04. Informaiba Abril 2011
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04. Informaiba Abril 2011
ANO 17 Nº 188 Abr/11 Moratória florestal: Aiba promove cruzada para evitar esta injustiça A iminência da aprovação do Novo Código Florestal, trazendo a reboque a proibição de abertura de novas áreas de mata nativa por cinco anos - a chamada “moratória florestal” (Artigo 47) - que prejudica gravemente a economia baiana, levou a Aiba a promover uma intensa campanha. Em manifesto aberto à sociedade e entregue ao relator do Novo Código, o deputado Aldo Rebelo, com a assinatura de entidades diversas de agricultores e trabalhadores rurais, a Aiba propôs a exclusão do cerrado e da caatinga nordestinos da proibição de desmatamento. A argumentação bem fundamentada ganhou o apoio do Governo do Estado da Bahia, através dos secretários de Agricultura e de Meio Ambiente, assim como de diversos parlamentares baianos, tanto estaduais como federais, que se juntaram à causa dos produtores. O resultado dessa forçatarefa foi a total compreensão e simpatia do relator, que, admitiu rever a questão da moratória, entre outros aspectos, postergando a votação do texto. Para estados tradicionais da agricultura, no Sul e no Sudeste, que já não possuem terras para desmatar, ou para outros, do Centro Oeste, que começaram a explorar o cerrado pelo menos duas décadas antes da Bahia, o Artigo 47 traz mais vantagens que prejuízos, uma vez que o código anistia os passivos. A Bahia, cujo cerrado encontra-se em franco desenvolvimento, e a caatiga cobre mais de 70% do território, tem muito a perder com a moratória. As reuniões aconteceram durante o 12º Agrocafé. VEJA AINDA NESTA EDIÇÃO • Supremo confirma entendimento de que Funrural é inconstitucional Página 02 • Aiba defende produtores em rodada de reuniões no CAB Página 03 • 12ª edição do Agrocafé entra para a história como uma das melhores já realizadas Página 04 • Passarela da soja supera expectativas Eduardo Salles (Sec. Agricultura, Sérgio Pitt (Vice-presidente Aiba) e Rui Costa (Dep. Fed.) Página 09 • Solenidade concorrida marca início da gestão de Ademar Marçal no Fundeagro Página 11 ANO 17 Nº 188 Abr/11 Supremo confirma entendimento de que Funrural é inconstitucional, mesmo após entrada em vigor da Lei 10.256/01 Precedente fortalece Tutela Antecipada da Aiba, que exime mais de 1.200 associados de recolher o tributo sobre a produção. O Supremo Tribunal Federal rejeitou, no final de março último, o recurso apresentado pela União Federal no caso do Frigorífico Mataboi, confirmando a inconstitucionalidade do Funrural cobrado do produtor rural pessoa física. A União pretendia com o recurso ver reconhecida a tese de que o Funrural passou a ser exigível com a entrada em vigor da Lei 10.256/2001, sob a alegação de que tal Lei havia “regularizado” as inconstitucionalidades do Funrural. De acordo com o corpo jurídico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia Aiba, a tese da União foi rechaçada pela Corte Suprema e a inconstitucionalidade do tributo foi mantida, preservando, assim, o direito dos produtores rurais não terem o ônus de pagar o Funrural sobre a comercialização de sua produção. “Assim, está confirmado que o tributo é indevido, até que legislação nova baseada na Emenda Constitucional nº 20/98 venha a instituir a contribuição”, diz o advogado Wagner Pamplona. A tentativa da União em diminuir o impacto da inconstitucionalidade do Funrural alegando que a Lei 10.256/2001 havia regularizado a situação, sofreu grave derrota. O Supremo, além de confirmar a inconstitucionalidade da contribuição, agora confirma também que, para ser regularizado o tributo, deve ser editada nova Lei que passa a valer somente a partir de sua publicação, não podendo retroagir. “Mais uma grande vitória dos produtores rurais”, atesta o vice presidente da Aiba, Sérgio Pitt. O reflexo da recente decisão do Supremo, com relação aos associados da Aiba é direto e imediato, tendo em vista que dá suporte e ainda mais segurança jurídica à tutela antecipada conquistada pela entidade em abril do ano passado, e que comemora, no próximo mês, a segunda safra consecutiva livre da incidência do Funrural. Os produtores que formalmente aderiram às ações da Aiba conduzidas pelos advogados tributaristas Wagner Pamplona e Jeferson da Rocha, já foram beneficiados com uma redução da carga tributária equivalente a R$60 por hectare/ano (tendo por base a cultura da soja). As Ações Coletivas propostas pela entidade, desta forma, encontram na recente manifestação do STF, um importante alicerce que consolida as vitórias já alcançadas, como a suspensão da exigibilidade do tributo por duas safras, e abre caminho para as que ainda virão, caso da restituição dos valores retidos ao longo dos últimos 10 anos. “No mais, é preparar a documentação necessária e aguardar que a Justiça seja célere e acompanhe, assim como vem acompanhando, os precedentes favoráveis às teses sustentadas pela Aiba, para confirmar, em seus julgados, a vitória do contribuinte rural em juízo, que se configura nítida e legítima, e, agora, reafirmada por mais este pronunciamento da Suprema Corte brasileira”, finaliza o advogado Jeferson da Rocha. ANO 17 - Nº 188 - Abr/11 Publicação mensal editada pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia - Aiba Jornalista Responsável: Catarina Guedes - DRT 2370-BA Aprovação Final: Alex Rasia Editoração Eletrônica: Eduardo Lena (77) 3611-8811 Impressão: Gráfica Irmãos Ribeiro (77) 3614-1201 Tiragem: 2.500 exemplares Comentários sobre o conteúdo editorial desta publicação, sugestões e críticas, devem ser encaminhadas através de e-mail para: [email protected] Matérias da Abapa, Fundeagro e Fundação Bahia são de responsabilidade das referidas entidades. