espaço espírita - CEJN-Centro Espírita Jesus de Nazaré

Transcrição

espaço espírita - CEJN-Centro Espírita Jesus de Nazaré
FEEGO alerta:
Mediunidade
Reflexão
Página 9
C i ê n c i a
•
WEIMAR MUNIZ OLIVEIRA
F i l o s o f i a
Médiuns da
História
mostram real
objetivo da
mediunidade
Página 8
•
ANDREW JACKSON DAVIS
R e l i g i ã o
•
Internet
“Obra do
médium
Chico Xavier
precisa ser
estudada”
Luiz Garcia/Espaço Espírita
..................................................................................................................
Mãe de uma
menina com
câncer recebe
carta muito
especial
Página 11
I m o r t a l i d a d e
O filme que surpreendeu as bilheterias
e a crítica do cinema brasileiro
Página 5
espaço
espírita
OUT UBR O
Mês de Kardec
Página 7
Atendendo à recomendação de Emmanuel:
Novo Ônibus Livraria Chico
Xavier já está nas ruas
Página 14
Jornal Espírita de Circulação Regional • Ano VI • Número 23 • Outubro de 2008 • E-mail [email protected] • Distribuição Gratuita
espaço espírita
Opinião
Outubro de 2008
2
Joaquim Pires Jr.
Editorial
Passe e água fluidificada:
as terapias da casa espírita
A aplicação de passes espirituais é um dos dois
O médium passista precisa saber o que está
recursos terapêuticos (juntamente com a distribuição fazendo. Qual a repercussão do passe espiritual nos
de água fluidificada) indicados para os centros, corpos físico e espiritual. E tudo isso é conseguido com
conforme estabelece o livro “Orientação à Casa capacitação dos trabalhadores. O ideal é que a casa
Espírita”, publicação da Federação Espírita Brasileira espírita ofereça esta esta capacitação - ou peça para os
(FEB) que norteia as atividades do movimento espírita Conselhos Regionais da Federação Espírita Cataem seu núcleo de base, que é justamente o centro rinense (CREs), que direcionem trabalhadores
espírita. Juntos, passe espiritual e água fluidificada credenciados para ester mister.
compõem a chamada “fluidoterapia”.
Também é importante que no caso do passe
E tão somente estes dois recursos bastam em espiritual, haja uma padronização, seguindo os
termos terapêuticos para que uma casa espírita bem princípios espíritas. Nada de passes com toques no
esclarecida cumpra seu papel junto aos irmãos corpo físico, com “fungadas” ou “roncos”, ou ainda,
encarnados e desencarnados. Nada além disso.
com agitações ou gemidos.
Nada de implantar no centro espírita outras “terapias
Ao adepto e ao simpatizante da Doutrina também
alternativas” que não têm a ver com a
é importante entender o mecanismo
Doutrina Espírita, e que por mais bem
do passe - e do conjunto de atiÉ preciso
intencionadas que sejam, acabam por
vidades da casa espírita como um
desfigurar o propósito inicial da casa
todo. Só este entendimento vai nos
desmistificar as
espírita, que é a cura do espírito
livrar de atitudes “espiritólicas”,
atividades espíritas,
através da transformação intelectocomo se diz no meio espírita –
moral, e não necessariamente buscar
evitando assim que se faça do passe
para acabar com
a cura do corpo, a partir do entenuma nova “hóstia”, e da água
posturas ‘igrejistas’.
dimento que curando o espírito,
fluidificada uma nova “água benta”.
Espiritismo é
estaremos, por conseqüência, curanMuitas pessoas, erroneamente,
do também o corpo físico.
correm à casa espírita apenas atrás
Religião, mas
Passe e água fluidificada, jundo passe e da água, como se fossem
também é Ciência
tamente com os horários regulares
miraculosos. E sabemos que isto não
de estudos, palestras públicas,
é assim. Todo o comparecimento às
e Filosofia
atendimento fraterno, educação e
atividades doutrinárias, aliado aos
desenvolvimento da mediunidade,
esforços no Estudo da Doutrina, é que
trabalhos de desobsessão, evangelização espírita podem nos levar a um padrão melhor de vida e
infanto-juvenil e atividades de assistência social, entendimento das leis naturais que nos rodeiam.
compõem o universo de ações ideais para o centro
É preciso mais do que nunca, desmistificar as
espírita.
atividades espíritas, para acabar com posturas
Claro que centros maiores poderão diversificar este “igrejistas”. Espiritismo é Religião, mas também é
leque de atividades, mas sempre dentro desta Ciência e Filosofia. Entendê-lo neste tríplice aspecto é
orientação inicial. Uma casa maior pode ter um jornal primordial. E o passe e a água fluída integram todo um
informativo, aulas de esperanto, creches, ancianatos, contexto. Emmanuel, sobre a fluidificação da água, nos
consultórios de atendimento médico (com profissionais diz que “o Mestre Jesus, quando se referiu à água
da área, efetivamente capacitados para tal), serviços simples, doada em nome de sua memória, reportavade aplicação de passes mais individualizados. Tudo se ao valor real da providência, a benefício da carne e
dentro de um entendimento maior dos propósitos do espírito, sempre que estacione através de zonas
doutrinários.
enfermiças”. Já sobre o passe, o Digno Mentor conceitua:
No caso do passe espiritual e da água fluidificada, “O passe é transfusão de energias físio-psíquicas,
imprescindível é a capacitação dos trabalhadores que operação de boa vontade, dentro do qual o companheiro
queiram atuar nestas áreas.
do bem cede a si mesmo em teu benefício”.
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espaço espírita é uma publicação espírita regional. Circula em casas espíritas de Balneário Piçarras, Penha,
Barra Velha, Itajaí, Navegantes, Guaramirim, Gaspar, Joinville, Araquari, Balneário Camboriú e Florianópolis.
• Consultor doutrinário: Joaquim Ladislau Pires Júnior • Secretária de redação: Ana Paula Alves da Silva
• Jornalista Responsável: Juvan de Souza Neto (SC 01359 JP)
• Reportagem, edição e diagramação: Juvan Neto e Luiz Garcia
Colunistas e colaboradores: Jouglas Laffitte, Paulo Beduschi, Wilmar Manske, Luiz Miiler, Maria Massucati
e Lucia Helena Purper. Tiragem: 2.000 exemplares. Impressão: Editora Perfil, Rio Negrinho - SC.
Para críticas e sugestões: Espaço Espírita - Caixa Postal 6 - 88380.000 - Balneário Piçarras - SC.
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COTIDIANO
ESPÍRITA
A manutenção dos CEs
Normalmente temos presenciado colegas de ideal
arcando sozinhos com as despesas de manutenção da
instituição espírita em que trabalham na condição de
diretores. Muitas casas têm no presidente o único
mantenedor, como se o exercício de semelhante mister
representasse a obrigação inerente ao cargo, eximindo
todos os demais trabalhadores e freqüentadores desse
dever.
No mínimo, uma instituição espírita precisa pagar
mensalmente as despesas de água, energia elétrica, correio,
limpeza, sem falar no gasto com combustíveis, empregados,
biblioteca, manutenção das instalações, bem como
eventuais reformas e consertos. Nada disso é gratuito.
Não é possível que aos espíritas, consoante o Espírito
de Verdade, assinalou: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro
mandamento; instruí-vos, o segundo”, reste alguma
insensibilidade ou se fazer de desentendidos diante de
questão tão grave. Outrossim, não podem os confrades
pensar que vão ficar “impuros” se mexerem com dinheiro,
pois pior é ter que fechar a casa, ou sacrificar outros
companheiros, ou apenas um único companheiro, que têm
que fazer o máximo de si mesmos para assegurar os
pagamentos mensais.
Assim, todos que freqüentam a instituição,
indistintamente, devem ser conscientizados da importância
da questão financeira para a sobrevivência e manutenção
do ambiente físico que utilizam. Obviamente, não se vai
cobrar pelos benefícios espirituais recebidos, pelos
ensinamentos, pelo aprendizado, pelas comunicações
mediúnicas, etc.
Mas não basta apenas a sensibilização, impõe-se abrir
a mão e o bolso, a fim de que a instituição, mensalmente
possa fazer uma programação financeira, sabendo com o
que pode contar e até quanto pode gastar sem
comprometer ninguém.
E, periodicamente, há que se fazer uma promoção que
associe confraternização e divulgação da doutrina espírita,
evitando, todavia, a vinculação com álcool, jogo, drogas,
tabagismo ou qualquer outro vício, a fim de se construir
uma poupança que poderá ser útil a médio prazo.
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espaço espírita
Ciência
Outubro de 2008
3
Conhecimento espírita
A ação da
Entenda como a
Física nos dá uma
visão maior sobre a
realidade da vida
e da relatividade
da própria matéria
••• Anderson Neomar Gomes
Tarefeiro do C. E. Caminho da Luz
São Francisco do Sul • SC
Segundo nossos dicionários,
matéria é aquilo de que uma coisa é
feita, ocupa espaço, tem peso e pode
impressionar os sentidos; substância
que pode tomar formas; no sentido
filosófico, tudo que não é espiritual.
Sabemos através do Espiritismo
que existem muitos níveis de matéria.
Matéria mais ou menos densa é a que
pode ser influenciada e modificada de
diversas formas. Nosso corpo em
evolução caminha da mais densa, para
menos densa, até chegar à pura
energia. Muita coisa mudou na física
nas últimas décadas, partículas novas
foram descobertas, e já sabemos que
em nosso corpo temos potenciais de
força magnética bilhões de vezes
maiores que a própria gravidade da
Terra. Viu-se também que em nosso
corpo temos mais espaço vazio entre
as partículas atômicas do que
propriamente partículas.
O mundo da física nos dá
explicações maravilhosas sobre nossa
vida e como a realidade do lugar que
vivemos pode ser relativa.
Por exemplo: por que não
flutuamos na Terra, tal qual na Lua ?
Como muitos sabem a Terra tem
uma força de atração gravitacional
muito maior por isso ela nos atrai
para ela, enquanto a força da Lua (e de
muitos outros planetas) é menor.
Sendo assim, o que define o peso
das coisas é a ação da gravidade,
enquanto na Lua poderíamos levantar
MATÉRIA
um carro de mais de uma tonelada com
as mãos, na Terra, com dificuldades
erguemos somente o pneu. Da mesma
forma em planetas com força
gravitacional maior que a da Terra,
mal conseguiríamos ficar de pé, de tão
pesados que nos sentiríamos.
Em um exemplo figurativo (até que
ponto não sei) podemos dizer que
quando nos sentimos pesados, tristes,
desanimados, culpados, estamos sendo
mais atraídos para a Terra. Mais para a
esfera terrena e menos para as celestes.
Segundo a física qualquer corpo
tem ação gravitacional sobre o outro,
devemos então tomar cuidado com o
que atraímos e com o quê nos
deixamos atrair.
Isto é matéria agindo sobre
matéria. Ao contrário do dito da
crença popular que “os opostos se
atraem” na verdade são “os iguais que
se atraem”. Não vemos por aí pessoas
refinadas amicíssimas de pessoas de
palavreado chulo e mente mesquinha.
Não vemos pessoas extremamente
religiosas amigos íntimos de
criminosos. Quando um tipo de
situação acontece nesse sentido é
porque um dos dois lados compactua
com os mesmos pensamentos do outro
em algum grau.
Continuando na física, observo
particularmente que quando finalizei a
escola, lá por 1990, o átomo era
indivisível. Grande verdade. Mas as
coisas mudam, e Deus nos prova
sempre que temos muito a aprender.
Agora sabemos que o átomo não só é
divisível, como novas partículas, além
dos batidos próton, nêutron e elétron
apareceram: méson, quark, neutrino e
outras mais. Além de tudo isso nossos
irmãos cientistas admitem que essa
divisão pode ir ao infinito e que talvez,
na verdade, as nossas partículas
primordiais sejam formadas por pura
energia, diferente da que conhecemos
como a elétrica e a nuclear.
Apareceu então a Teoria das
Cordas (ou Supercordas), como toda
teoria, ainda não pisa em solo firme,
mas responde muitas coisas.
Universo, Criação de Deus
Juvan Neto
Teoria das Cordas (ou Supercordas) ainda não pisa em solo firme, mas responde muitas coisas
Ciência e Religião: união inevitável
Nessa teoria admitem-se aglomerações
atômicas que dependendo de sua vibração
geram novas partículas. Estas partículas
podem ser de qualquer tipo existente na
natureza, dependo da vibração. Também
acreditam os cientistas terrenos que desta
teoria pode sair um entendimento mais
profundo para a gravitação e
eletromagnetismo, forças que apesar dos
estudos ainda povoam de dúvidas a cabeça
de nossos gênios.
Nossos cientistas estão de parabéns,
estamos adentrando nos conhecimentos da
vibração e energia.
Diga-me como vibras e te direi quem és!
Energia gera vibração, que gera
partículas, partículas são matéria, matéria
interage em nosso corpo ou fora dele.
Podemos então gerar saúde ou doença.
Um órgão saudável ou canceroso.
Nós controlamos a matéria.
Por mais que tentemos evitar a união
da ciência com a religião, ou espiritualidade,
é inevitável. Deus está pulsando em cada
partícula e nos chamando ao conhecimento.
Cada vez que adentramos mais,
descobrimos que Ele é o Grande Regente do
Universo.
Mas acredito que Ele não nos deu
cérebro para que ficássemos como filhos
mimados perguntando tudo. Ele quer que
nós mesmos descubramos, e acredito
também, que a cada passo Ele dá um
empurrãozinho.
Pensemos então em como somos
senhores de nosso corpo e espírito, como nós
podemos tomar as rédeas das reações em
nossa vida. Na lei básica de Ação e Reação
podemos modificar tudo para algo melhor.
Já dizia o Mestre: “Se tiverdes fé do
tamanho de um grão de mostarda disser a
este monte: passa daqui para acolá. Ele
passará.”, e isso até a ciência já está
comprovando.
