A Sedao Consciente por via Inalatria
Transcrição
A Sedao Consciente por via Inalatria
LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA A SEDAÇÃO CONSCIENTE POR VIA INALATÓRIA COM A MISTURA OXIGÊNIOÓXIDO NITROSO: CONCEITOS, E SUA IMPORTÂNCIA EM ODONTOLOGIA A utilização da técnica da analgesia inalatória com óxido nitroso e oxigênio, é a mais indicada para o tratamento rotineiro de pacientes adultos e odontopediátricos, pois é segura eficaz, sem efeitos colaterais indesejáveis ou morbidade importantes. Não causa dependência química. (CRAWFORD 1990, MALAMED 1995, CLARK E BRUNICK 1999, YAGIELA 2000, GERHARD, 2001, LUHMANN 2001, MALAMED 2003 HOUPT 2004, CLARK E BRUNICK 2003, Influencia significativa e positivamente o comportamento dos pacientes, diminuindo os níveis de ansiedade na seqüência de consultas. (VEERKAMP 1995) A analgesia inalatória com N2O/O2 é a única técnica de sedação, que permite a completa recuperação do paciente em curto espaço de tempo póssedação,ou seja: de 3 a 5 minutos, o paciente estará apto em 98% dos casos, a retornar as sua atividades, inclusive dirigindo e operando máquinas, pois 99% do óxido nitroso terá sido eliminado do organismo, através da respiração. (MaCAFERY 1989) Em concentrações variando entre 10% a 70% de N2O, na mistura ao O2, manteremos o paciente, segundo a classificação de Guedel, no primeiro estágio (analgesia) , planos 1 e 2. (GUEDEL 1953) Nesta condição, os reflexos protetores estão preservados. 1 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA ESTÁGIO 1 ESTÁGIO 2 DELÍRIO (EXCITAÇÃO) ANALGESIA Plano 1 Plano 2 ESTÁGIO 3 PLANO CIRÚRGICO DE ANESTESIA GERAL PLA NO 1 Plano 3 ESTÁGIO 4 PLANO 2 PLANO 3 PARALISIA RESPIRATÓRIA PLANO 4 ANALGESIA ANALGESIA RELATIVA TOTAL SEDAÇÃO CONSCIENTE Estágios de anestesia de acordo com a classificação de Guedel (1953) A sedação consciente por via inalatória está indicada no controle da ansiedade, dos pacientes portadores de doenças crônicas tais como: diabetes, hipotireoidismo, hipertiroidismo, doenças cardíacas, circulatórias, pacientes imuno suprimidos por HIV ou tratamento quimioterápico. De acordo com (RUBEN 1972), os cirurgiões-dentistas dinamarqueses, já haviam utilizado a técnica, durante um milhão de horas, correspondentes a 15 anos, sem que tivesse ocorrido nenhum relato de morbidade importante em conseqüência do emprego da técnica. De acordo ainda com os autores a analgesia e a sedação produzidas pela mistura óxido nitroso / oxigênio, melhoram substancialmente qualquer desconforto decorrente do tratamento. A escolha da sedação consciente por via inalatória, dentre as demais técnicas de sedação, se deve a sua segurança, ao seu rápido pico de ação, capacidade de titulação, e a sua rápida reversibilidade, a sua de maneira que, se mantenha o paciente durante todo o procedimento, com a dosagem ideal da droga, para que se produzam os efeitos farmacológicos desejáveis, e que ao término, o paciente possa sair do procedimento, sem a necessidade de um acompanhante. 2 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Neste contesto, a titulação é definida pela administração crescente de pequenas quantidades de uma droga, até que seja observado o efeito clínico desejado. A propriedade da titulação de uma droga, permite ao cirurgiãodentista, o controle dos seus efeitos de forma imediata, sem a necessidade de que o mesmo tenha que estimar a dose correta para determinado paciente. YAGIELA (2000). Esta característica, é uma das principais razões pelas quais a mistura N2O/O2 é considerada pela maioria dos autores como a técnica de primeira escolha, para o uso rotineiro em consultórios e ambulatórios odontológicos. Caso o paciente receba inadvertidamente uma quantidade excessiva da droga, o efeito da mesma será rapidamente atenuado, reduzindo-se a concentração administrada YAGIELA (2000). A rápida recuperação do paciente, não deixa nenhum efeito residual na sua capacidade psicomotora. (MALAMED 2003) A aplicação da técnica da sedação consciente por via inalatória, no Brasil, foi regulamentada através do Decreto Lei 5.081 de 24 de agosto de 1966 Publicado no Diário Oficial da União em 26.08.1966, e da resolução CFO 51/2004 de 31 de abril de 2004 O decreto lei 5081/66, também dá a competência dentista, para prescrever e administrar fármacos ao cirurgião- depressores do sistema nervoso central que atuam no controle da dor, do medo e da ansiedade, que são normatizados através da portaria DIMEP no 28 de 13/11/86 e que devem ser prescritos através do receituário B ( azul) e especial (branco) . Na medicina vários estudos demonstram que a sedação consciente inalatória, vem sendo utilizada em diversos procedimentos, clínico-cirúrgicoambulatoriais seja através de mistura pré-fixada (por ex: o Etanox, o Kalinox), seja através de mistura titulada, como droga alternativa e substituta na maioria dos casos, aos benzodiazepínicos, e a outros fármacos depressores do SNC. (Ilkhanipour 1994) (Waters,1995) (Michaud1999) 3 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA (Forbes 2000) 2003) (Harding 2000) (KALACH (O'Sullivan 2003 ). (Manikandan 2004) (Fauroux 2004 ) 2002) (McIntyre 2003) (Bhatt 2003).. (Abdelkefi 2004) (Ujhelyi (Kennedy 2004) (Akrofi 2005). A sedação consciente por via inalatória vem sendo empregada em pacientes terminais, como coadjuvante de outros fármacos no manejo da dor e da ansiedade, em substituição as auto- aplicações de morfina e seus derivados, em função da perda da tolerância a este fármaco ou complicações oriundas do uso crônico desta. Nestas condições, a administração do nitroso em mistura ao oxigênio, em altas produz sintomas compatíveis com os da óxido percentagens pré- estabelecidas, exposição crônica, sendo estas desprezíveis nestes pacientes , quando comparados aos efeitos colaterais dos derivados morfinicos. (FOSBURG & CRONE 1983) . A sedação consciente por via inalatória, vem sendo utilizada também em ambulâncias UTI’s móveis e nas manobras de cardio-versão, em função da disponibilização de O2 e das propriedades analgésicas e sedativas do N2O BASKET,(1970) FOLEY (1986) CLARK & BRUNICK (2003) , MALAMED ( 2003 ). Antes da virada do século, XIX um número elevado de consultórios odontológicos nos EUA e na Europa era dependente do N2O para controle da dor, por não existir ainda naquela época, o anestésico local. Entre os anos de 1930 e 1940, a maioria dos cirurgiões-dentistas que utilizavam a técnica, empregavam uma mistura com a proporções de até 80% de N2O e 20% de O2. Com o advento dos anestésicos locais em 1940, o uso do N2O passou a não mais objetivar a eliminação total da dor, mas sim, controle da ansiedade, e do medo, através da produção de para um estado de relaxamento (sedação) e analgesia parcial. LANGA (1978) relatou ter treinado mais de seis mil cirurgiões dentistas na prática da analgesia inalatória tendo criado, o primeiro curso de especialização, na técnica, dos EUA. Em 1953, foi fundada a American Dental 4 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Society of Anesthesiology (ADSA), que realizou o primeiro encontro para abordar o controle do medo da dor e da ansiedade, com a participação das 43 escolas de odontologia americanas. Em 1962 se estabeleceram as primeiras orientações para o ensino e o manejo do controle da dor e da ansiedade na odontologia (Guidelines for Teaching the Comprehensive Control of Pain and Anxiety in Dentistry). Este “guidelines” estabeleceu normas para o atendimento do paciente, objetivando o melhor conforto e motivação para o tratamento odontológico, bem como a conseqüente diminuição das intercorrências médicas observadas durante o tratamento. Existem então, farmacológicas para o disponíveis várias abordagens farmacológicas, e/ou não controle e o tratamento do medo e da ansiedade, também para o paciente odontológico. Estas condutas que costumam ser coletivamente descritas como “espectro de controle da dor e da ansiedade”, integram o Protocolo de Redução de Estresse, incorporando todas as principais vias de administração e níveis de depressão do sistema nervoso central. O espectro, é dividido em técnicas que mantém o paciente desperto ou inconsciente, correspondentes respectivamente a analgesia, a sedação consciente e a anestesia geral. O estado intermediário entre a sedação consciente e a anestesia geral, denomina-se de sedação “profunda” também bastante utilizada em odontologia, quando se deseja alguma imobilidade e a não participação do paciente no procedimento. É importante ressaltar, que de acordo com BENNETT em 1978, TRIEGER, em 1994,, MALAMED, em 2003, e CLARK & BRUNICK , em 2003, a via de administração, não está diretamente relacionada com o nível de depressão do SNC. 5 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA MALAMED 2003 De acordo com Gastão Fernandes Duval Neto, presidente da SBA Sociedade Brasileira de Anestesiologia, atendendo a uma solicitação nossa através da correspondência no 2618/2000 e também de acordo com a American Society of Anesthesiology, ( SBA 2000 e ASA 2000) O espectro de controle da dor medo e ansiedade, é definido, da seguinte maneira: ANALGESIA – É a diminuição ou eliminação da dor no paciente consciente. ANESTESIA LOCAL – É a eliminação de sensações, especialmente a dor, em determinada região do corpo por aplicação tópica ou por injeção regional de uma droga. SEDAÇÃO CONSCIENTE – É uma depressão mínima do nível de consciência do paciente, que não afeta sua habilidade de respirar automática e independentemente e responder apropriadamente a estimulação física e a comando verbal, sendo produzida por método farmacológico, não farmacológico, ou pela combinação deles. SEDAÇÃO consciência, PROFUNDA podendo ser - É um estado acompanhado por de depressão perda parcial controlada dos da reflexos protetores, incluindo a perda da habilidade de respirar independentemente e/ou responder voluntariamente a um comando verbal e que é produzido por método farmacológico, não-farmacológico ou por ambos. 6 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA ANESTESIA GERAL - É um estado controlado de inconsciência, acompanhado por perda parcial ou completa dos reflexos protetores, incluindo a habilidade de respirar com independência e responder voluntariamente a estimulação física ou a comando verbal, e que é produzido por método farmacológico, não farmacológico ou ambos. De acordo com SONIS et al classificadas (2000), as técnicas de sedação, são em três níveis de complexidade: simples, intermediária e avançada. A técnica de sedação - complexidade simples, é caracterizada pela administração inalatória da mistura de gases óxido nitroso e oxigênio; a complexidade intermediária, se caracteriza pela administração de ansiolíticos pela via oral, que pode ser administrada também em complementação, a via inalatória; a técnica de complexidade avançada, se caracteriza pela administração de ansiolíticos através da via intravenosa. Atualmente, existem “guidelines” produzidos por diversas entidades médicas e odontológicas, sugerindo protocolos específicos semelhantes entre si, para o “espectro de controle de dor medo e ansiedade”.( ASA 2002. UK 2002; INTERNATIONAL ANESTHESIA GUIDELINES LIMPINCOTT, 2003; AUSTRALIAN AND NEWZELAND GUIDELINES, 1992; ASA 2000; ACADEMY OF GENERAL DENTISTRY 2002; DENTAL BOARD OF CALIFORNIA 2005; KENTUCKY BOARD OF DENTISTRY 2002; CLINICAL POLICY BULLETINS 2005;THE PENSILVANIA GUIDELINES 2005; THE EUROPEAN GUIDELINES 2004; THE UK GUIDELINES 2000, etc). Não procede outrossim que a portaria CVS- N0 14 DE 01-08-2003, que instituiu uma consulta pública, sobre a utilização do óxido nitroso por cirurgiões-dentistas e a RESOLUÇAO SS- N0 126 DE 08 DE SETEMBRO DE 2005, que criou normas complexas para que o cirurgião-dentista pudesse utilizar a mistura oxigênio/óxido nitroso, ambas já revogadas, criassem dentre outros, definições específicas para procedimentos de anestesia local e sedação consciente em odontologia, incluindo-os de maneira redundante, na classificação dos estados de sedação e de anestesia geral, acima mencionados, 7 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA como se os efeitos produzidos por estes fármacos em odontologia, não fossem os mesmos produzidos em medicina. É como se os mesmos medicamentos, utilizados para anestesia local e para sedação, em odontologia, pudessem atuar de maneira diferente em medicina e que o organismo humano, tivesse uma resposta farmacológica diferente, aos mesmos fármacos, quando os mesmos fossem administrados administrados por médicos ou quando os mesmos fossem por cirurgiões-dentistas. A sedação consciente, não é um substituto da atitude apropriada do cirurgião-dentista e do uso de técnicas comportamentais. Deve ser empregada para reforçar sugestões positivas e tranqüilização, permitindo assim que o tratamento possa ser efetuado sob mínimo estresse físico e psicológico. A principal indicação para o uso da sedação consciente, de acordo com ALLEN, em 2005 é a presença de ansiedade, de medo intensidade suficiente para ou de fobia de dificultar ou impedir o tratamento odontológico eletivo ou emergencial, agravar episódios da doença necessidades especiais, portadores de em pacientes com significativo grau de ansiedade. Nos pacientes considerados ansiosos ou fóbicos, o controle abrangente da dor requer simultaneamente o tratamento do medo e da ansiedade. A literatura , é bastante clara, quanto a segurança e a eficácia da sedação consciente por via inalatória com a mistura N2O/O2, demonstrando suas proriedades analgésicas, sedativas, amnésicas pouco pronunciadas, leve efeito hipnótico e pouca propriedade imobilizante, através de diversos estudos randomizados, duplo cego e de grupo placebo CRAWFORD (1990), GERHARD (2001), LUHMANN (2001), HOUPT( 2004,). Em função da farmacocinética e da farmacodinâmica apresentadas pelo óxido nitroso, a técnica indicada para o de sedação consciente por via inalatória, é a mais controle diário do medo e da ansiedade, YAGIELA (2000), MALAMED (2003) CLARK & BRUNICK (2003) sendo muito bem tolerada pelo organismo, sem efeitos colaterais importantes, sem contra-indicações absolutas 8 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA e conseqüentemente muito utilizada nos EUA, Canadá Europa, Japão China, Austrália, Israel Polônia, Nova Zelândia, etc. A sedação consciente por via inalatória constitui-se em uma potencial alternativa a anestesia geral, no atendimento a pacientes fóbicos, (PATERSON & TAHMASSEBI (2003). Na Inglaterra, um estudo retrospectivo demonstra que a sedação consciente com a mistura N2O/O2, vem sendo utilizada com sucesso em saúde pública, nas clínicas de atendimento comunitário, no manejo de crianças fóbicas. BRYAN (2002) Torna-se necessário, na maioria das vezes, que o paciente seja anestesiado após a sedação, para se submeter a procedimentos mais invasivos. A sedação consciente por via inalatória com a mistura oxigênio e oxido nitroso, como qualquer outra droga, possui uma curva de distribuição, em função da submetem variabilidade biológica, onde os pacientes que a ela se apresentam os sinais clínicos de sedação, com percentagens diferentes de óxido nitroso, e o mesmo paciente poderá ainda necessitar de percentagens diferentes de óxido nitroso, durante o mesmo procedimento. A técnica permite o aprofundamento ou a superficialização da sedação, voluntariamente, de maneira que o profissional possa ajustar o nível da sedação, de acordo com o grau de ansiedade do paciente, por ventura desenvolvido naquela determinada etapa do procedimento . A capacidade de titular uma droga, permite ao cirurgião-dentista controlar seu efeito final e eliminar a necessidade de estimar a dose correta para determinado paciente. YAGIELA ( 2000). O Óxido Nitroso, atua no Sistema Nervoso Central com mecanismo de ação ainda pouco conhecido, promovendo uma leve depressão do córtex cerebral não deprimindo por conseguinte o centro respiratório, que se localiza em outra região do SNC denominada bulbo. A técnica seda o paciente de maneira rápida e segura, diminuindo a sua sensibilidade à dor, e o seu grau de ansiedade. 