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação é permitida e até recomendada, desde que citada a fonte. www.aiba.org.br Av. Ahylon Macêdo, 11, Barreiras - BA - CEP. 47.806-180 - Fone: (77) 3613-8000 Fax: (77) 3613-8020 Créditos de ICMS A AIBA ajuizou Mandado de Segurança Coletivo em face da autoridade fazendária local competente com o objetivo de obter decisão judicial que determinasse que a autoridade decidisse os processos administrativos de solicitação de créditos de ICMS que se encontravam pendentes de decisão desde 2004. Foi deferida liminar neste sentido, confirmada pelo Tribunal de Justiça da Bahia, tendo o Inspetor Fazendário procedido as decisões administrativas em todos os processos pendentes (mais ou menos 900 processos), deferindo alguns e indeferindo outros. Solicitamos, assim, que o produtor que possui processos administrativos de liberação de crédito de ICMS procure a AIBA, que conta com uma atendente específica para esta ação, a assessora jurídica Jossiene Fritsch, para obter a decisão que deferiu seu crédito e/ou tomar conhecimento das novas ações judiciais que estão sendo preparadas pelo departamento jurídico com o objetivo de obter a liberação dos créditos de ICMS indeferidos. Com esta ação judicial, mais de 300 produtores foram beneficiados com a liberação de seus créditos. Informamos, que, por intermédio do escritório Pamplona, Baldissarella e Advogados Associados, foram ajuizadas quatro ações ordinárias coletivas em nome de 30 associados com o objeto de obter o reconhecimento aos créditos de ICMS decorrentes das operações de aquisições de insumos e óleo diesel que haviam sido negados pela Secretaria de Fazenda Estadual. Após a contestação do Estado da Bahia, já foram efetivadas as perícias judiciais, as quais atestam a existência de tais créditos e o direito a sua utilização pelos produtores autores das ações. Aguarda-se, assim, sentença judicial em tais processos. 2 ANO 17 Nº 188 Abr/11 3 Alteração no Código Florestal é tema de audiência pública na Comissão do Meio Ambiente na Câmara Federal A tendendo a um requerimento do deputado federal, Oziel Oliveira (PDT-BA), o relator do Código Florestal Brasileiro, deputado federal Aldo Rebelo (PC do B - SP), compareceu a audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, na manhã da quarta-feira, 23 de março, para discutir pontos do relatório, sobretudo, o que trata sobre a moratória de cinco anos. De acordo com o deputado Oziel Oliveira, o objetivo da audiência, foi manifestar a preocupação em relação ao texto constante no artigo 47, que proíbe a abertura de novas áreas para agricultura e pecuária durante o período de 5 anos. O deputado Oziel sugeriu ao relator que fossem excluídas desse artigo os biomas cerrado e caatinga e toda a área abrangida pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – Sudene. “Pedi ao relator essa a mudança por entender que o texto afetará diretamente o desenvolvimento econômico do oeste da Bahia e que a moratória para supressão de florestas nativas poderá, entre outras conseqüências, causar danos sociais, como o aumento do desemprego no campo”, ressaltou. O deputado Oziel ex- plicou que, especialmente, no cerrado baiano que cobre grandes municípios produtores de grãos como Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Formosa do Rio Preto, por exemplo, existe espaço para a ampliação de áreas produtivas, que podem, perfeitamente, respeitar o desenvolvimento sustentável e o zoneamento agroecológico sem prejudicar a economia dos municípios. O relator, deputado federal Aldo Rebelo, disse que é simpático ao pedido do deputado Oziel Oliveira, que é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, e vai levar o pleito a dis- Da esquerda para direita: Dep. Aldo Rebelo, Dep. Giovani Cherini, Dep. Oziel Oliveira, André Lima e Raul Valle cussão. Participaram da audiência pública como convidados o procurador da Fazenda Nacional do Estado de São Paulo, Luis Carlos Silva de Moraes, o consultor jurídico em Meio Ambiente, André Lima, o representante do Instituto Socioambiental, Raul Valle, além de entidades, associações e organizações não governamentais ligadas ao meio ambiente. Fonte: Assessoria de Imprensa do parlamentar Maratona no CAB E m uma série de audiências no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, a convite da Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, a Aiba mostrou projetos, expos problemas e defendeu os direitos dos produto- res do Oeste baiano. No último dia 23 de março, acompanhando o prefeito Humberto Santa Cruz, o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt, abordou duas das principais frentes de trabalho da Associação nos últimos anos: meio ambiente e logística. Pitt encontrou-se com o vice-governador da Bahia e secretário de Infraestrutura do Estado, Otto Alencar. Na pauta, o Programa de Pavimentação de Rodovias da Região Oeste, e também a proposta de renovação