Complete já sua coleção! - Associação de Praticantes do Método GDS
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Complete já sua coleção! Agora, ficou mais fácil você ter todas as edições de sua revista preferida, com toda comodidade e segurança. EDIÇÃO 12 EDIÇÃO 13 EDIÇÃO 14 EDIÇÃO 15 EDIÇÃO 16 EDIÇÃO 17 EDIÇÃO 18 CAPAS ILUSTRATIVAS, REVISTA SUJEITA A DISPONIBILIDADE. EDIÇÃO 11 Acesse nossa loja virtual: www.revistaonline.com.br Através da Loja On Line você poderá completar sua coleção e ainda, conhecer todos os produtos da On Line Editora. Atendimento ao leitor: (11) 3512-9477 (Segunda à Sexta das 9h às 18h) Garanta já o recebimento de todas as edições por até 2 anos. Faça sua assinatura! Creche O mundo mágico do Natal Qual bebê não gosta de cores e luzes? Não é à toa que brinquedos e móbiles utilizam esses recursos para atrair a atenção dos pequenos. As crianças menores, embora ainda não falem, já demonstram excitação e felicidade quando expostas ao contato com objetos coloridos ou com luzes piscando. Sendo assim, não poderia existir época melhor do que o Natal, não é mesmo? As ruas se cobrem de enfeites, e casas e estabelecimentos comerciais abusam da iluminação para tornar o clima ainda mais mágico! Aproveite a alegria do Natal para decorar a escola e encher os olhos dos pequenos. E, de quebra, você ainda tem a oportunidade de colocá-los em contato com os símbolos natalinos. Não dá para deixar passar o Natal sem falar de solidariedade, amor e união. Incentive a turma a doar brinquedos, por exemplo. Mesmo ainda não entendendo por completo a grandiosidade do ato, com certeza eles já estarão “treinando” para se tornar pessoas mais generosas. No projeto especial sobre o tema, que você confere a partir da página 17, há diversas dicas para trabalhar o assunto na escola de forma lúdica e sem se esquecer de respeitar a diversidade religiosa. Boa leitura! Faça a diferença! Sumário 4 - O balé da vida Entenda como se dá o movimento no corpo dos pequenos e estimule a expressão corporal. 7 - Xô, preguiça! Conheça os benefícios da dança e coloque a criançada para mexer o esqueleto! 13 - É verão! Saiba os cuidados especiais que devem ser tomados para aproveitar a estação mais quente do ano. 17 - Um Natal para fazer e acontecer Trabalhe as habilidades sensoriais dos pequenos a partir dos símbolos natalinos. 21 - Saudável, sim! Obeso, não! Veja como ajudar a combater o excesso de peso, que já atinge cerca de 10% das crianças brasileiras. 27 - Cem linguagens, infinitas possibilidades A doutora em educação e currículo Maria Alice Proença conta um pouco sobre sua pesquisa com as escolas de Reggio Emilia, na Itália, conhecidas por suas abordagens inovadoras. 31 - Literatura, alimento para a mente Artigo de Vera Lúcia Pereira dos Santos, doutora em Linguística e Língua Portuguesa, fala da importância de estimular a leitura desde cedo. [email protected] www.projetosescolares.com.br 32 - Cantinho de Novidades Eventos trazem temas diversos que envolvem direta ou indiretamente a prática com crianças. 33 - O mágico, o sábio, o rei e o prazer A pedagoga e arte-educadora Flávia Manzione Zanzotti aborda o papel do educador nos primeiros anos de vida da criança. Fale com a gente Se você gostou da revista e quer mandar sugestões ou críticas, escreva para a Caixa Postal 61085, CEP 05001-970, São Paulo (SP) ou para [email protected]. Atividades, sequências didáticas e projetos são bem-vindos! Siga-nos no twitter: @projescolares Acesse nosso perfil no Facebook: www.facebook.com/projescolares 34 - Fique por dentro Conheça a primeira série de indicadores sobre a primeira infância no Brasil, realizada pelo Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (CIESPI), em parceria com a PUC-Rio. 34 - Onde Encontrar Contatos dos profissionais e das empresas que colaboraram nesta edição. www.revistaonline.com.br 3 MOVIMENTO EM CONCEITO O balé da vida Foto: Shutterstock Descubra uma nova forma de ver a expressão corporal e aproveite a beleza da coreografia inata ao ser humano 4 N o bater frenético do coração de um feto, ainda no ventre da mãe, há movimento. É o pulsar da vida que se inicia e segue. “A própria concepção da vida é uma dança, e a vida intrauterina é um balé sofisticado”, define Nara Vieira, professora e mestre de dança e terapeuta corporal. “Ao vir ao mundo, também por meio de uma coreografia singular, o bebê mostra suas preferências, pulsões psíquicas, corporais e, a partir daí, estabelece um diálogo com as pessoas ao seu redor. A dança é uma expressão espontânea e natural do ser humano, que em seu processo de evolução precede à própria fala”, acrescenta. Francine Ferreira Cepinho, professora de dança e expressão corporal, parece concordar ao afirmar que “a criança tem o gosto natural pelo movimento. Muitas dançam até mesmo antes de andar, porque faz parte do intuitivo”. Para o dançarino e educador Rudolf Laban, que desenvolveu uma forma de dança expressionista, realizar movimentos similares à dança é inato. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil volume 3 (RCNEI-3), o movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. “As crianças se movimentam desde que nascem, adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo”, diz o documento. O movimento é, portanto, intrínseco ao ser humano, e a educação infantil deve reconhecer e se aproveitar disso. Não como incentivo ao movimento por si só, limitado às habilidades físicas e concebido apenas em uma visão orgânica, na qual é visto como mecanismo para a consciência corporal, exploração das potencialidades corporais e instrumento de expressão. Ele é muito mais e deve ser visto e respeitado como tal, pois a criança precisa ser vista integralmente e não em partes. Portanto, não há como relacionar o movimento apenas ao corpo, como se o desenvolvimento cognitivo não fizesse parte dele. De acordo com a psicóloga Cláudia Cabral da Costa, a criança descobre o mundo por meio do próprio corpo: pelo toque, pelo cheiro e pelo gosto. Mas essa descoberta possibilita diversos benefícios, em que os desenvolvimentos motor e cognitivo recebem maior destaque. “O motor se dá por meio da maturação dos músculos, para que pouco a pouco a criança se supere, ao aprender a correr, pular, medir distância, altura etc. Consequentemente, ao explorar os limites físicos, ela vai desenvolver aspectos neurológicos, como a atenção e a memória; além de aprimorar sua cognição, ou seja, a forma como constrói seu conhecimento: como adquire, analisa e usa esse conhecimento no seu cotidiano”, afirma. Dessa forma, ainda segundo a psicóloga, os desenvolvimentos motor e cognitivo possibilitam a socialização da criança que, ao movimentar-se, expressa mensa- gens, estabelece vínculos e amplia conhecimentos sobre si e sobre os outros. O RCNEI-3 também dá sua contribuição a essa forma de ver e inserir o movimento nas práticas escolares. “Ao movimentarem-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo”. É por isso que a dança, nessa idade, não é apenas uma atividade lúdica, pois contribui de forma efetiva nesses aspectos, já que, além de se divertir, a criança socializa-se gradualmente. É por essa razão que o movimento deve, interdisciplinarmente, fazer parte do currículo escolar, como elemento fundamental para a formação do indivíduo como sujeito social. Os benefícios não param por aí. Como a dança explora os desenvolvimentos motor e cognitivo da criança, isso significa que, quanto mais cedo ela iniciar uma atividade regular, maiores serão as oportunidades de receber estímulos do ambiente. Além de crescer fisicamente saudável, conforme explica Cláudia, terá benefícios para a memória, atenção, autocontrole, disciplina, autoconhecimento, expressão de emoções e também estabelecer aspectos da própria personalidade e criatividade. Sob essa perspectiva, é possível criar inúmeras formas de estímulo por meio dos jogos, das brincadeiras, da dança, das práticas esportivas, sempre levando em consideração os limites de cada idade e de cada criança. É incompreensível notar que, mesmo diante de tantas possibilidades e benefícios que se observa com essas práticas, a aceitação da importância da corporeidade para o bebê é relativamente recente, como nos lembra o RCNEI-3: “Até bem pouco tempo prescreviase que ele [o bebê] fosse conservado numa espécie de estado de ‘crisálida’ durante vários meses, envolvido em cueiros e faixas que o confinavam a uma única posição, tolhendo completamente seus movimentos espontâneos. Certamente esse hábito traduzia um cuidado, uma preocupação com a possibilidade de o bebê se machucar... Por outro lado, ao proteger o bebê dessa forma, estava-se impedindo sua movimentação. Não tendo como interagir com o mundo físico e tendo menos possibilidades de interagir com o mundo social, era mais difícil expressar-se e desenvolver as habilidades necessárias para uma relação mais independente com o ambiente”. Sem limites Essa forma de reprimir o movimento permanecia na vida da criança mesmo com o passar dos anos. Agora, www.revistaonline.com.br 5 Foto: Shutterstock não mais como forma de cuidar, mas de manter a ordem. Conforme observa ainda o documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), “é muito comum que, visando garantir uma atmosfera de ordem e de harmonia, algumas práticas educativas procurem simplesmente suprimir o movimento, impondo às crianças de diferentes idades rígidas restrições posturais. Isso se traduz, por exemplo, na imposição de longos momentos de espera — em fila ou sentada — em que a criança deve ficar quieta, sem se mover; ou na realização de atividades mais sistematizadas, como desenho, escrita ou leitura, em que qualquer deslocamento, gesto ou mudança de posição podem ser vistos como desordem ou indisciplina. Até junto aos bebês essa prática pode se fazer presente, quando, por exemplo, são mantidos no berço ou em espaços cujas limitações os impedem de expressar-se ou explorar seus recursos motores”. Essas práticas inibidoras também se justificam pela ideia de que o movimento impede a concentração e a atenção da criança, ou seja, que as manifestações motoras atrapalham a aprendizagem. Quando, na verdade, os estudos mais recentes sobre os benefícios do movimento à educação infantil, já observados anteriormente, mostram justamente o contrário: a impossibilidade de mover-se ou de gesticular é que pode dificultar o pensamento e a atenção. “Em linhas gerais, as consequências dessa rigidez podem apontar tanto para o desenvolvimento de uma atitude de passividade nas crianças como para a instalação de um clima de hostilidade, em que o professor tenta, a todo custo, conter e controlar as manifestações motoras infantis. No caso em que as crianças, apesar das restrições, mantêm o vigor de sua gestualidade, podem ser frequentes situações em que elas percam completamente o controle sobre o corpo, devido ao cansaço provocado pelo esforço de conten- 6 ção que lhes é exigido”, continua explicando o texto do RCNEI-3. Aulas fechadas, nas quais as crianças são orientadas a mexerem-se de acordo com determinações também não resolvem a questão, pois, se por um lado, permitem certa mobilidade, por outro, tolhem as iniciativas próprias. A metodologia, os objetivos e a intencionalidade devem estar presentes na prática do educador, mas este deve ter sempre em mente que a criança também é peça viva e ativa na construção de seu conhecimento e não uma tábua rasa onde se constroem aprendizados. O bebê Entender as especificidades de cada etapa da criança é fundamental para uma prática adequada a todas as faixas etárias na escola, pois não há idade em que não se possa desenvolver um bom trabalho, considerando o eixo “movimento”. Segundo Nara, há alguns caminhos que podem ser propostos desde o início da vida extrauterina, que podem ser estimulados, inclusive, no período de gestação, por meio de atividades corporais, como reforço significativo para promover comunicação, bem-estar e saúde dos envolvidos. Nesse contexto, as atividades podem ser educativas, terapêuticas ou artísticas. Todas juntas criam uma interação enriquecedora, pois, quando o enfoque sobre o ser humano é o de uma unidade integrada, o educativo pode ser terapêutico e vice-versa. E os dois podem facilitar a concretização da arte, da emoção, do estado de espírito, da entrega. “Nessa fase da vida, e em todas as outras, o corpo impõe leis que não podem ser ignoradas. Porém, no caso dessa primeira fase, é crucial que se receba a atenção devida para que a criança tenha uma chance maior de se tornar um adulto mais estruturado, em todos os sentidos”, explica a professora. “Quanto menor a criança, mais as atitudes e os procedimentos de cuidados do adulto são de importância fundamental para o trabalho educativo que realiza com ela”, acrescenta o RCNEI-2. Isso porque, para o bebê, a exploração de seu próprio corpo e o contato com o corpo do outro são fundamentais para um primeiro nível de diferenciação do eu e de construção do conhecimento sobre o mundo e sobre o meio em que vive, pois é na fase inicial da vida que o bebê começa a ter consciência do seu corpo, quando ele começa a perceber que não é mais a extensão do corpo da mãe. O mexer dos olhos, o abrir e fechar das mãos, o esticar das pernas, até os movimentos mais complexos, como colocar o pé na boca... cada novo movimento é uma descoberta, que deve ser respeitada e estimulada, seja por intermédio de materiais e brinquedos coloridos, de proposição de desafios, de conversas e até mesmo da criação de espaços que possibilitem esse aprendizado natural. DANÇA Xô, preguiça! Foto: Camila Calicchio | Produção: Cristiane Boneto Ciente dos benef ícios que a dança traz para o corpo, a mente e o aprendizado, comece agora a praticá-la e coloque a criançada para mexer o esqueleto! Entendido