projeto provedor de informações sobre o setor elétrico - Nuca

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projeto provedor de informações sobre o setor elétrico - Nuca
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES
SOBRE O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO MENSAL
ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA:
REGULAÇÃO do SETOR ELÉTRICO
BRASILEIRO
OUTUBRO de 2010
Nivalde J. de Castro
Hugo B. Bastos
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS – FINANCEIRAS DO SETOR
ELÉTRICO
Índice
1 – CONCESSÕES...................................................................................................... 3
2 – RESOLUÇÕES NORMATIVAS – ANEEL ........................................................ 4
3 – MERCADO LIVRE .............................................................................................. 9
4 – TARIFAS............................................................................................................. 10
5 – ENCARGOS........................................................................................................ 14
6 – REGULAÇÃO AMBIENTAL............................................................................ 17
7 – BELO MONTE ................................................................................................... 20
8 – USINAS DO RIO MADEIRA............................................................................. 22
Relatório Mensal de Acompanhamento da Conjuntura de Regulação(1)
Nivalde J. de Castro(2)
Hugo B. Bastos(3)
(1)
Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza
Turques, Rafhael dos Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e
Luciano Análio Ribeiro.
(2)
Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico
(3)
Assistente de Pesquisa do GESEL-IE-UFRJ
1 – CONCESSÕES
A renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição é uma das
prioridades que precisam ser resolvidas pelo próximo governo, na avaliação de
consultores que estiveram presentes no Enase 2010 -7º Encontro Nacional de Agentes
do Setor Elétrico, nesta quinta-feira, 30 de setembro. Para eles, já deveria ter sido
apresentada uma solução para o tema, mas as eleições adiaram a decisão, que será pela
renovação ou pela relicitação dos ativos. Said de Brito, da Excelência Energética,
acredita que a decisão sobre as concessões já deixou de ser prioridade e agora é uma
obrigação. O mercado livre também foi amplamente defendido pelos consultores. Para
eles, esse mercado precisa ter uma fatia maior da energia nova nos leilões e também
acesso a energia existente, quando ela for recontratada. "A modicidade tarifária vai
trazer algum benefício para os grandes consumidores? Esse será o desafio para as
associações da classe", avaliou Said de Brito. (01.10.2010)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto de outorga de concessão do
uso de bem público da UHE Ferreira Gomes (252 MW) à Ferreira Gomes Energia. A
concessão tem validade de 35 anos. O empreendimento foi arrematado pela Alupar no
leilão A-5 realizado no fim de julho. A empresa deu lance de R$ 69,78/MWh, com
deságio de 16% sob o preço-teto de R$ 83/MWh. O valor chamou a atenção, pois
segundo especialistas do setor, a usina não era muito atraente e deveria ser negociada
próxima do preço máximo.A usina fica no rio Araguari, entre os municípios de Ferreira
Gomes e Porto Grande, no Amapá. (20.10.2010)
Os especialistas em energia brasileiros recomendaram que o Governo de El Salvador
fizessem concessões para a construção e operação de mega-projetos hidrelétricos e
outros relacionados com o desenvolvimento do setor. Nivalde de Castro, coordenador
do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ (GESEL),
disse que as concessões, nesse tipo de projeto, também devem ser dadas a investidores
privados por períodos não inferiores a 30 anos. Segundo a experiência brasileira, esse é
o melhor modelo de gestão, pois, em última análise, também afetam a redução de custos
geração, resultando em preços mais baixos para os consumidores finais. Nivalde de
Castro acrescentou que a contribuição do Estado, através de empresas como a Comisión
Ejecutiva Hidroeléctrica del Río Lempa (CEL), deverá centrar-se no planejamento e
estruturação de projetos de investimento e consórcios investidores para contratar a
execução das obras, e a venda de energia a longo prazo. Castro disse também que existe
a possibilidade de a Eletrobras investir em El Salvador para ajudar com a capacidade de
investimento da CEL, bem como fornecer conhecimentos para o desenvolvimento
tecnológico do setor de energia. "Esta é uma prioridade para o governo Lula de
contribuir para a integração energética entre os dois países, com base no
desenvolvimento sustentável de energia", disse. (25.10.2010)
O deputado federal Maurício Rands (PT/PE) apresentou projeto de lei na Câmara dos
Deputados que determina a prorrogação das concessões de geração e distribuição de
energia pelo prazo de 30 anos, desde que requeridas pelo concessionário. O PL 7.145/10
tramita apensando ao PL 5438/09, do deputado Paulo Rattes (PMDB-RJ), que também
trata da prorrogação das concessões de geração de energia elétrica. De acordo com o
projeto apresentado por Rands, no caso das distribuidoras, a prorrogação também
poderá ocorrer por iniciativa do poder concedente. A proposta também permite que a
União renove a prorrogação por igual período e sucessivamente, desde que haja
interesse público. O projeto precisará ser votado pelo Plenário e será analisado pelas
comissões de Minas e Energia; de Finanças e Tributação, que também se manifestará
quanto ao mérito; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (26.10.2010)
2 – RESOLUÇÕES NORMATIVAS – ANEEL
A Aneel declarou de utilidade pública áreas de terra em Goiás, Minas Gerais e São
Paulo. O trecho será utilizado para passagem da Linha de Transmissão Coletora Porto
Velho - Araquara 2, circuito 1, da IEMadeira. Além disso, a Aneel liberou terras em
favor da Coelba (BA), para passagem da LT Buracica - Camboatá, com
aproximadamente 4 quilômetros de extensão. A linha fica no município baiano de
Alagoinha. (30.09.2010)
A Aneel declarou de utilidade pública terras necessárias à passagem do circuito 1 da LT
coletora Porto Velho - Araraquara 2, que conectará as usinas do complexo hidrelétrico
do Rio Madeira (RO, 6.600 MW). A decisão, aprovada na última terça-feira, 28 de
setembro, beneficia a Interligação Elétrica do Madeira S.A. (IEMadeira). A
documentação é referente ao trecho entre Caçu (GO) e Araraquara (SP), passando pelos
estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. A linha terá 505,5 quilômetros de extensão
em corrente contínua, em tensão de 600 kV. (30.09.2010)
A Aneel liberou unidades geradoras de três PCH's. A UG3, da PCH Piedade, em Monte
Alegre de Minas (MG), possui 5,67 MW de potência instalada. Já a UG3 da PCH
Angelina, nos municípios de Angelina e Major Gercino, ambos em Santa Catarina,
