Uso do tratamento térmico no controle de mosca-das

Transcrição

Uso do tratamento térmico no controle de mosca-das
Uso do tratamento térmico no controle de mosca-das-frutas
(Ceratitis capitata)
Carlos Henrique de Brito1, Edson Batista Lopes2, Ivanildo Cavalcanti de Albuquerque3,
Jacinto de Luna Batista4 e Aldeni Barbosa da Silva4
1
Bolsista do CNPq/FINEP, Emepa - Estação Experimental de Lagoa Seca, Lagoa Seca, PB. CEP 58.117-000. ([email protected])
Embrapa/Emepa. Estação Experimental de Lagoa Seca. Lagoa Seca, PB. CEP 58.117-000. ([email protected])
3
Emepa. Estação Experimental de Lagoa Seca. E-Mail: [email protected]
4
Departamento de Fitotecnia, CCA/UFPB, Campus II, Areia, PB, CEP 58.397-000. ([email protected], [email protected])
2
Resumo - As moscas-das-frutas causam enormes prejuízos à fruticultura mundial, tanto pelos danos diretos da infestação
nos frutos, quanto pelos danos indiretos com o embargo às exportações de frutas. Em face da crescente demanda dos países
importadores e da potencialidade do Brasil para atendê-la, vem sendo requerido o estabelecimento de condições favoráveis
ao desenvolvimento do setor de exportação, como também maior exigência de qualidade do produto pelo consumidor. O
tratamento quarentenário visando à desinfestação de frutas inclui prioritariamente métodos físicos, aplicados de forma
simples ou combinada. Dentre esses métodos destacam-se o vapor e a água quente, por apresentarem inúmeras vantagens
sobre o controle químico, porém o principal obstáculo ao uso do calor para controle pós-colheita de frutos contra a
infestação de insetos é a suscetibilidade de muitos frutos à temperatura e os tempos requeridos para um tratamento efetivo,
sem afetar a fisiologia e a qualidade dos frutos. Os tratamentos baseados no emprego de calor constituem alternativas
aplicáveis a fruteiras tropicais pelo fato de possibilitarem a desinfestação e o controle simultâneo de insetos e patógenos.
Palavras-chave: mosca-do-Mediterrâneo, frutas, vapor quente, água quente
Use of heat treatment in the control of fruit flies (Ceratitis capitata)
Abstract - Fruit flies cause large damages to the world production of fruits both with the direct damages of infestation as well
as the indirect ones with fruit exportation prohibition. There is a crescent demand for fruits worldwide and Brazil has
potentialities of supplying it. Also, it has been required the stablishment of favorable conditions for the development of the
exportation sector at the same time that consumers require better produce quality. Quarentenary treatment for desinfestation
of fruits includes mainly physical methods used in a simple or combined way. Among these, the use of vapour and hot water
has many advantages over chemical control. However, the main obstacle to the use of heat as a post-harvest control of
insects is the susceptibility of many fruits to the temperature and time required for an effective treatment, since these factors
can affect their physiology and quality. Treatments based on the use of heat are viable since they can disinfest and control
both insects and pathogens.
Keywords: Mediterranean fly, fruits, hot vapour, hot water
Introdução
A família Tephritidae é uma das maiores dentro da Ordem
Diptera, com cerca de 500 gêneros e, aproximadamente
4.000 espécies descritas. Ceratitis capitata (Wied.) é uma
das espécies pragas mais frequentes e de maior importância
econômica para os fruticultores, por atacar órgãos de
reprodução nas plantas, frutas com polpa e flores (White &
Elson-Harris, 1992; White, 1996). É uma espécie altamente
colonizadora em relação a outras espécies que têm
distribuição restrita e baixa capacidade de se adaptar a novos
ambientes (Malavasi, 2001). No Brasil é encontrada desde o
Estado do Rio Grande do Sul até alguns estados do Norte e
Nordeste.
A fruticultura é uma atividade agrícola em processo de
expansão no Brasil. Com a mudança no perfil do
consumidor, aliado à conscientização dos riscos da presença
de resíduos de agrotóxicos nos frutos, a pesquisa científica
tem buscado alternativas ecologicamente apropriadas para o
controle de insetos-praga. A demanda por alimentação de
qualidade é crescente, resultando em elevação do consumo
de frutas (Carvalho et al., 2007).