R$ 19 milhões
Espiritismo motiva milionário da Mega-Sena a dividir prêmio
••• Da Redação
Um dos mais novos milionários
brasileiros, motivado pelo
conhecimento espírita, está investindo
parte do prêmio de R$ 19 milhões
ganho na Mega-Sena no início deste
ano na construção de uma obra
voltada a crianças e idosos carentes do
Rio de Janeiro. Segundo a Revista O
Globo, encarte dominical do jornal O
Globo, de 4 de maio deste ano, Roberto
Kuppê, após ser confirmado como
milionário, decidiu dividir
imediatamente o prêmio com irmãos e
irmãs, além de criar a instituição
filantrópica.
Segundo a jornalista Karla
Monteiro, na matéria “O homem de R$
19 milhões”, publicada em 12 de maio,
Roberto Kuppê fundou o Instituto
Matheus de Morais, e já dividiu parte da
fortuna com seus familiares. Ele revela,
na entrevista, que o espírito de um
irmão já desencarnado teria intuído de
forma positiva para que ele fosse
beneficiado pelo prêmio da Mega-Sena.
Por esta afirmação, percebe-se que
Roberto ainda não tem um
conhecimento amplo da Doutrina
Espírita, e é até ingênuo, pois através
da Doutrina, sabe-se que Espíritos
Superiores não revelariam informações
para interesses materiais, como
resultados de premiações ou loterias.
Mesmo assim, tem-se também a
percepção, na mesma reportagem, que
Roberto é aficionado da literatura
espírita, a qual já tocou seu coração,
motivando-o às ações de caridade. Na
matéria, dois dos livros lidos pelo novo
milionário foram fotografados por
Roberto Stuckert Filho: “Por Amor ao
Ideal”, escrito pelo Dr. Inácio Ferreira
(espírito) e psicografado pelo médium e
odontólogo uberabense, Carlos Antônio
Baccelli, e “Francisco de Assis”, escrito
por Fernando Miramez de Olívideo
(espírito) e psicografado pelo médium
belorizontino João Nunes Maia, já
desencarnado.
“O conhecimento do Espiritismo, da
imortalidade e da eternidade, e do modo
como se desdobra a existência sem fim,
costuma influir na constituição das
personalidades. Creio que esse é o caso
de Roberto Kuppê”, afirma o professor
de História e Filosofia Antônio
Baracat, de Belo Horizonte.
espaço espírita
NOSSA MISSÃO É A DO
LIVRO: LUZ DO ALTO
PARA NOSSOS CAMINHOS
SANTA MARINA
Célia Lucius, Santa Marina é
a revivescência da vida daquela
que Chico Xavier/Emmanuel
descreveram no romance 50
Anos Depois e que a Igreja
Católica canonizou no século 5.
Para os espíritas, a
consolidação da interexistência
de Chico no desdobramento do
labor mediúnico a benefício da
difusão da Doutrina.
Imperdível conhecer esta
trajetória!
Ignácio
D E A NTIOQUIA
A narrativa é centrada na
personalidade de Ignácio de
Antioquia, em sua trajetória de
fé e serviço, que, ao longo de
nove décadas de existência,
soube, como poucos, se
inflamar do amor do Cristo.
Neste percurso, o leitor se
surpreenderá na companhia de
extraordinárias figuras da
História Cristã,
acompanhando-lhes a renúncia
e os sacrifícios em benefício do
Evangelho.
Fraternidade Espírita Cristã
Francisco de Assis
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4
Espiritismo de mãos dadas com a Psicologia
As doenças psicossomáticas
A cada dia surgem
mais e mais evidências
na ciência de que
corpo e alma estão
estreitamente ligados
Celia Lucius
Outubro de 2008
Doutrina
••• Olinda Zacharia • Lili
Psicóloga e Terapeuta
C. E. Paz do Senhor - Joinville
As doenças psicossomáticas são
antigas. No entanto, o termo é novo
para a população, pois nunca se tem
falado tanto sobre isso. E também
estamos vivendo uma época em que
uma grande população está acometida
dessas doenças. Mas alguns ainda
guardam a idéia errônea de que são
pura simulação ou hipocondria. Nada
disso!
A cada dia surgem mais e mais
evidências de que corpo e alma estão
tão estreitamente ligados que aquilo
que afeta um, acaba afetando também
o outro. Joanna de Ângelis, em seu
livro Plenitude, psicografado pelo
médium espírita Divaldo Pereira
Franco, inclui as doenças como um dos
tipos de sofrimentos físicos, e faz uma
análise profunda onde nossas paixões
e conflitos geram a desarmonia das
defesas orgânicas, as quais cedem a
invasão de micróbios e vírus que lhes
destroem a imunidade.
Importante saber que se
mudarmos a maneira de viver ou de
simplesmente “ver” a vida, estaremos
eliminando muitos fatores de risco das
doenças. Doenças psicossomáticas são
aquelas que apresentam sintomas
reais no corpo, mas cuja origem está
no psiquismo, ou seja, no conjunto
mente e sentimentos.
Popularmente se diz: “quando
você acha e sente que tem uma doença
que não existe”. É também em
Plenitude que Joanna de Ângelis nos
diz: “A doença, todavia, é resultado do
desequilíbrio energético do corpo, em
razão da fragilidade emocional do
Espírito que o aciona”. E ainda diz
mais: “os medicamentos matam os
invasores (vírus e bactérias), mas não
restituem o equilíbrio como se deseja,
se a fonte conservadora não irradia a
força que sustenta o corpo. (...) Com a
morte dos micróbios, a pessoa parece
recuperada, ressurgindo, porém, a
situação, em outro quadro patológico
mais tarde”.
Podemos pontuar dois tipos de
Doenças Psicossomáticas: aquelas de
conversão psíquica, que são sintomas
orgânicos que nenhum tipo de exame
pode identificar, e a somatização
propriamente dita, que é quando a
energia psíquica foi descarregada no
corpo levando a formação de uma ou
mais lesões diagnosticáveis em exames
e até em raio X. Essas doenças são, na
verdade, válvula de escape para
sentimentos e emoções que o indivíduo
não consegue lidar.
Importante prestarmos atenção ao
nosso corpo, casos de gripes e
resfriados constantes ou alergias
respiratórias (rinite, asma), até
mesmos problemas de pele, ou dores
musculares e ou articulares, enfim
toda espécie de sintomas físicos.
Verificar se não ocorrem após brigas,
sustos, grandes períodos de trabalho
sem descanso ou com muita pressão
ambiental, se quando se encontra em
harmonia e equilíbrio emocional as
doenças também se apresentam. Dores
de cabeça ou nas costas, pernas e ou
braços sem justificativa orgânica para
as mesmas, e geralmente após algum
fato significativo na vida.
Arquivo/EE
Joanna de Ângelis fala sobre o tema: “doença é
resultado de desequilíbrio energético do corpo”
Os estados de tranqüilidade,
equilíbrio, boa auto-estima e
valorização da própria vida – sem a
negação da doença – são muito
favoráveis acerca de sua vida. Quando
você se permite parar e refletir acerca
de sua vida, suas posturas e seus
valores, está usando a doença a seu
favor, ou seja, aproveitando-a como
uma oportunidade de aprendizagem e
reflexão. Joanna de Angelis nos indica:
educação dos pensamentos, disciplina
dos hábitos e segurança das metas
para evitarmos nos lograr.
Muitas vezes, é necessário
consultar um profissional na área
psicológica para ajudar nessa reflexão,
pois nestes momentos de crise, é
bastante difícil termos discernimento
para concluirmos solitariamente. O
estudo em grupo também é grande
ferramenta coadjuvante de uma vida
saudável.
Plantão Doutrinário
Este espaço é destinado a tirar dúvidas doutrinárias a respeito do Espiritismo.
Mande sua carta para: Espaço Espírita - Caixa Postal nº 6
CEP 88380-000 - Piçarras - SC. Ou envie e-mail para [email protected]
Pergunta do leitor: Eu tenho boa vontade em colaborar com muitos serviços doutrinários, mas na casa casa
espírita em que freqüento, tentei aplicar passes e me pediram que participasse de um curso ou capacitação sobre
o assunto. Porque não aceitaram minha colaboração? • (Karla Cristina, de São Francisco do Sul)
Resposta: Karla, não se trata de a casa em que você freqüenta aceitar sua colaboração ou não, apenas de seguir a orientação
de Kardec: “amai-vos e instruí-vos”. Certamente, a sua casa espírita preza pelos estudos. Pelo que você nos relata, não disseram
a você que não a queriam. Muito pelo contrário: demonstraram procedimento doutrinário correto ao convidá-la para a
capacitação. A princípio, aplicar passes é um ato de amor, mas que não prescinde do conhecimento mínimo necessário sobre
fluidos e magnetismo à luz do entendimento espírita. E esta regra vale para todo o trabalho desenvolvido no centro espírita
bem orientado. Seja para aplicar passes, para coordenar um grupo de estudos, para para desenvolver um palestra ou
principalmente, participar de grupos mediúnicos ou desobessão, o estudo é imprescindível. Karla, siga em frente, não desista
de ser colaboradora da seara de Jesus. Mas participe dos cursos e capacitações que sua casa oferece. Você só terá a ganhar.
espaço espírita
Outubro de 2008
Especial
Filme de Bezerra
surpreende
nas bilheterias
Grandes Espíritas
Nobres personalidades que marcaram a Doutrina
Conheça a história de
Bezerra de Menezes
O Kardec brasileiro
○
○
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Mas a declaração pública originou
talvez seu maior desgosto. Seu irmão, o
doutor Manuel Soares da Silva Bezerra,
que como jornalista escrevia para o
jornal “Tribuna Católica”, enviou-lhe
uma carta declarando em nome dele e
da família que estavam rompendo
relações com ele.
A resposta do eminente médico foi
uma carta de mais de 100 folhas que deu
origem a um livro: “Uma carta de
Bezerra de Menezes”. Nessa carta ele
expressa com maestria os principais
preceitos da Doutrina Espírita.
Léon Tolstoi no livro “Ressurreição
e Vida”, ditado à médium Yvone do
Amaral Pereira, narra que Bezerra de
Menezes é a reencarnação de Zaqueu,
aquele cobrador de impostos que após
mudar de vida e seguir Jesus, troca de
nome e passa a se chamar Mathias.
Também nos narra Léon Tolstoi
uma conversa de Mathias com o
Apóstolo Paulo; quando este aconselha
Mathias: “Não te limites à adoração
inativa, que poderá cristalizar-se em
fanatismo. A Doutrina é afanosa por
excelência. Jesus precisa de servos,
trabalhadores ágeis, para mil e uma
peripécias de boa vontade, para a
propagação da verdade que nos trouxe.
Testemunha tu o teu amor ao mestre,
servindo também a teus irmãos que
sofrem ou erram; pois tal é o segredo da
boa prática da Nova Doutrina”.
Em 1938, Humberto de Campos, no
livro: “Brasil Coração do Mundo Pátria
do Evangelho” descreve de modo todo
especial o convite que o espírito Ismael
faz ao espírito de Bezerra de Menezes
para reencarnar em terras brasileiras
com a missão de transportar do velho
mundo para o novo a Terceira Revelação.
Em 1889, Bezerra assume a presidência da FEB tendo uma importante
iniciativa: o estudo metódico do Livro
dos Espíritos em sessões semanais nos
salões da FEB, o que até hoje é seguido.
Em 1895, preside novamente a FEB
atendendo um pedido de Santo
Agostinho, em mensagem recebida pelo
médium Frederico Pereira da Silva
Júnior. Nesta gestão oficializou o estudo
do Livro dos Espíritos e do Evangelho
Segundo o Espiritismo. Portanto aí estão
as sementes do Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita (Esde). 177 anos depois,
a trajetória do médico e humanista
espírita, que recebeu até mesmo o apelido
de “O Kardec Brasileiro”, é sucesso nas
bilheterias de cinema de todo o país, com
o filme que retrata sua vida.
○
Família rompeu relações
Arquivo/Juvan Neto
Bezerra de Menezes enfrentou a Igreja e difundiu a
Doutrina Espírita no Brasil em pleno século 19
○
Prestamos hoje uma justa homenagem a Adolfo de Bezerra Cavalcanti,
mentor espiritual de inúmeros centros
espíritas por todo o Brasil, conhecido
tanto como “Médico dos Pobres” como
“O Kardec Brasileiro”.
Para tanto retrocedemos no tempo
a 29 de agosto de 1831: há 177 anos nascia
no Brasil, mais precisamente no interior
do Ceará, esse nobre espírito com a
missão de difundir o Espiritismo.
Homem que em encarnações anteriores
obteve muitas conquistas espirituais e
assim como todos nós, continua sua
senda de progresso.
Naquela reencarnação de Bezerra,
em pleno século 19, ele tinha uma tarefa
especial: a disseminação e consolidação
do Espiritismo no Brasil. Aos dezenove
anos (em 1851) foi para o Rio de Janeiro
em busca de seus sonhos: cursar
Medicina. Ele paga os estudos dando
aulas particulares.
Aos 25 anos (em 1858) conclui o
Curso Superior, e é convidado a ocupar
o cargo de cirurgião tenente do Exército.
É também nesse ano que casa por amor
com Maria Cândida de Lacerda; com
quem teve dois filhos. Mais tarde
candidatou-se e elegeu-se vereador; mas
não obstante ter sido criado sob
preceitos católicos, não encontrava
respostas para questões filosóficas que
o inquietavam.
Bezerra foi um espírito à frente de
seu tempo: defensor da libertação dos
escravos; defensor da agricultura como
base econômica para o país, e também
preocupava-se com a preservação do
meio ambiente – assuntos que só
tomaram corpo a partir do século 20.
Em 1863 morre a esposa Maria
Cândida. Em 1865 casa-se em segundas
núpcias, também por amor, com
Cândida Augusta de Lacerda Machado,
com quem teve sete filhos. Em 1875, um
amigo, Joaquim Carlos Travassos, que
traduziu o Livro dos Espíritos para a
FEB, lhe presenteou com um exemplar
da obra primeira de Allan Kardec. Diz
○
Articulista e dirigente do Centro Espírita
Paz do Senhor, de Joinville - SC
○
••• Maria Apª Massucatti
Bezerra: “Aceitei por cortesia”.
