Não podemos aceitar. Vamos usar este meio de comunicação para
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Não podemos aceitar. Vamos usar este meio de comunicação para
Conectando... Quando recebemos a proposta de criação de uma revista, fomos tomados por um mix de expectativa, empolgação e tensão. Expectativa em relação ao que fazer, empolgação quando planejamos cada pedacinho do projeto e tensão nos dias finais, apreensivos com a hipótese de algo não dar certo. Os maiores desafios foram escolher os temas, elaborar os textos e conseguir alcançar os objetivos que prevemos para a revista. A Y traz conteúdos que giram em torno das redes sociais, cada matéria foi escrita na tentativa de atrair a atenção do leitor e fazê-lo se identificar nos assuntos abordados, além de informá-lo página após página. Foi pensando em todas as novidades do mundo virtual que nomeamos nossa revista, como maneira de representar uma geração que vive hiperconectada, a nossa. foto da capa jefeson melo modelo anderson ubiratan Ótima leitura! =) Equipe - Revista Y Revista Y Ano 1 - Número 1 - Junho de 2011 A Revista Y é um Projeto de Extensão Interdisciplinar orientado pelos professores Antônio Santana (Práticas Investigativas), Henriete Cabral (Teorias da Comunicação), Jaciara Castro (Produção Textual I), Leonardo Lotti (Comunicação Visual), Matheus Batalha (Psicologia da Comunicação) e Ricardo Cardoso (Métodos e Técnicas para a Produção de Ideias) e desenvolvido pelos alunos do 1º período do curso de Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda da Universidade Tiradentes - UNIT, Aracaju - Sergipe, semestre 2011/1. Alunos Anderson Ubiratan Sant’anna Arianne Brito Cynthia Rafaela Halina França Cruz Jefeson Junior Cruz Melo Márcia Bianca Matos Santos Meyg Lynng Alves Santos Sara Ingrid Ramos Pinheiro Projeto Gráfico Jefeson Melo Diagramação Jefeson Melo http://crivo.info/ e-quipe Contatos Curso de Comunicação Social Jornalismo / Publicidade e Propaganda UNIT - Univrsidade Tiradentes -------------Av. Murilo Dantas, 300 - Farolândia CEP: 49032-490 Fone: 55-79-3218-2189 - ramal 2507 Aracaju - Sergipe - Brasil Impressão: Gráfica Polikromia layout JEFESON MELO redação meyg lynng/halina frança sumário 7 O auge da Geração Y 8 Missão verde 11 Caiu na rede, é peixe! 14 Teoria Hipodérmica e Flash Mob: Manipulação das Massas A cada instante as redes sociais vêm conquistando o seu espaço na história da sociedade moderna. Ciberativistas se manifestam contra projeto de lei que pode afetar o meio ambiente Com o surgimento das redes sociais, empresas apostam em anúncios online e criam interação com seus clientes. A influência dos meios de comunicação de massa na sociedade. Porque a felicidade está nas coisas mais simples. 16 Entrevista: Maíra Ezequiel A jornalista e professora fala sobre sua experiência com redes sociais e das mudanças provocadas por elas no jornalismo e na sociedade. 19 Saindo da garagem 22 E se Cabral usasse o FourSquare? Os tempos são outros, seu talento não depende mais de outras mãos, é a era da independência e o poder da rede. matéria da capa redes 12 antisociais? Será que ferramentas como o Orkut, Facebook e Twitter induzem ao isolamento social? abra a felicidade www.c o c a c o la . c o m.br direção de arte JEFESON MELO redação anderson ubiratan/jefeson melo O auge da Geração Y TEXTO arianne brito / meyg lynng A cada instante as redes sociais vêm conquistando o seu espaço na história da sociedade moderna. Em décadas anteriores, era muito comum utilizar métodos mais concretos para se comunicar, como cartas e telegramas. Sempre existiram métodos possibilitando uma interação entre as pessoas, mesmo levando mais tempo para chegar ao seu destino, diferente dos dias atuais, em que as relações crescem a cada dia, porém, virtualmente. nos aplicativos conhecidos por IRC e o ICQ (antecessor do MSN), período no qual os usuários ainda não estavam habituados a manter relações extremamente virtuais. As primeiras redes sociais surgiram há pouco mais de 14 anos, mais precisamente em 1997 com lançamento do Sixdegrees, que possibilitava a criação de um perfil, combinando com o registro e publicação de contatos, o que viabilizou a navegação por perfis alheios. Apesar do grande sucesso, não conseguiu sustentação financeira, o que resultou na suspensão do serviço. Nos últimos anos foram surgindo várias páginas de redes sociais, mas nenhuma chamou a atenção dos usuários como as que foram lançadas entre 2004 e 2006, em