9 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA A administração da mistura óxido nitroso e oxigênio, aumenta o limiar de dor no periósteo, sugerindo que procedimentos de raspagem e curetagem sub/supragengival, muitas vezes podem ser exeqüíveis, sem o uso de complementação anestésica. EVERETT (1979) Estímulos elétricos produzidos no lábio inferior são suportados com voltagem bem maior, quando o paciente está sob o efeito da mistura óxido nitroso-oxigênio, em percentuais superiores a 50% de óxido nitroso. TRIGER (1969). Sob sedação consciente inalatória, o paciente se apresenta com toda a região da cavidade oral e da região peri-oral sob algum grau de dormência CHÁVES TIRREAU ( 1995). O óxido nitroso atua deprimindo o SNC a nível de córtex cerebral. O seu mecanismo de ação, como já comentamos, ainda não é totalmente conhecido. Não é considerado um anestésico completo, embora seja analgésico e amnésico. Não é hipnótico, e pode ter ação hilariante. Pode produzir excitação atuando como depressor em áreas do SNC que tem função inibidora, liberando outras áreas que tem ação estimuladora, desencadeando uma reação tipicamente extra-piramidal. COSTA & SARAIVA (2002). O óxido nitroso produz uma ativação da córtex cingular anterior, que também está envolvida com a analgesia opióide. ADLER et al, em 1994, demonstraram que existe uma relação direta entre a ativação da córtex e o alívio da dor. De acordo com PARBROOK, 1968, o óxido nitroso atua também produzindo uma desativação a nível de córtex cingular posterior e visual associativa, que participa na indução do déficit da função cognitiva e nas alterações visuais presentes no indivíduo sob sedação consciente com óxido nitroso. O óxido nitroso inibe parcialmente a memória, através da depressão produzida sobre a zona do hipocampo e sobre o girus do hipocampo. Estudos demonstram que o N2O possui propriedades analgésicas e ansiolíticas. MENERICK (1998), BERKOVITZ (1977). 10 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA A técnica é eficaz em 98% dos pacientes que a ela se submetem. MALAMED (2003). O N2O interfere na transmissão da dor alterando a síntese, liberação ou metabolismo dos neurotransmissores. altera também os receptores ou o mecanismo neurofisiológico pós-sinapse no cérebro. O N2O poderia estimular a liberação endógena de substâncias analgésicas com propriedades semelhantes aos opiáceos. Concentrações sub-anestésicas de N20, podem atuar diretamente sobre os receptores opióides, e/ou ativarem a liberação de opióides endógenos GILMAN (1986) Pode produzir analgesia residual após ter cessado a administração, refletindo a ocupação dos receptores cerebrais com os analgésicos endógenos. Existe uma semelhança entre os efeitos analgésicos do N2O e dos opiáceos. O N2O pode reduzir a dor ocasional ou mesmo freqüente envolvida com os procedimentos operatórios rotineiros. (BERKOWITZ 1977). HAMMOND & FULL (1984) desenvolveram um estudo cujo propósito foi o de investigar as propriedades analgésicas do óxido nitroso no estagio 1, plano 2 de Guedel, durante o preparo de cavidade de “classe 1” na dentição decídua, assinalando que estes procedimentos podem ser exeqüíveis apenas com a sedação consciente por via inalatória, sem a necessidade de complementação anestésica. De acordo ainda com o autor, as publicações anteriores têm evidenciado que o N2O apresenta propriedades analgésicas em animais e seres humanos, porém a maioria dos estudos tem acontecido em outras áreas, e não na odontologia. Esse estudo foi direcionado exclusivamente para a odontologia e para as crianças. Os autores concluíram que a analgesia com óxido nitroso diminui significativamente a intensidade da dor durante o preparo de cavidade e tem papel importante na redução da necessidade do anestésico local. MOREIRA & FREITAS em 1999, enunciaram as vantagens da analgesia em perda da sensibilidade dolorosa devida à cessação de contato 11 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA entre as vias nervosas cerebrais e epidérmicas ou a perda da sensação ao estímulo doloroso sem produzir a perda da consciência, mas com sedação. O óxido Nitroso, é um potente e seletivo inibidor das correntes ativadas pelos receptores N metil-D aspartato (NmDa) do neuro transmissor excitatório glutamato, sugerindo que possam causar sedação por meio de ação nestes receptores, que interferem a médio prazo na modulação das sinapses MENERICK (1998), OGATA (2006). A sensação de relaxamento pode reduzir a ansiedade que muitos pacientes relatam associada ao tratamento. De acordo com RECHIBÉ et al. em 2005, o óxido nitroso, pode ser um antagonista do neurotransmissor glutamato no receptor N-metil-D- aspartato. De acordo com CHAPMAN et al ,(1943) e GILMAN (1986), a mistura com a percentagem de 20% de óxido nitroso em 80% de oxigênio equivalem a 15mg de morfina. A morfina, é um derivado opióide exógeno, sendo considerada uma droga com potente ação analgésica, utilizada no controle da dor intensa. Foi demonstrado de acordo com SINGI em 2005, que as células nociceptivas da substância cinzenta da medula, e os seus axônios, ascendentes que formam as vias da dor podem ser inibidos pela estimulação de diferentes áreas do tronco cerebral, provocando acentuada analgesia. Dentre as áreas mais efetivas nesta função estão a substância cinzenta periaquedutal, os núcleos peri-ventriculares, localizados no mesencéfalo, e o núcleo magno da rafe situado na porção superior do bulbo e inferior da ponte. As terminações das fibras da substância cinzenta peri-aquedutal e dos núcleos peri-ventriculares quando estimulados, liberam encefalina (um opióide endógeno), no núcleo da rafe. As fibras deste núcleo, liberam serotonina em suas terminações localizadas nas lâminas da substância cinzenta da medula. A serotonina, estimula neurônios inibitórios da medula, os quais secretam também encefalina, que produz inibição pré e transmissores da dor. O trabalho pós-sináptica dos neurônios realizado por Chapman et al em 1943, 12 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA teve por objetivo demonstrar que o óxido nitroso possui propriedades analgésicas, comparando-o com a potência do analgésico mais conhecido na década de quarenta, que era a morfina. Óbviamente, naquela época, embora se soubesse das propriedades analgésicas do óxido nitroso, as hipóteses quanto ao mecanismo da ação analgésica produzido pelo mesmo ainda não eram conhecidas. O trabalho de Gilman em 1986, apenas reproduziu os resultados encontrados no trabalho proposto por Chapman et al em 1943. Diante dos fatos, é lícito afirmar que tanto as propriedades farmacocinéticas quanto as propriedades farmacodinâmicas do óxido nitroso, são totalmente diferentes das apresentadas pela morfina. O primeiro tem como um dos mecanismos de ação, estimular a produção de opiáceos endógenos, ( BERKOVITZ 1977, GILMAN 1986, HODGES 1999, CAHHIL 2000, CLARK & BRUNICK 2003) enquanto a morfina, de acordo com GOODMAN & GILMAN em 2003 é tida como uma droga analgésica potente, sendo um opiáceo hidrofílico natural exógeno de efeitos colaterais indesejáveis importantes, tais como a dependência química, as alucinações, e a toxidade. Fig. 1 Clark & Brunick (2003). Fig. 2 Clark & Brunick ( 1999). As hipóteses dos mecanismos de ação analgésica do óxido nitroso. FIG. 1 CLARK & BRUNICK 2003 FIG 2 CLARK & BRUNICK 1999 13 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA De acordo com em HODGES em 1994, estudos demonstraram que existe a hipótese do óxido nitroso induzir a produção e a liberação de opiáceos endógenos, tais como as encefalinas e as endorfinas. Entretanto, o próprio HODGES ( 1994) conclui em seu trabalho , que o óxido nitroso não possui efeito neuronal na liberação das beta-endorfinas. CAHILL et al. Em 2000, concluiu que a dose de administração DE50, de óxido nitroso, produz efeito antinociceptivo significativamente elevado nas dinorfinas ( DYNs) e nas metionina-encefalinas ( ME), mas não nas beta endorfinas. Dinorfinas, são neuropeptideos potentes que possuem ligante aos opióides endógenos, possui 17 resíduos de aminoácidos e contêm leu5 encefalinas na terminação NH2 –terminal. Encefalinas, são penta-peptídeos que se ligam, dentre outros, aos opiáceos relacionados com a dor. São considerados neurotransmissores endógenos e analgésicos que não “viciam’ ou causam dependência De acordo ainda com CAHILL et al, o óxido nitroso está envolvido na liberação neuronal de DYNs e ME, na medula espinal Estudos propostos por PARBROOK (1968). demonstram que existem quatro efeitos centrais do N2O: psíquico, amnésico, analgésico e cognitivo em diferentes concentrações: 5% a 25%, 26% a 45%, 46% a 65% e 68% a 85%, respectivamente A análise biospectral do eletroencefalograma (BIS) vem sendo usada como método para averiguar os efeitos de agentes inalatórios sobre a profundidade anestésica NUNES (2001) e o nível de sedação e de hipnose determinado por drogas venosas, como o propofol KEASE (1998), midazolam e opióides GLASS (1997) e agonistas 2alfa adrenérgicos Ao utilizarmos o equipamento de NUNES (1999). monitoração através de eletroencefalografia com análise bioespectral “BIS” , cedido pela Berkeley , em 200 sedações durante nossos cursos de habilitação na técnica ministrados através da Puc-Rio IOPUC, pudemos observar que o óxido nitroso como 14 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA agente único de sedação provoca uma pequena redução no BIS, se comparado com a leitura basal, compatíveis com uma discreta ação hipnótica. Em nossas leituras médias basais, semelhantes aos encontrados do BIS, os valores obtidos foram por Costa e Saraiva em 2002, ou seja média de 97. As leituras encontradas em atingiram seus níveis nossos pacientes quando estes ideais de sedação com a droga titulada onde cada paciente recebeu apenas a percentagem de N2O compatível com a resposta clínica que o mantivesse no plano 2 estágio I de Guedel, (GUEDEL 1953) as leituras encontradas em nossas sedações, foram diferentes das leituras encontradas por Costa e Saraiva. No trabalho proposto por COSTA & SARAIVA, todos os pacientes da amostra, foram submetidos a percentagens não tituladas de N2O ou seja: todos foram submetidos a 30%, posteriormente progressivamente a 50%, 60% e 70%. As leituras foram do BIS foram realizadas quando o paciente estava sendo submetido a cada uma dessas concentrações. Nas sedações individualmente variabilidade de biológica realizadas por nós a 25% a 70% de N2O, porem dos pacientes sedados, ou percentagem variou de acordo com a seja a droga foi administrada apenas na percentagem suficiente para produzir o plano ideal de sedação para cada paciente e leituras reduzidas de maneira individual. Nestas condições as obtidas, permaneceram entre 80 e 85, enquanto os valores apurados nas leituras encontradas pelo autor permaneceram entre 74 a 77.64. 15 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA O estudo de BARR (1999), mostrou que os pacientes da amostra foram todos submetidos a percentagens pré-estabelecidas em 70% de óxido nitroso, não considerando portanto a percentagem necessária do fármaco para que o nível de sedação ideal fosse atingido ( titulação). O estudo de BARR, demonstrou que não houve nenhuma alteração significativa no BIS, que pudesse caracterizar um efeito hipnótico importante, mesmo considerando-se que independentemente da percentagem necessária para que se atingisse o grau de sedação ideal de cada paciente, todos receberam 70% de N2O, ou seja a percentagem máxima de óxido nitroso que pode ser dispensada pelos fluxômetros dos aparelhos de sedação consciente, o que trouxe como conseqüência uma resposta a sedação, além daquela clinicamente necessária e desejável para alguns pacientes da amostra, sem que este fato se traduzisse por uma leitura BIS compatível com um aprofundamento da sedação e conseqüente diminuição de atividade cerebral. Concluímos, que mesmo que o paciente seja submetido a percentagens de óxido nitroso, além das necessárias para que se produzam os efeitos analgésicos e sedativos clinicamente desejados, não existe o risco de se aprofundar a sedação, de maneira que se produza significante diminui,cão dos valores BIS, ou diminuição de atividade cerebral, identificada no EEG, compatível com o aprofundamento do nível de sedação. 16 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA O N2O promove ação acentuada nas estruturas corticais, CAVALCANTI (2004). Em concentrações de 30, 50 e 60% o óxido nitroso não desenvolve ação nas estruturas nervosas que possam inibir ou liberar determinados neurotransmissores autonômicos capazes de promover alterações cardiovasculares importantes e tão pouco inibir o automatismo respiratório causando hipoventilação alveolar, EGER (1995), COSTA & SARAIVA (2002). O estudo de Eger em 1995, de Barr em 1999, e de Costa & Saraiva em 2002 demonstram, que não há justificativa e embasamento cientifico, que sustente a proposta contida na portaria CVS- N0 14 DE 01-082003, e posteriormente na RESOLUÇAO SS- N0126 DE 08 DE SETEMBRO DE 2005. Ambas contêm em seu bojo, a limitação da percentagem dispensação da máxima de óxido nitroso em 50%. Tal medida adotada pela CVS, não atinge o objetivo de tornar a técnica mais segura, mas sim, o de diminuir a sua efetividade. Apenas 0.04% do oxido nitroso inalado é metabolizado no trato gastro-intestinal, pelas bactérias pseudomonas e produz radicais livres tóxicos. Esta quantidade de radicais livres liberados é muito pequena e não produz efeito nocivo ao organismo. HONG (1980) PROPRIEDADES QUÍMICAS: O óxido nitroso é estável sob condições normais de temperatura e pressão. Contudo o NO é formado quando o N2O é aquecido acima de 4500C. Comercializado em cilindros como líquido pressurizado (pressão de vapor de 50 atm) o N2O retorna para o estado gasoso assim que é liberado do cilindro. As paredes do cilindro se tornam frias, e em alguns casos, congelamentos podem ser evidenciados ao redor da válvula de saída do gás. Isto ocorre porque N2O líquido necessita de calor para retornar ao estado gasoso. O aquecimento necessário à vaporização é obtido das paredes do cilindro e do ar ao redor do cilindro metálico, como resultado o cilindro se torna frio ao toque. PROPRIEDADES FÍSICAS: O óxido nitroso é um gás não-irritante, de cheiro adocicado e é incolor. Ele é o único composto inorgânico, além do CO2, 17 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA com propriedade de deprimir o SNC e é o único gás inorgânico usado para produzir anestesia em humanos. O peso molecular de N2O é 44 e sua gravidade específica de 1.53: comparado com a do ar que é 1. O N2O é convertido em um líquido límpido e transparente na temperatura de -280C e na pressão de 50 atm. O ponto de ebulição do N2O é – 89 0C. SOLUBILIDADE : O óxido nitroso é relativamente insolúvel no sangue com coeficiente de solubilidade ou partição sangue-gás é de 0.47 a 370 C e cérebro sangue de 1/1 EGER (1964) . É transportado pelo sangue como solução física pura, sem se combinar com qualquer elemento. O oxigênio na molécula de N2O não está disponível para uso pelos tecidos porque N2O não é decomposto no organismo. O N2O e o Ciclopropano são exemplos de gases anestésicos com baixa solubilidade sanguínea. Durante a inalação, estes gases rapidamente se difundem através da membrana alvéolo-capilar para o sangue. Por causa da sua baixa solubilidade no sangue somente uma pequena quantidade é absorvida e a concentração alveolar aumenta rapidamente de modo que a concentração sanguínea também se eleva . Por causa do rico suprimento de sangue que vai para o cérebro, a concentração destes gases dentro do cérebro também aumenta e os efeitos clínicos tornamse rapidamente presentes. Do mesmo modo, a velocidade de recuperação da sedação ou anestesia produzidas por estes agentes é igualmente rápida uma vez que a oferta do anestésico cesse. Inversamente, os gases com alta solubilidade sanguínea, a semelhança dos gases halogenados orgânicos, utilizados em anestesia geral, com potência suficiente para por si só inibirem o movimento, necessitam de períodos de tempo maiores para que seus efeitos farmacológicos se estabeleçam. sangue Grandes volumes de gás são absorvidos primeiramente pelo de tal modo que a concentração alveolar se eleva lentamente, conseqüentemente, a concentração sanguínea do gás também se eleva na 18 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA mesma velocidade e a indução do estado de sedação ou de anestesia é mais lento assim como o retorno do paciente ao estado pré-anestésico, após interrupção da administração. O óxido nitroso não é inflamável, nem explosivo, no entanto, ele alimentará combustão de outros agentes até mesmo na ausência de oxigênio, porque acima de 4500C, o N2O se decompõe em N2 e O2 POTÊNCIA: O óxido nitroso anestésicos, entretanto, ele é o é o menos potente dos gases mais freqüentemente administrado, em associação a um potente gás anestésico. O N2O é 35 vezes mais solúvel que o Nitrogênio e 100 vezes mais solúvel que o O2. A CAM, concentração alveolar mínima é um método de se quantificar a potência de um gás anestésico. A CAM permite a definição do índice terapêutico de vários anestésicos. Ela é definida em termos do percentual de uma atmosfera ( 1 ATM), se traduzindo por uma pressão parcial do anestésico alveolar, o que significa dizer que ela será a mesma, tanto ao nível do mar, quanto em regiões conhecidas como as de maior altitude no mundo. Como as pressões parciais de anestésicos serão iguais em todos os tecidos orgânicos, (alvéolo, sangue, cérebro) em equilíbrio, a CAM representará em equilíbrio, a pressão parcial do anestésico, e não a sua concentração, em seu principal local de ação: o cérebro. MILLER (2000). Na obtenção da CAM de um agente anestésico inalatório, estímulo padrão, (incisão cirúrgica da pele por exemplo) um é aplicado a um grupo de pacientes, que foram previamente submetidos a uma concentração pré determinada do anestésico inalatório do qual se deseje obter a potência, dentro de um protocolo de administração padrão, e após um determinado período de tempo, que foi o entendido como ideal para que a concentração do agente inalatório estivesse equilibrada entre o alvéolo, o sangue e o cérebro. Imediatamente após transcorrido este tempo, são observadas as respostas dos pacientes quanto aos movimentos e a falta destes que cada um 19 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA apresenta em resposta ao estímulo doloroso padrão previamente aplicado, e na leitura final, conclui-se que 50% dos pacientes respondem com a falta de movimentos ao estimulo doloroso padrão. MILLER (2000) Para o óxido nitroso, a CAM obtida, foi de 104/105%, o que significa que o N2O é incapaz de produzir anestesia adequada, exceto se administrado em condições hiperbáricas DEJONG RH & EGER EI II (1975). Mas realisticamente, anestesia de profundidade cirúrgica seguida da imobilidade, principal propriedade que os gases anestésicos inalatórios halogenados possuem não é rotineiramente obtida, exceto com um gás inalatório mais potente ou com um anestésico intravenoso associados ao N2O. Tais agentes intravenosos incluem hipinóticos ou geral tais como: tiopental sódico, etomidato, indutores da anestesia midazolan, propofol ou dexamedetomidina; os opióides tais como; fentanil alfentanil, sufentanil e remifentanil e os agentes inalatórios que incluem o halotano, enflurano, isoflurano, sevofluorano e desfluorano. Concentração Alveolar Mínina dos agentes Óxido Nitroso CAM 104 % Desfluorano 4,6% Sevofluorano 1,7% Enfluorano 1,6% Isofluorano 1,2% Halotano 0,75% Metoxifluorano 0,16% O óxido nitroso, administrado em doses sub-anestésicas ou seja em condições de pressão atmosférica normais, induz a analgesia e sedação, que produzem uma alteração nos níveis de ansiedade e na percepção de dor do paciente , através da depressão do S.N.C, a nível da córtex cerebral, EPSTEIN et al (1964) ,DEVINE (1974), EGER (1990). 