Ciências Biológicas

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Ciências Biológicas
CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS
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291
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
43
AUMENTO DA ATIVIDADE HUMANA E A FREQUÊNCIA DE
ENCONTROS COM ANIMAIS NO CAMPUS SÃO GABRIEL
DA UNIPAMPA: O QUÊ FAZER?
44
O MOLUSCO GASTRÓPODE ACHATINA FULICA
BOWDICH, 1822 NO MUNICÍPIO DE PENEDO,
BAIXO SÃO FRANCISCO, ALAGOAS.
45
SEMEANDO EDUCAÇÃO AMBIENTAL: FORMAÇÃO DE
CIDADÃOS CRÍTICOS E REFLEXIVOS
46
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE III SIMPÓSIO
PERNAMBUCANO DE BIOLOGIA APLICADA – BIOLOGIA
FORENSE
47
CURSO DE METODOLOGIA E REDAÇÃO CIENTÍFICA:
APRENDIZAGEM E FORTALECIMENTO DA
COLETIVIDADE DO GRUPO PET
48
VENENINHOS DA BIO: TROCANDO
CONHECIMENTOS SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS,
PLANTAS TÓXICAS E FUNGOS VENENOSOS
49
BIO NA RUA: CONHECENDO A PROFISSÃO BIÓLOGO
50
“UMA MÃO LAVA A OUTRA”: PROJETO DE
INTERVENÇÃO E EXTENSÃO COMUNITÁRIA
292
51
DOAÇÃO DE SANGUE: PET CBB E
HEMOCENTRO HCFMB UMA PARCERIA EM
PROL DA VIDA
52
JOGO PRESA-PREDADOR: AS INTERAÇÕES ECOLÓGICAS
EM UMA ABORDAGEM DINÂMICA
53
SEMINÁRIOS DO PET-BIOLOGIA: ESTRATÉGIA
METODOLÓGICA PARA A FORMAÇÃO DE GRADUANDOS
54
ANÁLISE DA EVASÃO E AÇÕES PREVENTIVAS
NO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
(FURB).
55
RECEPÇÃO AOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DA
PUC MINAS NOS LABORATÓRIOS DE ZOOLOGIA E
BOTÂNICA
57
A RELEVÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO, CONTENÇÃO E
MANEJO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS: V CURSO
TEÓRICO-PRÁTICO DE ANIMAIS PEÇONHENTOS
473 A PERCEPÇÃO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA (UFMA)
QUANTO À PRODUÇÃO, DESCARTE E REUTILIZAÇÃO DE
RESÍDUOS NO CAMPUS
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Aumento da atividade humana e a frequência de encontros com animais no campus
São Gabriel da UNIPAMPA: o quê fazer?
Brisa Marciniak de Souza1, Aline Aparecida Bastos Portela2, Anderson Fidencio Silva1,
Cassiana Alves de Aguiar1, Deise Schroder Sarzi2, Flávia Ramos Ferrari2, Guilherme de
Azambuja Pereira1, Junior Guilherme Scheidt Pereira1, Vinícius Ferreira de Albuquerque2,
Vitor Freitas Oliveira1, Fabiano Pimentel Torres3.
¹ Graduando do curso de Ciências Biológicas Bacharelado da Universidade Federal do Pampa
membro do grupo PET Ciências Biológicas/UNIPAMPA.
² Graduando do curso de Ciências Biológicas Licenciatura da Universidade Federal do Pampa
membro do grupo PET Ciências Biológicas/UNIPAMPA.
³ Tutor do PET Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pampa.
Introdução
O bioma Pampa, no Brasil, está presente apenas no Rio Grande do Sul, ocupando
aproximadamente 64% de seu território e é caracterizado por uma fauna diversificada, tendo
como os principais representantes desta, os lagartos teiu (Salvator merianae) e calangos
(Cercosaura sp.); serpentes como jararaca pintada (Bothrops pubescens), cruzeira (Bothrops
alternatus) e cobra palheira (Philodryas patagoniensis); mamíferos como o zorrilho
(Conepatus chinga), preá (Cavia aperea), e graxaim (Cerdocyon thaus e Pseudalopex
gymnocercus), aves como o quero-quero (Vanellus chilensis), caturrita (Myiopsitta monachus)
e joão-de-barro (Furnarius rufus) e anfíbios do gênero Melanophryniscus (Pillar et al., 2012).
Nos últimos anos, como parte do programa de expansão universitária do Governo Federal,
criou-se a Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), em 2008, sob uma estrutura
multicampi, com seus dez campi distribuídos estrategicamente ao longo de boa parte do
bioma Pampa (Costa et al, 2009) e (UNIPAMPA, 2013). Dentre os campi da UNIPAMPA, o
campus São Gabriel, localizado na região da campanha central, possui cursos de formação nas
áreas das ciências biológicas e ambientais, todos voltados para a caracterização, preservação e
conservação do Bioma. Dentre os cursos oferecidos, o de Ciências Biológicas possui
componentes curriculares que visam o melhor entendimento da fauna e flora assim como sua
conservação e desenvolvimento. Dentre os componentes mais diretamente envolvidos com
estudos da fauna, destacam-se: Zoologia (invertebrados e cordados), Paleontologia, Etologia,
Evolução e Manejo e Conservação da Biodiversidade que abrangem desde a sistemática até o
comportamento animal, ensinando tanto o papel de cada espécie na natureza como os
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potenciais riscos que cada uma pode oferecer. Com a expansão econômica, populacional e de
atividades agropecuárias no Rio Grande do Sul, a ocupação das áreas que estes animais
habitam está cada vez mais frequente. O campus São Gabriel da UNIPAMPA possui uma área
de aproximadamente 19ha em região de campo nativo e encontra-se em plena fase de
ampliação da estrutura física, com área em construção de aproximadamente 1ha. O
restaurante universitário e as casas de vegetação, por exemplo, inaugurados recentemente,
ficam distantes cerca de 60m e 200m, respectivamente, do prédio acadêmico principal do
campus e, para acessá-los, todos têm de passar por um caminho de campo o que gera um
aumento da frequência de encontros com animais (e.g. répteis, anfíbios e aracnídeos). Sendo o
campus das ciências biológicas e ambientais e tendo como dever conhecer e preservar o
bioma e sua biodiversidade, o grupo PET Ciências Biológicas realizou um levantamento de
dados sobre o conhecimento popular e as ações de parte da comunidade acadêmica do campus
frente aos encontros com os animais durante o tráfego neste local.
Objetivos
O Programa de Educação Tutorial Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pampa
campus São Gabriel, visando contribuir com a formação integral de seus petianos bem como
conhecer melhor a comunidade acadêmica na qual está inserido e vem desenvolvendo
diversas atividades buscou, neste trabalho de pesquisa, conhecer as principais medidas
adotadas por essa comunidade quando do encontro com animais durante seu tráfego rotineiro
pelo campus, traçando o perfil desta referente à identificação de animais de maior frequência,
bem como os que potencialmente oferecem riscos.
Metodologia
O levantamento dos dados foi realizado por meio de questionários aplicados com todas as
turmas de acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas Bacharelado e Licenciatura,
buscando saber, entre outras questões: qual a frequência que os mesmos trafegam pelo
campus; se há utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) em saídas de campo
para atividades de ensino que utilizam essa prática; a frequência com que os animais são
encontrados nas dependências da universidade; como identifica um animal peçonhento; e
quais atitudes a serem tomadas nesses casos.
Resultados e discussão
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Para um total de 108 questionários aplicados entre os acadêmicos dos cursos de Ciências
Biológicas, aproximadamente 85% circulam mais de três vezes pelo campus durante a
semana. Somente metade dos alunos utilizam EPIs em saídas de campo. Entre os animais
mais encontrados no campus estão, descontando os animais domésticos (cachorros), as
serpentes (22,5%) e artrópodes (aracnídeos e insetos – 20,6%). As serpentes foram os animais
que os acadêmicos mostraram maior aversão (27% dos alunos). No caso de encontro com
esses animais, 3% responderam que os matariam, enquanto que 93% responderam que não
matariam, e 4% não opinaram com relação a esta ação. Quase metade dos alunos não sabe
identificar se o animal oferece risco a sua saúde e 60% deles, em caso de acidentes, iriam ao
pronto atendimento do hospital do município. Compreende-se que muitos dos estudantes que
responderam ao questionário estão no primeiro semestre do curso de Ciências Biológicas, não
tiveram contato com os componentes curriculares mais específicos sobre diversidade e
conservação da fauna e, devido a isto, responderam de forma equivocada sobre a identificação
dos animais peçonhentos e possivelmente perigosos. A utilização de EPIs deve ser melhor
esclarecida e compreendida entre os acadêmicos, visto que dentre os métodos de prevenção de
acidentes destaca-se o uso desses equipamentos de proteção, pois diminuem e/ou eliminam os
riscos de acidentes durante a realização das atividades de campo (Fraga et al., 2014). Um dos
possíveis motivos para os alunos apresentem maior aversão às serpentes pode ser o temor por
elas, bem como a outros animais peçonhentos, que se encontram impregnados na cultura
popular devido a vários mitos difundidos e sem nenhuma comprovação científica e, somandose a falta de informações atualizadas para as equipes de saúde e população em geral, há ainda,
o medo de acidentes ofídicos. Como forma de minimização dos impactos causados à fauna
local devido à instalação da universidade, o PET Ciências Biológicas propõe a realização de
oficinas e palestras com a utilização de exemplares dos animais característicos do Bioma
Pampa, com ênfase nos que ocorrem no campus, a fim de ensinar o público a conhecê-los
melhor, atentar para sua periculosidade, bem como compreender a importância de cada um na
natureza. Esses tipos de atividades já foram desenvolvidas em anos anteriores por integrantes
do grupo PET Ciências Biológicas, mas para comunidades escolares dos ensinos fundamental
e médio do município.
Conclusão
A partir dos dados levantados, pode-se conhecer parte da diversidade de animais encontrados
no campus da UNIPAMPA, visto que os encontros dos mesmos com a comunidade
acadêmica são frequentes. Percebeu-se que há a necessidade de incrementar o número de
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atividades voltadas para a sensibilização sobre a conservação dessas espécies, de modo a
minimizar os impactos causados na área devido às instalações físicas da instituição. Portanto,
pretende-se trabalhar as questões como os mitos da cultura popular sobre os animais
peçonhentos e venenosos, caracterizar a fauna local, ressaltar a importância da utilização de
EPIs e reafirmar a importância da diversidade biológica e o papel desta na nossa região. Este
trabalho possibilitou aos petianos desenvolverem principalmente atividades de pesquisa, além
de aproximar os mesmos da comunidade acadêmica. A educação tutorial foi exercida de
forma a aprimorar o senso crítico, autonomia dos petianos e compreensão das necessidades da
universidade de modo a aperfeiçoar a formação acadêmica e cidadã da sua comunidade.
Referências
BOCHNER, R. Acidentes por animais peçonhentos: aspectos históricos, epidemiológicos,
ambientais e sócio-econômicos. Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio
Arouca como requisito à obtenção do Título de Doutor em Saúde Pública. Rio de Janeiro:
outubro de 2003.
CARDOSO, J. L. C; WEN, F. H. Introdução ao Ofidismo. In: Animais Peçonhentos no
Brasil: biologia, clínica e terapêutica dos acidentes. C. J. L. C; FRANÇA, F. O. S;
MÁLAQUE, C. M. S; VIDAL, H. J. 2 ed. São Paulo: SARVIER, 2009
COSTA, D.M., GOTO, M.M.M., Costa, A.M. Expansão da Educação Superior no Brasil:
Uma análise descritiva do programas do Governo Federal. IX Colóquio internacional sobre
Gestão universitária na America do Sul, Florianópolis, Santa Catarina: 2009.
FRAGA, Y. S. B; DORTAS, I. S; MOTA, W. V; SANTOS, R. M; SANTOS, I. O. L; REIS, I.
A. O; A viabilização da segurança no uso de EPI e EPC na Universidade Tiradentes.
Cadernos de Graduação – Ciências Exatas e Tecnológicas Unit. Aracaju: 2014
PILLAR, V. P; MÜLLER, S. C; CASTILHOS, Z. M. S; JACQUES, A. V. A. J. (ed.).
Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília/DF: MMA, 2009.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA. Plano de Desenvolvimento Institucional 2014 2018 -- Bagé: UNIPAMPA, 2013.
297
O MOLUSCO GASTRÓPODE Achatina fulica BOWDICH, 1822 NO MUNICÍPIO DE
PENEDO, BAIXO SÃO FRANCISCO, ALAGOAS.
Edmara Melo1, Dianesson Silva1, Gildete Bezerra1, Iury Melo1, Mariana Rodrigues1, Marilha
Neves 1, Adanne Farias1, Ana Paula Nascimento1, Islene Santos1, Juliana Barros1, Maria
Rafaela Rocha1, Alexandre Oliveira2.
,
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
1*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - email: [email protected],
2*
TUTOR PET - CONEXÕES DE SABERES - email: [email protected]
1*
Introdução
Nos ecossistemas as espécies invasoras são a segunda causa de perda de biodiversidade,
podendo causar, também mudanças na estrutura e função, levando ao aumento de
homogeneização de uma biota regional única. O maior responsável pelo transporte de
espécies invasoras é o homem, e com o evento da globalização, essa prática se intensificou
(MOONEY & CLELAND, 2001). Segundo a Union Concerned Scientists (UCS) (2001),
apenas 30% das espécies invasoras se estabelecem, sendo que apenas 1% destas se tornam
pragas.
Na década de 80, a espécie de molusco Achatina fulica Bowdich, 1822, foi introduzida no
estado do Paraná, sendo posteriormente levado para outras regiões do país (TELLES &
FONTES, 2002). Além do hábito generalista e alta resistência às mudanças ambientais, seu
alto potencial reprodutivo favorecem a disseminação da espécie (TELES et al., 1997; RAUT
& BARKER, 2002).
Esta espécie passou a ter destaque, devido ao risco de transmissão de doenças ao homem e a
outros vertebrados superiores, por meio de ingestão dos caramujos infectados ou larvas de
vermes encontradas no muco que o caramujo secreta em verduras, frutas e legumes (TELES
et al., 1997).
298
O molusco A. fulica atua como hospedeiro intermediário de Angiostrongylus cantonensis
(CHEN, 1935), nematódeo parasita que causa a meningite eosinofílica ou angiostrongilíase
meningoencefálica no homem (WALLACE & ROSEN, 1969).
Sendo assim, este organismo pode causar relevantes danos em relação à invasão ambiental,
exigindo monitoramento adequado, quer no sentido de preservação da saúde pública, quer
pelos prejuízos prováveis que o molusco possa causar ao meio ambiente (TELES et al.,
1997).
Objetivos
O presente trabalho pretende diagnosticar a ocorrência, o tamanho da população, locais de
maior ocorrência do caramujo A. fulica, na cidade de Penedo, Alagoas.
Metodologia
As coletas foram realizadas no município de Penedo no período noturno em terrenos baldios e
residências, indicadas como de provável ocorrência do gastrópode. As coletas foram mensais
em três áreas, sendo área 1 (parte baixa), área 2 (parte central) e área 3 (parte alta) da cidade.
Em cada área foram determinadas 3 parcelas, com o auxilio de trena calibrada, denominadas
P1, P2 e P3. Estas parcelas mediam 25m2. Os indivíduos foram coletados manualmente com o
auxílio de luvas de borracha e todos os EPI’s necessários evitando o contato com os
organismos coletados.
Os organismos coletados foram etiquetados, acondicionados em sacos plásticos e fixados com
formalina a 4%. Em seguida as amostras foram levadas para laboratório onde foi realizada a
biometria dos indivíduos, que constou da medida do comprimento e largura da concha. Os
organismos também tiveram seu peso mensurado e anotado.