especial o Orkut, Facebook e Twitter, que possibilitam postagens de imagens, mensagens, informações, dentre outros aplicativos. Através delas é possível conhecer novas pessoas e interagir com aqueles que fazem parte da rede. Conectando-se ao Orkut, é possível participar de comunidades, conversar com amigos e familiares, através de recados, mensagens, fotos e videos. Já o Twitter permite aos usuários enviar e ler atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como tweets), em tempo Mark Zuckeberg, criador do Facebook e ícone da Geração Y. real. O Facebook é, aparentemente, muito A internet surgiu em plena Guerra Fria, análogo ao Orkut, mas possui ferramentas inovadoras, que vêm na década de 1960, com objetivo de interligar atraindo um número maior de usuários. redes militares e de pesquisas. Com o decorrer Apesar do Orkut estar renovando-se a cada momento e ostentar do tempo, tomou rumos completamente difero maior número de usuários brasileiros, o site de relacionamento entes e mostrou-se uma eficiente ferramenta está perdendo sua popularidade para o Facebook, a rede social mais de comunicação. Inicialmente, através da instanpopular do momento. Sem sombra de dúvidas, o Facebook, que foi taneidade do email e dos programas de mensacriado com a intenção de ser uma página privada, está se expandgens instantâneas, abriu um excelente caminho indo mundialmente a cada instante. para as empresas ampliarem seus lucros com a As redes sociais têm alcançado dimensões incríveis desde que divulgação virtual. Mas, além do profissionalsurgiram, atraindo cada vez mais usuários por causa de seus aplicismo no mundo dos negócios, também havia ativos e todos os serviços oferecidos. É possível interagir com as uma pequena parcela de diversão e interação. pessoas, independente de localidade ou idioma, dividir experiências, A evolução da internet consolidou-se expor atuações profissionais e divertir-se a qualquer momento. As com o surgimento das redes sociais. Antes delas, redes sociais tornaram-se fundamentais no processo comunicativo o máximo de interação online era feita através da sociedade moderna e continuarão sendo aperfeiçoadas a cada do bate-papo, que concentrava sua atenção inovação tecnológica. Y #1 | 7 “Não podemos aceitar. Vamos usar este meio de comunicação para mudar.” Simone Oliane Campanha criada pelo Greenpeace Missão Verde TEXTO bianca matos Ciberativistas se manifestam contra projeto de lei que pode afetar o meio ambiente Está sendo proposta uma alteração para o Código Florestal, lei que rege o desenvolvimento do país sem destruir florestas, solicitada pelo Deputado Aldo Rebelo. Segundo o Greenpeace, a pressão dos ruralistas para perdoar os crimes ambientais e abrir espaço para mais destruição, levou a uma reforma que prioriza as necessidades do agronegócio, contribuindo para a devastação das florestas. Em repulsa a esta proposta, as ONGs @greenpeaceBR e a @WWF_BRASIL, decidiram se manifestar, usando como principal ferramenta as ‘ruas’ das redes sociais, promovendo uma série de mobilizações online. Através de meios como o Twitter, Orkut e facebook (os mais utilizados), os internautas assinam petições, divulgam 8 | Y #1 e comentam as notícias, debatem, e ainda acredita que esta alteração comprometerá participam de manifestações que ocorrem as futuras gerações, tornando escassas a no mundo real, tornando-se, assim, colab- fauna e a flora brasileira. O WWF manteve a mesma linha de pensamento e utilizou o oradores ou ciberativistas ecológicos. A mobilização principal foi mesmo meio para demonstrar oposição. Em outra nomeada pelo rede social, o Orkut, Greenpeace de as comunidades e “Desliga essa motoseus integrantes sserra”, que se ficavam encarregados mostrava contra o de lançar debates novo Código Flopara que os próprios restal. Para dar lançassem suas opinimpulso à camiões. Por exemplo, o panha, muitas men“Eu pergunto, e você sagens no twitter responde.” foram postadas. Em Gandhi - Postado pelo WWF A relação uma delas, a ONG afirmava: “60% de nossa vegetação nativa entre organizadores (ONG’s) e colaboestá em reserva legal, preservada pelo radores nas redes sociais é importante Código Florestal que os ruralistas atacam. para contribuir com o resultado esperado. Dúvidas, interações, movimentos organi@dilmabr Desliga a motosserra. Já que as redes sociais deixam as zados, propostas, acontecimentos diários, informações explicitas e facilmente aces- são algumas questões resolvidas através síveis, aqueles