darwin, homem
simples, casa com uma prima, Emma, com
a qual tem filhos, um dos quais morre com
19 meses, o que lhe provocou profundo desgosto…Hoje é célebre e reconhecido pela
comunidade científica… não foi um aluno
(muito) brilhante - ouviu do próprio pai “só
te preocupas com caça, cães e ratos, serás a
vergonha da família e de ti mesmo…” Estava
enganado! Professora Alexandra Salomé
O que eles disseram… com fotos!
“Eu gostei muito desta actividade, foi muito divertido. Só queria
era saber como se faz! Queria vir cá mais vezes!” Bárbara, 5º L
Como já vem sendo hábito, o grupo de Física e
Química desenvolveu, também este ano lectivo,
um conjunto de várias actividades de divulgação
“Esta actividade foi muito interessante e também me
científica.
mostrou muitas experiências que eu nunca tinha
visto. Gostei muito!” Fernando Cruz, 5º D
Estas actividades tiveram início no dia 2 de Março
com “A Química divertida” para todas as turmas do
5º ano.
Foi também organizada uma exposição de trabalhos/projectos elaborados pelos nossos alunos
(desde o 7º ano até ao 11º ano), com temáticas
muito diversificadas – o Sistema Solar, Energias
Renováveis – subordinadas ao tema geral “Física e
Química na Nossa Vida”.
Das restantes actividades desenvolvidas destacam-se as relacionadas com o Ano Internacional
da Astronomia: Sessões com um Mini-planetário
para todos os alunos do 7º ano e uma sessão de
Observação Nocturna “…A Ver Estrelas” destinada
a toda a comunidade escolar, a 20 de Março.
O grupo de Física e Química agradece a colaboração de todos os colegas e também da Direcção
Pedagógica do nosso Colégio que garantiu todas
as condições para que as actividades pudessem
ser organizadas.
Professor Fernando Vicente
“Eu gostei muito de vir cá, principalmente para fazer
o pega-monstro!” Alexandra Santos, 5º L
“Eu gostei desta actividade porque foi divertido e
aprendi mais sobre Ciência!” Cláudia, 5º A
“Gostei de tudo!” Nuno Alves 5º G
“Adorei o laboratório! Foi “bué de fixe”! Ana Sofia, 5º E
“Esta actividade foi muito gira e divertida! Queria vir
cá novamente!” Isabel, 5º G
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JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009 | ENTRElinhas | 38 |
Atelier de Gravura e alunos dos Cursos Profissionais em
visita ao Museu Nacional da Imprensa
Ao contrário do que tinha sido habitual, o dia 26
de Janeiro mostrou-se com um agradável Sol de
Inverno que ajudou a aquecer a brisa proveniente do Rio Douro. Foi neste dia que os alunos do
atelier de gravura, coordenado pela Professora
Margarida Coelho, se deslocaram até ao Museu
da Imprensa.
O Museu Nacional da Imprensa tem por missão
inventariar e recuperar o património tipográfico e
da imprensa do país, assim como promover actividades de dinamização cultural, numa perspectiva
antropológica, educativa e turística.
Tendo como lema “o prazer da cultura”, a missão
do Museu inscreve-se também na valorização da
história da imprensa e das artes gráficas, no contexto da evolução da sociedade.
Desde a inauguração, ocorrida em Abril de 1997, que
este Museu desenvolve as suas actividades de forma
a romper com o paradigma tradicional dos museus.
O MNI abriu como o primeiro “museu vivo” do país,
funciona 365 dias no ano e orienta a sua estratégia
para a descentralização cultural e a internacionalização, numa linha de conquista de novos públicos.
Este museu mantém um espólio permanente e
ainda várias exposições temporárias. Os visitantes
têm acesso a um conjunto variado de maquinaria
antiga que era usada no passado para impressões
material que ainda é utilizado, até durante a visita!
Fazem ainda parte das exposições permanentes
miniaturas tipográficas e obras premiadas das
edições do Porto Cartoon-World Festival. Tivemos
ainda oportunidade de ver outras exposições
temporárias, destacando-se a de gravura.
Esta última permitiu-nos experienciar uma dinâmica de gravura mais profissional, algo que se demonstrou muito útil quer no próprio atelier, quer
na nossa formação artística.
Para os amantes de gravura e história, e ainda para
os apreciadores de uma boa vista sobre o Douro,
os alunos do atelier de gravura aconselham a visita a este museu. Juliana Pinto, 11º B Artes Visuais
Atelier de Gravura
No passado dia 5 de Dezembro de 2008, os alunos
do Ensino Profissional do 10º INF B e 10º AS participaram numa “saída de campo” ao Museu Nacional
da Imprensa, no Porto, promovida pelos professores da disciplina de Área de Integração.
A visita, que se desenrolou durante a manhã, teve
dois objectivos essenciais: conhecer o espólio do
Museu Nacional da Imprensa, através da exposição “MEMÓRIAS VIVAS DA IMPRENSA”, e apreciar
os trabalhos apresentados na exposição temporária “PORTO CARTOON – O RISO DO MUNDO”.
A primeira exposição, que inclui um conjunto diversificado de máquinas impressoras, autênticas
relíquias da indústria gráfica, ocupa, desde 1997,
a “Sala Rodrigo Álvares”. Nascido em Vila Real, este
impressor utilizou, em 1497, a técnica dos caracteres ou tipos móveis, desenvolvida por Gutenberg
na Alemanha, cerca de 50 anos antes. Por ter imprimido no Porto, dois livros, a pedido de D. Diogo
de Sousa, então bispo daquela cidade, Rodrigo
Álvares foi considerado o “Gutenberg Português”.
Esta exposição foi orientada por uma guia, que explicou detalhadamente o significado e a utilidade
de cada máquina impressora, numa perspectiva
cronológica. Os alunos tiveram ainda a oportunidade de experimentar algumas prensas manuais
e levar para casa um exemplar da sua impressão.
A visita prosseguiu pela exposição PORTOCARTOON - O RISO DO MUNDO.
Aqui, os alunos puderam apreciar dezenas de
obras de cartoonistas internacionais sobre a temática dos “Direitos Humanos”, e simultaneamente
os trabalhos premiados nas edições anteriores do
PortoCartoon-World Festival. Esta iniciativa, promovida pelo Museu Nacional da Imprensa, tem vindo
a impor-se cada vez mais na cena internacional e
aquele festival já é considerado um dos três principais concursos mundiais de humor, de acordo com
a classificação internacional dada pela FECO (Federation of Cartoonists Organisations).
Na sala onde decorria esta última exposição, os
visitantes foram ainda surpreendidos com uma
mostra de jornais escolares da região do Grande
Porto, onde se encontrava presente uma edição
do nosso “Entrelinhas”.
A visita terminou no final da manhã, altura em que
regressámos ao Colégio, tendo sido do agrado de
todos, uma vez que permitiu, por um lado, articular os conteúdos adquiridos nas aulas com o saber
prático vivenciado no Museu e, por outro, criar um
momento de convívio entre alunos e professores,
fora do ambiente escolar. Professor José Eduardo
Pascoal
10º Inf e 10º A5
POS
CAIXA DE TI
selecção de
caracteres
Porto cartoon em
COMPOSIÇÃO dos textos para impressão
PRENSA impressão do texto
alunos do 12º ano do Colégio VISITAM
Palácio/Convento de Mafra
No passado dia 4 de Março, os alunos do 12º ano foram a Mafra, visitar o palácio/convento e assistir a
uma representação teatral referente à obra “Memorial do Convento”.
Esta visita, promovida pelo Professores de Português do Colégio, pretendeu “abrir o apetite” para a
abordagem de uma das obras mais emblemáticas
do prémio Nobel da literatura português e conteú-
exibição
do da disciplina no 12º ano.
Depois de um “ sacrifício” por parte de todos, para
estarem prontos e no portão do Colégio às 6h30 e
após uma maçadora viagem de autocarro, chegá-
mos a Mafra por volta das 10h30m. E logo no período da manhã, uns alunos foram visitar o convento
e outros foram assistir à peça de teatro.
Relativamente à visita, foi bastante interessante –
um dos aspectos a salientar é a biblioteca (onde
vivem uns pequenos morcegos devoradores de
larvas ou outros insectos que possam danificar os
livros!). Outro aspecto que importa referir é o facto
de todos se sentirem minúsculos ante a imponência apresentada pelo convento devido à sua gigantesca dimensão.
A parte da representação, apesar de ter sido um
teatro emotivo e bem representado, levou a que
alguns alunos perdessem um pouco a atenção talvez o cansaço e o lugar que lhes foi destinado
tenham contribuído para tal.
Por fim, apesar de cansados, a viagem de volta fezse mais agradavelmente, pois viemos todos a cantar e a falar, animando assim a longa viagem que
terminou por volta da 21h, quando chegámos de
novo ao Colégio.
