UM FILHO NOS FOI DADO
Transcrição
UM FILHO NOS FOI DADO
LOPES MORGADO UM FILHO NOS FOI DADO Auto de Natal ______________ PERSONAGENS (por ordem de entrada em cena) POETA 2 VIZINHAS (ti Maria e ti Ana) MULHER empregada (D. Rosa) CRIANÇA pobre, de uns 7 anos 2 MOÇOS, do ciclo 3 MOÇAS, do ciclo CASAL com 2/3 filhos pequenos PADRE, com uns 60 anos 7 VENDEDORES, de ambos os sexos (para as cenas IX e XIV) 1 - de Lotaria e Jogos 2 - de posters e quadros 3 - de jornais (ardina) 4 - de Cabaz de Natal 5 - de cartões Boas Festas 6 - de hortaliças e mercearia 7 - de vinhos e champanhe - Pai Natal SENHORA bem, devota PROFETA GRUPO CORAL VOZ OFF ste Auto foi escrito a pensar em grupos de jovens. Mas, na sua execução, convém distribuir os papéis por jovens, crianças e adultos; e certamente perderá se for representado apenas por crianças. O encenador deverá encontrar um processo moderno e simples, que permita transições rápidas entre as várias cenas, para garantir o ritmo quase alucinante que se apodera das pessoas nos dias imediatamente anteriores ao Natal. Alguns personagens, e até alguma cena, podem ser suprimidos conforme o ambiente em que o Auto for representado. E CENA I Pancadas de Mollière. ♫ Entra melodia leve, de Natal. Sobre este fundo musical, ainda com a sala escura, ouve-se, lento, o POETA E o Natal era um dia anual, que acontecia com o mesmo ritual do sol, da terra, do mar, de luas e de estações, de poentes e marés. Só um mistério no ar, uma leveza nos pés e um sonho nos corações pela trégua dos canhões. Depois nascia Janeiro; e, acabado o ritual, deixava o homem de ser cordeiro. Jurei que, para mim, esse Natal seria o derradeiro. ● Acaba a música Abre o pano, ainda com o palco escuro. Um foco incide agora sobre o POETA, à boca de cena do palco. 2 POETA Natal: palavra feita, ou a fazer? Deus nascido, ou a nascer? Flor, espinho ou fruto? Humano produto de humana condição? Ou certeza de um Deus que é nosso Irmão? (Retira-se pela esquerda) ______________ CENA II CENÁRIO: rés-do-chão de uma casa pelo menos com uma janela, fazendo esquina com outra casa, no ângulo direito do palco (direita da plateia), também com uma janela. Luzes do palco acesas. No interior da casa em frente, uma telefonia emite publicidade a pretexto do Natal. (Gravar anúncios, do Rádio…) VIZINHA 1 (Ainda dentro de casa, arremeda o último anúncio. Depois percebe-se que desliga o aparelho, mal-humorada, dizendo:) Olha, cala-te mas é pr’ái, que é melhor. (vem à janela e repete o arremedo do anúncio. Depois diz:) O que vocês querem, sei eu: Milho! (Faz o gesto de dinheiro, com o polegar e o indicador:) O dinheirinho da gente, para alimentar os vossos pombinhos. (Sorri, maliciosa:) – E as vossas pombinhas, claro. Mas, ele nem dá pra comer, quanto mais pra luxos! Ora! 3 VIZINHA 2 (debruçando-se na sua janela) Bom dia, vizinha. VIZINHA 1 Bom dia, senhora Ana. Vossemecê dormiu bem? VIZINHA 2 Eu cá, dormi, muito obrigada. Pelos vistos, a vizinha é que não acordou lá muito bem disposta… VIZINHA 1 Náaaa; é por causa desses anúncios da rádio. (volta a arremedar alguns) VIZINHA 2 (ri-se) VIZINHA 1 Pois, pois; paleio não lhes falta. O que eles querem é que a gente compre: o que precisa e o que não precisa… VIZINHA 2 É verdade, a propósito: a ti Maria já pensou na prenda que vai comprar para o seu marido? VIZINHA 1 Eu, não! Uma boa prenda já é termos saúde e dinheiro para pagar os estudos dos miúdos. VIZINHA 2 Tem razão, vizinha… Olhe que isto sempre está de uma maneira!... VIZINHA 1 Eu até já disse ao meu marido: Olha, filho: bacalhau, este ano, só do aviário. Franguinho assado que é muito bom. Tomara muita gente comer ao menos isso… VIZINHA 2 Bem, mas alguma coisinha diferente dos mais dias, sempre a vizinha há-de fazer… VIZINHA 1 Olhe que nem por isso, senhora Ana. Claro, lá uns sonhos, umas filhós, umas rabanadinhas ainda se fazem. Mas, de prendas, nada. A gente tem de se ir acostumando a viver com aquilo que tem – não foi isso que o outro disse? VIZINHA 2 Foi, sim senhora. (Rindo-se). A vizinha sempre me saiu um ponto!... Pois eu vou comprar umas coisinhas pelo menos para os miúdos, coitaditos. Ainda é cedo para lhes 4 pedirmos sacrifícios. Já bastou o que nós passámos na idade deles. E o presépio, em cima da mesa, não há de faltar, claro. VIZINHA 1 Ah, lá isso também eu não. Que a gente, cá em casa, semos todos muntarreligiosos... ______________ CENA III MULHER (entra pelo lado esquerdo, ao fundo, e saúda a Vizinha 1): Bom dia, ti Maria. VIZINHA 1 Olá, bom dia. Como vai? MULHER Bem, obrigadinha. (à Vizinha 2:) Bom dia, senhora Ana. VIZINHA 2 Bom dia, Dona Rosa. VIZINHA 1 (à parte, para a Vizinha 2, com ironia:) Aaaah! Do-na Roooo-sa! Que fino!... (Risinhos das duas, que continuam à janela a conversar por mímica, até nova indicação). MULHER (em 1º plano): Ora vamos lá ver se é desta que me dão o 13º mês. Boa falta me está a fazer, para equilibrar as contas lá de casa. Às vezes chego a pensar o que seria da gente, se não fosse o Natal… (Sai pela direita, primeiro plano) 5 CENA IV CRIANÇA pobre entra pelo primeiro plano do lado direito. Devagar, com o dedo na boca, olha timidamente em todas as direções. A seguir estende a mão à Vizinha 1 que se retira para dentro da janela sem dizer nada. Depois à Vizinha 2, que diz: VIZINHA 2 Ó menino, não é preciso vir cá pedir. Sabes muito bem que a gente manda sempre umas coisinhas lá a casa, pelo Natal. Ainda faltam 6 dias. Nada de abusos, hein? Que a gente, cá em casa não nos esquecemos dos pobrezinhos, coitadinhos. A CRIANÇA continua a vaguear pelo palco, em silêncio, olhando triste em todas as direções. Depois sai, pela esquerda. A Vizinha 2 acompanha a criança com o olhar. Depois, diz para a plateia: Ai, que coisa! Até me fez impressão. Quando o miúdo olhou para mim, deixou-me sem fala. Parecia-me o Menino Jesus, vejam lá… De tanto falar no Natal até ficamos malucos. Mas tive pena dele, coitadinho. É que há para aí muita fome. Há, sim, senhores. (Chamando a Vizinha 1:) Ó ti Maria, vocemessê fugiu-me? VIZINHA 1 (Voltando a aparecer à janela) Não fugi nada! Fiquei é sem jeito quando o miúdo me estendeu a mão. A gente bem sabe que aquilo que se reparte nunca nos falta; mas, que quer que eu lhe diga? Olhe, também estamos a passar mal, pronto; e fez-me confusão ele pensar que eu podia ajudá-lo. 6 VIZINHA 2 (De novo para a plateia:) É o que digo: anda para aí muita fome escondida! Anda, sim, senhores. VIZINHA 1 A quem o diz! ’Té logo. (Retira-se para dentro da janela). VIZINHA 2 Até