Tecnologia - Low Carbon Brazil

Transcrição

Tecnologia - Low Carbon Brazil
INPUT PAPER1
CARBON BUSINESS ACTION BRAZIL
MISSÃO DE MATCHMAKING PARA
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM EDIFICAÇÕES
Este projeto é financiado
pela União Europeia
São Paulo, Brasil, de 8 a 12 de agosto de 2016
VISÃO GERAL DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL
A decisão da Low Carbon Business Action em ter o setor de Eficiência Energética como foco de sua primeira
Missão de Matchmaking (MM) foi baseada em alguns
motivos. Dois pontos relevantes são:
• O potencial de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa, conforme a INDC (em português,
Pretendida Contribuição Brasileira Nacionalmente Determinada para a Convenção Quadro Das Nações Unidas
Sobre Mudança Do Clima - “obtenção de 10% de ganhos
de eficiência no Setor de Eletricidade…”);
• As medidas de eficiência energética, com frequência,
possuem custos marginais de abatimento e até negativos, pois estão diretamente relacionadas à redução de
perdas e, portanto, aumentam a competitividade.
EE EM EDIFICAÇÕES – EVOLUÇÃO
DO MERCADO NO BRASIL
Desde 2009, programas nacionais de eficiência energética têm visado cada vez mais o setor da Construção Civil
e hoje existem programas voluntários de rotulagem de
eficiência energética para edificações, o qual se espera
que se tornem obrigatórios nos anos vindouros.
Embora o Setor da Construção Civil tenha sofrido grave redução desde 2014, há indicações de que no final de
2016 e início de 2017, o setor começará a crescer nova-
mente. É provável que isto traga oportunidades para eficiência energética e produtos de alta qualidade e, como a
demanda para empreendimentos especulativos é menor,
os construtores terão que elevar seus padrões para que
se diferenciem no mercado.
Como bom indicador no campo da eficiência energética em edificações, as certificações de sustentabilidade e
construções sustentáveis cresceram rapidamente desde
os primeiros estudos de caso em 2007, passando a serem praticamente obrigatórias em empreendimentos
com tecnologia de ponta por volta de 2013, conduzidos
pela certificação LEED internacional. Os dados do último registro e certificação LEED da GBC Brasil confirmam
esta tendência de crescimento da construção sustentável
na última década (Figura 1). Os cinco melhores tipos de
espaço para LEED no Brasil, por número de registro, são
Comercial (439), Depósito e Distribuição (156), Escritório
(76), Fabricação Industrial (72), Hospitais e Clínicas (41).
Por fim, há uma grande oportunidade de negócios para
sistemas de eficiência energética que não necessitem
de retrofit total da edificação e possuam uma instalação com impacto relativamente baixo (tais como troca
simples de refrigeradores e sistemas de otimização de
tensão) por meio da gestão de carteira de construções
em andamento, manutenção e gestão de instalações
das organizações. A produção industrial e vendas de
aparelhos elétricos são setores em expansão na economia brasileira (Figura 2). Em especial, as vendas
unidades de ar condicionado de pequeno porte cresceram rapidamente nos anos anteriores (Figura 3).
Figura 1 – Registros
e Certificações LEED no Brasil
Figure 1 - LEED Registrations and Certifications in Brazil
1200
1000
8
0
1
800
Milhões
65
55
6
1
3
600
45
35
4
0
4
400
200
0
1
0
5
8
1
0
4
0
9
3
2
Figura 2 – Produção, Serviço e Vendas
de
aparelhos elétricos no Brasil
Figure 2 – Production Service Sales of Electrical appliances in Brazil
1100
3400
2004 2005
4800
44
08
11
9
44
6
34
5
5
2
1
2
1
4
9
1
82
6
3
2
0
9
1
9
2
12
13
4
10
7
8
41
1
1
8
8
5
3
1
3
4
1
3
1
2
1
7
8
3
3
2
5
3
1
3
1
0
8
9
6
1
8
1
2
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 fev/16
Registrados durante o ano
Registros acumulados
Certificados LEED durante o ano
Certificações LEED acumuladas
25
15
5
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Fonte: Low Carbon Business Action in Brazilwt (2016). Relatório de Mapeamento – Eficiência energética em edificações (disponível em http://www.lowcarbonbrazil.com/publications.html).