Resultados e Discussão
A área 2 apresentou a maior densidade entre as três áreas com 211 indivíduos, enquanto na
área 1 apenas 10 organismos foram coletados, seguidos pela área 3 com 8 organismos. Os
resultados obtidos demonstraram que a densidade de indivíduos foi significativa em locais
mais úmidos, enquanto que em regiões secas não houve registro da ocorrência do caramujo.
Foi possível observar que as áreas que apresentavam vegetação também estavam mais
299
propicias a presença de caramujos do que as áreas sem vegetação, visto que A. fulica é
encontrado em plantações abandonadas, terrenos baldios urbanos, quintais e jardins (Paiva,
2006), sobre material em decomposição e próximo a depósito de lixo (Vasconcellos & Pile,
2001). A área de maior ocorrência do caramujo caracteriza-se ainda pela presença de esgotos
e proximidade de áreas de serviço. A temperatura parece ser um fator bastante atuante para a
ocorrência do caramujo, já que são considerados organismos herbívoros e de hábitos
noturnos, sendo mais ativos nos períodos chuvosos (SHEELA et al., 1998).
Os caramujos encontrados apresentaram comprimentos médios de 5,59 cm na área 1, seguidos
por organismos da área 2 com 3,81cm e 4,92 cm na área 3. O peso médio para cada área foi
de 42g para a área 1, 11g para a área 2 e 13g para a área 3. Tais valores indicam a presença de
organismos juvenis, pois segundo COELHO (2005), o caramujo adulto possui concha cônica,
de 10 a 15 cm de comprimento podendo seu peso atingir até 200g, sendo os indivíduos mais
jovens menores, porém, com concha da mesma cor dos adultos.
Conclusão
Pode-se concluir que a área 2 apresentou a maior densidade de indivíduos com relação às
demais áreas devido a ser uma área com vegetação abundante e presença de lixo próximo aos
locais de coleta ao contrario das demais áreas que são locais mais secos e com pouca
vegetação. Com relação ao comprimento todas as áreas apresentam apenas indivíduos jovens
constatando que a população está próxima a atingir idade reprodutiva sendo este um fator
preocupante, pois esses indivíduos são hospedeiros do Angiostrongylus cantonensis. Além
disto, a espécie estudada é extremamente dominante competindo com as espécies nativas.
Referências
COELHO, L. M. 2005 Informe técnico para o controle do caramujo africano (Achatina
fulica, Bowdch 1822 em Goiás. Goiânia: AGÊNCIA RURAL.12p. AGENCIA RURAL.
Documento, 4.
MOONEY, H.A. & CLELAND, E.E. The Evolutionary impact of invasive species. 2001.
PNAS, 98(10), 5446-5450.
PAIVA, C. do L. (Ed.). Achatina fulica (Moluscos): praga agrícola e ameaça à saúde pública
no Brasil. Página lançada em 10 de maio de 1999 e atualizada em 25 de abril de 2004.
300
Disponível em: <http://www.geocities.com/lagopaiva/achat_tr.htm>. Acesso em: 20 mai.
2014.
RAUT, S. K. & BARKER, G. M. 2002. Achatina fulica Bowdich and other Achatinidae as
pests in tropical agriculture. In: Barker, G. M. (ed.). Molluscs as crop pests. CAB
International, Cambridge, Massachussets, EUA, p.55-114.
TELES H.M.S & FONTES L.R. 2002. Implicações da introdução e dispersão de Achatina
fulica Bowdich,1822 no Brasil. Boletim do Instituto Adolfo Lutz, 12(1): p 3-5.
TELES, H. M. S.; VAZ, J. F.; FONTES, L. R. & DOMINGOS, M. F. Registro de Achatina
fulica Bowdich, 1822 ( Mollusca, Gastropoda) no Brasil: caramujo hospedeiro
intermediário da angiostrongilíase. Ver. Saúde Pública 31: 310-2, 1997.
Union Concerned Scientists (USC) 2001. The science of invasive species.
VASCONCELLOS, M. C. de; PILE, E. Ocorrência de Achatina fulica no Vale do Paraíba,
Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 35, n. 6, p. 582-84,
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SHEELA, T.; RINA, K.; THAKUR, S.; KUMAI, R. Seasonal behavior of giant Africa snail
Achatina fulica in Bihar. Jornal of Ecotoxicology and Environmental Monitoring, v. 8, p.
153-160, 1998.
WALLACE, G.D. & ROSEN, L. 1969. Studies on eosinophilic meningitis. V. Molluscan
hosts of Angiostrongylus cantonensis on Pacific Islands. American Journal of Tropical
Medicine and Hygiene. (18)2. p. 206-216
301
Semeando educação ambiental: Formação de cidadãos críticos e reflexivos
ALCANTARA, M.A.R.1; AQUINO, A.M.1; DIAS, M. D. 1; FARIA, J.H.F. 1; GRECO,
G.M.Z.1; MOHALLEM, M. L. 1; MOURÃO, A. C.1; OLIVEIRA, F.C.S.1; OLIVEIRA, J.D.1;
OLIVEIRA, T.F. 1; PEREIRA, D.1; RODRIGUES, L.P.S.P. 1;SANTOS, A.S. 1; TORRES,
N.K. 1; ZACCARIN, G.H.1; GOUVÊA, C.M.C.P.2.
1
bolsistas e 2tutora do Programa de Educação Tutorial (PET) da Universidade Federal de
Alfenas (UNIFAL-MG).
Introdução
As questões ambientais constituem-se como graves problemas globais na contemporaneidade,
pois, como os ecossistemas apresentam equilíbrio dinâmico, o ritmo do restabelecimento do
equilíbrio ambiental tem-se mostrado incompatível com o ritmo com que as sociedades de
consumo têm explorado os recursos do planeta. Assim, a problematização da temática da
educação ambiental (EA) nas escolas é socialmente relevante para estimular a reflexão sobre a
relação homem-natureza, que vem sendo pautada por valores antropocêntricos e utilitaristas,
promovendo o consumismo exagerado e o desenvolvimento econômico desenfreado, sem
considerar que os humanos são integrantes da natureza e os graves desequilíbrios ambientais
põem em risco nosso habitat (MORAES, 2002). A EA está presente no currículo escolar no
ensino fundamental, porém, sua abordagem nem sempre ocorre de forma transversal e
interdisciplinar, como recomendado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997;
MORAES, 2002). É notório que a EA está sendo tratada de uma forma figurada em algumas
instituições escolares, sendo reconhecida apenas em dias comemorativos, como o dia da água
e do meio ambiente. É possível verificar que a concepção de EA trabalhada, atualmente, em
muitas escolas possui uma visão distante e limitada da efetiva EA, pois não reconhece a
influência dos fatores sociais, culturais, econômicos e históricos para a construção dos
diversos saberes do meio ambiente (CARVALHO, 2004). Entende-se que desenvolver uma
atividade socioambiental no âmbito formal da sala de aula é um desafio para os professores
(GOUVÊA, 2006). Tendo em vista as dificuldades de se trabalhar a EA nos moldes formais
da escola, as ações deste projeto foram desenvolvidas tendo como base metodológica a
Pedagogia de Projetos, sendo que essa estratégia apresenta enfoque globalizado e centrado nas
302
resoluções de problemas significativos. A Pedagogia de Projetos utiliza o conhecimento como
um instrumento para a compreensão da realidade, possibilitando a realização de intervenções
e não apenas a utilização de conteúdos acumulados, fatos e informações isoladas. Considerase, extremamente, importante que os futuros docentes tenham a oportunidade de intervir no
processo de aprendizagem dos alunos por meio da problematização de situações, sem deixar
de introduzir novas informações e dar condições para que os alunos adquiram novos
conhecimentos. É necessário que o aluno assuma a posição de sujeito ativo e utilize de suas
vivências e conhecimentos para a resolução de problemas propostos. Diante desta percepção
metodológica, a elaboração dos conteúdos é dada dentro de um contexto que faz sentido para
o aluno, podendo ser realizada a partir de diagnósticos. Dentre as perspectivas da Pedagogia
de Projetos é possível reconhecer sua fundamentação em uma análise global da realidade, que
não apresenta uma sequência rígida, de modo que os estudos dos conteúdos sejam envolvidos
diretamente com o desenvolvimento dos alunos. Outros aspectos importantes desta
metodologia são o aproveitamento do tempo e o espaço escolar disponíveis e a proposição de
atividades mais flexíveis que permitam aos próprios alunos traçarem suas estratégias de
aprendizagem (PEREIRA, 2004).
Objetivos
Diagnosticar as percepções dos alunos em relação ao meio ambiente e problemas vivenciados;
proporcionar aos alunos contribuições de âmbito formativo quanto ao desenvolvimento de
posturas ambientalmente responsáveis e comprometidas com o desenvolvimento de uma
sociedade sustentável; promover a aproximação da comunidade com a Universidade;
oportunizar aos integrantes do grupo PET-Biologia da Unifal-MG a vivência de uma postura
pedagógica diferenciada e o desenvolvimento de ações que promovam a cidadania plena do
público alvo; estimular a expansão da consciência e sensibilidade ambiental entre os
participantes do projeto, contribuindo para a formação crítica e reflexiva.
Metodologia
O trabalho foi desenvolvido com alunos dos sextos anos da Escola Estadual Dr. Napoleão
Sales localizada no município Alfenas-MG, sendo duas turmas no ano de 2013 e cinco turmas
no ano de 2014. Os alunos apresentavam idade entre 11 e 14 anos. Foram realizadas
intervenções mensais, com metodologia participativa ao longo de 2013 com continuidade em
303
2014. A primeira atividade foi realizada para diagnóstico dos principais problemas ambientais
locais apontados pelos alunos, sendo realizada por meio de questionário e desenhos, nos quais
foi representado o que mais chamava a atenção dos alunos no caminho da casa até a escola.
Posteriormente, a temática lixo foi problematizada e desenvolvida, já que este problema foi
apresentado pelos alunos como o mais recorrente e que afeta diretamente as atividades
cotidianas. Nas intervenções seguintes foram realizadas atividades tais como: composição
musical, excursão pela escola para localização do descarte indevido de lixo e a utilização dos
“5 S”. Em seguida, foram traçadas metas para cada turma com o objetivo de conscientizar os
alunos para o problema do descarte indevido de lixo. A avaliação e elaboração das atividades
ocorreram durante todo o processo, utilizando-se atividades de diagnóstico frequentes para a
elaboração das atividades.
Resultados e discussão
Foram realizados intervenções nos anos de 2013 e 2014. No ano de 2013 a análise do
questionário de diagnóstico permitiu identificar que para 55,55% dos alunos da sala lilás e
82,14% da sala vermelha, o lixo presente na escola e nas ruas foi o principal problema. Foi
possível também identificar outros problemas tais como: presença de animais soltos e terrenos
abandonados, com freqüência inferior a 20%. Os dados mostraram que os alunos reconhecem
também problemas sociais, sendo que 18,52% da turma vermelha e 29,41% dos alunos da
turma lilás apresentaram bar e/ou drogas e/ou pessoas alcoolizadas próximas de casa como
problemas. Os desenhos utilizados, como instrumento de diagnóstico, reproduziram os
mesmos problemas apontados nos questionários. As músicas compostas pelos discentes, com
a temática lixo, descreveram as obrigações do homem para com a natureza e as fotografias
obtidas de vários pontos da escola, revelaram o descarte inadequado de lixo em diversos
locais. Para 91,18% dos alunos, considerando todas as turmas, esta situação não é apropriada
e foi sugerida por eles a mudanças de hábito. O diagnóstico do ano de 2014 revelou que
91,17% dos alunos da turma vermelha, 80% dos alunos da azul, 80,95% da lilás, 78,57% da
laranja e 68,57% da amarela constataram a presença de lixo na escola e na proximidade das
casas. Os dados demonstraram, que a análise em 2014 apontou que, para 80,95% dos alunos,
o lixo é o principal problema. Assim, após a intervenção utilizando-se a metodologia “5 S” os
alunos adotaram, imediatamente, uma postura de intolerância em relação à sujeira na sala de
aula. Esta metodologia, que visa melhorar a produtividade e desempenho individual e
304
coletivo, foi adotada pela escola, após a intervenção do PET-Biologia e os resultados em
relação à limpeza das salas de aula são notórios.
Assim, os resultados do presente trabalho destacaram a percepção dos alunos em relação ao
ambiente, evidenciaram também que os alunos conseguem diagnosticar problemas locais e
escolares ambientais, têm capacidade para traçar soluções e desenvolvem pensamento crítico
sobre questões ambientais (CASCINO; OLIVEIRA; JACOBI, 1998; JACOBI, 2003). Dessa
forma, fica evidente a necessidade do trabalho de EA em sala de aula e o desenvolvimento
deste trabalho foi importante para auxiliar os alunos a refletirem sobre problemas ambientais e
ainda para atuarem como atores da mudança comportamental.
Conclusão
Nota-se a importância da EA no ensino regular brasileiro de forma transversal e
interdisciplinar, para o desenvolvimento de posturas socioambientais, neste contexto
observaram-se as mudanças comportamentais quando são problematizados alguns danos
causados ao ambiente pelos próprios alunos e pela população local e, então, é possível
intermediar as mudanças que começam no universo escolar e partem para a prática no
ambiente social.
Referências
BRASIL. Secretaria da educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília:
MEC/SEF,
1997.
126p.
Disponível
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<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 03/06/2014.
CARVALHO, I.C.M. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo:
Cortez, 2004.
GOUVÊA, G. R. R. Rumos da formação de professores para a educação ambiental. Educ.
Rev., n. 27, p. 163-179, 2006.
CASCINO, F.; OLIVEIRA, J. F.; JACOBI, P. Educação, meio ambiente e cidadania:
reflexões e experiências. São Paulo: Secretaria de Meio Ambiente, 1998.
305
JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cad. Pesq., n. 118, p. 189205, 2003.
MORAES, M.C. (org.) Educação a distância: fundamentos e práticas. Campinas:
UNICAMP/NIED, 2002.
PEREIRA, O. A. Pedagogia de projetos. Janus, v. 1, p. 77-92, 2004.
306
Avaliação da atividade III Simpósio Pernambucano de Biologia Aplicada – Biologia
Forense
Ana Camily Oliveira da Costa¹; Cynthia Priscylla Leão Pereira¹; Elizandra Gomes dos
Santos¹; Rayssa Lima dos Santos¹; Claudia Carolina Ferreira de Oliveira Passos²; Drielly
Ferreira de Melo²; Igor Ricardo Mignac Larré²; Karoline Couto Araújo²; Mayara Pereira da
Silva Souza²; Raiane Caroline de Paula Pinheiro²; Jaqueline Bianque de Oliveira³
¹Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco e integrante do
grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu
²Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco e egresso do
grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu
³Doutora em Ciências Veterinárias (UFRRJ), Professor Associado do Departamento de Biologia da Universidade Federal
Rural de Pernambuco e Tutora do grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu
Introdução
Regulamentado e custeado pelo Ministério da Educação, o Programa de Educação Tutorial
(PET) tem como objetivo principal a melhoria da qualidade acadêmica dos cursos de
graduação da respectiva Instituição de Ensino Superior a qual está vinculado. Sob a
orientação de um professor tutor, os integrantes dos grupos PET desenvolvem atividades que
englobam a tríade universitária – ensino, pesquisa e extensão –, de modo a complementar a
formação acadêmica dos estudantes envolvidos de forma direta ou indireta, permitindo ir além
dos conteúdos programáticos que integram sua grade curricular (Programa de Educação
Tutorial, 2006). Tais atividades possibilitam uma experiência acadêmica diferenciada, com
ética e o compromisso social, a partir de uma formação global dos estudantes, de modo a
prepará-los para a vida profissional ou para o desenvolvimento de uma carreira acadêmica
junto a programas de pós-graduação (Programa de Educação Tutorial, 2006).
