Setembro de 2004
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Setembro de 2004
Publicação institucional da ESAB Brasil Setembro / 2004 Feimafe ESAB lança Sistema Aristo, uma fonte de energia de última geração. Vagões Ferroviários Destaque para Amsted Maxion e Usiminas Mecânica. Seu parceiro em soldagem e corte. ÍNDICE E D I TO R I A L Marcando Presença 4 • Com o lançamento do sistema digitalizado Aristo Power 460, a ESAB comemora 100 anos de fundação e 50 anos de Brasil • Amyr Klink fala sobre soldagem e aventura • Destaque na Feira Internacional da Mecânica 2004 – Sistema Aristo Naval 14 • Indústria naval: uma trajetória de queda e ascensão Especial 16 • Usiminas Mecânica: bons ventos, bons negócios Vagões Ferroviários 22 • Amsted Maxion comanda a retomada da produção brasileira de vagões de carga Ao lado do cliente 28 • Pense certo: peça tem de ser original • De volta aos bancos escolares • Programa ESAB de melhoria contínua Publicação institucional da ESAB Brasil Rua Zezé Camargos, 117 – Cidade Industrial Cep. 32210-080 – Contagem – MG [email protected] - www.esab.com.br Iniciamos agora em Setembro as comemorações dos 100 anos de fundação da ESAB e 50 anos da presença da ESAB no Brasil. Estes dois fatos são, para nós, motivo de duplo orgulho: primeiro, porque a fundação da ESAB, por Oscar Kjellberg, em 1904, na Suécia, foi decorrente do seu desenvolvimento pioneiro do processo de soldagem por eletrodo revestido, uma invenção sua que alterou de forma fundamental e definitiva toda a indústria metalmecânica e permitiu que o mundo industrial, como hoje o conhecemos, pudesse florescer; segundo, porque a presença da ESAB no Brasil, com fábrica própria desde 1955 - nos primórdios do processo de industrialização do País - é prova do nosso compromisso para com os nossos clientes, e uma demonstração do acerto da visão e da confiança dos nossos fundadores na importância que o nosso País viria a ter no cenário mundial. Este número da Revista ESAB SOLUÇÃO é dedicado a dois temas principais: o primeiro, os lançamentos da ESAB na última Feira Internacional da Mecânica, com destaque para o Sistema Aristo, uma fonte de energia sinérgica de última geração, cuja fabricação no Brasil nos coloca em linha com o que há de mais moderno no mundo, em matéria de fontes inversoras micro-processadas. O segundo tema é o crescimento no mercado de fabricação de material ferroviário, com destaque para nossos clientes Usiminas Mecânica e Amsted Maxion. O que une estes dois temas é a percepção, agora consolidada entre os diversos economistas, de que o Brasil está no limiar de um novo ciclo de desenvolvimento econômico. Alicerçado principalmente no setor exportador agro-industrial e de mineração, este crescimento na economia começa a dar sinais de expansão para todos os demais setores, com reflexos no aumento geral da produção e dos níveis de emprego. A ESAB, como já comentado nesta coluna, vem há tempos se preparando para esta realidade, com a renovação de toda a sua linha de equipamentos, o lançamento de uma completa linha de automatização de soldagem e o desenvolvimento de diversos consumíveis para soldagem a partir das necessidades de nossos clientes. Nesta hora, quando o cenário econômico exige das empresas a modernização de seus equipamentos e o crescimento no consumo de material para soldagem, a ESAB e seus clientes estão tranqüilos e preparados para o futuro. Esperamos que as matérias deste número contribuam para a discussão dos rumos do mercado de soldagem no Brasil, e antecipamos que já estamos trabalhando em um número especial, totalmente voltado para a história da soldagem e da ESAB nos últimos 100 anos. Não deixe de se cadastrar no nosso site www.esab.com.br para receber os próximos números. Diretor Presidente – Dante de Matos Diretor de Vendas – Newton de Andrade e Silva Diretor Industrial – Luís Cláudio Assis de Mattos Diretor Financeiro – Ernesto Eduardo Aciar Gerente de Marketing – Antonio Plais Produção: Prefácio Comunicação – 31-3372-4027 Editora – Celuta Utsch - MTr. 4667 • Projeto gráfico e editoração – Tércio Lemos • Fotografias – arquivo da ESAB • Revisão técnica – Antonio Plais MARCANDO PRESENÇA Com o lançamento do sistema digitalizado Aristo Power 460, a ESAB comemora 100 anos de fundação e 50 anos de Brasil 4 MARCANDO PRESENÇA Alexandre Asquini D urante a Feira Internacional da Mecânica, realizada de 18 a 22 de maio de 2004, no Anhembi, em São Paulo, a ESAB apresentou para um público técnico especializado o seu avançado sistema de soldagem, de plataforma mundial, totalmente digitalizado, Aristo Power 460. “Com este lançamento, comemoramos um século de fundação da ESAB e 50 anos de presença no mercado brasileiro”, afirmou Newton de Andrade e Silva, diretor de Vendas e Marketing, assinalando que a ESAB tem como lastro sua tradição e sua história, mas é, essencialmente, uma empresa voltada para o futuro. Com 180m2, situado num ponto privilegiado do imenso pavilhão de exposições do Parque Anhembi, o estande da ESAB conseguiu se destacar na floresta de símbolos e marcas que caracterizam a Feira Internacional da Mecânica. O estande ostentava um projeto arquitetônico novo, de muito bom gosto, marcado por linhas orgânicas, estrutura metálica aparente, e painéis redondos e retangulares, que garantiram excelente visibilidade para a marca da empresa. 5 MARCANDO PRESENÇA No interior do estande da ESAB, entre exemplos das diversas famílias de equipamentos e consumíveis, além do Aristo Power 460, uma outra novidade: a linha de equipamentos de automatização fabricada no Brasil, projetada para as condições nacionais, com assistência técnica e preços locais. O diretor Newton de Andrade e Silva salienta a importância da tropicalização, argumentando que, no Brasil, os equipamentos são submetidos a condições muito diferentes daquelas encontradas na Europa e na maior parte dos Estados Unidos. “Somos um país tropical, com muita umidade e temperaturas elevadas. Temos também variações no fornecimento de energia, de modo que as máquinas projetadas no exterior realmente precisam ser adaptadas a todas essas condições específicas do Brasil”, disse. E há ainda um outro aspecto a ser ressaltado: a resistência, tendo em vista as características das instala- 6 Sebastião Oliveira Linha nacionalizada O diretor Newton de Andrade e Silva: ESAB crê no desenvolvimento da país ções onde serão empregados, e mesmo os hábitos de trabalho. Segundo o diretor da ESAB, de modo geral, o parque industrial brasileiro caracteriza-se por abrigar um número maior de indústrias entre médias e pesadas e um número menor de indústrias finas, com o que a robustez passa a ser uma propriedade importante para garantir maior vida útil aos equipamentos e, portanto, melhor relação custo-benefício ao longo do tempo. Confiança e credibilidade Newton de Andrade e Silva assinalou ainda que nacionalizar a produção de equipamentos automatizados e lançar aqui, simultaneamente a todos os outros principais mercados do mundo, um sistema com plataforma mundial, significa mais uma prova da crença da ESAB no processo de desenvolvimento do país. Ele frisa também que, com sua fábrica em Belo Horizonte, a ESAB do Brasil é hoje uma das grandes fornecedoras do grupo em nível mundial. “Considero esse fato muito importante para nós, brasileiros, porque realmente conquistamos essa credibilidade: o grupo tem uma confiança maior nos produtos que saem daqui. A ESAB do Brasil está no mesmo patamar das unidades da Europa e dos Estados Unidos”, concluiu. MARCANDO PRESENÇA As múltiplas motivações para visitar o estande da ESAB um evento como a Feira Nacional da Mecânica, sempre atraem a atenção estandes de grandes companhias de atuação mundial, que apresentam equipamentos e processos de ponta ao lado de produtos tradicionais, de confiabilidade comprovada. Assim, não foi surpresa que um grande número de técnicos, especialistas e empresários do setor, além de estudantes, tenha visitado o estande da ESAB, buscando informações sobre os equipamentos e consumíveis expostos