jucélia tramontin da.. - NEAD

Transcrição

jucélia tramontin da.. - NEAD
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
JUCÉLIA TRAMONTIN DALPIÁS
MÍDIAS: UM MEIO FACILITADOR NO DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
FLORIANÓPOLIS
2010
JUCÉLIA TRAMONTIN DALPIÁS
MÍDIAS: UM MEIO FACILITADOR NO DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
Monografia apresentada ao Programa de Formação
Continuada em Mídias na Educação da Universidade
Federal do Rio Grande como requisito parcial à obtenção do
título de Especialista em Mídias na Educação.
Orientadora Prof.ª Msc. Luciana Netto Dolci
FLORIANÓPOLIS
2010
JUCÉLIA TRAMONTIN DALPIÁS
MÍDIAS: UM MEIO FACILITADOR NO DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
FOLHA DE APROVAÇÃO
Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do
título de Especialista em Mídias na Educação, sob a orientação da Prof. Msc.
Luciana Netto Dolci.
Florianópolis, 2010.
Examinador ..........................................................................................................Nota
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de modo especial à
“Você que deixou seus sonhos para que eu sonhasse.
Derramou lágrimas para que eu fosse feliz.
Você que perdeu noites de sono para que eu dormisse tranquilo.
Acreditou em mim, apesar de meus erros.
Ser educador é ser poeta do amor.
Jamais esqueça que eu levarei para sempre
Um pedaço do seu ser dentro do meu próprio ser...”
(Augusto Cury)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter nos dado a inteligência, a coragem para
superarmos as dificuldades.
A minha família que foram grandes auxiliadores, de um modo muito carinhoso,
meu filho.
Em especial a minha querida sogra Maria, que acolhe todos em seu coração
maternal.
Aos tutores e coordenadores do Mídias, que nos auxiliaram em toda essa
trajetória.
A Secretaria Municipal de Educação do município de São João do Sul pelo
apoio.
A minha “Amada” orientadora, Luciana Netto Dolci, que semeia por onde passa
alegria, amor, dedicação e carinho.
Com certeza seus exemplos ficarão guardados em meu coração, para assim
como ela, eu possa fazer a diferença, onde quer que eu esteja...
Chegará o dia, em que a escola
Será o lugar dos sonhos!
Onde a família não pedirá mais
Licença para entrar...
Pais e professores
Acreditarão no futuro,
E de mãos dadas,
Expressarão sentimentos
De amor, respeito, gratidão e alegria...
(Profª Jucelia)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................10
2 REFERENCIAL TEÓRICO...........................................................................................8
2.1 AS MÍDIAS NA SALA DE AULA........................................................................8
2.2 A APRENDIZAGEM AO LONGO DOS ANOS ................................................10
2.3 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES E O SEU COMPROMETIMENTO COM
A EDUCAÇÃO...........................................................................................................14
2.4 PLANEJAMENTO ...............................................................................................15
2.5 AVALIAÇÃO ......................................................................................................17
2.6 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO COTIDIANO ESCOLAR......................19
2.7 A FORMAÇÃO CONTINUADA.........................................................................21
3 METODOLOGIA.........................................................................................................24
3.1 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA........................................................24
3.2 UNIDADE DE ANÁLISE ...................................................................................25
.................................................................................25
3.2.1 NAPE, PRECONCEITOS E OBSTÁCULOS...........................................26
4 RESULTADOS DA PESQUISA.................................................................................29
4.1 ANÁLISE DAS ATIVIDADES USUALMENTE REALIZADAS......................29
4.2 LISTAGEM DE ALGUNS SOFTWARES TRABALHADOS:...........................31
4.3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ...................................................................34
4.4.1 ANALISANDO OS DADOS DOS ALUNOS QUE NÃO
PARTICIPARAM DO PROJETO ......................................................................41
4.4.2 ANALISANDO OS DADOS DOS PROFESSORES ...............................41
4.4.3 ANALISANDO OS DADOS DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DO
PROJETO............................................................................................................44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................48
6 REFERÊNCIAS...........................................................................................................50
__________________. Desafios na Comunicação Pessoal.(2007, p. 162-166)
Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/midias_educ.htm. Acesso: junho de
2010.................................................................................................................................51
APÊNDICE 4..................................................................................................................55
LISTA DE ABREVIATURAS
NAPE: Núcleo de Apoio Pedagógico
LDB: LEI DE DIRETRIZES E BASES
RESUMO
O presente trabalho de pesquisa propõe demonstrar a importância do Computador, TV, Vídeo
e Softwares Educacionais no desenvolvimento da aprendizagem no Núcleo de Apoio
Pedagógico – NAPE, no município de São João do Sul, que atende diariamente, crianças das
séries iniciais, encaminhadas pelos professores titulares, apresentando dificuldade na
aprendizagem. Esta pesquisa tem o objetivo de compreender e de perceber a importância do
Computador, TV, Vídeo e Softwares Educacionais para auxiliar as crianças com dificuldades
de aprendizagem. Comprovando assim, que as mídias são fatores importantíssimos e
inovadores para proporcionar um novo olhar diante da forma de lecionar e de utilizar estes
recursos possíveis de serem aplicados dentro e fora da sala de aula, diminuindo também o
índice de reprovação que é bastante alto, dentre as crianças que recebem este apoio
semanalmente, e enriquecendo o processo educativo, tornando realidade a proposta de uma
educação mais dinâmica, mais atraente e mais significativa para todos nós.
Palavras-chave: Mídias; Educação; Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
Este projeto de pesquisa tem como finalidade construir registros a respeito da
importância das Mídias no desenvolvimento da aprendizagem; demonstrando que a ausência
destes recursos na sala de aula aumentam ainda mais as dificuldades dos alunos na
compreensão e na aquisição de conhecimentos, trazendo também, registros reflexivos
referentes à ação docente e a prática pedagógica diante do tema abordado.
A referente pesquisa se caracteriza como um estudo de caso de cunho qualitativo,
tendo sido utilizada a técnica da observação e da intervenção, onde verificaremos o processo
de integração para melhor descrever os sujeitos, as atividades, as atitudes, os
comportamentos, relacionados ao processo de integração das mídias para melhor explicar os
resultados obtidos.
Contando com a importância de estarmos próximos da realidade dos educandos; a
pesquisa será desenvolvida em uma turma de alunos do NAPE – Núcleo de Apoio Pedagógico
–, que recebe diariamente crianças com dificuldade na aprendizagem, advindas de toda a rede
municipal de educação. Neste ambiente, pretendemos observar, registrar e analisar antes e
durante as atividades desenvolvidas que a interação das mídias: TV, Vídeo, Computador e
Softwares Educacionais na sala de aula são fatores importantíssimos para o enriquecimento
das aulas e para uma maior absorção com qualidade dos conteúdos abordados, propiciando o
desenvolvimento do educando em sua totalidade.
Observando assim, cada criança, analisando seu desenvolvimento, atitudes, interesse,
evidenciando a importância das referidas mídias para o desenvolvimento da aprendizagem
destas crianças. Sendo assim, criando um novo olhar diante da forma de lecionar e dos
recursos possíveis de serem aplicados dentro e fora da sala de aula, para enriquecer o processo
educativo que se encontra um tanto monótono, sem vida e bem distante da realidade dos
alunos.
Por muito tempo, a escola pensou e, infelizmente, ainda pensa que as crianças ao
chegarem ao ambiente escolar são obrigadas a se adaptarem a sua forma e a sua maneira de
repassar conteúdos, excluindo aqueles que não se encaixam nos moldes apropriados pela
grade curricular.
Cada um de nós, no decorrer de sua vida acadêmica, necessitou de variadas estratégias
para compreender determinados conteúdos, monótonos e bem distantes da realidade vivida,
cujo conteúdo nem recordamos, ou não compreendemos até hoje.
Na maioria das vezes, esta dificuldade na aprendizagem, diagnosticada de várias
maneiras erroneamente, é conseqüência apenas pela forma como o professor aborda
determinados conteúdos em sala de aula; desprovido de auxílio para facilitar uma maior
compreensão por parte das crianças.
Sendo assim, faz-se necessário, a utilização de auxiliadores para que este processo
aconteça de maneira mais alegre, dinâmica e criativa. Sendo imprescindível nesta tarefa a
utilização, o auxílio do Computador, Softwares Educacionais, TV e o Vídeo, pois a interação
dessas mídias na sala de aula são fatores essenciais para promover o enriquecimento das
aulas, para a aquisição com qualidade dos conteúdos abordados; tendo como conseqüência o
desenvolvimento do educando como um todo.
Nesse sentido, percebe-se a necessidade de explorar a seguinte questão: Qual é a
importância do uso das Mídias – TV, Vídeo, Computador e Softwares Educacionais – na
sala de aula no desenvolvimento da aprendizagem? Diante deste questionamento,
estabelece-se como objetivo geral desta pesquisa compreender e perceber a importância do
Computador, TV, Vídeo e Softwares Educacionais para auxiliar as crianças com dificuldades
de aprendizagem. Para que ocorra esta compreensão, norteia-se a presente pesquisa no sentido
de atingir os seguintes objetivos específicos: 1. Evidenciar que as Mídias são fortes
auxiliadores no desenvolvimento da aprendizagem; 2. Observar o desempenho, as
dificuldades e o desenvolvimento das crianças do NAPE (Núcleo de Apoio Pedagógico) no
seu dia-a-dia e 3. Verificar, comparar, questionar e analisar as atividades desenvolvidas, bem
como os dados coletados.
O referencial teórico desta investigação alicerça-se em diferentes fontes selecionadas
em materiais impressos e eletrônicos. No que se refere à coleta e à análise dos dados, escolhese o uso do questionário que será aplicado aos alunos e aos professores do NAPE – Núcleo de
Apoio Pedagógico Núcleo de Apoio Pedagógico. Sendo assim, estes dados serão utilizados
junto ao referencial teórico no desenvolvimento do trabalho.
Realizada a introdução ao tema desta pesquisa, seu problema de investigação e
objetivos traçados, pertencentes ao primeiro capítulo, a seguir apresenta-se a forma como o
trabalho está organizado. No segundo capítulo expõe-se o referencial teórico que ampara esta
investigação. No terceiro capítulo a metodologia utilizada. No quarto capítulo estão os
resultados obtidos, contendo as análises dos dados e as reflexões acerca do tema pesquisado.
Por fim, no quinto capítulo apresentam-se as considerações finais da pesquisa
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O capítulo destinado ao referencial teórico foi subdividido em quatro seções. Na primeira,
trataremos a respeito das mídias na sala de aula, a aprendizagem ao longo dos anos, bem como a
formação dos professores, seu comprometimento com a educação ressaltando: o planejamento,
avaliação, a importância da família e a formação continuada. Em seguida trataremos a respeito da
metodologia utilizada, os resultados, análises e reflexões a respeito da pesquisa realizada e por fim
as considerações finais.
2.1 AS MÍDIAS NA SALA DE AULA
Estamos vivendo em uma época, onde a cultura digital já faz parte de nossas vidas e por
mais que pensemos o contrário, estamos pronunciando e até mesmo escrevendo de acordo com a
cultura própria. O ritmo de trabalho e a forma de viver, também estão sendo contagiados a ponto de
se tornarem insubstituíveis.
A escola não é diferente, pois nossas crianças, oriundas desta cultura, não suportam mais
aulas monótonas e repetitivas, quando a sua volta a cultura digital oferece inúmeras formas de
entretenimento e de interação, possibilitando interações e aprendizagens em um processo dinâmico
e contagiante, invejável pela escola.
Percebemos que o fazer pedagógico nos últimos anos, vem sendo repensado e
consequentemente melhorado, os professores estão buscando proporcionar aulas mais dinâmicas,
mais condizentes com a realidade dos alunos, tendo auxílio das novas tecnologias que possibilitam
um ambiente de aprendizagem mais dinâmico criativo, onde as atividades levam os educandos a
pensar, comparar, estabelecer relações significativas com os conteúdos estudados e fazer uma
seleção dos conhecimentos necessários para interagir com a realidade, com o meio em que vive,
trocando experiências e consequentemente crescendo com essas trocas. E é nessa troca de
experiências que este, aos poucos vai se desenvolvendo, aprendendo não somente palavras, mas
costumes, adquirindo valores e formando a sua personalidade.
Segundo Vigotsky (1986), é nessa convivência em contato com a realidade em que vive, o
ser vai se constituindo em um ser pensante, atuante, dotado de opiniões e vontades; que
amadurece à medida que vai se relacionando com as pessoas
interações que realiza.
que o rodeiam, através das
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O que a criança é capaz de fazer hoje em cooperação, será capaz de fazer
sozinha amanhã. Portanto, o único tipo positivo de aprendizagem é aquele que
caminha a frente do desenvolvimento, servindo de guia. (...) O aprendizado deve
ser orientado para o futuro, e não para o passado. (VIGOTTSKY, 1986, p.89)
Nesse sentido, a educação torna-se um processo social, de troca de experiências, de
construção; e é necessário que o professor tenha um trabalho bem planejado para que isso ocorra.
Pois a aprendizagem está relacionada com fatores externos e internos; sendo difícil separá-los, pois
ambos se entrelaçam. Portanto, torna-se ponto principal a motivação, sem ela, não há aprendizagem.
A mesma desencadeia ações que culminam numa modificação dos aspectos cognitivos, afetivos,
psicomotores e sociais do educando de maneira muito particular.
