dr. sapinho!
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Patrocínios Diretor: Alfredo Lopes | Chefe de Redação: Valter Boita | Coordenação: Deolinda Castelhano e Fátima Feliciano | Bianual | Fevereiro de 2012 | Ano 7 - Número 17 | 1,00 € BOM DIA, DR. SAPINHO! Esta era a sua imagem de marca reconhecida por muitos e muitos milhares de alunos que ao longo de mais de trinta anos passaram pelo Externato Cooperativo da Benedita, onde o seu diretor, de manhã, à tarde ou à noite, cumprimentava com um vigoroso “bom dia”. O Dr. José Gonçalves Sapinho era natural do Sabugal mas seria adotado pela Benedita e pelo concelho de Alcobaça há mais de quarenta anos. Primeiro como professor, mas cedo promovido a diretor pedagógico, este homem seria a grande referência desta escola. Festa de Natal do ECB envolveu toda a comunidade. Página 6 Também eu fui seu aluno, em 1970, de noite, no curso industrial e em 1971, de dia, no curso liceal. (continua na página 14) parlamento dos jovens Entrevista à Drª Manuela Silva na Comemoração do 50ª aniversário da experiência de Desenvolvimento Comunitário na Benedita. Página 12 O Externato voltou a participar este ano no Parlamento República e as regras do debate parlamentar, promover o debate democrático, o respeito pela diversidade de opiniões dos Jovens. O Parlamento dos Jovens é uma iniciativa institucional e pelas regras de formação das decisões, proporcionar a ex- da Assembleia da República, desenvolvida ao longo do ano periência de participação em processos eleitorais e estimular letivo com as Escolas de todo o país, em que pode inscrever- a capacidade de expressão e argumentação são os objetivos se qualquer Escola do universo do ensino público, privado e deste Projeto. cooperativo. O programa culmina com a realização anual de Este ano o ECB só participou com alunos do Ensino Se- duas Sessões Nacionais na Assembleia da República: uma cundário cujo tema é “REDES SOCIAIS: participação e cida- sessão destinada aos alunos do ensino secundário e outra dania”. destinada aos alunos do 2.º e 3.ºciclos do ensino básico. Aluna do ECB ganha menção honrosa no concuso DNA DAY organizado pela Sociedade Europeia de Genética Humana. Página 16 (continua na página 8) Educar para a cidadania, estimulando o gosto pela participação cívica e política, dar a conhecer a Assembleia da L i t e r a c i a fianceira Muitas são as atividades que o ECB tem promovido e continuará a promover durante o presente ano letivo, com vista a consciencializar os nossos alunos acerca da importância da literacia financeira. Página 3 Experiência comunitária Na comemoração dos Uma portuguesa EM Timor Lorosa’e cin- Ex-aluna do ECB conta a sua experiên- quenta anos do início da expe- cia em Timor como assessora jurídica na riência de desenvolvimento co- Universidade Nacional de Timor Lorosa’e. munitário da Benedita convém recordar e contextualizar as profundas mudanças que ocorreram. Página 13 Página 15 Noventa e nove alunos, sem temerem a chuva e o frio, participaram em mais um corta-mato promovido pelo Grupo de Educação Física do ECB. Página 22 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 Editorial O Toque de Saída está de volta, na sua 17.ª edi- fundamentado num compromisso com o futuro”, “re- ção, para dar voz a toda a comunidade escolar, em formando atitudes e criando novos hábitos de utili- especial aos nossos alunos e professores e dar con- zação dos recursos”, promovendo e desenvolvendo ta do trabalho e dos projetos de mais um ano, que trabalho transdisciplinar no domínio da literacia fi- esperamos cheio de sucesso escolar. nanceira. Em primeiro lugar, gostaria de dar os parabéns O ECB foi, desde a sua fundação, uma escola a todos os alunos que frequentaram pela última vez inserida na comunidade e em diálogo com as pes- o ECB no ano letivo de 2010/11, especialmente aos soas e as instituições que a constituem. Por isso, as alunos do ensino secundário que realizaram exames sucessivas gerações de antigos alunos continuam nacionais, colocaram a nossa escola em primeiro direta ou indiretamente ligados à sua escola, uns lugar no ranking a nível concelhio e prosseguiram através das redes sociais, outros participando em os seus estudos no ensino superior, bem como aos atividades e eventos nela realizados, nomeadamen- alunos que completaram os cursos profissionais e te, através da sua constante contribuição para o se iniciaram no mundo do trabalho, concretizando, nosso jornal. SUMÁRIO Escola viva Mais um ano letivo começou 3 Acontecendo 3 A importância da literacia financeira 3 Educação para a saúde do ECB 4 Um tratador de cavalos especial 4 De que sonhos são feitos os nossos filhos? 5 Quadro de Mérito 5 Assim aconteceu Natal no ECB 6 Natal a sorrir, campanha de solidariedade 6 Centro de Recursos 6 O Glee veio para ficar 7 Stand-up: levanta-te contra a pobreza 7 O dia da Filosofia 7 todos eles, uma meta fundamental na realização O Toque de Saída congratula-se também com dos seus sonhos. Em segundo lugar, votos de boas as colaborações recebidas da Associação de Pais Alunos brilham no exame Delf Scolaire 7 realizações para todos os alunos que estudam no e Encarregados de Educação, da Universidade Sé- Parlamento dos jovens 8 ECB, em especial para os alunos do 7.º ano, que nior, do Agrupamento de Escolas, entre outros. Informar para decidir 8 Alunos no filme Linhas de Torres 24 iniciam uma nova fase do seu percurso escolar e Ao assinalar-se, no presente ano, o 50.º aniver- para os do 12.º ano que, desejamos, terminem com sário da experiência de desenvolvimento comunitá- Arte e Cultura sucesso este ciclo de estudos. Não quero também rio na Benedita, o Toque de Saída quis saber mais O reinado de D. João I em conto 8 deixar de salientar o meu reconhecimento aos pro- pormenores sobre o contexto que conduziu a gran- Sugestão de leitura 9 fessores pelo seu compromisso com um ensino de des transformações na nossa vila, nomeadamente excelência. a criação do ECB, e entrevistou uma das protago- Café literário 9 Lançamento de livro 9 No presente ano letivo, pesem as contingências, esperamos com o empenho e dedicação de todos, continuar a realizar o percurso que temos vindo a traçar ao longo de 50 anos. nistas da implementação dessa experiência, a Dr.ª Manuela Silva. Um jornal escolar reflete o que é uma escola, desde dentro, e traduz as tonalidades com que os Entre livros 10 Nirvana - 20 anos depois de Nevermind 21 Olhar Circundante Entrevista à Dr.ª Manuela Silva 12 Os 50 anos de desenvolvimento 13 O início do ano letivo ficou marcado pela perda alunos, professores, antigos alunos e restantes de uma das figuras incontornáveis da história desta membros da comunidade educativa se expressam. instituição. O Dr. Sapinho ficará na memória de ge- Este número foi mais um resultado da harmonia sin- rações de alunos pelo seu carisma, espírito de lide- fónica de todas estas notas musicais. Agradecemos Bom dia, Dr. Sapinho! 14 rança, como atesta o artigo, em sua homenagem, da a colaboração de todos, pois sem ela esta pauta de As palavras de amor são ridículas? 14 autoria de um seu antigo aluno e atual membro dos música não se faria escutar. Uma portuguesa em Timor Lorosa’e 15 A vida é como uma rampa bem inclinada 15 A Universidade Sénior de Benedita 17 Centro escolar da Benedita 17 Associação de Pais e E.E. da Benedita 17 Programa de Literacia Financeira da CGD 24 órgãos sociais do INSE. O ECB é uma escola atenta aos problemas do O Diretor nosso tempo, pelo que procura refletir, tal como Dr. Alfredo Lopes se inscreve no seu Projeto Educativo, um “relacionamento equilibrado entre o homem e a natureza, Diretor do Jornal: Alfredo Lopes Chefe de redação: Valter Boita Coordenação: Deolinda Castelhano Fátima Feliciano Equipa de redação: Acácio Castelhano Clara Peralta Conceição Raimundo Estela Santana Fátima Feliciano Glória Mota Graça Silva Isabel Páscoa Maria de Lurdes Goulão Paula Castelhano Ricardo Miguel Sérgio Teixeira Teresa Agostinho Marketing e vendas: Maria José Jorge Composição gráfica: Nuno Rosa Paulo Valentim Samuel Branco Impressão: Relgráfica, Lda Tiragem: 500 exemplares Preço avulso: 1,00 € 2 TOP 10 - Livros Os livros mais requisitados na Biblioteca do ECB durante os meses de fevereiro a setembro de comunitário da Benedita O Lugar da Memória A força de um povo 11 Recriar o Mundo 2011. Poema 15 Virar a página 18 1º- Bons Sonhos, Meu Amor – Dorothy Koomson A arte de comunicar 18 2º - Contos – Eça de Queirós Recomeços 18 3º - A Melodia do Adeus – Nicholas Sparks Recordações da Escola Primária 19 4º - A Saga das Pedras Mágicas – Sandra Car- 3 poemas 19 valho Ciência, Tecnologia e Ambiente 5º - Fúria Divina – José Rodrigues dos Santos Alunos do ECB vencem concurso 16 6º - A Pousada no Fim do Rio – Nora Roberts Coastwatch 16 7º - O Século – Ken Follett DNA Day 16 8º - Música Ligeira – José Régio ECB renova bandeira verde 16 9º - Viagem a Capri – Elizabeth Adler A ciência chegou aos séniores 20 10º - Alguém Para Amar – Jude Deveraux Sida: perspetiva histórica e social 20 Haiti hoje 20 Vira costas à ditadura da beleza 21 Mente Sã em Corpo São Equipa de voleibol feminino do ECB Externato Cooperativo da Benedita Rua do Externato Cooperativo Apartado 197 2476-901 Benedita www.externatobenedita.net [email protected] 8 Corta-mato escolar 22 Xadrez escolar 22 Duatlo de Peniche 22 Natação: nacionais da 3ª divisão 22 Passatempos e Curiosidades Curiosidades da História 20 Plêiades, Alcione 21 ESCOLA VIVA ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA Mais um ano letivo começou… Recomeço Apesar da instabilidade financeira que se nos cursos Científico-Humanísticos (Ciências e vive e no rescaldo de mudanças políticas nacio- Tecnologias, Línguas e Humanidades, Ciências nais, iniciou-se o ano letivo 2011/2012, com total Socioeconómicas e Artes) e 167 alunos nos cur- normalidade. Assim, nos dias 14 e 15 de setem- sos profissionais de Técnico de Informática de bro, alunos e encarregados de educação foram Gestão (TIG), Técnico de Gestão (TG), Técnico recebidos pelos diretores de turma e/ou de curso de Comunicação, Marketing, Relações Públicas que procederam à divulgação de um conjunto de e Publicidade (TCMRPP), Técnico de Multimé- informações pertinentes relativas à vida escolar, dia (TM), Técnico de Apoio Psicossocial (TAP) destacando-se a reorganização curricular que e ainda no curso de Técnico de Apoio à Gestão altera os planos de estudo do ensino básico, Desportiva (TAGD). O Ensino Secundário Recor- retirando-lhes as áreas curriculares não discipli- rente por Módulos conta apenas com uma turma nares de área de projeto e de estudo acompa- de 15 alunos. nhado; o novo regulamento interno, entre outras. Encontram-se matriculados no A todos estes alunos, encarregados de edu- Externato cação, funcionários e professores, o Toque de 1193 alunos, repartidos da seguinte forma: 7º Saída deseja um ano letivo pleno de sucessos… ano - 177; 8ºano - 199; 9º ano - 197 e uma turma de CEF com 18 alunos. No ensino secundário, a distribuição dos alunos é a seguinte: 438 alunos AOS ANTIGOS ALUNOS A equipa do projeto Antigos Alunos solicita a participação de todos numa exposição em homenagem ao Dr. Gonçalves Sapinho, a apresentar na Feira do Livro. Podem ser enviados textos, fotografias ou vídeos para o email [email protected]. ACONTECENDO - O desporto no ECB está “em alta”, como já é hábito. No corta-mato escolar, fase regional em Torres Vedras, dia 1 de fevereiro, participaram 48 alunos; na fase local do Compal Air, a realizar em Alcobaça, no dia 1 de março, irão participar 32 alunos; o 3º encontro de rugby irá decorrer no dia 21 de março. As várias modalidades do desporto escolar encontram-se a disputar a fase de grupos. - O ECB sai à rua e o GleeClub participará na Festa dos Padroeiros no dia 5 de fevereiro. - No âmbito do Projeto Crescer terão lugar diversas atividades, das quais se destacam o teatro/debate, (IN)dependências, a 13 de fevereiro; Segredos do Coração, para assinalar o “Dia dos Namorados”, (14 de fevereiro) em que participarão algumas turmas do ensino secundário e sessões sobre a temática da educação para os afetos I Got a Felling, de 14 a 16 de fevereiro. Estão também previstas sessões de esclarecimento para pais e professores. - No dia 16 de fevereiro vai decorrer o Dia do Francês. - Mantendo a tradição, realizar-se-á mais um Rally Paper do ECB, a 17 de fevereiro. -No dia 28 de fevereiro os alunos inscritos vão participar nas 1ª eliminatória das Olimpíadas Nacionais de Biologia e no dia 29 de fevereiro terá lugar a 1ª eliminatória das 7ªs Olimpíadas de Biotecnologia. Estão também previstas para o mês fevereiro as Olimpíadas da Química e da Física (nível de escola); as equipas apuradas passarão à fase regional, a realizar entre março e maio. Durante o mês de fevereiro decorrerão também os Jogos Matemáticos. - Está a decorrer o concurso literário - texto dramático, promovido pelo grupo de Português, sendo os trabalhos vencedores representados na Semana Cultural que se realizará entre os dias 19 e 23 de Março. - A visita de estudo proposta pelo grupo de Educação Moral e Religiosa Católica à Comunidade Ecuménica de Taizé (França) terá lugar de 31 de março a 9 de Abril. - À semelhança de anos anteriores, vai decorrer a X Feira do Livro do ECB, de 2 a 6 de Maio, evento que há muito cativou um vasto público. Mais uma vez, para além da venda de livros, os visitantes poderão assistir as diversas atividades. - Semana Cultural de 19 a 23 de março. Exposições, palestras e outras atividades. A IMPORTÂNCIA DA LITERACIA FINANCEIRA Numa sociedade que nos últimos anos tem vivido e crescido à boleia do crédito fácil, muitos são os jovens que hoje tomam por certa a aquisição de bens da última geração. Supérfluos ou essenciais, caros ou baratos, pagos a pronto ou a crédito, o importante é poder comprar. Sem usufruírem de poder de compra, as gerações mais jovens vão “pedinchando” aos mais experientes o telemóvel da moda ou a consola que ainda não foi lançada, como se tudo se resolvesse com um pedido a uma carteira sem fundo. Não têm a noção do custo, não estabelecem relações entre despesas e receitas mensais e desconhecem o significado do termo gestão orçamental. Numa época em que a economia mundial atravessa uma das maiores ESCOLA VIVA crises de que há memória, resultante em grande parte da falta de capacidade das pessoas em controlar as suas finanças, não queremos repetir erros do passado e passar a ideia de que tudo se pode comprar a crédito. Passa por nós, os menos jovens, a obrigação de construir uma sociedade mais informada acerca dos mercados, que crie hábitos de controlo orçamental, preocupada em não hipotecar de forma desenfreada o seu futuro e o das gerações vindouras. Muitas são as atividades que o ECB tem promovido e continuará a promover durante o presente ano letivo com vista a consciencializar os nossos alunos acerca da importância da literacia financeira. Conhecer termos básicos como taxa de juro, euribor ou spread, compreender os custos que um consumidor acarreta quando pede um financiamento bancário, saber selecionar de entre duas opções de investimento aquela que lhe trará mais vantagens financeiras ou saber construir um orçamento com base nas receitas e despesas mensais do seu agregado familiar, são alguns dos temas já abordados. Para reforçar a importância e a necessidade de não descurar o tema, quatro turmas do ensino profissional visitarm no dia 1 de fevereiro a uma exposição de Educação Financeira organizada pelo projeto PmatE, da Universidade de Aveiro em parceria com a Caixa Geral de Depósitos, que pretende sensibilizar os jovens para a questão da literacia financeira através de atividades interativas que têm por objetivo confrontar os alunos com as consequências da sua tomada de decisão em relação ao dinheiro. Em marcha, encontra-se também um projeto da turma do Curso de Apoio Psicossocial, que consiste na elaboração de um mini livro com receitas económicas, uma forma de reduzir o orçamento familiar destinado ao supermercado e cujas receitas financeiras reverterão a favor da Associação de Solidariedade Sorriso Amigo. Entre conferências e workshops, visitas e materiais didáticos, muito irá ainda acontecer ao longo do ano letivo... Mantém-te atento! Professora Marta Valentim 3 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 Projeto Crescer Educação para a Saúde (PES) do ECB O Projeto Crescer continua a desenvolver um conjunto de atividades que visam desenvolver, nos alunos, valores e responsabilidades importantes para o seu crescimento e formação enquanto cidadãos. A educação e a saúde são consideradas pilares fundamentais do bem-estar individual e comunitário, contribuindo a educação para o processo de desenvolvimento de competências que facilitam a aquisição, escolha e manutenção de práticas saudáveis. Entende-se, então, que a escola é um contexto privilegiado de Educação para a Saúde, uma vez que garante a acessibilidade e continuidade das ações de saúde e permite a implementação da Educação para a Saúde numa perspetiva de desenvolvimento integral das crianças e jovens, proporcionando a aquisição de conhecimentos, conceitos e valores importantes para a vida. Desde 2003 que o projeto visa dotar os jovens de conhecimentos, atitudes e O PES é uma equipa multidisciplinar constituída valores que os ajudem a fazer por duas professoras coordenadoras, pela psicólo- opções e a tomar decisões ade- ga da escola e por professores de diferentes áreas