da Parceria Público Privada (PPP) para uma força-tarefa visando viabilizar o escoamento da safra agrícola, em especial, nas BA’s 461 (Bela Vista) e 462 (Alto Horizonte), rodovias cruciais da região. Participaram do encontro o diretor geral do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Der- ba), Saulo Filinto Pontes de Souza, e o chefe de gabinete da Seinfra, Marcos Cavalcante. “Este trabalho de manutenção, especialmente no momento de início da colheita em que nos encontramos, é indispensável para melhorar o trafego no escoamento da safra. Com relação ao Anel da Soja, o trabalho de tapa buraco está sendo acelerado pelo próprio Derba. Se for necessário o apoio dos produtores, a Aiba será acionada para a mobilização”, afirmou Pitt. Mais estradas Pelo Programa de Pavimentação de Novas Rodovias - definido pelo Protocolo de Intenções assinado entre o Governo do Estado e a Aiba estão contratados os projetos executivos de 440 km de rodovias a serem pavimentadas. São eles, Rodoagro, Rodovia da Soja, Timbaúba, Entre Rios, Rio de Balsas e a Estrada do Café, além dos 114 quilômetros das estradas estaduais BA 461 e BA 462 (Bela Vista e Novo Horizonte). A empresa ATP Engenharia Ltda, de Recife, foi contratada para a execução deste trabalho. “Vamos tocar este programa, que é essencial para o estado”, disse o vice governador Otto Alencar, ressaltando a proatividade dos produtores do Oeste da Bahia. Na reunião com o secretário Otto Alencar, a estrada Timbaúba foi eleita como a primeira para execução da PPP. “Será um laboratório que nos permitirá as primeiras avaliações da parceria”, diz Pitt. ANO 17 Nº 188 Abr/11 4 12º Agrocafé encerra contabilizando sucessos O 12° Simpósio Nacional do Agronegócio Café 2011 foi uma das mais bem sucedidas dentre todas as edições que contabiliza. Além da participação dos produtores, das empresas ligadas ao cultivo do grão, e da qualidade dos painéis e palestrantes, o Simpósio foi palco de importantes manifestações do setor agrícola baiano, que se uniu para pedir ao deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), convidado de honra do Agrocafé, a exclusão da caatinga e do cerrado do Nordeste da “moratória florestal”, definida na revisão do Código Florestal. A próxima edição do evento já tem data para acontecer: de 12 a 14 de março de 2012. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), João Lopes Araujo, este ano o Agrocafé teve um aditivo especial: os preços, que depois de mais de uma década insuficientes para compensar o produtor ante o Real valorizado, finalmente estão em alta. “Isso motivou a adesão dos cafeicultores, mesmo que nem todos tenham aproveitado este bom momento, já que venderam anteriormente sua produção. Mas, há uma esperança, baseada nos estoques mundiais em níveis críticos, de que esta situação ainda se sustente por um tempo”, prevê o presidente da Assocafé. “Para as próximas edições do Agrocafé, os desafios serão intensificar o foco na agricultura familiar, que é a maioria no contingente de café na Bahia. O objetivo é ajudar a fazer chegar a esse produtor informação, tecnologia e crédito”, afirma João Lopes Araujo. Também a comunidade acadêmica, que já foi mobilizada este ano, terá atenção maior no próximo ano. A Assocafé também comemora o sucesso dos mini cursos, que aconteceram simultaneamente às palestras de plenário, e tiveram lotação completa todos os dias. Ao todo, foram 10 cursos intensivos, que abordaram técnicas de aplicação de defensivos, qualidade, mecanização da colheita, inovações tecnológicas e variedades resistentes a pragas e doenças, irrigação, poda em cafezais, noção de classificação e o curso de barista, que, devido à grande procura em todas as edições, este ano teve duas turmas. O 12º Agrocafé foi uma realização da Assocafé, juntamente com a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Centro do Comércio de Café da Bahia, tendo como patrocinadores o Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria da Agricultura “ (Seagri) e da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Ministério da Agricultura (MAPA), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Sebrae e Petrobras. Os desafios das próximas edições do Agrocafé serão intensificar o foco na agricultura familiar, que é a maioria no contingente de café na Bahia” João Lopes Araujo - Presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé) ANO 17 Nº 188 Abr/11 5 Fundesis libera R$ 395 mil, não reembolsáveis, para entidades sociais do Oeste da Bahia A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia – Aiba e o Banco do Nordeste, em um modelo inédito de parceria, investem este ano R$555 mil, a fundo perdido, em projetos sociais da região Oeste da Bahia, beneficiando 14 instituições. A Aiba, através do Fundesis, aportará R$395 mil, e o Banco do Nordeste, R$159 mil. As primeiras quatro entidades beneficiadas pelo Fundo, em 2011, receberam na semana passada R$92 mil, referentes à primeira parcela dos investimentos. Estas quatro instituições atendem diretamente a 464 pessoas, oriundas das classes mais necessitadas da região Oeste do estado. Entre as entidades beneficiadas, está o Centro de Promoção Humana Eugênia Ravasco, localizado na Vila dos Funcionários, em Barreiras. O Centro atende crianças e adolescentes do sexo feminino. São 100 meninas atendidas diretamente e 200 