Tese apresentada à Pró-Reitoria de Pós
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Tese apresentada à Pró-Reitoria de Pós
Tese apresentada à Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, como parte dos requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências no Curso de Pós-Graduação de Engenharia Elétrica e Computação, Área Informática. Robinson Vida Noronha CONCEITOS E MODELOS DE EXECUÇÃO DE EXERCÍCIOS DE COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL Tese aprovada em sua versão final pelos abaixo assinados: Prof. Dr. Clovis Torres Fernandes Orientador Prof. Dr. Homero Santiago Maciel Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Campo Montenegro São José dos Campos, SP – Brasil 2007 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Divisão Biblioteca Central do ITA/CTA Noronha, Robinson Vida Conceitos e Modelos de Execução de Exercı́cios de Comunicação Estrutural / Robinson Vida Noronha. São José dos Campos, 2007. 289f. Tese de Doutorado – Curso de Engenharia Elétrica e Computação. Área de Informática – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2007. Orientador: Prof. Dr. Clovis Torres Fernandes. . 1. Sistemas Instrucionais Inteligentes. 2. Comunicação Estrutural. 3. Problemas Mal Estruturados. I. Centro Técnico Aeroespacial. Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Divisão de Ciência da Computação. II. Tı́tulo. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA NORONHA, Robinson Vida. Conceitos e Modelos de Execução de Exercı́cios de Comunicação Estrutural. 2007. 289f. Tese de Doutorado – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Robinson Vida Noronha TITULO DO TRABALHO: Conceitos e Modelos de Execução de Exercı́cios de Comunicação Estrutural. TIPO DO TRABALHO/ANO: Tese / 2007 É concedida ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica permissão para reproduzir cópias desta tese e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e cientı́ficos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta tese pode ser reproduzida sem a autorização do autor. Robinson Vida Noronha Avenida Sete de Setembro, 3165 CEP 80230-901 – Curitiba - Paraná CONCEITOS E MODELOS DE EXECUÇÃO DE EXERCÍCIOS DE COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL Robinson Vida Noronha Composição da Banca Examinadora: Prof. Dr. José Maria Parente Presidente - ITA Prof. Dr. Clovis Torres Fernandes Orientador - ITA Prof. Dr. Nizam Omar Membro Interno - ITA Prof(a). Dr(a). Rosa Maria Viccari Membro Externo - UFRGS Prof. Dr. Membro Externo - UFES Crediné Silva de Menezes ITA Dedico este trabalho à memória de meu pai, Ronald Antonio Noronha, o primeiro Noronha a ingressar no ITA e que, por um capricho do destino, não concluiu os seus estudos. Dedico também à minha mãe, que não permitiu que eu sentisse a falta dele e esteve sempre ao meu lado, mesmo quando eu precisei ficar distante. Agradecimentos O perı́odo necessário para obtenção do tı́tulo de doutor pode ser considerado uma vida. Uma vida para fazer novos amigos e resgatar outros, antigos. Uma vida para passar por momentos de muita alegria e realizações. Uma vida para tropeçar, levantar e sacudir a poeira, graças à ajuda de algumas pessoas maravilhosas. Listar o nome dessas pessoas como forma de agradecimento é muito pouco diante de tudo que elas fizeram por mim. Mesmo sendo pouco, listo o nome de algumas às quais serei eternamente grato. O orientador e idealizador deste trabalho, professor Clovis Torres Fernandes, quem soube respeitar e compreender as minhas falhas e dificuldades e me ajudou a superá-las. Um verdadeiro farol em mares que eu considerei tempestuosos. O professor Nizam Omar, um amigo e tutor “mais que inteligente” que estendeu a mão quando eu precisei. Quem sempre soube me ouvir e discutir esse singelo trabalho, o amigo e professor Alexandre Romiszowski. José Maria Parente, quem apresentou o artigo que impulsionou esta pesquisa, o artigo (JONASSEN, 2000) e por agradáveis momentos de conversa e troca de idéias. À banca examinadora deste trabalho, professores que compartilharam o conhecimento de uma vida dedicada à pesquisa cientı́fica. Uma vida de doces lembranças com os amigos Cristiam, Rafael Duarte Santos, Marcos Cunha e famı́lia, Fabio e Amita, Rosana, Becceneri, Demı́sio, Vilma, Graça e demais companheiros do IBTA. Amigos de excelentes recordações. O amigo e colega Ubiradir pela oportunidade de deliciar-me com essa experiência. Uma vida que se modifica graças ao bom exemplo e conselhos do amigo Alexandre H. Direne, o eterno professor. Uma vida de muitas lembranças musicais com os amigos da “Big” Banda do CTA. vi Rodrigues, “Sub” Luciano, Escobar, Tróglio, De Paula, Nehemias, Samuel, Santos, Isaı́as, Menezes, Aniceto, Eli, Issac, Durvalino, Alexandre, Irineu, irmãos Corrêa, Mário Lúcio, Américo, Alberto, Lourenço, Cunha, Andrade, Rogens, Ricardo, Rodrigo, Thiago, Elizeu, Bino, Félix, Jovelino, Monteiro, Robson, Santos, Alberto, muito obrigado! Uma vida de doces recordações e agradecimentos à Erika Sato, Hieda Moraes, Luciana Gouvea e Glauco Guimarães. Pessoas maravilhosas que, de maneiras distintas, participaram e muito contribuı́ram com essa jornada. Mil vidas de agradecimentos e recordações a quem sempre zelou por mim, o amigo João Paulo Manoel Moreira e aos seus familiares, “Seu” Benedito, “Dona” Lica e Rita. Uma vida de agradecimento a quem soube zelar pela famı́lia perante a minha ausência, o meu irmão Alex. Uma eternidade de agradecimentos à minha mãe. “When you wish upon a star” — Ned Washington e Leigh Harline Resumo A integração da técnica instrucional chamada Comunicação Estrutural ou Structural Communication-SC e um tı́pico Sistema Tutor Inteligente é o objeto desta pesquisa. Desenvolvida na década de 60, essa técnica baseia-se no emprego de um mecanismo de casamento de padrão juntamente com um conjunto de regras de produção. Identificar quais mensagens textuais deveriam ser apresentadas como retorno da solução apresentada por um aprendiz a um problema pouco estruturado é o cerne dessa técnica. Diante da grande quantidade de soluções possı́veis que poderiam ser apresentadas a esse problema, o sistema de casamento de padrão apresenta-se como mecanismo inapropriado para selecionar essas mensagens. Logo, investigou-se a possibilidade de substituição do sistema de casamento de padrões por um sistema de cálculo da distância entre dois vetores binários. Nesse contexto, busca-se identificar a regra mais próxima de qualquer solução apresentada. Investigou-se, também, como representar de forma estruturada o domı́nio pouco estruturado em atividades instrucionais que utilizam essa técnica. Os resultados obtidos nesta pesquisa poderão servir de auxı́lio aos desenvolvedores de Sistemas Tutores Inteligentes baseados na solução de problemas mal estruturados. Palavras–Chave: Comunicação Estrutural, Sistemas Instrucionais Inteligentes, Atividades Instrucionais baseadas em Problemas Mal Estruturados Abstract How to integrate an instructional technique called Structural Communication and a typical Intelligent Tutor System - ITS is the main objective of this doctoral research. Developed during the sixties, this instructional technique is based on a pattern matcher and a set of production rules. These rules are used to identify which feedback message should be presented to the student during the execution of instructional exercises. It was investigate which instructional theory could be associate with Structural Communication, and students stereotypes was developed. Another aspect investigated was the possibility to change the pattern matcher to another system. In this approach, the system should identify which rules are more similar with the students solutions. How to represent ill-structured domain in a structured way is another contribuition of this research. The integration of Structural Communication and ITS produced a theoretical framework that could be used to represent ill-structured problems in an ITS perspective. Keywords: Structural Communication, Intelligent Tutor Systems, Instructional Activities based on Ill-Structured Problems Sumário Lista de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xvii Lista de Tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xxi Lista de Abreviaturas e Siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xxiv 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.1 Contexto da Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.2 Problema de Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 1.3 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 1.4 Arquitetura do modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 1.5 Estrutura do Documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 2 Sistemas Computacionais Aplicados à Execução de Atividades Instrucionais Baseadas em Problemas . . . . . . 2.1 35 Atividades Instrucionais Baseadas em Problemas . . . . . . . . . . . . 36 2.1.1 Caracterização de um ISP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 2.1.2 Categorias de Problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 2.1.3 Restrições dos ISPs e WSPs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 2.1.4 Habilidades Relacionadas com o Processo de Solução de Problemas . . . . . 47 2.1.5 Teoria da Flexibilidade Cognitiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 SUMÁRIO 2.1.6 2.2 xi O Processo de Busca pela Solução de um ISP . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Sistemas Computacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 2.2.1 Sistemas Instrucionais Cooperativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 2.2.2 Sistemas Instrucionais Individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 2.2.3 Sistemas Instrucionais Individuais e Cooperativos e a Tipologia de Problemas de Jonassen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 2.3 Algumas Estruturas de ITSs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 2.4 Conclusão 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 Comunicação Estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 3.1 Contexto da Utilização da Comunicação Estrutural . . . . . . . . . . 65 3.2 Estrutura da Comunicação Estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 3.3 A SC e a Teoria da Flexibilidade Cognitiva . . . . . . . . . . . . . . . 70 3.3.1 CFT e a Matriz de Resposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 3.3.2 Qual É a Função da Matriz Resposta de Acordo com a CFT? . . . . . . . . 73 3.3.3 CFT e a Seção Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 3.3.4 CFT e a Seção Guia de Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 3.4 Pesquisas Realizadas com a SC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 3.4.1 SC no Estudo em Grupo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 3.4.2 SC no Estudo Individual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 3.4.3 SC como Ferramenta de Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 3.4.4 Resumo dos Relatos das Pesquisas Realizadas com a SC . . . . . . . . . . . 82 3.5 Prováveis Dificuldades de Execução da Atividade Instrucional com a SC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 3.5.1 A Importância do Controle das Mensagens Textuais de Retorno de Interação Apresentadas ao Aprendiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 3.5.2 Seleção de Regras do Guia de Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 SUMÁRIO 3.5.3 xii As Regras do Guia de Discussão Estão Sujeitas a Múltiplas Interpretações . 92 3.6 Convenção de Representação nas Regras do Guia de Discussão . . . 93 3.7 Conclusão 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 Módulo do Domı́nio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 4.1 Informações da Prática de Definição de Atividades Instrucionais . . 96 4.2 Condições Existenciais do Modelo de Representação de Conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 4.3 Identificação dos Elementos do Modelo de Representação do Conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 4.3.1 Identificação de IO e IGs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 4.3.2 Identificação das KWKs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 4.3.3 Relacionamento KWK - Matriz de Resposta . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 4.3.4 Relacionamento KWK - IG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 4.4 Exemplo de Emprego do Modelo no Desenvolvimento de uma Atividade Instrucional SC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 4.5 4.5.1 Formas de Representar os Elementos da Matriz de Resposta . . . . 113 Representação de Elementos da Matriz de Resposta através de Expressão de Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 4.5.2 Representação de Elementos Selecionados da Matriz Resposta e da sua Ordem Através de um Vetor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 4.5.3 Representação Binária da Lista de Elementos Contidos em uma Regra ou Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 4.5.4 Quando utilizar cada uma das representações SEC , S−> e S01 . . . . . . . . 120 4.6 Módulo Tradutor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121 4.7 O Módulo do Domı́nio do SCAT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 4.8 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 SUMÁRIO 5 5.1 xiii Módulo do Especialista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 Relações Possı́veis entre Regra do Guia de Discussão e Solução do Aprendiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 5.2 Como Comparar as Regras do Guia de Discussão com uma Possı́vel Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 5.2.1 O Conceito de Proximidade de Johnstone para Identificar Regras no Guia de Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 5.2.2 Outras Formas de Calcular a Proximidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 5.3 Caracterı́sticas da Regras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 5.4 Caracterı́sticas das Estratégias de Seleção . . . . . . . . . . . . . . . . 146 5.5 Relacionamento entre Estratégia e METERI . . . . . . . . . . . . . . . 146 5.6 Representação das Regras do Guia de Discussão . . . . . . . . . . . . 149 5.6.1 Estrutura de Informação da Regra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 5.7 O Módulo do Especialista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 5.8 Conclusão 6 6.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 Módulo do Aprendiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 Desenvolvimento de Estereótipos de Aprendizes de Acordo com os Estilos Cognitivos Convergente e Divergente . . . . . . . . . . . . . . . 156 6.1.1 Classificação de uma Solução de Acordo com o Estilo Cognitivo . . . . . . 157 6.1.2 O Estilo Cognitivo do Histórico de Soluções 6.1.3 Análise Conjunta do Histórico de Soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 6.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 160 Representação da Solução do Aprendiz Através da Expressão de Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 6.3 6.3.1 Classificação dos Aprendizes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165 Primeira Camada: Classificação dos Aprendizes a Partir da Análise Individual da Solução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 SUMÁRIO 6.3.2 xiv Segunda Camada: Classificação dos Aprendizes a Partir do Histórico de Soluções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172 6.3.3 Terceira Camada: Classificação dos Aprendizes a partir do histórico do caminho das soluções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 6.3.4 6.4 Análise das Classificações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 Módulo do Aprendiz do SCAT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176 6.4.1 Módulo Atualizador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 178 6.4.2 Pesquisador do Modelo de Aprendiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 6.4.3 Pesquisador do Repositório de Padrões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 6.5 7 7.1 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183 Módulo de Orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185 O Espaço Tetradimensional das Mensagens Textuais de Retorno de Interação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186 7.1.1 A Primeira Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação é Função da Solução Apresentada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 7.1.2 A Segunda Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação como Função de Quem Apresentou a Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 7.1.3 A Terceira Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação Como Função do Histórico de Soluções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189 7.1.4 A Quarta Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação Como Função do Autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190 7.1.5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 7.2 Condução de Exercı́cios SC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 7.3 A METERI e a Função Condutora do Aprendiz para o término do Exercı́cio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192 7.4 Caracterı́sticas do Conteúdo da METERI . . . . . . . . . . . . . . . . 193 7.5 Critério de ordenação e seleção das Regras do Guia de Discussão . 194 SUMÁRIO xv 7.5.1 Como Identificar a Ordem de Prioridade da Regra . . . . . . . . . . . . . . 195 7.5.2 Identificação da M ET ERI(1D) e o Critério de Seleção da Regra . . . . . . 196 7.6 Módulo de Orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 7.6.1 Funcionamento do Módulo de Orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 201 7.6.2 Analisador da Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 202 7.6.3 Identificador de Novos Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207 7.6.4 Pesquisador do Modelo do Aprendiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 210 7.6.5 Gerador de Dicas Condutivas 7.6.6 Gerador de Textos a Respeito do Desempenho do Aprendiz . . . . . . . . . 213 7.6.7 Repositório de Modelos de Mensagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 7.6.8 Módulo Construtor de METERI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 7.7 8 8.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 210 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 Avaliação da Proposta de Solução . . . . . . . . . . . . . . 223 Simulações Computacionais Realizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223 8.1.1 Implementações Computacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224 8.1.2 Experimento 1: Uso do Modelo de Representação de Conhecimento . . . . 225 8.1.3 Experimento 2: Determinação da influência da escolha do método de cálculo de Similaridade e Dissimilaridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226 8.1.4 Experimento 3: Determinação da quantidade de Soluções Convergentes e Divergentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 8.1.5 Experimento 4: Determinação da quantidade de Estereótipos possı́veis. . . 233 8.1.6 Experimento 5: O Cálculo de Similaridade de uma Regra do Guia de Discussão É Influenciado pelas Regras do Guia de Discussão? . . . . . . . . . 236 8.2 Limitações do Modelo SCAT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 238 8.3 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241 SUMÁRIO 9 xvi Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243 9.1 Relevância da Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243 9.2 Originalidade da Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247 9.3 Contribuições do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 9.4 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250 9.5 Conclusões Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252 Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255 Apêndice A – Exemplo de Atividade Instrucional SC: “The Merchant Adventurers” . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262 Apêndice B – Exemplo parcial de Atividade Instrucional SC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282 Lista de Figuras FIGURA 1.1 – Diagrama em Blocos do SCAT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 FIGURA 2.1 – Relacionamento entre AIBP e Exercı́cio . . . . . . . . . . . . . . . . 37 FIGURA 2.2 – Tipologia de Problemas de Jonassen (JONASSEN, 2004) . . . . . . . 40 FIGURA 2.3 – Idealização das restrições lógicas entre WSP e ISP. . . . . . . . . . . 46 FIGURA 2.4 – Exemplos de estrutura com conceitos. . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 FIGURA 2.5 – Alguns padrões de justificativa da solução dos a)WSPs e ISPs; b)ISPs 53 FIGURA 3.1 – Possı́veis seqüências de apresentação das seções de uma SC. . . . . . 69 FIGURA 3.2 – Exemplos de Estruturação dos Elementos da Matriz de Resposta . . 72 FIGURA 3.3 – Exemplo simbólico da estrutura conceitual dos elementos da Matriz de Resposta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 FIGURA 3.4 – Exemplo de possı́vel relacionamento entre uma estrutura conceitual e a seção Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 FIGURA 3.5 – Exemplo de cinco conceitos que podem ser estruturados e a sua correspondente representação através de Regra de Produção. . . . . 77 FIGURA 3.6 – Exemplo simbólico de representação através da CFT-G das Regras do Guia de Discussão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 FIGURA 3.7 – Exemplo de regras do Guia de Discussão traduzido de (FYFE; WOODROW, 1969). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 FIGURA 3.8 – Exemplo de Matrix de Resposta traduzido de (FYFE; WOODROW, 1969). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 LISTA DE FIGURAS xviii FIGURA 3.9 – Árvore de simulação da regra selecionada do Guia de Discussão em função da solução do aprendiz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 FIGURA 4.1 – Modelo de representação do conhecimento (MRC). . . . . . . . . . . 97 FIGURA 4.2 – Estratégias de teste do Modelo de Representação do Conhecimento. 98 FIGURA 4.3 – Procedimento de análise de uma atividade instrucional SC. . . . . . 100 FIGURA 4.4 – Estrutura de Relacionamento entre Desafio - IG - IO da atividade instrucional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 FIGURA 4.5 – Exemplo de relacionamento entre KWKs e um elemento da Matriz de Resposta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 FIGURA 4.6 – Modelo Expandido de Representação do Conhecimento (MRC-X). . 106 FIGURA 4.7 – Exemplo parcial de representação do domı́nio. . . . . . . . . . . . . 108 FIGURA 4.8 – Procedimentos para o uso do modelo de representação do conhecimento proposto na autoria de uma atividade instrucional SC. . . . . 113 FIGURA 4.9 – Exemplo do uso do mecanismo T radutor(−>) na lista de elementos S. 118 FIGURA 4.10 –Módulo Tradutor de Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 FIGURA 4.11 –Módulo do Domı́nio do Modelo SCAT. . . . . . . . . . . . . . . . . 124 FIGURA 5.1 – Exemplo simbólico das possı́veis relações entre a solução do aprendiz e a regra da Guia de Discussão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 FIGURA 5.2 – Representação do universo de Regras do Guia de Discussão e da solução “S” do aprendiz.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134 FIGURA 5.3 – Exemplo de como determinar os valores dos parâmetros B00 e B01 . . 139 FIGURA 5.4 – Módulo do Especialista do Modelo SCAT. . . . . . . . . . . . . . . . 153 FIGURA 6.1 – Exemplo Simbólico de Solução Convergente. . . . . . . . . . . . . . 159 FIGURA 6.2 – Exemplo Simbólico de Solução Divergente. . . . . . . . . . . . . . . 160 FIGURA 6.3 – Exemplo simbólico da análise conjunta do histórico de soluções. Condição de Convergência do Histórico. . . . . . . . . . . . . . . . . 162 LISTA DE FIGURAS xix FIGURA 6.4 – Exemplo simbólico da análise conjunta do histórico de soluções. Condição de Divergência do Histórico. . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 FIGURA 6.5 – Representação das três camadas de representação do Modelo do Aprendiz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 FIGURA 6.6 – Representação do exemplo de solução Convergente. . . . . . . . . . 168 FIGURA 6.7 – Representação do exemplo de solução Divergente. . . . . . . . . . . 169 FIGURA 6.8 – Representação da solução do aprendiz Divergente de acordo com os conceitos relevantes e irrelevantes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170 FIGURA 6.9 – Representação da solução Convergente. . . . . . . . . . . . . . . . . 170 FIGURA 6.10 –Representação da classificação do aprendiz de acordo com a análise da solução individual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 FIGURA 6.11 –Representação da classificação do aprendiz de acordo com a análise do histórico de soluções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 FIGURA 6.12 –Representação da classificação do aprendiz de acordo com o “caminho de solução”. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 FIGURA 6.13 –Camadas de classificação do aprendiz em atividades instrucionais SC.175 FIGURA 6.14 –Módulo do Aprendiz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177 FIGURA 6.15 –Módulo Atualizador do Modelo do Aprendiz. . . . . . . . . . . . . . 179 FIGURA 6.16 –Módulo Pesquisador do Modelo de Aprendiz. . . . . . . . . . . . . . 180 FIGURA 6.17 –Exemplo de Classificação do Módulo Pesquisador do Modelo de Aprendiz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180 FIGURA 7.1 – Espaço das Soluções e METERIs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 FIGURA 7.2 – Representação Gráfica das soluções, das mensagens e do tipo de aprendiz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 FIGURA 7.3 – Prioridade de seleção de regra do Guia de Discussão. . . . . . . . . . 195 FIGURA 7.4 – Estrutura do Módulo de Orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198 FIGURA 7.5 – Fluxo de ações do Módulo de Orientação . . . . . . . . . . . . . . . 201 LISTA DE FIGURAS xx FIGURA 7.6 – Modelo para identificar a regra mais apropriada entre as regras armazenadas no Guia de Discussão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203 FIGURA 7.7 – Módulo Analisador da Solução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204 FIGURA 7.8 – Módulo Identificador de Novos Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . 208 FIGURA 7.9 – Mecanismo Localizador de METERI . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209 FIGURA 7.10 –Diferenças entre a solução apresentada e uma determinada regra. . . 210 FIGURA 7.11 –Representação do fluxo de decisões do Gerador de Dicas Condutivas 212 FIGURA 7.12 –Módulo Gerador de Dicas Condutivas. . . . . . . . . . . . . . . . . . 212 FIGURA 7.13 –Módulo Gerador de Textos a respeito do desempenho do aprendiz . 213 FIGURA 7.14 –Repositório de Modelos de Mensagens . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 FIGURA 9.1 – Modelo de Representação de ambientes instrucionais computacionais e respectivos tipos de problemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 FIGURA 9.2 – Modelo de Representação da aproximação de ITS(s) e ISPs. . . . . . 245 FIGURA 9.3 – Paradigma do SCAT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248 Lista de Tabelas TABELA 2.1 – Algumas Caracterı́sticas que podem ser observadas nos ISPs . . . . 39 TABELA 2.2 – Caracterı́sticas de alguns Sistemas Computacionais AIBPs. . . . . . 61 TABELA 3.1 – Possı́veis dificuldades operacionais e de execução da SC. . . . . . . . 84 TABELA 3.2 – Quantidade de vezes que uma regra foi selecionada. . . . . . . . . . 90 TABELA 3.3 – Quantidade de ocorrências simultâneas. . . . . . . . . . . . . . . . . 90 TABELA 3.4 – Quantidade de vezes que uma regra é selecionada. . . . . . . . . . . 90 TABELA 3.5 – Quantidade de ocorrências simultâneas. . . . . . . . . . . . . . . . . 91 TABELA 4.1 – Lista de algumas KWKs que podem ser encontradas na Matriz Resposta e na Seção Apresentação do exemplo analisado. . . . . . . . . 103 TABELA 4.2 – Matriz de Resposta traduzida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 TABELA 4.3 – Relacionamento de KWKs com os elementos Fs da Matriz Resposta. 105 TABELA 4.4 – Relacionamentos entr KWKs, Fs, IGs . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 TABELA 4.5 – Lista as KWKs escolhidas por um autor fictı́cio e os IGs da atividade instrucional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 TABELA 5.1 – Relação entre o conjunto {Objetoi , Objetoj } com o conjunto {Solução, Regra}. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 TABELA 5.2 – Definição de parâmetros B(SR) entre dois objetos binários. . . . . . . 139 TABELA 5.3 – Algumas equações para o cálculo de Similaridade entre dois vetores. 140 TABELA 5.4 – Algumas equações para o cálculo de Dissimilaridade entre dois vetores.140 LISTA DE TABELAS xxii TABELA 5.5 – Exemplo de conversão para vetores binários das regras do Guia de Discussão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 TABELA 5.6 – Valores dos parâmetros para cada uma das regras apresentadas na Tabela 5.5 para solução formada pelos elementos {10, 11, 18, 19, 20}.143 TABELA 5.7 – Estratégias de Seleção de Regra x Padrão de METERI. . . . . . . . 149 TABELA 5.8 – Exemplo completo da Estrutura para a regra número 1 do Guia de Discussão do Desafio 1 do Apêndice A. . . . . . . . . . . . . . . . . 151 TABELA 5.9 – Exemplo parcial da Estrutura para as regras da Guia de Discussão do Desafio número 1, do Apêndice A. . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 TABELA 6.1 – Exemplo Simbólico de Histórico de Soluções Divergentes. . . . . . . 161 TABELA 6.2 – Exemplo Simbólico de Histórico de Soluções Convergentes. . . . . . 161 TABELA 6.3 – Exemplo Simbólico de Histórico de Soluções Mistas. . . . . . . . . . 161 TABELA 6.4 – Exemplo de Análise e Classificação da Solução do Aprendiz. . . . . 171 TABELA 6.5 – Estereótipos Definidos para o Módulo do Aprendiz . . . . . . . . . . 176 TABELA 6.6 – Exemplo de possı́veis padrões de mensagens que poderiam estar associados aos aprendizes do tipo CCC e DCC. . . . . . . . . . . . . . 182 TABELA 7.1 – Composição da M ET ERI(f inal) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191 TABELA 7.2 – Composição da M ET ERI(1D) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 TABELA 7.3 – Exemplo de Informações armazenadas no Histórico do Aprendiz. . . 214 TABELA 7.4 – Significado das listas AND, XOR, XOR0 e XOR” . . . . . . . . . . 220 TABELA 8.1 – Probabilidade de Seleção de Regra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229 TABELA 8.2 – Tabela Resumo da probabilidade de seleção simultânea de N regras. 229 TABELA 8.3 – Quantidade de Soluções Convergentes e Divergentes. . . . . . . . . . 231 TABELA 8.4 – Quantidade de Ocorrências do valor Central nas Soluções Convergentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232 LISTA DE TABELAS xxiii TABELA 8.5 – Quantidade de Ocorrências de cada KWK nas soluções classificadas como Convergentes e Divergentes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 232 TABELA 8.6 – Quantidade identificada de estereótipos de aprendiz. . . . . . . . . . 235 TABELA 8.7 – Quantidade de estereótipos de aprendizes. . . . . . . . . . . . . . . . 235 TABELA 8.8 – Quantidade de vezes que cada regra do Guia de Discussão foi selecionada pelo emprego da equação DE apresentada na Tabela 5.3. . . 237 TABELA 8.9 – Quantidade de vezes que nenhuma, uma, duas, três, quatro até quinze regras são ao mesmo tempo selecionadas pela equação DE da Tabela 5.4. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237 TABELA 8.10 –Critério de seleção utilizado pela equação DE da Tabela 5.4. . . . . 238 TABELA 8.11 –Quantidade de vezes que cada regra do Guia de Discussão da página 272 foi selecionada pelo emprego da Equação DE apresentada na Tabela 5.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239 TABELA 8.12 –Quantidade de vezes que diversas regras são ao mesmo tempo selecionadas pela Equação DE da Tabela 5.4. . . . . . . . . . . . . . . . 239 TABELA 8.13 –Critério de seleção utilizado pela Equação DE da Tabela 5.4. . . . . 239 Lista de Abreviaturas e Siglas AIBP - Atividade Instrucional Baseada em Problema. CFT-G - Grafo de Conceitos. IG - Instrucional Goal. IO - Instrucional Objective ISP - Problema Mal ou Pouco Estruturado ou Ill-Structured Problem. ISKD - Domı́nio Pouco ou Mal Estruturado ou Ill-Structured Knowledge Domain. ITS - Sistema Tutor Inteligente ou Intelligent Tutor System. KWK - Keyword Knowledge. METERI - Mensagem Textual de Retorno de Interação. MRC - Modelo de representação de conhecimento. MRC-X - Modelo expandido de representação de conhecimento. RBS - Sistema Baseado em Regras ou Rule Based System. SC - Comunicação Estrutural ou Structural Communication. SCAT - Structural Communication Activities Tools. WSP - Problema Bem Estruturado ou Well-Structured Problem. 1 Introdução Como integrar uma especı́fica técnica instrucional em um ambiente computacional com caracterı́sticas inteligentes é o principal objetivo desta pesquisa. As seções formadoras deste primeiro capı́tulo contextualizam a pesquisa, definem o problema a ser investigado e apresentam a metodologia utilizada durante a pesquisa. Finalizando o capı́tulo, a estrutura deste documento é apresentada. 1.1 Contexto da Pesquisa Preparar os aprendizes para serem bons solucionadores de problemas deveria ser um dos principais objetivos das atividades instrucionais (JONASSEN, 1997). Por meio de atividades instrucionais conhecidas e de domı́nio do professor, a Escola tem-se concentrado em treinar aprendizes a resolver problemas de estrutura bem conhecida ou well-structured problems - WSPs, os problemas encontrados ao final de um capı́tulo do livro-texto (JONASSEN, 1997). Um WSP é solucionado por meio de aplicação de um conjunto de regras, procedimentos e princı́pios com parâmetros bem definidos (DöRNER, 1983; FERNANDES; SIMON, 1999). Entretanto, os problemas que as pessoas enfrentam em sua vida particular ou profissional raramente são estruturados e podem ser resolvidos através da aplicação de regras. Esses problemas são denominados de pouco ou mal estruturados ou simplesmente CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 26 ill-structured problems-ISPs. (JONASSEN, 1997) A necessidade de atividades instrucionais que possibilitem o desenvolvimento ou exercı́cio de habilidades especı́ficas de solução de ISPs é discutida por Dreyfus e Dreyfus (1986), Hannafin et al. (1999) e Jonassen (1999). Esses autores também destacam o interesse, a necessidade e a carência de ambientes computacionais que possibilitem a aprendizes praticar ou exercitar certas habilidades especı́ficas necessárias para a solução de ISPs. Representar atividades instrucionais baseadas em ISPs no ambiente computacional fornece um conjunto de desafios aos pesquisadores e instrutores. A solução de um problema ISP não consiste apenas no uso de procedimentos, fórmulas ou algoritmos conhecidos. Consiste, em alguns casos, em possibilitar que o aprendiz analise, julgue e relacione os elementos do domı́nio que poderiam ser importantes para a solução. ISPs podem apresentar várias soluções aceitáveis, mas nem sempre previsı́veis. Nesse contexto, definir mecanismos de acompanhamento e guia do aprendiz durante a atividade instrucional no ambiente computacional não é uma tarefa simples e provavelmente não pode ser feita de forma completa. Segundo Wahlster e Kobsa (1988), aprendizes tendem a apresentar soluções que não foram previstas pelo autor de uma atividade instrucional. Atividades Instrucionais baseadas em ISPs diferenciam-se das atividades baseadas em WSPs em diversos aspectos (HONG, 1998; JONASSEN, 2004). Um aspecto a destacar é a finalidade ou objetivo da atividade instrucional. Atividade instrucional baseada em WSPs como, por exemplo, no domı́nio da matemática, que procure ensinar o aprendiz a calcular o valor da raiz quadrada de um número, poderia ter como objetivo capacitar o aprendiz a empregar corretamente métodos ou técnicas conhecidas para solucionar um problema de radiciação. O sucesso dessa atividade instrucional pode ser identificado quando o aprendiz executa o cálculo de forma correta fornecendo o valor esperado. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 27 Por outro lado, ISPs não possuem um objetivo claro ou fácil de identificar, como, por exemplo, uma determinada atividade instrucional no domı́nio de História que procure analisar os motivos que ocasionaram o descobrimento da América. Essa atividade instrucional poderia ter como objetivo analisar fatos históricos de acordo com diversas perspectivas econômica, militar, polı́tica e religiosa. Preliminarmente, um professor poderia elaborar essa atividade instrucional através da definição do seguinte ISP: “Quais os motivos que levaram ao descobrimento da América?”. Os aprendizes poderiam solucionar esse problema investigando, por exemplo, dados históricos que poderiam ser obtidos de uma biblioteca. Eles leriam, julgariam e selecionariam alguns fatos históricos quanto à sua relevância para a solução do problema e apresentariam esses fatos ao professor. Quanto aos fatos que poderiam ser selecionados por diversos aprendizes durante a execução dessa atividade instrucional, algumas observações poderiam ser feitas: • Diversas soluções distintas poderiam apresentar fatos em comum. Outras soluções poderiam não apresentar essa caracterı́stica. • Uma ou outra solução poderia apresentar fatos inesperados pelo professor. • Alguns fatos que o professor consideraria importantes, poderiam não ter sido selecionados nem analisados pelos aprendizes. • Outros fatos, que o professor julgaria ser de pouca relevância para o problema poderiam ter sido investigados em profundidade pelos aprendizes. A análise e avaliação dessas soluções é um processo que demandaria um elevado investimento de tempo da parte do professor. A diversidade dos fatos obtidos pelos aprendizes tornaria esse processo longo e cansativo. Para reduzir o elevado investimento de tempo CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 28 dessa atividade, esse professor poderia fornecer, junto com o problema, um conjunto de fatos que poderiam ser utilizados na composição das soluções. Nesse novo contexto, o aprendiz necessitaria apenas analisar, avaliar, julgar e sintetizar esses fatos, selecionando quais elementos estariam de acordo com a sua crença ou ponto de vista, descartando os outros. O professor poderia analisar e avaliar essa solução apresentada pelo aprendiz investigando quais dos elementos fornecidos foram selecionados ou omitidos; a partir dessa análise, o professor poderia então comentar essa solução. O comentário fornecido pelo professor estaria relacionado aos elementos selecionados ou omitidos na solução apresentada. Essa descrição representa uma das facetas de uma técnica instrucional desenvolvida na década de 60, na Inglaterra. Essa técnica é denominada Comunicação Estrutural ou Structural Communication - SC . (EGAN, 1976) Nessa técnica, através de seis seções especı́ficas, o domı́nio da atividade instrucional é fracionado e delimitado de tal forma a fornecer aos aprendizes elementos suficientes para composição de diversas soluções a um ISP. A simulação de um diálogo entre o aprendiz e o autor da atividade instrucional é parte integrante da SC. Esse diálogo é orientado pelos elementos inseridos ou omitidos na solução apresentada pelo aprendiz ou grupo de aprendizes. Conforme descrito por Egan (1976), para efeito de registro e representação, esse diálogo poderia ser reduzido ao ato de apresentar uma mensagem textual contendo o comentário do professor para a solução. Essa mensagem textual foi denominada neste trabalho de MEnsagem TExtual de Retorno de Interação ou simplesmente METERI. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 1.2 29 Problema de Pesquisa O problema de pesquisa é o seguinte: Como representar e executar uma atividade instrucional formatada pela Comunicação Estrutural em um modelo computacional de Sistema Tutor Inteligente? A representação da SC em um modelo computacional é o foco deste trabalho. Um tı́pico Sistema Tutor Inteligente ou Intelligent Tutor System - ITS poderia ser estruturado de forma a atender algumas das seguintes perguntas: o quê, como, a quem e quando ensinar? Como melhor estruturar a arquitetura do ITS de forma a representar maneiras de responder computacionalmente a essas perguntas, é ainda uma questão em aberto. O’Shea et al. (1984) estruturaram o ITS em cinco módulos e procuraram atender às quatro perguntas. Ainsworth et al. (2003) utilizaram apenas três módulos para atender apenas às três primeiras perguntas, por exemplo. Considerando que um ITS poderia ser capaz de responder computacionalmente às quatro perguntas apresentadas anteriormente, este trabalho delimita a estrutura do ITS investigado, em quatro módulos, resumidamente descritos em seguida: • Módulo do Domı́nio - Módulo que representa o tema, conteúdo ou elementos do domı́nio da atividade instrucional. Como o domı́nio de pouca estruturação poderia ser representado de forma estruturada? E como ele poderia estar relacionado com os objetivos e metas de uma atividade instrucional? Esse módulo responderá à pergunta “O que ensinar?”. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 30 • Módulo de Condução ou Orientação - Especifica as estratégias a serem empregadas para orientar um possı́vel aprendiz na atividade instrucional do inı́cio à finalização. Módulo que responde à pergunta “Como ensinar?”. • Módulo do Aprendiz - Responde à pergunta “A quem ensinar?”. Nesse módulo, padrões ou estereótipos de possı́veis aprendizes são representados. • Módulo do Especialista - Especifica os pré-requisitos de um determinado elemento do domı́nio. Módulo que responde à pergunta “Quando ensinar?”. O problema de pesquisa ficou, então estruturado com as seguintes questões de pesquisa: Q1: Como representar o Módulo do Domı́nio? Q2: Como representar o Módulo do Especialista? Q3: Como definir o Módulo do Aprendiz? Q4: Como representar e interpretar o Módulo de Orientação? 1.3 Metodologia A definição de um ITS poderia ser ancorada por três consultas, a saber: 1. Consulta ao professor - Nessa consulta, o professor descreve as dificuldades que os aprendizes, de forma geral, enfrentam no domı́nio estudado. Em algumas situações, o professor poderia destacar quais são as habilidades envolvidas. 2. Consulta aos aprendizes - Nessa modalidade, o projetista do ITS investiga quais são as dificuldades que os aprendizes apresentam e como elas poderiam ser tratadas ou minimizadas com o uso do sistema computacional. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 31 3. Consulta a elementos da teoria - Através de teoria documentada, o projetista do ITS procura identificar quais as possı́veis dificuldades que aprendizes ou professores poderiam enfrentar durante a execução da atividade instrucional. Quais as habilidades envolvidas no processo de solução do problema, é outro aspecto a ser consultado. Conforme apresentado no Capı́tulo 3, não foi localizado registro indicando quais seriam as dificuldades enfrentadas pelos aprendizes durante a execução de um exercı́cio SC. Logo, como identificar essas dificuldades? A estratégia adotada para responder a essa pergunta foi a de identificar quais dificuldades são relatadas pela literatura no escopo da solução de ISPs. Conforme relatado na Seção 2.1.6.2, muitas dessas dificuldades são dependentes de contexto ou domı́nio, ou seja, algumas das dificuldades enfrentadas por estudantes de Direito são diferentes das enfrentadas por estudantes de Medicina ou Engenharia quando buscam por soluções em ISPs, por exemplo. Buscou-se, então, identificar quais dificuldades poderiam ser consideradas comuns à maioria dos ISPs. A Teoria da Flexibilidade Cognitiva (SPIRO et al., 1991) é apontada por alguns pesquisadores, Hannafin et al. (1999) e Jonassen (2004) por exemplo, como uma possı́vel teoria ou modelo de auxı́lio no desenvolvimento de atividade instrucional baseada em ISP. Investigou-se então, como essa teoria poderia estar relacionada com a SC. A SC interage com o aprendiz através do fornecimento de mensagem textual que é função do resultado da análise da solução apresentada a um problema, conforme descrito por Egan (1976). Essa caracterı́stica torna essa mensagem textual um elemento de elevado valor para a atividade instrucional. Consciente dessa importância, desenvolveu-se o conceito de que a mensagem textual de retorno de interação, que é utilizada pela SC para CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 32 comunicar-se com o aprendiz, poderia possuir quatro dimensões. Esse aspecto é denominado por Tetradimensionalidade das Mensagens de Retorno de Interação entre aprendiz e ambiente computacional. A Seção 7.1 desenvolve esse conceito. A partir da análise da Teoria da Flexibilidade Cognitiva, das dificuldades relatadas na literatura e inferidas do uso da SC e do conceito de tetradimensionalidade, define-se um conjunto de conclusões. Essas conclusões compõem a base teórica utilizada como elemento-guia na definição dos modelos computacionais. O conjunto desses modelos e suas interações é denominado SCAT -Structural Communication Activities Tools. A finalização da pesquisa foi realizada com a implementação parcial do SCAT. Frente à ausência de aprendizes para “experimentar” os modelos, as soluções que esses aprendizes poderiam apresentar foram criadas em arquivos-texto. Cinco conjuntos com cinco arquivos cada um foram gerados. Cada arquivo contém registros selecionados de forma aleatória a partir de todas as soluções possı́veis. Cada conjunto de cinco arquivos possui a caracterı́stica de representar respectivamente duas, três, quatro, cinco e seis soluções consecutivas que poderiam ser apresentadas por um aprendiz. Em resumo, foram geradas duzentas e cinquenta mil representações e cada representação poderia ser considerada um possı́vel aprendiz. 1.4 Arquitetura do modelo O modelo proposto foi entitulado “SCAT - Structural Communication Activities Tools” ou Modelo de Representação e Execução de Exercı́cios de Comunicação Estrutural. Esse modelo está parcialmente representado na Figura 1.1 e os próximos capı́tulos deste documento detalham os elementos da sua estrutura e complexidade. CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 33 FIGURA 1.1 – Diagrama em Blocos do SCAT. 1.5 Estrutura do Documento Este documento está estruturado em capı́tulos, a saber: Capı́tulo 2 - Nesse capı́tulo, alguns dos sistemas computacionais desenvolvidos para execução de atividades instrucionais baseadas em problemas, foram revistos. Para auxiliar na explanação, foi feita uma revisão literária das caracterı́sticas das atividades instrucionais baseadas em problemas. Capı́tulo 3 - A SC está descrita nesse capı́tulo; suas caracterı́sticas, a teoria que pode ser associada a essa técnica e habilidades envolvidas são analisadas. Capı́tulos 4, 5, 6 e 7 - Descrevem os quatro módulos do SCAT. Módulo do Domı́nio, do Especialista, do Aprendiz e da Orientação compõem a estrutura do modelo computacional ilustrado na Figura 1.1. Capı́tulo 8 - Nesse capı́tulo, a proposta de solução apresentada ao problema de pesquisa é avaliada. Através de argumentações, sustenta-se que essa proposta de solução é aceitável. Capı́tulo 9 - Esse capı́tulo conclui o trabalho de pesquisa. Crı́ticas ao trabalho realizado CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 34 são apresentadas bem como sugestões de trabalhos futuros de pesquisa. O capı́tulo destaca ainda as contribuições deste trabalho sob o enfoque da SC e de ITSs. Este documento ainda apresenta alguns apêndices, a saber: • O Apêndice A reapresenta uma atividade instrucional de SC obtida a partir de Egan (1976). Essa atividade foi selecionada com a finalidade de ser um cenário para a execução e análise dos modelos desenvolvidos neste trabalho. • O Apêndice B registra a autoria parcial de uma atividade instrucional formatada de acordo com a SC. A autoria contou com o auxı́lio de alguns recursos computacionais desenvolvidos durante o transcorrer da pesquisa. Ela foi realizada utilizando os conceitos e idéias que compõem o Modelo do Domı́nio descrito no Capı́tulo 4. 