revista 26.pub - Associação Espírita Paz e Luz
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revista 26.pub - Associação Espírita Paz e Luz
Ano 4 - nº 26 - Janeiro | Fevereiro | Março de 2013 - Revista trimestral Pereira Neto, 1737, bairro Camaquã, Porto Alegre/RS http://www.pazeluz.org.br [email protected] Nesta edição: •Notícias •Perguntas dos leitores •Entrevistas Leia também: “A vida depois da morte” Revisão e edição DECOM Paz e Luz: [email protected] Distribuição gratuita - depois de ler, passe adiante! www.pazeluz.org.br [email protected] Quer colaborar conosco? Mande seu texto para avaliação: [email protected] O texto será avaliado quanto à coerência doutrinária e linguística e nos reservamos o direito de adequá-lo às normas da publicação. PROGRAMAÇÃO PERMANENTE PALESTRAS E PASSES Terça-feira: SEAV 14.30 h Sexta-feira: 20 h Sábado: 15 h ATENDIMENTO FRATERNO Terça-feira: 14.30 h Sexta-feira: 20 h Urgências: dirigir-se à secretaria PALESTRAS E DESOBSESSÃO Quarta-feira: 15 h e 20 h DAFA = Grupos Pais, Idosos DAPSE = Clube do Tricô DIJ = Evangelização infanto-juvenil DEDO = Grupos de estudo ORIENTAÇÃO ESPIRITUAL Sexta-feira: 19.20 h Sábado: 14.20 h CIEDE/ESDE/EPM Editorial Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida – aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: as perdas do ser humano. Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta – sozinhos, podem dizer alguns. Começamos a vida em perda, e nela continuamos – dizem outros. Porém, paradoxalmente, se notarmos bem, e se nos atrevermos a ver tudo isso sob um outro ponto de vista, um ponto de vista mais otimista, quem sabe, descobriremos algumas coisas como: no momento em que perdemos algo, novas oportunidades nos surgem; ao perdemos o aconchego do útero, ganhamos os braços do Mundo. Ele nos acolhe, nos assusta e nos encanta, nos destrói e nos eleva. E continuamos a perder... E seguimos a ganhar. Perdemos a inocência da infância, e ganhamos a confiança absoluta na mão que segura nossa mão. Ganhamos a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair. Perdemos a inocência da infância, e adquirimos a capacidade de questionar: por quê? Perguntamos a todos e de tudo. Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer, renascer. Cada nova fase revela perdas. Cada nova fase aponta novos ganhos. A vida é obra encantadora do Criador. Nada nela existe por acaso. Nada funciona ou acontece sem seguir uma lei maior, uma razão. Nem mesmo a tão temida “morte” deve ser considerada como oposto de “vida”. O que chamamos de morte é apenas uma entrada para outra estação da mesma vida. Assim, quando achamos que “perdemos” pessoas que amamos, deveríamos enxergar que “ganhamos” um grande amor, e este nunca se perderá. Cada pessoa que entra em nossa vida, e que nela permanece através do amor, nunca mais estará distante. Que ganho maravilhoso este! Que certeza esperançosa, revolucionária. A vida não começa em perda, começa em “oportunidade”. Nascer é ganhar nova chance de seguir adiante. Nova chance de descobrir, de conhecer e de amar. Quem ama nunca perde. Quem doa nunca fica sem. O Espírito Fénelon, na obra O evangelho segundo o espiritismo, traz uma importante reflexão. Diz-nos ele: “Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal (...) Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos Mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser.” (Redação do Momento Espírita com base no cap. V de O Evangelho Segundo o Espiritismo) Eloci Gloria de Mello Editora | DECOM A VIDA DEPOIS DA MORTE Marcela Buscato Novos estudos mostram que o luto é um processo mais complexo – e muitas vezes mais rápido – do que se imaginava. De onde vem a força do ser humano para superar a dor? Marilena Fernandes achava que estava começando a redescobrir a vida, nove anos depois da morte do marido, quando um acidente de carro lhe roubou o filho Paulo, de 20 anos. Ela decidiu abrir as cortinas de casa e enchê-la de flores. Não queria que os três outros filhos levassem uma vida amargurada. Desde então – e lá se vão cinco anos – desfila suas alegrias e tristezas todo ano em uma escola de samba. Alice Quadrado transformou o pesar causado pela morte da filha Eliana, aos 25 anos, em vontade de ajudar. Percebeu quanto outros pais que passavam por essa situação se sentiam sozinhos. Fundou a associação Casulo, onde uns apoiam os outros e encontram forças para seguir em frente. “Foi a maneira que encontrei para dar significado a algo de muito ruim”, diz. Marilena e Alice descobriram o que existe além de uma das piores dores a que os seres humanos estão sujeitos: perder um filho. “Já enterrei amigos, irmãos, mãe. Nada se compara à perda de uma filha”, diz Ana Cristina de Freitas Rocha, de 57 anos, mãe de Tatiana. A jovem de 20 anos morreu em 2005, de uma infecção generalizada diagnosticada tarde demais. “Essa dor é hors-concours”, diz Ana Cristina, usando uma expressão francesa que significa “fora de competição”. É justamente essa avalanche de sentimentos, que atinge quem perde alguém amado, que os cientistas têm tentado revolver. A quem viveu grandes tragédias pessoais, fizeram a mesma pergunta que nos ocorre ao conhecer histórias como as descritas nesta reportagem: como é possível superar a dor que tanto tememos? Nós seríamos capazes? Há bons motivos para acreditar que sim. “Somos mais fortes do que pensávamos”, afirma o psicólogo americano George Bonanno, pesquisador da Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos, e referência no estudo de fenômenos ligados à morte. Em seu livro The other side of sadness (O outro lado da tristeza, ainda sem tradução no Brasil), Bonanno compilou uma série de estudos recentes que obrigaram os especialistas a repensar o que se sabe sobre como reagimos à morte. Esses estudos parecem mostrar que a maior parte das pessoas consegue se refazer de uma perda rapidamente, às vezes em questão de semanas. E sugerem que não existe um roteiro de emoções a serem sentidas para que a superação aconteça. No depoimento da página 84, Ana Carolina de Oliveira, a mãe da menina Isabella Nardoni, relata como cada membro da família superou de forma diferente a perda da menina. Até recentemente, a teoria mais difundida para explicar a reação humana à morte era a dos “cinco estágios do luto”, desenvolvida pela psiquiatra suíça Elizabeth