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IMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELA ECT Especial Impresso 7220531100-DR/SPM UNIDAS DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS 35º Ense Fortalecimento do segmento é a tônica do encontro Realizado no Hotel Naoum Plaza, em Brasília, nos dias que antecederam o Seminário, o 35º Encontro Nacional com Superintendentes Estaduais (Ense) foi marcado pelo interesse em buscar fortalecer, cada vez mais, o segmento da autogestão. Recepcionados pela presidente Iolanda Ramos, na manhã do dia 23, os participantes foram informados sobre a atuação que tem sido desenvolvida permanentemente junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Congresso Nacional, nos Ministérios da Saúde e do Planejamento e no Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como foco principal sensibilizar as autoridades sobre as dificuldades enfrentadas pela autogestão, um benefício que hoje atende cerca de 6 milhões de vidas em todo o País. A exemplo dos demais encontros, o diretor administrativofinanceiro, Hugo Avelino dos Anjos Lima, voltou a abrir espaço para o debate de assuntos administrativos, seguido pela diretora de Integração e coordenadora do Ense, Denise Rodrigues Eloi de Brito, que compartilhou com o grupo orientações para que sejam evitados processos junto ao Cade/SDE. Ela foi incisiva em orientar os representantes da necessidade de se esclarecer dúvidas que persistem no mercado e que “a UNIDAS não fixa e não possui tabelas de preços”. Assembleia Geral Ordinária Contas aprovadas 2 Jornal UNIDAS Expediente: A agenda da Diretoria e dos representantes das filiadas em Brasília foi concorrida nos dias que antecederam a realização do I Seminário dos Dirigentes e Gestores das Instituições de Autogestão em Saúde. Uma das programações foi a participação na Assembléia Geral Ordinária (AGO), no domingo, dia 25 de abril. Na ordem do dia foi apresentado o balanço das atividades da Diretoria Nacional durante 2009. E atividade foi o que não faltou no período. O balanço da gestão deu origem a um relatório, tipo revista, de 20 páginas, com fotos dos principais acontecimentos voltados à defesa dos interesses da entidade. O documento foi elogiado pelos presentes e a presidente Iolanda Ramos destacou que “os resultados ali reunidos foram alcançados graças ao envolvimento de todos os diretores, conselheiros e filiadas”. A íntegra do relatório pode ser conhecida no site da UNIDAS, www.unidas.org.br. O plano de trabalho da Diretoria Nacional 2010/2011, apresentado pela vice-presidente, Maria Beatriz Coacci Silva, e as contas referentes ao último exercício da UNIDAS, apresentadas pelo diretor administrativo-financeiro, Hugo Avelino dos Anjos Lima, foram aprovadas por unanimidade. JORNAL UNIDAS Publicação bimestral da União Nacional da Instituições de Autogestão em Saúde. Alameda Santos, 1.000 - 8º andar Cerqueira César - SP - CEP: 01418-100 Tels.: (11) 3289-0855 - Fax: (11) 3289-0322 www.unidas.org.br O dr. João Rodarte Nogueira, diretor da Rodarte Nogueira Consultoria em Estatística e Atuária, contratada para prestar serviços à UNIDAS, foi convidado para falar sobre estudos estatísticos e atuariais relativos ao perfil dos usuários de planos de saúde do segmento. Ele apresentou o roteiro do trabalho que a empresa pretende desenvolver para a entidade e destacou os resultados vislumbrados com os estudos a serem elaborados. “Será possível apurar estatísticas de utilização dos planos de autogestão e avaliar o mercado das autogestões, o que facilitará a UNIDAS traçar diretrizes junto às suas filiadas.” No fim do dia, foi aberto um espaço para a discussão de temas livres trazidos pelos representantes das Superintendências. Treinamento Na manhã do sábado (24), os trabalhos foram abertos pela diretora de Integração que anunciou a oportunidade em discutir no grupo os modelos de remuneração, no curso ministrado pelos drs. Bernard F. Couttolenc e Leni H. C. de Souza Dias, ambos do Instituto Perfoma. O tema central do treinamento trouxe para os especialistas uma análise dos principais mecanismos de pagamento aos prestadores de serviços praticados no mundo e a importância de se estudar novos modelos de remuneração para a saúde no Brasil. Registro STF defere liminar sobre artigo 34 As autogestões estão momentaneamente desobrigadas do prazo de 45 dias para o cumprimento das exigências do artigo 34 da lei 9.656/98, referente à exigência de objeto exclusivo. Esta não obrigação foi garantida por decisão liminar obtida na Justiça pela UNIDAS, fruto de um trabalho conjunto com a Associação Beneficente dos Professores Públicos Ativos e Inativos do Rio de Janeiro (Appai). A UNIDAS continuará atuando para viabilizar a alteração do artigo em projeto de lei de tema correlato que esteja em trâmite final, como o PLC nº 30/2009, em tramitação no Senado, que trata da alteração da exigência para entidades filantrópicas. DIRETORIA NACIONAL PRESIDENTE: Iolanda Ramos VICE-PRESIDENTE: Maria Beatriz Coacci Silva DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO: Hugo Avelino dos Anjos Lima DIRETOR DE COMUNICAÇÃO: Orency Francisco da Silva DIRETORA DE INTEGRAÇÃO: Denise Rodrigues Eloi de Brito DIRETOR DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: Adaílton da Silva Batista DIRETOR-TÉCNICO: Flávio Dias de Abreu Elaboração: Canal Aberto Assessoria e King Propaganda Fotos: Eugênio Novaes e Hermínio Oliveira Bem-vindos ao novo desafio! A data e o local para a realização do I Seminário dos Dirigentes e Gestores das Instituições de Autogestão em Saúde não podiam ser melhores. O evento coincidiu com os 50 anos de Brasília e a presidente Iolanda Ramos, em seu pronunciamento, fez uma correlação com os quase 100 anos da autogestão: embora com quase o dobro da idade da capital, o segmento, que beneficia cerca de 6 milhões de brasileiros, também se desenvolveu muito desde o nascimento, e tem ainda uma série de dificuldades e desafios por vencer. Em seu pronunciamento, Iolanda reconheceu a atuação dos profissionais e das Superintendências Estaduais na luta permanente em manter custos compatíveis com a renda dos beneficiários, assimilando os avanços da tecnociência e facilitando o acesso a todos os recursos existentes no território brasileiro e, com enorme esforço, cumprir as determinações impostas pelo órgão regulador. Conclamou a plateia a participar da oportunidade única de discussão de problemas comuns na busca de alternativas de solução para os principais desafios e anunciou a elaboração do Termo de Compromisso que nascia a partir daquele momento. “Com esse documento, vamos sair daqui ainda mais fortes e unidos para cumprir um desafio especial: atuar intensamente na defesa e implantação de cada uma das propostas aprovadas junto aos diferentes segmentos da sociedade e dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.” Os dois dias de seminário, de maneira geral, deixaram clara a necessidade de maior mobilização e luta pela visibilidade