Kuweit - Artur Bruno

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Kuweit - Artur Bruno
Kuweit
01. ASPECTOS GEOGRÁFICOS
O Estado do Kuweit é uma monarquia islâmica do Oriente Médio situada entre o Iraque e
a Arábia Saudita, na costa do golfo Pérsico. Além da parte continental, pertencem ao país as ilhas
de Bubiyan, Warba e Faylakah.
O território de 17.818 km² é uma continuação do deserto As-Summan, cujo relevo plano
só é interrompido por algumas cadeias de dunas. O interior, desértico, conta com um único oásis,
o de Al-Jahrah. Apenas na costa é possível encontrar vegetação do tipo tropical.
Com pouca chuva e nenhum rio, o país é obrigado a dessalinizar a água do mar. No
interior, o clima é seco e muito quente, inclusive no inverno, estação em que são frequentes as
tempestades de areia. Na região costeira, a influência marítima torna as condições relativamente
amenas.
Cerca de 80% da população de 98 mil habitantes é composta de árabes: 30% kuweitianos e
50% palestinos e jordanianos, entre outros. Há, ainda, 9% de sul-asiáticos, provenientes de países
como Índia e Paquistão, e 4% de iranianos. A população total é de 3,4 milhões de habitantes.
A cidadania kuweitiana é reservada àqueles cujos familiares já viviam no país antes de
1920. A religião mais disseminada é o islamismo (85,7%). O segundo grupo mais importante é o
de cristãos (10%), entre os quais se destacam os católicos. A língua oficial e amplamente utilizada
é o árabe. Sua capital é a Cidade do Kuweit.
02. ASPECTOS ECONÔMICOS
A economia kuweitiana baseia-se na exploração, no processamento e na exportação de
petróleo e gás natural, as maiores riquezas naturais do país. No ritmo atual de extração, estima-se
que as reservas durem por mais 150 anos. Toda a eletricidade consumida no país é gerada em
usinas termelétricas. A agricultura produz tâmara, tomate, melão e cebola, entre outros. Na
pesca, destaca-se a captura do camarão. A indústria fabrica navios e material de construção, além
de derivados de petróleo. O PIB kuweitiano é de US$ 176,6 bilhões. A moeda oficial é o dinar
kuweitiano.
03. ASPECTOS HISTÓRICOS
No sítio arqueológico da ilha de Faylakah, no golfo Pérsico, há sinais de povos primitivos
que datam de 2500 a.C. A região permanece vinculada às civilizações mesopotâmicas durante
séculos e só adquire relativa autonomia no século XVIII, com a queda do Califado de Bagdá. O
chefe da tribo anaiza, Sabah Abdul Rahaim, é então designado para o posto de xeque pelas tribos
locais, fundando uma dinastia que ainda se mantém no poder. Para se defender dos turcootomanos, aos quais estava nominalmente submetido, o emirado dos Al-Sabah pede proteção ao
Reino Unido em 1899. Em troca, compromete-se a não ceder nem alienar terras sem a aprovação
britânica.
Ao fim da I Guerra Mundial, com a desagregação do Império Turco-Otomano, o país se
torna protetorado britânico, assim permanecendo até 1961. As prospecções de petróleo,
interrompidas durante a II Guerra Mundial, são retomadas na década de 1950, quando se constata
o grande potencial petrolífero do país. A descoberta das jazidas reaviva a antiga reivindicação
iraquiana de soberania sobre a região. O Iraque considera o Kuweit parte de seu território
histórico.
Em 1961, o tratado com o Reino Unido expira, o que leva à declaração formal de
independência do Kuweit. O xeque se autoproclama emir. No ano seguinte, uma Constituição cria
uma Assembleia Nacional, composta de 50 membros eleitos individualmente (partidos políticos
não são permitidos). O Iraque tenta anexar o país, mas é barrado pelo desembarque de tropas
britânicas. Segue-se período de grande prosperidade, graças ao capital obtido com a exploração
do petróleo. A nação se urbaniza e recebe imigrantes. Politicamente, no entanto, o regime
continua fechado. Em 1977, sobe ao trono o emir Jaber al-Ahmad al-Sabah, que convoca eleições
parlamentares em 1981. A partir de 1985, a Assembleia Nacional opõe-se a várias iniciativas do
governo e em 1986 é dissolvida pelo emir.
A guerra do Golfo
Em 1990, o Iraque pressiona o Kuweit, acusando-o de vender mais petróleo do que a cota
estabelecida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O presidente
iraquiano, Saddam Hussein, exige também que o Kuweit perdoe uma dívida de 10 bilhões de
dólares e cobra indenização de 2,4 bilhões de dólares por extração ilegal de campos iraquianos.
Por fim, em 28 de agosto, Saddam proclama a anexação do Kuweit como 19ª província iraquiana.