Kübler-Ross, em 1969. Ela apregoa que, até superar uma perda, as pessoas enlutadas passam por fases sucessivas de negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Essa teoria entrou até para a cultura pop: foi tema de um episódio recente do seriado americano Grey’s anatomy e serviu como conteúdo ilustrativo para demonstrar o funcionamento do novo aparelho da Apple, o iPad. KüblerRoss teve o mérito de chamar a atenção para um assunto até então ignorado, mas seu pioneirismo não foi seguido pela publicação de novos estudos. Na década de 90, a geração de novatos à qual pertencia Bonanno notou as lacunas no conhecimento sobre o luto e desencadeou uma onda de estudos. “Chegamos a conclusões surpreendentes, simplesmente porque fizemos perguntas básicas que ninguém tinha feito”, diz Bonanno. Percebeu-se que os escassos estudos anteriores eram feitos com voluntários que haviam procurado ajuda de psiquiatras e psicólogos – logo, tinham mais dificuldades que a média para lidar com o luto, o que distorcia os resultados. O próprio modelo dos cinco estágios do luto é um exemplo. Kübler-Ross tinha desenvolvido sua teoria observando o comportamento de pacientes com doenças terminais, o que não corresponde necessariamente à reação a outros tipos de morte. Mesmo as fases de negação, raiva, barganha, depressão e aceitação foram definidas a partir da interpretação subjetiva de Kübler-Ross e seus colegas das entrevistas com os pacientes. Até o fim da vida, em 2004, Kübler-Ross disse que sua pesquisa não havia sido bem entendida e que nunca dissera que essas cinco fases se aplicam a todos os casos nem que eram nitidamente separadas. Mas, ante a vontade de entender a inquietação humana diante da morte, sua teoria era irresistivelmente simplificadora. Os novos estudos, com uma gama mais ampla de pessoas, concluíram que há outras maneiras de lidar com a morte de quem amamos. “Cerca de metade das pessoas lida muito bem com a perda e volta à vida normal em semanas”, diz Bonanno, que analisou uma série de levantamentos para chegar a essas estatísticas de referência. “Outros 25% sofrem por um período maior, que pode durar de alguns meses até um ano. Cerca de 15% desenvolvem graves dificuldades que afetam a convivência social e o desempenho no trabalho.” A morte de 3 mil pessoas nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, teve um papel inesperado no novo entendimento da ciência sobre a morte. O trauma redespertou o interesse da ciência pelo tema e impulsionou uma série de estudos que acompanharam a recuperação dos moradores de Nova York. Os resultados foram surpreendentes. Apenas seis meses após a tragédia, 65% das pessoas entrevistadas mostravam-se emocionalmente equilibradas. Essa taxa era alta até entre aquelas que perderam um amigo ou um parente na tragédia: 54% não tiveram a saúde emocional abalada, 35% já tinham se recuperado depois de desenvolver algum tipo de trauma e apenas 11% ainda enfrentavam dificuldades para se recuperar. As proporções, semelhantes àquelas encontradas por Bonanno e seus colegas em seus primeiros estudos, ajudaram a consolidar o nome que se deu ao outro lado da tristeza: resiliência. Os que ilustram esta reportagem fazem parte dessa maioria à qual os especialistas chamam de “resilientes”. O termo, emprestado da física, traduz em sentido figurado o que ocorre com quem supera uma perda: é a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original depois de sofrer um impacto. Isso não significa que não houve sofrimento ou que foi fácil. Em comum, os resilientes têm a decisão de continuar a viver – conscientemente, como Ana Cristina, ou de forma inconsciente, como Maria de Fátima Ferreira, que enfrentou um câncer de mama na mesma época da morte do filho Francesco, de 21 anos, em 2004. “As pessoas achavam que eu não ia aguentar. Eu achava que ia morrer junto”, diz. Mas ela venceu. Há quatro meses foi declarada curada pelos médicos. Os cientistas acreditam que somos capazes de reações como a de Maria de Fátima – inexplicáveis até para ela – porque já nascemos dotados dessa capacidade de superação. Nossos genes e circuitos cerebrais teriam sido programados, ao longo de milhares de anos de evolução, para contornar o abalo provocado pela morte de pessoas com quem temos fortes vínculos emocionais. A depressão, descrita por Maria de Fátima e por outros milhares de pessoas que viveram uma tragédia, faria parte dessa estratégia. A tristeza causa uma sensação de torpor: o mundo parece estar em câmera lenta; perdem-se a fome, o desejo sexual e a vontade de viver. Essa prostração nos impediria de tomar decisões e atitudes que coloquem a própria sobrevivência em risco durante esse período. Hoje, essa função da tristeza pode parecer banal. Mas, quando nossos antepassados eram nômades, até 10 mil anos atrás, a sensação de torpor era uma questão de sobrevivência. Podia impedir que alguém entrasse por impulso em uma disputa por comida e apenas no decorrer dela se lembrasse de que seu parceiro não estaria por perto para lhe dar apoio. O período de depressão corresponderia ao período de atualização de nossos circuitos cerebrais a essa nova realidade. A prostração soa como uma estratégia ruim de sobrevivência para nossos antepassados, às voltas com a luta diária pela vida. Mas, se ela for contrabalançada por oscilações entre depressão e otimismo, passa a fazer sentido. Quem já enfrentou a morte de alguém próximo sabe que o luto não é tristeza 24 horas por dia, sete dias por semana. Há dias em que mergulhamos no mais profundo pesar. Em outros, a vida parece ter voltado ao normal e há até momentos de genuína alegria. A teoria dos cinco estágios do luto, mostram os estudos recentes, é insatisfatória, definindo como lineares fases que são, na verdade, cíclicas. Se o luto não é necessariamente tão sofrido quanto se imaginava, se a maioria consegue superar bem uma perda, por que algumas pessoas enfrentam tanta dificuldade? Os 15% estimados por Bonanno passam anos vivendo como nos primeiros e mais difíceis momentos do luto. Essas pessoas não conseguem retomar a vida. Vivem para a dor, em uma espécie de luto crônico, chamado pelos especialistas de “luto patológico” ou “luto complicado”. Além de prejudicar a qualidade de vida, ele aumenta os riscos de desenvolver desordens como depressão grave e transtornos de ansiedade. Um