que tinham uma mesma do movimento ativista, sendo que o Código opinião em relação ao assunto usavam Florestal online é tomado como uma das este meio para se expressar. Simoni Oliani principais formas de missão verde online (@simonioliani) , em uma das suas posta- ou ciberativismo ecológico. gens na rede, afirmou não concordar com O esperado era que os eleio Código Florestal e que juntos deverão tores parlamentares estivessem cientes usar este meio de comunicação para da opinião pública, para que tomassem a mudar. Aukley Cabral (@Aukley) disse não decisão considerada correta pela popuconcordar porque especialistas dizem que lação, mas a decisão foi contrária. Ligaram a proposta do novo Código pode aumentar a motosserra e a guerra das trincheiras virtuais continua. Vamos ver até que ponto o desmatamento. As pessoas sempre buscavam eles suportarão a pressão dos ciberativresponder às condições do ambiente, aos istas. estímulos recebidos. Por isso, foram muitos os “seguidores” da campanha, e a maioria “A natureza pode suprir todas as necessidades do homem, menos a sua ganância.” Y #1 | 9 direção de arte JEFESON MELO redação bianca matos/sara pinheiro Caiu na rede, é peixe! TEXTO sara pinheiro Com o surgimento das redes sociais, empresas apostam em anúncios online e criam interação com seus clientes. Nos últimos anos , companhias vêm investindo em publicidade virtual, uma forma de proporcionar maior visibilidade ao produto e chegar até o cliente onde quer que ele esteja, aumentando, consequentemente, a quantidade de pessoas com interesse em comprar. Mas, recentemente, uma novidade modificou as tragédias de marketing e a atitude da clientela. Tratam-se das redes sociais, que invadiram a internet e conquistaram milhões de fãs. Essas mídias oferecem diversas ferramentas que funcionam como entretenimento, facilitam o trabalho de profissionais, transmitem informações e permitem que os usuários se relacionem com outras pessoas. Observando essas características, os responsáveis pela divulgação de determinadas empresas encontram uma maneira de anunciar seus produtos e avaliar opinão do público-alvo. O Marketing Social consiste na forma mais prática de tornar um marca e seus produtos conhecidos e criar uma relação mais íntima entre companhia e consumidor através de páginas criadas em Twitter, Orkut, Facebook, entre outros, os clientes podem compartilhar suas opiniões e experiências relacionadas à marca. Desta forma, as empresas têm a oportunidade de obter , medir dados e transformá-los em melhores estratégias para satisfazer e superar as expectativas dos consumidores. A popularização do Marketing social resulta do comportamento das pessoas em relação as novas mídias e suas ferramentas. O impacto causado pelas ações de marketing nas redes sociais é bem maior que em outros meios, devido ao grande número de usuários de sites de relacionamento. Um fator importante é o valor que a opinião do público-alvo possui. Geralmente, pessoas interessadas em comprar algo buscam comentários a respeito do produto, sendo, assim, influenciadas pelo nível de (in)satisfação Uma das maiores preocupações das empresas que investem em anúncios nas mídias sociais é o retorno. de outros consumidores. Uma das maiores preocupações das empresas que investem em anúncios nas mídias sociais é o retorno, já que este tipo de marketing exige disponibilidade de tempo e dedicação para manter o cliente atualizado e, principalmente, interessado em produtos e promoções lançadas. Porém, deve-se salientar que os resultados aparecem depois de algum tempo, tornando-se um processo lento. Para acompanhar os comentários e toda a repercussão dos anúncios lançados nas redes sociais, as companhias observam postagens, comunidades, e fóruns de debates nas páginas do twitter (preferência das empresas), Facebook, Orkut e Youtube. O grande esforço das empresas, nesta década de inovações tecnológicas tão importante para a relação companhia consumidor, é a busca pela melhor maneira de tornarem-se íntimas de seu público, através de métodos que despertem o desejo de compra de pessoas que podem provar e aprovar seus produtos e serviços. A junção de venda e comunicação supre as necessidades de ambas as partes: enquanto as empresas pensam em vender seus produtos à massa (quantidade), usando estratégias cada vez mais aperfeiçoadas e atingindo a um número crescente de pessoas, os indivíduos, como bons consumidores, querem adquirir o que há de melhor no mercado (qualidade) e poder expressar suas opiniões para justificar e comprovar suas escolhas.