A aplicação de um questionário avaliativo entre os participantes do minicurso de férias
denominado VII Bioenfoque, realizado no mês de maio de 2013, evidenciou a necessidade de
uma abordagem mais aprofundada em temas de grande interesse para a formação dos
estudantes do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da UFRPE, a saber: Ciências
Forenses, Parasitologia, Saúde Pública, Patologia, Biotecnologia, Preservação Ambiental,
Legislação e Direito Ambiental, Fisiologia, entre outros (Costa, 2013). A partir deste
questionário, o grupo PET-Biologia/UFRPE (sede) decidiu organizar o III Simpósio
Pernambucano de Biologia Aplicada (SPBA) em torno do tema Biologia Forense.
307
Dentro das Ciências Forenses, a Biologia Forense engloba os conhecimentos das Ciências
Biológicas voltados para a resolução de crimes ambientais ou que atentem contra a vida de
humanos e animais (Pinheiro, 2004). Os procedimentos se dão, principalmente, através da
análise de amostras biológicas, tais como sangue, saliva, esperma, fio de cabelo, etc (AvelinoFilho, 2014) e de insetos presentes no local. A determinação biológica de paternidade é
também uma das aplicações das Ciências Forenses.
Objetivos
Sendo assim, objetivou-se, com a realização desta atividade, contribuir com a
disseminação de conhecimentos na área da Biologia Forense, visando ampliar a formação de
Biólogos e estudantes das Ciências Biológicas e de áreas afins.
Metodologia
A) Do evento
O evento foi realizado no período de 20 a 22 de novembro de 2013, com a realização de
palestras e mesas redondas que contaram com a participação de peritos criminais do Instituto
de Criminalística Tavares Buril e do Laboratório de Genética Forense da Secretaria de Defesa
Social de Pernambuco (SDS-PE), biólogos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais (IBAMA) e da Polícia Federal, professores da Universidade Federal Rural
de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE), dentre outros. O simpósio
contou ainda com uma sessão de apresentação de trabalhos científicos.
Os peritos do Laboratório de Genética Forense da SDS-PE, montaram uma cena simulada
de um crime, a qual foi visitada pelos participantes durante o evento. O objetivo era a busca e
identificação de amostras biológicas e detalhes que pudessem ser analisados e que
contribuissem para a resolução dos crimes. A última atividade do evento foi a discussão sobre
a cena simulada do crime.
A frequência ao evento foi obtida por meio da assinatura das atas, sendo 2 (duas) por turno,
totalizando 4 (quatro) por dia.
O evento foi gratuito, devendo o participante, para validar sua inscrição, realizar a entrega
de alimento – uma lata de leite em pó – que foi destinado à campanha do Natal Solidário da
UFRPE.
B) Da avaliação da atividade
308
A atividade foi avaliada por meio de um questionário, o qual consistiu de questões abertas
e fechadas, de modo a levantar as opiniões dos participantes acerca de vários parâmetros do
evento, desde a divulgação até a realização, bem como a respeito de sugestões e demais
comentários que julgassem pertinentes à melhoria de eventos vindouros.
Resultados e discussão
A respeito dos parâmetros gerais do evento, os participantes assinalaram a opção “Bom”
para os quesitos “organização do evento” (46%) e “divulgação do evento” (33%). A
divulgação
recebeu
algumas
críticas
associadas,
principalmente,
ao
esgotamento
extremamente veloz das vagas, as quais, infelizmente, eram limitadas devido à estrutura do
local disponível para realização da atividade.
O evento foi previamente divulgado por meio de cartazes na UFRPE, bem como através
de redes sociais e outros meios eletrônicos, e os participantes ou candidatos da lista de espera
eram constantemente informados a respeito de todos os detalhes do evento via e-mail. Quando
questionados sobre o modo como a informação sobre evento lhes chegou, a maioria dos
participantes indicou que se deu via redes sociais (56%), tendo sido, ainda, importante a
divulgação por meio de amigos (33%), sejam estes organizadores do evento ou não. Isso
indica a importância da adequação dos grupos PET à realidade atual, a fim de estreitar a
comunicação com os demais alunos da graduação e criar um canal de comunicação rápido e
eficaz utilizando os meios eletrônicos.
Foram considerados “Excelentes” os quesitos “conhecimento dos ministrantes em relação
aos temas” (79%), “temas abordados” (68%), “programação do evento” (65%) e “adequação
das instalações para a realização do evento” (50%). A programação foi criteriosamente
escolhida, buscando abranger as subáreas de maior interesse dentro da Biologia Forense, além
de criar momentos de discussão a respeito de temas polêmicos – como foi o caso da discussão
acerca da criação de um banco de dados genéticos de criminosos. Os ministrantes das
palestras e mesas redondas foram extremamente elogiados por sua competência no exercício
de sua profissão e, sobretudo, pelo modo como foram passadas as informações, permitindo
uma troca de experiências.
A respeito dos comentários gerais que os participantes consideraram pertinentes, foi
mencionada a necessidade de melhor sinalização do local onde o evento ocorreu, embora os
organizadores tenham disponibilizado um mapa indicando o local das palestras e pontos de
interesse dos envolvidos (como restaurantes e demais pontos de referência que facilitariam a
309
chegada), visto que havia estudantes de outras instituições, inclusive de outros estados,
participando do evento, além dos ministrantes, que, em sua maioria, também desconheciam o
local. Ainda neste sentido, foi mencionada uma inquietude em relação ao método adotado
para obtenção do certificado de participação, a partir da assinatura das atas de frequência.
Parte dos estudantes julgou interessante, ainda, a inclusão de minicursos em eventos
vindouros para dar maior magnitude a esses, além de fornecer a oportunidade de lidar com a
parte prática da temática em questão.
Alguns participantes (26%) fizeram questão de elogiar, em breves palavras, o evento
desde sua organização até a qualidade do conteúdo abordado.
Por fim, quando questionados sobre o tema que gostariam que fosse abordado na próxima
edição do Simpósio Pernambucano de Biologia Aplicada, indicaram diversas áreas, sendo as
mais citadas: Biotecnologia, Anatomia e Fisiologia Humana; inovações terapêuticas no
tratamento de câncer, HIV/AIDS e doenças neurodegenerativas; Entomologia; Parasitologia;
Genética; Patologia Humana; Empreendedorismo na Biologia, etc.
Conclusão
A abordagem de temáticas de grande carência dentro dos diversos cursos de graduação é
um grande desafio a ser enfrentado pelos grupos PET, visto que os estudantes esperam ver
tudo o que não tiveram oportunidade de aprender dentro de anos em pouco tempo de
abordagem. Em contrapartida, é prazeroso propiciar o contato deste público ávido por
conhecimento com temáticas tais atuais como a Biologia Forense, quebrando ideias míticas
em sua mente e dando o devido esclarecimento a respeito de áreas que, talvez, possam tornarse, após essa abordagem, sua opção como área a seguir.
Sendo assim, o Programa de Educação Tutorial reafirma-se como crucial na melhoria da
graduação, alcançando ainda objetivos secundários, como evitar que os estudantes se
especializem precocemente, dando-lhes um leque de temas sobre os quais podem aprender e
conhecer melhor.
Referências
AVELINO-FILHO, P.F. Biologia Forense: principais vestígios biológicos. Campo
Grande: Portal da Educação, 2014.
310
COSTA, A.C.O.; PEREIRA, C.P.L.; PASSOS, C.C.F.O.; SOUZA, M.P.S.; SANTOS,
R.L.; OLIVEIRA, J. B. Avaliação da atividade VII Bioenfoque: controle na qualidade
de alimentos. Recife: XIII Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão – JEPEX, 2013.
PINHEIRO, M.F. Genética e Biologia Forense, e Criminalística. In: Faculdade de
Medicina da Universidade do Porto (Org.). Medicina Legal: Noções gerais sobre outras
Ciências Forenses. Porto (Portugal), 2004. p. 19 – 41.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL. Manual de orientações básicas. Brasília:
Ministério da Educação, 2006.
311
Curso de Metodologia e Redação Científica: aprendizagem e fortalecimento da
coletividade do grupo PET
Emily Cavalcanti de Souza¹; Ana Camily Oliveira da Costa¹; Bárbara Schneyder Oliveira
Pereira Fonseca¹; Camila Rebeca de Moura Celestino¹; Cynthia Priscylla Leão Pereira¹;
Elizandra Gomes dos Santos¹; Jaiane da Silva Nascimento; Jéssica Monique da Silva
Amaral¹; Luís Gustavo Souza da Paz¹; Priscilla Santana Silva¹; Rayssa Lima dos Santos¹;
Jaqueline Bianque de Oliveira²
¹Estudante do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco e integrante do
grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu
²Doutora em Ciências Veterinárias (UFRRJ), Professor Associado do Departamento de Biologia da Universidade Federal
Rural de Pernambuco e Tutora do grupo PET-Biologia/UFRPE/MEC/SESu
Introdução
O Programa de Educação Tutorial (PET) é constituído por grupos de alunos vinculados a
cursos de graduação, o qual planeja, desenvolve e promove atividades que abrangem as três
áreas da tríade universitária (ensino, pesquisa e extensão), com o intuito de somar e ampliar o
conhecimento para a formação acadêmica e social, tanto dos integrantes do programa quanto
dos graduandos não petianos. As atividades promovidas também favorecem a comunidade
fora do âmbito universitário (Programa de Educação Tutorial, 2006). As ações inovadoras,
promovidas pelos grupos PET, dão um novo formato a conteúdos importantes que são
transmitidos para os alunos durante a graduação.
Para uma ampla formação é necessário que haja não apenas transferência de conhecimentos,
mas também uma noção consciente e voluntária a respeito das dimensões de um processo
formativo, gerando desta forma um alto nível acadêmico dos alunos envolvidos de forma
direta ou indireta.
É possível entender que o PET é um programa que vai além das atividades realizadas, pois
trata-se de uma oportunidade para o petiano estimular ainda mais seu senso de coletividade.
Este diferencial do Programa faz com que haja uma maior sociabilização dos componentes
entre si e com outros graduandos. O ambiente dos grupos PET, incentiva a inovação a partir
de pesquisas, reuniões, debates e atividades externas e internas. A vivência dos grupos de
312
Educação Tutorial é efetivada em diferentes escalas: tutor-petiano; petiano veterano-petiano
novato; petiano atual-petiano egresso; petiano-estudante não petiano.
Diante da concepção filosófica do que é o PET, todos os eventos e atividades realizadas são
decididos e colocados em prática de forma coletiva.
Como característica relevante do
programa, a aprendizagem do petiano é igualmente importante para o andamento do mesmo.
Visando estes dois pontos principais, o PET-Biologia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco (UFRPE) promoveu para seus integrantes o Curso de Metodologia e Redação
Cientifica, onde os petianos tiveram a oportunidade de aprender com aulas teóricas e práticas,
além de alimentar ainda mais a coletividade entre o grupo.
Objetivos
Desenvolver e aprimorar o nível de qualidade das técnicas para redigir todos os tipos de textos
científicos, além de aperfeiçoar o uso da linguagem técnico-científica dos petianos.
Metodologia
A) Do evento
O Curso de Metodologia e Redação Cientifica, ministrado pelo Prof. Geraldo Jorge Barbosa
de Moura do Departamento de Biologia da UFRPE, aconteceu no período de 05 a 09 de Maio
de 2014. Além dos integrantes do PET-Biologia, também participaram do curso os alunos do
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da UFRPE, matriculados na
disciplina de Ecologia de Campo, a cargo do professor ministrante do curso. A tutora do PETBiologia/UFRPE, Profa. Jaqueline Bianque Oliveira, além da professora Jozélia Correia,
ambas do Departamento de Biologia da UFRPE. Este curso foi realizado na Estação
Ecológica de Tapacurá (EET), localizada no município de São Lourenço da Mata, sendo uma
área de Mata Atlântica com 776 hectares, destinada a pesquisas ligadas à Zoologia, Ecologia e
Botânica. A Estação conta com uma grande biodiversidade de aves, répteis, mamíferos e
insetos (Moura et al., 2012).
No primeiro dia os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a EET a partir de uma
caminhada em grupo a qual possibilitou uma observação alguns exemplares da fauna e da
flora daquela área. Ao retornar da caminhada, todos os alunos assistiram a uma aula teórica
sobre metodologia cientifica e foram separados grupos para realização de pesquisas. Os 11
integrantes do grupo PET formaram três grupos, sendo dois deles com 4 componentes e um
313
com 3 componentes. Cada um dos grupos precisou escolher um tema o qual seria acessível na
área de estudo (EET), que seria trabalhado durante o período do curso. Logo após a escolha
dos temas, os grupos apresentaram suas ideias e explanaram o objetivo geral do projeto ao
professor ministrante e aos demais participantes. Grupo 1: Ectoparasitos de Rhinela jimi;
Grupo 2: Parasitos gastrointestinais de capivaras; Grupo 3: Parasitos com potencial zoonótico
em Scinax x-signatus.
A partir do segundo dia de curso, os alunos foram a campo para coletas dos seus materiais de
estudo e começar as análises necessárias e possíveis de serem feitas naquele local. Ao fim do
dia, houve mais uma aula teórica de redação cientifica, onde os alunos tiveram a oportunidade
de tirar suas dúvidas sobre a metodologia que estavam utilizando em seus trabalhos.
Durante toda a semana, as equipes saíram mais uma vez para coleta e posteriormente
começaram a colocar em prática os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas, iniciando a
produção da parte escrita do artigo científico. Os petianos assistiram a uma apresentação dos
pós-graduandos sobre diferentes tipos de metodologias que podem ser empregadas em
estudos na área da Ecologia de Campo.
No penúltimo dia de curso, os grupos fizeram as últimas coletas de materiais e de dados,
montando desta forma uma apresentação com resultados parciais. À noite, todos os grupos,
incluindo os pós-graduandos, apresentaram oralmente seus trabalhos. Ao final de cada
apresentação, foi aberto um espaço de debate para comentários, críticas construtivas e elogios.
B) Da avaliação da atividade
Ao término do Curso de Metodologia e Redação Cientifica um questionário (com questões
abertas) avaliativo foi aplicado entre os petianos participantes. A tutora e o professor
ministrante também responderam a um questionário sobre suas respectivas avaliações dos
petianos no curso.
Resultados e discussão
Cada um dos três grupos de petianos planejou e organizou seus projetos com o auxílio do
professor ministrante na parte de metodologia e redação científica, juntamente com a tutora,
especialista na área de Parasitologia. Após uma semana combinando os blocos teóricos e
práticos, os integrantes do PET-Biologia apresentaram mini-seminários com algumas análises
314
e resultados parciais, pondo em prática as técnicas de confecção de textos científicos que lhes
foram ensinadas.
Considerando as respostas dos petianos ao questionário, pode-se perceber que o curso refletiu
positivamente nos aspectos individuais e, principalmente, coletivos de todos os petianos,
desde os veteranos até os novatos. Quando perguntados sobre quais pontos consideraram
como positivos no curso todos os petianos destacaram a união da teoria e da prática,
proporcionando assim um melhor aproveitamento das informações obtidas. A troca de
conhecimentos entre os graduandos, pós-graduandos e os professores também foi mencionado
como algo importante, por haver a interação de diferentes níveis acadêmicos. Como pontos
negativos foram citados o curto tempo de duração do curso e a dificuldade da busca
bibliográfica na Estação Ecológica de Tapacurá.
A tutora do PET-Biologia, avaliou como fatores positivos a dedicação e a disciplina
demonstradas no desenvolvimento das atividades, além da compreensão da metodologia
“aprender – fazendo”. Ressaltou ainda que todos os petianos, sem exceção, dedicaram-se às
atividades e evidenciaram ter aprendido o conteúdo teórico.