Este processo é único e individual, possuindo um ritmo, e cada criança evolui de uma
maneira própria; sendo assim se concretiza a necessidade de respeitar a individualidade de cada
criança e priorizar também o atendimento mais individualizado, pois a convivência em grupo as
crianças já desfrutam no ambiente escolar. Onde trocam experiências, se confrontam com outras
realidades e opiniões, obrigando-as a observar e repensar conceitos, e ampliam seus conhecimentos
através das trocas que realizam dentro e foram da sala de aula.
Portanto, as crianças ao apresentarem dificuldades necessitam de um olhar mais atento, onde
o professor possa junto com eles trabalhar as dificuldades apresentadas, tentando saná-las. Auxiliar
as crianças de forma mais individualizada, não é limitar o conhecimento a si próprio, negando o
grande poder da troca de experiência e a convivência em grupo, mas é exatamente parar, analisar,
questionar, e perceber onde há limitações que impedem a crianças de realizar estas trocas,
auxiliando-as a superarem estas dificuldades existentes, para que a mesma possa depois no grupo,
encontrar, formular respostas para suas dúvidas e questionar perguntas, chegando as suas próprias
conclusões, pois não é possível termos uma consciência crítica se não sabemos quem somos o que
sabemos e para onde queremos ir.
Um fator indispensável nesse processo é a linguagem, que segundo Vigotsky (1986), é um
veículo pelo qual as experiências são apropriadas e transmitidas, através das gerações. Sendo
sempre repassados valores formativos com fins positivos ou negativos, sendo estes, fonte de
preconceito ou verdades acumuladas ao longo dos tempos, conforme o ponto de vista de cada um.
Destaca-se então, a importância da escola nesse processo de integração, pois se a mesma é
considerada construtora de conhecimentos, faz-se necessário que crie oportunidades para o
diálogo, a troca de experiências, e a integração entre os alunos. Onde possam através dessas
interações, debater, ouvir, e com auxilio de todos, chegarem a possíveis soluções para variadas
situações problemas que são apontadas diariamente.
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Percebe-se que esta não é uma realidade adotada atualmente pela maioria de nossas
escolas; pois vemos alunos enfileirados, impedidos de conversar ou olhar para seus colegas.
Sendo proibido o diálogo, e questionamentos “inoportunos” que não dizem respeito ao conteúdo
do livro didático ou da aula proposta trabalhada pelo professor denominado “dono do saber”, que
pela sua auto-suficiência ou insegurança, impede e impossibilita a troca de experiências ou
opiniões do grupo; podando o crescimento de seus alunos, sua criatividade. E ao contrário de
formar seres críticos e ativos, está contribuindo para aumentar a cota de seres passivos e
alienados, distantes da realidade em que vivem, incapazes de tomarem suas próprias decisões, de
serem críticos e contribuírem para a formação de um país melhor, pois foram ensinados a se
calarem, a não olhar para os lados, a pensarem individualmente.
Isso é constatado claramente ao observarmos os conteúdos-disciplinas, mais solicitados
pelos professores titulares, que enviam as crianças para um atendimento pedagógico resumindo-se
as disciplinas de matemática, as quatro operações, principalmente divisão; e língua portuguesa a
leitura: decodificação.
Sendo exigidos estes conteúdos como base para desenvolver todo o trabalho no atendimento
pedagógico, como o tempo é muito pequeno fica impossível desenvolver todo o processo sonhado
no planejamento piloto, pois há fortes cobranças diante da forma e do modo como é desenvolvido o
trabalho com estas crianças; onde as mesmas têm que saber calcular e ler, o restante é apenas uma
consequência.
2.2 A APRENDIZAGEM AO LONGO DOS ANOS
Ao longo dos anos o conceito de desenvolvimento e aprendizagem vem sendo debatido e,
consequentemente, reavaliado, bem como a forma de ver e interpretar o mundo.
Muitos autores escrevem a respeito da aprendizagem, sendo a mesma, um termo
fundamental para quem é educador, pois este é um processo único e possui um ritmo de
desenvolvimento para cada um de nós. Sendo esta relação única e diferente para cada pessoa. Cada
criança evolui os seus conceitos segundo seu próprio ritmo, daí, então, a necessidade de respeitar e
estar atento a individualidade de cada educando. Nesse sentido, os conceitos de aprendizagem que
acreditamos e utilizamos irão se manifestar de maneira significativa na vida de cada indivíduo,
trazendo-lhes consequências positivas e negativas para cada época, bem como a reprodução de
atitudes dentro e fora das salas de aula.
Na concepção Inatista, acreditava-se que “o homem é o resultado de suas características
hereditárias” (CADERNO PEDAGÓGICO UDESC, 2000, p.55) e por mais que tentasse, não
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modificaria sua conduta social. O nascimento trazia consigo os dotes inerentes a sua personalidade
sendo determinante a influência biológica no desenvolvimento. Ou seja, ele aprenderá aprimorando
o que já é inato. Agregando neste contexto, o aluno como o único responsável pelo seu sucesso ou
fracasso. O professor só iria facilitar esse processo.
Fruto desta concepção ainda enraizadas em nossas escolas nos dias atuais são os ditados que
ouvimos diariamente: “filho de peixe, peixinho é”; “ela nunca aprenderá é igual ao seu pai”...
A concepção Ambientalista também chamada de Behaviorista (comportamento) ou
Comportamentalista defendia acreditava que:
Nem todas as crianças saem parecidas com seus pais. Há inúmeras possibilidades
genéticas. Além desse fator genético, há outros fatores que determinam as
diferenças entre pessoas. Não há determinismo hereditário. (CADERNO
PEDAGOGICO UDESC. 2000 p.61).
Sendo assim, acreditavam que existiam condicionamentos capazes de direcionar a
aprendizagem humana privilegiando um elemento chamado estímulo. Controlando os estímulos
poderia controlar o comportamento. (conexão entre estímulos e respostas: punição para eliminar
comportamento desaprovado; ou reforço para que se repita).
Em muitas escolas esta concepção de aprendizagem se encontra presente e bem viva através
das falas e ações dos professores: “Se você não fez as tarefas, não irá para o recreio”; “quem
acertou todas as questões ganhará uma estrela”.
Também podemos perceber que esta concepção se efetiva nos dias atuais, quando os
professores iniciam determinados conteúdos na sala de aula, sem buscar o que as crianças já sabem
a respeito do tema proposto, acreditando que todas chegam ao ambiente escolar como páginas em
branco, sem história, sem conhecimentos, sem nenhuma experiência a respeito do mundo que a
cerca.
Piaget (CADERNO PEDAGOGICO UDESC, 2000, p. 68) também contribuiu de maneira
significativa a respeito do desenvolvimento e a aprendizagem, destacando que as crianças não
aprendem porque o mestre as ensina ou estimula, mas só aprendem quando interagindo com o
ambiente, constroem suas próprias hipóteses; trabalhando assim em igualdade sujeito e ambiente.
Ou seja, não é inato, nem resultados de condicionamentos; diferente das teorias apontadas
anteriormente (Inatista e Ambientalista), que privilegiam um ou outro aspecto de forma
independente. Piaget (2000) também descreve sobre o desenvolvimento infantil em diferentes
períodos: sensório-motor; pré-operatório concreto-concreto e operatório-formal, sendo estes
períodos formados por estruturas cognitivas diferenciadas dependendo de cada escritor. Diante
disto, percebemos que o Construtivismo de Piaget sustenta-se no seguinte princípio:
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O conhecimento não representa um saber que “vem de fora” ou que se capta no
meio e que, portanto não pode ser transmitido pelo professor através de exposições
programadas para alunos imobilizados em suas carteiras. Ao contrário, o aluno
efetivamente aprende a partir de experiências em sua interação com o ambiente e
seu simbolismo e com os outros, em que se produzam ações físicas e mentais,
interagindo e construindo assimilações que se compõem com os saberes que já
possui, alternando-se reciprocamente (ANTUNES, 2004, p. 87).
Muitos professores atualmente utilizam as teorias piagetianas em sala de aula, porém, ao
contrário de focar aspectos positivos desta teoria, acabam sustentando erroneamente a idéia de que
os professores não possuem papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem, destacando
assim, somente a figura do aluno como único e principal responsável pela construção do
conhecimento, (sozinho cria hipóteses e faz assimilações). Esquecendo do seu papel de incentivador
e encorajador nesse processo. “A criança tem que pensar e chegar as suas próprias conclusões
sozinhas”; “os erros cometidos devem ser destacados para que não se repitam”.
Vygotsky (2000) com sua teoria procura explicar o homem inserido no meio social.
Acentuando que a própria construção da mente é social. Segundo Vygotsky (CADERNO
PEDAGÓGICO UDESC.2000 p.77),
três elementos são fundamentais no processo de conhecimento humano: o
Ambiente, em que está colocado, a História e a Linguagem. Todos são mediados
pelo cérebro, ou seja, os processos psicológicos ocorrem e se desenvolvem a partir
da relação entre sujeito e os instrumentos e símbolos presentes em sua realidade
que são transmitidos pela linguagem.
Nesse sentido, a educação torna-se um processo social, onde as relações humanas são
colocadas no centro do desenvolvimento do indivíduo e conferindo ao outro papel determinante de
mediador, negando assim, um caráter individual na construção do conhecimento. Onde ambos se
transformam e um influi sobre o outro. Não sendo resultado de uma cultura ou consequência, mas
um sujeito ativo que realiza interações age sobre o meio em que está inserido.
Nesta perspectiva, o professor desempenha papel fundamental para que ocorra a
aprendizagem, pois o mesmo não é considerado o dono do saber, mas aquele que irá mediar todo
esse processo de busca e aquisição do conhecimento. Utilizando o que Vygotsky (2000) chamou de
zona de desenvolvimento real, (o que a criança já sabe), para agir assim na zona de
desenvolvimento proximal (nível intermediário, o que ela faz com colaboração, mediação,
interação), para chegar ao desenvolvimento potencial (desejado, que poderá construir).
Desta maneira, o fazer pedagógico é concebido de maneira social, onde professores e
educandos se defrontam com situações que os obrigam a comprovar pontos de vistas, reverem suas
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hipóteses, colocar novas questões, deparar com outros conhecimentos e, assim, construir e dar
novos significados aos antigos conceitos, ampliando seus conhecimentos de maneira social por
meio da linguagem.
Muitos professores são adeptos a teoria Vygotskyana, acreditando que ambos, alunos e
professores podem aprender em sala de aula. Criando espaços para a busca do conhecimento, para
desafios, para troca de experiências, construção e reconstrução do conhecimento. Isso é observado
diante de depoimentos de alguns professores: “Acredito no trabalho com projetos pedagógicos,
pois partem do interesse da criança e do que ela já sabe”; “enquanto não modificarmos estas
disciplinas de “gavetas” e trabalharmos de maneira interdisciplinar, não acredito que teremos
êxito”; “pudera que as crianças não consigam aprender inglês, em nada as aulas se aproximam da
sua realidade”.
Assim como Piaget e Vygotsky, Wallon fez um estudo integrado do desenvolvimento
humano, o estudo da pessoa completa, destacando o fator emocional no desenvolvimento. Fator
este, que daremos prioridade. Visto que ao abordarmos o tema aprendizagem, entramos em um
assunto bem delicado, pois as emoções, segundo o autor, ocupam um papel preponderante no
desenvolvimento da pessoa.
Moran (2000, p. 24), nos aponta que:
Aprendemos pelo prazer, porque gostamos de um assunto, de uma mídia, de uma
pessoa... aprendemos mais, quando conseguimos juntar todos estes fatores, temos
interesse, motivação clara, desenvolvemos hábitos que facilitam o processo de
aprendizagem e sentimos prazer no que estudamos e na forma de fazê-lo.
Percebemos diariamente a distância existente entre sentimentos e a sala de aula, ou seja,
observamos consequentemente inúmeros problemas nas escolas, onde crianças “tachadas de
problemas”, “revoltadas”, entre outras denominações; elas são oriundas de famílias problemáticas,
pedem socorro diariamente, necessitando serem ouvidas, serem compreendidas. E a respostas que
recebem diariamente são: “Vamos fazer silêncio”; “este não é o momento para conversas
dispersas”; “a professora da disciplina X, deve abordar este conteúdo”. E os resultados de tudo
isso, todos nós já conhecemos: rebeldia, desinteresse, revolta e evasão escolar, pois a prática escolar
é totalmente contraditória aos planos e ações traçadas nos documentos oficiais.
Não é causa de admiração, nossas crianças detestarem as salas de aula, pois em seu interior
na maioria das vezes lhe é podado o direito de falar, expressar seus desejos, vontades, sonhos e,
principalmente, seus problemas.
Diante disso, uma pequena história ilustra essa realidade, triste, mas tão real e presente nas
instituições de ensino:
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Era uma vez uma escola para animais. Os professores tinham certeza que possuíam
um programa de estudos inclusivo, porém, por algum motivo, todos os animais
estavam indo mal. O pato era a estrela da classe de natação, porém não conseguia
subir nas árvores. O macaco era excelente subindo em árvores, mas era reprovado
em natação. Os frangos se destacavam nos estudos sobre os grãos, mas
desorganizavam tanto a aula de subir nas árvores que sempre acabavam na sala do
diretor. Os coelhos eram sensacionais nas corridas, mas precisavam de aulas
particulares de natação. O mais triste de tudo era ver as tartarugas, que, depois de
vários exames e testes foram diagnosticadas como tendo "atraso de
desenvolvimento. De fato, foram enviadas para uma classe de educação especial
numa distante toca de esquilos. A pergunta é: Quem eram os verdadeiros
fracassados? (CARRERA, 2009, p. 81)
Fracassam nossos alunos com nossas teorias mal elaboradas e confusas e fracassamos nós,
por fazer parte e compactuar com um sistema educacional ultrapassado, com um índice de evasão
vergonhoso.