O ataque das moscas-das-frutas se inicia quando o fruto
se encontra verde-maturo, começando a amarelar. Os ovos
são depositados no interior dos frutos e após a eclosão, as
larvas se alimentam da polpa e facilitam a entrada de
organismos saprófitos, como fungos e bactérias e provocam
a podridão e queda dos frutos (Vieira Neto, 2002). As perdas
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diretas podem ser observadas pela diminuição da produção,
aumento do custo de produção, menor valor da produção e
menor vida útil. Frutas produzidas em áreas infestadas não
podem ser exportadas para países com barreiras
quarentenárias (Malavasi, 2001).
A forma de controle das moscas-das-frutas continua
sendo através da utilização de iscas tóxicas, pulverização de
inseticidas e fumigação pós-colheita. Com perspectivas de
diminuir o uso destes produtos, vêm sendo desenvolvidas
formas alternativas de controle em várias espécies de
moscas-das-frutas, tais como o tratamento quarentenário
pós-colheita, visando a desinfestação de frutas incluindo
métodos físicos aplicados de forma simples e que não
resultem em perdas qualitativas dos frutos. Dentre estes
métodos podem ser citados a utilização de água, vapor e ar
quente.
O tratamento físico de frutos na pós-colheita é bastante
utilizado no Brasil para mangas que se destinam a
exportação com a finalidade de controlar as moscas-dasfrutas de diversas espécies, (Couey & Hayes, 1986; Sharp,
1989; Hallman & Sharp, 1990; Sharp, 1990; Nascimento &
Mendonça, 1998; Mendonça et al., 2000; Batista et al., 2001;
Lunardi et al., 2002; Dória et al., 2004).
O uso de métodos físicos foi iniciado na década de 20,
porém, com o desenvolvimento da fumigação, que podia ser
aplicada de forma barata e fácil, o interesse de tratamentos
com manipulação de temperatura diminuiu. Após a
proibição do dibrometo de etileno, os tratamentos térmicos
voltaram a ser intensamente pesquisados (Malavasi &
Zucchi, 1999).
Os métodos físicos apresentam inúmeras vantagens,
entretanto, requerem cuidados rigorosos para que não afetem
a fisiologia e a qualidade dos frutos, acarretando redução de
seu sabor e aspecto comercial. Os tratamentos de frutas póscolheita por elevação da temperatura são desejáveis por
serem meios não químicos utilizados para a desinfestação
(Chitarra & Chitarra, 2005).
Este trabalho tem como objetivo informar sobre o uso dos
tratamentos térmicos com vapor e água quente no controle de
mosca-das-frutas (Ceratitis capitata) e na qualidade do
fruto, como forma de valorizar o cultivo de frutíferas na
Região Nordeste do Brasil e facilitar a exportação de frutos
para países com barreiras quarentenárias.
Ocorrência e distribuição de Ceratitis capitata
As espécies de moscas-das-frutas que causam danos à
produção no Brasil pertencem aos gêneros Anastrepha e
Ceratitis. O primeiro representado por várias espécies, e o
segundo apenas pela espécie C. capitata (Zucchi, 1988). C.
capitata é a espécie de maior expressão econômica, tem
distribuição geográfica que vai desde a África Equatorial até
a região do Mediterrâneo, Sul da África, Austrália, Havaí,
Américas Central e do Sul. Representa uma séria ameaça
para a Ásia, México, Estados Unidos e outras regiões (Steck
et al., 1996).
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A existência de hospedeiros alternativos ou silvestres
próximos a pomares comerciais agrava o problema de
controle de população das moscas-das-frutas, pois, estes
hospedeiros podem servir como depositórios naturais,
permitindo a manutenção da praga durante o ano todo, a
população tende a aumentar quando existem hospedeiros em
abundância e a migrar à procura de locais mais favoráveis,
quando a disponibilidade de frutos diminui. Desse modo, as
populações se mantêm através da sucessão de hospedeiros
(Malavasi & Morgante, 1981).
A ocorrência de C. capitata no Brasil foi verificada,
inicialmente, em fruteiras introduzidas, apresentando ampla
distribuição geográfica, desde o Estado do Rio Grande do
Sul até alguns estados do Nordeste e também na Região
Norte. Portanto, considera-se esta espécie como
cosmopolita, infestando mais de 250 espécies de plantas
hospedeiras (Morgante, 1991).
