Proposta metodológica para o mini-voleibol: uma estratégia para

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Proposta metodológica para o mini-voleibol: uma estratégia para
Proposta metodológica
para o mini-voleibol:
uma estratégia para
iniciação esportiva de
crianças
*Graduado em EF pela PUC-PR. Especialista
em EF Escolar pela UFPR-PR.
**Graduada em EF pela UEPG-PR. Especialista
em Fisiologia do Exercício pela UFPR-PR.
***Graduado em EF pela UEPG-PR. Mestrando
em Atividade Físico e Saúde pela UFPR-PR.
(Brasil)
Paulo Konorr de Quadros
Júnior*
[email protected]
Teresa Maria Bianchini de
Quadros**
[email protected]
Alex Pinheiro Gordia***
[email protected]
Resumo
O objetivo deste estudo foi apontar as vantagens para o esporte lúdico, especificamente o mini-voleibol,
bem como fazer uma abordagem metodológica para este mini-jogo nas escolas, direcionado para crianças e
adolescentes de 8 a 14 anos de idade. Com base nas informações adquiridas e relatadas pode-se concluir que a
prática do mini-voleibol para crianças de 8 a 14 anos contribui largamente para o aprimoramento dos
fundamentos básicos do voleibol, principalmente no que diz respeito às habilidades motoras, , bem como,
aceleração do processo de amadurecimento das habilidades ligadas ao voleibol.
Unitermos: Proposta metodológica. Mini-voleibol. Iniciação esportiva. Crianças.
Abstract
The objective of this study was to point the advantages with respect to the playful sport, specifically minivolleyball, as well as making a methodological boarding for this mini-game in the schools, directed for children
and adolescents of 8 the 14 years of age. On the basis of the acquired and told information can be concluded
mainly that the practical one of mini-volleyball for children of 8 the 14 years contributes wide for the
improvement of the basic beddings of volleyball, in what it says respect to the motor abilities, as well as
acceleration of the process of matureness of on abilities to volleyball.
Keywords: Proposal methodological. Mini-volleyball. Sport initiation. Children.
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 110 - Julio de 2007
1/1
Introdução
Atualmente o voleibol está entre os esportes mais populares em todo o mundo, sendo que
85% dos atletas de equipes adultas no mundo vêm de categorias básicas (infanto juvenil e
juvenil) e, particularmente, nas divisões básicas do voleibol, o Brasil é o maior vencedor de
títulos mundiais (CANFIELD, 1998). Desta maneira, é de fundamental importância que, para seu
desenvolvimento futuro, um grande número de crianças, em todos os países, sejam levadas a
praticá-lo o mais cedo possível, sendo que esta possibilidade pode ser fomentada pelo minivoleibol. Isto vem sendo facilitado devido ao destaque que o Brasil vem tendo nas últimas
décadas em outros esportes, além do tradicional futebol, como o próprio voleibol, o tênis, a
ginástica, o atletismo e a natação, o que faz com que as crianças sintam-se motivadas a
ampliar suas capacidades esportivas, identificando-se com um ou outro ídolo, vivência muito
comum nesta fase.
As manifestações esportivas podem ser distinguidas por duas vertentes: uma forma lúdica,
onde o jogar é o elemento fundamental de filiação e realização, e uma forma universalmente
mais elaborada, sofisticada, discriminativa, onde se sobressaem os expoentes, os campeões
(CANFIELD, 1998).
Ao contrário das outras modalidades citadas, o voleibol apresenta uma série de dificuldades
motoras, como velocidade, destreza, habilidade de salto e reflexos, além de exigir também
atenção e raciocínio rápido para organizar as jogadas, características estas que podem
desestimular muitas crianças se estas só começarem a jogar depois dos 14 anos. Nesta idade o
medo de rejeição e aceitação pelo outro pode inibir um iniciante no esporte pela exigência de
habilidades necessárias, o que justifica uma iniciação lúdica ao jogo de vôlei antes da forma
tradicional e mais elaborada. E isto pode ser conseguido através do mini-voleibol.
O mini-voleibol é um método simples e adaptado às necessidades das crianças de 08 a 14
anos, para a aprendizagem do voleibol, jogado por duas equipes compostas por menos de 6
jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas onde as ações complexas se reduzem
a situações de jogos simplificadas, correspondentes ao estado de desenvolvimento dos
jogadores (GOTSCH, 1983).
As vantagens da prática deste esporte pela criança podem ser distinguidas no plano físico,
intelectual ou cognitivo e moral ou afetivo (CASSIGNOL, 1978; SINGER & DICK, 1980). Sobre o
plano da psicomotricidade, o vôlei desenvolve a destreza, a coordenação, a capacidade de
reação, a velocidade e o domínio sobre si mesmo. Neste plano os comportamentos podem ser
caracterizados pelo verbo fazer. O aspecto intelectual ou cognitivo abrange as habilidades
intelectuais do aluno, assim como seu conhecimento e sua capacidade de demonstrar esse
conhecimento. E no plano moral, desenvolve o espírito de apoio, de ajuda e facilita a interação
social progressiva (CASSIGNOL, 1978). No aspecto afetivo deve-se estar atento a basicamente
a 12 características, tais como: agressividade, tensão, medo, determinação, desatenção,
atenção, nervosismo, tranqüilidade, falta de confiança, segurança, alegria, e motivação, as
quais podem ser separadas em itens facilitadores positivos ou negativos e itens inibidores
positivos e negativos (ROBAZZA et al., 2000).