2 Sistemas Computacionais Aplicados à Execução de Atividades Instrucionais Baseadas em Problemas Este capı́tulo sintetiza alguns dos ITSs que foram aplicados na execução ou desenvolvimento de atividades instrucionais baseadas em problemas. Para apresentar os resultados dessa sı́ntese, esse capı́tulo está estruturado em diversas seções, a saber: • Na Seção 2.1 descreve-se o que são as Atividades Instrucionais Baseadas em ISPs. • Na Seção 2.2, sistemas ou ambientes computacionais desenvolvidos para execução de atividades instrucionais baseadas nesses tipos de problemas, são investigados. • Na Seção 2.3 descrevem-se algumas das estruturas utilizadas por alguns dos ITSs descritos na Seção 2.2. • Na Seção 2.4 conclui-se o capı́tulo ressaltando algumas possı́veis limitações da execução e representação estruturada de ISPs. CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 36 2.1 Atividades Instrucionais Baseadas em Problemas Este trabalho define Atividade Instrucional Baseada em Problemas, ou simplesmente “AIBP”, como sendo a estrutura de um conjunto de ações instrucionais cuja principal finalidade é permitir a análise de um problema especı́fico e de suas potenciais soluções. AIBP é formada por um conjunto de exercı́cios e cada exercı́cio poderia ser estruturado em duas seções principais: 1. Definição do contexto do exercı́cio. 2. Execução do exercı́cio: (a) Apresentação do problema ou exercı́cio propriamente dito. (b) Avaliação da solução apresentada pelo aprendiz. (c) Análise e comentários a respeito do proceso de solução apresentado pelo aprendiz. (d) Investigação de outras possı́veis soluções ou caminhos de solução. Este trabalho utiliza o termo “Exercı́cio” para referenciar-se ao problema solucionado pelo aprendiz. Esse exercı́cio não é utilizado com a finalidade de avaliação de conhecimento ou para realizar o diagnóstico inicial de uma AIBP, mas sim como cenário onde o aprendizado poderia ocorrer. O termo AIBP é utilizado para referenciar a atividade por completo, ou seja, a definição do contexto dos exercı́cios e a execução deles. A Figura 2.1 ilustra essa definição. A próxima seção investiga um dos possı́veis tipos de problema que uma AIBP poderia conter. Esse tipo é o ISP. CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 37 FIGURA 2.1 – Relacionamento entre AIBP e Exercı́cio 2.1.1 Caracterização de um ISP Problema mal estruturado é o problema que carece de estruturação, seja por falta de parâmetros em seu enunciado, nos procedimentos de solução ou na sua identificação. Esses problemas emergem do cotidiano das pessoas ou de dilemas sociais e, em alguns casos, não possuem solução ou possuem múltiplas soluções de difı́cil avaliação. O conceito de solução “correta” ou “incorreta” não é definido nesse contexto e não é empregado para avaliar o resultado do processo de sua busca (JONASSEN, 1997). As soluções podem ser classificadas como “satisfatória” ou “não satisfatória”. (JONASSEN, 1997) São exemplos de ISPs: • Que roupa eu devo vestir para ir ao baile? • Que estratégias de marketing devem ser empregadas para o lançamento de um novo produto no mercado? • Que evidências ou fatos incriminam ou não o réu? • Dado um capı́tulo em um livro-texto, derivar e elaborar uma hierarquia de objetivos que o capı́tulo aborda. Apesar de não ter sido encontrada uma definição formal do que é um ISP, as caracterı́sticas que o definem são relatadas por diversos trabalhos, como por exemplo em Simon (1973) em Dörner (1983) em Jonassen (1997) em Hong (1998) entre outros. Essas caracterı́sticas estão sintetizadas na Tabela 2.1. Essa sı́ntese agrupa as caracterı́stica nos CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 38 seguintes aspectos: • Apresentação do Problema - Resume como o problema é apresentado ao aprendiz, quais e como as informações são apresentadas. • O processo de Solução - Resume como o processo de solução poderia ser inferido pelo professor. • Avaliação da Solução - Resume como uma solução apresentada ao problema poderia ser classificada. Até agora, os ISPs têm sido considerados como uma única classe de problemas. Contudo, podem-se observar algumas diferenças entre os elementos que compõem essa classe. A Seção 2.1.2 explora algumas dessas diferenças que permitiriam categorizar os elementos da classe dos ISPs. 2.1.2 Categorias de Problemas Jonassen (2000, 2004) analisou a estrutura de diversos tipos de problemas. O resultado dessa análise permite identificar diversas categorias de problemas. Jonassen destaca ainda que a tipologia identificada e definida não representa todas as categorias de problemas existentes e que outros tipos poderiam ser incorporados a esse conjunto de categorias. A Figura 2.2 representa graficamente os diversos tipos de problemas descritos por Jonassen variando desde os mal estruturados ou ISPs até os bem estruturados ou WSPs. Para a elaboração dessa figura, foi considerado que os tipos de problemas podem ser ordenados e representados pontualmente de acordo com a sua estrutura. De acordo com Jonassen, esses tipos de problemas possuem as seguintes caracterı́sticas: CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 39 TABELA 2.1 – Algumas Caracterı́sticas que podem ser observadas nos ISPs Apresentação do Problema O processo de Solução Avaliação da Solução É mal definido, um ou mais elementos do problema são desconhecidos ou são conhecidos com pouco grau de confiança (JONASSEN, 1997). Em alguns casos, o domı́nio carece de estrutura ou delimitação. (JONASSEN, 2004) Em alguns casos, há relacionamentos inconsistentes entre os conceitos, regras e princı́pios. (DöRNER, 1983) As informações disponı́veis são usualmente incompletas, inexatas, ambı́guas ou contrastantes. (DöRNER, 1983; HONG, 1998) Não possui regra geral ou princı́pio para descrição ou predição de casos. (JONASSEN, 2004) Os objetivos não são claros, são vagamente definidos e não se estabelecem delimitações. (DöRNER, 1983; JONASSEN, 1997) Os objetivos são compostos de múltiplos componentes que podem ser conflitantes entre si. (DöRNER, 1983) Não possui um “universo de solução” definido e estruturado. Nesse universo, estado inicial, final e os estados intermediários da solução do problema são parcialmente representados. (SIMON, 1973) Caso exista um “universo de solução” definido e estruturado, a função transformadora dos estados e a sua avaliação são desconhecidas (SIMON, 1973) ou não são especificadas. (GOEL, 1992) Não existe problema protótipo, um problema que possa ser repetido de forma exaustiva, pois os seus elementos são diferencialmente importantes em diferentes contextos e interagem entre si. (JONASSEN, 1999) O processo de solução possui incertezas de quais conceitos, regras e princı́pios são necessários para a solução e como eles são organizados. (SIMON, 1973; JONASSEN, 1997; FUNKE, 2001) Requer que o solucionador do problema realize julgamentos sobre o problema e defenda as decisões resultantes desse julgamento. (DöRNER, 1983; JONASSEN, 1997; HONG, 1998; FUNKE, 2001; CHUCHARROL, 2000) Não possui solução conhecida ou possui múltiplas soluções com múltiplos caminhos para atingi-las. Nesse cenário não há consenso de qual solução é a melhor ou a mais apropriada. (JONASSEN, 1997) Esse conjunto de soluções é de difı́cil delimitação e existe um elevado grau de incerteza se esse conjunto é completo, ou seja, se todas as soluções possı́veis foram representadas. (SIMON, 1973) Pode possuir múltiplos critérios de avaliação da solução. (JONASSEN, 2004) Não possui o conceito de resposta correta ou incorreta, a solução encontrada pode ser classificada como satisfatória ou não. (GOEL, 1992; JONASSEN, 1997; FUNKE, 2001) CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 40 FIGURA 2.2 – Tipologia de Problemas de Jonassen (JONASSEN, 2004) • Problema Lógico ou Logical Problems - Utilizado para avaliar o raciocı́nio lógico. Exemplo: Torre de Hanoi. • Problema Algorı́tmico ou Algorithm - Muito encontrado em escolas, principalmente em domı́nios bastante estruturados tais como Matemática e Fı́sica. Ele é resolvido através do uso de um conjunto conhecido e finito de procedimentos. Exemplo: Calcule: 3 + 4 -{ 2 + 5 } + 6. • Problema com história ou Story Problem - O problema é apresentado no formato de uma narrativa breve ou descrição de uma situação. A solução é encontrada através da extração de valores ou parâmetros, da sua associação a conceitos e seleção de fórmulas adequadas para o cálculo da resposta do problema. Exemplo: Um feirante vende a dúzia de laranja por R$ 2,00 e a unidade do mamão por R$ 3,00. Desejo comprar frutas para fazer um suco. A composição de um litro de suco é de 3 laranjas para cada mamão. Quantas unidades de laranja e mamão podem ser comprados e quantos litros de suco podem ser preparados se eu possuo em minha carteira R$40,00 ? • Problema envolvendo o uso de Regras ou Rule-Using - Possui múltiplas so- CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 41 luções corretas e múltiplos caminhos para encontrá-las. Tende a ter propósito e objetivos bem especificados. A sua solução é obtida através da aplicação de um conjunto de regras em um sistema. Exemplos: configurar um servidor de internet, instalação de programa de computador. • Tomada de Descisão ou Decision-Making - Esse tipo de problema possui limitado número de soluções e aspectos a serem considerados. A solução consiste em selecionar uma opção dentre várias possı́veis e analisar as conseqüências dessa escolha. Exemplo: Qual escola é a melhor para meu filho? • Manutenção ou Troubleshooting - O objeto desse tipo de problema é a manutenção de equipamentos ou sistemas complexos para colocá-los em funcionamento. O objetivo é identificar as causas das falhas e saná-las. Exemplo: Manutenção em circuitos elétricos. • Elaboração de Diagnóstico e Solução ou Diagnosis-Solution - Troubleshooting - Similar ao anterior, diferenciando-se pelas múltiplas soluções e caminhos para encontrar as soluções. Normalmente envolve a coleta de dados, geração de hipóteses e testes e a justificativa da solução. Exemplo: Diagnóstico Médico. • Táticos e Desempenho de Estratégias ou Tactical and Strategies Performance - Tipicamente envolve habilidades de priorizar opções, análise da situação, planejamento, previsão entre outras. Exemplo: Pilotar um avião em uma missão de combate. CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 42 • Análise de Casos ou Cases and Policy - Nesse tipo de problema, os objetivos não são claramente definidos, não há consenso do que constitui uma solução aceitável nem como resolver o problema. As informações disponı́veis são incompletas, inexatas ou ambı́guas. Envolve habilidade de reunir evidências e justificar a solução baseado nas evidências. Exemplo: Dada a baixa produtividade dos aprendizes de um determinado curso, como o coordenador desse curso poderia tratar dessa questão? • Projeto ou Design - Tipicamente envolve habilidades de estruturação de problemas e gerenciamento de recursos. Exemplo: Projetar uma embalagem para uma linha de produtos com temas relativos ao folclore nordestino brasileiro. Projetar um produto de forma similar a projetar uma casa só pode ser considerado um ISP se o projetista tentar ser criativo e não simplesmente empregar um conjunto de regras conhecidas para resolvê-lo. • Dilema ou Dillema - Não existe solução que satisfaça a maioria das pessoas, porque envolve perspectivas conflitantes que variam de uma solução que satisfaça aos interesses de um pequeno grupo a interesses das comunidades envolvidas como um todo. Exemplo: A proibição de venda de armas no Brasil irá diminuir a violência urbana? Justifique o seu posicionamento. Definir uma fronteira entre os WSPs e ISPs é uma tarefa árdua e não é propósito desse trabalho. Resumidamente, um problema poderia ser classificado como sendo ISP de diversas maneiras. De acordo com Hong (1998), os seguintes aspectos poderiam ser CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 43 analisados na tentativa de identificar um prolema ISP: • As restrições do processo de solução. • As habilidades envolvidas. • As incertezas dos procedimentos de solução e avaliação. Esses aspectos foram analisados nas Subseções 2.1.3, 2.1.4 e 2.1.6. 2.1.3 Restrições dos ISPs e WSPs Face à dificuldade de se estabelecer uma fronteira bem definida entre os ISPs e WSPs, conforme relatado por Simon (1973) e Jonassen (2004), um problema pertencente à classe ISP pode ser considerado ou representado de forma bem estruturada? O tratamento dado a essa questão prioriza dois aspectos importantes inter-relacionados: a estrutura de representação do problema e as informações necessárias para a busca de uma solução adequada. Dois exemplos serão analisados em seguida. O primeiro deles é um representante tı́pico dos WSPs, o Jogo de Xadrez. Esse jogo tem sido alvo de investigação da ciência de computação, mais especificamente por pesquisadores da área de Inteligência Artificial. O segundo exemplo é o problema enunciado por “Que roupa eu devo vestir para ir ao baile?”. Simon (1973) e Newell (1972) analisam o problema de jogar um jogo de Xadrez sob a ótica dos ISPs e WSPs. O jogo de Xadrez, assim como muitos outros jogos, possuem o conceito de “melhor movimento” bem definido. Sob o ponto de vista dos WSPs, o problema é resolvido através da obtenção do valor para a “próxima jogada” através do conceito de “melhor movimento”, por exemplo. Esse valor é obtido através do análise da CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 44 posição das peças no tabuleiro e do seu correspondente valor. Esse problema é ISP quando o jogo é analisado por inteiro e não mais apenas a jogada a ser realizada ou a movimentação das peças de forma isolada. O conceito “melhor movimento” não é capaz de garantir a vitória da partida. O processo de obtenção do “melhor movimento” é bem definido, mas o processo para obtenção da “jogada mais adequada para garantir a vitória” é pouco ou mal definido. Essa jogada pode assumir ou não valores diferentes do valor do “melhor movimento”. Sob essa ótica, esse problema pode ser considerado como pertence à classe dos ISPs. O segundo exemplo analisado “Que roupa eu devo vestir para ir ao baile?” pode ser considerado um problema WSP? Uma possı́vel solução desse problema pode ser obtida através da definição e adição de algumas restrições de natureza lógica ao enunciado ou ao procedimento de busca da solução, tais como: 1. Não é possı́vel comprar nova roupa, alugar ou pedir emprestado, de forma que o universo de possibilidades limita-se às roupas contidas no guarda-roupa; 2. O baile ocorrerá no inverno e a previsão do tempo informa que fará muito frio na noite em que ele ocorrerá; 3. O convite do baile especifica “traje passeio completo”; 4. Você deverá utilizar a gravata que recebeu de presente dos seus colegas de escritório no seu aniversário. Esses são exemplos de restrições lógicas possı́veis de serem adicionadas ao problema. A incorporação dessas restrições ao problema permite a definição de processos ou procedimentos de busca pela solução. No exemplo considerado, uma possı́vel solução é encontrada CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 45 através de procedimento de busca e combinação de elementos do universo de possibilidades conhecidas e definidas, ou seja, das roupas contidas no guarda-roupa. O resultado desse procedimento de solução poderá fornecer nenhuma, uma ou várias soluções. A solução é construı́da através do conjunto de soluções parciais que não apresentem inconsistências entre si nem com as variáveis do enunciado do problema. Para o caso de ausência de solução, algumas restrições poderiam ser retiradas ou ter seus valores modificados. Para o caso de múltiplas soluções, novas restrições poderiam ser adicionadas ao problema reduzindo essa quantidade. Uma das caracterı́sticas imediatas observadas em conseqüência da definição de restrições lógicas é a a redução do conjunto de soluções possı́veis. (LOGAN; CORNE, 1992; MARTIN, 2001) A inserção no problema de um conjunto finito de restrições lógicas e a definição de procedimentos de solução permitem, nesse contexto, a mudança de categoria do problema em razão da sua redefinição (LOGAN; CORNE, 1992). O problema, inicialmente pertencente ao grupo dos ISPs, agora pode ser considerado como pertencente ao grupo dos WSPs. A definição de um conjunto de restrições lógicas faz parte do processo de solução de um ISP. Essas restrições, em alguns casos, podem ser sustentáveis e negociáveis através de argumentação. Um problema ISP poderia ser “convertido” em WSP através de sua estruturação ou definição de restrições e procedimentos, conforme ilustra a Figura 2.3. Nessa figura um ideal é representado: um ISP é convertido em WSP através da definição e adição de um conjunto de restrições lógicas e procedimentos. Se um WSP é um problema que possui restrições e procedimentos bem definidos, que tipo de restrição um ISP possui? Goel (1992) diferencia o tipo de restrição que pode ser CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 46 FIGURA 2.3 – Idealização das restrições lógicas entre WSP e ISP. encontrada em WSPs e ISPs. WSPs possuem comumente restrições lógicas ou de tarefas. Se quem soluciona o problema viola uma limitação ou regra, ele ou ela simplesmente não está solucionando o problema. Por exemplo, se durante uma partida do jogo de Xadrez, o jogador mover a Torre diagonalmente no tabuleiro, ele simplesmente não está jogando Xadrez ou desconhece as regras do jogo. As restrições comumente encontradas nos ISPs não são lógicas: são de natureza social, econômica e cultural, entre outras. Esse tipo de restrição não pode ser completamente definida ou constituı́da de tarefas bem definidas, uma vez que elas são negociáveis e manipuláveis. (GOEL, 1992) Outra caracterı́stica especı́fica dos ISPs relatada por Goel refere-se à função transformadora de estados. O estado inicial do problema não é completamente especificado e definido; logo, quem soluciona o problema modifica o seu estado para melhor adaptá-lo ao seu conhecimento, experiência ou habilidade. Quem procura solucionar esse problema, tem conhecimento prévio de algum estado final ou solução possı́vel e tenta negociar, manipular e transformar os parâmetros do problema para adaptá-los ao estado final. Isso ocorre porque as limitações são não lógicas. No exemplo apresentado, poder-se-ia negociar o estado inicial “utilizar a gravata que ganhou de presente dos colegas de escritório”. Nos WSPs isso não ocorre devido à natureza lógica das restrições. Qualquer tentativa de manipulá-las pode ser considerada como ausência de conhecimento, de experiência ou de habilidade. CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 47 Face à ausência de restrições lógicas e presença de restrições não-lógicas nos ISPs, seria possı́vel a produção de artefato computacional com finalidade educacional que possibilite monitorar e guiar um aprendiz durante o processo de busca por uma solução satisfatória do problema? Diversos trabalhos encontrados na literatura destacam essa necessidade, por exemplo, em Dörner (1983), Brickell et al. (2002) e Jonassen (2004), sem apresentar uma solução com recursos de monitoramento das ações do aprendiz similares às apresentadas para os WSPs através dos ITSs. Algumas das tentativas de representar ISPs no ambiente computacional constituemse de editores colaborativos focados no ensino de técnicas de argumentação. Através da argumentação, as restrições não-lógicas podem ser negociadas e manipuladas. Os aprendizes trabalham com hipóteses que precisam ser sustentadas por um conjunto de argumentos para explicar as causas ou os efeitos de um evento, conforme relatado por Cheikes (1995), Schank (1995), Suthers et al. (2001) e Masterman (2005), entre outros trabalhos. A solução de ISPs envolve outras habilidades além da habilidade de argumentação. Elas são especı́ficas dos ISPs e não podem ser praticadas em exercı́cios WSPs. (HONG, 1998) 2.1.4 Habilidades Relacionadas com o Processo de Solução de Problemas Bloom et al (1971) descrevem algumas habilidades relacionadas com o processo de solução de problemas. As habilidades de Análise, Sı́ntese, Avaliação e Julgamento descritas por Bloom et al. são comumente relacionadas com a atividade de solução de ISPs (HONG, CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 48 1998). Durante a solução de um problema ISP, busca-se identificar quais elementos do domı́nio, qual a sua relevância e como eles interagem entre si para compor uma solução (HONG, 1998; BRICKELL; FERRY; HARPER, 2002). Esses elementos do domı́nio podem ser formados por conceitos, princı́pios, fatos, descrição de processos e seus inter-relacionamentos, por exemplo. Em alguns casos há também a necessidade de organizar, estruturar e sintetizar esses elementos formando um conjunto de argumentos ou elementos que sustentem a solução do problema. Outro aspecto importante, citado por Hong, é a necessidade de avaliar e julgar esses elementos quanto à sua utilidade, abrangência e categoria. A habilidade de categorizar um elemento é importante para sustentar a opinião pessoal ou crença na solução do problema. (POPLE, 1982) Hong (1998) testou a hipótese de que as habilidades utilizadas nos WSPs são necessárias mas não são suficientes para a solução de ISPs. O resultado do teste foi afirmativo no contexto de um ambiente de solução de problemas multimı́dia. Ele também destaca que durante o processo de busca pela solução de um problema, o aprendiz trabalha com dois tipos de conhecimentos: o conhecimento especı́fico do domı́nio e o conhecimento estrutural. Por Conhecimento Estrutural, Hong (1998) entende como os conceitos de um domı́nio podem ser inter-relacionados. As habilidades de busca de soluções de ISPs, em um determinado domı́nio, não podem ser transferidas para outros domı́nios sem o apropriado conhecimento do domı́nio. (BRICKELL; FERRY; HARPER, 2002) Identificar quais são os elementos relevantes de um domı́nio para a composição de uma solução a um ISP envolve desafios que não são encontrados normalmente em problemas cuja solução é bem estruturada. Quem soluciona um ISP deve ser capaz de extrair de um domı́nio os elementos relevantes ao contexto do problema. (JONASSEN, 2004) CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 49 Bahar (1999) descreve que essa habilidade não é tão comum em estudantes quando trabalham no domı́nio da Biologia. Alguns estudantes que contribuı́ram com a sua pesquisa foram classificados de Field Dependent ou Dependentes de Domı́nio por apresentarem dificuldades em identificar quais os elementos relevantes do domı́nio. Aprendizes que não apresentam essa dificuldade são classificados de Field Independent ou Independentes de Domı́nio (BAHAR, 1999). Logo, poderia ser inferido que, durante a atividade de busca por soluções a ISPs, aprendizes identificados como Dependentes de Domı́nio enfrentam uma dificuldade adicional em relação aos Independentes de Domı́nio. 2.1.5 Teoria da Flexibilidade Cognitiva Jonassen (1999) argumenta que uma forma de permitir que o aprendiz adquira experiência em solução de ISPs é permitir que ele tenha acesso a casos relacionados. Segundo Jonassen (1999), um importante modelo para o desenvolvimento de casos relacionados em ISPs é o fornecido pela Teoria da Flexibilidade Cognitiva ou Cognitive Flexibility Theory - CFT (SPIRO et al., 1991). Flexibilidade Cognitiva significa a habilidade de estruturar o conhecimento do domı́nio em resposta à mudança no contexto (SPIRO et al., 1991). A Teoria da Flexibilidade Cognitiva trata da aquisição de conhecimento em domı́nios de conhecimento mal ou pouco estruturados (ill-structured knowledge domains - ISKDs). Medicina, História e interpretação literária são exemplos de ISKD. Ainda segundo Spiro et al., mesmo domı́nios bastante estruturados como a Matemática, por exemplo, guardam uma parcela substancial de seu domı́nio que pode ser tratada como um ISKD. A afirmação central da CFT é que o conhecimento estrutural pode ser adquirido atra- CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 50 vés de exercı́cios que permitam ao aprendiz manipular os elementos da sua estrutura conceitual, adaptando-a para diferentes contextos (SPIRO et al., 1991). A Figura 2.4 exemplifica possı́veis estruturas de conceitos simbólicos que poderiam ser aplicadas a um domı́nio mal estruturado. Nesse exemplo, quatro conceitos, denominados C1, C2, C3 e C4, poderiam ser estruturados de acordo com diversos contextos. Uma das formas mais simples de se estruturar esse conjunto de elementos é definir os seus relacionamentos conforme ilustra essa figura: FIGURA 2.4 – Exemplos de estrutura com conceitos. Na Figura 2.4 a) estão exemplificados os seguintes relacionamentos: { (C1 e C4), (C2 e C4), (C3 e C4)}. Na Figura 2.4 b) estão representados os relacionamentos { (C1 e C2), (C1 e C3) e (C4)}. As Figuras c) e d) também exemplificam outros possı́veis relacionamentos distintos. Ou seja, esses conceitos podem ser estruturados de diversas maneiras. Segundo Spiro et al. (1991), a maestria na habilidade de estruturação e transferência dessa estrutura não pode ser adquirida com técnicas ou métodos utilizados no nı́vel introdutório do domı́nio de aplicação. O aprendiz, através de exercı́cios especı́ficos, deve ser capaz de desenvolver ou criar CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 51 estruturas com conceitos do domı́nio e adaptá-las a novos contextos. Durante essa atividade, esses conceitos não devem ser analisados apenas de forma isolada. A análise dos possı́veis relacionamentos entre eles e como eles podem ser estruturados deve ser o foco do exercı́cio. (GRABINER, 1996) Apesar da carência de modelos para representação de ISPs, ressaltada por Dreyfus (1986), Hannafin et al. (1999) e Jonassen (1999), não foi localizado relato do emprego dessa teoria em sistemas computacionais. 2.1.6 O Processo de Busca pela Solução de um ISP ISPs não podem ser solucionados simplesmente encontrando informações e aplicandoas a um conjunto de regras (JONASSEN, 1997). Uma vez que a solução de ISPs depende da situação ou contexto, o conhecimento especı́fico precisa ser adaptado a novas situações ou contextos (BRICKELL; FERRY; HARPER, 2002). ISPs requerem conhecimento estrutural com o objetivo de avaliar o significado dessa informação (HONG, 1998). O Conhecimento Estrutural é um componente importante na solução de WSPs e crı́tico na solução de ISPs. (HONG, 1998) Esse Conhecimento Estrutural, segundo Hanafin et al. (1999) e Jonassen (2004), pode ser exercitado em atividades de instrução através do emprego da Teoria da Flexibilidade Cognitiva ou Cognitive Flexibility Theory - CFT de Spiro et al. (1991). Hong (1998) relata, a partir de resultados obtidos de experimentos com aprendizes, que o conhecimento prévio dos aprendizes precisou ser reestruturado em torno de princı́pios fundamentais durante o processo de busca pela solução dos ISPs. Outro resultado importante, também apresentado por Hong, refere-se às habilidades de justificativa da solução. CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 52 Os aprendizes que careciam de um profundo Conhecimento Estrutural concentravam-se em apenas uma única perspectiva do domı́nio. Esses aprendizes construı́am argumentos simplesmente fornecendo os benefı́cios de sua solução. Eles não consideravam outras possı́veis alternativas para a construção de argumentos mais defensáveis. Comportamento similar a esse também é relatado por Bahar (1999). Alguns dos aprendizes, em atividades de busca por solução de ISPs no domı́nio da Biologia, concentraram-se em apresentar uma única perspectiva de solução. Essa perspectiva única foi analisada de forma profunda. O grupo que apresentava essa caracterı́stica, segundo Bahar, pode ser denominado de Convergente. Outros aprendizes, denominados de Divergentes, procuraram explorar diversas soluções e perspectivas, apresentando boa capacidade de gerar novas idéias e visualizar um determinado contexto de diferentes perspectivas. As diversas soluções apresentadas pelos Divergentes tenderam a não serem analisadas de forma profunda. 2.1.6.1 Padrões de Argumentação dos WSPs e ISPs Outro resultado importante obtido do trabalho de Hong (1998), refere-se à capacidade de argumentação. Nos WSPs, a argumentação foi constituı́da pelo resultado da análise individual dos elementos formadores da solução do aprendiz, justificando a importância desse elemento para a solução do problema. Nesse contexto, cada elemento {e1, e2, e3, ... en } formador da solução, foi analisado de forma isolada conforme ilustra a Figura 2.5a), por exemplo. Nos ISPs, além do tipo de argumentação encontrado nos WSPs, o conjunto de elementos é investigado e perspectivas contrastantes entre os elementos desse conjunto também são enfatizadas, conforme ilustra a Figura 2.5b). CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 53 FIGURA 2.5 – Alguns padrões de justificativa da solução dos a)WSPs e ISPs; b)ISPs Um padrão similiar ao ilustrado na Figura 2.5a) pode ser observado no trabalho de Chang (1994) em exercı́cios SC. Nesse trabalho, após selecionar alguns elementos para compor uma solução, o aprendiz deveria justificar individualmente a escolha de cada elemento. 2.1.6.2 Dificuldades que Podem Ser Encontradas Durante o Processo de Busca por Soluções a ISPs Como representar um ISP ao aprendiz tem sido objeto de estudo no contexto das tarefas de aprendizagem e solução de problemas (SUTHERS; HUNDHAUSEN, 2003). A forma de representar o ISP pode influenciar na concepção individual do problema facilitando ou dificultando a sua solução. (SUTHERS; HUNDHAUSEN, 2003) As dificuldades de solução de um ISP também podem variar de acordo com o conhecimento e formação de quem soluciona. Fernandes e Simon (1999) apresentam um estudo do processo de solução de um problema ISP. Utilizando o protocolo verbal, esse estudo buscou identificar se existem diferenças nas estratégias de solução de acordo com o trei- CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 54 namento profissional e cultura nacional de quem soluciona o problema. O experimento contou com a participação de pares de Arquitetos, Médicos, Engenheiros e Advogados. Fernandes e Simon (1999) analisaram os dados obtidos no experimento e concluı́ram que a formação profissional influencia na estratégia e no processo de solução. Os dados apresentados nos trabalhos de Fernandes e Simon (1999) e Suthers e Hundau (2003) permitem inferir que algumas das dificuldades surgidas durante o processo de busca pela solução de um ISP podem ser influenciadas pelos seguintes fatores: • Forma de apresentação do problema; • Formação de quem soluciona o problema ou o seu conhecimento prévio do domı́nio. O primeiro fator está relacionado diretamente com a SC. Nesse contexto, a forma de apresentar o ISP ao aprendiz através das diversas seções que compõem uma atividade instrucional SC, poderia adicionar algumas novas dificuldades não documentadas pela literatura. Por uma questão de delimitação de escopo e ausência de relatos a respeito dessas novas possı́veis dificuldades, elas estão sendo propositadamente excluı́das do universo da pesquisa. O segundo fator listado poderia ser controlado através de um modelo computacional. Esse controle poderia ser realizado através da representação de modelos ou estereótipos de quem soluciona o problema, o aprendiz. No contexto deste trabalho, cabe ao Módulo do Aprendiz do ambiente computacional ilustrado na Figura 1.1 realizar essa tarefa. Esse módulo foi investigado no Capı́tulo 6, deste documento. Fora do contexto educacional, Dörner (1983) considera que solucionar um ISP é, preliminarmente, definir um objetivo fim e outros denominados de parciais. Nos objetivos parciais, alguns conflitos podem aparecer devido a relações contraditórias que poderiam CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 55 surgir entre esses objetivos parciais. Dörner lista as seguintes dificuldades observadas através de 10 anos de experimentos com estudantes de medicina: • Redefinição de Objetivos - O solucionador do ISP esquece do objetivo fim e troca-o por um objetivo intermediário. • Desorientação ou Thematic Vagabonding - O solucionador muda o caminho de solução adotado e vai de tema a tema em vez de definir um caminho especı́fico. • Encapsulamento - O solucionador de ISP fica preso na busca da solução, desperdiçando energia indo além da importância do tema. • Abandono prematuro ou Dogmatic Entrechment System - Manifesta-se quando o solucionador necessita trabalhar com quantidades insuficientes de conhecimento. Nesse caso, ele abandona o processo de aumentar o seu conhecimento e substitui o processo de busca de informação por dogmas a respeito de partes da questão. Analisando a lista de dificuldades apresentadas anteriormente, pode-se especular que talvez essas dificuldades pudessem ser minimizadas se um professor acompanhasse os aprendizes durante o processo de solução, pois: • O professor poderia manter o aprendiz caminhando em direção aos objetivos definidos na atividade instrucional. • A desorientação e encapsulamento poderiam ser minimizados através de conselhos. • O “Abandono prematuro” poderia ser evitado se o professor fornecesse a quantidade suficiente de conhecimento ao aprendiz. Segundo Suthers et al. (2001), “desorientação e encapsulamento” e “abandono prematuro” também foram observados em experimentos realizados com alguns aprendizes que CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 56 buscavam por soluções a ISPs com a ferramenta computacional Belvedere. Segundo esses autores, os aprendizes necessitavam de intervenções dos professores durante a execução da atividade instrucional. Goel (1992) destaca ainda que, sem orientação, aprendizes solucionam WSPs variando de poucos minutos a algumas horas e ISPs variando de dias a meses. 2.1.6.3 Como essas Dificuldades Relacionam-se com o Problema de Pesquisa Das dificuldades resumidamente descritas na Seção 2.1.6.2, destaca-se a necessidade de orientação do aprendiz. No contexto desta pesquisa, o aprendiz necessitaria de orientações de tal forma a, gradativamente, ter acesso a todo o conhecimento do especialista registrado no ambiente computacional. Em uma atividade instrucional formatada com a técnica SC, o conhecimento do especialista é fracionado e representado através de regras de produção. Essa necessidade de orientação relaciona-se diretamente com a questão de pesquisa “Como representar e interpretar o Módulo de Orientação?”. 2.2 Sistemas Computacionais Duas estratégias poderiam ser empregadas na tarefa de representar atividades instrucionais baseadas em problemas no ambiente computacional: estruturar o problema ou reduzir a inteligência computacional. Na primeira estratégia, limita-se o universo de soluções possı́veis do problema através da definição de restrições lógicas. Conforme ilustrado pela Figura 2.3, definir restrições de natureza lógica pode ser considerado como uma forma de estruturar o problema que é ISP. Como exemplo dessa estratégia, Cury (1996) descreve estereótipos de aprendizes CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 57 que poderiam ser identificados entre os universos do perito e do aprendiz no domı́nio de imagens médicas. Esse conjunto de estereótipos permite especificar, de forma seqüencial, a formação do perito. Na segunda, reduz-se a “inteligência” do ambiente computacional. Essa “inteligência” é transferida ao tutor humano. Nessa categoria encontram-se os editores gráficos (CSCL tools) tais como Belvedere (SUTHERS et al., 2001), Catho (ASHLEY; DESAI; LEVINE, 2002), “20/20” (MASTERMAN, 2004). Esses ambientes procuram auxiliar o aprendiz através do fornecimento de ferramentas que possibilitam a representação, estruturação e comunicação do conhecimento. Alguns desses ambientes também fornecem mensagens de retorno de interação, com finalidade de auxiliar no correto uso do ambiente computacional. Em alguns casos, como por exemplo 20/20 (MASTERMAN, 2004), as mensagens procuram discutir os passos de solução que o aprendiz está empregando. Esses passos são definidos pelo tutor humano durante a criação da AIBP. Essas duas estratégias permitem classificar esses sistemas em dois grandes grupos, a saber: 1. Sistemas Instrucionais Cooperativos 2. Sistemas Instrucionais Individuais 2.2.1 Sistemas Instrucionais Cooperativos Representar Atividades Instrucionais baseadas em ISPs no ambiente computacional têm fomentado o estudo e desenvolvimento de diversos modelos conceituais e estruturas computacionais que podem ser denominadas de Ferramentas Computacionais de Apoio à CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 58 Aprendizagem Cooperativa ou Computer-Supported Colaborative Learning (CSCL) Tools. CSCLs fornecem recursos de troca de informações entre aprendizes enquanto estes procuram por soluções para um determinado problema. Propa (CHEIKES, 1995), Convince-Me (SCHANK, 1995), Belvedere (SUTHERS et al., 2001), Catho (ASHLEY; DESAI; LEVINE, 2002), “20/20” (MASTERMAN, 2004), Rashi (WOOLF et al., 2005), são exemplos desses ambientes. Nesses ambientes, os aprendizes trabalham com hipóteses que precisam ser sustentadas por um conjunto de argumentos para explicar ou prever um evento. Apesar desses CSCLs fornecerem uma boa solução para esse tipo de atividade instrucional, eles apresentam ainda as seguintes limitações: • Não oferecem aos aprendizes o tipo de assistência ou auxı́lio individualizado ou recursos de acompanhamento similar aos disponı́veis nos ITSs. A pedagogia é deixada a cargo do instrutor humano, que guia e supervisiona o uso da ferramenta. • Requer ainda que pelo menos dois participantes cooperem entre si. (GOODMAN et al., 1998) • São baseados em técnicas de argumentação. Eles apresentam uma interface gráfica para a representação e definição desses argumentos, sem explorar de forma profunda os relacionamentos entre eles. 2.2.2 Sistemas Instrucionais Individuais Tipicamente, esses sistemas são dedicados e possibilitam que o aprendiz trabalhe com um domı́nio em questão e poucos são os registros do reúso desse ambiente para outros domı́nio. O professor da atividade instrucional e o desenvolvedor do sistema computacional definem restrições lógicas e múltiplos caminhos de solução. O sistema computacional CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 59 limita-se a acompanhar o aprendiz durante o processo de solução. (JONASSEN, 2004) Uma caracterı́stica que pode ser encontrada nesses ambientes é a capacidade de acompanhar ou guiar o aprendiz durante a execução de uma atividade instrucional (BOULAY; LUCKIN, 2001; REDONDO et al., 2005). O propósito da atividade de acompanhamento ou guia é permitir a adaptação automática ou “inteligente” de alguns aspectos do ambiente computacional ou da atividade instrucional. Esses ITSs também têm exercido a função de parcialmente simular o comportamento do instrutor humano durante a execução da atividade instrucional. (BOULAY; LUCKIN, 2001) Sistemas Instrucionais Individuais têm sido amplamente utilizados para atividades instrucionais baseadas em WSPs. Nesses tipos de sistemas, a solução do problema investigado pelo aprendiz é bem definida e conhecida. Os caminhos para a sua obtenção, podem ser bem conhecidos ou determinados durante a sua execução. Demonstr8 (BLESSING, 2003), Simquest (JOOLINGEN; JONG, 2003), Sherlock (LESGOLD et al., 1992), Sophie na suas versões I, II e III (BROWN; BURTON; KLEER, 1980) e Xaida (HALFF et al., 2003) são exemplos desses sistemas. 2.2.3 Sistemas Instrucionais Individuais e Cooperativos e a Tipologia de Problemas de Jonassen A análise de Sistemas Computacionais produzidos para o desenvolvimento de AIBPs realizada neste trabalho de pesquisa procurou identificar que tipo de problema poderia ser representado nesses ambientes. A Tabela 2.2 resume alguns dos sistemas computacionais que foram produzidos para AIBPs. Alguns sistemas, como por exemplo o Rashi (WOOLF et al., 2005), apresentaram CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 60 indı́cios de serem capazes de representar mais de um tipo de problema. Outros, como por exemplo o Demonstr8 (BLESSING, 2003), não apresentaram essa capacidade. Dos sistemas analisados listados na Tabela 2.2, não foi localizado Sistema Instrucional Individual que apresentasse indı́cios de permitir a representação de problemas do tipo Análise de Casos, Projeto e Dilema. Os sistemas localizados e investigados para esses tipos de problema eram do tipo Cooperativo. Pode-se especular que essa possı́vel lacuna tenha origem nos seguintes aspectos dos ISP: • A ausência de solução correta, a diversidade de soluções aceitáveis e caminhos para a sua obtenção são caracterı́sticas que podem ser esperadas de um ISP. Elas adicionam um elevado grau de complexidade a qualquer tentativa de desenvolvimento de algoritmo de acompanhamento do aprendiz. • ISPs possuem restrições não-lógicas e sim negociáveis. Os ambientes investigados apresentaram recursos que permitam essa negociação entre os aprendizes. O processo de negociação confunde-se com a busca por possı́veis soluções do problema. A Tabela 2.2 foi elaborada tendo como referência as publicações localizadas na pesquisa bibliográfica. A classificação apresentada não foi validada pelos autores dos trabalhos selecionados. 2.3 Algumas Estruturas de ITSs Para realizar o acompanhamento do aprendiz, um determinado ITS poderia ser estruturado em módulos com funções especı́ficas. Em alguns ITSs, as ações do aprendiz são CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 61 TABELA 2.2 – Caracterı́sticas de alguns Sistemas Computacionais AIBPs. Tipo Sistema Domı́nio ou habilidade Algorı́tmico Demonstr8 (BLESSING, 2003) Matemática Algorı́tmico Simquest (JOOLINGEN; JONG, Ensino de Fı́sica 2003) Estória Simquest (JOOLINGEN; JONG, Ensino de Fı́sica 2003) Problemas en- Simquest (JOOLINGEN; JONG, Ensino de Fı́sica volvendo o uso 2003) de Regras Tomada de Des- ADPME (GORAYA, 2001) Exercitar a habilidade de tomada de cisão decisão independente de domı́nio em atividades de solução de ISPs. Manutenção Sherlock (LESGOLD et al., 1992) Manutenção de instrumentos aviônicos Manutenção Sophie (BROWN; BURTON; Circuitos Elétricos KLEER, 1980) Manutenção Xaida (HALFF et al., 2003) Fı́sica: identificação de objetos. Elaboração de Guidon (BUCHANAN; SHOR- Dagnóstico Médico Diagnóstico e TLIFFE, 1984) Solução Elaboração de INTERNIST (POPLE, 1982) Diagnóstico Médico Diagnóstico e Solução Elaboração de Propa (CHEIKES, 1995; GOOD- Habilidades de análise explanatória dos Diagnóstico e MAN et al., 1998) dados de um satélite. Solução Elaboração de Catho (ASHLEY; DESAI; LEVINE, Jurı́dico Diagnóstico e 2002) Solução Táticos e desem- ICONCHESS (LAZZERI; HELLER, Jogo de Xadrez penho de estra- 1996) tégias Análise de Casos Rashi (WOOLF et al., 2005) História, Biologia Análise de Casos 20/20 (MASTERMAN, 2004) História Análise de Casos Belvedere (SUTHERS et al., 2001) Argumentação na pesquisa cientı́fica Análise de Casos ConvinceMe (SCHANK, 1995) Coerência em explanação Projeto EDS (LOGAN; CORNE, 1992) Procura tratar inconsistências durante o projeto de produtos tais como: medicamentos e sistema de energia nuclear. Dilema DC(MOORE, 1993) Empregou a teoria Dialog Game Theory como mecanismo de gerência de diálogo em um ITS. Dilema Rashi (WOOLF et al., 2005) História, Biologia Dilema 20/20 (MASTERMAN, 2004) História Dilema Belvedere (SUTHERS et al., 2001) Argumentação na pesquisa cientı́fica Dilema ConvinceMe (SCHANK, 1995) Coerência em explanação CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 62 registradas pelo Módulo do Aprendiz e as ações e crenças do Especialista do Domı́nio no Módulo do Especialista. Em outros, o Módulo do Especialista pode ser substituı́do por um Módulo de Erros ou Bugs (BAFFES; MOONEY, 1996). A diferença de informações entre os módulos do Especialista e do Aprendiz ou as informações contidas no Módulo de Erros pode fornecer subsı́dios para a definição de ações automatizadas. (WAHLSTER; KOBSA, 1988) Quantos e quais são os módulos que podem compor um ITS? Essa não é uma pergunta simples de responder, pois os módulos podem variar de acordo com inúmeros aspectos tais como domı́nio, tipo de problema, habilidade a ser exercitada, modelo de acompanhamento do aprendiz, entre outros. Virvou e Mondridou (2001), por exemplo, definiram e adicionaram um componente “Modelo do Instrutor”, para facilitar a manipulação de parâmetros do ITS; e esse componente nem sempre tem estado presente nos ITSs desenvolvidos após a publicação do trabalho desses autores. Um modelo genérico para definição de ITSs baseado em cinco componentes ou módulos básicos é apresentado por O’Shea et al. (1984). Nesses cinco componentes, o Modelo do Especialista não é representado explicitamente, mas a sua funcionalidade está contida nos outros componentes. 2.4 Conclusão O resultado da investigação realizada permite identificar algumas lacunas, a saber: • Carência de modelos genéricos de ITSs que permitam representar atividades instrucionais baseadas em problemas do tipo mal estruturados. CAPÍTULO 2. SISTEMAS COMPUTACIONAIS APLICADOS À EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INSTRUCIONAIS BASEADAS EM PROBLEMAS 63 • Os diálogos e mensagens trocados em um possı́vel ITS baseado na solução de ISPs poderiam contemplar os modelos definidos por Hong (1998) e ilustrados na Figura 2.5. • Ausência de documentação que indique quais os possı́veis estereótipos de aprendizes que poderiam ser identificados em atividades de solução de ISPs através de ITSs. • A SC permite representar problemas do tipo Análise de Casos e Dilemas (EGAN, 1976). Não foi localizado ITS que permita a representação desses tipos de problema. • O domı́nio definido para o desenvolvimento de atividades instrucionais baseadas em ISPs pode ser pouco estruturado (JONASSEN, 2004). Não foi identificado como esse domı́nio pouco estruturado poderia ser representado de forma estruturada. Com base no que foi apresentado neste capı́tulo, conclui-se: Conclusão 2.1 Aprendizes necessitam do conhecimento estrutural e do domı́nio durante a solução do ISP. Conclusão 2.2 Aprendizes elaboram soluções aos ISPs através da avaliação e julgamento de elementos do domı́nio. Conclusão 2.3 A definição de um conjunto de restrições lógicas sustentáveis através de argumentação faz parte do processo de solução de um ISP. Conclusão 2.4 A habilidade de extrair elementos relevantes do domı́nio para um determinado contexto não é comum em aprendizes. 3 Comunicação Estrutural Este capı́tulo descreve a Comunicação Estrutural ou Structural Communication - SC (EGAN, 1976), suas seções e os relatos de sua utilização em atividades instrucionais. Investiga-se também as prováveis dificuldades da execução automatizada sem a presença do professor e quais os relacionamentos entre ela e a Teoria da Flexibilidade Cognitiva de Spiro et al. (1991). Este capı́tulo está estruturado da seguinte forma: • A Seção 3.1 descreve o contexto do uso da SC. • A Seção 3.2 apresenta a estrutura interna de uma atividade instrucional formatada com a técnica SC. • A Seção 3.3 investiga a relação entre a SC e a Teoria da Flexiblidade Cognitiva de Spiro et al. (1991). • A Seção 3.4 resume as pesquisas realizadas com a SC. • A Seção 3.5 analisa as prováveis dificuldades que poderiam surgir durante a execução de um exercı́cio SC. • A Seção 3.6 apresenta uma convenção adotada neste trabalho para representar as regras da seção Discussão de uma SC. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 65 • A Seção 3.7 encerra o capı́tulo, concluindo a investigação dos trabalhos documentados que foram localizados durante a execução deste projeto de pesquisa. 3.1 Contexto da Utilização da Comunicação Estrutural A Comunicação Estrutural é uma técnica que surgiu em contraposição à Instrução Programada idealizada ao longo da década de 60 (EGAN, 1976). Segundo Egan (1976), a Instrução Programada parecia ser uma técnica para a massificação da aprendizagem e vinha se espalhando como uma técnica padrão na época. A Instrução Programada, realizada na época e empregada até os dias atuais, consiste na apresentação seqüêncial da atividade instrucional. Essa seqüência pode ser linear com caminho único ou com múltiplos caminhos. Na SC não existe seqüência definida. O potencial de uso da SC em atividades instrucionais relatado na literatura, indica dois tipos de aplicações que podem ser desenvolvidas (NORONHA; FERNANDES, 2005b). Esses tipos de aplicações possuem as seguintes caracterı́sticas: 1. Investigação: • Como ferramenta de avaliação do conhecimento do aprendiz. (JOHNSTONE, 1988; JOHNSTONE; AMBUSAIDI, 2000; JOHNSTONE; BAHAR; HANSELL, 2000; JOHNSTONE; AMBUSAIDI, 2001; DURMUS; KARAKIRIK, 2005) • Como recurso para elaboração de diagnóstico inicial do conhecimento e da estrutura cognitiva do aprendiz. (BAHAR, 1999; JOHNSTONE; BAHAR; HANSELL, 2000) CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 66 • Como ferramenta de descoberta da estrutura de conhecimento do domı́nio de um especialista. (DILLS; ROMISZOWSKI, 1990) 2. Desenvolvimento: • Ambiente onde o aprendizado pode se efetivar através da execução de atividades instrucionais ou exercı́cios desenvolvidos e formatados com a SC. (EGAN, 1976) • A SC é utilizada como elemento catalisador da discussão e debates entre grupos de aprendizes e professores em ambientes virtuais de aprendizagem. (VILLALBA; ROMISZOWSKI, 2004) Apesar de essa técnica ter sido desenvolvida na década de 60, poucos são os relatos de pesquisas realizadas com ela ou do seu uso na prática escolar. Um dos relatos de seu uso é encontrado na Harward Business Review (HODGSON; DILL, 1970). Nessa publicação, a SC foi utilizada para realizar estudo de casos, quando o aprendiz submetia a sua solução de problemas previamente definidos pelo autor através do correio e recebia da mesma forma uma mensagem textual que comentava a solução submetida. Quando utilizada com a finalidade Desenvolvimento, a sua execução está centralizada em um conjunto de regras pré-definidas pelo autor da SC. O professor utiliza esse conjunto de regras para estruturar o diálogo entre um possı́vel especialista do domı́nio e o aprendiz. Essa estruturação tem como objetivo simular um diálogo que possibilite analisar profundamente o tema ou assunto do problema ou exercı́cio. Durante a execução desse exercı́cio, o aprendiz tem a possibilidade de, repetidamente, discutir diversas soluções aceitáveis que um problema pode ter. A estrutura da SC é formada por seis seções. Essas seções podem ser agrupadas de CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 67 acordo com a sua funcionalidade na atividade instrucional, a saber: • Definição de Contexto ou Cenário - está formada pelas seções Intenção e Apresentação que definem ou estabelecem o contexto sob o qual um conjunto de problemas ou desafios serão examinados. • Simulação do Diálogo - é composta pelas seções Investigação, Matriz de Resposta e Guia de Discussão. Esta última é composta por um conjunto de regras de produção e mensagens textuais associadas às regras. Esse conjunto procura simular o diálogo entre aprendiz e tutor enquanto analisam as possı́veis soluções do conjunto de problemas contidos na seção Investigação. • Finalização da Atividade Instrucional - Formada pela seção Pontos de Vista do Autor, encerra a execução da atividade instrucional, fornecendo comentários à respeito do desempenho apresentado ou esperado das ações do aprendiz. 