trabalha com 1,27 MW de capacidade. As unidades geradoras receberam autorização
para entrar em operação comercial a partir da última quinta-feira, 30 de setembro. Para a
PCH Pipoca, nos municípios mineiros de Caratinga e Ipanema, foram liberadas para
teste duas unidades geradoras (UG1 e UG2), com 6,667 MW de potência cada. A linha
de distribuição, em 69 kV, Caratinga I - Ipanema I, e um ramal em 69 kV, circuito
simples, com 70 quilômetros de extensão, também compõem o sistema. (01.10.2010)
A Aneel liberou as unidades geradoras UG1 e UG2, com 12,5 MW cada, da PCH Sítio
Grande. As unidades somam 25 MW de potência instalada da usina, localizada no
município baiano de São Desidério. A PCH pertence à empresa SPE Bahia PCH I. De
acordo com o despacho nº 2.911 publicado no DOU desta segunda-feira, 4 de outubro, a
companhia só poderá solicitar o início das operações comerciais após a conclusão do
período de testes, que confirmará a potência das unidades geradoras. (04.10.2010)
Empresas de geração de energia já se movimentam para investir na instalação de novas
turbinas para aumentar a capacidade de suas hidrelétricas graças à perspectiva de que a
Aneel edite, em breve, nova regulamentação sobre a chamada repotencialização das
usinas. A medida poderá acrescentar, ao menos, 5.300 MW de energia ao sistema,
segundo previsão da Abrage. Estudo da entidade revela que as estatais estaduais Cemig
(MG), Copel (PR) e Cesp (SP), e a federal Eletrobras-Chesf são as empresas que mais
vão se beneficiar. Juntas, essas companhias podem colocar mais 4.200 MW. Hoje,
porém, se investirem para ampliar a capacidade, elas não têm para quem vender a
energia, já que há um vácuo legal. Não existe nenhum mecanismo, nem em lei nem na
regulamentação interna da Aneel, que permita a comercialização desse excedente a ser
gerado. A Aneel estuda o assunto em esfera técnica e enxerga a necessidade de resolvê-
lo logo. A previsão é que, no máximo no próximo mês, a questão siga para apreciação
da diretoria colegiada da agência. (11.10.2010)
A Aneel publicou nesta sexta-feira, 8 de outubro, a Resolução Normativa nº 412, que
estabele os procedimentos para registro, elaboração, aceite, análise, seleção e aprovação
de projeto básico e para autorização de aproveitamento de potencial de energia
hidráulica até 50 MW, sem características de PCH. Com a promulgação da lei
11.943/2009, essas usinas não precisam mais ser licitadas, podendo ser apenas
autorizadas pelo órgão regulador. No entanto, a resolução estabelece que só poderá ser
realizado o registro de elaboração de projeto básico os aproveitamentos que dispuserem
de respectivo estudo de inventário aprovado. Assim, o registro poderá assumir a
condição de ativo - registro considerado válido - ou inativo. Este último caso é aplicado
ao registro ativo que venha a se tornar insubsistente, seja por descumprimento às
disposições constantes na resolução, seja por motivo considerado relevante.
(08.10.2010)
A Aneel aprovou a inclusão, no Procedimento de Comercialização de Energia Elétrica,
de diversas alterações de dados contratuais. Os anexos envolvem mudanças nos
Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado, de Constituição de
Garantia, de Energia de Reserva e de Uso da Energia de Reserva. Além disso, será
anexada ao Procedimento a minuta de termo aditivo que altera os CCEARs por
quantidade firmados por Furnas em decorreência do leilão 002/2005, incluindo a
retirada da UHE Baguari do lastro dos contratos. De acordo com o despacho nº 2.953,
publicado no DOU nesta quarta-feira, 7 de outubro, o Procedimento deverá ser aplicado
imediatamente, e a CCEE deverá se responsabilizar pela divulgação. (08.10.2010)
A Aneel liberou para operação comercial unidades geradoras de usinas em Minas Gerais
e São Paulo. A UG1 da PCH Pipoca, nos municípios mineiros de Caratinga e Ipanema,
possui 6,667 MW de potência, enquanto a UG-01 da UTE Cabot Mauá, em Mauá (SP),
trabalha com 7 MW de capacidade instalada. As unidades geradoras têm autorização
para operar comercialmente desde a última sexta-feira, 8 de outubro. A Gargaú
Energética também recebeu autorização da Aneel para operar as dezessete unidades
geradoras da EOL Gargaú a partir de hoje (8). No entanto, as unidades, que somam
28,05 MW de capacidade instalada, operarão em teste, e a companhia só poderá solicitar
a entrada em operação comercial depois que for confirmada a potência das unidades
geradoras. (11.10.2010)
A hidrelétrica Foz do Chapecó (855 MW) recebeu autorização da Aneel para dar início
à operação da primeira das suas quatro unidades geradoras, de 213,7 MW. A capacidade
plena do empreendimento equivale a cerca de 18% do consumo do estado do Rio
Grande do Sul e 25% do consumo de Santa Catarina. A usina deve operar em carga total
em fevereiro do ano que vem. A energia de Foz do Chapecó será escoada por duas
linhas de transmissão, em 230 kV. Uma das linhas, com 72,6 km de extensão, em
circuito simples, interligará a usina à SE Guarita (RS), da CEEE. Com 77,6 km, em
circuito duplo, a outra LT conectará a hidrelétrica à SE Xanxerê (SC), da Eletrosul. O
projeto demandou investimentos de aproximadamente R$ 2,2 bilhões, sendo 70% deste
total financiado pelo BNDES e por um consórcio formado por Bradesco, Banco do
Brasil, Santander e Safra. (14.10.2010)
A Aneel liberou unidades geradoras de uma PCH e duas termelétricas em Minas Gerais
e Pernambuco. As UGs 1 e 2 da PCH Varginha possuem 4,5 MW cada, e somam os 9
MW de potência instalada da usina, localizada nos municípios mineiros de Chalé e São
José do Mantimento. A PCH pertence à empresa SPE Varginha Energia, subsidiária da
Ersa. A UTE DVPA, da Destilaria Vale do Paracatu Agroenergia, obteve liberação para
teste da Aneel para uma unidade geradora de 28 MW de capacidade instalada. A usina
fica localizada no município de Paracatu (MG). Já em Pernambuco, a termelétrica
Petribu, no município Lagoa de Itaenga, operará uma unidade geradora de 22 MW de
potência. As unidades geradoras da PCH Varginha e da UTE Petribu estão liberadas
para operação comercial a partir desta sexta-feira, 15 de outubro. (18.10.2010)
A Aneel declarou de utilidade pública terras no Rio Grande do Norte para fins de
servidão administrativa. A CPFL Bio Formosa utilizará a área para a passagem da Linha
de Transmissão SE Usina Bio Formosa - SE Canguaretama, com 14,47 quilômetros de
extensão. As subestações ficam localizadas nos municípios de Baía Formosa e
Canguaratema, respectivamente. (18.10.2010)
A Aneel Elétrica liberou a unidade geradora UG2 da PCH Pipoca, nos municípios
mineiros de Caratinga e Ipanema. A unidade geradora possui 6,667 MW de capacidade
instalada. De acordo com o despacho nº 3.072, publicado no DOU da última segunda-
feira, 18 de outubro, a empresa Hidrelétrica Pipoca, subsidiária da Omega Energia, está
autorizada a operar a UG comercialmente desde o último sábado (16). (19.10.2010)
A Aneel e a ANA assinaram uma resolução com o objetivo de ampliar o monitoramento