ou para reforçar os laços de relacionamento. Desse contingente, um grupo especialmente importante era composto por clientes tradicionais. N Cotação José Francisco Gonçalves, da Máquinas Piratininga S/A, empresa de caldeiraria com sede em Recife, interessou-se por dois dos novos equipamentos de automação de soldagem que a ESAB está produzindo no país. “Solicitamos a cotação, que já recebemos, e agora estamos esperando a presença de um representante técnico para informações mais detalhadas”, disse, no início do mês de junho. A Máquinas Piratininga tem uma participação muito forte na fabricação de equipamento para as indústrias dos setores químico, de cimento, de geração de ener- Estande esteve sempre movimentado gia e do açúcar, mas aproveita-se também da proximidade entre o Nordeste e os mercados do Hemisfério Norte para exportar. “Atualmente, metade da nossa carteira é para exportação”, informa Gonçalves. Ele explica que é crucial a participação de equipamentos de soldagem e corte na produção de uma caldeiraria, que, essencialmente, executa operações de corte de chapas, dobra e soldagem. E não esconde que o objetivo da Empresa é melhorar as condições de competitividade. “Temos comprado alguns equipamentos da ESAB, porque estamos buscando melhorar nossos processos de automação, justamente para ganhar produtividade.” Sobre a Feira da Mecânica, frisa ser essencial para que uma indústria do seu setor tenha uma boa noção de como estão tanto os fornecedores como a concorrência e para avaliar o estado da arte da tecnologia em oferta. O coordenador de Qualidade da empresa do setor de construção Techint S/A, Luiz Miguel Câmara, esteve no estande da ESAB para reuniões sobre assuntos técnicos. Disse ter apreciado o novo layout adotado para o estande e elogiou a apresentação do novo sistema Aristo Power 460. Também parabenizou a ESAB pelos seus 100 anos de atividade em nível mundial e pelos 50 anos de presença no Brasil Ver de perto Carlos Nonato Ferreira Guimarães é o gerente operacional de oficina mecânica da maior produtora de alumínio primário do país e a quinta maior produtora mundial, a Albrás – Alumínio Brasileiro S/A. Com ele, aprende-se que o alumínio primário tem, em sua cadeia produtiva, inicialmente, uma mineradora de bauxita, que fornece essa matéria- prima a uma produtora de alumina. Junto com a energia elétrica e o coque, a alumina é um dos insumos na produção do alumínio primário. Guimarães explica que viajou da sede da empresa, em Bacarena, a 40 quilômetros de Belém, no Pará, até São Paulo, para conhecer o sistema Aristo Power 460, do qual havia recebido informações preliminares. “A viagem, com certeza, foi proveitosa. Vimos o equipamento, tivemos uma demonstração e estamos com todas as informações para analisar.” A Albrás há muito tempo utiliza produtos da ESAB. “A maioria dos nossos equipamentos de soldagem é da ESAB. Recentemente, adquirimos equipamentos de soldagem por arco submerso”, informa o gerente, aproveitando para ressaltar a presteza e eficiência do atendimento normalmente recebido do representante da ESAB na Região Norte. 7 MARCANDO PRESENÇA Equipe ESAB: um time unido e preparado para receber os visitantes da Feimafe “Família ESAB” Luiz Antônio Miranda, sócio-diretor da empresa comercial varejista Dismafe, que tem sede em Cuiabá, lojas em três Estados – Mato Grosso, Goiás e Rondônia – e televendas ou os serviços de vendedores externos em 22 unidades da federação, atribui grande importância ao fato de a ESAB manter um estande grande e acolhedor na Feira da Mecânica. “Considero muito oportuno, porque somente numa feira com essas proporções é que temos oportunidade de encontrar todos que compõem a família ESAB”. Ele aplaudiu a localização do estande – um ponto estratégico, com grande visibilidade, e disse gostar muito da combi- 8 nação de cores da ESAB – amarelo e preto —, que considera especialmente atrativa. A Dismafe foi fundada há 21 anos e, desde o início, tem a ESAB entre os cerca de 300 fabricantes cujos produtos distribui. Por isso, Miranda se sente à vontade para fazer sugestões, como, por exemplo, uma separação mais definida, no estande, entre equipamentos mais avançados e equipamentos e produtos convencionais. Ele argumenta que a parcela dos clientes interessados em equipamentos mais simples sente-se inibida diante de equipamentos mais avançados. Outra sugestão é no sentido de que se favoreça ainda mais a reunião de pessoas: “Seria bem proveitoso que houvesse uma ‘convençãozinha’ comercial para, por exemplo, discutir dificuldades e oportunidades do mercado ou, eventualmente, aspectos técnicos de produtos e processo”. Contato é essencial Numa linha de raciocínio parecida com a do representante da Dismafe, José B. Fróes Bernardi, da locadora de equipamentos Argon Soldas, de São Paulo, diz que visitou o estande com o objetivo de travar contato com o pessoal da ESAB e para se encontrar com outros fornecedores e até concorrentes. Ele entende que as feiras técnicas sejam acontecimentos que permitem um maior contato e aproximação entre profissionais que exercem o mesmo tipo de atividade. Ele disse acreditar que, de modo geral, toda a Feira Internacional da Mecânica esteve melhor do que em anos anteriores. “Senti um clima de otimismo, tanto da parte dos visitantes como entre os expositores, e eu mesmo me contaminei um pouco com esse clima.” Bernardi faz questão de assinalar que não vai à feira para ver novidades da ESAB, porque ele tem tido atendimento muito bom da equipe de vendas, que comunica todas as novidades e passa todas as informações. E reiterou: “Fui mesmo para encontrar pessoas’’. MARCANDO PRESENÇA U cima; porém, com um barco usado, isso não foi possível, levando a equipe a um novo aprendizado. O estaleiro de Amyr Klink se beneficiou com todas essas experiências, já que passou a dominar a tecnologia de soldagem do alumínio em estruturas navais e a aplicá-la na produção dos barcos encomendados por terceiros. O próximo projeto é uma embarcação de 150 toneladas, que, no entender do aventureiro e empresário, trará novas dificuldades e desafios, para os quais, segundo disse, sabe que poderá contar com o apoio da ESAB. Para Klink, a experiência de fazer um barco “é altamente educativa, pois envolve quase todas as áreas do conhecimento”. Ele diz que gosta de viajar, sobretudo para as regiões geladas, como a Antártida e o Ártico, mas faz questão de assinalar: “O que eu gosto mesmo é da parte do projeto, de procurar parceiros, soluções, quem é o especialista em determinados processos (...). A gente acaba virando uma espécie de caçador de tecnologias”. Marcas de solda Durante a palestra, Klink disse apreciar muito do aspecto do Paratii2, com seu fundo de alumínio, em que as marcas de solda ficam apa- Klink falou sobre sua mais recente viagem: Antártida Sebastião Oliveira m dia antes do início da Feira Internacional da Mecânica, a ESAB promoveu, no Clube Transatlântico, na zona sul da cidade de São Paulo, uma apresentação técnica detalhada do Aristo Power 460, seguida de uma palestra de Amyr Klink sobre sua mais recente viagem: uma verdadeira volta ao mundo a bordo do seu barco, Paratii2, em torno da gelada região da Antártida. Klink agradeceu o apoio inicial que recebeu da ESAB, quando, há exatos dez anos, decidiu utilizar na fabricação do Paratii2 um novo sistema construtivo, que dependia em forte medida de uma elaborada solução para soldagem de partes de alumínio constitutivas do barco. Ele destacou que, na época, a decisão foi por treinar soldadores para o seu estaleiro, em vez de contratar fora os serviços e que essa solução foi demorada, mas acertada. “A demora, o caminho mais longo, muitas vezes, ajuda a agregar qualidade ao que se faz”, disse. Mais tarde ele também utilizaria equipamentos da ESAB na reforma de um barco – com uma dificuldade adicional: normalmente, num barco novo, o processo de soldagem é feito com a estrutura disposta de uma tal forma que, de início, o fundo fica para Sebastião Oliveira Amyr Klink fala sobre soldagem e aventura O navegador domina a tecnologia de soldagem do alumínio em estruturas navais rentes. “É comum, quando chego a uma marina, acharem o barco bonito e interessante e perguntarem: mas quando você vai pintar?” Klink diz que também acha o Paratii2 bonito e que isso acontece em grande parte por causa da ousadia do seu design, mas também por causa das soldas aparentes da estrutura. “Não quero esconder as marcas de solda sob uma pintura.’’ A ausência de pintura reduz os custos de manutenção e é ecologicamente mais interessante. “A pintura naval é um procedimento muito poluente, já que utiliza tintas venenosas, que contêm produtos químicos que previnem as incrustações na parte submersa. A eliminação da pintura, além de deixar o barco mais bonito, evita esse tipo de ação poluente.” 9 MARCANDO PRESENÇA Destaque na Feira Internacional da Mecânica 2004 – Sistema Aristo grande destaque da ESAB na Feira Internacional da Mecânica, que se realizou entre os dias 18 e 22 de maio de 2002, no Parque do Anhembi, em São Paulo, foi o O lançamento da linha de equipamentos Aristo, produzidos no Brasil, com tecnologia da ESAB mundial. Os primeiros membros desta família são a fonte de energia sinérgica AristoPower 460, destinada a soldagem MIG, MIG pulsado e eletrodo revestido, e o alimentador de arame AristoFeed 30-4W, com painel de controle de funções MA6 integrado. Adicionalmente, um dispositivo de controle e programação remota AristoPendant U8 pode ser conectado ao conjunto, fornecendo funções avançadas de programação de parâmetros e gerenciamento do sistema. Conheça agora, em detalhes, este importante lançamento da ESAB no Brasil. • 1981 - Primeiro inverter ESAB • 1986/1988/1997 - Evoluções • 2001 - Lançamento New Aristo System Por que Aristo no Brasil? Estamos utilizando uma experiência de mais de 20 anos na geração de tecnologia para desenvolvimento de equipamentos inversores de solda (controle, potência e design), que nos possibilita sermos os primeiros fabricantes de máquinas de solda a produzir no Brasil equipamento deste porte, com alta tecnologia, alto valor agregado, de forma a atender aos clientes com uma solução global. Estamos oferecendo ao mercado, com fabricação nacional, o mesmo equipamento que pode ser encontrado tanto na Europa quanto nos USA. O Sistema Aristo é o que 10 existe de mais moderno em equipamento de solda no mundo, proporcionando excelente produtividade, altíssima qualidade no cordão de solda e, ao mesmo tempo, uma operação extremamente simplificada. • 2003 - AristoPower 460 USA • 2004 - AristoPower 460 Brasil MARCANDO PRESENÇA Filosofia do Sistema Aristo O sistema Aristo é a primeira fase de um novo programa de modularização desenvolvido pela ESAB mundial para melhorar a eficiência e o desempenho dos equipamentos de soldagem e corte globais da empresa. O projeto das fontes de potência é baseado em uma moderna tecnologia de inversor, utilizando um número reduzido de componentes. A utilização do conceito de modularização permite substancial redução do número total de componentes necessários para a produção de uma família de máquinas (Aristo/Synergic), resultando em menor utilização de mão-de-obra na montagem dos equipamentos, menor tempo de produção, redução do capital utilizado em estoques e proporcionando redução substancial no custo dos produtos. O sistema Aristo é reconhecidamente um dos equipa- mentos com melhor relação custo/benefício em sua categoria. Tecnologia embarcada Sistema de controle e comunicação inteiramente digital - todos os circuitos de controle e comunicação dos componentes dos sistemas Aristo são digitais e, portanto, imunes a interferências elétricas. O uso de tecnologia digital permite a atualização, no campo, de todos os softwares e a realização de testes para verificação precoce de falhas. O sistema possui um registro permanente de erros, que permite a avaliação de falhas, mesmo intermitentes, antes mesmo de serem sentidas pelo operador ou causarem efeitos na soldagem. Sistema de comunicação CAN BUS - O padrão de comunicação digital utilizado para comunicação entre a fonte, o alimentador de arame e o painel de controle é o CAN BUS. Este proto- Dados técnicos do AristoPower 460 colo (CAN – Controller Area Network) foi estabelecido há mais de 10 anos, desenvolvido originalmente pela Intel e Robert Bosch AG para a industria automotiva, e o número de componentes CAN vendidos no mercado vem aumentando continuamente nos últimos anos. A utilização do sistema CAN BUS entre as partes contribui para aumentar a performance do equipamento: • Menor número de problemas de conexões entre os componentes; • Maior confiabilidade na transmissão de dados digitais (tolerância: ± 0%); • Melhor funcionalidade (ex: comunicação com PC para upload de programas e parâmetros); • Maior qualidade e mais diagnósticos próprios de funções - indica se existe alguma falta no equipamento, tornando possível parar a produção e resolver o problema antes que a qualidade da produção seja afetada; • Realimentação dos valores reais das variáveis de soldagem durante o processo permite o ajuste automático do equipamento às condições de trabalho. Atualização e comunicação avançada por computador - Através do programa ESAT – ESAB Software Administration Tool, o equipamento pode ser conectado a um computador através do adaptador CAN, sendo possível fazer a atualização do software na fonte, no alimentador de arame e no painel de controle. Com este software, totalmente em português, é possível fazer uma total administração dos sistemas, tais como: troca e atualização de linhas de sinergismo, troca de idioma do alimentador, checagem do registro de erros do equipamento, definição de limites para o operador, habilitação de códigos de bloqueio do painel de controle e muitas outras funções. Dados técnicos do AristoFeed 30-4W MA6 11 MARCANDO PRESENÇA MMC (Man/Machine Communication) - Esta nova tecnologia possibilita um painel de controle mais fácil de operar, fazendo com que operador se sinta confiante ao manusear o equipamento desde seus ajustes básicos até os mais avançados. Operados através de confortáveis e resistentes botões sensíveis ao toque, os painéis possuem 16 idiomas diferentes, entre eles o português. Linhas de sinergismo Linhas de sinergismo são parâmetros desenvolvidos pela ESAB especialmente para um determinado tipo de arame, bitola e composição de gás de proteção, de forma a se obterem ótimos resultados na soldagem. Nos painéis de controle MA6 e U8 estão pré-programadas dezenas de linhas de sinergismo para soldagem MIG/MAG e MMA. Cada linha de sinergismo é um conjunto de dados individuais para um certo caso de solda. Para a soldagem 12 MIG/MAG, por exemplo, a linha de sinergismo fornece a relação entre velocidade de alimentação do arame e ajuste da tensão de soldagem, levando em consideração o tipo de gás e a bitola do arame. Quando o soldador altera a velocidade de alimentação do arame, a tensão vai ser automaticamente ajustada de acordo com a linha de sinergismo correspondente. A utilização da regulagem automática dos parâmetros de soldagem através das linhas de sinergismo não impede o ajuste da tensão pelo operador de forma manual. No entanto, a utilização dos parâmetros pré-configurados, devidamente desenvolvidos e testados para proporcionar um desempenho ótimo do equipamento e uma melhor qualidade do trabalho realizado, é recomendada para a maioria dos casos. O número de linhas de sinergismo disponíveis no MA6 é de 30, e no U8 superior a 200. As linhas de sinergismo podem ser modificadas utilizando-se o ESAT ou através do AristoPendent U8. Memorização de parâmetros de soldagem Os alimentadores AristoFeed possuem um recurso de armazenamento de parâmetros de soldagem em posições de memória. Este recurso permite ao operador armazenar, consultar e, posteriormente, recuperar os parâmetros de soldagem mais utilizados. Estão disponíveis 10 posições de memória no controlador MA6 e 99 no AristoPendant U8 Comunicação com robôs e PLC´s - O sistema Aristo pode ser conectado a robôs de todos os fabricantes, nos