Baixar agora - Convenção Batista Carioca
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batista cArioca INFORMATIVO DA CONVENÇÃO BATISTA CARIOCA - JUL A DEZ DE 2015 A MISSÃO COMEÇA AQUI! Nova campanha enfatiza fidelidade no cumprimento da missão. Estive preso Testemunho revela grandes oportunidades de evangelização DESTAQUES 06 10 A missão começa aqui Nova campanha enfatiza fidelidade no cumprimento da missão A 111ª Assembleia da CBC e a nova diretoria Cariocas prestaram relatório, discutiram ações futuras e elegeram nova liderança 14 Estive preso Testemunho revela grandes oportunidades de evangelização SUMÁRIO 03 04 05 07 08 Palavra do Diretor Geral Palavra do Presidente Agenda de eventos Convenção David Malta Nascimento 2 2 12 13 18 20 22 Esperança aos marinheiros Movimento Braços Abertos 2016 Igreja e voluntariado O Segundo violino Por uma educação integral e integrada batistacarioca | Convenção Batista Carioca Editorial PALAVRA DO DIRETOR GERAL PR. NILTON ANTONIO DE SOUZA A FÉ QUE PRODUZ ESPERANÇA! “Eu porém, esperarei no Senhor; esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá” Mq 7.7 impressionante concluirmos que não temos muito a fazer antes de exercitarmos a nossa fé no Deus Todo Poderoso. Essa foi a conclusão do profeta Miquéias. Nós batistas, empunhamos a bandeira da democracia sob o comando de Deus, mas somos por demais livres para cooperar, ou não, e participar efetivamente da obra que a nossa denominação realiza, enquanto as demais denominações determinam o que fazer, independentemente das opiniões dos filiados, usando a obrigação, a força e a coerção. E Porque não podemos lançar mão dessas alternativas, nossa bandeira é a fé que nos traz esperança na expectativa de que o amor entre nós esteja profundamente enraizado e seja responsavelmente praticado e exercitado. Tudo o que fazemos deve ter dois propósitos principais: glorificar a Deus e abençoar as pessoas. Desse modo, a falta de recursos, especialmente o financeiro, não nos deve paralisar. A obra de Deus é feita por fé e, existindo fé, os recursos virão. Ah, quanto precisamos de orar! Faz-se mister confiar e acreditar que o Senhor vai levantar os recursos necessários. O grande problema é a visão pequena e imediatista de termos todos os recursos, em primeiro lugar, para depois fazermos o que precisa ser feito. Não é o dinheiro! É a fé que nos leva a depender mais de Deus do que de nós mesmos. Podemos ser religiosos, mas sobretudo precisamos ser espirituais. No livro de Miqueias, a confiança estava mais na forma que na essência. Somos construtores de vida! Não precisamos traçar novos caminhos! O que necessitamos é mudar o nosso jeito de caminhar. Esse jeito de caminhar precisa ser instruído por Deus dentro da visão do Seu reino. E não basta sermos religiosos, precisamos, ainda mais, ser piedosos. Temos que ter esperança, apesar das muitas dificuldades. É só pensar e colocar diante de Deus e a coisa acontecerá. Fazemos muito, mas fazemos pouco, porque não estamos ligados, e trabalhando quase que isoladamente ou competitivamente! Ninguém deve se esconder atrás das lutas e das dificuldades. Devemos estar além das circunstâncias. É tempo de esperança e de vislumbrar alternativas. Não podemos ficar acanhados! Vamos adiante, porque Deus reverterá o quadro. Temos que fazer coro com o profeta Miqueias: “Eu, porém, esperarei no Senhor. Colocarei a minha esperança no Deus da minha salvação. O meu Deus me ouvirá”. Quando temos a direção de Deus, nós podemos avançar. Vamos empreender mais para sermos bênçãos maiores para as igrejas e as vidas! É fácil julgar e avaliar, mas se colocar à disposição para servir é mais difícil! Se nos unirmos e trabalharmos com sinergia, Deus será glorificado e vidas serão abençoadas. Quando a gente tem fé e esperança, a gente se une e se abraça. Há lugar para todos! Precisamos nos encontrar juntos no caminho da vontade de Deus. Que nos despertemos para trabalharmos juntos e, com certeza, vamos trabalhar melhor e fazer mais. Se os recursos e a técnica são benvindos, a oração, a cooperação e o amor, muito mais! Que Deus nos ajude a crer para que vejamos a sua glória nas vidas transformadas e nas que estiverem sendo alcançadas! batistacarioca | Convenção Batista Carioca O Batista Carioca voltou, mas dessa vez em novo formato! A intenção dessa transformação é priorizar o enriquecimento espiritual dos leitores, proporcionando a cada um uma experiência de reflexão acerca de assuntos que fazem parte do cotidiano de todo cristão. Por isso, ao longo desse caderno, você encontrará textos como o testemunho emocionante de Samuel Lourenço Filho, presidiário que deu a volta por cima, amparado pelo projeto de Capelania Prisional da Convenção Batista Carioca. Falar de capelania é falar de missões. E a campanha de Missões Rio é a matéria de capa desta edição. Informe-se sobre os projetos que estão acontecendo bem perto de você e leve sua igreja a apoiar esta causa tão nobre. Este caderno traz também uma matéria sobre as decisões tomadas na última Assembleia da CBC, a nova diretoria, e um artigo sobre a importância do processo democrático que tem servido de base para o que chamamos de convenção. Aos músicos, dedicamos um artigo do Pr. Isaltino Gomes Filho. O clamor de seu texto, pedindo mais coerência e qualificação poética das canções consideradas gospel, continua ecoando. Destacamos também projetos sociais desenvolvidos pela Junta de Ação Social da CBC ( JASC). Seus avanços são notórios e as novas parcerias firmadas indicam que mais vidas serão alcançadas. O mundo está sendo impactado pelas ações missionárias realizadas na região portuária do Rio. Missionários da CBC aconselham, estreitam relacionamentos e semeiam a Palavra. Os convertidos retornam para seus países de origem e multiplicam as boas novas. Vale a pena conferir! Como reagir ao chamado de sermos o “segundo violino”? O assunto, direcionado aos pastores, traz à discussão a função de auxiliares, servos que amparam outros ministérios. Há ainda outros assuntos abordados no Batista Carioca, mas todos estão voltados para a capacitação, unidade e incentivo à proclamação. Nosso desejo é que este caderno seja um baú de tesouros para quem deseja viver uma vida relevante para sua cidade. Boa leitura! Tiago Monteiro Coord. de Comunicação da CBC 3 3 batista cArioca expediente PALAVRA DO PRESIDENTE PR. DEJALMIR DA CUNHA WALDHELM Órgão oficial de informação da Convenção Batista Carioca Presidente Pr. Dejalmir da Cunha Waldhelm Vice-presidentes Pr. João Luiz Sá Melo Nancy Gonçalves Dusilek Pr. Nelson Taylor Filho Secretários Pr. David Curty Lucia Helena da Silva Ilazy Ildefonso de Oliveira Diretor Geral Pr. Nilton Antonio de Souza Jornalista Responsável Tiago Pinheiro Monteiro - MTB 29.755/RJ Diagramador Leone L. C. Ferreira Impressão Gráfica Monitor Mercantil Utilize as informações abaixo para enviar sugestões de pauta Rua Senador Furtado, 12 - Maracanã 20270-020 - Rio de Janeiro (RJ) E-mail: [email protected] As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, MINHA CIDADE, MINHA MISSÃO mados Batistas Cariocas! A Mais uma vez Deus me deu a missão de presidir a Convenção Batista Carioca. Grandes são os desafios! Mas para mim, o maior e mais empolgante é ver a cidade do Rio de Janeiro impactada por nossa ação missionária. Sonho com uma ação missionária sinérgica, advinda de uma visão sinóptica dos batistas cariocas. Quando somarmos forças, numa verdadeira ação cooperativa, certamente desenvolveremos um trabalho significativo de evangelização em nossa cidade! O tema da campanha deste ano chama pra gente a responsabilidade! A missão é de cada batista carioca. Precisamos chamar para nós mesmos essa responsabilidade: MINHA MISSÃO! Entendo que é importantíssimo nossa atuação no trabalho missionário no Brasil e no mundo. Mas não podemos esquecer nossa ‘Jerusalém’! Sonho com o dia onde TODA Igreja Batista no campo carioca se envolverá na campanha de Missões Rio! Já imaginaram o quanto poderíamos atuar em nossa cidade? Por isso conclamo você, querido batista carioca, que lê esta minha palavra, a ser um promotor de Missões Rio em sua igreja! Assuma este desafio como SUA MISSÃO! Faça a sua parte na obra de evangelização! Desafie sua igreja a ofertar na campanha de Missões Rio! Um outro pedido: Ore por esta Diretoria, Conselho Geral e por todos os desafios que temos para tornar a obra batista em nossa cidade mais eficiente! Para isso, precisaremos de uma profunda mudança estrutural. Que o Senhor nos dê visão, ânimo e determinação nesta tarefa. Em Cristo Jesus, Senhor nosso, necessariamente, a opinião da Convenção Batista Carioca. 