dos recursos hídricos do país. De acordo com a Aneel, a Resolução Conjunta nº. 003,
publicada na edição de hoje do DOU, foi a primeira norma conjunta entre agências
reguladoras. A partir da nova norma, passarão a ser verificados, além dos parâmetros
previstos anteriormente, o nível de sedimentação dos lagos e a qualidade de água
utilizada nos empreendimentos hidrelétricos. Segundo a Aneel, outras inovações
incluídas na resolução permitirão o envio constante e remoto de informações à ANA,
responsável pelo gerenciamento dos dados. A expectativa é de que a fiscalização possa
ocorrer de forma mais eficiente. As informações deverão ser enviadas pelas
concessionárias e autorizadas do serviço de geração em relatório anual até 30 de abril do
ano seguinte ao da apuração. (20.10.2010)
A primeira unidade de 214 MW da usina Foz do Chapecó, localizada no rio Uruguai,
entre os municípios de Águas do Chapecó (SC) e Alpestre (RS) já está em operação,
segundo informou nesta quarta-feira (20) a Alstom, empresa que faz parte do consórcio
EPC, junto com Camargo Correa e CNEC Worley Parsons. As operações comerciais da
planta tiveram início em 11 de outubro. Em fevereiro de 2011, apenas três anos e meio
após o início das obras, a usina estará em completo funcionamento com uma capacidade
instalada de 855 MW e 432 MW médios de energia assegurada - o suficiente para
atender cerca de 25% de todo o consumo de energia de Santa Catarina ou em torno de
18% do Rio Grande do Sul. (20.10.2010)
Áreas de terra no município de Porto Velho (RO) foram declaradas de utilidade pública
pela Aneel para fins de servidão administrativa. A Santo Antônio Energia utilizará as
terras para implantar linhas de transmissão e interligar a UHE Santo Antônio à SE
Coletora Porto Velho. As linhas possuem cerca de 14 quilômetros de extensão e vão
operar na tensão de 500 kV. (21.10.2010)
A Aneel liberou as unidades geradoras UG1 e UG2 da PCH Sítio Grande, em São
Desidério (BA). As unidades geradoras, de 12,5 MW cada, somam os 25 MW de
capacidade instalada da usina. A empresa SPE Bahia PCH I, subsidiária da Neoenergia,
tem autorização para operar a usina comercialmente desde o último sábado, 23 de
outubro. (26.10.2010)
A Aneel pretende publicar até o início de dezembro os ajustes da resolução 414, a
chamada "Nova 456", que regulamenta e disciplina as relações comerciais entre
consumidores cativos e distribuidoras. De acordo com Marilia Brasil de Mattos,
especialista em Regulação da Aneel, a agência recebeu centenas de dúvidas das
distribuidoras sobre a nova norma. Ela contou que a Aneel está reforçando suas análises
para poder atender os pedidos de esclarecimento da distribuidora. A especialista em
Regulação da agência ressaltou que não haverá mudanças, e sim, ajustes no texto a fim
de descartar interpretações divergentes das aprovadas no último dia 9 de setembro. A
resolução 414/2010 consolida outras 11 resoluções da Aneel e passa a valer a partir do
próximo dia 1° de dezembro. (28.10.2010)
3 – MERCADO LIVRE
O MME deve publicar este mês a portaria que regulamenta a cessão dos excedentes
contratuais de energia elétrica pelos consumidores livres. A expectativa no setor é que a
medida abra espaço para um mercado de 250 MW médios e que poderá movimentar R$
250 milhões anuais. Para agentes do setor, o grande problema é que a proposta do
governo limita a quantidade de energia excedente que pode ser comercializada, na
prática, quanto menor o período de contratação da energia, menor é o limite de
excedente que pode ser comercializado. Em paralelo, tramita no Congresso projeto de
lei que trata sobre o mesmo assunto. Segundo o presidente da comercializadora
Compass, Paulo Mayon, a aprovação do PL dará respaldo legal ao decreto. (06.10.2010)
Não houve compradores para a energia da usina de Jirau, no rio Madeira, no leilão
realizado na semana passada. Os preços propostos, entre R$ 130 e R$ 136 o MWh,
foram considerados muito altos diante da expectativa das empresas de que haverá sobra
de energia no futuro. Sem nenhum contrato fechado no mercado livre de energia, a
menos de dois anos do início das operações, a rentabilidade que o projeto proporcionará
a seus acionistas é desconhecida e está à mercê do comportamento das chuvas e do
crescimento da demanda, fatores que eventualmente poderão puxar os preços do
mercado livre para cima.A próxima tentativa da concessionária Energia Sustentável do
Brasil, liderada pela GDF Suez, será vender parte da energia no leilão que será realizado
pelo governo federal no fim do ano. (27.10.2010)
4 – TARIFAS
As tarifas de energia elétrica no Brasil já estão em um patamar elevado e ainda devem
aumentar cerca de 30% entre 2010 e 2015, por conta de um despacho maior de energia
térmica e novos leilões de energia existente, avaliou o presidente da PSR Consultoria,
Mário Veiga. Ele explicou que além de maior uso das térmicas o governo terá que fazer
leilões em 2013 de um bloco de energia já existente, ou seja, de projetos que já estavam
operando antes da implantação do sistema de leilões do governo baseado na modicidade
tarifária. "O novo leilão vai vender energia que lá atrás custava 82 reais o MWh a cerca
de 117 reais o MWh," calculou o consultor. (30.09.2010)
O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimermmann, rebateu o estudo feito pela
consultoria PSR, que indicou aumento de quase 30% nas tarifas de energia, de 2010 a
2015. "Eles utilizaram premissas que eu não adotaria se fosse fazer o mesmo estudo",
explicou Zimmermann, durante evento nesta quinta-feira (30/9), no Rio de Janeiro. Ele
disse ainda que a tendência é que o preço da energia diminua no longo prazo. Isso
porque as hidrelétricas que estão entrando em operação serão amortizadas ao longo do
tempo. (30.09.2010)
Os consumidores cativos da distribuidora paulista EDP Bandeirante Energia pagarão em
média 7,91% a mais na conta de luz a partir do dia 23 de outubro. O reajuste tarifário foi
aprovado pela diretoria colegiada da Aneel em reunião pública realizada nesta terçafeira (5/10). Os clientes de baixa tensão terão um reajuste tarifário médio de 7,89%, os
de alta tensão (de 2,3 kV a 230 kV), 7,93% em média. Para aprovar o reajuste tarifário a
Aneel levou em consideração variação do IGP-M, os custos com aquisição de energia e
o aumento da CCC, entre outros fatores. A EDP bandeirante atua em 28 municípios do
estado de São Paulo especificamente nas regiões do Alto do Tietê e Vale do Paraíba,
atendendo aproximadamente 1,401 milhões de clientes e distribuindo 13.268 GWh ao
ano. (06.10.2010)
As novas regras da Aneel para o terceiro ciclo de revisão tarifária das distribuidoras de
energia vão reduzir a capacidade de geração de caixa das empresas. As primeiras
estimativas giram em torno de uma queda média entre 30% e 40%, o que pode
comprometer ainda mais a capacidade financeira de companhias já altamente
endividadas. E mesmo acionistas de elétricas eficientes podem rever seus investimentos.