famílias, indiretamente. A primeira parcela liberada no valor de R$ 18 mil é parte dos R$ 50 mil contratados com a instituição. Com estes recursos, o espaço físico será ampliado, com a construção de um piso superior, no qual serão instaladas sala de arte, biblioteca, uma sala de dança, sala de atendimento psicológico, banheiros e dispensa. Outra instituição contemplada é a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Luís Eduardo Magalhães, que atende 214 pessoas com idades variando entre dois meses 53 anos, portadoras de síndrome de down, deficiência mental e múltipla. A primeira parcela liberada no valor de R$ 40 mil é parte dos R$50 mil contratados do Fundesis. Esses recursos foram aplicados na continuação do Complexo Desportivo e Hidroterápico para práticas de atletismo e fisioterapia terapêutica, que auxiliam na reabilitação de diversas patologias. Assim, a entidade poderá melhorar o atendimento, ao incluir mais uma modalidade de atividade. A Associação de Proteção às Crianças Pobres, localizada na Vila do Papelão, em Barreiras, recebeu a primeira parcela de R$20 mil, de um total de R$45 mil contratados, para iniciar a reforma do prédio da creche, assim como a conclusão do galpão que pertence à Associação. A entidade atende atualmente 100 crianças da periferia de Barreiras, especificamente, da Vila Brasil e Santa Luzia, com idades entre zero e quatro anos. Os recursos disponibilizados serão investidos na creche, na reforma dos banheiros, troca das portas e forro, troca do revestimento cerâmico das áreas interna e externa, divisão do berçário, cobertura de área que liga as duas salas e o refeitório, além do retelhamento. O galpão também será reformado para ser alugado, e, assim, poder gerar renda para a instituição. Além disso, será realizada a reforma do piso, o reboco, com investimento na ventilação, pintura, calhas, reforma do banheiro, além da instalação elétrica e hidráulica. Por fim, também foi beneficiada a Associação de Moradores da Vila Buriti. Localizada no município de Luís Eduardo Magalhães, a instituição atende atualmente 50 crianças, além de beneficiando mais 130 famílias. Dos R$50 mil do projeto contratado, foi liberada a primeira parcela de R$ 14 mil reais. Os recursos serão aplicados na rees- truturação da creche, com equipamentos e móveis necessários para o desenvolvimento das atividades e serviços de qualidade. “Tanto a escolha das entidades, quanto a aplicação dos recursos, passam por um minucioso processo de triagem para garantir a segurança e eficiência na aplicação dos recursos. A cada ano, o Fundesis se consolida como uma iniciativa de resultados positivos e duradouros, que está ajudando a melhorar a vida de milhares de pessoas na nossa região”, diz a coordenadora do Fundesis, Makena Thomé. Sobre o Fundesis Instituído em 2006, o Fundesis é resultado de um modelo inédito de parceria entre a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e o Banco do Nordeste que financia, a fundo perdido, projetos de Responsabilidade Social que promovam o desenvolvimento sócio-econômico nas comunidades carentes do Oeste da Bahia. Suas ações são voltadas para Inclusão Social e Digital, Educação, Cultura, Saúde Preventiva, Geração de Renda e Empreendedorismo. Os recursos do Fundesis provêm da adesão espontânea de produtores rurais associados à Aiba, mutuários do BNB, assim como do próprio banco, além de doações de Pessoas Físicas e Jurídicas e repasses de cooperativas de produtores rurais, com recursos do Fundo de Assistência Tecnológica Educacional e Social (Fates). Sobre o valor das operações de financiamento contratadas junto ao BNB, um pequeno percentual é destinado ao Fundo pelos produtores e pelo Banco do Nordeste. ANO 17 Nº 188 Abr/11 6 Relator do Novo Código Florestal baianos para retirar estad O 12º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé) foi o pano de fundo para o parecer mais aguardado pelos produtores rurais, suas entidades de classe e parlamentares baianos nos últimos dias: a simpatia do deputado federal e relator do Novo Código Florestal, Aldo Rebelo (PCdoB/SP) ao pleito do setor agrícola de retirar da moratória florestal prevista pelo Novo Código as áreas de cerrado e caatinga do Nordeste. Em alto e bom som, Rebelo garantiu ser justa a causa baiana e prometeu avaliar com cuidado o pedido. Aldo Rebelo participou da abertura do evento no dia 21 de março, no Hotel Bahia Othon Palace, em Salvador. “Recebi a manifestação diretamente dos agricultores, e também pelas suas entidades, como Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) a Federação da Agricultura (Faeb), a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), dos secretários da Agricultura e do Meio Ambiente, da bancada federal Rui Costa (Dep. Fed.), Aldo Rebelo (Dep. Fed.), Eduardo Salles (Sec. Agricultura), Eva Chiavon (Sec. Casa Civil), João Lopes (Dir. Regional Aiba) e Afonso Florence (Min. Des. Agrário) da Bahia, e creio que também vai haver manifestação por parte da bancada do Senado. Vou examinar com todo o critério e com todo cuidado. A ela- boração do relatório é um trabalho coletivo, que busca o equilíbrio das negociações, embora leve a minha assinatura. Acredito que há razões muito bem postas nos argumentos apresentados aqui na Bahia e vou procurar uma solução adequada, que não prejudique o desenvolvimento do