Pseudodemência Depressiva
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Pseudodemência Depressiva
Pseudodemência Depressiva Dr. José Eduardo Martinelli Faculdade de Medicina de Jundiaí Aspectos psiquiátricos do envelhecimento “A velhice é um triste inventário de perdas e limitações” Diminuem - a visão -a imaginação - a audição - a criatividade - a força e a precisão manuais - a adaptação - a robustez e a flexibilidade - a atenção - a rapidez na execução de tarefas - a energia - a memória - a sociabilidade - a iniciativa Aquilo que é normal no velho seria deficiência no homem adulto Com o envelhecimento surgem uma série de perdas significativas • O aparecimento das doenças crônicas deteriorando a saúde • A viuvez • Ausência de papéis sociais valorizados • Isolamento crescente • Dificuldades financeiras decorrentes da aposentadoria • Perdas (por morte de amigos e pela saída dos filhos da casa) • Diminuição da independência (diminuição da saúde + mobilidade) • Diminuição das capacidades cognitivas. Critérios para Episódio Depressivo Maior DSM IV Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiverem presentes durante um período de 2 semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento anterior; pelo menos um dos sintomas sendo o item 1.) ou 2.) 1. Humor depressivo durante a maior parte do dia, indicado por relato subjetivo ou observação de terceiros; 2. Diminuição importante do interesse ou prazer em todas, ou quase todas, as atividades; Critérios para Episódio Depressivo Maior 3. Perda ou ganho de peso significativos, ou aumento ou diminuição do apetite; 4. Insônia ou aumento do sono; 5. Fadiga ou perda de energia, agitação ou retardo psicomotor, observado necessariamente por terceiros; 6. Sentimentos de menos-valia ou culpa excessiva e inapropriada; 7. Diminuição da capacidade de concentração ou indecisão; 8. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida; Critérios para Episódio Depressivo Maior Os sintomas devem causar sofrimento significativo ou prejuízo ocupacional, social ou em outras áreas importantes de funcionamento. Não devem ser causados por uso de substâncias, nem por uma condição médica. Prevalência Blazer e Willians anos. em indivíduos com mais de 65 • 14,7% com sintomas depressivos (3,7% com depressão maior) Ambulatórios Gerais: 14 a 52% de depressão (Mayou e Hawton 1986) - - Pacientes hospitalizados; 30 a 35% (Alexopoulos, 1996). Sintomas Psicóticos na Depressão são mais freqüentes em idosos, quando comparados aos adultos DELÍRIOS culpa negação persecutórios hipocondríacos Raras Alucinações ciúmes Sintomas cognitivos são mais intensos em idosos deprimidos Nos idosos a depressão cursa: • Memória • Dificuldades nas atividades intelectuais • Perda de concentração • Lentidão de raciocínio Depressão Nos idosos a depressão cursa: • Com um amplo cortejo de sintomas clínicos e queixas somáticas • Interfere negativamente na morbidade por doenças físicas • Aumenta o risco de morte por causas médicas • Aumenta o grau de incapacidade e dependência Depressão Idosos deprimidos: • Procuram assistência médica 5 a 10% em maior proporção que aqueles sem depressão • Apresentam queixas médicas inespecíficas 3 a 4 vezes maior que outros grupos • Tem em média duas consultas médicas a mais • Apresentam maior freqüência de comorbidades Depressão • Predomínio de sintomas somáticos • Freqüência de comorbidades clínicas e neurológicas • Assistência médica não especializada • Clínicos gerais que tendem a subdiagnosticar a depressão Depressão Início da depressão: • Depressão de início tardio (late onset depression) • Depressão de início precoce (early onset depression) Depressão de Início Tardio - Menor freqüência de história familiar de transtornos afetivos; - Maior relação com eventos vitais negativos; - Maior associação com doenças crônicas; - maior prevalência de demência e risco de apresentar demência no seguimento; - Maior prejuízo em testes neuropsicológicos; - Maior número de alterações de exames complementares como de neuroimagem estrutural; - Menor resposta aos antidepressivos. Formas de associação entre depressão e demência • Depressão na demência • Demência com depressão • Depressão com prejuízo cognitivo • Demência na depressão Depressão na Demência • Os sintomas depressivos são considerados parte integrante da demência, tanto como uma reação psicológica à experiência de perda de funções cognitivas, como conseqüência direta do processo degenerativo cerebral. Demência com Depressão • Constitui a verdadeira co-morbidade entre duas síndromes distintas, aparentemente com etiologias não associadas. Depressão com prejuízo cognitivo • São freqüentes em qualquer faixa etária • No idoso, a depressão pode se manifestar com deficiências cognitivas na ausência de disfunção neurológica Depressão com prejuízo cognitivo • Diminuição da memória • Dificuldade de concentração • Diminuição da capacidade intelectual Depressão com prejuízo cognitivo Estas queixas muitas vezes não são corroboradas por um mau desempenho destes pacientes em testes psicométricos (Barker et. al., 1994). Demência na Depressão • Chamada pseudodemência depressiva onde os distúrbios cognitivos associados à depressão podem ser muito pronunciados com o quadro clínico assemelhando-se ao da demência. Critérios para a definição de pseudodemência segundo Caine (Vinken et. al., 1985) • Deterioração intelectual em um paciente com doença primariamente de natureza psiquiátrica • As características das alterações intelectuais lembram as causadas por demência degenerativa • Os déficits intelectuais são reversíveis • O paciente não possui doença neurológica identificável que possa responder por suas alterações mentais Demência na depressão O termo pseudodemência depressiva foi utilizado pela primeira vez em 1952 por Modden, para caracterizar pacientes com alterações cognitivas secundárias a quadros psiquiátricos. Demência na Depressão • Kiloh (1961) usou o termo pseudodemência para descrever doenças psiquiátricas com sintomas predominantemente cognitivos simulando quadros demenciais, mas que revertiam com o tratamento adequado. OBRIGADO www.idosos.com.br [email protected]