` Y #1 | 11 “Oito em cada dez brasileiros conectados têm contas ativas em sites como Orkut, Twitter e Facebook” RAFAEL SBARAI TEXTO halinna frança / meyg lynng foto jefeson melo Será que ferramentas como o Orkut, Facebook ou o Twitter induzem ao isolamento social? Século XXI, o mundo está totalmente mudado. A tecnologia cresce absurdamente a cada ano no Brasil. Os meios de comunicação evoluem a cada dia. Nunca foi tão fácil saber o que se passa no outro lado do mundo. A internet, sem sombra de dúvidas, veio para quebrar toda e qualquer barreira nas relações entre os seres humanos. Mas em meio a toda essa inovação será que tudo funciona às mil maravilhas? Segundo Rafael Sbarai (2011), mestre em jornalismo e editor do site da revista VEJA, o Brasil é campeão mundial no uso das redes sociais. Ele afirma ainda que oito em cada dez brasileiros conectados têm contas ativas em sites como Orkut, Twitter e Facebook. Para muitos, manter esses e outros perfis atualizados tornou-se uma questão de sobrevivência. Geralmente, os usuários desses meios não sabem ao certo quanto tempo gastam compartilhando fotos, vídeos e diversas informações. Muitos destes demoram a perceber que essas atividades se tornaram uma mania e que qualquer impedimento pode causar ansiedade, nervosismo ou até depressão. É a partir daí que entramos numa pequena discussão: a dificuldade no desenvolvimento de competências sociais. Essa dificuldade é bastante confundida com a timidez, porém, é muito diferente. A falta de confiança e a insegurança perante as relações sociais na vida real levam as pessoas a buscarem alternativas para superarem esses problemas. Daí vem a vida virtual. Mas, afinal, o que é vida virtual? Para responder a esta pergunta, primeiro será mostrado o conceito de vida e logo após o conceito de virtual. Segundo Ferreira (2000), vida significa um dado período da vida, modo de viver; e virtual significa efeito de emulação ou simulação de determinados objetos, situações ou equipamentos por programas ou redes de computadores. Unindo esses dois conceitos, entende-se vida virtual como a simulação de algumas etapas ou períodos de nossas vidas através das redes. Porém, viver virtualmente está se tornando perigoso, afirma Cristiano Nabuco (2011), coordenador do Programa de Dependentes de Internet do Ambulatório dos Transtornos do Impulso, no Instituto de Psiquiatria, da Faculdade de Medicina da USP. Ele ainda diz que a utilização das redes sociais tornou-se 12 | Y #1 uma regra no contexto social e que algumas pessoas se utilizam desses meios como uma alternativa de vida, mas o fim destes é o vício, para o qual existem tratamentos. Uma pessoa que aparentemente viveu nesse mundo virtual foi o Wellington Menezes de Oliveira que, após a morte de sua mãe adotiva, passou a viver isolado. Ele planejou um massacre que marcou o mundo, executando 12 crianças em uma escola pública no Rio de Janeiro. Há a hipótese de que ele tenha sido influenciado por grupos terroristas que agiam nas redes sociais. De acordo com o pesquisador vinculado ao Núcleo de Estudos do Desenvolvimento Humano da Universidade Federal do Paraná, Pablo de Assis (2010), a dependência da internet se trataria como qualquer outra dependência. Isso causa muita polêmica, já que algumas mães, por exemplo, sentem-se preocupadas com seus filhos quando eles passam horas na frente do computador ou deixam de sair com seus amigos para não desconectarem-se. Essas mães gostariam de tratar seus filhos, mas não da mesma forma que um dependente químico. Por exemplo, em um depoimento cedido ao site Tecno Café, em 2010, uma mãe relata a preocupação com seu filho; “Tenho um filho adolescente de 14 anos, que tem me preocupado pelo fato de ficar na net o tempo todo em que está em casa, ele é viciado no jogo online haboo, trabalho o dia todo e não consigo controlá-lo. Já coloquei senha no computador, mas ele criou outra conta e liga a máquina. Enfim, preciso de ajuda, por favor”. Além dessas polêmicas, há ainda mais uma. Há quem diga que viver virtualmente não afeta em nada a vida real, se é que podemos chamá-la de real. Existem alguns pesquisadores, como por exemplo, o jornalista Marinho (2010) afirmando que apesar de algumas pessoas viverem conectadas a maior parte do dia e não ter uma vida social, elas não deixam de viver uma vida real, mesmo que de modo diferente de quem a vive, mas atrás da tela do computador há