Para o professor ministrante do curso, mesmo os estudantes estando em período acadêmicos
diferentes e com experiências heterogêneas em relação à conceitualização e prática dos
métodos científicos, todos apresentaram uma excelente aprendizagem ao término do curso, de
forma bastante homogênea. Ele destacou como fatores positivos: o estimulo, dedicação,
capacidade de concentração e capacidade de trabalhar em grupo. Em suas considerações finais
acerca dos petianos ressaltou que nas atividades presenciadas por ele, todos os integrantes
priorizaram de forma adequada as metas a serem alcançada, e continua na expectativa de que
esse padrão de qualidade seja mantido na próxima etapa de redação de manuscritos para
publicação (parte final do curso, que ainda está em andamento).
Visto que todos os integrantes do PET-Biologia são graduandos do Bacharelado em Ciências
Biológicas, a Estação Ecológica de Tapacurá foi um lugar ideal para ser realizado o curso de
metodologia, pois o local propiciou a pesquisa, oferecendo materiais de estudo bem
interessantes aos grupos. Diante de poucos recursos bibliográficos e mínimos conhecimentos
na área dos projetos elaborados, a coletividade do grupo PET se sobressaiu a estes empecilhos
nos momentos de coleta em campo ou na produção textual. Os petianos ajudaram-se e
também foram auxiliados pelos estudantes da pós-graduação, desta forma efetivando a ideia
do que é a Educação Tutorial e, que esta vai além de dentro da sala do PET.
315
Ficou evidente que para os integrantes do PET, incluindo a tutora, esta atividade interna do
grupo é uma ótima prática didática para ser incluída nos moldes da graduação, inovando mais
uma vez a forma de aprendizado dos estudantes. Unir a teoria e a prática pode ser mais
interessante e torna mais consistente a fixação de conhecimentos e informações importantes.
Conclusão
As atividades realizadas internamente são um viés importante para refirmar e aumentar o
senso de coletividade entre os integrantes do grupo PET. Com isto, a filosofia da Educação
Tutorial se sobressai em todos os momentos de interação dos integrante do grupo.
As formas de aprendizagem proporcionadas aos estudantes do PET-Biologia, participantes do
curso, foram dinâmicas e práticas mostrando assim que há maneiras diferentes e inovadoras
para construir o conhecimento e instruir os estudantes da graduação para produzir artigos
científicos, tornando o ensino mais estimulante, além de promover respostas rápidas e bemsucedidas, mesmo daqueles que têm pouca experiência.
Referências
MOURA, G. J. B., AZEVEDO JUNIOR, S. M., EL-DEIR, A. C. A. A Biodiversidade da
Estação Ecológica do Tapacurá - Uma Proposta de Manejo e Preservação. 412. ed. Recife:
UFRPE,2012.vol.
1.
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL. Manual de orientações básicas. Brasília:
Ministério da Educação, 2006.
316
VENENINHOS DA BIO: Trocando conhecimentos sobre
animais peçonhentos, plantas tóxicas e fungos venenosos
SAGRILO, M.R.1; BRENER, C.E.S.1; MOURA, L.B.1; MACHADO, A.Z.1; JOHN, A.L.W.1;
RODRIGUES, L.G.1; CARVALHO, J.D.T.1; SACCOL, L.I.1; WENDER, M.G.1;
MACEDO, G.T.1; JESUS, L.C.1; LONDERO, J.E.L.1; OLIVEIRA, J.M.S.2;
1 – Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM
2 - Professor Orientador e Tutor do Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM
Introdução
No ano de 2012, foram notificados 143.658 acidentes e 273 mortes causadas por
animais peçonhentos no país. Os escorpiões são os responsáveis pela maior ocorrência destes
acidentes no Brasil. Nesse ano, houve 65.008 casos de acidentes com escorpiões, ou seja, 45%
do total notificado no ano. As serpentes causaram 20% dos acidentes, 18% foram pelas
aranhas, 7% pelas abelhas, 3% pelas lagartas e 7% por outros animais. A Unidade Técnica de
Vigilância de Zoonoses do Ministério da Saúde realizou um levantamento que indicou um
aumento de 157% em notificações de casos de acidentes provocados por animais peçonhentos
nos últimos 10 anos. Devido ao processo de urbanização, há um aumento da exposição destes
animais, que acabam procurando abrigo em outros ambientes e, muitas vezes, dentro de
residências. Com tal aproximação, acidentes são prováveis e podem ocorrer tanto na zona
rural quanto urbana. (BRASIL, 2006)
Os dados são menos precisos levando-se em consideração as intoxicações por plantas,
porém, é possível que este índice seja alto devido o desconhecimento de muitas pessoas a
respeito do potencial tóxico da espécie. Plantas das famílias Araceae e Euphorbiaceae, como
comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta), copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica) e
coroa-de-cristo (Euphorbia milii) são plantas muito comuns nas residências. Todavia, poucos
sabem que elas são tóxicas e, por isso, mesmo nos últimos anos os números de acidentes por
intoxicação, especialmente em crianças, têm se elevado. Cerca de 60% dos casos ocorrem
com crianças menores de nove anos de idade e 80% desses são acidentais. Há também vários
relatos de intoxicação em animais de estimação e aqueles destinados à pecuária (SINITOX,
http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home).
317
Com isso, vê-se a necessidade de atividades educacionais que tratem deste tema para o
público. A primeira iniciativa do PET Biologia voltada para a temática foi a atividade
“Venenos da Bio”, ministrada aos acadêmicos da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM). O “Veneninhos da Bio” é a adaptação da atividade realizada na UFSM, porém
estendida para a comunidade em geral, com ênfase no público infantil.
Mesmo que esta temática trate da área da saúde, pode-se abranger, também, atividades
de conscientização ambiental, já que a forma com que a criança interpreta tais questões pode
influenciar sua relação com o meio ambiente.
Objetivos
O objetivo do trabalho foi auxiliar os participantes na prevenção de acidentes com
organismos nocivos, dando base para o reconhecimento destas espécies, além de ratificar a
importância e o papel ecológico do organismo.
Objetivos específicos
1. Identificação das espécies.
2. Atitudes a serem tomadas em casos de acidentes.
3. Importância farmacológica das toxinas e venenos.
4. Endemismos das espécies.
5. Preservação de ambientes naturais e de seus predadores.
Metodologia
A atividade consistiu em três minicursos teórico-práticos no mês de setembro de 2013.
O primeiro deles abordou o tema ‘Animais Peçonhentos, sendo subdividido em duas etapas,
tendo a primeira abordado serpentes e anuros de interesse médico, para a qual houve
participação de uma petiana estagiária no Laboratório de Herpetologia da UFSM. Cabe
salientar que o referido laboratório possui ampla experiência na divulgação do assunto. A
segunda etapa abordou os artrópodos de interesse médico, e também contou com a
participação de uma petiana estagiária no Laboratório Interação Inseto-planta. Além disso, o
minicurso contou com auxílio dos demais petianos para preparação da parte prática.
318
O segundo minicurso abordou o tema ‘Fungos Tóxicos’, o qual foi ministrado por
integrantes do PET-Biologia. Foram tratados aspectos como: 1) identificação de fungos com
potencial tóxico; 2) diferenciação entre fungos comestíveis e não comestíveis; 3) doenças
causadas por fungos; 4) perigos da ingestão de alimentos contaminados por fungos.
O terceiro minicurso tratou do assunto ‘Plantas Tóxicas’. Realizado por integrantes do
PET-Biologia, contou com apoio de um voluntário do Laboratório de Bioquímica
Toxicológica para a preparação da apresentação e também na explanação do tema. O
minicurso levantou questões relacionadas à: 1) conhecimento das plantas tóxicas mais
comuns; 2) perigos da ingestão e contato com plantas de potencial tóxico; 3) sintomas da
intoxicação com plantas e 4) medidas que devem ser tomadas em caso de acidentes.
Resultados e discussão
A atividade alcançou os objetivos propostos tendo seu resultado evidenciado no
grande interesse e curiosidade dos alunos sobre os diferentes temas apresentados. O interesse
pelo minicurso foi tal que outra turma da escola, em visita a universidade, solicitou ao grupo
PET-Biologia a apresentação dos minicursos.
Considerando o retrospecto positivo do “Venenos da Bio”, que se tratava de uma
atividade voltada apenas para o ensino em nível de graduação, o sucesso do “Veneninhos da
Bio” reafirma e salienta a importância da aproximação entre o meio acadêmico e a
comunidade.
Conclusão
A atividade obteve êxito nos seus objetivos, principalmente em informar as pessoas a
respeito de espécies tóxicas/peçonhentas/venenosas e o que deve ou não ser feito em caso de
acidentes. Contudo, sugere-se que nas próximas execuções do “Veneninhos da Bio” seja
aplicado um questionário no início da atividade para uma melhor avaliação e discussão dos
resultados após o término dos minicursos.
319
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN) - Série A. Normas e Manuais Técnicos. 1ª ed. Brasília: Editora do Ministério da
Saúde, 2006.
SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Disponível em
<http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home>. Acesso em: 10 de
junho de 2014
320
BIO NA RUA: Conhecendo a profissão biólogo
MOURA, L.B.1; WENDER, M.G.1; JOHN, A.L.W.1; RODRIGUES, L.G.1;
CARVALHO, J.D.T.1; SACCOL, L.I.1; SAGRILO, M.R.1; MACHADO, A.Z.1; JESUS,
L.C.1; LONDERO, J.E.L.1; MACEDO, G.T.1; BRENER, C.E.S.1; OLIVEIRA, J.M.S.2;
1 – Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM
2 - Professor Orientador e Tutor do Programa de Educação Tutorial (PET Biologia) / UFSM
Introdução
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é uma importante instituição que
apresenta, atualmente, um total de 314 cursos (Fonte: UFSM). Dentre os vários cursos está o
de Ciências Biológicas, vinculado ao Centro de Ciências Naturais e Exatas. O curso de
Ciências Biológicas apresenta duas habilitações: Licenciatura ou Bacharelado. A profissão de
Biólogo foi regulamentada pela Lei n.º 6.684, sancionada em 03 de setembro de 1979, que
criou o Conselho Federal de Biologia (CFBio) e os Conselhos Regionais de Biologia
(CRBios). A existência do CFBio e dos CRBios tem permitido ampliar a visibilidade do
Biólogo junto à sociedade, como profissional das Ciências Biológicas nos mais variados
campos, notadamente, em meio ambiente, saúde, educação, entre outros (Fonte: CONSELHO
REGIONAL DE BIOLOGIA). O PET (Programa de Educação Tutorial) é desenvolvido por
grupos de estudantes, com tutoria de um docente, tendo como um dos objetivos “estimular a
melhoria do ensino de graduação” (FONTE: MANUAL DE ORIENTAÇÕES BÁSICAS DO
PET), procurando integrar ensino, pesquisa e extensão. Visando cumprir com o objetivo
citado acima, o PET Biologia UFSM desenvolve desde 2009 a atividade intitulada “Bio na
Rua”, uma feira que proporciona a divulgação da profissão do biólogo diante da comunidade,
visto o pouco conhecimento da população sobre as áreas de atuação do profissional.
Objetivos
A atividade teve como objetivo divulgar à comunidade santamariense algumas áreas
de atuação da profissão Biólogo, bem como divulgar o curso de Ciências Biológicas e os
diversos laboratórios vinculados ao curso da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
321
Metodologia
A atividade aconteceu na Praça Saldanha Marinho, localizada no centro da cidade de
Santa Maria, RS, no dia 10 de novembro de 2013, onde foi montada uma estrutura com
cobertura de lona e diversas bancadas e banners para que os laboratórios participantes
pudessem divulgar as suas atividades. Foram levados ao local materiais que representassem as
atividades dos profissionais biólogos, disponibilizando informações de cunho científico ao
público presente no evento. As informações divulgadas foram obtidas por meio de trabalhos
de pesquisa e experimentações nos laboratórios da UFSM, desenvolvidos pelos professores e
alunos da graduação e pós-graduação. O evento contou com a participação do Laboratório de
Biologia Evolutiva, Laboratório de Botânica Estrutural, Laboratório de Herpetologia,
Laboratório de Taxonomia Vegetal de Angiospermas, Laboratório de Paleobiologia e
Estratigrafia, Laboratório de Ficologia, Herbário do Departamento de Biologia e Grupo
Ativamentes.
Resultados e discussão
Estima-se que cerca de três mil pessoas passaram pelo evento, onde se observou um
grande interesse dos visitantes frente às exposições e um grande número de questionamentos
às diversas áreas expostas. Realizando essa atividade o PET Biologia proporcionou acesso ao
conhecimento produzido na universidade. Atividades que envolveram organismos e estruturas
microscópicas foram apresentadas, proporcionando conhecimento e possibilitando às pessoas
contato com instrumentos científicos de uso laboratorial.
Algumas das atividades apresentadas pelos laboratórios são de suma importância
também para a população local e estão diretamente ligadas a ela, como, por exemplo, alguns
dos estudos paleontológicos, onde a região central do Rio Grande do Sul, da qual Santa Maria
está inserida, é caracterizada como uma das mais ricas em fósseis do Brasil. Outra explanação
que pode ser destacada foi uma das do Laboratório de Herpetologia, que esclareceu para a
população quais são e como identificar os animais peçonhentos e venenos (bem como aqueles
que não o são) que podem ser encontrados na região. Além disso, foi exposto pelos estudantes
da área de botânica material proveniente da área de Santa Maria, que se localiza numa região
322
de transição entre os biomas Pampa e Mata Atlântica, apresentando grande diversidade e
possibilidades de estudo.
Conclusão
O “Bio na Rua” promoveu uma maior aproximação entre a comunidade acadêmica e a
sociedade, demonstrando as diferentes aplicações do conhecimento e permitindo uma maior
sensibilização da população no reconhecimento da profissão biólogo.
Referências
Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) / UFSM
CONSELHO REGIONAL DE BIOLOGIA
MANUAL DE ORIENTAÇÕES BÁSICAS DO PET
323
“Uma Mão Lava a Outra”: Projeto de Intervenção e Extensão Comunitária –
Resultados Preliminares
Cassio José Santos, Daiany Pressato, Debora Crocomo dos Reis, Jessica Dorador Kawashima,
Isabela Mello¹, Lígia Berti Mozena, Lucas Lima Argenton, Lucas Monteiro Pereira, Marielle
Panelli, Matheus Naville Gutierrez, Priscila Teixeira Tunes, Tamara do Prado Verotti,
Luciene Maura Mascarini Serra².
PET Ciências Biológicas Botucatu (PET-CBB) – IB UNESP BOTUCATU
Introdução
O Brasil vivenciou, no decorrer do século passado, crescentes fases de urbanização
decorrentes da mudança na economia do país, como a expansão industrial. O êxodo rural que
se seguiu exigia uma adequação da infraestrutura das cidades que, mal planejadas, geraram
contradições de desigualdades social e econômica. E desde essa época, as contradições se
mostraram na marginalização de grande parte da população, no estabelecimento de favelas e
de cortiços (Carvalho, 2002).
Há inúmeras cidades brasileiras que foram mal planejadas e não foram reorganizadas,
sendo ainda divididas em regiões centrais e periféricas. A periferia tende a apresentar uma
situação de abandono e precariedade, com evidentes deficiências e dificuldades no suprimento
de água para satisfazer as necessidades básicas diárias. O provimento adequado de água, em
quantidade e qualidade, é essencial para o desenvolvimento sócio econômico local, com
reflexos diretos sobre as condições de saúde e bem estar da população. Condições adequadas
de abastecimento de água resultam em melhorias das condições de vida e em benefícios como
controle e prevenção de doenças, prática de hábitos higiênicos, conforto e bem-estar, aumento
da expectativa de vida e da produtividade econômica. (Razzolini & Günther, 2008)
Assim, de acordo com o que foi apresentado e também pela necessidade dos alunos de
graduação entrar em contato com essa realidade, o grupo PET-Ciências Biológicas Botucatu
(PET-CBB) realiza o Projeto “Uma Mão Lava a Outra”.