Após essa leitura declara que nada
lhe parecia novo, embora nunca tivesse
lido um livro espírita. Teve participação
ativas e de destaque no movimento
Espírita de sua época, não só no Rio de
Janeiro; mas como em outros estados
brasileiros.
Mas somente em 16 de agosto de
1886; no amplo salão de Honra da Guarda Velha, Rio de Janeiro, com um auditório de cerca de duas mil pessoas que
se reúne para ouvir em silêncio emocionados e atônitos a palavra de ouro do
eminente político; médico e cidadão, Bezerra de Menezes proclamava aos
quatro ventos sua adesão ao Espiritismo.
A declaração levantou celeuma nos
arraiais cariocas, em todos os círculos,
principalmente políticos, sociedade
médica e Igreja Católica. Desde esse
memorável dia, o Espiritismo passou a
ter um declarado líder no Brasil. A
comunidade espírita estava emocionada
e a imprensa registrou a notícia como
sinal de tempos novos. O telégrafo
transmitiu a notícia em todos os estados
e as livrarias passaram a vender um
maior número de livros espíritas. A
Federação Espírita Brasileira cresceu em
adesões e o círculo católico agitou-se.
○
Há 177 anos nascia
no Estado do Ceará o
“Médico dos Pobres” e
uma das principais
personalidades
brasileiras do século 19
5
Fontes de Pesquisa:
Bezerra de Menezes • Canuto Abreu
Ressurreição e Vida • Yvonne Pereira/
Léon Tolstoi
Brasil Coração do Mundo Pátria do
Evangelho • Chico Xavier/
Humberto de Campos
Uma Carta de Bezerra de Menezes •
Bezerra de Menezes
A Vida Escreve • Chico Xavier/
Hilário Silva
Por
esta, nem
os mais
otimistas
analistas de
mercado,
nem os
mais
crentes
religiosos
poderiam
esperar.
“Bezerra
de
Menezes:
Diário de
Divulgação
um Espírito” — um filme
feito por encomenda, dirigido por
cineastas sem projeção nacional —
está sendo a grata surpresa das
bilheterias brasileiras deste segundo
semestre, atraindo cerca de 200 mil
espectadores para os cinemas com
apenas três semanas em cartaz,
segundo o jornal O Globo, e
ampliando o número de salas com a
exibição do filme de 44 para 60.
Dirigido pelos cearenses Glauber
Filho e Joe Pimentel, “Bezerra de
Menezes” é uma cinebiografia do
médico, também cearense, que foi
um propagador da Doutrina Espírita
no Brasil, no século 19. No elenco,
estão Carlos Vereza, Ana Rosa, Lúcio
Mauro e Caio Blat, entre outros.
O filme fala de valores familiares
e das relações que se tem com a
morte e com o universo materialista.
“Talvez haja um cansaço do
espectador com as histórias de
violência” — diz Glauber Filho, que
garante não ser espírita e cujo pai,
Glauber, é médico. “E ele é mais
velho que o Glauber Rocha. É só
uma coincidência. Mas, com essa
história de fazer filme sobre
Espiritismo, daqui a pouco alguém
pode acabar estabelecendo alguma
relação”, brinca.
Sem nunca terem dirigido um
longa para o cinema antes, Glauber
Filho e Pimentel entraram no projeto
a convite da Associação Estação da
Luz, uma instituição, de cunho
espírita, que realiza projetos sociais
no Ceará. Segundo eles, até o final
do filme, foi gasto um total de R$
2,4 milhões. Eles levaram 1/4 do
custo de produção com patrocínio via
Lei Rouanet. O resto veio de recursos
próprios da Estação da Luz.
No Brasil, há cerca de dois
milhões de seguidores do espiritismo
com potencial para ir ao cinema.
A média de público nas 56 salas
em que ele está em cartaz tem
aumentado. Isso quer dizer que
“Bezerra de Menezes” já pode se
considerar com força para alcançar
os 420 mil espectadores de “Sexo
com amor?”, o terceiro filme
nacional mais visto em 2008.
“Ele é muito importante pelas
mensagens que passou”, disse o ator
espírita Glei Pélias. “Acho que existe
um preconceito das pessoas em
relação ao Espiritismo que o filme
pode quebrar”, contou a terapeuta
corporal e médium Ignez Cintra.
(Juvan Neto, com informações do
jornal O Globo)
espaço espírita
Textos Espíritas
Selecionados
Jesus: exemplo
máximo de
entrega a Deus
Em um grande número já se
encontra em germe a presença da
aspiração, em face das experiências
iluminativas que ficaram interrompidas
e agora fornecem o combustível de
sustentação para o desiderato,
tornando-se mais fácil a ascensão às
cumeadas do progresso.
Outros, entretanto, ainda renteiam
com os impositivos materiais,
vinculados aos fenômenos perturbadores das glórias efêmeras e dos
prazeres rápidos, não se sentindo
fortalecidos para o enfrentamento
quando a sede de gozo os agride...
O exemplo desses expoentes do
amor, nesse momento, constitui-lhes
fortalecimento e coragem para não
desfalecerem ou postergarem o
momento da sublimação.
Jesus é o exemplo máximo dessa
entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à
Humanidade.
Mergulhou no corpo físico e
dominou-o totalmente com o Seu
pensamento, utilizando-o para
exemplificar o poder de Deus em
relação a todas as criaturas, tornandose-Lhe o Médium por excelência, na
condição de Cristo que O conduziu e
O inspirava em todos os pensamentos
e atos.
Sempre com a mente alerta às
falaciosas condutas farisaicas e às
circunstâncias difíceis que enfrentava,
manteve-se sempre carinhoso com as
massas e os poderosos, sem manterse melífluo ou piegas com os infelizes
ou subalterno e submisso aos
dominadores de um dia...
Profundo conhecedor da
natureza humana sabia acioná-la,
despertando os sentimentos mais
profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem.
Vencedor da morte, que O não
assustava, é o exemplo máximo de
vida eterna, concitando-nos a todos a
seguir-Lhe as pegadas.
A mente alerta conhece o
fenômeno biológico da morte e não
se atemoriza, porque o contempla
como oportunidade de libertação,
antegozando o prazer de liberar-se das
injunções perturbadoras. (...)
A vida perene, atraente e rica de
plenitude sucede à temporalidade dos
objetivos terrenos, que cedem lugar à
conquista da realidade.
Os nautas da imortalidade,
viajantes da Vida, mantêm-se com a
mente alerta para todas as ocorrências, especialmente quando o corpo
cede lugar ao processo de transformações moleculares, propiciando o
encontro com o Seu Deus interior.
Livro “Impermanência e
Imortalidade”
Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito
Carlos Torres Pastorino
FEB – Federação Espírita Brasileira
História
Outubro de 2008
6
Humberto de Campos relata:
O padre católico que
reencarnou escravo
Domingos Gonzáles,
em encarnação
anterior, foi um
inquisidor. Alçado à
categoria de santo,
sofreu ao deparar-se
com sua consciência
••• Humberto de Campos
Adaptação de texto psicografado
por Francisco Cândido Xavier
Conta-nos Humberto de Campos
no livro “Reportagens de Além
Túmulo”, edição FEB, que ouviu o
depoimento de um padre católico (no
plano espiritual), sobre a vida do
também padre Domingos González,
que foi um sacerdote insinuante,
dotado de poderosa e aguçada
inteligência. Sua carreira sacerdotal,
de acordo o seu caráter flexível, foi um
grande vôo para as posições mais
importantes e elevadas. Dominava
todos pelo poder de sua palavra
quente e persuasiva, cativava a
atenção de todos os seus superiores
pela humildade exterior de que dava
testemunho, embora a sua vida íntima
estivesse cheia de penosos deslizes.
A verdade é que, lá pelos fins do
século 15, era ele o Inquisidor-Geral de
Aragão, com o nome de Pedro de
Arbues. Dado o seu caráter arbitrário
e método utilizado no elevado cargo
que lhe fora conferido em 16 de
setembro de 1485, os israelitas o
assassinaram na catedral de Saragoza,
em momento de sagradas celebrações.
O religioso biografado acordou no
além túmulo, com as suas chagas
dolorosas, dentro de terríveis
realidades que lhe aguardavam o
Espírito imprevidente, mas, os
eclesiásticos concordaram em pleitearlhe um lugar de destaque nos lugares
humanos e venceram a causa.
Em breve tempo, a memória de
Domingos transformava-se no culto
de um santo. Mas aí, agravaram-se no
plano invisível, os tormentos daquela
alma desventurada. Envergonhado e
oprimido, o ex-padre influente no
mundo sentia-se qual mendigo
faminto e coberto de pústulas.
Domingos González, assombrado
com as acusações da própria consciência, assistiu a todas as solenidades
da sua canonização, sentindo-se o
mais desgraçado dos seres. As pompas
do acontecimento eram como espadas
intangíveis que lhe atravessassem, de
lado a lado, o coração vencido e
sofredor. Os cânticos de glorificação
terrena ecoavam-lhe no íntimo como
Espírito ficou preso a apelos absurdos
O espírito desventurado do padre
ficou absolutamente preso à Terra e, de
instante a instante, era obrigado a
atender aos apelos mais extravagantes e
mais absurdos.
Se um criminoso desejava fugir à
ação da justiça no mundo valia-se de
Domingos, invocando-lhe a memória,
entre receios e rogativas. As mães
desajuizadas, que não cogitaram da
educação dos filhos, os pequeninos, lhe
rogavam de joelhos a correção tardia
desses filhos transviados em maus
caminhos.
Os velhacos lhe faziam promessas, a
fim de realizar um bom negócio. As moças
casadoiras lhe imploravam a aliança do
noivo rebelde e arredio. Os sacerdotes
pediam-lhe a atenção dos superiores. E,
finalmente, todos os sofredores sem
consciência lhe suplicavam o
afastamento da cruz de provações que
lhes eram indispensáveis.
Chumbado ao mundo, Domingos,
durante mais de um século, perambulou
pelas casas dos devotos, pelas estradas
desertas, pelos círculos de negócios, pelos
covis dos bandidos. Seu aspecto fazia
pena.
Foi quando dirigiu a Jesus a súplica
mais fervorosa de sua vida espiritual,
implorando que lhe permitisse voltar à
Terra. Suas lágrimas eram amargas e
comovedoras, e o Senhor não lhe faltou
com a bondade infinita. Companheiros
dedicados vieram oferecer ao pobre
Espírito sofredor uma reencarnação como
escravo no Brasil.
Domingos González ficou radiante.
Chorou de júbilo, de agradecimento a
Jesus e, em breve tempo, tomava a
vestimenta escura dos cativos, sentindose ditoso e confortado, cheio de alegria e
reconhecimento.
Humberto de Campos – Espírito
autor da reportagem –, perguntou ao
soluços da sombra e da amargura.
E, desde essa hora, intensificaramlhe os padecimentos. Sua angústia
agravou-se, primeiramente, em
virtude da nova posição do círculo
familiar. Os que lhe eram afins pelo
sangue entenderam que não mais
deviam o tributo comum do trabalho e
realização ao mundo. Como parentes
de um santo, não mais quiseram
trabalhar.
Espírito banhado em lágrimas
E essa atitude se estendeu aos seus
mais antigos companheiros da
comunidade. Aos poucos, valores da
agremiação religiosa, a que pertencera,
desapareceram. Seus colegas de esforço
estacionaram voluntariamente na
Espírito do padre ficou vagando na casa dos
devotos que lhe faziam pedidos menos nobres
padre que detalhava a situação de
Domingos González no mundo
Espiritual. – E o santo está hoje nos
planos mais elevados da Espiritualidade?
– Não, ainda, não – replicou o narrador,
com ar discreto – Domingos tem vivido
sucessivamente no Brasil e, ainda hoje,
continua, aí, a esforçar-se pela sua
redenção espiritual, guardando
indistintamente o mais terrível receio de
chegar às esferas invisíveis com o título
de santidade.
Mas as obrigações comuns
dispersaram o grupo em palestra, e dentro
de pouco tempo, estava Humberto
novamente só, com o seu trabalho e com
sua meditação. E nesse dia, impressionado
com a história daquela amarga
experiência, o jornalista e cronista
desencarnado não pôde retirar da
imaginação aquele santo que trocara os
incensos do altar pela atmosfera
nauseante de uma senzala do cativeiro.
preguiça criminosa e no hábito das
homenagens sucessivas. O grupo havia
produzido um santo: devia ser o
bastante para a garantia de uma
posição definitiva no Céu. O Espírito
infeliz contemplava semelhante
situação, banhado em lágrimas
expiatórias. E o seu martírio continuou.
Sabe-se, pela mediunidade, que um
apelo da Terra é recebido no plano
espiritual, tão logo seja expedido por
um coração que se debata nas lutas
redentoras do mundo. A solicitação
justa ou injusta dos homens vem ter
com os Espíritos Protetores pelos fios
do pensamento, na divina claridade do
magnetismo universal. E Domingos
começou a receber os pedidos mais
imprudentes dos seus numerosos
devotos.
espaço espírita
Efeméride
Outubro de 2008
7
Efeméride Espírita
Outubro, o mês de Kardec
Acompanhe a biografia do Codificador, e saiba
mais sobre este notável Espírito que veio à
Terra com a missão de sistematizar os ensinos
do Consolador prometido por Jesus Cristo
O e-mail do leitor
Este espaço é destinado às opiniões, críticas, sugestões ou
até elogios de nossos leitores. Mande sua carta para: Espaço
Espírita - Caixa Postal nº 6, CEP 88380-000 - Piçarras - SC.
Ou envie e-mail para [email protected]
Aos Amigos do Espaço Espírita
Paz de Cristo a todos! Recebi, no 1º Encontro Nacional dos Amigos de Chico
Xavier e sua Obra, um exemplar, o de número 21, deste jornal arrojado e corajoso,
por estar divulgando, principalmente Kardec e Chico Xavier, hoje em dia, coisa já
bastante rara em nosso meio espírita.
E é este o motivo que me leva a atrever em encaminhar um artigo do livro
Obras Póstumas aos nossos irmãos, e, em achando por bem editá-lo, isso nos deixará
ainda mais satisfeito com o nosso Espaço Espírita. Para o momento, recebam o
nosso fraternal abraço,
Braz José Marques
Rua Alexandre Marçal Pereira, 190 - centro
38.120-000 - Conceição das Alagoas - MG.
