Setembro de 2004

Transcrição

Setembro de 2004
Publicação institucional da ESAB Brasil
Setembro / 2004
Feimafe
ESAB lança Sistema
Aristo, uma fonte de
energia de última geração.
Vagões Ferroviários
Destaque para
Amsted Maxion e
Usiminas Mecânica.
Seu parceiro em soldagem e corte.
ÍNDICE
E D I TO R I A L
Marcando Presença
4
• Com o lançamento do sistema digitalizado
Aristo Power 460, a ESAB comemora
100 anos de fundação e 50 anos de Brasil
• Amyr Klink fala sobre soldagem e aventura
• Destaque na Feira Internacional da
Mecânica 2004 – Sistema Aristo
Naval
14
• Indústria naval: uma trajetória de queda
e ascensão
Especial
16
• Usiminas Mecânica: bons ventos, bons
negócios
Vagões Ferroviários
22
• Amsted Maxion comanda a retomada da
produção brasileira de vagões de carga
Ao lado do cliente
28
• Pense certo: peça tem de ser original
• De volta aos bancos escolares
• Programa ESAB de melhoria contínua
Publicação institucional da ESAB Brasil
Rua Zezé Camargos, 117 – Cidade Industrial
Cep. 32210-080 – Contagem – MG
[email protected] - www.esab.com.br
Iniciamos agora em Setembro as comemorações dos
100 anos de fundação da ESAB e 50 anos da presença
da ESAB no Brasil. Estes dois fatos são, para nós, motivo
de duplo orgulho: primeiro, porque a fundação da ESAB,
por Oscar Kjellberg, em 1904, na Suécia, foi decorrente
do seu desenvolvimento pioneiro do processo de soldagem por eletrodo revestido, uma invenção sua que alterou
de forma fundamental e definitiva toda a indústria metalmecânica e permitiu que o mundo industrial, como hoje o
conhecemos, pudesse florescer; segundo, porque a presença da ESAB no Brasil, com fábrica própria desde 1955
- nos primórdios do processo de industrialização do País
- é prova do nosso compromisso para com os nossos clientes, e uma demonstração do acerto da visão e da confiança dos nossos fundadores na importância que o nosso
País viria a ter no cenário mundial.
Este número da Revista ESAB SOLUÇÃO é dedicado a
dois temas principais: o primeiro, os lançamentos da ESAB na
última Feira Internacional da Mecânica, com destaque para o
Sistema Aristo, uma fonte de energia sinérgica de última geração, cuja fabricação no Brasil nos coloca em linha com o que
há de mais moderno no mundo, em matéria de fontes inversoras micro-processadas. O segundo tema é o crescimento no
mercado de fabricação de material ferroviário, com destaque
para nossos clientes Usiminas Mecânica e Amsted Maxion.
O que une estes dois temas é a percepção, agora consolidada entre os diversos economistas, de que o Brasil está
no limiar de um novo ciclo de desenvolvimento econômico.
Alicerçado principalmente no setor exportador agro-industrial e de mineração, este crescimento na economia começa
a dar sinais de expansão para todos os demais setores,
com reflexos no aumento geral da produção e dos níveis de
emprego. A ESAB, como já comentado nesta coluna, vem
há tempos se preparando para esta realidade, com a renovação de toda a sua linha de equipamentos, o lançamento
de uma completa linha de automatização de soldagem e o
desenvolvimento de diversos consumíveis para soldagem a
partir das necessidades de nossos clientes. Nesta hora,
quando o cenário econômico exige das empresas a modernização de seus equipamentos e o crescimento no consumo de material para soldagem, a ESAB e seus clientes
estão tranqüilos e preparados para o futuro.
Esperamos que as matérias deste número contribuam
para a discussão dos rumos do mercado de soldagem no
Brasil, e antecipamos que já estamos trabalhando em um
número especial, totalmente voltado para a história da
soldagem e da ESAB nos últimos 100 anos. Não deixe de
se cadastrar no nosso site www.esab.com.br para receber
os próximos números.
Diretor Presidente – Dante de Matos
Diretor de Vendas – Newton de Andrade e Silva
Diretor Industrial – Luís Cláudio Assis de Mattos
Diretor Financeiro – Ernesto Eduardo Aciar
Gerente de Marketing – Antonio Plais
Produção: Prefácio Comunicação – 31-3372-4027
Editora – Celuta Utsch - MTr. 4667 • Projeto gráfico
e editoração – Tércio Lemos • Fotografias – arquivo
da ESAB • Revisão técnica – Antonio Plais
MARCANDO PRESENÇA
Com o lançamento
do sistema digitalizado Aristo
Power 460, a ESAB comemora
100 anos de fundação e
50 anos de Brasil
4
MARCANDO PRESENÇA
Alexandre Asquini
D
urante a Feira Internacional da Mecânica,
realizada de 18 a 22 de maio de 2004, no
Anhembi, em São Paulo, a ESAB apresentou para um
público técnico especializado o seu avançado sistema de soldagem, de plataforma mundial, totalmente digitalizado, Aristo Power 460.
“Com este lançamento, comemoramos um século de fundação da ESAB e
50 anos de presença no mercado brasileiro”, afirmou Newton de Andrade e Silva,
diretor de Vendas e Marketing, assinalando que a ESAB tem como lastro sua tradição e
sua história, mas é, essencialmente, uma empresa voltada para o futuro.
Com 180m2, situado num ponto privilegiado do imenso pavilhão de exposições do Parque
Anhembi, o estande da ESAB conseguiu se destacar na floresta de símbolos e marcas que caracterizam
a Feira Internacional da Mecânica. O estande ostentava um projeto arquitetônico novo, de muito bom gosto,
marcado por linhas orgânicas, estrutura metálica aparente, e painéis redondos e retangulares, que garantiram excelente visibilidade para a marca da empresa.
5
MARCANDO PRESENÇA
No interior do estande
da ESAB, entre exemplos
das diversas famílias de
equipamentos e consumíveis, além do Aristo Power
460, uma outra novidade: a
linha de equipamentos de
automatização fabricada no
Brasil, projetada para as
condições nacionais, com
assistência técnica e preços
locais.
O diretor Newton de Andrade e Silva salienta a importância da tropicalização,
argumentando que, no Brasil, os equipamentos são
submetidos a condições
muito diferentes daquelas
encontradas na Europa e na
maior parte dos Estados
Unidos. “Somos um país
tropical, com muita umidade
e temperaturas elevadas.
Temos também variações
no fornecimento de energia,
de modo que as máquinas
projetadas no exterior realmente precisam ser adaptadas a todas essas condições específicas do Brasil”,
disse.
E há ainda um outro aspecto a ser ressaltado: a resistência, tendo em vista as
características das instala-
6
Sebastião Oliveira
Linha
nacionalizada
O diretor Newton de Andrade e Silva: ESAB crê no desenvolvimento da país
ções onde serão empregados, e mesmo os hábitos de
trabalho. Segundo o diretor
da ESAB, de modo geral, o
parque industrial brasileiro
caracteriza-se por abrigar
um número maior de indústrias entre médias e pesadas
e um número menor de indústrias finas, com o que a
robustez passa a ser uma
propriedade importante para
garantir maior vida útil aos
equipamentos e, portanto,
melhor relação custo-benefício ao longo do tempo.
Confiança e
credibilidade
Newton de Andrade e
Silva assinalou ainda que
nacionalizar a produção
de equipamentos automatizados e lançar aqui, simultaneamente a todos
os outros principais mercados do mundo, um sistema com plataforma
mundial, significa mais
uma prova da crença da
ESAB no processo de desenvolvimento do país.
Ele frisa também que,
com sua fábrica em Belo
Horizonte, a ESAB do Brasil é hoje uma das grandes fornecedoras do
grupo em nível mundial.
“Considero esse fato muito
importante para nós, brasileiros, porque realmente
conquistamos essa credibilidade: o grupo tem uma
confiança maior nos produtos que saem daqui. A
ESAB do Brasil está no
mesmo patamar das unidades da Europa e dos
Estados Unidos”, concluiu.
MARCANDO PRESENÇA
As múltiplas motivações para visitar
o estande da ESAB
um evento como a
Feira Nacional da Mecânica,
sempre
atraem a atenção estandes de
grandes companhias de atuação mundial, que apresentam
equipamentos e processos de
ponta ao lado de produtos tradicionais, de confiabilidade
comprovada.
Assim, não foi surpresa que
um grande número de técnicos, especialistas e empresários do setor, além de estudantes, tenha visitado o estande
da ESAB, buscando informações sobre os equipamentos e
consumíveis expostos ou para
reforçar os laços de relacionamento. Desse contingente, um
grupo especialmente importante era composto por clientes tradicionais.