As teorias de aprendizagem são inúmeras e junto com elas agregam-se as dificuldades para
ensinar e fazer com que a criança aprenda. Entretanto, esse é um conjunto, onde está intimamente
ligada a forma de ensinar e o resultado deste processo. Diariamente vemos “tartarugas” serem
encaminhadas para as classes de recursos e atendimento especializado, quando na realidade quem
realmente necessitava de auxilio e atendimento especializado não são as crianças, mas sim os
professores.
2.3 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES E O SEU COMPROMETIMENTO COM A
EDUCAÇÃO
Não adianta nossas escolas investirem e estarem envolto das melhores e mais atuais
tecnologias, se os professores não souberem utilizar estes recursos em sala de aula. Ou aplicá-los de
maneira errônea, não contribuindo de forma efetiva para auxiliar o desenvolvimento da
aprendizagem.
Desta maneira, a formação dos professores, desempenha um importante e fundamental
papel, que pode contribuir de maneira positiva diante do fazer pedagógico; formando alunos
críticos, ativos, cooperativos e também responsáveis pela busca e pela construção do conhecimento.
A educação brasileira passou por vários períodos, a formação dos professores acompanhou
toda essa trajetória, sendo a mesma marcada por políticas educacionais determinadas por interesses
políticos e econômicos que consequentemente definem a prática pedagógica nesse conjunto de
relações.
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Ao longo de toda essa história, podemos perceber que desde o tempo dos Jesuítas aos dias
atuais, os professores vêm procurando definir sua identidade através das práticas pedagógicas, que
diversificavam muito o modo de ver e fazer a educação.
Nos tempos atuais, percebemos que essa angústia ainda existe e muitos professores
possuem formação, mas caminham sem saber para onde ir. Estão nas salas de aula, porém
encontram-se desprovido de capacidade e, principalmente, de conhecimento, onde promovem um
ensinamento aboleto e distante da realidade do educando.
Segundo Nóvoa (1992),
O processo de formação deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, que
possibilite criar estratégias para o exercício do pensar... e que o ato educativo
implica um olhar desprendido do formalismo pedagógico...buscando romper com
a rotina que assola a prática docente. (NÓVOA - CADERNO PEDAGÓGICO
UDESC, p. 37)
Este processo de formação deve partir do próprio educador, que ao refletir sobre sua prática
docente, percebe que os conhecimentos de ontem já não mais se enquadram nos de hoje, e que a
realidade atual não mais comporta um saber que se restringe a mera reprodução e memorização;
mas sim adotar um conceito de formação permanente, onde o educador procura descobrir, organizar
e, principalmente, construir uma prática fundamentada num processo reflexivo constante.
Para Maturana (1998, p. 37),
A formação realmente se efetiva quando se concretiza na aceitabilidade recíproca,
onde devemos repensar a respeito de uma cultura, que valida a competição e o
conflito entre os indivíduos, gerando competitividade, abuso opressão e rejeição.
Repensar tudo isso significa, rever formas e dar novos significados ao ato de educar.
Compreendendo que a educação deve ir muito além dos muros da escola, muito além das salas de
aula ou de memorizações desprovidas de significados; é fornecer suporte para que o aluno possa
criar, debater, questionar, que se sinta desafiado a ir além do que é proposto em sala de aula.
2.4 PLANEJAMENTO
Outro fator muito importante é o planejamento, pois o educador ao planejar precisa trabalhar
sobre as necessidades trazidas pelas crianças, no sentido de ajudá-los a perceber até que ponto
aquelas necessidades são reais e resgatar o verdadeiro valor do conhecimento para com eles.
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Segundo Arroyo (1982, p. 89), “parece que ninguém pode ensinar bem alguma coisa se não
consegue para si uma resposta sobre a finalidade do conhecimento que aprofundou".
É necessário ao professor entender que planejar dentro das necessidades da criança
significa colocar-se dentro de sua realidade para entendê-lo. Infelizmente, evidencia-se que na parte
pedagógica do planejamento há uma resistência, porque geralmente todos seguem aquele que já
vem pronto. E tudo isso se concretiza também através do processo de investigação e leitura que o
professor é capaz de desenvolver para si e para seus alunos.
Segundo o PCN de Língua Portuguesa (1997, p. 30)
Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania
precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade eficaz da linguagem,
uma linguagem que satisfaça as necessidades pessoais que podem estar
relacionadas às ações afetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informações
para o exercício da reflexão.
O trabalho do professor deve contribuir nesse processo de desalienação, mas faz-se
necessário aqui a superação de ideologias que hoje ainda persistem fortemente. Cabe ao professor
planejar atividades que realmente irão ajudar os educandos a criar espaços de busca de alternativas
para a superação dessas necessidades.
Para isso faz necessário estar consciente do papel do planejamento, pois “o planejamento
deve ajudar as crianças a se desenvolverem, nele todos os objetivos devem estar voltados às possibilidades
de atividades para o desenvolvimento intelectual, social e moral dos alunos". (FUSARI, 1984, p. 100)
O objetivo do processo de ensino e de educação é de que todas as crianças desenvolvam
suas capacidades físicas e intelectuais, seu pensamento independente e criativo, tendo em vista
tarefas teóricas e práticas, de modo que se preparem positivamente para a vida social.
O Planejamento Participativo assumido como processo de crescimento pessoal e de
transformação social também é um caminho viável para se conseguir a renovação das estruturas e
das relações na educação formal.
Sendo assim, um trabalho realizado de maneira organizada de forma colaborativa, nos dá
maior suporte para termos bem claro o que queremos e onde desejamos chegar, também nos
possibilita buscar variados recursos que poderão nos auxiliar nesse caminho. E adotar esses
procedimentos, unindo-os aos meios tecnológicos, mais especificamente as mídias, podem nos
proporcionar novas possibilidades de trabalho coletivo, propiciando a interação não somente entre
os alunos, como também entre os professores de maneira interdisciplinar.
17
2.5 AVALIAÇÃO
Devemos destacar nesse processo outro fator imprescindível: a avaliação. A mesma em sua
totalidade é um processo do qual participamos também nós educadores, pois ao observar
atentamente nossas crianças, passamos a refletir a respeito da nossa própria atuação junto a eles.
Procedendo assim, uma auto-avaliação. E ela poderá nos possibilitar redirecionar nossos objetivos,
reestruturar, reorganizar a todo o momento nossos trabalhos em sala de aula. Avaliando se as
estratégias e recursos que estamos utilizando estão dando certo, também, fazendo-nos rever e buscar
experiências novas e diversificadas para atender as diferenças individuais e criar condições para que
cada uma de nossas crianças manifeste suas potencialidades, estruturando à sua maneira seu próprio
saber, pois “um processo avaliativo mediador não entra em sintonia com um planejamento rígido de
atividades
realizadas
com
rotinas
inflexíveis”
(CADERNO
PEDAGOGICO
UDESC,
PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL, p. 86).
Atualmente, também, percebemos nas escolas mais do que nunca, o professor vem
fazendo sozinho sua listagem de conteúdos sem conhecer seus alunos, sem uma maior interação
entre as disciplinas, sem procurar uma integração entre os demais educadores, impossibilitando o
desenvolvimento de um conhecimento mais harmônico e mais significativo.
Os conteúdos também são inadequados, distantes da realidade do aluno, fragmentados,
com aulas monótonas e sem vida. Tudo isso, contribui e muito para o fracasso escolar de um
grande número de alunos, que desmotivados, com ritmo lento e com dificuldades na
aprendizagem, desistem logo nos primeiros anos do ensino fundamental.
Dentro desta perspectiva, podemos dizer que a avaliação ocupa um lugar opressor, ou de
punição, onde é concebido um ensinamento fragmentado e descontextualizado da vida dos alunos.
Avaliar não é sinônimo de medir ou quantificar, mas sim um processo de crescimento
mútuo entre alunos e professores, sendo fonte de aprendizagem para ambos. Sendo fonte de
diagnóstico e auto-avaliação para professores e alunos, pois a maneira como encaramos a avaliação,
demonstra claramente nossa forma de ver e conceber a educação. Cabe, então, repensarmos tudo
isso, pois, não podemos mais proporcionar aulas fragmentadas e fora da realidade dos educandos.
Frigotto (1995, p. 27) nos demonstra a necessidade da interdisciplinaridade na produção do
conhecimento, como um conjunto da coletividade, da parceria entre os educadores, proporcionando
um conhecimento mais dinâmico, mais real e menos individualista. Proporcionando assim
oportunidades para que todos tenham condições de aprender independente das suas particularidades.
A nova LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1997), assegura aos
educando currículos, métodos e recursos específicos para atender as necessidades dos educandos,
18
porém, isto só se efetivará quando os educadores realmente aderirem a desenvolverem um trabalho
de modo coletivo e interdisciplinar. É válido ressaltar que não adianta colocar a culpa nos
governantes, na falta de materiais, na falta de formação se o verdadeiro problema encontra-se no
modo como são aplicadas e desenvolvidas as aulas, pois se nem os professores acreditam na
importância das aulas que desenvolvem como nossas crianças irão crer e se esforçar para assimilar
o que esta sendo ensinado.
Hamilton Werneck, em seu livro: “Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo” (1992),
nos relata lições muito importantes sobre o fazer pedagógico e sobre a ética e a responsabilidade do
ato de ensinar. Mais do que repassar conteúdos, estes devem ser realmente significativos e em prol
de uma sociedade mais humana e menos desigual, ressaltando a importância de um fazer
pedagógico que gere vida.
Sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum
homem deveria ver: câmaras de gás construídas por engenheiros formados;
crianças envenenadas por médicos diplomados; recém-nascidos mortos por
enfermeiras treinadas; mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados em
colégios e universidades. Assim, tenho minhas dúvidas a respeito da educação.
Meu pedido é este: ajudem seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços
nunca deverão produzir monstros treinados. Aprender a ler e a escrever, aprender
aritmética só serão importantes quando servem para fazer nossos jovens mais
humanos. (WERNECH,1992, p. 87).
Esse é o grande desafio dos tempos atuais, ensinar as crianças valores como: humanidade,
responsabilidade, solidariedade, entre tantos outros significativos para ser um sujeito solidário, ético
e comprometido com os problemas circundantes. Tudo isso não se ensina através de currículos ou
provas, mas através dos exemplos, pois se os professores não são capazes de transmitir valores, qual
sua importância na sala de aula? As informações nos tempos atuais são adquiridas através das várias
mídias que são expostas diariamente aos nossos educandos dentro de suas casas.
Percebe-se, então, a necessidade de uma educação menos mecânica, onde a repetição e o
individualismo são concebidos como a única e a mais correta maneira para educar. Tendo o aluno
como um ser passivo desprovido de experiências e saberes culturalmente adquiridos.
Esta forma de fazer educação é bem clara em nossas salas de aula quando os alunos são
encaminhados para sala de informática para digitarem um texto, sem significado algum, somente
para fins técnicos, quando são obrigados a assistirem filmes e fazerem resumos, sem
contextualização.
Em toda essa dimensão, segundo Cury (2003, p.65), o educador só não será substituído por
máquinas, porque as mesmas não são capazes de ensinar a gentileza, a tolerância, à solidariedade, e
19
isso só é possível por seres humanos. Entretanto, alguns professores deixam totalmente a desejar em
sua prática pedagógica, abrindo assim um grande questionamento quanto a sua importância na sala
de aula.
Ao repensar a prática docente, percebemos que muitos conceitos ainda necessitam de
mudanças, a sociedade mudou, os tempos são outros, conceitos se transformaram, alguns
preconceitos caíram, a forma de ver e de fazer a educação se modificou muito nos últimos anos,
exigindo do educador uma postura mais sólida, mais crítica e mais criativa diante do fazer
pedagógico; indo a busca constante de conhecimento, aprimorando ainda o próprio saber, tendo
como meta a responsabilidade, a ética profissional, com uma visão aberta para mudanças com
conteúdos voltados dentro da realidade de interesse do próprio aluno; porém, o modo de fazer a
educação, infelizmente, ainda caminha a passos bem lentos. E diante da utilidade das novas
tecnologias da informação e comunicação na sala de aula percebe-se que a maior dificuldade
enfrentada, não são as novas idéias, mas sim os antigos paradigmas enraizados como verdadeiros e
absolutos que os impedem de criar um novo olhar.
Uma vez que estes estão impregnadas como
corretos e verdadeiros, e muitos professores resistem muito às mudanças, pois as mesmas são
causas de dúvidas, medos e incertezas. E quando estamos abertos as mudanças, temos que estar em
constante busca, assumindo um papel de investigador, de pesquisador; e tudo isso não se consegue
estando acomodado, isolado em um pequeno e fragmentado mundo de disciplinas isoladas.
2.6 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO COTIDIANO ESCOLAR
Além dos problemas diante do fazer pedagógico, encontramos na sala de aula vários outros
desafios como: ausência dos pais, desmotivação dos alunos, falta de atenção e indisciplina.