um ser pensante e que, independente de qualquer coisa, é um ser humano e vive a realidade mesmo que sua intenção seja apenas virtual. Y #1 | 13 Teoria Hipodérmica e Flash Mob: Manipulação das Massas TEXTO Cynthia rafaella A depender de como a mensagem é transmitida o indivíduo pode ou não ser manipulado (WOLF, 2005) mais sobre flash mob e behaviorismo A influência dos meios de comunicação de massa na sociedade. Flash Mob de protesto contra o acordo de transferência de tecnologia nuclear que está sendo firmado entre o Brasil e França. Foto: Greenpeace Brasil No contexto global existem várias Teorias de Comunicação, entretanto, dar-se-á ênfase à Teoria Hipodérmica ou Teoria da Bala Mágica, destacando ainda um seguimento posterior chamado Flash Mob. A teoria Hipodérmica surgiu nos anos 30, com objetivo de fornecer bases vivenciadas e científicas para elaborar um sistema de comunicação com destaque no efeito deste sobre o comportamento da sociedade. Essa teoria foi elaborada por cientistas da Escola Norte-Americana, contratados pelo exército. A concepção de comunicação, segundo essa teoria, é que a sociedade é organizada em massa, ou seja, sem individualidade (WIKIPÉDIA, 2011). 14 | Y #1 Esta teoria, iniciada no âmbito da psicologia, influenciou o pensamento da comunicação entre a primeira metade do século passado e tornou-se um ponto de iniciativa fundamental para os que discordam e para os que concordam com suas regras. Por apresentar uma norma simples, ela é vista como limitada e para essa teoria não é relevante a questão política, histórica, social e religiosa e sim é ressaltado que os receptores tenham a mesma linha de pensamento. É analisado pelos estudiosos que a Teoria Hipodérmica parte da idéia behaviorista baseada no binômio estimulo-resposta, ou seja, uma transmissão veiculada pelos canais de massa (cinema, jornal, rádio, televisão, internet, entre outros) quem vê, podendo proporcionar aos envolvidos a sensação de liberdade e conforto. O No Pants Day rompe as regras da sociedade, pois quebra tabus devido a sua forma de expressar e agir diante das outras pessoas (RODOX, 2011). Analisa-se então que o Flash Mob, apodera-se da Teoria Hipodérmica para influenciar ou até manipular massas através dos meios de comunicação, interferindo também nos valores de um individuo, grupo social ou até mesmo da própria sociedade, sendo relevado o mesmo pensamento entre as pessoas envolvidas. Teoria da comunicação Mauro Wolf http://bit.ly/jBkkUt A Teoria Hipodérmica da Mídia Gian Danton http://bit.ly/kuTu6b Teoria Hipodérmica Gabriella Porto http://bit.ly/ltpvN8 Flash mob, o mais novo tipo de mobilização Giuliana Chorilli http://bit.ly/kItpsg No Pants Day - Foto: Ross Guthrie verificando-se que a mensagem transmitida penetraria ao receptor sem que houvesse empecilhos por parte de quem recebe a mensagem, podendo ser comparada a um objeto penetrante, no indíviduo sem nenhuma dificuldade. Visto sob essa ótica, observa-se que a depender de como a mensagem é transmitida o indivíduo pode ou não ser manipulado e induzido a ter uma determinada reação (WOLF,1995). Por exemplo: a moda européia influencia o estilo de se vestir do Brasil, como também de outros países; outro exemplo em destaque foi a invasão dos Estados Unidos ao Iraque: embora o governo Norte-Americano pretendesse controlar o petróleo no Iraque, os meios de comunicação informaram que este queria dominar seus adversários através de armas químicas (PERINA, 2007). Ainda nessa sequência, podemos verificar o surgimento de um movimento criado através da internet, o Flash Mob, que pode induzir pessoas com um mesmo intuito, aglomerando-as em um determinado local. Esse movimento vem sendo evidenciado em diversos períodos da história. O primeiro Flash Mob foi realizado em 2003, organizado via e-mail pelo jornalista Bill Wasik, em Manhattan (Nova York), com a intenção de reunir cerca de 50 amigos na frente de uma loja de acessórios femininos, tornando-os o próprio show. Porém, a policia apareceu no local e impediu que o evento ocorresse (CHORILLI, 2011). Exemplificando ainda este movimento, um dos mais conhecidos e atuais é o No Pants Day (Dia sem calças) um evento que começou em Nova York em 2002 e se expandiu para o Brasil, exatamente na cidade de São Paulo, pretendendo aglomerar pessoas com o mesmo intuito de chamar atenção de “No Pants Day” - O Dia de Tirar as Calças no Metrô Chegou! Rodox http://bit.ly/iu8VWQ Y #1 | 15 “Quanto maior o acesso a smartphones, banda