quadas ao bem-estar físico, so- que desenvolvem uma diversidade de atividades, cial e mental. Neste momento, visando envolver toda a comunidade escolar. face aos diversos constrangi- No 3º Ciclo, a Formação Cívica assume-se mentos económicos e sociais, como um espaço privilegiado para potenciar o de- mais urgente se torna respon- senvolvimento da Educação para a Cidadania, in- sabilizar os jovens pelas suas cluindo a educação para a saúde. Neste sentido, ações e atitudes e pelo cum- ocupa uma carga horária de 90 minutos por se- primento dos seus deveres. É mana, transformando-se estas aulas num espaço fundamental promover a aqui- de diálogo e reflexão sobre experiências vividas e sição de competências pes- preocupações sentidas pelos alunos, destinando- soais, fundamentais à tomada se também a reforçar a participação do aluno indi- de decisões responsáveis, que vidual e coletivamente na vida da turma, da escola contribuam para a formação e da comunidade. integral dos jovens e, a longo No ensino secundário, o projeto desenvolve-se prazo, para o desenvolvimento integrado na nova disciplina de Formação Cívica da sociedade. dos Cursos Científico-Humanísticos, no 10º ano, O PES continua a privilegiar seis grandes áreas, embora com objetivos e grau de aprofundamento e nos projetos de Educação Sexual das restantes turmas. diferentes, em função do nível de escolaridade: De- Desenvolvemos outras atividades tais como: senvolvimento Pessoal e Social (área transversal); Sessões para Pais; Viver a Escola; Gabinete de Alimentação e Atividade Física; Prevenção dos Saúde Nutrição e Exercício Físico; Gabinete de Consumos de Substâncias Psicoativas; Educação Atendimento aos alunos, dinamizado pela equipa Sexual e IST’s e Saúde Mental /Violência em Meio com a colaboração de enfermeira; um Blog; ações Escolar. Na área do Desenvolvimento Pessoal e So- de sensibilização com diferentes técnicos; vitrina cial (área transversal), desenvolveremos atividades informativa sobre as diferentes temáticas, dinami- específicas no âmbito da promoção das relações zada pelos professores de FC; divulgação de infor- interpessoais positivas e mediação de conflitos, in- mação no circuito interno da escola e na página do tegradas num projeto elaborado na sequência de ECB e formação de professores. uma formação frequentada por dois elementos da O projeto tem desenvolvido parcerias com dife- equipa. Para estas atividades, teremos o apoio téc- rentes entidades fundamentais ao apoio das nos- nico da Equipa do Projeto “Mais Participação, Mais sas iniciativas, tais como, Centro de Saúde, Escola Cidadania, Mais Desenvolvimento” do Centro So- Segura, Bombeiros, entre outras. cial de Valado dos Frades. Outra área a privilegiar este ano é a da literacia financeira. Professoras Helena Rodrigues e Paula Arraião UM TRATADOR DE CAVALOS ESPECIAL para o mundo do trabalho, tal como qualquer outro indivíduo. É nesta sequência que surge a elaboração de um PIT (Plano Indivi- “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” (Saint-Exupéry) dual de Trabalho) para alunos com PEI (Programa Educativo Individual) ao abrigo do decreto-lei 3/2008, o qual pretende explorar as capacidades e interesses dos mesmos. Henrique Roxo é um destes alunos e frequenta o oitavo ano de escolaridade. Nas aulas de Linguagem Em junho de 1994, com a Declaração de Salamanca, preconizou-se a educação inclusiva. Ainda que as barreiras atitudinais e materiais continuem a ser evidentes, a Escola tem vindo a fazer as adaptações necessárias para que as pessoas (crianças e adolescentes) com deficiência se integrem no am- Funcional, tem vindo a realizar trabalhos de expressão escrita e ilustrações sobre as tarefas que executa, à sexta-feira, no Pólo Equestre – EPADRC, como “Tratador de Cavalos”, o que faz com todo o empenho e orgulho. Professora Lucília Borges biente escolar e sejam preparadas 4 ESCOLA VIVA ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA De que sonhos são feitos os nossos filhos? Há uma expressão que sempre me fascinou – “a mãe que tricota o bebé”! Ao longo da gravidez, a mãe vai-se preparan- vai diluindo; parece que os filhos deixam de ser rigua se a caderneta tem informações, não se quer sonhados e passam a ser agidos … transportam- saber onde está o filho quando não tem aulas, não se para a escola, para as atividades extracurricu- se observa uma possível tristeza ou alegria espe- do para o nascimento do filho, mas não cial no olhar; os pais dizem-se demasiado só! Prepara também o próprio filho para os ocupados e com muitas preocupações. Mas primeiros contactos com o mundo: imagi- não seria o filho a principal preocupação e na as suas roupas, lê livros e revistas so- ocupação lógica de um pai? bre recém-nascidos, decora o quarto, etc. Que tal construir a motivação do filho Inevitavelmente, pensa em alguns aspetos para a escola? Basta que os pais se mos- do seu desenvolvimento precoce – as pri- trem realmente interessados nos assuntos meiras gracinhas, o gatinhar…. será que escolares e valorizem os mesmos; bas- vai usar chupeta ou preferirá o dedito? Ao ta que os próprios pais se interessem por mesmo tempo, começa a criar algumas ex- aprender algo novo e que estudem para me- petativas: era tão bom que fosse um bebé lhorar essa aprendizagem. calminho… ou então, adoro bebés mexidos Que tal construir melhores valores nos e com muita vivacidade! … Quando o bebé filhos? Basta que os pais deem bons exem- nasce, a família vai criar, cuidar e educar o plos de generosidade, justiça, honestidade, filho, tendo por base o sonho que construiu respeito e amizade. - e vai construindo - para este bebé. Assim, Que bom seria ver mais pais a terem pode acentuar traços de personalidade, tor- mais tempo para sonhar os filhos, sonhar nando-o mais ou menos dependente, autó- o seu futuro e também o presente; sonhar nomo, curioso, introvertido, meigo …. as suas amizades; o seu percurso escolar, Sonhar para os filhos devia durar toda os seus passatempos … preocuparem-se, a vida! de facto, com a vida e crescimento do filho Aos seis anos, ainda é comum os pais e ocuparem-se nesta tarefa de os ajudar a agirem pelas expetativas – ajudam os filhos crescer, crescendo com eles. a aprender a ler, a escrever e a contar; ajudam a lares, alimentam-se, vestem-se, assina-se-lhes os memorizar os poemas, para as festas da escola; testes,… querem que eles sejam felizes e bons alunos, para terem um bom futuro! É que, afinal, os filhos são feitos dos nossos sonhos! A “construção” do filho fica para segundo plano. Já não se FAZ para que seja bom aluno, nem tão No entanto, à medida que se vai avançando na pouco se FAZ para que o filho seja feliz! Não se idade, parece que esta capacidade de sonhar se pergunta como correu o dia na escola, não se ave- QUADRO DE MÉRITO Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB O Toque se Saída felicita todos os alunos que constam do Quadro de Mérito, fazendo votos de que continuem a ter sucesso escolar e que muitos outros alunos se lhes juntem. Alexandre Gabriel C. Teixeira 7.º A José Luís Alexandre Mateus 10.º C Marisa Lopes Fialho 11.º J Ana Filipa Serrazina Inácio 7.º A Mariana da Silva Alves 10.º C Carolina Perista Serrazina 12.º A Laura Vicente da Costa 7.º A Pedro Rui Ramalho Constantino 10.º C Constança Inês Almeida Alves 12.º A Rita Alexandra Neto Pestana 7.º B Cinzia Pessi 10.º E Inês Santos Tinta 12.º A Bruna Catarina A. Mateus 7.º C Diana Isabel T. Ferreira 10.º E Joaquim Marques V. Ferreira 12.º A José António de Sousa Pinho 7.º D Catarina Henriques Barros 10.º E Juliana Serrazina Pedro 12.º A Alexandre da Silva Pinho 7.º E Cristina Isabel S. Vicente 10.º I Margarida Vanessa M. Silva 12.º A Laura Carvalho Gorricha 7.º G David Agostinho Raimundo 10.º I Maria Serrazina Carvalho 12.º A Francisco Rogério Santos 8.º A Carlos Miguel Lureiro Siopa 11.º A Alexandra Paulo Francisco 12.º A Patrícia Maria P. Rebelo 8.º A Cláudia Sofia Coito e Silva 11.º A Pedro Radamanto Rodrigues 12.º B Carolina Silva Couto 8.º B Daniel José Domingos Guerra 11.º A Sofia Santos Ramalho 12.º B Alexandra Lopes Belo 8.º C Mónica Sofia Pereira Lourenço 11.º A Tiago Costa Mateus 12.º B Cristina Isabel A. Rodrigues 8.º C André Almeida Luís 11.º B João Filipe Coito Ribeiro 12.º C Francisco Miguel D. Salvaterra 9.º F João António Mateus Tiago 11.º B Andreia Dias Lopes 12.º D Inês da Cruz do Couto 9.º F Mariana Carvalho S. Baptista 11.º B João Filipe Pereira Rodrigues 12.º E Carlos Ferreira Martins 9.º G Sofia Filipe Funcheira 11.º B Margarida Costa Serralheiro 12.º E Georgeta Munteanu 9.º G Henrique Sabino Ferreira Roberto 11.º C João Emanuel Peralta e Tato 12.º F Carolina Gonçalves Guerra 10.º A Alexandra dos Santos Dinis 11.º D Marisa Ferreira Machado 12.º F Catarina Colaço Serralheiro 10.º A Nuno Alexandre Coelho Ribeiro 11.º D Tatiana Tomaili 12.º F Ana Paula Jorge Cruz 10.º B Nuno Miguel Fialho Feliciano 11.º D Mariana Raquel M. Santos 12.º G Maria Ana Bernardo Almeida 10.º B Rui da Silva Lopes 11.º D Daniela Tomás Costa 12.º H Vanessa Agostinho Ferreira 10.º B Ana Carolina F. P. S. Pontes 11.º E Nuno Filipe M. Carreira 12.º H Alice Coelho Vicente 10.º C Indira Alexandra V. Leão 11.º F Luís Miguel M. Vicente 12.ºER Beatriz Ribeiro Norte 10.º C Bernardo João Lourenço Vinagre 11.º G Filipa Alexandra Paulo Lindo 10.º C Diana Ferreira Goucha 11.º J ESCOLA VIVA 5 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 ASSIM ACONTECEU NATAL NO ECB conjunto com o Diretor Peda- NATAL A SORRIR CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE gógico, Dr. Alfredo Lopes, nos presentearam com uma rábula musical. Temas como o verdadeiro sentido do Natal foram, inú- Mais uma campanha Natal a Sorrir che- meras vezes, ao encontro da gou ao fim. A generosidade demonstrada pela celebração, sendo que todas população da região da Benedita muito tem as atuações que abordaram contribuído para que o Sorriso Amigo possa esta temática evidenciaram a proporcionar, a várias famílias de alunos, um verdadeira natureza do Natal, Natal mais feliz. destacando que este passa, Neste Natal, foram contempladas com ca- não pelo consumismo e toda a bazes de alimentos cerca de vinte e seis famí- realidade materialista que lhe lias de alunos, sendo muitas mais auxiliadas é associada, mas pelo verda- ao longo do ano. deiro sentido espiritual desta O CCGS recebeu, no passado dia 15 de dezembro, a já habitual Festa de Natal, levada a cabo pelo grupo de Educação Moral e Religiosa Católica, da nossa escola, numa fase indiscutivelmente exaustiva do ano, mas, ainda assim, nem por um minuto este evento se revelou desinteressante, sendo de salientar a qualidade dos participantes, nomeadamente, 7º A, 10º C, 11º A, B, C e J, 12º A e B, os alunos do Ensino Articulado de Música, o Glee Club e a Universidade Sénior da Benedita. Decerto que foi sentido pela plateia o trabalho trazido a palco pelos organizadores da Festa de Natal, contando com uma componente cénica com ótima qualidade, aliada a uma igualmente boa mistura de luzes e sons. É de realçar também a excelente A nossa gratidão sincera a todos quantos época. Homenageou-se, ain- colaboraram de forma direta e voluntária na da, o Dr. Gonçalves Sapinho, através da apresen- campanha Natal a Sorrir, e também àqueles tação de um conjunto de momentos fotográficos, que expressaram a sua solidariedade através acompanhada pela leitura de um texto, que a todos da entrega de alimentos. sensibilizou. Toda a fluidez que se fez sentir duran- Dirigimos, igualmente, uma palavra de te a realização do espetáculo sugere que este foi apreço aos supermercados Intermarché e produzido no seio de um clima de colaboração e Neomáquina, que, desde o início do Sorriso entreajuda de todos os envolvidos. Amigo, têm facilitado, sem reservas, a possi- Se desde que este espetáculo é feito se tem de- bilidade de angariação de alimentos nos seus monstrado um ritmo de trabalho alucinante, o evento estabelecimentos. apresentado este ano foi uma manifestação acres- À Direção do Instituto Nossa Senhora da cida desta energia, conseguindo transportar todos Encarnação e ao nosso Diretor Pedagógico, os envolvidos – participantes, plateia e produtores Dr. Alfredo Lopes, um grande bem haja, uma - para um ambiente envolvente, onde apenas existiu vez que nunca nos abandonaram nesta cami- espaço para a boa disposição e espírito natalício. nhada solidária. atmosfera que os apresentadores criaram durante Pedro Constantino 10ºC os “tempos mortos”, com uma disposição ímpar e A Professora Ana Paula Barosa sempre agradável. Merece ainda destaque a intervenção dos professores da nossa escola que, em UMA NOVA DINÂMICA PARA O CENTRO DE RECURSOS A reorganização curricular, já em vigor no pre- hábitos de leitura; a capacidade de selecionar in- lação com a Biblioteca, disponibiliza aos alunos, no sente ano letivo, retirou dos planos de estudo do formação e atuar criticamente perante a quantida- sentido de promover o seu sucesso e desenvolvi- Ensino Básico, as Áreas Curriculares não mento integral. Disciplinares de Área de Projeto e de Estu- Em termos específicos, pretende-se igual- do Acompanhado. Em parte para responder a mente potenciar as aprendizagens através de esta situação, e para ajudar os alunos, quer recursos variados, em papel, vídeo, online; en- nas atividades de pesquisas para trabalhos a sinar os alunos a saber pesquisar e avaliar a apresentar nas várias disciplinas, quer na re- qualidade da informação encontrada; a sinte- alização de trabalhos de casa, iniciou-se um tizar ideias, contribuindo também para a ma- projeto de dinamização do Centro de Recursos nifestação de atitudes éticas em relação à for- do ECB. ma como utilizam a informação, sabendo, por Um dos papéis que hoje compete à Esco- exemplo, distinguir citação de plágio. la, ao professor e, por extensão, à Biblioteca Para que esta iniciativa atinja estes pres- Escolar/Centro de Recursos, é o de produzir supostos, é também importante o trabalho co- sentidos com base na informação e no conhe- laborativo com os Conselhos de Turma e com cimento, construir “pontes de significados” que os professores em geral, que podem encami- permitam aos alunos selecionar, organizar e nhar os seus alunos para o Centro de Recursos transformar o conhecimento em práticas que onde, de 2ª a 5ª feira, em horários diversifica- lhes possibilitem a intervenção no mundo que dos, estará sempre uma equipa de professo- os rodeia. res de diferentes disciplinas, disponível para Qualquer que seja a designação por que são de e diversidade de fundos e suportes que hoje são proporcionar aos alunos estas valências e para referenciados (Bibliotecas, Mediatecas, Centros de postas à disposição de todos; o desenvolvimento os apoiar nas várias atividades que desenvolvam, Documentação e Informação, Centros de Recursos de métodos de estudo e de investigação autónoma; quer quando recorrem a este espaço de forma au- Educativos), estes espaços constituem-se como o aprofundamento da cultura cívica, científica, tec- tónoma, quer quando encaminhados por professo- recursos básicos do processo educativo, sendo- nológica e artística. res. lhes atribuído papel central em domínios diversos, Pretende-se, assim, contribuir para a melhoria tais como, a competência leitora; a criação e o de- do processo de ensino-aprendizagem, potenciando senvolvimento do prazer de ler e a aquisição de os recursos que o Centro de Recursos, em articu- 6 Professora Teresa Agostinho ESCOLA VIVA ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA STAND-UP LEVANTA-TE CONTRA A POBREZA No passado dia 17 de outubro, assinalou-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. O GLEE VEIO PARA FICAR Na nossa escola, a atividade foi organizada pelo Grupo de Geografia. O ECB levantou-se contra a pobreza às 9:40h Está maior em número e… em talento! no passado dia 15 de dezembro, encheu todos os e, de seguida, durante o intervalo de vinte minu- Depois das audições já habituais, foram es- corações presentes com espírito natalício. De um tos, no pátio, alunos e professores envolveram- colhidos mais 6 elementos para integrar o nosso apelo à solidariedade com o tema “Do they know se nesta atividade, com mensagens e canções clube. À Alice, Sofia, Fabiana, Ana, Georgeta, Ja- it’s Christmas?” a uma explosão de alegria com contra a pobreza mundial, de forma a sensibilizar cinta, Catarina e Alexandra, que todos já conhe- “All I want for Christmas is you”, o grupo arrasou e toda a escola para que a solidariedade não seja cem, juntam-se agora a Carolina Guerra, a Caro- não deixou ninguém indiferente. esquecida. Aproveitando a data, foram muitos os lina Vicente, o Paulo Tinta, a Inês Cruz, a Maysa Em preparação já está o primeiro concerto te- alunos que doaram alimentos à associação Sor- Marquês e a Maria Ana Almeida. São ao todo 14 mático que nos vai obrigar a recuar no tempo, para riso Amigo e que, com este gesto, ajudaram pes- elementos com diferentes sonoridades, gostos nos deliciarmos com êxitos de outrora. soas que vivem com muitas dificuldades. versáteis e personalidades inspiradoras que prometem surpreender com um ano repleto de música gem que alunos e professores do ECB quiseram nhos! Até breve! transmitir ao levantarem-se contra a pobreza. e talento. A primeira atuação do grupo, na Festa de Natal, Todos nós devemos ajudar. Foi esta a mensa- Fiquem a aguardar, vai valer a pena! Gleeji- Professoras Carmelita Costa e Estela Santana Indira Leão, 11ºF Alunos do Externato brilham no exame Delf SCOLAIRE Os alunos Bruna Isaque R. Penas, Filipa Vicente Custóias, Carlos Ferreira Martins, João Gil D. Silva, Catarina Castelhano Dias, Ana Margarida M. Lourenço, Maria Ana B. Almeida, Mariana da Silva Alves, Vanessa Agostinho Ferreira e Patrícia Constantino Martins realizaram o Exame Delf Scolaire, no dia 12 maio de 2011, nas DIA DA FILOSOFIA Caldas da Rainha, sob a orientação da Alliance Française, obtendo, todos, excelentes classificações, o que enche de orgulho o Externato e as professoras de Francês que os prepararam. Este exame é elaborado e certificado pelo Ministério da Educação Nacional Francês, conferindo aos alunos o grau de proficiência A1 em Língua Francesa, de acordo com o Quadro Europeu Instaurado em 2002, pela UNESCO, celebrourículo pessoal mais vasto e tenham a possibilidade de, no futuro, aceder mais facilmente a escolas ou trabalho em países de expressão francesa ou a empresas que possuam relações comerciais com estes países. de Referência das Línguas. Com este diploma, da Filosofia. Para assinalar a data, o grupo disciplinar desafiou os alunos do 11.