N
Cotação
José Francisco Gonçalves,
da Máquinas Piratininga S/A,
empresa de caldeiraria com
sede em Recife, interessou-se
por dois dos novos equipamentos de automação de soldagem que a ESAB está produzindo no país. “Solicitamos a
cotação, que já recebemos, e
agora estamos esperando a
presença de um representante
técnico para informações mais
detalhadas”, disse, no início do
mês de junho.
A Máquinas Piratininga
tem uma participação muito
forte na fabricação de equipamento para as indústrias
dos setores químico, de cimento, de geração de ener-
Estande esteve sempre movimentado
gia e do açúcar, mas aproveita-se também da proximidade entre o Nordeste e os
mercados do Hemisfério
Norte para exportar. “Atualmente, metade da nossa carteira é para exportação”, informa Gonçalves.
Ele explica que é crucial a
participação de equipamentos
de soldagem e corte na produção de uma caldeiraria, que,
essencialmente, executa operações de corte de chapas, dobra e soldagem. E não esconde que o objetivo da Empresa é melhorar as condições
de competitividade. “Temos
comprado alguns equipamentos da ESAB, porque estamos
buscando melhorar nossos
processos de automação, justamente para ganhar produtividade.”
Sobre a Feira da Mecânica,
frisa ser essencial para que
uma indústria do seu setor tenha uma boa noção de como
estão tanto os fornecedores
como a concorrência e para
avaliar o estado da arte da tecnologia em oferta.
O coordenador de Qualidade da empresa do setor de
construção Techint S/A, Luiz
Miguel Câmara, esteve no estande da ESAB para reuniões
sobre assuntos técnicos. Disse
ter apreciado o novo layout
adotado para o estande e elogiou a apresentação do novo
sistema Aristo Power 460.
Também parabenizou a ESAB
pelos seus 100 anos de atividade em nível mundial e pelos
50 anos de presença no Brasil
Ver de perto
Carlos Nonato Ferreira Guimarães é o gerente operacional de oficina mecânica da
maior produtora de alumínio
primário do país e a quinta
maior produtora mundial, a Albrás – Alumínio Brasileiro S/A.
Com ele, aprende-se que o alumínio primário tem, em sua cadeia produtiva, inicialmente,
uma mineradora de bauxita,
que fornece essa matéria-
prima a uma produtora de alumina. Junto com a energia elétrica e o coque, a alumina é um
dos insumos na produção do
alumínio primário.
Guimarães explica que viajou da sede da empresa, em
Bacarena, a 40 quilômetros de
Belém, no Pará, até São Paulo,
para conhecer o sistema Aristo
Power 460, do qual havia recebido informações preliminares. “A viagem, com certeza, foi
proveitosa. Vimos o equipamento, tivemos uma demonstração e estamos com todas
as informações para analisar.”
A Albrás há muito tempo
utiliza produtos da ESAB. “A
maioria dos nossos equipamentos de soldagem é da
ESAB. Recentemente, adquirimos equipamentos de soldagem por arco submerso”, informa o gerente, aproveitando
para ressaltar a presteza e eficiência do atendimento normalmente recebido do representante da ESAB na Região
Norte.
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MARCANDO PRESENÇA
Equipe ESAB: um time unido e preparado para receber os visitantes da Feimafe
“Família ESAB”
Luiz Antônio Miranda, sócio-diretor da empresa comercial varejista Dismafe, que tem
sede em Cuiabá, lojas em três
Estados – Mato Grosso, Goiás
e Rondônia – e televendas ou
os serviços de vendedores externos em 22 unidades da federação, atribui grande importância ao fato de a ESAB
manter um estande grande e
acolhedor na Feira da Mecânica. “Considero muito oportuno, porque somente numa
feira com essas proporções é
que temos oportunidade de
encontrar todos que compõem a família ESAB”. Ele
aplaudiu a localização do estande – um ponto estratégico,
com grande visibilidade, e
disse gostar muito da combi-
8
nação de cores da ESAB –
amarelo e preto —, que considera especialmente atrativa.
A Dismafe foi fundada há
21 anos e, desde o início, tem
a ESAB entre os cerca de
300 fabricantes cujos produtos distribui. Por isso, Miranda
se sente à vontade para fazer
sugestões, como, por exemplo, uma separação mais definida, no estande, entre equipamentos mais avançados e
equipamentos e produtos
convencionais. Ele argumenta
que a parcela dos clientes interessados em equipamentos
mais simples sente-se inibida
diante de equipamentos mais
avançados. Outra sugestão é
no sentido de que se favoreça
ainda mais a reunião de pessoas: “Seria bem proveitoso
que houvesse uma ‘convençãozinha’ comercial para,
por exemplo, discutir dificuldades e oportunidades do
mercado ou, eventualmente,
aspectos técnicos de produtos e processo”.
Contato é
essencial
Numa linha de raciocínio
parecida com a do representante da Dismafe, José B.
Fróes Bernardi, da locadora
de equipamentos Argon Soldas, de São Paulo, diz que visitou o estande com o objetivo de travar contato com o
pessoal da ESAB e para se
encontrar com outros fornecedores e até concorrentes.
Ele entende que as feiras técnicas sejam acontecimentos
que permitem um maior contato e aproximação entre profissionais que exercem o
mesmo tipo de atividade.
Ele disse acreditar que, de
modo geral, toda a Feira Internacional da Mecânica esteve
melhor do que em anos anteriores. “Senti um clima de otimismo, tanto da parte dos visitantes como entre os expositores, e eu mesmo me contaminei um pouco com esse clima.”
Bernardi faz questão de
assinalar que não vai à feira
para ver novidades da ESAB,
porque ele tem tido atendimento muito bom da equipe
de vendas, que comunica todas as novidades e passa todas as informações. E reiterou: “Fui mesmo para encontrar pessoas’’.
MARCANDO PRESENÇA
U
cima; porém, com um barco
usado, isso não foi possível,
levando a equipe a um novo
aprendizado.
O estaleiro de Amyr Klink
se beneficiou com todas essas experiências, já que passou a dominar a tecnologia
de soldagem do alumínio
em estruturas navais e a
aplicá-la na produção dos
barcos encomendados por
terceiros. O próximo projeto
é uma embarcação de 150
toneladas, que, no entender
do aventureiro e empresário,
trará novas dificuldades e
desafios, para os quais, segundo disse, sabe que poderá contar com o apoio da
ESAB.
Para Klink, a experiência
de fazer um barco “é altamente educativa, pois envolve quase todas as áreas
do conhecimento”. Ele diz
que gosta de viajar, sobretudo para as regiões geladas, como a Antártida e o
Ártico, mas faz questão de
assinalar: “O que eu gosto
mesmo é da parte do projeto, de procurar parceiros,
soluções, quem é o especialista em determinados processos (...). A gente acaba
virando uma espécie de caçador de tecnologias”.
Marcas de solda
Durante a palestra, Klink
disse apreciar muito do aspecto do Paratii2, com seu
fundo de alumínio, em que as
marcas de solda ficam apa-
Klink falou sobre sua mais recente viagem: Antártida
Sebastião Oliveira
m dia antes do início da Feira Internacional da Mecânica, a ESAB promoveu, no
Clube Transatlântico, na
zona sul da cidade de São
Paulo, uma apresentação
técnica detalhada do Aristo
Power 460, seguida de uma
palestra de Amyr Klink sobre
sua mais recente viagem:
uma verdadeira volta ao
mundo a bordo do seu
barco, Paratii2, em torno da
gelada região da Antártida.
Klink agradeceu o apoio
inicial que recebeu da ESAB,
quando, há exatos dez anos,
decidiu utilizar na fabricação
do Paratii2 um novo sistema
construtivo, que dependia
em forte medida de uma
elaborada solução para soldagem de partes de alumínio constitutivas do barco.
Ele destacou que, na época,
a decisão foi por treinar soldadores para o seu estaleiro,
em vez de contratar fora os
serviços e que essa solução
foi demorada, mas acertada.
“A demora, o caminho mais
longo, muitas vezes, ajuda a
agregar qualidade ao que se
faz”, disse.
Mais tarde ele também
utilizaria equipamentos da
ESAB na reforma de um
barco – com uma dificuldade adicional: normalmente, num barco novo, o
processo de soldagem é
feito com a estrutura disposta de uma tal forma que,
de início, o fundo fica para
Sebastião Oliveira
Amyr Klink fala sobre soldagem e aventura
O navegador domina a tecnologia de soldagem do alumínio em estruturas navais
rentes. “É comum, quando
chego a uma marina, acharem o barco bonito e interessante e perguntarem: mas
quando você vai pintar?”