estudo da Universidade Yale, nos Estados Unidos, mostrou que esses enlutados crônicos correm um risco sete vezes maior de se suicidar. A psicóloga americana Mary-Frances O’Connor, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, deu um passo importante na investigação das causas do luto complicado. Ela pediu a mulheres que haviam perdido a mãe ou a irmã por câncer de mama que fizessem um exame de ressonância magnética enquanto observavam uma fotografia do parente que haviam perdido. Áreas do cérebro associadas à sensação de dor eram ativadas tanto nas voluntárias resilientes quanto nas que tinham sintomas de luto prolongado. Mas nas mulheres que não conseguiam superar o luto também era ativada uma área do cérebro ligada ao sistema de recompensa, o responsável pela sensação de prazer, chamada “núcleo accumbens”. “Isso significa que as pessoas resilientes parecem processar a perda de uma maneira rápida e eficaz”, afirma Mary-Frances. Os pesquisadores acreditam que os genes que regulam nossas respostas ao estresse ajudam a determinar se uma pessoa terá uma personalidade mais ou menos sensível a situações que geram ansiedade. Um desses genes, conhecido por 5HTT, está associado à fabricação da molécula que bombeia para os neurônios a serotonina – substância que transmite as informações entre as células do cérebro. Há duas versões desse gene. Uma produz mais moléculas transportadoras de serotonina, o que estaria ligado a uma personalidade mais estável e equilibrada. A outra versão aumentaria a excitabilidade da amígdala, uma área do cérebro associada ao medo e às emoções. “Mais de 50 estudos já avaliaram esse gene e 70% deles mostraram que uma das versões torna a pessoa mais sensível a situações estressantes”, afirma a psicóloga Terrie Moffitt, pesquisadora da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e autora de alguns desses estudos. O 5HTT, sozinho, não explicaria tudo. Há no mínimo dezenas de outras variações genéticas que contribuem para nosso limiar de ansiedade. E os fatores ambientais são determinantes. “A reação de uma pessoa à morte sempre depende do contexto”, afirma a psicóloga Cristina Moura, pesquisadora da Universidade de Brasília. Por exemplo, a distância física da pessoa morta ou a surpresa por uma morte repentina e inesperada. O luto complicado pode vir a ser incluído pela Associação Americana de Psiquiatria na lista de doenças reconhecidas pela entidade, em uma revisão a ser publicada em 2013. O principal obstáculo é a dificuldade de distingui-lo do luto “comum”. Em ambos, há falta de energia, crises de choro, perda de apetite, tendência ao isolamento. A diferença é que nos casos patológicos esses sintomas vão se agravando. “Esse reconhecimento é importante porque as pessoas precisam entender que o luto prolongado é um problema específico e precisa de tratamento especializado”, afirma a epidemiologista Holly Prigerson, coordenadora da equipe do Dana-Faber Cancer Institute, que está estudando uma forma de definir claramente o que é o luto prolongado. Holly toca em um ponto ainda delicado para a ciência do luto: até que ponto uma pessoa enlutada precisa de ajuda psicológica para seguir adiante? A teoria dos cinco estágios do luto, que influenciou e ainda influencia especialistas, levou pessoas que estavam reagindo de maneira natural a ser vistas como problemáticas – e compelidas por parentes e amigos a buscar tratamento psicológico. O assunto é polêmico, mas alguns pesquisadores acreditam que há casos em que a terapia pode fazer mais mal que bem. Alguns estudos mostraram que pacientes que haviam lidado bem com o luto e começaram uma terapia passaram a acreditar ser insensíveis – afinal, não sofriam como as pessoas achavam que eles deveriam. Outros começaram a se questionar se realmente queriam bem a quem morreu. Todos se sentiam na obrigação de sofrer e se empenharam na tarefa. Com base nesses estudos, o psicólogo Scott Lilienfeld, da Universidade Emory, nos Estados Unidos, incluiu a terapia para casos de luto em uma lista de tratamentos potencialmente perigosos. “Se há a possibilidade de a terapia suscitar efeitos negativos, é melhor implementá-la com precaução”, escreve Lilienfeld em seu artigo na publicação científica Perspectives on Psychological Science. A metodologia das pesquisas que levaram Lilienfeld a essa conclusão é discutível. Muitas não especificam qual linha de terapia foi foco do estudo nem quais eram os parâmetros para estabelecer se o paciente melhorou ou piorou. Como em todo tratamento psicológico, o resultado depende da disposição do paciente. “Nenhuma terapia é eficaz se a pessoa acredita que não precisa de ajuda e não coopera. Nem todo mundo precisa de ajuda”, diz a psicóloga Maria Júlia Kovács, coordenadora do Laboratório de Estudos sobre a Morte da Universidade de São Paulo. Também existem estudos em favor da terapia. O psicólogo Julio Peres é um dos poucos no Brasil a estudar seus efeitos sobre o cérebro de pessoas que passaram por situações traumáticas. Ao submeter 16 pacientes a tomografias, após oito sessões de terapia, Peres percebeu que a atividade cerebral, enquanto eles recordavam a experiência, havia aumentado no córtex pré-frontal e diminuído na amígdala. As conclusões são significativas porque o primeiro é a área do cérebro encarregada do raciocínio lógico e da categorização das experiências e a segunda está relacionada a nossas respostas emocionais. “As terapias de fala, como a cognitiva e a psicanalítica, obrigam a pessoa a organizar suas experiências”, afirma Peres. “É como puxar a ponta de um novelo de lã.” Falar da dor – e estudar como reagimos a ela – ajuda a nos tornar mais tolerantes à presença da morte a nossa volta. Matéria publicada na Revista Época, em 21 de março de 2010. Leila Henriques* comenta Chamou-nos a atenção nesta notícia um termo que já tínhamos visto, sem pararmos para refletir sobre ele: RESILIÊNCIA. E fomos procurar, agora com mais atenção, o seu significado: “Resiliência surgiu na física e significa a capacidade humana de superar tudo, tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades. É trabalhado em todas as áreas, como saúde, finanças, indústria, sociologia, e psicologia. Embora seja um assunto muito recente entre nós, já é trabalhado há anos na América do Norte, com sucesso”. A física nos diz que resiliência é