º ano de Artes, a representarem pictoricamente a sua resposta à questão: O que é para si a filosofia? Professoras de Francês pretende-se que os alunos disponham de um cur- se, no passado dia 17 de novembro, mais um Dia Todos os alunos responderam ao desafio, proporcionando à comunidade escolar a fruição das suas “obras” que foram expostas no átrio da escola. O grupo preparou ainda uma aula, em torno da “Alegoria da Caverna”, de Platão, dirigida a todos os alunos e, em especial, aos dos cursos profissionais, já que a filosofia não faz parte dos seus currículos. A atividade consistiu numa aula livre que foi lecionada no horário da turma J do 11.º ano do curso profissional, sendo aberta à participação Com o início do novo ano letivo (2011/2012), um prefácio do Diretor, Dr. Alfredo Lopes e mos- de outros alunos que, para o efeito, se inscreve- procedeu-se também ao lançamento do Anuário tra a organização da escola: turmas, professo- ram antecipadamente. Os alunos manifestaram- relativo ao ano letivo anterior (2010/2011). res, pessoal não docente, atividades, projetos, se muito interessados e dialogantes, contribuindo clubes, os alunos das várias turmas e respetivas para uma aula inesquecível. Num auditório repleto, coube ao Coordenador do Projeto fazer a sua apresentação, destacando o facto de ser, pela primeira vez, editado em for- O Anuário 2010/2011, à venda na Biblioteca, mato digital (DVD), o que torna esta edição mais mostra uma escola transparente, tal como ela é: rica, em termos de fotos e acontecimentos, mas com VIDA! também mais económica (2,5 euros). O Anuário, a exemplo de anos anteriores, tem ESCOLA VIVA Outra atividade do grupo é a dinamização atividades, visitas de estudo, etc… do blogue http://www.logosecb.blogspot.com/. Aguardamos a sua visita e colaboração. O grupo de Filosofia Professor Ricardo Miguel 7 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 PARLAMENTO JOVENS DOS (continuação da página 1) A nível da escola, desenvolveu-se uma drigues, Nuno Feliciano, Nuno Ribeiro, Pe- campanha eleitoral com uma grande parti- dro Penas, Rafael Santos, Rui Cabrita, Rui cipação de alunos, envolvendo seis listas Lopes, Rute Correia, Sofia Fialho, Telmo candidatas ao ato eleitoral de dia 16 de Sousa, Tiago Couto. janeiro. A anteceder as eleições, decorreu Esta sessão foi presidida pela aluna ainda um debate com a presença do Depu- Sofia Fialho, eleita entre todos os mem- tado da Assembleia da República, Dr. Pe- bros eleitos das várias listas, seguindo-se dro Pimpão que explicou o funcionamento o debate das várias medidas apresentadas da Assembleia e respondeu às questões do por cada lista. É de destacar a preparação público presente. Também nesta ocasião, evidenciada pelos alunos e pelos membros o Dr. Alfredo Lopes reforçou a importância da mesa que conduziram os trabalhos com deste projeto para a formação dos alunos muita dignidade. Após um breve debate, como cidadãos esclarecidos. foram aprovadas três medidas que inte- As eleições ditaram a vitória da lista gram o Projeto de Recomendação que vai F com 113 votos, seguindo-se as listas D ser defendido na Sessão Regional: 1- criar com 70, a lista E com 47, a lista C com 33, uma página nas diversas redes sociais, di- a lista B com 31 e a lista A com 30, elege- vidida por sessões (educação, saúde, lazer ram os 31 elementos que compuseram a entre outros que se considerem pertinen- Sessão Escolar. tes) onde um representante do governo ou A Sessão foi realizada no dia 18 no um deputado responsável por cada sessão Grande Auditório do Centro Cultural Gon- possa entrar em contato com os utilizado- çalves Sapinho e contou com os eleitos: res, de modo a conhecer as opiniões dos Alexandra Dinis, Alexandra Viana, Alice cidadãos e estreitar a ligação eleitores- Vicente, Ana Pontes, Beatriz Inácio, Be- eleitos; 2 - criar grupos e páginas nas re- atriz Norte, Bernardo Subtil, Bruno Silva, des sociais a nível internacional tendo em Carolina Quitério, Catarina Dias, Catarina vista promover o multiculturalismo e a tro- Marques, Celine Belo, Cristiana Almei- ca de experiência de modo a encontrarmos da, Daniela Roxo, Djirson Monteiro, Filipe soluções. Luís, Flávia Silva, Joana Pinho, João Ro- O REINADO DE D. JOÃO I EM CONTO Professor Ricardo Miguel 2º LUGAR PARA A EQUIPA DE VOLEIBOL FEMININO DO ECB A equipa feminina de Voleibol - Juvenis (Desporto Escolar) classificou-se em 2º lugar na 2ª Concentração de Escolas do Oeste que decorreu no passado dia 25 de janeiro, em S. Martinho do Porto. O Toque de Saída felicita a equipa liderada por Adriana Cardoso e constituída por Naíde Fialho, Maria Ladeira, Alice Belo, Márcia Correia (11ºC), Ana Margarida Lourenço e Maria Almeida (10ºB), assim como o seu treinador, professor Miguel Fonseca. Continuamos à espera de bons resultados! «Há muitos, mui- tos anos, vivia no reino de Portugal um menino chamado João.» Assim começa mais uma história assinada por Vanda Marques. À primeira vista, poderíamos julgar que se trata de uma estória, mas depressa nos enredamos na História, em que a narrativa nos aparece imbuída de toda a ingenuidade, simplicidade, veracidade como só se vê no olhar de uma criança. Da leitura das primeiras palavras embarcamos numa viagem de fantasia ao século XIV, a um Portugal em crise, embora a esperança num futuro melhor fosse assegurada pela entronização de um novo rei, de cognome O de Boa Memória, que não só fundou uma geração de portugueses heróicos, como foi o pai da “Ínclita Geração”, aquela que havia de colocar Portugal na direção das descobertas marítimas. Como em todos os contos de fadas, também existe uma rainha, neste caso, boa, D. Filipa de Lencastre, oriunda do reino de Inglaterra, que educou e preparou os seus filhos para serem capazes de compreender a sua missão e de construírem um projeto para Portugal. Este livro não nos conta apenas a história do rei D. João I. Com os textos minuciosos a que Vanda Marques nos tem habituado e ilustrações sugestivas (da autoria de Rita Correia), facilmente deparamos com um livro que não é meramente infantil, mas que carrega consigo a capacidade de nos fazer sonhar e até de imaginar um país melhor, sobretudo quando os tempos hodiernos tendem a fazer-nos paralisar. A leitura deste livro permite aos leitores embarcarem numa viagem pelo tempo, o seu e o do país, mas também, caso se trate de crianças, de aprenderem a história da nossa cultura de forma descontraída e sentida, como as verdadeiras aprendizagens o devem ser. Professor Valter Boita INFORMAR PARA DECIDIR No âmbito da disciplina de biologia, a turma do 12.ºA, do ECB, decidiu realizar um projeto para sensibilizar a população acerca das técnicas de procriação medicamente assistida (PMA). Desde que em 1978 foi noticiado que o obstetra Patrick Steptoc e o biólogo Robert Edwards trouxeram ao mundo Louise Brown, o primeiro bebé-proveta resultante da técnica de fecundação in vitro, mais de 40 mil bebés nasceram, em todo o mundo, de casais estéreis. Ao mesmo tempo, as técnicas de reprodução assistida experimentaram um forte incremento na maioria dos países desenvolvidos, existindo hoje várias técnicas, sejam elas com recurso a medicamentos, técnicas laboratoriais de manipulação e seleção de gâmetas e embriões ou com recurso a cirurgia. A PMA é assim, um conjunto de técnicas que ajudam o casal a procriar, criando um ambiente propício para que tal aconteça, contornando as causas de infertilidade num dos membros do casal ou em ambos. As técnicas consistem na facilitação do encontro dos 8 gâmetas, promovendo-o fora do corpo materno ou em locais do aparelho reprodutor feminino mesmo hostis para as gâmetas femininas e/ou masculinas, possibilitando a procriação. A lei nº 32/2006 de 26 de julho que regula a utilização das técnicas de procriação medicamente assistida determina requisitos no que respeita à organização dos centros de PMA, qualificação do seu pessoal, instalações, equipamentos bem como regras e boas práticas clínicas e científicas. Com a autorização do Diretor Pedagógico do ECB e dos responsáveis pelas devidas instituições, decorreu uma exposição dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, de 1 de dezembro a 4 de janeiro de 2012, na Policlínica da Benedita, na Farmácia Alves, na Farmácia Nova e no Centro de Saúde da Benedita, para que toda a população possa estar mais bem informada sobre um tema que levanta tantas dúvidas. Constança Alves,12A ESCOLA VIVA ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA Sugestão de Leitura Claraboia é o segundo roman- trói-se a partir dos diálogos entre ce escrito por José Saramago, o o sapateiro Silvestre, homem sá- primeiro foi Terra do Pecado, no bio, e o seu inquilino Abel, o jovem entanto, permaneceu inédito por que recusa compromissos e quer vontade do autor, talvez pela cir- ver a vida por detrás da cortina que cunstância de a editora à qual en- a oculta. A ação desenha também viou o manuscrito para uma even- o universo feminino e as suas in- tual publicação só quarenta anos quietações, a assunção da sua se- depois, e quando o escritor já tinha xualidade, a opressão masculina, a um percurso firme na escrita, se ter ostracização e o medo, temas que dignado responder-lhe e prontifi- nas obras posteriores o autor de- car-se a publicá-lo. A mágoa tê-lo- senvolveu. á levado a esquecer este romance Como disse Pilar del Río em en- escrito aos trinta anos, deixando trevista ao Jornal de Letras, “Cla- a decisão de o publicar aos seus raboia é um livro fundamental na herdeiros. Um ano volvido da morte obra de Saramago, uma ótima por- física do autor, surge, finalmente, ta de entrada para a sua literatura”. Claraboia, um romance intenso que Olhemos, pois, através da Clara- se lê de um fôlego. boia para o universo narrativo sa- Claraboia ilumina a vida de seis ramaguiano que aqui já se vislum- inquilinos de um prédio, que se cru- bra e para as referências literárias, zam e articulam ao longo de trin- principalmente Pessoa e Diderot, ta e cinco capítulos. A vida destes e musicais Honegger, Beethoven, inquilinos é como um microcosmos Chopin e Donizzetti. que espelha o macrocosmos da Lisboa salazarista, triste, miserável Professora Luísa Rocha e baça. O nó central da ação cons- E ainda Saramago… CAFÉ LITERÁRIO O que motiva uma dezena de pessoas, numa tarde outonal de sábado, quando as condições atmosféricas convidavam a ficar em casa, a deslocar-se até ao Centro Cultural Gonçalves Sapinho para conversar acerca de um romance e de um autor? A estima pelo livro e pela leitura, mas também a generosidade com que se partilham ideias e se aceitam outras interpretações, tantas vezes diferentes daquelas a que se chegou de forma solitária. Na semana em que José Saramago completaria 89 anos, reuniu-se o clube de leitores do ECB para trocar ideias sobre o seu derradeiro romance, Caim. Depois de alguns meses de interrupção, no dia 19 de novembro, retomaram-se assim os encontros da tertúlia Café Literário. Não foi consensual a visão que cada um construiu deste último romance de Saramago. Se a mestria da escrita não foi posta em causa, já o assunto abordado mereceu algumas divergências. De um lado, posicionam-se os que questionam o porquê do retomar da abordagem bíblica, quase 19 anos após a publicação de O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Outros consideram não fazer sentido este recorrente “ajustar de contas” com Deus, vindo de um homem assumidamente ateu. Outros ainda, identificam na obra apenas uma reflexão em torno do bem e do mal que existe dentro de cada um de nós, que nos reconhecemos ora em Abel, ora em Caim… Depois de uma semana de trabalho exigente, durante cerca de hora e meia, a leitura partilhada, as descobertas que se fazem em conjunto, a perspetiva de novo livro (Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares) e de novo encontro (20 de março, integrado na Semana Cultural), constituiu-se como autêntica terapia, um readquirir de vontades e de energias para enfrentar um trabalho que se (re) descobre motivador e compensador. Teresa Agostinho Lançamento de Livro Os outros somos nós, de Isabel Madaleno Foi no pas- Numa sala polivalente repleta, os presentes viaja- tivação para a realização do seu pequeno proje- sado dia 12 de ram no tempo à medida que ouvia o Grupo Coral da to. Tomou como principal guia o título da obra, Os novembro, pelas Universidade Sénior da Benedita entoar duas can- outros somos nós, e depressa visualizou um misto 16 horas, Isabel Madaleno que tigas populares: “O regresso”, de António Calvário, de “opostos, vivências, reflexos e contrariedades”, Guerra e “Moleirinha”, do Cancioneiro Nacional. Logo de o que a levou a dividir a capa em duas partes e a representar Lia em diferentes movimentos. reu- seguida, António Vieira da Silva, representante da niu um grupo de Edições Vieira da Silva, uma das poucas editoras No fim da sessão, o grupo coral voltou a atuar, amigos no Cen- em Portugal que reconhece o trabalho dos peque- desta vez com um tema inédito, “Moinhos”, com- tro Cultural Gon- nos escritores, mostrou vontade de continuar a se- posto por Natália Canário. çalves guir os trabalhos da autora. para Sapinho apresentar Isabel Guerra Madaleno agradeceu o apoio da A atração da reunião foi o comentário de Correia família e dos amigos, evidenciando a sua paixão primeiro da Fonseca (modesto crítico literário que prefere pela escrita, não só como escape pessoal, mas romance: Os ou- não “ter quaisquer títulos, pois não tem autoridade também como uma transmissão de ideais ao mun- tros somos nós. para isso”) acerca de Os outros somos nós e da do. É com a história de Lia e “dos outros que são Natural da Bene- personagem principal, Lia. Segundo o crítico, o li- eles mesmos” que a escritora e poetisa abre a sua dita, mas há vários anos a residir na região de Lis- vro explora uma personagem individual que “se dá carreira e o seu coração ao mostrar que a força de boa, depois do lançamento da sua obra na capital, ao serviço de um bem coletivo”, pelo que deve ser vontade pode vencer todos e quaisquer obstáculos. Isabel Guerra Madaleno decidiu fazê-lo também na glorificada pelo “combate aos individualismos ás- sua terra natal. peros”. o seu Para iniciar a apresentação, um dos sobrinhos Margarida Madaleno, sobrinha da escritora e da autora, Nuno Sardinha, proferiu alguns elogios autora da ilustração da capa, também deu a sua que se foram ouvindo ao longo de toda a sessão. palavra de encorajamento à tia, explicando a mo- ARTE E CULTURA Margarida Serralheiro, 12ºE 9 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 ENTRE LIVROS Olá leitores do Toque de Saída! Nesta edição ques- Os livros que ando a ler neste momento são A mão seus livros, semeados de sensações e emoções, tionámos a professora de história e responsável de Fátima, de Ildefonso Falcones e o Dom, de Sha- pela sua sátira verdadeiramente intrigante e singu- pela biblioteca do ECB, Maria José Jorge e a alu- jen Joy Aziz e Demian Lichtenstein. lar, pela sua capacidade de dotar o enredo e as na Ana Paula Cruz, do 10.