Klink diz que também acha o
Paratii2 bonito e que isso
acontece em grande parte
por causa da ousadia do seu
design, mas também por
causa das soldas aparentes
da estrutura. “Não quero esconder as marcas de solda
sob uma pintura.’’
A ausência de pintura
reduz os custos de manutenção e é ecologicamente
mais interessante. “A pintura naval é um procedimento muito poluente, já
que utiliza tintas venenosas, que contêm produtos
químicos que previnem as
incrustações na parte submersa. A eliminação da pintura, além de deixar o barco
mais bonito, evita esse tipo
de ação poluente.”
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MARCANDO PRESENÇA
Destaque na Feira Internacional da Mecânica
2004 – Sistema Aristo
grande destaque
da ESAB na Feira
Internacional da
Mecânica, que se realizou
entre os dias 18 e 22 de
maio de 2002, no Parque do
Anhembi, em São Paulo, foi o
O
lançamento da linha de equipamentos Aristo, produzidos
no Brasil, com tecnologia da
ESAB mundial.
Os primeiros membros
desta família são a fonte de
energia sinérgica AristoPower
460, destinada a soldagem
MIG, MIG pulsado e eletrodo
revestido, e o alimentador de
arame AristoFeed 30-4W,
com painel de controle de
funções MA6 integrado. Adicionalmente, um dispositivo
de controle e programação
remota AristoPendant U8
pode ser conectado ao conjunto, fornecendo funções
avançadas de programação
de parâmetros e gerenciamento do sistema.
Conheça agora, em detalhes, este importante lançamento da ESAB no Brasil.
• 1981 - Primeiro inverter ESAB
• 1986/1988/1997 - Evoluções
• 2001 - Lançamento New Aristo System
Por que Aristo
no Brasil?
Estamos utilizando uma
experiência de mais de 20
anos na geração de tecnologia para desenvolvimento
de equipamentos inversores de solda (controle, potência e design), que nos
possibilita sermos os primeiros fabricantes de máquinas de solda a produzir
no Brasil equipamento
deste porte, com alta tecnologia, alto valor agregado, de forma a atender
aos clientes com uma solução global. Estamos oferecendo ao mercado, com fabricação
nacional,
o
mesmo equipamento que
pode ser encontrado tanto
na Europa quanto nos USA.
O Sistema Aristo é o que
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existe de mais moderno em
equipamento de solda no
mundo, proporcionando excelente produtividade, altíssima qualidade no cordão de solda e, ao
mesmo tempo, uma
operação extremamente simplificada.
• 2003 - AristoPower 460 USA
• 2004 - AristoPower 460 Brasil
MARCANDO PRESENÇA
Filosofia do
Sistema Aristo
O sistema Aristo é a primeira fase de um novo programa de modularização
desenvolvido pela ESAB
mundial para melhorar a
eficiência e o desempenho
dos equipamentos de soldagem e corte globais da
empresa. O projeto das fontes de potência é baseado
em uma moderna tecnologia de inversor, utilizando
um número reduzido de
componentes. A utilização
do conceito de modularização permite substancial
redução do número total
de componentes necessários para a produção de
uma família de máquinas
(Aristo/Synergic), resultando em menor utilização
de mão-de-obra na montagem dos equipamentos,
menor tempo de produção,
redução do capital utilizado
em estoques e proporcionando redução substancial
no custo dos produtos. O
sistema Aristo é reconhecidamente um dos equipa-
mentos com melhor relação
custo/benefício em sua categoria.
Tecnologia
embarcada
Sistema de controle e comunicação inteiramente digital - todos os circuitos de
controle e comunicação dos
componentes dos sistemas
Aristo são digitais e, portanto, imunes a interferências elétricas. O uso de tecnologia digital permite a atualização, no campo, de todos os softwares e a realização de testes para verificação precoce de falhas. O sistema possui um registro
permanente de erros, que
permite a avaliação de falhas, mesmo intermitentes,
antes mesmo de serem sentidas pelo operador ou causarem efeitos na soldagem.
Sistema de comunicação
CAN BUS - O padrão de comunicação digital utilizado
para comunicação entre a
fonte, o alimentador de
arame e o painel de controle
é o CAN BUS. Este proto-
Dados técnicos do AristoPower 460
colo (CAN – Controller Area
Network) foi estabelecido
há mais de 10 anos, desenvolvido originalmente pela
Intel e Robert Bosch AG
para a industria automotiva,
e o número de componentes CAN vendidos no mercado vem aumentando continuamente nos últimos
anos.
A utilização do sistema
CAN BUS entre as partes
contribui para aumentar a
performance do equipamento:
• Menor número de problemas de conexões entre os
componentes;
• Maior confiabilidade na
transmissão de dados digitais (tolerância: ± 0%);
• Melhor funcionalidade (ex:
comunicação com PC para
upload de programas e parâmetros);
• Maior qualidade e mais diagnósticos próprios de funções - indica se existe alguma falta no equipamento,
tornando possível parar a
produção e resolver o problema antes que a qualidade
da produção seja afetada;
• Realimentação dos valores
reais das variáveis de soldagem durante o processo
permite o ajuste automático
do equipamento às condições de trabalho.
Atualização e comunicação avançada por computador - Através do programa
ESAT – ESAB Software Administration Tool, o equipamento pode ser conectado a
um computador através do
adaptador CAN, sendo possível fazer a atualização do
software na fonte, no alimentador de arame e no
painel de controle.
Com este software, totalmente em português, é
possível fazer uma total administração dos sistemas,
tais como: troca e atualização de linhas de sinergismo, troca de idioma do
alimentador, checagem do
registro de erros do equipamento, definição de limites
para o operador, habilitação
de códigos de bloqueio do
painel de controle e muitas
outras funções.
Dados técnicos do AristoFeed 30-4W MA6
11
MARCANDO PRESENÇA
MMC
(Man/Machine
Communication) - Esta nova
tecnologia possibilita um
painel de controle mais fácil
de operar, fazendo com que
operador se sinta confiante
ao manusear o equipamento desde seus ajustes
básicos até os mais avançados. Operados através de
confortáveis e resistentes
botões sensíveis ao toque,
os painéis possuem 16 idiomas diferentes, entre eles o
português.
Linhas de sinergismo Linhas de sinergismo são
parâmetros desenvolvidos
pela ESAB especialmente
para um determinado tipo
de arame, bitola e composição de gás de proteção, de
forma a se obterem ótimos
resultados na soldagem.
Nos painéis de controle
MA6 e U8 estão pré-programadas dezenas de linhas de
sinergismo para soldagem
MIG/MAG e MMA.
Cada linha de sinergismo
é um conjunto de dados individuais para um certo caso
de solda. Para a soldagem
12
MIG/MAG, por exemplo, a
linha de sinergismo fornece a relação entre velocidade de alimentação do
arame e ajuste
da tensão de
soldagem, levando em consideração o tipo de gás e
a bitola do arame.
Quando o soldador altera
a velocidade de alimentação do arame, a tensão
vai ser automaticamente
ajustada de acordo com a
linha de sinergismo correspondente.
A utilização da regulagem
automática dos parâmetros
de soldagem através das linhas de sinergismo não impede o ajuste da tensão pelo
operador de forma manual.
No entanto, a utilização dos
parâmetros pré-configurados,
devidamente desenvolvidos e
testados para proporcionar
um desempenho ótimo do
equipamento e uma melhor
qualidade do trabalho realizado, é recomendada para a
maioria dos casos.
O número de linhas de sinergismo disponíveis no
MA6 é de 30, e no U8 superior a 200. As linhas de sinergismo podem ser modificadas utilizando-se o ESAT ou
através do AristoPendent U8.
Memorização de parâmetros de soldagem Os alimentadores AristoFeed possuem um recurso de armazenamento de parâmetros de
soldagem em posições
de memória. Este recurso permite ao operador armazenar, consultar e, posteriormente,
recuperar os parâmetros de soldagem mais
utilizados. Estão disponíveis 10 posições de
memória no controlador
MA6 e 99 no AristoPendant U8
Comunicação
com robôs e
PLC´s - O sistema Aristo
pode ser conectado a robôs de todos os fabricantes, nos
diferentes tipos de padrão
de comunicações: CanOpen, DeviceNet e ProfiBus.
O sistema Aristo pode ser
conectado também a diferentes PLC´s, utilizando
um kit de comunicação
adequado.
NAVAL
Indústria naval:
uma trajetória de queda e ascensão
indústria naval brasileira
sempre teve grande importância para a economia do país. No final da década
de 70, ocupou a segunda posição do segmento em nível mundial, abaixo apenas do Japão.