a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original depois de sofrer um impacto. Estudos mostram que todo ser humano traz em si essa capacidade de resiliência, mas nem todos de forma igual. Enquanto uns superam sozinhos o impacto de seus sofrimentos, outros precisam de ajuda externa para essa superação. Fátima Salgado, em seu artigo “A resiliência na visão espírita” (p. 8 dessa publicação), nos lembra que Joanna de Ângelis, no livro O despertar do Espírito (p. 173), nos esclarece que “essa força para o crescimento, haure-a ele (o espírito) na realidade de si mesmo, ínsita nos painéis profundos da sua essencialidade”. Entendemos, com Joanna, que, ao nos criar, a Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas, providenciou-nos essa “resiliência” que agora os Cientistas descobrem e analisam. Mas este Criador fez algo mais: não nos deu apenas a capacidade de voltarmos à nossa condição anterior ao impacto sofrido. Ele nos deu a condição de voltarmos transformados pela experiência, pois colocou em cada experiência que suas criaturas deveriam viver o objetivo de algo ensinar, proporcionando o ensejo de mudar o que precisa ser mudado com a nova noção aprendida. O Espírito é um resiliente que volta à forma anterior, mas que jamais esta forma será a mesma, pois estará modificada pela lei do progresso, que é a que “detona” a transformação observada na “volta” do resiliente. Muito interessante essa abordagem da vida depois da morte, porque este assunto sempre nos remete aos problemas ou experiências vivenciadas pelo Espírito que desencarnou. Mas aqui o foco não é aquele que se foi, mas aquele que ficou depois que viu partir, pelas portas do que convencionou-se chamar de morte, um ente muito caro. É a abordagem da dor e do espanto ao se constatar a transitoriedade da vida física, embora ela assim o seja para todos nós, mas sempre achamos que não deveria ser para os que amamos. Sempre temos que correr para a Doutrina Espírita quando o assunto é MORTE, pois não há maior autoridade no assunto do que ela. Mas para sermos fiéis aos seus ensinos, teríamos que desdobrar toda a codificação aqui, o que não é o caso. Assim, obedecendo à característica deste trabalho, que é abordar de forma leve e resumida, à luz do Espiritismo, um assunto veiculado na mídia, vamos ficar com apenas uma pequena definição do Espírito Meimei, passada a nós pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier: “A morte é uma ilusão entre duas expressões da mesma vida”. É tão bela e profunda essa conclusão de Meimei, que merece a nossa reflexão. * Colabora na divulgação da Doutrina Espírita na Internet. (Fonte: http://www.espiritismo.net/content,0,0,1575,0,0.HTML) MEU FILHO NASCEU DOENTE. CASTIGO OU OPORTUNIDADE? Para alguns, filhos podem representar um enorme problema e obstáculo frente à essa vida moderna e corrida. Para muitos, é o sonho dourado, o complemento do casamento. Em diversas situações, a espera do nascimento de um bebê é coroada de expectativas e desejos. Cria-se uma atmosfera diferente, uma alegria que não existia, relações familiares estremecidas são relevadas, pessoas se aproximam, o clima de festa toma conta da família. A grande maioria destas gestações irá transcorrer sem problemas até o final, veremos o reencarne de milhares de espíritos, que voltam a encontrar antigos companheiros de jornada, todos juntos novamente rumo ao árduo caminho da libertação espiritual, da superação de nós mesmos. Uma minoria, porém, permanece com um gosto amargo na boca, um desapontamento profundo ao constatar que o recém-chegado dos planos espirituais possui um problema de saúde. A pergunta feita pelos pais que fica no ar, solicitando resposta, é sempre a mesma: - Por quê? Como essa criança inocente, que não pediu pra nascer, pode apresentar uma doença tão grave? A resposta, que nem sempre agrada, mas que esclarece é que na verdade nossos filhos não são seres angélicos que nascem ternamente pela primeira vez, sem máculas e sem manchas. E a maioria deles pediu, implorou pelo renascimento, enxergando nesse processo algo natural que nos permite a todos evoluir, crescer. Assim como nós, pais, eles carregam a marca indelével dos acertos e dos erros no corpo espiritual. Dr. Hernani Guimarães Andrade, em 1958, publicou um dos destaques de toda a sua obra: a Teoria do Modelo Organizador Biológico, falando da natureza do Espírito e do corpo bioenergético. Nessa teoria, ele brilhantemente explica que tudo que fazemos enquanto encarnados, produz alterações energéticas no nosso corpo espiritual. Essas modificações podem ser positivas ou negativas, dependendo da intenção dos nossos atos. Ao renascermos essas alterações negativas precisam ser drenadas para nosso corpo físico. Isso não necessariamente acontece ao renascer, pois podemos drenar essas energias durante nossa vida enquanto encarnados através do amor, da fé, da caridade, etc... Porém em alguns casos, há a necessidade de verter para a carne energias deletérias ao corpo espiritual, inoculadas em nosso psicossoma por nós mesmos e pelos nossos pensamentos e atitudes inconsequentes. Nesse processo temos as crianças que nascem com doenças e em alguns casos essa doença é incompatível com a vida. Qual o propósito disso? Porque então deixar reencarnar um espírito se ele não poderia usufruir de uma vida normal e isso traria tanto sofrimento para a família? Já não basta a agonia do dia a dia, as dificuldades financeiras, de trabalho, os relacionamentos desarmonizados? É de João Evangelista a célebre declaração: "Deus é amor" (I Jo.4.8). Seria possível que esse Deus de amor permitisse que uma criança nascesse com um defeito congênito que incompatibilize a vida e outra criança, nascida no mesmo hospital, no mesmo dia, às vezes recebendo os cuidados do mesmo médico, viesse à vida de forma perfeita e sem problemas? Para quem acredita em uma vida somente, que iniciamos e terminamos nossa caminhada em uma única existência, só existe uma saída, ou não acreditamos em Deus, ou ficamos muito desapontados com ele. Porém, a lógica do universo, da natureza perfeita, da criação micro e macrocósmica que ainda foge ao nosso entendimento nos faz acreditar na superioridade divina, no Deus misericordioso, amoroso, no Pai. Somente a reencarnação explica esses dilemas. Somente a evolução contínua esclarece isso, mostrando que