20 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA A administração concomitante de outros fármacos depressores do SNC, o uso de drogas hipotensoras, anti-histamínicas e antieméticas, o estado físico do paciente (anemia hipotireoidismo,hipotensão hipotermia e hipóxia), medicamentos a base de lítio, a idade avançada, e o uso de medicamentos que interfiram com a liberação neurotransmissora central, podem diminuir a CAM. De acordo com MILLER (2000), entre os principais fatores que podem aumentar a CAM, estão; a idade bastante jovem, a hipertermia, e a ingestão crônica do álcool, FARMACOCINÉTICA: Após a inalação do oxido nitroso, o mesmo é transportado através do trato respiratório percorrendo traquéia brônquios, bronquíolos, bronquíolos terminais chegando ao interior dos alvéolos, ventilando-os através da Va/Q (ventilação/perfusão). Ele é perfundido, sendo rápidamente absorvido, através da difusão, posteriormente para a para a circulação pulmonar, e grande circulação, perfundindo conseqüentemente todos os órgãos e tecidos do organismo, produzindo depressão do SNC, a nível da Córtex . Por causa da alta concentração alveolar de óxido nitroso e do grande gradiente alvéolo-capilar do gás, acima de 1000mL/ minuto, alterações significativas podem ocorrer dentro de cavidades corpóreas preenchidas com ar, durante a administração deste gás, por causa da sua alta difusibilidade e da sua maior solubilidade em relação a do nitrogênio. Durante a indução da sedação ou da analgesia com a mistura N2O-O2 procedimentos prolongados, o óxido nitroso penetra nas e em cavidades preenchidas com o ar, ( 70% de nitrogênio) 35 vezes mais rapidamente do que o nitrogênio consegue deixar a cavidade. Isto produz um aumento temporário na pressão e/ou volume da cavidade, por exemplo: aumento da distensão intestinal no paciente portador de obstrução deste orgão; aumento de pressão no espaço pleural agravando o quadro de um paciente portador de pneumotórax não compensado; expansão do espaço aéreo do ouvido 21 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA médio suficientemente capaz de deslocar enxerto ou a reconstrução de membrana timpânica (timpanoplastias ou mastoidectomias e tapedectomias) e produzir dano auditivo neurosensorial irreversível. HATAYAMA et al. ( 1992) Por causa desta alta difusibilidade e da absorção rápida, do N2O, são observados dois efeitos desejáveis característicos amplamente utilizados em anestesia geral: o “efeito concentração” e o “efeito do segundo gás”. O efeito concentração” ocorre quando altas concentrações de um gás são administradas. Quanto maior a concentração do gás inalado, mas rapidamente a tensão arterial do gás se eleva. Por exemplo, um paciente recebendo a mistura N2O-O2 em uma proporção 75% de N2O: e 25% de O2 , absorverá até 1000ml/min de N2O durante os estágios iniciais de indução. EGER (1985).SAIDMAN &,BRANDSTATER (1995) Conforme o volume de óxido nitroso é perfundido dos alvéolos para o sangue, mais gás é dispensado pelos fluxômetros, e inalado, aumentando a velocidade com que a tensão arterial de N2O se eleva. Se, entretanto, um paciente receber somente óxido nitroso a 10%/25% uma percentagem mais adequada para sedação consciente inalatória (onde a % do N2O é titulada) do que os 75%, utilizados em anestesia inalatória geral, como segundo gás, a absorção do óxido nitroso pelo sangue será de somente 150mL/min, o que não resulta em nenhuma mudança significativa na velocidade de absorção do gás ou na velocidade com que a tensão arterial do óxido nitroso se eleva MALAMED (2003) O “efeito do segundo gás” ocorre quando um segundo anestésico inalatório é administrado juntamente com a mistura N2O-O2 .O “efeito do segundo gás” também. está relacionado à absorção muito rápida, acima de 1000mL/min ,de N2O-O2 durante indução da anestesia. Por causa da absorção extremamente rápida de um grande volume de N2O, uma forma de vácuo se desenvolve nos alvéolos e força a chegada de mais gás fresco (N2O-O2 e os outros anestésicos inalatórios misturados) para dentro dos pulmões. Por exemplo, se o halotano a 1% é administrado junto com a mistura N2O-O2 em 22 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA uma proporção 75%:25%, sua absorção será mais rápida que a prevista EGER (1985). Este é o “efeito do segundo gás”, utilizado em anestesiologia, MANICA (2004) é exatamente através desta principal finalidade ( diminuição do tempo de indução halogenados) que e diminuição da CAM dos gases anestésicos o óxido nitroso é utilizado até os dias de hoje, em anestesia geral inalatória, e portanto classificado como gás anestésico geral, embora, como já demonstrado não seja o suficientemente potente para corresponder a esta denominação. Esta interpretação, causou durante muitos anos uma confusão semântica no sentido de que o cirurgião–dentista brasileiro não poderia administrar a sedação consciente inalatória, com a mistura N2O/O2, em função da mesma utilizar um gás “entendido” propositalmente, com “ um gás anestésico geral”, e por conseguinte a técnica só poderia ser aplicada em consultórios odontológicos, por médico anestesista, desejo este latente até os dias de hoje pelas entidades de classe da anestesiologia do Brasil. Esta interpretação errônea, foi a principal responsável pelo grande atraso no Brasil (40 anos) na utilização desta técnica de sedação, por cirurgiões-dentistas, que foi regulamentada em 1966, através do decreto lei 5081/66, proibida pelo CFO através de uma resolução conjunta com o CFM, em 1991 para os pouquíssimos profissionais que a utilizavam quase que clandestinamente em seus consultórios, finalmente normatizada pelo CFO em e abril de 2004, após o resultado do fórum nacional promovido pelo mesmo para a normatização da técnica. Neste espaço de tempo, existiam alguns poucos profissionais, praticantes da técnica, devidamente habilitados em cursos realizados no exterior. A PUC-Rio, através de seu Instituto de Odontologia - IOPUC, iniciou com pioneirismo, em 2000 a habilitação de cirurgiões-dentistas de todo o Brasil, fortalecendo assim através da grande massa crítica formada, o uso da técnica no Brasil. O óxido nitroso, é perfundido rapidamente dos alvéolos por difusão para a circulação pulmonar. A saturação primária do sangue e do cérebro 23 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA com este agente inalatório é realizada pelo deslocamento do nitrogênio, do alvéolo e do sangue, e ocorre dentro de 3 a 5 minutos do início da administração. MILLER (2000), MANICA (2004), Este dado é clinicamente significativo, já que, uma vez que o paciente pode permanecer (idealmente) a um percentual ajustado de óxido nitroso por 3 a 5 minutos, antes que a concentração deste gás inspirado seja aumentada, permite que o efeito clínico pleno para uma determinada concentração de óxido nitroso se desenvolva antes que maior percentagem seja dispensada. Na prática clínica este tempo de espera que vária em torno de 3 a 5 minutos não é necessário, na maioria dos casos. MALAMED (2003) Tecidos com fluxos sanguíneos maiores - incluindo o cérebro, coração, fígado e rins – receberão mais oferta de óxido nitroso e conseqüentemente absorverão maiores volumes de gás. Os demais tecidos, que possuem um suprimento sanguíneo relativamente pequeno, tecido conjuntivo, adiposo e muscular, absorvem somente uma pequena porção de N2O até que a saturação primária seja completada. Neste momento, estes tecidos desempenham um papel predominante na absorção do N2O. Já que a captação e a absorção do N2O por estes tecidos É lenta, a correspondente “denitrogenação” pode levar de 6 a 7 horas. CLARK & BRUNICK (2003). 24 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Durante muitos anos, de acordo com a literatura NEVIN &. PUTERBAUCH (1923) supôs-se que óxido nitroso não se submetia a biotransformações no organismo. Porém ficou demonstrado por HONG em 1980 que bactérias anaeróbicas no cólon metabolizam este fármaco, através de uma via redutora com produção de radicais livres. Apesar disto, a maior parte do óxido nitroso inalado é exalado através dos pulmões no espaço de 3 a 5 minutos após a interrupção de sua oferta. Aproximadamente 1% do óxido nitroso inalado será eliminado mais lentamente (em até 24h) através dos pulmões e pele. Ao concluir o procedimento, o fluxo de óxido nitroso é interrompido e o gás que está perfundindo o corpo, se difunde do sangue para os alvéolos tão rápidamente quanto se difundiu dos álvelos para o sangue durante a indução. Se for permitido ao paciente respirar ar atmosférico neste momento, ao invés de protocolarmente finalizarmos o procedimento de sedação, administrando de 5 a 10 minutos de oxigênio a 100% um fenômeno conhecido como hipóxia difusional ou fenômeno de Fick poderá se desenvolver. A hipóxia difusional é responsável pela maioria dos relatos de cefaléia, náusea e letargia que ocorrem após administração do N2O em anestesia geral inalatória – um efeito “ressaca”. Os alvéolos do paciente, que está respirando o ar atmosférico são preenchidos com uma mistura de N2, O2 , CO2 , N2O e H2O (em estado de vapor). Durante os primeiros minutos que o paciente respira o ar atmosférico, grandes volumes de óxido nitroso se difundem a partir do sangue e são expirados. Cerca de 1500 ml/min deste gás, podem ser expirados no primeiro minuto pelo paciente que tinha respirado a mistura de N2O-O2 na proporção 75% de N2O: 25% de O2. 25 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA (percentagem de óxido nitroso normalmente utilizada para a indução da anestesia geral inalatória) Este número se reduz rápidamente para 1200 ml no segundo minuto e para 1000 ml no terceiro. O “efeito concentração” previamente discutido está agora reverso, os gases irrompem para fora dos pulmões. Mais CO2 é removido do sangue que o usual por causa deste efeito. A pressão parcial sanguínea de CO2 diminuída reduz o estímulo para ventilar, produzindo pequena depressão respiratória. O mais importante ainda, é que a difusão rápida de grandes volumes de óxido nitroso para os alvéolos produz uma significativa diluição do oxigênio dentro dos mesmos. Nos alvéolos normais cerca de 14% de oxigênio está sempre presente. Esta percentagem, pode ser reduzida abruptamente para 10% durante os primeiros minutos após interrupção da oferta de óxido nitroso. A hipóxia resultante pode produzir cefaléia, náusea e letargia, sem intercorrências importantes MALAMED (2003), CLARK & BRUNICK (2003), MANICA (2004 ) Os efeitos adversos da hipóxia difusional são preventivamente evitados pela administração protocolar de oxigênio a 100% durante o período de pelo menos 5 minutos após término do procedimento de anestesia inalatória com óxido nitroso associado ao gás anestésico. MILLER(2000), MALAMED (2003), CLARK& BRUNICK (2003), MANICA (2004 ) Da maneira como a técnica é habitualmente utilizada em sedação consciente, onde dispensamos ao paciente, percentagens apenas suficientes para induzir respostas de sedação e analgesia ideais ( titulação) a hipóxia difusional não se instala na maioria dos vezes, entretanto, recomenda-se protocolarmente que se administre ao final da sedação, oxigênio a 100% por um período variável entre 5 a 10 minutos conforme o tempo de sedação e a percentagem de óxido nitroso administrada ao paciente. A hipóxia difusional geralmente, não traz conseqüências importantes. 26 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA PAPAGEORGE, NOOMAN e ROSEMBERG (1993) Monitoraram 80 pacientes submetidos a procedimento odontológico sob analgesia inalatória com a mistura N2O-O2, e constataram que apenas 2.1% desses pacientes, apresentaram algum nível de dessaturação. Os autores observaram que nestes casos de dessaturação, a oximetria retornou aos níveis normais, em um período que variou entre 12 segundos e 5 minutos. Os autores assinalam que em nenhuma circunstância tomaram alguma medida no sentido de corrigir os níveis de saturação, naquele procedimento, concluindo que pequenos níveis de dessaturação e a conseqüente recuperação podem ocorrer sem que necessidade de intervenção do operador. BRODSKY et al (1988) HOVAGIN et al (1989), e LAMP et al (1990) MURPHY & SPLINTER (1990) concluíram que a hipoxia difusional não tem maior significado clínico. Segundo os autores nem todos os pacientes sedados com a mistura N2O-O2 , em que após o término do fornecimento de N2O, começaram a respirar o ar ambiente ao invés de receberam oxigênio a 100%, apresentaram sinais de hipoxia defusional . Os pacientes que apresentaram sinais clínicos de hipoxia difusional pós analgesia, apresentaram total reversão do quadro, quando receberam suprimento de oxigênio a 100% por um período de tempo de até 10 minutos. Os autores são unânimes em assinalar que os pacientes que se submeterem a analgesia inalatória deverão protocolarmente receber suprimento de oxigênio a 100% durante 5 a 10 minutos como medida preventiva contra a hipoxia difusional, mesmo considerando-se a sua baixa incidência em sedação consciente. QUARNSTRÖM, MILGRON, et al. em 1991, submeteram 104 pacientes adultos saudáveis, a tratamento odontológico sob sedação consciente por via inalatória com óxido nitroso/ oxigênio, e estes pacientes não receberam ao término da sedação, oxigênio a 100% . Antes da sedação, a saturação encontrada nestes pacientes, variou de 93% a 100%. Durante a sedação, os níveis de saturação encontrados eram de 95% a 100%. Após cessado o procedimento de sedação, sem a administração complementar de 27 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA oxigênio a 100%, os autores observaram que ocorreu uma dessaturação de 2%, mas a mesma se estabilizou nestes valores. Os autores concluíram que os pacientes que não apresentaram dessaturação abaixo de 92%, não necessitaram de administração suplementar de oxigênio a 100% . DUNN-RUSSEL et al. em 1993, selecionaram 23 crianças saudáveis, as submeteram a dois procedimentos de sedação consciente por via inalatória, com “crossover”. Os procedimentos foram executadas sob monitoração através de oxímetro de pulso, e as leituras foram realizadas antes, durante e após a sedação. Nas leituras realizadas antes do procedimento de sedação, a média das leituras foi de 99%. Em uma das sedações, a criança recebia suprimento adicional de oxigênio a 100%, e no outro procedimento, respirava após a sedação, o ar ambiente. Quando os autores cruzaram os dados, verificaram que