Foi uma visita interessante e o esforço que todos
canalizaram para a sua concretização saiu compensado: afinal, a possibilidade de contactar com uma
realidade diferente e nova é sempre uma motivação adicional. Gil Cardoso, 12º A5
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| 38 | ENTRElinhas | JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009
Gala das Estrelas 3D
Diálogo, Descoberta e Desenvolvimento
No passado dia 19 de Fevereiro de 2009 teve
lugar a Gala das Estrelas 3D: Diálogo, Descoberta e Desenvolvimento.
Nela, todas as turmas do 7º ano fizeram uma
pequena apresentação sobre a sexualidade
(tema tratado nas aulas de E.M.R.C. - durante
os primeiro e segundo períodos - nas quais
fomos dialogando, descobrindo e desenvolvendo).
O primeiro grupo foi os “Love Heroes”, que
apresentou um musical sobre as profissões e
um lindo poema sobre o amor.
Seguidamente, actuou o grupo “Ellas e Elles”,
que trouxe os temas: “Eu não sei quem te perdeu” de Pedro Abrunhosa e a dança “Insaciável”
de Angélico.
O espectáculo prosseguiu com a actuação
dos ”Janotinhas no Blog da Adolescência”, interpretando a música “Longe do mundo” de
Sara Tavares.
Posteriormente, actuou o grupo “As Máscaras”,
que dançou um excerto da música “Fala-me de
Ti”, do T.T., que fala de uma paixão pela rapariga
mais pretendida da Escola.
O quinto grupo a apresentar um vídeo foi “Os
Superstar” que fez um vídeo-clip da música
“Não há estrelas no Céu” de Rui Veloso e que
contou com a participação de familiares.
O sexto grupo - “Os Primeiros Impulsos”, interpretou e apresentou uma coreografia da música “Foi Feitiço” de André Sardet.
Seguidamente, actuou o grupo “Baby Dolls”
que dançou as músicas “Lady, deixa-te levar” e
“Faz acontecer” de T.T..
Posteriormente, visionámos um filme, em fantoches, - “Reviravoltas no Tempo” - realizado
pelo grupo “Twenty-seven Stars”, que respondeu a questões como a razão do amor não ser
egoísta, de que se sente com o coração, etc.
O nono grupo - “Pequenos Adolescentes” apresentou um vídeo e uma dramatização sobre a impaciência dos adolescentes para com
o crescimento.
O grupo seguinte mostrou como fazer uma relação durar com a frequência hip-hop da música “Amor e Felicidade” escrita por R.D.L. dos
fantásticos R.F.M. e C.A.
O espectáculo prosseguiu com o vídeo “007,
Ordem para Amar” no qual foi tratado o tema: o
amor com as transformações na adolescência.
Seguidamente, “Os Contemporâneos” mostraram-nos uma linda história em fotos chamada
“O Fio Encantado” que foi sobre a constante
pressa dos adolescentes para crescer e o quanto isso os pode prejudicar.
Por fim, visionámos um filme realizado pelos
alunos do “Studio D” que se chamava “Um dia
com…”, onde esclareceram algumas dúvidas
que perturbam os adolescentes da actualidade.
E assim terminou esta gala que mostrou um
grande esforço, dedicação e criatividade por
todos os alunos do 7º ano. Esta gala, fantástica,
foi muito significativa para todos aqueles que
a ela assistiram. Daniela Sá e Ana Carminda
Correia, 7ºA
auditório antónio joaquim vieira acolheu o festival 3D preparado com entusiasmo pelos alunos do 7.º ano.
“O Amor e a Felicidade ’’
Uma pessoa que tenha ocupação no teu coração
Não é um simples amigo, é o teu namorado
Prova o amor que sentes para ele ficar pasmado
Vai procurar mais além
Tens de fazer alguma cena nova
Se queres encontrar alguém
Se estás apaixonado, trabalha, comprova
Nada de falsidade
Ama quer estejas com ela ou sozinho
Só o amor e felicidade
O amor consiste na verdade e no carinho
(Refrão 2x)
Por enquanto namoras, mas pode dar em casamento
Se amas mesmo a pessoa tem de ‘tar no teu pensamento
Desta vez eu falo de sexualidade
Sai de casa e grita por ela na rua
Isso só acontece através da liberdade
Pensa nela que a mesma levar-te-á até à Lua
É para quem tem Mentalidade
Ou podes ir até às nuvens
Mas se queres que isso aconteça
Mas cuidado podes ter vertigens
Tens de ir com calma para não perderes a cabeça
Viaja para fora do país
Tens de ter muito cuidado
Sê criativo, torna a pessoa feliz
Para não fazeres algo de muito errado
Não a faças sofrer, não a trates mal
Tens de ter a mente esperta mas é sem medo
Toma precaução para não teres um bebé a pedir-te um brinquedo Pensa numa prenda fixe para o Natal
Pensa num casaco ou num calção
Tem cuidado, não é brincadeira
Pensa em cenas positivas, nunca na traição
Vê lá, não faças asneira
Ama, e faz com que a relação para sempre continue
Tens de amar do tamanho da multidão
iniciativas
“A Adolescência”
Ao longo do primeiro período, na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica,
dialogámos sobre o tema “A Adolescência”
e descobrimos algumas transformações que
surgem durante esta fase ao nível físico, psicológico, afectivo, espiritual e social.
Visualizámos ainda acetatos sobre a ovulação
e o desenvolvimento do sistema reprodutor
masculino e feminino durante a puberdade.
No âmbito do planeamento familiar, desenvolvemos os nossos conhecimentos sobre os
vários métodos anticonceptivos, as D.S.T. (Doenças sexualmente transmissíveis) e os problemas que podem originar. Acerca deste assunto
foi-nos apresentado, em PowerPoint, um trabalho cujo título era “A Adolescência”.
No quadro interactivo, os alunos viram um vídeo sobre “Fases na Puberdade” e reflectimos
sobre a mensagem transmitida.
Durante o segundo período, os alunos prepararam a Gala das Estrelas 3D – “Diálogo, Descoberta e Desenvolvimento” e a nossa turma preparou
uma coreografia intitulada “Amor e Felicidade”.
O espectáculo foi apresentado às várias turmas
no grande auditório no dia 19 de Fevereiro. Alexandre Maduro & Rui Alves, 7º H
Faz com que a relação cresça, nunca recue
Usa a inteligência para a relação durar
Reflecte, não faças asneira se não a relação terá de terminar
(Refrão)
Agora eu dou continuidade a esta história
Só para te relembrar a Memória
E para não te esqueceres deste aviso Muito importante
Não sei porquê que isto para ti é muito hilariante
Isto é a sério, não estejas a brincar
Reflecte, senão o Terror começa e nunca Mais vai acabar
“ – Quem te avisa teu amigo é.’’
Só quando acontece algo, é que te pões firme, e em pé?
Não faças isso, pois já é tarde a mais
Tenta comprovar agora, porque nunca é demais
Já está o Meu aviso feito
Agora é tudo, tu é que tens de tirar o proveito, com jeito
Porque se não fizeres algo correcto
O aviso não vai dar certo, não vai dar certo…
(Refrão)
Flávio Miguel da Silva Azevedo & RDL (Rafael Dias da Luz) 7.º H
9
JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009 | ENTRElinhas | 38 |
auditório antónio joaquim vieira encheu para assistir ao festival harmonias F&M
FESTIVAL HARMONIAS F&M
Por uma sexualidade no tom ideal
Já é tradição da disciplina de Educação Moral Religiosa e Católica organizar um evento especial
com as turmas do 10ºano, com base na temática da Educação Sexual. A iniciativa está na linha
da intenção do Colégio de proporcionar aos seus alunos uma educação integral, baseada em
valores morais, éticos e sociais. A intenção é, verdadeiramente, a de educar para a Vida!
De facto, a sexualidade é uma realidade maravilhosa que faz parte da nossa essência, desde o primeiro momento da nossa existência e
nos acompanha até ao ocaso da vida. Constitui-se como um autêntico dom de Deus, que
de tudo quanto criou disse que era bom.
Como vem sendo habitual, a música serviu
de base de trabalho para o Festival que teve
lugar no dia 19 de Fevereiro, no auditório António Joaquim Vieira. Este ano lembrámos, de
forma singular, a nossa feminilidade e masculinidade, na harmonia F&M e para celebrar a
vida e a proximidade da vida adulta, viemos
vestidos de forma solene.
No entanto, o verdadeiro desafio foi o do
1ºperíodo, onde fomos convidados a estudar, pensar e viver uma sexualidade séria e
sem tabus, de forma consciente, esclarecida
e responsável. Para as coisas não ficarem pela
teoria, ao longo de alguns meses procurámos, também, preparar um festival musical
à volta da ideia da Harmonia, na música, na
vida e na pessoa de cada um. Na verdade,
deturpar a beleza da sexualidade humana
é estragar e desafinar o autêntico sentido e
valor da vida.