o movimento e seus benefícios, é hora de agir! Neste projeto, você vai ver diversas formas de trabalhar o movimento na sua prática diária, transformando esse trabalho em uma divertida brincadeira em que todos podem se divertir e aprender. Solta o som... www.revistaonline.com.br 7 Alimente o que é natural O método GDS, de cadeias musculares e articulares, de autoria de Godelieve Denys-Struyf, propõe a nutrição da estrutura do bebê por meio de atividades que, na opinião e na prática de Nara Vieira, professora e mestre de dança e terapeuta corporal, podem ser dançantes. “A nutrição se dá a partir do momento em que compreendemos que, nesse início, a cadeia neuro-ósteo-articular (introdução ao método GDS) mais evidente é a ânteromediana. Sua função é enrolar o corpo, reforçando a postura fetal na qual somos gerados”, explica. Os movimentos fundamentais, portanto, são de enrolamento. Por exemplo, trazer mãos e pés em direção à boca que, por sua vez, é onde tudo começa e acontece. É natural também explorar outras posturas, como o bebê faz ao nascer, colocando o corpo exatamente ao contrário da posição fetal, acionando a cadeia posterior. Explorar os objetos, o mundo externo, torcer seu corpinho, ficar de barriguinha para baixo, sentar, engatinhar, sair do quadrúpede (apoio sobre mãos e joelhos) para o bípede (apoio dos pés), andar e assim fazer a sua primeira onda do desenvolvimento fazem parte dessa fase. “Se há um ambiente onde tudo isso pode ser vivenciado com muito respeito, tempo e dedicação, por parte dos pais, cuidadores, profissionais, cria-se uma prática composta por uma metodologia na qual todos serão beneficiados. Podemos então fazer a socialização e apreciação do ato de dançar”, contextualiza a professora. A própria alteração dos sinais vitais, como a respiração, o batimento cardíaco e as sensações de prazer e desprazer, pode ser explorada como estímulo. Convidar os pequenos a ouvir, sentir e perceber essas alterações depois de uma ou outra atividade, incentivando-as a expressar o que constatam, também é um trabalho enriquecedor, que visa ao desenvolvimento global da criança. Estímulos sim, ensinamentos não Uma das coisas importantes para observar no trabalho do movimento com as crianças pequenas é que todo o aparato neuromotor delas ainda está em desenvolvimento. Sendo assim, demora um certo tempo para que elas consigam fazer movimentos mais complexos e organizá-los no espaço e no tempo. Por isso, “quando falamos de dança nessa faixa etária, nos referimos muito mais ao fato de a criança começar a perceber ritmos e usá-los para colocar seu corpo em ação no espaço. Então, até três anos de idade, vejo a dança como uma expressão”, explica a fisioterapeuta Prescilliana Straube de Araujo. Para a professora de dança e expressão corporal Francine Ferreira Cepinho, na expressão corporal – que também é conhecida como dança criativa ou dança livre –, o professor deve trabalhar o estímulo ao movimento. Não é preciso ensinar nem forçar, só estimular a criança a mexer o corpo de forma geral, tendo, obviamente, a intencionalidade do desenvolvimento psicomotor. Já na dança, há a codificação do movimento, por meio de passos ensinados e sequências. “Até os sete anos de idade, toda uma organização neurológica e motora da criança está se desenvolvendo para, então, atingir o auge, quando, daí sim, se poderá trabalhar com coisas mais rigorosas, por exemplo, o balé e a ginástica olímpica que, ao meu ver, deveriam começar só a partir dessa idade. Antes disso, esses recursos vão forçar muito o organismo neuromotor”, acrescenta Prescilliana. Ela ainda chama a atenção para o fato de que, dentro desse desenvolvimento motor, não podemos nos esquecer do lado psíquico, que também está se organizando. “Quanto mais sensível for a criança, impor coisas muito rígidas pode colaborar para o endurecimento dela, impedindo-a de se expressar por meio do movimento”, acrescenta. Outra questão é que antes dos cinco anos de idade, a criança tem muita dificuldade em separar o que ela sente do que faz, então, apostar no trabalho de expressão corporal vai ajudá-la a organizar os sentimentos, as emoções e fazer com que ela aprenda, sozinha, formas próprias de expressá-los. Ritmar Foto: Shutterstock 8 Considerando que o trabalho será feito sempre por meio do estímulo, pode-se começar a introdução de ritmos por meio da musicalidade, com a função de dar sentido às ações para as crianças. “São os ritmos que vão fazer com que ela use o corpo e explore melhor os níveis do espaço”, explica Prescilliana. Uma opção é sincronizar as cantigas populares que as crianças adoram com movimentos simples, conforme ensina a fisioterapeuta: “Podemos cantar ‘Atirei o pau no gato’ e, no ‘miau’, a gente agacha ou se joga no chão. A criança acha isso muito engraçado e sente prazer em se expressar diante de uma música ou um determinado ritmo. E, nessa idade, as coisas precisam fazer sentido para ela”. Você também pode propor um desafio de assimilar cada tipo de som a um movimento. Por exemplo, um som alto ou agudo feito com a própria voz serve de comando para ficar na ponta do pé; uma voz intermediária no volume e na entonação faz o corpo ficar no meio; no som grave, a criança pode se jogar ao chão. São desafios que vão se colocando em forma de brincadeiras, de modo a criar significados válidos para os pequenos. Assim, exploram-se várias coisas ao mesmo tempo. Os bebês também vão respondendo aos ritmos que os embalam em redes, balanços ou no colo. Outra sugestão, dada por Prescilliana, é brincar com as batidas de um tambor. Comece a bater no tambor em uma sequência ritmada e estimule a criança a acompanhar com o bater dos pés. Como nessa idade os pequenos agem muito por imitação, movimente-se. Comece a brincadeira e observe a reação da turminha. “Com ritmos simples, pode-se até criar uma coreografia. E as crianças gostam muito dessas coisas de imitar”, destaca. Imitar A imitação é um recurso intrínseco ao desenvolvimento das crianças, desde a imitação de simples gestos, quando ainda são bem pequenas, até a representação de papéis, mais comum quando estão maiores, já com o domínio da fala. Nas palavras do Referencial Curricular Foto: Camila Calicchio | Produção: Cristiane Boneto Nacional para a Educação Infantil, volume 2 (RCNEI-2) “a imitação é resultado da capacidade de a criança observar e aprender com os outros e de seu desejo de se identificar com eles, ser aceita e diferenciar-se. É entendida aqui como reconstrução interna e não meramente uma cópia ou repetição mecânica. As crianças tendem a observar, de início, as ações mais simples e mais próximas à sua compreensão, especialmente aquelas apresentadas por gestos ou cenas atrativas ou por pessoas de seu círculo afetivo. A observação é uma das capacidades humanas que auxiliam as crianças a construírem um processo de diferenciação dos outros e consequentemente sua identidade”. Você pode se valer desse recurso para ampliar as possibilidades de estímulos. “Como sei que eles trabalham muito por observação, eu danço, canto e me mexo o tempo todo nas aulas, vou fazendo movimentos simples, falando e eles vão imitando”, conta Francine. Imitar o amigo também faz parte e acaba sendo uma forma de se relacionar e interagir com o próximo. Segundo a professora de dança, “no imitar o amigo e no imitar a mim, a criança se enxerga, se reconhece”. Mexer o corpo, abrir a mente Nesse imitar, pode-se incluir também o estímulo à imaginação e à criatividade. Que tal propor que todos de repente se transformem em um animal? Vamos andar como um elefante? Como é que a aranha se movimenta? São questões que convidam os pequenos a pensar, criar suas próprias soluções, imitar os outros amigos e outras espécies e, o mais importante, tudo isso com muita diversão. Assim, eles vão se reconhecendo não só em relação aos outros, mas também em relação às outras espécies, diferenciando-se e situando-se no mundo. A professora de dança Francine, que dá essas dicas, não para por aí. Os personagens citados nas letras das músicas ganham vida e entram na aula. “Olha a galinha, vamos expulsar a galinha”, conversa ela enquanto faz os movimentos com o corpo para “expulsar” o animal citado na música, como se ele realmente estivesse ali. “A imaginação é algo certo que trabalhamos com os pequenos”, diz. O lúdico e as expressões corporal e oral Você pode desenvolver o trabalho corporal até durante uma contação de história, por exemplo, ao dar entonações diferentes à voz dos personagens, como fazer um tom grave para o lobo mau. Isso vai trazer emoção à criança e, por meio de uma prática lúdica, ela poderá expressar esse medo, sem ficar apavorada e, assim, vai aprendendo a lidar com esse sentimento. Introduzir o simbólico em uma atividade faz com que a criança vá descobrindo os sentidos, porque os sons têm ressonân- www.revistaonline.com.br 9 Foto: Shutter stock cias dentro do nosso corpo e poder nomear essas sensações vai ajudando a entender o que se passa dentro de si. “E quem está lidando com isso tem que estar muito atento às respostas que a criança dá para perceber se ela está tendo prazer com a atividade, porque hoje é sabido que o prazer favorece o aprendizado”, pondera Prescilliana. As brincadeiras “Siga o Mestre” e “Seu Lobo” são outras formas lúdicas de trabalhar conjuntamente a oralidade e o movimento. Na primeira brincadeira, as crianças são desafiadas a fazer os mesmos movimentos que o “mestre”, que pode ser o professor ou uma criança. A segunda propõe a identificação das partes do corpo, também com movimentos e comandos de voz. Rolar, rodar, brincar com as formas “É a partir da dança natural, criativa, livre, inerente a todos nós que é possível vivenciar situações mais complexas, colocadas gradual e adequadamente, nas quais a dança manifesta sua geometria sagrada, como caminhos onde realizamse espirais, caracóis, túneis, tranças, diagonais, círculos, quadrados, estrelas de variadas pontas. Caminhos onde resgatamos os gestos, fontes primordiais, carregados de psiquismo. Assim a via somatopsíquica equilibra e organiza pensamentos e sentimentos, mais um poder da dança, e isso, para o praticante, é uma terapia”. Com essa afirmação, Nara resume as infinitas possibilidades do corpo e suas conexões mais profundas. O círculo, por exemplo, está presente em todas as etapas da vida. No óvulo da mãe, no útero, a posição fetal, na forma da Terra, na simbologia das alianças. Na educação não é diferente: as rodas de conversa, as rodas de contação de histórias, as brincadeiras de roda... e no trabalho de expressão corporal idem. Com as crianças menores, de um ano e meio, Francine aposta nas brincadei- 10 ras, deixando-as livres para se expressarem por meio do corpo, mas estimulando-as para tal. “É tudo bem livre. Eu coloco a música e deixo as crianças dançarem, mas estimulo os movimentos”. Entre eles, o rolamento, os movimentos em círculos e as brincadeiras e as danças de roda. “Trabalho propondo desafios, por exemplo, vamos dançar em círculos? Aí eles têm de pensar o que é o círculo e criar em cima disso, mesmo que com os menores eu tenha de fazer algumas opções de movimentos”, explica Francine. Nara destaca a importância desses movimentos ao lembrar que, “com as brincadeiras de roda, a criança aprende a apreciar e compartilhar seu universo psicomotor com as suas companhias”. Prescilliana, por sua vez, explica que esses gestos arredondados fazem mais sentido com uma melodia do que com ritmo marcado. “Se você coloca uma música também vai ter um ritmo, mas não tão marcado como o ‘Marcha Soldado’. A criança vai seguir a harmonia da música, que é mais fluida, como o movimento que se está propondo”. A fisioterapeuta também indica o uso de objetos: “o rolar de uma bola engloba todo um fluxo de movimento que a criança pode fazer, um ir e voltar feito uma onda, sempre associando a uma imagem. São coisas que podem ajudar a criança a ampliar o conhecimento dela a respeito do mundo e do espaço”. Durante as atividades, explore os vários níveis do espaço: o chão, o ficar em pé, o plano mais alto. Podemos virar cambalhotas no chão, escalar o vento, esticando os braços para alcançar o ponto mais alto, usar obstáculos para explorar o nível médio... É necessário também considerar o espaço do movimento não só nas aulas planejadas para tal, mas em todos os momentos da rotina escolar, entendendo-o como parte do comportamento humano. Dessa forma, ilustra o RCNEI-3, “um grupo disciplinado não é aquele em que todos se mantêm quietos e calados, mas sim um grupo em que os vários elementos se encontram envolvidos e mobilizados pelas atividades propostas. Os deslocamentos, as conversas e as brincadeiras resultantes desse envolvimento não podem ser entendidos como dispersão ou desordem, e sim como uma manifestação natural das crianças. Compreender o caráter lúdico e expressivo das manifestações da motricidade infantil poderá ajudar o professor a organizar melhor a sua prática, levando em conta as necessidades das crianças”. Além disso, temos de pensar também no espaço físico da escola. Ele deve ser estruturado de forma a permitir que a criança descubra suas potencialidades: amplo, sem barreiras limitadoras, mas com a disponibilidade de materiais que proponham desafios. dança se transforma em arte, um meio de comunicação corporal que extrapola a razão, o intelecto, a explicação, para ser simplesmente um espaço, um ritmo, uma ação que integra todas as estruturas do corpo. Há na dança a constante possibilidade da presença, do agora, da entrega e quem com ela se cria, se desenvolve, sabe que haverá sempre um meio de estar mais feliz e de ter contato ou o resgate direto do espírito livre, tranquilo e feliz de uma criança”, relata Nara. Cabe ao professor ter sensibilidade para perceber e sentir cada gesto, pois, como orienta o RCNEI-1, “os gestos, movimentos corporais, sons produzidos, expressões faciais, as brincadeiras e toda forma de expressão, representação e comunicação devem ser consideradas como fonte de conhecimento para o professor sobre o que a criança já sabe”. Foto: Shutterstock Explore os espaços O eu, o nós A beleza da dança na primeira infância é que, ao mesmo tempo em que ela é uma expressão corporal de cada ser, é também uma expressão cultural. Assim, ela é o espelho da alma ao exteriorizar o que há de mais íntimo na criança, mas, ao mesmo tempo, é a manifestação de uma cultura. “É notório que os membros de uma mesma família têm maneiras similares de andar”, observa Francine, no que a psicóloga Claudia Cabral acrescenta: “não é à toa que a música também é um reflexo da nossa identidade e, nesse sentido, reforça os laços e a cultura familiares”. “As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história. Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos dos homens, constituindo assim uma cultura corporal” contextualiza o texto do RCNEI-3. O corpo fala, e a dança é mais uma prova disso. “É no corpo que tudo acontece, e a dança que nele reside expressa a sua plasticidade, flexibilidade, adaptabilidade e complexidade. Essas propriedades do corpo resultam na expressão individual que contém seus potenciais genéticos, adquiridos e de fachada, e na expressão de um grupo, povo, nação, tradição. Quando tudo isso se junta, a www.revistaonline.com.br 11 Cuidados Muitos interessados em dança foram sucumbidos por práticas equivocadas e inapropriadas. Isso é muito comum na infância. Então, fique atento aos limites e às necessidades de cada criança, buscando o máximo de informação ao desenvolver um trabalho de estímulo corporal com os pequenos. Algumas dicas podem ajudar: Para refletir “É pertinente, sensato, generoso, prudente, urgente, que todos os responsáveis pela educação enfrentem com coragem a deliciosa arte da dança, do movimento expressivo. O papel do professor é tão importante! Uma formação ampla intelectual, porém humana, uma atitude e uma prática corporal também se fazem necessárias para que possamos tratar com mais dignidade e t"QVSFBPCTFSWBÎÍPFBFTDVUBEPRVFBDSJBOÎBUSB[ sensibilidade a dança, a atividade física, o movimento, a nesse processo de expressão corporal. educação do movimento”, convida Nara. A recompensa t3FTQFJUFBTEJGJDVMEBEFTEFDBEBVNQPJTIÈDSJBOças que têm mais facilidade para acompanhar de- por vencer esse desafio, para ela, é que as crianças, em terminado ritmo. Há as que são mais rápidas, e isso seu repertório gestual, nos ensinam o tempo todo e nos pode demonstrar, por exemplo, facilidade em res- remetem a perdas que podemos recuperar. “Com elas, ponder motoramente, porém, uma dificuldade de revivemos um caminho curto, rápido, mas de extrema reflexão; assim como há as que, ao contrário, são importância para todo o resto. Tenho um olhar especial para um querido aluno que chegou para mim aos dois mais lentas. meses de vida, com uma lesão cerebral grave, e hoje, aos t/ÍPGBÎBKVMHBNFOUPTEPRVFÏCPNPVSVJN t&WJUFPFYDFTTPEFFTUÓNVMPTQSJODJQBMNFOUFDPNPT quase três anos, ele me fala por meio de seu corpo, da bebês. A criança se cansa com estímulos excessivos sua dança, o quanto vale a pena investir, acreditar na e, na hora do cansaço, ela se fecha. Além disso, se sabedoria do corpo, na capacidade que temos de criar recebe muitos estímulos, ela não consegue organizá- novos caminhos neurais e acionar uma inteligência los e, consequentemente, não consegue responder maior que nos leva sempre a progredir, prosperar e evobem a eles. luir para nos tornarmos seres humanos melhores. Um t/ÍPUFOUFJNQPSSFHSBTSÓHJEBT exemplo que influencia verdadeiramente”. t/ÍPUSBCBMIFNPWJNFOUPTNVJUPFMBCPSBEPT t&TUJNVMFBTDSJBOÎBTOÍPBTFOTJOF t"UFOUFTF QBSB P UJQP EF EBOÎB QSPQPTUB "WBMJF sempre o que se quer estimular, alimentar, incutir ou sensibilizar. t-FNCSFTFEFRVFBEBOÎBNFTNPRVFTFKBVNBBUJDicas de CDs e vidade lúdica, é um exercício físico com diversos beDVDs para usar nefícios e, como tal, requer cuidados, que podem ser em aula com as orientados por educadores físicos, fisioterapeutas e crianças pediatras. t$PNPTCFCÐTEFDPMPQPEFNPTDPOTJEFSBSDPNPEBOÎB * Grupo Rumo – Álbum Quero passear aqueles movimentos que eles executam ao ouvir uma * Palavra Cantada – CD e DVD Pé com pé música. O importante, portanto, é estimular qualquer * Barbatuques – DVD Corpo do Som ao vivo e movimento que possibilite diversão e desenvolvimento. CD O Seguinte é Esse t5FOUFQFSDFCFSPTFTUJMPTNVTJDBJTQSFGFSJEPTDBMNPTPV * Mawaca – CDs disponíveis para download em agitados, músicas instrumentais ou com letra. www.mawaca.com.br * Chico Buarque – CD Os Saltimbancos Objetivos * Chico Buarque e Edu Lobo – CD O grande cirSegundo o CRNEI, a prática educativa deve se orgaco místico nizar de forma que as crianças desenvolvam as seguin* Produção da Natura – CD Mamãe e Bebê tes capacidades: * Produção da Profª Maria Cristina de Freitas tGBNJMJBSJ[BSTFDPNBJNBHFNEPQSØQSJPDPSQP Bonetti – CD Rodas Brincantes tFYQMPSBSBTQPTTJCJMJEBEFTEFHFTUPTFSJUNPTDPSQPSBJT * DVD Samwaad – Rua do Encontro para expressar-se nas brincadeiras e nas demais situa* DVD Milágrimas ções de interação; * DVD Corpo Vivo – Carrossel das Espécies tEFTMPDBSTF DPN EFTUSF[B QSPHSFTTJWB OP FTQBÎP BP andar, correr, pular, etc., desenvolvendo atitude de Obs.: Os três últimos são do selo Sesc, produzidos por Ivaldo Bertazzo, e são encontrados nas unidades do SESC do Estado de confiança nas próprias capacidades motoras; São Paulo ou na loja virtual www.lojasescsp.org.br. tFYQMPSBSFVUJMJ[BSPTNPWJNFOUPTEFQSFFOTÍPFODBJxe, lançamento, etc., para o uso de objetos diversos. 12 CUIDADOS Conheça os cuidados especiais que devem ser tomados durante a estação mais quente do ano e aproveite os belos dias de sol sem traumas O verão está chegando! É tempo de aproveitar as brincadeiras e as dinãmicas ao ar livre. As temperaturas menos frias viabilizam esse tipo de atividade, assim como as roupas das crianças – mais leves e em menor quantidade – facilitam a locomoção e a movimentação dos pequenos. Mas, assim como no inverno, o verão também exige alguns cuidados especiais. Foto: Camila Calicchio | Produção: Cristiane Boneto É verão! www.revistaonline.com.br 13 Proteção Toda criança, independentemente da idade, deve ser protegida dos raios solares. Até o sexto mês de idade, essa proteção deve ser física, ou seja, por meio de uso de chapéus – que não possuam elásticos nem apertem a criança – e guarda-sóis. Após essa idade, já se pode – e deve – fazer uso de protetores solares com um fator de proteção de, no mínimo, 30. A pediatra com especialização em dermatologia infantil Marice El Achkar Mello orienta a escolha dos produtos desenvolvidos especialmente para crianças e que tenham a coloração branca, pois os coloridos podem causar alergia na pele do bebê, que ainda é muito sensível. “Na praia ou na piscina, o filtro deve ser reaplicado a cada duas horas, independentemente da atividade que a criança venha a fazer”, acrescenta ela, destacando que o mais importante, no entanto, é não expor as crianças ao sol entre as 10 e 16 horas, mesmo com o uso do protetor solar. Como a incidência de insetos também é maior nos períodos quentes, faça uso dos repelentes elétricos nos ambientes internos da escola. Para as áreas externas, se houver necessidade, pode-se fazer uso de repelentes nas crianças com mais de seis meses de idade, desde que o produto seja adequado para a faixa etária. Mas lembre-se: antes de utilizar qualquer produto na pele das crianças, converse com os pais para saber se elas são alérgicas. Hidratação É inevitável o contato constante das crianças com a água. Afinal, quem resiste a refrescar-se em um banho de piscina, de balde ou até mesmo de mangueira? O excesso de água, no entanto, provoca o ressecamento da pele, portanto, após os banhos, passe sempre um pouco de hidratante na pele dos bebês com mais de seis meses. “Para essa idade, os hidratantes devem ter pouca ou nenhuma fragrância e serem de coloração clara”, alerta Marice. Não exagere na quantidade e utilize produtos específicos para crianças. Não utilize óleos, pelo desconforto que causam. Também para evitar o ressecamento da pele, evite os banhos longos e use pouco sabonete. A temperatura da água, independentemente do clima, é sempre próximo à temperatura natural do corpo, ou seja, 36 graus. Foto: Shutterstock Cuidados com a pele Foto: Camila Calicchio | Produção: Cristiane Boneto Pós-piscina O cloro utilizado nas águas de piscina pode fazer mal às crianças que têm alguma alergia de pele, por isso, é importante sempre pedir autorização dos pais para esse tipo de banho. Depois da diversão na água, dê uma chuveirada em cada criança para tirar o cloro e passe hidratante na pele dos pequenos. 14 Brotoejas – também chamadas de miliarias, caracterizam-se pela inflamação nas glândulas do suor. São, portanto, comuns no verão e aparecem nos lugares onde os pequenos mais suam, como no pescoço e nas dobras. “Para evitá-las, devemos deixar as crianças com pouca roupa, de tecidos leves, que permitam a circulação do ar”, orienta Marice. As de algodão são as mais indicadas, ao contrário das de fibras sintéticas, que retêm o calor. Assaduras – são dermatites de pele. Seus principais motivos são a umidade, o abafamento e a contaminação por fungos e bactérias presentes na urina e nas fezes. Para evitá-la, utilize sempre o creme de proteção, mesmo no calor. Há uma lenda de que nos dias mais quentes não se deve usá-lo, pois estaria impedindo a respiração da pele, “mas isso não é verdade”, alerta Marice. Frieiras – no frio, elas podem aparecer porque as crianças ficam muito tempo com o pé fechado, coberto por meias e calçados por tênis ou sapatos. No verão, esses fungos que aparecem entre os dedos também podem marcar presença, uma vez que são oriundos da umidade, que pode ser causada pela transpiração. Para evitar esse incômodo, seque bem os pés das crianças após os banhos e oriente os pais a exporem sempre os calçados dos pequenos ao sol e evitar o uso diário do mesmo calçado. Pano branco – aparece normalmente no cabelo e nas costas, devido à umidade, e pode se espalhar pelo corpo. Marice recomenda que não se use água muito quente no banho, além de não deixar a criança dormir com o cabelo molhado. têm relação direta com o clima. Mas alguns fatores típicos do verão, como a exposição ao sol, que favorece a desidratação, e a exposição ao ar-condicionado, que causa o ressecamento das secreções respiratórias, tornam as vias áreas mais vulneráveis à adesão dos vírus ao tecido respiratório, conforme explica a pneumologista pediátrica Juliana Leite Soares Guedes. Sendo assim, evitar o ar-condicionado em detrimento da abertura de portas e janelas, e manter a criança hidratada é fundamental, mas não se devem esquecer os cuidados corriqueiros, que devem estar presentes durante o ano inteiro, como não compartilhar os objetos pessoais das crianças; orientar os pequenos a lavar bem as mãos antes das refeições, após espirrar, tossir e assoar o nariz; ensiná-las a usar lenços descartáveis; evitar aglomerações de pessoas em locais fechados; manter uma alimentação saudável e balanceada; manter o ambiente bem arejado. Hidratação e dieta balanceada A nutricionista clínica Lais Sassaki reforça, ainda, a importância da ingestão de líquidos e da dieta balanceada e dá a dica aos pais e cuidadores: “deixe sempre próximo às crianças uma garrafinha ou um copinho com água”, ou seja, não espere a criança pedir líquido, ofereça sempre água, sucos e chás gelados. O fato de uma criança pequena pedir líquido já é sinal de desidratação! Além da água, aproveite para oferecer opções diferenciadas de sucos aos maiores de um ano de idade. Uma boa pedida é o mix de frutas sugerido por Lais (confira a receita a seguir). Já para os bebês que estão em fase de desmame, prefira as opções que tenham uma fruta por vez, para que ele sinta o sabor da fruta, e você perceba as preferências de cada uma, sem Foto: Shutterstock Problemas de pele mais comuns no verão Impetigo – infecção causada por bactéria que resulta em feridas com secreções amareladas. Qualquer tipo de ferimento que rompa a barreira da pele expõe a criança a essa infecção, mas no verão as picadas de inseto são as grandes ameaças, uma vez que ela normalmente coça a região picada e acaba se machucando. Como essa infecção é transmissível pelo contato, a criança que estiver com o problema deve ser afastada da escola, pelo menos por 48 horas, enquanto é tratada com medicamentos, sob a orientação de um médico. Cuidados com o corpo Vírus da gripe Os vírus causadores da gripe são transmitidos pelo contato com secreções contaminadas e, portanto, não www.revistaonline.com.br 15 desistir na primeira cara feia que o pequeno fizer, afinal, ele está descobrindo novos sabores, portanto, certa resistência é normal. Nas temperaturas mais quentes, comer algo frio ou gelado também é mais confortável. Aproveite-se disso para oferecer opções saudáveis de lanches e sobremesas, como o milk shake saudável (receita a seguir) e os picolés feitos com suco concentrado de frutas, como caju, uva e manga, sugeridos pela nutricionista Manoela Figueiredo. Na alimentação, abuse dos alimentos “in natura”, como saladas, sejam de verduras ou de legumes crus ou cozidos, e das frutas, sem perder o foco no equilíbrio dos nutrientes necessários nas refeições diárias. Lave sempre bem os alimentos com água filtrada para evitar que a criança tenha diarreia, o que agrava ainda mais o quadro de desidratação. Suco refrescante Por Lais Sassaki Ingredientes: 1 xícara de chá de abacaxi picado 2 xícaras de suco de laranja-lima 1/2 maçã com casca 1 xícara de chá de água filtrada Modo de preparo: Coloque no congelador, em forminhas de gelo, uma xícara de chá de água. Espere endurecer. Desenforme-as e coloque-as no liquidificador juntamente com o suco de laranja, de abacaxi e a maçã. Como as frutas já estão bem doces nessa época do ano, não é necessário acrescentar açúcar. Bata tudo e pronto! Milk Shake saudável Por Manoela Figueiredo Ingredientes: Banana Iogurte ou leite Mel Modo de preparo: Pique a banana e coloque-a no congelador, embrulhada em papel-alumínio. Depois que ela estiver dura, bata-a no liquidificador com um pote de iogurte natural ou leite e uma colherzinha de mel. Digestão Como nessa época do ano os banhos são mais frequentes, vale chamar a atenção para o período necessário entre a refeição e o banho. “Devemos respeitar o período de digestão para não causar dores, náuseas e vômitos. Para isso, intervalos de uma hora e meia a duas horas entre as refeições e os banhos são ideais”, lembra Lais. Foto: Shutterstock Uso de acessórios 16 Usar óculos de sol que não têm lentes adequadas, com proteção contra os raios ultravioleta, como os de plástico, em vez de proteger, pode prejudicar os olhos das crianças. Da mesma forma, cuidado com o uso de pulseiras, anéis e sandálias de plástico que, em contato com o sol, podem machucar os pequenos, além de gerar desconforto. SÍMBOLOS NATALINOS Um Natal para fazer e acontecer Foto: Camila Calicchio | Produção: Cristiane Boneto Aproveite o interesse das crianças pela beleza dos símbolos natalinos para trabalhar as habilidades motoras e sensoriais dos pequenos www.revistaonline.com.br 17 O Natal tem origem em uma crença, e as formas de celebrá-lo – ou não – estão relacionadas às diferentes religiões. Mas entre as crianças pequenas, em especial as que têm até três anos de idade, o Natal tem um significado lúdico, de encantamento e magia. É inevitável que os símbolos, tão evidentes no meio onde vivemos na época do Natal, com todos os apelos visuais que os compõem, não causem curiosidade nos pequenos os quais, por natureza, estão sempre sensíveis e observando tudo que os cercam. “As crianças de três anos já assimilam algumas coisas. Elas já conhecem a figura do Papai Noel, por exemplo, porque o veem na rua, nos comerciais, mas não entendem o significado do Natal”, explica Cristiane de Sousa Carvalho, coordenadora da escola Jardim Nebraska, em São Paulo. E se todos esses elementos causam encantamento e despertam o interesse dos pequenos, por que não utilizálos dentro do espaço escolar, como estímulo ao desenvolvimento infantil? A Escola Nova Geração, localizada em Curitiba (PR), não tem uma preocupação com as datas comemorativas. A linha construtivista que a escola segue a faz trabalhar “dentro de um contexto social”, explica a coordenadora pedagógica, Aluah Bianchi. Mas, quando o tema é trazido para a sala de aula pelas próprias crianças, nada é ignorado, nem proibido. “Tudo que a criança traz é o nosso principal material para a aprendizagem. Além disso, o Natal também tem um contexto social”, destaca Aluah. Essa visão mostra que é possível trabalhar o Natal sem apologias ou desrespeito a qualquer religião, em especial com as crianças pequenas, que se apegam e se interessam pelos objetos em si, pelo concreto e não pelos conceitos ou por significados impostos. Esse trabalho começa com uma conversa franca com os pais, na qual se deve enfatizar a importância e o respeito à diversidade, além do detalhamento de como o tema será trabalhado. Com as crianças nessa faixa etária, um bom caminho pode ser trabalhar os símbolos. Bolas coloridas, botinhas, estrelas e árvores são objetos presentes na simbologia natalina, mas por si só fazem parte do universo infantil. Dessa forma, é possível desenvolver propostas de trabalho a partir deles, mas sem significações. E mais, é possível ampliá-los para uma contextualização social do tema. Uma viagem ao Polo Norte Segundo Aluah, com as crianças menores, o foco são os desafios motores, uma vez que, nessa idade, os pequenos ainda não têm uma relação com o papel, não têm a simbologia. Por isso, a escola oferece um espaço amplo: “as crianças quase não ficam dentro da sala de aula”, conta ela. Desafiada a citar uma possibilidade de trabalhar o Natal, dentro de um contexto social, caso as crianças tragam essa demanda, Aluah sugere: “poderíamos trabalhar o Polo Norte, por meio de uma história. Depois ampliar o 18 trabalho para abordar os animais que vivem lá, as sensações de frio e calor, as roupas...”, exemplifica. Boneco de Neve Esse é um símbolo que deixa claro que o Natal ultrapassa as fronteiras religiosas. A construção do personagem desperta o interesse dos pequenos e, durante o trabalho coletivo, vários elementos podem ser trazidos, como a consciência corporal, a noção de espaço, as habilidades e a coordenação motora. Uma opção é compor o boneco com papel machê, colando a massa em duas bolas de plástico, uma pequena e uma grande, que representarão, respectivamente, a cabeça e o corpo do personagem. Deixe as crianças participarem do preparo da massa, misturando os ingredientes e amassando a mistura. Em seguida, os pequenos também podem ter papel ativo na colagem sobre as bolas. Depois que as peças estiverem secas, convide os pequenos a pintá-las com tintas guache, rolinhos, pincéis ou com as mãos. Durante a atividade o professor pode conversar com os pequenos, questionando-os e sugerindo alternativas: onde vamos colocar os braços? Ele tem perna? E o nariz, como pode ser feito? Que tal com uma cenoura? Estimule a observação do seu próprio corpo, do amiguinho e até mesmo de outras espécies. Outra técnica que pode ser utilizada, e também traz estímulos a cada etapa do fazer, é a “papietagem”, muitas vezes confundida com a técnica do papel machê. Enquanto nesta é feita um massa com papel, cola e água, na papietagem é feito um trabalho de colagem de pedaços de jornal em várias camadas, alternando-se uma camada de papel com uma camada de cola. Normalmente esse processo é feito sobre uma bexiga cheia. Depois que a grossa camada de papel e cola estiver seca, a bexiga é estourada. O próximo passo é montar e decorar o boneco com as formas arredondadas obtidas com o trabalho. Na escola Auri Verde, localizada na zona sul de São Paulo (SP), a identidade e a afetividade foram os eixos temáticos centrais do trabalho desenvolvido a partir da criação de um pinheiro de Natal coletivo. Primeiramente os pais foram convidados a contornarem suas mãos em um pedaço de EVA. Dentro do traço das mãos, eles tinham que escrever uma mensagem para seus filhos. Depois, foi feito o mesmo com as crianças. Cada uma contornou sua própria mão sobre um pedaço grande de EVA, com a ajuda dos professores. Em seguida, os pequenos foram incentivados a falarem uma frase ou palavra que gostariam de dizer aos seus pais. O texto foi escrito pelo professor, que também fez o recorte dos contornos das mãos. “Colocamos as mãos dos pais na base do pinheiro e as das crianças ficaram na parte de cima. Primeiramente, porque as ‘mãos’ dos pais eram maiores e, depois, pelo significado simbólico: os pais como a base dos pequenos, a parte sólida que sustenta a criança, esta, por sua vez, a parte mais frágil, que está em crescimento, assim como uma árvore de verdade”, explica Claudia Salomão, diretora da escola. Outra opção que também trabalha a identidade, além da autoestima, é a construção de uma árvore com fotos das crianças. As fotos podem ser colocadas dentro de círculos coloridos e penduradas em uma árvore de Natal, ou coladas sobre uma base de papelão recortado no formato triangular de um pinheiro natalino. Colcha de retalhos e saberes O projeto Contando e Recontando, desenvolvido na Escola Auri Verde, busca incentivar o gosto pela leitura, levando-a para além dos muros das escolas, de forma a fazer com que essa prática tão rica para o ser humano faça parte, verdadeiramente, de sua vida. “Percebemos que muitos pais não tinham o costume de ler para seus filhos. Então, buscamos uma maneira de levar esse hábito para os lares dos pequenos”, conta Cláudia. Assim, a equipe da escola fez uma caixa de histórias, com livros e pedaços de tecidos. A cada dia, uma criança leva a caixa para a casa. O desafio proposto aos pais é que eles contem uma história para seu filho e, depois, simbolizem no tecido a parte da narrativa de que mais gostaram. Na escola, as crianças são convidadas a contar como foi o momento vivido com os pais. No Natal, as histórias podem ser temáticas. E os retalhos decorados pelos pais juntamente com seus filhos podem formar uma bela colcha para ser exposta na festa de despedida de final do ano. Na Escola Auri Verde o fruto desse projeto ainda teve uma destinação social: fez parte das exposições da ONG Ação Comunitária. Estrela A roda de contação de histórias pode desencadear inúmeros trabalhos. Depois de ouvirem a narrativa, as crianças vão adorar se deparar com a materialização de algum elemento que esteve presente na história. Foi com esse recurso que a Escola Auri Verde realizou a construção coletiva de uma estrela cadente. Em roda de conversa, a história foi contextualizada, e os pequenos conversaram a respeito da narrativa. Depois, puderam ver e tocar uma grande estrela, com cerca de um metro de extensão. A estrela pode ser feita sobre papelão e decorada com tinta guache e gliter. Depois, proponha que os pequenos criem sua própria estrela. Nesse momento, basta oferecer a base e os materiais para que as crianças expressem sua criatividade. Ofereça recursos diferentes, que estimulem o desenvolvimento motor e explore os sentidos. Esponjas, rolinhos, pincéis grandes... deixe que cada criança escolha seus próprios instrumentos, inclusive as mãos. O contato com as diferentes texturas, as temperaturas das tintas, as formas de cada instrumento escolhido já são maneiras de fazer com que a criança explore seus recursos sensoriais e suas habilidades motoras. Cláudia ainda sugere que cada criança leve para casa uma estrela pequena para socializar com a família o trabalho realizado na escola. No retorno do material para o ambiente escolar, ele poderá também fazer parte de uma Árvore de Natal A árvore de Natal tem origem anterior ao próprio Natal. Segundo o Portal Guia dos Curiosos, o povo enfeitava suas casas com palmas verdes nas festas Saturnais, comemoradas na Roma Antiga, no mesmo período em que hoje é celebrado o Natal. No século 11, os cristãos usavam árvores carregadas de frutos para representar o Paraíso em peças religiosas apresentadas nas igrejas. O pinheiro, utilizado hoje como simbologia do Natal, foi a espécie escolhida pelo fato de permanecer verde mesmo no inverno. Tal durabilidade simboliza a vida e a sobrevivência. Mas, ainda de acordo com o Guia dos Curiosos, o pinheiro só passou realmente a fazer parte da tradição cristã graças ao alemão Martinho Lutero, que após andar pela floresta de Riga, na região dos Bálcãs, enfeitou o primeiro deles em 1510. “Encantado com a beleza da árvore iluminada pelo brilho da lua e das estrelas, resolveu levar uma para casa. Para mostrar à sua família como teria sido a noite em que Jesus nasce, iluminou-a com velas para representar as estrelas”, explica o Portal do jornalista Marcelo Duarte. www.revistaonline.com.br Foto: Shutterstock Árvore da vida 19 Livro dos símbolos Na Escola Guaiaúna, os símbolos natalinos vão virar um livro. “Ainda que não queiramos fazer nenhuma referência à religião, optamos em trabalhar os símbolos porque as crianças pequenas não fazem essa relação”, explica a coordenadora da escola, Natália de Carvalho Ferreira. O livro será feito pelas professoras, com papel lumini. Em cada página, elas vão colar o desenho de um símbolo e trabalhar o fazer artístico com diferentes materiais que, pela sua diversidade de texturas, temperaturas, cheiros e consistências, vão aguçando sensações nos pequenos, estimulando-os a descobrir o mundo por meio dos cinco sentidos. Tinta plástica com textura, giz de cera quente e recortes de EVA são alguns dos materiais utilizados. Você ainda pode usar pedaços de esponja vegetal para compor a guirlanda ou a árvore de Natal, algodão e papel camurça para fazer o Papai Noel, massinha para as crianças irem espalhando sobre a figura, entre outras opções. Use a criatividade e estimule sempre os pequenos a estabelecer um contato com o material utilizado, chamando a atenção deles para a exploração de cada elemento. Conceitos subjetivos O trabalho de estímulo à solidariedade, à afetividade, ao relacionamento, ao respeito, entre outros valores, deve estar presente durante todo o ano letivo, e não apenas com a chegada do Natal, por meio das atividades em grupo, dos trabalhos em equipe, do compartilhamento de brinquedos e espaços. Cada roda de conversa, cada brincadeira, cada proposta de trabalho é uma oportunidade para fortalecer esses valores. Na escola Auri Verde, quando um aluno tem alguma atitude que fere esses princípios, o assunto é levado para a roda de conversa. “Expomos a atitude errada do coleguinha a todos, sem mencionar diretamente quem foi, e discutimos se aquela atitude foi ou não errada, por que, qual seria a atitude correta”, relata Claudia. Assim, esses princípios vão sendo colocados diariamente, por meio de situações vivenciadas, e à medida que as próprias crianças expõem suas opiniões, esses valores vão fazendo parte do próprio pensar e agir dos pequenos. Ações solidárias Esse é um bom momento para que a escola adote uma causa solidária. Cristiane, da escola Jardim Nebraska, já está em busca de uma ONG para fazer doação de brinquedos. Esse é um tipo de ação da qual as crianças, mesmo as menores, podem participar. Estimule-as a doar algum de seus brinquedos a um amiguinho que precisa. 