do segmento, como condições imprescindíveis para garantir a continuidade da assistência aos milhões de beneficiários que contam com a autogestão para usufruir de um plano de saúde com qualidade e preços compatíveis. Fusões e aquisições: o impacto nas autogestões Debatedores: drs. Cyro Alves, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo em São Paulo (Abramge-SP); e Fernando Fernandes, diretor comercial da Medinsight-Evidencias Coordenação: Iolanda Ramos, presidente da UNIDAS A imagem que ficou na mente de todos os que assistiram a este painel foi a de um cordão de formigas convivendo com um inadvertido elefante. A metáfora, levantada pelo dr. Fernando Fernandes, refere-se às autogestões e às grandes operadoras de mercado. “Em meio a um movimento de fusões e aquisições, o segmento ficou estável. Está perdendo o bonde. Comparativamente às outras modalidades, a autogestão encolheu”, alertou. Para ele, a relação entre porte e risco tem que ser levada em conta. “Instituições maiores têm maior diluição de risco, ganho de escala administrativa e maior poder de negociação”, disse. Como alternativa para fortalecer as pequenas, ele propôs a atuação conjunta, realizando estratégias de prevenção compartilhadas, negociações e compras conjuntas e compartilhamento de informações estratégicas. Defendeu que “as autogestões poderiam estar mais unidas em termos de estratégia”. As pequenas e médias operadoras foram o viés da apresentação do dr. Cyro Alves, para quem é preciso investir na regionalização da prestação. “Tudo o que se fala refere-se aos grandes centros. Precisamos pensar a saúde suplementar para os pequenos centros também. A maior parte dos beneficiários no Brasil está vinculada a pequenas e médias operadoras, fora dos grandes centros, com maior prevalência da medicina de grupo e cooperativas médicas”, informou. Todos os segmentos do mercado têm diferenciais para pequenas empresas, como, por exemplo, incentivos fiscais, menos o setor de saúde. Além disso, há complicadores do novo rol mínimo de procedimentos, que foi alterado sem que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tenha oferecido qualquer previsão de reajustes. Em busca de solução para a valorização das operadoras de menor porte, ele apresentou algumas ideias: reunir essas operadoras com a ANS para posicionamento sobre seu futuro, avaliar propostas de segmentação de cobertura, convidar outras entidades para participar da Comissão de Pequenas e Médias Operadoras da Abramge e estudar planos de menor cobertura. “Não há dúvida de que, no futuro, quem tem menos recursos ou não está mais no mercado de trabalho terá dificuldade em ter um plano de saúde.” Jornal UNIDAS 3 Debatedores: drs. Marcio Vinícius Balzan, pesquisador associado do Centro de Estudos de Planejamento e Gestão em Saúde (GV Saúde); e José Cechin, ex-ministro da Previdência Social e superintendente-executivo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS) Coordenação: Danielita Pinto de Morais, presidente do Conselho Fiscal da UNIDAS x A visão do empresário assistência à saúde A distribuição dos planos de saúde no País foi o ponto de partida para o dr. José Cechin retratar a assistência à saúde no Brasil. Ele demonstrou, por meio dos indicadores específicos C4 (fatias de mercado das quatro maiores companhias) e HHI (soma dos quadrados das fatias de mercado), que o setor de saúde suplementar não está tão concentrado como possa parecer à primeira vista “O mercado é altamente pulverizado e as operadoras são, em geral, pequenas.” Segundo ele, a expansão das operadoras aconteceu nas áreas interioranas muito mais do que nos grandes centros. Para o dr. José Cechin, o mercado de saúde suplementar está amadurecendo e, ao longo do tempo, “à medida que as regiões desenvolverem-se, a tendência é que as pequenas operadoras diminuam em quantidade. Mas sempre haverá espaço para elas”. Ele também apontou como tendência o desaparecimento dos planos individuais e afirmou que “há sustentabilidade para a autogestão, mas os desafios são muitos”. Já o dr. Marcio Balzan falou sobre os dois principais perfis dos dirigentes e gestores que tomam a decisão de escolher um plano de assistência à saúde: o interesse no benefício e a obrigação sindical. Segundo ele, quem opta pela saúde como benefício visa à satisfação dos empregados com uma assistência de qualidade. Para tanto, procura informações sobre a carteira. “Mais de 90% dos empresários só tomam conhecimento dos números na hora da negociação”, informou. De acordo com o dr. Márcio Balzan, quando o interesse está na satisfação, os gestores da empresa passam a fazer cobranças em relação à gestão dos recursos. “O preço é pensado mas não é o mais importante”, disse. Já quem opta por apenas atender à obrigação prefere uma rede com coberturas locais e com planos diferenciados para o alto escalão da empresa. Nesses casos, preço baixo com rede credenciada que atenda aos requisitos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é o suficiente “Não há confronto entre a visão do empresário e a assistência médica. Mas é importante que se revejam alguns modelos, como as parcerias público-privadas na saúde”, ressaltou. Intervalo com conteúdo As oportunidades de adquirir conhecimento não se encerravam ao fim dos debates do I Seminário dos Dirigentes e Gestores das Instituições de Autogestão. Entre um painel e outro, os participantes puderam assistir a palestras dos patrocinadores do evento, sobre temas relacionados à sustentabilidade do setor de saúde suplementar. A primeira palestra foi ministrada por Gabriela Romariz e Diogo Brunacci, da Sanofi Aventis, que falaram sobre a sustentabilidade na indústria farmacêutica e das parcerias possíveis entre essa indústria e as organizações, incluindo operadoras de planos de saúde. O impacto orçamentário da quimioterapia oral foi o assunto abordado pelo dr. Otávio Clark, da MedinsightEvidencias. Ele apresentou estudos e pareceres referentes a tratamentos de câncer de pâncreas, cólon, dentre outros. Os resultados demonstraram que o custo de incorporação da quimioterapia oral é, no pior cenário, R$ 0,50/usuário/mês. Para ele, o setor tem como tarefa incorporar, de forma sustentável, novas tecnologias que beneficiem o paciente. As soluções de conectividade para os principais 4 problemas das operadoras relacionados à tecnologia foi a proposta de José Ricardo Victorino, da Diebold. De acordo com ele, a tecnologia facilita o controle de pacientes crônicos e, consequentemente, a melhor gestão da carteira. O impacto da gestão de doenças crônicas na melhoria dos indicadores de satisfação, clínicos e financeiros em saúde foi o tema da apresentação de Rogério Rabelo, diretor de Gestão de Saúde do Fleury. Ele falou sobre a necessidade do investimento em gestão de doenças crônicas e dos benefícios deste tipo de programa. O papel dos biomarcadores em câncer de pulmão foi o tema da palestra do oncologista Evanius Wiermann, convidado da AstraZeneca. Para ele, os marcadores