tanto na sedações com suprimento adicional de oxigênio a 100% quanto no término das sedações nas quais as crianças respiraram o ar ambiente direto, a leitura da saturação de O2 no primeiro minuto após o término da sedação se apresentava estatisticamente significante maior em ambos os grupos, quando comparados a leitura inicial, pré sedação. CLARK E justifica a percentagem BRUNCK (1999) Assinalam que a variabilidade biológica diferença de oxido nas respostas nitroso. individuais Segundo os a autores uma determinada alguns pacientes respondem a sedação apresentando sintomas mais intensos. Para outros pacientes, estes sintomas podem se apresentar insignificantes, entretanto, podem ocorrer repentinamente nestes pacientes os sinais e os sintomas da sedação estes poderão ser passageiros, não significando entretanto que o paciente não esteja realmente no estágio ideal de sedação. Na opinião dos autores, é importante que o profissional mantenha um constante monitoramento e observação do paciente, pois os sinais e sintomas da sedação podem em alguns pacientes advirem muito rapidamente. Os autores recomendam, que o profissional possua conhecimento e total domínio da 28 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA técnica e ainda, que associe conhecimento de fisiologia e psicologia, com a finalidade de dominar melhor o procedimento. A recuperação dos efeitos da sedação com óxido nitroso é geralmente rápida e completa. Se, na opinião do administrador da droga, o paciente está plenamente recuperado, pode ser permitido a ele que deixe o consultório desacompanhado, dirija seu automóvel e volte a suas atividades normais. Esta é uma importante vantagem da técnica de sedação inalatória com a mistura N2O-O2: a rápida recuperação psicomotora do paciente, CHEAM (1995) O N2O não é alergênico e é o menos tóxico entre todas as drogas anestésicas inalatórias, MILLER (2000), MALAMED (2003), KLARK & BRUNICK (2003) FARMACODINÂMICA : SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC): Quase todas as formas de percepção são deprimidas (visão, audição, toque e dor, lapso de tempo). A memória é afetada em um grau mínimo, bem como a capacidade de se concentrar ou desempenhar atos que necessitem de raciocínio. SISTEMA CARDIOVASCULAR: Prince & Helrich apud MILLER em 2000 assinalam que o óxido nitroso deprime diretamente o miocárdio do cão, conforme a dose dependente, porem em menor intensidade do que os demais gases anestésicos halogenados. Seres humanos, inalando uma mistura de N20/O2 a 40%, apresentam uma redução de 10% no balistograma EISELE (2003). Ebert Schmid III e Jones & Hael citados por MANICA em 2004, assinalam que o óxido nitroso, produz efeito na contratilidade miocárdica, ainda que menor que os demais gases halogenados, produzindo também aumento da resistência vascular sistêmica e do fluxo sangüíneo cerebral. De acordo com Stoelting, citado por MILLER (2000), o débito cardíaco e a pressão arterial, diminuem quando se adiciona óxido nitroso na percentagem de 60% ao “esquema” anestésico de pacientes que já receberam 1 mg/kg de morfina. 29 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Estes estudos, indicam que o óxido nitroso possui propriedades cárdiodepressoras moderadas MILLER (2000). Embora hajam relatos das propriedades depressoras do miocárdio estes efeitos “parecem não ter significado na prática clínica” .( MANICA 2004) GOODMAN & GILMAN (2003) assinalam que mesmo que o óxido nitroso exerce um efeito inotrópico negativo no músculo cardíaco, “in vitro”. Geralmente não são observados efeitos depressores na função cardíaca, nos pacientes, devido aos efeitos estimulantes do óxido nitroso no sistema nervoso simpático. Os efeitos cardiovasculares do óxido nitroso, também são intensamente influenciados pela administração concomitante de outros agentes anestésicos. O óxido nitroso isolado ou associado a potentes agentes anestésicos inalatórios, produz estimulo simpático. Este estímulo, pode obscurecer qualquer efeito depressor cardíaco. MILLER (2000). A propriedade inotrópica negativa, é desejável quando se atende a pacientes portadores de cardiopatias, onde a maior oferta de O2, associada a pequena diminuição da força de contratilidade do coração, são fatores importantes quando utilizados em controle de ansiedade desses pacientes, THORYON (1973) A resposta vascular do músculo liso à norepinefrina é discretamente aumentada . Não existem alterações na freqüência cardíaca ou no débito cardíaco que sejam diretamente atribuíveis ao N2O. De acordo com STOELTING & MILLER em 2004, os aumentos na atividade do sistema nervoso simpático, induzido pelo óxido nitroso, podem refletir a ativação de núcleos cerebrais e o aumento da saída de estímulos neurais do sistema nervoso central. De acordo ainda com os autores, em contraste com os efeitos simpaticomiméticos, observados com a administração do óxido nitroso usado isoladamente ou associado a outros anestésicos inalatórios. A inalação do óxido nitroso, na presença de opióides, resulta em evidência de depressão circulatória profunda caracterizada por decréscimos da pressão 30 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA arterial sistêmica e débito cardíaco, aumentos na pressão diastólica final do ventrículo esquerdo e na resistência vascular sistêmica. Os autores assinalam ainda, que o decréscimo na resistência vascular sistêmica produzido pelo isofluorano desfluorano e sevofluorano, é menor, quando o anestésico inalatório, é substituído pelo óxido nitroso. SAITO, FUJITA, et al, em 1990 atenderam a 160 pacientes com necessidades especiais, sob sedação inalatória com a mistura N2O/O2 . Estes pacientes em sua maioria, eram portadores de doenças cárdio-vasculares, com idades igual ou superior a 65 anos portadores de hipertensão ou algum grau de doença cardíaca isquêmica. Os pacientes atendidos para procedimento cirúrgico de emergência, foram devidamente monitorados, inclusive com eletrocardiógrafo, a anestesia local escolhida foi a prilocaína a 3% com 0.03U/ ml de fenilpressina. Os autores concluíram, que no manejo desses pacientes, a utilização da sedação com o óxido nitroso se mostrou um procedimento seguro, eficaz e indicado. MUZYKA (1999), recomendou a utilização de óxido nitroso para os pacientes portadores de fibrilação atrial, que necessitam ser submetidos a tratamentos dentário. A fibrilação atrial se caracteriza por uma desorganização na despolarização atrial, resultando numa contração atrial ineficaz, causando assim uma redução na pressão sistólica. ZHANG et al. em 2002, analisou os efeitos cardiovasculares durante as extrações dentárias em um grupo de pacientes hipertensos, e concluiu que a administração de 50% de óxido nitroso, mantém a estabilidade do sistema cardiovascular e é o método de sedação mais indicado para pacientes portadores de hipertensão e outros tipos de alteração dos parâmetros cardiovasculares. Na ausência de hipóxia ou hipercapnia, a pressão sanguínea permanece estável com uma insignificante diminuição após os primeiros minutos em que o paciente apresente os sinais clínicos ideais de sedação, muito provavelmente atribuída a diminuição da ansiedade. Observa-se durante a 31 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA sedação, vasodilatação periférica a qual produz um grau de enrubescimento e perspiração, MOORE (1981). A vasodilatação pode ter vantagens clínicas por facilitar a punção venosa em pacientes apreensivos ou que possuam veias superficiais difíceis de acessar, nos casos em que se deseje através de associação , um grau de sedação maior do que aquele obtido simplesmente com a sedação consciente inalatória. SISTEMA RESPIRATÓRIO: O óxido nitroso possui broncodilatadoras e não é lesivo ao epitélio pulmonar propriedades MALAMED (2003), CLARCK & BRUNICK (2003) Por esta razão, de acordo com PASTERNAK (1993) ele pode ser administrado a pacientes com asma sem nenhum risco de broncoespasmo . A pequena diminuição da freqüência respiratória ou no volume corrente são mais provavelmente resultantes da diminuição da ansiedade pelo efeito sedativo, em resposta ao nível de sedação ideal. De acordo com STOELTING & MILLER, em 2004, o óxido nitroso, não eleva a PaCO2. SISTEMA DIGESTIVO: O óxido nitroso não produz ações clinicamente significativas sobre o tubo digestivo e seus anexos. Na presença de disfunção hepática, óxido nitroso pode ainda ser usado sem risco de reação adversa. SISTEMA URINÁRIO: O óxido nitroso, não produz efeitos significativos sobre os rins ou sobre o volume e composição da urina. MUSCULATURA ESQUELÉTICA: O óxido nitroso não produz relaxamento da musculatura esquelética. Por efeito direto entretanto pode ser algum estado de relaxamento durante sedação inalatória observado atribuída exclusivamente a diminuição da ansiedade ansiedade. . SISTEMA GENITAL E GRAVIDEZ: O óxido nitroso em mistura pré-fixada ao oxigênio, é freqüentemente usado como coadjuvante no manuseio da dilatação e período expulsivo do trabalho de parto SU. F, etal ( 2000 ) Contrações uterinas não são inibidas em freqüência ou intensidade. 3.000 32 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA mulheres que se submeteram a mistura pré-fixada em 50% de óxido nitroso e 50% de oxigênio para o controle da dor, no trabalho de parto, não apresentaram efeitos colaterais significativos, e nenhuma intercorrência de emergência médica, em conseqüência ao uso do gás. SANTOS & PEDERSEN (1994). Esta mistura pré-fixada, é freqüentemente usados como coadjuvantes no manuseio da dilatação e período expulsivo do trabalho de parto. Contrações uterinas não são inibidas em freqüência ou intensidade LONGO, et al (1992). A administração do óxido nitroso durante o trabalho de parto, é acompanhado da liberação de beta-endorfinas na corrente sanguínea, sem que as mesmas tenham relação inversamente proporcional, a intensidade das contrações uterinas. THOMAS et al (1982) O óxido nitroso atravessa a barreira placentária, embora não seja metabolizado pelo feto. A Gravidez não contra-indica o uso de sedação inalatória com N2O-O2. Mas como medida de segurança , tanto o seu uso quanto qualquer tratamento eletivo em Odontologia, deve ser evitado. CLARK & BRUNICK (2003). SISTEMA HEMATOPOÉTICO: O óxido nitroso, oxida o íon cobalto da vitamina B12 , inibibindo por conseguinte a síntese da metionina sintetase, o que pode acarretar mal funcionamento da medula óssea. Isto pode levar a um quadro similar ao da anemia perniciosa em animais de laboratório expostos a este agente inalatório, por períodos prolongados e a mielopatias, MILLER (2000) MALAMED (2003), CLARK & BRUNICK (2003) MANICA (2004). Nos animais submetidos a exposições crônicas, a inibição da síntese da metionina sintetase, ocorre rapidamente, porem de maneira reversível, embora a recuperação ocorra em velocidade mais lenta NUNM (1985). Exposições a longo prazo ao óxido nitroso, podem produzir inibição transitória da medula óssea. Todos os casos relatados na literatura, envolveram exposições por mais de 24h seguidas, em pacientes portadores de 33 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA tétano, onde o óxido nitroso era administrado experimentalmente de forma contínua, atuando na diminuição da intensidade das convulsões tetânicas MALAMED (1995). LACASSIE et al, em 2006, apresentaram um relato clínico sobre um paciente submetido à exposição ao óxido nitroso em dois períodos de 8 semanas e que conseqüentemente apresentou quadro de mielopatia difusa, doença que se caracteriza por parestesia das extremidades na parte superior do corpo, pequena paraplegia de membros inferiores e sintomas na bexiga. De acordo com o autor, os exames laboratoriais demonstraram o aumento de homocisteína e níveis baixos de vitamina B12. Os autores analisaram também através de exames específicos, o DNA do paciente e verificaram a existência de polimorfismo do gene MTHFR, que está associado a isoforma termolábil do 5,10, metil-ene-tetrahidrofolato-redutase, enzima também responsável pelo quadro de mielopatia desenvolvido pelo paciente. De acordo ainda com o autor, tão logo foi iniciado o tratamento com acido fólico e vitamina B12, os sintomas neurológicos cederam progressivamente, até a cura completa. Existem alguns estudos epidemiológicos retrospectivos de que a prevalência de abortamento espontâneo entre mulheres que trabalham em salas operatórias é maior do que aquele encontrado em mulheres que exercem outras atividades. Porem, estes estudos foram realizados em centros cirúrgicos, onde o óxido nitroso é utilizado, associado a outros gases halogenados. COHEN,(1971), WHITCHER (1971) ROWLAND (1992) Até o momento nenhuma relação causa-efeito foi comprovada. A ADA (American Dental Occupational Safety Association) and Health e NIOSHI (National Institute for criaram normas de segurança tornando obrigatório desde 1994, nos EUA, o uso de máscaras de indução da sedação consciente por via inalatória, dotadas de sistema de exaustão ativa, realizada através de bombas de exaustão do tipo ciclone com separador específico para gases diretamente para fora do consultório, além da implantação dos 34 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA programas de controle anti-poluição mantidos pelas entidades especificas anteriormente citadas. Esta normas, permitem que o “staff” do consultório esteja protegido dos efeitos oriundos das exposições crônicas dos profissionais de saúde, ao gás, responsáveis por algumas doenças ocupacionais relatadas na literatura COHEN (1980) , VAISMAN (1967.) Os limites de saturação recomendados por estes órgãos, para o ambiente do consultório são da ordem de 25 ppm. Alguns autores investigaram a possibilidade do óxido nitroso afetar a resposta psicomotora e de cognição, nos profissionais e auxiliares odontológicas, expostos a concentrações variadas do gás. Eles constataram que exposições em torno de 50ppm, podem causar alterações audiovisuais, após algumas horas de exposição, BRUCE, et al (1971). Múltiplos resultados, estudos posteriores, tentaram reproduzir esses e não chegaram as mesmas conclusões. Questionados, os autores do trabalho, retrataram-se informando que os resultados obtidos em seus estudos, não foram baseados em fatores biológicos. A partir de 1994, com a obrigatoriedade do uso de máscaras indutoras dotadas de sistema de constatam exaustão mais os ativa, efeitos os trabalhos adversos científicos oriundos da publicados, exposição não crônica produzidos ao “staff” do consultório. Szymanska. do Instytut Medycyny de Jaczenwskiego, publicou em 2001, um trabalho onde conclui que os potenciais efeitos deletérios atribuídos a exposição crônica ao óxido nitroso, administrado como agente único, nos sistemas reprodutor, neurológico e hematopoiético não são conclusivos, e necessitam de maiores evidências. Em 1995, MALAMED (2003), fez uma ampla revisão da literatura, sobre os efeitos deletérios oriundos da exposição crônica ao N2O. Nesta oportunidade, o autor revisou 850 artigos, dos quais 23 receberam o mérito científico. A conclusão, do autor, foi a de que não existem bases científicas que estabeleçam limites máximos de exposição ao N2O, para consultórios 35 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA odontológicos e salas cirúrgicas de hospitais. Devido a esta controvérsia representantes da odontologia, governo e fabricantes, nos Estados Unidos da América, reuniram-se em setembro de 1995, para um encontro que foi patrocinado pela American Dental Association´s Council of Scientific Affairs and Council of Dental Practice e a posição formal das entidades é a de que o limite máximo de exposição ao óxido nitroso, em partes por milhão( ppm’s) não está ainda cientificamente comprovada. Os gases anestésicos halogenados, são rotineiramente utilizados em ambientes cirúrgicos hospitalares, associados ou não ao óxido nitroso. Tanto que, a maior parte dos estudos investigando os efeitos deletérios, ocupacionais de tais gases, foram realizados em nestes ambientes, observando anestesistas e enfermeiras VAISMAN, (1967), ASKROG e HARVALD (1970), COHEN et al (1971). As evidências dos danos ocupacionais causados por anestésicos inalatórios foram inicialmente relatadas por VAISMAN (1967) na Rússia e este estudo piloto, assim como a maior parte dos trabalhos que descrevem tais efeitos deletérios foram realizados em hospitais, onde foi impossível se investigar os efeitos causados pelo óxido nitroso, como único agente uma vez que o óxido nitroso é utilizado sempre em associação à outros gases como o isoflurano, desflurano e sevoflurano. Nessas condições não é possível discriminar os efeitos do óxido nitroso dos efeitos causados por outros gases COHEN, (1978). Essa condição é muito distante da condição imposta no consultório odontológico, onde o gás óxido nitroso. é utilizado isoladamente, e na maioria dos casos em percentagens inferiores a 70%, contra a percentagem efetiva de 75% utilizada nos centros cirúrgicos para que se obtenha os efeitos farmacológicos desejáveis já discutidos anteriormente. ( efeito do segundo gás, e efeito concentração) Reiko Isuyama do Instituto de Química da Universidade de São Paulo, assinalou em 2000 a baixa toxicidade do óxido nitroso uma vez que tal gás é constituído por gases presentes na atmosfera, o oxigênio e o nitrogênio. 