Com isso, o novo ciclo pode não incentivar, mas forçar a consolidação do setor. A
redução de receita e do lucro já era esperada com o terceiro ciclo. O problema é que a
queda foi muito maior do que a praticada nos outros dois ciclos de revisão. Na conta de
alguns executivos do setor de distribuição, o ganho para o consumidor ficaria em torno
de 2,5% a 5% ante a perda de 40% do lucro das empresas. Isso acontece porque, se de
um lado a tarifa cai, pelo ganho de eficiência, por outro, ela tem subido em função da
entrada em operação de termelétricas. (14.10.2010)
A mudança da forma de cálculo das tarifas das distribuidoras já afetou o curso das
negociações em torno da Elektro, a empresa de distribuição da empresa Ashmore
Energy International. Estimativas de agentes do mercado financeiro que auxiliam a
operação mostram que o valor da distribuidora que era estimado em R$ 6,2 bilhões em
setembro é agora de R$ 5,6 bilhões. A nova realidade de preços deve afetar em cheio os
estrangeiros que evitaram a todo custo vender seus ativos no Brasil. Com muitas
companhias que podem enfrentar dificuldades e acionistas insatisfeitos com os retornos
e sem apetite de investimento, a expectativa é de que a consolidação de ativos do setor
finalmente se concretize. Nesse aspecto, ainda persiste expectativa de que CPFL
Energia, Cemig e Neoenergia continuem sendo os candidatos a agentes consolidadores.
Mas o apetite dessas empresas também pode se reduzir. (14.10.2010)
A Aneel aprovou o reajuste tarifário médio de 6,97% para a CEEE-D (RS). O novo
valor das tarifas entrará em vigor a partir do próximo dia 25 e representará efeito médio
de 4,1% aos consumidores da companhia. A classe residencial terá reajuste médio de
4,05%, enquanto que os clientes de baixa renda terão índice de 1,98%. Para os clientes
de alta tensão, os percentuais variam entre 2,48% a 6,37%. (19.10.2010)
A CPFL Piratininga recebeu nesta terça-feira (19/10) a autorização da Aneel para
aplicar reajuste tarifário anual de 8,8%. O efeito médio a ser percebido pelos
consumidores da empresa será de 5,66%. As novas tarifas entrarão em vigor no dia 23
de outubro. O aumento médio para a classe de baixa tensão, que consome até 2,3 kV,
será de 6,25%. Para os consumidores de alta tensão, entre 2,3 kV e 230 kV, o impacto
médio será de 4,91%. Os percentuais de reajuste da distribuidora refletem, entre outros
fatores, a variação do IGP-M, os custos com aquisição de energia e o aumento da Conta
CCC. A distribuidora atende 26 municípios e 1 distrito do estado de São Paulo, o que
corresponde a cerca de 1,4 milhão de unidades consumidoras. (19.10.2010)
A reforma da estrutura tarifária em andamento pela Aneel é essencial para adequar o
comportamento dos consumidores às novas condições do sistema elétrico e estimular o
aumento da eficiência do sistema como um todo. A avaliação é da Abrace, que apóia o
processo que está sendo tocado pela Aneel para eliminar distorções e estimular maior
eficiência dos agentes de mercado. A expectativa é que a Aneel apresente a proposta da
nova estrutura tarifária no início de 2011. As novas condições já devem valer para o
terceiro ciclo de revisões tarifárias, que acontece entre 2011 e 2012. A Abrace alega que
a estrutura tarifária hoje em vigor no país tem origem em uma época onde o sistema era
menos robustos, quando o sistema não tinha condições para entregar todo o volume de
energia necessário. A associação entende que, apesar do risco de sobrecarga no sistema
estar muito reduzido, a conta de luz continua a refletir a estrutura tarifária de década
atrás. (20.10.2010)
A diretoria da Aneel aprovou a instauração de audiência pública sobre a regulamentação
da Lei 12.111/2009, que dispõe sobre a geração de energia elétrica nos sistemas
isolados e estabelece os procedimentos de cálculo e gerenciamento da CCC. A
audiência ocorrerá por intercâmbio documental, entre os dias 27 de outubro e 22 de
novembro, com sessão presencial no dia 17 de novembro. O encargo financia a geração
térmica nessas regiões, não atendidas pelo SIN, e é pago pelos consumidores. A
audiência recolherá subsídios de agentes do setor e da sociedade sobre a minuta de
regulamentação sobre o tema. O objetivo é definir os critérios para orçamento, assim
como cotas e recolhimento de recursos. (26.10.2010)
A diretoria colegiada da ANEEL aprovou em reunião pública de diretoria, o reajuste
tarifário anual da distribuidora CERR. O efeito médio a ser percebido pelos
consumidores da empresa será de 6,11%. As tarifas da CERR entrarão em vigor no dia
1º de novembro. As novas tarifas já incorporam os efeitos da nova metodologia
proposta no Termo Aditivo aprovado pela ANEEL na reunião de diretoria do dia 2 de
fevereiro deste ano. Os percentuais de reajuste da distribuidora refletem, entre outros
fatores, a variação do IGP-M, índice previsto no contrato de concessão para mensurar a
inflação no período, os custos com aquisição de energia e o aumento da CCC. Ao
calcular os índices, a Agência considera a variação de custos que a empresa teve no
decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo inclui custos gerenciáveis e
custos não-gerenciáveis como energia comprada de geradoras, encargos de transmissão
e encargos setoriais. (26.10.2010)
A diretoria colegiada da ANEEL aprovou em reunião pública de diretoria, o reajuste
tarifário anual da distribuidora Boa Vista Energia. O efeito médio a ser percebido pelos
consumidores cativos da empresa será de 1,22%. As tarifas da Boa Vista entrarão em
vigor no dia 1º de novembro. As novas tarifas já incorporam os efeitos da nova
metodologia proposta no Termo Aditivo aprovado pela ANEEL na reunião de diretoria
do dia 2 de fevereiro deste ano. Os percentuais de reajuste da distribuidora refletem,
entre outros fatores, a variação do IGP-M, índice previsto no contrato de concessão para
mensurar a inflação no período, os custos com aquisição de energia e o aumento da
CCC. Ao calcular os índices, a Agência considera a variação de custos que a empresa
teve no decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo inclui custos
gerenciáveis e custos não-gerenciáveis como energia comprada de geradoras, encargos
de transmissão e encargos setoriais. (26.10.2010)
A diretoria colegiada da ANEEL aprovou em reunião pública de diretoria, o reajuste
tarifário anual da Amazonas Distribuidora S.A - ADESA. O efeito médio a ser
percebido pelos consumidores da empresa será de - 2,14%. As tarifas da ADESA