diferentes tipos de padrão de comunicações: CanOpen, DeviceNet e ProfiBus. O sistema Aristo pode ser conectado também a diferentes PLC´s, utilizando um kit de comunicação adequado. NAVAL Indústria naval: uma trajetória de queda e ascensão indústria naval brasileira sempre teve grande importância para a economia do país. No final da década de 70, ocupou a segunda posição do segmento em nível mundial, abaixo apenas do Japão. Nesta época, era responsável por 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos, a maior parte no Estado do Rio de Janeiro, onde ainda hoje se concentram os grandes estaleiros do país. No que diz respeito à soldagem, a indústria naval nacional da época estava muito focada na utilização do processo manual ao arco aberto com eletrodo revestido. A ESAB, líder de mercado, se preocupava em manter sua posição, oferecendo pronto atendimento e qualidade assegurada. A 14 Nas décadas de 80 e 90, houve uma queda do mercado devido ao baixo nível de atividades e investimentos da economia brasileira no setor. Para ilustrar a decadência, vale citar que, no final de 2000, a indústria naval brasileira gerava apenas dois mil empregos diretos e oito mil indiretos. Ao longo dessas duas décadas, estaleiros de grande porte paralisaram suas construções, ficando somente com pequenos reparos de embarcações e alguns até mesmo foram desativados. Como exemplo, pode-se citar: Ishibras (hoje Sermetal Estaleiros Ltda), situado na zona portuária do Rio de Janeiro; Emaq (hoje Eisa - Estaleiro Ilha S.A.), situado à beira da baia de Guanabara; Mauá (hoje Mauá Jurong S.A.), em Ni- terói; e Verolme (hoje Brasfels S.A.), localizado na baia de Angra do Reis. A retomada Em 1998, foi criada a Transpetro, empresa responsável por atender à Petrobrás na área de transportes. A nova empresa vem promovendo a retomada do setor, viabilizando a construção de navios para diversas utilizações (transporte de gás natural, graneleiros, petroleiros) e a transformação de navios petroleiros de grande porte em plataformas tipo FPSO (Flotation Process Storage Operation), como, por exemplo, a P-48 Barracuda e a P-43 Caratinga. Outro fato responsável pelo aquecimento do segmento é a abertura do mercado de exploração de hidrocarbonetos, através da lei no 9.478, mais conhecida como “lei do petróleo”, que estabelece que as concessões para exploração e produção de petróleo sejam fornecidas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), através de licitações. Até então, a Petrobrás detinha o monopólio, atuando principalmente na bacia de Campos. Com a abertura, surgiram obras diretamente ligadas ao segmento off-shore, como construção de embarcações de apoio a plataformas de petróleo (PSV-platform supply vessel), construção de módulos de plataformas petrolíferas e reparos de navios estrangeiros destinados ao suporte marítimo. NAVAL Os investimentos O segmento naval/off-shore se tornará mais competitivo quanto maior for o seu grau de mecanização ou automação. Com o reaquecimento do setor, depois de duas décadas em que estiveram quase desati- vados, os estaleiros nacionais se viram forçados a investir na capacidade instalada de processamento de materiais e na reciclagem de mão-de-obra, agregando o máximo de tecnologia com o menor custo possível. Um estaleiro é reconhecido no mercado, tanto interno como externo, pelo seu investimento em capital físico, em sua capacidade instalada de processamento de material e pela qualificação de seu corpo técnico e operacional. São aspectos decisivos, por exemplo, numa concorrência internacional. Somente um esforço de automação e mecanização dos processos de soldagem, com conseqüente redução nos custos de mão-de-obra, tornará possível a competição entre os estaleiros brasileiros e os seus pares instalados em outros países. Além disso, certamente os estaleiros precisariam de linhas de créditos e isenções de impostos como forma de minimizar custos dos investimentos iniciais, colocando-os em pé de igualdade com as condições obtidas pelos concorrentes externos. Além da modernização do parque industrial, o segmento depara-se também com uma grande dificuldade, que é a atualização dos conhecimentos dos profissionais e a formação de novos quadros. É preciso qualificar os profissionais para que tenham facilidade de migrar de um processo manual para um semi-automático, pois quem opera o equipamento é parte fundamental do processo produtivo. que o mercado externo, como a Coréia do Sul e o Japão, já vêm utilizando há algum tempo. A ESAB, como líder de mercado, orgulha-se de participar, direta ou indiretamente, de todas as obras em andamento na indústria naval/off-shore, sendo o principal parceiro na área de soldagem dos maiores estaleiros do país. Com uma ampla linha de produtos consumíveis, equipamentos para soldagem manual, semi-automática e automatizada, e uma completa linha de máquinas de corte CNC, a ESAB é a única empresa instalada no Brasil com estrutura capaz de suportar as exigências de qualidade, prazo de entrega e assistência técnica impostos por este mercado. Contando com equipe de vendas e assistência técnica e estoque local, em sua Filial no Rio de Janeiro, a ESAB tem presença constante nos seus clientes, apoiando ativamente suas atividades nas áreas de soldagem e corte. A empresa procura estar ao lado do cliente, proporcionando informações e aperfeiçoamento tecnológico. As parcerias com as instituições de pesquisa e ensino e escolas técnicas em todo o país são fundamentais para a realização deste salto de produtividade. Uma das parcerias da ESAB, visando à formação e ao aperfeiçoamento de profissionais, é com o Senai Cetec do Rio de Janeiro. A empresa tem um acordo com o Centro de Tecnologia Euvaldo Lodi e fornece equipamentos e consumíveis para uso dos alunos. Os equipamentos são cedidos ao Senai, na maioria das vezes, por contrato de comodato, para cursos específicos. Assim, o soldador tem contato com os produtos ESAB desde o início de sua formação profissional, o que certamente repercutirá na qualidade do seu trabalho. Presença e apoio Apesar de a defasagem ser grande com relação ao mercado naval externo, o mercado nacional está se especializando em novos produtos e aprimorando os processos de soldagem, com utilização maior de processos automatizados e semi-automáticos. Exemplo disso são os arames tubulares, 15 ESPECIAL Usiminas Mecânica: bons ventos, bons negócios Ocupando lugar de destaque entre as melhores do Brasil, a Usiminas Mecânica comemora bons contratos e aponta para a recuperação de setores da economia nacional. undada pela Usiminas, em 1970, com o objetivo de utilizar o aço fabricado no Brasil, na construção civil e no setor de mecânica, a Usiminas Mecânica ocupa, hoje, lugar de destaque entre as melhores empresas brasileiras. Localizada em Ipatinga, no Vale do Aço, em Minas Gerais, atua na fabri- F 16 cação de equipamentos e estruturas metálicas para os mais diversos segmentos de mercado. Sua operação é distribuída em seis unidades de negócio específicas aos seus diferentes tipos de fornecimento: equipamentos, estruturas metálicas, blanks, perfis metálicos, montagem industrial, pontes e viadu- tos. Atende as indústrias de siderurgia, mineração, papel e celulose, hidroeletricidade, petróleo e petroquímica, recuperação de peças, recondicionamento de rolos e cilindros para a indústria pesada, blanks para a indústria em geral, estruturas para a construção civil, perfis metálicos, pontes rodoviárias, ferroviá- rias e viadutos, além de executar montagens industriais eletromecânicas. Recentemente, passou a construir vagões ferroviários para o transporte de granéis. Sendo a soldagem um procedimento fundamental em seus processos de fabricação e montagem, a Usiminas Mecânica é um Antônio Palis ESPECIAL grande consumidor dos produtos ESAB. Ao longo dos imensos corredores do Almoxarifado da fábrica acumulam-se caixas de arames tubulares, além das latas de eletrodos estocadas em estufa aquecida 10 graus centígrados acima da temperatura ambiente. A empresa consome principalmente os arames tubulares OK Tu- brod 81W, utilizados na soldagem de estruturas metálicas e pontes, OK Tubrod 71 Ultra, empregado na fabricação de vagões, e o eletrodo OK 73.03, usado no ponteamento das peças fabricadas com o aço USIMINAS SAC 50 (Cortem), entre outros. O emprego do arame tubular na construção de vagões ferroviários demonstra o grau de preocupação da empresa com a produtividade, qualidade e redução de custos, uma decisão que resultou de estudos que comprovaram maior produtividade deste consumível com relação ao arame sólido. A ESAB está presente também na área de blanks da Usiminas Mecânica, onde são usadas máquinas de corte a plasma e a laser procedentes das fábricas da ESAB na Carolina do Sul, Estados Unidos e Karben, Alemanha. É uma parceria antiga, desde 1991, alicerçada na boa performance dos equipamentos e na eficiência e presteza da assistência técnica da equipe brasileira. 