biológicos têm o potencial para redefinir a história do tratamento em câncer de pulmão, tal como ocorrido com o câncer de mama. As estratégias e ferramentas que auxiliam na sustentabilidade no setor de saúde, em especial a assistência domiciliar, foram o foco da apresentação de Marcelo Noronha, gerente médico da Home Doctor. Ele apresentou a melhor qualidade de vida do paciente e a redução de custos como importantes vantagens desse tipo de assistência. Marcelo Noronha, da Home Doctor; Diogo Brunacci e Gabriela Romariz, da Sanofi Aventis; Otávio Clark, da Medinsight-Evidencias; Rogério Rabelo, do Fleury; José Victorino, da Diebold; e Evanius Wiiermann, da AstraZeneca Ações judiciais, atos administrativos e os reflexos na autogestão Precisamos até repensar o marco regulatório das autogestões”, Debatedores: drs. José Luiz Toro da Silva, consultor jurídico da UNIDA; Marco Aurélio Pinheiro Gonçalves, gerente de advocacia judicial da Geap; e Virgínia Rodarte Gontijo Couto Bosco, diretora jurídica da Rodarte Nogueira - Consultoria em Estatística e Atuária Coordenação: Marilia Ehl Barbosa, presidente do Conselho Deliberativo da UNIDAS Com relação à saúde, “a quantidade de ações e jurisprudência é imensa”, afirmou o dr. Marco Aurélio. Como alternativa para combater este grande número de ações, em especial as relacionadas ao Código de Defesa do Consumidor (CDC), ele sugeriu às autogestões que em todos os processos e defesas administrativas que realizarem coloquem explicações sobre sua natureza e característica jurídicas. “Se demonstramos nossos diferenciais jurídicos, aumentam nossas possibilidades de sucesso.” Comentou também o histórico do mandado de segurança da Geap, no Supremo Tribunal Federal (STF), e do trabalho de esclarecimento e convencimento dos ministros quanto aos convênios de adesão para os planos de saúde. “Temos hoje dois votos favoráveis e dois contrários. O inegável é a repercussão desse julgamento, principalmente para as autogestões do setor público. Um importante nicho de mercado corre o risco de ser inviabilizado, conforme o resultado do julgamento.” O dr. Toro dedicou boa parte de sua apresentação à visão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) à atuação da UNIDAS. “Estamos enfrentando muitos problemas com estes órgãos. disse. Ele citou, como exemplo, as frequentes acusações de formação de cartel recebidas pela entidade, quando, na verdade, as instituições de autogestão é que são vítimas de cartelização por parte dos prestadores de serviços. Na maioria dos casos, porém, as autogestões passam de denunciantes a denunciados. “A UNIDAS não tem qualquer poder coercitivo sobre suas filiadas e os valores negociados são meramente referenciais, temos que assumir isso, mesmo sob pena de fragilizarmos nossa atuação. Precisamos demonstrar que nós somos as vítimas e que não temos tabela de preços”, defendeu. As dificuldades do segmento com tantas normativas foram o foco da apresentação da dra. Virgínia Rodarte. Ela reservou maior atenção aos riscos representados pelas administradoras de benefícios. De acordo com a advogada, no princípio, não havia razão para as instituições preocuparem-se, já que o artigo 23 da Resolução Normativa (RN) nº 195, que trata da forma de contratação de planos privados de assistência à saúde, não se aplica à autogestão. “Porém, essas empresas vêm atuando de forma irregular e convencendo órgãos do governo de que estão com dificuldades”, afirmou. “Estávamos com a mente voltada a tantos outros problemas que deixamos de lado essa questão das administradoras de benefícios, mas é importante olharmos para elas, porque estão facilitando a saída de beneficiários das autogestões.“ Debatedores: drs. Antonio Jorge Gualter Kropf, diretor-técnico Nível Brasil da Amil; e Henrique Guerra, diretor da Expertise - Inteligência e Pesquisa de Mercado Coordenação: Maria Beatriz Coacci Silva, vice-presidente da UNIDAS Verticalização: alternativa de competitividade? Verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá ou, pelo menos, tentará produzir internamente tudo o que puder. Com essa definição, o dr. Antonio Kropf deu início a uma apresentação que expôs os caminhos percorridos pela Amil para reestruturar seu modelo assistencial após as aquisições de operadoras como Amico e Dix, que trabalhavam com modelos verticalizados. Para ele, o modelo tem como vantagens o controle efetivo de custo e qualidade e, como desvantagens, o conflito de interesses e as limitações geográficas. Ele contou que esta tendência vem se modernizando desde a década de 1960. “Hoje, o principal desafio é realizar a integração da assistência, utilizando recursos tecnológicos de comunicação e conectividade”, afirmou. Neste sentido, destacou duas importantes ferramentas: o prontuário eletrônico (informações em tempo real e controle de protocolos clínicos) e os sistemas de identificação de populações de grupos de risco e comunicação de alertas. O dr. Antonio Kropf ainda alertou que “verticalizar é uma oportunidade de vida ou um decreto de morte. Temos hoje uma preocupação quanto a isso, principalmente porque este modelo pressupõe organizar o sistema de informações, que inclusive facilitam a verticalização virtual, e é nisso que estamos trabalhando”. Reforçando esse duplo aspecto, o dr. Henrique Guerra afirmou que a verticalização é uma discussão complexa. “Grandes sucessos e fracassos acachapantes caminham juntos.” Ele explicou que a possibilidade da operadora oferecer diretamente os serviços assistenciais não se restringe ao hospital, mas este é o maior foco, pois “as instituições hospitalares lideram a prestação de serviços de saúde e empregam os profissionais de ponta, além de serem centros de treinamento e o principal ambiente de desenvolvimento e adoção de novas tecnologias”. Além disso, esclareceu que, “em vez de a operadora assumir a gestão completa do hospital, ambos podem firmar um contrato apenas para alguns setores com remuneração diferenciada para serviços específicos. Isto é uma forma virtual de verticalização, que tem ótimos resultados com pacientes específicos, como, por exemplo, os crônicos”. O diretor da Expertise defendeu que, para autogestão, a verticalização pode resolver questões de custo, qualidade e disponibilidade de atendimento, desde que isso respeite algumas ações, como, por exemplo, direcionar usuários para os serviços próprios. Para as parcerias entre autogestões e fundos de pensão para verticalização da assistência hospitalar, ele considera fundamental evitar o conflito de interesses. “O fundo pode investir na montagem do hospital e arrendá-lo para a autogestão. O retorno do financeiro virá do arrendamento e não da exploração do negócio hospitalar”, sugeriu. 