entrarão em vigor no dia 01 de novembro. As novas tarifas já incorporam os efeitos da
nova metodologia proposta no Termo Aditivo aprovado pela ANEEL na reunião de
diretoria do dia 2 de fevereiro deste ano. Os percentuais de reajuste da distribuidora
refletem, entre outros fatores, a variação do IGP-M, índice previsto no contrato de
concessão para mensurar a inflação no período, os custos com aquisição de energia e a
variação do valor da CCC. Ao calcular os índices, a Agência considera a variação de
custos que a empresa teve no decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo
inclui custos gerenciáveis e custos não-gerenciáveis como energia comprada de
geradoras, encargos de transmissão e encargos setoriais. (26.10.2010)
O Copom do BC reduziu as projeções para o reajuste das tarifas de eletricidade neste
ano. Segundo a ata da última reunião do comitê, realizada nos dias 19 e 20 deste mês. A
redução na projeção foi de 0,1 ponto percentual, para 3,6. (28.10.2010)
No próximo domingo, 31 de outubro, chega ao fim a vigência tarifária das empresas
Eletrobras Amazonas Energia e Cerr, referente ao período bianual 2009-2010. As novas
tarifas estão previstas para entrar em vigor na próxima segunda-feira, 1º de novembro,
quando encerra a vigência das tarifas 2009-2010 da Boa Vista Energia. A Aneel
mantém em aberto cinco audiências e três consultas públicas para recebimento de
contribuições. Uma das consultas está prevista para ser encerrada na próxima quartafeira, 3 de novembro. O objetivo da consulta pública é discutir a revisão 2010 dos
Procedimentos de Distribuição. (29.10.2010)
5 – ENCARGOS
O valor dos Encargos de Serviços do Sistema (ESS) deve superar R$ 1 bilhão este ano.
Segundo o presidente da consultoria PSR, Mario Veiga, o custo do encargo até
setembro totaliza R$ 730 milhões, devido à operação de termelétricas fora da ordem de
mérito para garantir a segurança do abastecimento. "Ninguém discute a importância da
segurança do abastecimento. Mas se o ONS decide aumentar a segurança, é preciso
mostrar o quanto isso vai custar para os consumidores", observou o consultor.
(30.09.2010)
A Aneel fixou as cotas de CCC-Isol para as distribuidoras referentes ao mês de
setembro. O encargo total recolhido será de R$ 372,44 milhões. As empresas têm até 10
de outubro para fazerem os pagamentos. As concessionárias do Sudeste participam com
a maior cota, R$ 206,3 milhões, seguidas pelas do Sul, com R$ 74,6 milhões. As
distribuidoras do Nordeste recolherão R$ 52,3 milhões, as do Centro-Oeste, R$ 24,7
milhões, enquanto as do Norte repassarão R$ 14,6 milhões. (05.10.2010)
O valor dos Encargos de Serviços de Sistema (ESS) chegará no máximo a R$ 500
milhões este ano. A previsão divulgada nesta quinta-feira (14/10) pelo ONS é 50%
inferior às estimativas da Abrace e da consultoria PSR. Segundo o diretor, as
termelétricas a gás natural deverão ser despachadas até novembro. E não há indicação
de necessidade de acionamento de usinas a óleo combustível e diesel. A melhora do
cenário se deve ao aumento do nível de afluências na última semana de setembro no
Sudeste. Agora as afluências estão 20% acima da média histórica para a região. A
estratégia do ONS é enviar excedente energético do sudeste para o Nordeste e o Norte,
para evitar a geração de térmicas a óleo combustível nessas regiões. Atualmente estão
sendo enviados 2 mil MW para as duas áreas. O operador, contudo, espera uma melhora
na situação do Norte nas próximas semanas, quando começarem as chuvas na área de
Tucuruí (PA), de 8.370 MW. (14.10.2010)
A Aneel fixou as cotas anuais correspondentes à RGR para 16 concessionárias, que
pagarão um total de R$ 8.348.538,40. Da quantia, correspondente ao período de
setembro a dezembro deste ano, já estão deduzidos os valores da Taxa de Fiscalização
de Serviços de Energia Elétrica, segundo despacho 3.069, publicado no DOU desta
sexta-feira, 15 de outubro. O maior valor, de R$ 6.821.135,82, será pago pela Celg
(GO), seguido pela quantia de R$ 367.890,89 que deverá ser paga pela Cooperativa
Pioneira de Eletrificação (SC). A terceira quantia mais alta atinge R$ 205.796,43, a ser
pago pela Chesp (GO). (15.10.2010)
A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, se comprometeu a, se
eleita, zerar a alíquota do PIS e Cofins para o setor de energia. A alíquota atual é de
9,25% sobre o faturamento das empresas. Vale lembrar que em 2007 o presidente Lula
vetou redução do mesmo imposto para a área de saneamento, alegando que a isenção
poderia provocar desequilíbrio fiscal. Dilma ressaltou que as isenções fiscais terão de
ser acompanhadas de benefícios ao consumidor. A candidata destacou, porém, que na
área de distribuição de energia a redução é insuficiente para provocar um impacto
relevante, pois a maior incidência tributária é referente ao ICMS, que é de competência
estadual. (18.10.2010)
A Camex concedeu redução para 2% da alíquota do Imposto de Importação de 158
produtos, entre bens de capital, informática e telecomunicação. "Essas máquinas e
equipamentos serão incorporadas a unidades produtivas, dentro de investimentos para
ampliação das fábricas brasileiras", afirmou o secretário executivo da Camex, Helder
Chaves. Os setores que mais devem importar são os de geração de energia (US$ 160,3
milhões), siderurgia (US$ 67 milhões) e serviços (US$ 64 milhões). "O imposto de
importação cuida da proteção da indústria nacional. Se esse produto não é fabricado no
País, não tem indústria a ser protegida, de tal forma que não causará qualquer tipo de
impacto à indústria nacional", explicou Chaves. Entre os principais projetos
beneficiados com a redução temporária das alíquotas, estão aqueles destinados a
transmissão de energia, processamento de minérios, produção de aços galvanizados,
entre outros. (19.10.2010)
A Abrace acredita que a RGR deve ser estendido para além de 31 de dezembro deste
ano, prazo previsto para o fim da cobrança. De acordo com o assessor técnico da
Abrace, Fernando Umbria, em 2009 cerca de 2% das tarifas de energia foram destinadas
à RGR. Segundo ele, existe "um movimento para retomar" a cobrança do tributo no
MME. Conforme Umbria, apesar de ter sido criada originalmente para a reversão de
bens no final de concessões do setor elétrico, a RGR tem como objetivo atual custear
estudos e pesquisas de planejamento da expansão do sistema energético. "O valor em
caixa da RGR não seria suficiente para pagar todas as empresas concessionárias caso os
contratos do setor não sejam renovados em 2015", disse o assessor técnico da Abrace.