Nesta época, era responsável
por 40 mil empregos diretos e
160 mil indiretos, a maior parte
no Estado do Rio de Janeiro,
onde ainda hoje se concentram
os grandes estaleiros do país.
No que diz respeito à soldagem,
a indústria naval nacional da
época estava muito focada na
utilização do processo manual
ao arco aberto com eletrodo revestido. A ESAB, líder de mercado, se preocupava em manter
sua posição, oferecendo pronto atendimento e qualidade assegurada.
A
14
Nas décadas de 80 e 90,
houve uma queda do mercado
devido ao baixo nível de atividades e investimentos da economia brasileira no setor. Para ilustrar a decadência, vale citar que,
no final de 2000, a indústria naval brasileira gerava apenas dois
mil empregos diretos e oito mil
indiretos. Ao longo dessas duas
décadas, estaleiros de grande
porte paralisaram suas construções, ficando somente com pequenos reparos de embarcações e alguns até mesmo foram
desativados. Como exemplo,
pode-se citar: Ishibras (hoje
Sermetal Estaleiros Ltda), situado na zona portuária do Rio de
Janeiro; Emaq (hoje Eisa - Estaleiro Ilha S.A.), situado à beira
da baia de Guanabara; Mauá
(hoje Mauá Jurong S.A.), em Ni-
terói; e Verolme (hoje Brasfels
S.A.), localizado na baia de Angra do Reis.
A retomada
Em 1998, foi criada a
Transpetro, empresa responsável por atender à Petrobrás na
área de transportes. A nova
empresa vem promovendo a
retomada do setor, viabilizando
a construção de navios para diversas utilizações (transporte
de gás natural, graneleiros, petroleiros) e a transformação de
navios petroleiros de grande
porte em plataformas tipo
FPSO (Flotation Process Storage Operation), como, por
exemplo, a P-48 Barracuda e a
P-43 Caratinga.
Outro fato responsável pelo
aquecimento do segmento é a
abertura do mercado de exploração de hidrocarbonetos, através da lei no 9.478, mais conhecida como “lei do petróleo”,
que estabelece que as concessões para exploração e produção de petróleo sejam fornecidas pela Agência Nacional de
Petróleo (ANP), através de licitações. Até então, a Petrobrás
detinha o monopólio, atuando
principalmente na bacia de
Campos.
Com a abertura, surgiram
obras diretamente ligadas ao
segmento off-shore, como
construção de embarcações de
apoio a plataformas de petróleo (PSV-platform supply vessel), construção de módulos de
plataformas petrolíferas e reparos de navios estrangeiros destinados ao suporte marítimo.
NAVAL
Os investimentos
O segmento naval/off-shore
se tornará mais competitivo
quanto maior for o seu grau de
mecanização ou automação.
Com o reaquecimento do setor,
depois de duas décadas em
que estiveram quase desati-
vados, os estaleiros nacionais
se viram forçados a investir na
capacidade instalada de processamento de materiais e na reciclagem de mão-de-obra, agregando o máximo de tecnologia
com o menor custo possível.
Um estaleiro é reconhecido no
mercado, tanto interno como
externo, pelo seu investimento
em capital físico, em sua capacidade instalada de processamento de material e pela qualificação de seu corpo técnico e
operacional. São aspectos decisivos, por exemplo, numa concorrência internacional.
Somente um esforço de automação e mecanização dos
processos de soldagem, com
conseqüente redução nos custos de mão-de-obra, tornará
possível a competição entre os
estaleiros brasileiros e os seus
pares instalados em outros países. Além disso, certamente os
estaleiros precisariam de linhas
de créditos e isenções de impostos como forma de minimizar custos dos investimentos
iniciais, colocando-os em pé de
igualdade com as condições
obtidas pelos concorrentes externos.
Além da modernização do
parque industrial, o segmento
depara-se também com uma
grande dificuldade, que é a atualização dos conhecimentos
dos profissionais e a formação
de novos quadros. É preciso
qualificar os profissionais para
que tenham facilidade de migrar de um processo manual
para um semi-automático, pois
quem opera o equipamento é
parte fundamental do processo
produtivo.
que o mercado externo, como a
Coréia do Sul e o Japão, já vêm
utilizando há algum tempo.
A ESAB, como líder de mercado, orgulha-se de participar,
direta ou indiretamente, de todas as obras em andamento na
indústria naval/off-shore, sendo
o principal parceiro na área de
soldagem dos maiores estaleiros do país. Com uma ampla linha de produtos consumíveis,
equipamentos para soldagem
manual, semi-automática e automatizada, e uma completa linha de máquinas de corte CNC,
a ESAB é a única empresa instalada no Brasil com estrutura
capaz de suportar as exigências
de qualidade, prazo de entrega
e assistência técnica impostos
por este mercado. Contando
com equipe de vendas e assistência técnica e estoque local,
em sua Filial no Rio de Janeiro, a
ESAB tem presença constante
nos seus clientes, apoiando ativamente suas atividades nas
áreas de soldagem e corte.
A empresa procura estar ao
lado do cliente, proporcionando
informações e aperfeiçoamento
tecnológico. As parcerias com
as instituições de pesquisa e
ensino e escolas técnicas em
todo o país são fundamentais
para a realização deste salto de
produtividade.
Uma das parcerias da ESAB,
visando à formação e ao aperfeiçoamento de profissionais, é
com o Senai Cetec do Rio de Janeiro. A empresa tem um
acordo com o Centro de Tecnologia Euvaldo Lodi e fornece
equipamentos e consumíveis
para uso dos alunos. Os equipamentos são cedidos ao Senai,
na maioria das vezes, por contrato de comodato, para cursos
específicos. Assim, o soldador
tem contato com os produtos
ESAB desde o início de sua formação profissional, o que certamente repercutirá na qualidade
do seu trabalho.
Presença e apoio
Apesar de a defasagem ser
grande com relação ao mercado naval externo, o mercado
nacional está se especializando
em novos produtos e aprimorando os processos de soldagem, com utilização maior de
processos automatizados e
semi-automáticos. Exemplo
disso são os arames tubulares,
15
ESPECIAL
Usiminas Mecânica:
bons ventos, bons negócios
Ocupando lugar de
destaque entre as
melhores do Brasil,
a Usiminas
Mecânica comemora
bons contratos e
aponta para a
recuperação de
setores da
economia nacional.
undada pela Usiminas, em 1970, com
o objetivo de utilizar
o aço fabricado no Brasil,
na construção civil e no setor de mecânica, a Usiminas Mecânica ocupa, hoje,
lugar de destaque entre as
melhores empresas brasileiras. Localizada em Ipatinga, no Vale do Aço, em
Minas Gerais, atua na fabri-
F
16
cação de equipamentos e
estruturas metálicas para
os mais diversos segmentos de mercado.
Sua operação é distribuída
em seis unidades de negócio específicas aos seus diferentes tipos de fornecimento: equipamentos, estruturas metálicas, blanks,
perfis metálicos, montagem
industrial, pontes e viadu-
tos. Atende as indústrias de
siderurgia, mineração, papel
e celulose, hidroeletricidade, petróleo e petroquímica, recuperação de peças, recondicionamento de
rolos e cilindros para a indústria pesada, blanks
para a indústria em geral,
estruturas para a construção civil, perfis metálicos,
pontes rodoviárias, ferroviá-
rias e viadutos, além de
executar montagens industriais eletromecânicas. Recentemente, passou a
construir vagões ferroviários para o transporte de
granéis.
Sendo a soldagem um
procedimento fundamental
em seus processos de fabricação e montagem, a Usiminas Mecânica é um
Antônio Palis
ESPECIAL
grande consumidor dos
produtos ESAB. Ao longo
dos imensos corredores do
Almoxarifado da fábrica acumulam-se caixas de arames
tubulares, além das latas de
eletrodos estocadas em estufa aquecida 10 graus centígrados acima da temperatura ambiente. A empresa
consome principalmente os
arames tubulares OK Tu-
brod 81W, utilizados na soldagem de estruturas metálicas e pontes, OK Tubrod 71
Ultra, empregado na fabricação de vagões, e o eletrodo OK 73.03, usado no
ponteamento das peças fabricadas com o aço USIMINAS SAC 50 (Cortem), entre outros. O emprego do
arame tubular na construção de vagões ferroviários
demonstra o grau de preocupação da empresa com a
produtividade, qualidade e
redução de custos, uma decisão que resultou de estudos que comprovaram
maior produtividade deste
consumível com relação ao
arame sólido.