Havendo necessidade de encontrar novos caminhos, novas possibilidades, pois muitas crianças
estão indo para a escola para serem criadas, pois os pais deixam sua responsabilidade para os
professores, atribuindo à escola, deveres que são exclusivos da família; acarretando assim, uma
série de consequências, pois,
a família pode ser considerada como o grupo social inicial mais importante, pois
dela depende a satisfação das necessidades humanas básicas e as primeiras
orientações na vida da criança. E nesse importante grupo social que as crianças
aprendem (ou deveriam aprender) os valores e atitudes como cooperação, respeito
às diferenças, participação, entre outros... (LISBÔA, 2004, p. 63).
20
Desta maneira, cada vez mais percebemos que esta ação deve ser conjunta, a cada um
cumprindo seus papeis, não permitindo que nem escola e nem família cumpram papeis que não são
seus, mas complementem-se, cada um com suas atribuições, cumprindo seus deveres e suas
responsabilidades.
E é neste contexto que a escola não pode ser considerada mais um espaço fechado, distante.
De acordo com Gadotti (1997), a escola deve se unir ao mundo exterior (família, comunidade),
pelos espaços sociais das múltiplas atividades humanas. Sua função social é de possibilitar que os
educandos adquiram, elaborem e reelaborem conhecimentos no campo da ciência e da tecnologia,
que se desenvolvam com competências e habilidades necessárias para recriar, rever, redirecionar
tais conhecimentos no universo coletivo, na perspectiva da colaboração, cooperação, da
solidariedade da ética, tendo sempre como horizonte, colocar os avanços dos conhecimentos a
serviço da humanização da solidariedade.
Portanto, faz-se necessário que a escola dê um novo significado ao seu fazer pedagógico ao
qual seja mais condizente com o mundo atual, ao qual possa efetivamente estar voltada a formação
de sujeitos ativos, reflexivos, cidadãos atuantes e participativos. Sendo fundamental nesse processo
a participação da família, para que a mesma possa sentir-se parte importante nesse processo. Sentir
que a escola é um espaço que irá complementar o trabalho da família de forma conjunta.
Oportunizando espaço para participação, para o diálogo, para a troca de experiências, para o
crescimento recíproco, para que todos possam perceber que as famílias dos sonhos não são
perfeitas, que todas apresentam problemas, frustrações, e essa família “...é aquela que os pais e
filhos tem coragem de dizer um para o outro: “eu te amo”, “eu exagerei”, “desculpe-me”, “vocês
são importantes para mim”. Na família dos meus sonhos não há heróis nem gigantes, mas amigos.
Amigos que sonham, amam e choram juntos.” (CURY, 2003, p. 155).
Constatamos que a maioria das famílias ainda se encontra distante da escola, exatamente por
não se dar conta dessa realidade. E a escola também deixa a desejar quando só exige a presença dos
responsáveis na escola quando é para criticar.
Sendo assim, Moran (2007), nos aponta a necessidade de grandes mudanças que
comprometa não somente a escola, mas a sociedade como um todo:
•
Um currículo, mais integrado, mais próximo do cotidiano, com muita mais liberdade de
percurso, de escolhas, de integração significativa.
•
Metodologias, mais ativas e focadas em pesquisa e produção, em jogos, na relação práticateoria-prática.
21
•
Maior integração com os pais, com a família. Se a família é educadora, a aprendizagem se
torna muito mais fácil e a escola avança mais.
•
Melhor organização do tempo e de espaço, muito mais flexível (educação multiespacial e
multitemporal). Uma parte em sala de aula, outra na Internet, e outra na cidade, em contato
com os lugares significativos para a aprendizagem e para o trabalho.
•
Professores mais preparados, melhor formados, melhor remunerados, escolhendo os
melhores alunos para serem preparados para a docência. Professores mais humanos,
afetivos, acolhedores, além de competentes.
•
Gestores pró-ativos, dinamizadores, bem preparados e com visão humanista.
•
Uma educação social mais organizada e continuada, que atenda a públicos específicos:
jovens casais-pais, pessoas marginalizadas, pessoas com dificuldade de empregabilidade,
idosos, pessoas presas. Ensinando valores importantes para a convivência, para o equilíbrio
pessoal, para a não dependência emocional, para a valorização pessoal.
•
Utilizando as mídias possíveis e de forma integrada nos novos nichos educacionais.
Todas estas mudanças, são necessárias e possíveis de serem realizadas, se houver um
comprometimento de todos, professores, governantes, família, comunidade. Todos trabalhando em
prol de uma educação mais verdadeira, mais humanizada, mais coerente com o tempo e a realidade
que vivemos.
2.7 A FORMAÇÃO CONTINUADA
A formação continuada é uma ótima oportunidade para atingir todos os ideais listados
anteriormente; além de ser uma necessidade nos tempos atuais, ela nos dá suporte para
acompanharmos e reavaliarmos todo o processo educacional, nossa prática pedagógica e
consequentemente rever, repensar nossa maneira de ver e conceber a educação, apontando
condição, possibilidades de mudanças numa escola que se redireciona em busca de saberes e
práticas mais condizentes, mais humanas, mais voltadas para a realidade vivida, para o dia a dia do
educando.
Enquanto educadores não podemos ficar estagnados no tempo, pois diante de novos
desafios somos obrigados a encarar novas formas de ver e de fazer a educação. Uma educação
“bancária” como nos aponta Freire (1987), não responde mais as necessidades atuais, pois não
depositamos conhecimentos na sala de aula, mas construímos juntos, não apenas repassamos
22
conteúdos prontos e acabados, acreditando que as crianças são seres passivos e desprovidos de
qualquer conhecimento.
Porém, apesar de termos isso bem claro, ainda assim, infelizmente, nossos currículos
insistem
que
devemos
ficar
longos
períodos
ensinando
conteúdos
fragmentados
e
descontextualizados
Conforme nos aponta Leite (2008), o espaço virtual quando utilizado de forma ética, cria
oportunidades, amplia relações sociais, há a troca de experiências, contribuindo, assim, para a
aquisição de novos valores e atitudes. Dessa forma, as novas oportunidades que surgem vão se
ampliando; a forma de fazer a educação vai mudando e não somente para os alunos, pois também
nós, professores, somos obrigados, desafiados a acompanhar todo esse processo.
E é exatamente com todo esse processo, nesse grupo que atuamos que devemos criar
oportunidades para crescer, trocar experiências; professores e alunos; através do diálogo, da
vivência no grupo como professores e também como aprendizes:
Temos que valorizar a pessoa para não gerarmos em nossas salas de aulas crianças
intelectualmente passivas. Vamos incentivar a liderança, a participação e crianças
com espíritos cooperativos e colaboradores. As aulas devem estar centradas na
capacidade de raciocinar, de fazer com que a criança desenvolva o saber pensar.
Temos que evitar as respostas prontas, provocar conflitos salutares, discutir e
chegar a acordos, apresentar sugestões reais para problemas do dia a dia.
(LISBÔA, 2004, p. 106)
Estamos vivendo em um mundo de constantes transformações e tais mudanças afetam
diretamente a sociedade e, consequentemente, a escola. Portanto, não podemos ficar alheios a tudo
isso, continuando a utilizar a mesma maneira de educar que usávamos há décadas atrás. Somos
obrigados a rever nossos conceitos e mudar nossa concepção, rompendo barreiras, criando situações
que propiciem interações na sala de aula e rompendo as “gavetas” disciplinares. Criando, assim,
situações de aprendizagem condizentes com a realidade dos alunos. Realidade esta, caracterizada
pela chegada das tecnologias na vida dos educandos e, consequentemente, no ambiente escolar.
Todas essas mudanças não devem ser encaradas como uma obrigação imposta, ou uma
tarefa impossível de se conseguir, mas um meio ao qual irá nos possibilitar novas formas de fazer a
educação, novos olhares, novas oportunidades. E quando nos identificamos, quando gostamos do
que fazemos, esse processo não é encarado como uma obrigação, tediosa e infeliz, mas como uma
necessidade.
Segundo Lisboa, (2004, p. 93),
23
A escola deve e pode ser um lugar onde o aprender e o ensinar estejam envolvidos
numa das mais importantes tarefas do ser humano: ser feliz, apesar dos
problemas...Gostar do que se faz é a nossa primeira sugestão para você nos ajudar a
fazer da escola um lugar feliz.
Percebemos ao observar nossos alunos que a escola não está sendo esse lugar feliz que
desejamos. E precisamos mudar essa realidade, buscando novas formas de ensinar. Acreditando que
realmente as mídias podem fazer a diferença na sala de aula; não como fins em si mesmo, mas
como fontes auxiliadoras, que podem favorecer a troca de experiências, o diálogo, a imaginação, a
criatividade. E essa combinação de diferentes linguagens, são fatores essenciais para que a
aprendizagem ocorra de maneira efetiva e significativa.
Mas isso só acontecerá de fato se nós educadores acreditarmos realmente na educação.
Acreditarmos que é por nós e através de nós, de nossos exemplos que tudo se inicia, que “devemos
olhar nos olhos de cada pessoa e aprender a cumprimentar, a receber com carinho o outro que chega
e vai. Realmente ouvir o que está sendo dito, tentar não responsabilizar o outro por tudo o que
acontece e aprender a resolver sozinhos nossos próprios problemas” (LISBÔA, 2004, p. 106).
Sabemos que a formação dos professores ainda necessita de uma série de transformações, e
que a realidade dos educadores hoje, exige que se faça a diferença, desenvolva o conhecimento de
maneira, dinâmica e prazerosa, com bastante criatividade e bem poucos recursos. Mas de uma
maneira geral, a sociedade atual, com todas as suas exigências e transformações, já não comportam
mais professores, cujo pensar não está contribuindo para desenvolver nos educando uma
consciência crítica, um pensar questionador e, principalmente, desenvolver a responsabilidade
social.
24
3 METODOLOGIA
A abordagem desta pesquisa é qualitativa. Conforme Engers (1999), o paradigma qualitativo
é estrutural e tem o propósito de aprofundar o conhecimento para obter uma compreensão da
realidade nas suas diferentes manifestações.
A presente pesquisa é de ordem qualitativa descritiva, visto que todas as perspectivas do
fenômeno, do método de análise e de compreensão possuem valor. Todos os cenários são dignos de
estudo.
O pesquisador é o principal instrumento de investigação, visto que ele tem contato direto e
prolongado com o campo, possibilitando que este descreva detalhadamente as situações vivenciadas
(ALVES, 1991). Nesse sentido, a pesquisa qualitativa concebe a realidade com toda a sua
diversidade, sendo assim não pode ser compreendida fragmentada do seu contexto.
3.1 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA
O método de coleta de dados desta pesquisa baseia-se na pesquisa bibliográfica, na
entrevista com perguntas abertas para os professores titulares, cujas crianças participaram do
projeto (Apêndice 1), professores do NAPE (Apêndice 2), alunos que freqüentam o NAPE e não
participaram do projeto (Apêndice 3) e na observação direta com perguntas abertas para das
crianças da 3ª Série que freqüentam o Núcleo de Apoio Pedagógico, no município de São João do
Sul, uma vez por semana e participaram do projeto.(Apêndice 4) Na investigação qualitativa a
entrevista é uma das técnicas utilizadas para obter os dados a serem investigados.
Igualmente importante nesta pesquisa é a observação, a fim de registrar dados que vão
acontecendo no universo pesquisado. Assim, coletam-se os dados, observando e registrando o
andamento das atividades aplicadas em sala de aula e o interesse demonstrado pelos alunos ao
realizarem as atividades propostas antes e depois da aplicação de diversas atividades, tendo como
auxilio os Softwares Educacionais, TV e Vídeo. Observando assim o desenvolvimento, entusiasmo,
dificuldades e o interesse dos alunos nas atividades realizadas, comparando os dados obtidos aos
dos alunos que não participaram deste projeto.
Esta investigação busca, por meio de entrevistas, de observação direta, da análise dos
dados coletados e da pesquisa bibliográfica, compreender melhor a importância do uso do
Computador, da TV, do Vídeo e dos Softwares Educacionais na sala de aula para promover e
facilitar o desenvolvimento da aprendizagem, com o intuito de verificar se a sala de aula torna-se
mais alegre, dinâmica, social e mais condizente com a realidade em que vivemos.
25
O grupo que foi escolhido, com um total de seis alunos, do terceiro ano, sendo
selecionados devido aos grandes, e supostamente apontados como um dos maiores, problemas
apontados pela professora. Havendo necessidade de uma intervenção imediata. Não que as mídias
iriam fazer milagres, mas poderiam deixar as crianças com mais entusiasmo, com mais vontade de
participar do NAPE, coisa que não estava acontecendo no momento.
3.2 UNIDADE DE ANÁLISE
O NAPE (Núcleo de Apoio Pedagógico) surgiu diante da necessidade de atendimento mais
individualizado para crianças que apresentavam dificuldades na sala de aula.
Como as turmas eram muitos grandes e as dificuldades iam aumentando de forma
significativa, bem como os percentuais de reprovação, um grupo de professores diante de muitos
dias de estudos, debates, diálogo, chegou a conclusão de que somente o professor titular, apesar do
esforço, não conseguiria atender as necessidades de toda turma, de maneira homogênea, visto que
cada criança apresentava dificuldades e necessidades diversificas para aprender.
Sendo assim, surgiu a idéia do NAPE, onde foram apontadas propostas e sugestões para
que este projeto pudesse ser aplicado e procurasse através do trabalho mais individualizado,
apresentar respostas positivas diante das necessidades apontadas.