3.2 Estrutura da Comunicação Estrutural Conforme descrito por Egan (1976), as seções de uma atividade instrucional SC possuem, individualmente, as seguintes caracterı́sticas: • Intenção - Define o que deverá ser aprendido e em que intensidade. Fornece uma visão geral, o objetivo instrucional e o contexto para o conteúdo da AIBP. • Apresentação - Fornece informações descritivas do assunto, exercı́cios resolvidos e estudos de casos. Pode ser composto de texto especialmente definido para a instrução, contos, vı́deos, peças teatrais, simulações, cursos em computadores, entre outras formas. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 68 • Investigação - Apresenta de forma seqüencial um conjunto de problemas sobre o assunto da seção Apresentação. A SC denomina Desafio, o problema apresentado nessa seção. O aprendiz enfrenta esses Desafios selecionando alguns elementos da Matriz de Resposta. • Matriz de Resposta - Alguns elementos relevantes do domı́nio são aleatoriamente distribuı́dos em uma estrutura de matriz. Os elementos podem ser frases, fatos, conceitos ou princı́pios contidos na seção Apresentação. A Matriz de Resposta é única em toda a atividade instrucional e deve atender às necessidades de todos os Desafios contidos na seção Investigação. Johnstone (1988) recomenda, a partir de experimentos, que o tamanho da Matriz de Resposta seja de acordo com a idade do aprendiz. Para os aprendizes das primeiras séries iniciais, a matriz deve conter 12 elementos; para aprendizes de séries mais avançadas, 16 elementos; e para aprendizes da graduação, a matriz com 20 elementos é a recomendada. • Guia de Discussão - Essa seção é composta por duas partes, a saber: i) Regras de Produção do Guia de Discussão e ii) Comentários do Professor. Cada regra define uma condição “se - então” baseada na Inclusão (I) ou Omissão (O) de elementos da matriz na solução do aprendiz. Cada regra possui associada uma especı́fica mensagem ou comentário do professor. Essa mensagem têm propósito construtivo e discute em profundidade o raciocı́nio utilizado pelo aprendiz quando inclui ou omite alguns itens da matriz em sua resposta. • Pontos de Vista do Autor - Possibilita que o professor apresente um resumo, outras interpretações ou até mesmo passe a abordar novamente algum aspecto ou parte do domı́nio. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 69 O Apêndice A exemplifica um exemplo de uma atividade instrucional SC. A ordem de apresentação das seções da SC pode variar de acordo com o uso da SC (EGAN, 1976). Quando usadas como ferramenta de diagnóstico, as seções Investigação, Matriz de Resposta e Discussão precedem e podem definir o conteúdo da seção Apresentação (EGAN, 1976). Quando usada como ferramenta de Avaliação, a seção Apresentação poderia ser omitida (JOHNSTONE, 1988). Se usada para a finalidade Desenvolvimento, a ordem de apresentação das seções poderia ser Intenção, Apresentação, Investigação, Matriz de Resposta, Guia de Discussão e, finalmente, Pontos de Vista do Autor, por exemplo. A Figura 3.1 foi elaborada pelo autor deste documento a partir desses relatos e representa a multiplicidade de caminhos possı́veis entre as seções da SC. FIGURA 3.1 – Possı́veis seqüências de apresentação das seções de uma SC. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 3.3 70 A SC e a Teoria da Flexibilidade Cognitiva Se a SC puder ser relacionada com a Teoria da Flexibilidade Cognitiva, então o pressuposto de que a SC pode ser utilizada para representar ISPs em atividades instrucionais, é reforçado. Para investigar esse possı́vel relacionamento, nesta seção analisa-se a SC sob a ótica dessa teoria, buscando-se identificar qual o relacionamento da SC com a CFT. Ao analisar a CFT e um exercı́cio de SC, observam-se algumas semelhanças conceituais. Algumas dessas semelhanças estão apresentadas nas próximas subseções. As subseções de 3.3.1 a 3.3.4 fornecem argumentos que permitem considerar a SC como uma técnica de representação da CFT em atividades instrucionais. 3.3.1 CFT e a Matriz de Resposta O aprendiz ao enfrentar um Desafio deverá selecionar elementos da Matriz Resposta para compor a sua solução. Ou seja, deverá definir possı́veis relacionamentos entre esses elementos. O aprendiz quando seleciona elementos da Matriz de Resposta para compor uma solução ao Desafio está estruturando esses elementos ou estabelecendo relações entre eles de acordo com diferentes contextos. Esses contextos estão definidos nas Seções Apresentação e Desafio. O autor do exercı́cio define contextos pelos quais as peças do domı́nio devem ser manipuladas ou estruturadas para compor idéias. As peças do domı́nio são representadas e armazenadas na Matriz de Resposta. Entretanto, manipular e estruturar conceitos do domı́nio mal estruturado é uma caracterı́stica da CFT. Ao selecionar os elementos da Matriz de Resposta, o aprendiz está simplesmente estruturando esses elementos ou representando conexões de inclusão entre eles. Ao omitir CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 71 da sua solução alguns itens da Matriz de Resposta, o aprendiz está definindo conexões de omissão entre esses elementos. A Figura 3.2 exemplifica essa idéia. Três elementos são estruturados na Figura 3.2a), os elementos 5, 9 e 14 da Matriz de Resposta. Essa estrutura poderia ser representada através da regra I (5, 9, 14), por exemplo. Nessa representação, a função de Inclusão “I(...)” está sendo ilustrada graficamente pelo cı́rculo fechado, e a linha cheia representa a união desses elementos. As outras Figuras 3.2 b), c) e d) ilustram outros possı́veis exemplos de estruturação dos elementos da Matriz de Resposta e as regras que poderiam ser inferidas a partir dessa estrutura. A Figura 3.2 b) representa uma possı́vel estrutura entre os elementos 3, 5, 12 e 14. Nessa estrutura, os elementos 3, 5 e 14 são conectados por uma linha cheia enquanto o elemento 12 está separado. Essa estrutura poderia ser representada através da regra I(3,5,14) ou I(12). Na Figura 3.2 c), a função de Omissão “O(...)” é representada através do cı́rculo aberto. No relacionamento da Figura 3.2 c) os elementos 2 e 7 da Matriz de Resposta são estruturados. Essa estrutura poderia ser representada através de uma regra O(2, 7), por exemplo. Na Figura 3.2 d) é ilustrada uma pequena variação, a operação “OU” no lugar da operação “E” entre os elementos 2 e 7 da Matriz de Resposta. De acordo com esse exemplo de representação gráfica de possı́veis estruturas dos elementos da matriz, algumas regras de representação poderiam ser definidas: • A seleção de um elemento é representada na figura através de um cı́rculo na posição desse elemento na Matriz de Resposta. Se o cı́rculo for fechado, a estrutura representa a função de Inclusão. Se o cı́rculo for aberto, a estrutura representa a função de Omissão. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 72 FIGURA 3.2 – Exemplos de Estruturação dos Elementos da Matriz de Resposta • A ligação, conjunção entre elementos ou operação “E” é realizada através de linha cheia ligando os elementos. Uma análise aprofundada de cada elemento da Matriz Resposta poderia sugerir que cada um deles possui um conjunto de conceitos associados. A Figura 3.3 apresenta um exemplo simbólico dos conceitos que poderiam estar associados em cada elemento formador da Matriz de Resposta. Um determinado conceito, por exemplo o conceito C1 da Figura 3.3 está associado aos elementos ou células 1 e 3 da matriz. Sob essa ótica, o domı́nio é fragmentado e cada célula da matriz representa um conjunto de conceitos estruturados. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 73 FIGURA 3.3 – Exemplo simbólico da estrutura conceitual dos elementos da Matriz de Resposta. 3.3.2 Qual É a Função da Matriz Resposta de Acordo com a CFT? No contexto deste trabalho de pesquisa, a função da Matriz de Resposta é a seguinte: • Delimitar os elementos do domı́nio a serem manipulados e estruturados pelo aprendiz. • Fornecer as mesmas condições de trabalho aos aprendizes que apresentam caracterı́sticas de Dependência de Domı́nio e Independência de Domı́nio descritas por Bahar (1999). O aprendiz não precisa desestruturar o domı́nio, localizar e avaliar a relevância dos conceitos obtendo os elementos que poderiam ser manipulados na tarefa de compor idéias. Os elementos que devem ser estruturados são os que estão representados na Matriz de Resposta. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 74 • Permitir que aprendizes estruturem alguns elementos do domı́nio de acordo com diversos contextos. Cada estrutura criada pelo aprendiz corresponde a uma possı́vel solução a um Desafio. Uma atividade instrucional SC é tipicamente formada por mais de um Desafio. Cada Desafio define um novo contexto. A cada novo contexto, os elementos da matriz precisam ser novamente estruturados. 3.3.3 CFT e a Seção Apresentação A relação entre o documento-texto contido na seção Apresentação de uma SC com um grafo representando os conceitos relevantes de um ISKD e o objetivo de uma atividade instrucional está descrito em Noronha e Fernandes (2005a). Para Noronha e Fernandes (2005a), um conceito pode ser composto por um conjunto de elementos-chave do domı́nio ou Keyword Knowledge - KWK. Por exemplo, o conceito “dependência quı́mica” pode estar associado ou ser composto pelos elementos-chave do domı́nio ou palavras {droga, maconha, drogado, álcool, entre outras}. Ou seja, de maneira genérica, esse trabalho define: Cn = {KW Ki , KW Kj , KW Kk , ...} A Figura 3.4 exemplifica a idéia apresentada por Noronha e Fernandes. Conceitos considerados relevantes pelo autor são representados através de nós rotulados seqüencialmente por C1 a C13, por exemplo. Na Figura 3.4, uma estrutura de conceitos é representada através de grafos. Nesse exemplo de representação, a estrutura é formada por 5 grupos denominados respectivamente por “a)”, “b)”, “c)”, “d)” e “e)”. O grupo “a)” exemplificado na figura é formado pelos conceitos C1, C7 e C6. O grupo “b)” é formado pelos conceitos C2, C3, C4 e C5. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 75 FIGURA 3.4 – Exemplo de possı́vel relacionamento entre uma estrutura conceitual e a seção Apresentação. O grupo “c)” é formado pelos conceitos C8, C9, C10, C11, C12 e C13. O grupo “d)” é formado pelos elementos C10, C12 e C13. E finalmente o grupo “e)” é formado pelos elementos C6 e C5. Esses grupos podem estar associados a frases ou parágrafos do texto, conforme ilustra essa figura. O grupo “a)” está associado com as frases F1 e F5. O grupo “b)” com a frase F4, por exemplo. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 76 Esses grupos de conceitos podem ser independentes entre si, como os grupos “a)”, “b)” e “c)” que não possuem conceitos em comum. Os grupos também podem possuir uma relação de intersecção, como os grupos { “a)” e “e)” }, {“e)” e “b)” } e {“c)” e “d)”}. Um grupo pode estar contido dentro de outro grupo, como os grupos { “c)” e “d)” }, em que o grupo “d” está contido no grupo “c)”. A ocorrência ou não desses grupos de conceitos em frases do documento-texto contido na seção Apresentação da SC pode definir outras relações semânticas entre esses conceitos similares às descritas por Zampa e Lemaire (2000). Por exemplo, na Figura 3.4, a frase denominada F1 define relações semânticas entre alguns dos elementos do grupo “a)”. A frase denominada F2 define relações semânticas entre alguns elementos dos grupos “c)” e “d)”. A frase F3 define relacionamento semântico entre os elementos do grupo “d)”. A Figura 3.4 exemplifica e ilustra outros relacionamentos possı́veis entre conceitos e elementos do texto. Finalmente, o grupo “e)” não possui relacionamento semântico no documento-texto exemplificado. No documento-texto não existe frase ou parágrafo que relacione os elementos formadores desse grupo. O grupo “e)” representa um possı́vel relacionamento semântico entre alguns elementos do domı́nio realizado pelo autor da atividade instrucional. Nesse exemplo simbólico, o grupo “e)” não possui representação explı́cita no documentotexto. 3.3.4 CFT e a Seção Guia de Discussão A Figura 3.5a) representa cinco conceitos ou grupos de conceitos de um domı́nio ISKD fictı́cio. Esses conceitos ainda não possuem estrutura definida e são representados como CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 77 unidades isoladas, sem ligações, em um plano bidimensional de conceitos (C x C). Os elementos desse grupo podem ser estruturados, de acordo com o ponto de vista do autor da SC, conforme exemplifica a Figura 3.5b). Nesse exemplo, os conceitos 1, 2 e 3 são selecionados e associados em conjunção. Esse relacionamento pode ser representado no Guia de Discussão através de uma regra, conforme ilustra a Figura 3.5c). FIGURA 3.5 – Exemplo de cinco conceitos que podem ser estruturados e a sua correspondente representação através de Regra de Produção. Essa representação é denominada nesta pesquisa por Grafo da Teoria de Flexibilidade Cognitiva ou Cognitive Flexibility Theory Graph - “CFT-G” e cada regra poderia ser representada por um especı́fico CFT-G. A Figura 3.6 ilustra essa idéia. Nessa figura, três regras hipotéticas de um Guia de Discussão são representadas. A Regra 1, exemplificada por I(1, 2, 3), é representada graficamente por cı́rculos fechados para os elementos números 1, 2 e 3 e segmentos de reta ligando esses elementos. A Regra 2, exemplificada por I(2, 3, 4) ou I(1,5), é representada graficamente por cı́rculos fechados para os cinco elementos e segmentos de reta ligando os elementos 2, 3 e 4 e um outro segmento de reta independente ligando os elementos 1 e 5. A última regra, exemplificada por O(2, 3), os elementos 2 e 3 são representados por cı́rculos abertos e um segmento de reta conectando esses elementos. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 78 FIGURA 3.6 – Exemplo simbólico de representação através da CFT-G das Regras do Guia de Discussão. A METERI associada a cada regra permite que o autor da SC justifique o seu ponto de vista a respeito da estrutura representada no CFT-G. De acordo com o trabalho de Hong (1998), esses comentários resultam do resultado da análise individual ou conjunta dos elementos dessa estrutura, conforme exemplificado na Figura 2.5. 3.4 Pesquisas Realizadas com a SC A SC tem sido objeto de investigação de alguns estudiosos tais como Hodgson e Dill (1970), Egan (1976), Pugh (1977), Johnstone (1988), Chang (1994), Graham e Lambert (1998) e Bahar (1999), entre outros. Esses estudos estão agrupados nas categorias “estudo em grupo”, “estudo individual” e “avaliação”, de acordo com o relatado pela correspondente bibliografia. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 3.4.1 79 SC no Estudo em Grupo Graham e Lambert (1998) empregaram a SC como auxı́lio para atividades de treinamento quando os participantes deveriam trabalhar em grupo de forma cooperativa. Eles relatam que a vivacidade observada nas discussões das teses dos aprendizes durante a execução de atividades instrucionais elaboradas com a SC foi sempre acima do esperado. A função da Matriz de Resposta e dos Desafios foram comprovados como elementos estimuladores de discussão nos experimentos de Graham e Lambert. Chang (1994) investigou, através da execução de atividades instrucionais em grupo assı́ncronos, quatro estratégias cognitivas através da SC. Através de um ambiente computacional cooperativo desenvolvido para o seu experimento, as seguintes estratégias foram investigadas: • Justificar-Discutir - Nessa modalidade, após selecionar os elementos da Matriz de Resposta, cada aprendiz necessita justificar individualmente a escolha de cada elemento. Após essa ação, o aprendiz acessa as justificativas que os outros aprendizes tinham apresentado para cada item selecionado e tem oportunidade de contraargumentar. O aprendiz não tem acesso às METERIs armazenadas na Seção Discussão. • Justificar-METERI-Discutir - Nessa modalidade, a ação do aprendiz é muito similar à anterior. A única diferença consiste entre a primeira e segunda ação. Existe uma ação intermediária entre as ações de Justificar e Discutir. Nessa ação intermediária, o aprendiz tem acesso à METERI que o autor do exercı́cio havia preparado. • METERI-Discutir - Após selecionar os elementos da Matriz de Resposta, o aprendiz tem acesso à METERI armazenada na Seção Discussão e ele pode contribuir ou CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 80 omitir a sua opinião a respeito da METERI apresentada. Em seguida, ele tem acesso aos registros armazenados por outros alunos para a solução apresentada. • apenas METERI - Após selecionar os elementos da Matriz de Resposta, o aprendiz tem acesso à METERI armazenada na Seção Guia de Discussão. Pode-se constatar, no relato apresentado por Chang (1994), que o ambiente desenvolvido e denominado por Shell SC contempla e induz o aprendiz a analisar cada elemento da Matriz de Resposta de forma isolada. A interface gráfica do ambiente conduz o aprendiz a justificar separadamente cada elemento selecionado na Matriz Resposta. Ou seja, conforme descrito na Seção 2.1.6.1 deste documento e ilustrado na Figura 2.5, apenas o padrão ilustrado na Figura 2.5a) está disponı́vel no ambiente desenvolvido por Chang. Villalba e Romiszowski (2004) apresentam um ambiente de instrução que emprega a SC como cenário para as atividades de aprendizagem no ambiente Internet. Nesse ambiente, os próprios aprendizes justificavam a escolha dos elementos da Matriz de Resposta. Essa justificativa é armazenada de forma digital, podendo ser acessada por outro grupo de aprendizes. Um dos objetivos do estudo foi o de promover, em grupos pequenos, a discussão de quais elementos poderiam ser selecionados e registrar os motivos que levaram o grupo de aprendizes a essas escolhas. 3.4.2 SC no Estudo Individual Pugh (1977) realizou estudos com a SC no domı́nio da Antropologia. Nesses estudos, ele relata algumas dificuldades em elaborar os Desafios. De acordo com Pugh, o Desafio é difı́cil de compor e responder, e o professor necessita ser capaz de destacar conceitos e princı́pios do assunto em estudo. Ou seja, ele necessita possuir algumas das caracterı́sticas CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 81 de Independência de Domı́nio relatadas por Bahar (1999). Graham e Lambert (1998) utilizaram uma ferramenta de autoria multimı́dia para elaborar atividades instrucionais empregando a técnica da SC. A ferramenta de autoria utilizada não dispõe de mecanismos facilitadores para autoria ou execução da SC. As mensagens da seção Guia de Discussão permitiram o exercı́cio de reflexão por parte dos aprendizes, segundo os autores. O trabalho de Grahan e Lambert (1998) relata também que essas mensagens contribuı́ram para o sucesso da instrução, que tinha como objetivo o desenvolvimento da capacidade de selecionar discordâncias em cinco cenários propostos. Os trabalhos de Noronha, Galante e Fernandes (2005) e Noronha e Fernandes (2005b) apresentam algumas idéias de como integrar a SC com os ITSs para representar atividades instrucionais baseadas em ISPs. Nesses trabalhos, não são definidos mecanismos de acompanhamento do aprendiz durante o processo de solução de um Desafio, mas apenas o registro das soluções do aprendiz para os Desafios. Noronha (2005) e Noronha e Fernandes (2005a) descrevem um modelo e um processo de autoria de uma atividade instrucional com a SC, tendo como base algumas possı́veis dificuldades da sua autoria. 3.4.3 SC como Ferramenta de Avaliação Segundo Bahar (1999), professores da Universidade de Glasgow têm feito uso de algumas seções da SC como instrumento de avaliação do conhecimento do aprendiz. Bahar argumenta que uma das vantagens de se empregar a SC como ferramenta de avaliação é a redução do acerto da questão pela sorte ou “chute”. Johnstone (1988) e Johnstone e Ambusaidi (2001) asseveram que, através da Matriz CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 82 de Resposta, foi possı́vel testar, no domı́nio da Quı́mica, as seguintes habilidades em aprendizes: • Categorizar e profundar conceitos. • Seqüenciar idéias. • Descrição e definição de procedimentos. • Dedução e Inferências em vários nı́veis. • Identificação de padrões. • Composição objetiva. A pesquisa de Johnstone (1988) influenciou o trabalho de Durmus e Karakirik (2005). Eles apresentaram uma ferramenta computacional com a finalidade de realizar a avaliação de conhecimento tal como previamente descrito por Johnstone (1988). Noronha et al. (2004) apresentaram um aplicativo hipermı́dia que utiliza a SC como atividade de conclusão da atividade instrucional. 3.4.4 Resumo dos Relatos das Pesquisas Realizadas com a SC A pouca quantidade de relatos encontrados na literatura pesquisada, torna prematuro elaborar qualquer afirmação a respeito das vantagens ou desvantagens do uso da SC em comparação com outras técnicas instrucionais, embora o trabalho de Bahar (1999) tenha comparado a SC com as técnicas de “associação de palavras” e “mapas mentais”. Na literatura pesquisada, também não foi encontrado relato de possı́veis dificuldades especı́ficas enfrentadas pelos aprendizes utilizando a SC. Bahar (1999) identificou, através CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 83 de experimentos que empregaram a SC como técnica de avaliação, que aprendizes com caracterı́sticas de Independência de Domı́nio tiveram desempenho superior aos Dependentes de Domı́nio. Isso se deve, segundo Bahar, ao fato de que os aprendizes identificados como Independentes de Domı́nio possuem uma habilidade maior de selecionar elementos relevantes dos irrelevantes. Bahar ainda classificou os aprendizes em Convergentes e Divergentes com base nos trabalhos de Hudson (1966; 1968). Os aprendizes que foram classificados como Convergentes apresentaram diversas soluções distintas que convergiam a pontos especı́ficos do domı́nio. Aprendizes classificados como Divergentes exploravam diversos pontos do domı́nio em suas soluções, sem haver convergência para algum ponto em especı́fico. Os aprendizes com as caracterı́sticas de pensamento divergente tiveram notas superiores aos com estilo convergente. Ele conclui então que aprendizes divergentes tendem a ser Independentes de Domı́nio e os convergentes Dependentes de Domı́nio. Diante da ausência de relatos que apresentem dificuldades enfrentadas por aprendizes durante a execução de uma atividade instrucional SC, este trabalho considera que os aprendizes podem apresentar o comportamento Divergente e Convergente, observado por Bahar. 3.5 Prováveis Dificuldades de Execução da Atividade Instrucional com a SC Para descrever as prováveis dificuldades que um aprendiz pode enfrentar, há a necessidade de analisar o processo de solução do Desafio. A Tabela 3.1 destaca algumas dificuldades operacionais da SC. As Seções 3.5.1, 3.5.2 e 3.5.3 detalham respectivamente CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 84 essas dificuldades inferidas. TABELA 3.1 – Possı́veis dificuldades operacionais e de execução da SC. Dificuldades Conseqüências Operacionais Ausência de controle das METERIs apre• As regras do Guia de Discussão podem não abranger tosentadas ao aprendiz. das as soluções que o aprendiz pode apresentar, ou seja, configura-se ausência de METERI para uma solução do aprendiz. • Apresentar a mesma METERI para soluções diferentes. • Algumas METERIs não são apresentadas ao aprendiz. Dessa forma, o aprendiz deixa de analisar o problema sob alguns pontos de vista definidos pelo autor da SC. Ausência de mecanismo de seleção de Regras do Guia de Discussão. • Apesar do elevado grau de similaridade entre a solução do aprendiz e determinada regra do Guia de Discussão, essa regra pode não ser selecionada. Outra regra, baseada na omissão de elementos e não na inclusão de elementos, é selecionada, por exemplo. • Uma determinada solução poderia disparar diversas regras do Guia de Discussão. Cada uma dessas regras possui associada uma especı́fica METERI. A apresentação de diversas METERIs ao mesmo tempo poderia levar o aprendiz a uma sobrecarga de informações desconexas entre si. Ausência de linguagem para representação das regras do Guia de Discussão. • A ausência de uma linguagem de autoria das regras do Guia de Discussão pode ocasionar múltiplas interpretações de uma determinada regra. Apesar da SC ter um conjunto de regras definindo quando apresentar as METERIs na seção Guia de Discussão, essas regras analisam apenas a solução apresentada pelo aprendiz, desconsiderando as soluções anteriores, e quais METERIs ainda faltam ser lidas pelo aprendiz. Esse aspecto é inconsistente para o “correto” desenvolvimento de uma atividade instrucional com a SC. O “correto” desenvolvimento de uma atividade instrucional poderia CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 85 ocorrer quando a METERI, entre outros aspectos, possibilitar que o aprendiz: 1. Analise a sua solução. 2. Procure identificar ou explorar novas soluções do problema. 3. Continue interagindo com a atividade instrucional. 3.5.1 A Importância do Controle das Mensagens Textuais de Retorno de Interação Apresentadas ao Aprendiz Para ilustrar a importância do controle das METERIs, a Seção 3.5.1.1 simula uma possı́vel interação entre aprendiz e as regras do Guia de Discussão exemplificado na Figura 3.7. De maneira complementar, a Seção 3.5.1.2 apresenta o resultado de uma simulação computadorizada. Nessa simulação, apresenta-se ao RBS todas as possı́veis soluções ao Desafio e verifica-se quais e quantas regras são selecionadas. FIGURA 3.7 – Exemplo de regras do Guia de Discussão traduzido de (FYFE; WOODROW, 1969). 3.5.1.1 Estudo de Caso da Interação Aprendiz-SC Um determinado aprendiz, ao solucionar o Desafio ilustrado na Figura 3.7, por exemplo, poderia selecionar os seguintes elementos {1, 7, 9, 15} da Matriz de Resposta da Figura 3.8. Um sistema de casamento de padrões, ao analisar a solução do aprendiz e CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 86 FIGURA 3.8 – Exemplo de Matrix de Resposta traduzido de (FYFE; WOODROW, 1969). compará-la com as regras de sua base de conhecimento, conforme ilustrado na Figura 3.7, selecionará a regra número 3, “Se O(2, 3 ou 17) então leia a METERI C”. O nó “A” da Figura 3.9 ilustra essa interação. Vale notar que não foi definida regra alguma para a solução apresentada pelo aprendiz, a saber, {1, 7, 9, 15}. A METERI C a ser apresentada ao aprendiz provavelmente terá informações a respeito dos motivos que levariam o aprendiz a omitir os elementos {2, 3 ou 17}. Será que a METERI abordaria os assuntos relacionados com os elementos do conjunto da solução {1, 7, 9, 15} que foram selecionados pelo aprendiz? Provavelmente não. Ao ler a METERI C, o aprendiz pode ficar convencido que uma solução possı́vel seja composta apenas pelos elementos {2, 3, 17} ou que a sua solução necessita conter também esses três elementos. Ele poderia fornecer duas novas soluções, conforme ilustram respectivamente os nós C CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 87 e B da Figura 3.9. Se o aprendiz fornece uma nova solução em virtude da mensagem lida, qual o comportamento do sistema? Nessa nova solução, se o aprendiz adicionar os elementos {2, 3, 17} à sua solução anterior, a nova solução será a lista {1, 7, 9, 15, 2, 3, 17}. Ao comparar essa solução com o conjunto de regras da Figura 3.7, observa-se que nenhuma regra será selecionada, conforme ilustra o nó B da Figura 3.9. A ausência dessa regra é uma indeterminação para a SC. FIGURA 3.9 – Árvore de simulação da regra selecionada do Guia de Discussão em função da solução do aprendiz. Se o aprendiz substituiu a sua solução por uma nova solução formada apenas pelos elementos {2, 3, 17}, a regra número 2 da Figura 3.7 será selecionada, conforme ilustra o nó C da Figura 3.9. Essa regra trata da omissão dos seguintes elementos: {1, 4, 5, CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 88 6, 7, 8, 9, 10, 12, 14, 15 ou 16} e está associada à METERI B, conforme ilustrado na Figura 3.7. Novamente, supondo que ao ler a METERI B, o aprendiz esteja convencido da necessidade da seleção desses elementos, o aprendiz compõe uma nova solução com esses doze elementos, conforme ilustram os nós D e E da Figura 3.9. Qual o comportamento do sistema para essa solução? A regra a ser selecionada será novamente a regra número 3 ou não terá regra alguma conforme ilustram o nós E e D da Figura 3.9. O aprendiz, ao ler novamente a mesma mensagem, poderia concluir, a respeito da atividade instrucional: 1. A primeira solução ilustrada pelo nó A da Figura 3.9, apesar de ser diferente da última ilustrada pelo nó E dessa mesma figura, forneceu a mesma METERI; logo, os dois conjuntos de elementos selecionados são equivalentes. 2. Como o sistema forneceu a mesma mensagem, provavelmente ele não tem mais mensagem alguma para apresentar. 3. Se o sistema tiver uma nova mensagem que precisa ser lida, quais elementos eu devo selecionar? Esse exemplo ilustra uma outra questão importante do uso da SC. O autor da SC definiu 4 regras, mas apenas duas foram utilizadas na execução da atividade instrucional, as regras número 2 e 3. Ou seja, o aprendiz conseguiu ter aceso apenas a 50 % das METERIs armazenadas. Outro aspecto é a ausência de mecanismo de acompanhamento do aprendiz. A segunda vez que a Regra 3 foi selecionada, a mensagem não leva em consideração o histórico das soluções do aprendiz. A METERI é repetida por motivo de ausência de uma mensagem mais adequada. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 3.5.1.2 89 Estudo de Caso da Execução Automatizada de um Exercı́cio SC. O estudo de caso apresentado neste trabalho analisa a execução computadorizada de uma atividade instrucional com a SC. Nesse estudo, foi simulado um possı́vel aprendiz que fornece todas as soluções possı́veis ao Desafio do exercı́cio. Busca-se assim identificar: • Quantas vezes nenhuma, uma ou mais de uma regra foi selecionada para uma solução S qualquer. As Tabelas 3.3 e 3.5 resumem esses valores. • Quantas vezes cada regra foi selecionada para uma solução S qualquer. As Tabelas 3.2 e 3.4 resumem esses valores. Dois exemplos foram selecionados de forma aleatória para esse estudo de caso. O primeiro foi obtido em Fyfe e Woodrow (1969); o segundo é o Desafio número 1 da Atividade Instrucional SC “Mercadores Aventureiros” do Apêndice A. A Matriz de Resposta de cada uma dessas atividades contém 20 elementos. As regras do Guia de Discussão para o Desafio número 1 do primeiro exemplo é apresentada na Figura 3.7. O Guia de Discussão para o Desafio número 1 do segundo exemplo é apresentado na página 272. Um pequeno sistema computacional baseado em regras ou “Rule-Based System-RBS” foi desenvolvido. Na preparação dos dados para o experimento, uma pequena modificação foi feita nas regras do Guia de Discussão. Quando uma regra é formada pela conjunção de elementos, como por exemplo O(3 ou 8), essa regra foi decomposta em duas regras distintas O(3) e O(8). Essas modificações são apresentadas na Tabela 3.4. Logo, o Guia de Discussão que possui seis regras é detalhado e representado através de 9 regras, conforme ilustra a Tabela 3.4. CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 90 O resultado da simulação é apresentado nas Tabelas 3.2 e 3.3 para o Guia de Discussão da Figura 3.7 e nas Tabelas 3.4 e 3.5 para o Guia de Discussão da página 272. TABELA 3.2 – Quantidade de vezes que uma regra foi selecionada. Regra Ocorrências P(%) R1: I (13) 524287 49,99 R2: O (2,3,17) 131072 12,50 R3: I(2,3,11,18,19,20) 16383 1,56 R4: 256 2,44 e-02 O(1,4,5,6,7,8,9,10,12,14,15, 16) TABELA 3.3 – Quantidade de ocorrências simultâneas. Quantidade de Regras Sele- Ocorrências P(%) cionadas 0 450450 42,958 1 524270 49,998 2 73837 7,041 3 18 1,716e-03 4 0 0 R3: R4: R5: R6: TABELA 3.4 – Quantidade de vezes que uma regra é selecionada. Regra Ocorrências P(%) R1: I (4, 6) 262143 24,99 R2: I(11,18) 262143 24,99 O(3 ou 8) R3.1: O(3) 524288 50 R3.2: O(8) 524288 50 O(13 ou 20) R4.1: O(13) 524288 50 R4.2: O(20) 524288 50 O(5 ou 14) R5.1: O(5) 524288 50 R5.2: O(14) 524288 50 I <3 ou mais> (1,2,7,9,10,12,15,17,19) 991231 94,53 Como pode ser observado pelos dados tabulados nas Tabelas 3.3 e 3.5, existe uma quantidade de soluções que não permite o fornecimento de alguma METERI armazenada no Guia de Discussão, 450450 na Tabela 3.3 e 9207 na Tabela 3.5. De acordo com a última linha da Tabela 3.5, existe uma única solução que dispara todas as regras simultaneamente. Outro aspecto que pode ser observado nos dados tabulados refere-se à relação direta entre a quantidade de elementos da regra e a probabilidade de ela ser selecionada. Ou CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL TABELA 3.5 – Quantidade de ocorrências Quantidade de Regras Sele- Ocorrências cionadas 0 9207 1 61389 2 176016 3 282519 4 276486 5 168042 6 61544 7 12336 8 1035 9 1 91 simultâneas. P(%) 0,87 5,85 16,78 26,94 26,36 16,025 5,86 1,17 8,87e-02 9,536e-05 seja, por exemplo, a regra “R3.1 O(3)” é duas vezes mais provável de ser selecionada do que a “R1: I(4, 6)”, conforme apresenta a Tabela 3.4. 3.5.2 Seleção de Regras do Guia de Discussão Suponha um outro aprendiz, no exemplo da Seção 3.5.1.1, que selecionou os elementos {11,18, 19, 20} como solução do Desafio. A solução do aprendiz é muito similar à Regra 1, “Se I (2, 3, 11, 18, 19 ou 20) então leia a mensagem A”. Nessa solução, faltou apenas selecionar mais dois elementos para que a solução do aprendiz contivesse todos os elementos especificados pela Regra 1. Se o aprendiz selecionasse além dos elementos {11,18, 19, 20}, os elementos {2, 3}, a Regra 1 teria sido escolhida. Será que a Regra 1 não poderia ser apresentada ao aprendiz? Através da análise do conjunto de regras definido para o Desafio 1 da Figura 3.7, identificam-se outras duas regras candidatas para casar com a solução {11, 18, 19, 20} do aprendiz. Essas duas regras são a Regra 2 - O (1, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 14, 15 ou 16), e a Regra 3 - O (2, 3 ou 17). Qual das duas mensagens deve ser apresentada ao aprendiz ? Deve-se apresentar as duas mensagens? Se as mensagens forem contrastantes CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 92 ou inconsistentes entre si, qual seria o objetivo dessa mensagem resultante? Não seria mais próximo do comportamento de um professor real, analisar a resposta do aprendiz levando em consideração o histórico de soluções apresentadas e as regras que ainda não foram selecionadas? Voltando à origem da SC, como o professor poderia resolver essa questão? Um cenário possı́vel seria o professor, consultando o seu Guia de Discussão e perguntando à classe: quem inseriu os elementos {2, 3, 11, 18, 19 ou 20} na sua solução? Os aprendizes que apresentaram uma solução próxima, por exemplo {11, 18, 19, 20} se manifestariam informando a ausência dos elementos {2, 3} previstos na solução. O professor poderia apresentar a METERI referente à Regra 1 e, de forma complementar, destacar a importância ou não dos elementos {2, 3}. 3.5.3 As Regras do Guia de Discussão Estão Sujeitas a Múltiplas Interpretações As regras do Guia de Discussão podem ser representadas de diversas maneiras. Tipicamente elas são representadas conforme o seguinte exemplo: lado esquerdo lado direito z }| { z }| { “Se I(2, 3, 11, 18, 19 ou 20) então leia mensagem A”. A forma de representar o lado esquerdo da regra consiste em uma lista de números precedida da definição da função de inclusão ou omissão, como por exemplo: I( 2, 3, 11, 18, 19 ou 20). Cada número representa a posição do elemento na Matriz de Resposta. Esse tipo de representação pode fornecer múltiplas interpretações para o exemplo apresentado se ela contiver o operador “OU” mal representado. As seguintes interpretações CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 93 são possı́veis para o exemplo I( 2, 3, 11, 18, 19 ou 20) : • I(2,3,11,18,19) ou I(20)- Se a regra for interpretada dessa forma, a solução do aprendiz que incluir apenas o elemento número 20 da Matriz de Resposta é suficiente para disparar essa regra e ele terá acesso à mensagem textual associada a essa regra. • I(2,3,11,18) e I (19 ou 20)- Se a regra for interpretada dessa outra maneira, o aprendiz terá acesso à mensagem textual associada a regra apenas se a sua solução contiver os elementos {2, 3, 11, 18} e o elemento {19} ou {20}. Essas múltiplas interpretações podem não ter efeito algum durante a execução de uma atividade instrucional com a SC. Dependendo do caso, o efeito pode ser nocivo ao correto desenvolvimento da atividade instrucional. Por exemplo, se a METERI associada à regra faz referência direta aos elementos contidos na lista, apresentar essa mensagem sem que o aprendiz tenha selecionado todos os termos, poderia ocasionar a falta de credibilidade do aprendiz quanto à execução da atividade instrucional. 3.6 Convenção de Representação nas Regras do Guia de Discussão Este trabalho define a seguinte convenção de representação dos elementos listados em uma regra do Guia de Discussão: • Utilizar o sı́mbolo “ , ” para representar o operador “E”. Por exemplo, a regra I( 2 e 3) também pode ser representada por I( 2, 3). • Utilizar o sı́mbolo “ ; ” para representar o operador “OU”. Por exemplo, a regra CAPÍTULO 3. COMUNICAÇÃO ESTRUTURAL 94 I(2 ou 3) também pode ser representada por I(2; 3) e sempre será interpretada como duas regras distintas I(2) ou I(3). • Para regras que misturam os dois operadores serão interpretadas como regras distintas para o operador “OU”. Por exemplo, a regra “I( 2, 3, 11, 18, 19 ou 20)” é interpretada como ”I(2,3,11,18,19) ou I(20)”. 3.7 Conclusão A SC, conforme apresentada neste capı́tulo, vai muito além de um simples exercı́cio de questões de múltipla escolha aperfeiçoado. Apesar de algumas dificuldades investigadas e relatadas, essa técnica é promissora para o desenvolvimento de atividades instrucionais baseadas em ISPs. Além da revisão dos trabalhos relacionados com a SC, este capı́tulo contribui com: • A identificação de um conjunto de dificuldades que poderiam estar presentes durante a execução do exercı́cio SC. • O relacionamento entre a SC e a CFT. Apesar da CFT ser apontada como uma teoria para representação de ISPs em atividades instrucionais, não foi localizado outro trabalho que relacione essa teoria com alguma técnica instrucional. 4 Módulo do Domı́nio Este capı́tulo contribui com a pesquisa investigando como representar o domı́nio que não é estruturado. O capı́tulo foi estruturado com as seguintes seções: • A Seção 4.1 apresenta uma forma estruturada de representar algumas informações da atividade instrucional baseada na solução de problemas mal estruturados. • A Seção 4.2 apresenta as condições existenciais do modelo de representação de conhecimento. Após sua descrição, o modelo é testado de acordo com essas condições existencias. • Na Seção 4.3 apresenta-se um exemplo de como identificar a estrutura descrita na Seção 4.1. • Na Seção 4.4 descreve-se um exemplo de como criar um exercı́cio SC a partir da estrutura de representação do domı́nio apresentada na Seção 4.1. • Na Seção 4.5 descreve-se como os elementos da Matriz de Resposta podem ser adequadamente representados. • A Seção 4.6 descreve o Módulo Tradutor do Módulo do Domı́nio. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 96 • A Seção 4.7 descreve através, de diagrama em blocos, o Módulo do Domı́nio do SCAT. • Finalmente, a Seção 4.8 conclui o capı́tulo. • Além dessas seções, o Apêndice B complementa o capı́tulo através de um exemplo parcial de exercı́cio SC desenvolvido com um protótipo de ambiente computacional de pré-autoria. Esse protótipo foi desenvolvido com base no que foi apresentado nas Seções 4.1 e 4.4. 4.1 Informações da Prática de Definição de Atividades Instrucionais Com base no trabalho de Mager (1997), Noronha e Fernandes (2005b) propõem um modelo estruturado para representar ISKDs em uma atividade instrucional. A Figura 4.1 ilustra simbolicamente esse modelo. Os seguintes aspectos são considerados no trabalho de Noronha e Fernandes (2005b) e mantidos neste trabalho de pesquisa: • Toda atividade instrucional possui um Objetivo Instrucional ou “Instructional Objective” - IO. • O objetivo instrucional pode ser decomposto em Metas Instrucionais ou “Instructional Goal(s)” - IG(s). • Cada Meta Instrucional possui um Desafio associado a ela. • Cada IG possui um conjunto de palavras-chave ou conceitos relevantes relacionados. O conceito que pode ser classificado como relevante foi referenciado nesse trabalho CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 97 por KWK. FIGURA 4.1 – Modelo de representação do conhecimento (MRC). Seria esse modelo de representação do conhecimento válido para atividades instrucionais SC? Como o ISKD pode ser representado de forma estruturada em uma atividade instrucional SC? Para responder a essas indagações, a Seção 4.2 define duas condições existencias desse modelo. Essas duas condições são analisadas nas Seções 4.3 e 4.4. 4.2 Condições Existenciais do Modelo de Representação de Conhecimento Se o modelo de representação de conhecimento ilustrado simbolicamente na Figura 4.1 puder ser utilizado para representar o domı́nio da atividade instrucional SC, então este trabalho define duas condições existenciais desse modelo, conforme ilustra a Figura 4.2: 1. As informações da estrutura do modelo podem ser identificadas a partir da análise de um exercı́cio SC. A Figura 4.2a) ilustra essa condição. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 98 2. Uma atividade instrucional poderia ser desenvolvida a partir dessa estrutura. Essa condição é ilustrada na Figura 4.2b). Essas duas condições existenciais foram denominadas por este trabalho de Condições ou Estratégias de Teste. FIGURA 4.2 – Estratégias de teste do Modelo de Representação do Conhecimento. Para averiguar a veracidade da primeira condição, um dos exercı́cios apresentados em (EGAN, 1976) foi selecionado para análise. O Apêndice A apresenta uma cópia desse exercı́cio. A análise realizada no exemplo do Apêndice A tem como meta o prenchimento das informações definidas e estruturadas na Figura 4.1. A Subseção 4.3 descreve essa análise e os resultados obtidos. Para averiguar a segunda condição, um exemplo é criado a partir da estrutura ilustrada na Figura 4.1. A Subseção 4.4 apresenta e exemplifica o uso dessa estrutura como CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 99 mecanismo de auxı́lio na criação de uma atividade instrucional com a SC. 4.3 Identificação dos Elementos do Modelo de Representação do Conhecimento A definição do domı́nio do exemplo selecionado não foi especificado por Egan (1976) de forma clara. O domı́nio poderia ser a Economia ou História, por exemplo. Apesar disso, a análise realizada procurou identificar e inferir quais seriam as metas e o objetivo da atividade instrucional e quais poderiam ser as KWKs do domı́nio. A partir dessas informações, as relações entre as KWKs e os IGs foram identificadas de acordo com as regras do Guia de Discussão. A Figura 4.3 representa, através de diagrama de blocos, os passos formadores do procedimento de análise. Essa figura detalha os procedimentos a serem executados pelo bloco denominado Analisador da Figura 4.2a). Nessa análise, foram consideradas apenas as informações contidas nas seções Intenção, Desafio, Matriz de Resposta e Guia de Discussão dos exercı́cios SC do exemplo selecionado. Para essa análise foi considerado que: • A atividade instrucional tem um objetivo instrucional identificável e essa informação está contida na seção Intenção. • Os Desafios relacionam-se com o objetivo instrucional. Ou seja, cada Desafio está relacionado com uma única Meta Instrucional, conforme ilustrado na Figura 4.4. As Seções 4.3.1 a 4.3.4 apresentam e discutem os passos do procedimento de análise de uma atividade instrucional SC, conforme ilustrado na Figura 4.3. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO FIGURA 4.3 – Procedimento de análise de uma atividade instrucional SC. 100 CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 101 FIGURA 4.4 – Estrutura de Relacionamento entre Desafio - IG - IO da atividade instrucional. 4.3.1 Identificação de IO e IGs Considerando apenas os três primeiros Desafios do exercı́cio analisado, por redução de escopo, o resultado da análise desse exemplo identificou os seguintes valores para IO e IGs: IO: Explicar como o Comércio Inglês afetou e foi afetado pela economia da Inglaterra e da Europa. IG1: Apontar quais fatores contribuı́ram para a hegemonia da companhia inglesa na sociedade do século 16. IG2: Apontar alguns possı́veis fatores que poderiam ser utilizados para sustentar o argumento de que a companhia Mercadores Aventureiros nunca foi realmente aventureira. IG3: Explicar as causas do declı́nio das fortunas dos Mercadores Aventureiros durante a última metade do século. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 4.3.2 102 Identificação das KWKs Para essa análise, foi considerado que o domı́nio da atividade instrucional, mesmo sendo mal estruturado, pode ser delimitado por um conjunto finito de conceitos relevantes ou KWKs. Qualquer relacionamento que possa existir entre dois ou mais KWKs pode ser desconsiderado inicialmente. Por exemplo, toda e qualquer relação que possa existir entre conceitos tais como “roupas fora do tamanho” e “roupas”, é desconsiderado. O objetivo da análise é identificar, de forma subjetiva, quais conceitos contidos nos elementos formadores da Matriz de Resposta poderiam ser considerados relevantes para o domı́nio. A análise constituiu-se de uma leitura da seção Apresentação e dos elementos formadores da Matriz de Resposta da atividade instrucional do Apêndice A e em seguida, sem consulta alguma, listar quais são os conceitos que o leitor consegue lembrar-se da leitura. O resultado da análise, realizada pelo autor deste trabalho, traduzido para a lı́ngua portuguesa, está apresentado na Tabela 4.1. Face à subjetividade da análise realizada, esse conjunto não é completo, ou seja, outros elementos poderiam ter sido identificados. 4.3.3 Relacionamento KWK - Matriz de Resposta Cada KWK, listada na Tabela 4.1, pode estar relacionada ou não com um ou mais elementos formadores da Matriz de Resposta. A Tabela 4.3 apresenta o conjunto de KWKs e a sua ocorrência nos elementos formadores da Matriz de Resposta através do sı́mbolo “X”. Cada coluna da Tabela 4.3 está numerada de 1 a 20, para o exemplo considerado, correspondendo aos vinte elementos formadores da Matriz de Resposta. A tabela contém CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 103 TABELA 4.1 – Lista de algumas KWKs que podem ser encontradas na Matriz Resposta e na Seção Apresentação do exemplo analisado. KWK Conceito 1 Mercadores Aventureiros 2 quotas 3 roupas 4 governo, parlamento, reino 5 taxas, impostos 6 monopólio 7 Marinheiros Ingleses ( do original English Seamen) 8 controle 9 expedição arriscada 10 dinheiro, moeda 11 desvalorização 12 organizações comerciais estrangeiras 13 guerra 14 preço 15 benefı́cios, privilégio, proteção 16 expedições comerciais 17 Roupas fora do tamanho 18 comércio, mercado 19 Intercursus Magnus 20 incremento, aumento 21 América, estrangeiro FIGURA 4.5 – Exemplo de relacionamento entre KWKs e um elemento da Matriz de Resposta. 