Em levantamentos realizados nos Estados de
Pernambuco e Bahia, verificou-se infestação de C. capitata,
quase que exclusivamente na zona urbana, provavelmente
em função da diversidade de frutíferas existentes (Haji et al.,
1995).
No Estado da Paraíba a espécie C. capitata foi constatada
por Lopes et al. (1999) em levantamento de moscas-dasfrutas, e também verificada em recente diagnóstico da
citricultura de Matinhas - PB (Lopes et al., 2006).
A complexidade de interação entre os fatores climáticos
talvez seja o motivo pelo qual haja dificuldade de
interrelacioná-los com a variação populacional de moscadas-frutas. Segundo Bateman (1972), os fatores ambientais
influenciam muito a abundância de várias espécies de
tefritídeos. De acordo com Nascimento (1990), em
condições excessivamente secas ocorre redução na
fecundidade das fêmeas e na taxa de emergência de adultos.
Influência da composição química do
hospedeiro na biologia de Ceratitis capitata
O ciclo biológico de C. capitata é de aproximadamente
30 dias (ovo:2, larva:11 e pupa:17 dias). A fêmea coloca em
média de 300 a 1.000 ovos, sendo 10 ovos/oviposição. O
período embrionário médio é de 48 horas (Souza et al., 1983;
Fletcher, 1989; Morgante, 1991; Zucchi et al., 1993). Além
das condições ecológicas, outros fatores podem influenciar
na biologia das moscas-das-frutas. Em estudos com quatro
variedades de goiaba, Suplicy Filho et al. (1984) verificaram
ser o pH um fator significativo sobre o índice de ataque de
mosca-das-frutas, assim como o °Brix, em algumas
variedades.
A alimentação das larvas é dependente da qualidade da
polpa do fruto hospedeiro. Assim, acredita-se que deve
haver, preferencialmente, a infestação de frutos com
melhores condições para o desenvolvimento larval. Por
exemplo, nota-se a diferença no tamanho das larvas e pupas,
fecundidade e longevidade dos adultos, quando
desenvolvidos em certos frutos (Salles, 1995). Quando as
fêmeas das moscas-das-frutas estão à procura de local para
oviposição, os estímulos químicos e visuais estão envolvidos
(Bateman, 1972; Prokopy, 1977).
Silva & Zucoloto (1993), analisando a influência do valor
nutritivo do hospedeiro natural (mamão e laranja) no
desenvolvimento biológico de C. capitata, verificaram que a
mosca apresentou melhor desempenho quando as larvas
foram alimentadas com laranja, observando maior taxa de
emergência e menor duração do ciclo biológico, fato
atribuído às maiores concentrações de açúcares e sólidos
solúveis naquele substrato.
C. capitata produz ovos após alimentar-se
exclusivamente de fontes de carboidratos durante o estágio
adulto (Hagen & Tassan, 1972; Galun et al., 1981; Ferro &
Zucoloto, 1990).
Carvalho et al. (2004), também observaram correlação
entre as características físico-químicas dos frutos da
cajazeira com características bioecológicas das moscas-dasfrutas, tendo correlação positiva entre o número de pupários
por massa de fruto e o comprimento médio do fruto. A
porcentagem de parasitismo natural apresentou correlação
positiva com o rendimento da polpa, confirmando ser a
cajazeira um repositório natural de tefritídeos.
Táticas de pós-colheita no controle de
moscas-das-frutas
A maioria dos tratamentos quarentenários usados para
garantir que um produto esteja livre de pragas é através de
tratamentos diretos (calor, frio e fumigantes), assumindo
que há um nível de infestação alto e frequentemente
desconhecido (Malavasi & Zucchi, 1999).