4 batistacarioca | Convenção Batista Carioca AGENDA DE EVENTOS ENVIE A PROGRAMAÇÃO DE SUA IGREJA Julho 28 Reunião do Fórum das Associações - CBC 28 Comitê Executivo Agosto 01 Café dos Educadores – AERCBC 22 Celebração dia do Embaixador nos DAER Setembro 08 Reunião do Conselho da CBC 11-13 Congresso Beginners “Principiantes” 12 Tempos de Paz – JBC 16,17 Reunião do Conselho da CBB 18,19 Encontro de Coros Masculinos – AMBC 19 39º Congresso MR Carioca 26 92º Aniversário da JBC 29 Reunião do Fórum das Associações - CBC Outubro 02,03 Encontro de Coros Infanto Juvenis – AMBC – IB do Méier 03 Café dos Educadores – AERCBC 12 Festa na Cidade Batista (JASC) 17 Pare, Pense e Siga – JBC 22-24 SUMMIT – PIB Recreio dos Bandeirantes Novembro 07 Dia do Impacto Social - JASC 10 Reunião do Conselho da CBC 14 Tempos de Paz – JBC 19-22 Acampamento UMMBC - Guapimirim 24 Aniversário da ABL 24 Reunião do Fórum das Associações - CBC 28 Café dos Educadores – AERCBC Dezembro 04 Curso de Formação de Conselheiros - UMMBC 05 Culto de Final de Ano – ABC 11 Canta Natal – Cinelândia – AMBC 11 Culto de Encerramento do Ano Letivo – Colégio Batista Shepard 11 Encontro de Voluntários de Missões Rio 18 Culto e musical de Natal – Colégio Batista Shepard A publicação das programações estarão sujeitas à disponibilidade de espaço editorial. Envie as informações de seu evento para o e-mail [email protected] batistacarioca | Convenção Batista Carioca 5 GERAIS A 111ª Assembleia da CBC e a nova diretoria Cariocas prestaram relatório, discutiram ações futuras e elegeram nova liderança O s batistas do Rio de Janeiro estiveram reunidos, nos dias 21 e 24 de abril, para a 111ª Assembleia Anual da Convenção Batista Carioca (CBC). Na ocasião, departamentos e instituições submeteram seus relatórios aos convencionais – servindo de base para decisões estratégicas para o ano de 2015 – e a nova diretoria foi eleita e empossada. A assembleia foi sediada na Igreja Batista Central de Olaria, que na ocasião celebrava seus 60 anos de fundação. O pastor da igreja, Gecé Pinheiro, agradeceu a participação dos membros que se disponibilizaram, dando apoio à realização do encontro anual. O diretor geral da CBC, pr. Nilton Antonio de Souza, entregou à igreja o certificado em comemoração ao Jubileu de Diamante. (Presidente da CBB) e Fausto Aguiar Vasconcelos (Diretor de Evangelismo e Missões da Aliança Batista Mundial). O evento foi ainda a oportunidade de filiar novas igrejas e prestar homenagens. As igrejas PIB no Conjunto da Marinha e a IB Emanuel receberam seus certificados de filiação, sendo agora consideradas igrejas do rol da CBC. O então presidente da CBC, Pr. João Fraga Filho, recebeu uma placa em homenagem ao período de serviço prestado aos batistas do Rio, ocasião em que agradeceu pelo apoio de todos que o ajudaram em sua jornada. Um dos grandes momentos da Assembleia foi a eleição da nova diretoria. Após algumas reflexões e contagem de votos, ficaram definidos os seguintes nomes: Presidente: Pr. Dejalmir da Cunha Waldhelm – IB Central em Bonsucesso 1º Vice-presidente: Pr. João Luiz Sá Melo – PIB Vila da Penha 2° Vice-presidente: Nancy Gonçalves Dusilek – IB. Igreja Batista Itacuruçá 3° Vice-presidente: Pr. Nelson Taylor Filho – IBE do Engenho Novo 1° Secretário: Pr. David Curty – SIB de Inhaúma 2ª Secretária: Lucia Helena da Silva – PIB. Copacabana 3ª Secretária: Ilazy Ildefonso de Oliveira – PIB do Rio de Janeiro Cariocas intercedem por nova diretoria Participaram como preletores da Assembleia os pastores Russel Shedd, João Soares da Fonseca, Sócrates Oliveira de Souza (Executivo da Convenção Batista Brasileira), Vanderlei Marins 6 Ciente do desafio de unir igrejas em torno da expansão do Reino na capital carioca, o novo presidente da CBC, Pr. Dejalmir Waldhelm, comentou: “Conto com a oração de vocês para a grande responsabilidade que a gente tem aqui. Estou feliz porque na equipe temos o Pr. João Melo, da Primeira Igreja batistacarioca | Convenção Batista Carioca GERAIS debates a partir das conclusões dos Congressos de Princípios e Práticas Batistas para a elaboração de um documento com o posicionamento da CBC sobre os temas abordados. Este documento será disponibilizado às igrejas cariocas para que possam servir de fundamento em caso de desvio doutrinário. Pr. João cumprimenta o novo presidente, Pr. Dejalmir Waldhelm Batista de Vila da Penha, como 1º Vice-Presidente. A professora Nancy Dusileck é a segunda vice. Nelson Taylor é o terceiro vice. Temos uma turma boa. O David Curty, como Secretário, conhece tudo de denominação batista. Uma equipe maravilhosa. Orem, orem e orem!”. O mandato da nova diretoria tem a duração de um ano. Nesse período, muitos desafios… um deles é a abertura de fóruns de Outra recomendação feita em assembleia foi a criação de um projeto social que atenda crianças. O pr. Everton William, executivo da Junta de Ação Social da CBC, explica que este desejo dos cariocas será atendido de maneira plena após a construção do Espaço de Educação Integral Infantojuvenil. Dessa forma, crianças e adolescentes terão acesso a cursos de música, arte e dança, atividades recreativas e esportivas, além de outras atividades. Enquanto este projeto não se concretiza, a Junta de Ação Social está se mobilizando para oferecer reforço escolar em um dos imóveis da Cidade Batista. “Ela contará com o apoio de todas as igrejas da Convenção Carioca, visando atender a comunidade que mora em torno da Cidade Batista e outras que desejarem direcionar suas crianças para este espaço”, afirma pr. Everton. CONVENÇÃO PR. OSWALDO LUIZ GOMES JACOB E sta palavra é muito conhecida em nosso meio. Como batistas, por natureza, somos convencionais. Uma característica marcante dos batistas é que somos inclinados a discutir democraticamente os assuntos relevantes para o Reino de Deus. Ser convencional é ser maduro para laborar sobre os mais variados temas da igreja do Senhor Jesus. Também é viver a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Jesus orou fervorosamente pela nossa unidade em João 17.22,23: “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim”. Deus, o Pai, tem prazer no Filho e quer que Seus filhos vivam na plena harmonia do Espírito. É maravilhoso vermos os irmãos unidos, trabalhando para que o evangelho avance poderosamente. A convenção não é apenas sazonal, mas está a cada dia na vida dos crentes batistas. Oramos e trabalhamos para que a igreja cresça qualitativa e quantitativamente. O encontro convencional é fruto dos encontros na igreja. A convenção é o retrato da igreja local. Esta estabelece o tom. O seu desafio é ser relevante neste mundo, proclamando o Senhor Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Pregar e viver o evangelho integral. Ser sensível às necessidades dos que estão perto e dos que estão longe. A igreja é a vitrine batistacarioca | Convenção Batista Carioca para o mundo. O que estamos mostrando nesta vitrine? Será que é a vida de Cristo derramada em nossas atitudes e em nossos atos pela ação do Espírito Santo? Precisamos conhecer um pouco o significado da palavra convenção. “Do latim conventione, ‘ajuste, acordo ou determinação sobre um assunto, fato, etc. Convênio, pacto; aquilo que só tem valor, sentido ou realidade mediante acordo recíproco ou explicação prévia; tudo aquilo que é tacitamente aceito por uso ou geral consentimento, como norma de proceder, de agir, no convívio social, costume convenção social” (Aurélio). Este é o sentido secular. O que podemos notar é que convenção é uma reunião de pessoas com objetivos comuns. Elas têm um interes- se comum e envidam todos os esforços para chegarem a um denominador comum. Trazendo para o nosso campo chamado religioso, ela é uma oportunidade de adorarmos a Deus em espírito e em verdade: aprendemos com o Senhor e uns com os outros; comungarmos em amor e testemunharmos ao mundo a nossa fé em Cristo Jesus a partir da nossa unidade nEle. Oportunidade de rever irmãos tão amados. Tempo de troca de experiências nas várias áreas. Ampliação da nossa visão missionária. Gratidão pelos grandes feitos de Deus na História. Um tempo precioso de renovação de votos. Não é possível conceber a palavra convenção, dentro do espectro evangélico, voltada para disputa de cargos, para discussões sem fundamen- 7 GERAIS to, para dar ocasião à carne, para tratar de assuntos sem relevância, troca de insultos e exaltação meramente humana. Revelamos que estamos desunidos e voltados para cargos em vez de cargas. Temos um comportamento artificial. Quantas vezes fazemos da convenção um desfile de vaidades! Tentamos, muitas vezes, sutilmente, manipular situações das mais variadas para o nosso bel prazer. Se houver uma correção de rumo da convenção na perspectiva de Cristo, entraremos num campo de amor, graça, perdão, atenção concentrada, serviço desinteressado, alegria, comunhão profunda, testemunho fiel, discussões em alto nível de espiritualidade e unidade de espírito no Espírito. Convenção deve ser caracterizada pela exortação de Paulo aos irmãos em Filipos: “Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (2.1-4) Convenção é uma celebração da glória de Deus em Jesus Cristo no meio do Seu povo. É uma feliz oportunidade para que famílias se encontrem e tenham muita comunhão. Para mim, o sentimento do Pentecostes deve ser o da convenção porque ali o Espírito Santo se manifestou em poder; houve unidade de espírito e propósito; a alegria foi o tom da reunião; a Palavra de Deus foi pregada e as nações ali representadas receberam o testemunho do evangelho. O precioso Espírito Santo derramou o Seu amor na vida daquelas pessoas. Este é o sentido da convenção. À luz de Pentecostes, precisamos