Este projeto iniciou-se no ano de 2005, visando a atender alunos das séries inicias, com
objetivo de desenvolver o espírito de iniciativa, responsabilidade, solidariedade, liberdade, bem
como oferecer oportunidades de resolver problemas, atendendo as diferenças individuais,
oportunizando atividades sociais de integração, auto-estima e criatividade, observando e respeitando
a diversidade, as capacidades e as possibilidades. Utilizando para isso, metodologias diversificadas
e motivadoras, visando os conceitos ainda não apropriados pelos alunos.
Para realizar este trabalho, este projeto contaria com um professor de quarenta horas
semanais, um professor de vinte horas semanais, apoio da equipe técnica da secretaria municipal de
educação: orientadora, supervisora, fonoaudióloga e psicóloga.
O critério observado para participação no NAPE seria a insuficiência durante o processo
regular de apropriação de conhecimentos e de competência pelo aluno, bem como estar matriculado
na rede municipal de educação, sendo aluno das séries iniciais.
Para realização da coleta de dados e análise dos alunos que ingressariam no NAPE, seria
utilizado o histórico escolar, ficha de dados do aluno: escola, nome completo, filiação, contato
telefônico, medicamentos e doenças, quais os projetos que participa, enfim uma ficha completa de
26
cada aluno, com parecer sempre que fosse possível da fonoaudióloga e da psicóloga, acompanhando
um parecer do professor titular, bem como os objetivos a serem alcançados com os alunos enviados
ao NAPE.
As estratégias e intervenções pedagógicas seriam a partir do estudo dos itens apresentados,
contato com os pais, com o professor titular, definindo assim o perfil dos alunos e montando os
grupos, seguindo o critério de agrupamento pela natureza do problema de aprendizagem, montando
grupos de até dez alunos.
Estes alunos seriam atendidos em horário inverso ao da escola, uma vez por semana, das
oito horas da manhã as onze e trinta, recebendo alimentação no próprio estabelecimento, tendo uma
servente a disposição do projeto.
Os trabalhos pedagógicos seriam distribuídos de maneira individual, em grupos, com
atividades variadas, utilizando jogos pedagógicos, recursos audiovisuais, materiais concretos, livros
de literatura, permeados com recreação para tornar as aulas mais prazerosas e elevar a auto-estima
dos alunos, promovendo, assim, a sucesso escolar.
O diálogo entre o professor do NAPE e o professor titular seria constante, visando à troca
de informações referentes aos alunos e ao desenvolvimento dos mesmos na sala de aula.
A avaliação será realizada de forma contínua, cabendo ao coordenador do projeto e a
professora titular acompanharem o desenvolvimento do aluno, identificando os problemas e as
conquistas durante esta trajetória. Tendo a mesma um caráter investigativo e processual,
contribuindo com a função da escola que é de promover o acesso ao conhecimento. Contando
também com o parecer da orientadora educacional, supervisora, fonoaudióloga e psicóloga, estes,
utilizando registros individuais, para análise de dados e acompanhamento dos rendimentos obtidos.
3.2.1 NAPE, PRECONCEITOS E OBSTÁCULOS
Durante o período de observação do NAPE, podemos perceber ao comparar com projeto
inicial, apontado anteriormente, que muitos dos sonhos e planos que foram traçados para este
projeto, mudaram sua trajetória, pois apesar da diretora e da professora titular serem comprometidas
e ótimas profissionais, o antigo projeto precisa de mudanças, necessitando de readaptação.
Uma das principais mudanças seria o número de alunos, pois quando os mesmos são
encaminhados para o NAPE, apontam dificuldades, havendo necessidade, pela dificuldade na
aprendizagem apontada, de trabalhar de forma individual; o que atualmente não é possível, pois o
número de crianças é bastante grande, impedindo um atendimento mais direcionado a cada criança
de acordo com sua dificuldade específica.
27
Alguns alunos são oriundos de turmas com onze ou doze alunos, e são encaminhados para o
NAPE, em turmas de seis a sete crianças, agrupando um total, que torna praticamente cinqüenta por
cento da turma. Sendo assim, praticamente, equivalente ao número de alunos da sala de aula, pois
todos os que participam do NAPE, apresentam algum tipo de dificuldade, necessitando de atenção
especial, torna-se inviável realizar um trabalho com qualidade desta maneira, devido a grande
diversidade; e atender toda essa diversidade que é encontrada não somente no NAPE, mas em todas
as salas de aula, exige que os professores estejam preparados e com olhar voltado para uma sala de
aula heterogênea, conforme nos aponta os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 97):
A atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levem em conta não
só as capacidades intelectuais e os conhecimentos que o aluno dispõe, mas também
seus interesses e motivações. Esse conjunto constitui a capacidade geral do aluno
para aprendizagem em um determinado momento. Dessa forma, a atuação do
professor em sala de aula deve levar em conta fatores sociais, culturais e a história
educativa de cada aluno, como também características pessoais de déficit sensorial,
motor ou psíquico ou de superdotação intelectual. Deve-se dar especial atenção ao
aluno que demonstrar necessidade de resgatar a auto-estima. Trata-se de garantir
condições de aprendizagem a todos os alunos, seja por meios de incrementos de
intervenção pedagógica ou de medidas extras que atendam as necessidades
individuais.
Conseguir atingir todos estes objetivos não é tarefa fácil, sendo assim, este processo deve
ser respeitado. Principalmente no NAPE, onde as crianças que são recebidas já trazem consigo um
amontoado de traumas e dificuldades, onde na maioria das vezes os maiores problemas são
emocionais ou de socialização.
Agrupar um número muito grande de crianças só irá reforçar ainda mais os problemas
apresentados. Visto que é real o grande índice de reprovação entre as crianças que freqüentam o
NAPE semanalmente.
Outro fator significativo observado é a falta de materiais diversificados para desenvolver o
trabalho com as crianças. Deixando o professor com poucas opções para desenvolver as atividades, tornando-as cansativas e um tanto monótonas.
As crianças apresentam interesse apenas no início, ficando dispersas e desmotivadas com o
desenvolvimento das atividades, sem muitas opções em uma aula que tem duração de quatro horas
com exceção aos lanches, fica complicado a professora ser tão criativa para atingir o interesse de
todos.
As professoras titulares ao encaminharem as crianças, também exigem que sejam
trabalhados disciplinas e conteúdos específicos como português ou matemática. Criticando quando
este pedido não é atendido.
28
O grande problema é que as dificuldades apresentadas pelas crianças, não tem um conteúdo
específico, na maioria das vezes é necessário trabalhar com a raiz do problema, não com o conteúdo
que não foi aprendido. Sendo assim, há uma grande cobrança por resultados, não somente dos
professores, que necessitam fazer “milagres”, como das crianças que apesar do empenho não
atingem os objetivos esperados.
Diante de todas as necessidades apontadas no NAPE (Núcleo de Apoio Pedagógico),
haveria várias prioridades, sendo a mais urgente, renovar, readaptar o processo pedagógico,
utilizando meios que possibilitassem formas mais atrativas, mais dinâmicas e mais interativas, que
levassem as crianças a se interessarem mais e ficassem mais entusiasmadas em estar na sala do
NAPE. Em que pudessem aprender os conteúdos solicitados pelas professoras titulares, mas de
maneira diferente das já utilizadas na sala de aula, pois essas já não respondem as necessidades
destas crianças, caso contrário, não estariam no NAPE.
29
4 RESULTADOS DA PESQUISA
Esta seção destina-se a análise das atividades realizadas, e reflexões a respeito resultados
obtidas durante a elaboração e o desenvolvimento da pesquisa, através da observação, atividades
realizadas e coleta de dados dos professores e alunos que participaram e os que não participaram do
projeto, construindo assim, uma reflexão, comprovando a importância das mídias na sala de aula
como fortes e atraentes auxiliadores no desenvolvimento da aprendizagem.
4.1 ANÁLISE DAS ATIVIDADES USUALMENTE REALIZADAS
Diante de um novo tempo, exige-se uma nova forma de educar. Não podemos continuar
educando da mesma maneira que se educava há décadas atrás, pois na antiguidade as palavras
bastavam, mas nos tempos atuais, as crianças apresentam outro nível de concentração, exigindo
uma concretização das palavras para que a aprendizagem realmente aconteça.
As mídias nos oferecem diversas maneiras para que isso possa acontecer efetivamente.
Possibilitando novas formas de trabalhar em sala de aula de maneira criativa e dinâmica.
Proporcionando aulas mais alegres, onde as crianças sintam prazer, alegria em estar na sala de aula.
Infelizmente, essa não é uma realidade presente em todas as salas de aula, pois percebemos
que a maioria das crianças tem um conceito de escola, como um lugar triste e sem graça, monótono,
onde as crianças são obrigadas a freqüentarem anos seguidos como se estivessem cumprindo uma
sentença de prisão.
A escola nos seus planejamentos diários e anuais, orientada pela LDB (1996), prega e
escreve discursos notáveis de aulas dinâmicas, criativas, voltadas para realidade do educando, sua
preparação para vida, seu pleno desenvolvimento, sua liberdade de aprender, de pensar, etc. Porém,
o que presenciamos nas salas de aula é totalmente contraditório: alunos enfileirados, turmas com
um número enorme de alunos, professores com péssimas condições de trabalho, etc.
Tudo isso, vai fazendo da escola e da sala de aula um lugar penoso, triste, com períodos
intermináveis, onde nem professores e muito menos alunos sentem-se felizes, realizados, contentes
por estarem lá, e consequentemente esta realidade vai acarretando uma série de problemas
envolvendo alunos e professores, que fica difícil solucionar.
(...) Se formos relacionar todos os itens que se pode ou não se pode fazer na escola
com certeza a caracterizaríamos como algo ruim para as crianças, vejamos: não
pode correr, pular, cantar, jogar bola, não pode sujar, comer, fazer bolinha de
30
chiclete, sentar no chão, rolar na grama, pisar na poça de água, subir na árvore, não
pode (...), não pode (...).!(LISBÔA, 2004, p.14)
Estas são palavras que constantemente ouvimos nas salas de aula, não pode, não deve, não,
não... Fora deste espaço escolar, a criança é alegre, brinca, tem seus sonhos, suas dúvidas e resolve
problemas reais, envolvendo situações concretas, mas dentro da sala de aula, tudo é diferente, sem
graça, sem vida, a maioria das aulas são monótonas e distantes da realidade das crianças. A
matemática é incompreensível, difícil de desvendar e a língua portuguesa que deveria propiciar
novos conhecimentos, novas aventuras, torna-se uma “decoreba”, uma memorização de palavras e
letras vazias, sem significado e sem aplicabilidade alguma. Portanto, a escola deve oportunizar
novas formas de ensinar, propiciando atividades mais lúdicas e menos decorebas. Visto que através
das brincadeiras, dos jogos, a criança vai desenvolvendo, proporcionando um avanço social e
cognitivo, vai adquirindo valores e desenvolvendo suas potencialidades.
(...) as instituições de ensino ainda tem explorado muito pouco o jogo como
recurso...O recomendável seria que as disciplinas curriculares responsáveis pela
expressão e práticas corporais utilizassem o jogo como objeto de estudo e como
ferramenta pedagógica, considerando que já faz algum tempo que investigações
relacionadas ao tema vem atribuindo valor destacado ao jogo infantil como
alavanca de desenvolvimento e de aprendizagem. (NEGRINE, 1994, p. 11)
É exatamente neste contexto que as mídias podem auxiliar nesse processo, pois quando
bem utilizadas, as mesmas podem auxiliar no desenvolvimento da aprendizagem, tornando esse
processo mais dinâmico, mais desafiador e mais significativo para professores e alunos, pois ambos
podem ir em busca do conhecimento, sendo desafiados, instigados a irem além dos muros da escola
para buscarem e reformularem respostas as questões apresentadas em sala de aula, pois ambos
assumem um papel ativo e investigativo no processo de desenvolvimento da aprendizagem.
Os softwares desenvolvem um papel fundamental neste processo, pois são atividades que
podem ser desenvolvidas na sala de aula, indo ao encontro das necessidades apontadas de acordo
com cada turma, bem como com as suas dificuldades. São jogos atraentes, que podem proporcionar
aulas alegres e desafiadoras, onde o grupo de alunos é desafiado a encontrar respostas para as
questões apresentadas de maneira lúdica, criativa e dinâmica.
Pensando assim, ao escolher as atividades para serem trabalhadas no NAPE, visto as
necessidades apontadas pelas professoras titulares, foram selecionados alguns softwares que
pudessem ir ao encontro da realidade e da necessidade das crianças.
31
4.2 LISTAGEM DE ALGUNS SOFTWARES TRABALHADOS:
a) Sebran
É um software gratuito para crianças, que nos possibilita brincar, utilizando doze tipos de
atividades, que irão nos auxiliar de maneira descontraída, a realizar atividades de cálculos, leitura,
digitação e interpretação. Podemos utilizá-lo para desenvolver atividades, materiais concretos,
como palitinho, tampinhas, etc. enquanto interagem com a atividade, que é bem ilustrada e sonora,
podem também utilizar materiais concretos para auxiliá-los a desenvolverem as atividades
propostas.
Este programa apresentou possibilidades diferenciadas para trabalharmos as atividades de
matemática de maneira diferenciada da sala de aula. Podemos comprovar isso através das falas das
crianças: “Eu ficaria o dia todo aprendendo assim...”; “Porque estudar matemática aqui é tão
legal e na sala eu não entendo”...