O grupo entende que buscar a noção da própria comunidade sobre a sua condição de
vida é essencial, portanto procura avaliar as informações relatadas pelos próprios moradores
como fonte principal de dados do projeto; entendendo também que é com base nestes dados
324
que se deve planejar quaisquer intervenções que se façam necessárias, sendo que o
planejamento destas ações deve ter como base o desenvolvimento da autonomia e a
compreensão dos moradores sobre as condições de vida que vivem. Resulta daí a necessidade
da participação da comunidade para a promoção de sua saúde e de melhorias em sua
infraestrutura em relação à água e seus diversos aspectos.
O aprimoramento e o amadurecimento do projeto ocorreram de forma gradual por
meio de inúmeros debates realizados pelo grupo, possibilitando a construção conjunta e
coletiva do conceito de extensão.
Objetivos
O objetivo do trabalho é relatar o desenvolvimento do Projeto “Uma mão lava a
outra”, realizado pelo grupo PET-CBB. O Projeto objetiva identificar os reais problemas de
infraestrutura e saúde relacionados à água em uma comunidade periférica e, baseando-se
nestes dados, realizar intervenções educacionais e políticas que promovam a organização
comunitária e a conscientização sobre saúde e infraestrutura relacionadas à água.
Metodologia
O projeto iniciou-se com a coleta de dados referentes ao consumo de água em diversos
bairros de Botucatu, advindos do IBGE e do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de
Medicina de Botucatu (FMB). Optou-se por realizar o projeto no distrito de Rubião Júnior por
este possuir uma comunidade, em sua maior parte, socioeconomicamente desfavorecida e
localizar-se nas adjacências do campus de Rubião Junior – UNESP, Botucatu/SP.
Posteriormente o grupo consultou e estudou artigos sobre investigação social para
elaborar um questionário a ser aplicado na população alvo. O questionário foi composto por
questões abertas e fechadas que abordavam: dados do indivíduo e de seu domicílio, consumo
de água da família, hábitos relativos à utilização da água (higiene, tratamento, desperdício) e
conhecimento sobre e presença de doenças relacionadas à água. O tamanho amostral do
estudo foi de 365 famílias e a amostragem foi estratificada por setor censitário (erro de 5% em
relação ao total de moradores do bairro). Para analisar as associações entre as variáveis
utilizaremos o teste do qui-quadrado, com p<0,05.
O questionário elaborado foi testado (pré-teste) no bairro Jardim Santa Eliza, com
características semelhantes às do distrito escolhido (Rubião Junior) e próximo deste.
325
Os questionários definitivos foram confeccionados e aplicados em 2013 e meados de
2014. Em 2014 o projeto terá continuidade com a confecção do banco de dados, a análise
estatística, o planejamento e execução da intervenção educativa e política no distrito de
Rubião Júnior.
Resultados e discussão
Até o momento obteve-se apenas resultados preliminares referentes às etapas iniciais
do projeto e não ao projeto como um todo, uma vez que estes dependem de execução da
intervenção educacional e política. Tais resultados parciais tem grande importância e refletem
claramente em melhorias nas etapas que serão realizadas a seguir.
Com o preparo e aplicação dos questionários no pré-teste obtivemos informações
concretas e nossas impressões pessoais a respeito da comunidade residente no distrito de
Rubião Júnior. O questionário inicial foi composto de 36 questões. Com a execução do préteste este questionário inicial foi reavaliado e sua versão definitiva foi estabelecida em 33
questões. A partir do pré-teste pode-se inferir que as questões discursivas recebiam respostas
vagas, ou muitas vezes ficavam sem respostas, sendo assim foram priorizadas as questões de
múltipla escolha, buscando-se contemplar todas as respostas possíveis.
Então, a partir de nossas impressões e experiências pessoais pudemos ajustar a
abordagem, linguagem e postura durante as entrevistas futuras. Já as informações dos
questionários foram extremamente úteis para uma melhor adequação dos questionários à
população alvo e aos nossos objetivos.
Foram realizadas 320 entrevistas, sendo estas distribuídas em 7 setores censitários no
distrito de Rubião Junior, aplicando os questionários definitivos. Estas entrevistas forneceram
ao grupo dados para uma melhor compreensão da população do bairro e das condições
socioeconômicas observadas no local. Tais dados ainda estão sendo computados, não nos
permitindo discutir precisamente quais as questões e problemáticas encontradas na região do
estudo. Com a inserção das respostas de todos os questionários no banco de dados será
possível analisar estatisticamente diversos aspectos da comunidade, bem como fazer um
levantamento das condições de vida, doenças frequentes, principais problemas de saneamento
e abastecimento encontrados no distrito de Rubião Júnior.
A análise de todas as informações obtidas nos permitirá realizar uma intervenção
adequada e contínua com a comunidade, visando à construção do conhecimento,
desconstrução de noções anteriores equivocadas, criação de novos hábitos e integração entre a
326
própria comunidade. Essa construção do conhecimento poderá se dar em vários cenários de
prática, como Escolas, Praças e Centros de Saúde e de diferentes formas como rodas de
conversa, clubes de mães ou outras formas de integração educacional.
Conclusão
Com o trabalho de campo (aplicação dos questionários) o grupo PET-CBB pode
confirmar as condições socioeconômicas da região de Rubião Júnior, que se mostraram
bastante heterogêneas, com problemas de saneamento e de infraestrutura, necessitando
de fato uma intervenção educacional e política. Em relação ao grupo tutorial, constatouse que o mesmo desenvolveu habilidades de elaboração de questionários e de
comunicação com pessoas externas à comunidade acadêmica bem como a compreensão
de como se realiza a extensão universitária. Os integrantes estão agora realizando o
estudo de artigos sobre extensão comunitária para o planejamento das intervenções
futuras.
Referências
CARVALHO, E. Cidades brasileiras, crescimento e desigualdade social. Org & Demo
(Marília). n.3. p.45-54. 2002.
RAZZOLINI, M.T.P. & GÜNTHER, W.M.R. Impactos na Saúde das Deficiências de
Acesso a Água. Saúde e Sociedade São Paulo, 17, n.1.p.21-32.2008.
327
DOAÇÃO DE SANGUE: PET CBB E HEMOCENTRO HCFMB UMA PARCERIA
EM PROL DA VIDA
Cassio José Santos¹, Daiany Pressato, Debora Crocomo dos Reis, Jessica Dorador
Kawashima, Isabela Mello, Lígia Berti Mozena, Lucas Lima Argenton, Lucas Monteiro
Pereira, Marielle Panelli, Matheus Naville Gutierrez, Priscila Teixeira Tunes, Tamara do
Prado Verotti, Luciene Maura Mascarini Serra².
PET Ciências Biológicas Botucatu (PET-CBB) – IB UNESP BOTUCATU
Introdução
O sangue é um produto humano insubstituível sendo utilizado em diversas situações e
doenças, como: cirurgias, acidentes e anemias. No mundo inteiro, a demanda por transfusões
de sangue tem aumentado à medida que cresce o número de acidentes, violência e doenças. A
busca por doadores tem se constituído em uma preocupação constante das autoridades
sanitárias. A Organização Mundial de Saúde – OMS preconiza que 3% a 5% da população
com idade entre 18 e 65 anos seja doadora voluntária de sangue
1
, objetivando atender a
demanda transfusional de cada país. No Brasil, a demanda crescente por sangue e seus
derivados se faz sentir de forma cada vez mais preocupante. A quantidade total de doadores
de sangue no Brasil corresponde, a cada ano, a menos de 1% da população. O grupo PETCBB, composto por alunos dos cursos de Ciências Biológicas, Ciências Biomédicas e
Nutrição, entendendo que a doação de sangue é um ato extremamente importante e necessário
para salvar vidas, iniciou em 2010 uma campanha de doação de sangue em parceria com o
Hemocentro de Botucatu, envolvendo todos os integrantes da UNESP do campus de Rubião
Jr. e do Lageado: alunos, docentes e servidores técnico-administrativos e demais pessoas da
comunidade. Com esta campanha, o grupo procurou atuar na promoção da solidariedade e da
cooperação no ambiente universitário, visando aumentar significativamente o estoque de
bolsas de sangue do Hemocentro de Botucatu.
Objetivos
O presente artigo relata a parceria entre o grupo PET-CBB e o Hemocentro do Hospital das
Clínicas de Botucatu (HCFMB), visando à promoção da cidadania e da solidariedade no
ambiente universitário, estimulando a participação dos alunos, professores e servidores
328
técnico-administrativos da UNESP, campus Botucatu, no processo de doação de sangue e
seus derivados (medula óssea, plaquetas).
Metodologia
O Hemocentro é um setor do HCFMB, vinculado à Secretaria da Saúde em parceria com a
Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP sendo referência na região centro-oeste do
estado de São Paulo. As doações realizadas nesta parceria ocorreram ao longo dos últimos 5
anos (2010 – 2014). Nos quatro primeiros anos, as doações foram realizadas nas salas da
Central de Aulas do Instituto de Biociências, onde a equipe multiprofissional do HCFMB se
deslocou do Hospital de Clínicas (HC) com toda a infra-estrutura necessária para captação das
bolsas de sangue. Foram utilizadas várias salas de aula: duas para triagem de doadores
(medição de hematócrito/aferição de pressão e entrevista) e uma para captação do sangue.
Além das salas de aula, foram utilizados espaços externos às mesmas para o preenchimento de
fichas dos doadores e lanche pré e/ou pós-doação. Na primeira doação de 2014, houve
mudança na logística descrita acima, devido a um corte de funcionários do Hemocentro. A
campanha passou a ocorrer no próprio Hemocentro e o deslocamento dos doadores para o
local passou a ser responsabilidade do grupo de alunos PET-CBB. O transporte dos
voluntários ocorreu com um veículo disponibilizado pela Faculdade de Medicina de Botucatu,
saindo do Instituto de Biociências.
Em todas as campanhas foram selecionadas anualmente duas datas para a doação, geralmente
nos meses de maio e setembro. O período de doação ocorreu das 8 às 16 horas. A rotina das
doações segue o padrão do Hemocentro e os doadores são informados previamente dos
requisitos necessários para a doação.
O grupo PET CBB, nesta parceria, responsabilizou-se pela divulgação do evento (site do IB,
facebook, e-mail institucional, divulgação presencial em salas de aula, entrega de panfletos,
faixas e cartazes pelo campus), coleta de informação e preenchimento de fichas com
informações pessoais de cada um dos possíveis doadores.
Resultados e discussão
No período em que foram efetuadas as campanhas de doação de sangue obtivemos os
seguintes resultados:
Em 2012, no dia 8 de maio, foram coletadas 58 bolsas e em 4 de setembro, 51 bolsas.
329
Em 2013, no dia 7 de maio, foram coletadas 36 bolsas e em 5 de novembro, 57 bolsas.
Em 2014, nos dias 26 e 27 de maio, foram coletadas 60 e 80 bolsas, respectivamente.
Os dados dos anos de 2010 e 2011 não foram disponibilizados pelo Hemocentro.
Normalmente, o Hemocentro arrecada cerca de 40 bolsas diárias. Nos dias de doação a média
atingiu o número de 57 bolsas diárias, demonstrando a adesão dos universitários e
funcionários da UNESP Botucatu à campanha. O número de voluntários que participaram da
campanha era superior ao total de bolsas coletadas, porém uma grande parcela dos doadores
não se encaixava no perfil necessário para doação, o que acarretou em uma diminuição do
total de bolsas doadas.
Conclusão
De acordo com os resultados, é possível concluir que a parceria entre o grupo PET-CBB e o
Hemocentro do HCFMB alcançou seu objetivo, promovendo a cidadania e a solidariedade no
ambiente universitário. A parceria gerou aumento significativo no número de bolsas
arrecadadas pelo hemocentro comparado à coleta média diária de doações espontâneas. O
evento é de grande importância para as partes envolvidas, já que, não somente aumenta o
número de bolsas de sangue coletadas, como também origina novos doadores e ajuda na
formação dos petianos na realização de eventos, comunicação interpessoal e, no caso dos
alunos de Ciências Biomédicas, no conhecimento de uma possível área de atuação.
Referências
1. Ministério da Saúde (Brasil). Coordenação de Sangue e Hemoderivados. Informativo
COSAH 1998 (1): 4-6.
330
Jogo Presa-Predador: as interações ecológicas em uma abordagem dinâmica
Carlito Alves da Silva Júnior¹; Ana Beatriz Souza Martins2; Ana Raquel Colares de
Andrade¹; Alex Oliveira de Castro Castelo2; Aline Sombra Santos2; Amanda Kelly da Silva
Rodrigues¹; Andreza Maciel Rocha2; Fernanda Cláudia Paes Lima2; Filipe Rolim Farias¹;
Jamile Lima Carvalho¹; Larissa Batalha Santos da Silva¹; Leonardo Henrique Coimbra
Vieira¹; Lilian Glória Xavier de Souza¹; Luciana Costa Furtado¹; Patrícia Bruna Leite
Mendes¹; Rômulo Mesquita Franco¹; Victorya Vieira Gois¹; Maria Izabel Gallão3.
¹Bolsista do PET Biologia UFC; ²Voluntário do PET Biologia UFC; 3Tutora do PET Biologia
UFC
Introdução
O sistema de ensino tradicional vem sendo alvo de críticas nos últimos anos, principalmente
em relação à forma de aprendizado. Cada vez mais o modelo de ensino onde o indivíduo
constrói seu conhecimento, correlacionando-o ao ambiente interno do sujeito e o poder de
desenvolver sua própria aprendizagem, vem ganhando espaço nos ambientes educacionais.
Dentro do contexto construtivista, o PET Biologia UFC promove, anualmente, o Curso de
Férias, voltado para alunos de ensino médio de escolas públicas. O Curso de Férias tem como
objetivo abordar temas relacionados à Ecologia e Evolução no âmbito da construção do
próprio conhecimento, utilizando-se de atividades práticas, dinâmicas e também com espaços
para a teoria. Uma das atividades realizadas no X Curso de Férias, que ocorreu de 8 a 12 de
julho de 2013, foi o jogo presa-predador, que tem como temática as interações ecológicas,
com ênfase em predação.
Interações ecológicas são as relações dos seres vivos entre si e o meio, em uma comunidade
(RADDI, 2013). Os seres vivos de diferentes espécies interagem com o meio abiótico em que
vivem e com outros indivíduos que estão presentes no mesmo ambiente.
Nas comunidades bióticas encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que
as formam. Essas interações se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos
vivos mantêm entre si. Algumas dessas interações; se caracterizam pelo benefício mútuo de
ambos os seres vivos, ou de apenas um deles, sem o prejuízo do outro. Essas relações são
denominadas harmônicas ou positivas. Outras formas de interações; caracterizadas pelo
prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Esses tipos de relações recebem o
nome de desarmônicas ou negativas (CASSINI, 2005).
331
Segundo Odum (1988), as interações ecológicas são classificadas da seguinte forma:
neutralismo, competição, amensalismo, parasitismo, comensalismo, protocooperação,
mutualismo e predação. Esta última é a abordada no jogo presa-predador. A predação é o tipo
de interação na qual uma população afeta adversamente a outra através de um ataque direto,
dependendo, entretanto, da outra.
Para Begon et al (2007) predação é o consumo de um organismo por outro, em que a presa
está viva quando o primeiro predador a ataca.