estado e proteja o meio ambiente”, garantiu o parlamentar. “Posso declarar que tenho uma grande simpatia pelas razões apresentadas. Precisamos procurar apresentar as alterações para que o Relatório esteja pronto para esta votação”, disse Rebelo. A presença do deputado e o tema em pauta levaram para o ANO 17 Nº 188 Abr/11 7 l declarou apoio aos agricultores do da “moratória florestal” Agrocafé parlamentares de várias legendas, que reforçaram o pleito dos agricultores e prometeram conseguir mais apoio, tanto na Assembléia Legislativa da Bahia, quanto na Câmara Federal. Dentre eles, estavam os deputados estaduais Mário Negromonte Jr (PP), Kelly Magalhães (PCdoB), Hebert Barbosa (DEM), os federais, Oziel Oliveira (PDT), vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente na Câmara, e João Leão (PP), que garantiu trabalhar pelo apoio dos 44 membros da bancada, Rui Costa (PT), dentre outros. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, fez coro com os conterrâneos, e defendeu uma emenda específica para a Bahia e o Nordeste. Para o secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, não se pode legislar de forma igual para diferentes estados, com características distintas. Segundo ele, o que se aplica para a região amazônica, pode não se aplicar para o cerrado, e não necessariamente vale para o pampa gaucho, para o Panta- nal, ou a caatinga. “Os estados é que deveriam se organizar para fazer o seu planejamento”, afirmou. “A moratória pela moratória não vai resolver o problema. Primeiro, porque nós não temos condições, mesmo com todas as fiscalizações do Ibama e do Estado, não vamos conseguir controlar desmatamentos ilegais, ou incêndios criminosos, etc. Devemos perseguir, sim, o desenvolvimento sustentável”, disse. Manifesto Durante a abertura do Agrocafé, o Secretário da Agricultura, Eduardo Salles, entregou para o deputado Aldo Rebelo manifesto dos produtores, redigido e assinado pela Aiba, ao qual assinaram também a Federação da Agricultura da Bahia (Faeb) e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), pedindo a exclusão do cerrado e da caatinga do Nordeste da Moratória Florestal. “O projeto do novo código, como um todo, é bom para a agricultura e para o meio ambien- te, mas o Artigo 47 é danoso tanto para a agricultura empresarial como para a familiar, e atinge em cheio a economia baiana, que tem no setor um dos seus mais importantes lastros”, afirmou Salles. “Não é justo que os estados do Sul e do Sudeste tenham se desenvolvido e o Nordeste, especialmente a Bahia, que vive um momento de fortalecimento da agropecuária e prioriza a agroindustrialização, não possa se desenvolver”, questionou o secretário. “Este era o movimento que esperávamos, quando demos início a uma exaustiva jornada pelos gabinetes de Salvador e Brasília para alertar sobre o problema e mostrar que, embora seja interessante para muitos estados, na medida em que oferece compensações ao Desmatamento Zero, o Novo Código Florestal, com o Artigo 47, faz com que a Bahia não apenas pare no tempo, como retroceda”, disse o vice presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Sérgio Pitt, segundo quem a medida prejudica os investimentos em curso, impede os futuros investimentos, e atenta contra o direito constitucional que todo cida- dão tem à propriedade. “É direito de todo cidadão ser ressarcido se privado da sua propriedade para o bem de algo maior. Quem pagaria por isto? Estamos muito confiantes no apoio declarado do deputado Aldo Rebelo à nossa causa”, concluiu Sérgio Pitt. Deputados Federais e Estaduais presentes no 12º Agrocafé Deputado Federal João Leão (PP) Deputado Federal Rui Costa (PT) Deputado Federal Oziel Oliveira (PDT) Deputado Estadual Mario Negromonte Filho (PP) Deputada Estadual Kelly Magalhães (PC do B) Deputado Estadual Hebert Barbosa (DEM) ANO 17 MTE adia para 1º de setembro de 2011 a vigência da norma para registro de ponto eletrônico C om a publicação da Portaria Ministerial de número 373, de 25 de fevereiro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego - MTE postergou para 1º de setembro deste ano o início da vigência da norma que estabelecia novas regras para o registro da jornada de trabalho por meio de ponto eletrônico. O argumento do MTE para justificar a proibição dos atuais sistemas de registros eletrônicos era a suposta vulnerabilidade dos marcadores às “manipulações indevidas pelos patrões”. Por causa da medida, uma corrida aos fornecedores de relógios de ponto eletrônico - adaptado às novas determinações da Portaria Ministerial 1510 - começou, e muitos sistemas recém implantados viraram sucata. No entanto, a principal alteração constante da Portaria Ministerial 373, além da prorrogação do prazo, foi dar a possibilidade de manutenção dos atuais sistemas eletrônicos , o que a Portaria chama de sistemas de ponto “alternativo”, desde que eles sejam aprovados por Convenção Coletiva de Trabalho e não admitam: I - restrições à marcação do ponto; II marcação automática do ponto; III - exigência de autorização prévia para marcação de sobrejornada; e IV - a alteração ou eliminação dos dados registrados pelo empre- gado. Além de, para fins de fiscalização: I - estar disponíveis no local de trabalho; II - permitir a identificação de empregador e empregado; e III - possibilitar, através da central de dados, a