Copa Cozinha

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Copa Cozinha
Copa & Cozinha ...
Eraldo Bacelar
A comitiva brasileira a Zurique incluiu do presidente Lula a vários governadores,
ministros e os seus assessores, além dos dirigentes da CBF. Houve quem torcesse o nariz para
o exagero. Afinal, o Brasil era candidato único e, de antemão, sabia-se que a Copa do Mundo
de Futebol seria realizada aqui em 2014. Foi apenas uma demonstração de que os políticos
brasileiros levam o futebol a sério. Pelo menos. A discussão sobre as vantagens de sediar uma
Copa é bizantina. Está decidido, portanto, não adianta chorar sobre o leite já derramado e
adulterado. Agora é arregaçar as mangas e preparar a país para ser um anfitrião à altura de
sua tradição no futebol e ampliar as bases da nossa ainda, apesar de todo potencial existente,
incipiente indústria do turismo. Serão necessários investimentos pesados por parte das
empresas privadas, conforme ficou explícito no acordo para trazer a competição para o
território nacional. Os governos federais e estaduais, bem como os dos municípios sedes de
chaves da Copa investirão maciçamente em segurança, transportes, saúde e comunicação. O
que, até o final da década, representará um crescimento considerável do setor de construção
civil e de prestação de serviços, ancorado pelos recursos oficiais aplicados em infra-estrutura.
A Copa é nossa, ganhar o caneco dependerá da boa disposição dos futuros craques da
Seleção. O evento é positivo, na medida em que os seus efeitos multiplicadores sobre a
economia proporcionarão mais oportunidades para empreendedores nacionais e estrangeiros e
abrirão milhares de novos postos de trabalho, temporários e fixos. A Copa do Mundo não se
limita aos jogos, mas também na exposição do país ao mundo. Se bem organizada, resultará
num fluxo de investimentos em serviços e na área do turismo por anos a fio. O relógio está
em marcha e mesmo com sérios problemas estruturais o Brasil não pode dar-se ao luxo de
perder tempo a discutir a prioridade ou não do evento. Se os prazos não forem cumpridos, de
nada adiantará a festa antecipada promovida pelos políticos em Zurique. E, mesmo que a
Seleção Brasileira fature o campeonato mundial de futebol, terá perdido a Copa. Uma derrota
bem mais sofrida do que a que nos impingiu Obdulío Varela, em pleno Maracanã, em 1950.
Nós, fluminenses, teremos uma parcela significativa na preparação do evento. Previsão de
sete anos de vacas gordas se soubermos aproveitar bem a oportunidade.
Presidente da Fundenor e SindHnorte

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