Enfim, o programa não é milagroso, mas quando bem utilizado, com auxílio de materiais
concretos: tampinhas, pedrinhas, palitinhos, torna-se uma atividade dinâmica, e possibilita a
aquisição dos conceitos básicos da matemática. Mas o resultado positivo deste processo
dependendo muito do modo como o professor irá desenvolver o trabalho na sala de aula.
b) BR 105
Apresenta uma viagem pelo Brasil, onde as crianças irão adquirir noções de geografia,
cálculos, leitura, interpretação, raciocínio lógico, para interpretar as situações problemas que
surgirão no percorrer a viagem proposta, sem levar multas ou ficar sem dinheiro para concluí-la.
32
Ao desenvolver as atividades com este programa, podemos perceber o entusiasmo das
crianças para começarem a “viagem” que o mesmo oferecia. Desenvolver este jogo exige alguma
habilidade e raciocínio lógico para enfrentar as dificuldades apontadas, e os mesmos buscavam
auxílio dos colegas para determinadas situações problemas aos quais não conseguiam concluir.
“Que legal, eu vou viajar para Brasília!”; “Ei, me ajuda a fazer as contas da gasolina... se eu
abastecer 25 litros a $ 3,00 reais cada litro?”; “Usa a calculadora... é só multiplicar, você não
aprendeu ainda...”; “No tanque do meu carro cabem 50 litros de gasolina, tenho que abastecer,
mas ainda tenho 12 litros, já tentei colocar 50, mas não deu... me ajuda...” “Ai, mas você e t... são
sabe que é só fazer conta de menos, de tirar, e colocar o resultado lá...” “Viu no que deu, acelerei
o carro de mais e levei uma multa”.
Este foi um momento muito interessante, pois mostra o interesse em buscar ajuda, para
determinadas situações, mostrando que nossas crianças, apesar da fragmentação da escola, do
modelo de individualização, vêem nos provar que a melhor solução, ainda é a troca de experiências,
é a aproximação com o colega é a busca de soluções para pequenas situações diárias, que irão
formulando hipóteses, criando conceitos e reformulando conhecimentos para sanar os inúmeros
problemas que irão enfrentar em toda sua vida. Não podemos esquecer que pedir ajuda, está extinto
em nossas escolas, contradizendo tudo o que pregamos com nossas teorias nas escolas.
c) Software Mathforkids 2 + 2
Estes programas nos oferecem inúmeras possibilidades para trabalharmos matemática em
suas diversas etapas, nos possibilitando atividades bem variadas de cálculos, interpretação,
raciocínio lógico, etc, deixando as atividades matemáticas e a própria tabuada mais interessante e
mais divertida para estudar, propondo desafios, e atividades interativas, criativas, que despertem o
interesse dos alunos.
33
Ao desenvolver atividades com este software, o professor necessita ter um olhar atento aos
educandos, observando quais as suas necessidades e as suas dificuldades, para que configure o
programa, a fim de que possa atender as necessidades dos alunos, não propondo atividades muito
difíceis aos quais os mesmos não irão conseguir desenvolvê-las, bem como não propor atividades
aos quais os mesmos não se sintam desafiados, instigados a concluí-las. Necessita, portanto, de
acompanhamento contínuo do professor, para que atinja e solucione as dificuldades especificas de
cada grupo, de cada aluno, caso contrário, o professor dificilmente irá atingir os objetivos
esperados. “Professora, eu não consegui entender ainda essa atividade”; “Que legal eu já estou na
fase final”; “Professora, preciso dos palitinhos para calcular”.
d) Tabuada Divertida (POSITIVO)
Assim como o software acima, a “tabuada divertida Positivo” nos possibilita inúmeras
atividades dinâmicas e atraentes para trabalharmos conceitos matemáticos. Este, porém, está mais
direcionado as tabuadas-divisão; onde o professor, assim como no exemplo do 3, poderá configurar
e especificar as tabuadas que deseja trabalhar dependendo da realidade de cada educando. “O que
eu mais gostei nesse joguinho foi o boliche é bem divertido”; “Vou estudar em casa para ser o
campeão dos jogos semana que vem”.
34
e) Tabuada divertida
Outro programa de tabuada utilizado foi “Tabuada divertida”, que assim como todos os
outros, nos abrem caminhos para trabalhar conceitos matemáticos atualmente tão complicados pra
algumas crianças.
Este programa permite que a própria criança e o professor, observe o andamento da criança
nesta atividade, seus erros e acertos, percebendo quais as sua maiores dificuldades, permitindo
assim, que o professor possa durante e posteriormente interagir com os resultados obtidos.
“Oba! Acertei mais uma... eu sou o bonzão”; “Nunca pensei que fosse gostar de estudar
tabuadas”; “Assim é bem mais legal”.
4.3
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
a) Leitura, Interpretação
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do
significado do texto, partindo do seu conhecimento sobre o assunto. E cabe a escola trabalhar com a
diversidade de textos, selecionando, graduando e diversificando, o material de leitura de acordo
com as características, as necessidades e os interesses dos alunos, sendo o professor o mediador e o
incentivador dessas leituras.
É fundamental que os alunos se sintam desafiados a interpretarem e a compreenderem os
textos que leram, adquirindo assim, o prazer e o gosto pela leitura, tornando-se pessoas realizadas,
talentosas e perspicazes, visto que a vida intelectual está relacionada aos modos e efeitos de leitura
de cada época e segmento social. É o que com muita insistência Freire (1984, p.11) afirma:
35
Ler e escrever são atividades comprometidas com o mundo e com as pessoas.
Separados do mundo, os textos não tem sentido. A leitura do mundo precede a
leitura da palavra escrita e a leitura do texto se prolonga na inteligência do mundo.
A leitura é um modo de viver, uma maneira peculiar de exercer a consciência. Ler
é pensar, raciocinar, dialogar, criticar. Ler é exercer o papel de crítico. Não
interessa a quantidade de textos lidos. O que interessa é como se lê. Aprender a ler
é iniciar um processo de amadurecimento que se prolonga ao longo de toda a vida.
A leitura crítica é diálogo porque supõe estar disposto a entender tanto os
argumentos do texto como os fatos do mundo. O diálogo com a palavra e com o
mundo é compromisso vital com o ambiente humano e material.
Deve-se proporcionar aos educandos não apenas “leitura”, mas todas as leituras que se
apresentam no dia-a-dia, que abordem a linguagem das crianças, histórias em quadrinhos, jornais,
reportagens, catálogos de propaganda, poesias e também textos para buscar informações práticas,
satisfazer curiosidades, informar-se sobre o que acontece no mundo, divertir-se, aprender,
relacionar-se com os amigos. Com um detalhe muito importante: utilizar estratégias e
comportamentos diferentes para cada uma dessas atividades. Afinal, ninguém lê uma notícia
apresentada em um jornal do mesmo modo como quem lê um livro de romance.
Ao desenvolver as atividades no NAPE, trabalhamos com várias formas de materiais
impressos: livros, jornais, gibis, revistas. Proporcionando as crianças variadas fontes de leituras de
diferentes linguagens; possibilitando a aquisição de conhecimentos através das diferentes fontes
apresentadas. “Eu gosto muito de ler gibis, mas não gosto de ler livros de histórias, acho um saco,
quando a professora manda... eu queria era só ler gibi”; “Nós não temos muitos livros para ler na
escola”; “Odeio ler os livros da sala” (livros didáticos).
Percebemos através destas atividades, apesar da grande dificuldade apresentada pelas
crianças ao ler e interpretar o que liam, seu gosto e curiosidade por estes materiais apresentados.
36
Mas o mais importante com tudo isso, é perceber que a crianças apresenta suas particularidades,
expressando gostos diferenciados no momento de ler.
Portanto, o professor tem que estar atento para perceber estes detalhes e deixar que a
própria criança defina o tipo de material que deseja ler, tendo sempre em mente, é claro, o tema que
deseja abordar. Saindo um pouco da rotina em relação a utilização somente de livros didáticos como
fonte única de leitura. E deixar que as crianças percebam que as páginas que lemos, podem nos
mostrar e nos apresentar, realidades que não conhecemos, lugares que nunca fomos.
Sendo assim, é fundamental que o gosto por diferentes leituras se inicie bem cedo com as
crianças. Mas estes exemplos devem começar em casa e, também, na escola, pois estamos cansados
de ouvir vários professores relatarem sua aversão por leitura. “Eu não gosto de ler nem nunca
gostei”; “Não tenho tempo pra nada, imagina ler”; “Leio o jornal só a página do horóscopo”.
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos com
os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho educativo para que
experimentem e aprendam isso na escola. Principalmente quando os alunos não
tem contato sistemático com bons materiais de leitura e com adultos leitores,
quando não participam de práticas onde ler é indispensável, a escola deve oferecer
materiais de qualidade, modelos de leitores proficientes e práticas de leituras
eficazes. (PCN, vol., 2, 1997, p.55).
Todo esse trabalho em torno da leitura deve ser mais que uma exigência, mas uma
necessidade, pois vivenciamos atualmente uma cultura de não-leitores, várias outras formas de
informação e conhecimentos são mais atraentes: a televisão, por exemplo, o indivíduo não precisa
pensar, questionar, apenas ser um ser passivo que recebe todas as informações de forma mecânica e,
na maioria das vezes, as recebe como fonte única e verdadeira. Modificar essa realidade é uma
tarefa essencial, que a escola deve assumir.
crianças conforme aponta ilustração abaixo:
(PITANGA)
Pois estamos cansados de acompanhar casos de
37
“A professora explica, explica, mas eu não consigo entender”; “Tudo parece tão confuso, não
entra na minha cabeça”; “Eu gosto mesmo é dos meus cavalos, não da escola”.
b) Filme: O Pequeno Príncipe
Esta atividade foi muito proveitosa e significativa, pois ao trabalharmos com o filme “O
Pequeno Príncipe”, podemos trabalhar dentre todas as exigências das disciplinas, valores humanos.
Valores estes, quase esquecidos pela humanidade.
Nossas escolas, devido a esse esquecimento carecem e necessitam vivenciar esses valores,
pois estamos cansados de escutar nos noticiários absurdos ocorridos por falta de amor, de diálogo,
de paciência, de compreensão, de respeito.
Saber ouvir e aprender a escutar é uma grande necessidade não só no NAPE, por parte de
professores e alunos, mas de toda uma sociedade que não tem mais tempo para ouvir ninguém.
Percebemos nos relatos de algumas crianças algumas frustrações, mas principalmente,
percebemos que nossas crianças repetem e fazem aquilo que observam em casa, nas escolas. E
infelizmente, inúmeras vezes, os próprios professores contribuem com isso, de maneira negativa.
“Minha mãe fala que meu pai também era como eu na escola”; “Eu não consigo aprender porque
tomo muitos remédios”; “O aluno X, apresenta inúmeras dificuldades para aprender, mas isso é
normal, pois todos os seus irmãos foram assim...”
Segundo Cury (2003. p. 148), “um professor influencia mais a personalidade dos alunos
pelo que é do que pelo que sabe”.
“Somente com o coração nós
podemos ver com clareza. O
essencial é invisível para os olhos”
Filme: O Pequeno Príncipe
d) Teatro com Fantoches
38
O teatro assim como a leitura nos permite desenvolver inúmeras habilidades e expressar
sentimentos aos quais estão no mais íntimo do nosso ser.
Percebemos através das atividades desenvolvidas pelas crianças, falas, sentimentos, que no
dia a dia não são percebidos por nós professores na sala de aula durante as atividades
desenvolvidas. “A florzinha era muito triste porque ninguém gostava dela, porque ela era feia”;
“O pequeno príncipe vivia viajando porque seu pai era muito bravo...”.
Quando a criança interpreta um personagem, de maneira involuntária, inconsciente, acaba
passando para ele um pouco de si mesma e, ao fazer isso, revela um pouco de seu próprio ser, que é
omitido por diversos fatores na sala de aula, seja por introversão, desinteresse, vergonha de alguém,
agressividade, preconceitos, etc. E este é um momento ideal para que possamos através de nossa
experiência e sensibilidade, ajudar estas crianças a acreditarem em si mesmas, nas suas
potencialidades.
Sabemos que as crianças que freqüentam o NAPE, estão lá encaminhadas pela professora titular,
por apresentarem dificuldades na aprendizagem, porém, por trás destas dificuldades, está um
amontoado de problemas, traumas, enfim, toda uma história de vida. E por mais que seja exigido
pelas professoras titulares um resultado imediato, exigindo que sejam trabalhadas somente as
disciplinas de língua portuguesa e matemática; o professor não pode ficar alheio a estas situações
vivenciadas na sala de aula. Porque muito mais que aprender e compreender os conceitos destas
disciplinas, estas crianças precisam aprender a se conhecerem, a saberem quem são, como
solucionar seus próprios problemas e, principalmente, a superar os traumas adquiridos dentro e fora
da sala de aula.
“Eu queria ser diferente...”; “Moro com a minha avó, e minha mãe já morreu...”; “Eu não queria
ter estes ataques e viver desmaiando”.
39
4.4 ANALISANDO OS DADOS
Atualmente o NAPE. Atende sessenta crianças, sendo este grupo dividido por séries e por
escolas. E incluir as mídias nesse processo escolhendo apenas um pequeno grupo, foi um pouco
difícil, pois quando instalamos algumas máquinas na sala de atendimento do NAPE, todas as
crianças que passavam por ali, nos dias da semana, por ser uma novidade, gostariam de participar
do projeto.