Foi com o objectivo de reflectir a devida atenção para a pluralidade das dimensões da sexualidade que coube a cada turma trabalhar
um subtema. Ao longo do Festival, tivemos
a oportunidade de assistir a uma curta en-
cenação introdutória, e de tom ligeiramente
cómico para cada tema, seguida da interpretação de um clássico da música portuguesa,
acompanhada de um PowerPoint como cenário da apresentação de cada turma.
Ao longo e no final do Festival, era evidente uma comunidade escolar radiante onde,
quer alunos quer professores, viram as suas
expectativas relativas ao Festival superadas.
Educação Sexual assim, vale a pena. Fomos
os autores e actores de uma aula diferente.
O ambiente foi mágico, e creio que todos os
que o viveram tiveram a perfeita noção do
quão original foi e a certeza de que terá sido,
de facto, inesquecível! Eduarda Alexandra
Carvalho,10ºA6
Manta de Retalhos de EMRC
“Crescer em segurança”
Os painéis de cada turma eram pedaços
de uma grande e bonita manta de retalhos.
Tal como num puzzle, cada peça isoladamente não tem sentido, mas juntas formam
um conjunto harmonioso. Cada pessoa é
como que uma peça da sociedade. Sem
o contributo de cada um, a sociedade fica
mais pobre.
Esta actividade teve um grande impacto
na comunidade escolar pois envolveu todas
as turmas e o resultado foi muito interessan-
CLUBE DA SAÚDE
A saúde é o alicerce da qualidade de vida, tornando-se necessário articular o avanço científico e tecnológico com os comportamentos a desenvolver na sociedade. Para que haja esse
desenvolvimento, o Colégio conta com o Clube da Saúde.
E este ano não podia ser excepção. O Clube da Saúde continua
no activo, contando com dois grupos distintos, sendo que o
primeiro é constituído por alunos do 10º ano sob a coordenação da professora Isabel Pinto e o segundo por alunos do 11º
e 12º ano sob a orientação da professora Maria José Leite.
O Clube é também uma forma de Educar para os Valores,
além de ser uma forma de desenvolver algumas competências, como a discussão sobre a importância da aquisição de
hábitos individuais e comunitários que contribuam para a
Começou a febre do EQUAmat:
Competição Matemática online
Esta actividade matemática arrecadou vários fãs
do 7º, 8º e 9º ano de escolaridade por todo o país.
Vários alunos do nosso colégio participam semanalmente em treinos online para se prepararem
para a competição final que irá realizar-se no dia
28 de Abril, na Universidade de Aveiro.
Campo de jogos foi o local escolhido para receber esta manta de retalhos.
te. É extremamente importante promover
este tipo de projectos para que estas temáticas sociais sejam bem reflectidas pelos jo-
vens de hoje, para que, no futuro, sejamos
cidadãos saudáveis e vivamos em segurança
a todos os níveis. Ariana Martins, 10ºA5
qualidade de vida; a avaliação e gestão de riscos e tomada
de decisão face a assuntos que preocupam as sociedades,
tendo em conta factores ambientais, económicos e sociais; a
cooperação com os outros em tarefas e projectos comuns e
o relacionamento harmonioso do corpo com o espaço, numa
perspectiva pessoal e interpessoal promotora da saúde e da
qualidade de vida.
O Clube da Saúde tem vindo a desenvolver actividades
desde a elaboração de um concurso para a criação de um logótipo do mesmo e a criação de um cartão com os números
de emergência nacionais. Contou, também, com a realização
de um Curso de Primeiros Socorros orientado pelo enfermeiro António Luís Silva, representante da A2 Saúde - Empresa de
Formação e Cuidados na Saúde, Lda. Este curso decorreu entre
Novembro e Janeiro de 2009 no total de 12 horas. Os alunos do
Virão alunos de todo o país, de Trás-os-Montes ao
Algarve, para tentarem alcançar o primeiro lugar.
No nosso Colégio, existem vários alunos que poderão arrecadar prémios... Estes já pertencem ao
TOP100 nacional e esperam ir a Aveiro. Como existem vários alunos capazes de representar o nosso
Colégio, teremos de participar numa prova selectiva, pois apenas poderão entrar na competição final
5 equipas de cada ano de escolaridade. Esperamos
o vosso apoio e tentaremos retribui-lo com boas
classificações! Rita Félix e Flávio Couto, 8ºG
Clube da Saúde, após a realização de um teste escrito e de um
teste prático, receberam um “Certificado de Curso” (registe-se
que vários alunos obtiveram a classificação final de 20 valores!).
Não podemos terminar sem solicitar a colaboração de toda a comunidade escolar para futuros projectos, uma vez que a saúde
pertence a todos nós. Professora Isabel Pinto e M.ª José Leite
clubes
Ao longo da Semana da disciplina de
E.M.R.C (16 a 21 de Fevereiro) foram desenvolvidas diversas actividades. Entre elas, foi
visível, no espaço de recreio, a exposição
Manta de Retalhos, elaborada pelos alunos
de todas as turmas do Colégio. O desafio foi
escolher uma palavra que expressasse um
aspecto da temática em reflexão. A partir
daí, cada turma elaborou um painel em serapilheira com o vocábulo escolhido, acompanhado de imagens e símbolos relacionados.
iniciativas
A vida está cheia de coisas maravilhosas que importa descobrir, cultivar e valorizar. Contudo,
existem, também, realidades que nos debilitam e empobrecem. Há inúmeros perigos que nos
ameaçam e estão à espreita, atacando, sobretudo, as nossas fragilidades. Para evitarmos ser
vítimas destas ameaças à nossa integridade, é necessário criarmos barreiras eficazes que nos
protejam devidamente. Neste contexto, o Conselho Pedagógico decidiu que o nosso Colégio,
no presente ano lectivo, reflectisse e estudasse o valor: «Crescer em segurança».
O que é o Equamat?
É um programa informático desenvolvido pelo Projecto Matemática Ensino do Departamento de Matemática da Universidade de
Aveiro, é dirigido aos alunos do 3º ciclo do ensino básico para mostrarem os seus conhecimentos de Números e Cálculo, Proporcionalidade Directa, Equações do 1º e 2º grau, Geometria, entre outras
questões. Tem como objectivos desenvolver o gosto e o interesse
pela Matemática, ajudar a criar hábitos de trabalho, favorecer o uso
da Internet nas escolas e melhorar os conhecimentos específicos
da Matemática.
10
| 38 | ENTRElinhas | JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009
encontro com escritores
Ana Saldanha vem ao Colégio
falar dos seus livros
auditório público juvenil encanta-se com a escritora.
O que eles disseram…
Eu achei a Ana Saldanha uma escritora com carácter e personalidade. Os seus livros são muito
interessantes. Na sua visita ao Colégio, ela aproveitou para falar um pouco de si e dos seus livros,
incentivando-nos a ler mais. Marco 8º I
A AUTORA explica as suas motivações…
No presente ano lectivo, continuando a acreditar que é uma tarefa prioritária estimular
tanto a capacidade de ler como o prazer que
esse acto implica, o Grupo de Promoção da
Leitura, em colaboração com os docentes de
Língua Portuguesa, procurou, mais uma vez,
que os alunos tivessem a oportunidade de
contactar pessoalmente com alguns dos autores com os quais mais se identificam.
iniciativas
Nesse sentido, o Colégio recebeu, no dia 29
de Janeiro, a visita de Ana Saldanha, uma das
mais interessantes e reconhecidas autoras na
área da literatura infanto-juvenil. Depois de
um período de preparação, no qual tiveram
um papel importante alguns professores de
Educação Visual e a turma de Design do 12º
ano, a escritora reuniu-se, no Grande Auditório e na Biblioteca, com vários grupos de alunos do Terceiro Ciclo.
QUEM É ANA SALDANHA?...
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses e Ingleses, pela Faculdade de Letras da Universidade
do Porto, cidade onde nasceu, Ana Saldanha
é conhecida como uma das melhores escritoras portuguesas para jovens.
Foi professora de Português do Ensino Secundário, professora de Inglês no Instituto Supe-
rior de Contabilidade e Administração do
Porto, Leitora de Português nas Universidades
de Birmingham e de Glasgow, dedicando-se
também à tradução. Foi distinguida pelo romance juvenil Três Semanas com a Avó (menção honrosa do Prémio Adolfo Simões Müller)
e recebeu o Prémio Cidade de Almada pelo
romance Círculo Imperfeito.