(20.10.2010)
A extinção da Reserva Global de Reversão, prevista para acontecer no próximo mês de
dezembro, vai trazer uma economia da ordem de 2% na conta de luz dos consumidores.
A avaliação é da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia
e de Consumidores Livres. Segundo o assessor técnico em Energia da Abrace, Fernando
Umbria, a provisão desses recursos, ao final do ano passado, seria estimado em
aproximadamente R$ 16 bilhões.Umbria destacou também que os recursos da RGR
nunca foram utilizados para cobrir custos de reversões de concessões ao poder
concedente. Para o executivo, ao longo dos anos, o tributo teve novas aplicações que se
sobrepuseram a outros encargos. (21.10.2010)
A Aneel determinou os valores das taxas da CCC-Isol e da CDE para as transmissoras
no mês de agosto.Serão recolhidos R$ 60 milhões através de 11 empresas, sendo R$
47,3 referentes à CCC-Isol e R$ 12,6 milhões à CDE. O maior pagamento do CCC-Isol
ficará a cargo da Eletronorte, com R$ 23 milhões, seguido da Chesf, com R$ 10,5
milhões. Da CDE, a maior fatia recolhida é da Cemig, com R$ 3,1 milhões. Os valores
devem ser recolhidos até 30 de outubro. A agência também fixou as cotas de custeio
referentes ao Proinfa para o mês de dezembro. Ao todo serão recolhidos R$ 14,8
milhões entre dez transmissoras. O maior valor recolhido será pela Eletronorte, que
pagará R$ 7,1 milhões, seguida pela Chesf, com R$ 3,3 milhões. As cotas deverão ser
recolhidas até o dia 10 de novembro. (21.10.2010)
A Aneel fixou os valores das cotas de custeio referentes ao Proinfa para o próximo mês
de dezembro. O valor de R$ 14.854.820,46 deverá ser recolhido á Eletrobras, para
crédito da Conta Proinfa, até o próximo dia 10 de novembro. A empresa Eletronorte
desembolsará o maior montante, de R$ 7.196.505,16, ao passo que a Copel pagará o
menor (R$ 34.818,62). A Aneel também estabeleceu as cotas referentes aos encargos da
CCC e da CDE referentes ao último mês de agosto. Os valores deverão ser recolhidos
até o próximo dia 30 de outubro. Somando ambas as contas, o valor total a ser pago é de
R$ 60.013.852,44, sendo R$ 47.316.957,65 relativo à CCC e R$ 12.696.894,79 à CDE.
A Eletronorte pagará R$ 26.167.667,93 como encargo para as contas, representando o
montante mais elevado a ser quitado. Em contraste, a transmissora Coqueiros terá de
desembolsar R$ 6.678,27, o menor valor entre as transmissoras relacionadas.
(22.10.2010)
6 – REGULAÇÃO AMBIENTAL
O MME autorizou a EPE a habilitar tecnicamente UHE sem licenciamento ambiental
para o leilão A-5, previsto para 17 de dezembro. A habilitação será revogada caso as
licenças não sejam protocoladas até o dia 13 de dezembro, ou se implicarem em
alteração de dados ou características técnicas do empreendimento. Além do aval
ambiental, o despacho autoriza a habilitação sem a apresentação do cronograma, do
orçamento, ou de documentos e garantias exigidos. A autorização excepcional não
abrange as PCHs. O leilão de energia nova A-5 será exclusivamente para a contratação
da geração de empreendimentos hidrelétricos. Cinco hidrelétricas devem participar do
leilão, somando 2.672 MW de potência. O prazo de fornecimento é de 30 anos, com
início em janeiro de 2015. (19.10.2010)
A Justiça de Minas Gerais concedeu liminar obrigando que seja aumentada de 30 m
para 100 m a faixa de APP na barragem da PCH Paredão de Minas (17 MW). A
construção do reservatório, no Noroeste do estado, também terá que atender a outras 17
condicionantes. O registrado da usina na Aneel está inativo desde setembro do ano
passado. A concessão do empreendimento é da empresa HP Energética. A empresa
responsável pela construção destinaria 30 m para a faixa de proteção ambiental, com
base em Lei estadual. O juiz José Henrique Mallmann entendeu que uma Lei estadual
não pode ser menos restritiva que uma federal. Com isso, passa a valer a Conama que
determina área de 100 m no caso de barragens artificiais construídas em áreas rurais. O
magistrado declarou inconstitucional parte do artigo da lei que previa, para esse tipo de
empreendimento, faixa de proteção permanente de 30 m. (20.10.2010)
O MPF/GO solicitou ao Ibama a suspensão de audiência pública para discutir a
construção da UHE de Couto Magalhães. A reunião está prevista para esta quinta-feira,
21 de outubro, no município de Santa Rita do Araguaia. A usina será localizada no rio
Araguaia. O ministério requisitou ao instituto a cópia integral do EIA da usina, além de
solicitar providências para a realização da audiência. Mas, segundo o ministério, o
Ibama não comunicou ao MPF e não convidou a entidade para a reunião. De acordo
com a procuradoria, foi constatada que a área atingida pelo empreendimento está
enquadrada como prioritária de proteção muito alta ou altíssima na definição do
Conselho Nacional de Biodiversidade. A autora da recomendação, Sabrina Menegário,
alegou também a existência de 11 sítios tombados pelo Iphan. Posteriormente, nova
data para a realização da audiência deverá ser agendada. (21.10.2010)
A audiência pública sobre a construção da UHE Couto Magalhães foi suspensa pouco
antes de ser realizada. Segundo o MPF/GO, a procuradora Sabrina Menegário requereu
que o Ibama fosse obrigado a convidar representantes do Iphan e gestores do Parque
Nacional das Emas para participar de audiência posteriormente agendada. A
procuradoria havia constatado que a área atingida pelo empreendimento está enquadrada
como prioritária de proteção muito alta ou altíssima na definição do Conselho Nacional
de Biodiversidade. Sabrina alegou também a existência de 11 sítios tombados pelo
Iphan e, segundo a executiva, pequenos proprietários rurais moram nessa área. A UHE
Couto Magalhães será localizada no rio Araguaia, entre os estados de Goiás e Mato
Grosso. (22.10.2010)
O Governo Federal instituiu, por meio do Decreto nº 7.340/2010, o Plano de
Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu. O projeto inclui propostas da
sociedade local para aliar o crescimento econômico da região com um bom manejo dos
recursos naturais. O plano engloba ações que tratam da regularização fundiária, a
inclusão social e o fomento às atividades econômicas. O PDRS do Xingu possui
orçamento de R$ 500 milhões, previstos no edital do leilão para a construção de Belo
Monte. O montante é parte dos R$ 1,5 bilhão estipulados pelo Ibama que o grupo vai
desembolsar como compensação para reduzir os impactos ambientais e sociais da obra.
