Ex-dekassegui deve Aproveitar Experiência Japonesa no Brasil
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Ex-dekassegui deve Aproveitar Experiência Japonesa no Brasil
Ex-dekassegui deve Aproveitar Experiência Japonesa no Brasil É preciso buscar atualização, fazendo cursos para aprender o idioma japonês e também informática Publicado no Jornal Nikkei - MS em Abril 2010 / Texto: Suzi Murakami A cultura, o convívio em sociedade, os costumes, o ambiente em empresas e o fato de ter tido chefes japoneses são armas a favor dos nipo-brasileiros, segundo Haniu Quando voltou do Japão em 99 para Maringá, no Paraná, Misao Kotubo trouxe, em sua bagagem, algumas bonecas kokeshi e um aparelho massageador de madeira. Ele, que já tinha experiência com artesanato, só precisou prestar atenção nas peças para fabricar as próprias com algumas adaptações. Com a ajuda do Sebrae, há quatro anos Kotubo, que, no início, levou a arte como um hobby, começou a vender as bonecas, negócio que ele mantém até hoje, junto com as vendas do massageador manual. Este último c comprado principalmente por lojas de materiais hospitalares. A fabricação dos produtos de madeira, idéia trazida do Japão, ajuda no orçamento da casa. Esse é um exemplo de como a vivência do outro lado do mundo pode gerar oportunidades no Brasil. Esse conceito e defendido pelo consultor de empresas Ciro Yoshinaga, da Ciro e Associados, que diz que quem morou no Japão pode, sim, ter vantagens em relação aos outros concorrentes também na hora de encontrar um emprego. Mas, para isso, o dekassegui precisa saber deixar de lado algumas experiências negativas e enfatizar as positivas. Segundo Yoshinaga, os empregados das fábricas japonesas trabalham em um esquema de automatismo, que é o trabalho braçal e mecânico. "Agora, é a oportunidade dele desligar a chave do "O" [mão-de-obra] e ativar o lado "CAO" [cabeça à obra]", afirma. Um outro conceito é o que ele chama de "OPA! [Observar, Pensar e Agir!]". “Observar as oportunidades de um país com muita competição, como o Japão, e adaptá-las à realidade brasileira." O perfeccionismo, a alta qualidade, a disciplina e a produtividade exigidos pelas empresas japonesas são diferenciais que o exdekassegui deve explicitar em seu currículo e na hora de uma entrevista de emprego. Para Marcos Haniu. sócio-fundador da Authent Retainer Executive Search, os que trabalharam no Japão tem mais chances de conseguir colocação em uma empresa niponica no Brasil, "Para quem trabalhou em indústria metalúrgica lá. por exemplo, o interessante é buscar pela mesma área aqui", aconselha. A cultura, o convívio em sociedade, os costumes, o ambiente em empresas e o fato de ter tido chefes japoneses são armas a favor dos nipo-brasileiros, segundo Haniu. Enio Miyahira. diretor da indústria alimentícia Ajinomoto, e Cláudio Taguchi diretor da Sanrio do Brasil, são dois bons exemplos de ex-dekasseguis que aproveitaram a experiência japonesa para emplacar profissionalmente aqui. "Tinha o conhecimento da organização da empresa, da cultura, do idioma e ainda a experiência no Japão", costuma dizer o primeiro, que. no Japão, trabalhou na Ajinomolo Fresh Foods. Voltar falando japonês, aliás, é o melhor diferencial. Prova disso são as vagas que a BRQ, uma das maiores empresas de tecnologia da informação do Brasil, pretende abrir depois que uma parceria com um grupo que presta serviços no Japão for fechada. Mas aprender o idioma não é comum entre os dekasseguis. mesmo para os que passaram vários anos trabalhando no país de seus antepassados. Por isso, segundo Haniu, é preciso buscar atualização, fazendo cursos para melhorar o idioma e também em outras áreas, como a de informática, e os cursos de curta duração, para facilitar a recolocação no mercado. Fonte: www.sanshin-express.com
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