1
Figura 3 – Unidades de ar condicionado vendidas no Brasil
Tabela 1 – Empresas com demanda
de sistemas de eficiência energética
(De parede, de janela ou transportáveis, inclusive do tipo split system)
Figure 3 – Sold units of air conditioners in Brazil
Tipo de
empresa
(Wall, windows or transportable, including split system type)
Milhões
7
6
Arquitetos e
designers
Especificar sistemas de eficiência energética
inovadores em todas as fases do projeto e construção da edificação. Acordos de cooperação
para oferecer serviços no mercado brasileiro.
Engenheiros e
especificadores
Especificar sistemas de eficiência energética inovadores para RVAC, iluminação, controles ou outros serviços em edificações. Acordos de cooperação para oferecer serviços no mercado brasileiro.
ESCOs
Fornecer e instalar sistemas de eficiência energética para edificações novas e existentes, com
economia energética garantida e respectivos
acordos de financiamento.
Consultorias
em construção
sustentável
Propor sistemas de eficiência energética para
que seja possível satisfazer os níveis de desempenho em edificações. Contratar sistemas
e processos para apoio a serviços de projeto
com baixa emissão de carbono.
Empresas de
construção civil
Fornecer e instalar sistemas de eficiência energética dentro de contratos de construção civil.
Empresas de
instalação
Fornecer e instalar sistemas AVAC, controles,
sistemas de iluminação ou outros serviços
eficientes em termos energéticos em edificações dentro de sua área de especialização.
Revendedores
Agir como parceiros locais para importar e comercializar sistemas de eficiência energética
aos clientes finais dentro do Brasil.
Fabricantes e
Empresas de
tecnologia
Acordos de cooperação para montar sistemas,
trocar tecnologia e adaptar sistemas de eficiência energética para serem apropriados aos
mercados locais.
Organizações
específicas do
setor
Comunicar oportunidades e novos sistemas
aos membros dentro de um setor específico,
fragmentado.
Treinamento
Oferecer treinamento e qualificações europeias
ao mercado local por meio de parceiros brasileiros, facilitar as vendas e operação eficiente
de sistemas mais avançados.
5
4
3
2
1
0
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
OPORTUNIDADES PMEs
EUROPEIAS E CONTRAPARTES
As empresas europeias estão aptas a satisfazer algumas
exigências no mercado brasileiro para eficiência energética
em edificações, por meio do fornecimento de tecnologias,
serviços e processos. Diversos setores são examinados para
determinar o potencial e para mapear o nível de desenvolvimento do mercado brasileiro.
Os tipos de empresas identificados com demanda de sistemas de eficiência energética no mercado brasileiro estão
apresentados na Tabela 1.
Além disso, foram identificadas as seguintes áreas prioritárias no relatório de mapeamento:
•Automação, refrigeração e aparelhos residenciais com
tecnologia de ponta;
•Soluções de software;
•Sistemas de gestão de edificações e controles para equipamentos comerciais com tecnologia de ponta;
•Serviços de engenharia especializados;
•Soluções energéticas do tipo “fit-and-forget” (instale-e-esqueça), adequadas para retrofit;
•Treinamento.
Oportunidades identificadas
OFERTA E DEMANDA DE TECNOLOGIAS,
PROCESSOS E SERVIÇOS
Por fim, o relatório de mapeamento indica tanto a oferta (Tabela 2) quanto a demanda (Tabela 3) de tecnologias, processos e serviços relacionados à eficiência energética em edificações e identifica barreiras, rotas até o mercado e potencial
no mercado brasileiro.
Tabela 2 – Mapeamento da Oferta – Tecnologias, processos e serviços que empresas europeias podem fornecer
Projeto e engenharia
Sistemas elétricos
Materiais de construção
Iluminação sistemas
Aquecimento de água
Sistemas RVAC
Medição e monitoramento
Aparelhos e equipamentos
Gestão e controles da
demanda
Educação
Tabela 3 – Mapeamento da Demanda – Tipos de organização que podem agir como parceiros no Brasil
Arquitetos e designers
Empresas de instalação
Engenheiros e especificadores
Revendedores
ESCOs
Escritórios e fabricantes de
produtos tecnológicos
Consultorias em construção
sustentável
Organizações específicas do
setor
Empresas de construção civil
Institutos de treinamento
cresceu 80% entre junho de 2014 e novembro de 2015.