redefinir o seu conceito. A nossa referência é o ensino de Jesus. Como precisamos ser “imitadores de Deus na condição de filhos amados e andarmos em amor como Ele nos amou e a Si mesmo se entregou por nós como oferta a Deus em cheiro suave” (Ef 5.1,2). Deus é glorificado quando andamos em amor na resolução das diferenças. Muito amor, poucas diferenças. O amor deve ser a linguagem convencional. Não é possível falar outra linguagem. Se o fizermos seremos fadados ao fracasso. DAVID MALTA NASCIMENTO PR. DAVID FALECEU NO DIA 6 DE JUNHO DE 2015, DEIXANDO UM GRANDE LEGADO MINISTERIAL. ertas pessoas marcam a vida da gente de modo tão notável e singular que já não conseguimos imaginar como seríamos, ou como seria a vida e o mundo, se aquela determinada pessoa não existisse. David Malta, por exemplo. C ta, e de dar rumos tão corretos aos impasses com os quais se defronta, e de trazer soluções tão eficazes aos problemas que lhes são confiados, que fica difícil entender como algumas coisas funcionariam se aquela determinada pessoa nunca tivesse existido. David Malta, por exemplo. o rigor com a suavidade, a ousadia com o bom senso, o entusiasmo com a prudência e a persistência com a tolerância que não deixam apenas um exemplo a ser seguido, mas também, e especialmente, uma inspiração a ser desfrutada. David Malta, por exemplo. Certas pessoas possuem uma capacidade tão especial de influenciar a realidade à sua vol- Certas pessoas são tão bem sucedidas na arte de conciliar a disciplina com o sentimento, David Malta amou o pastorado, e de maneira muito particular, amou o seu rebanho 8 na Igreja Batista de Barão da Taquara, onde passou 42 anos da sua vida no ofício de pastor. Poderia ter sido um advogado de grande expressão nacional, ou conquistado notório respeito e profunda admiração como jurista, caso se dedicasse integralmente à causa do direito. Com a retórica, a eloquência, a perspicácia intelectual e o preparo que pvossuía, não resta dúvida de que teria ocupado funções batistacarioca | Convenção Batista Carioca GERAIS Manteve-se fiel aos princípios da Palavra. Manteve-se fiel à sua postura íntegra e ilibada. Manteve-se fiel aos seus sonhos. Manteve-se fiel ao compromisso com o Reino. Num mundo de instabilidades, David Malta foi o retrato da estabilidade. Tão confiável como as antigas estrelas em seus lugares no firmamento. Batistas prestam homenagens durante culto fúnebre de reconhecido destaque nos fóruns e nos tribunais judiciários. Mas David Malta amava o seu rebanho e sua igreja. E, portanto, não se afastou da vocação pastoral que recebera do Senhor. David Malta amou o Seminário Batista do Sul do Brasil, do qual foi reitor por mais de uma década, fazendo-o transitar da crise para a estabilidade e, como resultado de muito trabalho e empenho, conseguindo conjugar o equilíbrio financeiro com a excelência acadêmica — da qual os alunos daquele período se recordam com saudade. David Malta amou a denominação batista, dedicando-se aos cargos que lhe eram confiados, mas de modo especial participando de reuniões e assembleias como efusivo mensageiro nas convenções, debatedor imbatível em seus argumentos, defensor incansável da administração correta, promotor impertérrito da postura ética e infatigável cooperador de tudo o que lhe parecesse profícuo e recomendável para a preservação do bem-estar denominacional. David Malta amou a justiça social, desde os tempos do movimento Diretriz Evangélica — que organizou com outros representantes evangélicos do Brasil — até seu envolvimento mais direto na política nacional, posicionando-se sempre como um profeta nos tempos contemporâneos ao reproduzir os princípios elementares de justiça e paz que o profetismo do Antigo Testamento propagava. Eu poderia citar muitos textos bíblicos, hoje aqui, para tentar definir David Malta Nascimento. Na galeria dos homens de fé, em Hebreus 11, aplica-se a David Malta, sem dúvida, a referência do verso 39: “recebeu bom testemunho por meio da fé”. Poderiam ser de David Malta, sem nenhum senão, as palavras de Paulo em 2 Timóteo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”. A David Malta poderia se referir o testemunho do apóstolo dos gentios em 1 Coríntios 15: “Pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça para comigo não foi vã, pois trabalhei mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus comigo”. A cada nova etapa vencida do vasto trabalho empreendido para o Reino, David Malta poderia repetir também as batistacarioca | Convenção Batista Carioca mesmas expressões de Filipenses 3: “avançando para as coisas que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. Ou ainda, no que tange ao seu cuidado com a obra denominacional, David Malta faria dueto com o apóstolo mais uma vez, quando afirma em 2 Coríntios: “além de tudo, enfrento uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas do Senhor”. Entretanto, no meu entender, a melhor afirmação bíblica para descrever o significado da vida de David Malta Nascimento está em Eclesiastes 7.8: “O fim das coisas é melhor do que seu início”. Muitos querem começar a realizar uma obra, e jamais começam. Ficam na boa intenção. Outros começam, mas não terminam. Fica apenas a promessa não realizada. Ainda há os que mal começam e, por isso, mal terminam. E há os que começam bem e terminam mal. Um bom começo não é garantia de um bom final. David Malta começou bem e terminou muito bem. Manteve-se fiel ao seu chamado. O fim das coisas é melhor do que seu início. No que se refere às coisas da vida presente, David Malta é um ótimo exemplo dessa verdade. Mas no que se refere às coisas da vida eterna, David Malta demonstra que o fim também é melhor do que o início. Porque, para ele, o melhor está começando agora. David Malta Nascimento toma posse, a partir de agora, de tudo o que lhe estava prometido. Mais do que nunca, o fim das coisas está sendo melhor do que o início. Porque, na eternidade à qual agora ele pertence, o fim é o início de tudo o que não terá mais fim. Como lembrou o apóstolo Paulo em Romanos: “os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós foi revelada”. David Malta não partiu. David Malta chegou. Chegou ao seu lar de glória. Chegou aos braços do seu Senhor. Chegou porque foi redimido pelo sangue de Jesus Cristo. Chegou porque pertencia a Jesus Cristo. Chegou porque pertencerá para sempre a Jesus Cristo, o autor e consumador da sua fé. 9 Foto: Pedro Kirilos/ Riotur A Missão começa aqui Por Tiago Monteiro Promotores, vocacionados e missionários unidos por amor ao Rio F alar de missões é falar do plano de Deus para a transformação de realidades. E quando se trata do lugar onde moramos, é possível que a participação neste plano se torne mais desafiadora. Internalizar este desafio é o ponto de partida para o cumprimento da missão. O próximo passo é somar, engajar-se numa proposta sólida e promissora. Essa ótica missionária é a proposta que vem sendo trabalhada pela Convenção Batista Carioca, que nos meses de junho a agosto lança sua a campanha “Rio: minha cidade, minha missão”. O tema tem como base o texto bíblico de I Timóteo 6.14 – Cumpra a tua missão com fidelidade, para que ninguém possa culpá-lo de nada, e continue assim até o dia de nosso Senhor Jesus Cristo aparecer” (BLH). O texto recomenda um grau máximo de comprometimento com a missão até que isso não seja mais necessário. Em outras palavras, até que Cristo venha, é preciso trabalhar para a redução dos índices que perturbam os cariocas, tais como violência urbana, prostituição, exploração infantil, miséria, entre outros. Para o sustento dos projetos batistas cariocas, Missões Rio propõe para este ano um alvo de 600 mil. O valor é modesto se comparado ao cenário e às mudanças necessárias para sua transformação. Segundo o diretor geral da Convenção Batista Carioca, Pr. Nilton Antonio de Souza, a cidade do Rio, apesar de ser considerada como alcançada pelos evangélicos, ainda não possui 22% de convertidos. O mapeamento estratégico da CBC indica também um grande vazio de igrejas batistas pela cidade e a necessidade de apoio no desenvolvimento das congregações espalhadas pela capital. “Planejamos adquirir propriedades estratégicas para a plantação de futuras igrejas. Há ainda dezenas de pequenas igrejas precisando de apoio para o seu crescimento e desenvolvimento; e um grande número de congregações e igrejas em áreas carentes, cujos obreiros e líderes precisam de nossa cooperação em Acampantes participam de oficina de Capelania Esportiva termos de sustento e capacitação”, explica o diretor. 