º B, curso de Ciências e Tecnologias, sobre as suas preferências de leitura. personagens de uma magia que o leitor partilha. Vejamos, agora, o que nos disse a Ana Paula Cruz Comecemos então pela professora Maria José Jor- sobre os livros e a lei- Qual o livro que gostarias de ter lido? tura. Gostaria de ler Os Lusíadas na íntegra, pois é um ge. livro que me cativa bastante, não só por estar esQual foi o livro que crito numa linguagem que admiro, que nos fornece Qual foi o livro que mais gostaste de ler? informações sobre o passado da Língua Portugue- mais gostou de ler? Porquê? sa, mas também por evidenciar a gesta dos portu- Porquê? Há muitos livros que gueses, a sua ousadia em descortinar os mistérios, Sou uma leitora com- gostei de ler, mas exis- em procurar mundos desconhecidos. Além do valor pulsiva. Assim, quando te um que recomendo histórico e linguístico, gostaria ainda de referir que acabo de ler o último li- particularmente: Os a própria construção do texto e as emoções nele vro penso que esse foi Maias, de Eça de Quei- presentes são geniais e que as personagens mito- o que mais gostei de roz, pois considero que esta é a sua obra-prima. É ler. No entanto, houve nela que o carácter satírico do escritor é claramen- lógicas dão ainda uma magia maior ao enredo. alguns que me marcaram especialmente, por exem- te notório, bem como a sua capacidade descritiva Para ti, quais são os elementos que deve ter um plo, A Cabana de WM. Paul Young, Em busca do única, que nos envolve no enredo. As personagens, bom livro? Unicórnio de Juan Eslava Galán, As Filhas do Graal que são uma personificação dos costumes e vícios Para mim, um bom livro deve ter um vocabulário de Elisabeth Chadwic, A Catedral do Mar de Ilde- do século XIX, evidenciam a crítica (quase carica- adequado ao contexto situacional da ação e das fonso Falcones, A Irmandade do Santo Sudário de tura) de Eça e dão um interesse particular ao livro. personagens, deve ter uma história cativante, que Júlia Navarro, Sob um Céu de Mármore Branco de Além disso, é nelas que Eça expressa, mais uma convide o leitor a deleitar-se com a leitura, permi- John Shors e tantos outros. vez, a sua mestria na arte da descrição detalha- tindo-lhe viver o enredo e “interagir” com o espaço da e singular. Por outro lado, as figuras de estilo e as personagens; deve ser autêntico, isto é, ter um Qual o livro que menos gostou de ler? utilizadas, a construção do texto e o vocabulário enredo que deixe transparecer o seu carácter único O livro que menos gostei de ler foi Os Versículos erudito tornam o ambiente de Os Maias ainda mais e especial; deve ser o “transporte” para um mundo Satânicos, de Salman Rushdie. agradável. onde o leitor se sinta sereno e feliz e, sobretudo, deve alumiar-lhe o pensamento com energias posi- Qual é o seu escritor(es) favorito(s)? Os meus escritores favoritos são Eça de Queiroz, Qual o livro que menos gostaste de ler? Porquê? tivas, sendo uma luz amiga, que lhe afaga a alma, O livro que menos gostei de ler foi O Mundo em que como se de um sol se tratasse… Cátherine Clément, Umberto Eco, James Rollins, vivi de Ilse Losa, porque é um livro com uma his- entre outros. tória triste e com realidades um pouco incómodas. Qual é o livro que andas a ler neste momento? Ao longo do livro são mencionados vários episódios Estás a gostar de o ler? Qual o livro que gostaria de ter lido, mas nunca da vida da protagonista que deixam o leitor forte- Neste momento ando a ler A Volta ao Mundo em 80 teve oportunidade de o fazer? mente constrangido, como o falecimento dos seus dias, de Júlio Verne. Estou a gostar do livro, pois O livro que gostaria muito de ter lido, mas ainda parentes. No entanto, é de salientar que o livro está ele mostra-nos o progresso e a evolução dos meios não tive oportunidade é a Bíblia. muito bem escrito. de comunicação no século XIX, bem como a descrição de vários países do globo. Além disso, tem Para si, quais são os elementos que deve ter um Qual é o teu escritor(es) favorito(s)? personagens com personalidades muito próprias, bom livro? Há muitos escritores de que gosto. Porém, gos- de entre as quais dou especial ênfase à persona- Os elementos que, para mim, devem ter um bom taria de realçar que há escritores particularmente gem principal, cujas atitudes e comportamentos livro são aqueles que nos prendem à narrativa, que fantásticos, segundo o meu ponto de vista, como são bastante curiosos e únicos. nos fazem sonhar, viajar através deles e nos tocam Sophia de Mello Breyner Andresen, pela sua poe- com a sua mensagem. sia incrivelmente contagiante e pela prosa rica em Indira Leão, 11º F descrições e Eça de Queiroz, pela sua capacidade Qual é o livro que anda a ler neste momento? de nos transportar para os espaços descritos nos QUE PRINCÍPIOS DEVEM ORIENTAR A SOCIEDADE, DE FORMA A POTENCIAR A PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOs NA VIDA PÚBLICA? 10 O tema da Cidadania coloca-nos pleno e igual na sociedade, com o di- hoje, alguns problemas de filosofia reito e o dever de participar no pro- política: Que princípios devem orien- cesso político, de modo direto ou indi- tar a organização da sociedade, de reto, consoante o tipo de democracia. forma a estimular a participação dos Numa cidadãos na vida pública? O que se como a nossa, o cidadão pode esco- entende por cidadania? E o que é ser lher livremente os seus representan- cidadão? tes através do voto. Ao votar exprime Democracia representativa Num contexto filosófico, a cidada- a sua preferência política. Defende- nia, entende-se como um “ideal nor- mos que os regimes democráticos mativo substancial de pertença e par- dependem dos cidadãos, sendo o ticipação numa comunidade política” exercício ativo da cidadania impres- ou seja, ser cidadão é ser-se membro cindível para a sua manutenção. A ARTE E CULTURA ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA saúde e a estabilidade da democracia moderna não dependem apenas da justiça das suas instituições básicas, mas também das qualidades cívicas e atitu- A FORÇA DE UM POVO des dos seus cidadãos. Sem cidadãos responsáveis dificilmente as democracias são estáveis e eficazes. freguesia, porque algumas pesso- Em democracia são necessárias virtudes cívicas. as estão cansadas de dar dinheiro Entenda-se virtude como a qualidade do caráter que para as obras da igreja e acham determina a excelência da ação. Assim, as virtudes que apenas se devem acabar as da igreja velha sem pensar em fazer cívicas seriam as qualidades do carácter que deter- uma nova. Outras concordam que minam as práticas que tornam melhor a vida em so- o caminho certo é fazer uma nova ciedade. igreja. Entre discussões, debates e Um Estado democrático dá aos seus cidadãos campanhas a favor e contra é con- a oportunidade de avaliar as práticas governativas vocada uma consulta popular para através da discussão pública, mas isto implica ques- que o povo se possa expressar li- tionar e saber julgar. Os cidadãos devem, portanto, vremente. saber avaliar as atitudes e práticas políticas. É interessante constatar que a Sendo o regime democrático, um “sistema de go- esmagadora maioria da população vernação do povo, pelo povo e para o povo” a prática do debate é imprescindível. Não são os cidadãos que decidem todas as matérias, mas devem estar atentos vigiando a justiça do processo político. Os gregos não valorizavam a vida privada, mas a maior parte das pessoas que compõem as sociedades actuais dão uma grande importância à vida privada e acomodam-se, não sentem a necessidade de lutar/participar/colaborar para o bem coletivo o que enriqueceria posteriormente, a sua vida privada. Assim, não entendem a participação na vida pública como uma obrigação, entregando-a aos seus representantes. Ora, este é um dever básico, como a capacidade de ganhar a vida em vez de estar dependente do subsídio de desemprego. O exercício pleno da cidadania funciona como um “motor político” no sentido de saber escolher o bem comum. A democracia será tão forte quanto mais conscientes e ativos (cerca de 90%) vota a favor de uma igreja nova. Rancho do Taveiro Passados alguns dias “do altar Durante o corrente ano estão previstas diver- abaixo”, o padre Inácio Antunes sas atividades de comemoração dos 50 anos da anunciava, perante a estupefação de muitos vinda para a Benedita de um grupo de trabalho, paroquianos: “Quem quiser acreditar, acredite; liderado pela doutora Manuela Silva, que iniciou quem quiser não acreditar não acredite”…”Mas o chamado “desenvolvimento comunitário”. o que é certo é que a igreja vai ser construída”. Todo o enfoque é colocado nesse movimen- Nesse mesmo ano o arquiteto Licínio Cruz to externo esquecendo um pouco o povo desta faz o projeto, que é entregue ao construtor Júlio freguesia paupérrima, mas dono de uma força Cismeiro. e vontade férreas. Teremos de recuar alguns Muito bem, a declaração do Padre Inácio ti- anos para termos a noção da força deste povo. nha sido feita, o projeto estava pronto e o cons- Neste artigo falaremos, essencialmente, da trutor contratado. Mas faltava o essencial: o di- Igreja Paroquial da Benedita (a igreja velha e a nheiro para a obra. E é aqui que entra o espírito igreja nova) e no trabalho e empenho da comu- de solidariedade e força deste povo benediten- nidade local. se que une rapidamente toda a comunidade. Em 1856, o então pároco José da Silva Em 17 de agosto realiza-se o primeiro gran- (beneditense), preside a uma comissão for- de cortejo de oferendas com o objetivo de co- Deste modo, penso ser de grande importância mada por alguns paroquianos para dar início a meçar a angariar fundos e ao qual, o Senhor sermos conscientes e cooperantes na sociedade. um projeto a que foi dado o nome de “Obras Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçal- A democracia é o resultado de uma luta árdua de de acrescimento da igreja”. Nesse mesmo ano ves, veio assistir. séculos, por isso temos deveres na sua vitalidade e iniciaram-se as obras que se prolongaram pelo Este cortejo foi o primeiro de uma série de conservação. A democracia não é só para o povo, é ano 1857. É interessante saber que o valor des- iniciativas, tais como, jogos, campanhas, da também do povo, o que nos confere o dever de parti- tas obras foi de 1.294.000 réis e que as madei- qual destacamos a dos ovos e a das telhas, gru- ras utilizadas nas mesmas foram cortadas nas pos e ranchos que se criam com a finalidade de matas do Estado com autorização real. fazer teatro, dança, etc. politicamente forem os cidadãos. cipar de modo qualificado e responsável. Ana Lopes, 12E Desde esta intervenção passaram-se 83 Destes grupos que se organizaram por toda anos durante os quais a população da Benedita a freguesia, destacamos o da Benedita (centro) quase triplicou e a velha igreja deixou de ter e o do Taveiro que aparecem nas fotos. capacidade e condições para celebrar, com a Finalmente, a 15 de agosto de 1955 o povo devida dignidade, as festas religiosas e as cele- reúne-se para a inauguração daquela que, ain- brações do calendário litúrgico. da hoje, é chamada de Igreja Nova. Assim, em 1941, o pároco da Benedita, pa- O custo desta igreja foi de 3.000 contos e, dre José Susano Coelho, reuniu alguns homens devemos lembrar, que foi construída sem qual- com influência na terra, mas especialmente quer auxílio oficial, quer da parte da Igreja, quer apoiado pelo povo, deu início aos trabalhos. da parte do Estado. Não podemos esquecer que em 1941, a Eu- Concluindo, foi a força deste povo que per- ropa estava envolvida na II Guerra Mundial e os mitiu e uniu comunitariamente todos sem exce- tempos eram muito difíceis. As dificuldades e ção, preparando o terreno para o desenvolvi- a pobreza eram a realidade do dia a dia, espe- mento comunitário que chegaria à Benedita em cialmente, nas pequenas aldeias portuguesas. 1962. Curiosamente, foi também nesse mesmo Mesmo assim, as obras da Igreja Velha foram ano que a igreja velha foi demolida, perdendo progredindo até o ano de 1951, altura em que a Benedita um património recheado de objetos foram suspensas pela total falta de capacidade litúrgicos, sinos, quadros, “santos,” azulejos, ta- de ajuda do povo beneditense. lhas douradas, relíquias e, até, o ouro de Nossa É, precisamente, em 30 de Março de 1951 Senhora da Encarnação. que chega à Benedita o padre Inácio Rodrigues Antunes, homem empreendedor, dinâmico e im- Professora Maria José Jorge pulsionador da vida social e material da nossa terra, que começa por se pronunciar lamentanCortejo de agariação de fundos para a construção da Igreja Nova. do a precariedade das instalações, ao mesmo tempo que começa a sugerir a construção de uma igreja nova. Esta sugestão gera uma grande polémica na O LUGAR DA MEMÓRIA 11 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 ENTREVISTA - DR.ª MANUELA SILVA “Esta crise pode dar um novo rumo ao desenvolvimento” O Toque de Saída foi ao encontro da Dr.ª Ma- A experiência de desenvolvimento comunitário por onde passavam temáticas que, sem porem em nuela Silva, sobejamente conhecida pela popula- foi inspirada no curso que frequentei em Paris, no causa o regime, nos abriam novos horizontes de ção beneditense que ainda tem memória do ano de ano de 1960. Assim que regressei a Portugal, jul- mudança. Aí aprendi a interessar-me pelas ques- 1962, em que a Equipa de Estudo e Experimenta- gava trazer um conjunto de conhecimentos nessa tões sociais. ção de Desenvolvimento Comunitário interveio na área que seria, no nosso país, bastante inovador. Lembrei-me agora de um episódio caricato. Fui Benedita, que se deslocou ao Centro Cultural Gon- Em Paris, além de ter adquirido conhecimentos so- a aluna melhor classificada do meu curso, o que me çalves Sapinho, no passado dia 14 de janeiro, a fim bre desenvolvimento comunitário, contactei com teria permitido enveredar pelo ensino universitário. de participar numa iniciativa do Rotary Contudo, o professor da cadeira de Eco- Club Benedita de assinalação do 50.º nomia não me escolheu como assistente, aniversário da experiência do Desen- com o argumento de que, devido ao facto volvimento Comunitário na Benedita. de ser mulher, não seria capaz de impor Maria Manuela da Silva, nascida disciplina. em 1932, em Cascais, é licenciada em Como é que a experiência comunitá- Economia pelo Instituto Superior de ria surgiu na Benedita? Ou melhor, que Economia e Gestão, da Universidade critérios levaram à seleção da Benedita Técnica de Lisboa. Iniciou a sua vida como localidade-piloto para a Equipa profissional com o projeto de investi- de Estudo e Experimentação de Desen- gação sobre a estrutura dos salários volvimento Comunitário intervir? na indústria portuguesa, o qual lhe Isso deveu-se ao facto de termos co- permitiu ingressar no Ministério das nhecimento de um estudo que foi feito so- Corporações, nos Serviços de Ação bre a zona oeste da serra dos Candeeiros, Social, desempenhando aí a tarefa de bem como ao contacto com a dissertação defender as condições de trabalho das da socióloga, Maria Susana Gaspar de mulheres e organizá-las, constituin- Almeida, intitulada A condição da mulher do secções femininas nos sindicatos. numa paróquia rural de Portugal – Benedi- Promoveu a promulgação das leis la- ta, o que nos foi muito útil. Deveu-se ain- borais de proteção das mulheres e da da ao meu relacionamento com o Cónego maternidade. Serrazina que, tal como eu, pertencia ao Em 1961, frequentou, em Paris, movimento de Ação Católica, e que de- um curso de Desenvolvimento Comu- sempenhou na perfeição o papel de inter- nitário. Regressada a Portugal, criou mediário com a população, devido ao seu uma equipa de estudo e experimen- carisma e espírito de liderança. Foi tam- tação de novas técnicas de desenvol- bém importante o conhecimento que tive- vimento comunitário. Após a criação mos do espírito colaborativo da população desta equipa (que integrava técnicos beneditense, que se tornou bem visível na de vários ministérios), tornou possível construção da nova igreja. Finalmente, ti- a experiência de desenvolvimento co- vemos ainda conhecimento da existência munitário que incentivou o progresso de atividade artesanal, que também pesou de localidades como a Benedita. Criou na nossa escolha. também um serviço de promoção social comunitá- experiências que haviam sido realizadas em alguns A nossa equipa não interveio apenas na Benedi- ria, no Instituto de Apoio à Família, do Ministério da países de África e da América Latina. Sabendo que ta, nós escolhemos também o Bárrio, no concelho Saúde, que dirigiu até 1970 em simultâneo com a a realidade portuguesa era significativamente dife- de Alcobaça, por ser, então, uma zona exclusiva- direção do Gabinete de Estudos Sociais no mesmo rente da desses países, não esmoreceu o desejo mente rural. Ministério. que tinha em empreender atividades nesse âmbito. Diga-nos quais eram os principais objetivos Desde o ano de 1970 até ao ano de 1993, foi Por estas razões, em 1962 constituí uma equipa da experiência de desenvolvimento comunitário professora convidada no Instituto Superior de Eco- pluridisciplinar, que reunia técnicos cedidos por operada na Benedita e qual o seu grau de con- nomia e Gestão, com uma interrupção em que as- diferentes serviços do Estado, que chegaram até secução. sumiu o cargo de Secretária de Estado para o Pla- mim devido à confiança que sentiram neste projeto. Tratava-se de uma experiência com os seguin- neamento, no I Governo Constitucional. Presidiu ao Destaco que o país vivia numa ditadura, apesar de tes objetivos: promover o desenvolvimento local Instituto de Tecnologia Educativa (responsável pela se fazerem sentir ventos de mudança. com a participação das pessoas da terra; procurar telescola), entre 1974 e 1975. Lecionou no Instituto Superior de Economia e Sociologia, em Évora, entre 1970 e 1974. Como explica o seu interesse pelos estudos em desenvolvimento comunitário? saber em que medida a técnica do desenvolvimento comunitário poderia ser transposta para Portugal Sempre fui uma pessoa motivada pela fé e pelo (objetivo de cariz mais teórico ou investigativo) e Autora de várias obras no domínio da economia empenhamento em movimentos cristãos no sentido adquirir conhecimentos para generalizar a experi- e das questões sociais, dirigiu ainda a Revista de de poder contribuir para o bem público. No começo ência a outras zonas do país. Os objetivos foram Estudos de Economia do ISEG. dos anos 1960, existia uma consciência por par- notoriamente cumpridos. Presidiu ao Movimento Internacional dos Inte- te de alguns intelectuais de que o país era sub- Em que medida o Externato Cooperativo da lectuais Católicos (1983-87) e à Comissão Nacional desenvolvido, relativamente à Europa, e julgavam Benedita é um reflexo dessa experiência e, con- Justiça e Paz (2005-08). ser necessário contribuir para o desenvolvimento comitantemente, serviu de motor de continuidade do desenvolvimento? Atualmente, é presidente da Fundação Betânia, do país. Por outro lado, esse meu interesse deveu- vogal do Conselho Geral da Universidade Técnica se também à minha formação católica através do Foi muito importante. A metodologia utilizada de Lisboa e vogal do Conselho Geral do Montepio. Movimento de Ação Católica, a Juventude Univer- por nós consistia em auscultar as necessidades da sitária Católica. população e procurar dar resposta a essas mesmas É agraciada com a Grã Cruz do Infante Dom Henrique. Apresente-nos o contexto em que lhe surgiu a temática do desenvolvimento comunitário. 