a criança nascida com defeitos congênitos necessitava daquilo para a resolução de graves lesões no corpo espiritual, e a família precisava dessa provação, não para sofrimento ou castigo, mas para crescer na fé e no entendimento, na humildade e na união, buscando sentidos para a vida atual que não sejam as coisas materiais. Por tudo daí graças, dizia o apóstolo Paulo. Por mais difícil que seja, sempre temos a escolha de sermos positivos, gratos e esperançosos de que tudo vem para o bem. Adotando essa conduta podemos deixar nossa existência mais leve e seguirmos em frente, entendendo que um dia tudo passará, toda dor, toda tristeza, tudo passará. Paz e luz! (Fonte: Medicina e Espiritualidade http://medicinaespiritual.blogspot.com/) A RESILIÊNCIA NA VISÃO ESPÍRITA A edição 1852 da Revista VEJA (1) , de 5 de maio de 2004, na seção Páginas Amarelas, entrevista a professora Andréa Salgado que, no fim do ano passado, teve suas duas pernas decepadas com a colisão de uma lancha com o banana boat em que passeava em uma praia do litoral fluminense. O acidente por si só uma tragédia, agrava-se pela impunidade já que os responsáveis até hoje não respondem pelo crime de lesão corporal grave. Acrescente-se a tudo isso a transformação radical a que foi sujeita, aos 33 anos, casada e mãe de 2 filhos de 4 e 7 anos. Hoje está treinando para andar com as pernas artificiais. Conta ainda a reportagem que seis meses após o acidente, a professora mantém o otimismo. Perguntada sobre a origem desse ânimo ela confessa não saber que tinha essa força toda. Atribui a Deus e ao apoio da família e que no início foi ela quem deu força para o marido e os filhos. Decidira não viver lamentando o que perdera e sim o que ganhara, ou seja, a vida. Estar viva para ela foi uma vitória, ainda que sem as pernas. Mas o que esse fato tem a ver com a resiliência do título? A imprensa leiga está timidamente abordando esse tema. Recentemente a revista Cláudia (abril 2004) fez uma boa matéria sobre o assunto e o encarte da Folha, Sinapse, de 27 de Abril de 2004, também fez algumas referências, ainda que pequenas. Tive meu contato com a resiliência ao estudar o estresse docente, para minha dissertação de mestrado, buscando entender por que alguns professores sabiam lidar com as adversidades da profissão enquanto outros sucumbiam diante das mesmas. Na tentativa de entender essa variação de comportamento, aprendi que existe um fator importante que faz a diferença. Atribuem os estudiosos à personalidade mais resistente ou não ao estresse. Os professores que não se deixavam abater apresentavam certas características que compunham a personalidade resiliente. A resiliência é caracterizada por um conjunto de atitudes adotadas pelo ser humano para resistir aos embates da vida. O termo vem de uma propriedade da Física sobre a capacidade que os corpos têm de voltar à sua forma original, depois de submetidos a um esforço intenso. Fazer a simples transposição da Física para a Psicologia não é possível porque, aplicado aos seres humanos, o conceito se destaca exatamente pela capacidade do indivíduo dar a volta por cima das situações de risco e voltar TRANSFORMADO, crescendo com a experiência. A análise dos comportamentos leva à ideia de que todo ser humano traz dentro de si essa capacidade inata. Alguns a estimulam por si mesmos sobrepujando guerras, maus tratos, conflitos diversos. Outros precisam de ajuda externa, seja de comunidades religiosas ou não, da família ou de terapeutas para ajudá-los a criar os fatores de proteção que suavizam os fatores de risco. Ou seja, são as forças internas e externas que contribuem para minorar esses fatores de risco. E a essa força chama-se resiliência. Assim diz-se que um indivíduo é resiliente quando consegue superar (e não necessariamente eliminar) as adversidades, encontrando forças para aprender com elas. A forma como lidamos com os agentes estressores é que determinaria o grau de resiliência alcançado. O ser resiliente não foge das opressões e consegue neutralizar seus efeitos sem que necessariamente as mesmas sejam afastadas ou diminuídas. Como exemplo, citamos os sobreviventes dos campos de concentração que, apesar de todas as adversidades, ainda encontraram dentro de si mesmos força para resistir, sem que tenha havido redução da exposição ao risco. Voltando ao comportamento da jovem e bonita professora percebemos sua atitude resiliente quando demonstra uma força, uma coragem que, como dissemos, existe latente no ser humano e que emerge diante das situações difíceis. Ora cria seus próprios fatores de proteção, ora utiliza os externos (Deus e a família). Destaque-se aqui o elo com a religião não para servir de fuga psicológica mas para ajudar no enfrentamento dos conflitos. Na visão espírita, o conceito de resiliência se alarga porque ao depararmos com as diferenças de personalidade para justificar a maneira mais fácil ou difícil, de lidar com as adversidades, vamos ao encontro do conceito do espírito eterno, milenar, que atravessa as eras em aprendizado contínuo. Conhecedores de que nosso planeta abriga seres em diversas escalas de evolução e que os mais adiantados servem-nos de exemplo para nosso próprio crescimento, fica mais fácil entender porque alguns são mais fortes e descobrem em si mesmos a força para lutar. Jesus já não dizia que só teríamos o fardo que aguentamos suportar? Por isso, a professora, apesar de toda luta, serve de exemplo para tantos outros: “Muita gente me procura para dizer que recuperou a vontade de viver depois de conhecer minha história. Isso me deixa contente e me dá mais força ainda para prosseguir.”Joanna de Ângelis, no profundo livro O Despertar do Espírito (2), p.173, nos esclarece que “essa força para o crescimento, haure-a ele (o espírito) na realidade de si mesmo, ínsita nos painéis profundos da sua essencialidade”. Andréa Salgado, a professora, revela como encontra forças (p.13): “Como não posso voltar atrás, tenho de dar a volta por cima. Quando vejo que estou ficando triste, digo a mim mesma: levanta essa cabeça!” Esse comportamento exemplifica como o sofrimento pode ser modificado “mediante a coragem de os defrontar e trabalhá-los corajosamente com os instrumentos da realidade”. (3) A teoria da resiliência defende a capacidade individual do ser humano de aprender a trabalhar comportamentos que