Seleccionado para as Olimpíadas da Leitura de
1996 e recomendado pelo International Board
on Books for Young People, o romance juvenil Uma Questão de Cor foi finalista do Prémio
Unesco de Literatura Infantil e Juvenil em Prol
da Tolerância de 1997. A Princesa e o Sapo e
Dentro de Mim, Pico no Dedo, O Pai Natal Preguiçoso e a Rena Rudolfa, Escrito na Parede,
Sam e o Som e O Romance De Rita R. são algumas das obras mais recentes da autora.
As suas narrativas reinventam, com humor e
sensibilidade, temáticas plenas de actualidade,
não raras vezes tendo como cenário o espaço urbano. Ela apresenta-nos quase sempre
figuras próximas do real (muitas vezes, adolescentes em idade escolar), que dota de uma
forte componente humana, demorando-se no
desenho da sua intimidade, dos seus conflitos
pessoais e das suas angústias. As suas novelas
e os seus contos são construídos através de
um discurso hábil e muito vivo, o que contribui para que nos sintamos envolvidos e permanentemente entusiasmados.
Inicialmente, como não conhecia bem a escritora, tinha a ideia de que iria ser uma actividade um pouco aborrecido, porque pensava que
ela se limitaria a falar dos seus livros e não nos
daria a possibilidade de intervir. Felizmente, eu
estava enganado, porque, como éramos poucos alunos, o encontro com ela acabou por ser
divertido e estimulante… O livro autografado
por ela já se encontra na primeira prateleira
da minha estante, junto daqueles de que eu
mais gosto. Fábio Alexandre 9º C
Foi num ambiente de expectativa e de entusiasmo que a escritora Ana Saldanha nos
visitou. Ela deixou-nos muito bem impressionados com a disponibilidade e amabilidade
que demonstrou e conseguiu mostrar-nos
que a leitura e a escrita devem ser actividades fundamentais nas nossas vidas. Gostaria
muito que continuássemos a receber estas
personalidades deveras importantes para o
enriquecimento cultural dos jovens. Filipa e
Sofia Lopes 9º F
Este ano tivemos o privilégio de receber a visita
da escritora Ana Saldanha. Ela foi dando resposta, de uma forma descontraída, às questões
previamente preparadas pelos alunos, facto
que contribuiu para que nos sentíssemos muito
próximos dela. A escritora leu alguns excertos
das suas obras, o que foi bastante apreciado
pelos presentes. No final, ela reconheceu que
o ideal seria que todas as sessões decorressem
com um número tão reduzido de participantes,
porque dessa forma era possível interagir connosco. Penso que todos terão gostado deste
encontro. Mariana Sá 9º F
11
JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009 | ENTRElinhas | 38 |
João Pedro Mésseder
.
a trabalhos dos alunos sobre o autor
ENTRADA DO AUDITÓRIO apresentav
Nos dias 9 e 10 de Março, o escritor João Pedro Mésseder aceitou gentilmente o convite que lhe foi endereçado e visitou também a nossa escola.
As sessões, nas quais participaram
todos os alunos do Segundo Ciclo,
decorreram num ambiente de grande interesse e entusiasmo. O autor
apreciou os trabalhos realizados
a partir da leitura de algumas das
suas obras, ouviu a declamação de
vários poemas, respondeu a ques-
tões relacionadas com a sua vida
pessoal e profissional e autografou
os muitos livros que os alunos levaram consigo.
No fundo, esses encontros foram
aulas que ficarão marcadas para
sempre na memória de cada um
dos presentes...
AUDITÓRIO alunos procuram o precioso livro autografado
iniciativas
interage com os seus leitores
Também fui aluno do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas e tive aulas no bloco um,
no piso superior do “Museu”. Nesse tempo
habituei-me a ver o Museu ou melhor, a Sala
da Cortiça, através de umas janelas de vidro nos
corredores que permitiam “espreitar” para o seu
interior. Era possível observar uma enorme sala
revestida de cortiça, do pavimento até ao tecto
e na altura a “sala dos professores”, agora chamada de “sala do fundador” onde espreitando pela
porta se vislumbravam as paredes em talha
dourada e uma grande quantidade de retratos.
Não imaginava os tesouros e as histórias que lá
dentro havia para contar.
Nunca vi qualquer pessoa no interior do Museu
durante esse tempo, o que me parecia estranho.
Pouco após me ter tornado professor neste Colégio decidi, num Domingo à tarde, visitar o Museu e partir para a sua descoberta. Admito que
para algumas pessoas as salas das “armas tribais
africanas” e a das “vestes dos Padres” podiam até
ser um pouco assustadoras mas, para mim, tudo
era interessante. Neste Museu as peças com interesse mais óbvio como as de arte sacra, conviviam na mesma sala com as colecções de moedas e medalhas antigas. Sala após sala surgiam
ambientes diferentes com peças surpreendentes. Imaginem uma sala cheia de talha dourada,
esculturas, pinturas e na próxima encontram
presépios, e depois esculturas monumentais, e
depois fósseis e pedras até uma sala com peças
em cortiça, aliás toda a sala é revestida de corti-
ça. É claro que nos últimos anos existiram muitas
mudanças, o espaço foi melhorado e agora é
possível visitar o Museu com um activo serviço
educativo que nos explica a sua história, as colecções e as peças. Penso com frequência “que
pena os nossos alunos não visitarem este Museu, está mesmo aqui, ao cimo de umas escadas
e não sabem mesmo o que perdem”.
À medida que fui conversando com pessoas que
visitaram o Museu, descobri que algumas ainda
tinham a recordação desse espaço como “assustador” e “fantasmagórico”. Assim pareceu-me
interessante “brincar” com essa “ideia“ e assim
surgiu este trabalho: os “fantasmas” são todos
alunos do atelier de fotografia do Colégio e eu
sou o seu professor orientador.
Professor Orientador: Daniel Pedrosa. Alunos: Mariana Marques, Sandra Cardoso, Tatiana Reis, Tânia Teixeira,
Cristiana Coelho, João Paulo Mota, Estela Mota, Bianca
Pereira, Ana Rita Reis, Marília, Susana e Carlos Rocha.
Agradecimentos à Andreia, Cláudia e Rosário do 11º artes
pela montagem da exposição.
artes visuais
GALERIA DE ARTES
OLÁ, QUEREMOS AGRADECER À COMUNIDADE ESCOLAR que, desde o início deste
período, contribuiu para a recolha dos REEE
(Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos) em fim de vida ou inutilizados.
Este tipo de resíduos é constituído por componentes altamente prejudiciais para o ambiente. Com esta recolha livrámo-nos de
equipamentos de uma forma ambientalmente correcta e ao mesmo tempo ajudámos a
nossa escola a vencer prémios excelentes, se
conseguirmos ficar nos três primeiros lugares
a nível nacional. Esperemos pelos resultados!
A Escola Electrão é um projecto da Amb3E,
com o apoio do Ministério da Educação e da
Agência Portuguesa do Ambiente, à qual o
nosso Colégio aderiu.
Esta acção é um projecto do Clube do Ambiente (Professores Ana Castro, Rui Teixeira
Lopes e Professoras Elisa Costa e Sandra Ribeiro). JUNTOS É FÁCIL E DIVERTIDO PROTEGER
O AMBIENTE!
ambiente
Clube do Ambiente apoia campanha REEE
visitas de estudo
12
| 38 | ENTRElinhas | JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009
9º Ano em Viagem à Descoberta…
Dos Amores de Pedro e Inês
No dia vinte e um de Fevereiro, segunda-feira de Carnaval, os
alunos do 9ºano encontraram-se no Colégio, donde saíram às
oito horas, para realizarem uma visita de estudo a Coimbra e
Alcobaça. Um dia de grande expectativa e aventura!
Quando chegámos a Coimbra, o grupo dividiu-se. Alguns fo-
ram visitar a Casa Museu de Miguel Torga e outros passearam
por Coimbra, visitando e explorando a Sé Velha, a Universidade e o lindo Jardim Botânico.
De seguida, foi o almoço numa cantina no centro, frequentada
pelos ”doutores“ de Coimbra; mais tarde, seguimos até Alcobaça onde visitámos o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça,
primeira obra plenamente gótica erguida em solo português.
Nesta visita, ficámos a conhecer um pouco melhor a história
do nosso país, objectivo da disciplina e programa de Português e História.
Sem dúvida, um dia diferente de convívio entre alunos e professores! Juliana Sousa Teixeira, 9ºF
Hábitos de Prática Desportiva dos alunos
de nível secundário do Colégio de Lamas
cantinho do museu
desporto
Para o desenvolvimento deste estudo, foi aplicado, pelos alunos do 12º ano do Curso Tecnológico de Desporto (CTD), no dia 16 de Janeiro
2009, um inquérito de resposta fechada aos
alunos dos 10º, 11º e 12º anos do Colégio. A
amostra era constituída por 671 inquéritos validados (n=671), representando mais de 90% da
população deste nível a estudar no Colégio.