21 linhas numeradas. Cada linha numerada corresponde a um KWK especı́fica. A primeira linha é rotulada com o numero 1 e corresponde à KWK1 “Mercadores Aventureiros” apresentada na Tabela 4.1, por exemplo, e assim sucessivamente. Através dos dados representados na Tabela 4.3, pode-se representar cada elemento da CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 104 TABELA 4.2 – Matriz de Resposta traduzida. 1) O aumento, em algumas situações, do número de companhias que não eram bem vindas pela Sociedade e que ignoravam o monopólio dos Mercadores Aventureiros e comercializavam roupas com o Continente. 5) Henrique VIII desvalorizou a moeda 2) Marinheiros Ingleses desejavam boa sorte aos espanhóis na tarefa de localizar ouro e prata. 3) O Parlamento deu suporte ao clamor dos Mercadores Aventureiros para o controle das vendas de roupas no estrangeiro. 4)Dinheiro estava disponı́vel em Londres para apoiar expedições de risco. 6) Algumas organizações comerciais estrangeiras foram enfraquecidas. 8) Henrique VII negociou o “Intercursus Magnus”. 9) O monopólio dos Mercadores Aventureiros foi desfeito. 10) Alguns dos novos aventureiros comerciais conseguiram enormes financiamentos 14) A alta de preços afetou o Continente mais fortemente que a Inglaterra em primeiro lugar. 7) Comércio com o Continente foi interrompido pelas guerras religiosas, e a destruição dos espanhóis de Antwerp. 11) Os Mercadores Aventureiros introduziram o sistema de quotas. 15) Ações foram conduzidas para reparar o dano feito à moeda por Henrique VIII. 13) Em 1485, a taxa padrão das roupas era apenas 3% do valor da roupa. 17) A formação de companhias “jointstock” ofereceram uma nova forma de financiamento de expedições comerciais. 18) Os Mercadores Aventureiros continuamente apelaram para o Governo por proteção contra os competidores. 19) Tentando comercializar roupas fora do tamanho durante os anos de explosão, os Mercadores Aventureiros tiveram a sua reputação abalada. 12) Foram mercadores de fora do porto que primeiro comercializaram com a América. 16) Os Mercadores Aventureiros pagavam altos valores pelos privilégios que eram garantidos a eles pelo reino de Elisabeth I. 20) Os Mercadores Aventureiros desde cedo controlaram todas as roupas que passavam pelo porto de Londres. Matriz de Resposta por um grafo. Por exemplo, o primeiro elemento da Matriz de Resposta ilustrada na Tabela 4.2 poderia ser representado como um grafo de relacionamento entre as KWKs {1, 3, 6, 18 e 20} descritas na Tabela 4.1, conforme ilustra a Figura 4.5. O relacionamento “KWK x F”é especı́fico de cada atividade instrucional SC. O modelo de representação do conhecimento ilustrado na Figura 4.1 foi expandido, conforme ilustra simbolicamente a Figura 4.6. Nessa expansão, também representaram-se os possı́veis CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO TABELA 4.3 – 1 2 3 1 X X 2 3 X X 4 X 5 6 X 7 X 8 X 9 10 11 12 13 14 15 X 16 17 18 X 19 20 X 21 X 105 Relacionamento de KWKs com os elementos Fs da Matriz Resposta. 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 X X X X X X X X X X X X X X X X 20 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X relacionamentos entre os conhecimentos relevantes do domı́nio (KWKs) e os elementos da Matriz de Resposta (F). As informações contidas na Tabela 4.3 são úteis para determinar, a partir da análise das regras do Guia de Discussão, o relacionamento entre cada KWK e IG da atividade instrucional. Uma determinada regra, por exemplo “Se I(13) então ...” do Guia de Discussão do Desafio 1, está associada ao IG1; e as KWKs 3 e 14 relacionadas ao elemento número 13, estão, conseqüentemente, também associadas ao IG1. A coluna de rótulo “13” da Tabela 4.3 representa o elemento número 13 da Matriz Resposta. As KWKs 3 e 14 estão indicadas em destaque, nessa tabela. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 106 FIGURA 4.6 – Modelo Expandido de Representação do Conhecimento (MRC-X). 4.3.4 Relacionamento KWK - IG A análise dos dados apresentados na Tabela 4.3 e de cada Regra do Guia de Discussão para cada Desafio permitiu elaborar uma possı́vel estrutura conceitual do conjunto de regras de cada Desafio. Um elemento KWK é considerada “relacionada com um IG” se e somente se, houver alguma regra no Guia de Discussão que faça referência ao elemento da Matriz de Resposta (F). Por exemplo, KWK1 - “Mercadores Aventureiros” está relacionado com os seguintes elementos numerados da Matriz Resposta ilustrado na Tabela 4.2, entre outros: 11: Os Mercadores Aventureiros introduziram o conceito de... 18: Os Mercadores Aventureiros continuamente apelaram para o Governo ... CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 107 O Guia de Discussão desse exercı́cio está apresentado no Apêndice A. Nesse Guia, a regra número 2 “I(11, 18)”, do Desafio 1, relaciona KWK1 com o IG1. As regras número 3 “O(3, 18)” e 5 “O(11 ou 20)”, do Desafio 2, relacionam KWK1 com o IG2. As regras número 3 “O(11, 19)” e 6 “I[3 ou mais] (2, 3, 6, 8, 13, 14, 18, 20)”, do Desafio 3, relacionam o elemento KWK1 com o IG3. A Tabela 4.4 representa parcialmente os elementos da estrutura conceitual do domı́nio mal estruturado ilustrado na Figura 4.6. Nessa representação, por exemplo, o elemento KWK1 está relacionado com os elementos F {1, 3, 9, 11, 16, 18, 19, 20}. Através desses elementos Fs, KWK1 está associado com os IG1, IG2 e IG3. A Figura 4.7 ilustra parcialmente a estrutura idealizada por Noronha e Fernandes (2005b) para o exemplo obtido de Egan (1976). Algumas das KWKs foram omitidas dessa ilustração apenas por motivo de clareza da imagem. 4.4 Exemplo de Emprego do Modelo no Desenvolvimento de uma Atividade Instrucional SC. O uso da estrutura de representação do domı́nio ilustrada na Figura 4.6 está descrito nesta Seção. Para auxiliar no desenvolvimento desse texto, um autor fictı́cio foi considerado. Esse autor necessita criar uma atividade instrucional com a SC para o domı́nio de Leitura e Interpretação de Texto. Ele utiliza a estrutura ilustrada na Figura 4.1 como recurso de orientação para a autoria da atividade instrucional. O primeiro passo do autor foi identificar ou definir o objetivo (IO) e as metas instrucionais (IGs). Esse autor definiu para IO e IGs as seguintes informações: CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO FIGURA 4.7 – Exemplo parcial de representação do domı́nio. 108 CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO TABELA 4.4 – KWK Conceito 1 Mercadores Aventureiros 2 quotas ... ... 109 Relacionamentos entr KWKs, Fs, IGs F IG Regra {1, 3, 9, 11, 16, 18, 19, IG1 R2: I(11,18) 20 } R3:O(3; 18) R4:O(13; 20) R6:I{3/+} (1 ,2, 7, 9, 10, 12, 15, 16, 17, 19) IG2 R1: I(19) R3: O(3,18) R5: O(11; 20) R6: I{3/+} (1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 13, 15, 16, 17, 19) IG3 R2: I(5) R3:O{2/+}(1, 4, 10, 12, 17) R4:O(9;16) R6:I{3/+} (2, 3, 6, 8, 13, 14, 18, 20) { 11 } IG1 R2:I(11,18) IG2 R5: O(11; 20) IG3 R6: O(11, 19) ... ... ... IO: Desenvolver uma leitura crı́tica de um texto IG1: Identificar o problema abordado pelo texto. IG2: Identificar os aspectos principais do problema. IG3: Identificar a solução apresentada pelo autor. O segundo passo foi a definição da seção Apresentação. O conteúdo da seção Apresentação não está sendo analisado de forma profunda neste trabalho, nem a forma de apresentá-la, por isso, a seção Apresentação, nesse exemplo considerado, utilizará um texto jornalı́stico, por exemplo. O Apêndice B apresenta uma cópia do texto considerado nesse exemplo. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 110 O terceiro passo foi escolher quais elementos do domı́nio considerado podem compor o conjunto de KWKs. Face à ausência de metodologia para realizar tal tarefa, o autor poderia escolher alguns elementos para formar as KWKs a partir do texto da seção Apresentação. Em seguinda o autor definiu relacionamentos entre essas KWKs e as metas instrucionais IGs. A Tabela 4.5 exemplifica as KWKs escolhidas e os seus correspondentes IGs definidos. TABELA 4.5 – Lista as KWKs escolhidas por um autor fictı́cio e os IGs da atividade instrucional. KWK Conceito IGs associada 1 guerra IG1 2 favela IG1 3 médicos IG2 4 consumidor, usuário IG1, IG2, IG3 5 tráfico IG1 6 droga IG1 7 viciado IG1 8 opinião IG2 9 legalização IG3 O quinto passo foi identificar no texto da seção Apresentação, elementos que poderiam ser utilizados para compor a Matriz de Resposta. Para realizar tal feito, o autor poderia utilizar o modelo descrito por Noronha e Fernandes (2005a). Esse modelo descreve um processo automatizado denominado de Extractor of Keywords and Phrases EKP. Esse processo identifica e ordena, de forma automatizada, elementos contidos em um documento-texto de acordo com a sua “relevância”. Esse conceito de “relevância” utilizado está relacionado com a quantidade de KWKs, quantidade de IGs, entre outros motivos. A Matriz de Resposta com os elementos formados segundo esse modelo está ilustrada no Apêndice B. O Sexto passo foi criar as regras do Guia de Discussão. O modelo descrito por Noro- CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 111 nha (2005) poderia ser utilizado para a definição automática dessas regras. O modelo foi denominado de Discussion Guide Generator-DGG e ele, através de algoritmos especı́ficos, produz sugestões de regras do Guia de Discussão. As regras do Guia de Discussão representam a perı́cia do especialista ou definem situações do diálogo aprendiz-tutor. Noronha (2005) destaca que o resultado do processo descrito é apenas uma sugestão, um esboço, a partir do qual o autor pode aceitar, modificar, excluir ou inserir novas regras de acordo com a sua experiência ou perı́cia. Além das regras sugeridas, o modelo sugere o conteúdo das mensagens textuais de retorno de interação, conforme exemplificado em seguida: R1: “SE I(4; 1; 2; 3; 11) e O(8; 9; 7; 6; 24) ENTÃO ( ler o comentário a respeito do relacionamento entre os conceitos [Consumidor]->[Médicos])”. R2: “SE I(15, 16, 12) ENTÃO (ler o comentário a respeito do conceito [Viciado]) ”. Nessa representação, o separador “;” representa o operador “OU” entre dois elementos. O separador “,” representa o operador “E” entre dois elementos. O DGG não é capaz de gerar as mensagens, mas apenas indicar quais conceitos ou relacionamentos entre eles que as mensagens deveriam abordar em função dos elementos selecionados da Matriz de Resposta. O Sétimo passo consistiu em editar essas mensagens textuais de retorno de interação ou simplesmente, METERIs. Para essa tarefa, o autor poderia utilizar algumas das dicas fornecidas pelo DGG. Por exemplo na regra R1, a mensagem deveria tratar do relacionamento entre as KWKs “Consumidor” e “Médicos”. Definir a forma dessa mensagem não é objetivo deste trabalho de pesquisa. O Oitavo passo consistiu em, a partir das informações estruturadas de acordo com o CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 112 modelo ilustrado na Figura 4.1, criar ou editar os Desafios e a Seção Intenção da atividade instrucional com a SC. O Apêndice B apresenta os Desafios criados. A Figura 4.8 representa, de forma estruturada, os passos adotados para a autoria de uma atividade instrucional SC com o modelo de representação de domı́nio apresentado neste capı́tulo. Essa figura detalha os procedimentos representados no bloco “Ferramenta de Autoria” da Figura 4.2. A atividade instrucional produzida carece de avaliação. A ausência de metodologia para avaliar se uma atividade instrucional com a SC foi elaborada de forma correta ou se efetivamente atendeu às metas instrucionais, torna prematuro afirmar se o modelo de autoria descrito pode ser empregado efetivamente como modelo de procedimento de autoria. O modelo de representação de domı́nio, ilustrado na Figura 4.1, poderia ser utilizado como mecanismo de apoio à autoria de uma atividade instrucional com a SC, conforme apresentado nesta seção. Esse modelo e os mecanismos descritos por Noronha (2005) e Noronha e Fernandes (2005a) foram concebidos para serem recursos a serem utilizados por autores com pouco experiência na criação de atividades instrucionais com a SC. A Seção 4.3 apresentou como identificar, a partir de uma atividade instrucional com a SC, o modelo de representação do conhecimento. Essa seção apresentou, a partir do modelo de representação do conhecimento, como criar uma atividade instrucional com a SC. Com base no que foi apresentado nessas duas seções, pode-se considerar que o modelo de representação do conhecimento, ilustrado na Figura 4.1, pode ser usado para representar um domı́nio mal estruturado em uma atividade instrucional formatada com a SC. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 113 FIGURA 4.8 – Procedimentos para o uso do modelo de representação do conhecimento proposto na autoria de uma atividade instrucional SC. 4.5 Formas de Representar os Elementos da Matriz de Resposta Como representar os elementos da Matriz de Resposta em um formato que facilite a manipulação através de mecanismos automatizados é o objeto desta seção. Três formas CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 114 de representação são apresentadas, a saber: • A Seção 4.5.1 descreve como representar um conjunto de elementos através de uma expressão que represente os elementos do domı́nio ou KWKs que estão associados a esses elementos. • A Seção 4.5.2 descreve como representar um conjunto de elementos ordenados através de um vetor. Johnstone (1988) utilizou a ordem dos elementos como critério para valorar a solução do aprendiz. Essa representação vem de encontro às situações em que a ordem dos elementos é importante. • A Seção 4.5.3 descreve como representar um conjunto de elementos da Matriz de Resposta na forma binária. Essa representação foi utilizada na Seção 5.2.2 para o cálculo de similaridade entre dois objetos binários. Encerrando essas formas de representação, a Seção 4.6 apresenta um modelo formado de módulos que têm por objetivo traduzir uma lista de elementos para as três formas de representação descritas nas seções 4.5.1, 4.5.2 e 4.5.3. 4.5.1 Representação de Elementos da Matriz de Resposta através de Expressão de Conceitos Os elementos da Matriz de Resposta poderiam ser representados e interpretados como um conjunto de conceitos interrelacionados. Por exemplo, Egan (1976) apresenta, em um dos seus exemplos ilustrado no Apêndice A, os seguintes elementos “F” formadores da Matriz de Resposta, entre outros: F3: O Parlamento deu suporte ao clamor dos Mercadores Aventureiros para o controle CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 115 das vendas de roupas no extrangeiro. F11: Os Mercadores Aventureiros introduziram o conceito de “quotas”. F13: Em 1485, a taxa padrão das roupas era apenas 3 % do valor da roupa. F18: Os Mercadores Aventureiros continuamente apelaram para o Governo por proteção contra os competidores. F20: Os Mercadores Aventureiros desde cedo controlaram todas as roupas que passavam pelo porto de Londres. Considerando que o domı́nio desse exemplo poderia ser delimitado pelos seguintes conceitos ou grupos de conceitos, dentre outros: KWK1: Mercadores Aventureiros KWK2: quotas KWK3: roupas KWK4: Governo, Parlamento, Reinado KWK5: taxas, impostos As relações entre conceitos ou grupo de conceitos contidos em cada elemento da Matriz de Resposta, poderiam ser representadas por expressões de acordo com a ocorrência ou não de cada conceito definido no domı́nio. Essas expressões foram denominadas neste trabalho por Expressão de Conceitos. A F3 “O Parlamento deu suporte ao clamor dos Mercadores Aventureiros para o controle das vendas de roupas no extrangeiro.” poderia ser representada pela seguinte expressão de conceitos, por exemplo: CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 116 “F3 ={ 1.{Mercadores Aventureiros} + 0.{quotas} + 1.{roupas} + 1.{Governo, Parlamento, Reinado} + 0.{taxas, impostos}}” ou simplesmente “F 3EC = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5”. A expressão de conceitos representa com o valor “1” quando um conceito ou grupo de conceitos está presente e o valor “‘0” para a ausência desse conceito ou grupo. Os elementos considerados da Matriz de Resposta poderiam então ser representados pelas seguintes expressões: F 3EC = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 F 11EC = 1.KW K1 + 1.KW K2 + 0.KW K3 + 0.KW K4 + 0.KW K5 F 13EC = 0.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 0.KW K4 + 1.KW K5 F 18EC = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 0.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 F 20EC = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 0.KW K4 + 0.KW K5 Excluindo-se da representação os elementos cujo ı́ndice assume o valor zero, as expressões assumem a seguinte forma reduzida: F 3EC = 1.KW K1 + 1.KW K3 + 1.KW K4 F 11EC = 1.KW K1 + 1.KW K2 + 0.KW K4 F 13EC = 1.KW K3 + 1.KW K5 F 18EC = 1.KW K1 + 1.KW K4 F 20EC = 1.KW K1 + 1.KW K3 Como seria representada através da expressão de conceitos uma solução qualquer S? Utilizando o exemplo anterior, para descrever como seria a representação SEC , considerase a solução S formada pelos elementos { 3, 11, 13, 18 e 20 } da Matriz de Resposta. Conforme apresentado, cada um desses elementos pode ser representado por: CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 117 F 3EC = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 F 11EC = 1.KW K1 + 1.KW K2 + 0.KW K3 + 0.KW K4 + 0.KW K5 F 13EC = 0.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 0.KW K4 + 1.KW K5 F 18EC = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 0.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 F 20EC = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 0.KW K4 + 0.KW K5 A solução SEC é a conjunção dos ı́ndices das KWKs de cada elemento, ou seja: SEC = 4.KW K1 + 1.KW K2 + 3.KW K3 + 2.KW K4 + 1.KW K5 4.5.2 Representação de Elementos Selecionados da Matriz Resposta e da sua Ordem Através de um Vetor Conforme apresentado por Johnstone (1988), a solução do aprendiz poderia registrar também a ordem dos elementos. Essa situação aplica-se principalmente quando o aprendiz representa passos da descrição de um processo, por exemplo. Traduzir uma determinada lista de elementos apresentada como solução ou uma lista de números para um formato vetorial ordenado é o objeto desta seção. O mecanismo que realiza essa operação pode ser denominado de T radutor−> . O resultado dele é um vetor ordenado. Diferentemente da Expressão de Conceitos, nessa representação, a ordem dos elementos também é registrada. O tamanho desse vetor é definido pela quantidade m de elementos contidos na Matriz de Resposta, ou seja, é o tamanho dessa matriz. Cada posição desse vetor pode assumir os valores inteiros no intervalo [0 a m]. O valor 0 é atribuı́do à posição do elemento não-presente na solução S. O valor 1 é atribuı́do CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 118 à posição do primeiro elemento da lista S, o valor 2 para o segundo elemento e assim sucessivamente. Como exemplo, seja a solução S composta pela lista ordenada {2, 3, 7, 4, 9} para uma determinada Matriz de Resposta formada por 10 elementos. O mecanismo T radutor−> irá fornecer a seguinte lista: S−> = { 0 − 1 − 2 − 4 − 0 − 0 − 3 − 0 − 5 − 0 } . Essa lista inicia-se com o valor 0 (zero), representando que o primeiro elemento da Matriz de Resposta não foi selecionado, o segundo elemento da Matriz Resposta foi selecionado em primeiro lugar, sendo assim, a sua posição é representada pelo número 1, conforme ilustra a Figura 4.9. Prosseguindo com essa análise, pode-se identificar que o terceiro elemento foi selecionado em segundo lugar, que o sétimo elemento foi selecionado em terceiro lugar e assim sucessivamente conforme ilustra a Figura 4.9. A posição de cada elemento da solução S foi armazenada no vetor S−> . FIGURA 4.9 – Exemplo do uso do mecanismo T radutor(−>) na lista de elementos S. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 4.5.3 119 Representação Binária da Lista de Elementos Contidos em uma Regra ou Solução Outra forma de representar os elementos do lado esquerdo de uma tı́pica regra é a representação binária. Ou seja, representar os elementos do lado esquerdo de uma regra qualquer pode ser feito através de um vetor binário ordenado. Nesse vetor, a presença de um elemento da Matriz de Resposta pode assumir o valor “1” no vetor, e a ausência, o valor “0”. Por exemplo, a lista de elementos {2, 3, 11, 18, 19 , 20} de uma suposta Matriz de Resposta com 20 elementos, poderia ser representada vetorialmente por“01100000001000000111”. A lista de elementos {1, 2, 3}, outro exemplo na mesma Matriz de Resposta, pode ser representada vetorialmente por “11100000000000000000”. O mecanismo que realiza essa operação é denominado de T radutor01 .Representar vetorialmente uma lista de elementos tem sido utilizado em diversos relatos de pesquisa em Informática aplicada à Educação. Por exemplo Noronha et al. (2003) classificou os aprendizes em grupos, de acordo com as respostas apresentadas por eles a questionários de auto-avaliação. Apesar desse tipo de representação ser propı́cia para ser manipulada computacionalmente, ela não permite representar explicitamente o operador “OU” nem a função “incluiu <n> ou mais”. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 4.5.4 120 Quando utilizar cada uma das representações SEC , S−> e S01 Uma determinada solução S pode ser representada de três maneiras. Cada uma dessas maneiras possui uma finalidade especı́fica, a saber: • Expressão de Conceitos - SEC A representação SEC registra quais elementos do domı́nio estão sendo associados na solução S. O ı́ndice de cada elemento KWK dessa expressão permite identificar a intensidade do uso desse elemento. Por exemplo, conforme exemplificado, SEC poderia assumir os seguintes valores: SEC = 4.KW K1 + 1.KW K2 + 3.KW K3 + 2.KW K4+1.KW K5. A análise dos ı́ndices dessa expressão indicam que o elemento KWK1 foi mais utilizado que os outros elementos. Ou seja, que essa solução converge para esse elemento. Conforme apresentado no Capı́tulo 6, a SEC é utilizada como indicador de Convergência ou Divergência da solução apresentada. • Vetor Ordenado - S−> A representação S−> registra qual a posição dos elementos da Matriz de Resposta na solução. O emprego da SC como ferramenta para o aprendiz descrever processos está apresentado em Egan (1976) e Johnstone (1988). Nesses trabalhos, além de selecionar os elementos da Matriz de Resposta, esses elementos deveriam também ser ordenados. Com esses dois passos, o aprendiz é capaz de descrever e ordenar os passos que definem um processo. Logo, a ordem dos elementos, nesse caso, é importante. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 121 Essa representação deve ser utilizada quando a ordem dos elementos selecionados for importante para a seleção da METERI. Os exemplos de exercı́cios SC selecionados neste trabalho de pesquisa não abordam esse tipo de problema. Logo, essa forma de representação não foi investigada de forma profunda, nem foi empregada nos próximos capı́tulos. • Representação Binária - S01 A representação S01 registra quais elementos da Matriz de Resposta foram selecionados e omitidos da solução S. O Capı́tulo 5 emprega essa representação como mecanismo de identificação de qual METERI deverá ser selecionada em resposta a uma possı́vel solução apresentada. Nesse contexto, busca-se por identificar qual regra mais se aproxima, em termos de elementos selecionados, da solução S. 4.6 Módulo Tradutor O módulo Tradutor tem a função de traduzir um conjunto de elementos, representados por números, para três formatos a saber: • Representação Binária S01 - Conforme apresentado na Seção 4.5.3, o conjunto de elementos poderia ser representado através de um vetor de tamanho fixo, em que a ausência de um elemento corresponde ao valor “0” (zero) e a presença de um elemento ao valor “1” (um). Essa representação é utilizada para o cálculo da similaridade e dissimilaridade entre a solução apresentada e cada regra do Guia de Discussão e possibilitar a identificação, de acordo com esse valor calculado, das regras mais próximas da solução apresentada. Esse cálculo está descrito na Seção 5.2.2. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 122 • Representação Vetorial Ordenada S−> - Conforme apresentado na Seção 4.5.2, a solução poderia ser representada na forma de vetor, em que o valor de cada posição corresponde à ordem desse elemento na solução. Se o elemento não foi selecionado, ele recebe o valor “0” (zero). Essa representação é utilizada para comparação com as regras que possuam a informação da ordem dos elementos, ou seja, os elementos necessitam ser apresentados em uma determinada ordem definida pelo autor. • Expressão de Conceitos SEC - Conforme apresentado na Seção 4.5.1, o conjunto de elementos da Matriz de Resposta poderia ser representado através de uma expressão denominada de Expressão de Conceitos. Essa expressão registra a presença ou não de alguns elementos relevantes do domı́nio ou KWKs que foram definidos pelo autor da atividade instrucional. O módulo Tradutor é simplesmente composto de três módulos que executam separadamente e em paralelo as três traduções apresentadas, fornecendo valores para SEC , S01 e S−> , conforme ilustrado na Figura 4.10. FIGURA 4.10 – Módulo Tradutor de Solução Exemplo Ilustrativo de Execução do Tradutor. Considera-se o exemplo de exercı́cio SC contido no Apêndice A para o exemplo de execução do Módulo Tradutor ilustrado na Figura 4.10. Nesse exemplo, um aprendiz CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 123 fictı́cio ao solucionar o Desafio número 1, poderia fornecer uma solução formada pelos elementos “3, 4, 6, 11, 12, 17” da Matriz de Resposta. Essa solução é encaminhada ao módulo Tradutor que irá fornecer, de acordo com o descrito nas Seções 4.5.3, 4.5.1 e 4.5.2, e com os dados registrados na Tabela 4.3, as seguintes traduções: SEC = 2.KW K1 + 1.KW K2 + 1.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 + 0.KW K6 + 0.KW K7 + 1.KW K8 + 1.KW K9 + 1.KW K10 + 1.KW K12 + 1.KW K15 + 2.KW K16 + 0.KW K17 + 1.KW K18 + 0.KW K19 + 0.KW K20 + 1.KW K21 S−> = 00120300004500006000 S01 = 00110100001100001000 O valor de SEC é obtido através das informações apresentadas na Tabela 4.3. Os elementos (F) “3, 4, 6, 11, 12, 17” da Matriz de Resposta, traduzidos para a forma compacta da expressão conceitos forneceriam as seguintes informações: F Expressão de Conceitos 3 KWK1 + KWK3 + KWK4 + KWK8 + KWK15 4 KWK9 + KWK11 + KWK16 6 KWK12 11 KWK1 + KWK2 12 KWK18 + KWK21 17 KWK16 A expressão de conceitos para a solução apresentada é formada de acordo com a conjunção dos elementos formadores da solução SEC = F 3EC + F 4EC + F 6EC + F 11EC1 + F 12EC + F 17EC , conforme descrito na Seção 4.5.1. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 4.7 124 O Módulo do Domı́nio do SCAT. O que é descrito neste capı́tulo é representado no SCAT através do Módulo do Domı́nio, conforme ilustra a Figura 4.11. Nesse contexto, a Figura 1.1 foi modificada para representar em diagrama em blocos: • O repositório do domı́nio que armazena por IO, IGs, KWKs e Fs e seus interrelacionamentos. • O Gerente (IO, IG, KWK, F). Esse gerente tem a função de representar, armazenar e consultar as informações IO, IG, KWK, F e dos seus inter-relacionamentos. Além dessas informações, esse gerente registra e consulta as informações ilustradas nas Tabelas 4.1 e 4.3. Esse módulo não foi detalhado neste trabalho de pesquisa. A representação utilizada é a de grafos, conforme ilustra simbolicamente a Figura 4.6. • Tradutor. Módulo descrito na Seção 4.6. FIGURA 4.11 – Módulo do Domı́nio do Modelo SCAT. CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 4.8 125 Conclusão Este capı́tulo apresentou um modelo de representação do conhecimento mal estruturado em atividades instrucionais. Esse modelo está ilustrado na Figura 4.1 e expandido para o seu uso com a SC na Figura 4.6. O modelo foi utilizado em duas situações, a saber: 1. Como mecanismo de identificação de elementos relevantes, metas instrucionais e objetivo. 2. Como mecanismo de auxı́lio à autoria de uma atividade instrucional SC. A análise realizada na primeira situação forneceu um conjunto de informações aceitáveis para o modelo. No contexto desta pesquisa, o problema de como identificar o objetivo instrucional, as suas metas e os conceitos relevantes é mal estruturado. Outras soluções poderiam ter sido identificadas e todas elas serem válidas para o modelo. O uso do modelo ilustrado pela Figura 4.1, como mecanismo de auxı́lio à autoria, fornece indı́cios adicionais de que esse modelo pode ser utilizado para representar o domı́nio em atividades instrucionais formatadas com a SC. Diante do que foi apresentado, a questão “como representar de forma estruturada o domı́nio pouco estruturado em atividades instrucionais” foi respondida pelo modelo ilustrado na Figura 4.6. A redução do ISKD a um conjunto de elementos relevantes ou KWKs, permite que o domı́nio possa ser representado através de grafos. A redução do conteúdo das Seções Apresentação e Matriz de Resposta a um conjunto de nós, permite também, que o Guia de Discussão possa ser modificado para analisar a composição da solução do aprendiz em dois nı́veis, a saber: CAPÍTULO 4. MÓDULO DO DOMÍNIO 126 • Concreto: Quais elementos da Matriz de Resposta foram selecionados ou foram omitidos da solução do aprendiz. • Abstrato: Quais conceitos ou grupos de conceitos o aprendiz está relacionando. No nı́vel Abstrato, a SC pode ser visualizada como um ambiente onde o aprendiz associa conjuntos de conceitos representando novas soluções. Nesse contexto, o aprendiz assume o papel de investigador. Ele investiga qual o efeito, observado através da METERI apresentada, que uma relação entre KWKs poderia ter no ambiente ou contexto da atividade instrucional. Para esse tipo de análise, os elementos da Matriz de Resposta podem ser representados através da Expressão de Conceitos, conforme apresentada na Seção 4.5.1 deste documento. A solução do aprendiz pode ser analisada não apenas no nı́vel Concreto, mas também no nı́vel Abstrato. 5 Módulo do Especialista A estrutura, as caracterı́sticas e como comparar as regras do Guia de Discussão com uma possı́vel lista de elementos selecionados da Matriz de Resposta é o objeto de estudo deste capı́tulo. Através desse objeto, o Módulo do Especialista, ilustrado na Figura 1.1, foi desenvolvido. Este capı́tulo está estruturado da seguinte forma: • Na Seção 5.1 descrevem-se as possı́veis relações entre uma solução qualquer de um aprendiz e as regras do Guia de Discussão de uma atividade instrucional SC. • Após a descrição dessas possı́veis relações, na Seção 5.2 apresenta-se como uma possı́vel solução S pode ser comparada com as regras do Guia de Discussão. • Na Seção 5.3 apresentam-se as caracterı́sticas que poderiam ser identificadas nessas regras. • Na Seção 5.4 descrevem-se algumas possı́veis estratégias de seleção dessas regras. • Na Seção 5.5 mostra-se como o conteúdo de uma METERI poderia influenciar nessas estratégias. • A forma utilizada para representar as Regras do Guia de Discussão está apresentada na Seção 5.6. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 128 • O Módulo do Especialista está descrito na Seção 5.7. • A Seção 5.8 conclui o capı́tulo. 5.1 Relações Possı́veis entre Regra do Guia de Discussão e Solução do Aprendiz Na SC, o autor ou especialista do domı́nio é capaz de registrar textualmente a sua opinião a respeito das possı́veis soluções, ou parte delas, a um Desafio. A Seção Guia de Discussão de uma atividade instrucional com a SC possibilita que, através de regras do tipo “se... então...”, o conhecimento do autor ou especialista seja registrado de forma estruturada. Nesse paradigma, o conhecimento do autor ou do especialista é fracionado em unidades independentes. Essa estrutura é dividida em duas partes ou lados conforme o exemplo: Lado Esquerdo (Rj ): Requisito primordial. “Se z }| { I(2, 3, 11, 18, 19, 20) Lado Direito (Aj ): Apresentar a seguinte M ET ERI. então z }| { leia mensagem A ” Cada uma das partes dessa estrutura possui o papel de registrar o seguinte: 1. Qual conhecimento deverá ser apresentado - Lado Direito (Aj ). 2. Qual o requisito primordial para essa ação - Lado Esquerdo (Rj ). A Figura 5.1 ilustra e exemplifica simbolicamente o universo de relações possı́veis entre as regras do Guia de Discussão e uma solução qualquer do aprendiz. A Figura 5.1a) representa simbolicamente, através de cı́rculos, o relacionamento existente entre o lado esquerdo Rj de uma regra e o lado direito Aj . Nessa representação, Aj consiste na atividade de apresentar a METERI associada a regra Rj . CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 129 FIGURA 5.1 – Exemplo simbólico das possı́veis relações entre a solução do aprendiz e a regra da Guia de Discussão. A Figura 5.1b) ilustra os casos em que a solução “S” do aprendiz satisfaz ao requisito Rj definido pela regra. Por exemplo, uma determinada regra especifica “Incluiu os elementos (4, 6)” e a solução do aprendiz está formada pelos elementos {4, 6, 8, 11}. Nesse caso, a solução do aprendiz apresenta os elementos que foram definidos pela regra, os elementos {4, 6}. De acordo com o apresentado por Egan (1976), quando descreve a execução de um exercı́cio SC, a METERI associada a essa regra poderia ser apresentada ao aprendiz. A Figura 5.1c) ilustra os casos em que a solução do aprendiz atende parcialmente aos requisitos definidos pela regra. Por exemplo, uma determinada regra especifica “Incluiu os elementos (4, 6, 8, 9)” e a solução “S” está composta apenas pelos elementos {4, 6, 8}. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 130 Nesse caso, a solução do aprendiz carece da inclusão do elemento {9} para atender ao requisito primordial definido pelo autor da regra. Na Figura 5.1d), a solução “S” contém alguns dos elementos definidos na regra e outros que não constam nela. Por exemplo, uma regra especı́fica “Incluiu os elementos ( 4, 6, 8, 9 )” e a solução “S” está formada pelos elementos {2, 3, 4, 6}. Essa solução apresenta alguns dos elementos listados na regra, os elementos {4 e 6}. Além desses elementos, a solução do aprendiz possui alguns elementos não previstos na regra, a saber o par {2, 3}. A Regra especifica ainda a necessidade dos elementos {6 , 9} que não estão contidos em “S”. Na Figura 5.1e), a solução “S” não contém nenhum elemento definido por nenhuma regra do Guia de Discussão. O aprendiz apresentou uma solução que não foi prevista pelo autor do exercı́cio. Na Figura 5.1f) a solução “S” contém elementos definidos em mais de uma regra do Guia de Discussão. Por exemplo, o aprendiz selecionou todos os elementos da Matriz de Resposta. Nesse caso, todas as regras de inclusão têm os seus requisitos primordias atendidos pela solução. Nos casos ilustrados pelas Figuras 5.1c), d) e e), a solução do aprendiz não satisfaz completamente aos requisitos primordiais definidos pelo autor. A solução “S” satisfaz parcialmente ou não satisfaz às regras do Guia de Discussão definidas pelo autor e ilustradas simbolicamente na Figura 5.1a). Em resumo, a comparação entre a solução do aprendiz “S” e uma regra qualquer “R” do Guia de Discussão, poderia fornecer como resultado o seguinte: 1. R ∩ S 6= φ. S e R possuem alguns elementos em comum. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 131 (a) R ≡ S. S e R apresentam os mesmos elementos, sem exceção. (b) R ⊂ S. Todos os elementos de R estão contidos em S. S possui alguns elementos que não estão contidos em R. A Figura 5.1b) ilustra simbolicamente essa condição. (c) S ⊂ R. Todos os elementos de S estão contidos em R. R possui alguns elementos que não estão contidos em S. A Figura 5.1c) ilustra simbolicamente essa condição. (d) R 6⊂ S e S 6⊂ R. R e S possuem alguns elementos em comum e alguns elementos distintos. A Figura 5.1d) ilustra simbolicamente essa condição. 2. R ∩ S = φ. S e R não possuem elementos em comum. A Figura 5.1e) ilustra simbolicamente essa condição. Tipicamente, sistemas de casamento de padrão, tal como o Eliza relatado por Rich e Knight (1991), utilizam uma regra “caso contrário” que fornece uma mensagem genérica quando nenhuma regra casa com a solução apresentada. Durante a execução simulada de uma atividade instrucional SC, Noronha e Fernandes (2006a) relatam que a quantidade de soluções sem regra associada pode ser elevada, de modo que isso poderia acarretar uma excessiva exposição dessa mensagem. Haveria uma outra solução para os sistemas de casamento de padrão? CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 5.2 132 Como Comparar as Regras do Guia de Discussão com uma Possı́vel Solução As próximas subseções investigam como essas regras poderiam ser interpretadas para os casos ilustrados simbolicamente pela Figura 5.1. Um desenvolvedor de ITS poderia utilizar um sistema especialista para registrar as informações da seção Guia de Discussão e executar o exercı́cio, tal como feito por Noronha et al. (2004). Para a situação ilustrada simbolicamente na Figura 5.1b), o uso de um mecanismo de casamento de padrões poderia ser indicado. Para as outras situações ilustradas nas Figuras 5.1b), c), d) e e) esse mecanismo não selecionaria regra alguma pois os requisitos da regra não foram atendidos pela solução do aprendiz. Neste trabalho, utilizou-se um paradigma diferente: o emprego do conceito de proximidade ou similaridade entre objetos binários como mecanismo de identificação de regra. A Seção 5.2.1 faz referência ao trabalho de Johnstone (1988) como mecanismo identificador de quais regras poderiam ser consideradas próximas de uma solução qualquer de um aprendiz. A Seção 5.2.2 apresenta outras diversas fórmulas que poderiam ser usadas para o cálculo da proximidade entre dois vetores. 5.2.1 O Conceito de Proximidade de Johnstone para Identificar Regras no Guia de Discussão O conceito de proximidade entre dois vetores foi inicialmente empregado por Johnstone (1988) como forma de calcular uma nota para a solução do aprendiz. Nesse contexto, a SC foi utilizada como ferramenta de avaliação do conhecimento do aprendiz. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 133 O professor elege um conjunto de elementos da Matriz Resposta como solução correta ou gabarito (JOHNSTONE, 1988). Esses elementos são denominados de “Elementos Relevantes”. A solução do aprendiz é comparada com esse gabarito e um valor numérico é fornecido de acordo com os elementos selecionados. A nota do aprendiz é incrementada positivamente sempre que a sua solução apresentar um elemento definido no conjunto de “Elementos Relevantes”. A nota é decrementada sempre que a solução apresentar um elemento não definido no conjunto dos “Elementos Relevantes”. A Seção 5.2.1.1 apresenta um exemplo de cálculo dessa nota. O trabalho de Johnstone foi adaptado a um novo contexto. A solução do aprendiz não será mais comparada com a suposta solução correta do professor. A solução do aprendiz será comparada com cada regra de inclusão e omissão do Guia de Discussão. O resultado dessa comparação será um valor numérico. O conjunto de regras do Guia de Discussão assume a função de ser um conjunto de gabaritos e o que se busca é identificar qual o gabarito mais próximo da solução do aprendiz. A Figura 5.2 ilustra esse paradigma de seleção. Seja um Guia de Discussão composto pelas regras R1, R2, R3, ... Rn, por exemplo. A proximidade P , definida entre qualquer solução apresentada pelo aprendiz S e as regras contidas na Guia de Discussão, informa o quanto S aproxima-se de cada regra. Estar próximo, nesse contexto, está relacionado com a quantidade de elementos que são comuns entre a solução S e uma regra qualquer Rn. Diferentemente de sistemas de casamento de padrões, uma regra não necessita conter todos os elementos da solução para que ela seja selecionada; basta estar próxima o suficiente da solução do aprendiz. Ou seja, possuir o maior valor de P . A Seção 5.2.1.1 descreve como a proximidade P pode ser calculada entre uma solução CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 134 FIGURA 5.2 – Representação do universo de Regras do Guia de Discussão e da solução “S” do aprendiz.) “S” e uma regra de inclusão. O trabalho de Johnstone não faz referência à utilização de gabaritos de omissão de elementos. As adaptações do modelo de Johnstone para a comparação entre a solução “S” e uma regra de omissão estão descritas na Seção 5.2.1.2. A Seção 5.2.1.3 discute as caracterı́sticas do modelo de Johnstone nesse novo contexto de utilização. 5.2.1.1 Cálculo da pontuação para situações de inclusão de elementos Johnstone empregou a SC como mecanismo de avaliação somativa. A pontuação P da solução é calculada pela expressão matemática apresentada na Equação 5.1. Nessa equação, a solução do aprendiz é comparada com a solução de referência e um valor numérico é atribuı́do. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA N r. Elementos Relevantes Escolhidos ) N r. Elementos Relevantes Def inidos na Regra N r. Elementos Irrelevantes Escolhidos − ( ) N r. Elementos Irrelevantes Disponives na M atriz 135 P = ( (5.1) Onde: • “N r. Elementos Relevantes Def inidos na Regra” é a quantidade de elementos que foram definidos na solução de referência. Por exemplo: A regra “I(1, 5)” possui N r. Elementos Relevantes Def inidos na regra = 2. A regra “I(1, 4, 5, 7, 8)” possui N r.ElementosRelevantesDef inidosnaregra = 5. A regra “I(9)” possui N r. Elementos Relevantes Def inidos na regra = 1. • “N r.ElementosIrrelevantesDisponveisnaM atriz”é a quantidade de elementos da Matriz de Resposta reduzida da quantidade de Elementos Relevantes Definidos na regra. Por exemplo, para uma tı́pica Matriz de Resposta com 20 elementos, teremos para cada um dos elementos exemplificados anteriormente: A regra “I(1, 5)” possui N r. Elementos Irrelevantes Disponveis na matriz = 20 − 2 = 18. A regra“I(1, 4, 5, 7, 8)”possui N r.ElementosIrrelevantesDisponvesnamatriz = 20 − 5 = 15. A regra “I(9)” possui N r. Elementos Irrelevantes Disponiveis na matriz := 20 − 1 = 19. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 136 • N r. Elementos Relevantes Escolhidos corresponde à quantidade de Elementos Relevantes Definidos na regra e que também estão presentes na solução “S”. • N r. Elementos Irrelevantes Escolhidos corresponde à quantidade de Elementos Irrelevantes Disponı́veis na matriz que também estão presentes na solução “S”. A expressão matemática da Equação 5.1 permite pontuar a resposta do aprendiz entre os intervalos [-1, + 1]. O valor [+1] indica que a solução do aprendiz contém todos os elementos previstos no gabarito e nenhum elemento diferente desses foi selecionado. O valor [-1] indica que a solução do aprendiz contém todos os elementos não previstos no gabarito e nenhum elemento diferente desses foi selecionado. 5.2.1.2 Cálculo da Pontuação para Situações de Omissão de Elementos O trabalho de Johnstone (1988) não define como comparar uma possı́vel solução do aprendiz com um gabarito de omissão. A solução adotada neste trabalho, nesse caso, foi identificar quais elementos foram omitidos da solução do aprendiz. Esses elementos omitidos formam uma nova interpretação da solução. A solução não é mais uma lista de elementos selecionados e sim de elementos omitidos. Os elementos selecionados assumem o valor “0” e os valores omitidos o valor “1”. Por exemplo, se uma solução for formada apenas pelo décimo elemento de uma matriz com 10 elementos. Essa solução pode ser representada por S = 0000000001 e o inverso da solução pelo valor S̄ = 1111111110. Essa modificação na interpretação da solução “S” do aprendiz foi denominada neste trabalho de inverso da solução ou solução invertida e representada por “ S̄ ”. O inverso da solução é comparado com os gabaritos que tratam da omissão de elementos e a nota também é calculada pela Equação 5.1, onde troca-se escolhido por omitido. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 5.2.1.3 137 Algumas caracterı́sticas do modelo de Johnstone Johnstone (1988), ao definir a Equação 5.1 para fornecer um valor numérico para a solução do aprendiz, não previu o seu uso como mecanismo identificador de regra do Guia de Discussão. A adaptação dessa equação como mecanismo identificador de regra apresenta os seguintes aspectos limitantes: • Não é homogênea- A comparação entre S ou S̄ e uma regra qualquer R representado neste trabalho por “S ? R” ou “S̄ ? R” fornece um valor numérico diferente se a comparação for feita no sentido inverso, ou seja “R ? S” ou “R ? S̄”. • Limitada a operadores “E”- A equação não prevê uma fórmula para calcular um valor se a regra for composta pelo operador “OU”. • Preferência por regras menores- Regras com pouca quantidade de elementos tendem a fornecer valores maiores para P. Se duas regras com quantidade de elementos diferentes forem comparadas com uma solução S qualquer e elas estiverem contidas na solução do aprendiz, a regra com a quantidade de elementos menor fornecerá um valor maior para P . A limitação do operador “E” não é especı́fica desse modelo de Johnstone. Outros modelos também apresentam essa caracterı́stica, conforme apresentado na Seção 5.2.2. 5.2.2 Outras Formas de Calcular a Proximidade O matemático e pesquisador Luke (2006) apresenta uma lista dos principais métodos de cálculo da similaridade ou proximidade e “dissimilaridade” ou distância entre dois vetores. Nos métodos apresentados, os dois vetores são binários e devem ter o mesmo tamanho. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 138 Esses dois dois vetores binários, denominados por Objetoi e Objetoj , correspondem respectivamente à solução do aprendiz e à regra do Guia de Discussão, conforme ilustrado na Tabela 5.1. Cada um desses objetos correspondem a uma seqüência de “0” ou “1”, conforme exemplificado na terceira coluna da Tabela 5.1. TABELA 5.1 – Relação entre o conjunto {Objetoi , Objetoj } com o conjunto {Solução, Regra}. Vetor Binário Objetoi Objetoj Correspondência Solução S Regra Exemplo 00010011010110110110 11111000001011001001 Esses dois vetores binários são utilizados na determinação de alguns parâmetros úteis para o cálculo da similaridade. Esses parâmetros foram denominados neste trabalho por BSR , sendo o “S” correspondente à solução apresentada e “R” à regra. Os parâmetros BSR armazenam um número inteiro que pode variar de zero até o tamanho “L” do vetor. Dos parâmetros BSR , podem-se destacar quatro parâmetros que são inicializados com o valor zero, a saber: • BS=0,R=0 ou de f orma reduzida B00 • BS=0,R=1 ou de f orma reduzida B01 • BS=1,R=0 ou de f orma reduzida B10 • BS=1,R=1 ou de f orma reduzida B11 Os dois vetores binários têm as suas posições investigadas individualmente. Por exemplo, a Tabela 5.1 exemplifica o Objetoi e o Objetoj . A primeira posição desse Objetoi armazena o valor “0” e do Objetoj o valor “1”. O parâmetro B01 é incrementado pelo valor um. Na segunda posição de cada um desses objetos, o valor “0” é armazenado no Objetoi e o valor “1” no Objetoj . Novamente o parâmetro B01 é incrementado. A Figura 5.3 CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 139 exemplifica, para esse exemplo, como os parâmetros B00 e B01 podem ser determinados. Os outros dois parâmetros são determinados de forma similar. FIGURA 5.3 – Exemplo de como determinar os valores dos parâmetros B00 e B01 . Resumidamente, conforme apresentado na Tabela 5.2, quando o Objetoi possui o valor “0” para uma determinada posição e o Objetoj também possui o valor “0”, incrementa-se B00 . Quando o Objetoi possui o valor “1” para uma determinada posição e o Objetoj possui o valor “0”, incrementa-se B10 . quando o Objetoi possui o valor “0” para uma determinada posição e o Objetoj possui o valor “1”, incrementa-se B01 . Quando o Objetoi possui o valor “1” para uma determinada posição e o Objetoj também possui o valor “1”, incrementa-se B01 . TABELA 5.2 – Definição de parâmetros B(SR) entre dois objetos binários. Objetoi 0 1 Objetoj 0 1 B00 B01 B10 B11 CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 140 A partir desses quatro parâmetros básicos, novos parâmetros são definidos, a saber: • Bi = B10 + B11 é o total de “1” no Objetoi . • Bj = B01 + B11 é o total de “1” no Objetoj . • Bc = B11 é o total de “1” em ambos os objetos. • BI = B00 + B11 é o total de vezes que os objetos apresentaram a mesma informação. • L = B00 + B01 + B10 + B11 é o tamanho dos objetos ou vetores. A Tabela 5.3 resume algumas equações que poderiam ser utilizadas para o cálculo de similaridade e a Tabela 5.4 algumas equações que poderiam ser utilizadas para o cálculo de dissimilaridade investigados por Luke, sendo Similaridade = 1 − dissimilaridade; essas equações utilizam os valores de Bi , Bj , Bc ,BI , L e BSR . TABELA 5.3 – Algumas equações para o cálculo de Similaridade entre dois vetores. Método Forma de Calcular Sokal e Michener SM = BLI Russel e Rao Rr = BLc Bc Coeficiente de Tanamoto T c = Bi +B j −Bc c Rice, Czekanowski, Soremem DCS = B2∗B i +Bj BI Rogers e Tanamoto Rt = 2∗L−B I Bc Coeficiente Jacarda de Comunidade Jcc = L−B 00 Bc c Kulszynski Ks = ( 12 ) ∗ ( B + B ) Bi j B c OChini CS = √ Similaridade de Jacarta JSij = JSji = Bj ∗Bi Bc Bi Bc Bj TABELA 5.4 – Algumas equações para o cálculo de Dissimilaridade entre dois vetores. Método Forma deqCalcular I Dissimilaridade Euclideana DE = L−B L Dissimilaridade de Diferença de Padrão DP = 4∗B10L∗B01 Square Euclidean Substructure Dissimilarity DSESji = BB01j I Lance e Wiliiams DLW = BL−B i +Bj CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 141 Em seguida, apresenta-se um exemplo de como esses métodos poderiam ser empregados durante a execução de uma atividade SC. 5.2.2.1 Exemplo de Cálculo de Parâmetros BSR O exemplo elaborado para demonstrar o cálculo dos parâmetros BSR possui a Matriz de Resposta com 20 elementos e as suas regras do Guia de Discussão estão apresentadas na Figura 3.7. A transformação vetorial dos elementos listados nesse Guia de Discussão é apresentada na Tabela 5.5, sendo que os operadores lógicos “OU” e “E” foram propositadamente omitidos. TABELA 5.5 – Exemplo de conversão para vetores binários das regras do Guia de Discussão. Regra Tipo de Regra Elementos Vetor binário R1 inclusão 2, 3, 11, 18, 19, 20 01100000001000000111 R2 omissão 1,4,5,6,7,8,9,10,12,14,15,16 10011111110101110000 R3 omissão 2, 3, 17 01100000000000001000 R4 inclusão 13 00000000000010000000 Um determinado aprendiz poderia selecionar os elementos {10, 11, 18, 19, 20} da Matriz de Resposta para compor a sua solução. Essa solução do aprendiz, se convertida para vetor binário, fornecerá o seguinte vetor: S = 00000000011000000111 O inverso da solução do aprendiz, ou seja, a lista dos elementos omitidos {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 12, 13, 14, 15, 16, 17}, fornece o seguinte vetor, embora ele tenha utilidade apenas nos casos de regra de omissão: S̄ = 11111111100111111000 CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 142 Ao comparar a solução do aprendiz ou “Objetoi ” com a regra R1 da Tabela 5.5 ou “Objetoj ”, por exemplo, teremos o seguinte: Objetoi = S = 00000000011000000111 Objetoj = R = 01100000001000000111 A partir desses dois objetos, o “i” e o “j”, calculam-se os ı́ndices necessários da seguinte forma: 1. Cálculo de B00 : Objetoi = 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 Objetoj = 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 B00 = 1+6+6=13 2. Cálculo de B11 : Objetoi = 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 Objetoj = 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 B11 =1+3=4 3. Cálculo de B10 : Objetoi = 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 Objetoj = 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 B10 =1 4. Cálculo de B01 : Objetoi = 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 Objetoj = 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 143 B01 =2 Com esses valores, calcula-se para a regra R1 da Tabela 5.5 e a solução S do aprendiz composta pelos elementos {10, 11, 18, 19, 20}, os seguintes parâmetros: Bi = B10 + B11 = 1+4=5 Bj = B01 + B11 = 2+4=6 Bc = B11 BI = B00 + B11 L = 4 = 13 + 4 = 17 = B00 + B01 + B10 + B11 = 13 + 2 + 1 + 4 = 20 Procedendo dessa forma com as regras R2, R3 e R4 e alterando a solução S do aprendiz para solução invertida S̄ sempre que a regra for de omissão, teremos os dados apresentados na Tabela 5.6. TABELA 5.6 – Valores dos parâmetros para cada uma das regras apresentadas na Tabela 5.5 para solução formada pelos elementos {10, 11, 18, 19, 20}. B00 B11 B01 B10 Bi Bj Bc BI L R1 13 4 2 1 5 6 4 17 20 R2 4 11 1 4 15 12 11 15 20 R3 5 3 0 12 15 12 3 8 20 R4 14 0 1 5 5 1 0 14 20 Com os dados apresentados na Tabela 5.6, o valor da Similaridade ou Dissimilariade é calculado de acordo com as expressões apresentadas nas Tabelas 5.3 e 5.4. Quanto mais próximo de 1 for o valor da Similaridade, mais próximo da solução está a regra. Qualquer uma das equações apresentadas no trabalho de Luke poderia ser utilizada para identificar a regra do Guia de Discussão que mais se aproxima da solução do aprendiz. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 144 A escolha de qual expressão de cálculo de similaridade ou dissimilaridade poderia ser orientada pelas seguintes questões que poderiam ser objeto de investigação futura: 1. Utilizar apenas uma expressão de cálculo ou uma combinação dessas expressões? O que seria mais eficaz? 2. A mesma expressão poderia ser empregada para qualquer tipo de aprendiz? 3. A mesma expressão poderia ser empregada para qualquer domı́nio ? 4. Escolher, de acordo com a preferência do autor, algum tipo de METERI a ser apresentado por primeiro, pois a probabilidade de uma determinada regra ser selecionada varia de acordo com a expressão de cálculo utilizada. Fica registrada, neste documento, a diversidade de expressões ou modelos para o cálculo da similaridade e dissimilaridade. Destaca-se como possı́vel pesquisa futura, a identificação de qual dessas expressões poderia ser considerada a mais indicada para um exercı́cio SC. Resumidamente, a escolha da expressão é deixada a cargo do autor da SC. 5.3 Caracterı́sticas da Regras A análise das regras encontradas na literatura pesquisada, por exemplo em Fyfe e Woodrow (1969) e Egan (1976), permite identificar algumas caracterı́sticas dessas regras, a saber: • Independência - Toda e qualquer regra é independente das demais regras do Guia de Discussão. Não foi localizado registro de uma regra fazendo referência explı́cita a outras regras do Guia. Como exemplo do tipo de regra que não é encontrada na CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 145 SC, pode-se exemplificar a seguinte regra Ri : “Se a regra Rj for verdadeira e a regra Rk for falsa, então ...”. • Direcionada aos elementos da Matriz de Resposta - O lado esquerdo das regras faz referência apenas aos elementos (F) contidos na Matriz de Resposta. • Ausência de Histórico - A regra não faz referência às soluções prévias que o aprendiz tenha apresentado e ao conteúdo das METERIs. • Operação - A regra faz referência apenas à operação de inclusão ou omissão de elementos da Matriz de Resposta. • Condição - As condições de seleção definidas em uma regra podem ser dos seguintes tipos, a saber: Pontual - A regra especifica claramente alguns elementos da Matriz de Resposta, por exemplo “R1: Se incluiu os elementos {3, 4, 7} então ...” . Especı́fica - A regra faz referência explı́cita a todos os elementos da Matriz de Resposta, por exemplo “R1: Se incluiu os elementos {3, 4, 7} e omitiu todos os outros elementos, então ...”. Aproximada - A regra não especifica claramente quais elementos da Matriz de Resposta são necessários para a sua seleção. Por exemplo, “R1: Se incluiu dois ou mais elementos da lista {1, 2, 3, 4, 6, 8, 9, 14, 15, 16} então ...”. Na pesquisa realizada não se encontraram motivos que justificassem a escolha de “dois ou mais” em vez de “três ou mais” ou “quatro ou mais”, por exemplo. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 5.4 146 Caracterı́sticas das Estratégias de Seleção Na Seção 5.3 deste documento apresentaram-se algumas caracterı́sticas que podem ser observadas nos exemplos encontrados na literatura. Essas caracterı́sticas permitem definir um conjunto de estratégias de seleção de regras. As seguintes estratégias são definidas neste trabalho, a saber: • Exata - A solução do aprendiz precisa possuir os requisitos exatos definidos na regra. Busca-se identificar a regra que case completamente com a solução do aprendiz. Por exemplo, uma regra definida por “I(2, 3, 5, 7, 9, 12, 13, 16, 18)” será selecionada apenas se a solução do aprendiz contiver todos os elementos definidos pela regra. • Próxima - A solução do aprendiz precisa conter a maioria dos elementos do domı́nio representados na regra. Busca-se identificar a regra mais próxima da solução do aprendiz. Se, no mesmo exemplo anterior, a solução do aprendiz contiver a maioria dos nove elementos descritos pela regra “I(2, 3, 5, 7, 9, 12, 13, 16, 18)”, ela poderá ser selecionada se for a mais próxima possı́vel da solução. Definir como utilizar cada uma das estratégias está além do escopo deste trabalho de pesquisa pode constituir-se em trabalho futuro. Essas estratégias definem qual mecanismo de comparação entre a regra e a solução poderia ser empregado. 5.5 Relacionamento entre Estratégia e METERI Um aspecto que poderia ser observado, para a definição de qual estratégia deverá ser utilizada, é o lado direito da regra, a METERI. Por exemplo, a METERI B a ser apresentada ao Desafio 1, do exercı́cio contido no Apêndice A, é formada por dois parágrafos CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 147 parcialmente traduzidos e ilustrados em seguida: METERI B: É difı́cil avaliar o quanto a proteção governamental para os Mercadores Aventureiros foi efetiva especialmente... As tentativas de as Companhias protegerem seus próprios mercados através da introdução de quotas para assegurar... De acordo com a regra do Guia de Discussão ilustrada nesse exemplo, essa METERI deve ser apresentada se a solução do aprendiz incluir os elementos {11, 18}. Essa METERI faz referência explı́cita aos dois elementos listados no lado esquerdo da regra. A Matriz de Resposta desse exemplo é apresentada na Tabela 4.2. Esses dois elementos contém respectivamente o seguinte texto: 11: Os Mercadores Aventureiros introduziram o sistema de quotas. 18: Os Mercadores Aventureiros continuamente apelaram para o Governo por proteção contra os competidores. A análise desses dois elementos da Matriz de Resposta e dos dois parágrafos da METERI B, permite identificar que o primeiro parágrafo está relacionado com o elemento número 11. O primeiro parágrafo dessa METERI e o elemento número 11 abordam a questão proteção gevernamental, ou quotas. O segundo parágrafo trata da proteção de mercado contra competidores. O elemento número 18 aborda a questão do apelo dos Mercadores Aventureiros ao Governo para a proteção contra competidores. Ou seja, essa METERI faz sentido apenas se a solução contiver os elementos número 11 e 18 da Matriz de Resposta. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 148 Nesse exemplo investigado, se a estratégia da regra fosse a Próxima, a METERI B poderia ser apresentada se a solução do aprendiz estivesse próxima o suficiente da regra. Se a solução apresentada não possuir os elementos número 11 e 18 e a regra selecionada for a regra associada à METERI B, essa mensagem perde o sentido e poderia ser interpretada pelo aprendiz como um erro ou falha da técnica. Por outro lado, nesse mesmo exercı́cio, a METERI F não faz referência explı́cita aos elementos listados no lado esquerdo da regra, conforme parcialmente ilustrado em seguida: METERI F: Eu interpreto todos esses elementos como irrelevantes ao problema... A estratégia da regra que está associada à METERI F poderia ser a Próxima, pois não há a referência explı́cita aos elementos listados no lado esquerdo da regra, no texto da mensagem. Se os padrões apresentados por Hong (1998) e resumidos na Figura 2.5 puderem ser utilizados na definição da estratégia de seleção, a Tabela 5.7 poderá ser utilizada como referência para essa definição. Na coluna denominada de “Referência Explı́cita” dessa tabela, a METERI faz referência explı́cita aos elementos listados no lado esquerdo da regra. Na coluna “Referência Não-Explı́cita”, a METERI não faz referência explı́cita aos elementos listados no lado esquerdo da regra. A coluna entitulada de “Referência Mista” poderia representar a METERI que apresenta as duas caracterı́sticas anteriores, ou seja, parte dela faz referência explı́cita aos elementos e parte dela faz referência não explı́cita aos elementos envolvidos. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 149 TABELA 5.7 – Estratégias de Seleção de Regra x Padrão de METERI. Referência Explı́cita Referência Não- Referência Mista Explı́cita Exata X X Próxima X X Dinâmica X X X 5.6 Representação das Regras do Guia de Discussão Nesta seção, exemplifica-se como as regras do Guia de Discussão podem ser representadas utilizando os conceitos apresentados neste capı́tulo. O exemplo utiliza o exercı́cio registrado no Apêndice A. As regras do Guia de Discussão referem-se ao Desafio 1. 5.6.1 Estrutura de Informação da Regra Uma regra do Guia de Discussão, enquanto objeto do sistema descrito, possui a seguinte estrutura: • Estratégia de Seleção- Define qual estratégia pode ser utilizada e os valores que podem ser aceitos: Exata, Próxima e Dinâmica. A Seção 5.4 descreve essas estratégias. • Cálculo da Similaridade ou Dissimilaridade- Define qual o método a ser utilizado para calcular a similaridade ou proximidade entre a regra e uma solução apresentada. A Seção 5.2.2 descreve quais são esses métodos. Diferentemente dos outros parâmetros, ele deve possuir o mesmo valor para todas as regras do Guia de Discussão. • Referência da METERI- Define se a METERI faz referência aos elementos listados na regra. Os valores aceitáveis são “Explı́cita”, “Não-Explı́cita” e “Mista”. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 150 • Tipo de Regra- Define se a regra é do tipo de Omissão ou Inclusão. Os valores aceitáveis são “I” e “O”. • Elementos- Registra quais elementos da Matriz de Resposta compõem a regra. Nesse registro, os elementos são separados pelo sı́mbolo “,” caso o operador seja o “E” e “;” caso o operador seja o “OU”. Por exemplo, os elementos {1 e 5 ou 6} são representados por {1, 5; 6}. • Elementos Ordenados Valor que registra se a ordem dos Elementos armazenados é importante. • N ou mais- Permite registrar a opção de “N ou mais elementos”. • Texto Integral- Registra o lado esquerdo da Regra. • METERI- Registra a mensagem textual de retorno de interação. Quanto às ações que esse objeto-regra poderia realizar, define-se o seguinte: • Retorna Cálculo de Similaridade- Retorna o valor calculado de acordo com definido na Seção 5.2.2. • Retorna Representação Vetorial- Retorna uma representação vetorial binária de acordo com os elementos definidos ou não na regra. A Seção 5.2.2 descreve essa operação. • Retorna a Representaçao de Conceitos (EC)- Retorna um vetor que registra a presença ou não de elementos do domı́nio (KWK) nos elementos definidos ou na regra. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 151 • Retorna a Representaçao Vetorial Ordenada (->)- Retorna um vetor que registra a posição de cada elemento em relação à Matriz de Resposta, conforme apresentado previamente na Seção 4.5.2. 5.6.1.1 Exemplo de Estrutura de Informação de Regras A Tabela 5.8 exemplifica a estrutura definida neste capı́tulo para a Regra 1, do Desafio 1, do exercı́cio constante no Apêndice A. A Tabela 5.9 exemplifica parcialmente a estrutura definida para todas as outras regras do Guia de Discussão do Desafio 1. É exemplificado parcialmente porque o parâmetro “Cálculo de Similaridade ou Dissimilaridade” é o mesmo para todo o exercı́cio, o texto correspondente à METERI não é apresentado e o parâmetro “Elementos Ordenados?” tem o valor “Falso” para todas as regras. No exemplo ilustrado, o método escolhido foi o da “Dissimilaridade Euclideana”, escolha esta feita por acaso. O valor do parâmetro “Elementos Ordenados?” é considerado ”Falso” devido a ausência de definição do autor do exercı́cio. TABELA 5.8 – Exemplo completo da Estrutura para cussão do Desafio 1 do Apêndice A. Desafio Regra Estrutura 1 1 Quantidade de Elementos da Matriz Resposta Estratégia de Seleção Cálculo da Similaridade ou Dissimilaridade Referência da METERI Tipo de Regra Elementos Elementos Ordenados? N ou mais Texto Integral METERI a regra número 1 do Guia de DisValor 20 Exata definido no ambiente, a saber, “Dissimilaridade Euclideana” Explı́cita I 4, 6 Falso I (4, 6) “Eu excluiria esses dois itens da resposta porque ...” CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 152 TABELA 5.9 – Exemplo parcial da Estrutura para as regras da Guia de Discussão do Desafio número 1, do Apêndice A. Desafio Regra Estrutura Valor 1 2 Quantidade de Elementos da Ma- 20 triz Resposta Estratégia de Seleção Exata Referência da METERI Explı́cita Tipo de Regra I Elementos 11, 18 N ou mais Texto Integral I (11, 18) 1 3 Quantidade de Elementos da Ma- 20 triz Resposta Estratégia de Seleção Próxima Referência da METERI Não explı́cita Tipo de Regra O Elementos 3; 8 N ou mais Texto Integral O (3; 8) 1 4 Quantidade de Elementos da Ma- 20 triz Resposta Estratégia de Seleção Próxima Referência da METERI Não explı́cita Tipo de Regra O Elementos 13; 20 N ou mais Texto Integral O (13; 20) 1 5 Quantidade de Elementos da Ma- 20 triz Resposta Estratégia de Seleção Próxima Referência da METERI Não explı́cita Tipo de Regra O Elementos 5; 14 N ou mais Texto Integral O (5; 14) 1 6 Quantidade de Elementos da Ma- 20 triz Resposta Estratégia de Seleção Próxima Referência da METERI Não explı́cita Tipo de Regra I Elementos 1, 2, 7, 9, 10, 12, 15, 16, 17, 19 N ou mais 3 Texto Integral I[3/+] (1, 2, 7, 9, 10, 12, 15, 16, 17, 19) CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 5.7 153 O Módulo do Especialista O que é descrito neste capı́tulo corresponde ao representado no SCAT através do Módulo do Especialista, conforme ilustra a Figura 5.4. Nesse contexto, a Figura 1.1 é modificada para representar em diagrama em blocos: • O repositório das Regras do Guia de Discussão. • O Gerente de Regras. Esse gerente tem a função de representar, armazenar e consultar as informações das regras do Guia. FIGURA 5.4 – Módulo do Especialista do Modelo SCAT. 5.8 Conclusão Este capı́tulo investigou as regras representadas no Guia de Discussão. Possı́veis caracterı́sticas dessas regras foram apresentadas e investigadas. CAPÍTULO 5. MÓDULO DO ESPECIALISTA 154 Das caracterı́sticas investigadas, destaca-se a forma de comparar uma determinada regra com a solução. Na forma definida neste capı́tulo, o conceito de Similaridade e Dissimilaridade entre dois vetores binários foi empregado para identificar a regra mais próxima da solução apresentada. Diferentemente de um sistema de casamento de padrões, o Cálculo da Similaridade e Dissimilaridade permite identificar as regras mais próximas de uma solução qualquer. Ou seja, todas as possı́veis relações apresentadas na Figura 5.1 foram contempladas nesse modelo. Um sistema de casamento de padrões contemplaria apenas a Figura 5.1b). Outro aspecto relatado neste capı́tulo é a relação entre a METERI e os elementos da regra. Se a METERI faz referência explı́cita aos elementos descritos no lado esquerdo da regra, então essa regra somente pode ser selecionada se a solução contiver todos esses elementos. Caso contrário, a regra selecionada não precisaria possuir todos os elementos referenciados pela regra. 6 Módulo do Aprendiz Este capı́tulo define e especifica o Módulo do Aprendiz do SCAT ilustrado na Figura 1.1, tendo como referência os estilos cognitivos Convergente e Divergente apresentados na Seção 6.1. Ele foi estruturado da seguinte forma: • A Seção 6.1 apresenta uma discussão sobre os estilos cognitivos Divergente e Convergente. • Na Seção 6.2, descreve-se como representar uma lista de elementos formadores da solução do aprendiz em uma forma especı́fica, a Expressão de Conceitos. Nesse contexto, a solução deixa de ser interpretada apenas como uma lista de elementos selecionados. De fato ela é interpretada como uma soma algébrica de expressões. • Na Seção 6.3, descreve-se o modelo de classificação do aprendiz. • Na Seção 6.4 apresenta-se a estrutura definida para o Módulo do Aprendiz. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 6.1 156 Desenvolvimento de Estereótipos de Aprendizes de Acordo com os Estilos Cognitivos Convergente e Divergente Bahar (1999) descreve dois estilos cognitivos, a saber: Convergente e Divergente. Bahar afirma que a idéia de Convergência e Divergência originou-se na década de 60 e foi baseada em “estudos de inteligência”. Esses dois estilos foram utilizados em sua pesquisa para investigar a estrutura cognitiva dos aprendizes. Uma das ferramentas empregada nessa investigação foi a SC. Utilizando esses dois estilos, Bahar foi capaz de agrupar os aprendizes que participaram de seu experimento. O primeiro grupo, os Convergentes, foi denominado de “QI Elevado”. Os elementos pertencentes a esse grupo apresentaram bom desempenho em testes de inteligência, mas com baixa pontuação em testes de criatividade. Como exemplo desse grupo, Bahar cita profissionais cientistas, matemáticos, fı́sicos e quı́micos. O segundo grupo foi denominado de “Altamente Criativo” por apresentarem bom desempenho em testes de criatividade, mas com baixa pontuação em testes de inteligência. Como exemplo do segundo grupo, Bahar cita os especialistas em arte, história e interpretação literária. Aprendizes com caracterı́sticas Convergentes poderiam ser definidos e distinguidos, segundo relato de Bahar, pelas suas altas pontuações obtidas em atividades de solução de problemas. Esses aprendizes, durante a execução do experimento realizado por Bahar, forneceram poucas soluções aos problemas apresentados. Essas poucas soluções foram analisadas e apresentadas de forma profunda. Por outro lado, os aprendizes que foram CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 157 classificados como Divergentes apresentaram muitas soluções distintas e todas elas de maneira superficial. Não foi localizado, na literatura investigada, relato de identificação ou descrição de estereótipos de aprendizes nem de dificuldades encontradas por eles durante a execução de atividades instrucionais SC além do trabalho de Bahar que excluiu dos seus exercı́cios a seção Discussão. Diante dessa lacuna, como definir mecanismos computacionais para acompanhar aprendizes durante a execução de um exercı́cio SC, se não são conhecidos o seu estereótipo nem as suas dificuldades? Essa questão foi investigada através da definição de possı́veis estereótipos de aprendizes. Esses estereótipos foram definidos, neste trabalho de pesquisa, a partir dos dados levantados por Bahar (1999), da CFT (SPIRO et al., 1991) e da análise das possı́veis soluções apresentadas durante a execução do exercı́cio. A Subseção 6.1.1 investiga como uma solução apresentada pode ser analisada sob a ótica da CFT e como ela pode ser classificada de acordo com o estilo cognitivo Convergente e Divergente. A Subseção 6.1.2 investiga como determinar o possı́vel estilo cognitivo a partir do histórico de soluções apresentadas. A Subseção 6.1.3 investiga como o conjunto de soluções pode ser analisado e como classificar o resultado dessa análise. 6.1.1 Classificação de uma Solução de Acordo com o Estilo Cognitivo Diante do que foi apresentado no trabalho de Bahar (1999), definem-se, nesta seção, os conceitos de solução Convergente e solução Divergente. Um pequeno exemplo simbólico CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 158 fictı́cio de execução de atividade instrucional com a SC foi utilizado para auxiliar nessa tarefa de definição. Esse exemplo faz uso da Matriz de Resposta parcialmente ilustrada na Figura 3.3. Exemplo Simbólico Fictı́cio Supondo que duas soluções S0 e S1 independentes e distintas possam ser apresentadas por um aprendiz. A solução S0 é formada pela lista de elementos selecionados { 1, 3 } ilustrados na Figura 3.3, por exemplo, e S1 é composta pela lista de elementos selecionados { 2, 3, (m-1) }. O que essas duas soluções poderiam informar a respeito do aprendiz? O comportamento do aprendiz pode ser classificado em Convergente ou Divergente? Quando a solução pode ser considerada Convergente? A solução S0 , formada pelos elementos {1, 3} ilustrados na Figura 3.3, relaciona dois grupos de elementos do domı́nio. O primeiro grupo corresponde ao elemento número 1, da Matriz de Resposta ilustrada nessa figura e o segundo grupo, ao elemento número 2, dessa Matriz de Resposta. Conforme ilustrado na Figura 3.3, o primeiro elemento da Matriz de Resposta está associado aos elementos do domı́nio {C1, C6 e C7}. O segundo grupo, correspondente ao item número 3, da Matriz de Resposta ilustrada na Figura 3.3, está associado aos elementos do domı́nio {C1, C6 e C9}. A solução S0 é considerada Convergente nos elementos do domı́nio C1 e C6. Esses elementos do domı́nio são os mais utilizados. Ou seja, eles estão presentes em todos os elementos selecionados da Matriz de Resposta. Pode-se afirmar que essa solução converge para esses elementos e seus respectivos relacionamentos; a Figura 6.1 ilustra essa idéia. Nessa figura, uma região de convergência ou intersecção entre os elementos selecionados pode ser identificada. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 159 FIGURA 6.1 – Exemplo Simbólico de Solução Convergente. Quando a solução pode ser considerada Divergente? A solução S1 , formada pelos elementos { 2, 3, (m-1) } da Matriz de Resposta ilustrada na Figura 3.3, por exemplo, está relacionando três grupos de elementos do domı́nio. O primeiro grupo corresponde ao item número 2 da Matriz de Resposta e é formado pelos elementos {C2, C3, C4, C5}. O elemento número 3 da Matriz de Resposta é formado pelos elementos {C1, C6, C9}. O elemento número (m-1) da Matriz de Resposta é formado pelos elementos {C8, C10, C11, C12, C13}. A solução S1 é considerada Divergente. Nenhum dos elementos do domı́nio que compõem a solução S1 é utilizado de forma mais veemente que os outros. Cada elemento da Matriz de Resposta contribui com elementos distintos do domı́nio, sem que ocorra sobreposição de algum elemento. A Figura 6.2 ilustra essa idéia; nessa figura, não existe região de convergência ou sobreposição entre os elementos selecionados. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 160 FIGURA 6.2 – Exemplo Simbólico de Solução Divergente. 6.1.2 O Estilo Cognitivo do Histórico de Soluções Supondo que um determinado histórico de soluções e a sua correspondente classificação pudessem ser tabelados, conforme ilustrado nas Tabelas 6.1, 6.2 e 6.3. Na primeira coluna dessas tabelas, cada solução que o aprendiz apresentou recebe um número sequencial. A segunda coluna apresenta a classificação da sua solução. Cada solução pode ser classificada apenas em Convergente ou Divergente. A Tabela 6.1 ilustra um conjunto de soluções divergentes. A Tabela 6.2 ilustra um conjunto de soluções convergentes. A Tabela 6.3, por sua vez, ilustra um conjunto misto de soluções classificadas como divergentes ou convergentes. De acordo com o que está ilustrado nessas três tabelas, pode-se inferir que um apren- CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ TABELA 6.1 – Exemplo S 0 1 2 3 ... n 161 Simbólico de Histórico de Soluções Divergentes. Tipo Divergente Divergente Divergente Divergente ... Divergente TABELA 6.2 – Exemplo Simbólico de Histórico de Soluções Convergentes. S Tipo 0 Convergente 1 Convergente 2 Convergente 3 Convergente ... ... n Convergente TABELA 6.3 – Exemplo Simbólico de Histórico de Soluções Mistas. S Tipo 0 Convergente 1 Convergente 2 Divergente 3 Divergente 4 Convergente 5 Divergente ... ... n Convergente diz pode apresentar um histórico apenas de soluções Convergentes, Divergentes ou uma alternância de estilos durante a execução de um exercı́cio SC. 6.1.3 Análise Conjunta do Histórico de Soluções O estilo cognitivo também poderia ser identificado a partir da análise conjunta do histórico das soluções apresentadas, conforme ilustrado simbolicamente pelas Figuras 6.3 e 6.4. Nessa análise, busca-se identificar quais elementos estão presentes em todas as soluções armazenadas no histórico. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 162 FIGURA 6.3 – Exemplo simbólico da análise conjunta do histórico de soluções. Condição de Convergência do Histórico. No pequeno exemplo simbólico ilustrado na Figura 6.3, o histórico de soluções S0 , S1 e S2 , de um determinado aprendiz, permite inferir, a partir dos elementos da Matriz de Resposta, que ele está analisando o Desafio da SC com um enfoque no elemento do domı́nio C9. O elemento C9 está presente em todas as soluções apresentadas. Apesar de esse elemento estar presente em todas as soluções, nenhuma dessas soluções foi classificada individualmente como convergente em C9. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 163 FIGURA 6.4 – Exemplo simbólico da análise conjunta do histórico de soluções. Condição de Divergência do Histórico. No exemplo da Figura 6.4, a análise do histórico de soluções não é capaz de identificar elemento do domı́nio que esteja presente em todas as soluções. A diferença entre a análise apresentada nessa subseção e na subseção anterior está na forma de manipulação dos dados do histórico de soluções. Na Subseção 6.1.2, cada solução é analisada individualmente. Nessa subseção, os dados são analisados de forma conjunta. No exemplo da Figura 6.3, o elemento do domı́nio C9 é investigado em todas as soluções CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 164 aprensentadas. No exemplo da Figura 6.4, nenhum elemento do domı́nio é investigado de forma veemente. 6.2 Representação da Solução do Aprendiz Através da Expressão de Conceitos Para a análise da convergência ou divergência da solução, há a necessidade de analisar quais conceitos estão presentes nos elementos selecionados da Matriz de Resposta. Se os elementos da Matriz de Resposta puderem ser representados através da Expressão de Conceitos, conforme descrito na Seção 4.5.1, então, qualquer solução que o aprendiz possa apresentar também pode ser representada através dessa expressão. Essa representação da solução é referenciada por SEC . Considerando a análise parcial exemplificada na Seção 4.5.1, que utiliza apenas cinco KWKs, e os elementos F3, F11, F13, F18 e F20 da Matriz de Resposta, dois possı́veis casos de solução são descritos nesta seção. Através da análise desses dois casos define-se que os aprendizes poderiam ser classificados como Convergentes ou Divergentes. Essa classificação é função da análise dos elementos formadores da solução apresentada a um Desafio de um exercı́cio SC. Se, por exemplo, o aprendiz fornecer a solução composta pelos elementos F11 e F18 . 0 Essa solução é denominada de SEC e poderia ser representada assim: F11 = 1.KW K1 + 1.KW K2 + 0.KW K3 + 0.KW K4 + 0.KW K5 CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 165 F18 = 1.KW K1 + 0.KW K2 + 0.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 0 SEC = F11 ∧ F18 = 2.KW K1 + 1.KW K2 + 0.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 00 00 Se uma outra solução SEC é formada pelos elementos F11 e F13 . Essa solução “SEC ” poderia ser representada assim: F11 = 1.KW K1 + 1.KW K2 + 0.KW K3 + 0.KW K4 + 0.KW K5 F 13 = 0.KW K1 + 0.KW K2 + 1.KW K3 + 0.KW K4 + 1.KW K5 00 SEC = F11 ∧ F13 = 1.KW K1 + 1.KW K2 + 1.KW K3 + 0.KW K4 + 1.KW K5 A solução que um possı́vel aprendiz poderia fornecer a um Desafio pode ser representada através da Expressão de Conceitos, conforme exemplificado anteriormente. Caso a solução do aprendiz esteja composta sem algum elemento da Matriz de Resposta, por exemplo, a Expressão de Conceitos associada a essa solução possuirá todos os valores de ı́ndices igual ao valor nulo. A solução, nesse contexto, deixa de ser apenas uma lista de elementos selecionados da Matriz de Resposta. Ela tem a função de representar quais KWKs estão sendo associados pelo aprendiz. 6.3 Classificação dos Aprendizes A classificação do aprendiz foi definida em três camadas distintas, conforme representada na Figura 6.5. Essas três camadas possuem as seguintes caracterı́sticas: • Primeira Camada - A análise da Expressão de Conceitos da solução permite CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 166 classificar a solução como sendo Convergente ou Divergente, conforme apresentado na Seção 6.3.1. • Segunda Camada - O histórico de soluções do aprendiz poderia indicar que ele tem apresentado apenas soluções Convergentes, Divergentes ou ambas de forma alternada. Na Seção 6.3.2, um pequeno exemplo de como classificar um histórico de soluções, é apresentado. • Terceira Camada - A análise do conjunto de soluções poderia ser capaz de identificar KWKs de convergência ou de divergência. Duas ou mais soluções poderiam ser classificadas individualmente como Convergentes, por exemplo. Os elementos do domı́nio dessa convergência poderiam variar ou não de solução para solução. Por exemplo, uma determinada solução poderia ser convergente para o elemento KW Ki , uma segunda solução também poderia ser convergente para esse mesmo elemento. Nesse pequeno exemplo simbólico, os relacionamentos KW Ki estão sendo consecutivamente explorados. Nesse caso, o “caminho de solução” apresentado por essas duas soluções é convergente em KW Ki . Se essa segunda solução fosse convergente para um outro elemento KW Kj , por exemplo, poder-se-ia considerar que existe um “caminho” de elementos convergentes identificado por “KW Ki − > KW Kj ”. Essa caracterı́stica é abordada na Seção 6.3.3. Nessa Seção, é apresentado um procedimento para analisar o histórico do “caminho” das soluções. De forma similar, duas ou mais soluções, se analisadas individualmente, poderiam ser consideradas Divergentes. Essas soluções, ao serem analisadas de forma coletiva, poderiam indicar um ou mais elementos de convergência. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 167 FIGURA 6.5 – Representação das três camadas de representação do Modelo do Aprendiz. 6.3.1 Primeira Camada: Classificação dos Aprendizes a Partir da Análise Individual da Solução. No primeiro exemplo da Seção 6.2, o conceito KWK1 é abordado de forma veemente 0 pela solução SEC , pois ele possui o maior valor de ı́ndice, o valor “2”. O conceito KWK1 é o elemento central da exploração conceitual da solução. Esse conceito é denominado por “Conceito Central da Solução”. Conforme ilustrado na Figura 6.6, o Conceito Central da Solução está localizado na região de convergência. Os conceitos que são abordados na solução, mas não de forma veemente, nesse caso KWK2 e KWK4, são denominados de “Conceitos Relevantes da Solução”. Esses possuem o valor de ı́ndice igual à unidade. Os conceitos que possuem o valor de ı́ndice igual a zero, não são abordados na solução. Como exemplo, KWK5 e KWK3 são denominados de “Conceitos Irrelevantes da Solução” CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 168 por possuı́rem o valor de ı́ndice igual a zero. A análise dos elementos KWKs comuns entre as Expressões de Conceito de cada elemento da Matriz de Resposta selecionado, nesse caso, permite identificar uma KWK comum a todos os elementos selecionados, a KWK1. Esse elemento, ou conceito nesse caso, recebe a denominação de “Conceito de Convergência”. A Figura 6.6 ilustra esse exemplo. Nessa Figura, a KWK1 está localizada na Região de Convergência. FIGURA 6.6 – Representação do exemplo de solução Convergente. 00 No segundo exemplo da Seção 6.2, pode-se constatar para a solução SEC , a ausência do “Conceito Central da Solução”, a presença dos “Conceitos Relevantes” { KWK1, KWK2, KWK3 e KWK5 } e “Conceitos Irrelevantes” {KWK4}, conforme ilustrado pela Figura 6.7. Os dois exemplos apresentados na Seção 6.2 permitem definir alguns critérios de identificação e classificação dos conceitos em SEC . Os Conceitos Relevantes, Irrelevantes e Central podem ser identificados de acordo com os seguintes critérios: CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 169 FIGURA 6.7 – Representação do exemplo de solução Divergente. • Os conceitos que possuem o valor de ı́ndice igual à unidade, são considerados “Relevantes”, conforme ilustra a Figura 6.8. • Os conceitos que possuem o valor de ı́ndice nulo, são considerados “Irrelevantes”, conforme ilustra a Figura 6.8. • Os conceitos cujo valor de ı́ndice seja diferente de zero, podem ser ordenados de acordo com a sua relevância para a solução variando, entre os valores “1” até o valor máximo, conforme ilustra a Figura 6.9. • O conceito que possuir o maior valor de ı́ndice diferente da unidade ou zero, é considerado “Central”. Um ou mais conceitos podem assumir esse valor. Se esse Conceito Central estiver em uma região de convergência, a solução pode ser considerada convergente nesse conceito. • O conceito ou grupo de conceitos que estiverem localizados na região de convergência são denominados de “Convergentes”. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 170 FIGURA 6.8 – Representação da solução do aprendiz Divergente de acordo com os conceitos relevantes e irrelevantes. Em resumo, o Conceito Central ou grupo desses conceitos podem ser identificados e ordenados de acordo com o valor do seu ı́ndice i, para as soluções do aprendiz classificadas como Convergentes. Conforme ilustra a Figura 6.9, os conceitos ordenados KW Ka , KW Kb e KW Kc têm o seu ı́ndice “i” variando respectivamente entre os valores “1” encontrado em KW Ka até o máximo definido por KW Kc . Nesse exemplo simbólico, o máximo ı́ndice é definido para KW Kc , logo , esse conceito é denominado de Central. FIGURA 6.9 – Representação da solução Convergente. Através da análise da Expressão de Conceitos descrita nesta seção, dois tipos de aprendizes poderiam ser identificados, conforme ilustrado simbolicamente na Figura 6.10. Se o Conceito Central ou Convergente não puder ser identificado, ou seja, a SEC for formada apenas por conceitos Relevantes e Irrelevantes, o aprendiz é classificado como Divergente, conforme ilustra a Figura 6.8. Se, ao menos, um Conceito Central puder ser identificado, ou seja, aquele cujo valor de ı́ndice é superior a 1, ele pode ser classificado como Conver- CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 171 gente, conforme ilustra a Figura 6.9. FIGURA 6.10 – Representação da classificação do aprendiz de acordo com a análise da solução individual. A Tabela 6.4 resume, respectivamente, no primeiro e segundo registros, a classificação 0 00 das duas soluções SEC e SEC do exemplo considerado. A primeira coluna dessa tabela registra o número da iteração em que a solução foi apresentada. No caso descrito, a primeira solução foi considerada pela análise da primeira camada como Convergente no Conceito Central KWK1. A segunda solução foi considerada Divergente nos conceitos identifiados como relevantes, os conceitos KWK1, KWK2, KWK3 e KWK5. TABELA 6.4 – Exemplo de Análise e Classificação da I. Solução SEC Conceito Conceito Central Relevante 1 11, 18 2.KW K1 + KWK1 KWK2, 1.KW K2 + KWK4 0.KW K3 + 1.KW K4 + 0.KW K5 2 11, 13 1.KW K1 + nulo KWK1, 1.KW K2 + KWK2, 1.KW K3 + KWK3, 0.KW K4 + KWK5 1.KW K5 Solução do Aprendiz. Conceito Classificação Irrelevante KWK3, Convergente KWK5 KWK4 Divergente CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 6.3.2 172 Segunda Camada: Classificação dos Aprendizes a Partir do Histórico de Soluções. Essa camada permite classificar o aprendiz em Histórico Convergente, Divergente ou Misto. Se todas as soluções apresentadas pelo aprendiz forem convergentes, então ele é classificado como Histórico Convergente. Se todas as soluções apresentadas forem divergentes, então ele é classificado como Histórico Divergente. Se o histórico apresentar soluções convergentes e divergentes, então ele é classificado como Histórico Misto. Apesar dessas três classes básicas, essas classificações poderiam ser configuráveis pelo autor da atividade instrucional. Por exemplo, a classe “Histórico Misto” poderia ser decomposta em: • Mais Convergente, quando o número de soluções convergentes é superior ao número de soluções divergentes. • Mais Divergente, quando o número de soluções divergentes é superior ao número de soluções convergentes. • Homogênea, quando o número de soluções divergentes iguala ao número de soluções convergentes. A Figura 6.11 exemplifica simbolicamente a ocorrência das três classes básicas. O histórico de soluções é considerado Convergente se todas as “n” soluções armazenadas foram classificadas individualmente como Convergentes. Por sua vez, as classificações denominadas Misto e Divergente também são obtidas a partir da análise do histórico de soluções, conforme exmplificado na Figura 6.11. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 173 FIGURA 6.11 – Representação da classificação do aprendiz de acordo com a análise do histórico de soluções. 6.3.3 Terceira Camada: Classificação dos Aprendizes a partir do histórico do caminho das soluções Esta seção descreve como classificar um grupo de soluções de acordo com a idéia de “caminho”. As soluções são representadas como expressões de conceitos e essas expressões são analisadas e interpretadas. Para auxiliar nessa descrição, o exemplo ilustrado na Seção 6.2 é utilizado. Nesse exemplo, duas soluções são apresentadas, a saber: 0 SEC = F11 ∧F18 00 SEC = F11 ∧F13 = 2.KWK1 + 1.KWK2 + 0.KWK3 + 1.KWK4 + 0.KWK5 = 1.KWK1 + 1.KWK2 + 1.KWK3 + 0.KWK4 + 1.KWK5 0 Conforme apresentado na Seção 6.3.1, a primeira solução SEC foi classificada como 00 Convergente. Ela converge para o elemento KWK1. A segunda solução SEC foi classificada como Divergente. A análise das duas soluções forneceria o quadro seguinte: 0 00 SEC ∧ SEC = (F11 ∧ F13 ) ∧ (F11 ∧ F18 ) = 3.KW K1 + 2.KW K2 + 1.KW K3 + 1.KW K4 + 1.KW K5 0 00 A análise coletiva da conjunção das duas soluções SEC e ∧SEC aponta para uma convergência em {KWK1 e KWK2}. Esses conceitos são comum para as soluções apresentadas. Esse resultado permite inferir e classificar o comportamento desse aprendiz, de 0 acordo com as soluções SEC e S”EC , como “Caminho Convergente”, o seguinte: CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 174 Conceito Central das Soluções: {KWK1 e KWK2}. Conceitos Relevantes: {KWK3, KWK4 e KWK5}. Conceitos Irrelevantes: nenhum. A forma de classificação descrita nesta seção não leva em consideração como a solução é individualmente classificada, considera-se a análise do conjunto de solução. Para quais elementos do domı́nio as soluções fornecidas pelo aprendiz estão Convergindo ou Divergindo? Por exemplo, uma fictı́cia solução Si poderia ter sido classificada individualmente como Convergente; uma segunda solução, Sj , como Divergente e a classificação resumo representada pela terceira camada classificá-la como Convergente ou Divergente, conforme ilustram respectivamente as Figuras 6.12a) e b). FIGURA 6.12 – Representação da classificação do aprendiz de acordo com o “caminho de solução”. 6.3.4 Análise das Classificações A independência de classificação da i) solução individual, ii) do histórico de soluções e iii) do “caminho de solução” permite especificar camadas que poderiam ser utilizadas para classificar os aprendizes, de acordo com a forma de análise: CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 175 • Individual da solução - Os aprendizes podem ser classificados como Convergentes ou Divergentes. Essa camada de classificação é denominada de “Solução Individual”. • Individual dos elementos do histórico - Os aprendizes podem ser classificados como tendo Histórico Convergente, Divergente ou Misto, conforme ilustrado nas Tabelas 6.2, 6.1 e 6.3. Esse tipo de classificação é denominado de “Histórico de Solução”. • Coletiva do grupo de soluções - Os aprendizes podem ser classificados como tendo um conjunto Convergente ou Divergente de soluções. Esse tipo de classificação é denominado de “Caminho de Solução”. FIGURA 6.13 – Camadas de classificação do aprendiz em atividades instrucionais SC. A Figura 6.13 procura representar essas três camadas de classificação. Sendo assim, 12 estereótipos de aprendizes são definidos. Esses estereótipos estão listados na Tabela 6.5. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 176 TABELA 6.5 – Estereótipos Definidos para o Módulo do Aprendiz Dimensão 1 2 3 Tipo D D D DDD D D C DDC D C D DCD D C C DCC D M D DMD D M C DMC C D D CDD C D C CDC C C D CCD C C C CCC C M C CMC C M D CMD 6.4 Módulo do Aprendiz do SCAT O Módulo do Aprendiz é composto pelos módulos ilustrados na Figura 6.14. Nessa figura, dois grupos de atividades distintas são representados. O primeiro deles, representado na figura pelos módulos Pesquisador e Atualizador de Informações do Aprendiz, define as atividades de pesquisa e a atualização das informações do aprendiz. O Módulo do Aprendiz armazena dois tipos de informações, a saber: • Informações Dinâmicas - Esse tipo de informação refere-se à interação entre aprendiz e o exercı́cio SC. Cada nova solução fornecida gera um novo registro. • Informações Estáticas - Esse tipo de informação está relacionada às caracterı́sticas do exercı́cio SC. Essas informações são definidas e fornecidas pelo autor da atividade instrucional SC. Elas são as mesmas para toda a atividade instrucional. Por exemplo, se um determinado padrão de mensagem for definido e associado ao aprendiz do tipo CCC, esse padrão será o mesmo durante todo o exercı́cio. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 177 O segundo grupo de atividades consiste em identificar qual o modelo de mensagem que foi definido para o tipo de aprendiz considerado. A Tabela 6.5 armazena os tipos ou classes de aprendizes. Cada um desses tipos poderia ter um padrão de mensagem associado a ele. Esse padrão de mensagem é utilizado na construção da mensagem a ser apresentada ao aprendiz. Essa mensagem é denominada por M ET ERI(2D) . FIGURA 6.14 – Módulo do Aprendiz. De maneira geral, os módulos ilustrados na Figura 6.14 e apresentados nas Seções 6.4.1, 6.4.2 e 6.4.3, possuem as seguintes funcionalidades: • Pesquisador de informações Aprendiz- Resgata essa informações e classifica o aprendiz de acordo com as três camadas descritas na Seção 6.3. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 178 • Atualizador de Informações do Aprendiz- Atualiza as informações armazenadas do aprendiz. • Pesquisador do Repositório de Padrões- Resgata os padrões de mensagens que estão armazenadas no repositório. Essas informações são resgatadas de acordo com o tipo ou classe de aprendiz. 6.4.1 Módulo Atualizador O Módulo Atualizador é responsável por inserir novas informações do aprendiz sempre que ele fornecer uma nova solução a um exercı́cio. Na Figura 6.15 apresenta-se a estrutura do registro armazenado referente a uma dada solução do aprendiz. As seguintes informações são armazenadas: • Atividade Instrucional SC que está sendo investigada. • O número do Desafio que está sendo trabalhado. • A solução apresentada: conjunto de elementos selecionados da Matriz Resposta. • A regra do Guia de Discussão que foi selecionada. • A METERI apresentada. • A estratégia que está sendo empregada pelo aprendiz: duas estratégias são previstas, a Amplitude e Profundidade, de acordo com os preceitos descritos na Seção 7.3. • A regra mais próxima da solução do aprendiz. Essa regra é determinada de acordo com o cálculo da Similaridade ou Dissimilaridade descrito nas Seções 5.2.1 e 5.2.2. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 179 • Tipo de solução apresentada. A Seção 2.1.6 descreve dois tipos de soluções possı́veis: Convergentes e Divergentes. FIGURA 6.15 – Módulo Atualizador do Modelo do Aprendiz. 6.4.2 Pesquisador do Modelo de Aprendiz Esse módulo procura classificar o aprendiz de acordo com as três camadas descritas na Seções 6.3. A Figura 6.16 ilustra simbolicamente esse módulo. Cada um dos três classificadores ilustrados nessa figura comporta-se de acordo com os procedimentos descritos na Seções 6.3.1, 6.3.2 e 6.3.3. De maneira independente, cada classificador ilustrado na Figura 6.16 procura identificar o tipo de aprendiz. Inicialmente, o bloco “Pesquisador do Histórico de Soluções” lista o conjunto de soluções [ Lsm ] anteriormente apresentadas pelo aprendiz. Cada cópia dessa lista é encaminhada aos classificadores da segunda e terceira camada. Após cada CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 180 FIGURA 6.16 – Módulo Pesquisador do Modelo de Aprendiz. classificação, elas são concatenadas formando a classe ou tipo do aprendiz. O classificador da primeira camada poderia analisar a solução S e classificá-la como Convergente. O classificador da segunda camada poderia classificá-lo como Misto e, o da terceira, como Divergente. O bloco Concatenador, representado por um cı́rculo na Figura 6.16, concatena essas três informações gerando a classificação do aprendiz como CMD, conforme ilustra a Figura 6.17. FIGURA 6.17 – Exemplo de Classificação do Módulo Pesquisador do Modelo de Aprendiz. 6.4.3 Pesquisador do Repositório de Padrões O Pesquisador do Repositório de Padrões tem como objetivo selecionar o padrão de mensagem que tenha sido definido para o tipo de aprendiz identificado pelo Módulo Pesquisador do Modelo de Aprendiz. De maneira resumida, esse pesquisador representa os CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 181 padrões de mensagens, para cada tipo de aprendiz listado na Tabela 6.5, em uma estrutura similar à exemplificada na Tabela 6.6 . 