Armstrong et al. (1989) testaram quatro temperaturas
elevadas, através de ar forçado, para desinfestação de ovos e
larvas de C. capitata e Dacus curcubitae e Dacus dorsalis em
frutos de mamão. Os tratamentos utilizados foram: 43 ± 1ºC,
46,5 ± 1ºC e 49 ± 0,5ºC. As temperaturas finais alcançadas
foram de 41 ± 1,5ºC; 44 ± 1ºC; 46,5 ± 0,75ºC e 47,2ºC,
respectivamente, sendo a umidade relativa mantida durante o
tratamento entre 40 e 60%. Houve pequena sobrevivência ou
não sobreviveram às moscas de C. capitata submetidas aos
tratamentos entre 46,2 e 47,2ºC, e entre 45,2 e 46,2°C para D.
curcubitae e D. dorsalis.
O efeito da temperatura de imersão em água quente sobre
ovos e larvas de primeiro instar de C. capitata, D. dorsalis e
D. curcubitae foi estudado por Jang (1986). Em
temperaturas inferiores a 43 ºC, a mortalidade em todos os
testes foi inferior a 90% durante o tempo de exposição de
50-60 minutos. Os ovos de C. capitata foram mais
tolerantes ao calor do que os ovos das duas espécies de
Dacus. As larvas dessas três espécies não apresentaram
diferenças na tolerância ao calor. De acordo com Jang et al.
(1999), ovos de C. capitata foram menos tolerantes ao
tratamento térmico do que ovos de Bactrocera latifrons. O
tempo médio necessário para a mortalidade de 90% de ovos
de B. latifrons e C. capitata a 46 ºC foi de 36 e 6 minutos,
respectivamente.
A influência de tratamentos térmicos na eliminação de C.
capitata em frutos de goiaba foi avaliado por Dória et al.
(2004), verificando que os tratamentos não influenciaram a
composição química dos frutos, sendo o tratamento com
água quente melhor do que o tratamento com vapor e que as
temperaturas de 42ºC, 44 ºC e 46 ºC não controlaram o inseto
nas fases de ovo e de larvas de 1º e 2º ínstares para fins
quarentenários.
O efeito do tratamento hidrotérmico de mangas na
mortalidade de larvas de C. capitata foi observado por
Mendonça et al. (2000), os autores verificaram que nos
frutos infestados por larvas de 1º e 2º estádios, a mortalidade
foi de 100% e nos testes com larvas de 3º estádio houve
sobrevivência de quatro e três adultos em frutos com pesos
acima de 540 g e de 730 g nos tempos de imersão de 75 e 90
minutos, respectivamente.
A utilização de tratamentos térmicos para o controle de C.
capitata foi realizado em frutos de sapotizeiro por Lima
(2005), tendo este autor observado que o índice
quarentenário foi atingido aos 60 e 88 minutos quando os
frutos foram submetidos ao tratamento com vapor e água
quente, respectivamente, sem alterar a qualidade do fruto.
Efeito do tratamento físico pós-colheita
sobre a qualidade de frutos
A qualidade pós-colheita dos frutos relaciona-se com o
conjunto de atributos ou propriedades que os tornam
apreciados como alimento. Esses atributos, por sua vez,
dependem do mercado de destino: armazenamento,
consumo in natura ou processamento. De modo abrangente,
a qualidade pode ser definida como o conjunto de inúmeras
características que diferenciam componentes individuais de
um mesmo produto e que tem significância na determinação
de grau de aceitação pelo comprador. Dessa forma devem ser
considerados os atributos físicos e composição química, bem
como devem ser realizadas associações ou relações entre as
medidas objetivas e subjetivas, para um melhor
entendimento das transformações que ocorrem, e que afetam
ou não a qualidade do produto (Chitarra, 1994).
Os métodos físicos empregados no tratamento póscolheita de frutos apresentam numerosas vantagens, no
entanto, requerem cuidados rigorosos para que não
produzam efeitos fitotóxicos e não afetem a fisiologia e a
qualidade dos frutos, que resultaria em redução de seu valor
comercial ou mesmo na rejeição. Os tratamentos
quarentenários exigidos para fins de desinfestação devem
ser eficientes, porém sem afetar, adversamente, a qualidade,
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a condição ou a sensibilidade do fruto à deterioração (Batista
et al., 2001).
Os tratamentos baseados no emprego de calor através da
água quente, vapor e ar quente forçado, constituem
alternativas interessantes a outras tecnologias de controle
quarentenário pelo fato de possibilitarem a desinfestação e o
controle simultâneo de pragas e doenças (Paull, 1994). Os
diversos tratamentos quarentenários disponíveis e hoje
utilizados para frutos, apesar de na maioria das vezes
viabilizarem sua exportação, podem, se não testados e
usados adequadamente, trazer danos irreparáveis aos
produtos.