Outra temática trabalhada no desenvolvimento do jogo presa-predador é a de cadeia alimentar
que se caracteriza pelo fluxo contínuo de matéria e energia entre os níveis tróficos (cada etapa
da cadeia), desde os produtores passando pelos consumidores até os decompositores, que
reciclam a matéria utilizada nesse fluxo. Assim, a cadeia alimentar é a transferência desta
energia alimentar desde os produtores – autótrofos - por meio de uma série de organismos
que consomem e são consumidos, consumidores – heterótrofos (ODUM, 1988).
Baseado na necessidade de abordar essa temática de uma maneira mais atrativa e
proporcionando aos alunos a oportunidade de construir seus próprios conceitos sobre
predação, cadeia alimentar e equilíbrio ecológico, que o jogo foi aplicado no X Curso de
Férias.
Objetivos
Reforçar a aprendizagem de conceitos relacionados a interações ecológicas e cadeia
alimentar. Fixar conceitos de predação, cadeia alimentar e equilíbrio ecológico de maneira
lúdica e dinâmica.
Metodologia
Esta atividade consiste de uma representação de uma possível cadeia alimentar, envolvendo 3
(três) componentes: A - plantas (produtores), B - preás (consumidores primários) e C jaguatiricas (consumidores secundários).
O material usado nesta atividade consistiu na utilização de fitas de cores diferentes (3 cores
distintas), apito e uma tabela para acompanhamento do desenvolvimento do jogo.
O grupo foi dividido em 3 (três), deixando, porém, o grupo das plantas com um número
ligeiramente maior dos demais, e utilizando o mesmo critério para os preás em relação as
jaguatiricas. Foram divididos 30 alunos desta maneira, 15 plantas, 11 preás e 4 jaguatiricas.
332
As plantas ficaram espalhadas pelo pátio, os preás foram dispostos em círculo ficando
distantes 5 a 6 metros das jaguatiricas, que também foram dispostas em círculo. Preás e as
jaguatiricas estiveram dispostos em círculos concêntricos de forma que as jaguatiricas ficaram
no círculo interno.
O jogo foi realizado em 10 rodadas. Para dar início a cada rodada, o mediador da atividade
apitou uma vez e para terminá-la, duas vezes.
Regras e objetivos da atividade:
Plantas: As “plantas” deverão ficar espalhadas pelo local escolhido para o jogo e
permanecerem nos seus lugares. Quando apanhadas pelos preás, deverão permanecer no local
onde foram apanhadas até a próxima rodada e depois ir para o grupo dos preás.
Preás: Cada “preá” deve procurar apanhar uma “planta” e evitar ser capturado por uma
“jaguatirica”. A única defesa possível dos “preás” é abaixar-se. Abaixando-se, estarão
escondidos das “jaguatiricas”. Quando apanhados por uma jaguatirica, os preás deverão
permanecer no local onde foram capturados até o término da rodada. Na rodada seguinte,
estes preás passarão a serem jaguatiricas.
Jaguatirica: Deverão tentar capturar um preá.
Os preás e as jaguatiricas que não conseguirem alimento voltarão na rodada seguinte, como
plantas. Os “preás” e as “jaguatiricas” que conseguiram alimento continuarão o sendo. As
“plantas” que foram capturadas voltam como “preás”. Os “preás” capturados voltam como
“jaguatiricas”.
Após a execução da atividade foi proposto um momento de exposição de conceitos de forma
oral e dialogada. Por meio de indagações e questionamentos, o mediador procurou estimular a
reflexão da atividade pelos estudantes. Em seguida explicou o sentido da atividade e teorizou
os termos relações ecológicas e cadeia alimentar.
Resultados e discussão
Os “preás” e as “jaguatiricas” que não conseguiram alimento voltaram na rodada seguinte,
como “plantas”. Com a ausência de alimento os animais morrerão de fome, e diante disso eles
começarão a se decompor, tornando a sua matéria orgânica disponível para outros organismos
incorporarem, no caso as plantas.
Os “preás” e as “jaguatiricas” que conseguiram alimento continuaram o sendo. Os animais
que são bem sucedidos na captura de alimentos continuam saudáveis, alcançando o seu fitness
333
e assim garantem novos indivíduos para a próxima geração e a manutenção do seu pool
gênico.
As “plantas” que foram capturadas voltaram como “preás”. Os “preás” capturados voltaram
como “jaguatiricas”. Esta regra faz alusão à transferência de matéria. Quando um animal
serve de alimento a outros, transfere-lhes a matéria que forma seu corpo e a energia que
acumula para realizar as suas funções vitais. Por isso, as plantas capturadas pelos “preás”,
voltaram como preás e estes, quando capturados, voltaram como jaguatiricas.
Durante as rodadas, foram invertendo-se os papéis, de modo que cada participante permutaria
em todos os níveis tróficos. Em momentos do jogo, o número de produtores (plantas),
consumidores primários (preás) e secundários (jaguatiricas) variava de modo que, a partir da
análise dos dados, seriam apontados os desequilíbrios que ocorrem no ecossistema.
Observou-se que os estudantes compreenderam a proposta da atividade respondendo
satisfatoriamente as indagações do mediador e após a exposição dos conceitos puderam
reforçar seus argumentos.
Conclusão
Após a discussão das variações que houve durante as rodadas, pode-se inferir a partir da
atividade que os estudantes puderam compreender na prática, o funcionamento de um
ecossistema e a relação presa-predador, bem como a caracterização de uma cadeia alimentar e
sua dinâmica de transferência de matéria.
Referências
BEGON, M., TOWNSEND, C.R e HARPER, J. L. Ecologia - De indivíduos a ecossistemas.
Porto Alegre: Ed Artmed, 4 ed., 2007. 752p.
CASSINI, Sérvio Túlio. ECOLOGIA: CONCEITOS FUNDAMENTAIS. 2005. 69 f.
Curso de Programa de Pós-graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal do
Espírito
Santo,
Vitória,
2005.
Disponível
em:
<http://www.inf.ufes.br/~neyval/Gestao_ambiental/Tecnologias_Ambientais2005/Ecologia/C
ONC_BASICOS_ECOLOGIA_V1.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2014.
ODUM, Eugene P. Ecologia. Rio de Janeiro: Guanabara. 1ª ed., 1988. 434 p.
RADDI,
Matheus. O
que
são
relações
ecológicas? 2013.
Disponível
em:
<http://www.obiologo.eco.br/2013/08/relacoes-ecologicas.html>. Acesso em: 23 jun. 2014.
334
Seminários do PET-Biologia: estratégia metodológica para a formação de graduandos
AQUINO; A. M.¹; OLIVEIRA, T. F.¹; OLIVEIRA, F. C. S.¹; MOURÃO, A. C.¹; SANTOS,
A. S¹; PEREIRA, D.¹; GRECO, G. M. Z.¹; ZACCARIN, G. H.¹; OLIVEIRA, J. D.¹; FARIA,
J. H. F¹; RODRIGUES, L. P. S. P.¹; ALCANTARA, M. A. R.¹; MOHALLEM, M. L.¹; DIAS,
M. D.¹; TORRES, N. K.¹, GOUVÊA, C. M. C. P.²
1
2
Integrante, Tutora do PET Biologia da Universidade Federal de Alfenas- MG
Introdução
A produção acadêmica, a respeito da prática pedagógica universitária, tem demonstrado a
complexidade presente nos processos de ensino e aprendizagem, envolvendo professores e
estudantes de graduação (MARTINEZ; TACCA, 2009; ZANON; ALTHAUS, 2010). O uso
de diversas práticas pedagógicas é sempre importante para a formação discente de qualidade.
O processo educativo depende da atitude e do compromisso dos sujeitos para estabelecer
processos comunicativos autênticos, considerando os diferentes contextos institucionais,
sociais e políticos. Mas, educar também é estar atento às diferentes possibilidades e recursos
que a realidade atual apresenta; a diversificação de instrumentos, estratégias e ambientes de
ensino-aprendizagem pode aumentar as possibilidades de interação, criar condições para a
autonomia, respeitando os diferentes ritmos, momentos e estilos cognitivos (FREIRE, 2003).
No ambiente escolar, pode-se fazer uso de diversas estratégias de ensino. Estratégias seriam
condutas ou ações utilizadas pelos professores e estudantes para a aquisição do conhecimento.
Dentre estas se destacam os seminários, um instrumento muito utilizado no ensino superior,
importante
e
necessário,
porque
funciona
como
um
mediador
fundamental
no
desenvolvimento de habilidades de leitura, escrita e produção de fala em contextos formais
dentro e fora da escola, além de oportunizar a transposição didática (GIL et al., 2012). De
natureza multissemiótica, as exposições orais trabalham competências e habilidades diversas
nos alunos. Entre elas se inserem as lexicais, gramaticais, linguísticas, discursivas,
situacionais (comunicativas), dialógicas, entre outras, auxiliando o aluno a posicionar-se
diante dos outros (ZANON; ALTHAUS, 2010).
Assim, espera-se que os alunos façam a pesquisa, estudem o tema, organizem as ideias e
aprendam com isso mais do que aprenderiam numa simples aula. Contudo, muitas vezes a
335
falta de planejamento contextualizado e a dificuldade de falar em público, impedem que os
seminários atinjam plenamente seus objetivos didáticos.
Objetivos
Os Seminários do Grupo PET-Biologia visaram aprimorar e desenvolver a oralidade e a
postura de seus integrantes perante apresentações públicas. Além de disponibilizar à
comunidade acadêmica uma diferente forma de acesso à informação e de integralização
curricular.
Metodologia
Os seminários do PET-Biologia foram realizados semestralmente, na forma de evento
registrado na Pró-reitoria de Extensão da UNIFAL-MG, para que pudessem compor o elenco
de atividades formativas dos participantes. Os seminários foram ministrados apenas pelos 15
integrantes do grupo PET-Biologia e participaram da atividade, os graduandos dos diversos
cursos da Universidade e demais membros da comunidade acadêmica. Os temas dos
seminários, nas áreas de ensino, educação, saúde e meio ambiente foram escolhidos pelos
integrantes do grupo PET-Biologia, de acordo com seu interesse ou afinidade e foram
homologados na reunião do grupo. Após a escolha do tema, pelo petiano, procedeu-se a
pesquisa bibliográfica, que foi orientada a ser realizada em livros técnico-científicos e em
bases de dados científicas. Os dados obtidos na pesquisa bibliográfica foram organizados e
estruturados em registro escrito. Seguiu-se a elaboração da apresentação pública, utilizando-se
de recursos audiovisuais como apresentações em PowerPoint e Prezi. A atividade foi avaliada
por meio de questionários aplicados aos participantes e os resultados foram transformados em
porcentagem. Os itens avaliados incluíram: desempenho dos palestrantes (postura, domínio de
conteúdo, didática, administração do tempo); qualidade dos slides: contribuição do seminário
para: auxiliar na melhor compreensão do conteúdo abordado, estimular o interesse pelos
conteúdos abordados, possibilitar a ampliação dos conhecimentos extra-aula, melhorar o
desempenho e motivação para o aprendizado; relevância para a formação; expectativas
alcançadas; adequação de carga horária; divulgação; organização; sugestões e críticas.
336
Resultados e discussão
Participaram das atividades, assistindo os seminários, 971 acadêmicos dos vários curso da
Universidade. A análise dos dados mostrou que 93% dos participantes avaliaram os temas
abordados em bom e excelente. A divulgação do evento foi avaliada como bom (40%), médio
(32,3%), excelente (11,4%). A programação foi considerada como bom (60%), médio
(12,4%), excelente (22,8%). Na organização o resultado foi satisfatório, sendo bom (62%),
médio (14%), excelente (23%). E, quanto à avaliação do conhecimento dos palestrantes, para
83% dos ouvintes atingiram as expectativas oferecidas pelo evento. Os resultados mostraram
que para maioria dos participantes o evento foi relevante para aprimorar seus conhecimentos
extracurriculares. Para os integrantes do PET o evento foi capaz de favorecer a aprendizagem,
especialmente, com vistas a reforçar o poder de argumentação, a busca pelo conhecimento, a
postura correta e o exercício da fala, além de ser ótimo aliado no combate à timidez e à
inibição. Resultados semelhantes foram obtidos por Zanon e Althaus (2010) e segundo
Masetto (2003), o seminário é uma excelente técnica quando bem compreendida e
adequadamente utilizada. Por isso, vale a pena conhecê-la, praticá-la e permitir que nossos
alunos a descubram também.
Os seminários do PET-Biologia têm sido uma ferramenta importante que contribui para o
desenvolvimento dos alunos de graduação das diversas áreas acadêmicas, visto que, são
abordados diferentes temas do conhecimento científico. Esta atividade favorece a formação
completa do integrante do grupo PET, pois permite que ele aprimore seus conhecimentos e
habilidades com pesquisa, ensino e extensão. É interessante ressaltar que todos os itens da
avaliação foram discutidos no grupo PET-Biologia, o que contribuiu para melhorar o
desempenho dos membros do grupo e para elaboração de atividade que atenda melhor as
expectativas e necessidades da comunidade acadêmica.
Conclusão
Os resultados permitem concluir que este trabalho contribuiu para a formação dos petianos,
proporcionando a melhora da expressão oral e conscientização quanto à importância da
preparação prévia quando se trata de uma apresentação pública. Os petianos tiveram a
oportunidade de conhecer e apropriarem-se de estratégias de interação com o público e
adquiriram mais conhecimento sobre os temas abordados.
337
O público teve a oportunidade de assistir seminários e refletir sobre as temáticas e as
características do gênero, o que propiciou aos petianos atuarem como multiplicadores de
conhecimentos adquiridos no PET-Biologia.
Referências
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2003.
GIL, E. S. et al. Estratégias de ensino e motivação de estudantes no ensino superior. Vita et
Sanitas, n. 6, p. 57-81, 2012.
MARTINEZ, A. M.; TACCA, M. C. V. R. A complexidade da aprendizagem: destaque ao
ensino superior. Campinas: Alínea, 2009.
MASETTO, M. T. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo:
Summus, 2003.
ZANON, D. P.; ALTHAUS, M. T. M. Possibilidades didáticas do trabalho com o seminário
na aula universitária. In: VIII Encontro de Pesquisa em Educação da Região Sul,
ANPEDSUL,
2010,
Londrina.
Disponível
http://www.maiza.com.br/adm/producao/34.pdf>. Acesso em: 03 de Jun. 2014.
338
em:
<
ANÁLISE DA EVASÃO E AÇÕES PREVENTIVAS NO CURSO DE CIÊNCIAS
BIOLÓGICAS DA UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB).
ANDRADE, Michele Francine Muniz¹; GODOI, Danrley de ¹; AUGUSTO, Diônata
Willian¹; HEIDEN, Julia Maria¹; LEITEMPERGHER, Lizandra¹; POLI, Manuela¹; SOARES,
Vinícius Gabriel Horst¹; HIRANO, Zelinda Maria Braga Hirano²,³.
¹Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Regional de Blumenau; ² Tutora Programa de
Educação Tutorial, Universidade Regional de Blumenau; ³ Professora do Departamento de Ciências Naturais
Introdução
Para TONTINI & WALTER (2011) a evasão de discentes nos cursos universitários é
uma realidade que aflige todas as instituições de ensino, sendo mais frequente em instituições
privadas. São diversos os motivos pelos quais os acadêmicos são levados a evadir-se de seu
curso, pode-se destacar: vocação do aluno em relação ao curso, sua interação com os
integrantes deste, expectativa esperada após a graduação, sua percepção sobre a qualidade do
curso e/ou o atendimento prestado ao aluno e ainda os de origem financeira (Tontini &
Walter, 2011). De modo geral, as instituições públicas e privadas apontam a questão
financeira como a principal razão de evasão, declarada abertamente pelos estudantes quando
questionados, onde ele julga que o custo benefício para obter um diploma superior não vale
mais a pena (Lobo et al., 2007). A grande maioria das Instituições de Ensino Superior (IES)
não divulga de forma adequada nem esclarecem as dúvidas sobre bolsas, monitorias e
estágios, sendo essas alternativas para custear as mensalidades, além de proporcionar ao
acadêmico uma vivência diferenciada na universidade. Contudo, as perdas de estudantes são
desperdícios sociais e acadêmicos, resultando em recursos investidos sem o devido retorno e
em acúmulo de ociosidade de professores, funcionários, equipamentos e espaço físico (Lobo
et al., 2007). Estudos nessa área tem mostrado um interesse inexpressivo de pesquisa no
Brasil (Braga, Peixoto & Bogutchi, 2003), sendo amplamente desenvolvida no exterior
(Tontini & Walter, 2011). Deste modo, o projeto em questão visou analisar os motivos que
levam à evasão no curso de Ciências Biológicas da Universidade Regional de Blumenau e
elaborar oficinas que informem os discentes sobre as formas disponíveis para permanência na
IES.