5 Debatedores: drs. Marcelo Brito, do Hospital de Traumatologia da Bahia; Bernard F. Couttolenc, sócio-diretor do Instituto Performa; Leni Helena C. de Souza Dias, do Conselho Deliberativo do Instituto Performa; Carlos Figueiredo, gerente de Relações com o Prestador da ANS; e Regina Ribeiro Parizi Carvalho, do Instituto de Gestão e Qualidade de Vida (IGV) Coordenação: Denise Rodrigues Eloi de Brito, diretora da Integração da UNIDAS O modelo de remuneração, novas tecnologias e o impacto financeiro Os mecanismos de pagamento e sistemas de informação como ferramentas para aprimorar a gestão clínica foram os temas abordados pelo dr. Bernard Couttolenc. “Precisamos de informação estratégica e não de muitos números desorganizados”, afirmou. Ele defende o abandono do pagamento por ato (fee for service - FFS), substituindo-o pelo pagamento por caso. “Um sistema de pagamento deve estimular a utilização correta e facilitar o controle de gastos. O FFS é um incentivo para multiplicar a produção.” Para o dr. Bernard, é preciso também investir na atenção ambulatorial e hospitalar, além de aprimorar a gestão clínica. “É inadiável a mudança, mas é um processo de médio a longo prazo. Tem que envolver todos os atores, mesmo pisando no calo de alguns”, sinalizou. O dr. Marcelo Brito apresentou resultados de sua dissertação de mestrado sobre a economia que pode ser obtida com a redução da margem de lucro. “Ou nos aproximamos dos objetivos comuns, ou essa situação vai continuar ocorrendo. É preciso que desarmemos nossos espíritos na hora da negociação”, afirmou. Para o médico, os custos de aquisição são deliberadamente maiores porque geram margens de comercialização maiores. Porém, ele entende ser perfeitamente possível a conversão matemática das tabelas de materiais e medicamentos em economia nas diárias e taxas. Dessa forma, em sua opinião, garantiria “a sobrevivência dos prestadores com redução de custos diretos das operadoras, na medida em que a pressão para escolha de medicamentos e materiais especiais de maior valor agregado desapareceria”. “A autogestão precisa ser tratada de maneira diferenciada.” Esta é a avaliação da dra. Regina Parizi. Ela 6 Jornal UNIDAS destacou que o grande problema da autogestão é a justamente sua virtude: ser o único segmento que atende ao idoso. “Por isso, tem morbidade diferenciada e outras características próprias, razão pela qual tem que ter pagamento diferenciado.” A médica reforçou a importância da gestão de pacientes crônicos, porém, chamou a atenção para o fato de que o custo desses programas nunca diminui. “Mas é importante olhar para outros indicadores, como, por exemplo, o menor número de internações hospitalares e domésticas.” A dra. Regina afirmou também que a autogestão deve elaborar propostas que viabilizem a manutenção dos idosos nas carteiras. Defendeu, por exemplo, a ampliação das carteiras e programas de promoção à saúde e proteção social aos idosos. O dr. Carlos Figueiredo falou sobre os desafios da sustentabilidade na saúde suplementar, dentre os quais estão a pressão causada pelo aumento dos custos, fragmentação da assistência, dentre outras. De acordo o gerente da ANS, a Agência está trabalhando a qualificação do prestador com o programa de acreditação. “Temos que trabalhar em conjunto. A ANS não é a dona da verdade. Precisamos, sim, discutir com os atores do setor.” Ele também enfatizou a necessidade de inovação nas formas de financiamento, no modelo de remuneração, na qualificação das operadoras e prestadores. “Além disso, é fundamental olhar de uma forma séria para o modelo de contratação.” O gerente trouxe também informações sobre o grupo de trabalho coordenado pela ANS, formado por representantes das operadoras, hospitais e clínicas, que vem discutindo modelos de remuneração que possam atender a todos os atores da saúde suplementar. Visão do mercado Debatedores: dr. Alfredo Luiz de Almeida Cardoso, diretor de Normas e Habilitação de Operadoras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e José Antonio Diniz de Oliveira, sócio da Santos & Diniz Consultores Associados Coordenação: Reginaldo Augusto dos Passos, superintendente da UNIDAS-MG A demanda infinita e os orçamentos limitados foram Repensar a autogestão tópicos abordados pelo dr. Alfredo, evidenciando sua preocupação com o atual cenário da saúde suplementar. “O No mesmo painel, José Antonio Diniz de Oliveira convidou os momento é complexo, com aumento desordenado de custos, profissionais da autogestão a refletirem sobre os motivos que levam práticas comerciais difíceis, insegurança e de alta interferência um segmento que se mostra com tantas qualidades, prova ser o mais do Judiciário.” Ele foi incisivo quando questionado sobre a econômico e, no entanto, não tem conseguido crescer nos últimos anos. Lembrou que os planos são um nicho de interesse para o possibilidade de mudanças na regulamentação do segmento mercado, com uma carteira saudável e daí a gravidade da situação da autogestão, taxado como os demais planos de mercado. estacionária das autogestões. ”Há outras empresas também “Não há como a ANS fazer concessões. O risco econômico das investindo em programas de prevenção, gerenciamento de crônicos e operadoras de qualquer modalidade é igual, pois o modelo desenhando produtos mais baratos, planos mais locais, e tudo isso é assistencial é o mesmo. Também não há como implantar uma ameaça que merece nossa análise.” tratamento diferenciado por porte. Isso é muito preocupante, Traduzindo sua preocupação em números, Diniz mostrou porque as operadoras pequenas não têm escala para diluir que, de 2000 a 2009, as autogestões decresceram 2,2% e a população riscos e, portanto, precisam de maior constituição de do Brasil cresceu 11,7%. “Somos uma reta constante neste universo reservas.” crescente”, definiu. A quantidade de pequenas operadoras também Em relação à estabilidade no crescimento da foi comentada. De acordo com ele, 80% das autogestões têm menos autogestão, resumiu: “A estagnação é uma discussão interna de 20 mil vidas, 49,5% são de pequeno porte, com menos de 5 mil, e do segmento”. Informou ainda que a Agência desenvolve, 15,4% atendem menos de mil beneficiários. junto com a Associação Médica Brasileira (AMB), diretrizes Como propostas para a sustentabilidade do setor, ele sugeriu para o estabelecimento dos protocolos clínicos, alguns diversas ações, dentre elas a atuação determinada nas causas do não lançados no ano passado, outros ainda em construção, que crescimento; participação ativa na entidade representativa (UNIDAS); “não podem ser impostos aos médicos, mas é nossa obrigação gestão profissionalizada para aprimorar desempenho e vantagens do divulgar as melhores práticas da medicina baseada em segmento; e divulgação competente, sistemática e permanente das evidências (MBE) ou condutas que estatisticamente dão mais vantagens do modelo. “Temos que mostrar porque somos melhores resultados e vão beneficiar a sociedade”. que os outros”, finalizou. Jornal UNIDAS 7 Debatedores: João Eduardo Dado Leite de Carvalho, deputado federal (PDT- SP); e Antonio Augusto de Queiroz, analista político da Consultoria Parlamentar Macropolítica Coordenação: dr. Flávio Dias de Abreu, diretor-técnico da UNIDAS Projeto de lei - a mobilização como fator de