12 Ter ingressado no Gabinete de Estudos Corpo- necessidades. Então, observou-se, por exemplo, rativos, presidido pelo Professor Pires Cardoso, que as crianças que prosseguiam estudos além da permitiu-me colaborar na revista deste Gabinete, quarta classe, estudavam fora, tinham de se des- ESCOLA VIVA ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA locar para Alcobaça, Rio Maior ou até Leiria. Perante esta necessidade, a OS 50 ANOS DA EXPERIÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO DA BENEDITA equipa ajudou a conceber um projeto que a suprisse. O papel da nossa equipa consistia em despertar a consciência da população acerca das suas necessidades e dos seus recursos, de modo a promover um desenvolvimento económico, social e cultural. A população queria um liceu, mas à equipa sempre pareceu ser mais interessante apostar-se num ensino técnico-profissional. De facto, houve grande interesse e empenhamento por parte da população em criar um externato e a correspondente cooperativa. Em que projetos é que está atualmente envolvida? Tenho um projeto ligado à Fundação Betânia de que sou fundadora e presidente. A Fundação Betânia pretende promover uma espiritualidade que valoriza a relação da pessoa consigo mesma, com os outros, com a natureza e com o transcendente. Coordeno o Grupo “Economia e Sociedade” no âmbito da Comissão Nacional Justiça e Paz e também integro uma rede de investigadores e professores, designada “Economia com futuro”. Num e noutro caso, procuro estar atenta a questões inerentes à erradicação da pobreza, à correção das desigualdades, ao favorável desenvolvimento humano sustentável, defendendo uma economia que não se deixe dominar pelo lucro, mas que regresse às suas raízes, ou seja, uma economia ao serviço das pessoas e do desenvolvimento dos povos. Convido-vos a visitar os blogues Areia dos dias (http://areiadosdias. blogspot.com/) e Ouvido do Vento (http://ouvidovento.blogspot.com/), onde encontrarão as ideias e projetos que me preenchem neste momento. Quando a sua equipa chegou há 50 anos à Benedita, ter-se-á confrontado com uma terra diferente da que é hoje, em que as pessoas viviam de forma bem mais modesta. Contudo, volvidos 50 anos, depois da população beneditense ter disfrutado da experiência de desenvolvimento comunitário, eis que os sinais de crise parecem ter-nos trocado as voltas. A presente crise não é só financeira, afeta a economia, a vida social das pessoas e organizações e tem um caráter sistémico. Contudo, esta crise pode dar um novo rumo ao desenvolvimento. Num período de crise, como o que hoje vivemos, economistas, técnicos agrários, …) pode comunicar é demasiado fácil esquecer tudo o que foi conseguido através de assembleias abertas e formar comissões e o significado dos progressos alcançados. Na come- locais que se responsabilizam pela sua área de atu- moração dos cinquenta anos do início da experiência ação. O projeto baseia-se na organização e dinâmica de desenvolvimento comunitário da Benedita, convém local, na correta identificação das necessidades (so- recordar e contextualizar as profundas mudanças que ciais, culturais, económicas, de acessos,…), no apoio ocorreram nesse período e alteraram para sempre a técnico e de gestão, na definição e ampliação de esca- vida na Benedita. las dos processos No início dos anos de sessenta, trabalho, na formação de mão- Portugal era um de-obra. país co- pouco na injeção meçavam a surgir direta de capital, modestos sinais daí a ideia do as- de aonde Muito desenvolvi- sociativismo, que mento e algumas potencia o capi- “janelas” se iam tal existente, mas abrindo disperso e, con- para o progresso. sequentemente, Abandonado sem escala. De- o modelo agrário, pois, a dinâmica o regime dava si- está iniciada e os nais de abertura. Foram os fundos do Plano automatismos de Fotografia da época do atual largo José Damasceno Campos crescimento Marshall, co- meçam a funcionar. de que também Portugal beneficiou, os Planos de Fo- Finalmente, e determinante, o aspeto psicológico. mento, a entrada na EFTA, a saída de estudantes para É imprescindível que a população tenha vontade de universidades europeias, os movimentos progressistas mudar e acredite nas suas capacidades. Terá sido este católicos, a intensificação da industrialização ao redor o aspeto que determinou o sucesso da experiência. É de Lisboa e Porto e o êxodo rural, entre outros fatores. extraordinário e comovente o relato dos esforços cole- Por essa altura (e por motivos estranhos a Por- tivos para a construção da igreja nova. Muito polémica, tugal, como as independências que se seguiram à II ao tempo, mas reveladora do espírito determinado e Guerra Mundial), afirmava-se um movimento da Ci- cooperativo da população. E da liderança de dois pá- ência Económica orientado para a compreensão dos rocos sucessivos. Provavelmente, se não tivesse exis- processos de Desenvolvimento. Surgiam expressões tido o movimento de construção da igreja, a população como subdesenvolvimento e crescimento dualista, tro- não teria consciência do poder que a concorrência do ca desigual, etc., que fizeram percurso e dominaram esforço de todos poderia alcançar e não teria acredi- várias escolas de pensamento económico. Crescia a tado que podia mudar de forma radical o seu estilo de Teoria dos Polos de Desenvolvimento. É, aliás, nestas vida. Podemos considerar, assim, que a experiência teorias que longinquamente radicam as atuais teses resultou porque o terreno para o projeto foi bem es- pós-modernas do desenvolvimento autocentrado. colhido. Estas preocupações, conquanto mundiais, também Foram muitas as conquistas. A indústria, a expor- encontravam campo de análise em Portugal. O país tação, a agropecuária, o Externato e a escolarização estava em crescimento. No entanto, esse processo era generalizada (especialmente das mulheres), a saúde lento e desigual. Num país dominantemente rural e ile- pública e assistência materno-infantil, as vias de co- trado, anquilosado, surge a vontade de experimentar municação, o desenvolvimento do comércio e das as- os modelos que a teoria propunha. Apoiado nos traba- sociações culturais, a abertura de bancos, o corpo de lhos da Prof.ª Maria Manuela Silva e na recente Equipa bombeiros, entre muitas outras. A maioria delas, com de Desenvolvimento Comunitário, dá-se início à expe- base associativa e cooperativa. riência na Benedita. Hoje, muitos anos passados, a Benedita não é mais Esta experiência segue ao pé da letra o modelo te- um campo de experiência. Os esforços de todos saí- órico. Primeiro, as técnicas de ação social empenham- ram vitoriosos. Completamente integrada no todo na- se na deteção das necessidades reais da população, cional, os seus produtos vendem-se por todo o mundo, através de inquéritos dirigidos às mulheres, mães de os jovens encontram-se nas escolas e empresas mais família, cientes dos anseios sociais e da realidade eco- prestigiadas, tem um lugar no desenvolvimento portu- nómica. Identificam-se os líderes locais que se incluem guês e pode continuar a contar com as sementes então no projeto, explicando os seus objetivos (Pároco, Re- lançadas para vencer os desafios que hoje e sempre gedor, Presidente da Junta de Freguesia, as elites); se lhe colocam. segue-se a conquista do espaço público (os homens) Entrevista realizada pelos professores e a identificação dos líderes informais, influenciadores Clara Peralta, Conceição Raimundo e da opinião pública; a relação entre os líderes formais e Valter Boita Professora Mª Conceição Raimundo informais é crucial, daí a importância da frequência da igreja e das associações já existentes. De seguida, a equipa multidisciplinar (médicos, OLHAR CIRCUNDANTE 13 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 BOM DIA, DR. SAPINHO! (continuação da página 1) Externato Cooperativo da Benedita, grande impul- go e companheiro com maior afinidade, Dr. Paulo sionador da cultura e do desenvolvimento de toda Inácio, assumiu a presidência da Assembleia Muni- uma região. cipal, cargo que o levaria à sucessão do Dr. Sapi- O Dr. Sapinho, em 1995, a meu convite, foi pre- nho na Câmara. Não estivemos sempre de acordo, sidente da Assembleia Geral do Beneditense, então algumas vezes na forma, outras mesmo no conte- na 2.ª divisão nacional, mantendo-se nesse cargo údo, mas, globalmente, a sua marca e o seu cunho nos meus mandatos e do senhor José Afonso Ma- pessoal, com pouquíssimas influências de amigos chado, até 2003. Foi igualmente um dos fundado- ou apoiantes, timbre de quem pensa por cabeça res e provedor da Santa Casa da Misericórdia da própria, agradou ao povo do concelho, como confir- Benedita e teve o seu nome ligado a outras institui- mam as suas três grandes vitórias eleitorais. O Dr. ções locais e até empresas, como a Fapocal, que Sapinho gostava de algum protagonismo, que se chegou a gerir. lhe reconhecessem os méritos, não sendo sua vir- Politicamente, o Dr. Sapinho fez a sua estreia Era, então, meu professor de matemática e por- tude a modéstia ou humildade e terá, obviamente, como deputado na 1ª Assembleia da República pós tuguês e exercia duma forma espantosa, não avan- como todos os mortais, cometido erros, mas isso só 25 de Abril, dita constituinte, nas listas do então çando nas matérias sem que fossem completamen- sucedeu pela grande obra que deixou, sobejamen- PPD, entremeando, no percurso, uma breve passa- te esclarecidas, resultando dispensa de exame para te conhecida. Só mesmo os que nada fazem ficam gem pelo movimento ASDI. isentos do erro. todos, por exemplo em matemática em que tive 19 Relevo também para o seu papel na fundação valores e nenhum colega precisou de prova oral. O Dr. José Gonçalves Sapinho, depois de assu- da Associação Nacional de Freguesias, cuja primei- Não só na educação, mas também na cultura sob mir a presidência da Câmara, deixou de ser diretor ra sede foi na Benedita. pedagógico, mas manteve-se sempre nos órgãos todas as suas formas, no desporto, na música, nas Foi presidente da Assembleia de Freguesia da artes e até no lazer, o Dr. Sapinho estava sempre sociais do Externato Cooperativo da Benedita, sen- Benedita nos anos 80, tempo do senhor Rui Coe- um passo à frente. Enquanto aluno, fui dois anos do presidente da Assembleia Geral e, ultimamente, lho na Câmara, período difícil em que demonstrou um dos organizadores da festa de finalistas, com era presidente do Conselho Fiscal, pela rotativida- muita coragem solidária com o senhor Avelino Ho- teatros e outros espetáculos no salão paroquial, lo- de obrigatória. Nunca deixou de acompanhar os nório da Silva e sua Junta, perante ameaças físicas cal onde hoje está o Centro Cultural, sempre com problemas da escola e, ainda recentemente, nos do então “movimento de bandeiras negras”, que total liberdade, mesmo quando realizámos um baile acompanhou duas vezes à Assembleia da Repú- se opunha à instalação da praça, ao sábado, nas de finalistas em plena quaresma, coisa impensável blica, com intervenções perante todos os partidos, atuais instalações e ao encerramento da praça, ao à época na Benedita. O Dr. Sapinho foi sempre um perante a Comissão de Educação e Ciência da As- domingo, em terrenos da igreja, movimento que diretor omnipresente, com autoridade inquestioná- sembleia e, ainda, noutra visita ao Conselho Nacio- arrastaria a praça que virou feira, para Santana, vel, perante professores e alunos, respeitado, exi- nal da Educação, tudo a propósito da sobrevivência até hoje. Em 1993 concorreria à Assembleia Mu- gente e rigoroso, mas era também o primeiro ami- do Externato perante os cortes agora anunciados. nicipal com sucesso, mas perderíamos a Câmara go, no apoio e incentivo eloquente para todos, pese A Benedita muito ficou a dever a este beirão e, eu próprio, a Junta de Freguesia da Benedita, o receio quando se era chamado ao seu gabinete. que estudou no seminário, fez o serviço militar e na última derrota do PSD, até hoje, no concelho Mais tarde, membro da direção da escola e ain- veio para esta terra, onde deixou indelevelmente e na freguesia. Finalmente, em 1997, o Dr. José da com o Dr. Sapinho como diretor pedagógico do marcada a sua passagem, promovendo a cultura, Gonçalves Sapinho e a sua equipa ganharam a externato, pude constatar, durante anos, nas reuni- o desenvolvimento e uma considerável melhoria na Câmara Municipal e a Assembleia Municipal com ões semanais, a sua competência, o seu dinamis- qualidade de vida da região. Por tudo isso, merece maioria absoluta, vindo a consolidar e aumentar mo, o seu empenhamento, o seu inconformismo, a a nossa homenagem este grande homem que dedi- essa maioria por vontade expressa do povo de Al- inovação permanente que nos arrastava, como ele cou parte da sua vida à educação da nossa juven- cobaça. Tendo o privilégio de me ter considerado próprio dizia, o seu desassossego, sempre atento tude, tornando a nossa escola na grande referência sempre seu amigo, confidente e homem de con- a novas oportunidades e aos canais do Estado a que é hoje. fiança, a seu convite acompanhei-o nos 12 anos na que recorrer. Para mim, que o acompanhei em múl- Assembleia Municipal, onde me viria a nomear líder tiplas atividades, no topo da marca de excelência de bancada do PSD. Também da nossa bancada, e da vida deste homem estará sempre o seu papel no por escolha sua no terceiro mandato, o meu ami- Bem haja, Dr. Sapinho... Pedro Mateus Guerra, membro da direção do INSE AS PALAVRAS DE AMOR SÃO RIDÍCULAS? Hoje em dia, o caráter ro- agressivas. A salvação da ju- Há também os que mandam mântico e sentimental da ju- ventude reside naqueles que piropos pela Internet. Será ventude está muito aquém do sabem o que dizer às rapa- que ainda não perceberam esperado. Os jovens já não rigas e como dizer; que não que isso, além de ineficaz, têm o cuidado de ser amoro- são envergonhados e têm um não é correto?! As “coisas” sos e gentis, como manda a discurso são para se dizer na cara. tradição, e os seus piropos moços são os que deveriam É por tudo isto que os equivalem a uma espécie de servir de exemplo aos outros. nossos jovens estão mais ar- O avanço tecnológico tam- rogantes perante a mocidade Devido ao avanço da so- bém contribuiu, a meu ver, feminina que, hoje em dia, ciedade e, na minha opinião, para uma diminuição da origi- também não dá tréguas… ao avanço da educação da nalidade e da criatividade dos abreviaturas. mulher e à sua igualdade perante o homem, os rapazes ficam um pouco acanhados e, às vezes, por muito que queiram dizer, nada sai. É certo 14 que existem os mais deste- entanto, como esses são nor- midos e corajosos, que não malmente os menos instruí- têm "papas na língua". Eles dos, as suas expressões são soltam piropos com força. No pobres e, por vezes, rudes e inteligente. Esses rapazes, visto que grande José Mateus, 10º C parte deles vai à Internet buscar frases feitas. Esses são, infalivelmente, mal sucedidos e, não raras vezes, gozados. OLHAR CIRCUNDANTE ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA Crónica de Timor As aventuras de uma portuguesa em Timor Lorosa’e 10 anos, é o mais jovem país do mundo e está a Quando terminei o mestrado, à semelhança de vamos integrando e quando começamos a prestar muitos jovens da minha idade, comecei a enviar atenção, verificamos que muitos hábitos nos são começar a (re)construir a sua identidade, (re) edifi- currículos e a responder a todas as propostas de comuns … É claro que a realidade do dia a dia é cando cidades, criando as suas próprias instituições emprego que surgiam. Não foi tarefa fácil, mas e órgãos de segurança pública, etc. A criação de eis que chega uma notícia que foi uma verda- escolas, hospitais, zonas habitacionais, forças deira surpresa. A resposta veio do outro lado do de segurança e saneamento básico, fazem par- mundo! Fiz as malas e aí vou eu rumo a Timor, te de um conjunto de realidades em construção. para ocupar o lugar a que me tinha candidatado Para mim, a experiência de trabalho em Ti- de Assessora Jurídica da Universidade Nacional mor tem sido bastante interessante e, acima de de Timor Lorosa’e. tudo, bastante gratificante. O primeiro impacto É verdade, estou em Timor! Aquele país dis- não foi fácil … mas, felizmente, adaptei-me mui- tante que tantas memórias e recordações traz to bem. Os timorenses têm um carinho espe- aos portugueses. Longe, muito longe, a 13 mil cial pelos portugueses e as pessoas com quem km de Portugal, dois dias de viagem e com uma trabalho são fantásticas e receberam-me muito bem. Estou a trabalhar na área da minha for- diferença de 8 horas. Timor é o país das pequenas maravilhas … pes- bastante diferente das nossas vivências em Portu- mação, o que é para mim também muito aliciante. soas afáveis, bom