339
Objetivos
Este trabalho pretende traçar um perfil da evasão de alunos no curso de Ciências Biológicas
da Universidade Regional de Blumenau (FURB), além de promover o debate sobre os temas
de evasão, retenção, orientação acadêmica e outros pontos relevantes, visando à melhoria do
curso de Ciências Biológicas da FURB.
Metodologia
Os dados foram coletados na Universidade Regional de Blumenau que está localizada no
centro de Blumenau e atende acadêmicos de inúmeras localidades. Conta hoje com diversos
cursos, sendo assim é procurada por alunos das mais diversas classes sociais, estes que muitas
vezes necessitam de subsídios para manter-se na graduação ou dependem de transporte
intermunicipal, pois residem em outras cidades.
A evasão foi analisada no curso de Ciências Biológicas da FURB criado em 1968, com o
nome de Curso de História Natural, passando por varias modificações e hoje oferece duas
habilitações; licenciatura, num prazo mínimo de oito semestres e bacharel que além da carga
horária da licenciatura o aluno deverá cumprir mais 720 horas.
Para a realização do presente estudo, estabeleceram-se quatro etapas de atuação. Na primeira
etapa constituiu uma pesquisa por meio de um questionário com todos os alunos do curso de
Ciências Biológicas e, através deste, foram investigados os motivos que levavam os
acadêmicos a desistirem do curso. A ferramenta supracitada buscou informações de uma
forma holística como, por exemplo, as condições socioeconômicas e pessoais do acadêmico,
além de questões sobre o espaço físico da Universidade assim como a didática e
conhecimento dos professores. Na segunda etapa, realizaram-se as analises estatísticas dos
questionários, traçando um perfil da evasão no curso. Na terceira etapa houve a realização de
três oficinas. No inicio do semestre realizou-se a primeira oficina com os alunos do curso em
questão, visando apresentar as formas de ingresso nos diversos tipos de bolsas e programas
que a universidade oferece para auxiliar financeira e cientificamente os acadêmicos, após esta
etapa o grupo se disponibilizou a auxiliar os alunos para o preenchimento dos documentos
requeridos. A segunda oficina foi realizada com os acadêmicos após a publicação dos
resultados dos beneficiados com as bolsas, de forma a verificar e auxiliar nos possíveis erros e
340
nas dificuldades que os não beneficiados encontraram para o preenchimento do
cadastramento; além disso, pode-se verificar o índice de alunos que ingressaram em
programas de bolsas. Na terceira oficina realizou-se um encontro com os pais e convidados
dos acadêmicos, onde foi apresentado, o corpo docente, toda infraestrutura da universidade e
as atividades desenvolvidas por seus filhos, com o intuito de esclarecer ao publico alvo os
benefícios trazidos pelo envolvimento e permanência dos acadêmicos em atividades dentro da
universidade. Visando complementar a pesquisa, realizou-se ainda, uma quarta etapa, na qual
foram avaliados os resultados obtidos no primeiro ano; destaca-se que as quatro etapas do
projeto serão repetidas por cinco anos consecutivos, o que permitirá o acompanhamento
semestral da evasão no curso.
Resultados e discussão
Na primeira oficina, foram abordados 101 alunos em 2013 e 29 alunos em 2014, pois neste
ano aplicou-se o questionário apenas para os alunos ingressantes. A partir destes questionários
verificou-se que cerca de 70% dos alunos residem em Blumenau, outro fato muito importante,
é que mais de 90% dos alunos entrevistados afirmaram estar satisfeitos com o curso que
escolheram e se identificam com este. Cerca de 90% dos alunos sentem-se bem integrados
com os demais. Estes fatos levam a crer que a distância não é um fator impactante,
diretamente, na evasão do curso e que a integração é muito importante para sua permanência
na graduação. Quase 100% dos alunos afirmaram que pretendem se formar na FURB e a
maioria não deseja trocar de curso. Estas informações nos levam a crer que a evasão do curso
é um reflexo da falta de condição dos alunos de se manterem na graduação, salientando a
necessidade da IES oferecer mais bolsas para que o estudante permaneça. Nos questionários,
foram abordadas duas questões sobre as vantagens e desvantagens do curso. Os aspectos mais
votados como vantajosos foram as bolsas/estágios/monitorias e a infraestrutura da
universidade. Como desvantagem mais impactante, foi a mensalidade do curso. Acreditamos
que este resultado deve-se ao fato de quase 50% dos alunos não estão empregados. Diversos
acadêmicos responderam que sua renda ou bolsa não são suficientes para arcar com as
despesas universitárias. Com base nos resultados obtidos na segunda oficina, realizada em
2014, que teve o intuito de esclarecer as dúvidas dos alunos que não obtiveram bolsas, podese notar que apenas 52,2% dos alunos inscreveram-se no cadastro socioeconômico da
Universidade Regional de Blumenau, cadastro este que pode propiciar aos alunos bolsas de
estudo. Deste percentual, 58,3% teve o cadastro aprovado e destes, 66,7% conseguiu algum
341
percentual de bolsa. Dos acadêmicos 41,7% não se inscreveram no cadastro; os pontos
levantados foram: a falta de documentação, o fato de não terem alcançado a pontuação
mínima e a acusação de omissão de dados econômicos por parte do aluno. A maioria dos
alunos apontou que o processo de inscrição correu de forma fácil, enquanto a minoria colocou
que estava confuso ou muito extenso. No ano de 2014, o grupo promoveu a terceira oficina,
que teve como finalidade atingir não só os alunos, mas também os pais/familiares dos
mesmos. Estima-se que 100 pessoas participaram da oficina, onde 35 questionários foram
respondidos e aplicados apenas aos pais/familiares. Foram avaliados os seguintes pontos:
metodologia, esclarecimento de dúvidas, integração entre os participantes, organização e
coordenação do evento (objetividade, coffee breaks, dinâmica, pontualidade), a fim de
verificar pontos e/ou sugestões para a melhoria das próximas oficinas; além de questões sobre
o corpo docente presente no evento e sua participação ativa no esclarecimento de dúvidas,
abordando questões como receptividade dos professores e técnicos dos laboratórios visitados.
De uma forma geral obteve-se cerca de 70% de aprovação em todos os quesitos onde o
atendimento às expectativas dos participantes com relação à oficina destacou-se, pois 75%
dos familiares apontaram como ótimo. É de eximia importância salientar alguns comentários,
tais como: “Gostei muito e espero que este encontro aconteça mais vezes ao ano”, “Superou
minha expectativa. Este encontro me deu a certeza de que há um investimento no profissional
e também no ser humano como um todo. Meus parabéns. Muito obrigado” corroboram a
importância da iniciativa. No geral, a oficina foi muito bem avaliada, inclusive houve a
solicitação por meio da comunidade de que o evento ocorra mais vezes.
Conclusão
Percebe-se que a evasão dos estudantes do curso de Ciências Biológicas da Universidade
Regional de Blumenau está principalmente ligada às dificuldades financeiras para a
permanência no curso, já que fatos como residir em outra cidade, identificar-se com o curso e
ter uma boa interação com outros acadêmicos, não foram motivos relevantes para a
desistência do curso. Vimos que há em muitos casos, desconhecimento de bolsas de pesquisa,
monitoria ou estágios, que possibilitariam ajuda financeira para o custeio das mensalidades.
Com base nesse fato, fica evidente que a realização de eventos proporcionados aos
pais/familiares torna possível o conhecimento da IES em que seus filhos estão inseridos,
constituindo uma alternativa no auxílio da redução da evasão, uma vez que os mesmos terão
uma visão diferenciada do curso e da universidade e conhecerão as atividades realizadas neste
342
espaço, assim como as bolsas oferecidas dentro da IES. O Programa de Educação Tutorial PET/Biologia/FURB atua como pioneiro na realização desta linha de pesquisa na
universidade que está inserido. Desse modo, as atividades serão adaptadas e implementadas
na realidade atual do quadro da evasão dos demais cursos de graduação da universidade, a fim
de reduzir a evasão dos alunos graças ao sucesso deste projeto realizado pelo grupo. Esta foi
uma atividade que possibilitou identificar as causas de evasão do curso, por isso ela será
realizada continuamente.
Referências
BRAGAS, M.M.; PEIXOTO, M. do C.; BOGUTCHI, T.F. A Evasão no Ensino Superior
Brasileiro: o caso de UFMG. Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação
Superior, v.8, n.1, 2003.
LOBO, R.L.S.F., MOTEJUNAS, P.J., HIPÓLITO, O.; LOBO,M.B.C. M. A Evasão no
Ensino Superior Brasileiro. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, 2007.
TONTINI, G.; WALTER, S. A. Como podemos identificar a propensão e reduzir a evasão
de alunos de instituições de Ensino Superior? Ações estratégicas e Resultados táticos
para instituições do Ensino Superior. XI Colóquio Internacional sobre Gestão Universitária
na América do Sul, Florianópolis, p.1-18, 2011.
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU. PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE
GRADUAÇÃO. Catálogo dos Cursos de Graduação. Blumenau, v.2, p.342, 2000/2001.
Catálogo.
343
Recepção aos alunos do Curso de Pedagogia da PUC Minas nos laboratórios de
Zoologia e Botânica.
Amadeus Václav Bicalho Horta Portela¹; Ítalo Moreira Martins¹; Renata Belisário¹; Raquel
Aparecida da Silva¹; Ludmilla Ulhôa dos Santos¹; Danielle Costa Cestaro¹; Marina
Rodrigues Batista¹; Beatriz Rodrigues Maia¹; José Enemir dos Santos¹.
¹Grupo PET Biologia da PUC Minas.
Introdução
Analisando o complexo sistema educacional, percebe-se a necessidade de capacitação e
qualificação de professores para tentar suprir a escolarização básica brasileira, valorizando,
desta forma, esses profissionais. (SCHEIBE & AGUIAR, 1999). As instituições formadoras
comumente têm enfrentado problemas relacionados à falta de articulação entre a dicotomia
teoria e prática (LELIS, 2001). Neste contexto, ao longo da história do ensino de ciências, o
material didático tem sido de grande importância para auxiliar o trabalho dos professores
em sala de aula (BORGES & FRACALANZA, 2000). Os alunos do quinto período do
Curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais são recebidos
anualmente pelo PET Biologia nos laboratórios de Zoologia e Botânica para ampliar seus
conhecimentos sobre biologia e práticas em laboratório. Esta atividade é de grande
importância para os graduandos de Pedagogia já que estes podem ministrar aulas de
ciências; desta forma este reforço no conteúdo prático contribuirá na formação profissional
dos mesmos.
Objetivos
Promover o conhecimento relacionado às áreas de Zoologia e Botânica através do acesso às
coleções didáticas dos laboratórios visitados; Elaborar e disponibilizar material didático a
ser
aplicado
pelos
futuros
pedagogos
344
no
Ensino
Fundamental.
Metodologia
Os bolsistas do PET Biologia recepcionaram 40 alunos de duas turmas do quinto período do
Curso de Pedagogia nos laboratórios de Zoologia e Botânica do Departamento de Ciências
Biológicas. Primeiramente, os graduandos foram informados sobre as normas de
funcionamento de laboratórios e as técnicas de preparação e conservação do material
zoológico. Em seguida, os alunos foram divididos em grupos por bancadas, as quais
continham exemplares de animais invertebrados e vertebrados em via úmida e seca. Em
cada bancada um bolsista explicava sobre os materiais expostos e esclareciam possíveis
dúvidas sobre os mesmos. Ao final da explicação, os alunos deslocavam-se para outra
bancada, permitindo assim um rodízio dos grupos por todas as mesas para contemplar o
conteúdo pretendido. No laboratório de Botânica os alunos puderam observar e identificar
as técnicas de herbário, as exsicatas, as estruturas morfológicas e anatômicas de plantas
superiores e os exemplos de grupos evolutivos. Posteriormente à conclusão da atividade, os
petianos entregaram ao representante de turma um CD contendo uma apostila digital
elaborada pelos bolsistas sobre o conteúdo trabalhado, além de sugestões de práticas em
laboratório que os auxiliem a ministrar aulas. A atividade foi avaliada por meio da aplicação
de questionários aos alunos e professores da Pedagogia, com a finalidade de verificar a
eficiência da transposição didática. Nestes, os quesitos de organização, produção de
material didático, participação do PET e materiais expostos foram classificados através dos
seguintes critérios: muito bom (MB), bom (BO), regular (RE) e ruim (RU). Além disso, foi
questionado se houve o esclarecimento de mitos pelos monitores.
Resultados e Discussão
Os questionários foram destinados aos 40 participantes, incluindo os alunos e as professoras
das duas turmas de Pedagogia. Dentre as respostas obtidas, quanto à participação do PET e
à organização geral da atividade, todos avaliaram como MB; quanto aos materiais
biológicos expostos e ao fornecimento da apostila, 38 alunos avaliaram como MB e 2 como
BO. Todos os participantes apontaram que algum mito foi esclarecido, a exemplo da
diferença entre animais venenosos e peçonhentos, diferenças entre jacaré e crocodilos
dentre outros. Os resultados demonstraram que houve interesse dos graduandos tanto pela
atividade quanto pela seleção dos tópicos abordados. A entrega da apostila digital
contribuiu positivamente para fixar o aprendizado dos conteúdos apresentados, além de
auxiliar
os
futuros
pedagogos
a
345
ministrar
aulas
de
ciências.
Conclusão
A visita dos graduandos de Pedagogia aos laboratórios permitiu a melhor compreensão
sobre a área de biologia e como esta pode ser abordada no Ensino Fundamental de forma
prática e didática. Destaca-se ainda que os assuntos trabalhados contribuem para o
crescimento pessoal e para a introdução de novas práticas pedagógicas na graduação, já que
muitos dos alunos demonstraram não apresentar conhecimento prévio sobre o tema.
Referências
BORGES, G. L., FRACALANZA, H. Formação de Professores de Biologia, Material
Didático e Conhecimento Escolar. 440p. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de
Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
LELIS, A. I. Do Ensino de Conteúdos aos Saberes do Professor: Mudança de Idioma
Pedagógico? Educação & Sociedade, n.74, 2001.
SCHEIBE, L., AGUIAR. M. A. Formação de profissionais da educação no Brasil: O curso
de pedagogia em questão. Educação & Sociedade. n.68, 1999.
346
A Relevância da Identificação, Contenção e Manejo de Animais Peçonhentos: V Curso
Teórico-Prático de Animais Peçonhentos.
CALLEFE, João Luis Revolta1; FABRIS, Isabella de Almeida1; MENDONÇA, Bárbara
Schweizer2; PERES, Bárbara Pimpinato1; FERREIRA, Mayara Chagas1; ASSONI, Amanda
Dias 2; ROGATTO, Gabriel Mantelato2; LOPES, Ananda Finco De César1; PEREZ, Vinícius
Alan2; DE ALMEIDA, Rodrigo Batista2; BARDELLA, Juliana Pinatti1; DA SILVA, Tatiana
Cezar Fernandes1; FERREIRA, Pedro Henrique Leonel1; PASCHOALINI, Débora Rizzo1;
DOMINGUES, Paulo Francisco3.