mudança A forma de organização política numa democracia e, em especial, no Brasil foi o tema da palestra de Antonio Augusto de Queiroz. Ele falou do mecanismo de criação de políticas públicas, que regulam as relações entre as pessoas e as instituições. “Na democracia vence a maioria articulada. A complexidade do processo decisório não comporta a individualidade”, afirmou, explicando a atuação dos grupos de interesse que agem em prol da criação de políticas públicas que os beneficiem. As partes interessadas unem-se quando existe a vontade ou o desejo de pessoas ou instituições associarem-se para influenciar decisões governamentais na direção pretendida. “Quando os grupos de interesse entram em ação ou agem politicamente transformam-se em grupo de pressão, cujo objetivo é influenciar as opções ou comportamentos das autoridades ou tomadores de decisão.” Ao apresentar os elementos necessários para formar um grupo de pressão - interesse associação e poder -, ele incentivou a mobilização do segmento de autogestão. “Quanto mais representativo determinado grupo for, mais legitimo será. Nesse aspecto, a autogestão preenche todos esses pressupostos.” Concordando com a força e a representatividade que o segmento possui, o deputado João Dado chamou a atenção para o papel distorcido que muitas leis desempenham atualmente. “A lei deveria ser um espelho dos bons usos e costumes, porém, em muitos casos, como diversos envolvendo a autogestão, a lei conflita com esses preceitos na assistência à saúde.” Para ele, ao longo do tempo, tem sido demonstrado que grupos de poder e influência econômica estão ocupando os espaços no Congresso para que as leis venham até a se contrapor ao interesse público. “Essa história é cheia de conflitos oriundos da ausência do Estado no cumprimento do direito à saúde.” O deputado foi enfático ao ressaltar a representatividade da UNIDAS e a necessidade que o segmento tem de se mobilizar. “Seis milhões de pessoas dependem da entidade. Vamos ter voz e voto no Congresso, caso contrário, processos de grupos de interesse econômico continuarão tramitando com celeridade para subtrair de cada uma das filiadas o direito de existir.” Finalizando, ele alertou: “Compreendam, se vocês não tiverem voz e voto, em breve haverá uma lei extinguindo a autogestão”. O papel do beneficiário na autogestão Debatedores: Fábio Mazzeo, presidente do Metrus - Instituto de Seguridade Social; Plínio José Pavão de Carvalho, da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT); e Valmir Braz de Souza, membro do Conselho Deliberativo da Geap Coordenação: Orency Francisco da Silva, diretor de Comunicação da UNIDAS 8 Os debates sobre a importância do beneficiário foram abertos por Fábio Mazzeo. Ele afirmou sua convicção de que a autogestão é o melhor modelo assistencial e que a sustentação básica dessa modalidade é o participante do plano. Nesse sentido, ele falou da atuação do Comitê de Gestão, formado por beneficiários eleitos e indicados. “O Comitê é como um canal de jurisprudência da instituição. Todas as questões são resolvidas internamente e, como resultado, não temos nenhuma reclamação na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).” O presidente do Metrus tratou também dos aposentados como elementos fundamentais para a garantia da sustentabilidade, já que o envelhecimento da população é inevitável. Neste sentido, “encontramos como saída para mantê-los no plano a criação de fundos financeiros de subsídio formados pela contribuição de 2% do salário dos participantes ativos. Com isso, os aposentados têm um custeio até 60% menor”, informou. Para Plínio José Pavão de Carvalho, as experiências de Conselhos, formados pelos beneficiários, ajudam as autogestões a progredirem. Ele apresentou um histórico do grupo de trabalho que definiu as regras de custeio e gestão do Saúde Caixa. De acordo com ele, os processos de negociação foram levados com muita transparência, dentro da concepção de que um plano de saúde não é uma benesse, mas sim um aspecto importante das relações de trabalho. “Ao patrocinar estes planos, a empresa tem ganhos em relação ao seu quadro de pessoal', afirmou. Ele destacou a importância do processo negocial para a sustentabilidade do plano de autogestão, inclusive para assegurar a permanência do aposentado e garantiu que “o movimento sindical tem clareza que os planos de autogestão são os melhores para os trabalhadores”. O dilema enfrentado por um conselheiro que, por um lado, conhece as dificuldades de prestar assistência a milhares de beneficiários e, por outro, “ouve-os reclamar do plano”, foi uma das questões abordadas por Valmir Braz de Souza. Ele falou também sobre o idoso na autogestão. “É um ponto de honra para nós que eles continuem no plano. A diferença é que quem estava na autogestão desde a idade adulta chegará à terceira idade em melhores condições de saúde. Nossos idosos não são tão caros quanto os que estão em outras modalidades.” O conselheiro da Geap também demonstrou sua preocupação em relação ao processo da instituição no Supremo Tribunal Federal (STF). “Entendemos que o governo tem que fazer convênio e não licitação. Além do que, se o processo for aprovado como está, com o salário e a idade que temos, não conseguiremos outro plano de mercado.” Em defesa da autogestão Dirigentes e Gestores das Termo de Compromisso aprovado no I Seminário dos ilidade da Autogestão Instituições de Autogestão em Saúde - A Sustentab em á de se reconhecer que a modalidade de autogestão 00 1 se a qu há ira e l si a r b ade d ie c so a d a tiv a nici i , saúde e s ade d ul c fi i d e d ie r sé anos, conseguiu vencer uma s: io p cí n pri s seu s o a el fi nter a m se ara obstáculos p saúde de garantir ampla cobertura em serviços de assistência à saúde e da o ã oç m o r p a r a foc s, qualidade e, sem fins lucrativo a luta m nu u i u t nsti o c se o iss udo T . s nça e do de prevenção idade c apa c a com s i ve permanente em manter custos compatí te 6 damen a im x apro hoje s, ciário fi ene b contributiva de seus os e suas sentad o ap ores, d ha l traba re t n e vidas, e d es õ milh famílias. A q ua l idade de a te ndi m en to é a c a racter ística do seu fundamental do nosso segmento, que vem cumprin acesso o o d tan i l i fac s, co i g ló o tecn ços n papel, assimilando os ava tório terri no tes n e st xi e s so r u rec os dos to a s rio á ici f ene dos b e do idad l rea a m co is e tív a brasileiro, oferecendo preços comp ções ca fi di o m s a s da o t e atend isso, d ém l A r. ilia orçamento fam (ANS). impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementa o Estatísticas demonstram que a autogestão em saúde é em ários, i efic n be seus om c o ssad promi m co s ai m to segmen pl a nos espec ial os idos os , pes s oas di s cr i minad as pelos s têm rio á ici f bene s o d 0% 2 e d cerca : ado c r e assistenciais de m ssoas com mais de 60 anos de idade e centenas deles são pe idades superior a 100 anos. H ALERTA DO SEGMENTO: P o r te r a con v icç ã o de se r o se g m e nto mais a melhor compromissado, que indiscutivelmente oferece te que vamen ssi pa u ardo u ag cio, í f e en b usto/ c e/ d relação qualida ento tratam m co e ad d as autoridades contemplassem a modali diferenciado. e Ficaram evidentes no I Seminário dos Dirigentes de abril m e , úde a S m e estão g Gestores das Instituições de Auto segmento. 