Ao iniciar as atividades propostas, percebeu-se que a professora não exagerava quando
falava a respeito das dificuldades das crianças. Todas, de uma maneira individual, apresentavam
uma série de problemas.
A princípio um grupo com seis crianças não representa uma grande quantidade para
trabalhar, porém, analisando todas as dificuldades apontadas, neste grupo, o trabalho a ser realizado
haveria muita necessidade de individualização no momento de ensinar, apesar de estarem no grupo.
“Este grupo é o mais difícil que tenho para trabalhar, pois todos apresentam muitos problemas,
traumas, etc. São apenas seis crianças, mas pela conversa e indisciplina, parecem bem mais”.
Mais do que aprender conteúdos do currículo, essas crianças precisavam acreditar em si
mesmas. Acreditar que poderiam acompanhar grupo, acreditar que são importantes no grupo
escolar, que possuem qualidades, habilidades. Acreditar que as maiores dificuldades que
apresentam não são as dos conteúdos curriculares, mas consigo mesmas.
De acordo com Moran (2007)1:
Todos podemos aprender a nos construir como pessoas mais livres, abertas,
humanas, alegres. Todos podemos ser pessoas mais interessantes, realizadas e
produtivas. A educação precisa focar mais, junto com a competência intelectual, a
construção de pessoas cada vez mais livres, evoluídas, independentes e
responsáveis socialmente. Uma educação interessante, aberta e estimulante, que
descortine novos horizontes profissionais, afetivos, sociais e favoreça escolhas
mais significativas em todos os campos. Uma educação que ajude as pessoas a
acreditarem em si, a buscar novos caminhos pessoais e profissionais, a lutar por
uma sociedade mais justa, por menos exploração, a dar confiança a crianças e
jovens para que se tornem adultos realizados, afetivos, inspiradores.
Infelizmente em nossas escolas os professores estão tão ocupados tentando dar conta dos
conteúdos curriculares, que não tem tempo para trabalhar o grupo como um todo. A socialização, a
1
MORAN. José Manoel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá.(2007)
Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/livres.htm
40
importância do trabalho coletivo, a aceitação de cada um nas suas especificidades, os valores, a
humanização. Para Cury (2003 p.137) “humanizar o conhecimento é fundamental para
revolucionarmos a educação”.
O trabalho com o filme o Pequeno Príncipe pode nos dar suporte para iniciarmos esta
atividade a respeito das qualidades, humanização e valores humanos. Todos participaram a
princípio um pouco inseguros, mas o filme nos contagia nos emociona e nos faz questionar nossa
forma de ver o mundo e as pessoas. “Precisamos cativar mais as pessoas que vivem com a gente”;
“Ele só queria um amigo”; “Temos tantas flores aqui e nenhuma e especial, nem damos valor,
pisamos em cima”; “O príncipe vivia sozinho, é muito triste não ter mãe nem pai”; “Deveríamos
cuidar do nosso planeta como o príncipe”.
Nossas escolas precisam deixar de ser tão técnicas e acreditar mais em uma educação que
tenha como meta principal não repassar conteúdos, mas desenvolver valores, educar para viver em
sociedade, não de forma competitiva, mas humana. “A educação moderna está em crise, porque não
é humanizada, separa o pensador do conhecimento, o professor da matéria, o aluno da escola,
enfim, separa o sujeito do objeto.” (CURY. 2003 p.139).
E, diante desta constatação, de nada adianta evoluirmos em todos os aspectos materiais,
com as melhores tecnologias e termos em nossas escolas equipes multidisciplinares, se não estamos
trabalhando para diminuir a desigualdade, a exclusão, os preconceitos sociais.
Estes desafios são apontados diariamente no olhar de tristeza e nas atitudes das crianças em
nossas salas de aula, que não suportam mais ficar, horas seguidas enfileirados ouvindo,
memorizando conteúdos fragmentados, descontextualizados, cujos objetivos levam a formação de
seres passivos, alienados, acríticos.
Sendo assim, BARBERO (1996)2, nos relata que:
A simples introdução dos meios e das tecnologias na escola pode ser a forma mais
enganosa de ocultar seus problemas de fundo sob a égide da modernização
tecnológica. O desafio é como inserir na escola um ecossistema comunicativo que
contemple ao mesmo tempo: experiências culturais heterogêneas, o entorno das
novas tecnologias da informação e da comunicação, além de configurar o espaço
educacional como um lugar onde o processo de aprendizagem conserve seu
encanto.
Acreditando nessas possibilidades de mudança, podemos juntamente com todos os
recursos que temos disponíveis nas escolas, possibilitar uma educação de qualidade, pois se
2
BARBERO. Jesús Martín. Heredando el Futuro.Pensar la Educación desde la Comunicación, in
Nómadas, Boggotá, septiembre de 1996, n. 5, p. 10-22.
41
acreditamos e realizamos verdadeiramente uma educação significativa e de qualidade, não podemos
mais conceber salas como a do NAPE, com um número exagerado de alunos e outro maior na lista
de espera.
4.4.1 ANALISANDO OS DADOS DOS ALUNOS QUE NÃO PARTICIPARAM DO
PROJETO
Ao analisar a coleta de dados oriundos dos alunos, que não participaram do projeto, um
total de cinquenta e quatro crianças, podemos perceber claramente seus anseios e desejos
de participarem do mesmo, devido a necessidade de espaços que possibilitem a eles aprender de
maneira mais alegre, mais descontraída, brincando, interagindo com diversas fontes, produzindo
conhecimento.
Deste grupo, ao verificar algumas as respostas obtidas diante dos dados coletados, a
respeito da importância das mídias para auxiliar no processo de aprendizagem, no NAPE, de
maneira unânime responderam que haveria uma melhora e um maior interesse diante destes
recursos. Destacaremos a seguir algumas falas: “Eu acredito que aprenderia bem melhor, com
esses recursos”; “Seria bem mais divertido”; “Seria diferente e divertido e nós ficaríamos mais
interessados”; “Faria toda a diferença”; “Eu acredito que seria mais fácil de eu aprender”;
“Porque agente além da gente aprender a gente se diverte”; “No mesmo tempo a gente aprende e
brinca”.
Percebemos diante destes relatos, que apesar destas crianças não utilizarem estes recursos
na sala de aula, carecem, necessitam, de atividades diferenciadas no NAPE, pois os recursos
tradicionais, já foram utilizados na sala de aula e não surtiram os resultados esperados.
Portanto, percebemos que mais que uma opção, é uma necessidade, integrar meios
inovadores, no atendimento das crianças do NAPE, pois a exemplo não somente destas crianças,
muitas delas estão indo para as escolas obrigadas, sem estímulo, sem vontade, sem interesse algum.
E, isso, gera muitas conseqüências negativas, para todos. Percebemos isso de forma bem clara
quando sem receio algum relatam:“Que abuso ir à aula”; “Não vejo a hora de chegar o sábado”.
4.4.2 ANALISANDO OS DADOS DOS PROFESSORES
Ao analisar os dados obtidos dos professores titulares a respeito do questionamento
referente à importância das mídias no desenvolvimento da aprendizagem, podemos perceber que
todos acreditam que realmente elas podem fazer a diferença na sala de aula e são fortes
42
auxiliadores, porém, ao questionar seu uso em sala de aula, a resposta negativa também é unânime:
“Como vou ensinar se nem eu sei direito trabalhar com o computador”, ou ainda, “as crianças já
estão utilizando essas tecnologias uma vez por semana na sala de informática,”.
A secretaria municipal de educação oferece a todas as crianças uma aula de informática,
com tempo de quarenta e cinco minutos; porém, os professores não acompanham o trabalho que é
realizado nas mesmas. Havendo lá um professor responsável.
Alguns também apontaram a grande dificuldade para trabalhar com o computador e suas
possibilidades por não saberem utilizar/manusear esta máquina.
Diante disso, Moran (2007)3, nos aponta que:
Precisamos, em conseqüência, estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios
de comunicação. Educar os educadores para que, junto com os seus alunos,
compreendam melhor o fascinante processo de troca, de informação-ocultamentosedução, os códigos polivalentes e suas mensagens. Educar para compreender
melhor seu significado dentro da nossa sociedade, para ajudar na sua
democratização, onde cada pessoa possa exercer integralmente a sua cidadania.
Diante das outras fontes, os mesmos apontam a grande dificuldade para trabalhar com um
número muito grande de alunos, com poucos recursos, poucos conhecimentos.“Como vou ensinar
se nem eu mesmo sei trabalhar com os computadores”. Os recursos mais utilizados em sala de aula,
apontado pelos professores, são os livros didáticos e os vídeos. Porém nem sempre estes vídeos são
bem utilizados de maneira a facilitar a aprendizagem e criar uma relação pedagógica.
Nesse sentido, Moran (2000, pag. 36) nos mostra que:
o vídeo está umbilicalmente ligado à televisão e a um contexto de lazer, e
entretenimento, que passa imperceptivelmente para a sala de aula. Vídeo, na cabeça
dos alunos, significa descanso e não "aula", o que modifica a postura, as
expectativas em relação ao seu uso. Precisamos aproveitar essa expectativa positiva
para atrair o aluno para os assuntos do nosso planejamento pedagógico. Mas ao
mesmo tempo, saber que necessitamos prestar atenção para estabelecer novas
pontes entre o vídeo e as outras dinâmicas da aula.
Sendo assim, muitas vezes, percebemos em nossas salas de aula, trabalhos realizados sem
planejamento algum, onde o vídeo é utilizado apenas como entretenimento, sem criar nenhuma
relação com a sala de aula. Com os projetos realizados.
3
José Manoel Moran. Desafios na Comunicação Pessoal.(2007, p. 162-166) Disponível em:
http://www.eca.usp.br/prof/moran/midias_educ.htm
43
Diante disso, Moran (1995)4, nos aponta cinco maneiras errôneas de utilizar o vídeo na sala
de aula:
•
Vídeo-tapa buraco: colocar vídeo quando há um problema inesperado, como ausência do
professor. Usar este expediente eventualmente pode ser útil, mas se
•
for feito com freqüência, desvaloriza o uso do vídeo e o associa - na cabeça do aluno - a não
ter aula.
•
Vídeo-enrolação: exibir um vídeo sem muita ligação com a matéria. O aluno percebe que o
vídeo é usado como forma de camuflar a aula. Pode concordar na hora, mas discorda do seu
mau uso.
•
Vídeo-deslumbramento: O professor que acaba de descobrir o uso do vídeo costuma
empolgar-se e passa vídeo em todas as aulas, esquecendo outras dinâmicas mais pertinentes.
O uso exagerado do vídeo diminui a sua eficácia e empobrece as aulas.
•
Vídeo-perfeição: Existem professores que questionam todos os vídeos possíveis porque
possuem defeitos de informação ou estéticos. Os vídeos que apresentam conceitos
problemáticos podem ser usados para descobri-los, junto com os alunos, e questioná-los.
•
Só vídeo: não é satisfatório didaticamente exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-lo com
o assunto de aula, sem voltar e mostrar alguns momentos mais importantes.
Infelizmente, estamos deixando de utilizar as múltiplas linguagens que os vídeos nos
oferecem, em prol de uma educação de qualidade. De uma educação mais dinâmica, pois “...o vídeo
combina a comunicação sensorial-cinestésica, com a audiovisual, a intuição com a lógica, a emoção
com a razão. Combina, mas começa pelo sensorial, pelo emocional e pelo intuitivo, para atingir
posteriormente o racional.” (MORAN, 2000)
E a educação que está em volto da emoção, da afetividade será mais significativa,
proveitosa é mais absorvida pelos alunos, pois meche com a imaginação, com a sensibilidade e,
consequentemente, será guardado de maneira mais efetiva. Quem de nós recorda dos conteúdos que
estudamos no ensino fundamental? Porém ao solicitar dos acontecimentos que mais nos marcaram
nesta época com certeza vamos relatar vários, pois foram guardados atribuídos de emoção, nem
sempre esses acontecimentos foram positivos, mas devido aos vários sentimentos a eles conferidos,
não conseguimos esquecer. Sendo assim, quando a escola realizar uma educação movida pela
emoção ela será bem mais eficiente e bem menos excludente também.
4
MORAN.José Manoel. Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35,
jan./abr. de 1995.
44
Diante disso, alguns fatores apontados de forma positiva no levantamento de dados, pelos
professores, foram que as crianças começaram a acreditar mais em si mesmas, consequentemente,
melhoraram na sala de aula como um todo: produção textual, raciocínio lógico, em fim como
começaram a acreditar em si e em suas potencialidades; e essa segurança, faz toda a diferença.
“Antes estavam desanimados e agora estão com mais vontade de vir ao NAPE e maior entusiasmo
nas aulas”. “Melhorou a autoestima, produção de texto, raciocínio”; “Estão com mais vontade de
estudar”; “Começaram a acreditar mais em si mesmos”.
Um ponto apontado como negativo, foram as aulas semanais no NAPE, os mesmos
acreditam que uma vez por semana é muito pouco tempo para que seja realizado um trabalho que
possa surtir um resultado de maneira mais rápida e com qualidade. “O NAPE deve ser mais de uma
vez por semana”.