reduzam a ação dos agentes estressores, admitindo que a personalidade pode mudar sua maneira de ser, se a ela forem dadas as ferramentas adequadas para a construção do novo indivíduo. Ao entender que o ser humano pode ser modificado para melhor, a teoria da resiliência se aproxima do conceito espírita de evolução espiritual. Ser resiliente também implica em aceitar as coisas como são, se não puderem ser modificadas. A angústia leva algumas pessoas ao desespero enquanto outras procuram consolo e resposta para os acontecimentos. Andréa, apesar de católica, depois do acidente encontrou muitas respostas no Espiritismo, tendo aprendido que nada acontece por acaso. Comenta também que tem lido muitos livros kardecistas, livros com mensagens de otimismo. Certamente esse contato com uma nova realidade é que tem suprido sua necessidade de conforto espiritual, fazendo nascer a vontade de lutar e a esperança por dias melhores, observado quando assim se expressa: “Como é certo que não terei minhas pernas de volta, não adianta ficar na cama chorando. Tenho de ficar boa para cuidar da minha família. Tento usar minha energia para mudar o enredo dessa história.” São comportamentos como o de Andréa que nos levam a analisar as diversas reações dos indivíduos. Ao se fazer um exame do sofrimento, observamos que, conforme esclarece o Espiritismo, cada um passa pelas experiências que necessita para evoluir. E que essas experiências podem vir carregadas de um sofrimento intenso. Já a forma de lidar com a dor vai variar de indivíduo para indivíduo. Joanna de Ângelis complementa dizendo que “a sensibilidade à dor depende do grau de evolução do ser, do seu nível de consciência”. Diz ainda, a nobre mentora que “à medida que progride, que sai do mecanismo dos fenômenos e adquire responsabilidade como decorrência da conscientização da sua realidade, ele se torna mais perceptivo ao sofrimento, embora, simultaneamente, mais resistente.” (4) É a lucidez da consciência que equipa o indivíduo na superação da amargura, do desespero, da infelicidade, esclarece Joanna. Segundo a sábia mensageira de Cristo, em virtude da compreensão que o ser demonstra em torno dos objetivos espirituais de sua existência, fica mais fácil entender e aceitar o sofrimento e a necessidade de ainda se encontrar nas faixas mais ásperas do mecanismo evolutivo. Essa aceitação e superação dos desafios que a vida terrena nos oferece é que demonstram atitudes resilientes. Mais uma vez a Psicologia Espírita se aproxima da ciência, no caso, da Psicologia Social, quando mostra e explica as semelhanças e diferenças do comportamento dos espíritos encarnados aqui na Terra. Referências Bibliográficas: 1 Revista VEJA – Entrevista Prof. Andréa Salgado. Por Ariel Kostman. - Edição 1852 - 5 de maio de 2004. 2 ÂNGELIS, Joanna de. O Despertar do Espírito. Psicografia: Divaldo Pereira Franco. Salvador: LEAL, 2000 – 2a. ed. 3 ÂNGELIS, Joanna de. Triunfo Pessoal. Psicografia: Divaldo Pereira Franco. Salvador: LEAL, 2000, 2a. ed. 4 ÂNGELIS, Joanna de. Autodescobrimento. Psicografia: Divaldo Pereira Franco. Salvador: LEAL, 1995. A REVELAÇÃO A revelação é uma história escrita pela Rose, pela Márcia e pela Lu, todas do Centro Espírita Vinha de Luz, que fica em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais e o Milton Kennedy, lá do Sul de Minas Gerais, desenhou especialmente aqui para a gente. A história fala sobre o sonho do Carlinhos, onde ele aprendeu algumas coisas muito, mas muito, legais. Vamos saber que coisas ele aprendeu? :-) Carlinhos: _ aaaaaaaaaahhhhhhhhhh!!!! Oi, Pessoal! Boom diaaa!! Meu nome é Carlinhos. Nossa já tá passando da hora de levantar...! Eu hoje quase perdi a hora porque tive um sonho interessante, que não queria que ele acabasse, estava tãããooo booom... Querem saber qual foi o sonho? Mamãe fala ao longe: - Carliiinhooos! Olha a hora!! Carlinhos: - Ah...agora não posso contar, porque tenho que levantar, escovar os dentes, me arrumar e ir pra escola. Zezinho: - Ô, Cara! Você se atrasou pra brincadeira... Carlinhos: - Ah, é que eu sai tarde pro recreio, porque fiquei copiando o dever e aí só deu pra merendar mesmo... Que chato... Toca a campanhia do colégio avisando que o recreio terminou. Zezinho: - Tudo bem! A gente podia depois jogar no campinho... Carlinhos: - Tá legal! A gente se encontra lá na esquina de casa às 04 horas, falou? Zezinho: - Então tá, até lá... E assim, Carlinhos e seus amiguinhos voltaram para a sala de aula para aprender mais um pouquinho. Acabando a aula, foram para casa para almoçar e fazer seus deveres. O tempo passou e chegou a hora do futebol. Vamos acompanhar o que aconteceu? Carlinhos: - Nossa, Cara! Hoje é meu dia de ficar atrasado! Acordei em cima da hora! Cheguei no colégio quase atrasado! Perdi o recreio! E agora quase chego atrasado por conta daquele exercício de matemática. Você o fez numa boa? Zezinho: - Achei difícil pra caramba; mas minha irmã me ensinou. Mas me diga, Carlinhos, por que hoje você está se atrasando tanto? Carlinhos: - Ah! É porque esta noite eu tive um sonho... Zezinho(espantado e rindo): - Sonho!!?? Mas eu nunca perdi hora por causa de um sonho.. Aaahh!! Conta outra... Carlinhos: - Não, Cara! É sério. Este sonho foi diferente, não sei explicar direito; mas parecia que eu estava acordado... Zezinho: - Como assim? Parecia que estava acordado!? Carlinhos: - É... Deixa eu contar pra você ... Lembra do meu avô Justino? Aquele que acompanhava a gente nos jogos? Aquele que morreu!? Pois é, sonhei com ele, que a gente tava jogando futebol e o vô me falava que , se eu quisesse chegar na velhice com disposição e saúde, que nem ele, eu deveria cuidar bem do meu corpo: comendo verdura, legume, fruta, cuidar pra não ter doenças, por isso deveria dormir cedo, sempre escovar os dentes, tomar banho, cortar a unha, essas coisas que você sabe... Aaahh!! Ele falou também que foi bom ele ter se cuidado, não só do corpo, mas também cuidar para não brigar, não ter raiva, não fazer mal às pessoas, pois assim ele teve uma vida na terra tranquila . E agora ele também tem uma vida tranquila... Zezinho: - Vida!!?? Que vida!!?? Carlinhos: - É, vida mesmo!! Ele falou que a gente não morre, que a gente estava ali conversando de verdade mesmo... E você sabe que , até agora, eu sinto que tava realmente falando com ele!? Pode uma coisa