A amostra apresenta uma média de idades
de 16 anos (16 + 1,06), sendo constituída por
49% de indivíduos do sexo masculino e 51%
do sexo feminino.
Resultados
Como é visível no gráfico I, 34% da amostra
afirma praticar um desporto federado; 35%
apesar de não ser federada, pratica actividade
física regularmente. Confessam ser sedentá-
rios 31% dos inquiridos.
Numa análise, tendo em conta o género,
como pode observar-se no quadro I, cerca de
2/3 dos alunos federados são do sexo masculino. Já no que diz respeito aos praticantes não
federados, verifica-se uma ligeira supremacia
dos praticantes masculinos relativamente aos
femininos. No grupo dos sedentários, mais de
2/3 são do sexo feminino.
A modalidade mais praticada pelos federados
masculinos é o futebol (56%), seguido pela
natação (10%) e pelo basquetebol (7%). Nos
federados femininos o futebol é também a
modalidade mais praticada (11%) seguida da
natação (10%), do basquetebol (9%) e do futsal (8%) e o atletismo (7%).
No que diz respeito aos praticantes de actividade física não federados, as modalidades
Novo ano, novas actividades no Serviço
Educativo do Museu de Santa Maria de Lamas
Entre 16 e 25 de Fevereiro decorreu no Museu
de Santa Maria de Lamas (MSML) uma Oficina de Carnaval. Nesta actividade, procurou-se
desenvolver a criatividade das crianças através
da livre invenção de surpreendentes Máscaras
Venezianas. No final da actividade cada criança
foi fotografada com a máscara por si criada.
Ao longo do mês
de Março e no âmbito da comemoração do Dia Mundial
do Teatro (27de
Março) foi desenvolvida uma nova actividade em torno da obra
“A Menina do Mar”, um dos livros para crianças
mais conhecidos de Sophia de Mello Breyner
Andresen. A história foi acompanhada por um
teatro de sombras e, no final, foi entregue a
cada participante um caderno pedagógico e
realizada uma Oficina de Expressão Plástica na
qual foram explorados e recriados os seres vivos existentes na história.
Em Abril, propostas mil!
O Museu vai proporcionar às crianças actividades lúdico-didácticas para as Férias da Páscoa. A iniciativa vai decorrer de 30 de Março
a 9 de Abril (2.ª a 6.ª feira), pelo que todos os
interessados poderão saber mais informações
Gráfico I esquerda Distribuição quanto ao tipo de prática
Quadro I baixo Tipo de prática segundo o género.
Federado Federado Praticante Praticante Sedentário Sedentário
Masculino Feminino Masculino Feminino Masculino Feminino
151
79
mais eleitas pelos rapazes apontam para o
futebol (18%), ginásio (17%), natação (11%)
e o futsal (8%). As raparigas elegeram a dança (25%), a natação (24%) e o ginásio (11%)
como as actividades mais praticadas.
Perguntou-se aos sedentários qual o motivo
para não praticarem actividade física, sendo a
falta de tempo ou a indisponibilidade (65%) a
causa mais apontada.
Conclusão
Os resultados deste estudo revelam que a
amostra apresenta um índice de prática federada considerado bom (34%); no entanto,
atendendo ao género, os dados revelam um
desequilíbrio acentuado entre rapazes (45% da
amostra) e raparigas (23% da amostra). A falta
de oferta de desporto federado específica para
o género feminino pode explicar a diferença.
junto do Museu. O programa inclui uma visita
ao Museu e diversas oficinas: “Eu crio…o meu
coelhinho da Páscoa”, “Eu pinto….tu pintas…
ele pinta ovinhos de Páscoa”, “Eu pinto…com
pinta…” e “A Pintolândia…”. Além das actividades direccionadas ao público infanto-juvenil,
Entre 01 e 17 de Abril, o Museu irá promover
também actividades de Páscoa para os seniores. Com estas oficinas, o Museu pretende
colaborar na constituição progressiva da memória colectiva local, promovendo acções de
divulgação, incentivando a educação patrimonial e diversificando públicos, contribuindo assim para o aumento e socialização do
consumo cultural. Em simultâneo, pretendese relembrar a verdadeira origem da celebração da Páscoa.
Em Abril, o Museu assinalará igualmente o Dia
127
109
65
140
As modalidades praticadas pelos não federados são na sua maioria possibilitadas pelo contexto escolar (caso das danças e da natação,
entre outras). É pertinente interrogar se o nível
de prática se manterá no futuro quando estes
alunos finalizarem este ciclo de estudos.
O grupo de sedentários para este escalão etário é elevado. Se nos rapazes não é motivo de
alarme (20% da amostra), já nas raparigas o
caso é mais grave (41% da amostra); isto é, 4
em cada 10 alunas do secundário não pratica
regularmente qualquer tipo de actividade física. Preocupante ainda é o facto de, nesta idade,
apontarem a falta de tempo como justificação
para não praticarem actividade alguma.
Não obstante, a grande maioria dos inquiridos concorda que a actividade física é determinante para uma vida saudável. Alunos 12º
Ano do Curso Tecnológico de Desporto
Internacional do Livro Infantil (2 de Abril) e
o Dia Mundial do Livro Infantil e dos Direitos de
Autor (23 de Abril) com a história O Principezinho, de Saint-Exupéry. A história será acompanhada por um teatro de marionetas e, no final,
será entregue a cada participante um caderno
pedagógico sobre a história. Haverá também
uma Oficina de Expressão Plástica, cujo objectivo é criar todo o universo do Principezinho
e seus amigos, representando e reinventado
excertos do conto.
Espalha a notícia! Traz os teus amigos contigo!
Convidamos toda a comunidade a visitar o
Museu e a participar nas actividades que propomos! Desejamos uma Santa Páscoa a todos
e esperamos recebê-los em breve no MSML.
Susana Ferreira (Conservadora do Museu de
Santa Maria de Lamas)
13
JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009 | ENTRElinhas | 38 |
Museu do Oriente e da Caravela Portuguesa
No passado dia cinco de Dezembro de 2008, uma Sexta-feira, o Museu do Oriente e uma Caravela Portuguesa, em Lisboa, foram os destinos dos vários alunos pertencentes às turmas de 8º
ano, numa visita de estudo, inserida no âmbito do programa da disciplina de História.
Partimos às sete horas da manhã, ainda o dia
mal despontara, mas encontrávamo-nos de
espírito alegre e ansioso para a expedição que
se iniciava. Durante a viagem, o ambiente era
de grande camaradagem e boa disposição e
assim chegámos a Lisboa num ápice. O Museu do Oriente depressa se avistou. Este belo
e moderno edifício foi inaugurado a nove de
Maio de dois mil e oito com o objectivo de valorizar e homenagear testemunhos da presença portuguesa na Ásia e divulgar a variedade e
riqueza das distintas Culturas Asiáticas.
Foi uma visita bastante interessante, visto que
aprendemos muitas coisas a respeito de países tão longínquos como a China, Timor e o
Japão, assim como a relação entre eles e Portugal. Pudemos ainda ver e admirar artefactos
antigos, como uma notável colecção de frascos de rapé de fabrico chinês, bonitas peças
de cerâmica chinesa, armaduras de Samurais,
objectos de mobiliário, vestuário, adornos,
colecções de leques e biombos lindíssimos.
Chegada a hora de almoço, fomos para a
Doca de Alcântara e nesse mesmo local visitámos a réplica de uma Caravela Portuguesa
do século XV, a “Boa Esperança”, que aí se encontrava ancorada.
Já dentro do navio, uma gentil senhora,
que serviu de guia, mostrou-nos esta Caravela, explicando-nos que é uma réplica tão
aproximada quanto possível duma Caravela
quatrocentista, construída por especialistas
de construção naval, de acordo com o que se
sabe das regras de construção daquele tempo, mas tendo em atenção os modernos requisitos de segurança e conforto. Destina-se
a possibilitar treino de mar e vela, sobretudo
para jovens; a participar em eventos náuticos
e à investigação do comportamento e manobra das antigas Caravelas.
A Caravela dos Descobrimentos era uma
embarcação com cerca de 50 a 100 tonéis,
dois ou três mastros e uma vela latina (triangular), vocacionada para navegar no alto mar.
Os STOMP no Coliseu do Porto
No dia 21 de Fevereiro de 2009, pelas 16 horas, os alunos pertencentes ao grupo RITMARE dirigiram-se ao Coliseu do Porto, para assistir à actuação do grupo STOMP.
Os STOMP, grupo Inglês que iniciou as suas
apresentações nas ruas de Brighton, caracterizam-se pelo ritmo e movimento dos corpos.
Utilizam diversos objectos a partir dos quais
obtêm sons que, conjugados, resultam em in-
vulgares ritmos e até melodias.