A ESAB está presente
também na área de blanks
da Usiminas Mecânica,
onde são usadas máquinas
de corte a plasma e a laser
procedentes das fábricas
da ESAB na Carolina do
Sul, Estados Unidos e Karben, Alemanha. É uma parceria antiga, desde 1991,
alicerçada na boa performance dos equipamentos e
na eficiência e presteza da
assistência técnica da
equipe brasileira.
17
Pontes e
viadutos:
a soldagem é
fundamental
Classificada como líder
nacional e uma das primeiras do mundo no segmento de estruturas e
pontes metálicas, a Usiminas Mecânica comemora
os prêmios recebidos ampliando cada vez mais a
sua carteira de grandes
obras. Exemplo de arrojo
e tecnologia, a ponte JK,
estendida sobre o lago
Paranoá, em Brasília
(DF), foi escolhida pela
Sociedade de Engenheiros da Pensilvânia (EUA)
como a ponte mais bonita
do mundo construída em
2002. O projeto da ponte
é de autoria do arquiteto
Alexandre Chan e a Usiminas Mecânica foi responsável pela fabricação,
transporte, pré-montagem, montagem e lançamento das estruturas metálicas, inclusive dos arcos centrais. Os arcos foram projetados na diago-
nal de cada tabuleiro, em
aço de alta resistência estrutural e à corrosão. A
ponte tem seis pistas de
rolamento para veículos e
duas para pedestres e ciclistas nos dois sentidos,
com largura total de 24
metros e comprimento de
1,2 Km.
É, certamente, a “menina dos olhos” do especialista em solda e coordenador da qualidade da
Unidade de Negócio Pontes e Viadutos, José Eduardo Fernandes Salles. Há
19 anos na empresa, José
Eduardo não esconde o
orgulho de fazer parte da
equipe que tocou o projeto. “A solda é a grande
vedete da engenharia de
pontes”, diz.
A unidade está envolvida, atualmente, em diversos projetos, como a
ponte rodoferroviária sobre o rio Orenoco, em Puerto Ordaz, na Venezuela.
Com extensão de 3.120
metros, 24 metros de largura, 60 metros de altura
no vão central, três vãos
de 300 metros e quatro
Antônio Palis
ESPECIAL
José Eduardo Fernandes Salles: boas perspectivas para a Unidade de Pontes
torres, a ponte vai consumir 25 mil toneladas de
aço. Se os números im-
pressionam, também o fazem o tamanho das partes
pré-fabricadas do tabuleiro,
Adequação à Norma AWS
uando iniciou a investida nos Estados
Unidos, a empresa
solicitou a ESAB que se adequasse às exigências de especificação e classificação de
consumíveis da norma AWS,
Q
18
que rege a fabricação de pontes daquele mercado. A ESAB,
então, desenvolveu o eletrodo
OK 7303 (especificação AWS
E7018-W1), usado para ponteamento das peças a serem
soldadas. “Trabalhamos, hoje,
com um tipo de aço que elimina a pintura, portanto a tecnologia da soldagem tem de
acompanhar este avanço”, diz
o engenheiro José Eduardo. O
consumo maior na soldagem é
do arame tubular OK Tubrod
81W (classificação AWS
E81T1-W2), com base química de cromo, níquel e cobre,
com alta resistência à corrosão,
altíssima produtividade e excelente acabamento do cordão
de solda.
ESPECIAL
forma da movimentada
ponte sobre o East River,
que liga o Bronx ao
Queens. A Usiminas Mecânica fornecerá o tabuleiro metálico, os contraventamentos e o reforço
das torres, num total de
9,5 mil toneladas de aço.
A instalação será feita pelos americanos. O engenheiro Fabrício Cardoso
Rodrigues mostra o projeto e afirma: “A reforma é
mais complicada que a
execução do projeto original. Com o desgaste natural, as medidas não são
mais as mesmas, é preciso achar os pontos certos de forma a garantir
que as novas peças tenham encaixe perfeito sobre a estrutura existente”.
Segundo ele, a complexidade da reforma da ponte
nova-iorquina é tal que os
americanos se mudaram
para o canteiro de obras
com previsão de lá ficar
pelos próximos cinco
anos. A fabricação da Usiminas Mecânica terá duração de 10 meses.
Antônio Palis
que são escoadas por via
férrea até Vitória (ES) e
despac hadas de navio
para a Venezuela. A fase
de fabricação terminou
em junho e a montagem
vai até o final de 2005. A
empresa trabalha, ainda,
em cinco pontes menores
para o mercado interno.
E as perspectivas de
futuro para a Unidade de
Pontes são muito boas. A
Usiminas Mecânica tem o
nome já consolidado no
mercado americano, onde
entrou em 2000, com o
projeto que José Eduardo
chama de “nosso cartão
de visitas nos Estados
Unidos”: a Bay Bridge, em
São Francisco, na Califórnia, onde foi responsável
pelo fornecimento de
toda a estrutura metálica
utilizada na reforma das
pistas de rolamento.
Desde então, forneceu 11
pontes para o Estado da
Virgínia e agora trabalha
em Nova Iorque.
Em maio, a equipe deu
início à execução do projeto americano de re-
Atendimento diferenciado
ESAB é parceira
freqüente nos projetos da Unidade
de Pontes e Viadutos da
Usiminas Mecânica. Segundo o engenheiro José
Eduardo Fernandes Salles,
A
a opção pelos consumíveis
ESAB se dá em função de
ela ser uma empresa “nacionalizada”, capaz de desenvolver consumíveis de
acordo com a necessidade
do cliente e de prestar uma
assistência técnica eficiente. Ele citou também a
responsabilidade no cumprimento de prazos, a disponibilidade e o fácil relacionamento com a equipe
ESAB.
A Usiminas Mecânica é
atendida há 13 anos pelo
vendedor Marco Antônio
Martins Gonçalves. Ele passa
duas semanas por mês no
Vale do Aço, especialmente
por conta deste cliente.
19
ESPECIAL
No ano passado, a Usiminas Mecânica estreou em
um novo e promissor mercado: a fabricação de vagões ferroviários de carga.
Vinculada à Superintendência de Equipamentos, a Unidade de Fabricação de Vagões já forneceu para a
América Latina Logística,
do Paraná, e, em novembro
de 2003 comemorou a encomenda de 100 vagões
pela Cia. Vale do Rio Doce
(CVRD). Em junho, entregou os últimos vagões
deste pedido e já se prepara para iniciar a fabricação de outro lote de 120.
São vagões tipo HFE,
Hoper Fechado, para
transporte de grãos. Os
trucks para este fornecimento são do tipo Barber,
com tecnologia da Standard Car Truck e importados da China. Cada vagão
mede 16,20 metros de
comprimento, 2,70 metros de largura e 3,87
metros de altura, pesando 22,07 toneladas.
Em sua construção, são
utilizadas 12,60 toneladas de c hapas SAC 350.
E a idéia, para o futuro,
é fornecer o vagão completo: a caixa com eixos,
truques e parte rodante.
Quem afirma é João dos
Santos Costa, responsável
por métodos e processos,
da Gerência de Serviços de
Oficinas. “Em breve, nossos vagões vão sair daqui
já nos trilhos”, diz.
Antônio Palis
Vagões: nos
trilhos da
CVRD
João dos Santos Costa: em breve, vagões sairão da fábrica já sobre os trilhos
Mudando para melhor
grande “pulo do
gato” na fabricação
dos vagões da Vale
foi a mudança do consumível
de soldagem, passando do
arame sólido para o arame tubular (OK Tubrod 71 Ultra). A
decisão da Usiminas Mecânica foi comunicada à ESAB
através de uma ligação do
engenheiro João dos Santos
para o telefone celular do vendedor Marco Antônio Gonçalves, exatamente durante a
festa de Natal dos funcionários, em dezembro. Resultado:
as férias coletivas do pessoal
O
20
de produção da ESAB, marcadas para depois das festas de
fim de ano, foi cancelada. Porém, com muita satisfação,
pois o compromisso com o
atendimento às necessidades
do cliente sempre foi ponto
de honra para todos na empresa.
O especialista de solda da
Usiminas Mecânica, José Eduardo Fernandes Salles, fiel defensor da eficiência do tubular,
afirma que a decisão gerou
vários benefícios na fabricação de vagões. “Há 20 anos,
tínhamos o eletrodo, depois o
sólido, e hoje temos o tubular,
que é a evolução do processo
de soldagem”, explica.
O arame tubular gera efetivo ganho no tempo de mãode-obra. Feitos todos os cálculos, a empresa concluiu
que, embora tenha preço por
quilo superior ao arame sólido, o arame tubular é muito
mais produtivo. “Provamos
que a economia gerada em
função do preço do arame sólido – aproximadamente metade do preço do arame tubular – não existia porque o
gasto com mão-de-obra era
três vezes maior. Com a mudança, passamos da fabricação de dois vagões/dia para
3,5 vagões/dia. Com a parceria com o nosso fornecedor,
pudemos cumprir com folga o
prazo solicitado pelo cliente.”