Será criado um comitê gestor que monitorará a execução das ações e promoverá a
articulação entre os órgãos públicos e entidades da sociedade. O comitê poderá revisar e
atualizar o PDRS do Xingu, além de produzir relatórios anuais sobre sua efetividade. O
comitê será formado em igual parte pela sociedade civil e pelo governo, possuindo um
total de 30 membros. (22.10.2010)
Vistoria feita pelos ministérios públicos Federal e Estadual de MG constataram que
condicionantes do licenciamento ambiental da UHE Aimorés não foram cumpridas.
Redução no volume das águas e da quantidade de peixes no rio Doce e a qualidade da
água foram os problemas apontados. O consórcio Aimorés nega as acusações e afirma
que todas as condicionantes ambientais foram cumpridas. Semestralmente, afirma, envia
ao Ibama relatório contendo informações sobre a usina, que foi aprovado em todas as
ocasiões. Um comitê de conciliação, com a participação do consórcio, da comunidade,
sob a coordenação do MPF, acompanha individualmente os problemas apontados pela
população. (26.10.2010)
O MP de Mato Grosso ingressou com ação civil pública com pedido de liminar contra a
Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso. O MP quer a suspensão do procedimento
que trata do licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica de Sinop. De acordo com a
autora da ação, promotora de Justiça Audrey Ility, o processo de licenciamento não
compete à Sema, mas ao Ibama. A promotora argumenta ainda que a usina hidrelétrica
de Sinop integra um Complexo Hidrelétrico e que, portanto, as obras devem ser
analisadas como um todo, pois gerarão significativos impactos ambientais regionais.
(28.10.2010)
7 – BELO MONTE
A usina hidrelétrica de Belo Monte poderá começar a sair do papel na segunda quinzena
de outubro. Seis meses depois do leilão de concessão, a Norte Energia S.A. (NESA),
empresa que tocará o empreendimento, aguarda para até o dia 10 a concessão da licença
de instalação dos canteiros pelo Ibama. Com um custo de construção reduzido entre R$
4 bilhões e R$ 5 bilhões, por mudanças no projeto original, a meta é começar o mais
rápido possível a montagem dos canteiros. Já deverão ser iniciadas a construção de um
porto fluvial no rio Xingu para receber material, o alargamento de estradas vicinais e a
construção de pontes para ligar os dois principais locais nos quais serão erguidas
estruturas. A estratégia é deixar tudo pronto para iniciar as obras até abril, quando acaba
o período chuvoso e o rio fica mais baixo. Para isso, a empresa também adiantou o
envio de partes do Projeto Básico Ambiental (PBA) para o Ibama, com prazo definitivo
no dia 15. A meta é tentar conseguir a licença de instalação da megaobra até dezembro,
para evitar que a mudança de governo possa atrasar o cronograma. A direção do Ibama
não quis comentar prazos das licenças. (04.10.2010)
A polêmica em torno da usina de também corre risco de se acirrar nos próximos dias. O
Ministério Público do Pará enviou na quarta-feira ao órgão licenciador advertência
sobre o não cumprimento de condicionantes prévias para a obra. O MPF afirmou que,
de acordo com informações da Funai, não foram cumpridas pré-condições relativas aos
indígenas da região. Na prática, sugere que o órgão não poderá conceder novas licenças
sem cumprimento da anterior. Enquanto isso, toda a engenharia financeira e técnica do
empreendimento está azeitada. Segundo um dos integrantes da NESA, todos os
equipamentos para geração de energia foram contratados e foi concluída a articulação
para as obras civis entre as dez principais empreiteiras do país, que serão lideradas pela
Andrade Gutierrez. (04.10.2010)
O MPF no Pará solicitou um estudo à UFPA com o objetivo de apurar quantas pessoas
terão que ser realocadas e indenizadas por causa da construção da UHE de Belo Monte.
Na primeira etapa, professores de engenharia da universidade vão fazer medições para
determinar qual o tamanho da área do município de Altamira que vai ficar submersa na
época da cheia. Os especialistas já fizeram a marcação de pontos que ficam a 100
metros de altitude em relação ao nível do mar, que é o nível máximo das inundações em
épocas de cheia, segundo o MPF. Depois, será um levantamento cadastral das famílias e
mapear todos imóveis que estão abaixo desse nível. (18.10.2010)
O Governo Federal instituiu, por meio do Decreto nº 7.340/2010, o Plano de
Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu. O projeto inclui propostas da
sociedade local para aliar o crescimento econômico da região com um bom manejo dos
recursos naturais. O plano engloba ações que tratam da regularização fundiária, a
inclusão social e o fomento às atividades econômicas. O PDRS do Xingu possui
orçamento de R$ 500 milhões, previstos no edital do leilão para a construção de Belo
Monte. O montante é parte dos R$ 1,5 bilhão estipulados pelo Ibama que o grupo vai
desembolsar como compensação para reduzir os impactos ambientais e sociais da obra.
Será criado um comitê gestor que monitorará a execução das ações e promoverá a
articulação entre os órgãos públicos e entidades da sociedade. O comitê poderá revisar e
atualizar o PDRS do Xingu, além de produzir relatórios anuais sobre sua efetividade. O
comitê será formado em igual parte pela sociedade civil e pelo governo, possuindo um
total de 30 membros. (22.10.2010)
O MPF, após receber informações das prefeituras de Altamira e Vitória do Xingu de
que nenhuma obra foi iniciada para dar condições de saneamento e saúde às populações,
emitiu recomendação ao presidente do Ibama para que não emita nenhuma nova licença
para a UHE de Belo Monte. A recomendação lembra que a instalação, mesmo que
parcial, só poderá acontecer após se iniciar a construção de escolas, postos de saúde,
hospitais e obras de saneamento nos municípios e localidades diretamente afetados. O
MPF também abriu uma investigação para cada uma das obrigações impostas pelo
Ibama à Norte Energia como condições para o licenciamento da UHE de Belo Monte.
No total, são 40 procedimentos de investigação para cada uma das condicionantes.
Apesar das pressões sobre o Ibama para a concessão de licença provisória, a análise do
MPF mostra que da extensa lista de pré-requisitos que deveriam ser atendidos pouca
coisa foi feita. (22.10.2010)
A construção da usina de Belo Monte pode passar pelo crivo de um novo decreto
assinado ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o qual garante regras para
cadastramento de famílias atingidas pelas barragens construídas no entorno da usina.