A transferência de calor da temperatura ambiente para
temperatura elevada produz um estresse, cuja severidade é
determinada pela diferença de temperatura e tempo de
exposição. Outros fatores, como a rapidez de modificação
da temperatura e o estado fisiológico do fruto, também são
importantes (Paull, 1994).
O risco dos tecidos dos frutos serem danificados pelo
calor é uma das razões pelas quais existe uma variedade tão
grande de tratamentos, que representa o esforço para definir
um regime de tempo/temperatura que produza o efeito
desejado sem prejudicar o produto. Os danos podem ser
internos ou externos. Os externos normalmente aparecem
como escurecimento da casca, pitting ou amarelecimento de
frutos de casca verde. Pode ainda ocorrer aumento na
sensibilidade a doenças e podridões. Os danos internos se
manifestam como desenvolvimento fraco de cor da polpa,
especialmente em manga e mamão, amaciamento anormal,
não degradação do amido e escurecimento da polpa (Batista
et al., 2001).
De acordo com Lurie (1998), as células expostas a
temperaturas elevadas por período curto são capazes de
desenvolver tolerância térmica transitória, através da
produção de proteínas chamadas de proteínas de choque
térmico (Heat Shock Proteins - HSP). Aparentemente esse é
o mecanismo de tolerância utilizado para reduzir os danos
nos tratamentos em duas fases, nos quais um estresse
térmico moderado induz a tolerância a um estresse mais
severo aplicado na segunda fase.
A eficiência da proteção depende do estágio de
maturação, do tempo de exposição e da temperatura. Em
geral os frutos em estádio de maturação mais adiantados são
mais sensíveis do que os verde-maturos. A variação sazonal
na sensibilidade pode ser atribuída à termotolerância
induzida no campo. Se o fruto for armazenado em
temperatura baixa após o tratamento térmico, os danos pelo
calor podem ser confundidos com injúria pelo frio, que causa
sintomas semelhantes (Lurie, 1998).
O etileno é um dos principais fatores endógenos que
estimulam a atividade respiratória, antecipa o
amadurecimento e a senescência dos tecidos, conhecido
como hormônio do amadurecimento (Chitarra & Chitarra,
2005).
A inibição da formação de etileno é revertida quando a
aplicação de calor é suspensa (Chan Júnior, 1986), e
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frequentemente se observa que a liberação de etileno se eleva
temporariamente a níveis mais altos que em frutos não
aquecidos. Durante o período de aquecimento, não apenas a
produção de etileno endógeno é inibida, como também o
fruto não responde à aplicação de etileno exógeno. Isso
indica perda ou inativação dos receptores de etileno, ou a
incapacidade de transferir o sinal para iniciar a série de
processos que leva ao amadurecimento (Lurie, 1998).
Frequentemente, frutos aquecidos demoram mais a se
tornarem macios do que os não aquecidos. Estudos
desenvolvidos sobre parede celular de frutos demonstraram
menor grau de solubilização de poliuronídeos nos frutos
aquecidos, e maior teor de cálcio ligado às pectinas
insolúveis do que na fração solúvel. A diminuição da taxa de
amaciamento pode ser atribuída à inibição da síntese de
enzimas hidrolíticas da parede celular, como
poligalacturonase (Chan Júnior et al., 1981) ou α e βgalactosidase (Lurie, 1998). Dependendo da duração do
tratamento, o fruto pode se recuperar e se tornar tão macio
quanto o não tratado ou permanecer mais firme.
Shellie & Mangan (1994) avaliaram a qualidade póscolheita de laranja 'Valência' após exposição ao ar forçado a
46, 47 e 50 ºC por 1, 2, 3 ou 4 horas e concluíram que ar
forçado a 46 ºC mostrou-se como promissor tratamento
quarentenário para esses frutos.