20 Na Escola Guaiaúna, o Projeto Doação trabalha a solidariedade e a importância do ato de doar durante todo o ano. No Natal, o projeto é direcionado ao Lar das Mãezinhas, que abriga idosas abandonadas pela família. Uma semana antes do dia da ação, os pais são avisados sobre a visita à instituição e convidados a ajudar, disponibilizando carros para levarem as crianças. “Os pequenos fazem um cartão para darem às senhoras. Durante esse trabalho, destacamos a importância de fazê-lo com carinho, dedicação e capricho. Falamos que não se pode fazer de qualquer jeito”, explica Natália. Então, todos visitam a instituição, fazem as doações enquanto as crianças entregam os cartões, conversam e abraçam as senhoras que têm lucidez. “Já ouvi relatos de senhoras que se emocionam com as visitas das crianças. Quando elas veem os pequenos lá, cheios de vida, elas sentem esperança e têm a certeza de que a vida continua”, acrescenta Natália. A importância de doar não só coisas materiais, mas também o tempo, a dedicação e gestos é destacada em todas as ações sociais organizadas pela escola. Certa vez, as crianças receberam um presente, embrulhado em um belo papel. Quando abriram, era um brinquedo velho ou quebrado. Com isso, as professoras mostraram que temos de doar coisas boas, que gostaríamos de ganhar, e não coisas que já não podem mais ser usadas. Foto: Camila Calicchio | Produção: Cristiane Boneto bela decoração, que poderá ser vista pelos pais e pela comunidade, na festividade de fim de ano. PAPINHA SAUDÁVEL Saudável, sim! Obeso, não! O excesso de peso já atinge cerca de 10% das crianças brasileiras. O índice tem aumentado com o passar dos anos. Para contê-lo, só uma ação conjunta entre sociedade, poder público, escola e família. Saiba como começar a sua parte Foto: Shutterstock B ebês fofinhos, com bochechas proeminentes, são relacionados à imagem de saúde, força e beleza. “É fácil testemunharmos o orgulho materno diante da prole cheia de dobrinhas. Já a mãe que tem um bebê ou criança magra raramente recebe elogios e frequentemente é constrangida e bombardeada por comentários, como se tivesse um filho que se alimenta mal e tem saúde frágil”, afirma Francine Barbosa, nutricionista e diretora da Cuidar e Nutrir – Nutrição Especializada. Estudos recentes mostram que os pais não enxergam a obesidade dos filhos precocemente. Só quando a criança cresce, lá pelos quatro anos de idade, é que o excesso de dobrinhas começa a preocupar, mas aí já pode ser tarde para reverter um quadro de obesidade. Segundo Dráuzio Varella, em texto publicado em seu blog. Tudo começa ainda na barriga da mãe: “Ao redor da 15ª semana da vida fetal, surgem as primeiras células especializadas em armazenar gordura, os adipócitos. No decorrer do primeiro ano de vida, os adipócitos praticamente não se multiplicam, apenas crescem e se enchem de gordura para criar reservas de energia que serão mobilizadas quando a criança começar a andar”. Ainda segundo o texto, “à medida que a criança cresce e se movimenta, esses depósitos serão consumidos gradativamente até atingir os níveis mais baixos aos cinco ou seis anos. As que chegam com excesso de peso a essa idade correm risco de assim permanecer na vida adulta”. A prevenção à obesidade deve, portanto, começar cedo, muito cedo. Já na fase intrauterina, é necessária atenção especial à alimentação. Há estudos que correlacionam a desnutrição do bebê durante a gestação à maior predisposição de acúmulo de gordura na fase adulta da criança. “Essas constatações sugerem que o organismo desses indivíduos disporia de mecanismos diferenciados www.revistaonline.com.br 21 para estocar energia, em resposta à desnutrição vivenciada antes do nascimento”, explica Francine. Por outro lado, o aumento excessivo de peso da gestante também tem influência no ciclo metabólico do feto. De acordo com o texto de Varella, “os estudos mostram que os filhos de mulheres que engordam excessivamente durante a gravidez correm 48% mais riscos de chegar com excesso de peso aos sete anos”. Francine acrescenta: “Dia após dia reunimos mais evidências de que, desde a vida intrauterina, o bebê já pode ser inserido numa trajetória de boa ou má alimentação. Embora tais evidências sejam incipientes, elas já podem reforçar a ideia de que cuidados preventivos em relação ao hábito alimentar da criança devem começar cedo”. O aleitamento materno dá continuidade à nutrição iniciada na vida intrauterina e é mais uma forma de prevenção. Entre as diversas doenças das quais ele protege a criança, está a obesidade. Além disso, o gosto do leite varia de acordo com a alimentação da mãe. A diversidade de sabores reflete na formação do paladar infantil, tornando-o mais receptível a sabores diferenciados. Essa preocupação com a formação do paladar infantil deve permanecer, principalmente, na primeira infância, quando ele ainda está sendo moldado. “Freud disse, há mais de 100 anos, que é durante a infância que se moldam os comportamentos dos futuros adultos. O que os cientistas estão descobrindo atualmente é que, fisicamente, os problemas de saúde dos adultos também têm relação direta com maus hábitos durante a infância”, afirma o nutrólogo Máximo Asinelli. Crianças obesas têm maiores chances de se tornarem adultos obesos e, conforme vão crescendo, as chances de permanecerem obesas também aumentam. A chance de um adolescente obeso permanecer assim, por exemplo, chega a 80%. Segundo Francine, o comportamento alimentar tem suas bases fixadas na infância e é sustentado pelas tradições, crenças e valores que são transmitidos de geração em geração. “Considerar os aspectos psico-socioculturais da alimentação é extremamente importante quando se deseja compreender, de fato, o perfil alimentar de uma pessoa, criança ou grupo. Afinal, não comemos só para matar a fome ou para crescer. Comemos por tantas outras razões e motivações, que transcendem os limites do apetite”. Por isso, é tão importante que a base da alimentação da criança seja muito bem consolidada, nos primeiros anos de vida, por meio da educação nutricional, pois terá papel determinante na formação de hábitos alimentares e na formação do repertório de sabores do indivíduo, com repercussão por toda a vida. Da mesma forma, é fundamental o bom exemplo e os estímulos dados pelos adultos que a rodeiam. E é nessa fase – da primeira infância – que a escola entra como um dos principais atores no processo de educação alimentar, em especial no atual formato social em que vivemos, no qual a participação cada vez maior 22 da mulher no mercado de trabalho faz com que as crianças passem a maior parte do tempo nas instituições de ensino. A família e a escola devem ser parceiras na educação alimentar, mas o aumento do índice da obesidade infantil mostra que algumas – ou muitas – coisas não estão dando certo. Segundo a pesquisa de Orçamentos Familiares 20082009, do IBGE, em 20 anos, a taxa de sobrepeso aumentou 34,8% e 32%, respectivamente, em meninos e meninas entre 5 e 10 anos. No caso da obesidade, o acréscimo foi de 16,6% em meninos e 11,8% em meninas. De acordo com a Sociedade de Pediatria de São Paulo, a obesidade infantil já atinge cerca de 10% das crianças brasileiras. Vários fatores podem estar relacionados ao aumento desse índice, pois a obesidade é uma doença crônica de etiologia multifatorial, que envolve aspectos biológicos, sociais, psicológicos, ambientais, econômicos e genéticos. O Manual de Orientações – Obesidade na Infância e na Adolescência, elaborado pelo departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), resume bem a influência dos aspectos sociais no quadro. “Antes, eram doenças infecciosas a dizimarem populações ou carências nutricionais a depauperarem gerações. Agora, símbolo da sociedade de consumo que impera, transbordam excessos e prosperam demasias a impedirem a vida humana saudável. A obesidade emerge como consequência perversa dessa nova lógica econômica adotada pela civilização. Configura distúrbio que assume prevalência crescente na população, gerando limitações significativas do direito à saúde nas distintas faixas etárias, além de custos orçamentários relevantes para tratamento das comorbidades correlatas. Implica base genética que se expressa por conta de hábitos alimentares incompatíveis com a existência saudável e do sedentarismo vicioso que caracteriza a fase atual da história da humanidade, tão bem definida por Gilberto Freire como a civilização do homem sentado. É o grande desafio dos tempos atuais. Um dos dilemas mais momentosos da saúde pública na modernidade”, diz o documento. Doenças Segundo o nutrólogo Asinelli, a obesidade na infância e adolescência é um importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares na vida futura. “A presença de pelo menos um fator de risco para doenças do coração e vasculares, como pressão alta, colesterol alto, hiperinsulinemia ou aumento do hormônio controlador do açúcar sanguíneo, tem sido observada em 60% das crianças e adolescentes com excesso de peso”, explica. Dentro desse contexto, é cada vez mais comum crianças terem dislipidemia (colesterol e triglicérides altos), hipertensão, diabetes, ansiedade e até mesmo depressão. Crianças e adolescentes obesos enfrentam ainda problemas dermatológicos, como infecção fúngica, estrias, celulite, acne, furunculose; ortopédicos, como problemas posturais, artrites degenerativas; respiratórios, como síndrome da apneia obstrutiva do sono, asma; gastrointestinais, a exemplo de constipação intestinal; sistema nervoso, como problemas psicossociais; entre outros. É por tudo isso que a obesidade é um assunto sério, que deve envolver, em seu combate, a sociedade, o poder público, a família e a escola. Disseminar informações O primeiro passo para mudar o quadro de obesidade das crianças e preveni-lo é a disseminação das informações quanto aos perigos dessa doença, bem como as formas de prevenção e tratamento. Nesse ponto, a escola pode contribuir, realizando palestras e reuniões com especialistas a respeito do tema. A ideia de que as crianças precisam realizar atividades físicas é relativamente nova, pois antes as brincadeiras traziam isso naturalmente. Hoje as ruas residenciais, com grande circulação de veículos, o aumento da sensação de insegurança e todo o aparato tecnológico, que inclui videogame, computadores e televisão, fazem com que os pequenos se movimentem cada vez menos. Cabe à escola, como segunda casa dos pequenos, incluir em sua rotina as atividades físicas. Segundo o Consenso Latino-Americano para Obesidade, as escolas deveriam ter em seu currículo atividades físicas, no mínimo, três vezes por semana. Foto: Shutterstock Foto: Shutterstock Combate ao sedentarismo Educação alimentar em sala Além de ter uma gestão preocupada com a educação alimentar, a escola pode trazer o tema também para a sala de aula, mesmo com as crianças ainda pequenas. Leve diferentes tipos de alimentos para a classe, deixe os pequenos manuseá-los, sentirem os diferentes sabores, texturas e aromas. Segundo o Manual da SBP, é normal que crianças em fase de formação do hábito alimentar não aceitem novos alimentos prontamente. Trata-se da neofobia, isso é, a criança nega-se a experimentar qualquer tipo de alimento desconhecido e que não faça parte de suas preferências alimentares. Mas, quando todos estão juntos, brincando, sem a obrigação de comer, é mais fácil experimentar alimentos desconhecidos. Além disso, a persistência é fundamental. Para que esse comportamento de rejeição modifique-se, é necessário que a criança prove o novo alimento em torno de oito a dez vezes, mesmo que seja em quantidades mínimas. Somente dessa forma, ela conhecerá o sabor do alimento e estabelecerá seu padrão de aceitação. O paladar infantil tem uma predisposição aos alimentos doces e gordurosos, portanto, o paladar poderá fixar-se nesses tipos de alimentos se não houver insistência na oferta de outros sabores. Mas, atenção, pois persistir não significa forçar, por isso, incluir esses alimentos nas brincadeiras torna o processo mais fácil e natural. Quando o bebê ainda é pequeno, é importante também não misturar os alimentos, nem disfarçá-los, para que a criança realmente entre em contato com os diferentes sabores. www.revistaonline.com.br 23 Relação saudável com o alimento ao castigo só reforçaria essa relação, deturpando o real sentido de alimentar-se. Proibir ou não? Há determinações específicas para a introdução de cada alimento, por faixa etária (vide quadro a seguir), mas a proibição nunca é o melhor caminho. Francine orienta a não oferecer mel, amendoim, clara de ovo e chocolate antes do primeiro ano de idade, enquanto peixes e frutos do mar podem estar presentes a partir do oitavo mês, desde que não haja histórico de alergia na família. A adição de açúcar em leites e sucos é contraindicada, e o consumo de alimentos caseiros e naturais deve ser privilegiado em detrimento dos artificiais e industrializados. “Já a proibição do consumo de doces de forma geral é muito particular. Há muitos aspectos, em alimentação infantil, além do aporte calórico, que devem ser levados em consideração. O que é proibido mesmo, em qualquer fase da vida, são os excessos”, acrescenta a nutricionista. Foto: Shutterstock O alimento jamais deve estar relacionado à punição nem à recompensa. A hora da refeição deve ser um momento calmo, tranquilo, de união. Um ambiente agradável, limpo, bem arejado, com disposição de pratos bem apresentados e diversidade de cores, cria um clima propício para uma boa alimentação e já é o suficiente para que a criança associe o comer a um momento prazeroso. Da mesma forma, não se deve relacionar nenhum tipo de alimento – principalmente doces, refrigerantes e outras opções menos saudáveis – a uma maneira de recompensar ou parabenizar a criança. Afinal, não queremos que eles achem que esses alimentos são ótimos, não é? Além