Após autorização da Organização das Nações Unidas (ONU), tropas coligadas de cerca de 30
países, lideradas pelos Estados Unidos (EUA), atacam o Iraque em janeiro de 1991, iniciando a
Guerra do Golfo. Saddam se rende em fevereiro, após a morte de 30 mil kuweitianos, 107 mil
iraquianos e 510 soldados da coalizão.
O conflito causa a fuga de mais de meio milhão de habitantes e drástica redução na
produção de petróleo - de 1,5 milhão de barris por dia, antes da guerra, para 600 mil barris diários.
Os prejuízos chegam a 170 bilhões de dólares. Em 1992, sob pressão interna e externa, o emir convoca eleições, mas os partidos continuam proibidos e só 15% da população masculina adulta pode
votar. No pleito, os oposicionistas obtêm maioria na Assembléia Nacional. Nas eleições seguintes,
em 1999, os grupos de oposição ampliam a bancada, enquanto os governistas ficam com apenas
12 cadeiras, de um total de 50.
04. ATUALIDADES
Em 2001, a instabilidade política do Kuweit - provocada por brigas na família real e pela
falta de lideranças - leva à renúncia do governo e à formação de um gabinete mais jovem e próocidental. Após os atentados de 11 de setembro, o Kuweit apoia os EUA na ação militar contra o
Afeganistão.
Vários soldados e civis norte-americanos são assassinados no país, entre 2002 e 2003, em
ações atribuídas à rede terrorista AI Qaeda. O país apóia a ação militar dos EUA no Iraque,
ocupado em março de 2003. Nas eleições de julho, os aliados da família real e candidatos
islâmicos aumentam sua participação no Parlamento. O emir indica para primeiro-ministro seu
irmão, o xeque Sabah al-Ahmad al-Jabir al-Sabah.
Em maio de 2005, a Assembléia Nacional concede às mulheres o direito de votar e de se
candidatar nas eleições. Em junho, uma mulher assume cargo de ministra no país, fato inédito.
Nas eleições de 2006, a oposição consegue dois terços das cadeiras da Assembléia Nacional.
O emir Jaber morre em 2006. O príncipe herdeiro, xeque Saad al-Abdullah al-Salim alSabah, assume o cargo, mas é retirado dias depois por problemas de saúde. O primeiro-ministro,
xeque Sabah, é proclamado emir do Kuweit. Ele nomeia primeiro-ministro o xeque Nasser alMoharnrnad al-Ahmad al-Sabah. Em março de 2007, todos os ministros renunciam para evitar a
votação de uma moção de desconfiança contra dois deles, acusados de corrupção e má administração. Um novo gabinete é apontado pelo emir. A Assembleia Nacional foi dissolvida em 2006,
em 2008 e em março de 2009, com nova eleição.
A onda de protestos no mundo árabe (Primavera Árabe) repercute no Kuweit. Em
fevereiro de 2011, beduínos reivindicam o direito à cidadania kuweitiana. Eles vivem à margem da
sociedade, sem acesso à educação, serviços básicos nem emprego. Em março, uma manifestação
de jovens na capital pede a renúncia de Nasser e reformas políticas. No fim do mês, o governo é
dissolvido. Mas, em abril, o emir renomeia Nasser primeiro-ministro. O governo faz frente à
agitação política com concessões econômicas: distribuição gratuita de alimentos, 4 mil dólares
para cada cidadão e a aprovação, em junho, de um orçamento que prevê o aumento de subsídios
e dos salários públicos.
Em meio a alegações de compra de apoio no Parlamento, Nasser renuncia. As novas
eleições aconteceram em fevereiros de 2012, sendo vencida pela oposição sunita e liberal. O
xeque Jaber Mubarak al-Hamad al-Sabah é nomeado primeiro-ministro. O parlamento começa a
investigar escândalos de corrupção, mas é dissolvido pela Corte Constitucional, que ordena a
reinstalação da legislatura anterior. Trinta mil kuweitianos tomam as ruas da capital para pedir
uma monarquia constitucional.
As eleições são convocadas pelo emir para dezembro de 2012, porém faz mudanças no
sistema eleitoral que prejudicam a oposição. Apesar do baixo comparecimento, a votação é
validada com os governistas conquistando a maioria dos votos.
Eleições de 2013: A Assembleia Nacional é dissolvida em junho de 2013, já em julho a
população foi a uma nova eleição, os islamitas boicotam, porém os grupos liberais e tribais
decidem participar e ampliam sua representação enquanto os xiitas perderam cadeiras.
COMPILAÇÃO FEITA A PARTIR DE:
- Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
- ARRUDA, J. e PILETTI, N. Toda a História, 4ª ed. São Paulo: Ática, 1996.
- Atlas National Geografic, livros 07 e 08: Ásia I e II. São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- KAMEL, Ali. Sobre o Islã: afinidades entre muçulmanos, judeus e cristãos e as origens do
terrorismo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
- http://www.wikipedia.org

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