Uso de água quente no controle de
mosca-das-frutas
O efeito da água quente sobre a qualidade do fruto
depende da intensidade e duração do tratamento, da
variedade e do estágio de maturação. Em geral, frutos em
estádios mais adiantados de amadurecimento ou colhidos
prematuramente toleram menos, apresentando escaldaduras
na casca e enrugamento. Esse tratamento pode provocar
perda de peso, alteração de cor, redução da resistência a
patógenos, reduzir a firmeza, acelerar o amadurecimento, ou
mesmo bloqueá-lo se não for aplicado criteriosamente. De
acordo com McDonald & Miller (1994) a imersão em água
quente mostrou-se eficiente para mamão, goiaba, banana e
manga, porém foi prejudicial para pomelo. Os sintomas de
dano por água quente em pomelo foram escaldadura, pitting,
alteração de cor da casca, perda de firmeza e diminuição da
resistência à infecção por fungos do gênero Penicillium.
O tratamento por água quente em mangas pode controlar
eficientemente a infestação por moscas-das-frutas, a
incidência de podridão peduncular e antracnose (McGuire,
1991), porém se for prolongado ou se a temperatura for
elevada, conforme a cultivar, pode provocar escurecimento
de lenticelas, escaldadura, sensibilidade a doenças e redução
da vida útil devido à intensificação da atividade respiratória
pré-climatérica.
O tratamento hidrotérmico em Pouteria sapota nas
temperaturas de 40 e 45 °C por 40 – 60 minutos não provocou
alteração na qualidade do fruto, porém na temperatura de 50
°C por 60 minutos observou-se alterações na colocação do
fruto, os autores concluíram que o tratamento com água
quente tem grande potencial para ser utilizado na
desinfestação desses frutos (Diaz-Pérez et al., 2001).
Sharp et al. (1989) efetuaram em laboratório o tratamento
hidrotérmico de mangas produzidas no estado de Chiavas,
México, infestadas com C. capitata. Os frutos infestados
foram imersos em água a 45,9 - 47,1 °C e os resultados
obtidos evidenciaram mortalidade superior a 99% quando
tratados por 67,7 minutos para C. capitata. McGuire (1991)
também obteve índice quarentenário quando imergiu frutos
da mangueira em água quente a temperatura constante de 46
°C por 90 e 115 minutos, controlando larvas de C. capitata.
De acordo com os resultados obtidos por Batista (2001),
quando avaliou a mortalidade de larvas de C. capitata em
função do tempo de exposição e do tratamento térmico, foi
possível obter 100% de mortalidade com apenas 20 minutos
de exposição das larvas, tanto no tratamento com vapor
como no tratamento com água quente.
A utilização de tratamento térmico para o controle de C.
capitata foi realizada por Lima (2005) em frutos de
sapotizeiro utilizando a água quente nas temperaturas de 46
± 1 ºC e 50 ± 1 ºC, nos tempos de exposição de 30, 45, 60, 75 e
90 minutos, concluindo que o índice de segurança
quarentenária sobre os ovos e/ou larvas de C. capitata foi
atingido no tempo de exposição estimado de 88 minutos.
O efeito do tratamento hidrotérmico em frutos de
cajazeiras (Spondias mombin) infestados artificialmente
com larvas de 2º ínstar foi avaliado por Brito (2007),
concluindo que os índices quarentenários foram atingidos
nas temperaturas de 46 ºC aos 25,5 minutos e com 50 ºC aos
22,1 minutos, sendo a mortalidade nos estágios imaturos de
C. capitata crescente com o aumento da temperatura e do
tempo de exposição. Já para Lopes (2007) quando submeteu
larvas de C. capitata infestadas artificialmente em frutos de
tangerina, observou que os índices quarentenários no
tratamento com água quente nas temperaturas de 46 ± 1 ºC e
50 ± 1 °C foram atingidos aos 32,0 e 20,8 minutos para os
frutos maduros e 35,2 e 21,7 minutos para os frutos
semimaduros, respectivamente.
Uso de vapor quente no controle de
mosca-das-frutas
Para esse tipo de tratamento, o controle rigoroso da
temperatura e do tempo de aplicação é fundamental para a
garantia da qualidade final das frutas. Em geral, frutas em
estádios mais adiantados de amadurecimento são menos
tolerantes do que as fisiologicamente maduras. O tratamento
com vapor mostrou-se eficiente para a desinfestação de
mangas, goiabas e mamão, porém, pode provocar danos em
abacate, especialmente das cultivares Fuerte e Dickinson, e
alterar o sabor ou acelerar o envelhecimento de citros, como
laranja 'Valência' e pomelo, e comprometer seriamente a
qualidade de carambolas, provocando escaldadura e
manchas escuras (McDonald & Miller, 1994).