6.4.3.1 Exemplo de Informações Estáticas do Modelo de Aprendiz. Por exemplo, na Tabela 6.6, imaginam-se alguns padrões de mensagens que poderiam estar armazenados no Repositório da Figura 6.14 e como esses padrões poderiam estar relacionados com o tipo de aprendiz CCC e DCC da Tabela 6.5. A diferença entre os aprendizes do tipo CCC e DCC consiste no resultado da última solução apresentada. Conforme exemplifica a Tabela 6.6, a segunda dimensão da mensagem é modificada ou adaptada ao tipo de aprendiz. Esses padrões procuram comentar quais conceitos estão sendo manipulados pelo aprendiz. Outros padrões poderiam ter sido imaginados, conforme apresentado na Seção 7.1.4. Por exemplo, essas mensagens poderiam sugerir ações ou questionar idéias. Fica registrado que a ausência de informações no histórico do aprendiz acarretará que M ET ERI2D não contenha informação alguma, ou seja M ET ERI2D = {}. Caso contrário, propõe-se para a formação da M ET ERI2D a concatenação das mensagens referentes a cada uma das três camadas. Ou seja, M ET ERI2D = [M ensagemP rimeiraCamada] + [M ensagem Segunda Camada] + [M ensagem T erceira Camada] . Primeira Camada {A solução apresentada indica uma investigação profunda do conjunto de conceitos formado por } + {lista de KWK central da solução}. {A solução apresentada indica uma investigação superficial do(s) conceito(s) } + {lista de KWK relevantes da solução}. Tipo CCC DCC Segunda Camada {A análise das outras soluções apresentadas e armazenadas no seu histórico indica que o(s) conceito(s)} + {lista de KWK central de cada solução armazenada no histórico} + { já foi (foram) investigado(s) de forma profunda, o que não significa que você não deva explorálo(s) ainda em uma nova solução. Outro aspecto observado é a investigação superficial do(s) conceito(s) } + {lista de KWK relevantes de cada solução armazenada no histórico}. { A análise das outras soluções apresentadas e armazenadas no seu histórico indica que o(s) conceito(s) } + {lista de KWK central de cada solução armazenada no histórico} + { já foi (foram) investigado(s) de forma profunda, o que não significa que você não deva explorálo(s) ainda em uma nova solução. Outro aspecto observado é a investigação superficial do(s) conceito(s) } + {lista de KWK relevantes de cada solução armazenada no histórico}. {Outros dois aspectos necessitam ser destacados: 1) O(s) conceito(s) } + {lista de conceito central comum a todas as Soluções Armazenadas} + { tem (têm) estado presente na maioria das soluções apresentadas e 2) O(s) } + {lista de conceitos relevantes das soluções armazenadas} + { tem (têm) sido abordado(s) esporadicamente em suas soluções.} Terceira Camada {Outros dois aspectos necessitam ser destacados: 1) O(s) conceito(s)} + {lista de conceito central comum a todas as Soluções Armazenadas} + { tem (têm) estado presente(s) na maioria das soluções apresentadas e 2) O(s)} + {lista de conceitos relevantes das soluções armazenadas} + { tem (têm) sido abordado(s) esporadicamente em suas soluções.} TABELA 6.6 – Exemplo de possı́veis padrões de mensagens que poderiam estar associados aos aprendizes do tipo CCC e DCC. CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 182 CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 183 Por exemplo, depois de um certo conjunto de interações entre um determinado aprendiz e um dos Desafios SC ilustrados no Apêndice A, o seguinte trecho de mensagem poderia ser apresentado para um aprendiz do tipo CCC: A solução apresentada indica uma investigação profunda do conceito {taxas e impostos}. A análise das outras soluções apresentadas e armazenadas no seu histórico indica que o(s) conceito(s) {quota}, {roupas} e {monopólio} já foi (foram) investigado(s) de forma profunda, o que não significa que você não deva explorálo(s) ainda em uma nova solução. Outro aspecto observado é a investigação superficial do(s) conceito(s) {roupas fora do tamanho}. Outros dois aspectos necessitam ser destacados: 1) O(s) conceito(s) {Mercadores Aventureiros} tem (têm) estado presente(s) na maioria das soluções apresentadas e 2) O(s) conceito(s) {dinheiro} e {moeda} tem (têm) sido abordado(s) esporadicamente em suas soluções. A mensagem referente à regra do Guia de Discussão, a M ET ERI1D foi omitida do quadro anterior por não ser função direta do tipo de aprendiz, mas sim da solução apresentada. 6.5 Conclusão Este capı́tulo apresentou uma forma de classificar os aprendizes durante a execução de um exercı́cio SC. Conforme apresentado na Seção 6.1, busca-se classificar o aprendiz de acordo com a convergência ou divergência de conceitos empregados na solução. Nesse contexto, o aprendiz não é classificado de acordo com a sua maestria no domı́nio ou CAPÍTULO 6. MÓDULO DO APRENDIZ 184 na perı́cia do ITS, conforme relatados por outros ambientes computacionais tais como Arruarte et al. (2003) e Murray (2003). Com essa classificação, pôde-se especificar a segunda dimensão do conceito de Tetradimensonalidade das Mensagens de Retorno de Interação. Apesar do que está desenvolvido neste capı́tulo, é difı́cil imaginar qual o benefı́cio real de apresentar ao aprendiz a mensagem, exemplificada em destaque, no quadro da página 183. Apesar desse benefı́cio questionável, o mecanismo desenvolvido para adaptar a mensagem de acordo com o tipo de aprendiz continua sendo válido. Um determinado professor-autor poderia definir padrões que melhor se adaptem ao domı́nio, ou isso poderia ser objeto de investigação futura. 7 Módulo de Orientação Define-se neste capı́tulo mecanismos automatizados que sejam capazes de selecionar e estruturar a METERI a ser apresentada em decorrência da solução apresentada pelo aprendiz. Além desse aspecto, considera-se a METERI como um elemento catalizador para a exploração gradativa às mensagens armazenadas na seção Guia de Discussão. Esse conjunto de procedimentos compõe o bloco Módulo de Orientação do SCAT, ilustrado na Figura 1.1. Para descrever esse conjunto de procedimentos, este capı́tulo está estruturado da seguinte forma: • A Seção 7.1 mostra que a mensagem formadora do diálogo aprendiz-tutor poderia possuir quatro dimensões e assumir o papel de conduzir ou orientar o aprendiz durante a execução da atividade instrucional. • A Seção 7.2 apresenta alguns aspectos considerados para a definição dos mecanismos automatizados. • A Seção 7.3 apresenta um modelo de mecanismo de estruturação de mensagem que seleciona elementos do domı́nio que deveriam ser analisados pelo aprendiz. • A Seção 7.4 apresenta alguns modelos de estruturação de mensagens que poderiam ser utilizados com a finalidade de conduzir o aprendiz a explorar todo o universo de CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 186 regras do Guia de Discussão. • Na Seção 7.5, definem-se os critérios para seleção das regras do Guia de Discussão em função de uma possı́vel solução. • A Seção 7.6 descreve o Módulo de Orientação do SCAT. • A Seção 7.7 finaliza este capı́tulo. 7.1 O Espaço Tetradimensional das Mensagens Textuais de Retorno de Interação Essa seção expande o que é apresentado por Egan (1976), descrevendo outras possı́veis funcionalidades ou dimensões na METERI. Segundo Egan, a METERI deve apenas comentar a solução apresentada pelo aprendiz, fornecendo a opinião do especialista do domı́nio ou do professor para o Desafio investigado. No contexto definido por Egan, esses comentários limitam-se a justificar a presença ou ausência de um conjunto de elementos da Matriz de Resposta na solução. Nesse novo contexto, a M ET ERI é função de quatro dimensões, a saber: • O que foi apresentado • Quem apresentou • Por que foi apresentada • Quem fornece a METERI Essas quatro dimensões estão detalhadas em seguida. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 7.1.1 187 A Primeira Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação é Função da Solução Apresentada Seja S o conjunto de soluções que poderiam ser apresentadas durante a execução de um exercı́cio SC. Cada Si , para i variando de 0 a n, corresponde aos pré-requisitos necessários para a seleção de uma especı́fica METERI do Guia de Discussão. Esse relacionamento poderia ser representado graficamente, conforme ilustra a Figura 7.1. De acordo com o exemplo simbólico da Figura 7.1, se o aprendiz apresentar uma solução qualquer Si , esse sistema apresentará a M ET ERIi ; se for a Sj , a M ET ERIj , e assim sucessivamente. Essa funcionalidade é representada na SC pela seção Guia de Discussão através das Regras do Guia de Discussão e seus respectivos comentários. FIGURA 7.1 – Espaço das Soluções e METERIs Logo, a M ET ERI é função da solução S apresentada na solução i, conforme representa a Equação 7.1 e a Figura 7.1: M ET ERIi = f ( Si ) onde 0 ≤ i ≤ m corresponde à solução apresentada. (7.1) CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 7.1.2 188 A Segunda Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação como Função de Quem Apresentou a Solução A M ET ERI poderia ainda ser função do estereótipo do aprendiz. Ou seja, a M ET ERI apresentada ao aprendiz identificado como Convergente, poderia destacar aspectos relativos aos elementos de convergência, por exemplo. A M ET ERI apresentada ao aprendiz identificado como Divergente, poderia destacar aspectos relativos aos elementos de divergência. Essa caracterı́stica permite adicionar uma segunda dimensão à METERI. Essa dimensão é entitulada por Student Model ou simplesmente SM . Essa nova dimensão expande a representação gráfica da Figura 7.1. Essa nova dimensão está ilustrada na Figura 7.2 e na Equação 7.2. A Figura 7.2 utiliza as categorias Convergentes e Divergentes para representar a possı́vel diversidade de METERIs. M ET ERIi = f (Si , SMi ) (7.2) FIGURA 7.2 – Representação Gráfica das soluções, das mensagens e do tipo de aprendiz. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 189 Em resumo, a Figura 7.2 e a Equação 7.2 representam as METERIs como função de duas dimensões, a saber: • Da solução Si -“o que foi apresentado”. • Do perfil do aprendiz SMi - “quem apresentou”. Os estereótipos de aprendizes poderiam ser quaisquer, desde que apropriados à finalidade da atividade instrucional ou do exercı́cio. Por exemplo, categorias como “Convergente Novato”, “Convergente Intermediário”, “Convergente Avançado”,“Divergente Novato”, “Divergente Intermediário” e “Divergente Avançado” poderiam ser empregadas sem que essa segunda dimensão perca a sua validade. 7.1.3 A Terceira Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação Como Função do Histórico de Soluções. Durante a execução de um exercı́cio SC, um determinado aprendiz pode acessar as METERIs armazenadas no Guia de Discussão. A cada interação i, o aprendiz acessa uma parte das METERIs armazenadas no Guia de Discussão, conforme descrito na Seção 7.1.1. Seja P athi uma possı́vel seqüência desses acessos, o conjunto de todas as seqüências possı́veis é finito e poderia ser representado da seguinte forma: P ath = { P ath0 , P ath1 , P ath2 , P ath3 , P athn , }. P athi determina quais METERIs necessitam ser acessadas pelo aprendiz e qual a provável ordem. Essa nova dimensão está relacionada à função de conduzir o aprendiz ao CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 190 término do exercı́cio. Logo, a M ET ERI, além de ser função da solução S, do modelo ou perfil do aprendiz SM , ela também será função do caminho de soluções P ath percorrido, conforme ilustra a Equação 7.3. M ET ERIi = f ( Si , SMi , P athi ) (7.3) Em resumo, a Equação 7.3 representa a M ET ERI como função de três dimensões, a saber: • Da solução Si - “o que foi apresentado” • Do perfil do aprendiz SMi - “quem apresentou” • Do caminho P athi - “por que foi apresentada” 7.1.4 A Quarta Dimensão - A Mensagem Textual de Retorno de Interação Como Função do Autor A quarta dimensão está baseada nos resultados obtidos por Goodman et al. (1998). Esses autores identificaram diferenças no comportamento de aprendizes quando a mensagem de retorno de interação era fornecida por um ITS ou por um companheiro virtual ou (Learning Companion - LC). Goodman e seus colaboradores constataram o seguinte: • ITSs tendem a fornecer mensagens factuais ou baseadas em fatos. • Um LC fornece a mesma informação que o ITS com a vantagem adicional de sempre convidar o aprendiz para uma conversa. Isso encoraja o aprendiz a explicar, articular e raciocinar sobre uma idéia ou conceito errôneo. Goodman et al. destacam CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 191 ainda o papel da atividade colaborativa na construção de argumentos pelo LC tendo proposto as seguintes categorias: Executor: sugere possı́veis soluções ou ações. Crı́tico: questiona sobre idéias, planos ou intenções. Instrutor: explica e esclarece conceitos. Registrador: acompanha a conversa entre os membros do grupo. Conciliador: resolve conflitos. A quarta dimensão é função de quem fornece a mensagem W hoi . O valor que esse parâmetro pode assumir poderia variar de IT S a LC, por exemplo. A função formadora da M ET ERI assume, então, a forma definitiva apresentada na Equação 7.4. M ET ERIi = f ( Si , SMi , P athi , W hoi ) 7.1.5 Conclusão As quatro dimensões da METERI descritas estão resumidas na Tabela 7.1. TABELA 7.1 – Composição da M ET ERI(f inal) . METERI 1D 2D 3D 4D M ET ERI Fonte METERI associada à regra selecionada. Mensagem textual gerada a partir do resultado de análise do histórico de soluções. Mensagem textual gerada a partir da definição de objetivos da orientação. Modelos de Mensagens armazenados. M ET ERI1D + M ET ERI2D + M ET ERI3D + M ET ERI4D (7.4) CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 7.2 192 Condução de Exercı́cios SC A SC, conforme foi apresentada por Egan (1976), não especifica como um possı́vel aprendiz poderia ser conduzido ou orientado durante a execução da atividade instrucional. De acordo com o relato de Egan, essa orientação deve ser realizada por um professor humano durante a execução da atividade instrucional. A execução de um exercı́cio SC com a supervisão de um professor poderia evitar algumas das dificuldades operacionais descritas na Seção 3.5. Nesse contexto, a M ET ERI é formada por duas partes. A parte definida pelo autor do exercı́cio e outra criada pelo SCAT com a finalidade de conduzir ou oreintar o aprendiz. Verificar se a M ET ERI atinge aos seus objetivos não é propósito deste trabalho de pesquisa. O propósito está limitado apenas na identificação de quais elementos do domı́nio poderiam estar contidos nessas mensagens. 7.3 A METERI e a Função Condutora do Aprendiz para o término do Exercı́cio Dois modos de condução são definidos a partir dos estilos cognitivos descritos na Seção 6.3, a saber: • Profundidade- Um pequeno grupo de conceitos e seus relacionamentos são analisados de forma profunda ou completa pelo aprendiz. O conceito ou grupo de conceitos é identificado através da busca do elemento ou conceito mais significativo ou Conceito Relevante. Nesse modo de condução, é esperado que o aprendiz apresente as caracterı́sticas Convergentes descritas por Bahar (1999). O aprendiz irá esgotar CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 193 todas as possibilidade de uso e relacionamento de um determinado conceito ou pequeno grupo de conceitos antes de abordar de forma profunda um outro conceito ou grupo. • Amplitude- Os conceitos ou grupos de conceitos e seus relacionamentos são analisados alternadamente sem haver um estudo aprofundado de um grupo. Esses grupos são identificados através do resultado da busca dos conceitos ou grupo de conceitos menos significativos na solução do aprendiz, ou Conceitos Irrelevantes. Nesse caso, o aprendiz pode apresentar as caracterı́sticas Divergentes descritas por Bahar (1999) nesses conceitos. O aprendiz irá explorar, de forma alternada, diversos conceitos ou pequenos grupos de conceitos sem esgotar todas as possibilidades de seu uso e relacionamento. 7.4 Caracterı́sticas do Conteúdo da METERI O conteúdo da mensagem também poderia ser baseado no trabalho de Toulmin (1969). Apesar da classificação de Toulmin ter sido utilizada em diversos ambientes tais como o Belvedere (SUTHERS et al., 2001), Amelsvoort e Muneke (2005) optaram por não utilizar essa classificação devido à complexidade que ela envolve. Noronha e Fernandes (2006b) basearam-se no trabalho de Goodman et al. (1998) para definir modelos de mensagens para ser utilizado em exercı́cios de SC. Os modelos de mensagens são agrupados em categorias, de acordo com algumas possı́veis estratégias, a saber: • Sugerir possı́veis ações- Sugere que o aprendiz insira novos elementos ou retire alguns elementos da solução. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 194 • Questionar sobre idéias planos e intenções- Questiona as idéias apresentadas pelo aprendiz em sua solução. • Explicar e esclarecer conceitos- Exclarece ou discrimina conceitos. O modelo computacional descrito neste trabalho de pesquisa poderia trabalhar tanto com o modelo de Toulmin (1969) quanto com o apresentado por Noronha e Fernandes (2006b). Como o modelo de Toulmin necessitaria ainda da definição de alguns modelos de mensagens, o modelo de Noronha e Fernandes (2006b), que já possui alguns modelos definidos, foi o escolhido. A Seção 7.6.7.1 exemplifica e expande alguns dos modelos definidos no trabalho de Noronha e Fernandes. Os exemplos de modelos de mensagens utilizados nesta pesquisa estão apresentados nas Seções 7.6.7.1 e 7.6.7.2 e correspondem à quarta dimensão da METERI. Eles têm apenas a finalidade ilustrativa e são resultados de exercı́cios de criatividade. A definição desses modelos poderia ficar para configuração do autor do exercı́cio e constitui um possı́vel trabalho futuro. 7.5 Critério de ordenação e seleção das Regras do Guia de Discussão Ao comparar a solução fornecida pelo aprendiz com as regras do Guia de Discussão, busca-se inicialmente identificar qual regra R contém a totalidade dos elementos do domı́nio abordado pela solução S do aprendiz, ou seja R ≡ S, caso não seja localizada nenhuma regra com essa caracterı́stica, busca-se em seguida R ⊂ S. Caso ainda não seja encontrada regra alguma, busca-se identificar qual regra é a mais próxima da solução do aprendiz, ou CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 195 seja S ⊂ R; quais as regras que apresentam apenas alguns elementos em comum com a solução do aprendiz, ou seja R ∩ S 6= ; e por último, quais regras não possuem nenhum elemento em comum com a solução do aprendiz. R ∩ S = . A prioridade de seleção da regra do Guia de Discussão, definida neste trabalho, é apresentada na Figura 7.3. FIGURA 7.3 – Prioridade de seleção de regra do Guia de Discussão. A Subseção 7.5.1 descreve como a ordem de prioridade de uma regra pode ser identificada através dos parâmetros BSR apresentados na Seção 5.2.2. A Subseção 7.5.2 define quando a M ET ERI(1D) poderá ser formada pela METERI associada à regra selecionada. 7.5.1 Como Identificar a Ordem de Prioridade da Regra A Figura 7.3 apresenta a ordem, definida neste trabalho de pesquisa, de seleção de regra a ser utilizada no ambiente computacional. Identificar a prioridade de seleção de uma regra R em função da solução S, conforme apresentado na Figura 7.3, pode ser CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 196 realizada através da análise dos parâmetros B00 , B11 , B01 e B10 apresentados na Seção 5.2.2. Diferentemente de Noronha et al. (2004) que utilizou um sistema especialista baseado em regras de produção para identificar a METERI a ser apresentada, o seguinte procedimento de ordenação baseado nos parâmetros BSR é proposto: 1. Se B11 6= 0 então S e R possuem alguns elementos em comum. (a) Se B11 + B00 = L, onde L é o tamanho de S e R, então R ≡ S. Logo, S e R apresentam os mesmos elementos. (b) Se B01 = 0, então R ⊂ S. Logo, todos os elementos de R estão contidos em S. S pode possuir alguns elementos que não estão contidos em R. (c) Se B10 = 0, então S ⊂ R. Logo, todos elementos de S estão contidos em R, mas R pode possuir alguns elementos que não estão contidos em S. (d) Se B10 6= 0 e B01 6= 0 então R 6⊂ S, S 6⊂ R e R ∩ S 6= . Logo, R e S possuem alguns elementos em comum. 2. Se B11 = 0 então R ∩ S = . S e R não possuem elementos em comum. 7.5.2 Identificação da M ET ERI(1D) e o Critério de Seleção da Regra De acordo com o apresentado na Seção 5.3, as regras podem ser classificadas conforme o conteúdo da METERI em dois tipos, a saber: • Exata - Todos os elementos previstos na regra necessitam estar presentes para que a mensagem seja apresentada. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 197 • Próxima - Nem todos os elementos previstos na regra necessitam estar presentes para que a mensagem seja apresentada. Se uma regra selecionada for do tipo Exata e a solução não possuir todos os elementos da Matriz de Resposta previstos na regra, deveria a METERI, associada à regra, compor a componente M ET ERI(1D) ? Para preencher esse tipo de lacuna, a Tabela 7.2 foi criada e definida: TABELA 7.2 – Composição da M ET ERI(1D) . TIPO de REGRA R≡S EXATA METERI PRÓXIMA METERI R⊂S S⊂R METERI METERI nenhuma METERI R 6⊂ S, S 6⊂ R e R ∩ S 6= nenhuma METERI R∩S = nenhuma nenhuma De acordo com o especificado na Tabela 7.2, quando uma regra EXATA for selecionada de acordo com os critérios R ≡ S e R ⊂ S, a M ET ERI(1D) será formada pela METERI associada à regra. Em qualquer outra situação, a M ET ERI(1D) será nula. Quando uma regra PRÓXIMA for selecionada, a M ET ERI(1D) será nula apenas para o critério R ∩ S = . 7.6 Módulo de Orientação O Modelo de Interação proposto neste trabalho está estruturado em módulos. Esses módulos estão apresentados na Figura 7.4. FIGURA 7.4 – Estrutura do Módulo de Orientação CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 198 CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 199 De forma resumida, esse modelo procura definir um fluxo ou conjunto de ações que poderiam possibilitar a execução automatizada de um exercı́cio SC. A Figura 7.5 representa graficamente esse fluxo de ações. Esse fluxo de ações consiste nos seguintes procedimentos: 1. Identificar a regra mais apropriada que será apresentada ao aprendiz é a função do bloco “Analisador da Solução” do Módulo de Orientação. Para realizar essa tarefa, o “Analisador da Solução” acessa o Guia de Discussão através do bloco “Gerente de Regras” do Módulo do Especialista. 2. Classificar a solução apresentada em Divergente ou Convergente e identificar os elementos KWK abordados na solução. Nessa tarefa, o “Analisador da Solução” comunica-se com o bloco “Tradutor” do Módulo do Domı́nio e busca informações especı́ficas da representação do domı́nio. 3. Extrair da regra identificada, a primeira dimensão denominada por M ET ERI(1D) . Ela, de acordo com o definido na Tabela 7.2, poderá compor a M ET ERI a ser apresentada ao aprendiz. 4. Identificar novos objetivos de orientação. Duas estratégias de identificação de objetivos podem ser utilizadas, a saber: (a) Redutora de Diferenças. O objetivo é a redução das diferenças entre os elementos da regra selecionada e da solução apresentada pelo aprendiz. A necessidade dessa estratégia origina-se quando a regra possui o atributo de ser “Exata”, conforme descrito na Seção 5.4. Ou seja, todos os elementos necessitam estar presentes e existem diferenças entre a solução apresentada e essa regra. (b) Encaminhadora- O objetivo é que o aprendiz apresente uma nova solução na CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 200 próxima interação, que permita selecionar uma outra regra do Guia de Discussão que ainda não tenha sido selecionada. 5. O módulo “Identificador de Novos Objetivos” procura identificar elementos do domı́nio ou KWK(s) para a formação do componente M ET ERI(3D) . Esse conjunto e o tipo de estratégia utilizada, Redutora ou Encaminhadora são enviados ao módulo “Gerador de Dicas Condutivas” que irá construir a M ET ERI(3D) de acordo com essas informações. Esse texto é construı́do a partir de modelos previamente definidos e armazenados no repositório “Modelos de Mensagens”. O módulo “Pesquisador do Modelo do Aprendiz” é acionado em seguida. 6. O módulo “Pesquisador do Modelo do Aprendiz” identifica os três nı́veis de classificação do aprendiz, conforme descrito na Seção 6.3. 7. As informações coletadas pelo módulo “Pesquisador do Modelo do Aprendiz” são encaminhadas aos módulos “Gerador de Textos a Respeito do Desempenho do Aprendiz” e “Identificador de Novos Objetivos”. Essas informações contêm os elementos do domı́nio (KWKs) trabalhados e a classificação do aprendiz nos três nı́veis descritos na Seção 6.3. O módulo “Gerador de Textos a Respeito do Desempenho do Aprendiz” constrói a M ET ERI(2D) a partir de modelos armazenados no repositório “Modelos de Mensagens” e da classificação do aprendiz. 8. Atualizar o histórico do aprendiz com informações a respeito da solução S, regra selecionada R, a M ET ERI(f inal) apresentada, a classificação da solução S entre outras informações definidas na Seção 6.4.1. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 201 FIGURA 7.5 – Fluxo de ações do Módulo de Orientação 7.6.1 Funcionamento do Módulo de Orientação O aprendiz submete uma solução para análise, essa solução é encaminhada ao Módulo de Orientação da Figura 7.4. O retorno dessa análise é um texto, denominado neste trabalho de pesquisa de M ET ERI(f inal) . A composição da M ET ERI(f inal) é apresentada na Tabela 7.1. Nesse contexto, a M ET ERI(f inal) vai muito além do que é apresentado pela técnica SC CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 202 através das mensagens associadas às regras. A M ET ERI(f inal) poderia, além de comentar a solução apresentada, possibilitar a condução ou orientação do aprendiz a apresentar novas soluções, tendo, assim, acesso gradativo a todas as mensagens armazenadas no Guia de Discussão. As Subseções 7.6.2 a 7.6.8 descrevem as partes que compõem o Módulo de Orientação ilustrado na Figura 7.4. Durante a descrição desses módulos, considera-se o exemplo de atividade instrucional SC do Apêndice A. A Figura 7.6 apresenta, de maneira detalhada, os procedimentos do módulo Analisador da Solução. Cada processo é numerado e esse número é utilizado como auxı́lio na descrição textual do módulo. 7.6.2 Analisador da Solução O Analisador da Solução pode ser representado pelos seguintes submódulos, conforme ilustra a Figura 7.7: Tradutor, Ordenador de Regras e Filtro de Regras. O objetivo do analisador é expresso pelo seguinte procedimento: 1. Traduzir a solução S para os formatos a serem utilizados pelo SCAT. 2. Ordenar as regras do Guia de Discussão de acordo com a sua Similaridade ou Dissimilaridade com a solução. 3. Retirar das regras ordenadas aquelas cuja METERI já foi apresentada ao aprendiz. 4. Selecionar a regra mais próxima da solução do aprendiz. Cada submódulo representado na Figura 7.7 foi explorado nas próximas subseções. O submódulo Tradutor apresentado na Seção 4.6 foi resumido na Seção 7.6.2.1 pois ele CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 203 FIGURA 7.6 – Modelo para identificar a regra mais apropriada entre as regras armazenadas no Guia de Discussão. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 204 FIGURA 7.7 – Módulo Analisador da Solução interage com os submódulos que compõem o Analisador da Solução. As Seções 7.6.2.2 e 7.6.2.3 descrevem o funcionamento respectivamente dos submódulos “Ordenador de Regras” e “Filtro de Regras” ilustrados na Figura 7.7. Apesar de representado na Figura 7.7, o submódulo “Pesquisador do Histórico de Soluções do Aprendiz” corresponde ao submódulo ”Pesquisador do Histórico de Soluções”, apresentado na Seção 6.4.2. Esse módulo está novamente ilustrado na Figura 7.7 apenas para representar a interação entre o Módulo de Orientação e do Aprendiz do SCAT. 7.6.2.1 Tradutor O módulo Tradutor está explicado em detalhes na Seção 4.6. Resumidamente, o módulo Tradutor fornece uma saı́da estruturada e composta com as seguintes informações: • A própria solução fornecida. • A expressão de conceitos da solução apresentada. Essa informação foi denominada por SEC . • A solução traduzida para um vetor binário. Essa informação foi denominada por CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 205 S01 . • A solução traduzida para um vetor ordenado. Essa informação foi denominada por S−> . Essa saı́da foi representada no formato de frames, da seguinte forma: [S] = hh Solução ih SEC ih S01 ih S−> ii O Módulo Tradutor está representado na Figura 7.6 pelo elemento ou retângulo número 1. 7.6.2.2 Ordenador de Regras Dada uma solução qualquer a um Desafio, a lista de regras do Guia de Discussão de um exercı́cio SC pode ser ordenada de acordo com o critério de Similaridade ou Dissimilaridade entre a solução e a regra. Esse valor pode ser calculado de acordo com as expressões apresentadas nas Tabelas 5.3 e 5.4. Os elementos número 2, 3 e 4 da Figura 7.6 representam essas ações. O elemento número 3, da Figura 7.6, é formado pela identificação da expressão definida para o cálculo da Similaridade ou Dissimilaridade (retângulo 3.1) e pelo procedimento cálculo (retângulo 3.2). A lista de regras ordenadas de acordo com esse critério é denominada por [Lg]. Por exemplo, [Lg] = [ Ra Rb Rc Rd Re ], sendo Ra a regra mais próxima ou similar da solução e Re a mais distante ou mais dissimilar. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 7.6.2.3 206 Filtro de Regras O módulo Filtro de Regras procura identificar as regras que mais se aproximam da solução apresentada e que ainda não tenham sido selecionadas, ou seja, que ainda não estejam na lista [Lsm] de regras armazenadas no Histórico de Soluções do Aprendiz. O elemento número 5 da Figura 7.6 representa a operação desse módulo. Uma lista de regras [Lg] é comparada com outra lista de regras, a [Lsm]. A segunda lista, a [Lsm] é formada pelas regras que constam no histórico de soluções do aprendiz para o desafio considerado. O resultado dessa comparação é uma lista denominada por [Lg - Lsm], que é formada por todas os elementos de [Lg] que não estão armazenados em [Lsm]. Por exemplo, se [Lg] = [R1 R3 R5 R4] e [Lsm] = [R3], o resultado [Lg - Lsm] seria igual a [R1 R5 R4]. A lista ordenada [Lg - Lsm] pode conter nenhum, um ou vários elementos. Caso a lista seja nula, isso significa que não há mais METERIs no Guia de Discussão a serem apresentadas ao aprendiz, ou seja, o exercı́cio está encerrado. Condição verificada no elemento número 6 da Figura 7.6. Caso a lista [Lg-Lsm] não seja nula, seleciona-se a regra R mais próxima da solução S, ou seja, o primeiro elemento dessa lista. O elemento número 7, da Figura 7.6, representa essa ação. Os elementos número 9, 10, 11, 12 procuram identificar o relacionamento entre S e a regra R, de acordo com o descrito na Subseção 7.5.1. Como pode-se observar, a regra selecionada pode não apresentar todos os elementos exigidos como pré-requisitos dessa regra, por exemplo S ⊂ R ou “ R ∩ S 6= , R 6⊂ S e S 6⊂ R”. Sendo assim, o sistema verifica, na regra, se o atributo “Estratégia de Seleção”, descrito na Seção 5.6.1, possui o valor “Exata”. Caso possua, isso significa que a METERI CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 207 associada a essa regra somente deverá ser apresentada se a solução apresentar todos os elementos selecionados. Nesse caso a METERI não poderá ser apresentada, conforme definido na Tabela 7.2. 7.6.3 Identificador de Novos Objetivos O módulo Identificador de Novos Objetivos pode ser representado por dois submódulos, conforme ilustra a Figura 7.8: • Redutor de Diferenças- Dispositivo que é acionado se, e somente se, a regra selecionada R possuir o atributo de ser Exata, conforme descrito na Seção 5.4. • Selecionador de Próximo Alvo- Dispositivo que sempre é acionado. O Redutor de Diferenças procura o seguinte: 1. Comparar a solução e a regra selecionada R. 2. O resultado dessa comparação fornece o seguinte: (a) Quais elementos da solução S também estão contidos em R. Essa informação é registrada pela lista “[AND]”. (b) Quais elementos da solução S não estão contidos em R. Essa informação é registrada pela lista “[XOR]”. (c) Quais elementos de R não estão contidos na solução S. Essa informação é registrada pela lista “[XOR’]”. (d) Quais elementos da solução S que estão posicionados fora da ordem apresentada em R. Essa informação é registrada pela lista “[XOR”]”. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 208 FIGURA 7.8 – Módulo Identificador de Novos Objetivos 3. Identificar, através do componente localizador de METERIs no Guia de Discussão METERIs que estejam associadas a regras que possuam, de forma exata, os elementos das listas [AND], [XOR], [XOR’] e [XOR”]. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 209 O Selecionador de Próximo Alvo, de acordo com as duas estratégias descritas na Seção 7.3, procura fazer o seguinte: 1. Identificar o tipo de aprendiz. 2. Se o aprendiz for classificado como Convergente, ele irá identificar a regra mais próxima da solução apresentada. Nessa modalidade, o ambiente estará utilizando a estratégia em Profundidade. 3. Se o aprendiz for classificado como Divergente, ele irá identificar a regra mais distante da solução apresentada. Nessa modalidade, o ambiente estará utilizando a estratégia em Amplitude. 4. Qualquer que seja a regra, ela é identificada como R(next) , caracterizando o próximo alvo. 7.6.3.1 Localizador de METERIs O mecanismo denominado por “Localizador de METERI” procura identificar no repositório “Regras do Guia de Discussão”, a METERI cuja regra associada case com uma lista de elementos, conforme ilustra a Figura 7.9. Esse mecanismo poderia ser um Casamento de Padrões. FIGURA 7.9 – Mecanismo Localizador de METERI CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 7.6.4 210 Pesquisador do Modelo do Aprendiz O Pesquisador do Modelo do Aprendiz é um dos módulos do Modelo do Aprendiz apresentado na Seção 6.4 deste documento. 7.6.5 Gerador de Dicas Condutivas O objetivo desse módulo é estruturar mensagens de acordo com as estratégias “Redutora de Diferenças” e ”Encaminhadora”. Essas estratégias possuem, como alvo, uma regra do Guia de Discussão, conforme ilustrado na Figura 7.10. O objetivo é estruturar um fragmento de texto ΦA de acordo com a diferenca ∆R identificada, onde ΦA constitui a dica ou mesagem condutiva M ET ERI3D . FIGURA 7.10 – Diferenças entre a solução apresentada e uma determinada regra. O Gerador de Dicas Condutivas recebe do módulo Identificador de Objetivos os seguintes dados: • Lista [AND] • Lista [XOR] + METERI(XOR) CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 211 • Lista [XOR’] + METERI(XOR’) • Lista [XOR”] + METERI(XOR”) • Tipo de Aprendiz. • O próximo alvo, ou seja, a regra R(next). A Figura 7.11 ilustra o processo de tomada de decisão deste módulo. Conforme ilustrado, o gerador verifica inicialmente se o conteúdo das listas [XOR], [XOR’] ou [XOR”] não é nulo. Essas listas armazenam os elementos distintos entre a solução apresentada e a regra selecionada. Se essas três listas forem nulas, o gerador irá trabalhar apenas com a regra R(next). Essa regra foi selecionada a partir da lista [Lg-Lsm], podendo ser o primeiro elemento ou o último elemento dessa lista de acordo com a classificação do aprendiz, se Convergente ou Divergente. O conjunto de elementos formado pelas listas [AND], [XOR], [XOR’] e [XOR”] e a regra R(next) são encaminhados para o módulo “Tradutor para Expressão de Conceitos” (“Tradutor EC”), conforme ilustra a Figura 7.12. Esse módulo fornecerá a expressão de conceitos que indica quais os elementos conceituais deverão ser abordados no texto. Caso o módulo “Localizador de METERIs”, apresentado na Figura 7.9, consiga identificar alguma regra especı́fica para os elementos das listas [XOR], [XOR’] e [XOR”], essa METERI será disponibilizada pelo módulo “Gerador de Texto”. Caso nenhuma METERI seja identificada para os elementos dessas listas, o módulo “Gerador de Texto” irá estruturar e disponibilizar um fragmento de texto que aborde os elementos conceituais representados na expressão de conceitos. Os modelos de mensagens são armazenados no repositório “Modelos de Mensagens”. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 212 FIGURA 7.11 – Representação do fluxo de decisões do Gerador de Dicas Condutivas . FIGURA 7.12 – Módulo Gerador de Dicas Condutivas. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 7.6.6 213 Gerador de Textos a Respeito do Desempenho do Aprendiz O objeto do módulo descrito nesta seção é resultante da análise do histórico de soluções do aprendiz, pelo qual se pode avaliar o seu desempenho. O fragmento de texto gerado nesse módulo comenta os relacionamentos realizados pelo aprendiz durante a execução do exercı́cio. O objetivo desse fragmento de texto é apresentar ao aprendiz um pequeno resumo das soluções apresentadas de acordo com os três nı́veis descritos nas seções 6.3.1, 6.3.2 e 6.3.3. A Figura 7.13 representa os módulos do gerador. A lista de informações do histórico do aprendiz, obtida através do módulo “Pesquisador do Modelo do Aprendiz”, do Módulo de Orientação, é encaminhada ao módulo Comparador, conforme ilustrado na Figura 7.13. Essa lista de informações contém os elementos do domı́nio (KWK) que foram manipulados, ou seja, o conjunto de S(EC) referente ao histórico de soluções. FIGURA 7.13 – Módulo Gerador de Textos a respeito do desempenho do aprendiz O Comparador procurará identificar, se existir, quais são os relacionamentos entre elementos do domı́nio comuns no histórico de soluções, quais os novos conceitos e quais elementos que não estão sendo mais relacionados. Esses valores identificados são denominados por: CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 214 • [AN Dhist ] - registra os elementos do domı́nio (KWK) comuns às soluções apresentadas no histórico e a última solução. • [XORhist ] - registra os elementos do domı́nio (KWK) presentes na última solução apresentada e que não podem ser encontrados nas soluções anteriores armazenadas no histórico. 0 • [XORhist ] - registra os elementos do domı́nio (KWK) que estão presentes no histórico e não estão presentes na última solução apresentada. Os elementos registrados nessas três listas são encaminhados ao módulo “Gerador de Resumo”, que formata e estrutura um fragmento de texto que pode ser apresentado ao aprendiz. Esse fragmento forma a M ET ERI(2D) , de acordo com alguns dos modelos de mensagens listados na Seção 7.6.7.2. Exemplo Ilustrativo de Execução do Gerador de Textos A Tabela 7.3 exemplifica um possı́vel histórico de soluções S(EC) para um aprendiz durante a execução do Desafio 1, do Apêndice A. TABELA 7.3 – Exemplo de Informações armazenadas no Histórico do Aprendiz. Solução Elementos da Matriz SEC 1 10, 11 1.KWK1 + 1.KWK2 + 1.KWK10 + 1.KWK18 2 4, 5 1.KWK4 + 1.KWK9 + 2.KWK10 + 1.KWK11 3 13 1.KWK13 + 1.KWK14 última 15, 18 1.KWK1 + 2.KWK4 + 2.KWK5 + 1.KWK10 + 1.KWK11 + 1.KWK14 + 1.KWK15 + 1.KWK20 O módulo Comparador irá comparar a última solução com as informações do histórico da seguinte maneira: CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 215 • Gerar o valor resumo do histórico de soluções. Esse valor é determinado de acordo com a seguinte expressão: S(EC−ResumoHist) = SEC1 + SEC2 + ... + SECn . No exemplo considerado, esse valor será para as três primeiras soluções ilustradas na Tabela : S(EC−ResumoHist) = 1.KW K1 +1.KW K2 +1.KW K4 +1.KW K9 +3.KW K10 +1.KW K11 +1.KW K13 +1.KW K14 +1.KW K18. • Comparar a última solução com S(EC−ResumoHist) . O resultado dessa comparação fornecerá: – [AN Dhist ] - lista dos elementos comuns. Nesse exemplo a lista é formada pelos elementos [KWK1 KWK4 KWK10 KWK11 KWK13]. – [XORhist ] - lista dos elementos presentes na última solução e que não estão presentes no histórico. Nesse exemplo a lista é formada pelos elementos [KWK5 KWK15 KWK20]. 0 – [XORhist ] - lista os elementos do domı́nio (KWK) que estão presentes no his- tórico e não estão presentes na última solução apresentada. Nesse exemplo a lista é formada pelos elementos [KWK2 KWK9 KWK13 KWK14 KWK18]. 0 As listas [AN Dhist ], [XORhist ] e [XORhist ] são enviadas ao submódulo Gerador de Resumos. Esse gerador poderia utilizar um dos modelos de mensagens apresentados na Seção 7.6.7.2, para a produção do seguinte texto para a M ET ERI2D : CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 216 Analisando a última solução e o histórico de soluções apresentadas anteriormente podese observar: >Os conceitos da lista {“Mercadores Aventureiros”, “governo, parlamento, reino”, “dinheiro, moeda”, “desvalorização”, “guerra”} já foram relacionados em soluções anteriores. Esse fato poderia indicar que a sua solução está explorando novas relações entre os elementos do domı́nio. >Nessa última solução, além dos elementos que foram mantidos, novos elementos começam a ser explorados tais como {“quotas”, “expedição arriscada”, “guerra”, “preço”, “comércio, mercado”}. >Pode-se observar um comportamento Convergente para os elementos {“Mercadores Aventureiros”, “governo, parlamento, reino”, “dinheiro, moeda”, “desvalorização”, “guerra”} e Divergente para os elementos {“taxas, impostos”, “benefı́cio, privilégio, proteção”, “incremento, aumento”} e {“quotas”, “expedição arriscada”, “guerra”, “preço”, “comércio, mercado”}. >O histórico de soluções registra a convergência ou divergência em alguns elementos conforme apresentado na tabela abaixo: Solução Elementos Análise 1 10, 11 Divergente para os elementos {“Mercadores Aventureiros”, “quotas”, “dinheiro, moeda”, “comércio, mercado”} 2 4, 5 Convergente para os elementos {“dinheiro, moeda”} 3 13 Divergente para os elementos {“guerra”, “preço”} última 15, 18 Convergente para os elementos {“taxas, impostos”} Para a formatação desse texto-exemplo, cada elemento KWK foi substituı́do pelo seu equivalente no domı́nio considerado. Essa substituição foi realizada com o auxı́lio da CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 217 Tabela 4.1. 7.6.7 Repositório de Modelos de Mensagens O repositório de Modelos de Mensagens simplesmente armazena a estrutura das mensagens textuais que serão fomatadas em resposta às solicitações dos diversos módulos descritos nesse documento. A Figura 7.14 representa a estrutura desse repositório. O Gerente de Mensagens tem a função de selecionar o modelo de mensagem de acordo com a dimensão da METERI. FIGURA 7.14 – Repositório de Modelos de Mensagens Esse repositório permite armazenar modelos de mensagens para estruturar a: • Terceira Dimensão da METERI apresentada na Seção 7.1.3 ou M ET ERI(3D) - Esses modelos estão exemplificados na Seção 7.6.7.1. • Segunda Dimensão da METERI apresentada na Seção 7.1.2 ou M ET ERI(2D) - Esses modelos estão exemplificados na Seção 7.6.7.2. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 7.6.7.1 218 Modelos Definidos para a Terceira Dimensão da METERI Como exemplo de cada modelo de mensagem apresentado na Seção 7.4, conforme apresentado por Noronha e Fernandes (2006b), lista-se o seguinte: • Sugerir possı́veis ações: 1. “Os elementos {“ + elementos da lista [XOR’] + ”} foram omitidos da sua solução e eles precisavam estar incluı́dos.”. 2. “Os elementos {“ + elementos da lista [XOR] + ”} foram inseridos na sua solução e eles não precisavam estar incluı́dos. Isso não significa que esses elementos não possam ser combinados com outros elementos da Matriz de Resposta formando, assim, novas soluções.”. 3. “Alguns elementos selecionados não estão apresentados na seqüência esperada, como por exemplo {” + elementos da lista [XOR”] + “}por favor, reveja a seqüência.”. 4. “Alguns conceitos ainda necessitam ser investigados antes do exercı́cio ser finalizado, tais como: {“+lista de KWKs da lista [XOR’] + “}.”. 5. “Idéias e pontos de vista formados com os conceitos {“ + lista de KWKs da lista [XOR] + “} poderiam ser associados com outros d Matriz de Resposta. Que tal apresentar uma nova solução com eles? ”. 6. “Refaça a sua solução, pois ainda existem mensagens textuais a serem apresentadas.”. • Questionar sobre idéias, planos e intenções: 1. “Apesar de concordarmos com a inclusão de alguns elementos, possuı́mos al- CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 219 gumas discordâncias quanto à inclusão dos elementos {” + elementos da lista [XOR] + “}.” 2. “Apesar de concordarmos com a inclusão de alguns elementos, possuı́mos discordância quanto à omissão dos elementos {” + elementos da lista [XOR’] + “}.” 3. “Alguns elementos que eu considero importantes para a solução foram omitidos tais como:” + elementos da lista [XOR’] + “.” 4. “Os relacionamentos apresentados entre os conceitos {“ + lista de KWKs da lista [XOR’] + lista de KWKs da lista [XOR] + “} apresentam um ponto de vista que ainda não foi considerado para esse Desafio.”. 5. “Alguns conceitos ainda necessitam ser investigados, antes do exercı́cio ser finalizado, tais como: {” + lista de KWKs de R(next) + “}” • Explicar e esclarecer conceitos: 1. “Concordamos perfeitamente com a seleção dos elementos apresentados. O conselho que eu poderia fornecer é o seguinte: ” + M ET RI(1D) . Quando e como selecionar um determinado modelo de mensagem não foi investigado. Ou seja, se a mensagem M ET ERI(3D) deve explicar e esclarecer conceitos ou questionar sobre idéias, planos e intenções ou sugerir possı́veis ações, não foi investigado neste trabalho de pesquisa. Constitui-se, assim, sugestão de pesquisas futuras, identificar os prérequisitos de seleção do tipo e da mensagem. No contexto deste trabalho, essa mensagem foi selecionada de forma aleatória. Conforme relata o trabalho de Noronha e Fernandes (2006b), esses modelos poderiam ser modificados, excluı́dos ou outros novos poderiam ser criados pelo autor do exercı́cio. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 220 Essa faceta não será abordada neste documento de pesquisa, por estar fora do escopo do trabalho. Na lista de modelos apresentada anteriormente, há a referência à “lista [XOR]”, “lista [XOR’] ” e “lista [XOR”]”, entre outras. Essas listas são obtidas de forma automática durante a execução do exercı́cio SC. A Seção 7.6.3 descreve como essas listas podem ser obtidas e a Tabela 7.4 descreve o significado de cada uma dessas listas. O elemento M ET ERI(1D) corresponde à mensagem textual associada à regra selecionada do Guia de Discussão. TABELA 7.4 – Significado das listas AND, XOR, XOR0 e XOR” Lista Significado AND Elementos comuns à solução e regra da guia de discussão. XOR Elementos que foram inseridos na solução e que não estão contidos na regra do Guia de Discussão. XOR’ Elementos que foram definidos na regra e que não estão contidos na solução. XOR” Elementos que foram apresentados na solução que não estão na seqüência definida na regra do Guia de Discussão. 7.6.7.2 Modelos definidos para a segunda dimensão da METERI São alguns exemplos de modelos de mensagens definidos neste trabalho para a M ET ERI(2D) : • “Os conceitos da lista ” + [AN Dhist ] + “ já foram relacionados em soluções anteriores . Esse fato poderia indicar que a sua solução está explorando novas relações entre os elementos do domı́nio.”. • “Nessa última solução, além dos elementos que foram mantidos, novos elementos 0 começam a ser explorados tais como + [XORhist ]. • “Pode-se observar um comportamento Convergente para os elementos ” + [AN Dhist ] 0 + “ e Divergente para os elementos ” + [XORhist ] + “ e ” + [XORhist ]. CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 221 • “O histórico de soluções registra a convergência ou divergência em alguns elementos conforme apresentado na tabela abaixo ” + Informação similar à apresentada nas Tabelas 6.2, 6.3 e 6.3. Os modelos apresentados e definidos nas Seções 7.6.7.1 e 7.6.7.2 constituem a quarta dimensão das mensagens de retorno de interação, ou simplesmnete M ET ERI(4D) . É através desses modelos que “quem fornece a mensagem de retorno de interação” pode ser identificado ou categorizado. 7.6.8 Módulo Construtor de METERI O módulo Construtor de METERI recebe os componentes M ET ERI(1D) , M ET ERI(2D) e M ET ERI(3D) e concatena esses elementos formando M ET ERI(f inal) = M ET ERI(1D) +M ET ERI(2D) +M ET ERI(3D) . A M ET ERI(4D) está sendo omitida dessa representação devido à ausência de estudos que indiquem como identificar e escolher o modelo de mensagem para a M ET ERI(2D) e M ET ERI(3D) . A ausência de pesquisa que indique qual a melhor forma de estruturar a mensagem de retorno de interação permite, neste caso, que a seguinte ordem de estruturação seja definida de forma aleatória: M ET ERI(1D) , M ET ERI(3D) e M ET ERI(2D) . 7.7 Conclusões Durante a execução de um exercı́cio SC, tipicamente, um professor conduz o aprendiz ao término do exercı́cio. As estratégias que esse professor poderia empregar na orientação CAPÍTULO 7. MÓDULO DE ORIENTAÇÃO 222 não são documentadas, apesar disso, pode-se inferir algumas potenciais estratégias. No contexto deste trabalho, investigaram-se essas potenciais estratégias e mecanismos para a orientação de aprendizes em um exercı́cio SC. Esses mecanismos compõem o Módulo de Orientação descrito neste capı́tulo. Apesar de limitados, os mecanismos investigados apresentam-se como uma boa alternativa para a ausência do professor quando comparados com uma simples opção “senão” nas regras de produção ou a ausência total. Resumidamente, esses mecanismos procuram estruturar a METERI a ser apresentada ao aprendiz. Ela é estruturada em dimensões e cada dimensão possui as caracterı́sticas apresentadas na Seção 7.1. Logo, expande-se a funcionalidade dessa METERI apresentada inicialmente por Egan (1976). 