Embora a nova regra passe a vigorar a partir de 2011, Marco Antônio Trierveiler,
coordenador do MAB, acredita que há espaço para fazer valer os direitos em obras que
já estão em andamento. Segundo Felício Pontes Júnior, procurador da República no
Pará, até agora não se sabe quantas pessoas serão afetadas e nem como serão
ressarcidas. Em agosto, na mesma sala do Palácio do Planalto, Lula assinou o contrato
de concessão de Belo Monte, um projeto que, também para os coordenadores do MAB,
ainda não foi digerida. "Nós ainda trabalhamos com a hipótese de fazer com que o
governo paralise as obras", disse Trierveiler, do MAB. (27.10.2010)
8 – USINAS DO RIO MADEIRA
A Santo Antônio Energia entrou na semana passada com pedido na Aneel para ampliar
a potência da hidrelétrica, segundo Eduardo de Melo Pinto, presidente da empresa. A
companhia quer aumentar de 44 para 48 turbinas, o que representa um acréscimo de
cerca de 160 megawatts na geração de energia. Representantes das duas hidrelétricas em
obras na região, Santo Antônio e Jirau, estiveram reunidos ontem na agência para
discutir o aumento de motorização em Santo Antônio. A agência já havia autorizado a
Santo Antônio a antecipar em um ano o início da geração, antes previsto para dezembro
de 2012. De início, serão colocadas em funcionamento apenas oito das turbinas,
segundo a companhia. (05.10.2010)
As duas entre as maiores obras em execução no mundo caminham em ritmo frenético.
Com a pressão de antecipar o início da geração de energia para fazer dinheiro, dia e
noite, de segunda a sábado, cerca de 33 mil funcionários circulam entre as centenas de
quilômetros das estradas dos dois canteiros. A pressa é maior na usina de Jirau, que já
concluiu 26% das obras civis da usina. Esse percentual chegará a 36% até o fim do ano.
Já Santo Antônio, deve aprontar pouco mais que 40% até dezembro e hoje tem 35% das
obras concluídas. Os engenheiros da Camargo contam que não há margem para erro em
Jirau, pois a usina precisa fazer a manobra do rio em meados do ano que vem, no
período da seca, mesma época em que Santo Antônio. Santo Antônio usina começa a
gerar em dezembro do próximo ano, mas o diretor do contrato pela Odebrecht, Mário
Lúcio Pinheiro, diz que o ritmo é para começar a operar em setembro. A correria de
Jirau está pautada na ambição de antecipar toda a geração da energia assegurada para o
ano de 2012. (06.10.2010)
As usinas do Rio Madeira estão provocando uma verdadeira revolução na vida dos
habitantes de Rondônia. Os investimentos maciços nos dois empreendimentos - Santo
Antônio e Jirau - giram em torno de R$ 27 bilhões e as contrapartidas socioambientais
vão na mesma proporção. A usina de Santo Antônio já investiu R$ 939 milhões em
ações de sustentabilidade, que abarcam reassentamento, resgate de fauna e flora, além
de investimentos em educação, saúde e segurança. Mas, segundo Ricardo Márcio
Martins Alves, gerente de Sustentabilidade da Santo Antônio Energia, os investimentos
podem chegar a R$ 1,2 bilhão até o final das obras. A usina tem 28 programas que
cobrem os meios físico, biótico e socioeconômico. Com um projeto dessa magnitude,
todos os olhos estão voltados para os impactos na fauna e flora local e no rio. Por isso, a
Santo Antônio Energia tem um batalhão de pessoas trabalhando nessa área.
(11.10.2010)
O MPF e o Ministério Público do Estado de Rondônia pediram à Justiça Federal que
suspenda uma decisão liminar concedida em favor do consórcio Energia Sustentável do
Brasil, construtor da hidrelétrica de Jirau. A liminar deu prazo de dez dias para que
vários moradores de Mutum-Paraná saíssem do local afetado pela construção da
barragem, sob pena de serem despejados. Segundo os MPs, não se fez levantamento
preciso das famílias que deverão ser reassentadas, as reuniões do grupo de trabalho que
trata a questão começaram a ser realizadas recentemente, a área a ser alagada ainda não
foi sinalizada e, além disto, os moradores questionam os valores de indenizações
oferecidos pela ESBR. (11.10.2010)
A Justiça Federal suspendeu o cumprimento de liminar que determinava prazo de dez
dias para a saída de moradores em área afetada pela construção da hidrelétrica de Jirau
(3.300 MW). O pedido de suspensão foi feito na quinta-feira (7/10) pelo Ministério
Publico Federal e Estadual de Rondônia. Os moradores estão em áreas que serão
alagadas pela hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. Os construtores alegam que os
legítimos moradores da região já foram indenizados e que os que ainda estão na área
seriam "oportunistas" atrás de indenização com a obra. A Enersus, responsável pela
construção e gestão da hidrelétrica, deverá fornecer os dados dos moradores que
deverão ser remanejados e aqueles que devem ser retirados. (14.10.2010)
Áreas de terra no município de Porto Velho (RO) foram declaradas de utilidade pública
pela Aneel para fins de servidão administrativa. A Santo Antônio Energia utilizará as
terras para implantar linhas de transmissão e interligar a UHE Santo Antônio à SE
Coletora Porto Velho. As linhas possuem cerca de 14 quilômetros de extensão e vão
operar na tensão de 500 kV. (21.10.2010)
Não houve compradores para a energia da usina de Jirau, no rio Madeira, no leilão
realizado na semana passada. Os preços propostos, entre R$ 130 e R$ 136 o MWh,
foram considerados muito altos diante da expectativa das empresas de que haverá sobra
de energia no futuro. Sem nenhum contrato fechado no mercado livre de energia, a
menos de dois anos do início das operações, a rentabilidade que o projeto proporcionará
a seus acionistas é desconhecida e está à mercê do comportamento das chuvas e do
crescimento da demanda, fatores que eventualmente poderão puxar os preços do
mercado livre para cima.A próxima tentativa da concessionária Energia Sustentável do
Brasil, liderada pela GDF Suez, será vender parte da energia no leilão que será realizado
pelo governo federal no fim do ano. (27.10.2010)
Após atear fogo em pneus e usar caminhões para fechar o principal acesso às obras da
UHE de Jirau, cerca de 300 garimpeiros, índios, ribeirinhos e representantes de
comunidades quilombolas conseguiram interromper a construção hoje de madrugada.
Pela manhã, eles ainda interditaram por algumas horas a BR-364, principal rodovia de
Rondônia e único acesso terrestre ao Acre. A maior parte das despesas teria sido
bancada por pessoas ligadas à garimpagem. De acordo com os moradores da região, as
empresas estariam pagando de R$ 300 a R$ 1 mil por hectare. Cerca de 120 km rio
abaixo, um outro consórcio constrói a hidrelétrica de Santo Antônio e paga R$ 3.800
pelo hectare desapropriado. "Na desapropriação, pagamos o valor pelo qual o imóvel foi
avaliado", afirmou o diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Energia
Sustentável, Antonio Luiz de Arruda Gomes. (27.10.2010)