17 Pontes e viadutos: a soldagem é fundamental Classificada como líder nacional e uma das primeiras do mundo no segmento de estruturas e pontes metálicas, a Usiminas Mecânica comemora os prêmios recebidos ampliando cada vez mais a sua carteira de grandes obras. Exemplo de arrojo e tecnologia, a ponte JK, estendida sobre o lago Paranoá, em Brasília (DF), foi escolhida pela Sociedade de Engenheiros da Pensilvânia (EUA) como a ponte mais bonita do mundo construída em 2002. O projeto da ponte é de autoria do arquiteto Alexandre Chan e a Usiminas Mecânica foi responsável pela fabricação, transporte, pré-montagem, montagem e lançamento das estruturas metálicas, inclusive dos arcos centrais. Os arcos foram projetados na diago- nal de cada tabuleiro, em aço de alta resistência estrutural e à corrosão. A ponte tem seis pistas de rolamento para veículos e duas para pedestres e ciclistas nos dois sentidos, com largura total de 24 metros e comprimento de 1,2 Km. É, certamente, a “menina dos olhos” do especialista em solda e coordenador da qualidade da Unidade de Negócio Pontes e Viadutos, José Eduardo Fernandes Salles. Há 19 anos na empresa, José Eduardo não esconde o orgulho de fazer parte da equipe que tocou o projeto. “A solda é a grande vedete da engenharia de pontes”, diz. A unidade está envolvida, atualmente, em diversos projetos, como a ponte rodoferroviária sobre o rio Orenoco, em Puerto Ordaz, na Venezuela. Com extensão de 3.120 metros, 24 metros de largura, 60 metros de altura no vão central, três vãos de 300 metros e quatro Antônio Palis ESPECIAL José Eduardo Fernandes Salles: boas perspectivas para a Unidade de Pontes torres, a ponte vai consumir 25 mil toneladas de aço. Se os números im- pressionam, também o fazem o tamanho das partes pré-fabricadas do tabuleiro, Adequação à Norma AWS uando iniciou a investida nos Estados Unidos, a empresa solicitou a ESAB que se adequasse às exigências de especificação e classificação de consumíveis da norma AWS, Q 18 que rege a fabricação de pontes daquele mercado. A ESAB, então, desenvolveu o eletrodo OK 7303 (especificação AWS E7018-W1), usado para ponteamento das peças a serem soldadas. “Trabalhamos, hoje, com um tipo de aço que elimina a pintura, portanto a tecnologia da soldagem tem de acompanhar este avanço”, diz o engenheiro José Eduardo. O consumo maior na soldagem é do arame tubular OK Tubrod 81W (classificação AWS E81T1-W2), com base química de cromo, níquel e cobre, com alta resistência à corrosão, altíssima produtividade e excelente acabamento do cordão de solda. ESPECIAL forma da movimentada ponte sobre o East River, que liga o Bronx ao Queens. A Usiminas Mecânica fornecerá o tabuleiro metálico, os contraventamentos e o reforço das torres, num total de 9,5 mil toneladas de aço. A instalação será feita pelos americanos. O engenheiro Fabrício Cardoso Rodrigues mostra o projeto e afirma: “A reforma é mais complicada que a execução do projeto original. Com o desgaste natural, as medidas não são mais as mesmas, é preciso achar os pontos certos de forma a garantir que as novas peças tenham encaixe perfeito sobre a estrutura existente”. Segundo ele, a complexidade da reforma da ponte nova-iorquina é tal que os americanos se mudaram para o canteiro de obras com previsão de lá ficar pelos próximos cinco anos. A fabricação da Usiminas Mecânica terá duração de 10 meses. Antônio Palis que são escoadas por via férrea até Vitória (ES) e despac hadas de navio para a Venezuela. A fase de fabricação terminou em junho e a montagem vai até o final de 2005. A empresa trabalha, ainda, em cinco pontes menores para o mercado interno. E as perspectivas de futuro para a Unidade de Pontes são muito boas. A Usiminas Mecânica tem o nome já consolidado no mercado americano, onde entrou em 2000, com o projeto que José Eduardo chama de “nosso cartão de visitas nos Estados Unidos”: a Bay Bridge, em São Francisco, na Califórnia, onde foi responsável pelo fornecimento de toda a estrutura metálica utilizada na reforma das pistas de rolamento. Desde então, forneceu 11 pontes para o Estado da Virgínia e agora trabalha em Nova Iorque. Em maio, a equipe deu início à execução do projeto americano de re- Atendimento diferenciado ESAB é parceira freqüente nos projetos da Unidade de Pontes e Viadutos da Usiminas Mecânica. Segundo o engenheiro José Eduardo Fernandes Salles, A a opção pelos consumíveis ESAB se dá em função de ela ser uma empresa “nacionalizada”, capaz de desenvolver consumíveis de acordo com a necessidade do cliente e de prestar uma assistência técnica eficiente. Ele citou também a responsabilidade no cumprimento de prazos, a disponibilidade e o fácil relacionamento com a equipe ESAB. A Usiminas Mecânica é atendida há 13 anos pelo vendedor Marco Antônio Martins Gonçalves. Ele passa duas semanas por mês no Vale do Aço, especialmente por conta deste cliente. 19 ESPECIAL No ano passado, a Usiminas Mecânica estreou em um novo e promissor mercado: a fabricação de vagões ferroviários de carga. Vinculada à Superintendência de Equipamentos, a Unidade de Fabricação de Vagões já forneceu para a América Latina Logística, do Paraná, e, em novembro de 2003 comemorou a encomenda de 100 vagões pela Cia. Vale do Rio Doce (CVRD). Em junho, entregou os últimos vagões deste pedido e já se prepara para iniciar a fabricação de outro lote de 120. São vagões tipo HFE, Hoper Fechado, para transporte de grãos. Os trucks para este fornecimento são do tipo Barber, com tecnologia da Standard Car Truck e importados da China. Cada vagão mede 16,20 metros de comprimento, 2,70 metros de largura e 3,87 metros de altura, pesando 22,07 toneladas. Em sua construção, são utilizadas 12,60 toneladas de c hapas SAC 350. E a idéia, para o futuro, é fornecer o vagão completo: a caixa com eixos, truques e parte rodante. Quem afirma é João dos Santos Costa, responsável por métodos e processos, da Gerência de Serviços de Oficinas. “Em breve, nossos vagões vão sair daqui já nos trilhos”, diz. Antônio Palis Vagões: nos trilhos da CVRD João dos Santos Costa: em breve, vagões sairão da fábrica já sobre os trilhos Mudando para melhor grande “pulo do gato” na fabricação dos vagões da Vale foi a mudança do consumível de soldagem, passando do arame sólido para o arame tubular (OK Tubrod 71 Ultra). A decisão da Usiminas Mecânica foi comunicada à ESAB através de uma ligação do engenheiro João dos Santos para o telefone celular do vendedor Marco Antônio Gonçalves, exatamente durante a festa de Natal dos funcionários, em dezembro. Resultado: as férias coletivas do pessoal O 20 de produção da ESAB, marcadas para depois das festas de fim de ano, foi cancelada. Porém, com muita satisfação, pois o compromisso com o atendimento às necessidades do cliente sempre foi ponto de honra para todos na empresa. O especialista de solda da Usiminas Mecânica, José Eduardo Fernandes Salles, fiel defensor da eficiência do tubular, afirma que a decisão gerou vários benefícios na fabricação de vagões. “Há 20 anos, tínhamos o eletrodo, depois o sólido, e hoje temos o tubular, que é a evolução do processo de soldagem”, explica. O arame tubular