36 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Nesse artigo ele descreve que o óxido nitroso é considerado no meio científico como uma substância não-tóxica, tanto que é usado até mesmo na indústria alimentícia. A morte pela aspiração desse gás por uso abusivo decorre não de uma toxicidade do óxido nitroso, quando inalado puro, mas sim por asfixia decorrente da falta de oxigênio. ALHO et al em 2002 , realizaram um estudo randomizado em portadores pacientes de ansiedade ocasionada pela síndrome obsessiva compulsiva conseqüente da abstinência do etanol, que foram tratados com o óxido nitroso, por períodos de 45 minutos por dia. Neste estudo, os autores monitoraram a freqüência cardíaca, a pressão arterial, a oximetria de pulso, a atividade do plestimográfica, aminotransferase, músculo e facial “folow-up” alanina através das de eletromiografia, enzimas aminotranferase e hepáticas a curva aspartato gama-glutamiltransferase. Segundo os autores os resultados obtidos, demonstraram, que ao contrário do que está publicado na literatura quanto aos efeitos inibitórios do óxido nitro na síntese de enzimas hepáticas, os resultados mostraram que não houve a diminuição do nível das enzimas hepáticas. Em fevereiro de 2006, a ANVISA publica em seu livro “Serviços de Odontologia, Prevenção e Riscos, às páginas 24 e 25, as normas quanto ao controle do ar ambiental para consultórios dotados de equipamentos de sedação consciente, bem como as recomendações para o manuseio e estocagem dos gases medicinais, definindo de maneira mais simples, do que as portarias CVS anteriores, mas não a ideal, as normas para a adequação dos consultórios odontológicos, eliminando desta maneira, as controvertidas portarias CVS/SP criadas com a finalidade de em primeiro proibir o uso do óxido nitroso por cirurgiões-dentistas em São Paulo,( CVS No 11 DE 03-062003), contrariando o decreto lei federal 5081, posteriormente, , objetivo de para com o instaurar uma consulta pública, criando normas de utilização uso do óxido nitroso por cirurgiões–dentistas, muito mais rígidas do que as que são praticadas hoje pelos médicos anestesistas em centros 37 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA cirúrgicos, (portaria CVS- N0 14 DE 01-08-2003) como por exemplo, a exigência de instalação de controle do ar através de fluxo laminar condizentes com apenas 0.3% dos centros cirúrgicos dos hospitais e casas de saúde brasileiros. Esta consulta pública continha “links” para votação dos médicos anestesistas e demais especialidades médicas, dentro do próprio site de todas as entidades de anestesiologia do Brasil, e alguns Conselhos Regionais de Medicina. Posteriormente, através da resolução SS- N0 126 DE 08 DE SETEMBRO DE 2005 criou uma normativa, baseada nos mesmos termos e exigências contidas na consulta pública que havia sido revogada, e que continuava a inviabilizar o uso da técnica pelos CD’s brasileiros. As exigências contidas em todas estas portarias CVS, são incondizentes com a literatura científica indexada. onde são utilizados Vale ressaltar, que em ambiente hospitalar, nos centros cirúrgicos, gases anestésicos orgânicos, halogenados, todos com propriedades comprovadamente nocivas a saúde, o controle de poluição ambiental, desses centros cirúrgicos, na grande maioria dos hospitais brasileiros, se faz até hoje através de um mecanismo de exaustão de gases muito mais simples do que aquele que ainda está sendo exigido pela ANVISA, para consultórios odontológicos. Convém lembrar por outro lado, que a adequação de todos os centros cirúrgicos dos hospitais e casas de saúde brasileiros, as normas exigidas hoje pela ANVISA para a adequação destes consultórios , é onerosa e talvez inexeqüível para a maioria dos hospitais e casas de saúde, e a sua exigência, e fiscalização poderá acarretar na interdição de muitos dos já escassos hospitais existentes hoje no Brasil, agravando um problema de saúde pública bastante delicado, já existente hoje em dia. Todas as portarias, e resoluções criadas pela VISA/SP, tiveram a gerência e a orientação da SAESP, da SARGS, da SBA e do CREMESP, em função da argumentação específica contida nestes documentos. Estas portarias, foram revogadas posteriormente, em razão de seu conteúdo não estar condizente com o que preconiza a literatura científica. A classe 38 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA odontológica se mobilizou contra estas portarias, através do CFO, e da ABCD, na pessoa de seu presidente Luciano Artioli Moreira, que esteve presente a todos as reuniões da CVS, De acordo com a lei 8.080, de 19 de setembro de 1990(lei orgânica), entende-se como “Vigilância Sanitária, o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde”. Obviamente para que se faça vigilância sanitária, mister se faz então, a consulta a literatura científica pertinente, para que se justifiquem as ações específicas pretendidas, para a resolução de algum problema. Os “Guidelines” ADA (2002), Practiece Guidelines for Sedation and Analgesia by non anesthesiologists - American Society of Anesthesiologists. ASA (2002) e UK National Clinical Guidelines in Pediatric Dentistry (2002), e autores Malamed 1995 e 2003 e Clark&Brunick 1999 e 2003 não os fazem qualquer referência sobre a indicação de eletrocardiógrafos como equipamento necessário para o emprego da técnica de sedação consciente com N2O/O2. O “United Kingdon Guidelines” (2002), em função da baixa morbidade que a técnica apresenta, não recomenda sequer qualquer monitoração eletrônica para a administração da sedação consciente inalatória associada simplesmente a anestesia local. FRAMPTON et al. Em 2004, relatam que no “ Department of Emergency Medicine, Anaesthetics, and the Pain and Palliative Care Service, do “The Children's Hospital at Westmead”, enfermeiras realizaram em Sydney, na Australia as experimentalmente 224 sedações, por via inalatória, em procedimentos emergenciais de pequeno porte, onde as crianças de idade de 1 ano ( 12 meses) foram sedadas pela via inalatória, durante o atendimento, com a mistura oxido nitroso oxigênio. O objetivo do trabalho, foi verificar a incidência de morbidades respiratórias, como depressão ou hipóxia durante o procedimento, bem como as intercorrências em função da utilização da 39 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA percentagem máxima de N2O dispensadas durante o procedimento de sedação, sendo portanto desconsiderada a titulação da droga. que não ocorreram complicações significantes em Os autores concluíram, 73.2% das crianças atendidas; houve um único caso de depressão respiratória, e 17% das crianças apresentaram pouca tolerância a mascara de indução. Os autores concluíram também, que a técnica pode ser administrada com segurança por enfermeiras, após apropriado treinamento. Em alguns estados norte americanos é permitido pela legislação vigente, que a sedação consciente por via inalatória com mistura de N2O/O2, seja utilizada por higienistas, desde que treinadas e monitoradas pelo cirurgião - dentista responsável. Em 2003, o governador George Pataki, assinou a lei, por iniciativa da Associação Odontológica de Nova Iorque, permitindo que higienistas dentais desde administrar e a monitorar que treinadas e supervisionadas pudessem a técnica de sedação consciente por via inalatória com mistura de óxido nitroso/oxigênio, em função do sus elevada inocuidade, segurança e facilidade de administração, auxiliando os cirurgiões- dentistas daquele país. A lei passou a vigorar a partir do dia 07 de maio de 2003. Morris Clark & Ann Brunick em 2003 , elencam a relação de estados americanos onde é permitida administração e a monitoração da técnica por técnicas-higienistas ( THD’s) . São eles: Alasca, Arizona, Arkansas, Califórnia, Colorado, Idaho, Illinois, lowa, Kansas, Kentucky, Minessota, Mississipi, Nevada, New York,Oklahoma,Oregon, SouthDakota, Tenessee, Utah,Washington. Estados norte americanos de acordo ainda com Clark &Brunick (2003) onde é permitida a monitoração da técnica por auxiliares odontológicas ( ACD’s): Alabama, Arizona, Arkansas, Califórnia, Colorado, Flórida, Geórgia, Hawaii, Idaho, Lowa, Kentucky, Minessota, Mississipi, Missouri, Montana, Nebraska, New México, North Carolina, North Dakota, Oklahoma, Oregon, South Dakota, Tennessee, Texas, Washington. Diante da legislação americana apresentada por CLARK & BRUNICK, em 2003, entende-se ser totalmente improcedente a argumentação por parte de 40 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA alguns anestesistas e entidades de classe da anestesiologia, inclusive algumas contidas nas extintas portarias CVS/SP, de que seriam necessários dois profissionais para a administração da técnica, com o objetivo de se aumentar a segurança do procedimento. A SEDAÇÃO CONSCIENTE NO CONTEXTO DA PREVENÇÃO DAS INTERCORRÊNCIAS DE EMERGÊNCIAS MÉDICAS, E NO CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA: O medo, a ansiedade e a fobia frente ao tratamento odontológico, têm sido objeto de estudos há décadas, trabalhos recentes realizados por diversos autores em vários países, em função do grande índice de doenças bucais e suas manifestações sistêmicas, que se tornaram um problema de saúde pública, apesar de todo o avanço agregado a técnico-científico que vêem sendo odontologia, comprovam que o maior fator impeditivo ao tratamento odontológico preventivo e curativo, é o medo e a ansiedade. LOCKER D, POULTON, (2001): MAJSTOROVIC M; VEERKAMP, (2003): TOUYZ, (2004): FOLAYAN, (2004): BARBERÍA, (2004): KLAGES (2004): JORM (2004): SCHOOL of ORAL HEALTH, (2004): FÁBIÁN (2004): ELI (2000): GÁSPÁR (2004): CHANPONG (2005): De JONGH A, (2005): SKARET (2005): (2004): KVALE KRUEGER NG SK; STOUTHARD (2005): ME, (2005): STåHLNACKeE K; (2005). Quando o paciente sente medo, se instala o estresse, que nada mais é do que um conjunto de adaptações fisiológicas que tendem a buscar o restabelecimento do equilíbrio. LITTLE et al (2002). A resposta ao estresse inclui principalmente, a secreção de dois tipos de hormônios pelas glândulas adrenais: a adrenalina e os glicocorticóides sendo o mais importante deste grupo, o cortisol. Diante de uma situação de risco ou perigo eminente, os terminais nervosos simpáticos, que fazem parte do 41 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA sistema nervoso periférico, situados a milímetros do coração, liberam no músculo cardíaco a noradrenalina que é produzida nas terminações nervosas, que na sua maioria esta localizada no Lócus Coeruleos – Sistema Límbico. Esta noradrenalina, vai estimular nas glândulas supra renais, a liberação de adrenalina, e cortisol. Paralelamente a essas alterações neuroendócrinas, há, também, alterações hemodinâmicas decorrentes da secreção aumentada de aminas simpatomiméticas, no objetivo de aumentar a circulação em órgãos fundamentais para o processo de “luta ou fuga”, tais como: coração e cérebro. Dessa maneira, ocorre aumento da resistência vascular periférica, com conseqüente aumento da pós-carga e maior trabalho cardíaco, levando a maior consumo de oxigênio pelo miocárdio. Aumenta a freqüência cardíaca, e a freqüência respiratória, com a finalidade de aumentar a quantidade de oxigênio disponível nos músculos. Instala-se no organismo então, como conseqüência, um aumento do esforço cárdio-respiratório, que é desaconselhável para pacientes portadores de distúrbios cardíacos, respiratórios e outros, tais como: angina pectoris, asma brônquica diabetes mellitus, epilepsia. A resposta ao estresse pode se instalar não só por evento concreto, mas por mera antecipação e expectativa. As ameaças repetitivas podem exigir vigilância contínua. Em algum momento, essa vigilância pode se tornar super generalizada, levando o indivíduo a concluir que ele necessita se manter em “guarda”, mesmo na ausência de estresse. E assim, se adentra no reino da ansiedade. As áreas relacionadas com a regulação do comportamento emocional dos processos motivacionais e do sistema nervoso autônomo são vastas dentro do encéfalo, destacando-se, o hipotálamo, a área cortical préfrontal e o sistema límbico. O fato das mesmas estruturas nervosas regularem o comportamento emocional e o SNA, se torna significativo, já que as emoções podem se expressar através de manifestações viscerais, e podem ser acompanhadas de alterações de pressão arterial,ritmo cardíaco e respiratório. 42 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA A pressão arterial e a freqüência cardíaca podem variar muito rapidamente, principalmente quando o paciente se sente em estado de alerta. LITTLE, et al (2000), MALAMED (2000), RANALI (2002). Procedimentos não-invasivos, como a simples visita ao consultório odontológico, o tempo de espera antes do tratamento, na recepção e um simples procedimento restaurador de baixa complexidade, podem induzir a alterações na pressão arterial, e na freqüência cardíaca. CHERASKIN (1957), HOUSTON (1970), SEGAL (1985), KIYOMITSU (1989), GORTZAK (1991) GORTZAK (1992), MONTEBUGNOLI (1993), BORSATTI (1995), MALAMED (2003). O impacto do medo, da ansiedade e da fobia frente ao tratamento odontológico, tem sido objeto de estudos há várias décadas. Estes fatores têm sido apontados em pesquisas recentes em vários países, como causadores de um grande índice de doenças bucais e manifestações sistêmicas, que se tornaram um problema de saúde pública científico dentro da Odontologia apesar de todo o avanço técnicoLOCKER,&POULTON, TOUYZ&LAMONTAGNE, (2004); BARBERÍA et al (2001), (2004); SCHOOL of ORAL HEALTH, (2004); KVALE’BERGGREN & MILGRON,( 2000); GÁSPÁR KRUEGER et al (2005); De JONGH el al, (2005). O Ad Hoc Committee on Research and Faculty Training in Pain Control in Dentistry, em 1972, concluiu que o medo da dor e a ansiedade se constituem nos EUA um obstáculo maior ao tratamento odontológico, do que as próprias limitações financeiras da população pesquisada, contribuindo sobremaneira para o aumento dos índices de doenças bucais e suas manifestações , em saúde pública, daquele país. (MALAMED 2003) O Dental Health Adivisor, Spring em 1987, desenvolveu uma pesquisa nos EUA, em uma população composta de 1000 adultos de ambos os sexos, as quais receberam um questionário perguntando para que relatassem em ordem de intensidade, quais eram os seus medos mais comuns. O resultado gerou os seguintes dados: 27% das pessoas tinham medo de falar em público; 21% das pessoas tinham medo de dentista; 20% das pessoas 43 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA tinham medo de altura; 12% das pessoas tinham medo de ratos, 9% das pessoas tenham medo de transporte aéreo, e medo de outros e sem medo equivaleram a 11%. (Malamed 1995 e 2003) . O medo do dentista, aparece surpreendentemente em segundo lugar, ou seja as pessoas têm mais medo do dentista, do que de ratos! No nosso entender, este resultado, corrobora os estudos de diversos autores, demonstrando que o controle da dor do medo e da ansiedade ainda não é considerado como importante componente do tratamento, serviços de odontologia, de vários por diversos países do mundo, o que aumenta substancialmente, o risco de intercorrências de emergências médicas, naqueles pacientes que se submetem ao tratamento sem o devido controle da dor do medo e da ansiedade, bem como contribui para o aumento das doenças da cárie e periodontais, da população que voluntariamente não comparece aos consultórios e ambulatórios mesmo que sob manifestações agudas ou crônicas de doença, aumentando a estatística em saúde coletiva, da população portadora doenças bucais algumas inclusive com repercussões sistêmicas graves. O estresse é o maior obstáculo ao tratamento odontológico em saúde pública, dentro dos EUA, contribuindo sobremaneira para o aumento dos índices de doenças bucais e suas manifestações MALAMED (2003). Nos EUA, 14 milhões voluntariamente ao dentista, de cidadãos americanos evitam 45 milhões de cidadãos americanos se consideram nervosos ou ansiosos quando necessitam ir ao dentista cerca de 40% da população daquele país não recebem cuidados odontológicos de rotina devido à apreensão como causa mais comum. (DIONE GORDON LINDA McCULLAGH 1998 De acordo com MATTILA et al (1989) em um estudo que envolveu 1200 pacientes, os autores presente em 60% constataram que a doença periodontal, estava dos pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio. HERZBERG et al em 1998, assinalou que na periodontite, os microorganismos 44 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA da placa dentária (biofilme) podem se disseminar através do sangue, infectar o endotélio vascular e contribuir para a ocorrência de aterosclerose, e risco de infarto. Os autores concluem que as placas ateromatosas são comumente infectadas por patógenos periodontais Gram-negativos. As periodontopatias podem estar associadas ao nascimento de crianças com baixo peso e em partos prematuros (OFFENBACHER et al 1998), descontrole metabólico da diabetes mellittus (GROSSI e GENCO 1998) infecções pulmonares (SCANNAPIECO et al 1998). A doença periodontal da forma severa, ou muito severa, acomete 25% da população brasileira, a partir dos 50 anos, de acordo com OPPERMANN & RÖSSING em 2002. A medicina Periodontal, de acordo com possível relação entre as TENG et al apontam como doenças sistêmicas e a doença periodontal, seja o fator sistêmico influenciando na modificação da resposta do hospedeiro, e assim interferindo no curso e na severidade da doença periodontal, ou seja o periodontopatógeno influenciando no surgimento ou agravamento das doenças sistêmicas. A origem do medo e da ansiedade ao tratamento odontológico tem sido investigada por vários autores, que propuseram duas causas: a primeira e mais comum, de origem exógena, relacionada a experiências aversivas condicionadas; e a segunda, de origem endógena, considerada parte de uma desordem generalizada envolvendo múltiplas fobias LAUNTCH (1971), KLEINKNECHT (1973) KLEINKNECHT (1978), CORAH (1979), BERGGREN, (1984), KENT (1984) MILGRON (1985), MILGRON (1988) THYER(1996) PAWLICKI (1991) CHAPMAN (1996). A maior parte dos estudos indicam que a experiência aversiva condicionada é a principal delas, com um índice de 69% dos casos. CORAH 1969, BERGGREN 1984, KENT 1984, MILGRON 1985, MILGROM 1988, PAWLICKI 1991, e CHAPMAN 1996. 