logo, vizinha. (Retira-se, também) _____________ CENA V Aproximam-se rapazes, ainda fora do palco, a assobiar uma cantiga, de Natal ou não. Depois, entram pela esquerda 2 MOÇOS alunos do Secundário, que deixam de assobiar e conversam entre si, caminhando. Podem vir mais de 2 no Grupo, sem dizerem nada. MOÇO 1 É pá, já viste? Só faltam dois dias para as férias de Natal. MOÇO 2 Bestial, pá! Tu para onde é que vais ir? MOÇO 1 Vou com os meus pais até à Serra da Estrela. E tu? MOÇO 2 Eu vou até à aldeia dos meus pais, passar o Natal com os meus avós. MOÇO 1 É pá, aquilo deve ser chato! MOÇO 2 Bah, quer dizer: é chato e é giro. Mas que é que queres, pá?, os cotas é que mandam... (Vão sair pela direita, mas encontram-se com 2 moças:) 7 CENA VI MOÇO 1 Então, gostaram da nossa festa de Natal? MOÇA 1 Eu gostei muito… MOÇA 2 Eu também acho que foi gira. Então o Tony, armado em Paulo de Carvalho: «Os meniiinos à volta da fogueeeeira.» (Imita a voz do cantor e acompanha com mímica. Todos riem e vão-se despedindo com acenos e beijos:) MOÇO 2 Tchau. OUTROS Tchau. Até amanhã. Olha, e… um bom Natal! Obrigaaaaaado/a… (Saem pelos 2 lados) ______________ CENA VII CASAL com 2 ou 3 crianças entra pelo lado direito, ao fundo. Caminham todos na direção do público e saem pelo lado esquerdo, em primeiro plano. Os pais vêm a discutir: ELE (olhando o relógio) – Que maçada! Já só faltam 5 minutos para a festa e ainda vamos aqui! Quando saio contigo é sempre a mesma coisa! ELA Que queres? Estive a arranjar os miúdos!... ELE Os miúdos! É sempre os miúdos!... Se não fosse pelas prendas, ficavam em casa! E ainda por cima, os Pais puseram-me na Comissão da Festa! Que vergonha! Mais valia não haver Natal! Só traz chatices à gente!... 8 ELA (irónica) – Só, sóoo! Olha lá se me dispensas o teu 13º mês?!... ELE (puxando por um dos miúdos) – Pronto, lá está a tua mãe com as suas gracinhas. Vamos mas é daí! ELA Pois, pois… ______________ CENA VIII PADRE de batina, estola roxa, livro da Liturgia das Horas na mão, entra pela esquerda ao fundo. Passeia, esbracejando nervosamente, dum lado para o outro, enquanto fala: Valha-me Deus, valha-me Deus! É sempre a mesma coisa! Há quatro semanas que ando a avisar as pessoas: «Preparem-se para o Natal, preparem-se para o Natal» E nada! Deixam todos para a última hora. E depois, todos se querem confessar ao mesmo tempo, todos têm muita pressa. Nas coisas de Deus é sempre a correr, sempre a correr. (Batendo com o livro fechado na mão:) Valha-me. Deus, valha-me Deus! Com isto, nem se consegue ter tranquilidade de espírito para acolher as pessoas como elas precisam… (Pára, e diz:) Bom, vamos lá para a igreja, e seja o que Deus quiser… (Sai por onde tinha entrado) 9 CENA IX Segue-se uma movimentação simultânea de várias personagens em cena, para dar ideia de um ambiente de venda na rua em véspera de Natal. Cada um vai dizendo as suas falas várias vezes, sem se preocupar com as dos outros, reforçando a confusão. Algumas personagens podem ser eliminadas ou adaptadas aos meios, segundo os casos. VENDEDOR 1 (com papéis de vários Jogos de Lotaria) Lotaria de Natal! Quem quer a sorte pró Nataaaal? Anda hoooje! Quem quer a Sorte Graaande? Olha a Sooorte! Euromilhões! Totoboooola! Titolooooto! VENDEDOR 