extração eletrônica e impressa do registro fiel das marcações realizadas pelo empregado. A portaria, apesar de prorrogar o prazo para adaptação das novas regras, gera ainda mais instabilidade entre os empregadores, pois agora o produtor que tem sistema eletrônico pode continuar com o atual sistema, desde que este seja aprovado em convenção coletiva de trabalho, ou optar pelos aparelhos de acordo com a Portaria 1510 ou, ainda, voltar para os sistemas mecânico e manual, o que seria um retrocesso. Com o adiamento da norma e com a possibilidade de homologar os atuais sistemas, e enquanto se espera que o bom senso vigore e impeça o sucateamento e a mudança abrupta dos atuais sistemas eletrônicos, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) estuda a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a Portaria Ministerial n.° 1.510/2009 e, agora, contra a Portaria n.° 373/2011, que ferem, no mínimo, os princípios da razoabilidade e da segurança jurídica que devem nortear o sistema legal brasileiro. Nº 188 Abr/11 8 ANO 17 Nº 188 Abr/11 9 Passarela da Soja 2011 foi além das expectativas dos organizadores “A cada evento a gente aprende mais. Por isso faço esforço para participar de todos”. Com estas palavras, o produtor rural Valdir Riffel definiu o que o levou a sair de casa no sábado, 12 de março, sob chuva intermitente, para participar da 13ª Passarela da Soja, um dos mais importantes eventos do calendário do agronegócio, promovido pela Fundação Bahia e Embrapa. A Passarela da Soja é realizada na fazenda Maria Gabriela, em Roda Velha, distrito de São Desidério. Como Riffel, cerca de 1000 pessoas estiveram presentes ao dia de campo, entre produtores, técnicos, representantes da pesquisa, da indústria e do comércio agrícola, e estudantes. Em fila, a professora Lidiane Oliveira conduzia, como muitos outros professores, um grande grupo de jovens. No caso, estudantes do segundo ano do curso de Técnica Agrícola do Colégio Agropecuário CETEP. “Trago as turmas todos os anos para conhecer de perto as principais abordagens sobre a soja. Isso auxilia muito na formação extra curricular do aluno”, disse a professora, respaldada pelas alunas Graziele Pereira e Dalci Souza Maia. A Passarela da Soja foi dividida em quatro estações experimentais. Na primeira, o público conheceu as novas variedades de soja da Fundação Bahia, BRS13, a BRS 314 e a BRS 315, que estão disponíveis para o produtor na safra 2011/12. Após o evento, as cultivares foram renomeadas, homenageando o escritor baiano Jorge Amado (veja matéria nesta mesma edição). A primeira parada ficou sob a orientação do pesquisador da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva Neto, que, ao apresentar as tecnologias, frisou a “A cada evento a gente aprende mais. Por isso faço esforço para participar de todos” Valdir Riffel Produtor rural viabilidade econômica, a sustentabilidade ambiental, e tratou das formas como o produtor de soja pode garantir margem de remuneração maior, através de tecnologias e processos mais eficientes. Nesta mesma estação, o vice presidente da Aiba, Sérgio Pitt, abordou, em rápida apresentação, as iniciativas que a entidade vem tomando na defesa do produtor rural, contra ações ilegais de órgãos ambientais, assim como as mudanças no Código Florestal, que trazem a imposição de uma nociva moratória florestal por cinco anos. Já na segunda estação, o tema foi fertilidade do solo. “Fertilizantes: quando, onde e como aplicar” e “Micronutrientes: solos pobres e solos corrigidos”, com explanação do especialista em geoprocessamento José Francisco da Cunha. O especialista discutiu formas de se produzir em abundância: aspectos biológicos, físicos e químicos. Na parada seguinte, foi a vez de falar de Manejo Integrado de Pragas na Região Oeste da Bahia, com a entomologista Jurema Rattes. A professora frisou métodos de diminuir a pressão de lagartas, sobretudo com foco na prevenção: erradicação da primeira geração, manejo na dessecação, tratamento na semente, métodos fisiológicos pós emergentes, fechamento entre linhas, identificação das espécies de lagartas e não utilização de piretróides. Fechando o circuito, o professor Jaime Maia dos Santos, da Unesp/ FCAV. Dono de um estilo leve e engraçado, o professor usou seu magnetismo para chamar atenção para um problema sério nas plantações de soja: os nematóides. Ressaltou a importância de evitar a contaminação por trá- fego de veículos e máquinas agrícolas, tratou sobre os mecanismos de ação do fitoparasita, que ataca a raiz da soja, e os métodos de combater o problema. O presidente da Fundação Bahia, Amauri Stracci, não escondeu o contentamento com o resultado do evento. “Mercado e clima favoráveis e tecnologias de qualidade para mostrar. Tínhamos tudo para ter um excelente evento, mas ficamos surpresos com a resposta do público e a participação nas palestras, que superou em muito as nossas expectativas”, conta Amauri Stracci. ANO 17 Nº 188 Abr/11 10 Fundação Bahia homenageia Jorge Amado em suas novas cultivares de soja A combinação exata entre rusticidade e delicadeza, porte e beleza de três das mais conhecidas heroínas das histórias do escritor baiano Jorge Amado, Gabriela (Gabriela Cravo e Canela), Tieta (Tieta do Agreste) e Lí- via (Mar Morto), foram a inspiração de batismo das três novas variedades comerciais de soja