larga e novos ambientes de compartilhamento de dados e idéias, mais liberdade conquistamos” entrevista: Maíra Ezequiel Foto: Marcelle Cristinne / Agência Sergipe de Notícias por cynthia rafaella A jornalista e professora da Universidade Federal de Sergipe fala sobre sua experiência com redes sociais e das mudanças provocadas por elas no jornalismo e na sociedade. Y Como foi sua experiência no NCD? Quais foram os principais desafios encontrados durante a criação do núcleo? Maíra Considero um privilégio ter podido coordenar uma experiência tão inovadora. Ao mesmo tempo, foi muito angustiante ter que partir do zero, criar uma sistemática de trabalho sem referências anteriores, sem modelos a serem seguidos. Tenho consciência de que nosso trabalho foi pioneiro e ainda é uma referência nacional sem precedentes. O principal desafio foi criar uma sistemática eficiente, uma rotina produtiva de trabalho, e também combater a dispersão. O universo das redes sociais é muito envolvente e efervescente de novidades convidativas. Manter o foco e a moderação são desafios constantes pra quem trabalha nessa área. Y A resposta dos internautas no Revista Y Como foi o seu primeiro contato profissional com redes sociais, de onde surgiu esse interesse? Maíra Ezequiel Meu primeiro contato profissional com as redes foi durante a campanha pra prefeitura em 2008, na qual trabalhei no comitê do candidato Edvaldo Nogueira. Ensaiamos ali tentar montar uma equipe que falasse mais com o universo de blogs, sites e redes sociais, mas naquela época ainda era tudo muito limitado por conta da legislação eleitoral. Mais tarde, fui convidada pelo então secretário de comunicação do estado, Carlos Cauê, para montar o que passaríamos a chamar de Núcleo de Cultura Digital dentro da Secom (Secretaria do Estado da Comunicação). Nessa fase meu interesse pessoal já tinha crescido bastante, mas ainda assim não passava de uma curiosidade aguçada. Posso dizer que aprendi a lidar profissionalmente com as redes como todo mundo vem aprendendo: na base da intuição, bom senso e muita tentativa e erro. blog e nas demais ferramentas influenciou de alguma forma nas decisões do governo? De uma forma geral, como você avalia a implantação do núcleo? Maíra Não sei se houve uma influência tão decisiva, mas certamente serviu como um bom termômetro para muita coisa. Na minha opinião, a implantação do NCD na Secom do Estado foi um ato muito visionário do Governo. É raro encontrar gestores públicos dispostos a ousar tanto, principalmente numa área tão nevrálgica como a comunicação. Há muito o que avançar ainda, mas o caminho está indicado. Y As redes sociais influenciam socialmente as pessoas? Em que ponto elas são benéficas? 16 | Y #1 Maíra Acredito que sim. Dependendo do público, para alguns mais intensamente do que pra outros. Forma-se muita opinião nas redes hoje. Faz-se muito juízo de valor e de caráter, para o bem e para o mal, a partir do que se fala nas redes. Acho que são muito benéficas de uma forma geral. É um instrumento bastante democrático e espontâneo de mobilização. Y Do ponto de vista das relações pessoais, as redes sociais revolucionaram muitos comportamentos de interação. Como você vê essas mudanças e qual o impacto que elas podem ter na sociedade a médio e longo prazo? Maíra Como falei, vejo de uma forma geral muito positivamente. Acho que já mesmo a curto prazo grandes paradigmas de organização e interferencia social serão quebrados ou reinventados. Quanto maior o acesso a smartphones, banda larga e novos ambientes de compartilhamento de dados e idéias, mais liberdade conquistamos. No que exatamente isso tudo irá implicar, não me arrisco muito em apontar. É um panorama bem imprevisível. Y Qual o impacto que as redes sociais têm atualmente no jornalismo e na forma de fazê-lo? Maíra Fico com a impressão que a prática jornalística ficou obsoleta mas ainda não se tocou disso. O jornalismo enquanto modelo de negócios definitivamente precisa se reinventar. Não preciso mais vender meus olhos para a televisão para me informar sobre tudo que me interessa. Comprar jornal impresso então??!! Absolutamente desnecessário. Repito sem medo: a práxis ainda em voga do jornalismo tradicional está em decadência. Y Do ponto de vista da publicidade e do marketing, as empresas Brasileiras já estão a aproveitar todo o potencial que as redes sociais oferecem? Maíra Ainda não. Estamos todos aprendendo, é tudo muito novo. E muitas empresas sequer reconhecem o