1. Graduando do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, membro do grupo PET-FMVZ/UNESP, Botucatu.
2. Graduando do curso de Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
membro do grupo PET-FMVZ/UNESP, Botucatu.
3. Tutor do PET - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu.
Introdução
O Brasil é considerado um país continental, e esta vasta quantidade de terras unidas ao seu
clima tropical, trazem consigo uma das maiores biodiversidades em fauna do mundo
(VIELLIARD, 2004). Dentre toda fauna, destacam-se os animais peçonhentos, com um
imenso aporte de espécies, e classificados como tal, por conterem glândulas produtoras de
venenos acopladas à um aparelho inoculador, como aranhas, serpentes, escorpiões, entre
outros (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2008).
A importância do conhecimento sobre a identificação, manejo e contenção desses animais é
fundamental, visto que, acidentes de envenenamento por serpentes chegam a vinte mil casos e
óbitos chegam até cem casos por ano, relatados ao Ministério da Saúde (RIBEIRO & JORGE,
1997). Segundo Ribeiro et. al. (1998), no período de 1988 a 1993 foram notificados 12.639
casos de acidentes por serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo, com 43 óbitos, e isto
reforça a grande relevância em conhecer um pouco mais sobre esses animais.
As
serpentes
venenosas
(Jararacussu), Crotalus
existentes
(Cascavel
-
no
Brasil
7,7%
dos
pertencem
acidentes
aos
ofídicos
gêneros Bothrops
registrados
no
Brasil), Lachesis (Surucucu) e Micrurus (Coral verdadeira) (FUNDAÇÃO OSWALDO
CRUZ, 2008). A maior causadora de acidentes é a Bothrops, responsáveis por cerca de 85%
347
dos casos (RIBEIRO et. al., 1993). Além de serpentes, há grande quantidade de casos de
envenenamento por escorpiões, que segundo a Vigilância Ambiental de Saúde (VAS) de
Botucatu (2013), relata o crescimento desses casos, chegando à magnitude de 37% dos casos
notificados. No Brasil existem cerca de 160 espécies de escorpiões, e as principais
responsáveis pelos acidentes graves pertencem ao gênero Tityus. As principais espécies, em
Botucatu, causadoras de acidentes graves são: escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e
escorpião marrom (Tityus bahiensis) (SEULLNER, 2013).
Objetivos
O presente artigo tem como objetivo relatar a importância em oferecer aos acadêmicos e
profiossinais das áreas de biológicas e agrárias, o conhecimento sobre a identificação de
diferentes espécies de animais peçonhentos, assim como suas características biológicas, de
manejo e contenção. A partir disto, espera-se que o curso contribua com a diminuição de
acidentes envolvendo animais peçonhentos.
Metodologia
O “V Curso Teórico-Prático de Animais Peçonhentos”, foi realizado pelo grupo do Programa
de Educação Tutorial – PET FMVZ, vinculado a Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, UNESP, Câmpus de Botucatu, SP. O grupo, que contém 15 membros, foi dividido
em comissões de organização, dentre elas: a comissão de divulgação do curso através de
mídia impressa em locais dentro da universidade e nas redes socais, outra comissão ficou
responsável pelo coffee-break que foi servido aos ouvintes, e a comissão de emissão de
certificados, responsável pelo contato com os palestrantes e a pelas inscrições prévias, pois
foram oferecidas apenas 40 vagas. O número de vagas é estabelecido pelos profissionais do
Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos - CEVAP.
O curso teve início no dia 23 de maio de 2014, às 18h30min no Centro de Estudos de
Venenos e Animais Peçonhentos – CEVAP/UNESP, na Fazenda Lageado – Câmpus de
Botucatu, com a entrega de materiais e abertura, após isto foi realizada uma palestra
intitulada: ”Identificação e acidentes por animais peçonhentos”, ministrada pela Bióloga e
pós-graduanda Tauane Vaccas e pelo Biólogo aprimorando Josias Ribeiro Lopes. No dia
seguinte, o curso iniciou-se às 8h, com uma prática de contenção e identificação de animais
peçonhentos, ministrada pelos dois palestrantes. Para desenvolvimento das atividades práticas
348
os participantes foram divididos em dois grupos: um para o serpentário e outro com
escorpiões e aranhas, e após o término das atividades de cada grupo, foram invertidos. Nas
atividades práticas foi possível observar os métodos de contenção e identificação dos animais,
bem como a extração de veneno em uma Cascavel. Em seguida, houve a visita ao museu de
exposição de animais peçonhentos, onde se proferiu sobre as formas de ataque de cada animal
e o manejo adequado dos animais. O término do curso foi por volta das 12h, totalizando oito
horas de duração.
Resultados e discussão
O curso teve a participação de 36 pessoas, entre acadêmicos e profissionais. Considera-se que
a temática é extremamente relevante, pela ocorrência e altos índices de acidentes com animais
peçonhentos no município de Botucatu. Os participantes receberam instruções para captura e
manejo de serpentes, e puderam aprimorar os conhecimentos sobre a contenção de serpentes e
de outros animais peçonhentos. Na oportunidade, foram apresentados os equipamentos para
contenção e manejo de animais peçonhentos. O curso destacou também a importância da
preservação ambiental, salientando a função biológica da fauna silvestre, e, sobretudo,
orientou sobre o adequado manejo das serpentes, visando à segurança das pessoas, e dos
próprios animais mantidos em cativeiro. Este curso ofereceu educação continuada na área de
serpentes brasileiras. Para tanto, foram abordados aspectos de Filogenia e classificação
(Ecologia, história natural, origem e diversidade, características, reconhecimento e
distribuição geográfica), Biologia (Locomoção, habitat, reprodução, dieta e o aparelho de
veneno), Manutenção em cativeiro (Métodos de contenção, extração, controle e conservação
de veneno). Destaca-se também a realização de visita monitorada no Serpentário do CEVAP.
Conclusão
Considerando o aumento da casuística e notificações de acidentes por envenenamento e óbito
por animais peçonhentos, fundamenta a relevância em promover o conhecimento sobre esses
animais, que muitas vezes podem invadir as residências e causar prejuízos à saúde das pessoas
ou de animais domésticos, podendo em alguns casos ser fatal. Espera-se que as informações e
os conhecimentos adquiridos sobre as características biológicas, identificação, manejo,
contenção e aspectos de periculosidade, sejam transmitidas e usadas com a finalidade de
reduzir acidentes e mortes, bem como estimular nos participantes uma maior atenção com
349
relação aos animais peçonhentos, pois os profissionais que atuam nas áreas de agrárias e
biológicas, podem em algum momento ter que lidar de forma direta ou indireta com esses
animais. Os objetivos do curso foram plenamente atingidos por meio do conhecimento
adquirido sobre a identificação de diferentes espécies de animais peçonhentos, assim como
suas características biológicas, de manejo e contenção. A partir disto, espera-se que o curso
contribua com a diminuição de acidentes envolvendo animais peçonhentos.
Referências
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ). Sistema Nacional de Informações Tóxico
Farmacológicas (SINITOX). Animais peçonhentos. Rio de Janeiro Abril, 2008. Disponível
em: <http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/media/animais_peconhento_1.pdf>. Acesso em:
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RIBEIRO, L. A., ALBUQUERQUE, M. J., PIRES DE CAMPOS, V. A. F., KATZ, G.,
TAKAOKA, N. Y., LEBRÃO, M. L., JORGE, M. T. Óbitos por serpentes peçonhentas no
Estado de São Paulo: avaliação de 43 casos, 1988/93. Rev. Assoc. Med. Bras.[online]. 1998,
vol.44,
n.4,
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Disponível
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Acidente ofídico no Estado de São Paulo. Rev. Assoc. Med. Bras., v.39, p.4-7, 1993.
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casos. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v.30, n.6., Uberaba Nov./Dec., 1997.
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Rev. Assoc. Med. Bras. v.36, n.2, p.66-77, Abril-Junho, 1990.
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Escorpiões. Saúde Ambiental. Prefeitura do Município de Botucatu. 2013. Disponível em:
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VIELLARD, J. M. E. A diversidade de sinais e sistemas de comunicação sonora na fauna
brasileira. I Seminário Música Ciência Tecnologia. n.1, p.145-152, 2004. Disponível em:
<http://www2.eca.usp.br/smct/ojs/index.php/smct/article/view/12/11>. Acesso em: 29 mai.
2014.
350
A percepção da Cidade Universitária (UFMA) quanto à produção, descarte e
reutilização de resíduos no campus.
Marco Antônio de Menezes Ferreira¹, Andréia de Queiroz dos Santos Abreu Figueiredo¹,
Mariana Bonfim Pinto Mendes¹, Aline Duarte Nascimento¹, André Alvares Marques Vale¹,
Brenda Hellen Izidio de Paiva¹, Carlos Celso Frazão Saraiva Junior¹, Clarisse Mendes Éleres
de Figueiredo¹, Diego Marinho Pereira¹, Elias da Costa Araújo Junior¹, Gustavo Pereira
Lima¹, Itaynara Lobato Dutra¹, José Uilian da Silva¹, Leonardo Manir Feitosa¹, Liana de
Oliveira Trovão¹, Lucas Pereira Martins¹, Luciana Soares Lima¹, Marta Regina de Castro
Belfort¹, Osmann Cid Conde Oliveira¹, Patrício Getúlio Garcia Neto¹, Rafael Antônio
Brandão¹, Rafael Rodrigues de Lima¹;
Gisele Garcia Azevedo²;
¹ Integrantes do Programa de Educação Tutorial PET/ SeSU/ MEC. Departamento de
Biologia. Avenida dos Portugueses, 1966, Cidade Universitária, Bacanga. São Luis,
Maranhão, Brasil. CEP: 65080-805. Email: [email protected]
² Tutora do Programa de Educação Tutorial PET/ SeSU/ MEC. PhD. Professora Adjunta IV,
Departamento de Biologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal
do Maranhão. Avenida dos Portugueses, 1966, Cidade Universitária, Bacanga. São Luis,
Maranhão, Brasil. CEP: 65080-805. Telefone: 3272 – 8595. Email: [email protected]
Introdução
Identificar situações com as quais a comunidade acadêmica se defronta quanto à geração de
resíduos é imprescindível para que haja uma elaboração de programas e políticas de gestão
sustentável em universidades. A problemática dos resíduos sólidos não está na sua produção
em si, já que se trata de um processo natural, mas sim no acúmulo e não tratamento após o
descarte. É necessária a participação efetiva do cidadão em todas as etapas de manejo e
tratamento de seus próprios resíduos (LIMA, 2005), de maneira a otimizar as ações
governamentais e reduzir custos para tratamento destes, agindo de forma local para atingir um
bom gerenciamento dos recursos gerados e descartados pela população (DE MELO FILHO,
2005). Universidades podem ser tomadas como estudo de caso de cidades, já que os resíduos
produzidos nas Instituições de Ensino Superior (IES) são de características semelhantes aos
produzidos nas cidades industriais como um todo. Dentro dos campi são produzidos resíduos
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urbanos (semelhantes aos domésticos, de restaurantes e de escritórios), industriais (excedentes
laboratoriais e metalúrgicos), hospitalares e de obras civis e atividades rurais diversas (DE
CONTO, 2010). Sendo assim, ter um perfil dos resíduos produzidos no campus universitário e
um plano de ações efetivas pode ser considerado o primeiro passo na solução desta
problemática nas cidades e nos estados. Naquilo que tange aos resíduos sólidos, é necessário
conhecer de que forma dá-se o enfrentamento e a sensibilização acerca dos impactos, não só
ambientais, mas também no âmbito social e ético da comunidade acadêmica envolvida na
produção e gestão de resíduos sólidos.
Objetivos
O presente trabalho objetivou identificar os níveis de conhecimento e percepção ambiental da
comunidade acadêmica da Cidade Universitária da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) a respeito da política dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e suas implicações na
produção, descarte e reutilização de resíduos sólidos.
Metodologia
Foram aplicados 509 questionários com estudantes de graduação e pós-graduação, professores
e técnicos administrativos da Cidade Universitária durante os anos de 2011 e 2012.
Contemplou-se 33 cursos de diferentes áreas do conhecimento, distribuídos nos quatro centros
universitários, abrangendo 368 discentes e docentes. Além disso, seis instâncias
administrativas foram avaliadas, totalizando 141 entrevistados dentre servidores, técnicos e
demais funcionários. Os questionários eram compostos de 6 perguntas objetivas acerca de
políticas de reciclagem, coleta seletiva e tratamento de resíduos no campus.
Resultados e discussão
A partir das respostas fornecidas pelas entrevistas, observou-se um conhecimento satisfatório
da política dos 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) (67,97% conhecem, 31,82% desconhecem
e 0,21% não responderam), por parte da comunidade acadêmica. Porém, a partir das análises
dos resultados desse projeto, constatou-se que menos da metade dos entrevistados (39,88%)
realiza a separação do lixo que produz, apesar de um conhecimento teórico de políticas que
otimizem a gestão de resíduos. Nesse contexto, é preciso avaliar aquilo sugerido por De
Conto (2010), que trata da adoção de uma “engenharia comportamental” engendrada em boas
condutas – individuais e coletivas. Assim, embora elucidada quanto às atuais políticas de
descarte e reaproveitamento de lixo, a comunidade acadêmica não parece possuir o incentivo
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adequado dentro dos vários contextos sociopolíticos em que está inserida. Quando
questionados sobre a UFMA de forma mais específica, 85,07% dos entrevistados disseram
não considerar que o tratamento do lixo da universidade se dá de forma adequada; 97,05%
afirmam não conhecer o destino do lixo produzido no campus e 93,32% participaria de
programas que incentivassem a prática dos 3Rs na universidade. Porém, é difícil para a
comunidade acadêmica a percepção de ser iniciadora de qualquer movimento socioambiental.
Ao partir de uma instância superior, o incentivo ganha escopo de regra e transforma-se em
obrigação. É necessária uma ação conjunta que envolva as instâncias administrativas da
universidade, pesquisadores e equipe de ação, para que a comunidade acadêmica seja atingida
e isso facilite o processo de consolidação do Programa de Gerenciamento de Recursos (PGR)
da IES.
Conclusão
Para que uma intervenção apropriada aconteça, é necessária a adoção de uma política ampla
que inclua ações preventivas e articuladas. Estas devem ser capazes de intervir nos processos
de educação, encaminhando mudanças de conduta por parte da comunidade acadêmica
referentes aos impactos decorrentes das atividades desenvolvidas por ela. É preciso conhecer
para agir com êxito, o que remete à importância de primeiro traçar um perfil daquilo que será
trabalhado por meio de ações efetivas. Nesse sentido, a Universidade Federal do Maranhão
encontra-se
num
patamar
ainda
prematuro,
embora
em
crescimento
rápido
de
desenvolvimento estrutural, que deveria ser acompanhado por um amadurecimento da
sensibilização ecológica por parte de sua comunidade.
Referências
DE MELO FILHO, B. O valor econômico e social do lixo de Brasília. Curitiba: Editora da
UFPR. 2005. 77 p.
DE CONTO, S.M. Gestão de resíduos em universidades: uma complexa relação que se
estabelece entre heterogeneidade de resíduos, gestão acadêmica e mudanças comportamentais.
In: DE CONTO, S.M. (Org.) Gestão de resíduos em universidades. Caxias do Sul: EDUCS,
2010. 319 p.
LIMA, L.M.Q. Remediação de Lixões Municipais: Aplicações da Biotecnologia. São Paulo:
Hemus. 2005. 283 p.
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