8 Avaliação da Proposta de Solução Neste capı́tulo avaliam-se os resultados dessa pesquisa. Algumas limitações são apresentadas e os modelos desenvolvidos e relatados neste trabalho são analisados. • Na Seção 8.1 descrevem-se algumas simulações computacionais realizadas com alguns dos modelos descritos neste documento. • Na Seção 8.2, apresentam-se as limitações da proposta de solução investigada neste trabalho de pesquisa. • A finalização do capı́tulo é feita na Seção 8.3. 8.1 Simulações Computacionais Realizadas Cada um dos módulos do SCAT foi parcialmente codificado e algumas simulações foram realizadas. As seguintes subseções detalham o que foi feito: • A Subseção 8.1.1 relata o que foi implementado do SCAT computacionalmente. • A Subseção 8.1.2, juntamente com o Apêndice B, apresentam o resultado do emprego de um protótipo de ferramenta de autoria desenvolvido para auxiliar no preenchimento de informações do modelo apresentado na Figura 4.1 e a partir dessas CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 224 informações gerar parcialmente a atividade instrucional. • O Módulo do Especialista é tratado na Subseção 8.1.3 que apresenta os resultados de diversas simulações do processo de seleção de regras do Guia de Discussão. De maneira similar ao apresentado nas Tabelas 3.4 e 3.5, identifica-se o efeito de cada método de cálculo apresentado nas Tabelas 5.3 e 5.4, na seleção da regra mais similar. • A Subseção 8.1.5 apresenta os resultados de outra simulação. Nessa nova simulação busca-se identificar a ocorrência de cada estereótipo de aprendiz desenvolvido no Capı́tulo 6. • A Comparação do Efeito do Tamanho do Guia de Discussão na Probabilidade de uma regra ser selecionada pelo método de Casamento de Padrões e Cálculo de Similaridade é investigado na Seção 8.1.6. 8.1.1 Implementações Computacionais Os quatro módulos do SCAT foram parcialmente implementados na liguagem Java, durante o transcorrer desta pesquisa. Das implementações realizadas, destacam-se: • O Tradutor apresentado na Seção 4.6. • A Estrutura de representação de conhecimento ilustrada na Figura 4.1. • A Estrutura de representação expandida de conhecimento ilustrada na Figura 4.6. • A Estrutura de Representação das Regras ilustrada na Tabela 5.8. • O procedimento de cálculo descrito na Seção 5.2.2. CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 225 • O modelo de classificação de aprendizes em três camadas, descrito na Seção 6.3. • A descrição do procedimento representada na Figura 7.6. 8.1.2 Experimento 1: Uso do Modelo de Representação de Conhecimento O módulo do domı́nio deu origem a um protótipo de ferramenta de autoria que foi utilizada para: • Representar as KWKs, IOs, IGs e os seus relacionamentos, • Extrair de um documento-texto as frases relevantes para a composição da Matriz de Resposta, • A geração automática de algumas regras de inclusão e omissão do Guia de Discussão. • Fornecer sugestões de assuntos e tópicos a serem abordados nas METERIs associadas às regras geradas. As KWKs fornecidas foram armazenadas em arquivo-texto. Esse arquivo-texto representa o conteúdo das Tabelas 4.1 e 4.3. O Apêndice B apresenta o resultado do protótipo de ferramenta de autoria. Para a geração do exemplo desse apêndice, o autor da atividade SC necessitou apenas fornecer as informações definidas da estrutura MRC ilustrada na Figura 4.1. A seção Apresentação foi formada por um artigo de revista de circulação nacional e os elementos da Matriz de Resposta são obtidos através de busca por semelhança entre o conjunto de KWK e as frases contidas no texto, conforme apresentado em Noronha e Fernandes (2005a). CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 8.1.3 226 Experimento 2: Determinação da influência da escolha do método de cálculo de Similaridade e Dissimilaridade Foi desenvolvida uma simulação computacional que buscou identificar: • Se a probabilidade de uma regra ser selecionada modifica-se de acordo com a escolha do método. • Se a quantidade de soluções que podem ser selecionadas ao mesmo tempo modifica-se de acordo com a escolha do método. • Das regras selecionadas, quantas atendem a cada um dos critérios de seleção definidos na Seção 7.5.1. Diante da diversidade de métodos de cálculo de similaridade, apresentados nas Tabelas 5.3 e 5.4, qual método poderia ser considerado o mais indicado? Dos critérios que poderiam ser desenvolvidos com esses dados, pôde-se destacar: • Identificar a equação que apresenta menor diferença de probabilidade entre as regras. Ou seja, busca-se igualar a probabilidade de seleção de todas as regras do Guia de Discussão. • Identificar a equação que possui a menor quantidade de mensagens do Guia de Discussão apresentadas ao mesmo tempo. Nesse critério, busca-se reduzir a quantidade de informações apresentadas ao mesmo tempo ao aprendiz. • Identificar a equação que apresenta maior quantidade de regras selecionadas pelo critério R ⊂ S e R ≡ S. CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 8.1.3.1 227 Quais métodos minimizam a diferença de probabilidade de seleção das regras? Das equações investigadas, algumas apresentaram indı́cios de serem pouco indicadas devido ao valor da probabilidade de seleção de uma determinada regra ser muito baixo ou elevado. A Tabela 8.1 totaliza a porcentagem de seleção de cada regra do Desafio 1 da atividade instrucional SC do Apêndice A. A análise dos dados apresentados nessa tabela, permite concluir para o exemplo considerado: • Os resultados da equação de Johnstone apresentados apresentam que a regra R6 possui a probabilidade de ser selecionada de 2,042%. As regras derivadas de R3, R4 e R5 denominadas de R3.1, R3.2, R4.1, R4.2, R5.1, R5.2 apresentam a probabilidade de 36%. Ou seja, de maneira geral, se empregado esse método, é bem provável que a R6 seja a última regra se ser apresentada ao aprendiz. E as regras R3, R4 e R5, provavelmente serão selecionadas por primeiro, não especificamente nessa ordem. • Os resultados da equação de “Russel e Rao - Rr” apresentam que a regra R6 possui a probabilidade de ser selecionada de 99,4752%. As regras derivadas de R3, R4 e R5 denominadas de R3.1, R3.2, R4.1, R4.2, R5.1, R5.2 apresentam a probabilidade de 0,3022%. Resultados similares são apresentados para as equações “Coeficiente de Tanamoto - Tc”, “Rice, Czekanowski, Soremem - DCS” e “Dissimilaridade de Diferença de Padrão - DP”. Outras equações investigadas apresentaram-se como fortes candidatas diante do elevado valor de probabilidade para seleção de uma ou duas regras ao mesmo tempo, a saber: CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 228 • “Sokal e Michener - Sm, “Dissimilaridade Euclideana - DE’ e “Rogers e Tanamoto - RT” apresentam a probabilidade de 47,29% de uma única regra ser selecionada e 31,86% de duas regras serem selecionadas ao mesmo tempo. 8.1.3.2 Quais Métodos Minimizam a Quantidade de Regras do Guia de Discussão Selecionadas ao Mesmo Tempo. A Tabela 8.2 totaliza a porcentagem de seleção de nenhuma, uma, duas, três até nove regras ao mesmo tempo. A primeira coluna representa essa quantidade de regras selecionadas ao mesmo tempo. Conforme os dados apresentados na Tabela 8.2 para esse critérios, os métodos indicados seriam aqueles que possuem a maior probabilidade de selecionar uma regra. Ou seja, nessa tabela, para a segunda linha, pode-se identificar DCS, Rr, Jcc, SM, Ks e Tc. Outro critério que poderia ter sido adotado é o da menor diferença máxima de probabilidade (4). Conforme apresentado na Tabela 8.1, a última linha registra a maior diferença de probabilidade entre as regras. Por exemplo, para o método DCS, a maior diferença de probabilidade ocorre entre os valores 91,4275 e 0,0051. O aspecto norteador desse critério é tentar igualar a probabilidade de seleção de qualquer regra do Guia de Discussão. Conforme os dados tabelados, os métodos mais indicados seriam aqueles que possuem o valor de 4 = 11, 2155, ou seja DE e RT. DCS 5,458 5,458 0,0051 0,0051 0,0051 0,0051 0,0051 0,0051 91,4275 91,4224 DCS 0 97,8907 1,8477 0,2594 0,0014 0,0006 0,0001 0 0 0,0001 R R1 R2 R3.1 R3.2 R4.1 R4.2 R5.1 R5.2 R6 4 N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tc 0 97,8907 1,8477 0,2594 0,0014 0,0006 0,0001 0 0 0,0001 TABELA 8.2 – Tabela Resumo da probabilidade de seleção simultânea de N regras. CS DE Johnstone DP RT Rr Jcc SM Ks 0 0 0 0,0168 0 0 0 0 0 96,0242 47,2939 30,2889 5,9216 47,2939 97,4079 97,8907 47,2939 65,3307 3,5892 31,8612 23,2683 16,8076 31,8612 1,7287 1,8477 31,8612 15,6845 0,3643 16,1015 25,4421 26,9431 16,1015 0,3256 0,2594 16,1015 10,4914 0,0157 3,1214 16,1676 26,3678 3,1214 0,114 0,0014 3,1214 6,4116 0,0063 0,2209 4,5387 16,0257 0,2209 0,1617 0,0006 0,2209 1,8677 0,0001 1,4012 0,2941 6,5441 1,4012 0,1473 0,0001 1,4012 0,2141 0 0 0 1,2743 0 0,0837 0 0 0 0 0 0 0,0987 0 0,0271 0 0 0 0,0001 0 0,0002 0,0003 0 0,0039 0,0001 0 0,0001 SM 28,2172 28,2172 17,0017 17,0017 17,0017 17,0017 17,0017 17,0017 22,8731 11,2155 Tc 5,458 5,458 0,0051 0,0051 0,0051 0,0051 0,0051 0,0051 91,4275 91,4224 DE 28,2172 28,2172 17,0017 17,0017 17,0017 17,0017 17,0017 17,0017 22,8731 11,2155 de Seleção de Regra. Rr Jcc 1,7701 5,458 1,7701 5,458 0,3022 0,0051 0,3022 0,0051 0,3022 0,0051 0,3022 0,0051 0,3022 0,0051 0,3022 0,0051 99,4752 91,4275 99,173 91,4224 Ks 19,8302 19,8302 15,4711 15,4711 15,4711 15,4711 15,4711 15,4711 31,957 16,4859 CS 10,4968 10,4968 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 80,3377 79,8277 TABELA 8.1 – Probabilidade Johnstone DP RT 11,6323 25,0552 28,2172 11,6323 25,0552 28,2172 36,1627 50,7729 17,0017 36,1627 50,7729 17,0017 36,1627 50,7729 17,0017 36,1627 50,7729 17,0017 36,1627 50,7729 17,0017 36,1627 50,7729 17,0017 2,042 0,1952 22,8731 34,1207 50,5777 11,2155 DSES 0 6,393 17,0296 27,0393 26,3678 16,0257 5,8693 1,1765 0,0987 0,0002 DSES 25,3652 25,3652 50,0001 50,0001 50,0001 50,0001 50,0001 50,0001 0,6812 49,3189 CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 229 CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 8.1.3.3 230 O critério de seleção das regras é modificado de acordo com a escolha do método? Quando o critério é a quantidade de vezes que a regra é selecionada pelos critérios R ≡ S e R ⊂ S, a lista de regras candidatas em ordem de valor obtido das tabelas é a seguinte: 1. “Dissimilaridade de Diferença de Padrão - DP” 2. “Johnstone” 3. “Sokal e Michener - Sm, “Dissimilaridade Euclideana - DE” e “Rogers e Tanamoto RT” 4. “Coeficiente de Tanamoto - TC” 5. “Russel e Rao - Rr” 6. “Rice, Czekanowski, Soremem - DCS” Poderia ser inferido que as seguintes equações de cálculo são mais indicadas, de acordo com a análise realizada: “Sokal e Michener - Sm, “Dissimilaridade Euclideana - DE’ e “Rogers e Tanamoto - RT”. Destaca-se neste ponto que os valores calculados têm como referência de cálculo as regras do Guia de Discussão, ou seja, para um outro Desafio, as equações mais indicadas poderiam ser outras. Ao analisar o arquivo de dados, pôde-se observar que, nesses registros, o valor calculado de dissimilaridade é “-1.0” para todas as regras. Ou seja, o menor valor de dissimilaridade CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 231 foi obtido como resultado do cálculo. Como exemplo desse caso particular, cita-se a solução {1, 2, 4, 8, 12, 13, 15, 17, 18, 20}. 8.1.4 Experimento 3: Determinação da quantidade de Soluções Convergentes e Divergentes Para realizar esse experimento, gerou-se um arquivo que fornece a classificação das soluções que poderiam ser apresentadas por um aprendiz. Essa classificação foi obtida com o procedimento descrito na Seção 6.3.1. A Tabela 8.3 apresenta esses dados: TABELA 8.3 – Quantidade de Soluções Convergentes e Divergentes. Tipo Quantidade Convergente 1047476 Divergente 1100 Fica registrado que a proporção entre a quantidade de soluções divergentes e convergentes é função das KWKs definidas pelo autor da atividade e do relacionamento entre a KWK e cada elemento da Matriz Resposta. A Tabela 4.3 apresenta esse relacionamento para o exemplo analisado. Se a lista das KWKs, registrada na Tabela 4.1, fosse modificada então outros relacionamentos seriam definidos e esse valor de proporção entre quantidade de soluções convergentes e divergentes seria alterado. Além dessa classificação, buscou-se identificar o valor máximo do ı́ndice dos elementos KWK da expressão SEC . Esse valor permite identificar o elemento Central nas classificações Convergente e Divergente, conforme apresentado na Seção 6.3.1. A Tabela 8.4 apresenta esses dados identificados. De acordo com esses dados tabelados, a maior incidência de convergência ocorre com o ı́ndice igual a 4. Finalmente, identificou-se a ocorrência de cada KWK da Tabela 4.1, na classificação da CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO TABELA 8.4 – Quantidade de Ocorrências Máximo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 232 do valor Central nas Soluções Convergentes. Quantidade 0 40840 227088 359708 260096 122880 32768 4096 0 solução. Esses dados encontram-se na Tabela 8.5. Por exemplo, a KWK1 foi identificada como elemento Central em 900.824 soluções Convergentes, e como elemento relevante em 1098 soluções Divergentes. TABELA 8.5 – Quantidade de Ocorrências de cada KWK nas soluções classificadas como Convergentes e Divergentes. KWK Convergente Divergente KWK1 900824 1098 KWK2 130456 918 KWK3 117862 670 KWK4 316436 776 KWK5 1212 176 KWK6 1296 268 KWK7 0 278 KWK8 592 166 KWK9 0 188 KWK10 111764 706 KWK11 1472 234 KWK12 0 550 KWK13 0 182 KWK14 7320 512 KWK15 1320 144 KWK16 28992 658 KWK17 0 124 KWK18 96152 622 KWK19 0 324 KWK20 2296 196 KWK21 129224 822 De maneira resumida, pode-se afirmar, com base nos dados tabelados, que o exercı́cio CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 233 representado no Apêndice A converge para a KWK1. 8.1.5 Experimento 4: Determinação da quantidade de Estereótipos possı́veis. Conforme apresentado nas Tabelas 8.3 e 8.5, esse exercı́cio possui uma forte caracterı́stica de convergência para a KWK1. Que tipos de estereótipos podem ser identificados? Para verificar a quantidade de estereótipos possı́veis, um experimento é conduzido. Os dados são oriundos de cinco arquivos gerados de forma randômica. Cada arquivo possui dez mil registros cada. Esses arquivos foram referenciados neste experimento por A1, A2, A3, A4 e A5. Cada linha desses arquivos representa seis interações consecutivas que um aprendiz poderia apresentar. Ou seja, pode-se considerar que cada linha represente um possı́vel aprendiz. O objetivo do experimento é classificar esse possı́vel aprendiz em cada um dos estereótipos definidos na Tabela 6.5. No final do experimento, uma tabela-resumo é gerada com a quantidade de ocorrências de cada estereótipo. Cada linha dos arquivos foi encaminhada sucessivamente ao Módulo do Aprendiz que foi implementado especificamente para esse experimento com a seguinte funcionalidade: 1. Classificar cada uma das soluções consecutivas armazenadas nos arquivos. A última solução das soluções define a primeira dimensão do estereótipo do aprendiz. Ela pode assumir apenas o valor “C”, se a solução foi classificada como convergente, ou “D” se ela foi classificada como divergente. 2. Verificar se a classificação de todas as soluções foram convergentes ou divergentes. CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 234 Se convergentes, a segunda dimensão assume o valor “C”. Se divergentes, a segunda dimensão assume o valor “D”. Se houve alternância entre convergentes e divergentes, “M”. 3. Para determinar a classe da terceira camada, as SEC s de cada uma das soluções são analisadas. O procedimento de análise foi descrito na Seção 6.3.3. 4. Determinada a classificação de cada uma das três camadas, registra-se a ocorrência ou não dos estereótipos apresentados na Tabela 6.5. 5. Prosseguindo com os passos anteriores, as ocorrências são incrementadas e os dados são apresentados na Tabela 8.6. Segundo os dados da Tabela 8.6, a grande maioria dos registros apontam para aprendizes do estereótipo “CCC”. Diante dos dados apresentados na Tabela 8.6, o experimento foi refeito mais algumas vezes, repetindo-se o procedimento gerador desses arquivos. O resultado da repetição desse experimento foi similar aos dados apresentados na Tabela 8.6. Ou seja, uma grande concentração de “CCC”, um pouco de “CMC” e “DMC” e ausência completa dos outros estereótipos. Esse resultado teria sido influenciado pela quantidade de soluções? Ou seja, se a amostra fosse formada por duas, três, quatro ou cinco soluções, o resultado seria diferente da amostra com seis soluções consecutivas? A Tabela 8.7 apresenta os dados obtidos para registros formados por apenas duas soluções. Como pode ser observado nas Tabelas 8.6 e 8.7, existe uma elevada quantidade de aprendizes do tipo “CCC”. De acordo com os dados obtidos, poder-se-ia afirmar que as três camadas do estereótipo do aprendiz podem ser identificadas a partir da segunda CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 1 D D D D D D C C C C C C 1 D D D D D D C C C C C C TABELA 8.6 Dimensão 2 3 D D D C C D C C M D M C D D D C C D C C M C M D 2 D D C C M M D D C C M M 235 – Quantidade identificada de estereótipos de aprendiz. Amostra Tipo A1 A2 A3 A4 A5 DDD 0 0 0 0 0 DDC 0 0 0 0 0 DCD 0 0 0 0 0 DCC 0 0 0 0 0 DMD 0 0 0 0 0 DMC 14 12 15 11 7 CDD 0 0 0 0 0 CDC 0 0 0 0 0 CCD 0 0 0 0 0 CCC 9932 9914 9931 9934 9914 CMC 54 74 54 55 79 CMD 0 0 0 0 0 TABELA 8.7 – Quantidade de estereótipos de aprendizes. Dimensão Amostra 3 Tipo A1 A2 A3 A4 D DDD 0 0 0 0 C DDC 0 0 0 0 D DCD 0 0 0 0 C DCC 0 0 0 0 D DMD 0 0 0 0 C DMC 10 15 8 18 D CDD 0 0 0 0 C CDC 0 0 0 0 D CCD 0 0 0 0 C CCC 9978 9977 9978 9970 C CMC 12 8 14 12 D CMD 0 0 0 0 A5 0 0 0 0 0 11 0 0 0 9975 14 0 solução apresentada pelo aprendiz? É prematuro realizar essa afirmação baseado apenas em uma única atividade instrucional SC. CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 8.1.6 236 Experimento 5: O Cálculo de Similaridade de uma Regra do Guia de Discussão É Influenciado pelas Regras do Guia de Discussão? Para verificar esse efeito, o Guia de Discussão utilizado nos experimentos anteriores foi modificado para incluir novas regras. Se a probabilidade de uma regra ser selecionada não for influenciada pela quantidade de regras do Guia de Discussão, então qualquer regra do Guia pode ser expandida sem afetar as demais regras. Essa caracterı́stica é observada quando o mecanismo de casamento de padrões é empregado. Se o mecanismo for o de cálculo de Similaridade, essa caracaterı́stica também seria observada? A regra “R6: I <3 ou mais> (1,2,7,9,10,12,15,17,19)” é expandida nas seguintes subregras: • R6.1: I(1, 2, 7, 9, 10, 12, 15, 17, 19) • R6.2: I(1, 2, 7) • R6.3: I(15, 17, 19) • R6.4: I(1, 2, 9) • R6.5: I(1, 2, 12, 15, 17, 19) • R6.6: I(7, 12, 17, 19) • R6.7: I(1, 2, 7, 9, 10, 15, 19) O método escolhido para o cálculo é a Dissimilaridade Euclideana - DE. As Tabelas 8.8, 8.9 e 8.10 registram os resultados dessa nova simulação. CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 237 TABELA 8.8 – Quantidade de vezes que cada regra do Guia de Discussão foi selecionada pelo emprego da equação DE apresentada na Tabela 5.3. Regra Ocorrências P(%) R1: I (4, 6) 141.696 13,5132 R2: I(11,18) 141.696 13,5132 R3: O(3 ou 8) R3.1: O(3) 158.484 15,1142 R3.2: O(8) 158.484 15,1142 R4: O(13 ou 20) R4.1: O(13) 158.484 15,1142 R4.2: O(20) 158.484 15,1142 R5: O(5 ou 14) R5.1: O(5) 158.484 15,1142 R5.2: O(14) 158.484 15,1142 R6: I <3 ou mais> (1, R6.1: I(1, 2, 7, 9, 10, 83.324 7,9464 2, 7, 9, 10, 12, 15, 17, 12, 15, 17, 19) 19) R6.2: I(1, 2, 7) 99.497 9,4888 R6.3: I(15, 17, 19) 101.189 9,6501 R6.4: I(1, 2, 9) 109.776 10,4691 R6.5: I(1, 2, 12, 15, 102.468 9,7721 17, 19) R6.6: I(7, 12, 17, 19) 113.664 10,8398 R6.7: I(1, 2, 7, 9, 10, 114.827 10,9508 15, 19) TABELA 8.9 – Quantidade de vezes que nenhuma, uma, duas, três, quatro até quinze regras são ao mesmo tempo selecionadas pela equação DE da Tabela 5.4. Quantidade de Regras Sele- Ocorrências P(%) cionadas 0 0 0 1 525.594 50,1245 2 284.440 27,1263 3 149.724 14,2788 4 52.009 4,96 5 16.469 1,5706 6 17.873 1,7045 7 2.060 0,1965 8 313 0,0299 9 88 0,0084 10 6 0,0006 11 0 0 12 0 0 13 0 0 14 0 0 15 0 0 Ao compararmos os dados das Tabelas 8.8, 8.9 e 8.10 com os dados apresentados pela mesma expressão de cálculo para o Guia de Discussão não-expandido apresentado nas CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 238 TABELA 8.10 – Critério de seleção utilizado pela equação DE da Tabela 5.4. Critério de Seleção Ocorrências P(%) R≡S 15 0,0014 R⊂S 1.204.061 114,8282 S⊂R 356 0,034 R 6⊂ S, S 6⊂ R e R ∩ S 6= 754.609 71,9651 R∩S = 84.796 8,0868 Tabelas 8.11, 8.12 e 8.13, fica evidente que qualquer modificação nas regras do Guia de Discussão é refletida em todas as regras que compõem esse guia. O que não ocorre se o mecanismo de seleção fosse o Casamento de Padrões. Por exemplo, a probabilidade da regra R1 foi alterada (Tabelas 8.8 e 8.11 ), bem como a quantidade de vezes que uma ou duas regras foram selecionadas ao mesmo tempo (Tabelas 8.9 e 8.12) e a quantidade de vezes que cada critério de seleção das regras foi utilizado (Tabelas 8.10 e 8.13). 8.2 Limitações do Modelo SCAT A proposta de solução investigada neste projeto de pesquisa e apresentada neste documento apresenta as seguintes limitações, entre outras: 1. A primeira limitação do SCAT reflete-se no procedimento de criação e representação da atividade instrucional SC. Ou seja, as informações estruturadas e ilustradas na Figura 4.6 necessitam ser preenchidas e não existe metodologia de auxı́lio. São aspectos limitantes encontrados na forma de representação definida: • O domı́nio mal estruturado necessita ser parcialmente representado através de nós e arestas, em que o autor necessita identificar conceitos relevantes para a atividade instrucional. Essa limitação surge em decorrência da forma utilizada para interpretar um exercı́cio SC. Neste trabalho de pesquisa, um exercı́cio SC CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 239 TABELA 8.11 – Quantidade de vezes que cada regra do Guia de Discussão da página 272 foi selecionada pelo emprego da Equação DE apresentada na Tabela 5.3. Regra Ocorrências P(%) R1: I (4, 6) 295879 28,2172 R2: I(11,18) 295879 28,2172 R3: O(3 ou 8) R3.1: O(3) 178276 17,0017 R3.2: O(8) 178276 17,0017 R4: O(13 ou 20) R4.1: O(13) 178276 17,0017 R4.2: O(20) 178276 17,0017 R5: O(5 ou 14) R5.1: O(5) 178276 17,0017 R5.2: O(14) 178276 17,0017 R6: I <3 ou mais> (1,2,7,9,10,12,15,17,19) 239842 22,8731 TABELA 8.12 – Quantidade de vezes que diversas regras são ao mesmo tempo selecionadas pela Equação DE da Tabela 5.4. Quantidade de Regras Sele- Ocorrências P(%) cionadas 0 0 0 1 495912 47,2939 2 334089 31,8612 3 168836 16,1015 4 32730 3,1214 5 2316 0,2209 6 14693 1,4012 7 0 0 8 0 0 9 0 0 TABELA 8.13 – Critério de seleção utilizado pela Equação DE da Tabela 5.4. Critério de Seleção Ocorrências P(%) R≡S 9 0,0009 R⊂S 1193589 113,8295 S⊂R 859 0,0819 R 6⊂ S, S 6⊂ R e R ∩ S 6= 706799 67,4056 R∩S = 134626 12,8389 é interpretado sob a ótica da Teoria da Flexibilidade Cognitiva de Spiro et al. (1991). Logo, os nós são os elementos relevantes do domı́nio que nessitam ser associados ou relacionados entre si para expressar idéias e opiniões. A ausência de metodologia de como identificar os nós que representam os conceitos ou elementos relevantes do domı́nio poderia ocasionar uma diversidade de grupos de soluções. Não há como antecipar quantos nós e arestas poderiam ser CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 240 selecionados nesse tipo de domı́nio. • Outro aspecto é a adaptação de um exercı́cio SC para ser utilizado no modelo. Essa adaptação consiste em identificar os elementos relevantes do domı́nio a partir das informações contidas nos elementos da Matriz de Resposta. Identificar as metas instrucionais a partir dos Desafios, sendo que cada Desafio corresponde a uma especı́fica meta. O objetivo da atividade instrucional é identificado a partir da informação contida na Seção Intenção da SC. Ou seja, as informações representadas na Figura 4.6 precisam ser preenchidas ou obtidas a partir da atividade instrucional SC. 2. A forma de comparar a solução S ou S̄ não é precisa. Apesar de uma regra possuir todos os recursos primordiais para a sua seleção para uma determinada solução, não existe garantia da sua seleção. A sua seleção depende do conjunto de regras do Guia de Discussão e do método adotado para o cálculo da similaridade ou dissimilaridade. 3. Limitação das funções que poderiam ser utilizadas do lado esquerdo da regra. A comparação entre a regra e a solução S ou S̄ é feita através da conversão desses dois elementos para um vetor binário. O modelo não define como regras do tipo “se incluiu n ou mais elementos da lista...”, por exemplo, poderiam ser convertidas na forma vetorial binária. Regras com o operador OU, por exemplo “I(3 ou 7)”, necessitam ser expandidas ou decompostas em distintas regras, no caso exemplificado “I(3)” e “I(7)”. Outra forma de adaptação poderia ter sido “I(3)”, “I(7)” e “I(3, 7)”. 4. O SCAT não possui procedimentos para o diagnóstico inicial do conhecimento do aprendiz. Todo e qualquer aprendiz necessitará ter acesso às mesmas mensagens associadas às regras do Guia de Discussão, a componente M ET ERI(1D) . A diferença CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 241 entre os aprendizes é limitada aos componentes M ET ERI(2D) e M ET ERI(3D) . 5. As Seções Intenção, Apresentação e Pontos de Vista do Autor não foram investigadas neste trabalho de pesquisa, nem definidas no SCAT. 8.3 Conclusão O SCAT foi avaliado de acordo nos seguintes aspectos, a saber: • Inicialmente, comparou-se o resultado da execução de um possı́vel ambiente real SCAT e um ambiente real de casamento de padrões que executa exercı́cios SC. O segundo ambiente foi implementado e deu origem ao artigo Noronha et al. (2004). O primeiro foi parcialmente implementado. • O SCAT também é avaliado de acordo com os principais aspectos que o diferenciam do sistema de casamento de padrões desenvolvido por Noronha et al. (2004), a saber: – Quantidade de possı́veis soluções que não foram previstas pelo Guia de Discussão. – A capacidade de identificar estereótipos de aprendizes. – A capacidade de gerar dicas condutivas. – A capacidade de registrar informações das interações do aprendiz com o ambiente. – O efeito do uso dos procedimentos de seleção de regras do Guia de Discussão descritos neste documento. CAPÍTULO 8. AVALIAÇÃO DA PROPOSTA DE SOLUÇÃO 242 • O Modelo de Representação de Conhecimento foi avaliado em duas situações, a saber: – Elemento catalizador no processo de autoria de uma atividade instrucional SC. – Elemento de representação do domı́nio pouco estruturado. Os ITSs deveriam ser avaliados em ambientes reais de execução. A análise da real execução do ITS, das dificuldades que aprendizes apresentarão, e do aprendizado efetivo são as melhores maneiras de avaliá-lo. Por uma questão de delimitação de escopo da pesquisa, avaliou-se parcialmente o SCAT; o emprego do SCAT em situações reais de aprendizagem está sendo omitido neste trabalho. Essa avaliação “real” consiste em investigação futura a este projeto de pesquisa. 9 Conclusão Finalizando este documento, neste capı́tulo enfatizou-se o seguinte: • A relevância da pesquisa foi abordada na Seção 9.1. • A originalidade da pesquisa foi argumentada na Seção 9.2. • A Seção 9.3 apresenta as contribuições da pesquisa para a área de Informática em Educação. • A Seção 9.4 apresenta as extensões e trabalhos futuros decorrentes dos resultados obtidos neste relatório de pesquisa. • Na Seção 9.5 conclui-se a pesquisa. 9.1 Relevância da Pesquisa ITSs, tais como os apresentados por Lesgold et al. (1992), Arruarte et al. (2003) e Blessing (2003), por exemplo, têm apresentado soluções para o desenvolvimento e definição de atividades instrucionais baseadas em problemas bem estrututados. Atividades instrucionais baseadas na solução de WSPs buscam, de forma genérica, acompanhar o aprendiz por um caminho de solução previamente definido, verificar o correto emprego de CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 244 princı́pios e processos do domı́nio para a solução do problema ou comparar a interação do aprendiz com um catálogo ou biblioteca de erros que possuem ações reparadoras definidas. ISPs também têm sido alvo de investigação da comunidade de Informática na Educação. Para a definição de atividades instrucionais baseadas nesse tipo de problema em ambiente computacionais, duas estratégia poderiam ser empregadas: • Estruturar o problema ISP, conforme apresentado na Seção 2.1.3. Regras e procedimentos de solução são definidos e o conhecimento do especialista na solução desse tipo de problema é representado e armazenado na base do conhecimento. Como exemplo, pode-se citar MYCIN (BUCHANAN; SHORTLIFFE, 1984) que estruturou a perı́cia de elaboração de diagnósticos e DC (MOORE, 1993) que aplicou a Teoria de Jogos de Discussão ou Discussion Game Theory - DGT como mecanismo gerenciador do diálogo entre aprendiz e computador. • O professor deve participar ativamente da execução da atividade instrucional. Esse professor compartilha o seu conhecimento e perı́cia do domı́nio com o aprendiz durante a execução da atividade instrucional. Nesse grupo encontram-se os ambientes para CSCL ou Computer-Suported Collaborative Learning, conforme apresentado na Seção 2.2. Jonassen (2004) apresenta uma arquitetura para esse tipo de ambiente, sem ter definido, no entanto, módulo algum que pudesse representar o conhecimento do especialista na solução desse tipo de problema. A Figura 9.1 apresenta uma forma de relacionar e representar alguns ambientes computacionais e seus respectivos tipos de problemas. Em uma extremidade do gráfico, representam-se ambientes que foram aplicados para problemas bem estruturados, tais como para o domı́nio da matemática, Demonstr8 (BLESSING, 2003) e para o domı́nio da CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 245 Fı́sica, Simquest (JOOLINGEN; JONG, 2003). Na outra extremidade, ambientes utilizados como ferramenta de apoio em atividades instrucionais baseadas em ISPs, tais como Rashi (WOOLF et al., 2005) e ConvinceMe (SCHANK, 1995), por exemplo. Rashi e ConvinceMe, em especial, foram aplicados para exercı́cio e desenvolvimento de habilidades de argumentação. FIGURA 9.1 – Modelo de Representação de ambientes instrucionais computacionais e respectivos tipos de problemas Um aspecto que demonstra a relevância deste trabalho está na possibilidade de aproximar os ITSs da representação dos ISPs em atividades instrucionais, conforme ilustra a Figura 9.2. Um ambiente computacional real desenvolvido baseado no modelo SCAT permitiria o monitoramento das soluções que um aprendiz poderia apresentar. FIGURA 9.2 – Modelo de Representação da aproximação de ITS(s) e ISPs. Outro aspecto da relevância desta pesquisa está na possibilidade de aplicação dos CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 246 módulos apresentados na produção de artefato computacional que propicie o ensino a distância. De maneira diversa a outras técnicas, a SC não trabalha com a habilidade de repetição de conceitos e processos. Questões que são facilmente respondidas através de simples consulta a livro ou execução de procedimento conhecido, tais como “ Em que ano tal evento histórico ocorreu?”, “Qual o valor da expressão?”, não são contempladas por um exercı́cio SC. Diferentemente do ambiente escolar, onde o aprendiz é isolado de fontes de conhecimento para responder esses tipos de questões, tais como livros, anotações de sala de aula, no ambiente da Internet, também denominado de “modalidade a distância”, isso não é possı́vel. Como avaliar o conhecimento do aprendiz com esse tipo de questão no ambiente da Internet onde ele tem acesso a essas informações? Questões que exigem que o aprendiz relacione conceitos para expressar idéias são contempladas com a SC e poderia ser mais uma opção para avaliação do desempenho de aprendizes. Outro aspecto, é a possibilidade de aplicação na gerência de grupos de discussão. A forma de selecionar a regra mais próxima da solução apresentada na Seção 5.2.2 pode ser adaptada para identificar, de forma automática, grupos de discussão em ambiente computacional com idéias similares ou dissimilares, conforme apresentado por Noronha et al. (2007). Nesse contexto, a solução não é mais comparada com as regras do Guia de Discussão. Ela é comparada com as soluções apresentadas por outros aprendizes. Grupos então poderiam ser criados de acordo com o resultado dessa comparação. CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 9.2 247 Originalidade da Pesquisa A SC, conforme apresentada no Capı́tulo 3, é uma técnica que foi pouco investigada. Pouco são os relatos de pesquisas com essa técnica que apresentam ferramentas computacionais utilizando a SC como elemento estruturador de atividades instrucionais. O modelo pesquisado e relatado neste documento, procura simular parcialmente o comportamento do tutor humano na atividade instrucional baseada na SC. Nessa simulação, utilizaram-se alguns conceitos de ITSs tais como modelo de aprendiz, domı́nio e especialista. Nesse modelo, as mensagens apresentadas ao aprendiz, durante a execução do exercı́cio SC, não são mais apenas função da solução do aprendiz. Com elas adiciona-se a função de ser um elemento condutor do aprendiz na atividade instrucional. Alguns conceitos da Teoria da Flexibilidade Cognitiva de Spiro et al. (1991) foram empregados para auxiliar na representação computacional da perı́cia desse tutor humano e para determinar o encerramento da atividade instrucional. Esses conceitos são utilizados como fonte de informação para o acompanhamento computacional das interações do aprendiz na atividade instrucional. A técnica da SC é relacionada com essa teoria, conforme descrito na Seção 3.3 e, a partir do resultado desse relacionamento, mecanismos computacionais foram definidos para representar o conhecimento e gerar as mensagens de retorno de interação. Outro aspecto é o modelo computacional investigado. Esse modelo permite representar e executar atividades instrucionais baseadas na solução de problemas mal estruturados. Esse modelo faz uso combinado da Teoria da Flexibilidade Cognitiva e da técnica SC. A representação é independente de domı́nio, não está limitada a exercitar habilidades de argumentação e nem exige a presença do tutor humano durante a execução da atividade CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 248 instrucional. Em resumo, esta pesquisa relacionou e foi guiada pelo domı́nio dos ISPs, pela Teoria da Flexibilidade Cognitiva, pela técnica SC e alguns princı́pios de ITSs para a definição do SCAT. A Figura 9.3 ilustra esse paradigma. Nesse contexto, o SCAT é a integração do Domı́nio, Teoria, Técnica Instrucional e Modelo Teórico Computacional. FIGURA 9.3 – Paradigma do SCAT. 9.3 Contribuições do Trabalho Este trabalho de pesquisa apresenta algumas contribuições que merecem destaque, a saber: 1. A representação estruturada do domı́nio mal estruturado. Com a estrutura representada na Figura 4.1 e 4.6, um domı́nio mal estruturado pode ser representado de maneira estruturada. 2. A integração entre a Teoria da Flexibilidade Cognitiva de Spiro et al.(1991) e a SC. Essa integração compõe a base teórica definida para o modelo SCAT e permite CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 249 visualizar a SC não como uma técnica de múltiplas alternativas aprimoradas, mas sim como um ambiente de simulação da estruturação de conceitos do domı́nio. 3. O tratamento dado às mensagens de retorno de interação é outro aspecto a ser destacado. Conforme apresentado na Seção 7.1, a mensagem é vista como um elemento composto de quatro dimensões e não apenas como um elemento que expressa comentários e opiniões. 4. A possibilidade de investigação futura de modelos de mensagens de retorno de interação. As Seções 7.6.7.1 e 7.6.7.2 apresentam alguns modelos desenvolvidos de forma criativa. Investigar outros modelos e buscar identificar quais modelos poderiam ser aplicados apresenta-se como boas perspectivas de pesquisas futuras. 5. A ausência de mensagem de retorno de interação para soluções que não foram antecipadas pelo autor da atividade instrucional é preenchida com mensagens criadas a partir dos modelos definidos. Nesse contexto, qualquer solução apresentada receberá uma mensagem que além de comentar a solução apresentada procura fomentar a produção de uma nova solução. 6. O modelo do aprendiz definido é outra contribuição que merece destaque. O modelo utiliza três camadas, sendo a primeira função da resposta fornecida e as outras duas camadas são funções do histórico de soluções. O modelo descrito não está delimitado a exercı́cios SC e poderia ser classificado como genérico para exercı́cios ISPs. Destaca-se que, originalmente, a SC não previu um modelo de aprendiz. 7. Conforme apresentado no Capı́tulo 2, os ITSs produzidos no contexto de exercı́cios de ISPs têm sido focados em exercı́cios de técnicas de argumentações ou são tão especı́ficos do domı́nio de aplicação que o seu reúso em outros domı́nios é uma atividade CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 250 de alto custo. Um ambiente desenvolvido com os módulos descritos neste documento poderia ser utilizado para qualquer domı́nio, desde que a técnica instrucional fosse a SC. 8. O emprego do conceito de Similaridade e Dissimilaridade para identificar uma regra do Guia de Discussão é outro aspecto a ser destacado. 9. Outro ponto a ser destacado refere-se ao processo de criação das regras do Guia de Discussão. Se a probabilidade de uma regra ser selecionada for proporcional à quantidade de elementos da Matriz de Resposta contidos no lado esquerdo da regra, isso poderia conduzir o autor a criar regras “pequenas”. Ou seja, regras em que o lado esquerdo possua apenas um ou dois elementos da Matriz de Resposta. Se a probabilidade de a regra ser selecionada não for apenas proporcional à quantidade de elementos contidos no lado esquerdo da regra, o autor não precisará se preocupar com esse aspecto durante a criação da regra. 10. A possibilidade de representação e execução de problemas mal estruturados em um ambiente computacional. 9.4 Trabalhos Futuros Como continuidade a este trabalho de pesquisa, é possı́vel destacar: • Verificar o uso e expandir o modelo de autoria definido na Seção 4.4. • Definição de mecanismos monitores da autoria, conforme outra investigação em andamento pelo grupo de pesquisa deste Instituto no qual esta pesquisa está inserida. CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 251 Durante o processo de autoria, podem existir algumas inconsistências entre os elementos do domı́nio apresentados nas diversas seções de uma atividade instrucional SC. (GALANTE; NORONHA; FERNANDES, 2006) • Investigar novos modelos de mensagens que poderiam ser utilizados na formação da componente M ET ERI(2D) e M ET ERI(3D) . • Investigar como selecionar e definir os modelos de mensagens utilizados na M ET ERI2D e M ET ERI3D . Esse aspecto está relacionado diretamente com a M ET ERI(4D) e não foi investigado neste trabalho, mas apenas relatado. Por exemplo, o mesmo modelo de mensagem poderia ser aplicado a aprendizes com caracterı́sticas convergentes e divergentes? • Definir um módulo que permita gerenciar e selecionar esses modelos de mensagens. No SCAT as mensagens são selecionadas de forma aleatória. • Investigar qual método de cálculo de similaridade ou dissimilaridade poderia ser o mais indicado em situações reais de ensino-aprendizagem. Seria esse parâmetro função do domı́nio, do tipo de aprendiz ou instrutor? • Implementar e testar o modelo de execução e representação definidos neste trabalho de pesquisa em ambientes reais de aprendizagem. • Conforme definido na Seção 7.3 dois modos de condução são definidos a saber: – Amplitude para aprendizes com caracterı́sticas Divergentes. – Profundidade para aprendizes com caracterı́sticas Convergentes. O critério definido para a seleção do modo de condução poderia ser invertido. Ou seja, Profundidade para aprendizes com caracterı́sticas Divergentes e Amplitude CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 252 para aprendizes com caracterı́sticas Convergentes. Se isso fosse feito, os aprendizes com caracterı́sticas Divergentes tornar-se-iam Convergentes e vice-e-versa? • Definição de Modelo de Avaliação de Exercı́cios SC de acordo com a sua convergência ou divergência. • Definidas as referências para classificação de Exercı́cios SC e sendo elas aplicadas em exercı́cios SC, que consequências haveria do emprego de um exercı́cio classificado como Convergente em aprendizes clasificados como Divergentes? Ou, um exercı́cio classificado como Divergente em aprendizes classificados como Convergentes, por exemplo, poderia o estereótipo do aprendiz ser utilizado para selecionar o próximo Desafio a ser investigado por ele? 9.5 Conclusões Finais A preparação de aprendizes para serem bons solucionadores de problemas conta com mais uma ferramenta, o SCAT investigado neste trabalho. Através de uma pequena estruturação, os problemas mal estruturados podem ser tratados como fossem problemas bem estruturados e ITSs poderiam ser definidos. Apesar dessa pequena estruturação, as principais caracterı́sticas que definem um ISP ainda são mantidas, por exemplo: • Incertezas sobre como o aprendiz irá solucionar o problema. • Incertezas de quais e quantos elementos do domı́nio serão utilizados para a composição de soluções. • Ausência de metodologia para identificar se uma solução é correta ou não. CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 253 Através dos resultados desta pesquisa, uma técnica para o desenvolvimento de atividades instrucionais baseada em problemas mal estruturados foi revisitada. Resumidamente, procura-se atender à necessidade de produção de atividades instrucionais baseadas em ISPs. Diferentemente de outras pesquisas que abordaram a representação de problemas mal estruturados em ambientes computacionais, pode-se inferir que SCAT apresenta as seguintes caracterı́sticas: • Redução da quantidade de fatos que devem ser analisados, julgados e selecionados pelos aprendizes para compor as soluções a um problema. • Redução da perda de contexto da solução apresentada. • Mecanismos automatizados para a orientação do aprendiz no exercı́cio. • A necessidade de intervenção do professor na execução da atividade instrucional é reduzida. • Definição de classes de aprendizes para o domı́nio de problemas mal estruturados. • As classes de aprendizes consideram o histórico de soluções e não apenas a última solução apresentada. Através do SCAT, a análise e avaliação dessas soluções é um processo automatizado que não requer um elevado investimento de tempo da parte do professor. O professor também não necessita antecipar todas as soluções que um aprendiz poderia apresentar. Diferentemente do que poderia ser esperado, o SCAT não utiliza um sistema baseado em regras para identificar a mensagem de retorno de interação a ser apresentada ao aprendiz. Ele permite selecionar essa mensagem de acordo com a similaridade entre a solução CAPÍTULO 9. CONCLUSÃO 254 apresentada e as condições definidas como pré-requitos dessa mensagem. Nesse contexto, toda solução apresentada receberá uma mensagem textual. A Tetradimensionalidade das Mensagens Textuais de Retorno de Interação foi desenvolvida e o modelo investigado procurou representar parcialmente esse paradigma. Mais importante que os resultados apresentados foram os caminhos abertos para que novas pesquisas tenham origem a partir desta. Entre outros, destacam-se: • Investigação de modelos de mensagens textuais de retorno de interação. • Investigação de modelos de autoria de exercı́cios SC e identificação de incoerências e inconsistências entre as seções da SC. • Reuso da Tetradimensionalidade das Mensagens Textuais de Retorno de Interação em outros contextos. • Investigação de quais tipos de problemas mal estruturados poderiam ser representados no SCAT. Através do SCAT, ITSs baseados em problemas mal estruturados podem ser desenvolvidos, utilizando-se uma representação baseada nos módulos Especialista, Domı́nio, Aprendiz e Orientação. Referências Bibliográficas AINSWORTH, S. et al. REDEEM: Simple Intelligent Tutoring Systems from Usable Tools. In: MURRAY, T.; BLESSING, S.; AINSWORTH, S. (Ed.). Authoring Tools for Advanced Technology Learning Environments - Towards cost-effective adaptive, interactive and intelligent educational software. 1. ed. P. O. 