tempo, bonitas paisagens, praias gal. Algumas carências quotidianas em Díli, como a Muita coisa está ainda por fazer, mas com determi- paradisíacas, barreiras de corais fantásticas, … É falta de alguns bens que nos habituámos a consi- nação e empenho, Timor vai-se construindo. um excelente local para quem gosta de apreciar a derar importantes, energia elétrica sem cortes e ou- Apesar da distância, é um belo país para traba- paisagem e explorar as maravilhas que o mar ofe- tros, continuam a marcar as vivências diárias. Para lhar e visitar. Costumo dizer que em Timor temos rece. Fazer snorkeling, por exemplo, é uma expe- quem chega, sobretudo para os mais jovens, es- de ter mente aberta e espírito de aventura … São riência fenomenal: vi corais lindíssimos, peixes e tas carências parecem estranhas, habituados que constantes os desafios com que nos deparamos e estrelas-do-mar de todas as cores e feitios, cardu- estamos ao saneamento básico, à energia elétrica comummente são postas em causa muitas verda- mes de “nemos e amigos” a desafiar toda a nossa 24horas por dia, aos transportes públicos, à inter- des que julgávamos inquestionáveis. Timor é uma imaginação! Os estrangeiros, a quem os timoren- net rápida, aos centros comerciais, cinemas e lojas. lição de vida, especialmente para os mais jovens. ses chamam “malays”, deliciam-se com estas novas Mas, apesar destas dificuldades, rapidamente nos experiências e ficam extasiados com todas estas damos conta também que Timor nos oferece novas maravilhas! vivências e experiências gratificantes. O primeiro A cultura timorense, para além da sua matriz centro comercial, o Timor Plaza, foi inaugurado em local, foi ao longo da sua história sofrendo influ- Díli, em outubro passado com grande pompa e cir- ências variadas, daí que seja um misto de cultura cunstância. No final do mês de novembro, a cidade asiática, europeia e alguns traços de cultura afri- encheu-se de festa e fogo de artifício pela inaugu- cana, facto que a torna tão especial e sui generis. ração dos geradores novos, para acabar com as de- Para uma portuguesa como eu, o primeiro impacto sagradáveis falhas de luz na cidade… é de uma realidade nova, porém, à medida que nos Timor é um país em crescimento. Com apenas Venham visitar Timor! Aqui vos espero! Lúcia Henriques, ex-aluna TUDO O QUE SOU… Sou estúpido, sou alegre, Falso, realista, Triste, egoísta, A VIDA É COMO UMA RAMPA BEM INCLINADA Toda a minha vida se poderia assemelhar a uma única diferença entre mim e vocês é que eu preciso rampa bem inclinada. E como sabem...porque to- sempre da minha “bicicleta”. Não posso parar para dos vocês já experimentaram um dia subir rampas um pequeno descanso. Conto com a família e os com a vossa bicicleta, não é tarefa fácil...exige es- amigos para palavras de força e apoio moral, mas a forço, dedicação, suor, luta e algumas lágrimas. A força maior tem de vir de mim mesmo. Sei disso, e gosto. E quando surgem pequenas ou grandes pedras que rolam pela rampa e me atrapalham, tenho de enfrentar os solavancos e deixá-las para trás. Às vezes, mesmo que não esteja ainda no topo da rampa, consigo ter uma vista magnífica de tudo aquilo que já subi. E sinto orgulho. Mãos, mais do que simples mãos! Mãos que tocam as rodas, que me levam pela vida! Mãos calejadas, mãos sofridas! Mãos amadas, mãos necessárias! Luta, Glória, tudo isso quero ganhar! Sinto suor, sinto dor! Nada que me faça parar! Mãos que nunca se rendem, que levantam para o céu a gritar! Mãos que me fazem tocar o céu, como se realmente pudesse voar! Mãos que agradecem por poder respirar! Bom, É claro que sou tudo isto, Sou pessoa! Também sou calmo, Distante, perigoso, Rebelde, E todos dizem: - Aquele mente! Claro que minto, Sou gente! Ignorante também sou, Polémico, desconfiado, Até mesmo tarado, Apontam e dizem: - Tem grande personalidade! Claro que tenho, Faço parte da Humanidade! Sou sincero, descuidado, Severo, encantado, Sou um misto de homem e mulher, Sou esquecido, Sou muito bom, Mas muitos dizem: - Quando se chateia… Manda tudo para o maneta! Claro, minha gente, Afinal, faço parte deste planeta! João Matias, ex-aluno www.joaomatias.pt.to OLHAR CIRCUNDANTE Rafael Santos, 8º C 15 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 V Mostra Nacional de Ciência - Jovens Cientistas e Investigadores ALUNOS DO ECB VENCEM CONCURSO “A Amanita e os seus Amiguinhos” nos da turma 11.º A do ECB participa- foi o título do conto com que três alu- ram na V Mostra Nacional de Ciência COASTWATCH - Jovens Cientistas e Investigadores, alunos criaram a história com o intuito no Museu da Eletricidade em Lisboa, de ensinar aos mais novos a impor- e que lhes permitiu ganharem uma tância da floresta e da sua proteção. menção honrosa na área das ciências Orientados pela sua professora de sociais. Biologia e Geologia, Paula Castelha- Margarida Silva, Maria Carvalho e no, que recordou “a importância do Rúben Nogueira, os alunos responsá- ensino com base em projetos”, consi- veis pelo projeto, criaram um conto derando-os uma mais-valia para o fu- infantil, fantoches para a sua repre- turo dos jovens alunos. Neste concur- sentação e um vídeo, utilizando as so, decorrido entre 26 e 28 de maio, ilustrações realizadas pelos alunos participaram 600 alunos, tendo sido do Jardim de Infância da Benedita, expostos 103 trabalhos submetidos à onde apresentaram esta história. avaliação de vários júris. Quanto às “Foi um trabalho que nos deu bas- menções honrosas, foram entregues tante prazer realizar e uma experiên- 15 nas várias áreas em que se inse- cia única”, conta Margarida Silva que, riam os projetos. juntamente com os seus colegas, recebeu uma diciopédia e algumas Carolina Serrazina, 12ºA lembranças como prémio. Na obra, os DNA DAY Os alunos das turmas 8.º B, O concurso DNA day 2011, orga- mês de junho e envolveu os Comités 8.º D, 8.º G,11.º B e 11.º C, du- nizado pela Sociedade Europeia de de Educação das Sociedades Nacio- rante o mês de janeiro, fizeram o Genética Humana (ESHG), propunha nais de Genética Humana dos paí- levantamento de dados ambien- a elaboração de um ensaio acerca de ses representados. O júri selecionou tais para caracterização da faixa um de dois temas, associados à ge- 4 vencedores e atribuiu 10 menções litoral correspondente às praias nética. Participaram estudantes de 12 honrosas. da Gralha e São Martinho do Por- países europeus, que apresentaram Um dos vencedores foi a Carolina to no âmbito do projeto europeu 130 ensaios. A Carolina Serrazina, Serrazina, na altura aluna do 11ºA, aluna do ECB, elaborou um ensaio galardoada com o 3º prémio. É de que apresentou a concurso, ainda no louvar o seu empenho! coastwatch. Numa das saídas coastwatch Nome científico: Alca torda 11º ano, no âmbito da disciplina de foram encontradas, na praia da Gralha, 21 tordas mergulheiras Reino: Animalia adultas mortas. As aves foram re- Filo: Chordata colhidas pela Câmara Municipal Classe: Aves de Alcobaça, das quais uma irá Ordem: Ciconiiformes para o Museu de História Natural Família: Laridae para constituir acervo e as restan- Género: Alca tes para análise, uma vez que as Espécie: A. torda Biologia e Geologia. A avaliação foi feita no passado picas. A Equipa do Programa Eco-Escolas visitou, no passado mês de junho o ECB Distribuição: Pode ser encontrada por toda Para além da monitorização a área geográfica do Atlântico do litoral, os alunos tiveram opor- Norte, preferindo no entanto as tunidade de colaborar com investi- ilhas rochosas isoladas. gadores do projeto científico POI- Encontra-se em toda a costa ZON “Microplásticos e poluentes ocidental de Portugal, já que aqui persistentes – uma dupla amea- vem frequentemente passar o in- ça à vida do mar”, na recolha de verno. Sendo comuns as observa- areias para posterior análise na ções desta espécie em todo o lito- Faculdade de Ciências e Tecnolo- ral português, é a norte do Cabo gias da Universidade Nova. Carvoeiro que a sua presença é Pretendemos com este projeto mais efetiva. A sua observação é alertar os nossos alunos para os rara durante os meses mais quen- problemas ambientais das regi- tes, em que se dirige mais para ões costeiras, e, para a urgência norte, da sua proteção. temperaturas começam a baixar, regressando quando Maria Serrazina, 12ºA ECO-ESCOLAS ECB RENOVA BANDEIRA VERDE aves estavam bem nutridas e não apresentavam lesões macroscó- Mais Informações em http://www. dnaday.eu/ as por volta do mês de novembro. Grupo disciplinar de Biologia para realizar uma auditoria ambiental, de modo a verificar a adequação da metodologia do Eco-Escolas, a qualidade do Programa e os seus efeitos na escola e na comunidade escolar. Cumulativamente, procura dar visibilidade e reconhecer o trabalho realizado pelas Eco-Escolas, galardão que o ECB vem renovando há 5 anos consecutivamente. Em resultado dessa auditoria, o ECB receberá um Diploma de Qualidade e um conjunto de 4 azulejos onde está inscrita a mensagem “ Eco-Escolas- a cuidar do ambiente”. Em 100% de pontuação possível, o ECB conquistou 81%, salientando-se que o Programa de ação deste ano terá em conta as recomendações de melhoria, nomeadamente a participação dos alunos no Conselho Eco-Escolas. O ECB conseguiu a pontuação máxima em diversos indicadores tais como medidas de racionalização da água, envolvimento da Direção da Escola na concretização do programa, integração nos PCT´s ou envolvimento dos alunos nas atividades. O ECB renovou o galardão Bandeira Verde que na nossa escola tem a sua consagração em junho. Este ano, estamos novamente envolvidos no Projeto, sendo que a auditoria realizada pelos alunos foi feita, pela primeira vez, online. Bom trabalho a todos na defesa do ambiente. Professor Ricardo Miguel 16 CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA A UNIVERSIDADE SÉNIOR DE BENEDITA E OS SEUS PROJETOS A Universidade Sénior de Benedita – Associa- cionadas nas suas instalações e noutros espaços, diariamente, pela melhoria dos serviços a prestar ção de Desenvolvimento Comunitário - é uma IPSS nomeadamente no Externato Cooperativo da Bene- aos seus utentes, sendo digna de realce a dedi- vocacionada para apoio à popu- cação de todos aqueles que se lação sénior. Criada em 2006, entregam a esta causa. Para funcionou até ao início deste ano já, e como formas alternativas letivo em instalações provisórias. de autofinanciamento, surgiu Desde outubro tem a sua sede no a publicação do primeiro livro antigo Jardim de Infância de Be- da U.S.B., uma coletânea de nedita, cedido pela Câmara Muni- textos em verso e prosa, com cipal de Alcobaça. o título O brilho do crepúsculo. A Universidade Sénior per- Este livro teve a sua primeira segue os seguintes objetivos: a sessão de lançamento no dia promoção social e cognitiva dos 23 de novembro; também, a seniores; evitar o isolamento for- abertura a sócios beneméritos, çado; promover a integração e a destinada a todas as pessoas, inclusão dos que se sentem sós; singulares e coletivas, que se ocupar os tempos livres de for- reveem num projeto tão cla- ma ativa e saudável; promover ramente direcionado para a o interesse pela cultura; suscitar o interesse pela dita, que pode consultar no nosso site (www.usbe- melhoria da qualidade de vida dos seniores e cuja partilha; desenvolver projetos comuns e fomentar o nedita.com), promove convívios, visitas de estudo, quota mensal 1€ (12€/ano) é muito importante para intercâmbio intergeracional. passeios e outros eventos de interesse geral; pro- a instituição. Poderão fazer a inscrição como sócio cura também ser uma instituição atenta e participa- através do sítio da internet ou nas instalações da tiva na vida da nossa comunidade. U.S.B. Quem pode fazer parte deste projeto? Enquanto alunos, todos aqueles que, tendo mais de 50 anos, gostam de se manter ativos e de continuar a apren- Neste ano letivo, a U.S.B. tem parcerias com o Conhecer o nosso projeto é conhecer a própria der/ensinar ao longo da vida; enquanto professo- Externato Cooperativo da Benedita, Escola Supe- realidade da nossa terra e da nossa gente. Fazer res, são bem vindos todos os que se identificam rior de Desporto de Rio Maior, Junta de Freguesia parte dele é demonstrar que não se quer ser ex- com um projeto desta natureza, independentemen- da Benedita, Câmara Municipal de Alcobaça, Agru- cluído do mesmo. Virar a cara para o lado é o que te da idade – o intercâmbio intergeracional é uma pamento de Escolas da Benedita, Policlínica Cen- fazem aqueles cuja falta nunca é notada. das nossas grandes apostas. tral da Benedita, o Centro de Saúde, ... Além de um conjunto variado de disciplinas le- Centro escolar da Benedita trabalho, duas salas polivalentes e um auditório…Tudo isto representa uma oportunidade de acesso a um espaço de dimensão e recursos adequados ao sucesso educativo que nunca seria possível nas escolas anteriores. O conforto, a comodidade, e a funcionalidade do próprio Centro Escolar sobressaem deste empreendimento, cujos destinatários principais são os alunos. Quanto aos adultos, pais, encarregados de educação, docentes e funcionáA data de quinze de setem- em trabalho colaborativo en- rios, sabemos que é necessário bro de 2011 fica na memória tre docentes em grande grupo, dar mais tempo de adaptação como um dia especial para 138 condições necessárias para um às mudanças, mas o tempo é o crianças do pré-escolar e 354 ensino/aprendizagem grande fator de amadurecimen- do 1.º ciclo, que iniciaram o ano lhor qualidade. de me- to, que se deseja alcançar com letivo no novo Centro Escolar Neste espaço, onde traba- serenidade e muito respeito da Benedita. Este edifício ofe- lham 30 docentes e 20 auxilia- pelas crianças, cuja educação rece uma melhor qualidade na res de ação educativa, existe e formação são a preocupação formação e aprendizagem das maior diversidade de meios de da nossa missão institucional, e crianças, uma vez que os ou- ensino, novas tecnologias, no- por todos nós como seres hu- tros edifícios isolados onde fun- vos materiais didáticos e qua- manos responsáveis ligados à cionavam as antigas escolas já dros interativos. Uma verdadei- educação … não permitiam uma socialização ra biblioteca escolar, além de enriquecida e inovadora com a um refeitório e de um polides- Lúcia Serralheiro diversidade comunidades portivo completam o cenário Diretora do Agrupamento de multiculturais e a verdadeira di- equipado com mobiliário novo Escolas da Benedita ferenciação pedagógica, que se pelas 26 salas de aula, sala de deseja partilhada entre pares e informática e diversas salas de de OLHAR CIRCUNDANTE A direção da U.S.B. Enquanto IPSS, sem apoios institucionais, luta, Associação de Pais e Encarregados de Educação da Benedita A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Benedita tem como missão assegurar a efetivação dos direitos e deveres que assistem aos pais e encarregados de educação em tudo quanto respeita à educação, ensino e ocupação dos tempos livres dos seus filhos e educandos, de acordo com a legislação em vigor, contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento de relações solidárias entre toda a comunidade educativa. Os novos corpos sociais são os seguintes: DIREÇÃO Presidente – Mário Arraião Vice Presidente – Vasco Monteiro Tesoureiro – Marco Inácio Secretário – Paulo Fonseca Vogal – Catarina Tejo ASSEMBLEIA GERAL Presidente – Clara Pedras Vice Presidente – Sara Felizardo Secretário – Vanda Marques Vogal - Emanuel Mendes CONSELHO FISCAL Presidente – Isabel Matos Secretário – Patrícia Azinhaga Vogal – Helen Nicolau 17 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 VIRAR A PÁGINA Cada vez que a professora lhe pedia para ler em Mas não estava junto à velha cascata, encon- voz alta à turma, era como se tivesse uma corda ao trava-se na sala de aula, a cinco linhas do final da pescoço. A corda ia-se apertando progressivamen- página. Ouvia-se um ou outro suspiro de algum te, roubando-lhe o fôlego. As letras pareciam bailar colega impaciente. A professora acenava a cabe- numa coreografia em que as palavras ensaiavam ça, encorajando-o, incentivando-o a continuar. No as frases, qual comédia dançante à qual não logra- meio da aflição, só esperava aguentar até ao virar va entender o sentido. E a corda inflexível e impie- da página, rezando para que não restasse mais do dosa que não abrandava a pressão no pescoço… que uma ou duas frases do outro lado, e que o som Quanto mais se apertava a corda, mais difícil lhe do gesto em estereofonia de toda a turma a virar era respirar. A voz ia-se sumindo, mirrando como a página, de forma perfeitamente sincronizada, re- um pequeno regato a quem no verão morre o cau- presentasse o final do seu tormento. dal, não deixando outro testemunho da sua pas- Havia de visitar a velha cascata entretanto, pro- sagem na terra para além das pedras redondas e meteu a si mesmo. Eram o quê? Duas horas de ca- lisas no leito seco. minho a pé? Já não faltaria muito para que a água Talvez isto explicasse a sua predileção pela ve- voltasse a correr pela ribeira, enchendo de água lha cascata na serra. Nenhuma outra razão poderia a imponente cascata. Apesar da distância, quase justificar o efeito balsâmico e regenerador que o conseguia ouvir o ribombar da água a atroar pelos som das águas a cair placidamente tinham sobre vales, agigantando-se, derramando-se pelo leito si. No verão, a escarpa também secava e o mus- seco com a fúria dum dilúvio. Muito em breve volta- go, nas rochas, ficava amarelo, como se