2010, as principais dificuldades enfrentadas pelo que pode Identificou-se um forte sentimento de preocupação, tores: a f ntes i ser exemplificado nos segu A autogestão sofre impactos negativos com a • gada a legislação e regulação que regem o setor, sendo obri lucrativas cumprir a mesma regulação destinada às empresas s para existentes no mercado. A aplicação de mesmas regra voca um pro e to men g se o e carec n e s a ad i renc e dif tão s condiçõe pelo seu sério problema social: a evasão de beneficiários que, e saúde d os n la p utros o m e os d sorvi b a o ã r se o nível de renda, nã no mercado suplementar. O estrangulamento da autogestão no setor de • entar é visível e preocupante. O capital excedente em l saúde sup s mãos as das empresas lucrativas além de concentrar em sua vestem na n i , o oraçã rp inco e d so s e proc r po s operadoras menore gestão de o t u a e d s no a pl de as carteir de o bsorçã a de ca i ít l po ocinam a órgãos e empresas públicas e privadas que patr o. ã st e utog a e d e d da i al d mo la e p e saúd à assistência ATENÇÃO NECESSÁRIA: na Os dirigentes, gestores e profissionais, mobilizados o m e assum , r ta men e pl su e saúd em o defesa da autogestã b lic o s , pú s ão g ór os a o t n ju r a atu de so s mi o r p c om de Saúde principalmente dos dirigentes da Agência Nacional dores de ta s re p s do tantes n e repres os a ; S) AN ( Suplementar ; e aos úde sa à a ci n serviços e profissionais da área de assistê dades nti e suas e o tã s ge o t u a e d os beneficiários dos plan representativas para: Manter viável o setor da saúde suplementar, • lucrativos, principalmente as autogestões que, sem fins damental n fu r o t fa sto, u j ço re p a s ço i serv s re oferecem os melho na saúde em nosso País; G aranti r a sobr evi vênci a e ampli ação das • pequeno número de beneficiários; com s instituiçõe Ga r antir a c ont inu i d ade da e ntrad a de • beneficiários sem restrições a doenças pré-existentes; Manter a qualidade da assistência oferecida aos • beneficiários e a solidariedade no custeio; Envolver os beneficiários e profissionais do setor • e civil para numa mobilização em todos os Estados e a sociedad d i c iár i o a Ju e o v ti gisla e L o, v ti u Exec l e va r aos P o de re s da saúde ade d i l i b a t susten a e turo u f o m co ão ç upa c preo suplementar no Brasil; Estimular o envolvimento do beneficiário na co• sabilidade gestão de seus planos com o compromisso e respon e; d saú à ncia tê com a perenidade da assis Reduzir a excessiva carga tributária que incide • ciando sobre a prestação do serviço de saúde no Brasil, diferen estão. g auto de ento m seg no tuam a e u q es aquelas entidad MEDIDAS URGENTES: à 1. Incluir na legislação artigos que assegurem e d o ã ç obriga a NS) A ( r a t n me e pl u S e d aú Agência Nacional de S inicas e l c s, i ita p s o h ( s ço rvi e s e d s re o restad p s o m mbé ta r a regul e órteses, profissionais) e, principalmente, os fornecedores d . s) OPME ( is a ci e esp ais ri e próteses e mat da 2. Garantir a participação de representante NS. A a d retoria i D autogestão na composição da 3. Fazer gestão para que a ANS regule de forma rando as simplificada o segmento de autogestão, desone pequeno de ões ç itui st in as ra a p e t en obrigações, especialm porte. e 4. Aprofundar os estudos sobre a verticalização o d eran d nsi o c ões, ç itui st in das nto u j n co ao apresentar proposta experiências iniciadas na autogestão. de 5. Man t e r in ve s t imen t o das i nstitu ições seus de o izaçã l iona s s i of r p e o açã t ci a cap a n autogestão vadíssimo dirigentes, gestores e profissionais, em virtude do ele de. saú de s o plan e d ra rado e op e d o risco que envolve a gestã ra 6. Buscar parceria com entidades e instituições pa . e saúd em estão g o melhor defender os interesses da aut s 7. Defender o segmento da autogestão frente ao mar sua egiti l ra pa o ã aç l regu e co i nôm o ec ireito d de os ã órg forma de atuação. de 8. Defender a criação de modalidade aberta autogestão. s 9. Fazer gestão junto às entidades representativa a d ção a aliz i ic d u j dos magistrados, na tentativa de minimizar a sso com a saúde e a avalanche de decisões judiciais em descompa s. a r rado e cobertura oferecida pelas op l 10. B u sca r ag l utin a r n o Co ngr e ss o Nacio na o. ã st e autog da sses intere s o m a parlamentares que defend da 11. Combater o avanço das empresas lucrativas pelo da ti sis s a é ue q ão ç la u saúde suplementar sobre a pop segmento de autogestão. Brasília, abril de 2010 Jornal UNIDAS 9 Entrevista Mudança no modelo assistencial pode ajudar autogestões O diretor de Normas e Habilitação de Operadoras e diretor interino de Normas e Habilitação de Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), dr. Alfredo Luiz de Almeida Cardoso, após dois mandatos - seis anos a serem completados em outubro próximo -, deixará a ANS, defendendo a mudança do modelo assistencial como solução para as operadoras que prestam assistência à saúde aos idosos. Em entrevista ao Jornal UNIDAS, concedida durante a sua participação no I Seminário dos Dirigentes e Gestores das Instituições de Autogestão em Saúde, comentou a importância dos programas de prevenção e promoção para o idoso para a sobrevivências das autogestões. Também disse estar esperançoso de que a Agência consiga, nos próximos anos, “atuar no mercado em prol de um equilíbrio e da concorrência, o que trará como resultado maior acesso e qualidade assistencial aos beneficiários”. Confira! Como o dr. avalia o cenário da saúde suplementar, principalmente a autogestão? É uma fase de transição. Hoje, a gente tem um maior conhecimento do mercado e uma capacidade maior de análise e de intervenção em prol do benefício do paciente, do consumidor. A ANS continuará regulando de forma igual diferentes segmentos da saúde suplementar? A Agência sempre procurou entender as diferentes circunstâncias de cada segmento. Agora, algumas questões são absolutamente iguais. O risco econômico, que é uma queixa recorrente, é o mesmo em todas as operadoras. Para o risco econômico, o único remédio são provisões técnicas lastreadas por ativos. Qual a perspectiva de atuação da Agência para a próxima década? Estou me desligando da ANS em outubro, mas tenho uma esperança: que a Agência consiga atuar no mercado em prol de um equilíbrio, de uma concorrência, e que isso resulte em maior acesso e qualidade assistencial objetiva a todos aqueles consumidores que pagam previamente por isso. A ANS preocupa-se com a sobrevivência das operadoras que prestam assistência à saúde aos idosos? Acho que isso se resolve com uma