1º Classificado
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1º Classificado
1º Classificado Memórias de infância Guardo em memórias distantes, De caracóis ao vento e de saia, Os dias de sorrisos constantes Nas marés da Meia Praia. De mão dada tropeçando, Seguia com a avó ensonada, E olhando gaivotas em bando Mordiscava fruta pelada. A areia quente nos dedos Brancos, tímidos e infantes, Abriam túneis com segredos, E castelos triunfantes… Nessas ondas de saudade, Minhas lágrimas salgam o mar. Ó correntes da idade, Onde foi o tempo parar?! Autor: Alexandra Nascimento Idade: 13 anos 2º Classificado Sem título Essa cara enrugada, Esses cabelos grisalhos, Esses olhos doces que me seguem na janela. O meu carro anda, anda e para, Saio, despedindo-me de minha mãe e entro naquela casa, Naquela casa onde o cheiro a perfume domina, Naquela casa onde observo um telefone antigo à porta, Naquela casa onde as paredes estão cobertas de fotografias da infância de minha mãe. Ao longe, avisto um vestido de tecido azul-escuro que mais ninguém usa, Uns brincos de ouro comprados em 1900 E um colar com a cruz de cristo. A silhueta que se encontra à minha frente dirige-se a mim E sinto aquele beijo molhado na minha face que me faz sentir mais nova do que já sou. Ela é amável e doce, Ela é gentil e querida, Ela é quem faz muito do pouco e pouco do muito, Ela é minha avó. Autor: Laura Glória Idade: 11 anos 3º Classificado Amor de avó e neta Ser avó é ser criança e ser idosa É ter uma mente espantosa Capaz de ensinar e aprender Cuidar e compreender É ser livre para amar As netas e os netos Sempre divertida mas cuidadosa E ter muitos afetos Ser neta é uma arte Saber divertir mas com cautela Pois a avó já não vai para nova E irei sentir falta dela O nosso amor será eterno E sempre crescente Quando for eu a avó Virão os conselhos dela à minha mente Gostamos muito uma da outra E amar-nos-emos para sempre. Autor: Ana Martins Idade: 13 anos 1º Classificado A Lei da Vida Na roleta que é a vida Por caminhos indiscretos Distribuímos afetos Somos esquecidos na lida Erguemo-nos da recaída Causada por qualquer desgosto Gravadas no nosso rosto Cicatrizes do passado Acordes do nosso fado Cantando em cada jornada Assim se percorre a estrada Que do berço se insinua Juntei minha mão à tua O melhor que há em nós E sendo ou não prediletos Fomos filhos somos netos Fomos pais somos avós. Autor: José Rodrigues Idade: 60 anos 2º Classificado Meus queridos netos Eu já tenho 96 anos E estou a pensar fazer alguns projetos Mas estou muito contente De estar aqui com os meus netos. Eu ando sempre bem-disposto E é porque aqui estou E também estou contente Por ser o vosso avô Estou já um pouco velhinho Mas gosto muito de viver Porque sou amigo dos meus netos E gosto de os ver crescer Pensei em fazer alguns planos E estou com muito prazer Que Deus me dê muita saúde Até para o ano se Deus quiser. Autor: Arsénio Duarte Idade: 96 anos 3º Classificado Sem título Sou avô como muitos são De um perfeito casal de netos Trago-os na palma da mão Regados de carinhos e afetos Que Deus não me tire o tino Para que eu tenha inspiração E com a Força do destino Sou avô como muitos são Ter um filho é com certeza Um dos maiores projetos Mas não é menor riqueza De um perfeito casal de netos Ter netos é ter esperança De continuar a geração Nos caminhos mais diretos Assim cheios de confiança Trago-os na palma da mão Regados de carinho e afetos Autor: José Dinis Idade: 67 anos