Ao longo do espectáculo, este grupo percorre
uma vasta gama de utensílios do nosso dia-adia, desde vassouras, baldes, caixotes do lixo e
respectivas tampas, a isqueiros, garrafões e até
do Sul, quando se navegava no hemisfério sul);
durante o dia, media-se a altura do Sol; a balestilha (instrumento com as mesmas funções
do astrolábio, mas de mais fácil utilização) e o
quadrante (que permitia a orientação em alto
mar, através da medição da altura dos astros
em relação à linha do horizonte) foram alguns
dos utensílios que manipulámos; os portulanos (ou mapas que serviam para auxiliar os
navegadores, pois definiam os rumos e as distâncias entre os portos).
Depois seguiram-se muitas surpresas e risos
quando ouvimos e falámos sobre o dia-a-dia
a bordo da Caravela: a alimentação, a higiene,
o vestuário, a tripulação, as intrigas…
A sua solidez era compensada pela grande
mobilidade possibilitada pelas suas velas, que
permitiam navegar contra o vento, em ziguezague (“bolinar”). Foi escolhida pelo Infante D.
Henrique para as longas viagens de exploração da costa africana e foi ainda utilizada por
Bartolomeu Dias para alcançar e ultrapassar o
Cabo da Boa Esperança, em 1488.
Ainda no interior do navio, a nossa guia mostrou-nos e explicou-nos o funcionamento de
vários instrumentos náuticos utilizados na navegação astronómica, que pudemos manusear e experimentar, como a bússola (que era, e
ainda é, um dos instrumentos de navegação
mais importantes a bordo, que nos indica sempre o ponto cardeal do norte) e o astrolábio
(que servia para calcular as latitudes medindo, de noite, a altura da Estrela Polar, quando
se navegava no hemisfério norte, e o Cruzeiro
Neste clima de “aprender a brincar”, brincámos um pouco ao “faz-de-conta”, vestindo
os fatos e colocando as jóias que estavam num
Baú – afinal estávamos no século XV! Alguns
alunos retrataram parte da história de Portugal,
dramatizando situações ocorridas do reinado
d’el rei D. Manuel I, o Venturoso, quando Vasco
da Gama chegou à Índia e Portugal atingiu então o apogeu da expansão marítima.
Mas havia que regressar a Santa Maria de Lamas e ao século XXI… portanto às dezanove horas e trinta cá estávamos nós de volta,
cansados, mas sem dúvida felizes, lembrando
os detalhes deste grande dia! Maria Inês Azevedo, 8º H
bancas vulgarmente utilizadas na cozinha.
Um dos lados mais interessantes deste espectáculo é a interacção entre o grupo e o público,
que é convidado a participar activamente, experimentando a possibilidade de criar diferentes sons com o simples batimento das palmas
da mão. Assistimos à união entre a plateia e os
artistas, de uma forma espontânea.
Foi com muito prazer que todos os alunos,
acompanhados pelos professores de música
do Colégio, assistiram a este surpreendente
espectáculo. Maria Leonor, 7.º J
visitas de estudo
História à descoberta dO
14
| 38 | ENTRElinhas | JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009
AUDITÓRIO ANTÓNIO JOAQUIM VIEIRA recebe todos os anos o sarau de natal com muita animação e espectáculo. Na imagem vemos a peça “A Bruxa Adriana”, interpretada pelo clube de teatro, que
é orientado pelo professor Jorge Ferreira. Chamamos também a atenção para os cenários criados pelos alunos de Educação Visual e Tecnológica, sob orientação do professor Jaime Baptista.
Carnaval
O Carnaval é um período festivo celebrado um
pouco por todo o mundo e com vários propósitos, sendo o principal a diversão.
Não se conhece verdadeiramente o sentido
Gisela Andrade
da palavra Carnaval.
12º A2
Usualmente, associase este termo ao latim “carnevalemen”, que
pode significar carne, vale (“adeus, carne”) ou
“carnis levamen” (“prazer da carne”). Esta interpretação da origem etimológica remete para
o início da Quaresma, período que se segue ao
Carnaval e caracterizado pela reflexão espiritual e privação da ingestão de carne.
A origem do Carnaval é também objecto de
controvérsia, mas tem sido frequentemente
atribuída a rituais relacionados com ritos de fecundidade da terra próprios do ano novo e do
início da Primavera, celebrações da antiguidade de carácter orgíaco, como as bacanais e as
saturnais romanas, e a festas em honra de Dionísio, na Grécia Clássica.
O Carnaval assume diferentes facetas consoante o local onde é festejado, sendo as suas principais manifestações o uso de máscaras, carros
alegóricos, cortejos que atraem multidões,
bonecos com implícitas sátiras de acusação e
provocação e a ausência completa de restrições
alimentares.
Apesar de ser no Brasil que é festejado o mais
importante Carnaval do mundo, também em
Portugal existe uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente nos Carnavais da Ilha da
Madeira, Torres Vedras, Ovar, Loulé, Sesimbra,
Rio Maior e Sines, destacando-se o Carnaval de
Torres Vedras que, por se manter popular e fiel
à tradição nacional, é considerado o carnaval
“mais português de Portugal”.
Pavilhão polidesportivo acolheu a festa de carnaval 2009, organizado pela AE.
Viajar serve essencialmente para comparar. Descobrir o que nos separa e o que nos une como seres humanos.
Viajar é algo que todos gostamos de fazer. Quando viajamos para países diferentes, reparamos
que à nossa volta tudo
é diferente do local de
Patrícia Couto
onde partimos. Desde
12ºC
o mais pequeno pormenor, nada é igual.
A distância que nos separa dos outros países é
grande, mas a distância entre os seres humanos
e a cultura é ainda maior.
Portugal é um país pequenino, onde se misturam
muitas culturas. Outros locais, países como os
Estados Unidos, ou mesmo cidades como Londres, são muito diferentes. Em Londres, sempre
que andamos nas ruas encontramos pessoas de
cidades ou de locais que não ficam propriamente
perto de lá. Estas pessoas procuram melhor qualidade de vida, um emprego melhor, para que
possam viver longe das guerras, para fugirem a
alguma coisa que não lhes traz felicidade.
Os países não são só diferentes em relação às
culturas. No mundo existem países onde as pessoas conduzem bons carros, a sua vida é estável,
apesar de existirem sempre pessoas a pedir pelas
ruas. Enfim, mesmo num país “rico” há sempre
pessoas necessitadas, como é o caso dos Estados
Unidos da América.
Numa outra perspectiva, observamos os países
onde pessoas vivem na miséria, em pequenos
“barracos”, não têm dinheiro para “apagarem” a
fome aos seus filhos, as condições de higiene não
são nenhumas… no continente africano existem
muitos países assim.
Ao repararmos num desequilíbrio destes, interrogamo-nos: “ Por que é que vivemos todos no
mesmo planeta e as diferenças são assim tão
grandes?”. Ninguém consegue responder a esta
pergunta! De um lado observamos os países em
guerra, onde morrem inocentes; do outro, países
em grande dificuldade, e ainda países de grande
riqueza. Estas diferenças não deviam existir porque não são “saudáveis” para ninguém.
Em relação ao facto de todos sermos diferentes,
de as nossas culturas e as nossas religiões serem
diferentes, não há problema, pois assim sempre
aprendemos novas línguas, novos costumes e
assim transmitimos as nossas diferenças uns aos
outros.
Beatriz, casada com o rei João I de Castela),
Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as
pretensões à coroa de D. João, o Mestre de Avis.
Apesar de ser filho ilegítimo de D. Pedro I de
Portugal, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para
os castelhanos. A 14 de Agosto, Nun’Álvares
Pereira mostra o seu génio militar ao vencer a
batalha de Aljubarrota à frente de um pequeno
exército de 6 000 portugueses e aliados ingleses, contra as 30 000 tropas castelhanas.
Após a morte da sua mulher, tornou-se carmelita (entrou na Ordem em 1423, no Convento do
Carmo, que fundara como cumprimento de um
voto). Toma o nome de Irmão Nuno de Santa
Maria. Aí permanece até à morte, ocorrida em
1 de Novembro de 1431, com 71 anos.
nardo Tolomei e Gertrude Caterina Comensoli.
Nuno Álvares Pereira, também conhecido como
o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun’Álvares Cernache do
Bonjardim, nasceu no dia 24 de Junho de 1360
e morreu no dia 1 de Novembro de 1431. Foi
um general português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de
1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela.
Nuno Álvares Pereira nasceu na vila de Flor da
Rosa, concelho do Crato, mas há também historiadores que defendem que ele nasceu nos
Paços do Bonjardim, na vila de Cernache do
Bonjardim, concelho da Sertã. Casou com Leonor de Alvim , no ano de 1377, em Vila Nova
da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja.