disso, a obesidade já tem relações com fatores psicológicos, como explica a nutricionista da GraniAmici, Mariana Pizzoccaro: “Muitas crianças, assim como adultos, ‘descontam’ sua ansiedade e nervosismo na alimentação. Aquelas que sofrem problemas na escola ou na família tendem a consumir alimentos mais calóricos”. Associar o alimento à recompensa ou Como introduzir os alimentos na dieta infantil Até o 6° mês – se possível, apenas leite materno. Do 6° ao 7° mês – primeira papa salgada, ovo e suco de fruta. Do 7° ao 8° mês – segunda papa salgada. Do 9° ao 11° mês – gradativamente passar para a comida do adulto, desde que adequada. A partir do 12° mês – comida dos adultos. Fonte: Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pedriatria. t.BOUFOIBBSPUJOBEFDJODPPVTFJTSFGFJÎÜFTEJÈSJBTFN pequenas quantidades, com intervalos de três horas entre t/ÍPBDSFTDFOUFBÎÞDBSPVMFJUFOBTQBQBTOBUFOUBelas. Pular refeições pode aumentar o apetite na próxima. tiva de melhorar a sua aceitação, pois podem prejudicar t 3FTFSWF VN UFNQP BEFRVBEP FN UPSOP EF VNB a adaptação da criança às modificações de sabor e conhora, para as refeições, orientando os pequenos a mastisistência das dietas. gar bastante e devagar cada colherada de comida. t0GFSFÎBQBQBTDPNWBSJBÎÜFTEFUFYUVSBTFUFNQFt0SJFOUFPTQBJTBGB[FSTVBTSFGFJÎÜFTDPNPTmMIPT raturas. à mesa, longe de televisão, videogame ou computador. t&TUJNVMFPDPOTVNPEFÈHVBQPUÈWFM t*ODFOUJWFPDPOTVNPEFGSVUBTWFSEVSBTFMFHVNFT t0GFSFÎBOPNÈYJNPNMQPSEJBEFTVDPTOBUVt$PNCBUBPTFEFOUBSJTNPJODFOUJWBOEPBTCSJODBrais após as refeições principais. deiras ao ar livre. t&TUJNVMFPDPOTVNPEFMFJUFFNNÏEJBNMQPS t0SJFOUFPTQBJTBMJNJUBSPUFNQPHBTUPEJBOUFEB dia), assim como de seus derivados, visando à boa oferta TV, do videogame e do computador. de cálcio, no segundo ano de vida. t0GFSFÎBGSVUBTFMFHVNFTDPNDBTDBQBSBBVNFOUBS t 5FOIB DVJEBEP DPN B QSPJCJÎÍP EF BMJNFOUPT o B o consumo de fibras. t/ÍPDPFPTTVDPTOBUVSBJTFQSFGJSBTFNQSFBMJmelhor maneira de controlar a ingestão de alimentos é mentos integrais. determinar a porção a ser servida. O que pode e o que não pode 24 Receitas: Papa de aipim, abobrinha e carne moída Papa de jerimum, macaxeira e carne Ingredientes: 2 colheres (sopa) de carne de vaca magra moída 1 colher (sobremesa) de óleo de soja 1 colher (chá) de cebola ralada 2 pedaços médios de aipim, também conhecido como mandioca ou macaxeira (140g) 1 abobrinha pequena 1 folha de couve picadinha 1 colher (café) rasa de sal 2 copos de água Ingredientes: 2 colheres (sopa) de carne magra de boi moída 1 colher (sopa) de feijão (grão e caldo) 2 colheres (chá) de óleo de soja 1 colher (chá) de cebola 1/2 pedaço de alho 1 colher (chá) de pimentão verde 1 fatia grande de jerimum, também conhecido como abóbora/moranga 1 colher (café) de sal 1 1/2 copo de água Modo de preparo: Em uma panela, aqueça o óleo para refogar a cebola e a carne moída. Acrescente a mandioca précozida, a abobrinha picadinha, a couve, o sal e a água. Deixe cozinhar tudo até que os ingredientes estejam macios e quase sem água. Amasse com o garfo e ofereça à criança. Modo de preparo: Em uma panela, aqueça o óleo e refogue a cebola, o alho e a carne moída. Acrescente o pimentão, a abóbora, o sal e a água. Deixe cozinhar até que os ingredientes estejam macios e quase sem água. Coloque no prato o feijão cozido e os demais alimentos. Amasse com o garfo e ofereça à criança. Obs.: Confira essas e outras refeições no Manual de Orientação – Alimentação do lactente, préescolar, escolar, adolescente e na escola, elaborado pelo departamento de Nutrologia da SBP, disponível para donwload em www.sbp.com.br/img/manuais/manual_alim_dc_nutrologia.pdf. No site da SBP você encontra ainda outros manuais sobre alimentação. Não ofereça sobremesas lácteas logo após as refeições. Espere pelo menos uma hora, pois o cálcio contido nessas sobremesas interage com o ferro consumido na refeição, prejudicando a absorção de ambos. Pirâmide dos alimentos Para crianças de 6 a 11 meses (850 Kcal): Pães e cereais: 3 porções Verduras e legumes: 3 porções Frutas: 3 porções Leguminosas: 1 porção Carnes e ovos: 2 porções Leite e produtos lácteos: 3 porções Açúcar e doces: 0 porção Óleo e gorduras: 2 porções Para crianças de 12 a 36 meses (1300 Kcal): Pães e cereais: 5 porções Verduras e legumes: 3 porções Frutas: 4 porções Leguminosas: 1 porção Carnes e ovos: 2 porções Leite e produtos lácteos: 3 porções Açúcar e doces: 1 porção Óleo e gorduras: 2 porções Obs.: No Manual da SBP, fonte dessas informações, você encontra as medidas de cada porção, bem como sugestões de cardápio de acordo com a faixa etária. www.revistaonline.com.br 25 Instruções básicas para o preparo da papa salgada Segundo a SBP, as misturas devem conter: Cereal ou tubérculo Leguminosa Proteína animal Hortaliças Arroz Feijão Carne de boi Verduras Milho Soja Vísceras Legumes Macarrão Ervilha Frango Batata Lentilha Ovos Mandioca Grão-de-bico Peixe Inhame Cará Educação nutricional Foto: Shutterstock “O papel da escola se ampliou, ganhando nova configuração como espaço privilegiado para disseminação de práticas favoráveis à alimentação e à promoção da saúde. O que a escola faz, diz e valoriza representa para a criança um exemplo contundente daquilo que a sociedade quer e aprova. A escola e a sala de aula são terrenos especialmente férteis para a educação, em todos os sentidos, inclusive nutricional”, acredita Francine. Segundo a profissional, é possível que a escola seja um grande agente de educação nutricional, quando se posiciona de forma responsável e crítica frente aos males provocados pela alimentação desequilibrada e encara ações de educação nutricional como investimento e não apenas como custo. Assim, a elaboração de um cardápio balanceado, preparado de forma adequada, o acompanhamento e a orientação nutricionais deveriam fazer parte da rotina escolar. “Leis de Escudero” na alimentação Conheça as Leis Fundamentais da Alimentação, criadas pelo médico argentino Pedro Escudero, em 1937: 1ª Lei - Quantidade: os alimentos devem ser oferecidos em quantidades suficientes para cobrir as exigências energéticas do organismo e manter em equilíbrio o seu balanço. 2ª Lei – Qualidade: as refeições devem contemplar todos os nutrientes que devem ser ingeridos diariamente. 3ª Lei - Harmonia: quantidades dos diversos nutrientes que integram a alimentação devem guardar uma relação de proporção entre si. 4ª Lei - Adequação: a alimentação deve ser adequada a cada organismo. 26 ENTREVISTA pesso rquivo F oto: a As crianças muito pequenas não falam. Mesmo quando já esboçam palavras e frases, elas têm dificuldade em se expressar por meio de uma linguagem oral formal. Em contrapartida, elas “falam” muito e doamse sem filtros a quem tem sensibilidade para ouvi-las. É o que ensina a doutora em educação e currículo pela PUC Maria Alice Proença, ao contar a Projetos Escolares Creche um pouco de sua pesquisa feita nas 40 escolas de Educação Infantil da cidade de Reggio Emília, na Itália, conhecida mundialmente por suas abordagens inovadoras no sistema educacional. Citando Lóris Malaguzzi — que define as cem linguagens expressivas como sendo os canais de expressão e comunicação das crianças quando estas encontram adultos que estejam disponíveis e atentos para validá-las —, ela mostra a importância de o educador “aprender a aprender” na relação pedagógica. Mestre em Didática, historiadora e assessora pedagógica da rede particular de São Paulo, Alice mostra também como a experiência italiana enxerga a infância e o que ela tem a nos ensinar. Alice é ainda formadora de gestores do Rede em Rede da SMESP, formadora de professores do PRISMA e membro da Aliança pela Infância. al Cem linguagens, infinitas possibilidades www.revistaonline.com.br 27 Projetos Escolares Creche — Quais os princípios que norteiam a abordagem italiana na Educação Infantil, com base nas escolas de Reggio Emília? Maria Alice Proença — A abordagem italiana para a Educação Infantil está baseada na concepção de que a criança tem potência e competência para se apropriar do mundo que a cerca, não só como produtora, mas também como consumidora de cultura. A partir dessa crença, baseia a sua proposta educacional em três grandes princípios: nas relações humanas, éticas e estéticas entre todos os envolvidos no processo educacional e na cultura local, possibilitando um intenso diálogo cooperativo; na documentação das práticas pedagógicas como matéria-prima para a reflexão e o planejamento do que as crianças querem, de fato, aprender; e a projetação como caminho metodológico para a construção de conhecimentos compartilhados no grupo. O articulador da abordagem foi Lóris Malaguzzi, que a definiu não como um método, mas uma maneira “simplesmente complexa” de lidar com a aprendizagem na primeira infância. infância que são seus canais de expressão e comunicação quando encontram adultos que estejam disponíveis e atentos para validá-las. Em segundo lugar, a importância de conhecer o desenvolvimento infantil a fim de promover situações adequadas à aprendizagem, pois cabe ao adulto fazer a ‘leitura’ do que as crianças querem dizer por meio das linguagens, em especial a corporal e a lúdica. Em terceiro, valorizar o papel do grupo na construção do conhecimento, fortalecendo parcerias entre professores e funcionários da escola, as famílias e a comunidade na qual a instituição está inserida, somando experiências diversificadas a serem compartilhadas com as crianças. P.E.C. — Quais as principais diferenças entre a abordagem italiana e a brasileira? M.A.P. — Acredito que a diferença mais significativa esteja no tempo de vida da experiência reggiana, que data do fim da Segunda Guerra Mundial, quando as mães, a maioria viúvas, se unem para construir uma escola para seus filhos, tendo Malaguzzi como o autor do projeto pedagógico e filosófico da região da Emília Romana (norte da Itália). Tal projeto está pautado no diálogo e no trabalho de grupo, sob controle municipal e do Reggio Children — organização fundada na década de 1990 para manutenção e socialização da proposta de Malaguzzi. A Educação Infantil brasileira, vista como primeira etapa da educação básica, é bem mais recente (pós-Lei de Diretrizes e Bases nº 9294-96). Surgiu com caráter assistencialista e, atualmente, lida com grandes desafios para integrar o binômio cuidar e educar como objetivo central do trabalho realizado, não só na rede pública, mas também na particular. Além disso, temos uma diferença regional entre os diversos estados brasileiros diante da imensidão de nosso território, o que não deixa de ser um fator que dificulta um diálogo único, como o desenvolvido por Malaguzzi em Reggio Emília: uma cultura da infância validada por múltiplos olhares. P.E.C. — O que de mais urgente devemos e podemos aprender com essa experiência? M.A.P. — Em primeiro lugar, ter um respeito enorme pela criança, que pode ser ouvida e observada em toda a plenitude da infância, em um ambiente acolhedor, que possibilite a vivência de experiências significativas por meio das cem linguagens expressivas destacadas por Malaguzzi: corpo, música, arte, literatura, tempos e espaços da infância ... as cem linguagens da 28 Foto: Shutterstock P.E.C. — Há alguma(s) semelhança(s) com as práticas brasileiras? M.A.P. — Eu diria que depende da instituição escolar que a criança frequenta, pois temos no Brasil tanto experiências respeitosas e promotoras de avanços, quanto as que aceleram o desenvolvimento infantil, preocupando-se exclusivamente com a alfabetização precoce em detrimento do brincar — canal genuíno para a criança aprender a seu tempo e de acordo com os seus interesses e necessidades. É fundamental, nos primeiros anos da infância, que a criança tenha assegurados seus direitos de respostas às suas curiosidades, dúvidas e questionamentos, que são muitos; dessa forma, sente-se respaldada para se arriscar na aventura de conhecer a si e ao mundo a que pertence, tornando-se uma cidadã participativa na vida da comunidade. Essa postura diante da infância é uma marca singular na abordagem italiana, distinguindo-a das demais práticas para a Educação Infantil. P.E.C. — Você acredita que podemos e precisamos mudar a forma como atuamos na Educação Infantil no Brasil? M.A.P. — Com certeza! As crianças têm o direito a viver a infância a seu tempo e a seu modo, como a abordagem italiana para a Educação Infantil mostra ser possível e adequado. É preciso repensar valores, princípios norteadores e formas de atuar à luz da nossa cultura para promover avanços e ajustes necessários. P.E.C. — O que é preciso para tal? M.A.P. — Para mudar o cenário atual, é fundamental ter um olhar atento à nossa cultura a fim de promover situações de aprendizagem cada vez mais contextualizadas, que explorem a nossa realidade, a natureza que rodeia o espaço da escola, as características de um país tropical como o nosso, a riqueza da flora e da fauna das diversas regiões brasileiras, e a diversidade cultural que identifica a nossa cultura, consolidando uma parceria com as famílias das crianças: uma ciranda formativa que se abre para trocar pontos de vista por uma infância saudável. P.E.C. — Você citou as cem linguagens da infância. As múltiplas linguagens são, então, peças fundamentais para a construção de uma educação eficiente? M.A.P. — Se partirmos do princípio de que cada sujeito é único e tem diferentes canais para se expressar e se comunicar, linguagens diversificadas para ‘ler’, compreender e intervir na realidade, com certeza um currículo pautado na multiplicidade e na riqueza da diversidade será essencial à promoção das aprendizagens significativas para todos que façam parte da instituição. Como dizia Paulo Freire, ensinar e aprender são ingredientes indissociáveis da relação pedagógica; portanto, educadores compromissados