que a Fundação Bahia e a Embrapa Cerrados disponibilizam para a safra 2011/12. A primeira apresentação do trio de tecnologias BRS 313 Tieta genuinamente baianas aconteceu na Passarela da Soja 2011, em 12 de março passado, porém, ainda com os nomes de BRS 313, a BRS 314 e a BRS 315. Mas, a partir de agora, entram em vigor as novas nomenclaturas, devidamente registradas: BRS 313 Tieta, BRS 314 Gabriela e BRS 315 Lívia. “Foi uma idéia feliz e original que vai conferir ainda mais personalidade aos nossos materiais, na medida em que absorve os valores fortes e o char- BRS 314 Gabriela me que a marca Bahia agrega, e que hoje já batiza também a nossa instituição de pesquisa privada, a Fundação Bahia”, disse o presidente da Fundação, Amauri Stracci. Ele afirma que considera a justa a homenagem ao gênio literário baiano, traduzido em mais de 70 idiomas. Agora, quando fizerem a pergunta clássica, o que é que a baiana tem, vamos dizer sem medo de errar: tecnologia em soja”, disse Stracci. BRS 315 Lívia Abapa inicia o processo de certificação do Programa Socioambiental da Produção de Algodão A Bahia foi o primeiro estado do Brasil a iniciar o processo de certificação das propriedades que participam do Programa Socioambiental da Produção de Algodão (PSOAL). Com o objetivo de orientar o cotonicultor sobre a regularização e adequação ao cumprimento das legislações pertinentes às rotinas trabalhistas de segurança, saúde e meio ambiente do trabalho, o PSOAL, está sendo implantado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), juntamente com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), nas propriedades rurais. O processo de certificação referente a safra 2010/2011, teve início no final de fevereiro e está sendo realizada pelo órgão certificador, Intertek do Brasil. Inicialmente estão participando 13 propriedades, das quais dez já foram auditadas e conseguiram atingir índices que permitem a certificação. As demais propriedades serão auditadas até o final do mês de abril. Segundo o coordenador do PSOAL na Bahia, o engenheiro agrônomo, Maurício Lopes, com o início do processo de certificação está sendo evidenciado que as propriedades produtoras de algodão da região oeste estão respeitando as condições sociais trabalhistas. “O cotonicultor sabe a importância de um bom relacionamento com os funcionários. Não é só produção é o respeito ao trabalhador”, afirmou. A metodologia implantada pela Abapa para desenvolver o PSOAL consiste em auxiliar o produtor através de inspeções locais e entrevistas de campo, a realizar uma auto avaliação das suas condições atuais, no que diz respeito ao cumprimento da legislação trabalhista vigente. “Através do preenchimento total de uma lista de verificação (check list), construída com base na legislação brasileira, obtemos um relatório contendo as irregularidades e a partir disso, elaboramos um plano de melhorias a serem adotadas pelo produtor”, explicou Maurício. Os produtores associados interessados em aderir ao PSOAL devem entrar em contato com a Abapa para solicitar o termo de adesão e formalizar a participação no programa. ANO 17 Nº 188 Abr/11 11 Retrocesso ambiental E nquanto o Congresso Nacional discute mudanças radicais no Código Florestal, e a Bahia aprova um Plano de Adequação e Regularização dos Imóveis Rurais do Estado, a Procuradoria Federal Especializada do Ibama de Barreiras, na apreciação dos processo dos produtores que procuraram espontaneamente regularizar sua situação, promove ações via medidas cautelares junto a Justiça Federal, requerendo a aplicação de penalidades que excedem em muito as próprias penalidades previstas na tão badalada legislação em discussão para mudança. Por exemplo, o pedido de bloqueio de bens dos produtores, equivalente a R$5 mil reais por hectare, pela falta de autorização para o desmatamento, que o próprio órgão não emitiu na época por falta de estrutura e recursos humanos. Diante destes problemas, a entidade requereu uma reunião com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que foi realizada no dia 23 de março em Salvador. A reunião com a presença do procurador geral, Rui Morais Cruz, acompanhado da procuradora Gertha Márcia Almeida, que cuida essencialmente das questões ambientais, teve participação dos secretários de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, e de Agricultura, Eduardo Salles, que atenderam ao pleito da Aiba, representada pelo seu vice-presidente Sérgio Pitt. De acordo com Pitt, a razão da audiência na PGE foi dar ciência ao órgão sobre o posicionamento da Procuradoria do Ibama de Barreiras. “ “Estes produtores são justamente aqueles que procuraram o Ibama e órgãos ambientais para fazer a adequação e regularização ambiental, com base em um programa elaborado pelo Estado, com interveniência do próprio Ibama. Esta medida pune exatamente quem quer fazer a coisa certa”, explicou Sérgio Pitt, ressaltando que esta proposta que tira o produtor de atividade vai na contramão de tudo que se discute com o Novo Código Florestal. “O parecer do Ibama de Barreiras excede os rigores da própria lei, e contribui ainda mais para colocar o produtor na ilegalidade”, resumiu o executivo da Aiba. Esta medida pune exatamente quem quer fazer a coisa certa” Sérgio Pitt - vice-presidente da Aiba Morosidade na certificação A necessidade de georreferenciar