Fora da Caridade não há Salvação
Estes princípios, para mim, não existem apenas em teoria, pois que os ponho
em prática; faço tanto bem quanto o permite a minha posição; presto serviços
quando posso; os pobres nunca foram repelidos de minha porta, ou tratados com
dureza; foram recebidos sempre, a qualquer hora, com a mesma benevolência;
jamais me queixei dos passos que hei dado para fazer um benefício; pais de família
tem saído da prisão, graças aos meus esforços.
Certamente, não me cabe inventariar o bem que já pude fazer; mas, do
momento em que parecem esquecer tudo, é-me lícito, creio, trazer à lembrança
que a minha consciência me diz que nunca fiz mal a ninguém, que hei praticado
todo bem que esteve ao meu alcance, e isto, repito-o, sem me preocupar com a
opinião de quem quer que seja.
A esse respeito trago tranqüila a consciência; e a ingratidão com que me hajam
pago em mais de uma ocasião não constituirá motivo para que eu deixe de praticálo. A ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade e, como nenhum de nós
está isento de censuras, é preciso desculpar os outros, para que nos desculpem a
nós, de sorte a podermos dizer como Jesus-Cristo: "atire a primeira pedra aquele
que estiver sem pecado”.
"Continuarei, pois, a fazer todo o bem que me seja possível, mesmo aos meus
inimigos, porquanto o ódio não me cega. Sempre lhes estenderei as mão, para tirálos de um precipício, se se oferecer oportunidade.
Eis como entendo a caridade cristã. Compreendo uma religião que nos prescreve
retribuamos o mal com o bem e, com mais forte razão, que retribuamos o bem
com o bem. Nunca, entretanto, compreenderia a que nos prescrevesse que paguemos
o mal com o mal.”
(Pensamentos íntimos de Allan Kardec, num documento achado entre os
seus papéis) - Obras Póstumas - Segunda Parte.
Convenceu-se da existência dos
espíritos e de sua comunicação com os
Com informações da USE-SP
homens. Grande transformação se
Outubro é o mês de Allan Kardec,
opera na vida do professor Rivail:
período em que se reverencia a
convencido de sua condição de espírito
memória do Codificador do
encarnado, adota um nome já usado em
Espiritismo. Mas quem é Allan Kardec?
existência anterior, no tempo dos
Bem, sua vida pode ser contada de
druidas: Allan Kardec.
várias maneiras.
De 1855 a 1869, consagrou sua
Para melhor compreensão de
existência ao Espiritismo; sob a
alguns aspectos, preferimos dividi-la
assistência dos Espíritos Superiores,
em duas fases
representados pelo
distintas: a primeira
Espírito da Verdade,
em que, desde o seu
estabelece as bases da
nascimento até a idade
Codificação Espírita, em
dos 50 anos, foi
seu tríplice aspecto:
conhecido por
Filosófico, Científico e
Hippolyte Léon
Religioso.
Denizard Rivail; e a
Além das obras
segunda, quando se
básicas da Codificação
tornou espírita e
(Pentateuco
passou a assinar Allan
Kardequiano),
Kardec.
contribuiu com outros
1ª fase: Allan
livros básicos de
Kardec nasceu em
iniciação doutrinária,
Kardec: nascido a 3 de outubro de 1804 como: O que é o
Lyon (França), a 3 de
outubro de 1804 e foi registrado sob o
Espiritismo, O Espiritismo na sua mais
nome de Hippolyte Léon Denizard
simples expressão, Instruções práticas
Rivail.
sobre as manifestações espíritas e
Iniciou seus estudos na escola de
Obras Póstumas.
Pestalozzi (em Yverdun, Suiça). A
A estas obras junta-se a Revista
educação transmitida por Pestalozzi
Espírita. É também de sua iniciativa a
marcou profundamente a vida futura
fundação da Sociedade Parisiense de
do jovem Rivail.
Estudos Espíritas, em 1º de abril de
Tornou-se educador e entusiasta do
1858 - primeira instituição
ensino, tendo sido várias vezes
regularmente constituída com o
convidado por Pestalozzi para assumir
objetivo de promover estudos que
a direção da escola, na sua ausência.
favorecessem o progresso do
Durante 30 anos (de 1824 a 1854),
Espiritismo.
dedicou-se inteiramente ao ensino e foi
Com a máxima “Fora da caridade
autor de várias obras didáticas, que em
não há salvação”, procura ressaltar a
muito contribuíram para o progresso
igualdade entre os homens, perante
de educação, naquela época.
Deus, a tolerância, a liberdade de
2ª fase: em 1855, Rivail depara, pela
consciência e a benevolência mútua.
primeira vez, com o “fenômeno das
E a este princípio cabe juntar outro:
mesas que giravam, saltavam e corriam,
“Fé inabalável é aquela que pode
em condições tais que não deixavam
encarar a razão face à face, em todas as
lugar para qualquer dúvida”.
épocas da humanidade”. Esclarece
Passa então a observar estes
Allan Kardec: “A fé raciocinada que se
fenômenos; pesquisa-os cuidadosaapóia nos fatos e na lógica, não deixa
mente, graças ao seu espírito de
qualquer obscuridade: crê-se, porque se
investigação, que sempre lhe fora
tem certeza e só se está certo, quando
peculiar, não elabora qualquer teoria
se compreendeu”.
pré-concebida, mas insiste na
Allan Kardec desencarnou aos 65
descoberta das causas.
anos, a 31 de março de 1869. Em seu
Aplica a estes fenômenos o
túmulo, no cemitério de Père
método experimental com o qual já
Lachaise (Paris), uma inscrição
estava familiarizado na função de
sintetiza a concepção evolucionista
educador; e, partindo dos efeitos,
da Doutrina Espírita: “Nascer,
remonta às causas e reconhece a
Morrer, Renascer ainda e progredir
autenticidade daqueles fenômenos.
sem cessar, tal é a lei”.
••• Da Redação
Centro Espírita
Trabalhadores
da Última Hora
Em Balneário Piçarras,
divulgando a Terceira Revelação
Pedidos: LIVRARIA ESPÍRITA Uberaba • Minas Gerais
EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” Fone/fax: (34) 3322-4873
Rua Mário Braz de Santana, 104
Centro - Próx. Mercado Shalom
Palestras e Passes às sextas-feiras, 20h
Fone (47)
3347.0480
espaço espírita
Outubro de 2008
Especial
8
Doutor Odilon recomenda:
“Mediunidade é para servir”
Editoria de Arte/EE
Médium Carlos Baccelli lembra que, em
essência, desenvolver a mediunidade é
desenvolver o próprio potencial na vivência
do bem. E destaca que maioria dos grandes
homens da religião foram médiuns
Dirigente espírita em Barra Velha - SC,
jornalista e editor do Jornal Espaço Espírita
A mediunidade deve ser encarada
como um fruto natural da evolução da
espécie humana. Quanto mais evolução,
mais sensibilidade. Quanto maior a
sensibilidade, maior a capacidade de
percepção mediúnica. É através desta
constatação que o médium Carlos
Baccelli desenvolve em várias casas
espíritas o seminário “Mediunidade”,
mostrando a capacidade de interagir
com os espíritos como de fato ela é: um
atributo de todos nós.
Amparado na segura orientação do
espírito de Odilon Fernandes, quando
ele recomenda que “mediunidade é para
servir, não para se aparecer”, Carlos
Baccelli desmistifica a idéia de “não há
médiuns”, citando o próprio Codificador
da Doutrina Espírita, Allan Kardec.
“Lembrando de Kardec, ele nos diz que
todo aquele que sente num grau
qualquer a influência dos espíritos, é,
portanto, médium”, observa Baccelli.
“Mesmo aqueles que objetam que não
são médiuns, que nada vêem, nada
escutam, têm de saber que a
mediunidade diz respeito a todos”.
Segundo Baccelli, a mediunidade
não é um privilégio. Todos podemos nos
considerar portadores de faculdades
mediúnicas, já que o Espírito (ou alma,
se encarnado) é médium por natureza.
“André Luiz nos revela que a
mediunidade é exercida inclusive no
mundo espiritual, nas diversas esferas
de um mesmo mundo”, ilustra o
médium uberabense. “O fenômeno
transcende a forma física, já que um
Espírito pode transcender a barreira das
dimensões e se inter-relacionar com
outros espíritos”.
As principais obras que representaram as diferentes religiões estabelecidas sobre a crosta terrestre também
são mediúnicas. Baccelli lembra que a
Bíblia é um livro mediúnico, um
repositório de fenômenos. Zoroastro era
médium. Sócrates se referia a seu
“daimon”, ou espírito particular, e se
inteirou do fenômeno no templo do deus
Apolo, em Delfos. Buda era dotado de
forças medianímicas e à semelhança de
Jesus, venceu as forças contrárias de um
mundo hostil com amparo da
Espiritualidade Superior.
Também Maomé se isolava no
Monte Ira, caía em êxtase e contemplava
o Espírito de Gabriel. A partir desta
contemplação, ditou o Corão para seu
secretário. Antes mesmo de Allan
Kardec, a Terra, lembra Baccelli, teve
grandes medianeiros, como o vidente
Emmanuel Swedenborg, da Suécia, e
Andrew Jakson Dawis, o qual pressentiu
a chegada da Revelação Espírita.
Em 31 de março de 1848, Dawis
revelou: “Sinto que passou por mim uma
brisa suave, prenunciando novos
acontecimentos para a humanidade”. Foi
neste dia que as irmãs Fox começaram as
comunicações com o espírito de Charles
Rosma, preparando o terreno para as
mesas girantes e o advento do
Espiritismo. “O diálogo entre os dois
planos da vida se fortaleceu neste
momento”, sentencia Baccelli.
Com Kardec, os Espíritos
Superiores se submeteram aos grandes
questionamentos da humanidade.
Finalmente bruxos, pitonisas,
feiticeiros, “estranhos”, videntes,
curadores, foram entendidos. A partir
de sua origem mediúnica, a Doutrina
Espírita é fruto justamente do
intercâmbio entre os dois planos da
vida. “Quem nega a mediunidade na
Doutrina Espírita, está negando a
história da mediunidade na própria
Religião”, afirma o médium.
Para Carlos Baccelli, a Igreja
Católica Apostólica Romana está
repleta de médiuns, tanto na sua
história, como nos dias de hoje. O livro
“Mediunidade dos Santos”, de Clóvis
Tavares, mostra a biografia dos santos
da Igreja, todos eles marcados por
amplos e inequívocos fenômenos de
intercâmbio mediúnico. E finalmente,
Em Florianópolis visite o
icef
instituto de cultura espírita da capital
Rua Professora Enoé Schuttel, 297
Bairro da Trindade
Caixa Postal 624 • CEP 88.010.970
Florianópolis • SC
Saite: www.icef-sc.com.br
há em Chico Xavier a exemplificação
máxima deste intercâmbio.
Doutrina precisa sintonia com a ciência
Na opinião de Baccelli, a Doutrina
“desenvolver a mediunidade”, mas era
Espírita, dentro do dinamismo que a
difícil ver alguém perguntando como
caracteriza, não pode ser trancada dentro de
desenvolver a bondade, o perdão, o
uma ortodoxia que a pretende ver encerrada
cultivo dos valores do coração, e não
dentro de “dogmas”
apenas a inteligência.
ultrapassados – justamente
Vale destacar que uma
porque Kardec estabeleceu que a
percepção do mundo espiritual
Doutrina Espírita iria andar de
só é possível por dois fatores: a
passo com a ciência, e segui-la. E
mediunidade (incluindo aí o
um maior entendimento da
animismo, capacidade de
mediunidade só é conseguido
sentirmos o que vem de nosso
junto a bem formados grupos de
próprio espírito, conhecimentos
estudos e de vivência cristã. Vale
oriundos de vidas passadas) e a
lembrar a assertiva de Odilon
reencarnação. Para Kardec, a fé
Fernandes: “o centro espírita é o
raciocinada advinda do
Carlos Baccelli
lar da mediunidade”. E
conhecimento doutrinário vem
desenvolver a mediunidade, em
combater o materialismo em seu
essência, significa desenvolver o próprio
próprio campo de atuação. E a mediunidade,
espírito, recomenda o médium de Uberaba.
dentro da Doutrina Espírita, nos traz a
“É desenvolver o amor, a renúncia, a
certeza da imortalidade da alma. “Não
fraternidade, a benevolência, a
adianta que a idéia da sobrevivência se
indulgência, virtudes, enfim”.
enraíze em nossa consciência, sem
Carlos Baccelli lembra que Chico
Evangelho no coração”, pontua Baccelli.
sempre dizia que era fácil ver confrades
“Senão, o que fazer com nossa própria
perguntando e querendo saber como
imortalidade?”.
Arquivo/EE
••• Juvan de Souza Neto
espaço espírita
Outubro de 2008
Entrevista
9
Weimar Muniz de Oliveira, presidente da FEEGO:
“Vamos estudar Chico Xavier”
Presidente da Federação Espírita de Goiás alerta espíritas que a Obra de Francisco Cândido Xavier
não pode cair no esquecimento, e cita a importância da série André Luiz e dos livros de Emmanuel
Divulgação
••• Da Redação
Entrevista a Ivana Raisky
Nesta entrevista feita por
Ivana Raisky, diretora de
Comunicação Social da
Federação Espírita de Goiás
(FEEGO), o presidente daquela
unidade federativa, Weimar
Muniz de Oliveira, aborda a
importância do Estudo não só
da Codificação Espírita (o
qual, diga-se de passagem,
deve ser obrigatório para
todas as casas bem
orientadas), mas também das
obras psicografadas por
Francisco Cândido Xavier, que
estão sendo esquecidas em
muitos centros de nosso país.
Muitos adeptos da Doutrina
não conhecem obras como
“Evolução em Dois Mundos”,
“Roteiro”, “A Caminho da
Luz” e “Instruções
Psicofônicas”, entre outras.
Pergunta – O que
representam a obras
psicografadas por Francisco
Cândido Xavier no contexto
da Doutrina Espírita?