dessa!!!?? Zezinho: - Ahhhh sei disso não.. peraí.. tô me lembrando..já ouvi falar disso sim, e foi lá na escolinha... A tia falou mesmo que a gente não morre, que vai é para o mundo espiritual e que a noite, quando a gente dorme, a gente pode encontrar com as pessoas de quem a gente gosta e que já foram viver lá... Carlinhos: - Puxa!!! É mesmo!? Como que é isso? Explica melhor... Zezinho: - Aaah!! O que sei é isso, mas vou perguntar pra Tia melhor... Olha lá o Paulinho... vamos correr senão a gente perde o jogo... oohh!! Paulinhooo.... Carlinhos volta chateado para casa pois havia perdido o jogo e muito pensativo torna a se lembrar do sonho com seu avô e passa o restante da tarde com o pensamento voltado para a conversa que teve com ele... E ainda impressionado com o sonho e com as explicações de Zezinho, Carlinhos se prepara para dormir Carlinhos: - Puxa! Pensei o dia inteiro no vô! Já sei! Na minha prece de hoje vou também orar por ele... Ele deita e faz uma prece: Carlinhos: - Agradeço a você Jesus pelo meu dia de hoje, pela minha família, pela saúde que a gente tem e também te peço pelo meu Vô Justino. Que a noite seja tranquila e que meu espírito protetor esteja sempre comigo! Carlinhos: - Boa noite, crianças! Carlinhos: - Vô!!! Que legal, você de novo!! Que bom queria mesmo encontrar com você, porque na hora que eu ia perguntar uma coisa eu acordei. Explica esse negócio de que a gente não morre!? Vô Justino: - Vem cá, Carlinhos! Olha para sua cama... O que você está vendo? Carlinhos: - Sou eu dormindo... Vô Justino: - Não. É o seu corpo físico descansando. Você está aqui conversando comigo. Carlinhos: - Eeeeeuuuu!!??? (diz espantado) Mas eu não morri... Vô Justino: Sim, Carlinhos, você não morreu; mas foi isso que eu estava explicando para você. A gente não morre, só nosso corpo físico que acaba. Por sermos um Espírito é que nós dois podemos estar aqui , agora, conversando. O meu espírito, cujo corpo físico acabou; e o seu Espírito, cujo corpo físico está desenvolvendo. Por isso te falei ontem para você cuidar bem de seu corpo físico e também cuidar do Espírito não brigando, sendo obediente e bondoso... Carlinhos: - Peraí, Vô! O Senhor quer dizer que eu, o senhor, a mãe, o pai, a Tia Teca , o Zezinho, todo mundo é Espírito? Vô Justino: - Isso, Carlinhos. Todos são Espíritos, a única diferença é que uns têm o corpo físico e outros não. Carlinhos: - Mas, Vô... Vô Justino: - Agora está na hora de você voltar para seu corpo físico. Vá e não se esqueça dos meus conselhos. Carlinhos: - Mas, já Vo? Vô Justino: - Sim, Carlinhos, vá aprendendo a ser obediente desde já... Está na -ora e aproveite e combine com seu amiguinho Zezinho de ir com ele na Escolinha de Evangelização. Carlinhos: - aaahhh Vô... Vô Justino: - Filho, lá você aprenderá tudo isso que conversamos e muito mais. E agora, nada de mais conversa, nos veremos um outro dia. Nisso chega a manhã e o despertador toca . Carlinhos acorda. - Oii!! Boom diaa, Crianças!! Vocês viram meu sonho que legal!? Vocês sabiam disso!? - É?!... E onde vocês aprenderam? Eu não sabia... - Ah! Então vocês também acham que eu devo ir na Escolinha com o Zezinho? - Então deixa eu ir para escola e também combinar com o Zezinho direito isso. Gostei de conhecer vocês... Outro dia volto aqui, tá legal? Tchauuuu.... Fonte: http://www.cvdee.org.br/sitedagente Visite no blog do DIJ Paz e Luz - Contando e Ensinando, um bom acervo de histórias http://dijpazeluz.blogspot.com/ Escreva para nós: [email protected] Diretor do DEPAS (Departamento de Patrimônio e Segurança) responde: Porque a Associação Espírita Paz e Luz teve necessidade de uma nova sede? Porque a antiga estava com problemas, por ser de madeira e muito antiga. Assim, sentimos a necessidade de melhores acomodações, num maior espaço físico. Como ela foi planejada? Em reunião de direção e associados, o projeto de engenharia foi aprovado, foi criada uma comissão obras para realizar o trabalho de construção Como foi arrecadado o dinheiro para a construção? Arrecadando fundos através de eventos sociais por alguns anos, como chás beneficentes, jantares, etc., incentivando os sócios na sua participação financeira, venda do livro “Família com afeto”, cujos direitos foram cedidos pela autora para esse fim, doação de colaboradores. Os objetivos com a arrecadação de fundos estão satisfatórios? Não, os possíveis doadores não compareceram e a venda dos livros não ocorreu conforme o esperado, Como as pessoas e/ou empresas da comunidade podem ajudar nesse empreendimento? Vamos elaborar uma nova campanha para a venda do livro e esperamos sugestionar a comunidade para doação de valores, através de estratégias de marketing que estão sendo elaboradas. Qual é a previsão para entrega do prédio? Primeira parte – Março de 2013; para a segunda parte deverá ser feita uma nova avaliação. O senhor gostaria de acrescentar alguma coisa mais? A construção da segunda parte da obra deverá ocorrer um planejamento mais detalhado: previsão orçamentária detalhada; criar novas fontes de recursos, captação e seus respectivos responsáveis; criar um Projeto social junto aos órgãos competentes. Carlos Eduardo DECOM - DEPAS “Sempre que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o culto familiar do Evangelho não é tão só um curso de iluminação interior, mas também processo avançado de defesa exterior, pela claridade espiritual que acende à volta. O homem que ora traz consigo inalienável couraça. O Lar que cultiva a prece transforma-se em fortaleza.” (Os Mensageiros, Cap. 37) Por que fazer o “Evangelho no Lar”? O cultivo dos bons pensamentos satura o ambiente doméstico de boas vibrações e facilita a presença dos benfeitores espirituais, que trazem amparo e inspiração necessários para superar as dificuldades que porventura surjam na vida. Orientações para a realização do “Evangelho no Lar” Escolher um dia e uma hora na semana em que seja possível a presença de todos os elementos da família, ou a maior parte deles. Caso não seja possível, nada impede que se faça o Evangelho no Lar estando só. O ideal seria transformar este período em que os componentes do lar se encontram à volta dos ensinamentos de Jesus em período de harmonia, aumentando a capacidade de compreensão e a possibilidade de vivenciar os ensinamentos do Mestre Jesus no dia a dia, tornando o ambiente mais