todos os imóveis rurais é uma determinação da lei, que atribui os custos dos processos aos proprietários, e, ao Incra, o processamento e certificação dos pedidos. Uma questão aparentemente simples, mas que, na prática, está completamente travada. Os processos não andam. Milhares de pedidos enchem prateleiras junto do Incra, e, enquanto isso, o proprietários estão impedidos de alienar, ou mesmo oferecer em garantia real estes imóveis para levantar recursos financeiros para custeio da safra agrícola. Foi para tratar do tema que a Aiba e a Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães pediram audiência ao superintendente do Incra na Bahia, Luís Gugé, que recebeu os re- presentantes do Oeste em seu gabinete no dia 23 de março. Gugé argumentou que além da falta de funcionários, o Incra enfrenta um processo muito complexo para a certificação. “É necessário rever imediatamente o sistema de certificação, simplificando a burocracia imposta pelo sistema hoje”, admite o superintendente, que garantiu envidar esforços para a celeridade dos processos. Nova diretora do Fundeagro -Biênio 2011/12 Bela solenidade marca posse de Ademar Marçal no Fundeagro U ma cerimônia que reuniu produtores, políticos, sociedade e autoridades regionais, estaduais e nacionais ligados ao agronegócio do Oeste da Bahia marcou simbolicamente a transmissão do cargo de presidente do Conselho Diretor do Fundo para o Desenvolvimento do Agronegócio Algodão (Fundeagro), do engenheiro agrônomo Ezelino Carvalho para o empresário Ademar Marçal. A eleição ocorreu em Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária do Fundeagro, em 23 de novembro. E Marçal já assumiu a presidência do Fundo desde janeiro deste ano. O evento, promovido no Espaço de Eventos Quatro Estações, em Luís Eduardo Magalhães, reuniu mais de 400 pessoas. A chegada de Marçal, empresário conhecido tanto pela competência, quanto pelo estilo arrojado e entusiasmo pela pesquisa científica e novas tecnologias para o agronegócio, é vista como muito benéfica para o Fundeagro, cuja base é o tripé pesquisa, defesa fitossanitária e marketing. “Marçal é um homem que enxerga além. Foi dele, por exemplo, a iniciativa de criar a Fundação Bahia, de pesquisa privada, cujo embrião foi a sua própria casa. Essa é só uma mostra da capacidade que ele tem de gerir com maestria os recursos deste Fundo, tão importante para a nossa região”, afirma o presidente da Aiba, Walter Horita. ANO 17 Nº 188 Abr/11 12 Parceria entre a Aiba e o Sebrae Bahia promove acesso das pequenas e médias empresas à Bahia Farm Show E ste ano, a maior feira de tecnologia agrícola e negócios do Norte-Nordeste, a Bahia Farm Show, contará com um novo espaço, onde pequenas e médias empresas do comércio regional e baiano poderão expor seus produtos e marcas, pagando por isto um valor especial, 50% menor que o custo normal de um estande na feira. A iniciativa, é resultado da parceria que a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) firmou com o Sebrae Bahia, e vai incrementar ainda mais os negócios no evento, que será realizado de 31 de maio a 4 de junho de 2011, no município de Luís Eduardo Magalhães. O Pavilhão das Pequenas e Médias Empresas da Bahia terá ao todo 900 metros quadrados, sendo 300 metros quadrados de áreas cobertas, com capacidade para abrigar 10 empresas. De acordo com o coordenador geral da Bahia Farm Show, Alex Rasia, os comerciantes, comprovadamente pequenos ou médios, terão subsídio do Sebrae para 50% dos custos de participação, que englobam a locação da área, montagem básica, serviços de limpeza e segurança. “Será uma feira dentro da feira. Um portal democrático, que oferecerá os mais diversos serviços e produtos, ligados ou não ao agronegócio. Esta era uma demanda antiga do comércio de LEM, que finalmente será atendida”, afirma Rasia. O presidente da Associação Comercial de Luís Eduardo Maga- “ A Bahia Farm Show abriu uma oportunidade muito interessante para incluir uma fatia do nosso setor que queria participar da feira, mas não podia Carlos Piorezan - Presidente da Acelem lhães, Carlos Piorezan, comemorou a notícia. “A Bahia Farm Show abriu uma oportunidade muito interessante para incluir uma fatia do nosso setor que queria participar da feira, mas não podia, e agora vai expor suas mercadorias com um custo menor”, disse Piorezan. Para o Sebrae, a iniciativa complementa as ações que a entidade já realiza na região, ligadas, entre vários outros aspectos, à capacitação para a gestão, e à integração das cadeias produtivas locais. “O apoio do Sebrae na negociação dos espaços propicia aos pequenos e médios comerciantes locais um canal para aumentar a visibilidade dessas empresas, para a abertura de novos mercados, e, em última instância, aumentar seus faturamentos, o que é bom para eles, e para a economia da região”, afirma o diretor operacional do Sebrae, Lauro Ramos. As empresas interessadas em participar desta área da feira e obter o apoio do Sebrae Bahia já podem procurar o departamento comercial regional da Bahia Farm Show: Cavalcante@ bahiafarmshow.com, (77) 8802-0683. A Bahia Farm Show é promovida pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação dos Revendedores de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado da Bahia (Assomiba), Fundação Bahia e Prefeitura Municipal de Luís Eduardo Magalhães.