Weimar – As obras
psicografadas por Francisco
Cândido Xavier foram
programadas pelos Espíritos
Codificadores, sob a
supervisão do próprio Mestre
Jesus, como complementares
da Codificação Kardequiana,
que concretiza entre nós o
cumprimento de sua
promessa sobre o Consolador,
conforme está no Evangelho
de João (Cap. XIV, vv. 15 a 17 e
26).
Pergunta – O senhor vê
como importante e
necessária a divulgação da
obra psicografada por Chico
Xavier?
Weimar – Não tenho
dúvida quanto a isso. Se a
obra de Allan Kardec é a base
estrutural do Espiritismo, as
obras recebidas por Chico
Xavier representam a sua
continuidade natural. Uma
análise, mesmo superficial, é
mais que suficiente para
demonstrar e convencer os
estudiosos da Doutrina
Espírita sobre a veracidade
desta afirmativa.
No aspecto científico, por
exemplo, os 23 livros, de
autoria de André Luiz, são um
verdadeiro acervo de
conhecimento e revelações.
Destacando apenas duas
dessas obras – “Evolução em
Dois Mundos” e “Mecanismo
da Mediunidade”, sabe-se que
a ciência acadêmica haverá de
caminhar por muitos decênios
ainda, até que possa, lá um
dia, ter acesso àquele nível de
saber.
Pergunta – Das 439 obras
recebidas pelo médium do
Plano Espiritual, quais as que
poderiam ser destacadas?
Weimar – Dada a
importância de todas elas,
torna-se difícil enumerar as
que podem ser consideradas
mais importantes, além de
que nesse ponto as opiniões
podem variar. Para mim, eu
destacaria, no riquíssimo
acervo, as obras de
Emmanuel, André Luiz,
Humberto de Campos e o
primeiro livro recebido por
Chico, em 1932: “Parnaso de
Além Túmulo”.
Pergunta – Entre elas,
quais as preferidas por Chico
Xavier?
Weimar – Pelo que se lê
nas obras biográficas sobre o
médium, tem ele um
mimo especial por “Paulo
e Estêvão”, de autoria de
Emmanuel; “Boa Nova”,
de Humberto de Campos;
e “Cartas de uma
Morta”, de sua mãe,
Maria João de Deus. Não
se pode esquecer, porém, que a
recepção do “Parnaso de Além
Túmulo” trouxe-lhe grande
alegria, não apenas pela
beleza dessa produção
literária, mas também porque
Chico, amigo das musas,
transitou também pelos
jardins do Olimpo, na aurora
de sua juventude, até
entregar-se em definitivo à
Pensando
em Suicídio?
Deus
ama você!
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ORIENTAÇÃO!
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psicografia.
Pergunta – Como tem
sido a aceitação das obras de
Chico no Exterior?
Weimar – As obras
psicografadas por Chico
Xavier tem sido unanimidade,
não só no Brasil, mas também
no Exterior. Com a finalidade
precípua de ampliar, alargar e
completar o Pentateuco
Kardequiano, em estilo
espontâneo, simples e
escorreito. Não tenho dúvida
de que vieram para ficar.
Pergunta – Que
influência tais obras tem
conseguido entre os não
espíritas e simpatizantes?
Weimar – As obras
espíritas, no Brasil, com
destaque das psicografadas
por Chico Xavier, são lidas
por simpatizantes e até por
não espíritas. Daí por que
inúmeras pessoas, após lê-las,
tornarem-se espíritas.
Pergunta – Nos campos
doutrinário e da Assistência
e Promoção Social, no Brasil
e no Exterior, como tem sido
a influência de Chico Xavier?
Weimar – A influência de
Chico nos campos doutrinário
e da Assistência, Promoção e
Inclusão Social sempre foi das
mais notáveis, no Brasil e no
Exterior, tendo inspirado a
fundação de inúmeros núcleos
espíritas. Não é exagero
afirmar-se que o movimento
espírita, no Brasil e em todo o
Planeta, tem dois momentos:
ANTES E DEPOIS DE CHICO
XAVIER.
Pergunta – Como era o
relacionamento de Chico
Xavier com os companheiros
de ideal?
Weimar – Sempre
demonstrou a preocupação
espontânea e cordial de
valorizar os companheiros de
ideal espírita, apoiando-os e
até mesmo delegando-lhes
iniciativas, como, aliás,
aconteceu conosco, quando foi
procurado, na Comunhão
Espírita Cristã, em Uberaba,
por duas moças de nossa
relação de amizade e de
trabalho espírita, que lhe
pediam orientação para
reabrir o Centro Espírita
“Emmanuel”, de São Gotardo,
dizendo-lhes e apontandonos, ao mesmo tempo: “não é
Para Weimar, obras
como “O Consolador”,
“Parnaso de Além
Túmulo”, “Roteiro” e
“Evolução em Dois
Mundos” devem ser
estudadas assim
como as Obras Básicas
da Codificação de
Allan Kardec
a mim que vocês devem pedir
orientação, não, mas, sim, ao
Weimar e à Cleuza, e eles
estão aqui”.
Pergunta – O senhor tem
idéia de quantas entidades
espíritas surgiram no Brasil e
no Exterior por influência de
Chico Xavier?
Weimar – Não é possível
fazer-se uma idéia do número
de entidades espíritas
fundadas por inspiração ou
sugestão de Chico Xavier.
Posso afirmar, porém, que
foram milhares. O Centro
Espírita “Emmanuel”, que
fundamos em São Gortardo,
no Estado de Minas Gerais, em
1964, foi por sugestão de
Chico.
Pergunta – Com relação
aos três aspectos da
Doutrina, qual a posição do
médium? Há destaque
atinente ao aspecto
religioso da Doutrina
Espírita?
Weimar – A posição de
Chico, com relação aos três
aspectos da Doutrina
Espírita, sempre foi muito
clara e definida. Segundo ele,
todos os aspectos são
importantes, mas faz questão
de destacar o aspecto
religioso e sentimental do
Espiritismo, asseverando que,
não obstante a importância e
beleza dos aspectos filosófico
e científico, é o aspecto
religioso que realiza a nossa
ligação com o Criador. É de
lembrar-se, por oportuno, da
posição de Emmanuel, que
diz, noutras palavras, que os
três aspectos do Espiritismo
representam um triângulo de
forças espirituais, em que na
base estão a Filosofia e a
Ciência, mas a Religião, a
essência, está no vértice.
Pergunta – Que dizer
sobre o homem Francisco
Cândido Xavier?
Weimar – Diz-se que a
obra fala de seu autor. Falar
de Chico Xavier, tanto como
intérprete de 439 obras, cuja
literatura não tem paralelo
na história da humanidade,
tanto como homem, exemplo
de humildade e amor
incondicional a todos os seres
vivente, é muito fácil. Basta
que se examinem o homem e
sua obra.
Pergunta – Qual a
contribuição pessoal de
Chico Xavier nas obras por
ele psicografadas?
Weimar – Já tive a
oportunidade de afirmar,
alhures, que: assim como
Allan Kardec não foi apenas o
Codificador do Espiritismo,
mas também seu co-autor,
Chico Xavier, ao psicografar
as obras complementares da
Codificação não foi apenas
seu intermediário, mas sim
co-autor.
espaço espírita
Paulo Beduschi
SABEDORIA
DO
DO LIVRO
LIVRO DOS
DOS ESPÍRITOS
ESPÍRITOS
Vitória sobre o materialismo
P. 136 a) - Pode o corpo existir sem a alma?
R. “Pode; entretanto, desde que cessa a vida do
corpo, a alma o abandona. Antes do nascimento, ainda
não há união definitiva entre alma e o corpo; enquanto
que, depois dessa união se haver estabelecido, a morte
do corpo rompe os laços que o prendem à alma e esta o
abandona. A vida orgânica pode animar um corpo sem
alma, mas a alma não pode habitar um corpo privado de
vida orgânica.”
b) - Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma ?
R. “Simples massa de carne sem inteligência, tudo o
que quiserdes, exceto um homem.”
•••
Como podemos notar a questão traz à tona um tema
da atualidade, sobre células tronco a partir de embriões
fecundados e o dilema de ter de matá-los para se obter
estas mesmas células tronco.
Isso toca na questão ética da vida, pois sabemos
que toda fecundação a partir do embrião já poderia ou
não ter um espírito ligado ao embrião.
Mas os Espíritos nos dizem que pode haver vida
física (embrião) sem uma união da alma, e que poderemos
chamar isso de qualquer coisa menos de homem.
A questão é que para os embriões fecundados para
se obter as células troncos, estariam com espíritos ligados
a eles, e que se matassem esses mesmo embriões
caracterizaria aborto, o qual seria um crime perante as
leis Divinas.
Embora até o momento não se teve nenhuma
orientação conhecida e segura da Espiritualidade em
relação a esta questão ética, o próprio Livro dos Espíritos
nos traz uma luz que proporciona a possibilidade de
fecundação sem que um espírito esteja ali ligado.
Podemos levantar algumas outras dúvidas neste
processo: - será que os Espíritos Superiores permitiriam
que se ligasse algum espírito a esses embriões cuja
finalidade seria a mera doação das células troncos e
depois seriam descartados ?
Ou será que se caso fosse ligado algum espírito ao
embrião, este espírito já estaria consciente da
característica desta fecundação e se soubesse já não
seria cônscio de que não teria chances de reencarnar ?
E ainda, se esta experiência fosse uma espécie de
expiação necessária a estes espíritos que se ligassem
aos embriões condenados à morte após a retirada das
células troncas ?
Meus irmão espíritas, a questão é mais complexa do
que parece, e ainda me parece que o progresso às vezes
exige sacrifícios tanto dos encarnados como dos
desencarnados. Cada um dá aquilo que pode e está
disposto. Muitas guerras já serviram para se desenvolver
remédios, tecnologias, etc., que se tornaram úteis ao
homem, embora estas idéias úteis na posteridade fossem
sombrias no seu nascimento.
Ou seja, os Espíritos Superiores fazem uma limonada
a partir de um limão. É a vida que ainda não compreendemos os propósitos superiores da Providência, nem
os métodos tampouco. Somos ainda tão aprendizes como
já temos um sentido de justiça dentro de nós que nos faz
desconfiar, criticar, cercear tudo aquilo que entendemos
ameaçar essa mesma Justiça Divina.
Isso é natural e caracteriza nossas almas já
despertas ao bem comum, mas não podemos deixar de
entender que ainda não sabemos tudo. Aguardemos por
enquanto as Mãos do Criador tocar a grande sinfonia da
vida através de Sua sabedoria suprema e perfeita.
Outubro de 2008
Agende-se
Visite uma Casa Espírita
•CIDADE/CENTRO
10
Vá ao Centro Espírita mais próximo
de sua casa e conheça o Espiritismo
•ATIVIDADES
•LOCALIZAÇÃO
Barra Velha
C.E. Jesus
de Nazaré
2ª feira - 20h
4ª feira - 18h45
4ª feira - 20h
3ª feira - 14h30
Sábado - 17h
Domingo - 10h
Estudo do Evangelho , Grupo Mediúnico + Vibrações
Conversa fraterna e orientação sob a ótica espírita
Palestras públicas, tratamento fluidoterápico e Evangelização
Grupo de Senhoras Voluntárias - Trabalho Artesanal
Estudo Seqüencial do Livro dos Espíritos e Vibrações
Debate sobre “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e Passes
Rua Lauro
Ramos, 130
Centro - Fone (47)
456.3402 ou
3456.0227
Gaspar
C.E. Caminho
3ª feira - 20h
- 21h
4ª feira - 19h30
Palestra espírita pública e aplicação de passes
Curso do Livro dos Espíritos
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Rua Alessandro
Pires, s/nº-bairro
Santa Terezinha
Itajaí
C.E. Anjo
da Guarda
Palestra espírita pública e aplicação de passes
2ª feira - 20h
3ª e 5ª feira - 15h30 Palestra pública e passes
2ª e 6ª feira - 19h30 Atendimento fraterno
3ª e 5ª feira - 15h Atendimento fraterno
Estudo seqüencial do Livro dos Espíritos
3ª feira - 14h
Estudo seqüencial do Livro dos Espíritos e Passes
6ª feira - 20h
Estudos espíritas para infância e juventude
Sábado - 10h
Rua 15 de
Novembro, 405,
centro de Itajaí.
Próximo à Polícia
Federal
Navegantes
C.E. O Bom
Pastor
2ª feira - 20h
3ª feira - 15h
- 20h
4ª feira - 20h
6ª feira - 20h
Estudo Sistematizado do Livro dos Espíritos
Passe e Atendimento Fraterno
Palestra pública e aplicação de passes
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Palestra pública e aplicação de passes
Rua Itamar da Luz,
168
Centro
da Cidade
Fone 319-3977
Penha
C.E. Luz do
Caminho
2ª feira - 20h
2ª feira - 16h
3ª feira - 20h
3ª feira - 15h
Sábado - 19h
Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita
Atendimento Fraterno, Evangelho e Passe
Estudo Seqüencial do Livro dos Espíritos
Grupo de Apoio aos Depressivos - Tratamento psicossocial
Palestra Pública, Passe e Atendimento Fraterno
Rua Jahiel M.
Tavares, 785. Fone
3345-5044 - Armação, esquina com
Mercado Provesi
Baln. Piçarras
C.E. Allan
Kardec
2ª feira - 20h
5ª feira - 20h
Sábado - 20h
Estudos do Livro dos Espíritos
Palestra Pública e Passe
Palestra Pública e Passe
Rua Joaquim
L. das
Neves, 29 - Centro
Baln. Piçarras
C.E.Trabalhadores
da Última Hora
2ª feira - 20h
Estudo Sistematizado do Espiritismo - Unidade 100
6ª feira - 20h
Palestra Pública e Passes
Rua Mário Brás de
Santana,104,centro.Ao
lado de Tina Cabeleireira Fone: (47) 3470480
Baln. Piçarras
C.E. Luz do
Evangelho
2ª feira - 19h
3ª feira - 20h
5ª feira - 14h
6º feira 14h
Sábado
Estudo e reunião mediúnica
Reunião Doutrinária e Palestra
Encontro Fraterno
Orientações e aplicação de passes
Fluidoterapia (das 9h às 12h e das 14h às 18h)
Rua João de Deus
Carvalho, nº 2100
Bairro Santo Antônio
Joinville
C.E. Paz
do Senhor
4ª feira
6ª feira
4ª feira
6ª feira
4ª feira
2ª feira
-
Atendimento fraterno (também às 14h25)
Atendimento fraterno (também às 19h50)
Palestras doutrinárias (também às 15h)
Palestras doutrinárias (também às 20h45)
Estudo da Doutrina Espírita (Esde) (também às 14h30)
Estudo do Livro dos Espíritos (também terças, 13h30 e 14h25
Rua João Pessoa,
172
Saguaçu
Joinville - SC.