O engenheiro João dos
Santos, da Gerência de Serviços de Oficinas, lembra que o
arame tubular exige menos
do soldador, que não perde
tempo limpando respingos,
pois este tipo de consumível
dispensa acabamento. “O material não é barato, mas é muito mais eficiente.”
A Unidade de Negócio de
Blanks da Usiminas Mecânica
tem a ESAB como parte da sua
história. Parceiros de longa
data, das 12 máquinas de
corte a laser e a plasma instaladas em Ipatinga, 10 são fabricadas pela ESAB. “É a melhor
máquina em relação à concorrência, mas, principalmente,
nossa opção pela ESAB é decorrência da assistência técnica
sempre presente e eficiente”.
Quem afirma isto é o engenheiro de fabricação de blanks
e estampagem, especialista em
montagem de máquinas e voz
ativa na compra de todos os
equipamentos de corte, Eduardo Valladares Guimarães.
Preparando-se para ampliar
sua capacidade de produção, a
Eduardo Valladares Guimarães:
parceria de longa data entre Usimec
e ESAB
ocasião em que Eduardo Valladares ingressou na Usiminas
Mecânica exatamente para fazer
a montagem e dar acompanhamento à fabricação de blanks.
Hoje, 13 anos e 14 máquinas
depois, o especialista vê o mercado se aquecer em função do
renascimento da indústria naval
brasileira, segmento destino de
50% da fabricação da unidade.
O Brasil tem um déficit de
aproximadamente 84 navios, incluindo petroleiros. Um mercado
bastante promissor. “Há muito
tempo parado, o parque industrial ficou obsoleto e, agora, com
o reaquecimento, os estaleiros
estão terceirizando o corte. A
Usiminas Mecânica – que é hoje
talvez a segunda maior cliente
da Usiminas - surge como opção
de peso porque tem fácil acesso
à matéria-prima”, explica Eduardo. O restante do fornecimento
da empresa é distribuído, grosso
modo, entre: carrocerias, 20%,
máquinas agrícolas, 10%, construção civil, 10%, e o resto diluído nos demais segmentos.
Usiminas Mecânica recebeu, em
julho, mais duas novas máquinas
de fabricação da ESAB americana e assistência técnica brasileira: trata-se de duas máquinas
de corte plasma CNC Avenger 2,
com pórtico de 7 metros, especificamente desenvolvidas pela
ESAB para trabalhos de corte de
alta produtividade e grande fator
de trabalho.
A primeira máquina adquirida
da ESAB foi instalada em 1991,
Antônio Palis
Blanks: o
renascimento da
indústria naval
brasileira
Antônio Palis
ESPECIAL
Máquinas ESAB instaladas na Usiminas Mecânica
• 1ª máquina – 1991
Modelo GXM 2200
CNC - Autopath GX3050
CNC - Vision PC
• 6ª máquina – 1999
Modelo Shadow 2
CNC - Vision PC
• 2ª máquina – 1993
Modelo CM 3600
CNC - S2000
• 7ª máquina – 2002
Modelo Alpharex XC Laser TLF 4000
CNC - Vision NT
• 3ª máquina – 1993
Modelo CM 3600
CNC - S2000
• 8ª máquina – 2003
Modelo Alpharex XC Laser TLF 4000
CNC - Vision NT
• 4ª máquina – 1997
Modelo Avenger 2
CNC - Vision 2000
• 9ª máquina – 2002
Modelo Sabre 4200
CNC - Vision PC
• 5ª máquina – 1998
Modelo Sabre 3600
• 10ª máquina – 2002
Modelo Sabre 4200
CNC - Vision PC
• 11ª máquina – 2003
Modelo Sabre 4200
CNC - Vision PC
• 12ª máquina – 2003
Modelo Sabre 4200
CNC - Vision PC
• 13ª máquina – 2004
Modelo Avenger 2
CNC - Vision PC
• 14ª máquina – 2004
Modelo Avenger 2
CNC - Vision PC
21
VAGÕES FERROVIÁRIOS
Alexandre Asquine
ma joint-venture instituída
há quatro anos, resultante da associação
metade-metade entre a brasileira Iochpe-Maxion e a norteamericana Amsted Industries,
está comandando o processo
de retomada da produção brasileira de vagões ferroviários de
carga. Trata-se da Amsted Maxion – Fundição e Equipamentos Ferroviários S/A, que detém
80% do mercado brasileiro do
segmento, operando em sua
sede na cidade em Cruzeiro-SP,
onde há fundição de peças e
montagem de vagões, e em
duas outras unidades produtivas, em Osasco-SP, uma fundição, e Hortolândia-SP, onde se
faz a montagem de vagões.
A empresa também mantém
contratos de fornecimento de
serviços de montagem de vagões com duas outras empresas, a Companhia Comércio e
Construções (CCC), que possui
uma unidade em Cruzeiro e outra em Deodoro-RJ, e a Companhia Mineira de Equipamentos
Ferroviários (Comefer), instalada em Conselheiro LafayeteMG. Ao todo, são seis plantas
produtivas e cerca de trinta outras empresas de apoio, denominadas “satélites”, contratadas
para executar serviços auxiliares
na produção de partes dos vagões, além dos fornecedores de
peças e componentes.
U
22
Amsted Maxion
produção brasileira de
VAGÕES FERROVIÁRIOS
comanda a retomada da
vagões de carga
23
VAGÕES FERROVIÁRIOS
Marca histórica
epois de amargar,
na primeira metade
dos anos 90, um
largo período em que os pedidos mal chegavam a 300
vagões por ano, a Amsted
Maxion comemorou, no mês
de maio de 2004, a marca
histórica de 400 vagões por
mês, sendo possível que
produza, até dezembro próximo, 4,5 mil vagões. Tudo
isso está sendo conseguido
após uma sucessão de decisões que vêm se revelando
acertadas, tomadas a partir
de um profundo conhecimento do setor, da avaliação
precisa de cada momento
do mercado, de muita paciência e de escolhas estratégicas firmes.
No início da última década, o volume de fabricação
de vagões era muito baixo.
Naquela ocasião, a IochpeMaxion decidiu preservar sua
estrutura ferroviária, incluindo engenharia e produção.
A idéia era manter na empresa um pessoal qualificado, experiente, para
D
O engenheiro Paulo Cezar Puga Martone e o diretor de Vendas e Marketing, Vicente Abate
quando ressurgissem as
oportunidades de fabricar
vagões. O cerne dessa decisão estava na compreensão
de que uma empresa que
por tanto tempo havia exercido a liderança no setor não
poderia abrir mão de sua expertise, pois, quando o panorama melhorasse, correria o
risco de não ter capacidade
para responder com agilidade às exigências dos cli-
entes, ou, o que seria pior,
poderia ficar fora do mercado.
Mas os tempos eram, de
fato, bicudos. Colocado no
horizonte logo no começo da
década, o processo de privatização do setor ferroviário só
iria se efetivar em 1996 ou
1997, e antes disso, as encomendas eram escassas. A
empresa buscou alternativas
para manter-se ativa no seg-
mento: executou reformas de
vagões, construiu três vagões
de serviço para o Metrô-SP e
atendeu à Companhia Vale
do Rio Doce, que comprou
uma média de 50 vagões por
ano entre1994 e 1998. Atuava também no segmento de
reposição, com o fornecimento de rodas, truques, engates, e seguia na prestação
de serviços de fundição para
bens industriais.
Privatização
avia, na época, a
crença de que, com
a privatização, todos os problemas do setor
terminariam e que, de imediato, haveria um grande volume de pedidos de vagões.
Mas isso de fato não aconteceu. As concessionárias
H
24
optaram por reformar os vagões. Um dos contratos da
Iochpe-Maxion nesse período
referiu-se à reforma de mil
vagões para a MRF.
É bem verdade que também houve pedidos de vagões não decorrentes da
privatização, como, por
exemplo, os referentes à
implementação da Ferronorte, entre 1998 1999;
ou em razão de a Vale do
Rio Doce ter incrementado
sua exportação.
Nesse período pós-privatização, a Iochpe-Maxion
chegou a fazer entre 700 e
1.200 vagões por ano, o
que representava um nível
de atividade consideravelmente maior do que o registrado em anos anteriores, mas, mesmo assim,
ainda muito aquém do volume que a empresa acreditava ser possível realizar.