gera efetivo ganho no tempo de mãode-obra. Feitos todos os cálculos, a empresa concluiu que, embora tenha preço por quilo superior ao arame sólido, o arame tubular é muito mais produtivo. “Provamos que a economia gerada em função do preço do arame sólido – aproximadamente metade do preço do arame tubular – não existia porque o gasto com mão-de-obra era três vezes maior. Com a mudança, passamos da fabricação de dois vagões/dia para 3,5 vagões/dia. Com a parceria com o nosso fornecedor, pudemos cumprir com folga o prazo solicitado pelo cliente.” O engenheiro João dos Santos, da Gerência de Serviços de Oficinas, lembra que o arame tubular exige menos do soldador, que não perde tempo limpando respingos, pois este tipo de consumível dispensa acabamento. “O material não é barato, mas é muito mais eficiente.” A Unidade de Negócio de Blanks da Usiminas Mecânica tem a ESAB como parte da sua história. Parceiros de longa data, das 12 máquinas de corte a laser e a plasma instaladas em Ipatinga, 10 são fabricadas pela ESAB. “É a melhor máquina em relação à concorrência, mas, principalmente, nossa opção pela ESAB é decorrência da assistência técnica sempre presente e eficiente”. Quem afirma isto é o engenheiro de fabricação de blanks e estampagem, especialista em montagem de máquinas e voz ativa na compra de todos os equipamentos de corte, Eduardo Valladares Guimarães. Preparando-se para ampliar sua capacidade de produção, a Eduardo Valladares Guimarães: parceria de longa data entre Usimec e ESAB ocasião em que Eduardo Valladares ingressou na Usiminas Mecânica exatamente para fazer a montagem e dar acompanhamento à fabricação de blanks. Hoje, 13 anos e 14 máquinas depois, o especialista vê o mercado se aquecer em função do renascimento da indústria naval brasileira, segmento destino de 50% da fabricação da unidade. O Brasil tem um déficit de aproximadamente 84 navios, incluindo petroleiros. Um mercado bastante promissor. “Há muito tempo parado, o parque industrial ficou obsoleto e, agora, com o reaquecimento, os estaleiros estão terceirizando o corte. A Usiminas Mecânica – que é hoje talvez a segunda maior cliente da Usiminas - surge como opção de peso porque tem fácil acesso à matéria-prima”, explica Eduardo. O restante do fornecimento da empresa é distribuído, grosso modo, entre: carrocerias, 20%, máquinas agrícolas, 10%, construção civil, 10%, e o resto diluído nos demais segmentos. Usiminas Mecânica recebeu, em julho, mais duas novas máquinas de fabricação da ESAB americana e assistência técnica brasileira: trata-se de duas máquinas de corte plasma CNC Avenger 2, com pórtico de 7 metros, especificamente desenvolvidas pela ESAB para trabalhos de corte de alta produtividade e grande fator de trabalho. A primeira máquina adquirida da ESAB foi instalada em 1991, Antônio Palis Blanks: o renascimento da indústria naval brasileira Antônio Palis ESPECIAL Máquinas ESAB instaladas na Usiminas Mecânica • 1ª máquina – 1991 Modelo GXM 2200 CNC - Autopath GX3050 CNC - Vision PC • 6ª máquina – 1999 Modelo Shadow 2 CNC - Vision PC • 2ª máquina – 1993 Modelo CM 3600 CNC - S2000 • 7ª máquina – 2002 Modelo Alpharex XC Laser TLF 4000 CNC - Vision NT • 3ª máquina – 1993 Modelo CM 3600 CNC - S2000 • 8ª máquina – 2003 Modelo Alpharex XC Laser TLF 4000 CNC - Vision NT • 4ª máquina – 1997 Modelo Avenger 2 CNC - Vision 2000 • 9ª máquina – 2002 Modelo Sabre 4200 CNC - Vision PC • 5ª máquina – 1998 Modelo Sabre 3600 • 10ª máquina – 2002 Modelo Sabre 4200 CNC - Vision PC • 11ª máquina – 2003 Modelo Sabre 4200 CNC - Vision PC • 12ª máquina – 2003 Modelo Sabre 4200 CNC - Vision PC • 13ª máquina – 2004 Modelo Avenger 2 CNC - Vision PC • 14ª máquina – 2004 Modelo Avenger 2 CNC - Vision PC 21 VAGÕES FERROVIÁRIOS Alexandre Asquine ma joint-venture instituída há quatro anos, resultante da associação metade-metade entre a brasileira Iochpe-Maxion e a norteamericana Amsted Industries, está comandando o processo de retomada da produção brasileira de vagões ferroviários de carga. Trata-se da Amsted Maxion – Fundição e Equipamentos Ferroviários S/A, que detém 80% do mercado brasileiro do segmento, operando em sua sede na cidade em Cruzeiro-SP, onde há fundição de peças e montagem de vagões, e em duas outras unidades produtivas, em Osasco-SP, uma fundição, e Hortolândia-SP, onde se faz a montagem de vagões. A empresa também mantém contratos de fornecimento de serviços de montagem de vagões com duas outras empresas, a Companhia Comércio e Construções (CCC), que possui uma unidade em Cruzeiro e outra em Deodoro-RJ, e a Companhia Mineira de Equipamentos Ferroviários (Comefer), instalada em Conselheiro LafayeteMG. Ao todo, são seis plantas produtivas e cerca de trinta outras empresas de apoio, denominadas “satélites”, contratadas para executar serviços auxiliares na produção de partes dos vagões, além dos fornecedores de peças e componentes. U 22 Amsted Maxion produção brasileira de VAGÕES FERROVIÁRIOS comanda a retomada da vagões de carga 23 VAGÕES FERROVIÁRIOS Marca histórica epois de amargar, na primeira metade dos anos 90, um largo período em que os pedidos mal chegavam a 300 vagões por ano, a Amsted Maxion comemorou, no mês de maio de 2004, a marca histórica de 400 vagões por mês, sendo possível que produza, até dezembro próximo, 4,5 mil vagões. Tudo isso está sendo conseguido após uma sucessão de decisões que vêm se revelando acertadas, tomadas a partir de um profundo conhecimento do setor, da avaliação precisa de cada momento do mercado, de muita paciência e de escolhas estratégicas firmes. No início da última década, o volume de fabricação de vagões era muito baixo. Naquela ocasião, a IochpeMaxion decidiu preservar sua estrutura ferroviária, incluindo engenharia e produção. A idéia era manter na empresa um pessoal qualificado, experiente, para D O engenheiro Paulo Cezar Puga Martone e o diretor de Vendas e Marketing, Vicente Abate quando ressurgissem as oportunidades de fabricar vagões. O cerne dessa decisão estava na compreensão de que uma empresa que por tanto tempo havia exercido a liderança no setor não poderia abrir mão de sua expertise, pois, quando o panorama melhorasse, correria o risco de não ter capacidade para responder com agilidade às exigências dos cli- entes, ou, o que seria pior, poderia ficar fora do mercado. Mas os tempos eram, de fato, bicudos. Colocado no horizonte logo no começo da década, o processo de privatização do setor ferroviário só iria se efetivar em 1996 ou 1997, e antes disso, as encomendas eram escassas. A empresa buscou alternativas para manter-se ativa no seg- mento: executou reformas de vagões, construiu três vagões de serviço para o Metrô-SP e atendeu à Companhia Vale do Rio Doce, que comprou uma média de 50 vagões por ano entre1994 e 1998. Atuava também no segmento de reposição, com o fornecimento de rodas, truques, engates, e seguia na prestação de serviços de fundição para bens industriais. Privatização avia, na época, a crença de que, com a privatização, todos os problemas do setor terminariam e que, de imediato, haveria um grande volume de pedidos de vagões. Mas isso de fato não aconteceu. As concessionárias H 24 optaram por reformar os vagões. Um dos contratos da Iochpe-Maxion nesse período referiu-se à reforma de mil vagões para a MRF. É bem verdade que também houve pedidos de vagões não decorrentes da privatização, como, por exemplo, os referentes à implementação da Ferronorte, entre 1998 1999; ou em razão de a Vale do Rio Doce ter incrementado sua exportação. Nesse período pós-privatização, a Iochpe-Maxion chegou a fazer entre 700 e 1.200 vagões por ano, o que representava um nível de atividade consideravelmente maior do que o registrado em anos anteriores, mas, mesmo assim, ainda muito aquém do volume que a empresa acreditava ser possível realizar. VAGÕES FERROVIÁRIOS Visão estratégica mercado ferroviário é marcadamente cíclico, com um patamar de topo muito pequeno. Normalmente, a demanda cresce, sustenta-se em alta por um curto período e depois cai, permanecendo baixa por um