com a aprendizagem de seu grupo aprendem enquanto ensinam e vice-versa, à medida que exploram possibilidades diversificadas para construir um currículo em ação. Nessa perspectiva, a aprendizagem decorre de uma relação interativa entre sujeitos, em sucessivas idas e vindas ao redor dos objetos do conhecimento, que oportunizem a sua apropriação; portanto, as múltiplas linguagens expressivas só podem enriquecer o repertório de atuação dos educadores e de seu grupo. P.E.C.: — Como você as caracteriza? Qual o papel delas na vida da criança? M.A.P.: — As múltiplas linguagens são caminhos de expressão e comunicação das crianças, em especial na Educação Infantil. Os bebês, que ainda não falam de maneira convencional, usam recursos sofisticados para se comunicar: gestos, sons, reações corporais, choro e muita brincadeira. Aos dois anos, por exemplo, quando a criança ingressa no mundo simbólico das palavras, usa a imitação e a representação de um objeto no lugar de outro numa tentativa de compreender o mundo e se posicionar diante de determinados episódios que afetam o seu dia a dia. Lembro-me, por exemplo, de uma menina brincar com uma boneca que carregava, amorosa e cuidadosamente, de um lado para o outro do pátio de uma escola; de repente, ela jogava a boneca no chão. Isso, durante uma fase em que lidava com a chegada de um bebê em sua casa. A música é outro exemplo da importância das linguagens expressivas para a evolução saudável dos bebês. Ela possibilita um diálogo sonoro entre adultos e crianças, e entre as próprias crianças de um grupo. P.E.C.: — Poderia dar outros exemplos? M.A.P.: — Com um potinho de iogurte na mão após o lanche, um bebê e sua educadora vivenciavam trocas interativas, dando prazer e alegria aos envolvidos na comunicação. A educadora responde às batidas da criança no chão, com os potinhos de iogurte, como se fosse um diálogo verbal, alimentado pelas trocas de olhares e sorrisos diante da ‘conversa’ que se criou. Os desenhos das crianças também cumprem a função de registrar suas marcas no mundo. Nessa concepção, as linguagens dialogam entre si. Podem tanto ser focadas isoladamente ou terem caráter de interdependência na composição e no enriquecimento dos projetos interdisciplinares desenvolvidos na abordagem italiana para a Educação Infantil. P.E.C.: — As garatujas feitas por crianças de 0 a 3 anos têm formas e significados universais? M.A.P.: — A arte, considerada como uma linguagem expressiva, possibilita a construção de conhecimentos significativos para as crianças, desde seus primeiros www.revistaonline.com.br 29 meses de vida. O bebê, quando começa a engatinhar, já deixa marcas, seus primeiros registros, pelo espaço que explora — no chão e nas paredes — encantandose com o prazer que o movimento lhe dá: pura exploração, uma brincadeira que se repete e, pouco a pouco, começa a ganhar um sentido. Um risco, um traço, novelos e arabescos que se formam, quer sejam no ar, na parede, no corpo, na areia, na terra, na mesa, no papel: surgem as garatujas, como a primeira forma de escrita da criança. Rhoda Kellog, pesquisadora norte-americana, estudou a evolução das garatujas infantis, criando categorias para observação e análise. Na faixa etária de 0 a 3 anos, o que importa para a criança é o prazer do movimento, de seus registros exploratórios, as marcas que ela deixa no espaço que ocupa ao se expressar de diferentes modos e linguagens. Suas garatujas se tornam cada vez mais complexas, ganham cores, exploram o espaço e criam esquemas sofisticados para representar bonecos e figuras humanas, contando a história pessoal e de sua família. Foto: Shutterstock P.E.C. — Há diferença de benefícios de acordo com cada linguagem, por exemplo, música, dança, arte...? M.A.P. — Cada criança é única e se identifica com uma das linguagens expressivas para comunicar seus pensamentos, desejos, conflitos; portanto, beneficia-se da linguagem com a qual se identifica e se percebe como usuária competente. 30 P.E.C. — O professor precisa ser artista para trabalhar essas linguagens com as crianças? M.A.P. — Não especificamente. Mas precisa ter a sensibilidade de um artista para pesquisar imagens e possibilidades de ampliação do universo cultural da criança, ao mesmo tempo em que enriquece o seu repertório pessoal de atuação, vislumbrando caminhos para fazer proposições cada vez mais promotoras de aprendizagens significativas para seu grupo. P.E.C. — Poderia citar alguns exemplos de projetos já realizados ou vistos por você, que mostrem o trabalho das múltiplas linguagens com crianças de 0 a 3 anos? M.A.P. — Para ilustrar o valor das linguagens expressivas como caminhos genuínos para a criança construir conhecimento, cito um projeto que acompanhei, desenvolvido com um grupo de crianças entre 2 e 3 anos. No início do ano, no período de adaptação à escola, algumas crianças se mostraram interessadas por algumas bolas que rolavam no pátio. A professora, que observava e registrava atentamente pistas para a construção de seu projeto, apostou em um, que chamou de “Muita bola vai rolar”. Em uma roda de conversa inicial, pediu às crianças que trouxessem bolas que tivessem em suas casas, pois seria uma forma de mobilizar as famílias com o trabalho que seria feito. Várias experiências foram organizadas a partir do material que chegou à escola, levando as professoras a optarem pela exploração dos diferentes tipos de jogos com bolas: boliche, tênis, golfe, futebol, bola de gude, entre outros. Cada um deles foi devidamente caracterizado, os materiais necessários foram elaborados pelas crianças, que participaram de partidas e muitas brincadeiras com um prazer enorme. Campo de futebol de botão, garrafas de boliche em variadas cores, raquetes de tênis, um CD com hinos de futebol e muito mais rechearam o baú de brinquedos que o grupo levou para casa no fim do ano, além de troféus e muitas medalhas. Mas, com certeza, o maior dos prêmios foi o fortalecimento do grupo e a construção de aprendizagens compartilhadas com sentido! ARTIGO Literatura, alimento para a mente “Há livros de que apenas é preciso provar, outros que têm de se devorar, outros, enfim, mas são poucos, que se tornam indispensáveis, por assim dizer, mastigar e digerir” (Francis Bacon) Por Vera Lúcia Pereira dos Santos “Fome de pão, fome de livro” é o título de uma crônica de Rachel de Queiroz, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, que focaliza um programa do governo brasileiro de combate à fome – fome de pão. A autora elogiou essa iniciativa e acrescentou a essa carência a fome espiritual do brasileiro, constatada por pesquisas que indicavam o baixo índice de leitura no Brasil – fome de livro. Para Rachel, ler é alimento imprescindível para a mente e completaria a nutrição do povo. A crônica, que serviu de mote para este nosso diálogo sobre literatura, traduz a máxima: “mente sã, corpo são”, herança dos clássicos. Nossa missão como professores é saciar a fome espiritual, propiciando o conhecimento da arte de criar e recriar textos e despertar o prazer da leitura. Professores são nutricionistas da mente ao fornecer o acesso a ideias e pensamentos que nortearão ações. Literatura não deve ser tratada, em primeira instância, como matéria didática que se ministra em minutos cronometrados pela duração de uma aula, ou várias, à que se subordina leitura obrigatória de livros. É preciso despertar o gosto pela leitura desde as primeiras letras, colocando a criança em contato físico com livros de ficção, convidando-a a manusear, olhar, escolher. Depois se pede que abra alguns e observe suas imagens e letras. O educador lê alguns trechos que despertarão naturalmente a curiosidade de saber mais detalhes sobre personagens e história. Essa iniciação deve ser recreativa e direcionada ao grau de maturidade do aluno. Com as novas tecnologias virtuais, é voz corrente que o livro impresso perdeu um grande espaço na formação de jovens. Há testemunhos desanimadores como o de um filho de bilionário que declarou a uma revista de grande circulação nunca ter lido um livro inteiro na vida e, mesmo assim, ter entrado em uma boa faculdade. Foi aprovado lendo resumos na internet. Ao mesmo tempo, é reconfortante ler uma reportagem (Veja, 18 de maio de 2011, p. 98 e segs.) sobre o prazer que a geração atual de jovens descobre ao ler livros. Best-sellers, filmes da saga Crepúsculo e da série Harry Potter servem de ponto de partida para eles chegarem aos clássicos, segundo vários depoimentos de pessoas que afirmam ler por deleite, fruição, e não por obrigação. Um livro puxa outro e prepara para o seguinte. Esses exemplos podem ancorar nosso papel, como formadores de cidadãos conscientes de sua função social. Os benefícios da leitura ultrapassam o currículo da escola, mas são germinados por ela. E, para encerrar esse breve contato, nada mais procedente que “ouvir” o artífice da palavra, Castro Alves: “Oh! Bendito o que semeia / Livros, livros à mancheias / E manda o povo pensar. / O livro caindo n’alma / É germe que faz a palma / É chuva que faz o mar”. * Vera Lúcia Pereira dos Santos é Doutora em Linguística e em Língua Portuguesa e dá suporte pedagógico de Língua Portuguesa para o Agora Sistema de Ensino (www.souagora.com.br), da Editora Saraiva. Foto: Arquiv o Pessoal www.revistaonline.com.br 31 Arte e Memória Com o objetivo de integrar interdisciplinarmente as áreas do conhecimento para debater a produção envolvendo arte, gênero e memória na pesquisa e no ensino em todos os níveis de escolaridade, o Instituto Arte na Escola realiza o III Simpósio Internacional Gênero Arte e Memória, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, no período de 28 a 30 de novembro. Onde: Centro de Artes UFPEL - Rua Alberto Rosa, 62 Quando: de 28 a 30 de novembro Mais informações: (53) 3284-5512, pelo e-mail cxadepando- [email protected] ou pelo site http://paeufpel.blogspot.com/ Retratos de bebês Até o dia 6 de novembro o Museu Paulista da USP sedia a mostra Nossos Pequeninos – Retratos de bebês entre 1860 e 1940. Cerca de 250 imagens, de 15 coleções diferentes, dão um panorama do estilo fotográfico por meio de um recorte da família, pelo qual é possível verificar como os bebês eram fotografados nos séculos 19 e 20. A mostra é organizada pela supervisora do serviço de documentação do museu, Shirley Ribeiro, e pelo museólogo Ricardo Bogus. Onde: Museu Paulista da USP – Parque da Independência, s/nº, Ipiranga Quando: até 6 de novembro Horário: de terça a domingo, das 9h às 17h Mais informações: (11) 2065-8000/ 8026 Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Todo primeiro domingo do mês a entrada é gratuita. Histórias e panos Por meio de contação de histórias, teatro, circo e oficinas de trabalhos manuais, o projeto Fazendo Arte na Biblioteca leva atividades lúdico-pedagógicas para adultos e crianças. A cada mês, uma nova proposta a partir de um tema específico. No último encontro, realizado no dia 24 de setembro, Selma Crepaldi comandou o História e Panos, no qual os participantes eram convidados a confeccionar um boneco de pano juntamente com um cenário de retalhos para todos brincarem, a partir de uma história. Os próximos eventos, todos gratuitos, estão marcados para os dias 22 de outubro e 26 de novembro, das 10h30 às 12h. 32 Onde: Espaço Sapucaia – Biblioteca UMAPAZ e Aliança – Av. Quarto Centenário, 1268 portão 7A, Parque Ibirapuera Quando: 22 de outubro e 26 de novembro Horário: das 10h30 às 12h Mais informações e inscrições: www.aliancapelainfancia.org.br XII Congresso Internacional de Brinquedotecas De 11 a 15 de outubro, a Associação Brasileira de Brinquedotecas (ABBri), filiada à International Toy Libraries Association (ITLA), traz pela primeira vez à América o XII Congresso Internacional de Brinquedotecas. O objetivo é propor, a todos os profissionais que atuam direta ou indiretamente nesses espaços, reflexões sobre a trajetória das brinquedotecas, analisando os caminhos, as conquistas e os desafios que envolvem o tema, a fim de preservar sua essencial contribuição ao brincar e ao entendimento e valorização da importância desse ato para as crianças. O tema é debatido internacionalmente, permitindo o intercâmbio de informações e práticas e contribuindo para o aperfeiçoamento desses espaços. Onde: Fundação Memorial da América Latina – Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda – São Paulo/SP Quando: de 11 a 15 de outubro Horário: variável de acordo com a programação do dia Mais informações e inscrições: www.acquaviva.com.br/ sisconev Educacuca A Livraria da Vila sedia o projeto Educacuca, que promove encontros culturais monitorados por uma equipe multidisciplinar. Utilizando-se de uma conceituada proposta metodológica, aplicadas nas melhores escolas americanas e inglesas, o projeto oferece uma vivência mágica e cheia de conteúdo entre adulto e criança. Crianças a partir de 3 meses de idade até 2 anos e meio podem participar. Para que a proposta atenda às necessidades das diferentes faixas etárias, as crianças são organizadas em três grupos: observadores (de 3 a 9 meses), curiosos (de 7 a 18 meses) e exploradores (de 11 a 30 meses). Para saber em qual grupo a criança ficará, é feita uma avaliação inicial, aplicada por um profissional qualificado. Onde: Unidade Jardins – Alameda Lorena, 1731 e Unidade Vila Madalena – R. Fradique Coutinho, 915 Quando: terças e quintas (Jardins) e quartas (Vila Madalena) Horário: das 10h30 às 16h30 (os horários variam de acordo com a faixa etária) Mais informações e inscrições: www.educacuca.com.br ou pelo tel. (11) 2537-7214. Fotos: Divulgação s e d a id v o n e d o h n ti n a C CRÔNICA O mágico, o sábio, o rei e o prazer Em palavras parece tudo muito simples, mas só quem vive diariamente a educação sabe a dificuldade de dar conta de