dando ria a gritar à desgarrada com o rugido da água em cor à saudade da chuva. Mas, no inverno, a água queda, quebrando todas cordas que lhe amarravam precipitava-se a grande velocidade desde lá de a voz. Talvez a velha cascata o esperasse já ali ao cima com um bramido… Nessas alturas, sozinho fundo, no virar da página. no meio da serra, ele gritava, procurando rebentar todas as cordas que lhe apertavam a garganta e Texto e Foto: António Catarino, ex-aluno lhe roubavam a voz. Era uma sensação de liberta- www.amcatarino.com ção absoluta. RECOMEÇOS… A arte de comunicar Volta e meia lá passa o deputado, o juiz e o mé- tão perto – não é capaz de fazer acarinhar a pala- dico, a um alucinante ritmo de palavras ditas que vra, nem mesmo deixando a pairar a nostalgia da deixam muito por dizer. As ruas da cidade vão es- outra hora e poeta! treitando o caminho, asfixiando as gargantas mais Rebentem de vergonha, seus poeirentos usu- abertas. Ninguém pára. Ninguém olha. Ninguém fruidores da palavra sem fado, que nunca vislum- diz. Os colaços de metal reluzente, polidos como brarão destino enquanto não assimilarem, arruma- a face de uma cereja carnuda, surtem num efeito rem em destaque na gaveta torácica a seguinte estranho em todos os que, com um olhar penetran- posição: "As palavras que ficam por dizer são pe- te, a acariciam. dras no caminho, as lágrimas inseguras de quem A atmosfera citadina dos subúrbios suga tro- não sabe ou não aprendeu a arte de comunicar". cas amargas de palavras, suga, da corrente movimentada, perfumes de todos os cantos, silêncios de todas as esquinas. O buzinar amiudado e viril, denota-se, ergue-se. Distingue-se do palrar dos pássaros, dos guinchinhos já mais vivazes dos miúdos, dos silêncios constantes e inseguros dos Homens superiores. Na cidade, a palavra mata, fere, pelo que as mentes deduzem a sua irrelevância. Na cidade as palavras de etiqueta, bom nome e educação, são trespassadas, despromovidas ao mais vil grau de nobreza. Só as gentes humildes, o varredor, calejado daquele dedilhar frenético constante, consegue trocar uma vez por outra, exprimir a preço de feira uma frase de bom dia, um som de arrependimento quando, como que consumido por um impulso contagiante, contagia aquele indivíduo do passeio com os males de uma pastilha elástica que, acidentalmente, ficou por apanhar. Quando isto acontece, as árvores param, ficam trémulas, estáticas no tempo, acalmando o ranger amaldiçoado pelo vento. Uma palavra simpática tem o poder de paralisar a cidade. O Homem, ser tão perspicaz, inteligente e racional, a quem algo ou alguém ou alguma coisa atribui o mais tumultuoso poder – aquele que Mónica Lourenço, 11º A Mesmo que saibamos que cada novo ano é apenas tempo convencionado num calendário, a maioria de nós entretinha-se a pensar que ter uma agenda nova era uma metáfora tão boa como qualquer outra num tempo de recomeço. Esta lindíssima metáfora onde podíamos anotar todos os nossos sonhos e esperanças já quase não faz sentido, todas as páginas deram lugar à crise. É por causa da crise que tudo o que não devia acontecer acontece. É por causa da crise que somos infelizes, atabalhoados, sem jeito. É por causa da crise que os problemas não se resolvem. Desemprego? Falta de dinheiro? Clima de insegurança? Porque estamos em crise. Leis retorcidas, excessivas, imprestáveis e não funcionais? Porque estamos em crise. Educação e saúde em surtos de grande confusão? Porque estamos em crise. Banca, agricultura, indústria, pescas, tudo sem rumo? Porque estamos em crise, claro. Podemos, pois, barafustar contra o sistema; devia ter-se parado num qualquer momento anterior àquele que conhecemos. Que o sistema “desatinou” em qualquer fase do percurso e nos arrasta para onde temos medo de ir, todos nós o sabemos. Podemos prometer mais contenção nos nossos ideais consumistas de outrora, fazer contas, cortar nos extras é verdade, mas sabemos também que não é suficiente. Temos essencialmente, de estar preparados e saber que tudo isto não funciona se não soubermos usar o verbo POUPAR! Maria do Rosário (Zaira) move montanhas e serras e mares e pessoas para 18 RECRIAR O MUNDO ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA RECORDAÇÕES DA ESCOLA PRIMÁRIA foi perfeita. E, muito por isso, o recreio era perfeito. Sem desa- O recreio, esse sim, era perfeito… Ocupava venças, sem injustiças, sem maldades, jogávamos quase metade do recinto circundante do edifício. aquele jogo todos juntos, ao longo do muro, esque- Os ramos densos e carregados de folhas curva- cendo os jogos competitivos. Os mais velhos joga- vam-se com o peso dos anos. Formava uma es- vam futebol, ou usavam os pneus como divertimen- pécie de abóbada, como um cogumelo gigante, e to. Às vezes, faziam montes com eles e enfiavam abrigava-nos a todos. lá dentro o desgraçado que estivesse mais à mão. O grande carvalho fazia as maravilhas da es- Outras vezes, criavam grupos onde só entravam os cola. Era o centro, o coração, a vida, era a escola mais importantes, fazendo barreiras com os pneus em si e era nele que prendíamos a atenção todos à volta da grande palmeira. Depois, subiam o muro os dias em que vínhamos à escola. As folhas, os e, usando as folhas como lianas, desciam pendura- ramos, as bolotas, tudo, mas tudo, era matéria- dos nelas. Cheguei a participar dessas brincadei- prima da nossa imaginação. No outono fazíamos ras exclusivas. Talvez pelos primos mais velhos, Filipa, Carolina, Luís Carlos, “Zé” (Maria José) e montes enormes de folhas. Era o nosso sofá, a talvez pelas amizades, era muita vez escolhida “Ivana” (Iva Ana). Éramos um grupo de cinco. Como nossa cama, o nosso encosto, o nosso cantinho, como favorita entre as raparigas. Havia uma cer- os três mosqueteiros. Éramos os cinco mosquetei- era nosso! Fazíamos fila no muro e ficávamos vira- ta hierarquia nas brincadeiras mais importantes, e ros. Viemos juntos da Pré e aprendemos juntos até dos para ele. Usávamos os ramos pequeninos para eu não me podia queixar da posição que ocupava. ao terceiro ano, altura em que o ódio pela profes- fazer um quadrado. Depois tirávamos as “boinas de Talvez por isso o recreio era tão perfeito e pacífico, sora nos separou. pintor” às bolotas, juntando-as todas num cantinho. pelo menos do meu ponto de vista. Chamávamos-lhe “a bruxa”. Era velha, devia A nossa atenção prendia-se então no fruto. As que Tento lembrar-me das aulas, mas quase não ter quase 70 anos. Tinha o cabelo preto, sempre tinham “furinhos” eram as prediletas. Abríamo-las, consigo, e o que lembro é muito vago e indefinido. apanhado atrás. Desdentada e com voz esganiça- cuidadosamente, na esperança de ver o bichinho, O que nos fazia mais felizes eram os intervalos, e da que nos entrava por um ouvido, causando uma uma lagartinha cor de leite, gorda e com anéis, do é disso que me lembro. As coisas mais marcantes, espécie de hemorragia interna, imaginária, no cére- comprimento da unha do mindinho. Quando não pela positiva e pela negativa, ficam sempre muito bro todo, e saindo pelo outro ouvido. Destruía tudo tinham, descascávamo-las e, com uma pedra, es- mais vivas na memória, especialmente as positi- à sua passagem. Tinha os olhos castanhos junto à borrachávamo-las. Era o alimento do bichinho. Se vas, porque são essas que vale a pena recordar. pupila e verdes nas extremidades, um mais verde tinham bichinho, era como uma vitória. Pegávamos que o outro. Quando se irritava, a pupila dilatava num pau, o mais pequeno possível e, com cuidado, e os tons de verde pareciam sugar todo o casta- tirávamos o bichinho de dentro da bolota, levando- nho, tornando-os esbugalhados e aterradores, o para dentro do quadrado, limitado pelos paus. como armas carregadas, prontas para nos alvejar Juntávamos quantos bichinhos conseguíssemos e ao mínimo percalço que cometêssemos. De cada depois metíamos, aos poucos, as bolotas esborra- vez que ela confrontava alguém, fazia-se um silên- O que seria de nós sem as cores? chadas no meio do quadrado. Não me lembro de cio inquietante naquela sala, e todas as atenções Uma vida melancólica, a preto e branco? os ver comer. Só me lembro que tínhamos de es- se prendiam no pobre coitado que “caíra nas suas O aumento da tristeza a cada dia? tar sempre com a pestana aberta, senão lá fugia garras”. Evitávamos sempre olhá-la nos olhos, com O que seria de nós sem as cores? um pela esquerda, lá escapava outro pela direita. medo que o olhar nos matasse. Ficávamos imóveis Quando um teimoso queria fugir muitas vezes, iso- que nem estátuas, prendíamos a respiração e até O que seria de nós sem o amarelo? lávamo-lo dos irmãos. Metíamo-lo dentro da “boina o coração batia lenta, pausada e silenciosamente, Sem aquele lindo sol, que nos ilumina; de pintor”, enchíamo-la de bolota esborrachada e para evitar qualquer ruído que a enfurecesse. Era Sem o limão e a banana que comemos enterrávamos o caixão na terra. E o girassol que nos fascina? um medo irracional que nos assombrava a todos, e Era a brincadeira de uma vida. Nada nos fazia foi o único motivo pelo qual a nossa primária não mais felizes do que cuidar dos bichinhos da bolota. Carolina Silva Couto, 8ºB AS CORES O que seria de nós sem o azul? Sem aquele lindo céu gigante Sem o mar que nos refresca, Música A INFÂNCIA O violino tem 4 cordas Na infância é tudo tão bonito, O que seria de nós sem o verde? Do Sol até ao Mi Vive-se um dia de cada vez, Sem aquela relva tão bonita, Às vezes toco todas As brincadeiras são ingénuas, Sem os legumes que fazem tão bem, Sozinha, só para mim. Não há rapidez! E sem o arvoredo que é tão catita? As melodias aprendo a ler O querer fazer tudo sozinho O que seria de nós sem o vermelho? Com o ritmo a acompanhar Faz parte da idade, Sem o coração, símbolo de amor Continuando a crescer São crianças, Sem o sangue que nos dá vida E cada dia a melhorar. não têm maldade! Ou sem o fogo que dá calor? Gostava de aprender A melhor coisa do mundo Sem as cores não somos nada. Também a tocar piano, Para colorir a vida Está provado, sim senhor. Mas tenho de saber São as crianças, Como viveríamos nós, Se passo ou não de ano. São elas que dão alegria! Num mundo sem esplendor? A música na minha vida Acreditam em tudo, Não é que a preto e branco Ocupa um lugar especial, Em tudo o que lhes dizem, Os desenhos não fiquem engraçados Pois sempre gostei de cantar Pensam que é verdade, Mas e se fosse assim para sempre? Músicas de Natal. Mas não passa de mentira! Estávamos todos lixados! Catarina Lourenço, 7ºA RECRIAR O MUNDO Patrícia Costa Serralheiro, 7ºA Ou sem a safira deslumbrante? Ana Filipa Serrazina Inácio,7ºA 19 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 A CIÊNCIA CHEGOU AOS SÉNIORES Este ano letivo o projeto “Momen- gue em http://momentosdeciencia- tos de Ciência” vai trabalhar com um ecb.blogspot.com/, e na plataforma grupo de Séniores, do Lar da Aldeia, Moodle da escola uma área (http:// na freguesia da Benedita. ecb-m.ccems.pt/) com mais informa- Este projeto visa promover o ensi- ções acerca do projeto, onde se po- no das ciências, de modo a desenvol- dem consultar notícias, fotografias, ver o sentido para a descoberta, para vídeos e as sessões já realizadas. a aprendizagem, para a partilha e in- Este projeto candidatou-se ao tercâmbio de conhecimentos a partir concurso “Participar para mudar”, no de atividades práticas com um grupo qual todos podem votar no endereço de séniores. http://www.participarparamudar.eu/ Serão realizadas várias sessões project/65. ao longo deste ano letivo, onde haverá momentos para a experimentação, “Nunca é tarde para aprender”. partilha e troca de conhecimentos no âmbito da biologia, da geologia, da A Equipa do projeto química e da física. Momentos de Ciência O grupo de trabalho criou um blo- SIDA HAITI HOJE PERSPETIVA HISTÓRICA E SOCIAL A SIDA é um conjunto de sinais e sintomas bem o HIV em 2007, incluindo 2,5 milhões de crianças. definidos que podem surgir em indivíduos com a in- A África subsariana continua a ser de longe a re- feção pelo VIH (vírus da imunodeficiência humana), gião mais afetada. Estima-se que, em 2007, a região em inglês HIV (Human Immunodeficiency Virus). A continha 68% de infetados e 76% dos óbitos eram pesquisa genética indica que o HIV teve origem na causados pelo HIV, sendo a maioria dos infetados e África centro-ocidental durante o século XIX e início dos óbitos mulheres. A SIDA continua, pois, a ser a do século XX e atualmente existem dois vírus distin- maior causa de mortalidade nesta região do planeta. tos, o HIV-1 e o HIV-2. Esta doença matou já mais A África do Sul tem a maior população de porta- de 20 milhões de pessoas nos últimos vinte anos e dores de HIV no mundo (5,6 milhões), seguida pela as estimativas apontam para a existência de cerca Nigéria e pela Índia, esta última com 2,5 milhões de de 40 mil casos de SIDA atualmente em Portugal. O infeções. O sul e o sudeste da Ásia são a segunda primeiro caso no nosso país foi detetado em 1983, região mais afetada. Pelo contrário, há cerca de 17 no Hospital Curry Cabral, num homem que já apre- países em que não existem casos diagnosticados de sentava sintomas da última fase da infeção com HIV, SIDA, como por exemplo a Croácia e o Catar. e comprovado através de um exame realizado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. O estigma da SIDA manifesta-se no mundo numa diversidade de comportamentos, tais como a re- Atualmente, a cura não é possível e a única medida eficaz para combater esta doença é a prevenção e sobretudo o bom senso de cada um, que deve pesar na hora de evitar comportamentos de risco. jeição, a discriminação e até mesmo a violência. O medo do preconceito impede que muitas pesso- Francisco Salvaterra, 9ºF as que fazem o teste do HIV retornem para saber Pouca gente se lembra do sismo ocorrido em janeiro de 2010, no Haiti. Todos sabemos que provocou consequências catastróficas, mas já ninguém quer saber do estado atual do país. Pois bem, o Haiti continua na miséria: o esgoto a céu aberto continua a ser uma presença inevitável; as pessoas que não têm fundos para comprar água usam-no para lavar a roupa, preparar a comida e para todas as outras necessidades. Alguns haitianos o resultado e iniciem um tratamento, transformando ainda procuram um lugar seguro para vi- assim o que poderia ser uma doença crónica, mas ver, e grande parte das ruas e dos edifícios tratável, numa sentença de morte. continuam obstruídos. As empresas, na sua Os portadores assintomáticos da infeção em Por- maioria, faliram, e a ajuda de organizações tugal são predominantemente jovens com mais de como a ONU e de pessoas generosas não é 20 anos e indivíduos até aos 39 anos, pertencendo suficiente. E acredita-se que a situação ain- 45,3% à categoria de “toxicodependentes” e 39,3% à da vá piorar. Tudo isto, não contabilizando categoria de “heterossexuais”. os milhares de seres humanos que morre- A pandemia da SIDA custou, em todo o mundo, ram e os efeitos psicológicos provocados cerca de 2,1 milhões de vidas em 2007, sendo que nos sobreviventes. 330.000 pessoas eram menores de 15 anos. Global- Nada parece conseguir compensar a per- mente, cerca de 33,2 milhões de pessoas viviam com da financeira de 7,8 biliões de dólares, 120% do seu PIB, em 2009. Provavelmente, ainda terão de passar mais dezanove anos para o Curiosidades da História Haiti voltar ao que era! Sabia que a Livraria Bertrand, no Chiado, fundada em 1732, foi a primeira livraria do Mundo? Carlos Martins e Georgeta Munteanu, 9ºG Marquesa de Alorna. Do Cativeiro de Chelas à Corte de Viena, de Maria João Lopo de Carvalho, p. 630. Sabia que até ao final do século XIX, após o casamento, só as mulheres usavam aliança? Marquesa de Alorna. Do Cativeiro de Chelas à Corte de Viena, de Maria João Lopo de Carvalho, p. 208. Professora Ana Paula Barosa 20 CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA VIRA COSTAS À DITADURA DA BELEZA sociado) e pela Ciência Viva, com o dês fome ao teu cérebro” eram os três nada” à infelicidade. No topo, coberto apoio da ESAD (Escola Superior de conselhos salientados pelo concurso, com ervilhas, que representavam um Artes e Design) de Matosinhos. que deram o mote aos trabalhos dos “mundo saudável”, foi colocada uma vários grupos de participantes. boneca enrolada a dois fios de massa Este concurso desafiava os jovens No passado ano letivo, a turma A do 11º ano, no âmbito da disciplina de biologia e geologia, participou no concurso integrado na Semana Internacional do Cérebro, organizado pelo IBMC-INEB (Instituto de Biologia Molecular e Celular e Instituto de Engenharia Biomédica, Laboratório As- estudantes entre o 9º e o 12º ano a As alunas Carolina Serrazina e esparguete, em frente ao espelho e decorar um capacete, fosse ele verda- Inês Tinta, desta mesma turma, opta- sentada num sofá feito com um ham- deiro ou construído pelos participan- ram pelo último tema e com o nome búrguer, simbolizando a prisão em tes. A ideia era associar este objeto de equipa “Cérebro com pinta!” abor- que vivem as anoréticas, bem como de proteção da cabeça aos cuidados daram a anorexia nervosa. o sentimento destas ao sentirem-se amarradas. de proteção do cérebro, que passa por Elas tinham por objetivo apelar ao comportamentos defensivos como a público-alvo, a população jovem, para É de salientar que o esforço des- segurança rodoviária, a não ingestão esta questão tão problemática e cada tas alunas foi reconhecido, visto te- abusiva de álcool e drogas ou a corre- vez mais frequente. Para tal, cobriram rem sido galardoadas com o 2º lugar ta utilização das capacidades intelec- um típico tupperware de cozinha com neste concurso nacional, sendo este tuais e a importância de ter padrões diversos alimentos que dividiam o um motivo de orgulho também para a de sono adequados.