Diante deste fato, podemos perceber que a maioria dos alunos ao participarem apenas uma
vez por semana acabava não exercitando o que aprendiam e, consequentemente, esquecendo alguns
conceitos que eram trabalhados; ou acabavam deixando-se desanimar novamente quando surgiam
as primeiras dificuldades da sala de aula. Se os mesmos pudessem ter um acompanhamento mais
periódico de duas a três vezes na semana, com certeza, o trabalho no NAPE, seria bem mais eficaz e
surtiria um resultado mais efetivo e mais rápido também. “Não é possível fazer um trabalho pleno
só em um dia, precisamos mais tempo e mais recursos”.
Percebemos também que durante o trabalho realizado, com as crianças, foi um pouco
difícil manter contato com os professores titulares, esse diálogo é de suma importância, pois através
dele, é possível acompanhar o desenvolvimento destas crianças durante sua trajetória no NAPE.
Perceber como estão caminhando na sala de aula, se ouve melhora, ou piora da criança como um
todo. O ideal seria que a família pudesse estar em contato também, participando de todo esse
processo, porém sabemos que isso é bem mais complicado.
4.4.3 ANALISANDO OS DADOS DOS ALUNOS QUE PARTICIPARAM DO PROJETO
Ao iniciar o trabalho com as seis crianças que foram selecionadas, podemos perceber todas
as suas dificuldades, seus anseios, seus sonhos, frustrações, pois, todas as crianças que freqüentam o
NAPE, mesmo que de maneira inconsciente, são “tachadas”, “rotuladas” de inferiores,
problemáticas.
Mais do que ensinar os conteúdos solicitados pelas professoras titulares, precisávamos
resgatar a auto-estima destas crianças, fazê-las acreditar em si mesmas, nas suas potencialidades. E
45
isso não é tarefa fácil, pois muitos traumas já vêm enraizados de casa, pela própria família que já
rotula a criança como incapaz, como “coitadinha”, fazendo com que ela se conforme com suas
dificuldades: “O seu pai era assim, nunca aprendeu na escola, ela é igual”.
Tudo isso, contribui ainda mais para o fracasso e, posteriormente, para a evasão destas
crianças da escola. Diante de todos estes fatos, trabalhar valores, atitudes, auto-estima, era
primordial; e fazer com estas crianças acreditassem que por meio de vários auxílios, que elas
poderiam conseguir alcançar suas expectativas, onde seu modo e seu tempo de aprender seriam
respeitados, onde estariam à vontade para perguntarem quantas vezes sentissem necessidade sem
que ninguém fizesse piada de suas dúvidas, de suas incertezas.
Os Parâmetros Curriculares nacionais (1997, p. 97) nos apontam que:
A atenção à diversidade deve se concretizar em medidas que levem em conta não
só as capacidades intelectuais e os conhecimentos que o aluno dispõe, mas também
seus interesses e motivações. Esse conjunto constitui a capacidade geral do aluno
para aprendizagem em um determinado momento. Desta forma, a atuação do
professor em sala de aula deve levar em conta fatores sociais, culturais e a historia
educativa de cada aluno, como também características pessoais de déficit sensorial,
motor ou psíquico, ou de superdotação intelectual. Deve-se dar especial atenção ao
aluno que demonstrar necessidade de resgatar a autoestima. Trata-se de garantir
condições de aprendizagem a todos os alunos, seja por meios de incrementos de
intervenção pedagógica onde medidas extras atendem as necessidades individuais.
Sendo assim, o trabalho realizado com estas crianças, jamais poderia ser concebido de
forma homogênea, pois cada criança, diante de sua individualidade, apresentam problemas
peculiares, havendo necessidade de diferentes intervenções; apesar de estarmos trabalhando em
grupo.
E os softwares educacionais nos possibilitam estas trocas, pois ao mesmo tempo em que a
criança trabalha com o computador e com um colega, ela necessita de intervenções individuais para
que consiga realizar determinadas tarefas, e isso, nos possibilita exatamente mediar estes momentos
para que a criança consiga superar suas dificuldades e criar novos conhecimentos. Possibilita-nos
também, desenvolver a aprendizagem através dos jogos, das brincadeiras, da leitura das imagens e
dos sons que são disponibilizados. Tudo isso se torna muito atrativo e interessante para criança.
Confirmamos isso, nos diálogos observados durante a aplicação das atividades: “Assim é
muito legal aprender as tabuadas”; “Vou me esforçar bem mais nas tabuadas para ser o campeão
na outra aula”; ou ainda, “não me passe para trás, que agora sou eu que vou calcular”; e “ Por
que as aulas passam tão depressa aqui, e na escola não tem mais fim”?
46
São vários os comentários que ouvimos e em todos eles, estava um pedido para que a sala
de aula fosse mais dinâmica, mais divertida, mais animada, com recursos diferenciados que pudesse
possibilitar mais alegria no momento de ensinar.
Em muitas escolas, sabemos que os recursos são bem poucos e resumem-se na maioria das
vezes a um quadro negro e giz. Porém, o professor deve utilizar um pouco de criatividade no
momento de ensinar, aproveitando o que ele tem ou criando junto com os alunos seus materiais.
Um exemplo bem prático e interessante que utilizamos foram as cartas de baralho para
somar, calcular e multiplicar. Em que necessitamos apenas de alguns sinais para que as operações
pudessem acontecer. Ou seja: as cartas valem de um (ás) até treze o rei; sendo que precisamos
contar cada uma valendo seus respectivos números. Depois é só criar as sentenças. No início do
jogo todos irão receber dez cartas, quando é iniciada a primeira sentença, todos do grupo deverão
respondê-la, utilizando as cartas que tem na mão. Caso isso não seja possível, deverá comprar as
cartas até conseguir o resultado da sentença apresentada.
Esta atividade é bem simples e fácil de ser aplicada. Basta o professor ter um pouco de
interesse e criatividade. Sem dúvida alguma, ela fará bastante diferença na sala de aula e
proporcionará momentos mais atrativos e desafiadores para toda turma.
Diante das várias atividades desenvolvidas, destaquei algumas falas e depoimentos mais
marcantes: “A aula fica mais show”; “muito melhor estudar com ajuda do computador”; “a gente
se interessa muito mais”; “não vejo a hora de ser dia de vir para o NAPE”; “teria que ser mais
vezes na semana”; “prof. eu quero você na aula, no ano que vem”.
Diante de todas essas falas, sentimo-nos emocionados e, também, realizados por ter
auxiliado, pelo menos um pouco estas crianças. Sabemos que pelo pouco tempo, como as crianças
mesmas relataram, não foi possível atingir todos os objetivos esperados. Acredito que
conseguiríamos auxiliá-las ainda mais, se tivéssemos mais tempo e possibilidades para que o
projeto tivesse continuidade, com os professores que continuam atuando no NAPE.
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Sabemos que alguns recursos a mais seriam necessários, porém, os resultados que seriam
obtidos, valeriam a pena e seriam muito positivos para professores e alunos.
Sabemos que alguns professores pensam que os jogos, os softwares, as músicas, histórias,
teatros são perda de tempo e que o que vale é a forma tradicional de repassar conteúdos, porém,
percebemos que essa forma de conceber e fazer educação, já não responde mais as exigências
atuais. Precisamos rever todo esse processo e acreditar que as tecnologias que estão a nossa volta,
quando bem utilizadas, podem fazer a diferença em sala de aula e na vida de muitas crianças.
48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão das mídias no processo de ensino aprendizagem vem sendo cada vez mais uma
necessidade; porém, junto com ela, vem um olhar de rejeição e medo por parte de alguns
educadores, cujo olhar sustenta discursos educacionais ultrapassados e similares a idade média,
promovendo uma educação através da repetição e memorização.
Sendo assim, devemos repensar a prática pedagógica, desmistificando antigos paradigmas
de que todas as crianças aprendem de maneira homogênea e em determinados períodos. Quando
superarmos esta forma fragmentada de educação que temos, rompendo modelos tradicionais muito
presentes em nossas escolas, conseguiremos estar abertos a mudanças. Conseguiremos perceber que
a forma de ver e fazer a educação, atualmente, passa por uma grande crise, onde teoria e prática
caminham entre um grande abismo, onde quem faz as leis relacionadas à educação, encontram-se
muitos distantes das salas de aula e mais distantes ainda da realidade das crianças que são os
principais sujeitos envolvidos nesse processo.
De uma maneira geral, a escola já não responde as necessidades da sociedade atual, com
todas as suas exigências e transformações. Faz-se necessário, então, uma mudança imediata. Não
somente nas estruturas físicas, mas humanas e, também, pedagógicas cujo olhar esteja voltado à
formação de educandos críticos, com um pensar questionador, humanizado, onde possam interagir
com o grupo, com objetos, redescobrindo valores, formando seus próprios conceitos e sendo
também responsável pela busca do conhecimento.
Somente neste contexto é que compreenderemos a importância e a necessidade das mídias
no processo educacional; meios estes, que quando bem utilizados, podem fazer a diferença dentro e
fora da sala de aula, desenvolvendo o conhecimento de maneira mais crítica, mais prazerosa e mais
condizente com a realidade vivida. Creio de que nada adianta estarmos envoltos das melhores e
mais atuais tecnologias se não sabemos o que queremos, quem são nossos alunos, suas necessidades
e, principalmente, não sabemos onde queremos chegar e o que nossos alunos realmente precisam e
necessitam aprender.
A utilização das mídias no NAPE foram fortes auxiliadores, não somente para desenvolver
a aprendizagem dessas crianças, como também para que as mesmas pudessem desenvolver sua
auto-estima; acreditar em si e em suas capacidades; e, como conseqüência, é claro, obteve-se o
desenvolvimento dessas crianças como um todo.
Assim, como é fundamental escolher e utilizar os recursos mais adequados no momento de
ensinar, o olhar do professor é essencial diante das necessidades de cada grupo, de cada educando,
49
pois é exatamente este olhar que irá fazer a diferença para cada criança na sala de aula e, logo, irá
determinar sua vida escolar de maneira positiva ou negativa.
O trabalho no NAPE pode nos comprovar que é possível em parceria com as mídias,
realizar aulas diversificadas, atraentes, onde ao entrarem na sala de aula as crianças não precisem
deixar do lado de fora seus sentimentos, seus problemas, o que fez no dia anterior ou assumir uma
postura que não é sua para que possa aprender.
É possível sim fazermos a diferença e tornar a sala de aula um pouco mais alegre, mais
estimulante, mais desafiadora para alunos e professores, onde ambos se sintam felizes por estarem
lá e desafiados a crescerem um pouco mais todos os dias; crescendo como aluno, como professor e
como sujeito, estando preparado para participar e enfrentar uma sociedade em constante transição
e totalmente excludente.
50
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Petrópolis 1995.
53
APÊNDICE 1
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
PROJETO DE PESQUISA: MÍDIAS: UM MEIO FACILITADOR NO DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
Avaliando o Projeto
Questionário para os professores Titulares
1- Você acredita que as Mídias: a tv, o vídeo, computador, materiais impressos e softwares
educacionais, podem melhorar a qualidade do ensino na sala de aula?
2- Estes recursos fazem a diferença e auxiliam no desenvolvimento da aprendizagem?
3- Como você avalia seus alunos antes e depois do projeto aplicado com o auxilio das Mídias?
4- Ao observar os alunos que participaram do projeto, ouve diferença nas aulas, no
desempenho e desenvolvimento de cada um durante este percurso? Quais?
5- Faça uma listagem dos pontos positivos e negativos que você observou durante a aplicação
deste projeto.
APÊNDICE 2
54
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
PROJETO DE PESQUISA: MÍDIAS: UM MEIO FACILITADOR NO DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
Avaliando o Projeto
Questionário para os professores do NAPE
1- Você acredita que as Mídias: a tv, o vídeo, computador, materiais impressos e softwares
educacionais, podem melhorar a qualidade do ensino na sala de aula?
2- Estes recursos fazem a diferença e auxiliam no desenvolvimento da aprendizagem?
3- Como você avalia seus alunos antes e depois do projeto aplicado com o auxilio das Mídias?
4- Ao observar os alunos que participaram do projeto, ouve diferença nas aulas, no
desempenho e desenvolvimento de cada um durante este percurso? Quais?
5- Faça uma listagem dos pontos positivos e negativos que você observou durante a aplicação
deste projeto.
APÊNDICE 3
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
55
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
PROJETO DE PESQUISA: MÍDIAS: UM MEIO FACILITADOR NO DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
Avaliando o Projeto
Questionário para os alunos que não participaram do Projeto
1- Você gostaria de estudar com ajuda da tv, do vídeo, computador e softwares educacionais?
Por quê?
2 - Você acredita que aprenderia melhor com ajuda destes recursos ou não faria diferença?
3 - Por que você acha que estes recursos poderiam ajudá-lo a estudar na sala de aula?
APÊNDICE 4
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
56
PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
PROJETO DE PESQUISA: MÍDIAS: UM MEIO FACILITADOR NO DESENVOLVIMENTO DA
APRENDIZAGEM
Avaliando o Projeto
Questionário para os alunos que participaram do Projeto
1- Você acredita que as Mídias: a tv, o vídeo, computador e softwares educacionais, tornam as
aulas melhores?
2- Qual a diferença entre estudar com ajuda destes recursos e sem eles?
3- Como você avalia as aulas antes e depois do projeto aplicado com o auxílio das Mídias?
4- Gostaria de continuar estudando desta maneira? Por quê?
5- Faça uma listagem dos pontos positivos e negativos que você observou durante a aplicação
deste projeto.

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