10 CAPA Estratégia no campo carioca A Convenção Batista Carioca, através do departamento Missões Rio, tem enxergado desafios como oportunidades de transformação. Ao longo dos últimos anos, o setor tem alcançado resultados satisfatóros por meio dos obreiros sustentados diretamente ou por convênio com igrejas. São projetos abrangentes, com estratégia marcante no trabalho de capelanias hospitalar, prisional, socioeducativa, esportiva, aos enlutados, de prevenção à dependência químicos, portuários; na plantação e fortalecimento de igrejas; e projetos de impacto, como os realizados durante o Carnaval carioca. Atualmente, são 23 missionários diariamente comprometidos com o avanço do Reino, buscando excelência em termos espirituais e estratégicos. O maior dos resultados é quando o evangelho chega no tempo certo e da forma correta. Foi o que aconteceu com Sr. Gil, paciente que estava longe da lista de prioridades de uma unidade hospitalar alcançada pelo trabalho do missionário Pr. Miguel Kopanyshyn. Sua alta já estava programada, mas ele parecia triste. “Com sua permissão, iniciamos uma conversa e ele narrou sua história de vida, mostrando-se arrependido por atos cometidos na juventude. Vi diante de mim uma alma sem esperança, um coração atribulado”, lembra o missionário. Após um período de conversa sobre o plano de salvação, o Sr. Gil decide-se por Cristo e confessa: “Que lindo ouvir falar de Jesus assim. Como é bom ter alguém para ensinar e explicar”. Na manhã seguinte, Gil faleceu para a surpresa de todos. Aquela fora sua última oportunidade e a igreja de Cristo estava presente. Samuel Dativo Mendes Monteiro foi um dos que se apresentaram para missões. Ele esteve no acampamento, conduzindo os momentos de louvor, mas não esperava ser tocado de maneira tão especial por Deus. “Minhas impressões deste acampamento foram as melhores possíveis! Não tinha muitas pretensões e vim para assessorar o trabalho na parte do louvor, mas Deus falou comigo de forma tremenda! Eu tenho um chamado missionário e eu pude conhecer os missionários e as capelanias... um mundo novo! Isso (o acampamento) é muito importante para que a gente tenha acesso às pessoas que conhecem os ministérios e fazer parte do que Deus quer fazer no Rio. E a cidade carece disso”. Para o Pr. Ulisses Torres, coordenador de Missões da CBC, três aspectos norteiam o trabalho missionário no Rio: o despertamento e a capacitação de pessoas e igrejas; a mobilização de recursos para a proclamação; e a criação de oportunidades para a prática da Grande Comissão. Para que isso aconteça, é preciso encontrar um novo sentido à vida. “Qual é o propósito de Deus para a sua vida? Isso não envolve só a igreja e sim a sua vida… Será que no final da sua vida alguém vai poder falar que você viveu e cumpriu o propósito de Deus para a sua geração? Se você cumprir a sua missão com fidelidade, sua paixão será tão grande que vai mobilizar outras pessoas. Pode ser que você não mobilize muita gente porque esse negócio de missões não atrai muita gente, mas terá pessoas tão fiéis que elas te motivarão a continuar com o ministério. Portanto, pense em como Deus pode cumprir a missão que ele quer na sua cidade?”. Ampliando a visão Para amplificar o apelo quanto aos desafios da “nossa Jerusalém”, Missões Rio tem investido na formação de promotores e vocacionados. Anualmente, o departamento realiza encontros para estreitar relacionamentos e apresentar as estratégias que têm impactado a cidade. O público alcançado é diversificado, mas compartilha a vontade de alcançar vidas que estão bem aqui, em solo carioca. Durante o encontro, muitas palavras abençoadoras. Uma delas foi a da missionária aposentada da CBC, Adenice Baptista. Com mais de 30 anos de trabalho nos presídios do Rio, é um ministério que fala por si. Seu testemunhou conduziu vidas a apresentarem-se para missões e seu apelo mostrou que a unidade é o melhor caminho para a transformação. “As igrejas deveriam abraçar este trabalho porque a Convenção tem uma estrutura para dar às igrejas. Nem toda igreja pode entrar no hospital ou presídio e a CBC tem toda uma coordenação para isso. Meu apelo é que nessa campanha de 2015 cada um cumpra com seu dever, assumindo seu papel porque Deus espera de nós esse retorno. É um ato de obediência. Comece pela Jerusalém… é a sua cidade”. batistacarioca | Convenção Batista Carioca Ao lado da esposa, Samuel intercede pela obra missionária no Rio Se faz sentido viver em uma cidade mais justa, com mais qualidade de vida, com menos problemas sociais, faz sentido trabalhar para que isso aconteça. No site www.missoesrio.com. br há diversos materiais de apoio que podem ser utilizados para otimizar a campanha de missões em sua igreja. Além disso, há detalhes sobre os projetos, os missionários e reflexões em áudio (Podcasts) sobre assuntos importantes para o crescimento da visão missionária de sua classe de EBD ou pequeno grupo. 11 MISSÕES ESPERANÇA AOS MARINHEIROS C erta vez, enquanto um missionário visitava um navio vietnamita, um marinheiro veio até ele e perguntou: “Lembra-se de mim, capelão?”. Antes que pudesse responder, o marinheiro continuou: “Pastor, espere um minuto. Eu vou à minha cabine e já volto”. Minutos depois ele retornou com uma bíblia que trazia uma dedicatória do capelão, que dizia: “Que Jesus esteja sempre nas tuas palavras”. A data da dedicatória era de seis anos atrás, ocasião em que o marinheiro havia participado de seu primeiro culto na zona portuária do Rio. O marinheiro contou que ele e sua família haviam se convertido e viviam em Ho Chi Minh, no Vietnã. O testemunho acima exemplifica a importância das ações realizadas pela Convenção Batista Carioca através de seu departamento de Missões. O caso específico é fruto do ministério de Capelania Portuária, que há anos alcança pessoas de várias partes do mundo, marinheiros que estão longe de seu lar e que, muitas vezes, estão de corações abertos para palavras de esperança. Além do pastor Bahman Amirazodi, 12 o capelão da história contada, a equipe de missionários portuários da CBC é formada por Regina Borges de Paula e Gilvan da Cunha Silva. O trio oferece cuidados e serviços pastorais aos tripulantes a bordo dos navios, tais como: aconselhamentos, realização de cultos e distribuição de bíblias e outras literaturas; transporte de ida e volta ao porto, apoio na comunicação com familiares por meio de telefone, correio e internet móvel; visitação aos marinheiros presos ou hospitalizados; e provisão de roupas e alimento, quando necessário. “Eles só passam de três a quatro meses em casa. Na outra parte do tempo estão navegando”, conta a missionária Regina. Segundo ela, a grande necessidade desses marinheiros é fazer contato com suas famílias e foi essa a abertura que o projeto encontrou para focar sua atuação. “Então quando eles chegam ao porto, nós entramos no navio e oferecemos o sinal de wifi gratuito a bordo do navio. Eles vêm, trazem seus equipamentos e podem falar com seus familiares. A CBC em parceria com a Saylor Society, possui veículos para realizar o transporte desses marinheiros. É uma oportunidade fantástica para, estando em terra, ter contato com outras pessoas”, explica a missionária. Apesar da estrutura com a qual o projeto conta, o grande desafio continua sendo a participação de voluntários que possam somar ao grupo para que mais marinheiros sejam alcançados. Atualmente, cerca de 4.900 embarcações passam anualmente pela zona portuária do Rio. Para dar conta desse índice, é preciso um grande esforço missionário. Quem comenta sobre esse desafio é o pastor Bahman: “O trabalho de voluntariado é muito importante e o conhecimento de língua inglesa é a base para se comunicar com os marinheiros. A maioria deles fala inglês e os voluntários precisam desse conhecimento. Por isso temos tanta limitação na área de voluntariado. Precisamos que aqueles que falem essa língua se apresentem”. Para se voluntariar ao trabalho de capelania portuária, é preciso entrar em contato através do e-mail [email protected] , informando seu desejo em participar deste projeto. batistacarioca | Convenção Batista Carioca MISSÕES MOVIMENTO DE EVANGELIZAÇÃO DURANTE AS OLIMPÍADAS UNE IGREJAS E ORGANIZAÇÕES ano de 2016 traz grandes acontecimentos para a cidade do Rio de Janeiro. Os Jogos Olímpicos, um dos mais importantes eventos esportivos do mundo, trará à Cidade Maravilhosa atletas e torcedores de várias nacionalidades. Maior oportunidade para a evangelização do mundo não há. Por isso, um esforço missionário tem surgido nos últimos meses, fruto da unidade dos evangélicos. Esse movimento de evangelização está sendo chamado de Movimento Braços Abertos e conta com o apoio do departamento de Missões da Convenção Batista Carioca (CBC). O vêm de fora do país para pregarmos o evangelho. Além da divulgação do Reino, que benefícios as igrejas do Rio podem obter com a participação no movimento? O objetivo final é fortalecer a igreja local aqui no Rio de Janeiro, mas como vamos fazer isso? Evangelizando e discipulando. Mas não vamos evangelizar só pessoas que moram no Rio de Janeiro, mas todo o mundo. O mundo vai passar pelo Rio de Janeiro, pessoas que têm outras experiências religiosas vão estar aqui e Deus está permitindo que a gente pregue o evangelho independente das nações de onde elas vieram ou do credo. “O maior legado que deixaremos não é a evangelização em massa, mas pessoas que entenderam a beleza da causa do mestre e irão se engajar localmente numa igreja próxima de sua casa.” O pastor Ulisses Torres, que coordena os projetos missionários da CBC, tem cuidado para que essa rede de relacionamentos interdenominacional e transcultural flua de maneira otimizada. Abaixo ele explica como surgiu o Movimento Braços