mudança do modelo assistencial. A melhor solução para o idoso é fazer com que ele não represente maior risco de cuidados e, consequentemente, de custo. É investir na promoção da saúde e na prevenção de riscos e de doenças desse idoso e numa atuação assistencial cada vez mais precoce e efetiva para trazê-lo de volta a uma normalidade de saúde. Com isso, diminui-se o risco e não torna o fato de se ter mais idosos na carteira algo que possa aumentar ou prejudicar o desempenho econômico e financeiro da operadora. Como a ANS vê a redução da competitividade na saúde suplementar? Na verdade, isso é uma tendência à concentração. O que a Agência tem feito é inibir e impedir práticas anticoncorrenciais. Isso 10 Jornal UNIDAS Para o dr. Alfredo Cardoso, “a melhor solução para o idoso é fazer com que ele não represente maior risco de cuidados e de custo” tem sido feito por meio de um acordo com o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC). Toda vez que existir práticas anticoncorrenciais lesivas ao consumidor ou ao setor, a ANS, junto com o SBDC, atua inibindo e impedindo esse tipo de prática. De que forma a Agência pode contribuir para que os prestadores não se recusem a atender às operadoras de autogestão? Isso é uma questão em que a principal defesa para que os prestadores atendam, cumpram obrigações contratuais é um contrato bem feito. A ANS instituiu a obrigação das operadoras terem em seus contratos cláusulas claras com os seus prestadores como forma da própria operadora se proteger e garantir uma assistência em que ela tenha gestão aos seus consumidores. Existe uma proposta que foi discutida no Seminário, que pode ou não ser apresentada à ANS, sobre a regulamentação que envolve as operadoras para que as menores possam ofertar menos procedimentos que hoje é estabelecido pelo rol. O dr. vê a possibilidade de isso ser negociado? A integralidade da cobertura de todas as doenças do CID 10 está expressa na lei 9.656/98. Não me parece razoável se criar um consumidor de primeira classe, que tenha direito a um rol mais completo, e um consumidor de segunda classe, com um rol mais restrito. Isso poderia acarretar uma segmentação de consumidores que não seria efetiva na prática e levaria a uma série de medidas judiciais. Pela lei, somos todos iguais. O que lista o rol são as melhores práticas diagnósticas e assistenciais que enfrentam as doenças importantes. O setor aponta que, se continuar neste formato, as pequenas autogestões podem desaparecer ou a autogestão em saúde vai ficar cada vez mais para uma elite. Isso exclui naturalmente quem tem poder aquisitivo menor. Como o dr. vê esta questão? Não é isso que a gente observa. O que vemos é um segmento que, a despeito de toda a dificuldade e complexidade, vem crescendo em número de beneficiários, de prestadores contratados e em abrangência regional. Acho que as dificuldades existem, mas criar uma segmentação de consumidores que tenham um rol de primeira linha e um de segunda, não me parece a melhor decisão, nem técnica e nem ética. Seis anos de parceria e muito trabalho no setor A Diretoria, representantes das filiadas e equipe da UNIDAS agradecem o apoio do ex-presidente da ANS, dr. Fausto Pereira dos Santos, pelo profissionalismo e contribuição ao segmento da autogestão, pela parceria e presença constantes nos debates técnicos, eventos e seminários realizados pela instituição. Nosso reconhecimento e votos de muito sucesso nos novos desafios Ao deixar a presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), cargo que ocupou de janeiro de 2004 a abril 2010, o médico Fausto Pereira dos Santos tem uma posição otimista sobre o rumo da autogestão para os próximos anos. “O setor tem feito um investimento bastante intenso no sentido de profissionalizar a sua gestão e buscado construir alternativas próprias para enfrentar os vários estrangulamentos do sistema. Ao rediscutir a sua operação, seu modelo de assistência, seu processo de relação com os prestadores, diversas possibilidades têm sido abertas para a construção de um futuro menos conflituoso, onde mais parcerias poderão ser estabelecidas.” Dos vários projetos implantados no período no setor de saúde suplementar, destaca como mais significativos a criação do programa de qualificação, a introdução das garantias financeiras para todo o setor, a regulamentação do conceito de autogestão e, finalmente, a regulação da contratação de planos por meio dos planos coletivos. Na sua avaliação, dois trabalhos foram muito significativos nesses seis anos: a colocação da ANS como principal interlocutor para todas as discussões do setor e a introdução da agenda assistencial como elemento central do processo regulatório. Sobre a primeira colocação, o dr. Fausto cita a adoção de uma postura de participação da instituição nos vários espaços abertos pelos regulados, envolvendo diferentes canais de interlocução com todos os setores envolvidos no processo regulatório. “Entre as iniciativas implementadas destaco a relação com as instituições acadêmicas, a eleição dos centros colaboradores e os editais lançados em parceria com o CNPq, por permitirem a participação de novas instituições, com a descentralização dos recursos envolvidos, com características regionais.” Ele lembra que diversas pesquisas, dissertações de mestrado e teses de doutorado, com o tema da saúde suplementar, foram realizadas e defendidas; a relação com os beneficiários; além da ampliação da capacidade de atendimento do 0800 (disque ANS); a assinatura de termos de cooperação com os Procons de todo o País; sem contar que foi introduzido na discussão o conjunto mais expressivo numericamente de beneficiários: os trabalhadores assalariados, pelas suas representações - as centrais sindicais. Também registrou que “a receptividade da ANS quanto à necessidade da ausculta ao setor, construindo coletivamente as principais normas através das câmaras técnicas e consultas públicas, foi preponderante para legitimar e tornar mais transparente o processo decisório”. Persiste a dificuldade no ES Apesar das várias tentativas de negociação, procurando inclusive seguir a experiência que resultou no acordo firmado entre a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Diretoria da UNIDAS Nacional, não houve entendimento entre os médicos ligados à Sociedade Espiritossantense de Pediatria (Soespe), no ES, e, até o fechamento desta edição, permanecia a paralisação no atendimento aos beneficiários pelos profissionais daquela entidade. Sobre as dificuldades enfrentadas, ele citou os problemas em se produzir mudanças no modelo assistencial praticado pelo setor e a operacionalização do ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS). Agenda Assistencial A introdução da Agenda Assistencial como elemento central do processo regulatório permitiu, na opinião do médico, desenvolver uma série de iniciativas, entre elas: a edição de duas atualizações do rol de procedimentos, os seminários, os manuais, a edição da Resolução Normativa (RN) nº 