Fone (47)
3425-9278
2ª feira
2ª feira
3ª feira
3ª feira
3ª feira
4ª feira
5ª feira
Sábado
Domingo
- 20h
- 20h
- 14h
- 16h
- 20h
- 16h
- 14h
- 15h
- 19h
Palestra e passe espiritual
Evangelização de 4 a 11 anos
Núcleo de Costura
Estudo Sistematizado da Doutrina (ESDE)
Estudo Sistematizado e Livro dos Espíritos
Atendimento fraterno e passe espiritual
Núcleo de Costura
Atendimento fraterno e passe espiritual
Juventude (11 a 22 anos)
Rua João Pessoa,
Rua
172 Laureano José
de
Almeida, 46
Saguaçu
Bairro
São- SC.
Joinville
João
FoneItajaí
(47) - SC.
(principais atividades)
Itajaí
C.E. Jesus
Nazareno
13h45
19h
14h30
20h
13h30
19h30
3425-9278
Os recursos advindos da venda serão destinados às obras educacionais e assistenciais da
Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis • FECFAS, de Belo Horizonte, MG, Casa de
Chico Xavier, de Pedro Leopoldo, MG, e do Lar Espírita André Luiz, de Petrópolis, RJ
espaço espírita
Para você refletir
Presente
de Amor
••• André Luiz
Texto psicografado por
Chico Xavier, de “Respostas
da Vida”, Editora Ideal
Quando você houver
beneficiado a alguém
consolide a sua bondade
com o silêncio sobre a
dádiva que fez para que
você não humilhe quem
a recebe.
Não se oponha
contra quem fale pelo
simples prazer da
contradita.
Preste uma
informação sem
desprimorar quem a
solicita.
Converse sem
desejar parecer maior ou
melhor que os
circunstantes.
Habitue-se a evitar
confrontações para não
ferir as suscetibilidades
de quem ouve.
Tolere o
apontamento menos feliz
de algum amigo sem
irritação e sem revide.
Barra
Cultive a paciência
nos momentos difíceis,
abstendo-se de agravar
tribulações e problemas.
Não tente o coração
alheio com promessas
que não deseje e nem
possa cumprir.
A tenda ao bem pela
alegria de servir, sem
cobrar tributos de
gratidão.
Não exija a
cooperação dos outros em
tarefas que você possa
realizar por si mesmo.
Espalhando esses
presentes de amor estará
você efetuando na
organização cambial da
vida os seus melhores
investimentos de paz e
felicidade.
velha
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ESTAMOS PREPARANDO PRA VOCÊ...
vem aí...
12ª FEIRA DE
VERÃO EM
2009
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• Do livro “Cartas do Dr.
Inácio para os Espíritas”
A carta do Dr. Inácio
para a mãe da menina com câncer
Minha filha, a sua
carta de mãe me
comoveu. Senti vontade
de chorar com você, ao lêla, relatando o drama da
filhinha de 8 anos
vitimada pela leucemia,
após uma luta que se
arrastou por vinte e
quatro meses, inclusive
com um transplante de
medula malsucedido.
Você me fala de seu
anjo de cabelos
encaracolados, ficando o
tempo todo resignada,
ante os agressivos
tratamentos
quimioterápicos que, cada
vez mais, a deixavam
abatida e desfigurada.
Em suas palavras,
você me solicita: - “Dr.
Inácio, encontre-a para
mim e cuide dela...”
Acredite, o seu pedido
soou como uma ordem ao
meu coração. Já estou
providenciando localizála, para transmitir-lhe as
suas notícias, todavia não
pense que, deste Outro
lado, existam crianças
abandonadas, qual,
infelizmente, acontece na
Terra. Neste sentido, os
nossos serviços são muito
mais perfeitos que os dos
homens encarnados, que,
de maneira geral, na
infância desvalida,
relegam o próprio futuro
ao descaso.
Se, por exemplo, a
sua filhinha desencarnada
não estiver sob a tutela de
familiares que a
precederam na viagem de
volta, estará aos cuidados
de uma família que, de
imediato, a terá adotado,
protegendo-a, em nome
de Deus, para você, até
que, um dia, o reencontro
lhes seja possível.
Não chore! Obterei as
informações que você
deseja e, mesmo que não
possa repassá-las em
detalhes ao seu coração,
devido a dificuldades
técnicas comuns na tarefa do
chamado intercâmbio
mediúnico, você não ficará
sem o conforto da fé na
imortalidade.
Se tudo desaparecesse
no Universo, as mães e as
crianças, além dos gatos,
não desapareceriam nunca!
O Amor sobrevive a qualquer
tipo de destruição. A morte é
uma ilusão da qual
precisamos nos desfazer de
uma vez por todas.
Você, ainda, me
pergunta o que seu anjinho
terá feito para merecer tão
triste provação... Reflita:
Deus não é injusto! – “A
minha filha, Doutor –
argumenta -, uma flor que
sequer chegou a
desabrochar, fenecendo a na
própria haste...” Em cada
existência, o espírito vivencia
as experiências que mais
necessita ao seu progresso.
Não há, entre uma vida e
outra, solução de
continuidade, como não
existem hiatos na Criação
Divina. Em vidas pregressas,
todos já nos equivocamos
muito, acumulando
amarguras e decepções. Os
nossos erros, quando
extrapolam, se nos fixam o
corpo espiritual, e
conseqüentemente, se
refletem no corpo de carne,
que, por assim dizer, é a
parte mais externa de nós
mesmos. A doença é
processo de cura no espírito!
Outra coisa: em tudo
que lhe aconteceu, você tem
à sua disposição excelente
material para concluir que,
de fato, a Vida é bem mais
do que os homens
comumente imaginam. Que
sentido, por exemplo, ela
teria para você e sua filhinha,
ante a felicidade que parece
reservar a outras mães junto
aos rebentos amados? De
que critérios ela se utilizaria
para conceder a uns o que
nega a outros? (...)
A UNIÃO ENTRE VARIEDADE, QUALIDADE E
BONS PREÇOS • ANEXO MINI MERCADO
BR 101 KM 90
Itajuba - Barra Velha
11
• Lições dos Espíritos
através da psicografia de
Carlos Baccelli
Chico Pescados
Fone 3457.6919
Outubro de 2008
Reflexão
Thaís partiu, mas ficou a certeza da imortalidade da alma
Está escrito em “O
Evangelho Segundo o
Espiritismo”, no capítulo 9,
que “a dor é uma bênção
que Deus envia a seus
eleitos...” Somente pela
visão espírita, o homem será
capaz de entender o
sofrimento na condição de
bênção. Não foi por outro
motivo que Jesus bemaventurou os aflitos! Não me
encontro entre os
apologistas da dor – quando
encarnado, a piorréia
generalizada começou a
atormentar muito, fui ao
dentista e mandei que todos
os meus dentes fossem
extraídos; coloquei duas
“chapas”, ou seja, duas
dentaduras, e... pronto. No
entanto, devo reconhecer
que quem não sofre, ainda
que seja um tiquinho só, não
cresce! É neste sentido que a
dor é uma bênção e que a
aflição é boa. A dor
retempera o aço que somos,
e o amor dá os retoques
finais à obra-prima!
Espero que você esteja
me compreendendo. Colocome em seu lugar de mãe e,
apenas de admitir um filho
meu desencarnando antes de
mim, quase vou à loucura...
Se somente de pensar na
hipótese me transtorno,
imagine você, minha irmã, na
experiência real da mais
doída de todas as saudades!
Conheço mães deste
Outro Lado que vivem
completamente
desassossegadas pelos filhos
que deixaram no mundo.
Quando não podem, por si
mesmas, ir e vir de iniciativa
própria à superfície do Orbe,
vivem procurando os nossos
serviços de informação, com
o intuito de obterem notícias
daqueles que parecem ter
sido formados de um
pedaço do seu coração. As
mães não esquecem nunca!
Se, na reencarnação, não
houvesse a bênção do olvido
temporário, as mães
haveriam de querer ser
sempre mães dos mesmos
filhos... Seria um problemão
para Deus, concorda?
Mas voltemos ao
assunto central desta carta,
que espero possa chegar às
suas mãos. Não se preocupe,
minha irmã. Farei o que
estiver ao meu alcance para
encontrar a sua menina. Ela
será, com a sua permissão e
a dos verdadeiros avós, é
claro, a minha primeira neta
adotiva. Peço aos seus pais e
aos pais de seu marido para
não ficarem com ciúmes.
Eu sempre estive
dividido entre os meus
Divulgação
pacientes no Sanatório e
as crianças no Lar Espírita,
que, com um grupo de
amigos, fundamos em
Uberaba – um Lar que só
acolhia meninas, que eu
gostava de ver sempre bem
penteadas e de fitinhas
amarradas aos cabelos!
Que festas, meu Deus, elas
faziam para mim quando,
escapulindo do Sanatório
para respirar, eu as visitava,
apertando as bochechas
rosadas de uma e de
outra!
Portanto, fique
tranqüila e, enquanto
espera pelos Desígnios
Divinos, não sossegue a
sua capacidade de amar
a outras crianças,
principalmente àquelas que
foram enjeitadas pelos seus
genitores biológicos. É
possível que possa detectálas no primeiro semáforo,
sujas, desnutridas e
maltrapilhas, estendendo a
pequena mão à indiferença
dos que passam, incapazes
sequer de levantar o vidro
do carro para uma palavra
de carinho... Meu Deus,
quanto carma,
coletivamente, a
Humanidade está
acumulando para si
mesma!
Vá, minha irmã, ainda
hoje se possível, a uma
creche ou a um orfanato,
em nome de sua filhinha,
que tanto amor continua
recebendo de você, levar
um pouco de amor aos
garotos de futuro incerto...
faça pelos filhos sem pais
no mundo o que os pais
sem filhos deste Outro
Lado haverão de fazer pela
sua pequena Thaís!
Perdoe-me se não
pude lhe responder
segundo as suas
expectativas. Para falar de
igual para igual a uma mãe
sofredora, penso que só
outro coração de mãe
sofredora, e eu – pobre de
mim! – nem as alegrias da
paternidade pude
conhecer.
espaço espírita
Outubro de 2008
Infantil
12
Design e Ilustrações: Rita Foelker • www.edicoesgil.com.br
Espiritismo pra galerinha!
abcdefhijklmopqr
Decifre o código e descubra uma conhecida frase do Espírito da Verdade!
4
Pinte as figuras imaginando
como fica nosso personagem:
a) Antes do Passe
b) Depois do Passe
1
Obras Básicas
2
Pinte de vermelho o primeiro livro espírita publicado por Allan Kardec. Pinte de
amarelo o livro que traz explicações dos ensinamentos morais de Jesus.
Pinte os demais livros como quiser.
O que é a “lei de causa e efeito”?
5
Cantinho do Tio Chico Xavier!
3
RESPONDA COM SUA OPINIÃO:
O que é preciso para ser um bom espírita?
Resp.:.........................................................................
........................................................................................
........................................................................................
Você já pode
assistir aos programas
Causa: A menina abraça a mãe.
Efeito: A mãe sorri, contente.
Todas as palavras, pensamentos e ações das
pessoas criam efeitos.
Causas são fatos ou atos que criam mudanças.
Efeitos são o mesmo que resultados, consequências.
Algumas causas dão bons efeitos. Outras, não.
Quando não gostamos dos efeitos, podemos fazer mudanças.
Quando mudamos as causas, os efeitos também mudam.
•••
A lei de CAUSA E EFEITO também é
conhecida como lei de AÇÃO E REAÇÃO.
de dona Isabel pela internet!
basta acessar www.acasadocaminho.com.br
e conhecer o saite da Comunidade Espírita
A Casa do Caminho, de Juiz de Fora - MG.
Isabel Salomão de Campos • 64 anos dedicados à Mediunidade de Cura
Um jogo é uma brincadeira em
que a ação de um jogador causa
a reação do outro jogador.
Jogos e brinquedos causam
alegria a muita gente!
(E tristeza também...)
Respostas: 1) Espíritas, Amai-vos e Instruí-vos!; 2) O Livro dos Espíritos = vermelho / O Evangelho Segundo O Espiritismo = amarelo; 4) Antes do passe: tons mais escuros; depois do passe: tons radiantes e dourados.
espaço espírita
1858•2008
Revista
Espírita,
150 anos
••• Da Redação
Com informações de “O Espírita Mineiro”
Desde janeiro deste ano, o movimento espírita brasileiro e internacional
comemora os 50 anos do lançamento do
primeiro número da “Revista Espírita”,
feito pelo Codificador Allan Kardec em
janeiro de 1858, na França, com o objetivo de divulgação da nova Doutrina.
Em “Obras Póstumas”, há o registro do
Codificador com o comentário dos
Espíritos Superiores e a idéia lançamento do chamado “Jornal de Estudos
Psicológicos” – primeira publicação
regular do Espiritismo sobre a face do
orbe terrestre.
“R. - A idéia é boa, mas um só
número não bastará; entretanto, é
conveniente e mesmo necessário, para
abrir caminho. Será preciso que lhe
dispenses muito cuidado, a fim de
assentares as bases de um bom êxito
durável. Ao apresentá-la defeituoso,
melhor será nada fazer, porquanto a
primeira impressão pode decidir do seu
futuro. De começo, deves cuidar de
satisfazer à curiosidade; reunir o sério
ao agradável: o sério para atrair os
homens de Ciência, o agradável para
deleitar o vulgo. Esta parte é essencial,
porém a outra é mais importante, visto
que sem ela o jornal careceria de
fundamento sólido. Em suma, é preciso
evitar a monotonia por meio da
variedade, congregar a instrução sólida
ao interesse que, para os trabalhos
ulteriores, será poderoso auxiliar”.