Abertos, seus objetivos e como igrejas e voluntários podem se engajar nessa proposta. Como surgiu o movimento Braços Abertos? O movimento Braços Abertos surge da ideia de fazermos um esforço evangelístico das igrejas e denominações e também agências missionárias que estão no Rio de Janeiro para pregar o evangelho através dos grandes eventos esportivos. Ele surge desse desejo em conjunto. A gente entendeu que juntos podemos ter um efeito muito maior na pregação do evangelho. Por isso o nome é Braços Abertos. Estamos de braços abertos para o perdido, para os voluntários que estão na nossa região ou de todo o Brasil e de braços abertos para os voluntários que batistacarioca | Convenção Batista Carioca Como a CBC tem servido a Deus no desafio proposto pelo Braços Abertos? A Convenção Batista Carioca tem um papel fundamental de network. A gente está gerando relacionamento, mas não apenas isso. Hoje os nossos missionários e a estrutura da Convenção estão servindo a esse movimento com aquilo que ela tem de melhor. Porque as igrejas batistas do campo carioca têm o desejo de evangelizar, de servir e de cooperar. Então a CBC tem sido catalizadora dessas agências e a gente tem facilitado o relacionamento e ajudado na liderança desse movimento. E como as pessoas e igrejas podem participar dessa proposta? Pra participar, você precisar acessar o site www.mba2016.com.br . Você terá todas as informações! Inclusive, todo mês a gente está se reunindo para orar em alguma igreja na cidade do Rio de Janeiro. Começamos às 22h e vamos até às 6h para buscar a orientação do Senhor. Como você vai saber onde vai ser a próxi- ma vigília? Entrando no site. Como vai saber como participar como intérprete, pregando o evangelho, recebendo pessoas em sua casa ou na igreja? No site. É possível ver Deus trabalhando nos corações para que a unidade seja a chave da conquista da cidade para Cristo. O que você acha? A beleza desse movimento surge do desejo de servir. Igrejas e agências missionárias têm desejado servir juntas. Isso é muito legal porque a gente pode sentar numa mesa com a Jocum, com as igrejas batistas, com a Sara Nossa Terra, com o Exército da Salvação, com a Coalização Brasileira de Esportes, com as juntas missionárias, com os Atletas de Cristo, Atletas em Missão, Christian Scape, Conexão em Campo, agências internacionais… sentamos à mesa e discutimos como podemos servir a Deus e às igrejas aqui no Rio de Janeiro. Isso tem sido maravilhoso porque temos percebido o mover de Deus no desejo de servir. Você vai perceber que esse movimento é feito por pessoas que querem pregar o evangelho e que tem o desejo de servir. Então todos trabalhamos juntos e temos a filosofia da cooperação. Então a pergunta que se faz é “onde minha agência ou igreja podem servir a Deus nesse projeto?”. Deixe uma palavra final aos leitores dessa entrevista. Pessoas de outras nações estão entrando em contato com a gente e fazendo a mesma pergunta: “Como podemos servir a Deus e a vocês nesse movimento? ”. Quem sabe sua igreja não pode nos ajudar a hospedar essas pessoas que vêm de tão longe para nos apoiar? Ou também enviar voluntários da própria igreja para pregar o evangelho em certas áreas dos jogos? O maior legado que deixaremos não é a evangelização em massa, mas pessoas que entenderam a beleza da causa do mestre e irão se engajar localmente numa igreja próxima de sua casa. 13 ESPECIAL Estive Preso Foto: Tiago Monteiro Samuel Lourenço Filho, 28 anos, conheceu o evangelho na prisão. Hoje é exemplo vivo de reabilitação em Cristo E u era um jovem criado em um contexto urbano e rural. Gostava da natureza, andar a cavalo, vender leite de carroça... Era até engraçado porque vendia leite de dia e de noite ia estudar no centro da cidade. Era rural e urbano. Eu e meu irmão sempre estávamos ligados a coisas que pudessem nos dar retorno financeiro. Ao tempo que isso gerava um retorno, dava a sensação aos outros que éramos homens da casa. Isso nos fez crescer em meio a pessoas mais velhas e hoje vejo um problema o fato de eu ter crescido com pessoas com mais de 20 ou 30 anos. Porque algumas das pessoas adultas com as quais eu convivia bebiam. A gente cresceu nesse contexto e, querendo ou não, a gente absorve isso. Posso assumir que isso trouxe consequências para minha vida. O consumo da bebida alcoólica aconteceu de modo recreativo a princípio. Era divertido beber com os amigos e ainda mais divertido beber escondido dos pais. Não era habitual, mas bebia. Para mim, isso não era um problema porque as notas da escola continuavam boas, não havia problema para o bairro, então não tinha problema. Quando comecei a estudar no centro do Rio foi um momento de choque cultural, mas havia uma expectativa de estudar ali. Foi o momento em que vivi a adultização precoce. Me tornei adulto 14 cedo e agora sou aquele rapaz que sai de casa para estudar e, como as aulas terminavam às 22h, me envolvi com o contexto boêmio. Fui me envolvendo e tentando viver a minha vida. Nessa época, beber se tornou uma prática e minha família ou não se preocupou ou não notou. Porque eu consegui estudar e estava indo bem, portanto, as consequências disso não eram aparentes. Houve uma vez em que uma vizinha chegou para minha mãe e disse: “Samuelzinho anda bebendo demais”. E minha mãe disse: “Qual o problema? Ele anda trazendo problema ao ser bar, bebe e não paga?”. Eu achava que, na força da juventude, eu dominava a bebida e não o contrário. Na verdade, não se percebe que você já está dominado. Minha mãe faleceu e o consumo da bebida aumentou muito. Nesse período eu acredito que entrei em um estágio degradante da minha vida porque eu lembro que a primeira coisa que aconteceu foi que minha casa acabou. Tínhamos eletrodomésticos sofisticados para o nosso contexto e para aquele tempo e eu vi essas máquinas virando morada de morcegos e ratos. Minha casa se destruiu. Meu pai sofreu muito e logo contraiu um novo relacionamento. Minha irmã já havia saído de casa, mas eu e meu irmão ficamos. É um momento difícil porque percebi que não tinha mais família. De olhar para o mundo e ver que era batistacarioca | Convenção Batista Carioca ESPECIAL apenas eu e a vida. E a vida era séria e tive que enfrentar isso, mas sem ter a estrutura para enfrentar. Faltou o núcleo familiar. Minha vida acabou ali. É o momento em que não tinha mais nada. Eu trabalhava para sustentar o vício. Recebia na sexta-feira e no domingo à noite já tinha dívida no bar de novo. Minhas roupas eram as piores... e estou falando de um jovem com apenas 17 anos. Nesse tempo, recebo um convite para morar com familiares no Paraguai. Nunca me falaram se foi por bebida, pela morte da minha mãe... foi apenas um convite. Fui para o Paraguai, outra cultura, outro país... tudo novo. Mas a sensação não era a de vida nova. Isso não aconteceu. Comecei a viver no Paraguai e lembro que um dia liguei para casa e fiquei sabendo que minha avó tinha morrido há três dias. Ela disse que não contaram antes por causa do meu aniversário. Naquele momento veio um medo no meu coração de que as coisas aconteciam e eu não sabia. Houve um domingo de manhã que acordei e chorei muito. Lembro que eu tinha uma cadela que, ao me ver chorar, foi lamber meu rosto e eu deixei por pensar que não havia mais ninguém que pudesse enxugar minhas lágrimas. Naquele dia arrumei minhas coisas e decidi voltar ao Brasil. Eu queria estar próximo da minha família aqui no Rio. Volto, mas havia a frustração de ter envergonhado minha família. Porque eu fui alguém que deixou o país, mas não conseguiu cumprir a missão. Eu fraquejei e voltei no meio do caminho. A sensação era de que não conseguia fazer um plano que pudesse prosperar. Aqui no Rio prestei vestibular e fui aprovado, mas, quando comecei a estudar, logo abri mão da faculdade. Voltei a trabalhar na feira e a beber. Nessa época estava indo para 20 anos. Estava bem perdido. Foi nessa época em que cometi um homicídio. Trabalhava com um amigo que estava batistacarioca | Convenção Batista Carioca com um problema extraconjugal e essa relação começou a afetar o relacionamento com sua família. A amante dele começou a ameaçá-lo, dizendo que ia destruir a família dele. Eu acabei tomando as dores dele. Pensei comigo que não poderia deixar uma família ser destruída. Na verdade, ele mesmo já estava destruindo a própria vida, mas eu não parei para pensar nisso na época. Eu só entendia que a família dele era muito bonita e não podia ser destruída como a minha tinha sido no passado. O crime aconteceu em um contexto absurdo de luz do dia, na presença de pessoas, o que fez com que houvesse uma ação imediata da polícia. Houve tiro, mas não me atingiu e eu, em um momento de lucidez, resolvi me entregar. A história aqui não foi que a vítima se tornou culpada. Não é isso! A história é que agimos de maneira insana mesmo, cometendo esse ato de tirar a vida de alguém. Foi a coisa mais insana da minha vida! A família dele foi destruída, a família da vítima e a minha foram destruídas. Acabou tudo! Quando cheguei à prisão pensei que fosse morrer lá dentro, mas nada do que eu temia aconteceu naquele momento. O que aconteceu foi que meus familiares chegavam e diziam: “Você tem noção do que você fez?”