2 (passeia, em silêncio, com posters e quadros de Natal dependurados em paus, nas costas, na mão, etc.) VENDEDOR 3 (Leva vários jornais, mostrando um ou outro; no meio pode escrever os nomes todos em letra grande, num papel, para não se esquecer:) Olhó Notícias, Comércio do Porto, Correio da Manhã, Diário do Minho. Traz o Suplemento de Natal. (pequena pausa) Entre Maaaaargens, Opinião Pública, O Povo Famalicense, Cidade Hooooje. (pequena pausa) Olh’ O Público, a Visão, o Expresso. Traz o suplemento do Nataaaal! (volta ao princípio da lista.) 10 PAI-NATAL (vestido de Pai Natal, vai dando a conhecida “gargalhada”: ) – Oh-oh-ooooooooooh! Quem quer tirar um retrato com o Pai Natal? Pai Natal! É o Pai Natal! (toca uma campainha e repete o anterior; depois, vai fazendo poses e gestos apropriados à personagem.) VENDEDOR 4 (com um cesto contendo garrafas e embrulhos, envoltos em papel celofane) – Compre o Cabaz de Natal! O Cabaz de Natal traz bacalhau! Compre o Cabaz! VENDEDOR 5 (com muitos cartões de Boas Festas num tabuleiro suspenso dos ombros à altura da cintura) – Cartões pró seu Natal. Boas Festas. Feliz Ano Novo. Boas Festas. Festas felizes. Cartões pró Natal. VENDEDOR 6 (diante de vários cestos pousados no chão, vai erguendo os produtos e esbracejando) Compras de Natal é aqui. Do bom é aqui. É bom e barato, freguês! Bacalhau grooosso, azeite puro, a boa couve e a bela bataaata! É bom e barato, freguês! É para a sua Consoaaaada. Diretamente do produtor para o consumidor. Com desconto é aqui! VENDEDOR 7 (com várias caixas de garrafas diante) – Vinho e champa- nhe para o Nataaal. Olhe a bela marca. É qualidaade. Diretamente do produtor. Compra duas e leva três – compra duas e leva três – é à vontade do freguês! (A pouco e pouco, vão desaparecendo todos do palco) 11 CENA X SENHORA bem vestida, entra com várias caixas sobrepostas ou sacos de compras cheios e embrulhos com papel de prenda. Vem atarefada.) Ufff! Até que enfim, que me despachei! Que hoooorror! Tanta gente, tanto ruído, tanta pressa! Anda tudo doido à conta do Natal. E o pior é que, com tudo isto, mal tive tempo para pensar em mim e me preparar para a festa… Deixa-me ir mas é num instantinho até à igreja, a ver se me consigo confessar, que o senhor prior ainda há pouco passou para lá. Se não, vem a Missa do galo e nem sei o que vou lá fazer… (Sai pela mesma porta por onde saíra o Padre) ______________ CENA XI PROFETA (com túnica encarnada, à boca de cena, o olhar distante) Natal-de-compra, Natal-de-venda, Natal-consumo, Natal-cabaz, Natal-comércio, Natal-de luzes, Natal-de-fumo, Natal-cartaz. (soletrando:) Na-tal pa-gão! Festa do deus Sol! A Luz, ainda não nasceu! (Apagam-se todas as luzes do palco e da sala) 12 (No escuro, ouve-se, em off, a voz lenta do Poeta:) POETA Vem, Sol claro, Luz eterna, Criança da nossa idade, Esperança da Humanidade, Dia de todos os tempos, Asa de todos os ventos, Sonho de todas as Mães, Terra e Flor do meu jardim. Vem nascer dentro de mim, que eu morro se Tu não vens! ______________ CENA XII Música leve, de flauta. PROFETA (entra, pelo fundo, com passo lento e rosto extático, erguendo um círio aceso ao alto, com as duas mãos. Diz com voz forte:) O povo, que andava nas trevas, viu uma grande luz. Para