potencial dessas ferrhamentas. Outras tiveram que aprender depois de sofrer uma crise de imagem. Vide o caso recente da Arezzo. Y #1 | 17 foto/direção de arte JEFESON MELO redação bianca matos/sara pinheiro ferramentas de divulgação de música online Saindo da garagem TEXTO ANDERSON UBIRATAN foto JEFESON MELO Os tempos são outros, seu talento não depende mais de outras mãos, é a era da independência e o poder da rede. Hoje com o avanço das redes sociais juntamente com a informatização, tornou-se mais acessível e visível ao público o trabalho de uma banda, não sendo mais necessário estar nos grandes centros, ou fazer parte de uma gravadora para ser ouvido e conhecido. O poder exercido nas redes sociais garantiu uma significativa mudança, por ter uma relevância tanto quanto rádio e TV, vem se tornando uma importante alternativa de divulgação, transformando os meios mais comuns num mero complemento para essa estadia. Levando em conta que a informatização é cada vez maior dentro da sociedade, há de ser futuramente a principal ferramenta de propagação. As bandas antes tinham que batalhar para conseguir o mínimo espaço que fosse, pois tudo era muito mais complicado, atingir o grande mercado,era imprescindível mais do que simplesmente talento,era também preciso sorte,regado a bons contatos,o que não se repete nos dias atuais, em que a facilidade e o alcance disponível através das redes são ilimitados. A socialização via internet vingou de forma tão rápida e feroz que abrange alem do que se pode vê, dos quatro cantos de uma garagem para “Toda essa evolução provocou uma alteração no mercado” os quatro cantos do mundo. Por outro lado, toda essa evolução provocou uma alteração no mercado e comportamento das gravadoras e suas grandes empresas, que tiveram que adequar-se obrigatoriamente a essa nova realidade, está se tornando providencial a interação destes com as redes, não há como competir, pois tal competição seria desleal. Isso demanda uma independência e autonomia tão almejada por todos, nesse caso por músicos, que não têm seu trabalho exposto nos meios mais populares e que se veem hoje sem a necessidade de tê-los, além de estarem livres de um domínio de terceiros, recorrendo às redes sociais como um refúgio, é a ideologia punk vigorando, do faça você mesmo. Um exemplo dessa total liberdade se deve ao myspace,lastfm,sonora,youtube, entre outros. Myspace www.myspace.com Myspace é um desses sites que promovem essa autonomia e a interação. Nele os artistas tem a possibilidade de criar um perfil próprio onde é possível disponibilizar músicas, fotos, agenda e informações sobre a banda. Por conta do acesso simplificado, e da gratuidade no acesso e na publicação de informações, essa ferramenta vem revelando novos talentos da música. A crescente popularidade do site faz com que bandas se utilizem dessa plataforma como meio principal de divulgação do seu trabalho. Lastfm www.last.fm Consiste numa rádio on-line que cede a uma comunicação e interação virtual, onde os usuários trocam e compartilham informações sobre o música. Há também duas opções para se utilizar, uma delas é através do audioscrobbler ,um plugin que tem como objetivo criação de um repertório autoral,outra forma é ouvir a própria rádio, para isso é preciso registrar-se no site. Sonora www.terra.com.br/sonora Desenvolvido para venda de música pela internet,e idealizado pelo portal terra,permite ao usuário o download de musicas em mp3 legalmente por meio de assinatura. Youtube www.youtube.com O youtube se transformou também em uma ferramenta importante para a disponibilização de shows,clipes ou ate mesmo musicas. Inicialmente planejado para hospedar apenas vídeos dos usuários, o site acabou virando uma biblioteca de musicas e um canal muito importante para a promoção dos artistas. Y #1 | 19 o que rola na rede por jefeson melo / meyg lynng discos pra baixar de graça guizado Coldplay Forfun holger “Cavalera” “LeftRigh LeftRightLeft” “alegria compartilhada” “sunga” http://bit.ly/lcM4pb http://bit.ly/lKG27H http://bit.ly/lKG27H http://bit.ly/jJ5Mvh e-movies filmes produzidos na internet Mystery guitar man http://youtube.com/MysteryGuitarMan Ex-estudante de medicina, o paulista Joe Penna largou a faculdade para fazer videos e ganhar a vida com eles. The hun for Gollun http://thehuntforgollum.com/ Um filme de ótima qualidade, custos baixíssimos e com uma curta metragem (40 minutos), foi criado por fãs do Senhor dos anéis e lançado diretamente na internet. O filme retrata a caça ao Gollum para evitar que ele não fosse pego por Sauron (personagem do filme O senhor dos anéis). Born of Hope http://bornofhope.com/ Também criado por fãs que não buscavam lucros financeiros na produção do filme. Narra a história dos pais do herói Aragon: Arathorn e Gilraen, os guerreiros do norte da Terra Média, chamados Dudaín. Quem seguir no twitter @comunicadores Muitas novidades, conteúdos virais e assuntos interessantes sobre internet, design, tecnologia e mercado. 