45 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Nos casos de vulnerabilidade pessoal (origem endógena), o medo do tratamento odontológico é manifestado junto à outras fobias. (KLEINKNECHT 1973, THYER 1996, PAWLICKI 1991, e CHAPMAN 1996). Entretanto, a maior parte dos pacientes com medo do tratamento dentário relatam tratar-se de um medo específico, sendo a primeira experiência relevante no desenvolvimento desse tipo de medo. Devemos sempre considerar que a dor, é uma das principais fontes de ansiedade, no tratamento odontológico, a ansiedade é um fator desencadeante do aumento da dor, e a dor aumentada pela ansiedade, desencadeia maiores níveis ansiedade. SCHOTTSTRAEDT (1960). VASSEND, (1993). Assinala que apesar das inovações do equipamento odontológico, dos procedimentos clínicos e do conhecimento adquirido sobre o medo ao tratamento odontológico, a prevalência da ansiedade nessas situações continua sendo relativamente constante nos últimos anos . SMYTH, em 1993, observou a falta de controle da ansiedade como um dos problemas em Odontologia, dificultando o procedimento odontológico, aumentando o risco e o tempo de trabalho, diminuindo a auto-estima do paciente e, quando severa, contribuindo para a aversão ao tratamento odontológico. De acordo com SCHUURS et al., (1985); HAGGLIN et al., (1996); SKARET et al., (1999), a ansiedade ao tratamento odontológico foi a principal causa de consultas canceladas e faltas entre adolescentes; esta foi associada com atendimento odontológico irregular em pessoas com 30 a 40 anos e ainda correlacionadas com a presença às consultas odontológicas em mulheres idosas. As emergências mais freqüentes causadas pela ansiedade, são: angina pectoris, infarto do miocárdio, bronco-espasmo asmático, insuficiência adrenal aguda, hipertensão grave, crise tireoideana, choque insulínico, lipotímia, choque cardiogênico hiperventilação, e crise epilética. PETERSON et al (2000) A ansiedade do paciente, provoca a liberação de catecolaminas na corrente circulatória. Essas substâncias promovem a diminuição da resistência vascular 46 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA periférica e o aumento do fluxo sangüíneo de vários tecidos, e dos músculos esqueléticos periféricos. Nas situações em que a atividade muscular periférica não ocorre, como no caso do paciente na cadeira do dentista, o sangue acumulado nas extremidades não retorna para o coração, acarretando, assim, um decréscimo no volume de sangue circulante. Ocorre queda da PA, diminuição do aporte de sangue no cérebro, e conseqüente diminuição da oxigenação, gerando a perda súbita da consciência. SAUERESSIG & PAGNONCELLI (2004). Em periodontia, e cirurgia bucal estudos randomizados, constataram um aumento significativo da pressão arterial, e a manutenção destes níveis elevados de PA e FC, durante as várias etapas dos procedimentos cirúrgicos, quando comparadas aos valores basais, embasando a necessidade de mecanismos eficazes de controle de dor medo e ansiedade. Procedimentos cirúrgicos mais invasivos como as exodontias, podem provocar elevações da pressão arterial sistólica, com variações de 3 a 24 mm de Hg e na pressão diastólica, SHEPHERD de 4 a 11 mm de Hg (1988), GOLDESTEIN (1982), MEYER (1987), KNOLL-KOLLER (1989), FRABETTI (1992) PARAMAESVARAM (1994). Em cirurgia buco-maxilo-facial, um estudo randomizado, demonstrou, que os pacientes sedados, durante a extração de terceiros molares, não apresentaram significantes aumentos na FC, PA (sistólica e diastólica) e não apresentaram variação importante na oximetria (SpO2), em relação aos valores basais. O grupo controle, que se submeteu ao procedimento, apenas sob anestesia local, (sem a utilização de nenhum fármaco sedativo) apresentou elevações significativas nos níveis de freqüência cardíaca, pressão arterial (sistólicas e diastólicas) e dessaturação (SpO2).O estudo relata que os 90 pacientes sedados apresentaram imobilidade durante todo o procedimento cirúrgico, enquanto os pacientes do grupo controle movimentaram-se na mesa cirúrgica durante todo o procedimento. O estudo, recomenda também que técnicas de sedação, devem ser implementadas para a execução destes 47 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA procedimentos, CHAIA ( 2001). Em implantodontia, um estudo realizado na USP demonstra que um grupo de 20 pacientes normotensos que se submeteram a cirurgia implantodôntica apenas com o uso de anestésicos locais para o controle da dor, todos apresentaram significativas elevações na FC, e Pa (sistólica e diastólica), em todas as fases do procedimento. O estudo conclui, que o medo e a ansiedade do paciente, o estresse que um procedimento invasivo como a cirurgia implantodôntica proporciona, aliados a expectativa do tratamento, podem causar anormalidades cardiovasculares importantes, com aumentos da freqüência respiratória, freqüência cardíaca pressão arterial. CANONICO et al (2002) De acordo com SAUERESSIG & PAGNONCELLI, em 2004, em pacientes com pouca capacidade adaptativa ( diabéticos, hipertensos) a ansiedade não controlada pode levar ao aparecimento de quadros de perda súbita e transitória da consciência. Segundo o autor, este quadro se caracteriza por lipotímia ( pré-sincope). O autor recomenda que protocolos de redução de estresse sejam sempre empregados com a finalidade de se reduzir a possibilidade de intercorrência de emergência médica. No Brasil, as Diretrizes de Política de Saúde Bucal de 2004, orienta que sejam utilizados todos os recursos existentes para prevenção, promoção e recuperação da saúde bucal. Prioridade absoluta deve ser dada aos casos de dor, infecção e sofrimento. Mas num curto prazo, muito ainda deverá ser feito no que tange a sistematização destes serviços, focando a atenção nos cuidados que deverão ser tomados, para que tenhamos o máximo de segurança durante este atendimento, particularmente naqueles pacientes com necessidades especiais. VANTAGENS ESPERADAS COM O EMPREGO DA TÉCNICA DE SEDAÇÃO CONSCIENTE POR VIA INALATÓRIA: A técnica de sedação consciente por via inalatória é eficiente segura e não oferece riscos para o paciente, quando corretamente indicada, não 48 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA apresentando por conseguinte efeitos colaterais importantes. Está indicada, onde outras drogas estão contra indicadas como por exemplo em pacientes alérgicos, portadores de bronquite asmática, dentre outros. Por disponibilizar no mínimo 30% de O2, ( o ar atmosférico é composto de 20.9% de oxigênio e 69.% de nitrogênio) durante o procedimento, é de fundamental importância , no controle de medo e ansiedade nas patologias onde o déficit de oxigênio possa induzir a intercorrência de emergências médicas como por exemplo nos casos de pacientes coronariopatas EKER et ali (1972) THOMPSON (1976) A ação do óxido nitroso, por suas características físico-químicas, permite seu uso em qualquer tipo de paciente. Diabéticos, hipertensos, coronariopatas, crianças, idosos, e pacientes excepcionais ou especiais, que se beneficiam deste método, que dentre as técnicas de sedação consciente, é a que menos efeitos colaterais, e morbidade possui. STACH (1995). Está indicada onde a maioria das outras drogas utilizadas para a sedação e a analgesia estão contra indicadas, como por exemplo nos casos de alergia, possui propriedades sedativas e analgésicas DEVINE (1974) . O paciente permanece todo o tempo lúcido e cooperativo; a sedação inalatória com a mistura oxigênio / óxido nitroso, pode produzir um lapso de memória, ou seja: que o tempo decorrido durante o procedimento foi menor do que aquele efetivamente transcorrido. CLARK & BRUNICKl (2003) MALAMED (2003). Em apenas cerca de 5 minutos o paciente atinge os níveis ideais de sedação, permanecendo a partir de então tranqüilo responsivo e relaxado para o procedimento a que vai submeter-se. Ao terminar, em alguns minutos, também estará liberado para a execução de suas atividades diárias. MALAMED (2003). O paciente não necessita de acompanhante. Possui rápido pico de ação aprox 5 minutos , e rápida reversão, se comparado a outras drogas. 49 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Permite alguns procedimentos odontológicos sem complementação anestésica Possui efeito analgésico e sedativo, potencializa o efeito do anestésico, reduzindo a quantidade a ser administrada, é indicaca para pacientes portadores farmacológica, diminui de doenças as crônicas, indicações para não a induz a anestesia dependência geral não é metabolizado pelo organismo conseqüentemente não possui efeito tóxico, não deprime o centro respiratório, mantendo os reflexos protetores EGER (1990). É bem aceita pelos pacientes, permite um aumento da produção clínica no procedimento, produz uma diminuição do estresse clínico da equipe, e se constitui em um significativo diferencial a ser oferecido aos pacientes. A sedação consciente por via inalatória, quando empregada de maneira técnicamente correta, não produz concentrações, poluentes, ou seja acima das concentrações estabelecidas pela NIOSH e pela ADA VEERKAMP (1995) Indica a utilização da analgesia inalatória com óxido nitroso e oxigênio, para tratamento rotineiro de pacientes odontopediátricos, pois é seguro e eficaz, influenciando significativamente no comportamento, diminuindo os níveis de ansiedade na seqüência de consultas. EFICÁCIA: Malamed, comprovou a eficácia da sedação consciente , através de 5000 procedimentos, e concluiu que 50 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA A resposta a sedação é variável, nos 5000 pacientes da amostra que receberam N2O / O2, a pressão atmosférica do nível do mar. 70% Atingiram a sedação clinicamente ideal com percentagens de N2O entre 30% e 40% 27% Atingiram a sedação clinicamente ideal, com percentagens entre 50% e 70% 3% Dos pacientes não alcançaram os níveis idéias de sedação ALCANÇARAM a sedação consciente por via inalatória foi eficiente em 97% dos pacientes sedados. Em maiores altitudes, maiores percentagens de N2O, serão necessários para que se atinjam os níveis clinicamente desejáveis de sedação. MALAMED 1995 PACIENTES QUE ATINGEM A SEDAÇÃO IDEAL 4% 2% 1% 4% 7% 10% 22% 25% 25% ÓXIDO NITROSO (%) 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% 60% 70% STATISTICS FROM “SECTION OF ANESTHESIA AND MEDICINE – 1992 SCHOOL OF DENTISTRY OF SOUTHERN CAROLINA –L.A.” MALAMED (1995) Adaptado por ACADEM. ROBERTO PENA 2003 Em nosso trabalho apresentado ao setor de Farmacologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras em 2004 como um 51 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA dos requisitos para obtenção do título de especialista ME em Farmacologia realizamos um estudo que abrangeu 2200 sedações em, um total de 2444 horas e 32 minutos, em 800 pacientes, classificados em ASA I e ASA II, de Maio de 2002, a junho de 2004, durante os cursos de habilitação realizados na PUC-Rio. Os pacientes se submeteram a procedimentos odontológicos variados, nas especialidades de: Implantodontia, Endodontia, Periodontia Odontopediatria, Cirurgia Oral Menor, e Prótese. Os pacientes foram monitorados com oxímetro de pulso, pressão arterial não invasiva ( PANI), freqüência cardiaca e freqüência respiratória, chegamos aos seguintes resultados quanto a curva de distribuição: 05% do pacientes sedados atingiram os níveis ideais de sedação com até 40% de N2O; 20% dos pacientes sedados com concentrações entre 40 e 50%, de N2O; 45% dos pacientes sedados com concentrações entre 50 e 60% ,de N2O; 30% dos pacientes sedados com concentrações entre 60 e 70%. de N2O; 75% dos pacientes sedados atendimentos necessitaram de 50 a 70% de N2O. até 40 60 a 70 40 a 50 50 a 60 52 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA CONCLUSÃO: A sedação consciente por via inalatória, foi eficiente em 97.05% dos pacientes . Nas 2200 sedações, realizadas nos 800 pacientes durante o estudo, ocorreram 44 episódios de reações adversas (enjôo, tontura, náusea), o que representa apenas 2% do total. 44 = 2% 2200; 98% SEDAÇÕES ADVERSIDADES Indicações, da sedação consciente por via inalatória com óxido nitroso de acordo com MALAMED (2003) CLARK & BRUNICK (2003): pacientes ASA I e ASA II para atendimento eletivo e pacientes classificados em ASA III para atendimento de emergências: Pacientes Ansiosos; Pacientes portadores de Doenças Cardiovasculares; Doenças respiratórias não obstrutivas Pacientes c/ Ânsia de Vômito; Doenças Hepáticas; Doenças Oncológicas Doenças renais Distúrbios neurológicos - epilepsia Distrúrbios endócrinos incluindo diabetes ; 53 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Pacientes Alérgicos, exceto ao látex em função das antigas mascaras ( as atuais são “ free látex”, a base de siliconePacientes portadores de desordens nutricionais, anêmicos, leucêmicos CONTRAINDICAÇÕES: De acordo com Malamed em 2003 e Clark & Brunick em 2003 as contra indicações são apenas relativas e não absolutas. Pacientes de personalidade compulsiva – em especial àqueles que não se permitem a perda do controle. Pacientes portadores de claustrofobia – que não tolerem a colocação da máscara nasal. Crianças com severo problema de comportamento. Pacientes com severas desordens de personalidade. Pacientes que não necessitam do uso de técnicas de sedação, Pacientes portadores de DPOC classificados em ASA III e IV . Contra-indicações de acordo com Berge (2001) : 1- Contra-indicações gerais: - Infecções agudas das vias respiratórias superiores; - Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); - Doenças sistêmicas severas; - Pacientes psicóticos; - Miastenia gravis; - Esclerose múltipla; - Hérnia diafragmática; - Desordens decorrentes da deficiência B12 - Gravidez 54 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA 2- Contra-indicações locais: - procedimentos que poderão interferir com a máscara nasal; - Necessidade de se manter livre a via aérea, como por exemplo drenagem de abcesso intra-oral; - Paciente não cooperativo; - Respiradores bucais. Doenças pulmonares tais como a DPOC (ASA III e IV), efisema pulmonar embolia pulmonar ou pneumotórax são as patologias que podem ser exacerbadas pela administração do óxido nitroso. Estas complicações, são certamente reais, literatura, por serem porém na prática não são evidenciadas na insignificantes, pois estes pacientes não são submetidos a tratamento odontológico eletivo. MALAMED (1995) . MALAMED (1995 e 2003) assinala as vantagens da via inalatória, em relação as demais vias de administração: Início da Ação: Pico da ação: ORAL 30 min ORAL 60 min RETAL 30 min RETAL 60 min I.M. 10 a 15 min I.M. 30 min I.V. 20 seg I.V. 60 seg a 20 INALAÇÃO - de 20 seg INALAÇÃO 3 a 5 min 55 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA Duração da Ação: Tempo de Eliminação: ORAL 2 a 3 Hs. ORAL 2 a 3 Hs. RETAL 2 a 3 Hs. RETAL 2 a 3 Hs. I.M. 2 a 3 Hs. I.M. 2 a 4 