. E eu só conseguia responder: “Agora não adianta chorar pelo leite derramado! Acabou. Vou cumprir minha pena”. Momentos depois a ficha caiu e eu senti toda a carga dessa culpa. Vi meu pai chorar muito no momento da minha prisão. Isso se deu em abril de 2007. Na prisão começou uma conscientização mínima, um peso de culpa. Quando começa a conversa [com outros presos] na cela, ouvia que tomaria muita cadeia. Ficava o sentimento de que agora estava tudo acabado. Lembro do transporte dos presos e, na época, vinha à mente a forma como as pessoas da Segunda Guerra Mundial eram transportadas. Em lugar que cabiam três pessoas, tinham oito ou nove. Um calor... constantemente desmaiava. Houve um momento que me senti tão culpado que um amigo chegou pra mim e disse: “Você acredita que Jesus pode te perdoar?”. “Jesus pode me perdoar? O cara mata e agora Jesus pode me perdoar? Tá bom então”, respondi cético. Ele continuou: “É sério! Existe perdão pra tua vida!”. “Não existe perdão pra minha vida! Quem mata tem que morrer”, eu retruquei. Era um discurso que trazia da minha cultura, do meu contexto. Ele me perguntou se podia orar por mim e eu aceitei, mas avisei que não era para colocar Jesus e a Bíblia nesse crime. Na medida em que ele começava a orar eu chorava muito porque parecia que era um momento de esperança. Depois disso eu, falando comigo mesmo, decidi assumir tudo isso perante o tribunal. Disse à minha família que diria toda a verdade e que assumiria toda a verdade do que fiz. Foi naquele momento que me senti uma pessoa livre. Eu lembro que algumas pessoas tentaram me persuadir para que eu não contasse toda a história, que eu iria passar o resto dos meus dias na cadeia, mas não me importei. Conscientização O processo do julgamento se arrastou por dois anos e, nesse período, fui me envolvendo com o evangelho dentro da prisão. As pessoas comentavam, dizendo que eu tinha um futuro no Reino de Deus e eu brincava: “Que futuro o quê? Vamos aceitar o perdão, mas não vamos nos esconder atrás da Bíblia”. Nesse tempo fui descobrindo que havia uma chamada mesmo. E descobri que se eu não tivesse a Bíblia como escudo e Cristo como defensor, ninguém o faria. Hoje assumo que dependo da fé em Cristo. No início dessa trajetória de dois anos quase não falava. Na primeira vez em que fui convidado a pregar no culto, me pediram dez minutos e eu falei três, tremendo muito e de olhos fechados. Fui remanejado para outra unidade e foi onde cresci mais espiritualmente, assumi novas responsabilidades. Eu me aproximei 15 ESPECIAL das pessoas que já eram evangélicas ali e comecei a me integrar, a falar mais e mais, fazer reflexões com apropriações bacanas e todo mundo parava para ouvir. Isso era fruto do Espírito Santo! Nessa fase eu era chamado para ajudar quando havia problemas entre os presos na cela, eu comecei a ganhar credibilidade e vi nisso a mão de Deus. Percebi então que minhas experiências na cadeia me levaram a crer que minha prisão trata algo que está além de um crime. Minha prisão quer tratar comigo dos problemas de minhas escolhas, do meu modo de pensar... foi quando comecei a perceber que as pessoas ali podem se reabilitar. No segundo semestre de 2009 fui sentenciado a 14 anos de prisão. [Recentemente até encontrei o juiz que me sentenciou e a gente se abraçou. Foi engraçado eu olhar para ele e contar toda a história, dizendo: “Olha o que eu fiz com a cadeia que você sentenciou?”] . No dia 11 de setembro de 2009, fui transferido da carceragem para o presídio. Com essa sentença, todo mundo chegava e dizia que servir a Deus no presídio era mais difícil. Eu estava com esse desafio, de permanecer cristão mesmo tendo mudado de unidade, de percepção de vida. Digo isso porque às vezes rola um discurso irresponsável como se o preso tivesse que ser absolvido porque aceitou a Cristo. O que aconteceu é que Deus tinha coisas para mim no meu processo de prisão. Ressocialização pela educação Eu queria permanecer em Cristo. Cheguei a São Cristóvão, onde tive o primeiro contato com a capelania prisional da Convenção Batista Carioca. Eu começo a meu envolver com os trabalhos de culto ali, mas percebo que também tinha que voltar a estudar. O que fiz um ano depois da minha chegada. Um dia estou transitando pela unidade e soube que havia passado para a segun- 16 da fase da UERJ. Fiquei muito feliz porque de 40 presos que tentaram, eu era um dos três que tinham conseguido passar para o processo de qualificação final. Eu vivi essa alegria e tinha escolhido a Pedagogia. Nesse momento, o pastor Claudio Baptista teve uma participação muito especial na minha vida. Ele me trouxe uma série de provas antigas da UERJ e o conteúdo programático. Com esse material na mão, eu comecei a me nortear melhor. Foi “naquele momento que me senti uma pessoa livre Nas celas evangélicas, as atividades eram rigorosas e meus colegas, vendo meu esforço, começaram a me dispensar das atividades para eu poder estudar. Em 2012, dia 16 de janeiro, fui convocado para ir ao gabinete do diretor. Eu fui com medo por pensar que tinha feito algo errado. Ele me chamou para me dar os parabéns e jogou uns papéis na mesa, os papeis de aprovação da UFRJ. Lembro que eu entrei nesse clima do preso que entrou para a UFRJ. Depois recebi outros resultados, sendo aprovado também para a UERJ. Quatro meses depois, as aulas começaram e eu nada. Havia uma restrição de pena que eu precisava cumprir em regime fechado. Perdi a vaga, mas comecei a estudar de novo e consegui passar novamente para a UERJ. Depois, já em 2013, minha pena havia progredido e mudado para semiaberto. Em abril fiquei sabendo que o juiz havia permitido meus estudos. A crise agora era: “Como vou viver lá fora? Aprovado numa faculdade pública e lá está cheio de gente”. Mas prometi para mim mesmo que precisava viver e nessa fase fui fortalecido pelo Pr. Cláudio e outras pessoas. No dia 24 de abril de 2013, depois de seis anos de pena cumprida em regime fechado, as portas se abrem. Desafios do lado de fora Foi um choque. Um monte de novidades que nunca havia visto na vida, a agitação, telefone touch e com internet. Todo mundo plugado e eu achando que todo mundo sabia da minha vida e que iam me matar... eu cheio de medo. No meu primeiro dia de aula, Pr. Cláudio estava lá na porta da faculdade, me esperando. Quando nos encontramos, ele disse: “Olha aí onde você está? Agora vai viver”. A gente se abraçou e eu chorei muito. Éramos eu e outro preso na faculdade. E decidimos encarar de frente, assumindo que éramos presidiários. Isso a princípio foi um choque, uns se aproximando e outros se distanciando. Nesse período conheci um rapaz da Igreja Batista do Rocha e disse a ele: “Eu preciso de um irmão. Compartilho da mesma fé que você e não sei como você vai receber tudo isso, mas sou presidiário e preciso de um irmão com a mesma fé, que entenda que, apesar do passado, eu posso ter uma vida nova”. Ele falou assim: “Vamos juntos!”. Leandro é uma pessoa que me ajudou muito na faculdade e me ajuda até hoje. A gente começou a caminhar juntos e ele começou a mediar meu relacionamento com os outros colegas, falando bem de mim. É claro que ainda passava por resistências e ainda bem que eu passei [e passo] por algumas resistências. É o que eu falo para todo mundo: “Não quero viver numa sociedade onde todo aquele que comete um crime, as pessoas digam: “Ah! Nada a ver, vem pra cá!” Porque aí é a banalização de tudo, da vida, da humanidade. Tem que se chocar, as pessoas têm que se surpreender, mas a gente recomeça a partir daí. batistacarioca | Convenção Batista Carioca ESPECIAL Samuel fala aos promotores, durante acampamento de Missões Rio Paradigmas quebrados Uma cena muito fantástica marcou a minha vida. Aconteceu com os colegas da UERJ. Quando souberam que estava expirando o prazo concedido pela justiça para que eu pudesse estudar, todos vieram questionar o motivo pelo qual eu não poderia mais estar com eles. Amigas de faculdade começaram a chorar e ficou um momento legal porque o rapaz preso agora faria falta na sala de aula. E aí todos comentavam que a visão de presidiário em suas casas agora era outra. Nessa fase, comecei a estudar novamente e descobri a faculdade de Gestão Pública na UFRJ. Dediquei-me e saiu a provação. Fiquei muito feliz e pensei que finalmente meu momento havia chegado. Consultei amigos, professores, o Pr. Cláudio e tomei a decisão de ir para Gestão Pública. Quando fiz a transferência da faculdade, foi um dia terrível porque todos sabiam que era meu último dia de aula. Esse dia me marcou muito porque a professora deu boa noite e todos começaram a se olhar, a se levantar e a chorar comigo. Essa deveria ser uma hora de alívio porque um preso estava deixando aquele ambiente, mas não. Ali já não era uma ameaça de perigo, mas um jovem que transmitia a batistacarioca | Convenção Batista Carioca graça de Deus, que tinha compromisso com o evangelho e que ia fazer falta. Agora teria que entrar em outro processo na justiça para estudar novamente. Nessa época, comecei a dialogar com os alunos da UFRJ e a assumir minha condição de preso. É