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While the economic life of country followed its course alongside and continually interconnected with the political story, it has different highlights, crises and disruptions. The deaths of kings, which tended to be climactic moments in the political history of the country, were often quite irrelevant to the flow of the economy. This Study Unit has the title The Merchant Adventurers. The Fellowship, or Company, of Merchant Adventurers was formally created in 1486 and consisted of those London merchants who controlled the profitable cloth trade with Flanders. We will see how the fluctuations in trade affected this powerful and wealthy group, and how the changes were reflected in their attitudes and activities. We will follow the story of English trade into the turbulent days of the 1550s, and take a brief look APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 263 beyond at the great expansion of markets which took place during the reign of Elizabeth I. Presentation The Cloth Trade. Throughout the Middle 50.000 lengths of cloth per year were exported. By Ages the main English export had been wool. En- the last years of Henry VIII’s reign about 120.000 glish wool was the best in Europe and had been were taken over to Antwerp, and even more were highly prized on the Continent, where it had for- sold during the boom years. med the raw material for the great cloth industries of Flanders and Northern Italy. But during the century and a half before Henry VII came to the throne, England had been developing a cloth industry of its own. By Henry VIII’s reign, the English carried about ten times more cloth than raw wool in the great twice or thrice yearly shipments to the fairs in and around Antwerp. The cloth was sold in lengths-officially 24 yards log, but often quite a bit longer. There was really lit- To feed this cloth industry, it has been estimated there were three sheep to every person in England. The trade in cloth was an easy and profitable one and consequently it grew steadily, until the whole economy was heavily dependent on the sheep. A large proportion of the population relied on the state of the wool and cloth trade for their livelihood: from shepherds to those involved in the cloth industry from cloth-dealers to the Merchant Adventurers. tle standardization despite official attempts to imThe wool travelled from the backs of the sheep pose it. Besides the woolen cloth which made up to be made up into cloth by either workshops in the bulk of the exports, there were a variety of the towns controlled by the guilds, or, as was more other different sorts and qualities of cloth; light and more frequently the case, by individual in the kerseys, coarse ”dozens”, friezes and the northern country outside the guild restrictions. Those out”cottons”which were much cheaper materials. side the towns and guild control were able to work The growth of the cloth trade throughout the first half of the sixteenth century was steady and, until the boom following the debasement of the coinage, which we will consider later, just short of spectacular. Early in Henry VII’s reign about with just the needs of the markets in mind. The guilds tried to ensure that the cloths made up by their workers were then ”finished”(dyed and made up into articles of clothing) by other members who were traditionally involved in ”finishing”process. APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 264 The trouble was that foreigners had little respect profit seems to have worked out at between 15 and for English ”finishing”and much preferred to buy 25 per cent. This meant that a man could expect raw cloth. Thus the country workers found that to double his money in four or five years. the cloth-dealers who bought up cloths around the country for delivery to Blackwell Hall - the Merchant Adventurers’ headquarters in Londonpreferred to buy from them, because they were not restircted by guild regulations and were quite happy to produce unfinished cloths. The government too tried to ensure that English ”finishers”should work on English cloths before they were taken abroad, and laws were passed at regular intervals to prevent too big a proportion of unfinished cloths being exported. The merchants, who knew what their markets wanted, All this growing prosperity, however, was precariously based. It depended almost entirely on the sale of a single commodity-cloth-in a single market, and if anything went wrong with that market, or with the commodity, the whole economy would be in trouble. This is just what happened. The trade might have continued in its dull, routine and profitable way had it not been for the dramatic effects of the rise in prices which was being felt all over Europe, and Henry VIII’s debasements of the currency which brought the English economy to the brink of chaos. simply ignored the legislation. The Company and Politics. A ”merchant adFrom Blackwell Hall the cloths would be carried across the North Sea by the Merchant Adventurers, or by men they hired, and taken to the fairs around Antwerp. There they would be laid out on specific days and buyers from all over Europe would come to look them over. The wool which started on the back of an English sheep might finish up on teh back of almost anyone in Europe. venturer”was one who traded with foreign parts. The Company of Merchant Adventurers, formed at the beginning of the reign of Henry VII, consisted of those men who controlled the cloth trade. Their aim in forming the Company was to ensure that no merchant not belonging to their Company should get any of the profits from trading in cloth. They tried to keep out other merchants by Profits were good for the Merchant Adventu- fixing the fee for membership so light that none rers. They money was made on the sale of their of the less wealthy merchants from ports outside cloths abroad. They made little on the goods they London (known as “outports”) could afford to pay sometimes bought in Antwerp and re-sold in En- it. Henry VII had to intervene and reduce the gland. During the 1520s and 1530s the average fee, but in so doing he acknowledge the right of APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” the Company to charge one. 265 There was some money they made in other goods which they could justification for the reasonable fee, because the import into England and sell when they got back. Company had to pay for upkeep of various offices and centres in London, and others in Antwerp. (London dominated the cloth trade, as it dominated all foreign trade by this time. All the other ports together handled only about one-tenth as much trade as London.) As well as the Com- pany’s need to finance various offices it was ab- At the end of the fifteenth and beginning of the sixteenth centuries everything seemed to be going well for the Merchant Adventurers. In 1496 Henry VII had Negotiated a favourable trade treaty, the ”Intercursus Magnus”, with the Archduke Philip of Flanders, which was to benefit the Company enormously. solutely necessary to have a strong organization to A further advantage the Merchant Adventuback up commercial ventures at that time. The rers enjoyed during Henry VII’s reign was the individual merchant stood little chance of survismallness of the customs tax on cloth. During ving against the trading organizations-like German the Middle Ages kings had continually increased Hanseatic League in the Baltic, or the Venetians in the tax on wool, till by 1485 the tax amounted the Mediterranean-and a trade putting into a port to about one-third of the value of the wool itself, which a trading organization felt was ”theirs”might whereas cloth which was a relative newcomer to find himself negotiating by cannon. the customs was taxed a barely noticeable 3 per The Merchant Adventurers were not a com- cent. pany in the sense we tend to understand the word. The Price Rise and Debasements. During They were unlike the joint-stock companies (of the first decades of the sixteenth century England whose development we will see the beginnings laexperienced a gradual price rise. The price of goter) in that they traded individually. They did ods depends on the relationship between money not pool their resources, except on occasions when available and goods available. If there is not much they hired protective ships when there was danmoney but plenty of goods prices are low. If there ger from pirates. They bought individually from is a lot of money but not many goods prices are sources they found for themselves, and they negohigh. The causes of the sixteenth-century price tiated their buying prices separately. Once across rise, like any large-scale economic event, are very in Antwerp they sold their cloths separately, and complex and even now not fully understood. One decided for themselves whether or not to invest the clear cause, however, is traceable. That was the APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 266 influx of silver to Spain from her newly-won terri- chant Adventurers enjoyed smooth and profitable tories in the Americas. There was no increase in business. They were helped by the encouragement the production of goods in Spain, so the increased and policies of Thomas Cromwell, who himself had amount of money available led to and inevitable been a merchant and had close connections with rise in prices. the Adventurers. The growing prosperity and we- This situation made trading with Spain very profitable. During the 1520s, the rise in prices was affecting Spain before other countries, so an English merchant could buy goods cheap in England and sell them at the higher price normal by then in alth of the English merchants, and most of those connected with cloth and wool, began to drive English prices up ever more rapidly-to the consternation of those who were gaining no profits to compensate for the increases in prices. Spain. Thus the English merchant made his nor- After the execution of Thomas Cromwell in mal profit and also the difference between prices 1540, Henry VIII took upon himself the responsi- in Spain and England. bility for guiding the policies of his realm. The Because of the heavy trade between Flanders and Spain it was not long before the price rise hit Flanders. The supply of money increased in relation to the supply of goods, because the Flanders merchant took goods to the Spain and brought their profits home. The increased output of the German silver mines had the same effect. Again the English merchants stood in a position of advantage. As the price rise in England was still less rapid than in Flanders, the English merchants could continue to buy goods relatively cheaply in ENgland and sell them for the higher prices prevailing in Flanders. This state of affairs continued throughout the 1530s when, despite some early trouble with the Emperor Charles V, ruler of Flanders, the Mer- economic policies he pursued were short-sighted and disastrous. Involving himself in costly wars, he quickly exhausted the fortune Cromwell had made available to him, and so adopted the plan of debasing the coinage. He reduced the amount of silver in the coins, keeping the silver thus saved in his Treasury. Since the coins were now worth less, more had to be given than before for the same amount of goods. With the demand for the goods on the market steadily increasing as the merchants bought more for shipment overseas, prices rose dramatically, causing confusion and havoc throughout the country. One immediate result of the debasements however was that the Merchant Adventurers gained enormously. In 1522, the £ English was worth APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 267 32/-Flemish, but by 1551 after the evaluations it they could sell in the normal markets of Antwerp, was worth only 13/4 d. This meant that if an were desperate to find new outlets. English merchant paid £1 for goods in England he would, in 1522, hav asked 32/-(plus his profit) for them in Antwerp, whereas in 1551 he asked only 13/4d (plus his profit). So, while the debasements hit English domestic trade, it made exporting much easier since the dealer at Antwerp were able to buy the same goods at half the 1552 price. The Diversification of Trading Efforts. Lar- gely because of this crisis, we see in the 1550s the first really adventurous voyages from London in any quantity. The ease and ensured profits of the London-Antwerp trade trade made the London-based Merchant Adventurers reluctant to try further abroad. Earlier adventurous trading Because of the cheapness in their selling price, voyages, like those of the Bristol merchants to English merchants found they could sell as much Newfoundland , or Plymouth merchants who were cloth as they could carry, and there were com- excluded from the cloth trade to the Continent by plaints from abroad that short sizes and inferior the self-protective policies of the Merchant Adven- cloth were being sold: an indication that En- turers Company. glish merchants were taking across everything they could lay their hands on, sure of a ready market. Earlier in the century, for the political reasons English merchants had been discouraged from see- But in 1551, after social unrest and riots, the king new markets around Africa to the south, and government took steps to reform the value of the to the Americas in the west. The Tudor throne English coinage. Once this had been done it be- had needed the support of foreign monarchs, and came much more difficult for the merchants to sell so the newly founded ”empires”of Spain and Por- their goods, because the earlier situation was now tugal had been left alone. But by the 1550s relati- reversed. During the boom years the merchants ons with Spain were growing worse, despite Queen had encouraged the expansion of the cloth indus- Mary’s marriage to Philip II of Spain, and the need try, and it had responded by increasing its output for new markets made English seamen less inclined enormously-only to discover in 1551 and the fol- to respect Spanish and Portuguese ”property”. lowing years that there was suddenly no market for the increased output. Producers were angry, many independent cloth makers ruined, and even merchants, finding themselves with more cloth than With the trade collapse after the reforming of the coinage came a spate of voyages alng new routes. Much of the money to pay for these more risky adventures came from the tremendous pro- APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 268 fits made in the years between the debasements ally in Spanish or Portuguese possessions, mer- and the reforming of the coinage. chants ran into local administrators who refused Attempting to find a passage round the northeast of Europe to India, and its spice trade, English merchants found instead the great Russian Empire, and entered into trading relations with Ivan the Terrible. Contact was made with permission to trade, and so they were left with the choice of simpky mving on empty-handed or fighting their way into the ports where there might be people only too ready to trade with Englishmen, or anyone, provided they carried goods were wanted. the Levant (the eastern end of the Mediterranean) Protection. After the crash of 1551 and the where spices from Asia came through to Europe. following years, the Merchant Adventurers conti- With the weakening power of Portugal in the In- nually lobbied the government for protection from dian Ocean, more of these Asian spices were fin- the economic consequences of reforming the coi- ding their way overland. nage. Sir Thomas Gresham brought help in the Soon trade was carried on with North Africa and Guinea. Expeditions went to North America, again looking for a way to India. A new line in English trade was stuck out by Hawkins, who raised money in London for expeditions to West Africa to buy slaves from native rulers. He then crossed to the West Africa to buy slaves from native rulers. He then crossed to the West Indies or Spanish main, where he made large profits selling the slaves, and returned home with full holds of American goods. form of reorganization of the Merchant Adventurers’relationships with the State and with the ”staple”town of Antwerp (the town at whose markets all the cloth was sold, in exchange for certain privileges). He gave the Company the monopoly in the export of white cloth for which they had struggled so long. But, for these privileges, protected by government well into Elizabeth’s reign, the Merchant Adventurers’Company was heavily taxed-in the same way as the wool merchants during the Middle Ages. Throughout the latter part of the century the Company concentrated on con- Many of the expeditions of these years ended solidating the gains it had won, trying to protect in failure, as trading also involved a possibility of their government-given rights from “interlopers” fighting and the probability of becoming involved who tried to trade with Antwerp despite the Comin politics. Merchants often had to negotiate rights pany’s monopoly. Again over the problem of interto trade from various rulers-for which rights they lopers they turned to the government demanding might have to pay dearly. Occasionally, especi- APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” protection. 269 mes held over to equip a bigger expedition. By Later, in Elizabeth’s reign, the Company introduced ”stints”. That is, they allowed only certain amount of cloth to be exported, and by this means tried to keep prices high and preserve and protect their sure sales and profits. But, while they continued their routine and, especially after such means Hawkins and Drake found the money for their adventures. Many were just excited by prospect to quick returns from attacks on Spanish treasure ships, or hopeful that they too might find gold and silver somewhere with the ease and in abundance that the Spaniards had. the destruction of Antwerp in 1576, their slowly The step from respetable trader to buccaneer declining trade with the nearby continental coast, was not very great in these times. Every merchant the foundations of greater things were being laid ship would be armed, and what was permitted in around the world. English law might be illegal in Spanish. Drake’s New Adventures and Adventurers. The “joint-stock” companies which were formed in London were made up by men and women risking and investment of money in expeditions to all parts of the world. On the completion of the expeditionif it were successful-the profits were shared out according to the investments made, or someti- adventures made him a hero at home, and respectable enough to be knighted by the Queen herself, whereas to the Spaniards to whom he caused terror he was nothing but a pirate. Those were violent times, and while the force of law was spreading on land, there was no law on the open sea that everyone would respect. The law of the cannon ruled. Investigation Problem 1 During the first half of the sixteenth century, the Merchant Adventurer’s Company became one of the most powerful and influential groups in England. They controlled the lucrative cloth trade with Antwerp on which much of England’s growing prosperity depended. Their relationship with the government was usually close, and they were respected and considerately treated by even the highest in the land. Their wealth and pride were such that they added considerably to the pomp and splendour of state occasions. APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 270 Consider why this company nd its members should have achieved such a position of wealth and power in sixteenth-century society. Why did it all happen ? Using the RESPONSE MATRIX, construct a picture of those factors which were favourable to the growth in power and wealth of the company. Problem 2 The fortunes of the Merchant Adventurers’ Company to some degree prospered and the waned in response to external conditions. It is difficult to see how far the Company’s fortunes also depended on the dynamism and energy of its members. Assume that you are trying to argue that the Company was never really very adventurous. Consider what factors you would use to prove your case. (If you think they were really adventurous try nevertheless to construct an argument which you might have to answer in order to make your case.) Use the RESPONSE MATRIX to construct an argument which suggests the the Merchant Adventurers were not really very adventurous. Problem 3 When the trade in cloth became more settled after the disturbances of the early 1550s, the Merchant Adventurers’ profits continued to come in steadily, but the central theme of the story of English trading history moves to the broader stage of the world’s ocean. With the extension of English trade-in area, and variety, and variety of goods carried - the Merchant Adventurers’ Company’s fortunes were imperceptibly but surely in decline. The late 1540s mark the highpoint of the Company’s profits, and its trade turnover never again came up to the level of those years of boom. Consider why this should have been so. What led to this decline? Use the RESPONSE MATRIX to explain why their fortunes declined during the latter half of the century. Problem 4 As mentioned in Problem 3, after 1550s the central theme of the story of English trade moves away from the single contact with Antwerp and its great fairs, through which English cloth had travelled APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 271 to all parts of Europe. English ships were soon thereafter calling into ports around the Baltic, the Mediterranean, Africa, the Americas, and little later, India and the Island of Pacific. Consider the causes for this tremendous expansion of activity. Why was there such a sudden break-out from the patterns of trading which had been practised earlier? Use the RESPONSE MATRIX to explain why there should hava been such a burst of new trading activities after 1551. Response Matrix 1-Increasingly often interlopers ignored the Merchant Adventures monopoly and traded in cloth with the Continent 5-Henry VIII debased the coinage. 2-English seamen hoped for the good luck of the Spaniards in finding silver and gold. 9-The Merchant Adventurer’s monopoly was withdrawn. 13-In 1485 the custom tax on cloth was only 3 percent of the cloth’s value. 10-Some of the new trading ventures reaped enormous profits. 14-The price rise affected the Continent more strongly than England at first. 17-The formation of the joint-stock companies offered a new means of financing trading expeditions. 18-The Merchant Adventurers continually appealed to the Government for protection against competitors. 6-Some foreign trading organizations were weakening. 3-Parliament backed up the Merchant Adventurers’ claim to control the sale of cloth abroad. 7-Trade with the continent was disrupted by wars of religion and the Spaniards’ destruction of Antwerp. 11-The Merchant Adventurers Introduced ”stints”. 15-Steps were taken to repair the damage done to the coinage by Henry VII. 19-By trying to sell undersized cloths during the boom years, the Merchant Adventurers damage their reputation abroad. 4-Money was available in London, to back risky expeditions. 8-Henri VII negotiated the ”Intercursus Magnus”. 12-It was “outport” merchants who first traded with the Americas. 16-The Merchant Adventurers had to pay heavily for the privileges granted to them in Elizabeth I’s reign. 20-The Merchant Adventurers controlled nearly all the cloth passing through the port of London. APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” Discussion Guide 272 APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 273 Discussion Comments A I would exclude both of these items from my response because their refer mainly to period when the Company’s fortune were in decline. There may well have been money available for investment in trade during the early part of the century, and the profits from investment in the cloth trade certainly drew a great deal of it, thus helping its growth, but the London-Antwerp “milk-run” could hardly be classed as a risk expedition. Nor was the slow decline or foreign trading organizations during the early period really of great benefit of the Merchant Adventurer’s Company. There is, however, a sense in which both these items could be used to develop your picture of reasons for the growth of Company. It depends on how you interpret them. B It is difficult to assess how far government “protection” for the Merchant Adventurers was effective at a time when the government largely lacked the means to enforce its rulings. There were court cases against men who trspassed on the Company’s monopolies, but such cases do not seem to have been a great discouragement, in that shortly afterwards the same men can be found “interloping” again. The company’s attempts to protect their own markets by introducing “stints” to ensure a steady but not too great supply in the markets (thus keeping the prices up) was again of questionable value. The markets were capable of considerable expansion, as they had proved during the boom years, and it is possible that with a more adventurous policy they might have been able to sell a lot more cloth. C In these times, when peace and order were easily and often disrupted,trading was hazardous occupation. For regular trading relations between countries it was thought necessary to have powerful and wellorganized companies in charge of the operation. And as trade also benefited the King whose subjects grew wealthy from it, wise monarchs were careful to help their merchants. Henry VII was particularly noted for the help he gave to the Merchant Adventurers’ Company, which, with the cooperation of Parliament, APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 274 ensured that they were able to control the valuable English cloth trade, on which the Company’s fortunes depended. While there were obviously limits to the value of government help in this period, especially in areas where the government largely lacked the means to enforce its rulings, I think that it was really useful to the Company and certainly helped the growth. D When the Merchant Adventurers had gained a virtual monopoly over all the cloth passing through London - which carried nearly ten times as much trade as all other English ports put together-their fortunes were assured. The Staplers’ Company, which traded in wool, had been powerful and wealthy throughout the Middle Ages, and had paid for its prominence and political support from the government by increasingly heavy taxes on its cloth. In fact by the end of the fifteenth century the taxes were clippling the trade. The cloth trade, however, suffered no such disadvantage, paying a mere 3 per cent of its value on passing the customs. I think both these factors are essential to understanding why the Company achieved the early success it did. E Though England felt the effects of rise in prices throughout the early sixteenth century, it was less marked - until Henry VIII’s debasements - than on the Continent. This left the English traders at an advantage. When the English coinage was debased the trader’s position was even more favourable. I think these are both very important in explaining the growth of the Merchant Adventurers’ Company. If you do not understand why these two items should have helped English traders, read again the section in the PRESENTATION entitled “The price rise and debasements”. F All these statements I have interpreted as more or less irrelevant to the problem as I see it. It might be that you have seen a conection which I thought too indirect do comment on, or perhaps you have not understood exactly what the problem is concerned with. It may be that you have confused the time scale, or included causes rather tha effects, or effects rather than causes, or it may be that the connection APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 275 you have seen is a perfectly good one wich has escaped me. Whatever the reason, if you re-read the problem and the relevant part of the presentation, you should in most cases de able to work out why the statements you included are nos dicussed specially. G I would tend to exclude this because it seems to me not necessarily a sign of unadventurousness. Though when combined with their past activities and their flooding of the single market without any attempts at diversifying their products, then I suppose it might be possible to use it to build a picture of the Company’s unadventurousness. H Perhaps it is a little unfair to try to brand the Merchant Adventurers as unadventurous because they did not use any of their profits from the London-Antwerp cloth trade to invest in voyages of adventure, or more daring attempts to trade with different markets. I tend to think that item 4 is a form of condemnation however, because the world’s markets were opening up and the prospects of profit from distant and exotic markets were tremendous-for those with the courage to try. The joint-stock companies later were to prove this true. I tend to think of the Merchant Adventurers as a rather stodgy crew on the whole. I The reasons for Parliament’s willingness to back up the Company’s claims to control the cloth trade are various, and on the whole seem pretty reasonable. They wanted a strong organization in control of the valuable cloth trade, and it was also convenient for the government to have a single strong organization, which they could negotiate with and bring political pressure to bear on if ever thy wanted to use the cloth trade as an instrument f political policy (as henry VII did once by prohibiting the cloth from passing over to the Netherlands, thus bringing pressure on Philip of Burgundy). I would be inclined to put these items together in arguing against the adventurousness of the Company, because of the way they were willing to accept this comfortable position in return for protection and security. There seems to have been precious little spirit of adventure in all the negotiations with the government. APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 276 J In the first half of the sisteenth century the Company struggled to exclude “outport” merchants from the profitable and relatively trouble-free trade with Antwerp. The Company ignored appeals from henry VII to trade with North America, and it was left to Bristol merchants to brave the Atlantic to get to the rich fishing grounds off Newfoundland. Plymouth sailors were trading with Brazil and central America, despite the Spanish ban, while the London merchants were too content with the Antwerp trade to take risks on more distant adventures. When the real adventures began, with men like Hawkins and Drake braving the Atlantic and the powers of Spain and Portugal, the Merchant Adventurers were still ploughing their way to and from across the little stretch of water between England and the Continental shores. K The main ambition of the Merchant Adventurers’ Company was to get a monopoly over the cloth trade with Antwerp. With government help they gained a virtual monopoly during the first half of the century, and came to control all the cloth that passed through London. Their defence, that it was necessary to have a strong, well-organized company to control a steady and large-scale trade with a regular market, is one that deserves respect. But even so, having won their monopoly, the Company certainly did not do all it could to expand the cloth trade and help the cloth industry. Their policy was one of “safety first”, and they were more concerned with their own interests than the country’s, or the workers’ who supplied their cloth. Particularly in the second half of the sixteenth century, the Merchant Adventurers seemed content to consolidate what they had gained, and seemed quite uninterested in taking any risks to extend their markets. They introduced “stints” for their own members to ensure that the cloth they exported would be scarce enough to keep the price high, thus ensuring regular and steady profits by easiest means. I think both of these factors are essential in building a picture of the Company’s lack of adventurousness. Both are arguable perhaps, and no doubt you will form your own opinion of their importance in relation to the sense of adventure in the “Adventurers”. L I think this indicates exactly the opposite tendency than the one you are trying to show. SUrely the debasement brought about the biggest boom the Company had never known. Read again the section in APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 277 the PRESENTATION entitled “The price rises and debasements”. Then reconsider whether you think this item is an appropriate response for this Problem. M It is difficult to assess what effects the “interlopers” had on the Merchant Adventurer’s trade. They showed at least that there was room for more trade than the Company was carrying on itself. But whether they had any serious effect in taking trade from the Company is doubtful, despite the clamour for the government protection. The “outport” merchants merely showed that there were profits to be made with a far wider market than that which was opened up at Antwerp, but they hardly can be accused of hindering the Merchant Adventurers in any way. The “join-stock” companies too, by demonstrating a new and more flexible way of organizing trading ventures, and by attracting so much of available capital for risk but often very profitable expeditions, may have had the effect of hindering the Company in some way, but again it is not at all clear. N During the boom years, after the debasements and before the revaluation, the English merchants found they could sell everything they could carry across to the Antwerp fairs. Everyone connected with the cloth industry and cloth trade worked hard to expand production, but in the process a lot of shoddy material seems to have passed across to the markets. The goodwill lost might have played its part in the drop in sales over the following years. The company tried to prevent flooding of market and lowering of prices by introducing “stints” in the 1560s. This ensured its members steady profits by keeping high the prices of what they did take over to the markets; but this policy also ensured that their trade would not expand further. O The withdrawal of the Company’s monopoly in the exporting of cloth in 1587 marked a further stage in its decline. While it is difficult to estimate how far its members suffered because of this and the competition it brought in, it can hardly have helped them. The monopoly, while it lasted, and the other trading APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 278 privileges granted by Elizabeth and her government, were held at heavy price. As the members of the Staplers’ Company in the Middle Ages were taxed so heavily that it began to cripple their trade, so the accumulation of taxes of various sorts that the Merchant Adventurers’ had to pay out for Elizabeth’s patronage began to lead them into the same noose. Royal protection, especially from poor and needy monarchs, was a privilege that was heavily paid for by English traders. P The 1550s and 1560s were not good times for the Company. While its power and influence seemed to be still growing at the time, we can see, looking back, that it had passed the high point of its trading years. The reforming of the coinage made selling its wares doubly hard after the low prices asked during the boom years. The Continental markets became disrupted by religious wars, and the Staple town of Antwerp was destroyed by the “Spanish Fury” - the Duke of Alba’s army-in 1576. I think these two factors are of prime importance in explaining the decline of the Company. After overproduction for the boom years, a flooding of an unwilling market, trying to sell at greatly increased prices, a cutting back of production and prices paid for cloth at home, etc., chaos set into the whole organization of the cloth trade. It was a chaos out of which the trade and the Merchant Adventurers’ Company climbed slowly and painfully, and one that left a permanent scar. Q Any of the statements which brought you to this Comment could be seen as stimulating the expansion of the area of English trade after 1551. The hold of the Merchant Adventurers over the biggest single item of English trade, backed up by the government, acted as an inducement to other merchants to try their hands elsewhere-especially as political disturbances on the Continent made the more traditional markets less secure. The debasements made the fortunes of many traders, and so provided much of the capital which financed the voyages to all parts of the world during the next decades. The influence of these factors on the expansion of English trade is very difficult to trace or measure, but their influence is not necessarily insignificant because of that. R APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 279 The reforming of the coinage, combined with political reforms, was making trade with the traditional Continental markets more difficult. With the capital made available during the boom years many merchants, business men, politicians, etc., were ready to invest in adventurous expeditions, in the hope of the large profits which they saw Spanish merchants bringing home, and, as time went by, English merchants too. The methods whereby capital was invested in the new “join-stock” companies made them more flexible and able to take advantage of chances as they occured. I think these three items together for constructing and explanation of why there was such a burst of new trading activity during the latter half of the century. S With the weakening of foreign trading organizations like the Hanse, and the fact that it was no longer politically necessary to respect Spanish claims to exclusive trade with the Americas, English seamen were eager to try to emulate the huge profits the Spaniards and Portuguese were able to gather from their newly won “empires”. The vast profits reaped by successful expeditions drew the adventurous like bees to a honey-pot. I think each of these factors is important in explaining the motives which drew English seamen from this island, which was so well placed for the new trade routes that were opening up. View Points You will have gathered tha I don’t have much admiration for the adventurousness of the Merchant Adventurers. It seems to me that there were tremendous opportunities available at that time for men with the means to sail the seas to indulge any spirit of adventure they might have. Whole new continents where being discovered and opened up, fabulous wealth was available to those who were ready to take risks in the vast stretches of oceans which were being discovered (and were found to lead NOT to edge ot the world or to hell). Try to imagine how it must have appeared to a man of the sixteenth century. Suddenly the world expanded; more than doubled in size. New wonders were reported in London, and talked about in the taverns. Slaves were shown off around London as though they were strange creatures. The conquests of Spaniards and Portuguese were discussed with envy, and probably half disbelief. Unimaginable hoards of gold and jewels were dragged APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” 280 from the ancient civilizations of South and Central imaginative account of Raleigh’s life and adventu- America. Great things were happening and being res. Raleigh seems to me to be one of the most done. ANd the Merchant Adventurers, who had attractive figures in England’s history. money, ships, tradable commodities, ploughed solemnly to and from across the Channel on LondonAntwerp milk run. The was adventure in plenty to be had on the sea in earlier times. Once on board and under sail there were bureaucratic authorities to bother Perhaps this is a little unfair. After all they about. If captain and crew got on well, and if were on to a good thing. Guaranteed profits of there were reasonable food and conditions, then 15-25 per cent were not to be passed up for dan- things could be enjoyable. This was rare however. gerous risks. But it does seem that their greed Many captains felt the only way to keep discipline for those easy profits outweighed any sense of ad- amongst the crew was to rule with a rod of iron- venture they might have had. At the beginning Drake was considered a “Dragon” by some of his of the century a Venetian wrote of those English own crews as well as the Spaniards. Food was merchants that they were so greedy for the profits usually bad, conditions disease-ridde. Perkaps the they made in Antwerp that even if their fathers Caribbean pirates had as good time as many in were hanged at Antwerp gate they would crawl this period. between their legs to get to the town’s markets. In various periods of Europe’s history men It was the west country sailor who showed real have been drawn to adventure by sea. The Phoeni- imagination and adventure. The Hawkins family cians were great seafarers a thousand years before (William the father, John the more famous son, Christ was born. There are those who suggest (eg. and Richar the grandson), Drake, and perhaps Constance Irwin in Fair Goods and Stones Faces) the most creative, gallant and truly adventurous that these ancient mariners were the first to sail of them all, Walter Raleigh, laid the foundations across the Atlantic to settle, at least a while, in of England’s great seafaring tradition. The actual America. There is strong evidence to suggest that exploits of these men read like a tremendous ad- this may be true. True also very probably sailed venture story. You should be able to find plenty completely round Africa, claiming, to the disbe- of material on Hawkins’s and Drake’s voyages and lief of the Greeks to whom we owe record of their flights along the Spanish Main. Try to find also voyage, that they reached places where the sun was The Great Lucifer by Margaret Irwin. It is an to the north of them, i.e. they were south of the APÊNDICE A. EXEMPLO DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC: “THE MERCHANT ADVENTURERS” equator. There are many mysteries and adventures on the seas which we may never learn much more about. One fascinating journey which may have taken place is conjecturally described by Harold S. Gladwin in Men Out of Asia. Alexander the 281 lous voyages. Roman coins have been found on the coast of South America. South American natives workshipped white-faced gods with beards-such as they could never have seen had they not come from old Europe (again, try to read Fair Gods and Stone Faces). Many mysteries remain. Great prepared a great fleet which was ready to Only now are the seas becoming unadventu- sail just as he died. After his death there is no tous. The seas of adventure for us are becoming record of the fleet. Gladwin plausibly argues that the seas aboce the sky,and the ships which will go it set off to the east and sailed past India, through adventuring in them will probably be better recor- the Far East, across the Pacific and finally settled ded. Is is to be hoped, when space travel becomes in America. Who knows? easier and more common, when we will have me- The Wikings, and the Irish wandering saints giving themselves up to “the Irish habit of going away”, have felt which nevertheless indicate fabu- ans of navigatins these new seas which we cannot even dream of now, that man will not be so dull and unimaginative as the English Merchant Adventurers. Apêndice B - Exemplo parcial de Atividade Instrucional SC Nesse apêndice apresenta-se o resultado do emprego da estrutura de representação de conhecimento proposto no Módulo do Domı́nio do SCAT. Esse resultado consiste em um exemplo parcial de atividade instrucional SC. O exemplo foi gerado de forma automática a partir de informações fornecidas em um protótipo de ferramenta de autoria. Essas informações consistem em: • O objetivo da Atividade Instrucional. • As metas da Atividade Instrucional. • Documento texto da Seção Apresentação. • KWK. • Relacionamento entre cada KWK e as metas instrucionais. As informações fornecidas para esse exemplo são as seguinte: <Objetivo da Instruç~ ao:> Desenvolver uma Leitura Crı́tica do Texto <Metas do Objetivo:> Identificar o problema abordado. <keyword knowledge:> Guerra APÊNDICE B. EXEMPLO PARCIAL DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC 283 Favela Tráfico Droga Viciado Usuário <Metas do Objetivo:> Idenfificar os aspectos principais do problema <keyword knowledge:> Consumidor Opini~ ao Médicos <Metas do Objetivo:> Identificar a soluç~ ao apresentada pelo autor <keyword knowledge:> legalizaç~ ao Consumidor Além dessas informações há necessidade de indicar o documento que formará a seção Apresentação. Nesse caso o documento é um artigo da revista Veja, edição número 1851 de 28 de abril de 2004. A partir dessas informações, o seguinte exemplo é gerado automaticamente. Esse exemplo ainda não é o exemplo final e necessitaria de uma possı́vel edição. Exemplo “A cheirada, a tragada e o sangue” após edição do autor. A seção Intenção já foi editada pelo autor. As demais seções da SC foram ainda não foram editadas pelo autor. APÊNDICE B. EXEMPLO PARCIAL DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC 284 Intenção: Nesta Unidade de Estudo estaremos abordando uma problemática atual no Brasil. Nesse contexto, analisaremos o texto da Seção Apresentação. O objetivo desta atividade não é atingir um consenso, mas sim, investigar qual a opinião do autor do texto a respeito do assunto. Apresentação: VEJA on-line Page 1 of 2 2 3 4 & ( ) ' (+ ' ( & ! ' % ') ( ! -( & 01 ! *3 ! % " ! "! # $ % ' ! ( ' ( . ! %+ / . ( ' ! ' ( ! ' # ( 4 % ( ' ( ( ! " # $ & ' * ,$ - 2 * ' ! '( ) & ( ) 4 & / 5 * ! % ( ( ( / 6 ! * " $ - . ) " & % ' & 7 $! < ; ! 1 " ! * . : ( $! $ % 4 9 3 % % ( ( ' ! ! $ + %=0 # ! 4 ! ! http://veja.abril.com.br/280404/pompeu.html 2 7 ) ! $ ( # > * & .% ! - ( :$ 7 ! ! ! ! ( 9 ! - 0 1 8 74 * , - . / $ ( % ! 6 % $ ! * ) + ! 1 6 4 % 1& - 0 % ? 0 @ * 19/9/2005 VEJA on-line Page 2 of 2 % % $1 6 > ( $ ! ! * + $ A % ! ' ( & % !! / B 4 % 7 ! & ! ( 7 % &( 1 % & % 6 & % ! - ' ( &' & ( C D ! # $( ( % ! % * # + ! * ! ; -% * @,$ * % 7 ! % % 7 &$ 5 ( ! &# & % ( - ' % % ' ! "! & - . < ( & 4 % # - 1 1! ( E + ' ' ? ! ' < ( & * * ! # % 4 ! ( - & $ ! 5 (* % 4 @. $ 5 * ) F &$ % % 0 ! % ( D ! ( * ? ( & A ' ( ) ! ' ? G % + G ( - ! * # ! $! ( * .( 7 * + D H ) + % * * & $( ! $ A . % ! $ ( 6 ( + 9 $ + > !$ $ # $! A " http://veja.abril.com.br/280404/pompeu.html 19/9/2005 APÊNDICE B. EXEMPLO PARCIAL DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC 287 Matriz Resposta Os elementos “F” da Matriz Resposta podem ser, os seguintes fragmentos do domı́nio obtidos do documento da seção Apresentação, apresentados na seguinte sequência: F1: Def Yuri, colunista do site Viva Favela , já citado aqui na semana passada , chama de “desgraçados” os consumidores eventuais de drogas. F2: Def Yuri, que escreve em nome da população das favelas, uma “gente trabalhadora, que apesar de tudo e de todos luta bravamente para sobreviver e poder exercer a sua cidadania”, investe com fúria contra os consumidores da Zona Sul carioca. F3: Note-se que, ao mencionar o “bagulho”, o colunista do Viva Favela inclui os consumidores de maconha no pacote. F4: É a vida dos outros, dos que foram ficando no meio do caminho até que a droga chegasse à boca ou ao nariz do consumidor. F5: O conflito das últimas semanas na Rocinha trouxe à luz um personagem nem sempre merecedor da atenção devida, quando se discutem as guerras nas favelas - o usuário de drogas. F6: “Depois certamente assistirão ao resultado do estrago pela televisão, jornais e certamente se esconderão (são covardes por natureza) e segurão com sua fúria consumidora para outra comunidade, onde, tal qual parasitas, continucarão institucionalizando as ditaduras do medo, dor e opressão”, escreve o colunista. F7: Não é pelo fato de ter sido trazido ao primeiro plano que o consumidor eventual mudará de hábitos. F8: Há duas espécies de consumidores. F9: A segunda é a dos consumidores eventuais, também chamados de “recreativos”. APÊNDICE B. EXEMPLO PARCIAL DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC 288 F10: Na mesma linha de Def Yuri, a psiquiatra Maria Thereza de Aquino, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em atenção ao Uso de drogas (NEPAD), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, disse ao jornal O Globo: “Ele (o usuário recreativo) usa drogas com quem toma um ou dois chopes. F11: O mais óbvio dos remédios seria aquele que os traficantes mais temem: a legalização das drogas. F12: De modo mais inovador, trouxe ao debate uma questão antes circunscrita aos especialistas - a distribuuição entre o usuário viciado e recreativo. F13: a droga não mataria mais inocentes, como as populações faveladas hoje reféns da bandidagem. F14: A maconha costuma gozar de status privilegiado entre as drogas. F15: A primeira é a dos viciados, também chamdados de dependentes quı́micos. F16: Como responsabilizar o viciado se, doente, falta-lhe a consciência dos atos? F17: Tal qual a cerveja entre as bebidas, a maconha, entre as drogas, seria inocente como a água com açúcar, ou quase. F18: O senso comum considerava o usuário evntual como o elo menos nocivo da cadeia. F19: Já o outro usuário, este encontra-se - e ele é o primeiro a fazer questão de afirmá-lo - em total posse das faculdades mentais. F20: Os “desgraçados”, segundo ele, “alimentam com seu prazer egoı́sta”, a guerra que tanto sangue tem derramado nos morros. Desafios: DESAFIO 1: Quais elementos da Matriz Resposta identificam o problema abordado pelo texto. DESAFIO 2: Quais elementos da Matriz Resposta idenfificam os aspectos principais do problema. DESAFIO 3: Quais elementos da Matriz Resposta melhor descrevem a solução apresentada pelo autor. APÊNDICE B. EXEMPLO PARCIAL DE ATIVIDADE INSTRUCIONAL SC 289 Guia de Discussão: DESAFIO 1: I(20, 5) ler comentario a respeito do conceito [Guerra] I(5, 13, 2, 3, 1) ler comentario a respeito do conceito [Favela] I(15, 16, 12) ler comentario a respeito do conceito [Viciado] O(15, 16, 12) ler comentario a respeito da ausencia do conceito [Viciado] O(5, 12, 10, 18, 19) ler comentario a respeito da ausencia do conceito [Usuário] DESAFIO 2: O(20, 5) ler comentario a respeito da ausencia do conceito [Guerra]. O(5, 13, 2, 3, 1) ler comentario a respeito da ausencia do conceito [Favela]. I(2; 3; 1; 11; 4) and I(8; 9; 7; 6; 24) ler o comentario a respeito de [Consumidor]->[Médicos]. I(2; 3; 1; 11; 4) and I(8;9;7;6) ler o comentario a respeito de [legalização]->[Consumidor]. O(4, 1, 2, 3, 8, 9, 7, 6) ler comentario a respeito da ausencia do conceito [Consumidor]. DESAFIO 3: I(4, 1, 2, 3, 8, 9, 7, 6) ler comentario a respeito do conceito [Consumidor]. I(4; 1; 2; 3; 8; 9; 7; 6; 11) ler o comentario a respeito de [legalização]. I(11) ler comentario a respeito do conceito [legalização]. O(11) ler comentario a respeito da ausencia do conceito [legalização]. FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO 1. CLASSIFICAÇÃO/TIPO TD 5. 2. DATA 27 de novembro de 2007 3. DOCUMENTO No 4. CTA/ITA -IEC/TD-003/2007 No DE PÁGINAS 289 TÍTULO E SUBTÍTULO: Conceitos e Modelos de Execução de Exercı́cios de Comunicação Estrutural 6. AUTOR(ES): Robinson Vida Noronha 7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES): Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Divisão de Ciência da Computação – ITA/IEC 8. PALAVRAS-CHAVE SUGERIDAS PELO AUTOR: Sistemas Instrucionais Inteligentes; Comunicação Estrutural; Problemas mal estruturados 9. PALAVRAS-CHAVE RESULTANTES DE INDEXAÇÃO: Instrução Assistida por Computador; Solução de Problemas; Inteligência Aritifical; Sistemas Especialistas; Engenharia de Software 10. APRESENTAÇÃO: (X) Nacional ( ) Internacional ITA, São José dos Campos, 2007, 289 páginas 11. RESUMO: A integração da técnica instrucional chamada Comunicação Estrutural ou Structural Communication-SC e um tı́pico Sistema Tutor Inteligente é o objeto desta pesquisa. Desenvolvida na década de 60, essa técnica baseia-se no emprego de um mecanismo de casamento de padrão juntamente com um conjunto de regras de produção. Identificar quais mensagens textuais deveriam ser apresentadas como retorno da solução apresentada por um aprendiz a um problema pouco estruturado é o cerne dessa técnica. Diante da grande quantidade de soluções possı́veis que poderiam ser apresentadas a esse problema, o sistema de casamento de padrão apresenta-se como mecanismo inapropriado para selecionar essas mensagens. Logo, investigou-se a possibilidade de substituição do sistema de casamento de padrões por um sistema de cálculo da distância entre dois vetores binários. Nesse contexto, busca-se identificar a regra mais próxima de qualquer solução apresentada. Investigou-se, também, como representar de forma estruturada o domı́nio pouco estruturado em atividades instrucionais que utilizam essa técnica. Os resultados obtidos nesta pesquisa poderão servir de auxı́lio aos desenvolvedores de Sistemas Tutores Inteligentes baseados na solução de problemas mal estruturados. 12. GRAU DE SIGILO: (X) OSTENSIVO ( ) RESERVADO ( ) CONFIDENCIAL ( ) SECRETO