Quando o rei D. Fernando de Portugal morreu,
em 1383, sem herdeiros (a não ser a princesa
Nuno Álvares Pereira
vai ser canonizado no
dia 26 de Abril
Nuno Álvares Pereira vai ser canonizado no dia
26 de Abril e esta data foi anunciada pelo papa
Bento XVI durante o Consistório que decorre
em Roma. Este ano
haverá a canonização
Patrícia de Jesus
de dez beatos, entre
12ºA1
os quais se encontra o
carmelita português Nuno de Santa Maria Álvares Pereira. Alguns dos beatos que farão parte
desta canonização são o padre Arcangelo Tadini, a religiosa Caterina Volpicelli, o teólogo Ber-
Fontes: www.rtp.pt e www.sol.sapo.pt
15
JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009 | ENTRElinhas | 38 |
O Júri do Concurso anuncia
“Não se tem uma biblioteca para
O “Hino do Colégio” vencedor
arrumar os livros, mas para
A letra vencedora do Concurso “Hino do Colégio”, da autoria do professor Fernando Correia, foi seleccionada a partir um conjunto de trabalhos apresentados, de
uma qualidade digna de registo.
O Concurso prossegue, agora, com a selecção de uma música para esta letra, podendo qualquer interessado, pertencente à nossa Comunidade Educativa, apresentar trabalhos até à primeira semana de aulas do 3.º período.
“Hino do Colégio”
Uma Escola de valor,
Uma Escola com valores,
Est’ é o grande ideal
Do Colégio Liceal
O Colégio está’ crescer
Assim é no dia-a-dia,
Ensinar e aprender,
Sempre com muit’ alegria.
Nesta Escola, em rigor,
Todos trabalham em harmonia.
Há respeito e sintonia
Entr’ aluno e professor.
Do quinto ao décimo segundo,
O caminho a trilhar.
Todos juntos, prego a fundo,
Lado a lado a caminhar.
Refrão:
Num espírito Semper Ascendens,
Uma Escola verdadeira
Esta é sempre a primeira
Em crer, querer e ambição.
Muito mais do qu’ ensinar,
Educar é a missão.
Refrão
As Duas Faces do Mundo
Vivemos num mundo cheio de beleza, num
mundo repleto de pobreza.
Fazemos parte de uma sociedade que se orgulha
da sua capacidade de raciocínio. No entanto, em
toda a história da humanidade, nunca o Homem
foi, como agora, vítima
dos seus próprios acRui Sarabanda
tos, das suas decisões,
12ºC
do seu egocentrismo,
do seu egoísmo. O problema é o Homem, a sua
falta de vontade para mudar. Tratamos o mundo
como nos tratamos a cada um de nós!
Quase um quinto da população portuguesa vive
numa situação de risco, de miséria. Dezanove
por cento da população vive abaixo da linha de
pobreza, um risco que se explica com números!
Nestes agregados, cada adulto tem um pouco
mais de 4300 euros de rendimento por ano, cerca de 12 por dia, o que constitui uma situação de
risco para o homem e para o seu bem-estar.
Todas as civilizações alcançam um ponto crítico
e todas elas acabam com a sua extinção. Iremos
nós mudar quando nos sentirmos ameaçados
pelas nossas consequências? Tomar medidas é
mais do que pegar numa caneta e num papel;
haver uma mudança não é discursar perante a
nação com palavras ocas, com sorrisos falsos e
com uma tranquilidade insegura. Porém, é isso
que eu vejo, diariamente, na televisão…
Olho à minha volta e vejo o mundo destruído, crianças que vivem num constante perigo,
crianças que morrem num segundo só por haver pobreza no mundo. Há a crise económica,
há a degradação da Terra, há a guerra, há a miséria… Portugal é o país da União Europeia que
regista um maior desequilíbrio na distribuição
de rendimentos. É triste viver num cenário pintado de miséria, um cenário visto por todos os
olhos cegos do Homem!
O mundo, actualmente, é um palco de desgraças. Mas o ser humano, com o seu potencial praticamente ilimitado, é o único capaz de o mudar.
E ainda vamos a tempo. Mas isto só poderá ser
feito com a ajuda de todos, quando todos unirmos esforços, num objectivo comum. Objectivo
esse que, apesar de difícil, está longe de ser impossível. Todos somos capazes de amar. Por isso
digo que o amor é o único meio capaz de conferir
alguma Humanidade ao Ser Humano e de tornar menos imundo este nosso Mundo.
Sabes, realmente, o que é um conjunto?
Tempos houve em era de grande elevação intelectual, espiritual e, até,
académica, discutir o número de anjos que caberiam numa cabeça de
alfinete.
Quando Galileu (1564-1642) exprimiu a sua “fé” de
que numa linha de 3 cm de comprimento haveria
tantos ponto quantos os existentes numa
linha de 3 metros; Quando, mais tarde, nas
suas teorias, George Cantor fez ressuscitar
o engenhoso “Calculador de Areia” de Arquimedes que, na sua época, chegou a calcular, pela
primeira vez na história humana, o número de grãos
de areia de todas as praias do mundo, abriu-se uma
interessante via no pensamento matemático acerca
da noção de conjunto.
Comecemos com algumas tentativas de definição. Um dicionário comum define Conjunto
como uma “colecção de elementos, em número finito ou infinito com uma propriedade característica comum...”. Outras definições que se conhecem,
apesar de ousadas na objectividade, dificilmente
conseguiram evitar a própria palavra Conjunto ou
seus sinónimos: colecção, grupo, junção, etc. Ora,
a redundância de termos ou dos seus sinónimos
é, nalgumas circunstâncias, incompatível com o
rigor que se cultiva nas definições matemáticas.
Tem, porém, colhido alguma unanimidade no seio
da comunidade matemática, a definição dada por
Bertrand Russel (1872-1970): “um conjunto é uma
consideração simultânea de entes”. Esta definição,
além do mérito de não usar sinónimos é, sobretudo, uma definição de carácter interessantemente
personalizada, isto é, os elementos que constituem o conjunto reflectem o ponto de vista de
quem os “colecciona” como uma unidade.
Por exemplo, o Atchim, o Dengoso, o Dunga, o Feliz, o Mestre, o Soneca e o Zangado, personagens
muito distintas uma das outras, agrupam-se num
conjunto único muito bem definido, o de “todos
LEITURAS
O Jogo do Anjo
guardar aqueles que é preciso ler”.
Umberto Eco
O Sal da Terra
de Carlos Ruiz Zafón
de Miguel Real
Dom Quixote, 576 páginas
Quidnovi, 336 páginas
Na Barcelona turbulenta dos anos 20, um jovem escritor, obcecado com um amor
impossível, recebe de um misterioso editor a proposta para
escrever um livro como nunca
existiu, a troco de uma fortuna
e, talvez, muito mais.
Depois do sucesso mundial
de A Sombra do Vento, Carlos
Ruiz Záfon, um dos fenómenos editoriais da actualidade,
pela qualidade da sua narrativa literária, apresentanos a sua mais recente obra, “O Jogo do Anjo”, que
nos leva de novo para a Barcelona dos anos 20,
convertida uma vez mais em cidade-personagem,
mítica e secreta, para nos oferecer uma aventura
de intriga, paixão, amizade, amor pelos livros e tragédia. Tal como em “A Sombra do Vento”, a acção
centra-se num escritor “esquecido”, num livro “maldito” e numa história de amor impossível.
Para além destes elementos, há também uma aura
de fantástico, de misticismo e religiosidade que envolve o leitor na narrativa. Professor João Sousa
Miguel Real é um dos nossos melhores romancistas, sobretudo no romance
histórico, a sua área de eleição. Desta vez escolheu essa
figura extraordinária da nossa
cultura, o grande pregador e
escritor Padre António Vieira.
“O Sal da Terra” narra a sua
vida aventurosa, em especial
durante o período em que
viveu no Brasil, entre as tribos
de ameríndios, privilegiando os sentimentos do
homem que tudo fez para proteger os índios da
exploração e da escravatura impostas pelos colonos. Vemos também o homem cheio de fé no
advento do Quinto Império, a sua prisão pelo Tribunal da Inquisição, a amizade com o rei D. João
IV. Para a escrita deste maravilhoso romance sobre um grande homem, Miguel Real realizou um
minucioso trabalho de pesquisa, em especial no
Brasil, e o resultado é um livro que alia o rigor do
pormenor e o drama, a erudição e a aventura. Indispensável. Professor João Sousa
Aguarela
Não me peçam para escrever o que não sei dizer…
Não tenho jeito para textos sem sentido nem
para cores que ainda não tenha usado. Só sei
falar do que já vivi e
guardo.
Anaïs
Parece fácil falar dos
12ºC
pequenos, daqueles
que não têm problemas nem responsabilidades, aqueles que ainda não sabem o que é o
amor nem o mundo.