uma luta política para mostrar que o preso está dentro da sociedade, que o preso compõe a sociedade. E a sociedade precisa entender que ignorá-lo é potencializar a violência. Eu comecei a discutir isso nas universidades, que a sociedade precisa saber que está convivendo com essas pessoas. Finalmente as aulas na UFRJ começaram, mas eu não conseguia estudar. Fiz algumas disciplinas pela internet e ainda não havia conseguido liberação. Isso me desanimou, mas conversando com Maíra, ganhei ânimo para continuar com o processo de liberação até que finalmente consegui. Certa vez um amigo me disse que não acreditava em nada dessas coisas de Deus, etc. Mas perguntou o que era isso na minha vida. Foi a oportunidade que encontrei para falar de Deus, que era um preso miserável, que estudei, que alcancei, tudo como reflexo de Deus na nossa vida. Hoje participo de congressos, escrevo artigos e participo de grupos de pesquisa como voluntário e os congressos dos quais participo, só consigo porque recebo a ajuda de pessoas, professores meus inclusive. Há uma professora que sempre me ajuda, me dá até alimento. Hoje trabalho, fazendo limpeza, mas também estou na universidade. De uma coisa eu sei: eu não posso parar porque é Cristo que me fortalece, que me ajuda. Acreditar no outro é difícil, mas é tempo de voltar a creditar no ser-humano porque é a imagem de Deus. A vida é uma construção coletiva porque em todo tempo a mão do Senhor me susteve, mas não vi a mão sobrenatural dEle, mas as mãos de pessoas que me ampararam, se estendendo para ajudar. O que fica é a gratidão a esse Deus. Sempre vou me lembrar da atitude de Paulo, falando sobre Filemon: “Recebe esse rapaz de volta, mas não como escravo, e sim como irmão porque ele é muito útil para mim”. Tem valores e potenciais úteis para o Reino. Em alguns momentos, vejo o próprio Deus dialogando com sua igreja sobre essa questão: “Recebe o Samuel, mas não como preso, homicida, alcoólatra, fracassado. Recebe ele como irmão precioso”. Não sou exceção, há pessoas como eu por aí, que já viveram isso e que estão em busca de oportunidades. 17 ARTIGO Igreja e voluntariado N um tempo de crescente profissionalização, muitos líderes se ressentem de não poderem contar com os voluntários que, ao que tudo indica, antes existiam nas igrejas. Penso que essa dificuldade hodierna se dá por alguns fatores, os quais passo a enumerá-los numa lista não esgotável em si mesma: a) além da profissionalização, o perfil de parte das igrejas batistas (para ficar num exemplo) mudou. Sua membresia ascendeu socialmente, muito talvez fruto do próprio evangelho que fez casais priorizarem a formação de seus filhos ao invés de gastar os parcos recursos em outras coisas (bar, mulher, jogo, etc). Esse perfil de membresia acostumou-se a pagar, até mesmo porque pode, pelos serviços. E tal visão foi transferida para a Igreja; b) a ausência de abordagem nos púlpitos de ensino sobre dons espirituais e sobre o valor do serviço no Reino, o que normalmente vem acompanhado de falta de sincera busca do Senhor; c) a importação de modelos americanos de gestão eclesiástica, país no qual a cultura de se pagar para se ter as coisas é uma realidade. É interessante que líde- 18 PR. SÉRGIO DUSILEK PASTOR DA IGREJA BATISTA DO MARAPENDI, PÓS-GRADUADO EM HISTÓRIA DA FILOSOFIA E MESTRANDO EM CIÊNCIA DA RELIGIÃO. res importam o modelo até mesmo nas suas expressões vestuais e não querem “pagar a conta” pelo modelo escolhido… ora, o pacote da parafernália eclesiástica, ainda mais de um país que preza pelos modelos organizacionais é completo; d) a ausência de inspiração dos líderes, em especial de pastores. Há alguns que servem ao Senhor sem alegria, e sem ela não há contágio voluntário. Você pode ser até sisudo, mas exale prazer, alegria no ministério que exerce; e) a inabilidade de líderes que “surram” suas ovelhas quando elas estão em pleno serviço a Deus. Só para ilustrar ouvi certa vez de um pastor que desfez das senhoras da igreja reunidas como MCA. Ora, você pode até não gostar desse tipo de reunião, mas desfazer da mesma? Depois as pessoas não querem mais ajudar e o líder ainda pergunta como conseguir que elas se envolvam… f) a importação do modelo IURDiano de sucesso pastoral, baseado nos números, tanto de membros como de receita, e na ostentação dos benefícios pastorais. Ora, quando um membro de igreja percebe que seu pastor não está tendo um sustento digno ou mesmo qualificado no âmbi- to do merecimento, mas sim que ele está usando o ministério para “se dar bem”, é inevitável que alguns se sintam como que “usados” no voluntariado. Tal sentimento de abuso moral/espiritual tem feito com que grandes valores voltem para dentro da terra, ao invés de serem multiplicados sobre ela (parábola dos talentos); g) a falta de exemplo dos líderes. Há líderes que mentem, e ao fazerem isso perdem uma das molas propulsoras da voluntariedade que é o respeito e a fidedignidade daquilo que fazem. Veja só essa expressão que Dostoievski escreveu nos Irmãos Karamazov: “Aquele que mente a si mesmo e escuta sua própria mentira chega ao ponto de não mais distinguir a verdade, nem em si, nem em torno de si; perde, portanto, o respeito de si e dos outros.” Seria bom se houvesse uma nova efervescência do mais puro significado de Col.3:23; Hebreus 6:10; I Cor.15:57-58 entre tantos outros textos da Bíblia que apontam para o voluntariado. Que Deus nos abençoe! Extraído do blog pessoal www.sergiodusilek.worpress.com batistacarioca | Convenção Batista Carioca ARTIGO O SEGUNDO VIOLINO N ão sou músico, mas sempre gostei de música, e percebo que esse gosto está presente na esposa e filhos. A esposa canta no coral, tem voz afinada e bom ouvido. A filha primogênita tem CD gravado, o filho toca bem violão e guitarra e é líder do Grupo de Louvor da igreja e a caçula também tem voz afinada e a usa para louvar ao Senhor. Há algum tempo viajava com o músico e cantor Marquinhos Gomes, de carro, com destino a São Paulo. Seus CDs e DVDs eram, na época, distribuídos por nós ao mercado, em nível nacional. Ao longo da viagem conversamos sobre muitas coisas agradáveis e instrutivas, uma dessas foi sobre “tocar o segundo violino”, o que nem todos os músicos querem . Ele, empolgadamente explicou-me como isso funciona. O primeiro violino da orquestra, sob a execução do competente violinista, vai embevecendo, encantando a plateia, enquanto o segundo violino só entra em cena de quando em quando, conforme a composição musical. O violinista do segundo violino tem que esperar paciente e atentamente o seu tempo chegar, para, então, deslizar o arco em uma, duas ou mais cordas. Feito isto, esperar, contin- 20 PR. ERALDO COELHO BERNARDO PASTOR TITULAR DA IGREJA BATISTA MEMORIAL EM MANGUINHOS uar atento, de olho na partitura, o novo momento, lá na frente, em que voltará a tocar por um instante. Quero me valer desses informes das apresentações musicais com violinos para aplicar à liderança, à administração. Há muita gente segundo violino, quando, quando solicitado e ficar minada função. que não sabe tocar o isto é, atuar de vez em é necessário, quando é feliz por cumprir deter- Quando chega o final de ano em nossas igrejas há a eleição da nova diretoria estatutária, de novos líderes de ministérios, departamentos e comissões. Esses ministérios têm seus coordenadores, vices–coordenadores, membros. As comissões têm seus relatores e respectivos membros. Quantos problemas ocorrem durante os mandatos, quando um coordenador, vice, ou um membro de ministério ou de comissão não sabe “tocar o segundo violino”! Tem-se observado que os pastores bem-sucedidos em seus ministérios souberam tocar o “segundo violino” quando seminaristas. Souberam estar atentos àqueles seus líderes que tinham condições de tocar toda a partitura. Depreendemos da Palavra de Deus em Isaías 14.12-15(IBB) que a queda de Lúcifer (Portador de Luz), tipificado pelo rei da Babilônia, foi porque quis ir além dos limites. Diz o texto: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo levado serás ao Seol, ao mais profundo do abismo”. Um portador de luz que, não sabe se restringir ao papel que lhe foi confiado, pode se tornar em portador de trevas. Porque quis usurpar a posição do Altíssimo foi desqualificado, amaldiçoado e precipitado à atmosfera da terra com os anjos que caíram com ele (Gn.3.1/Lc.10.18). Disse Jesus que o inferno foi preparado para o Diabo e seus anjos (Mt.25.41). Nesse lugar serão presos eternamente. Tive dois pastores nos nove primeiros anos de vida cristã. O primeiro, que me batistacarioca | Convenção Batista Carioca ARTIGO batizou, me apoiou e me estimulou a me desenvolver no seio da Igreja, seu nome, Anthidio Dias da Silveira, chamado à presença do Senhor com mais de 90 anos de idade. Após consagrado ao Ministério, convidou-me algumas vezes a pregar na Igreja que pastoreou por mais de 50 anos, onde nasci espiritualmente. O segundo Pastor, Joaze Gonzaga de Paula, foi assessor da Junta de Missões Estrangeiras, batistacarioca | Convenção Batista Carioca atual, Junta de Missões Mundiais, e, tempo depois, Secretário Executivo da Convenção Batista Carioca. Eu era seu Diretor de