período mais longo. Sabendo disso, a Iochpe-Maxion, num processo de planejamento estratégico, decidiu tornar-se independente da demanda do setor ferroviário e também do mercado interno. O caminho foi estabelecer uma linha de ação arquitetada de tal forma que, na hora em que o mercado ferroviário brasileiro estivesse forte, a Amsted Maxion pudesse atuar nele, respondendo às suas necessidades. Mas, enquanto ele não reagisse, ou quando, no futuro, não estivesse bom, a empresa pudesse trabalhar com fundidos industriais e vol- O tar seus esforços para a exportação. “Tivemos também a felicidade de fechar, em março de 2000, a associação com Amsted Industries, que era nossa licenciadora quanto à tecnologia de rodas, truques e engates para o mercado norte-americano”, disse Vicente Abate, diretor de Vendas e de Marketing da Amsted Maxion, acrescentando que, com isso, o intercâmbio técnico entre as duas corporações passou a ser muito mais ativo. Ele assinala que era um momento de reação do mercado norteamericano e, com a constituição da joint-venture, vislumbrou-se a possibilidade de serem ampliadas as exportações para aquele país, sem deixar de dar continuidade ao fornecimento de fundidos industriais para corporações como a Caterpillar, Bucyrus, GE, Komtasu, entre outras. Vicente Abate: mercado ferroviário é cíclico Ampliar com flexibilidade ouco tempo depois, os ventos do mercado começaram a mudar. A Amsted Maxion começou 2002 com um volume de faturamento relativamente bom em relação ao que se registrava no passado, mas as coisas tenderiam a melhorar. No segundo semestre daquele ano, a Vale do Rio Doce fez um grande pedido: cerca de 1.900 vagões, os primeiros dos quais para entrega imediata. Com isso, o patamar de produção em 2003 subiria P dos anteriores 1.200 vagões anuais para pouco mais 2 mil vagões por ano. Com essa encomenda e filtrando outros sinais do mercado, a Amsted Maxion percebeu que seria necessário duplicar rapidamente a capacidade de produção. Mas que caminho seguir? A escolha foi alugar, em agosto de 2003, duas plantas produtivas – a fundição em Osasco e a unidade de montagem de vagões em Hortolândia. As vantagens do aluguel: permitiu que a ampliação fosse feita rapidamente e sem a necessidade de pesados investimentos, os quais seriam inevitáveis se a decisão fosse por construir uma nova planta. Além disso, a Amsted Maxion passou a comprar serviços da CCC e da Comefer. O acordo com essas empresas é relativamente simples: a Amsted Maxion fornece o projeto, o material e a logística produtiva, além de manter engenheiros residentes nas plantas das contratadas, e as indús- trias entram com a mão-deobra e os insumos. Com esse perfil, a partir da segunda metade de 2003, a Amsted Maxion reuniu condições para produzir perto de 5 mil vagões por ano, adequandose às perspectivas de demanda para os próximos anos. Vicente Abate avalia que haverá pedidos de aproximadamente 6 mil vagões por ano até 2006 no mercado brasileiro e que a Amsted Maxion se responsabilizará por aproximadamente 80% desse fornecimento. 25 VAGÕES FERROVIÁRIOS O papel da soldagem “ Essencialmente, a produção de vagões pode ser definida como a obtenção de material metálico soldado. Então, a soldagem entra nesse processo como um item primordial. Toda a resistência que se requer do vagão depende do modo como se fabricaram suas peças e partes e como estas foram agregadas com solda”, afirma o engenheiro mecânico Paulo Cezar Puga Martone, com 27 anos de atuação na empresa, e responsável pela área de Engenharia Industrial, o que inclui a estruturação das linhas de montagem e a produção dos vagões da Amsted Maxion. Ele explica que, para produzir vagão, é muito importante definir e depois executar os procedimentos de soldagem absolutamente dentro das especificações de cada projeto, com funcionários qualificados para a tarefa. Quando necessário, a Amsted Maxion, com apoio do Senai, promove a formação de soldadores, executando cursos em Cruzeiro e Hortolândia, abertos à comuni- Paulo Cezar Puga Martone: soldagem é parte primordial do processo 26 dade. Os cursos não agregam o compromisso de empregar os concluintes, mas uma boa parcela deles é aproveitada. De acordo com Martone, numa empresa que produz vagões, a atenção quanto ao processo da soldagem tem que ser sempre muito grande. “A direção da empresa, eu e todos que trabalham aqui ficamos muito atentos a essa questão. O retrabalho pode trazer problemas sérios, como o travamento de uma linha de montagem e, o que é pior, agravar seriamente os custos de produção”. A Amsted Maxion utiliza solda elétrica com eletrodo revestido; manual e MIG/MIG semi-automática. “Na formação dos painéis maiores, usamos equipamentos semi-automáticos, com emprego do processo MAG. Na produção de vagões, são necessários também testes freqüentes — ultra-sonografia, raiosX e mesmo líquidos penetrantes, para verificação do perfeito resultado da soldagem.’’ VAGÕES FERROVIÁRIOS Entrosamento ada a importância central para o seu negócio, a Amsted Maxion tem como norma absoluta contratar fornecedores de primeiríssima linha para equipamentos e consumíveis utilizados nos processos de soldagem. A ESAB, por exemplo, fornece máquinas de solda, arames de solda tubular e eletrodos revestidos. “Mas, ao lado do fornecimento de seus produtos, o que considero extremamente importante é a forma como a ESAB presta os seus serviços e o apoio que nos oferece, inclusive de desenvolvimento de soluções para os clientes.” Quanto a esse ponto, a palavra-chave é entrosamento. Recentemente, a unidade da ESAB em Miami, res- D ponsável pelo atendimento da América Central e Caribe, recebeu consulta de um cliente venezuelano, interessado em comprar o projeto de um vagão a ser fabricado com um tipo específico de aço, com um grau de resistência maior. Houve então uma consulta a esse respeito à ESAB no Brasil, que indicou a Amsted Maxion. “O produto que estamos desenvolvendo para esse cliente da Venezuela é um tipo de vagão que costumamos produzir, embora o projeto respeite algumas nuances, de exigência dos próprios clientes venezuelanos. Estamos adequando o projeto ao que eles querem. O aço a ser usado na fabricação é diferente daquele normalmente usado nos vagões produzidos no Brasil, exigindo um arame de soldagem adequado”, diz Martone. Nesse projeto, a ESAB vem efetuando testes para verificar qual dentre seus produtos melhor responderá às necessidades definidas para o produto. Como parte do projeto, a Amsted Maxion especificará os procedimentos de soldagem e acompanhará o treinamento dos soldadores venezuelanos em instalações do cliente. Outro projeto em andamento na Amsted Maxion refere-se à produção de vagões com o aço semi-inox produzido pela Acesita. Trata-se de matéria-prima mais resistente, que permitirá reduzir a tara do vagão, e que deverá dispensar pintura protetora e especial, utilizada para garantir a total fluidez e evitar o ataque de cargas corrosivas, como fertilizantes. A Amsted Maxion está fazendo testes específicos, sobretudo de dobra e resistência do aço semi-inox. Abate e Martone explicam que, se os testes forem positivos, a iniciativa deverá vencer ainda uma nova etapa: a análise para estabelecer se o custo maior do aço será compensado pela diminuição do volume de matéria-prima, pela dispensa do tratamento de superfície e outras vantagens. Quanto à soldabilidade, acreditam que não haverá problemas e uma vez mais contam com a retaguarda da ESAB. Empregos m 2002, a Amsted Maxion contava com 800 funcionários, todos na unidade de Cruzeiro. Com as novas encomendas que começaram a ser recebidas naquele ano, o número de E funcionários foi ampliado, chegando, no final de abril de 2004, a exatos 1.957, ao quais se somam os que trabalham nas unidades de Osasco e Hortolândia. “Hoje, temos aproximadamente 2.500 fun- cionários contratados diretamente, ou seja, em dois anos, triplicamos o número de empregos oferecidos”, afirma Vicente Abate, assinalando ainda que, com a contratação de serviços de montagem de vagões junto à CCC e à Comefer e com os pedidos encaminhados a cerca de 30 empresas terceirizadas que dão apoio às unidades produtivas, foram ativados, no mínimo, outros 1,8 mil novos empregos. 