Adolescente…
…BMX – Sempre pronto para as curvas.
…Ipod – Os teus gostos
não te definem, só a
Ana Tavares
música é que te revela.
7º H
…Apaixonado – Não
perde uma oportunidade para te amar.
…Palhaço – Faz-nos rir das suas diabruras.
os anões amigos da Branca de Neve”. Simbolicamente, podemos representar o conjunto
que de forma descritiva (em compreensão) seria
A = {x, tal que x é anão amigo da Branca de Neve}
ou, em linguagem estritamente matemática,
A = {x : x é anão amigo da Branca de Neve}
Não basta, porém, apenas dispor os elementos
num conjunto. É preciso assegurar que este fique
bem definido, isto é, há que, sem ambiguidades,
decidir se um dado elemento pertence ou não ao
conjunto e, também, discutir as partições possíveis do conjunto.
Por exemplo, relativamente ao conjunto
M = { x : x é múltiplo natural de 3 não superior a 24 }
= { 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24}
pode escrever-se 9 M e lê-se “9 pertence ao conjunto M”
8 M e lê-se “8 não pertence ao conjunto M”
{ 6, 12, 18, 24} M e lê-se “{ 6, 12, 18, 24} está contido
no conjunto M”
ou que { 6, 12, 18, 24} é um subconjunto de M ou
que é uma parte de M.
Ficamos obrigados a viver uma ilusão perfeita
mesmo que não seja a nossa, e somos reduzidos à insignificância da nossa vida encantada.
Nem sei para quê insistir nisto, continuam a rir
do nosso arco-íris, talvez porque são demasiado infantis e egocêntricos para perceber que
também existem o preto e o cinzento.
Enquanto isso, pintamos tudo das cores que querem, que vos ficam melhor, esborratando os nossos horizontes e manchando os nossos passos.
Talvez este texto devesse ser enorme, e na verdade palavras não faltam, mas para quem sabe
ler, o silêncio diz tudo. E, para vocês, continuaremos a pintar no escuro.
…Ventríloquo – Rouba todos os corações.
…Escolar – Anda sempre carregado de livros
para parecer estudioso.
…Aspirina – Dói-lhe a cabeça só de pensar em ti.
…Gelatina – Treme por todos os lados só de
nos ver.
…Online – 24h ligado a nós.
…Rotina – Aquele que tem a agenda completa.
…Sonhador - A sua vida é um sonho.
Outro aspecto na definição de um conjunto tem
a ver com os diagramas criados por John
Venn (1834-1923). Provavelmente, nunca
passou pela cabeça deste sacerdote anglicano e professor da Teoria de Probabilidades e Lógica na Universidade de Cambridge que,
numa longínqua vila portuguesa de Santa Maria de
Lamas, jovens alunos estariam, em 2009, às voltas
com os vulgares diagramas que inventou como
instrumentos que visavam simplesmente facilitar
as operações entre conjuntos. Venn lamentaria,
certamente, a triste figura de algumas correntes
didácticas que, em pleno século XXI, tomam, ainda,
como base de definição, uma linha curva fechada,
a que chamam de Conjunto. Os famosos diagramas, como se referiu, visavam apenas agilizar as
operações. Associa-los a um qualquer vínculo mais
generalista é uma séria ameaça a um dos pilares
fundamentais da Matemática.
Na próxima edição do Entrelinhas abordaremos a
Álgebra Booliana e analisaremos como é que das
operações Reunião, Intersecção e Complementação de conjuntos se edificou o monumental sistema informático. Prof. Mário César Correia
16
| 38 | ENTRElinhas | JANEIRO . FEVEREIRO . MARÇO 2009
“Uma viagem para outros mundos...”
O Canto do Conto, actividade de animação do livro e da leitura iniciada no ano anterior, vemse afirmando como uma estratégia de motivação cada vez mais consistente e adequada às
necessidades dos nossos alunos, especialmente devido à experiência adquirida por aqueles
que nela se têm envolvido mais directamente.
o canto do conto
A equipa responsável pelo projecto optou
por promover, até ao final do segundo período, sessões com as várias turmas do Segundo Ciclo, porque entendeu que o ideal seria
centrar, inicialmente, o trabalho naqueles que
não vêem a leitura como um constrangimento e ainda conservam a capacidade de sonhar
e a vontade de desvendar os segredos e mistérios que se escondem nas páginas dos li-
vros. A seu tempo, a iniciativa abrangerá também os alunos mais velhos, que, de um modo
geral, já cederam ao imediatismo a à superficialidade do audiovisual e, por isso mesmo,
constituem um desafio mais exigente.
As actividades têm sido delineadas essencialmente a partir da ideia de que a prática
de leitura, não podendo nascer do acaso ou
do autoritarismo, deve ter em consideração
as necessidades, os interesses e os desejos
dos leitores e deve comportar uma forte
componente lúdica. Aliás, tendo consciência de que é importante que os alunos se
divirtam e sintam prazer quando contactam com os livros, as histórias propostas vão
sendo lidas ao jeito de quem as conta e ao
gosto de quem as ouve, abrindo-se, sempre que possível, espaço ao improviso. Os
encontros, no fundo, têm assentado numa
pedagogia que, feita de encantamento e de
proximidade, estimula a imaginação e a criatividade, recria a essência de cada narrativa
que se oferece, promove distintas formas de
leitura e, de uma forma quase imperceptível, divulga obras e autores. Como todas as
sessões do Canto do Conto decorrem numa
das salas da Biblioteca, porque esse é o lugar
onde tudo faz mais sentido quando se fala
de livros, os alunos têm sido naturalmente
convidados a tornarem-se utilizadores mais
assíduos desse espaço, cumprindo-se, desta
forma, outro dos propósitos assumidos inicialmente.
Todos sabemos que a alteração das práticas
culturais é trabalho de gerações, mas temos
de continuar a acreditar também que o papel que a leitura tem na formação integral
de cada um se manterá, apesar de todos os
condicionalismos. É pena que a televisão, em
vez de ser um aliado na promoção da cultura,
como era seu dever, instigue cada vez mais a
preguiça mental e a aversão à leitura entre os
jovens… Grupo de Promoção da Leitura
O que eles disseram...
Eu achei muito interessante o Canto do Conto.
Adorei as histórias que nos leram, principalmente a que eu li com o meu colega. Fernando, 6º J
Foi fantástico, gostava de repetir. As histórias eram muito
giras… No final, os professores ainda nos ofereceram
rebuçados e um marcador de livros. Daniela Lopes, 6º G
Na minha opinião, acho que o Canto do Conto é uma forma de
aprendermos que a leitura não é um castigo ou tortura, mas, sim,
uma viagem para outros mundos… Ler estimula a imaginação e
contribui para escrevermos melhor… Ana Beatriz Oliveira, 6º C
FESTA ANUAL DA FILOSOFIA|PSICOLOGIA
tendas…
feira do livro
animação com “cuspidores de fogo”
iniciativas
largada de balões
No dia 5 de Fevereiro transacto, há já 9 anos
lectivos um dia-efeméride para o grupo de
Filosofia|Psicologia, os nossos alunos brindaram, mais uma vez, toda a comunidade escolar
com a sua alegria e jovialidade.
Causa primeira? Trazer os saberes aprendidos
nestas disciplinas à reflexão e discussão partilhada entre todos os “amigos da sabedoria”, os
alunos do Colégio. Causa segunda? Afirmar com
a nossa convicção e experiência de professores
e alunos que estes saberes não são simples postulados “teoréticos”, como certas gnoseologias
apregoavam, mas sim raízes noéticas indispensáveis à formação da estrutura do homem “ser racional”. Causa terceira? Celebrarmos juntos, com
o pretexto das duas primeiras causas apontadas,
a alegria e o privilégio de sermos aprendizes destas ciências.
A Filosofia|Psicologia e a Ciência, foi o macrotema
de abordagem que este ano lectivo marcou o
evento que teve a assinatura dos alunos e professores de Filosofia e Psicologia dos 10º, 11º e 12º
anos de escolaridade. Foram vários os workshops
- feira do livro; tendas expositivas de autores filósofos e psicólogos; teatro de Ágora; exposições
audiovisuais – que naquele dia trouxeram ao
Colégio diferentes movimentações e reuniões
de alunos dos diferentes ciclos académicos e
diferentes formas de avaliar a importância destas
ciências na formação integral do homem.
Quer os alunos, quer os professores destes Grupos disciplinares estiveram de parabéns, a ver
pela expressão verbal e mímica de um menino
do 6º ano que, depois de visitar uma das tendas
temáticas, me interceptou nos seguintes termos :
“Olhe, quando eu for grande também vou aprender isto?” Isto o quê? Retorqui. “Esta disciplina que
eu não sei o nome mas quero muito aprender”.
Professor Américo Couto