VAGÕES FERROVIÁRIOS
Visão estratégica
mercado ferroviário é
marcadamente cíclico,
com um patamar de
topo muito pequeno. Normalmente, a demanda cresce, sustenta-se em alta por um curto
período e depois cai, permanecendo baixa por um período
mais longo. Sabendo disso, a
Iochpe-Maxion, num processo
de planejamento estratégico, decidiu tornar-se independente da
demanda do setor ferroviário e
também do mercado interno.
O caminho foi estabelecer
uma linha de ação arquitetada
de tal forma que, na hora em
que o mercado ferroviário brasileiro estivesse forte, a Amsted Maxion pudesse atuar
nele, respondendo às suas necessidades. Mas, enquanto ele
não reagisse, ou quando, no
futuro, não estivesse bom, a
empresa pudesse trabalhar
com fundidos industriais e vol-
O
tar seus esforços para a exportação.
“Tivemos também a felicidade de fechar, em março de
2000, a associação com Amsted Industries, que era nossa licenciadora quanto à tecnologia
de rodas, truques e engates para
o mercado norte-americano”,
disse Vicente Abate, diretor de
Vendas e de Marketing da Amsted Maxion, acrescentando que,
com isso, o intercâmbio técnico
entre as duas corporações passou a ser muito mais ativo. Ele
assinala que era um momento
de reação do mercado norteamericano e, com a constituição
da joint-venture, vislumbrou-se a
possibilidade de serem ampliadas as exportações para aquele
país, sem deixar de dar continuidade ao fornecimento de fundidos industriais para corporações
como a Caterpillar, Bucyrus, GE,
Komtasu, entre outras.
Vicente Abate: mercado ferroviário é cíclico
Ampliar com flexibilidade
ouco tempo depois, os
ventos do mercado começaram a mudar. A
Amsted Maxion começou
2002 com um volume de faturamento relativamente bom
em relação ao que se registrava no passado, mas as coisas tenderiam a melhorar. No
segundo semestre daquele
ano, a Vale do Rio Doce fez
um grande pedido: cerca de
1.900 vagões, os primeiros
dos quais para entrega imediata. Com isso, o patamar de
produção em 2003 subiria
P
dos anteriores 1.200 vagões
anuais para pouco mais 2 mil
vagões por ano.
Com essa encomenda e filtrando outros sinais do mercado, a Amsted Maxion percebeu que seria necessário duplicar rapidamente a capacidade
de produção. Mas que caminho seguir?
A escolha foi alugar, em
agosto de 2003, duas plantas
produtivas – a fundição em
Osasco e a unidade de montagem de vagões em Hortolândia. As vantagens do aluguel:
permitiu que a ampliação fosse
feita rapidamente e sem a necessidade de pesados investimentos, os quais seriam inevitáveis se a decisão fosse por
construir uma nova planta.
Além disso, a Amsted Maxion passou a comprar serviços da CCC e da Comefer. O
acordo com essas empresas é
relativamente simples: a Amsted Maxion fornece o projeto,
o material e a logística produtiva, além de manter engenheiros residentes nas plantas
das contratadas, e as indús-
trias entram com a mão-deobra e os insumos.
Com esse perfil, a partir da
segunda metade de 2003, a
Amsted Maxion reuniu condições para produzir perto de 5
mil vagões por ano, adequandose às perspectivas de demanda
para os próximos anos. Vicente
Abate avalia que haverá pedidos de aproximadamente 6 mil
vagões por ano até 2006 no
mercado brasileiro e que a Amsted Maxion se responsabilizará
por aproximadamente 80%
desse fornecimento.
25
VAGÕES FERROVIÁRIOS
O papel da soldagem
“
Essencialmente, a produção de vagões pode
ser definida como a
obtenção de material metálico soldado. Então, a soldagem entra nesse processo como um item primordial. Toda a resistência
que se requer do vagão
depende do modo como se
fabricaram suas peças e
partes e como estas foram
agregadas com solda”,
afirma o engenheiro mecânico Paulo Cezar Puga
Martone, com 27 anos de
atuação na empresa, e responsável pela área de Engenharia Industrial, o que
inclui a estruturação das linhas de montagem e a
produção dos vagões da
Amsted Maxion.
Ele explica que, para
produzir vagão, é muito importante definir e depois
executar os procedimentos
de soldagem absolutamente dentro das especificações de cada projeto,
com funcionários qualificados para a tarefa. Quando
necessário, a Amsted Maxion, com apoio do Senai,
promove a formação de
soldadores,
executando
cursos em Cruzeiro e Hortolândia, abertos à comuni-
Paulo Cezar Puga Martone: soldagem é parte primordial do processo
26
dade. Os cursos não agregam o compromisso de
empregar os concluintes,
mas uma boa parcela deles
é aproveitada.
De acordo com Martone, numa empresa que
produz vagões, a atenção
quanto ao processo da soldagem tem que ser sempre
muito grande. “A direção da
empresa, eu e todos que
trabalham aqui ficamos
muito atentos a essa questão. O retrabalho pode trazer problemas sérios, como
o travamento de uma linha
de montagem e, o que é
pior, agravar seriamente os
custos de produção”.
A Amsted Maxion utiliza
solda elétrica com eletrodo revestido; manual e
MIG/MIG semi-automática.
“Na formação dos painéis
maiores, usamos equipamentos semi-automáticos,
com emprego do processo
MAG. Na produção de vagões, são necessários
também testes freqüentes
— ultra-sonografia, raiosX e mesmo líquidos penetrantes, para verificação do
perfeito resultado da soldagem.’’
VAGÕES FERROVIÁRIOS
Entrosamento
ada a importância
central para o seu
negócio, a Amsted
Maxion tem como norma absoluta contratar fornecedores
de primeiríssima linha para
equipamentos e consumíveis
utilizados nos processos de
soldagem. A ESAB, por exemplo, fornece máquinas de
solda, arames de solda tubular e eletrodos revestidos.
“Mas, ao lado do fornecimento de seus produtos, o
que considero extremamente
importante é a forma como a
ESAB presta os seus serviços
e o apoio que nos oferece, inclusive de desenvolvimento
de soluções para os clientes.”
Quanto a esse ponto, a
palavra-chave é entrosamento. Recentemente, a unidade da ESAB em Miami, res-
D
ponsável pelo atendimento
da América Central e Caribe,
recebeu consulta de um cliente venezuelano, interessado em comprar o projeto
de um vagão a ser fabricado
com um tipo específico de
aço, com um grau de resistência maior. Houve então
uma consulta a esse respeito
à ESAB no Brasil, que indicou
a Amsted Maxion.
“O produto que estamos
desenvolvendo para esse cliente da Venezuela é um tipo
de vagão que costumamos
produzir, embora o projeto
respeite algumas nuances, de
exigência dos próprios clientes venezuelanos. Estamos
adequando o projeto ao que
eles querem. O aço a ser
usado na fabricação é diferente daquele normalmente
usado nos vagões produzidos
no Brasil, exigindo um arame
de soldagem adequado”, diz
Martone.
Nesse projeto, a ESAB
vem efetuando testes para
verificar qual dentre seus produtos melhor responderá às
necessidades definidas para
o produto. Como parte do
projeto, a Amsted Maxion especificará os procedimentos
de soldagem e acompanhará
o treinamento dos soldadores
venezuelanos em instalações
do cliente.
Outro projeto em andamento na Amsted Maxion refere-se à produção de vagões
com o aço semi-inox produzido pela Acesita. Trata-se de
matéria-prima mais resistente, que permitirá reduzir a
tara do vagão, e que deverá
dispensar pintura protetora e
especial, utilizada para garantir a total fluidez e evitar o
ataque de cargas corrosivas,
como fertilizantes.
A Amsted Maxion está fazendo testes específicos, sobretudo de dobra e resistência do aço semi-inox. Abate e
Martone explicam que, se os
testes forem positivos, a iniciativa deverá vencer ainda
uma nova etapa: a análise
para estabelecer se o custo
maior do aço será compensado pela diminuição do volume de matéria-prima, pela
dispensa do tratamento de
superfície e outras vantagens.
Quanto à soldabilidade, acreditam que não haverá problemas e uma vez mais contam
com a retaguarda da ESAB.
Empregos
m 2002, a Amsted
Maxion contava com
800 funcionários, todos na unidade de Cruzeiro.
Com as novas encomendas
que começaram a ser recebidas naquele ano, o número de
E
funcionários foi ampliado, chegando, no final de abril de
2004, a exatos 1.957, ao
quais se somam os que trabalham nas unidades de Osasco
e Hortolândia. “Hoje, temos
aproximadamente 2.500 fun-
cionários contratados diretamente, ou seja, em dois anos,
triplicamos o número de empregos oferecidos”, afirma Vicente Abate, assinalando
ainda que, com a contratação
de serviços de montagem de
vagões junto à CCC e à Comefer e com os pedidos encaminhados a cerca de 30 empresas terceirizadas que dão
apoio às unidades produtivas,
foram ativados, no mínimo, outros 1,8 mil novos empregos.