os que habitavam na escuridão, resplandeceu uma luz muito brilhante. (Is 9,2) ______________ CENA XIII CORO entra pelos vários lados do palco, até formar um círculo em redor do círio. Cada elemento traz uma vela apagada na mão. Vêm cantando: 13 Ó Luz de Deus, ó doce Luz, que brilhas nas alturas, vem com teu brilho e teu fulgor trazer ao Mundo o Salvador. Ó Luz de Deus, ó doce Luz, que brilhas nas alturas! O CORO continua com a melodia, em boca fechada, enquanto os elementos vão acendendo as velas no Círio. Depois repetem a mesma estrofe, erguendo e oscilando lentamente as velas acesas. Ó Luz de Deus, ó doce Luz, que brilhas nas alturas, vem com teu brilho e teu fulgor trazer ao Mundo o Salvador. Ó Luz de Deus, ó doce Luz, que brilhas nas alturas! PROFETA (de olhar distante, proclama enquanto alguém coloca a manjedoira no palco:) A jovem está grávida e vai dar à luz um filho, e há de pôr-lhe o nome de “Emanuel”, (Is 7,14) que quer dizer: “Deus connosco.” Mt 1,23) 14 CENA XIV ♫ Música de «suspense». Pode ser golpe inicial de bombos, seguido de rufar de tambores e caixas, proporcionando a intervenção de um grupo de Escuteiros ou de elementos de uma Banda local. Ao som da música, o CORO abre em duas filas, com as velas acesas na mão. Por entre as filas vem MARIA, erguendo o MENINO ao alto. Por detrás dela JOSÉ, com as mãos nos ombros de Maria, ou os braços abertos como que a protegê-la. Passo lento, figuras hirtas. Continua a música, solene. MARIA coloca o MENINO na manjedoira. O PROFETA, voltando-se para o MENINO, diz: PROFETA Um menino nasceu para nós, UM FILHO NOS FOI DADO; tem a soberania sobre os seus ombros, e o seu nome é: Conselheiro-Admirável, Deus herói, Pai Eterno, Príncipe da paz! (Is 9,5) CORO (ajoelha, ainda com as velas e círio acesos, e canta:) Noite feliz! Noite feliz! O Senhor, Deus de Amor, pobrezinho nasceu em Belém. Eis na lapa Jesus, nosso Bem. Dorme em paz, ó Jesus! Dorme em paz, ó Jesus! 15 ● O Coro continua a melodia, a boca fechada, enquanto vão entrando em cena e ajoelhando todos os personagens que intervieram antes, ocupando o primeiro plano e ficando o CORO atrás, em semicírculo. ● Os 7 Vendedores da Cena IX formam uma gruta sobre a Sagrada Família, assim: 2 de cada lado, voltados uns para os outros, estendem as mãos para o alto, em ângulo reto, tocando-as umas nas outras a imitar a cobertura de uma casa. Outros 2 de cada lado, atrás destes, com um joelho em terra, tocam com as mãos direitas nas costas dos anteriores, formando um segundo plano de cobertura em paralelo com o anterior (tal como aparece na gravura da p. 31 do livro). ● À repetição do último verso (“Dorme em paz”), sempre em boca fechada, entra a CRIANÇA da Cena IV, ficando de pé diante da manjedoira. MARIA e JOSÉ pegam-lhe nas mãos, um de cada lado, erguendo-lhas abertas em cruz. Terminada a melodia do CORO, ouve-se em VOZ OFF «Eu estarei sempre convosco até ao fim.» (Mt 28,20) «Tudo o que fizerdes a qualquer um destes meus irmãos mais pequeninos, é a mim mesmo que o fazeis.» (Mt 25,40) CORO canta, com todos os figurantes na posição anterior: Noite feliz! Noite feliz! Ó Jesus, Deus de Luz, quão amável é teu coração, que quiseste nascer nosso Irmão e a nós todos salvar! E a nós todos salvar! FIM 16