tranquilo. Forçar as pessoas a participarem seria um ato de agressão e imposição que poderia provocar discórdias. Não esquecer que estamos sempre acompanhados dos benfeitores e quão importante é cumprir com o horário escolhido. Os Irmãos Superiores têm trabalho, por isso a pontualidade e horário e dia fixos são importantes, até porque muitas vezes eles trazem irmãos necessitados a assistirem a tal ato de harmonia para que aprendam o caminho da evolução. Iniciar a reunião com uma prece. Fazer a leitura de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e comentários breves sobre os textos lidos, buscando a essência dos ensinamentos para a aplicação na vida diária; procurar mesmo comentar fatos da semana que se enquadrem no texto apreciado. Procurar estimular a participação de todos os componentes, colocando o que foi entendido, com o objetivo de auxiliar a compreensão de todos os participantes. Não criar polêmicas. Não alongar muito os comentários. Não esquecer que estamos com a companhia de amigos espirituais que desejam o nosso desenvolvimento e se mantêm a postos aproveitando as melhores oportunidades para nos incutirem melhores sentimentos e disposições para o bem. • Fazer vibrações pelo lar onde o Evangelho está a ser estudado; • para os presentes, seus parentes, amigos e vizinhos; • para a Paz na Terra; • para a implantação e a vivência do Evangelho em todos os lares; • para o entendimento fraternal entre todas as religiões; • para a cura ou melhoria de todos os enfermos, de corpo ou da alma, minorando seus sofrimentos e suas vicissitudes; • para o incentivo aos trabalhadores do Bem e da Verdade. Podem-se fazer também vibrações especiais, em casos concretos que preocupem os presentes e a sociedade. Fazer a prece de agradecimento e encerramento. Orientações adicionais Evitar comentários ou conversação menos edificante durante o “Evangelho no Lar” e também durante toda a semana, para manter a harmonia recebida neste momento. Não suspender a prática do “Evangelho no Lar” em virtude de visitas inesperadas, passeios adiáveis ou acontecimentos fúteis. As crianças só devem participar do “Evangelho no Lar” quando tiverem idade ou mentalidade suficientes para acompanhar os trabalhos, sem inquietação ou fadiga. Elas podem e devem colaborar ativamente, segundo sua capacidade, quer nas preces, quer nos comentários. Embora a assistência do Plano Espiritual seja indispensável para o andamento normal de “O Evangelho no Lar”, acautelar-se para não transformar a reunião em trabalho mediúnico; a mediunidade e a assistência espiritual devem ser atendidas em Centro Espírita idôneo. Divaldo Pereira Franco P - O que acontece com o nosso Espírito quando morremos? R - Continuamos com nossa individualidade, isto é, teremos os mesmos conhecimentos, qualidades e defeitos que tivemos em vida. A morte não nos livra das imperfeições. Seguiremos pensando da mesma forma. Nosso Espírito será atraído vibratoriamente para regiões astrais com que se afiniza moralmente. Se formos excessivamente apegados à vida material, ficaremos presos ao mundo terreno, acreditando que ainda estamos fazendo parte dele. Essa situação perdurará por certo tempo, até que ocorra naturalmente um descondicionamento psíquico. A partir desse ponto, o Espírito será conduzido às colônias espirituais, onde receberá instrução para mais tarde retornar à carne. P - O que acontece com os recém-nascidos que logo morrem? E por que isto acontece? R - O Espírito de criança morta em tenra idade recomeça outra existência normalmente. O desencarne de recém-nascidos, frequentemente, trata-se de prova para os pais, mas também o é para o espírito. A maioria dessas mortes, entretanto, é por conta da imperfeição da matéria. (Fonte: Grupo Espírita Bezerra de Menezes) Quer ver sua dúvida respondida aqui? Escreva para nós: [email protected] CONHEÇA NOSSO TRABALHO DIJ - EVANGELIZAÇÃO INFANTO-JUVENIL O DIJ - Departamento da Infância e Juventude - agradece a sua decisão de confiar parte da educação moral de seu filho aos nossos Evangelizadores e à Equipe Espiritual que assiste nosso trabalho. Estenda esse convite ao seu vizinho, primo, amigo... Ainda é tempo. São todos bem-vindos! Inclusive os pais! [email protected] DAFA - Trabalhando com as famílias O lar é, antes de tudo, a escola do caráter (Emmanuel. Livro: Vida em Vida) O DAFA - oferece grupos de estudos às famílias: Grupo de Pais e Grupo de Idosos. Reuniões todos os terceiros sábados do mês Informe-se na recepção. DAPSE - apoio social O DAPSE apoia famílias nas necessidades materiais e também no aconselhamento sob a luz da Doutrina Espírita. Aceita doações de roupas e de eletrodomésticos em bom estado (pedimos que sejam concertados antes da doação, pois temos poucos recursos). DEDO - Estudo da doutrina espírita O DEDO - Departamento Doutrinário - oferece cursos de iniciação para adultos (CIEDE) e estudos avançados da Doutrina Espírita - manhã, tarde e noite. Além disso, são ministrados cursos, encontros e oficinas para capacitar trabalhadores e expositores, os quais serão divulgados no decorrer do ano. Confira na recepção - boletim mensal. Participe! Divulgue! [email protected] DAE - Assistência Espiritual Coordena os trabalhos de Passes, Desobsessão, Orientação Espiritual e Atendimento Fraterno. Também cria oportunidades de aprendizado para o trabalho nessas áreas. DECOM - Comunicação O Departamento de Comunicação trabalha na divulgação da Doutrina Espírita e do trabalho da nossa casa; mantemos o site e a revista O Semeador - aceitamos colaboração em forma de artigos, pesquisas e sugestões para aprimorar nossas atividades. Escreva para nós: [email protected] ESTANTE Novo livro de Cristina Canovas de Moura, dedicado à especial tarefa de viver em família, segundo as diretrizes espirituais do amor e do afeto. Os direitos autorais da obra foram gentilmente cedidos pela autora para a construção da nossa nova sede e o livro já está à venda em nossa livraria. ********** Biblioteca Paz e Luz Nossa biblioteca oferece à comunidade um ótimo e diversificado acervo de livros para empréstimo. Veja na recepção os horários de funcionamento e associe-se! A livraria também dispõe de um bom acervo para venda, assim como também atende a pedidos especiais. Jesus recomendou que nos amássemos uns aos outros e nos instruíssemos. Não perca essa oportunidade!