Hs. I.V. 2 a 3 Hs. I.V. 45min a 4 Hs. INALAÇÃO 3 a 5 min – 100% INALAÇÃO Variável Titulação: ORAL Não é RETAL Não é I.M. Não é I.V. É possível INALAÇÃO É possível Eliminação do Acompanhante? Variação da Profundidade: ORAL Não varia ORAL C/ RETAL Não varia RETAL C/ I.M. Não varia I.M. C/ I.V. Variável INALAÇÃO Variável I.V. INALAÇÃO C/ S/ Os tratamentos odontológicos realizados nos países que adotam CPAD (Control of Pain and Anxiety in Dentistry), são mais efetivos, diminuem estatisticamente o risco de intercorrências de emergências médicas, e 56 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA aumentam a qualidade da saúde bucal e geral da população, pelo aumento no índice dos atendimentos, comparecimento as consultas agendadas conclusão de tratamentos curativos, e aumento da freqüência as consultas preventivas em função do controle do estresse, e da ansiedade. Embora a Técnica de Analgesia Inalatória seja ainda pouco difundida no Brasil, a sua utilização em vários países é consagrada há muitos anos e conta com o apoio científico de uma vasta literatura, garantindo sua eficácia, eficiência, segurança e confiabilidade. Luiz Alberto Ferraz de Caldas,CD Carla Gonçalves Gamba, CD Especialistas ME em Farmacologia UFLA Pós-graduados em sedação consciente Loyola University USA Board Eligible in Conscious Sedation ADSA Habilitados em analgesia inalatória pelo CFO Professores coordenadores do curso de habilitação em sedação consciente do IOPUC/PUCRj e da FOUGF Mestrandos em Odontologia, em Saúde Coletiva pela FOP- UNICAMP 57 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS : ABDELKEFI A; ABDENNEBI YB; MELLOULI F; OTHMAN TB; TORIMAN L;LADEB S; ABRAHAM – INPIJN, L; BORGMEIJER – HOELEN, A; GOTZARK, R.A. Changes in blood pressure, heart hate, and electrocardiogram during dental treatment with use of local anesthesia. J Am Dent Assoc, (116).4:531– 6, Apr 1988. ALLEN EM; GIRDLER NM, Attitudes to conscious sedation in patients attending an emergency dental clinic. Prim Dent Care;12(1):27-32, 2005. ALHO, H, METHUEN, T, PALOHEIMO M, STRID N, SEPPA K, TIAINEN J, SALASPURO, M, ROINE, R. Long-term effects of and physiological responses to nitrous oxide gas treatment during alcohol withdrawal: a double-blind, placebo controlled trial.Alcohol Clin Exp Res. Dec;26(12):1816-22 2002 AMIAN, B. Nitrous oxide Analgesia. Quint.Int., 3:25-27, 1972. ANDRADE ED. Terapêutica Medicamentosa em Odontologia. : Artes Médicas, 2001 Médicas LTDA. ANDRADE ED., RANALI J., Emergências Médicas em Odontologia, edt Artes Médicas 2002. ARORA, R. influence of pain – free dentistry and convenience of dental office on the choice of a dental practitioner: an experimental investigation. Health Mark Q. (16) .3:43 – 54, 1999. 58 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA AKROFI M; MILLER S; COLFAR S; CORRY PR; FABRI BM; PULLAN MD; RUSSEL GN; FOX MA A randomized comparison of three methods of analgesia for chest drain removal in postcardiac surgical patients. Anesth Analg ;100(1):205-9, 2005. ASKOG V E HARVALD B. Teratogenic effect of inhalation anesthetics. Nord. Med.83:498-504, 1970. BASKET PJ, WHIT NELL A: Use of etanox on the ambulance service Br Méd J 2: 41-43-1970. BARBERÍA E; FERNANDÉZ- Frías C; SUÁREZ-CLÚAl C; SAAVEDRA D. Analysis of anxiety variables in dental students. Int Dent J;54(6):445-9, 2004. BARR G., JAKOBSON JG., ÖWAL A., et al – Nitrous oxide does not alter bispectral index: study with nitrous oxide as sole agent and as an adjunct to I.V. anaesthesia. Br J Anaesth 82:827-830. 1995. BENNETTT CR.,Conscious-Sedation in dental practice, sec ed Mosby 1978. BHATT R; CHILD V; KURLI M; MUSADING M; JOHNS S; STOTT M; SANDRAMOULI S Use of inhaled nitrous oxide for minor eyelid surgery: a placebo-controlled study Orbit; 22(3):177-82, 2003.. BERGE TI Nitrous oxide in dental surgery. Best Practice Res Clin Anaesthesiol. 15:477-489, 2001. BLAIN, K. M., Hill, FJ., The use of inhalation sedation and local anesthesia as na alternative to general anesthesia for dental extractions in children. Blackwell,1963 dental patients. Pediatric Dentistry,17. (5):332 – 339, 1995. 59 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA BRASIL. Leis e Decretos. Lei n. º 5081, de 24 de agosto de 1966, que regulamenta a odontologia no Brasil. BRASIL. Leis e Decretos. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990 define a competência da Vigilância Sanitária. BRASIL. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária: Portaria dimep nO 28, de 13 de novembro de 1986 BRAND, H. S.; ABRAHAN – INPIJN, L. Cardiovascular responses induced by dental treatment. Eur. J. Oral. Sci., v.104, n.3, p.245 – 52, Jun, 1996. BRAND, H. S. et al.. Cardiovascular and neuroendocrine response during acute stress induced by differents types of dental treatment. Int. Dent. J,(45),1.:45 – 48, Feb. 1995. BRODSKY JB, COHEN EN, BROWN BW, WU ML, WITCHER CE. Exposure to nitrous oxide and neurologic disease among dental professionals. Anesthe Analg 60:297-301, 1981. BRYAN RA: The success of inhalation sedation for comprehensive dental care within the Community Dental Service. : J Paediatr Dent; 12(6):410-4, 2002 BORSATTI, M.A. Efeitos cardiovasculares provocados pela administração intrabucal de bupivacaína isolada ou associada à adrenalina precedida de diazepam (estudo duplo cego). São Paulo. Tese. FORP– USP 1999. 60 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA CAHILL,FJ.; ELLENBERGER, EA.; MUELLER, JL.; TSENG, LF.; QUOCK,RM. Antagonism of nitrous oxide antinociception in mice by intrathecally administered antisera to endogenous opioid peptides. J Biomed Sci. JulAug;7(4):299-303. 2000. CANONICO, L.A.D. ; SOARES, M.S.; ROMANO , M.M; BORSATTI, M.A. Avaliação das Respostas Cardiovasculares Durante a Fase Cirúrgica de Implante sob Anestesia Local. Dissertação para mestre em impalntodontia apresentada a Faculdade de Odontologia da USP 2002 CAVALCANTI, SL avaliação dos parametros derivados do eletroencefalograma durante a administração de diferentes concentrações de óxido nitroso, Ver bras. de Anestesiol. vol 53, N1:1-8 fev 2003. CHAIA , A.: Avaliação da Pressão Arterial, Freqüência Cardíaca, e Saturação de Oxigênio, durante as Exodontias de Terceiros Molares Inclusos Sob Anestesia Local, associada a Sedação Por Via Oral. Tese Faculdade de Odontologia da UFRJ, 2001 CHAVÉZ de Villar, Pablo; TIRREAU T., Víctor. Analgesia de la mucosa oral y piel de la cara durante la técnica de sedación consciente con óxido nitroso y oxígeno / Analgesia of the oral mucosa and facial skin during nitrous oxideoxygen conscious sedation. Odontol. Chil; 43(2):79-82, dic. 1995. CHEAM EW ET AL: The Effect of nitrous oxide on the performance of psycomotor tests: a dose-responce study, Anesthesia 50: 764 – 768 – 1995 CHANPONG B; HAAS DA; LOKER D. Need and demand for sedation or general anesthesia in dentistry: a national survey of the Canadian population. Anesth Prog;52(1):3-11, 2005. 61 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA CLARK M., BRUNICK A.,: Hand Book of Nitrous Oxide and Oxygen St Loius Mosby. 1999. CLARK M., BRUNICK A.,: Hand Book of Nitrous Oxide and Oxygen St Loius Mosby. 2003. COHEN EN. Inhalational anesthetics may cause genetic defects, abortions, and miscarriages in operating room personnel. In Controversy in Anesthesiology 47-57, 1978. COHEN EN, BELLVILE, JW e BROWN BW. Anesthesia, pregnancy and miscarriage. A study of operating room nurses and anesthetists. Anesthesiology, 35:343-347, 1971. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Resolução 51/2004. Normatiza a técnica de analgesia inalatória/sedação relativa Rio de Janeiro, 2004. COSTA VV., SARAIVA RA – ação do óxido nitroso no Sistema Nervoso Central. Estudo fisiológico como agente único e como agente coadjuvante Ver Bras de Anestesiol. 52 (3) :255-271 maio/junho de 2002. CRAWFORD A., the use of nitrous oxide/oxygen inhalation sedation with local anesthesia as an alternative to general anesthesia for dental extractions in childrem Br Dent. J; 168:395-398, 1990. De JONGH A; ADAIR P; MEIJERINK A M. Clinical management of dental anxiety: what works for whom? Int Dent J;55(2):73-80, 2005 . 62 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA DEJONG RH, EGER EI II: MAC Expanded: AD50 and AD95 Values of common inhalation anesthetics in man. Anesthesiology 42: 384,1975 De JONGH A; MAKKES PC; BROERS DL. Guidelines for the treatment of highly anxious dental patients, Behandelstrategieën voor patiënten met pathologische angst, Ned Tijdschr Tandheelkd;112(3):95-8, 2005. DUNN RUSSEL T et al: Oxygen saturation and dffusion hypoxia in children following nitrous oxide sedation, Pediatr. Dent 16:88-92 – 1993 ELI I; BAHT R; BLACHER S. Prediction of success and failure of behavior modification as treatment for dental anxiety. Eur J Oral Sci;112(4):311-5, Aug. 2004 EGER II EI : Respiratory effects of nitrous oxide . In Eger II IL nitrous oxide N2O New York Elsevier Publisshing 109- 123 1985 EGER II EL Lampe GH Wauk LZ Clinical pharmacology of nitrous oxide; an argument for its continued use. Anesthesia Analg. 71: 575-585 – 199035EGER II E., LARSON Jr.CP – anaesthetic solubility in blood and tissues: values and significance. Br J Anaestth, 36: 140-149,1964. EKER et Al : Nitrous oxide analgesia in myocardial infarction, Lancet 1: 63 – 66 , 1972. EISELE JH., Smith N. T.: Cardiovascular Effects of 40 Percent Nitrous Oxide in Human. Anesth Analg. 51:956, 1972. 63 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA ESTADO DE SÃO PAULO, Secretaria de Saúde CVS Resolução SS No 126 de 08 de setembro de 2005 ESTADO DE SÃO PAULO, Secretaria de Saúde, CVS, Portaria NO 14 de 01 de agosto de 2003 ERSKEY H., Pain terms: a list with definitions and notes on usage, Pain 6: 249:252, 1979. ESTOELTING, RK.; MILLER, RD.; As Bases de Anestesia quart ed. São Paulo Ed.Roca: 48-58 2004 EVERET G et AL, Simultaneous Evaluation of Cardio-Respiratory and Analgesia: Effects of Nitrous Oxide/Oxygen FÁBIÁN G; FEJÉRDY L; KAÁN B; FÁBIÁN C; TÓTH Z; FÁBIÁN TK Background data about the high dental fear scores of Hungarian 8-15-year-old primary school children, Adatok általános iskolás (8-15 éves) gyermekek fogászati kezeléssel kapcsolatos félelmeinek hátterérol, Fogorv Sz;97(3):128-32, 2004. FAROUX B; ONODY P; GALL O; TOURNIAIRE B; KOSCIELNY S; CLÉMENT A, The efficacy of premixed nitrous oxide and oxygen for fiberoptic bronchoscopy in pediatric patients: a randomized, double-blind, controlled study. Chest; 125(1):315-21, 2004. 64 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA FRAMPTON A, BROWNE GJ, LAM LT, COOPER MG, LANE, LG Nurse administered relative analgesia using high concentration nitrous oxide to facilitate minor procedures in children in an emergency department Emerg Med J. 2003 Sep;20(5):410-3 FLEMING P, WALKER PO, PRIESTJR. Bleomycin therapy: a contraindication to the use of nitrous oxide-oxygen psychosedation in the dental office. Gen Dent. Jul-Aug;36(4):322-6. 1998. FOLAYAN MO; IDEHEN EE; OJO OO: Identified factors in child-dentist relationship important for the management of dental anxiety in Nigerian children. Eur J Paediatr Dent;5(4):225-32, 2004. FOLEY LM: The tratament of pain in the patient with câncer,Cancer J Clin 36:194-215,1986. FOLEY J. Nitrous oxide inhalation sedation: what do patients, carers and dentists think about it? Eur J Paediatr Dent.;6(1):23-9. mar 2005. FORBES GM; COLLINS BJ. Nitrous oxide for colonoscopy: a randomized controlled study. Gastrointest Endosc; 51(3):271-7, 2000. FRABETTI,L. at al. , Cardiovascular Epinephrine in Periodontal effects Treatment . of Local Anesthesia Quintessence Int., with 1:19- 24,Jan.1992 GÁSPÁR J; TÓTH Z; FEJÉRDY L; KAÁN B; FÁBIÁN TK. Some background data about the high dental anxiety of the Hungarian population; Adatok a hazai populáció fokozott fogászati szorongásának hátteréról. Fogorv Sz;97(2):85-9, 2004. 65 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA GERHARDT RT, KINGKM, WIEGERT RS. Inhaled nitrous oxide versus placebo as na analgesic and anxiolytic adjunct to peripheral intravenous cannulation. Am J Emerg Med.: 19: 492-494, 2001. GOLDBERG AD., et al – cardiovascular effects of 50% nitrous oxide and 50% oxygen mixture. Anaesthesia, 28: 484-489, 1973 GOLDSTEIN, DS.,et al. Circulatory plasma cathecolamine cortisol, lipid, and psychological responses to a real life stress ( third molar extraccions) effects GONG FQ; LIN YM; TANG HF; GU WZ; WAN GW; KANG ML VEGF mRNA and Enos mRNA expression in immature rabbits with bleomycin-induced pulmonary hypertension. J Zhejiang Univ Sci; 5(8):995-1000, 2004 GOODMAN & GILMAN As Bases Farmacológicas da Terapêutica décima ed. McGrawHill 2003. GROSSI, SG; GENO RJ.; Periodontal disease and diabetes mellitus: A two-way relaxation ship. Ann periodontal. Chicago vol 3 1:51-61 July 1998 of diazepam sedation and of inclusion of epinephrine with the local anesthrtic. Psychoses Med, 44(3):259-272 july 1982. GUEDEL A. E. Inhalation Anesthesia. New York: Macmillian, 1953 GUIDELINES OF THE ACADEMY OF DENTISTRY Conscious sedation a valuable tool in general dentistry 2005. GUIDELINES OF THE AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRIC DENTISTRY: reference manual 2003. Pediatr. Dent : 245:75-81, 2003. 66 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA GUIDELINES OF THE ELETIVE USE OF CONSCIOUS SEDATION AND GENERAL ANESTHESIA,In Pediatic Dental Patients- 2002. GUIDELINES OF MONITORING AND MANAGEMENT OF PEDIATRIC PATIENTS DURING AND AFTER SEDATION FOR Diagnostics and Therapeutic Procedures – 2001. GUIDELINES for use for Conscious sedation deep sedation and general anesthesia for dentists ADA 2002. GUIDELINES OF THE INTERNATIONAL ANESTHESIOLOGY – Anesthesiologysts and the education of dentists( and others in anesthesia) 41(3):103-113 Limpincott 2003. GUIDELINES OF THE DENTAL BOARD OF CALIFORNIA, Matter of Proposed Regulations general Anesthesia ans Conscious sedation 2005. GUIDELINES OF THE AUSTRALIAN AND NEW ZELAND COUNCIL – New zeland College of Anesthetists and Royal Auatralian College of dental Surgeons 1992. GUIDELINES OF THE U.K National Clinical Guidelines in Pediatric Dentistry 2002. GUIDELINES OF THE PRACTICE FOR Sedation and Analgesia by non anesthesiologists - American Society of Anesthesiologists. ASA 200. GUIDELINES OF THE KENTUCKY BOARD OF DENTISTRY 2002 67 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA GUIDELINES OF THE CLINICAL POLICY BULLETINS - General Anesthesia and IV sedation for Oral and maxillofacial Surgery and dental services – 2005. GUIDELINES OF THE PENSILVANIA ABOUT: Duties of Dentists Who are Unrestricted Permitholders – 2005. GUIDELINES OF THE EUROPEAN PEDIATRIC ACADEMY: Behavioral Science/patient management Sedation/ general Anesthesia. 2004. GUIDELINES OF SCHOOL of ORAL HEALTH , Fiji School of Medicine, Suva, Fiji Islands. Sedation in Japanese dental schools. Anesth Prog;51(3):95-101, 2004. GUIDE LINES OF UK ENGLAND STANDING DENTAL ADVISORY COMMITTEE Report of an Expert Group on Sedation for Dentistry GUIDELINES FOR CONSCIOUS SEDATION IN THE PROVISION OF DENTAL CARE 2002 HODGES,BL.; GANON, MJ.; GILLESPIE, TR.; et al HAMMOND, I. & FULL, C. A. Nitrous oxide analgesia and children’s perception of pain. Pediatr. Dent.,.4,p.238-241,1984) HARDING TA; GIBSON JA. The use of inhaled nitrous oxide for flexible sigmoidoscopy: a placebo-controlled trial. Endoscopy ;32(6):457-60, 2000 . HERZBERG, MC; MEYER, MN Dental plaque, platelets and cardiovascular dideases. Ann periodontal Chicago. Vol 3, 1:151-160 – July 1998 68 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA HORKEY J., BUSTILLO F., NORTONML., - Evaluation of the effects of nitrous oxide in man. Anesth Progr. 38: 564-582, 1973 HOSHIYA,S Pratical aspects of inhalation sedation with nitrous oxide and oxygen Anesth Prog, :36 150- 168,1989. HOUGUE, D.; TERNISKY,M. & IRANPOUR, B. The response to nitrous oxide analgesia in children. J Dent. Child., 129: 133-140, 1971. HOUPT MI, Limb R, Linvingstone RL. Clinical effects of nitrous oxide conscious sedation in children. Pediatr Dent ; 26: 29-36 2004. HORKEY J., BUSTILLO F., NORTONML., - Evaluation of the effects of nitrous oxide in man. Anesth Progr. 38: 564-582, 1973. HOVAGIM et al : Arterial oxygen desaturation in adult dental pattients receiving conscius sedation,J. Oral maxilofacial Fac. Surg. 47: 936 – 939 1987 IIKHANIPOUR K; JUELS CR; LANGDORF MI, Pediatric pain control and conscious sedation: a survey of emergency medicine residencies, Acad Emerg Med;1(4):368-72,1994. IMBERTI, R. PRESEGLEIO I, IMBRIANI M, GHITTORI S, CIMINO F, MAPELLI A. Low flow anaesthesia reduces occupational exposure to inhalation anaesthetics. Environmental and biological measurements in operating room personel. Acta Anaesthesiol Scand 39:586-591, 1995. ISUYAMA E. O gás que faz rir. Ciências Hoje, p. 79agosto, 2000. 