94 e da Instrução Normativa (IN) conjunta Dipro/Diope que induziram à adoção de programas de promoção e prevenção -, a discussão sobre o parto normal no setor, o desenvolvimento de um conjunto de diretrizes clínicas em convênio com a Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM) e o monitoramento das redes assistenciais. Mas, a mais importante das iniciativas o programa de qualificação das operadoras foi, para o dr. Fausto, o que promoveu a indução de um novo discurso e de uma nova prática no setor. “Ao atribuir 50% do valor dos indicadores a qualidade assistencial, a ANS apontou claramente sua intencionalidade de valorizar o desempenho assistencial das operadoras e colocá-las como responsáveis pelos resultados obtidos na atenção à saúde de seus beneficiários.” Para o médico, hoje a questão assistencial tem amplo espaço na agenda do setor. “A discussão do modelo de assistência ocupa um lugar central na reestruturação das empresas e nas suas relações com a rede prestadora de serviços e em sua responsabilização com seus beneficiários”, concluiu. O médico Maurício Ceschin, empossado diretor de Desenvolvimento Setorial, no fim do ano passado, assumiu, no último dia 28 de abril, a presidência da ANS. A UNIDAS parabeniza-o pela indicação, deseja sucesso frente aos novos desafios e coloca-se à disposição para contribuir com a realização de seus projetos e o crescimento da saúde suplementar no País. O dr. Maurício Ceschin será o entrevistado de nossa próxima edição. Registro A dificuldade teve início em novembro do ano passado, quando a Soespe solicitou descredenciamento em massa dos planos de saúde, inclusive das operadoras de autogestão filiadas à UNIDAS. A gerente regional da Superintendência no Estado, Sonia Valladão, lembrou que várias tentativas de acordo têm sido feitas para equacionar o problema em especial à solicitação dos pediatras que pedem um aumento substancial no valor da consulta. 11 Opinião O novo Código de Ética Médica Dr. Eurípedes Balsanufo Carvalho* O Novo Código de Ética Médica (CEM), que entrou em vigor em 13 de abril de 2010, é resultado de mais de dois anos de ampla consulta pública, tendo recebido inúmeras contribuições dos médicos, entidades e vários segmentos interessados da sociedade. O documento, que servirá de referência ética para o exercício da Medicina e atuação de aproximadamente 345 mil médicos em todo o País, preserva a essência do CEM anterior, em vigor desde 1988, atualizado à época simultaneamente a conquistas democráticas da sociedade brasileira, sendo a principal delas a Constituição Federal. O novo CEM contém princípios, direitos e deveres apresentados em um preâmbulo com seis incisos, 25 incisos de princípios fundamentais, dez incisos sobre “direitos”, 118 artigos de normas deontológicas (“deveres”) e quatro incisos de disposições gerais. O código leva em conta os recentes avanços médicoscientíficos, trata dos direitos dos médicos, da responsabilidade profissional, dos direitos humanos, da relação com pacientes e familiares, da doação e transplantes de órgãos, da relação entre médicos, do sigilo profissional, dos documentos médicos, das condições adequadas de trabalho, do ensino e da pesquisa médica e da publicidade médica. Subordinado às leis e à Constituição Federal, o novo código reafirma os direitos dos pacientes, a necessidade de esclarecer e de proteger a população assistida. O sigilo médico, o princípio da liberdade e autonomia do indivíduo, a proibição de discriminação de qualquer natureza, as habilidades e compromissos exigidos do médico são alguns pilares do novo CEM. Cabe destacar ainda que o novo CEM posiciona-se sobre grandes debates contemporâneos no campo da bioética como a questão dos transplantes de órgãos, os ensaios clínicos, os cuidados paliativos, a reprodução assistida e a manipulação genética. A seguir, os principais destaques do novo CEM: Métodos contraceptivos O paciente tem direito de decidir sobre métodos contraceptivos (Cap. 5, Art. 42) Receita sem exame O médico não pode receitar sem ver o paciente (Cap. 5, Art. 37) Relações com produtos biomédicos O médico não pode ter interação com comércio e farmácia (Cap. 8, Art. 69) Responsabilidade A responsabilidade médica é pessoal e não pode ser presumida, isto é tem que ser provada (Cap. 3, Art. 1) Uso de pacebo É proibido usar placebo em pesquisa, quando há tratamento eficaz (Cap.12 Art. 106) *Dr. Eurípedes Balsanufo Carvalho é mestre em saúde coletiva pela Unicamp, professor do curso de medicina da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) e conselheiro do Cremesp MUDOU-SE NÃO PROCURADO AUSENTE FALECIDO União Nacional da Instituições de Autogestão em Saúde. Alameda Santos, 1.000 - 8º andar - Cerqueira César - SP CEP: 01418-100 Tels.: (11) 3289-0855 - Fax: (11) 3289-0322 www.unidas.org.br DESCONHECIDO PARA USO DOS CORREIOS RECUSADO ENDEREÇO INSUFICIENTE NÃO EXISTE O NÚMERO INDICADO ___/___/___ INFORMAÇÃO ESCRITA PELO PORTEIRO EM REINTEGRADO OU SINDICOAO SERVIÇO POSTAL EM Jornal UNIDAS ___/___/___ 12 Consentimento esclarecido O paciente precisa dar o consentimento (Cap. 4, Art. 22) Denúncia de tortura O médico é obrigado a denunciar prática de tortura ( Cap. 4, Art. 25) Descontos e consórcios O médico não pode estar vinculado a cartões de desconto e consórcios (Cap.8, Art. 72) Direito de escolha O médico deve aceitar as escolhas dos pacientes (Cap. 1, XXI) Falta em plantão Abandonar o plantão é falta grave (Cap. 3, Art. 9) Limitação de tratamento Nada pode limitar o médico em definir o tratamento (Cap. 1, XVI) Manipulação genética O médico não pode praticar a manipulação genética (Cap.1, XXV); (Cap. 3, Art. 16) RESPONSÁVEL Pacientes terminais O médico deve evitar procedimentos desnecessários em pacientes terminais (Cap. 1, XXII); (Cap. 5, Art. 41) Parágrafo único Sexagem A escolha do sexo do embrião é vedada na reprodução assistida (Cap. 3, Art. 15) Letra legível A receita e o atestado médico têm que ser legíveis e com identificação (Cap. 3, Art. 11) Segunda opinião O paciente tem direito a uma segunda opinião e a ser encaminhado a outro médico (Cap.5, Art. 39); (Cap. 7, Art. 52); (Cap. 7, Art.53) Prontuário médico O paciente tem direito a cópia do prontuário médico (Cap. 10, Art. 85); (Cap. 10, Art. 87); (Cap. 10, Art. 89); (Cap. 10, Art. 90) Participação em propaganda O médico não pode participar de propaganda (Cap. 13, Art. 116) Sigilo médico O sigilo médico deve ser preservado, mesmo após a morte (Cap. 1, XI); (Cap.9, Art. 73.) Abandono de paciente O médico não pode abandonar o paciente (Cap. 5, Art. 36) Anúncios profissionais É obrigatório incluir o número do CRM em anúncios (Cap.12, Art. 118) Apoio à categoria O médico deve apoiar os movimentos da categoria (Cap. 1, XV) Condições de trabalho O médico pode recusar - se a exercer a medicina em locais inadequados (Cap.2, IV) Conflitos de interesses O médico é obrigado a declarar conflitos de interesses (Cap. 12, Art. 109)
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