tudo isso. Cuidar de cada um com carinho e ainda lidar com o conflito entre o tempo da criança e o tempo do relógio. Por isso, para ser educador da infância, é preciso ser um pouco de tudo. Um pouco médico, um pouco psicólogo, um pouco mestre-cuca, um pouco artista, um pouco palhaço. Ter um pouco de mágico, um pouco de sábio e um pouco de rei. Além de ter no coração o prazer de quem educa. Com certeza é no prazer que se encontra a magia de educar. Como a flauta encantada, quem educa com prazer toca a alma de todos e traz para perto seguidores e admiradores. Mas, de verdade, o que mais me admira no educador da infância é que, mesmo diante de toda dificuldade do fazer, de toda batalha para ser respeitado e compreendido, ainda assim, ele encontra tempo para sonhar e para sorrir! Foto: arquivo pessoal S empre me pergunto qual lugar destinam aos educadores as publicações que falam sobre educação. Falamos de crianças, de experiências, de conteúdos... Mas nada disso seria possível sem o educador. Falamos sobre aprendizagem e esquecemos que, principalmente na educação de crianças de 0 a 3, o educador é peça fundamental para que esta aconteça. Não que ele seja dotado de todo conhecimento, mas é ele que cria as oportunidades de aprendizado. É no espaço da escola que a criança sai do seio familiar e interage com o mundo vivenciando novas experiências sem a interferência da família. Estudos recentes sobre como aprendem os pequenos mostram que é por meio dos sentidos que o cérebro recebe, registra e acumula informações para tornarem-se conhecimento. Você já parou para pensar a quantidade de novas informações que recebe um bebê quando sai de sua casa e chega aos nossos braços trazidos pela mãe? Esses estudos também afirmam que as primeiras experiências vividas pela criança são as que mais influenciam nos comportamentos posteriores e que a qualidade dessas experiências poderá influenciar em todo o processo de aprendizagem. O papel do educador nesses primeiros anos é muito importante para o desenvolvimento da criança, afinal, este é, por si só, uma oportunidade de aprendizado, uma forte referência e um grande influente. O que exige responsabilidade, consciência e muito estudo. O educar na infância é um caminho árduo e desafiador. Acredito que o mais difícil nesse caminhar seja se desvencilhar do nosso jeito adulto de ler o mundo e olhar as crianças e a infância a partir delas mesmas. Olhá-las para compreendê-las. Compreendê-las para trazer, a cada dia, novas oportunidades de interação com a cultura, com a sociedade e o meio onde vivem. Compreendê-las para surpreendê-las criando ambientes e atividades que oportunizem diariamente a relação com outras crianças, sem deixar de respeitar e instigar as individualidades. Por Flávia Manzione Zanzotti * *Flávia Manzione Zanzotti é pedagoga, arte-educadora e coordenadora do Prisma Centro de Estudos do Colégio Santa Maria. www.revistaonline.com.br 33 Fique por dentro Primeira infância em números O Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância (CIESPI), em convênio com a PUC-Rio, lança a primeira série de indicadores sobre a primeira infância no Brasil, nos contextos urbano e rural, com gráficos e tabelas que apresentam um perfil da situação das crianças de 0 a 6 anos no País. A Base de Dados Infância e Juventude em Números é fruto do projeto Primeira Infância no Brasil Urbano, desenvolvido em parceria com o Instituto C&A. O objetivo é subsidiar ações e políticas públicas que assegurem o direito ao desenvolvimento integral dessas crianças, uma vez que essa fase é de suma importância para o desenvolvimento dos pequenos. A primeira infância e, consequentemente, a educação pré-escolar, já vem tendo sua importância cada vez mais reconhecida. No Brasil, o Plano Nacional Primeira Infância é um exemplo desse novo olhar. Aprovado em dezembro de 2010, propõe uma série de ações de promoção e realização dos direitos das crianças na primeira infância para os próximos doze anos. No entanto, ainda há muito a ser feito em prol das crianças em todos os campos. Prova disso é um dos dados levantados pela pesquisa, que mostra que 45% das crianças brasileiras na primeira infância estão abaixo da linha de pobreza. Presidente: Vice-Presidente Editorial: REDAÇÃO Jornalista Responsável: Editora-Executiva: Editora: Subeditora: Estagiárias: Revisora: PROGRAMAÇÃO VISUAL Coordenador de Diagramação: Coordenadora Arte e Criação: Programação Visual: ESTÚDIO FOTOGRÁFICO Coordenador: Estagiária: PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA Coordenadora: Aluah Bianchi, coordenadora pedagógica da Escola Nova Geração www.escolanovageracao-pr.com.br [email protected] (41) 3335-0818 Claudia Cabral, psicóloga [email protected] Claudia Salomão, diretora da escola Auri Verde [email protected] Cristiane de Sousa Carvalho, coordenadora da escola Jardim Nebraska www.escolajardimnebraska.com.br (11) 5042-3088 Flávia Manzione Zanzotti, pedagoga, arte-educadora e coordenadora do Prisma Centro de Estudos do Colégio Santa Maria www.prismacentrodeestudos.com.br fl[email protected] [email protected] (11) 2198-0663 Francice Barbosa, nutricionista e diretora da Cuidar e Nutrir – Nutrição Especializada www.cuidarenutrir.com.br [email protected] (31) 4102-8120 Francine Ferreira Cepinho, professora de dança e expressão corporal [email protected] Juliana Leite Soares Guedes, pneumologista pediátrica [email protected] Lais Sassaki, nutricionista clínica [email protected] Maria Alice Proença, doutora em Educação e Currículo [email protected] Mariana Pizzoccaro, nutricionista da Grani Amici (11) 4492-3085 www.graniamici.com.br Marice El Achkar Mello, pediatra com especialização em dermatologia infantil www.clinicatiocecim.com.br [email protected] (48) 3211-5582 Nara Vieira, professora e mestre de dança e terapeuta corporal www.espacocorporal.com.br (16) 3376-1668 Prescilliana Straube de Araujo, fisioterapeuta [email protected] Vera Lúcia Pereira dos Santos, doutora em Linguística e em Língua Portuguesa [email protected] Andrea Calmon – MTB 47714 Thaise Rodrigues Fernanda Montano Tatiane Cotrim Ludymila Franco e Renata Santana Mônica d’Almeida Rubens Martim Patricia Paiva [email protected] André Giamoniano Manoel Carvalho [email protected] Camila Calicchio Elaine Simoni [email protected] COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Produção: Cristiane Boneto Pauta e textos: Paula Caires PUBLICIDADE Diretora Comercial: Diretora de Publicidade: Supervisor: Executivos de Contas: Executivos de Negócios: Assistente de Publicidade: Representantes: MARKETING Diretora de Marketing: Supervisora de Marketing: Assistente de Marketing: Designer Gráfico: Onde encontrar Paulo Roberto Houch Andrea Calmon [email protected] Arines Garbin Patricia Massini Bernard Corrêa Erika Sena, Nadimar Del Roy [email protected] Cleusa Garcia, Deborah Teixeira, Lea Naftal, Luciana Christofani, Rodrigo Cortona, Sumara Vecchio [email protected] Fernanda Rodrigues Rio de Janeiro: (21) 3177-1413 Alagoas, Ceará, Paraíba, Recife e Rio Grande do Norte: (81) 3341-5693 Belo Horizonte: (31) 3291-6751 Brasília: (61) 3034-3704/ 3034-3038 Espírito Santo: (27) 3229-1986 Interior de SP - Exceto região de Campinas: (16) 3620-2702 Paraná e Santa Catarina: (41) 3023-8238 Rio Grande do Sul: (51) 3374-5672 Salvador e Sergipe: (71) 3243-3944 Yuko Lenie Tahan [email protected] Cassia Silva [email protected] Marcelle Franco [email protected] Andressa Pimentel CANAIS ALTERNATIVOS DEP. VENDAS Luiz Carlos Sarra (11) 3687-0099 [email protected] LOGÍSTICA E ARMAZENAGEM Luiz Carlos Sarra [email protected] ADMINISTRAÇÃO Diretora Administrativa: Coordenadora de Suprimentos: Jacy Regina Dalle Lucca [email protected] Juliana Santos [email protected] CRÉDITO E COBRANÇA [email protected] ASSINATURAS: Supervisora de Assinaturas [email protected] Tatiane Sara Lopez [email protected] Para assinar e receber em sua casa, com toda comodidade ligue (11) 3512-9477 ou acesse www.revistaonline.com.br Impresso por PROL Distribuição no Brasil por Dinap Projetos Escolares Creche é uma publicação do IBC - Instituto Brasileiro de Cultura Ltda. – Caixa Postal 61085 – CEP 05001-970 – São Paulo – SP – Tel.: (0**11) 3393-7777 A reprodução total ou parcial desta obra é proibida sem a prévia autorização do editor. Números Atrasados com o IBC ou por intermédio do seu jornaleiro ao preço da última edição acrescido das despesas de envio. Para adquirir com o IBC – www.revistaonline.com.br, Tel.: (0**11) 3512-9477 ou Caixa Postal 61085 - CEP 05001-970 - São Paulo - SP. Compras pela internet: www.revistaonline.com.br A On Line Editora tem a revista que você procura. Confira algumas das nossas publicações e boa leitura. ARTESANATO LEVE:æ!RTEææ$ECOUPAGEæsæ!RTEæEMæ&ELTROæsæ!RTEæEMæ-ADEIRAæsæ!RTEæEMæ4ECIDOæsæ!RTEæEMæ#ARTONAGEMæ%SPECIALæsæ#RIANDOæ COMæ"ISCUITæsæ$ECORANDOæ¬LBUNSæ3CRAPæsæ&!!æ&¬#),æsæ'ALERIAæEMæ4ELAæsæ-ODAææ6OCåæ#HINELOSæsæ0ANOSæDEæ#OPAæsæ4RABALHOSæ!RTESANAISæ sæ ARTESANATO LINHA:æ !RTEæ EMæ "ARBANTEæ sæ !RTEæ EMæ &UXICOæ sæ !RTEæ EMæ 0ATCHæ !PLIQUåæ sæ !RTEæ EMæ 0ATCHWORKæ sæ "ARBANTEæ "ARROCOæ sæ "ARRADINHOSæEMæ#ROCHåæsæ%NXOVALæEMæ6AGONITEæsæ&IGURINOæ#ROCHåæsæ&IGURINOæ0ONTOæ#RUZæsæ&IGURINOæ4RIC¹æ)NVERNOæsæ-ONOGRAMASæEMæ 0ONTOæ#RUZæsæ0/.4/æ#25:æ&!!æ&¬#),æsæ0ONTOæ#RUZæ&AÀAæ&×CILæ%SPECIALæsæ2OUPAæEMæ#ROCHåæsæ4RIC¹ææ#IAæsæ4RIC¹æ#ROCHåæ"EBåæsæ4RIC¹æ 4RENDSæsæASTROLOGIA:æ!NU×RIOæ!STROLGICOæsæ!STROSææ6OCåæ0REVISµESæs BIBLIOTECA JURIDICA: #DIGOæ#IVILæsæ#DIGOæ#OMERCIALæ æEæ%STATUDOæDAæ-ICROæEæ0EQUENAæ%MPRESAæsæ#DIGOæDEæ$EFESAæDOæ#ONSUMIDORæ#ONSTITUIÀãOæ&EDERALæsæ#DIGOæDEæ4R½NSITOæsæ#DIGOæ 0ENALæsæ#DIGOæ4RIBUT×RIOæ.ACIONALæsæ#ONSOLIDAÀãOæDASæ,EISæDOæ4RABALHOæEæ%STATUTOæDOæ)DOSOæsæ,EGISLAÀãOæDOææ3ETORæsæ0REVIDåNCIAæ sæ CULINÁRIA:æ #/:).(!æ &!!æ &¬#),æ sæ $EL¤CIASæ DAæ #OZINHAæ s DECORAÇÃO:æ !NU×RIOæ #ASAæ æ !MBIENTEæ "EBåæ sæ !.5¬2)/æ #!3!æ æ$%#/2!ª/æsæ!NU×RIOæDEæ0AISAGISMOæsæ!NU×RIOæDOæ&ENGæ3HUIæsæ!RM×RIOSææ#LOSETSæsæ!RM×RIOSæDEæ#OZINHAæsæ#ASAææ!MBIENTEæ "ANHEIROSææ,AVABOSæsæ#!3!ææ!-")%.4%æ"%"æsæ#ASAææ!MBIENTEæ#OZINHASææ3ALASæDEæ!LMOÀOæsæ#ASAææ!MBIENTEæ%SPECIALæsææ#ASAæ æ!MBIENTEæ&ILHOSæsæ#ASAææ!MBIENTEæ1UARTOSææ#LOSETSæsæ#ASAææ!MBIENTEæ3ALASææ,IVINGSæsæ#!3!ææ$%#/2!ª/æsæ#OLEÀãOæ#ASAæEæ $ECORAÀãOæsæ$%#/2!ª/ææ%34),/æ#!3!æsæ$%#/2!ª/ææ%34),/æ#!3!æ"!"9æsæ$%#/2!ª/ææ%34),/æ&%34!3æsæ$ECORAÀãOæ æ,AZERæ%SPECIALæsæ$%#/2%æ35!æ#!3!æsæ0EQUENOSæ!MBIENTESæsæ0EQUENOSæ!MBIENTESæ%XTRAæsæ0ROJETOæPARAæ#OZINHASæsæ0ROJETOæPARAæ 1UARTOSæsæ0ROJETOæPARAæ3ALASæsæ0ROJETOSæPARAæ"ANHEIROSæsæ1UARTOSæDEæ#ASALæsæ1UARTOSæDEæ#ASALæsæ3ALASæDEæ4VæsæEDUCAÇÃO: Almanaque DOæ%STUDANTEæsæ!LMANAQUEæDOæ%STUDANTEæ%SPECIALæsæ!LMANAQUEæDOæ%STUDANTEæ%XTRAæsæ!LMANAQUEæDOæ%STUDANTEæ0Sæ'RADUAÀãOæsæ'UIAæ DASæ&ACULDADESæDEæ3ãOæ0AULOæsæ/æ'RANDEæ,IVROæ0ROJETOSæ%SCOLARESæsæ/æ'UIAæ0ROJETOSæ%SCOLARESæ-ANUALæPARAæOæ0ROFESSORæsæ02/*%4/3æ %3#/,!2%3æ#2%#(%æsæ02/*%4/3æ%3#/,!2%3æ%$5#!ª/æ&5.$!-%.4!,æsæ02/*%4/3æ%3#/,!2%3æ%$5#!ª/æ).&!.4),æ sæ0ROJETOSæ%SCOLARESæ%SPECIALæsæ0ROJETOSæ%SCOLARESæ%XTRAæsæ0ROJETOSæ%SCOLARESæ)NCLUSãOæNAæ%SCOLAæsæFEMININA:æ45!æsæ5-!æsæFIGURINO BELEZA: #ABELOSæPARAæ&ESTASæ%XTRAæsæ#ABELOSæPARAæ.OIVASæ%XTRAæsæ$%"54æsæ&IGURINOæ-ODAææ%STILOæsæ&)'52)./æ./)6!3æsæ'UIAæDEæ #ORTESæDEæ#ABELOSæsæ'UIAæDEæ&ESTASææ&ORMATURASæsæ'UIAæDEæ.OIVASæ&IGURINOæsæFUTEBOL:æ3HOWæDEæ"OLAæ%SPECIALæsæ3HOWæDEæ"OLAæ %XTRAæsæ3HOWæDEæ"OLAæ-AGAZINEæ3UPER0¹STERæsæGUIAS OFICIAIS:æ'UIAæ/lCIALæDOæ"OMæ2ETIROæEæ2EGIãOæsæ'UIAæ/lCIALæDOæ"R×Sæsæ'UIAæ /lCIALæ DAæ æ DEæ -ARÀOæ Eæ 2EGIãOæ sæ INFORMÁTICA:æ #OLEÀãOæ 'UIAæ &×CILæ )NFORM×TICAæ EMæ #$æ 2OOMæ sæ #OLEÀãOæ 'UIAæ &×CILæ )NFORM×TICAæ %SPECIALæsæ#OLEÀãOæ'UIAæ&×CILæ)NFORM×TICAæsæ#OLEÀãOæ0RIMEIROSæ0ASSOSæ)NFORM×TICAæsæMODA: -/$!æ-/,$%3æsæ-ODAæ-OLDESæ%SPECIALæ sæ NEGÓCIO:æ !NU×RIOæ DEæ &RANQUIASæ sæ 'UIAæ -EUæ 0RPRIOæ .EGCIOæ sæ -%5æ 02Ê02)/æ .%'Ê#)/æ sæ -EUæ 0RPRIOæ .EGCIOæ %SPECIALæ sæ -EUæ0RPRIOæ.EGCIOæ%XTRAæsæPLANTAS:æ!LMANAQUEæDAæ4ERAPIAæ&LORALæsæ!LMANAQUEæDEæ¬RVORESæ"RASILEIRASæsæ!LMANAQUEæDEæ&LORESæsæ !LMANAQUEæDEæ&RUTASæsæ!LMANAQUEæDEæ(ORTASæsæ!LMANAQUEæDEæ2OSASæsæ'UIAæDEæ&LORAISæsæ'UIAæDEæ0LANTASæEMæ#ASAæsæ'UIAæDEæ0LANTASæ -EDICINAISæsæPUERICULTURA:æ!LMANAQUEæDOæ"EBåæsæ"%"æ%æ'%34!.4%æsæ'UIAæDAæ'ESTANTEæ%SPECIALæsæ'UIAæDAæ'ESTANTEæ%XTRAæsæ'UIAæ DAæ3A¢DEæDOæ"EBåæEæDAæ#RIANÀAæsæ2EVISTAæDAæ'ESTANTEæ%XTRAæsæSAÚDE E BEM ESTAR:æ'UIAæDEæ9OGAæsæ/æ'UIAæDEæ0ILATESæsææ2%6)34!æ OFICIAL DE PILATES. SEMANAIS: 3UPERæ .OVELASæ %XTRAæ sæ 350%2æ ./6%,!3æ sæ TEEN: -AGAZINEæ 0¹STERæ YES4EENæ sæ 2%"%,$%æ sæ 9%34%%.æ sæ YES4EENæ "OOKSæ sæ TURISMO: Guia de Lazer & Turismo Brasília, Buenos Aires, Estações de Esqui Chile & Argentina, &ESTASæ2EGIONAISæ,ISBOAæ,ONDRESæ-ADRI"ARCELONAæ.OVAæ9ORKæ/RLANDOæ0ARISæ2OMAæ3ALVADORæ3ãOæ0AULOæ3ERRASæ'A¢CHASæsæ'UIAæ DEæ0OUSADASæDEæ#AMPOæsæ'UIAæDEæ0OUSADASæDEæ0RAIAæsæ'UIAæDEæ2ESORTSæ"RASILEIROSæsæ'UIAæDEæ3PASæsæ'5)!æ$/æ,)4/2!,æ"2!3),%)2/æ sæ'UIAæDOSæ-ELHORESæ!LBERGUESæDAæ%UROPAæsæ'UIAæDOSæ-ELHORESæ(OT£ISæ"RASILEIROSæsæ-INIæ'UIAæDEæ2ESORTæEæ0OUSADASæsæ2OTEIROSæDEæ (OT£IS&AZENDAæsæVEÍCULOS:æ&53#!ææ#)!æsæ/PALAææ#IAæsæ6%.$/æ!54/3 Aviso importante: A On Line Editora não se responsabiliza pelo conteúdo e pela procedência dos anúncios publicados nesta revista, de modo que não restará configurado nenhum tipo de responsabilidade civil em decorrência de eventual não cumprimento de pactos firmados entre anunciantes e leitores. 34 FAÇA FÁCIL. A REVISTA QUE AJUDA VOCÊ A CRIAR E MONTAR SUAS PRÓPRIAS IDEIAS. A criatividade não tem fim. Nem o sucesso de Faça Fácil. Em cada edição a revista traz centenas de ideias para você criar e inovar. Seja na decoração de sua casa, fazendo almofadas, quadros, luminárias, até a criação de cartões, caixa de presentes e vestuário. Renove sua vida e suas ideias com Faça Fácil. O melhor do artesanato para você. Já nas bancas. Chegou COMO FUNCIONA, a revista para quem tem sede de conhecimento Já nas bancas