O aumento correspondente para consumidores industriais foi de 87% (Figura 4).
Figure 4 – Tarifa média de eletricidade para clientes
comerciais e industriais da Eletropaulo 2012-15
Tarifas de energia da Eletropaulo
R$ 600
R$ 550
R$ 500
R$ 450
R$ 400
R$ 350
2014
October
Abril
Julho
Janeiro
Outubro
Abril
Julho
Janeiro
Outubro
Abril
Julho
Janeiro
Abril
Julho
Janeiro
Outubro
2013
2015
Clientes industriais da Eletropaulo
Paralelamente, o maior uso de usinas termoelétricas com
maiores emissões de carbono significa que as emissões
de carbono da grade (toneladas médias de CO2 equivalentes emitidas por MWh de eletricidade gerada) foram
aproximadamente 5 vezes mais altas no período 201415, ~150 kgCO2/MWh, que no período 2009-10, ~30
kgCO2/MWh (Figura 5).
Figura 5 – Fatores de emissões de CO2 nacionais no Brasil
0,18
0,16
0,14
Fatores de emissão de CO2 nacional do Brasil
(média mensal)
0,12
0.10
0,08
0,06
0,04
0,02
Mai15
Set/15
Jan/15
Mai14
Set/14
Jan/14
Set/13
Mai13
Jan/13
Set/12
Mai12
Jan/12
Set/11
Mai11
Jan/11
Set/10
Mai10
Jan/10
0,00
Set/09
Cerca de 70% da geração de eletricidade no Brasil é hidrelétrica, o que significa que, historicamente, ela teve
uma oferta de grade relativamente barata e “verde”. No
entanto, os impactos dos subsídios à energia implementados em 2013 (e depois repelidos), junto aos efeitos duradouros de uma seca maior que o período usual
de 2012 a 2014 e a reestruturação do setor para diversificar a produção têm causado mudanças significativas, incluindo aumento significativo de custos desde o
início de 2014 devido a muitas razões. Por exemplo, a
tarifa para consumidores comerciais de grande porte na
região administrada pela AES Eletropaulo (a distribuidora da concessão para parte do estado de São Paulo)
2012
Clientes comerciais da Eletropaulo
Jan/09
IMPULSORES RECENTES PARA MEDIDAS
COM MAIOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA SETOR DE OFERTA DE ENERGIA E FATORES
DE EMISSÃO DE CO2
R$ 200
Mai/09
No entanto, há barreiras nas quais todos devem prestar
atenção antes de investir no mercado brasileiro. Visivelmente, a maior parte dos consumidores é altamente sensível ao custo; a taxa de câmbio atual torna os sistemas
europeus mais dispendiosos, a importação e os impostos
aumentam ainda mais os custos e fica difícil competir no
preço com os fabricantes locais e chineses de baixo custo.
Os mercados imobiliário e da construção civil são conservadores, e é vital haver uma presença local, para que seja possível realizar vendas e garantir suporte técnico contínuo.
Muitos produtos precisarão ser recertificados segundo as
normas brasileiras, e é provável que os custos iniciais para
que uma empresa estrangeira opere no Brasil sejam altos.
Como tal, sugere-se que as estratégias de mercado incluam parceiros locais, seja como importadores, revendedores ou parceiros totais em joint ventures. Isto reduzirá
os custos iniciais e permitirá que produtos europeus alcancem um mercado altamente fragmentado.
R$ 250
tCO2/MWh
BARREIRAS/OBSTÁCULOS DO MERCADO
R$ 300
Em 2015 e início de 2016, tanto os custos quanto as
emissões de carbono parecem ter estabilizado, e o declínio na produção industrial nacional na verdade reduziu
ligeiramente o consumo de energia, ajudando a controlar
o custo e a evitar os riscos da suboferta, o que poderia
ter ocorrido como resultado da seca de 2014, reduzindo
a produção das usinas hidrelétricas. No entanto, o novo
nível de custo e impacto ambiental da energia têm tornado muitos investimentos em eficiência energética viáveis
e renovou o interesse no setor desde 2014.
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