27 AO LADO DO CLIENTE Programa ESAB de melhoria contínua ESAB trabalha, desde 2002, em uma proposta de melhoria contínua no projeto e fabricação de seus equipamentos de soldagem e corte, que tem como objetivo manter seus produtos atualizados e competitivos no mercado. Promover a melhoria contínua é um processo que parece simples, mas se revela bem detalhado, pois diversos conceitos novos devem ser colocados em prática para que bons resultados sejam obtidos. A Padronização de peças e montagem por plataformas A padronização de peças para fabricação dos equipamentos e a montagem de modelos diferentes de equipamentos em uma mesma plataforma diminuem o tempo de fabricação dos produtos e peças, reduzem os custos de estoque e permitem a produção em linha. A ESAB pode, assim, atender melhor aos seus clientes. Alguns exemplos de modelos de máquinas que estão sendo produzidas a partir de uma mesma plataforma são: • Smashweld 182, 182M e 252 28 • Smashweld 250M, 316, 350, 316 Top Flex e 350 Top Flex • LHJ 425 e LHJ 750 • SynergicPower 450i e AristoPower 460 Padronização da imagem dos produtos ESAB Este trabalho tem o objetivo de padronizar mundialmente a imagem dos produtos ESAB. Um dos exemplos são as chaparias de fechamento das máquinas que passam, agora, a apresentar somente a logomarca ESAB, sendo que o nome do modelo da máquina fica sempre no painel frontal. Uma outra importante mudança nos equipamentos foi o tom de preto empregado nos painéis frontais, que passou a ser metálico desde 2003. Novos componentes e matérias-primas O estudo de novos componentes e matérias-primas possibilita manter os equipamentos sempre atualizados e obter ganhos também na qualidade dos produtos. A meta é manter os produtos modernos, competitivos, com qualidade e que atendam plenamente às expectativas dos clientes. De forma constante, a ESAB desenvolve, junto aos seus fornecedores, esforços para melhorar a qualidade dos componentes, a um custo compatível. A aplicação dos preceitos de certificação de qualidade oriundos da certificação ISO 9001:2000 proporciona um menor índice de defeitos na fabricação dos equipamen- AO LADO DO CLIENTE tos e um melhor controle das possíveis causas de falhas. Agregando valor aos produtos Em tempos de modernização dos processos produtivos, cada vez mais as empresas precisam de novos recursos e melhor desempenho nos equipamentos, para automatizar e ou facilitar o trabalho do operador. A ESAB procura escutar as necessidades de seus clientes, transformando-as em características agregadas aos produtos. Diversas características, que antes eram atendidas através de itens op- cionais, foram incorporados aos equipamentos como padrão, sem aumento no preço para o cliente. Através da análise de sugestões recebidas dos clientes, das Assistências Técnicas ESAB (SAE) e dos Grupos Internos de Melhoria Contínua, a Engenharia de Desenvolvimento da ESAB está permanentemente preocupada em agregar mais valor aos equipamentos produzidos. Facilidade de manutenção Outro ponto importante para a ESAB é tornar a manutenção de seus produtos cada vez mais fácil e barata. A melhoria contínua dos produtos, colocando no mercado equipamentos de fácil reparo, com uma documentação clara e precisa, se traduz em confiança para operadores e técnicos de manutenção. A melhoria no acesso aos componentes internos, na conexão e identificação dos cabos elétricos, na utilização de componentes padronizados mais robustos e confiáveis se traduz em maior tempo entre falhas e menor tempo de reparo, e aumento do fator útil do equipamento. Melhoria contínua, um projeto permanente A ESAB procura, com a aplicação permanente dos conceitos de melhoria contínua, atender cada vez melhor aos seus clientes e parceiros, com as melhores soluções em equipamentos para solda e corte. Esta evolução constante, muitas vezes invisível aos olhos do operador, faz parte da rotina dos profissionais de desenvolvimento e produção da ESAB, e garante que os equipamentos ESAB continuarão sendo os preferidos dos melhores profissionais e empresas do Brasil e do exterior. 29 AO LADO DO CLIENTE Pense certo: peça tem de ser original política de vendas de peças e acessórios da ESAB vem sendo incrementada ano a ano e o segmento mostrase cada vez mais ativo e em crescimento. A Empresa vem trabalhando para manter a satisfação dos clientes no atendimento pós-venda e para garantir a qualidade dos equipamentos ao longo de sua vida útil. Uma inovação é o atendimento ao mercado com peças originais ESAB, isto é, as peças vendidas para reposição são as mesmas utilizadas no processo de fabricação das máquinas. Com essa estratégia, a empresa garante a qualidade das peças fornecidas aos SAE’s A (Serviços Autorizados ESAB), às revendas e aos clientes em geral. Por conseguinte, pode-se ter a confiança de que os equipamentos reparados manterão o mesmo desempenho durante a sua vida útil. A Filial Porto Alegre foi a pioneira na implantação do selo de peças originais. A equipe apurou que os clientes encontravam dificuldades na manutenção dos equipamentos, relativas à disponibilidade de peças em estoque e aos valores excessivos cobrados no mercado paralelo. Com base nisso, vêm buscando soluções compatíveis a cada situação. A equipe está satisfeita com a reciprocidade por parte dos clientes a este serviço, refletida nos índices crescentes de vendas da filial. Divulgação De 2003 para cá, foram desenvolvidas duas campanhas de marketing voltadas para os clientes. A primeira delas foi a campanha ‘Pense Certo’ – Use apenas peças originais, para a qual foi criada uma etiqueta que é colocada nos painéis das máquinas. O objetivo é que os clientes criem a cultura de utilização de peças originais. A outra campanha consistiu na utilização de um selo identificador onde é salientada a qualidade da peça ESAB. Com as divulgações feitas, pretende-se que, na compra de um equipamento, o cliente ESAB sinta segurança de que há uma rede de atendimento que lhe fornecerá, sempre que necessário, peças com qualidade, prazo de entrega e preço satisfatórios. De volta aos bancos escolares qualificação do corpo técnico faz parte da filosofia da ESAB. A capacitação profissional não só é um benefício para os empregados, como também fundamental para a expansão da Empresa. Exemplos recentes do sucesso dessa iniciativa são os consultores técnicos Welerson Reinaldo de Araújo e Cláudio Turani Vaz, que defenderam dissertações de mestrado, em março deste ano, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A 30 A necessidade do treinamento foi detectada pelos consultores, há cerca de três anos, em virtude da expansão da área de Desenvolvimento de Consumíveis. A escolha pelo mestrado da UFMG aconteceu devido a uma parceria entre a Empresa e a universidade: a ESAB promove doações e empréstimos de materiais e equipamentos, enquanto seus funcionários se mantêm informados sobre as novas tecnologias da área, através dos contatos com o Grupo de Robótica, Soldagem e Si- mulação (GRSS), formado pela UFMG. “A parceria só tem pontos positivos. Quando precisamos de algum material, somos muito bem atendidos”, afirma o coordenador do GRSS, Alexandre Queiroz Bracarense. Segundo ele, a relação é de cumplicidade. “Como conhecemos bem o trabalho da ESAB, estamos sempre promovendo uma divulgação sobre a alta qualidade de seus produtos”, diz Bracarense. As pesquisas dos engenheiros da ESAB foram desenvolvidas na área de Pro- cesso de Fabricação – Soldagem, da Engenharia Mecânica, com os seguintes temas: Avaliação da resistência à erosão por cavitação do metal de soldas produzidas com consumível tipo 13% cromo - Cr, 4% níquel - Ni e 0,4% molibidênio Mo (Cláudio); Comparação entre soldagem robotizada com arame sólido e “metal cored” – a ocorrência do “finger” (Welerson). Ambos os trabalhos propiciaram melhorias à Empresa, agregando novas tecnologias e conhecimentos.