Em mangas 'Tommy Atkins', os resultados exploratórios
obtidos com vapor quente não manifestaram danos nos
frutos, quando submetidos ao tratamento de 10 a 90 minutos
com temperatura na câmara de até 47 ºC, e no centro do fruto
de 46 ºC. Nas avaliações após 10 dias do tratamento, os
frutos estavam com boa aparência, maturação normal e sem
alteração no sabor (Córdoba & Soto, 1999). Dória et al.
(2004) avaliaram o efeito do vapor quente na mortalidade de
ovos de C. capitata em frutos de goiaba e verificaram que a
maior porcentagem de mortalidade de ovos em função da
temperatura foi alcançada no tempo de 90 minutos a 46 °C,
mesmo assim, não atingiram índices quarentenários.
Gafney et al. (1990) utilizaram vapor quente a 46,1 °C em
frutos de manga e 43,3 ºC para “grapefruit” visando o
controle de ovos e larvas de C. capitata, e verificaram
redução no período de exposição ao vapor para 3-4 horas,
comparados a tratamentos anteriormente realizados com
vapor.
Dória et al. (2004) avaliaram o efeito do tratamento
térmico na mortalidade de larvas de C. capitata em frutos de
goiaba cv. Ogawa, e apesar de não atingirem índice
quarentenário obtiveram uma taxa de mortalidade de
93,50% na temperatura de 46 °C.
Efeito conjunto de tratamentos térmicos
com frutos
O sucesso do uso de vapor, água quente ou ar quente no
tratamento pós-colheita de frutos parece variar com o
produto, devido à diferenças físicas, fisiológicas e/ou
morfológicas entre as frutas. Por exemplo, os danos na casca
de pomelo parecem ser menos severos com tratamento a
vapor (McGuire, 1991) e ar quente (Miller & McDonald,
1991) do que com água quente. A temperatura interna
desejada no centro do fruto é atingida mais rapidamente com
vapor do que com ar quente. O dano menor provavelmente é
resultado da diferença de coeficiente de transferência de
calor entre o ar úmido e o ar mais seco.
Entretanto, com mamão, o tratamento com vapor resultou
em amadurecimento desuniforme, ao contrário do ar quente.
Da mesma forma, mangas 'Tommy Atkins' sofreram menos
dano com tratamento por ar quente do que com vapor. Em
mangas 'Keitt', o ar quente causou sérios danos à casca e
polpa (McDonald & Miller, 1994).
Os sintomas de injúria na casca, resultantes da aplicação
de tratamentos quarentenários por calor ou frio, são
diferentes. O tecido sensível ao frio pode desenvolver
sintomas de pitting e alterações de cor da casca. Os danos
provocados pelo calor resultaram em cor atípica, mas em
geral não se observou pitting (McDonald & Miller, 1994).
Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.3, n.1, p.29-36, fev. 2009
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É necessário que os frutos submetidos a tratamentos
quarentenários estejam livres de danos mecânicos ou outras
injúrias superficiais que possam ocorrer durante o manuseio
pré-tratamento, pois o calor intensificará o escurecimento do
tecido afetado (Baez-Sanudo et al., 1997). Embora os
sintomas possam variar em severidade ou expressão com o
tipo de tratamento, qualquer injúria anterior torna o tecido
mais suscetível à invasão por patógenos e à rejeição pelo
consumidor.
Considerações Finais
A aplicação de tratamentos térmicos para o controle de
mosca-das-frutas já é uma realidade, sendo necessário
estudos mais precisos com relação à temperatura e tempo de
exposição para que assim a larva seja eliminada sem
danificar a qualidade dos frutos, qualidade esta exigida para
exportação. Os tratamentos baseados no emprego de calor
constituem alternativas aplicáveis a fruteiras tropicais pelo
fato de possibilitarem a desinfestação e o controle
simultâneo de insetos e patógenos.
CARVALHO, R.S.; NASCIMENTO, A.S.; MATRANGOLOW.
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Recebido em 8 de agosto de 2008 e aprovado em 15 de dezembro de 2008
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