Em Nota, Kardec comenta os riscos
da empreitada e os resultados. “Apressei-me a redigir o primeiro número e filo circular a 10 de janeiro de 1858, sem
haver dito nada a quem quer que fosse.
Não tinha um único assinante, nenhum
fornecedor de fundos. Publiquei-o
correndo eu, exclusivamente, todos os
riscos e não tive de que me arrepender,
porquanto o resultado ultrapassou a
minha expectativa. A partir daquela
data, os números se sucederam sem
interrupção e, como previa o Espírito,
esse jornal se tomou um poderoso
auxiliar meu”.
E completa o professor lionês:
“Reconheci mais tarde que fora para
mim uma felicidade não ter tido quem
me fornecesse fundos, pois assim me
conservara mais livre, ao passo que
outro interessado houvera querido
talvez impor-me suas idéias”.
Hoje, o movimento espírita reconhece a coragem do Codificador no lançamento das publicações que dão vida à
Doutrina Espírita. Comemorar os 150
anos da Revista Espírita é refletir sobre
a qualidade das nossas publicações, que
têm por objetivo divulgar o Espiritismo.
A Revista Espírita, em seus 12 volumes
originais, ainda uma desconhecida, está
à disposição do público brasileiro, em
nova edição preparada pela Federação
Espírita Brasileira, com tradução feita
por Evandro Noleto Bezerra.
Outubro de 2008
Movimento
13
Nada de igrejismo:
Herculano Pires faz
alerta aos centros
No livro “O Centro Espírita”, Herculano, o
“metro que melhor mediu Kardec” dá o conceito
exato da casa espírita fraterna e ideal, e destaca
que o cientificismo exacerbado é tão prejudicial
à Doutrina quanto o misticismo alienante
misticismo que muitas vezes causa a
estagnação pessoal. A grande aliada a
essa evolução é a razão.
Entretanto, Herculano também nos
alerta que o cientificismo exacerbado é
tão perigoso para a real compreensão
doutrinária como o misticismo.
espírita entre nós e reconduzirmos o
nosso movimento a uma posição
doutrinária digna e coerente, é preciso
compreender que a Doutrina Espírita é
um chamado viril à dignidade humana,
à consciência do homem para deveres e
compromissos no plano social e no plano
espiritual, ambos conjugados em face
das exigências da lei superior da
Evolução Humana. Só nos aproximaremos da Angelitude, o plano
superior da Espiritualidade, depois de
nos havermos tornado Homens”.
Na seqüência, Herculano informa
que os espíritas estão, na linha evolutiva espiritual, em condições de
alcançarem a Angelitude, desde que
tenham a necessária compreensão
doutrinária e a vontade real e profunda
que afeta toda a sua estrutura individual. O grande perigo é a ilusão do
Por fim, no último parágrafo da
Introdução, ele nos esclarece que o
objetivo da obra é constituir-se em um
estudo sobre “as origens, o sentido e sua
significação [do centro espírita] no
panorama atual”. Termina com um
alerta muito importante: “Os que
desejam atualizar a Doutrina, devem
antes cuidar de se atualizarem nela”.
Hoje, mais do que nunca, as palavras
finais da introdução do livro “O Centro
Espírita” se mantêm atuais. Portanto,
urge que conheçamos, estudemos e
apliquemos a base da Doutrina Espírita:
Kardec. E vale ainda destacar o conceito
de Emmanuel, pela psicografia de Chico
Xavier: "O Centro Espírita é uma escola
onde podemos aprender a ensinar,
plantar o bem e recolher-lhe as graças,
aprimorarmo-nos e aperfeiçoar os
outros, na senda eterna".
••• Da Redação
Colaboração do internauta
Vantuir Fernandes Agra
Na introdução ao livro “O Centro
Espírita”, Herculano Pires nos convida
à reflexão sobre o conceito exato de
centro espírita. O filósofo começa por
afirmar que há um desconhecimento de
boa parte dos espíritas sobre o significado real de uma casa espírita verdadeiramente fraterna e ideal:
“Se os espíritas soubessem o que é o
Centro Espírita, quais são realmente a
sua função e a sua significação, o
Espiritismo seria hoje o mais importante
movimento cultural e espiritual da
Terra. Temos no Brasil – e isso é um
consenso universal – o maior, mais ativo
e produtivo movimento espírita do
planeta. A expansão do Espiritismo em
nossa terra é incessante e prossegue em
ritmo acelerado. Mas o que fazemos, em
todo este vasto continente espírita, é um
imenso esforço de igrejificar o
Espiritismo, de emparelhá-lo com as
religiões decadentes e ultrapassadas,
formando por toda parte núcleos
místicos e portanto fanáticos, desligados
da realidade imediata”.
Tece a seguir um alerta aos espíritas
que organizam os centros nos moldes
das antigas religiões cristãs organizadas, afirmando que se tornaram
meras cópias das várias igrejas cristãs,
com foco maior nas práticas místicas,
na oração “pedinchona” e não na real
reforma íntima que advém do estudo e
da prática da Doutrina. Herculano
prossegue afirmando que “Jesus
ensinou a orar e vigiar, recomendou o
amor e a bondade, pregou a humanidade,
mas jamais aconselhou a viver de
lamúrias, santidade fingida, disfarçada
em vãs aparências de humildade, que
são sempre desmentidas pelas ambições
e a arrogância incontroláveis do homem
terreno. Para restabelecemos a verdade
Foto Arquivo/Juvan Neto
Herculano continua atual: “Os que desejam atualizar a Doutrina, devem antes cuidar de se atualizar nela”
Dias 17, 18 e 19 de outubro
Apoio: CRE-1
Wanderley de Oliveira
O Médium de Ermance
Dia 17: Tema A Psicologia das Trevas
Estudar Kardec, a base
EM FLORIANÓPOLIS
Local: SEEDE • Servidão Marcelino Gonçalves, 71, Monte Verde
Dia 18: Tema Prazer de Viver - Novo Livro de Ermance Dufaux
Local: SERTE • Rua Allan Kardec, 142 • Centro
Dia 29: Tema Quem Sabe Pode Muito, Quem Ama Pode Mais
Local: SERTE • Rua Allan Kardec, 142 • Centro
Contribuição voluntária para o evento: Besc Agência 001/9 • conta 050576-8
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espaço espírita
Outubro de 2008
Especial
14
Para você refletir:
o jornal espaço espírita
orgulhosamente apresenta
O Novo Ônibus Livraria
Ensinamentos
fundamentais
do Espiritismo
O que é Deus? O que são Espíritos?
Qual o significado da Reencarnação?
••• Da Redação
••• Da Redação
Um novo Ônibus Livraria
Chico Xavier já está rodando o
Brasil, especificamente, a região
nordeste do país. O terceiro
veículo é uma iniciativa de
Abel dos Santos, de Sergipe,
que conheceu o projeto original
do ônibus em 1990, e tornou-se
um entusiasta da idéia. Abel é
colaborador do criador do
primeiro ônibus, Adjair
Fernandes, e se revezava com
Adjair no comando e
transporte dos livros. Em 14
anos, foram mais de 750
Na lateral, um grande e luminoso livro aberto, e abaixo, a assinatura do
cidades visitadas em todo o
médium de Emmanuel decoram o novo veículo. Ao lado, Chico e Jesus
país, e mais de 100 mil
exemplares do Evangelho
Segundo o Espiritismo
vendidos, além de centenas de
milhares de livros espíritas e
espiritualistas.
Ô ônibus de Adjair passou
pelo norte/nordeste de Santa
Catarina em meados de 2006 em cidades como Joinville até
Itajaí, entrando pelo Vale do
Itajaí e hoje está no extremo sul
do País. Já o novo e amplo
ônibus, conduzido por Abel,
iniciou sua trajetória de Luz no
nordeste. Foi totalmente
decorado com fotos de Chico,
Na outra lateral, novamente a assinatura de Chico, e no extremo, a postura clássica Jesus e Kardec, as quais
de Chico psicografando, amparado pelo benfeitor Emmanuel e por Allan Kardec reproduzimos ao lado. Nas
estantes, todas as obras de
Kardec, as mais de 400 obras de
Chico Xavier, cerca de 200 livros
de Divaldo Franco, entre outros.
Adjair e Abel calculam que já
distribuíram mais de 15 milhões
de mensagens espíritas avulsas
e gratuitas nestes 14 anos.
Dentro, as laterais contam com estantes adaptadas com cinco
prateiras cada, e no meio do corredor, mais uma prateleira
fixa de livros. Na foto ao lado direito, a traseira do ônibus,
com uma menina escolhendo o livro de Chico que vai ler
Acesse www.fec.org.br
Material compliado da FEB
• Deus é a inteligência
suprema, causa primeira de
todas as coisas. é eterno,
imutável, imaterial, único,
onipotente, soberanamente
justo e bom.
• O Universo é criação de
Deus. Abrange todos os seres
racionais e irracionais,
animados e inanimados,
materiais e imateriais.
• Além do mundo
corporal, habitação dos
Espíritos encarnados, que são
os homens, existe o mundo
espiritual, habitação dos
Espíritos desencarnados.
• No Universo há outros
mundos habitados, com seres
de diferentes graus de
evolução: iguais, mais
evoluídos e menos evoluídos
que os homens.
• Todas as leis da Natureza
são leis divinas, pois que Deus é
o seu autor. Abrangem tanto as
leis físicas como as leis morais.
• O homem é um Espírito
encarnado em um corpo
material. O perispírito é o
corpo semimaterial que une o
Espírito ao corpo material.
• Os Espíritos são os seres
inteligentes da criação.
Constituem o mundo dos
Espíritos, que preexiste e
sobrevive a tudo.
• Os Espíritos são criados
simples e ignorantes.
Evoluem, intelectual e
moralmente, passando de
uma ordem inferior para
outra mais elevada, até a
perfeição, onde gozam de
inalterável felicidade.
• Os Espíritos preservam
sua individualidade, antes,
durante e depois de cada
encarnação.
• Os Espíritos
reencarnam tantas vezes
quantas forem necessárias
ao seu aprimoramento.
• Os Espíritos evoluem
sempre. Em suas múltiplas
existências corpóreas
podem estacionar, mas
nunca regridem. A rapidez do
seu progresso intelectual e
moral depende dos esforços que
façam para chegar à perfeição.
• Os Espíritos pertencem a
diferentes ordens, conforme o
grau de perfeição que tenham
alcançado: Espíritos Puros,
que atingiram a perfeição
máxima; Bons Espíritos, nos
quais o desejo do bem é o que
predomina; Espíritos
Imperfeitos, caracterizados
pela ignorância, pelo desejo do
mal e pelas paixões inferiores.
• As relações dos Espíritos
com os homens são constantes
e sempre existiram. Os bons
Espíritos nos atraem para o
bem, sustentam-nos nas
provas da vida e nos ajudam
a suportá-las com coragem e
resignação. Os imperfeitos nos
induzem ao erro.
• Jesus é o guia e modelo
para toda a Humanidade. E a
Doutrina que ensinou e
exemplificou é a expressão
mais pura da Lei de Deus.
• A moral do Cristo,
contida no Evangelho, é o
roteiro para a evolução segura
de todos os homens, e a sua
prática é a solução para todos
os problemas humanos e o
objetivo a ser atingido pela
Humanidade.
• O homem tem o livrearbítrio para agir, mas
responde pelas conseqüências
de suas ações.
• A vida futura reserva
aos homens penas e gozos
compatíveis com o
procedimento de respeito ou
não à Lei de Deus.
• A prece é um ato de
adoração a Deus. Está na lei
natural e é o resultado de um
sentimento inato no homem,
assim como é inata a idéia da
existência do Criador.
• A prece torna melhor o
homem. Aquele que ora com
fervor e confiança se faz mais
forte contra as tentações do
mal e Deus lhe envia bons
Espíritos para assisti-lo. é este
um socorro que jamais se lhe
recusa, quando pedido com
sinceridade.
Notícias do movimento espírita • livros em destaque •
cursos e eventos • TV FEC • Biografias • Fotos e Vídeos
espaço espírita
Reencarnação
Outubro de 2008
15
Por que não lembramos de nossas vidas passadas? Neste artigo, Luiz Miiler aborda a delicada questão do
Esquecimento do passado
Allan Kardec e os Espíritos Superiores mostram com maestria a Justiça da Reencarnação e do
processo do esquecimento – oportunidade valiosa para nossa redenção espiritual e aprimoramento
Divulgação
nação não seriam maiores? Não
estamos sempre recomeçando?
Allan Kardec, o codificador
da Doutrina Espírita, em “O
Livro dos Espíritos”, questão
392, indaga sobre esse assunto
dos Espíritos de Luz o seguinte:
Por que o Espírito encarnado perde a lembrança do seu
passado?
Resposta: “O homem não
pode nem deve saber tudo. Deus
assim o quer, em sua sabedoria.
Sem o véu que lhe encobre certas
coisas, o homem ficaria ofuscado como aquele que passa sem
transição da obscuridade para
a luz. Pelo esquecimento do
passado ele é mais senhor de si”.
Essa resposta dos Espíritos
de Luz nos levam a refletir sobre
as expressões “Não pode” e
“Não deve”. Parece, à primeira
vista, uma idéia de proibição.
Mas não é.
Temos, sim, dois aspectos
importantes sendo revelados
pela Espiritualidade Superior. A
questão técnica, por isso “não
pode”, e a questão moral, por
isso “não deve”.
Aspecto técnico
••• Luiz Miiler
Dirigente Espírita em Joinville
O Espírito, ao reencarnar,
esquece o seu passado. Todos
somos Espíritos reencarnados.
Todos já tivemos várias existências, já assumimos várias
personalidades em diferentes
épocas e países. A pergunta é
sempre a mesma: se já existimos
em outras épocas, por que não
nos lembramos desse passado?