27
AO LADO DO CLIENTE
Programa ESAB de melhoria contínua
ESAB
trabalha,
desde 2002, em
uma proposta de
melhoria contínua no projeto e fabricação de seus
equipamentos de soldagem e corte, que tem
como objetivo manter seus
produtos atualizados e
competitivos no mercado.
Promover a melhoria
contínua é um processo
que parece simples, mas se
revela bem detalhado, pois
diversos conceitos novos
devem ser colocados em
prática para que bons resultados sejam obtidos.
A
Padronização
de peças e
montagem por
plataformas
A padronização de peças para fabricação dos
equipamentos e a montagem de modelos diferentes de equipamentos em
uma mesma plataforma diminuem o tempo de fabricação dos produtos e peças, reduzem os custos de
estoque e permitem a produção em linha. A ESAB
pode, assim, atender melhor aos seus clientes.
Alguns exemplos de
modelos de máquinas que
estão sendo produzidas a
partir de uma mesma plataforma são:
• Smashweld 182, 182M
e 252
28
• Smashweld 250M, 316,
350, 316 Top Flex e 350
Top Flex
• LHJ 425 e LHJ 750
• SynergicPower 450i e
AristoPower 460
Padronização
da imagem dos
produtos ESAB
Este trabalho tem o objetivo de padronizar mundialmente a imagem dos
produtos ESAB. Um dos
exemplos são as chaparias de fechamento das
máquinas que passam,
agora, a apresentar somente a logomarca ESAB,
sendo que o nome do modelo da máquina fica sempre no painel frontal. Uma
outra importante mudança
nos equipamentos foi o
tom de preto empregado
nos painéis frontais, que
passou a ser metálico
desde 2003.
Novos componentes
e matérias-primas
O estudo de novos
componentes e matérias-primas possibilita
manter os equipamentos
sempre atualizados e obter ganhos também na
qualidade dos produtos.
A meta é manter os produtos modernos, competitivos, com qualidade e
que atendam plenamente às expectativas
dos clientes. De forma
constante, a ESAB desenvolve, junto aos seus
fornecedores, esforços
para melhorar a qualidade dos componentes,
a um custo compatível. A
aplicação dos preceitos
de certificação de qualidade oriundos da certificação ISO 9001:2000
proporciona um menor
índice de defeitos na fabricação dos equipamen-
AO LADO DO CLIENTE
tos e um melhor controle
das possíveis causas de
falhas.
Agregando valor
aos produtos
Em tempos de modernização dos processos
produtivos, cada vez mais
as empresas precisam de
novos recursos e melhor
desempenho nos equipamentos, para automatizar
e ou facilitar o trabalho do
operador. A ESAB procura
escutar as necessidades
de seus clientes, transformando-as em características agregadas aos produtos. Diversas características, que antes eram atendidas através de itens op-
cionais, foram incorporados aos equipamentos
como padrão, sem aumento no preço para o cliente. Através da análise de
sugestões recebidas dos
clientes, das Assistências
Técnicas ESAB (SAE) e
dos Grupos Internos de
Melhoria Contínua, a Engenharia de Desenvolvimento da ESAB está permanentemente preocupada em agregar mais valor aos equipamentos produzidos.
Facilidade de
manutenção
Outro ponto importante para a ESAB é tornar a manutenção de
seus produtos cada vez
mais fácil e barata. A melhoria contínua dos produtos, colocando no mercado equipamentos de
fácil reparo, com uma documentação clara e precisa, se traduz em confiança para operadores e
técnicos de manutenção.
A melhoria no acesso aos
componentes internos, na
conexão e identificação
dos cabos elétricos, na
utilização de componentes padronizados mais
robustos e confiáveis se
traduz em maior tempo
entre falhas e menor
tempo de reparo, e aumento do fator útil do
equipamento.
Melhoria contínua,
um projeto
permanente
A ESAB procura, com a
aplicação permanente dos
conceitos de melhoria contínua, atender cada vez
melhor aos seus clientes e
parceiros, com as melhores
soluções em equipamentos
para solda e corte. Esta
evolução constante, muitas
vezes invisível aos olhos do
operador, faz parte da rotina dos profissionais de
desenvolvimento e produção da ESAB, e garante
que os equipamentos
ESAB continuarão sendo
os preferidos dos melhores
profissionais e empresas
do Brasil e do exterior.
29
AO LADO DO CLIENTE
Pense certo: peça tem de ser original
política de vendas
de peças e acessórios da ESAB vem
sendo incrementada ano a
ano e o segmento mostrase cada vez mais ativo e em
crescimento. A Empresa
vem trabalhando para manter a satisfação dos clientes
no atendimento pós-venda
e para garantir a qualidade
dos equipamentos ao longo
de sua vida útil.
Uma inovação é o atendimento ao mercado com
peças originais ESAB, isto é,
as peças vendidas para reposição são as mesmas utilizadas no processo de fabricação das máquinas. Com
essa estratégia, a empresa
garante a qualidade das peças fornecidas aos SAE’s
A
(Serviços
Autorizados
ESAB), às revendas e aos
clientes em geral. Por conseguinte, pode-se ter a confiança de que os equipamentos reparados manterão
o mesmo desempenho durante a sua vida útil.
A Filial Porto Alegre foi a
pioneira na implantação do
selo de peças originais. A
equipe apurou que os clientes encontravam dificuldades
na manutenção dos equipamentos, relativas à disponibilidade de peças em estoque
e aos valores excessivos cobrados no mercado paralelo.
Com base nisso, vêm buscando soluções compatíveis
a cada situação. A equipe
está satisfeita com a reciprocidade por parte dos clientes
a este serviço, refletida nos
índices crescentes de
vendas da filial.
Divulgação
De 2003 para
cá, foram desenvolvidas duas campanhas de marketing voltadas para
os clientes. A primeira
delas foi a campanha
‘Pense Certo’ – Use apenas
peças originais, para a qual
foi criada uma etiqueta que é
colocada nos painéis das
máquinas. O objetivo é que
os clientes criem a cultura de
utilização de peças originais.
A outra campanha consistiu na utilização de um selo
identificador onde é salientada a qualidade da peça
ESAB.
Com as divulgações feitas,
pretende-se que, na compra
de um equipamento, o cliente
ESAB sinta segurança de que
há uma rede de atendimento
que lhe fornecerá, sempre
que necessário, peças com
qualidade, prazo de entrega e
preço satisfatórios.
De volta aos bancos escolares
qualificação
do
corpo técnico faz
parte da filosofia da
ESAB. A capacitação profissional não só é um benefício para os empregados,
como também fundamental
para a expansão da Empresa. Exemplos recentes
do sucesso dessa iniciativa
são os consultores técnicos
Welerson Reinaldo de
Araújo e Cláudio Turani Vaz,
que defenderam dissertações de mestrado, em
março deste ano, na Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
A
30
A necessidade do treinamento foi detectada pelos
consultores, há cerca de três
anos, em virtude da expansão da área de Desenvolvimento de Consumíveis. A escolha pelo mestrado da
UFMG aconteceu devido a
uma parceria entre a Empresa e a universidade: a
ESAB promove doações e
empréstimos de materiais e
equipamentos,
enquanto
seus funcionários se mantêm
informados sobre as novas
tecnologias da área, através
dos contatos com o Grupo
de Robótica, Soldagem e Si-
mulação (GRSS), formado
pela UFMG. “A parceria só
tem
pontos
positivos.
Quando precisamos de algum material, somos muito
bem atendidos”, afirma o coordenador do GRSS, Alexandre Queiroz Bracarense. Segundo ele, a relação é de
cumplicidade. “Como conhecemos bem o trabalho da
ESAB, estamos sempre promovendo uma divulgação sobre a alta qualidade de seus
produtos”, diz Bracarense.
As pesquisas dos engenheiros da ESAB foram desenvolvidas na área de Pro-
cesso de Fabricação – Soldagem, da Engenharia Mecânica, com os seguintes temas: Avaliação da resistência à erosão por cavitação
do metal de soldas produzidas com consumível tipo
13% cromo - Cr, 4% níquel
- Ni e 0,4% molibidênio Mo (Cláudio); Comparação
entre soldagem robotizada
com arame sólido e “metal
cored” – a ocorrência do
“finger” (Welerson). Ambos
os trabalhos propiciaram
melhorias à Empresa, agregando novas tecnologias e
conhecimentos.

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