Evangelismo na PIB de Higienópolis, Rio. Atualmente, aposentado, mora em Vargem Grande, Rio. A esses dois pastores que me pastorearam sempre fui leal, sabendo, pela misericórdia de Deus, o meu lugar, isto é, o de “tocar o segundo violino”. Por mais de 40 anos trabalhei em empre- sas nas áreas administrativa e comercial. A gente tem que saber até onde pode ir, sem criar atrito, sem atropelar ninguém. Sem perder o emprego abruptamente. Temos que estar atentos quanto à Síndrome de Lúcifer. Peçamos a Deus que nos ajude a atuar, dentro de nosso quadrado, até que Ele nos promova ao quadrado mais alto. 21 ARTIGO POR UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL E INTEGRADA Walmir Vieira Diretor do Colégio Batista Shepard – Rio de Janeiro Pesquisador do CLIC (Centro de Liderança Cristã/Criativa) E ducação integral não significa simplesmente os alunos passarem todo o dia na escola. Tem muito mais a ver com uma concepção educacional que uma escola adota com relação ao seu processo de ensino e aprendizagem. Significa ver o aluno como um ser humano integral em que todas as suas dimensões (física, emocional, social, intelectual e espiritual) se relacionam, influenciam-se e interagem-se e agir pedagogicamente levando em conta essa integração. estes são influenciadas. O espírito, dimensão que nos distingui dos animais irracionais, interage com o físico, com o pensar, com os anseios do coração, com nossa capacidade de adaptação social e com o exercício da cidadania. A natureza de convivência social de um indivíduo determina como ele cuidará de seu corpo, que tipo de lógica conduzirá seus pensamentos e decisões, como exprimirá suas paixões e de que maneira expressará sua religiosidade, assim como, também influenciar as mudanças sociais. O valor de uma educação integral e integrada Os desafios de uma escola integral e integrada Ainda que didaticamente desmembremos a pessoa humana em suas dimensões física, intelectual, emocional, espiritual e social, essas dimensões não podem ser vistas de forma desconectada e dissociada, nem funcionando independentemente uma da outra. Somos um ser integral. Tudo em nós é integrado, interdependente e inseparável. O que acontece no corpo afeta a mente, a emoção, a espiritualidade e o convívio social e por estes também o corpo é afetado. A mente tem relação direta com o físico, a sensibilidade, a alma e a capacidade de relacionar-se socialmente e estes da mesma forma. As emoções influenciam o corpo, os sentimentos, a alma e a sociabilidade e por 22 Todos os métodos e técnicas de ensino e de aprendizagem e todos os programas e projetos educacionais que desconsiderarem qualquer uma dessas dimensões do ser humano estarão vulneráveis em algum aspecto. O Ensino a Distância (EaD), por exemplo, ainda que privilegie a aquisição do conhecimento, não ajuda as dimensões sociais e emocionais do indivíduo, existentes no ensino presencial. Escolas laicas ou seculares, em geral não se preocupam com a espiritualidade humana e com a sua dimensão emocional. Escolas conteudistas, focadas na transmissão de conhecimentos, e na preparação para exames classificatórios, nem sempre preparam seus alunos adequada- mente para o todo da vida. Escolas com fins lucrativos, em função de custos, privilegiam algumas áreas que julgam fundamentais para a manutenção do aluno e da receita e desprezam outras, como a formação do caráter, o desenvolvimento da espiritualidade e a educação emocional, cujos cuidados demandam mais recursos e aumentam suas despesas. Naturalmente, nenhuma escola consegue ser eficiente, na formação de seus alunos, com desempenho igualmente alto em todas as dimensões. Mas, um projeto de ensino que tem preocupação com o todo do ser humano, de alguma maneira buscará lugar em seu currículo, em seu ambiente e cultura escolares e em seu calendário, contemplar ações e intervenções necessárias para que todos os aspectos ligados à formação integral se manifestem. Além disso, as escolas preocupadas com a formação integral privilegiam métodos de ensino, processos didáticos de seus professores, materiais pedagógicos e ambientes de aprendizagem adequados à essa visão. Seus gestores, professores e sua equipe de apoio técnico e administrativo geralmente estão comprometidos com essa perspectiva. Estrutura de uma escola de formação integral e integrada Para que uma boa educação integral e batistacarioca | Convenção Batista Carioca ARTIGO integrada aconteça o ideal seria que os alunos em idade escolar passassem mais temo na escola e não somente quatro ou cinco horas por dia. Nas instituições de ensino que enfocam a integralidade do ser humano são muito maiores a participação e o envolvimento da família, como parceira ativa de todo o processo educacional. Em escolas preocupadas com a formação integral e integrada estão presentes vários ambientes de aprendizagem compatíveis com a filosofia que abraçam. Áreas de convivência são construídas para facilitar a interação entre os alunos. Espaços para práticas esportivas de variadas modalidades e matizes, incluindo jogos de raciocínio, são mais generosos. Biblioteca interligada à rede de internet. Ambientes específicos e especializados como laboratórios de informática, de química, física, biologia, de desenvolvimento da inteligência, espaços de exposição, auditórios, salas de artes plásticas e cênicas, capelas (ou salas de oração e estudo bíblico) e capelania, para o descobrimento e aprimoramento dos pendores dos educandos estão presentes. Nas escolas de formação integral se fazem presentes vários equipamentos que se coadunam com este viés formativo, como laboratórios de informática, de ciências, de idiomas, bibliotecas com ambientes variados e conectados ao mundo virtual, auditórios, salas para reuniões, espaços para saudáveis expressões artísticas (trabalhos manuais, expressões corporais. sentimentais e intelectuais) e espirituais. Áreas de lazer e lúdicas com jogos e brincadeiras educacionais, quadras poliesportivas, campos para práticas esportivas variadas e piscinas e parquinhos adequados a cada faixa etária. batistacarioca | Convenção Batista Carioca As instituições envolvidas no processo de formação integral e integrado É possível pensar que a formação moral, social e emocional de uma pessoa esteja sob a responsabilidade exclusiva de sua família; que a formação religiosa ou a preocupação com a sua espiritualidade esteja a cargo somente das igrejas e religiões; e, que o seu aperfeiçoamento para cidadania caiba prioritariamente ao Estado com suas leis e seus sistemas de controle. Mas, essa distribuição especializada de tarefas e a compartimentalização do processo educacional se mostram ineficazes quando desintegradas, uma vez que todas essas instituições influenciam a formação integral da pessoa humana. Não é a toa que os quatro pilares da educação preconizados pelos órgãos nacionais e internacionais de educação defendem a existência dos quatro fundamentos da aprendizagem: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a viver e aprender a conviver. Todas as organizações da sociedade têm (para o mal ou para o bem) função formativa. O governo e todos os seus órgãos, as igrejas, as famílias, as empresas e as variadas associações, no exercício de suas finalidades, também exercem função educativa, ainda que tenham sua função axial, especializada, que privilegia um aspecto das necessidades humanas. Todas elas não podem prescindir ou se abster de também, de alguma maneira, ajudar no atendimento da formação integral e de forma integrada (um ideal a ser atingido) do ser humano. As redes sociais via internet e o mundo cibernético passaram a exercer, nos últimos anos, influência que, em muitos aspectos, tem sido superior à exercida pela família e pela escola. Seria bom que estes novos entes do processo de formação integral pudessem se integrar de forma saudável e construtiva. Mas... Cabe a família a primazia na formação inicial e geral dos seus membros, fornecendo-a ou provendo-a. Em nosso lar passamos a maior parte do tempo de nossas vidas. A escola, em segundo plano, onde as crianças, adolescentes e jovens, passam o segundo maior tempo de suas vidas (cerca de cinco horas a seis por dia, cinco a seis dias por semana), de forma mais especializada, e ajudada pela família. A escola assume, cada vez mais (em função das crises familiares) a educação integral dos alunos não somente para a aquisição do conhecimento, mas, também, na inserção cultural, na formação do caráter, na capacitação para a convivência social e no desenvolvimento físico, emocional e espiritual de forma saudável de seus alunos, preparando-os para enfrentarem os desafios da vida e da sociedade e para que eles também ajudem na construção de um mundo melhor para todos. É uma responsabilidade tão grande para qual a maioria das escolas não está preparada. Daí a importância de uma escola de tradição cristã comprometida com suas origens, sem fins lucrativos, que, em sua essência tem a forte preocupação com o oferecimento, aos seus alunos, de uma educação integral e integrada e empenhada na qualidade dessa formação física, emocional, cultural, social e espiritual (bíblica). 23 24