20 | Y #1 life in a day http://youtube.com/lifeinaday O primeiro longa-metragem gerado por usuários do YouTube. Dirigido por Kevin MacDonald e extraído de mais de 80 mil clipes enviados por pessoas comuns no dia 24 de julho de 2010, o filme com 90min de duração é composto por 1.025 vídeos que mostram numa visão honesta e admirável um dia no planeta terra. @maissoma Cultura urbana, artes plásticas, música e afins são tuitadas direto do quartel general da Revista + Soma. canais no youtube Não faz sentido Mas Poxa Vida http://youtube.com/felipeneto http://youtube.com/maspoxavida O carioca Felipe Neto encontrou no YouTube o lugar ideal para unir suas duas paixões: internet e teatro. Em seus vídeos ele faz críticas sarcásticas sobre novos modismos e sucessos teen como bandas coloridas e histórias de vampiros. A repercursão desse trabalho lhe rendeu a realização de um sonho, o programa humorístico no canal Multishow “Será Que Faz Sentido?”. Criado pelo paulista Paulo César Siqueira mais conhecido como PC Siqueira. Em seus videos ele faz desabafos sobre situções do cotidiano com teorias divertidas a respeito de assuntos banais. Graças aos seus videos, hoje apresenta o programa “O Vlogger PC Siqueira” na MTV. @poalli Um dos blogs mais bacanas da web brazuca, sem dúvida, é o “Te Dou um Dado”. E a Ana Paula Barbia é uma das mentes supercriativas por trás dos posts impagáveis do blog. @giloureiro Criador do blog @nosgeeks, o publicitário Guilherme Loureiro twitta diariamente as postagens de seu blog, e artigos muito interessantes. @jack Perfil oficial de Jack Dorsey, o criador do Twitter. Y #1 | 21 Giovanni + Fraftfcb E se Cabral usasse o FourSquare? por jefeson melo Suponha que a tecnologia que temos acesso atualmente tenha chegado por um motivo qualquer ao final do século XV, na época das grandes expedições europeias em busca de terras inexploradas. Imagine que la pra 1490 fosse comum usar celular, smartphone, GPS e que geolocalizaçao fosse a ultima moda entre os desbravadores. Pois bem! Aos nove de maço do ano de mil e quinhentos o navegador português Pedro Álvares Cabral partiu em destino as Indias enviado pelo rei D. Manuel I com a missão de trazer ao seu reino riquezas e especiarias. Foi dado a ele um aparelho para auxiliar na navegação, pois a rota que costumava ser usada pra chegar a tal destino havia sido tomada por mouros e se tornara intransitável. Cabral fora instuido a sinalizar por meio do aparelho todos os lugares em que a frota atracava - chamava isso de CheckIn - para que Sua Majestade soubesse do paradeiro de todos. E assim o fez ao seguir viagem. Não sabia ele que as informações que mandava a coroa por meio do tal aparelho estavam sendo monitoradas por uma esquadra espanhola que desejava chegar ao mesmo destino. O confuso navegador sem querer informava publicamente a cada dia a sua localização no oceano. 22 | Y #1 Por ser a primeira vez que navegava por mares desconhecidos, Pedro acabou perdendo a direção e após meses navegando sem rumo avistou o primeiro sinal de terra. Eufórico, gritou entusiasmadamente para todos, os que há dias aguardavam tais notícias. Enquanto isso os navegantes da esquadra espanhola que seguia as marcações de Cabral mantiveram uma distância considerável afim de não serem percebidos. Os portugueses notaram logo nos primeiros instantes que o lugar ao qual haviam chegado não era o seu destino original, ficaram então reclusos em suas embarcações enviando um pequeno grupo para reconhecer as novas terras. Deram a esse lugar o nome de “Terra de Vera Cruz”. Já estabelecidos em terra e entrosados com os nativos, dias depois receberam uma visita inesperada dos espanhóis chegaram a Terra de Vera Cruz reclamando uma parte das terras queixandose de tê-las encontrado ao mesmo tempo. Cabral refletiu sobre o uso que havia feito do novo aparelho e percebeu que o denominado FourSquare - recurso que utilizava para informar El Rey sobre sua localização - teria talvez sido o motivo de tal visita.