“Não afogues o “capacete” de forma simétrica fazen- escola. teu cérebro em álcool”, “Não expo- do, desta forma, o contraste entre um nhas o teu cérebro a drogas” e “Não mundo saudável e uma vida “aprisio- Rafael Santos, 12ºA Plêiades, Alcione ta de Alcione (a estrela das Plêiades de se tornou estagnação, enfrentando Aquário por “Era da Luz”. mais próxima do centro da galáxia) 2012 = 5 = regeneração, libertação as mudanças com criatividade. É nas - ver imagem - e nela permanece du- de todos os medos e de tudo o que situações difíceis que ativamos o nos- rante cerca de dois mil anos. nos prende no passado... libertação so potencial, a capacidade de combi- É o momento de que as culturas do medo da “crise”… compreensão de nar as nossas habilidades no tempo ancestrais guardaram memória e pro- que “crise” significa “oportunidades certo. fecia na noite dos tempos: da escuri- novas”... dão virá a luz. É desafiante! No Tarot, o arcano V - O PAPA evo- A Terra atravessou este cinturão ou ca a ligação ao alto, ao espírito, para faixa de luz há cerca de doze mil anos, sair de situações em que a estabilida- Professora Ana Luísa Quitério durante a Era de Leão. Quando essa radiação incidir na Terra, todas as moléculas e átomos do nosso planeta começam um processo de transformação e adaptação a novas condições ambientais criadas pela presença das partículas de luz em que todo o Sistema Solar está mergulhado. Astronomicamente, 2012 marca o regresso do sistema solar e da Via Láctea à luz das Plêiades. A cada dez mil anos, a galáxia atravessa este cinturão de fotões em cada viagem à vol- A excitação molecular provocada pelos fotões cria um tipo de luz constante, permanente, que não é quente, uma luz sem temperatura, que não produz sombra nem escuridão. Talvez por isso os hindus designem a Era de Nirvana - 20 anos depois de Nevermind 24 de setembro de 1991 e 8 de abril de 1994, qual a importância destas duas datas para o comum mortal? Elas marcam o apogeu e a queda de uma das figuras icónicas da música rock: Kurt Cobain. Na primeira data foi editado nos Estados Unidos o álbum Nevermind do seu grupo Nirvana; na segunda data é encontrado morto, tinha-se suicidado três dias antes. Os Nirvana, formados na cidade de Seattle (EUA), em 1987, e constituídos por Kurt Cobain (guitarras, voz), Krist Novoselic (baixo) e Dave Grohl (bateria), conjuntamente com os Soundgarden e os Mudhoney, eram talvez os grupos mais importantes da subcultura grunge da cidade. Mas ninguém estava preparado para o que se iria passar com o lançamento de Nevermind, pois os Nirvana torna- CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE ram-se um fenómeno à escala global e canções como “Smells Like Teen Spirit” transformaram-se em hinos de uma geração. Nevermind tornou-se o álbum mais conhecido da chamada música alternativa, vendeu mais de 30 milhões de cópias, estando no top 30 dos álbuns mais vendidos de sempre. A sua capa é praticamente tão conhecida como a sua música. Nevermind popularizou diferentes estilos como o punk rock, grunge, post-punk e o indie-rock e notam-se neste disco influências, principalmente, dos Pixies, mas também dos Meat Puppets (americanos), Vaselines e das Raincoats (britânicos), alguns dos grupos preferidos de Kurt Cobain. Nevermind é um modelo de criação e ainda hoje soa fresco e excitante, embora o seu lado destrutivo também seja assinalável, es- tando também associado ao aumento da depressão e ao abuso de drogas de Kurt Cobain. Porém, relacionar o seu suicídio com o sucesso de Nevermind é talvez um pouco abusivo, apesar de Kurt Cobain ter ficado sujeito a uma pressão que possivelmente não conseguiu suportar. O que teria acontecido se Nevermind fosse um álbum diferente? Talvez os Nirvana não se tivessem tornado tão grandes e Kurt Cobain ainda estivesse vivo e a música alternativa fosse muito diferente. Duas décadas passadas desde o seu lançamento, o seu legado está cada vez mais presente na música atual e mais vivo que nunca. Professor Francisco Franco 21 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 CORTA-MATO ESCOLAR No dia 16 de dezembro de 2011, último dia de dia Ramalho – 7º G; Danie- aulas do primeiro período, no âmbito do Desporto la Fonseca – 7º H; Eduarda Escolar, realizou-se o Corta-mato, atividade orga- Gomes – 7º B. nizada pelo Grupo de Educação Física do ECB, -Infantis masculinos: Rui juntamente com a colaboração do 10º I, turma do Loureiro – 7º G; Miguel San- curso profissional de Gestão Desportiva. tos -7º H; João Fialho – 7º C; Luís Paixão -7º B; A atividade contou com o curioso número de 99 alunos na manhã fria e chuvosa de dezembro. O Grupo de Educação Física salienta o empe- Daniel Castelhano – 7º C; Bernardo Silva – 7ºE; -Iniciadas femininas: Carolina Matos – 8º B; Sofia Silva – 8º H; Raquel Bernardo – 8º D. Mariana nho da turma cooperante e também o fair-play de- Rodrigues – 8º D; Filipa Fonseca – 8.ºA. monstrado pelos alunos participantes nos diversos -Iniciados masculinos: Ricardo Silva – 7º G; escalões. João Lopes – 9º B; Pedro Patrício – 9 º E; Rafael Os seis primeiros classificados em cada escalão Ferreira – 8º F; Carlos Martins – 9º G; Francisco foram automaticamente apurados para a fase re- Timóteo -.7º A. gional, que se realizará no segundo período, em -Juvenis femininos: Georgeta Munteanu – 9º G; Torres Vedras. São eles: Catarina Marques – 11º B; Juliana Machado – 10º -Infantis femininos: Patrícia Serralheiro -7º A; B; Ana Castelhano – 9º B. Adriana Fialho – 7º G; Rosa Castelhano – 7º B; Lí- -Juvenis masculinos: Júlio Vicente – 8º F; João XADREZ Baptista – 11º D; Paulo Ramalho – 9º C; Diogo Silva – 8º F; Adriano Santos – 9º H; Luís Tinta – 10º D. -Juniores femininos: Rita Lopes – 12º C; Maria Carvalho – 12º A. -Juniores masculinos: Miguel Silva – 11º A; Daniel Mateus – 12º A. Os 44 alunos apurados participaram no dia 1 de fevereiro no corta-mato regional, realizado em Torres Vedras. Professora Estela Santana Duatlo de Peniche O Externato Cooperativo da Be- Iniciados Femininos: nedita comemorou o Dia Mundial do 1ª Martina Ferreira e 2ª Bruna Silva Xadrez no dia 5 de novembro com a Juvenis Femininos: realização do XIX Torneio Externato 2ª Georgetta Munteanu e 3ª Catarina Marques Cooperativo da Benedita. Este ano Juvenis Masculinos: com uma novidade, a existência de 3ª Júlio Vicente dois torneios, A - Aberto e Torneio B Juniores Femininos: - para jovens Sub12 e com elo infe- 1ª Maria Carvalho e 2ª Carolina Serrazina rior a 1300. O ritmo utilizado foi de 15 minutos por jogador e por partida. O sistema foi o suíço de 6 sessões. Participaram no total 48 jogadores, 30 no torneio A e 18 no torneio B. A direção da prova esteve a cargo de José Cavadas e a arbitragem foi de José Cavadas, Rui Lopes e Paulo No dia 14 de dezembro de 2011, realizou-se a Prova de Duatlo Regional de Peniche. A Equipa de Duatlo do Juniores Masculinos: 1ª Miguel Silva e 2ª Daniel Mateus ECB leva 10 duatletas e ganha nove medalhas. Professora Estela Santana NACIONAIS DA 3ª DIVISÃO Decorreram, nas Piscinas Muni- 200 metros, costas, bem como nos igualando o seu recorde pessoal nos No dia 13 de dezembro teve início cipais de Cantanhede, os Campe- 100 metros, mariposa, estando na 100 metros, costas, novamente na o XI Circuito de CE Oeste em S. Mar- onatos Nacionais de Clubes de 3ª equipa de 4x100 estilos que es- estafeta de 4x100 estilos na última tinho do Porto. No torneio dos infan- Divisão Masculinos e Femininos. As tabeleceu novo recorde do clube. prova desta competição. Henrique tis participaram 51 alunos, enquanto equipas do Benedita estiveram pre- Também Carolina Matos, nas duas Marques nadou também três provas no torneio dos iniciados a juniores sentes sendo a estreia da equipa provas que nadou, estabeleceu re- e estabeleceu três novos recordes participaram 59 alunos. A direção da feminina nesta competição. Os obje- cordes pessoais e do clube nos 100 pessoais nos 50 metros, livres, 200 prova ficou a cargo de José Cava- tivos passavam por manter os mas- e 200 metros, bruços, fazendo tam- metros, mariposa, e 200 metros, es- das e José Lopes; e a arbitragem foi culinos na 3ª divisão, os femininos bém parte da estafeta de 4x100 es- tilos; e Leonardo Reis alcançou três de José Cavadas, Júlio Flores, Vitor no meio da tabela classificativa e a tilos. recordes pessoais em três provas Paulo, Desidério, Fernando Augusto, obtenção de recordes pessoais. Costa (no torneio B). Arménio Vinagre e do aluno André No setor masculino destaque A equipa masculina, apesar de se para os três recordes pessoais de ter portado bem, não conseguiu su- Luís Tarquíneo nos 100, 200 metros, Foram vários os alunos do Exter- perar a difícil concorrência e acabou costas, e 100 metros, mariposa, nato Cooperativo da Benedita que por classificar-se em 22º lugar, des- participaram nestes torneios e obti- cendo de divisão. A equipa feminina veram importantes classificações. O conseguiu alcançar os objetivos a Grupo Equipa do Externato apresen- que se propunha, terminando na 14ª tou também alunos do 1º ciclo da Es- posição. Já em recordes pessoais, cola Básica 1 da Ribafria (2 alunos) esses foram amplamente atingidos e do Centro Escolar da Benedita (8 com um total de 21 novos recordes e alunos). 6 novos recordes do clube, todos no Rebelo. 100, 400 e 800 metros, livres. Benedita Sport Clube de Natação setor feminino. Professor José Cavadas Destaque para os recordes do clube de Filipa Custóias nos 100 e 22 MENTE SÃ EM CORPO SÃO ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA Enigmas AS RECEITAS DA ISABEL Pudim de natal Desafio 1 Desafio 4 Como medirias os 11 minutos que são ne- Ao abrir um livro, um antropólogo encon- cessários para cozinhar um biscoito, com trou a seguinte mensagem: duas ampulhetas de 8 e 5 minutos respe- “O meu nome é Barnabé. O ano em que tivamente? nasci era um cubo perfeito. O ano em que morri, um quadrado perfeito. O quanto vivi Ingredientes: 60 g de ameixas pretas secas, sem caroço 60 g de ameixas brancas secas, sem caroço 60 g de sultanas Desafio 2 também era um quadrado perfeito”. A diferença entre os cubos dos algaris- Sabendo que o livro foi escrito no século mos da idade de um octogenário é igual XVIII, quantos anos viveu o Barnabé? 1 l de leite Desafio 5 12 ovos ao quadrado da idade de seu bisneto. Que idades têm os dois? O Simão tem uma balança de 2 pratos e Desafio 3 12 tomates, sendo que: Numa estante há 10 livros arrumados, - 11 têm o mesmo peso cada um com 100 folhas. Uma traça famin- - 1 tem o peso diferente (não sabemos se ta come desde a primeira folha do primeiro é mais leve ou mais pesado) livro até a última folha do último livro. Com apenas três pesagens, descubra Quantas folhas a traça faminta comeu? qual é o tomate diferente e se ele é mais leve ou mais pesado. Professor Acácio Castelhano Anedotas O canibal vai numa viagem de cruzeiro. O criado de mesa vem ao pé dele e pergunta: - Deseja ver a ementa? - Não, dê-me antes a lista de passageiros. O pai do Joãozinho ficou apavorado quando este lhe mostrou o boletim. - Na minha época as notas baixas eram punidas com uma boa bofetada. - Bom pai! Que tal apanharmos o professor amanhã à saída? 350 g de açúcar 1 casca de limão 80 g de miolo de amêndoa laminado 80 g de miolo de pinhões Preparação: Pique as ameixas e demolhe-as em água quente, juntamente com as sultanas. - Leve 200 g do açúcar ao lume, com um pouquinho de água, até obter um caramelo. Verta-o depois para dentro de uma forma. Ligue o forno a 180ºC. - Leve o leite a aquecer ligeiramente com a casca do limão. Bata os ovos com o restante açúcar e verta o leite em fio, batendo sempre. Rejeite a casca do limão. - Escorra as ameixas e as sultanas e junte-as ao preparado anterior, tal como os miolos da amêndoa e do pinhão. Envolva muito bem, deite para a forma e leve ao forno, em banhomaria, durante 1 hora. - Depois de cozido, retire o pudim do forno, deixe arrefecer e desenforme. Disponha o caramelo e a fruta que ficou na forma sobre o pudim, acrescente outra decoração a gosto e sirva. - Delicie-se! Dois amigos encontram-se depois das férias. - Então, como correram as férias? Professora Isabel Neto - A primeira semana foi passada a esquiar nos Alpes, a segunda foi no hospital. O Toque de Saída agradece a colaboração de todos os que enviaram material para este número. Por limitação de espaço, os artigos agora não publicados transitarão para o próximo número. Obrigado! PASSATEMPOS E CURIOSIDADES Soluções Desafio - Colocamos as duas ampulhetas ao mesmo tempo, e quando terminar a de 5 minutos, faltarão na de 8, 3 minutos para terminar. Nesse momento damos a volta na de 5 minutos. Quando terminar a de 8, totalmente (passaram no total 8 minutos), na de 5 faltam 2 minutos para terminar. Nesse preciso momento damos a volta na de 5 que demorará 3 minutos para terminar, que somados aos 8 que já tinham passado, totalizarão 11 minutos. Desafio 2 - -O ancião tem 87 anos e seu bisneto tem 13 anos. Desafio 3 - resposta é 802 folhas! Note que sempre que um livro é colocado em uma prateleira, a primeira folha fica do lado direito e a última do lado esquerdo. Logo, a traça comeu os 8 livros intermediários (800 folhas) e mais a primeira folha do primeiro livro e a última folha do último livro: 800+2 = 802 Desafio 4 - O único cubo perfeito correspondente a um ano do século XVIII é: 12³= 1728 O único quadrado perfeito correspondente a um ano do século XVIII é 42²=1764 Portanto, ele viveu 1764-1728=36, que também é um quadrado perfeito. Resposta: O Barnabé viveu 36 anos. Desafio 5 BANDA DESENHADA 23 TOQUE DE SAÍDA ANO 7 - Nº 17 “A Perspetiva das Coisas. A Natureza-Morta na Europa” Até ao passado dia 8 de janeiro de 2012 um conjunto de obras, não só de pintura mas esteve patente ao público na galeria de expo- também da escultura, que reinventa a nature- sições da sede do Museu Gulbenkian a mos- za-morta. Estas obras podem ainda ser visita- tra que reuniu cerca de 93 obras de 70 artistas das em www.museu.gulbenkian.pt. europeus, desde os pós-impressionistas como Cézanne, Van Gogh e Gauguin, aos surrea- Professora Lurdes Goulão listas como Dali e Magritte, passando pelos portugueses Vieira da Silva e Eduardo Viana. Encontraram-se pela primeira vez em Portugal Saldo Positivo Programa de Literacia Financeira da CGD O programa de literacia financeira da CGD - Saldo Posi- Em destaque, desde o final de 2011, conteúdos como tivo - foi criado, em 2008, com os objetivos de promover a vídeo, fotografia e infografia, mantendo-se o enfoque num educação financeira, prevenir o endividamento, incentivar a tratamento simplificador e pedagógico dos temas, de forma poupança e o investimento e contribuir para uma gestão res- a ajudar os portugueses a gerirem melhor o seu dinheiro. ponsável do património financeiro das famílias e indivíduos. É, também, dada uma relevância a uma área de entrevistas Este programa insere-se, por inteiro, na atuação susten- com especialistas, empresários ou famílias - para partilhar tável da CGD e consolida o seu empenho, enquanto insti- conhecimento e boas práticas e uma área de opinião, na tuição financeira de referência, no estímulo à poupança e qual participam peritos em variadas áreas. investimento, contribuindo para o conhecimento dos consu- O site é atualizado diariamente com a inclusão de fun- midores, para o planeamento e gestão dos seus recursos cionalidades e demais conteúdos que vão ao encontro das financeiros e para o consumo informado e responsável. necessidades dos utilizadores. Das operações financeiras O acesso ao Saldo Positivo excede os clientes Caixa. mais simples às mais complexas, este site constituiu-se Trata-se de um site aberto a toda a população, com uma como um precioso auxiliar em finanças pessoais e como um estrutura de conteúdos, adaptados e agrupados de forma manual de gestão quotidiana. distinta para diferentes segmentos etários e necessidades: desde as situações do dia a dia, aos empréstimos e respon- Vale a pena visitar. sabilidades financeiras, a compra de casa, os seguros, a www.saldopositivo.cgd.pt; reforma, as soluções de poupança e investimento, os impos- www.facebook.com/saldopositivo tos e uma área fundamental de informação financeira para crianças e jovens. LINHAS DE WELLINGTON ALUNOS NO FILME LINHAS DE TORRES Nos dias 18 e 21 de janeiro, os alunos do Externato Cooperativo da Benedita deslocaram-se a Óbidos e participaram como figurantes no filme As Linhas de Torres - Linhas de Wellington. Este projeto foi começado pelo realizador Raúl Ruiz, que após o seu falecimento tem a sua esposa Valeria Sarmento como realizadora. A ante-estreia deste Alunos figurantes do filme “Linhas de Torres” filme será no Festival de Cannes no próximo mês de abril. A participação dos nossos alunos foi feita com grande profissionalismo e entusiasmo tornando-se numa experiência enriquecedora e inesquecível. Este filme conta com a presença de Catherine Deneuve e a filha, Chiara Mastroianni, John Malkovich, Marisa Paredes, Isabelle Huppert, Ma- thieu Amalric e Michel Piccoli, e dos portugueses Nuno Lopes, Soraia Chaves, Maria João Bastos e Albano Jerónimo. Professora Rita Pedrosa
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