Não seria melhor? As nossas
chances de êxito nessa encar-
L A N Ç A M E N T O
O N O V O L I V R O D E
As nossas lembranças se
encontram vinculadas, necessariamente, ao que costumamos
chamar de “memória”. As
nossas memórias estão ligadas
ao nosso consciente. O nosso
consciente é como se fosse um
disquete: nele está gravada a
história da nossa existência
atual que começou a ser escrita
já no ventre materno. Esses
registros ocorrem por frequências vibratórias. Para que
possamos nos lembrar de fatos,
Spartaco Ghilardi
Novas dissertações do dirigente
espírita paulista desencarnado, pela
mediunidade de Carlos Antônio
Baccelli. Um repositório de
reflexões para todos que encontram
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situações, pessoas, etc, é preciso
que sintonizemos naquele
momento a mesma frequência
vibratória em que foi gravado o
que estamos tentando lembrar,
o que nem sempre conseguimos.
Gosto do seguinte exemplo:
Estamos assistindo uma palestra. Gostamos daquele assunto.
Estamos compenetrados, atentos... nossa vibração está em
alta. Essa palestra está sendo
gravada em nosso disquete
naquela frequência vibratória.
Muito bem! Termina a palestra.
Vamos embora... via de regra o
assunto passa a ser outro...
Novela, cinema, problemas...
etc. Será que estamos conseguindo manter a nossa
vibração no diapasão da palestra? Encontramos alguém,
queremos falar da palestra, mas
nossa vibração está muito
diferente de quando estávamos
assistindo a palestra. Aí respondemos: “Sabe, eu não sei os
detalhes, mas posso garantir
que foi uma excelente palestra.”
É assim que ocorre com a nossa
memória.
A criança recebe um disquete zerado e vai imprimindo
nele tudo o que vem do mundo
em que agora se encontra,
formando assim a sua zona
consciente. Continuamos a
gravar a nossa história que após
o desencarne (morte) será
incorporada à nossa individulidade, integrando o nosso
acervo cultural, intelectual e
moral. O Espírito já viveu, ao
longo do seu processo evolutivo,
muitas existências corporais
(reencarnações) e também na
vida espiritual. Tudo se encontra
devidamente registrado em seu
corpo espiritual (perispírito),
porém, em camadas vibratórias
diferentes. Esses registros aconteceram em situações e momentos diferentes, em planos vibratórios diferentes. Todo esse histórico do espírito se encontra
gravado e cifrado. É preciso acessar esses registros e, ainda,
saber “decifrar” o que se encontra codificado, cifrado, coisa
dificílima de acontecer, pois não
temos, em nossa dimensão,
parâmetros para tal interpretação. Nossa capacidade
perceptiva está centrada nos
cinco sentidos e assim mesmo
ainda não aprendemos a
interpretar, acertadamente,
todas as sensações que nos
chegam por esses sensores.
Pelo exposto podemos facilmente inferir que o “não
pode” se trata de uma dificuldade material, física e que
guarda relação com o nosso
planeta Terra que é de “expiação
e prova” e que assim procedendo
Deus está a nos proporcionar
oportunidades valiosas para a
nossa redenção espiritual, como
vamos ver no aspecto moral.
Aspecto moral
Quanto ao “não deve”, como
já foi dito, se refere ao aspecto
moral. Temos desenvolvido ao
longo de nossas existências,
sentimentos que se ligam ao
amor, à paz, à harmonia, etc. Mas,
infelizmente, já cometemos
muitos desatinos morais em
nossas existências pretéritas.
Esses desatinos estão ligados a
pessoas. Ligamo-nos pelo ódio,
pelo rancor, pelo desamor, etc. Os
relacionamentos passados se
encontram registrados nesses
disquetes já mencionados. Se
tivéssemos boas coisas para
lembrar a questão seria diferente. Então, vejamos.
Reencarnação, uma grande porta
Caso eu pudesse lembrar do
meu passado, as outras pessoas
igualmente poderiam; lembrariam
dos seus passados, mas também
do meu, pricipalmente nos casos
em que nos encontramos de
alguma forma envolvidos. Em
minhas palestras costumo dizer
que se essa lembrança fosse
possível, talvez até não tivesse
público para me ouvir, pois todos
saberiam o que possivelmente eu
tivesse feito a eles no passado.
Faltar-me-ia autoridade moral.
Porém, é na família que mais
fortemente aparecem os
problemas do passado.
Reencarnamos exatamente para
resolver questões não resolvidas.
Que tipo de relacionamento se
daria entre pais e filhos se
soubessem desse passado
delituoso em que vítima e
verdugo estão juntos?
Assim, é possível carregar
no colo o adversário do passado.
Temos toda uma existência para
desenvolver amor, carinho,
afetuosidade... Depois, no mundo
espiritual, vamos saber quem é
quem, mas, então, já temos
desenvolvido o amor para com
aquela criatura tão amada; amor
ao filho, amor à esposa, amor ao
esposo, amor aos pais, amor aos
irmãos...
A Reencarnação é a grande
porta que o Espírito encontra
para mergulhar numa nova
experiência, esquecendo o seu
passado, podendo reparar erros,
expiando seu passado,
reconstruindo sua caminhada
evolutiva, diluindo energias
nefastas criadas por ele mesmo,
se harmonizando com a vida,
consigo mesmo, com Deus.
É bom lembrar que
reencarnamos também com os
nossos amigos, nossos afetos
muito queridos. Aliás, se não
fosse assim, possivelmente,
sozinhos, a possibilidade de
êxito seria menor.
Oremos a Deus, o criador de
todas as coisas, Inteligência
Suprema do universo, agradecendo a bênção da vida e
pedindo forças para sairmos
exitosos dessa existência.
Que possamos aproveitar
todas as oportunidades que a
vida nos oferece para nossa
redenção espiritual.
espaço espírita
Outubro de 2008
Últimas
Mensagens Psicografadas por Geraldo Lemos Neto
Alma Amiga
Alma amiga e boa
Nesta hora que se apregoa
A alegria da amizade
Aqui estamos em prece
No amor que nos aquece
A real fraternidade.
A simplicidade é nossa guia
Belo tom de harmonia
Que nos afina no mundo
Tocando a nota sublime
Que nesta terra se exprime
No amor mais profundo.
Lembrou-nos a indefesa criança
Necessitada de esperança
Assim como a idade tardia.
Aos nus ofertou agasalho,
À miséria, trabalho,
Ao desespero, harmonia.
Quanta bênção se irradia
Na pureza da alegria
De nossa singela união.
Nada de pompa e circunstância
Mas a naturalidade da infância
Nos apelos do coração.
De Chico tivemos o exemplo
Mostrando que o mais alto templo
Erige-se no coração.
Sigamos o tarefeiro
Missionário verdadeiro
De nossa redenção.
Bateu de porta em porta
Levantando esperança quase morta
Dos filhos do Calvário.
Como a dizer-nos, simplesmente,
Para toda a alma crente,
Que a caridade é corolário.
Somos irmãos do caminho
Tecido em áureo arminho
Cercado por campos de flores.
Não nos detém o sofrimento
O suor, a luta e o tormento
Das cruzes de nossas dores.
Veio ele em nome do Cristo
Carregando o amor entrevisto
Por tesouro da própria alma.
Operou simples e austero
Agiu no ideal sincero
De paz, união e calma.
Fez amigos em toda parte
Com o pão que se reparte
Na bênção que vem do livro Esclarecimento e consolo
Afastando o egoísmo tolo
Com a bondade e seu crivo.
Temos a fé por constância
Aplacando a nossa ânsia
Para a vida plena de paz.
Qual tocha viva de luz
Que ao roteiro certo conduz
Clareando amor pertinaz.
Fez-se o menor de todos
Suportou muitos apodos
Pedrada e desilusão.
Respondeu com silêncio e prece
No cadinho que engrandece
A mais pura devoção.
E nessas tramas iluminadas
Soam novas clarinadas
Ao coração de todo o povo.
E toda a gente reclama
A continuidade dessa chama
Que se acenda de novo.
Amizade que é verdadeira
Somente é aquela certeira
Sem rusgas e dissensão.
Neste caminho sem atalho
Todos temos muito trabalho
Na escola da compreensão.
Com isso, amando e servindo,
Foi aos poucos construindo
Trilhas num chão de estrelas,
E mesmo querendo apagar-se
Não deixou de iluminar-se
No afã de estendê-las.
E, da celeste morada,
Sopra a nova baforada
De paz e renovação.
Do alto dos céus infinitos
Desce a consolação aos aflitos
Por nossa escola e lição.
Filigranas de muita beleza
Envolveu-nos na certeza
Da bênção eterna de Deus.
Somos filhos do Pai Divino
Aprendendo com o Mestre Peregrino
Os ensinamentos Seus.
A sombra que nos encobre
O espírito rude e pobre
Foi esquecida pelo nobre servidor.
Chamou-nos com candidez
A amparar a viuvez
Espalhando paz e amor.
E o povo brada que quer
Para sempre com ele e Jesus
A presença da terna luz
Do cândido Chico Xavier.
Maria Dolores
(Poema psicografado em reunião pública no Centro Espírita Luz, Amor e Caridade,
de Belo Horizonte, na noite de 21 de abril de 2008, pelo médium Geraldo Lemos Neto)
ee
Para doutoranda, obra de André Luiz
é complemento da obra de Kardec
••• Antônio Baracat
Professor de Filosofia e História
No dia 3 de abril de 2008, foi
apresentada na Faculdade de
Letras da Universidade Federal de
Minas Gerais, em Belo Horizonte,
MG, durante a realização do “3º
Simpósio Internacional sobre Análise do Discurso”, a apresentação da
Comunicação Científica intitulada
“Na cultura religiosa espírita: psicografia e autoria no romance
‘Nosso Lar’”, produzida pela doutoranda da Universidade Federal
da Paraíba, professora Iracilda
Cavalcante de Freitas Gonçalves.
O trabalho monográfico focaliza
os resultados parciais de uma
pesquisa em andamento sobre
psicografia e autoria, no campo da
cultura religiosa espírita. Para a
pesquisadora, a psicografia, escrita
mediúnica, é a modalidade de
comunicação verbal escrita tradicionalmente utilizada pelos adeptos
da doutrina Espírita. Essa prática
discursiva, amplamente utilizada, e
pioneiramente estudada pelos
Espíritas, tornou-se uma marca desse
campo religioso, pois é através desse
processo comunicativo, o sujeitomédium psicógrafo materializa a
“voz” do sujeito-Espírito.
Na pesquisa enfatizou-se a
posição do médium-psicógrafo enquanto meio que possibilita investigar o processo de assunção da
autoria do sujeito-psicografado. O
personagem em foco é o sujeitopsicografado André Luiz, o corpus
é o livro “Nosso Lar”: escrita psicográfica realizada com a mediação
do sujeito-psicógrafo Francisco
Cândido Xavier (reconhecido como
maior “antena mediúnica” da humanidade até então). Procurou-se
identificar, na prática discursiva de
André Luiz, marcas que denunciem
os mecanismos de discursividades
utilizados por este autor, no intento
de subjetivar-se como produtor de
textos. Pretendeu-se, também observar o modo como o autor articula
o discurso com o objetivo de produzir sentidos e sedimentar verdades relativas à Doutrina, visando a
divulgação desse discurso religioso.
Para tanto, tomou-se os pressupostos da Análise do Discurso de
linha francesa, utilizando-se como
referencial, dentre outros, os fundamentos de Pêcheux e Foucault, e
na área da mediunidade psicográfica
espírita, as teses de Allan Kardec que
compõem o conjunto de verdades da
Doutrina Espírita. Como conclusão
preliminar, seguindo a conceituação
proposta por Michel Foucault, já se
identificou em André Luiz um
“formador de discursividades”, ou
seja, uma fonte original do discurso
religioso espírita, cujos elementos
são complementares aos reunidos
por Kardec.
Dessa forma, a pesquisa de
doutorado de Iracilda caminha para
a conclusão de que entre as obras de
Kardec e André Luiz há uma relação
de complementaridade que ainda não
é reconhecida formalmente pelos
órgãos espíritas, que preferem se
manter rigidamente ligados às obras
kardequianas, negando às obras produzidas por meio da mediunidade
de Chico Xavier o justo estatuto de
uma verdadeira revelação.
16
Lindos casos de
Chico Xavier
Padre pede para o Chico
psicografar no cemitério
No ano de 1931, desencarnou, em Pedro
Leopoldo, um amigo do Chico, católico sincero e pai
de família. Chico, já conhecido como espírita e
médium, acompanhou o féretro até o cemitério.
Acompanhava o finado também um sacerdote;
finalizando o ato, acerca-se do Chico o Padre e
pergunta-lhe:
"- Dizem que você recebe espíritos, Chico, é
verdade?"
"- É verdade, estimado reverendo."
"- Você deve tomar todo cuidado, pois o
"Tinhoso" usa todos os artifícios para levar ao mal
qualquer pessoa..."
"- No entanto, Padre, os espíritos que se servem
de meu braço para escrever orientam-me somente
para o bem..."
O Padre retirou do interior de um livro que trazia
um papel em branco e convidou o Chico:
"- Bem, nós estamos num cemitério,
acompanhando um amigo morto. Tente alguma coisa.
Vejamos se há aqui algum espírito desejando escrever,
pediu o Padre, com ares de ironia...
Humildemente, Chico toma o papel e lápis,
coloca-se em concentração sonre a laje de um túmulo;
segundos depois, seu braço movimenta-se com
espantosa rapidez e escreve:
ADEUS
O sino plange em terna suavidade,
No ambiente balsâmico da Igreja;
Entre as nuvens, no altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos da saudade.
Geme a viuvez, lamenta-se a orfandade;
E a alma que regressa do exílio beija
A luz que resplandece, que viceja,
Na catedral azul da imensidade...
"Adeus, Terra das minhas desventuras...
Adeus, amados meus..." - diz nas alturas...
A alma liberta, o azul do céu singrando...
- Adeus... - choram as rosas desfolhadas.
- Adeus... - clamam as vozes desoladas
De quem ficou no exílio soluçando...
Auta de Souza
O religioso leu o belo e rápido soneto recebido
por Chico. Depois, ficou por minutos, pensativo...