69 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA JASTAK,JT, PARAVECHIO R: Na Analyses of 1331 sedations using inhalation sedation, intravenus, or other techniques, JAM Dent. Assoc 91:1242-1249 – 1975. JASTAK JT. Nitrous oxide in dental practice. Anesth Prog.;36(1):15-20. JanFeb 1989. JORM AF; CHRISTENSEN H; GRIFFITHS KM; PARSLOWaRA; RODGERS B; BLEWITT KA. Effectiveness of complementary and self-help treatments for anxiety disorders, Med J Aust;181(7 Suppl):S29-46, 2004. KALACH N; BARBIER C; EL KOHEN R; BEGON-LOURS J; NYOMBE-NZUNGU P; SONNA M; LAURENT A; KREMP O, Evaluation de la tolérance au mélange protoxyde d'azote/oxygène (Entonox) au cours des soins douloureux aux urgences pédiatriques: à propos de 600 observations. Tolerance of nitrous oxide-oxygen sedation for painful procedures in emergency pediatrics: report of 600 cases, Arch Pediatr; 9 (11):1213-5, 2002 . KATAYAMA, Masami; PANHOCA, Rogério; VIEIRA, Joäo Lopes; RODRIGUES, Miriam M; PASCHOAL, Jorge Rizzato. Alteraçöes da pressäo no ouvido médio induzidas pelo óxido nitroso e suas implicaçöes clínicas / Middle ear pressure alterations induced by nitrous oxide and its clinical implications. Rev. Bras. Anestesiol; 42(6):397-404, nov.-dez. 1992. KAUFMAN E, WEINSTEIN P, MILGROM P: Difficulties in achieving local Anesthesia, J Am Dent Assoc 108:205-208, 1984 KIYOMITSO ,Y. et al. Blood pressure and heart rate of patients clinics. Anesth in dental Prog 36(4/5):237-238’luly/oct 1989. 70 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA KLAGES U; ULUSOY O; KIANIFARD S; WEHRBEIN H. Dental trait anxiety and pain sensitivity as predictors of expected and experienced pain in stressful dental procedures. Eur J Oral Sci;112(6):477-83, 2004 KLEINKNECHT RA., KLEPAC RK., ALEXANDER LD., Origins and Characteristics of fear of Dentistry, J Am Dent Assoc. 86:842-848, 1973. KLEINKNECHT RA.,BERSTEIN DA., The assessment of Dental fear. Behav. Ther. 9:626-634, 1978. KRUEGER TH; HELLER HW; HAUFFA BP; HAAEKE P; EXTON MS; SCHEDLOWSKI M. The dental anxiety scale and effects of dental fear on salivary cortisol. Percept Mot Skills;100(1):109-17, 2005. KUHN THOMAS in: A estrutura das revoluções científicas, Ed perspectiva pág 257,1970 . KVALE G; BERGGREN U; MILGRON P. Dental fear in adults: a meta-analysis of behavioral interventions, Community Dent Oral Epidemiol;32(4):250-64, 2004. KENT, G. Dental Phobias. In: DAVEY, G.C.L. Phobias: a handbook of theory, research and treatment. p.107-27, 1997. KENNEDY RM; LUHMANN JD; LUHMANN SJ. Emergency department management of pain and anxiety related to orthopedic fracture care: a guide 71 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA to analgesic techniques and procedural sedation in children. Paediatr Drugs; 6(1):11-31,2004. KLAGES U; ULUSOY O; KIANIFARD S; WEHRBEIN H. Dental trait anxiety and pain sensitivity as predictors of expected and experienced pain in stressful dental procedures. Eur J Oral Sci;112(6):477-83, 2004. KNOLL-KOHLER, E et al. Chances in plasma epinephrine concentration afterdental infiltration anesthesia with different doses of epinephrine. J Dent Res 68(6):1098-1101, june 1989. KVALE G; BERGGREN U; MILGRON P. Dental fear in adults: a meta-analysis of behavioral interventions, Community Dent Oral Epidemiol;32(4):250-64, 2004. KRUEGER TH; HELLER HW; HAUFFA BP; HAAEKE P; EXTON MS; SCHEDLOWSKI M. The dental anxiety scale and effects of dental fear on salivary cortisol. Percept Mot Skills;100(1):109-17, 2005. LANGA, H. Relative Analgesia in dental Practice, ed 2., Saunders, 1976. LANGA, H. "Nitrous oxide-oxygen analgesia for modern dentistry. Dent. Dig., 66:126, 1960. LAFFARGUE A; LAMBILLIOTTE A; DALMAS S; TURCK D, Nitrous oxide sedation in pediatric patients undergoing gastrointestinal endoscopy. J Pediatr Gastroenterol Nutr; 28(3):310-4, 1999 72 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA LIPPE HT. Nitrous oxide analgesia in cavity preparation. Temple Dent Rev 14:7,1944. LILIENFIELD AM LILIENFIELD DE., Foundations of epidemiology, 2 NY Oxford University Press 1980. LACASSIE, HJ; NAZAR, C; YONISH, B; SANDOVAL, P; MUIRHA; MELLADO P, Reversible nitrous oxide myelopathy and a polymorphism in the gene encoding 5,10-methylenetetrahydrofolate reductase. Br J Anaesth ;96(2):222-5, Feb. 2006 LAUTCH dental phobia Br J PsIchiatry, vol 159 1977. LITTLE JW, FALACE DA, MILLER CS., RHODUS NL., Dental Management of the Medically Compromissed patient sixty ed Mosby- 2000. LOCKER D; POULTON R; THOMSON WM. Psychological disorders and dental anxiety in a young adult population. Community Dent Oral Epidemiol ;29(6):456-63, 2001. LUHMANN JD, KENNEDY RM, PORTER FL, MILLER JP, JAFFE DM. A randomized clinical trial of conscious-flow nitrous oxide and midazolan for sedation of young childrem during laceration repair. Ann Emerg Med.; 37:20-27, 2001. MAcAFERY KA: Nitros oxide.I. historical perspective and patient selection, Compend Contin Educ Dent 10:352-356 – 1989 MCLNTYRE IG; DIXON A; Pantelides ML Entonox analgesia for prostatic biopsy. Prostate Cancer Prostatic Dis; 6(3):235-8, 2003. 73 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA MALAMED SF: Sedation a guide to patient management third ed. Mosby,ST Louis: 20-201, 1995. MALAMED,S.F. Medical Emergencies in Dental Office; fifth ed. Mosby, St Louis 2000 MALAMED SF: Sedation a guide to patient management. fourth ed. Mosby, St Louis :167 – 278 -2003. MANICA, J.Anestesiologia, Pincípios e Técnicas, 3a ed. Artmed 2004 MANIKANDAN R; SRIGAGM SJ; BROWN SC; O'REILLY PH; COLLINS GN Nitrous oxide vs periprostatic nerve block with 1% lidocaine during transrectal ultrasound guided biopsy of the prostate: a prospective, randomized, controlled trial: J Urol; 170(5):1881-3; discussion 1883, 2003. MENNERICK CK,S. JEVTOVIC -TODOROVIC,V TODOROVIC SM SHEN,W OLNEY JW And ZORUMISK,CF “Effect of nitrous oxide on excitatory and inhibitory synapticTransmission in hipocampal cultures – J Neurusci. 18: 9716 – 9717 – 1998. MEYER, F.U. Haemodynamic changes under emotional stress following a minor surgical procedure under local anesthesia. Int. J. Oral Maxillofac. Surg., (16),.6:668 – 694, Dec.1987. MARTENS LC, MARKS LA. Sedation with nitrous oxide in daily practice Rev Belge Med Dent.;58(4):257-69. 2003. 74 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA MATTILA, KJ.; NIEMENEN, MS.; VALTONEN, VV.; et al. Association between dental health and acute myocardial ifarction . Br Med ,London 298:779-782 mar 1998 MERSKEY H., Pain terms: a list with definitions and notes on usage, Pain 6: 249:252, 1979 MICHAUD L; GOTTRAND F; GANGA-ZANDZOU PS; OUALI M; VETTER- MCLNTYRE IG; DIXON A; Pantelides ML Entonox analgesia for prostatic biopsy. Prostate Cancer Prostatic Dis; 6(3):235-8, 2003. MILGRON, P., Weinstein BKleinknecht R et al. Treating fearful dental patients. Reston Va ed reston Publishing 1985. MILGROM P., et al. The prevalence and practice management consequences of dental fear in a major US city, J AM Dent Assoc. 116:641-647,1988. MILLER RD Anesthesia 1: 20-78 5th edit. Curchil Livingstone 2000. MURPHY IL, SPLINTER WM: The clinical significance of diffusion hypoxia in children Can J Anaesth 37: 540 – 1990) , ) Lamp et al: Postoperative hypoxemia after non abdominal surgery:Analg. 71: 597 – 601 1990 NATHAN JE, VENHAM LL, WEST MS, WERBBOFF J. The effects of nitrous oxide on anxious young pediatric patients across sequential visits: a double-blind study. ASDC J Dent Child. ;55(3):220-30. May-Jun1988. 75 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA NAIDU S, LOUGHLIN P, COLDWEL SE, NOONAN CJ, MILGRON P. A randomized controlled trial comparing mandibular local anesthesia techniques in children receiving nitrous oxide-oxygen sedation. Anesth Prog.;51(1):19-23. 2004. NEVIN M, PUTERBAUGH PG. Conduction, infiltration and general anesthesia in dentistry. New York, 1923. NICHOLSON, J.W. et al.. Pain perception and utility: A comparison of the syringe and computerized local injection techniques. Gen. Dent., (.2,) : 67172, Apr., 2001. NUNES RR, Cavalcante Sl, Zeferino T - Influência da clonidina na anestesia inalatória com sevoflurano em adultos. Avaliação pelo índice bispectral. Rev Bras Anestesiol,; 49:89-93. 1999. NUNN J. F., Chanarin I : Nitrous Oxide Inactivates Metionine Synthetase. In Eger EI II: Nitrous Oxide N2O, 1985. Elsevier Cience Publisher. NG SK; CHAU AW; LEUNG WK. The effect of pre-operative information in relieving anxiety in oral surgery patients. Community Dent Oral Epidemiol;32(3):227-35, 2004. NG SK; STOUTHARD ME; KEUNG LEUNG W. Validation of a Chinese version of the dental anxiety inventory, Community Dent Oral Epidemiol, 33(2):10714, 2005. OFFENBAUER, S.; KATZ, V.; FERTICK , G.; et al periodontal infections as a possible risk factor for preterm low birth weight. J. Periodontol. (supp) Chicago 67: 1103-1113 oct. 1996 76 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA OGATA J., SHIRASHI M., NAMBA T., SMOTHERS,C.T., WOODWARD,J.J., HARRIS, R.A.Effects of Anesthetics on Mutant N-Methyl-D-Aspartate Receptors Expressed in Xenopus OocytesJ Pharmacol Exp Ther. Apr 18; 2006. OPEPPERMANN, RV.; RÖSSING, CK. : Doenças periodontais; diagnóstico, tratamento e manutenção 1a Ed., São Paulo: Artes Médicas, 2002 O'SULLIVAN; BENGER J. Nitrous oxide in emergency medicine. Emerg Med J; 20(3):214-7, 2003. ORENDURFF D: Recovery from nitrous oxide sedation, Anesth. Prog. 22: 113-116 –1975. PAPAGEORGE, NOOMAN e ROSEMBERG (Papageorge MB,Noom LW,JR,Rosemberg M: Diffusion hypóxia another view Anesth Pain Control Dent 2: 143 – 149 – 1993 PARAMAESVARAN M, KINGON AM. Alterations in blood pressure and pulse rate in exodontia patients. Aust. Dent.J 39:282-286, 1994. PARBROOK GD - Therapeutic use of nitrous oxide: a review. Br J Anaesth,;366-372. 1968. PARAMAESVARAM, M.; KINGON,AM., Alterationsin blood pressure and pulse rate in exodontias patients. August Dent J, 39(5):282-286, oct. 1994. PARKHOUSE J. "Nitrous oxide analgesia in relation to mental performace".J. Pharm. Exp. Ther., n. 128, p. 44-54, 1960. 77 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA PATERSON SA, TAHMASSEBI JF. Paediatric dentistry in the new millennium: 3. Use of inhalation sedation in paediatric dentistry. Dent Update. 30(7):3506, 358. Sep; 2003. PASTERNAK,LR Outpatient anesthesia. In Rogers MC, Tinker JH,Covino BG et all: Principles and practice of anesthesiology. 1993. PEREIRA, L.H.M.C.; RAMOS, D.L.P.;CROSATO, E. Ansiedade e dor em Odontologia. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. ,(49,) .4:285 – 290, Jul/Aug, 1995. PEREIRA A.C. E COLABORADORES Odontologia em Saúde ColetivaPlanejando Ações e Promovendo Saúde. Art Med 2003 PICKERING TG. Mental stress as a causal factor in the development of hypertension and cardiovascular disease. Curr Hypertens Rep 3:249-254, 2001. RANALI J . Óxido nitroso: porque usar. APCD Jornal, São Paulo ano (36) 529:32 maio 2001. RICHEBÉ, P.; RIVAT, C.; CRETON, C.; LAULIN, JP; MAURETE, P.; LEMAIRE,M.; SIMONNET, G.; Nitrous oxide revisited: evidence for potent antihyperalgesic properties Anesthesiology;103(4):845-54, Oct.2005. ROBERTS GH. Inhalation Sedation (Relative analgesia) with oxygen/nitrous oxide gas mixtures: Principles. Dent Update, may 139-146, 1990. ROBSON, J. G. et al. "The effect of inhalig dilut nitrous oxide upon recent 78 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA memory and time estimation."Canad. Anaesth. Soc. J., 7: 339-410, 1970. RUBEN, H. Nitrous analgesia in dentistry: Its use during 15 year in Denmark. Brit. Dent J., p. 195-196, Mar. 1972. SAITOH, K; FUJITA, K.; WATANABE, K.; SUZUKI,S.; OSUGA, T.; HIRUMA, N. SAOTOME, H.; SHIGEMATSU,Y.; SHIONOYA, N.; YATAGAWA,T.; et al.dental mamagement of the medically compromised patient.a study of 162 cases.Meikai Daigagu Shigagu zasshi. 19 (3);407- 4171990 SANTOS AC, PEDERSEN H: Currente controversies in obstetric anesthesia Anesth Anal 78: 753-760 – 1994. SCANNAPIECO, FA.; COCHRAN, DL.; BLIEDEN, T.; et al. Periodontal Diseases, a Pontential Risk factor for Systemic Diseases. J Periodontol, Chicago, 69;841-850 july 1998 SAUERESSIG, F.; PAGNONCELLI, R.M.: Controle da Ansiedade na Prevenção de Lipotímias no Consultório odontológico. Ver Int Cir Bucomaxilofacial 2(7):194-198, 2004 SELDIN HM. Practical anesthesia for dentistry and oral surgery. Philadelphia: Lea & Febiger, 1947. SILVA AMADO uso de ansiolíticos e antidepressivos em cardiologia. Psiquiatria na Prática Médica – UNIFESP, 34, 2001 SING, G. Fisiologia para Odontologia, seg. ed, Ed Guanabara koogan, Rio de Janeiro;82 2005 SWEENEY B. Nitrous oxide: panacea or poison. SAAD Dig. 6:82-88, 1985. 79 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA SZYMANSKA J . Environmental health risk of chronic exposure to nitrous oxide in dental practice. Ann Agric Enbiron Med 8:119-122, 2001. SOCRANSKY, SS.; HAFFAGE, AD. The nature of periodontal. Diseases. Ann Perodontol., Chicago vol 2 (1): 03-10 , mar. 1997 SONNIS STEPHEN T.; FAZIO ROBERT FANG, LESLIE Princípios e Prática de Medicina Oral. 2 ed. Rio de janeiro Guanabara Koogan,1996. STACH, D. J. Nitrous oxide sedation: understanding the benefits and risk. American Journal of Dentistry, no. 8, p. 47 – 50, Feb. 1995. STåHLNACKeE K; SöDERFELDT B; UNELL L; HALLING A; AXTELIUS B. Changes over 5 years in utilization of dental care by a Swedish age cohort. Community Dent Oral Epidemiol;33(1):64-73, 2005 STOELTING RD: Pharmacology and Physiology in anesthetic Practice Ed 2 Philadelphia JB Lipincott 1991. SU F; WEI X;CHEN X;HU Z;XU H: Clinical study on efficacy and safety of labor analgesia with inhalation of nitrous oxide in oxygen Zhonghua Fu Chan Ke Za Zhi; 37(10):584-7,2002. TAKARADA T; KAWAHARA M; IRRIFUNE M; ENDO C; SHIMIZUY; MAEOKA K; TANAKA,C;KATAYAMA,S: Clinical recovery time from conscious sedation for dental outpatients.Anesth,Prog;49(4):124-7,2002. 80 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA TARANTINO F, FRANCHINID, PASQUALOTTO G. Conscious sedation with nitrous oxide in minor oral surgery patients: one year's experience.. Attual Dent. 1988 Dec 11;4(43-44):23-5. THORNTON JA., FLEMING JS TOMPSON PL,LOWN B: Nitros oxide as na analgesic in accute myocardial infarction JM Med Assoc.235: 924-927,1976. TOUYZ LZ; LAMONTAGNE P; SMITH BE: Pain and anxiety reduction using a manual stimulation distraction device when administering local analgesia orodental injections: a multi-center clinical investigation. J Clin Dent;15(3):8892, 2004. TRIEGER . N.,, Objective Measure of Recovery-1969. TRIEGER N., Pain Control Year Book sec. ed Mosby 1994. YAGIELA, JA NEIDLE EA & DOWD,FJ Pharmacology and Therapeutics for Dentists, Fourth ed.St Louis Mosby- 2000 VAISMAN AI Working conditions in surgery and their effect on the halthe of anesthesiologists. Eksp. Jgur.Anesteziol., 3:44-49, 1967. VANGNE, KT; RAADAL M. Five years evaluation of nitrous oxide sedation in dentistry. Nor Tannlaegeforen Tid.;101(1):2-8. Jan 1991. VASSEND, O. Anxiety, pain and discomfort associated with dental treatment.Behav. Res. Ther., v.31, n.7, p.659–666, 1993. 81 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA VEERKAMP (1995) (Veerkamp JS et al: Anxiety reduction with nitrous oxide: a permanent solution? J Den Child 62:44-48 1995 VENABLES H, CHERRY N, WALDRON HÁ, BUCK L, EDLING C, WILSONHK. Effects of trace levels of nitrous oxide on psychomotor performance. Scand J Work Environ Health 9: 391-396. WATERS,BG. Provinding treatment for patients with cardiovascular disease. Ont Dent; 72(6):24-6, 28-32, Jul-Aug 1995. WEBER, NC; TOMA, O; AWAN, S; FRÄSSDORF, J; PREKEL, B; SCHLACK, W Effects of nitrous oxide on the rat heart in vivo: another inhalational anesthetic that preconditions the heart? Anesthesiology 103(6):1174-82, Dec 2005 . WEINSTEIN P, MILGROMILGROM P, RAMSAY DS. Treating dental fears using nitrous oxide oxygen inhalation and s y stematic desensitization. Ge Dent.1988 Jul-Aug;36(4):322-6 WIESNER G, HARTH M, HOERAUF K, SZULC R, JURCZYK W, SOBCZUNSKI P, HOBBHAHN J e TAEGER K. Occupational exposure to inhaled anaesthetics: A follow-up study on anaesthetists of an eastern European University hospital. Acta Anaesthesiol. Scand 44:804-806, 2000. WILSON, S. "Patient monitoring in the conscious sedation of children for dental care". Curr. Opin. Dents., 1: 570-76, 1991. 82 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA ZHANG, G.; XUE, Z.; XU, L .; JU, Y. ; Hemodynamic changes during inhalation sedation 50% nitrous oxide in dental extraction on essential hypertensive patients. Zhonghua Kou Qiang Yi Xue Za Zhi, (5) 358: 360, sep. 2002 ZIGMOND MJ, BLOOM F., LANDIS SC, ROERTS JL, SQUIRE LR. Central control of autonomic functions. In Fundamental Neuroscience, Academic Press, San Diego, USA, 2000. 83 LUIZ ALBERTO FERRAZ DE CALDAS CARLA GONÇALVES GAMBA 84