Ressalta-se ainda que a idade de 8 a 12 anos é a melhor idade para aprender, fase em que a
criança consegue exercer domínio sobre seu corpo, possuindo um interesse muito grande em
aprender e fazer, em buscar o novo. O bom aproveitamento desta fase implicará na formação
de uma base física/motora de ótima constituição, sobre a qual se dará, nas fases futuras de
treinamento, um aperfeiçoamento de caráter altamente eficaz (WEINECK, 1991).
Desta maneira, a prática de esporte é uma etapa muito importante para a criança, tanto nos
aspectos emocionais como físicos, principalmente nas fases de pré-adolescência e adolescência
onde ela está começando a se socializar e querer pertencer a um grupo, assim como esta é
uma fase que o esporte de impacto auxiliará no fortalecimento dos ossos.
Neste último aspecto o mini-voleibol é um esporte extremamente atraente para a maioria
das meninas, que são propensas a evitar esportes de impacto e apresentam maior propensão
para a osteoporose na fase adulta (FEHLING et al., 1995).
Apesar das vantagens do mini-voleibol para o desenvolvimento das crianças de 8 a 14 anos,
são poucas as escolas que utilizam esta prática esportiva, fato este que acarreta prejuízos tanto
ao desenvolvimento esportivo dos alunos.
Desta maneira, muitas são os obstáculos ainda a serem vencidos para que o mini-voleibol
seja considerado uma prática comum nas escolas. Mas devido à preocupação de diversos países
com a divulgação desta prática, assim como a unificação de critérios e investigação de novos
métodos de ensino e treinamento é muito provável que estes fatos influenciem os professores
de Educação Física e assim possamos dar aos nossos alunos uma oportunidade de
desenvolvimento e integração na sociedade, diminuindo os problemas de identidade comuns na
adolescência que leva muitos jovens a fumar ou beber, até se tornarem um problema para os
pais, amigos e para a sociedade em geral, assim como previne o aparecimento de doenças
comuns na velhice.
Mas para que estes resultados positivos sejam alcançados é necessária uma metodologia de
ensino adequada aos jovens, pois o esporte praticado de maneira incorreta pode trazer
prejuízos a curto e médio prazo no desenvolvimento físico e anatômico da criança, além de
lesões no joelho, problemas lombares, como hérnias, etc. (ECKERT, 1993). Além de aspectos
psicossociais, emocionais e traumáticos, causados por uma cobrança exagerada, incidentes
como: a seletividade precoce e busca de resultados positivos a qualquer custo e cobranças (às
vezes exigidas também pelos pais) podem ser causar sérios danos às crianças e até repulsa e
abandono do esporte. Esta é uma preocupação que o professor sempre deve ter, fazendo que a
prática do esporte seja espontânea para a criança, assim como estar atento a qualquer
mudança negativa no comportamento de seus alunos. O professor deve deixar claro que eles
não têm a obrigação de tornarem-se campeões ou que terão que jogar somente voleibol pelo
resto da vida. O objetivo central do esporte deve ser principalmente o de socialização para que
as crianças tornem-se cidadãos saudáveis.
Neste sentido, o objetivo deste estudo foi apontar as vantagens para o esporte lúdico,
especificamente o mini-voleibol, bem como fazer uma abordagem metodológica para este minijogo nas escolas, direcionado para crianças e adolescentes de 8 a 14 anos de idade.
Caracterização do mini-vôlei
Dentre os mini-jogos, o mini-vôlei ou voleibol para crianças deriva do jogo de voleibol, onde
as ações complexas se reduzem a situações de jogo simplificadas, como quantidade de
jogadores, largura da quadra, altura da rede e material de jogo (GOTSCH, 1983). É um jogo
completo, que flui livremente, exprimindo gestos naturais para crianças entre 9 a 13 anos. Além
disso, é apropriado para iniciantes mais velhos que ainda não estejam preparados para o jogo
normal, como tido de recreação e como treinamento para jogadores mais adiantados.
Os requisitos de aprendizagem específicos para o mini-voleibol se adquirem mediante jogos
de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura e condições de jogo o principiante
já conhece. Os jogos de movimentos e as formas de jogo são modificados sob pontos de vista
didáticos, para introduzir o principiante à ação do jogo específico de voleibol (GOTSCH, 1983).
Em um jogo normal de vôlei (6x6), o número de vezes que a criança toca a bola durante o
jogo não é suficiente para o desenvolvimento motor desejável. Esta desvantagem é suprida
pelo mini-vôlei, no qual o jogador toca a bola muitas vezes, percorrendo distâncias menores, e
logicamente mais adequadas para seu grau de desenvolvimento (BAACK, 1972).
Fases do mini-vôlei
O mini voleibol é dividido em 4 ou 5 fases (GOTSCH, 1983; PROJETOS, 2000), em que cada
uma delas apresenta uma habilidade específica do voleibol que deve ser bem trabalhada para
se passar à fase seguinte.
Base para o mini-vôlei - 1x1
Nesta fase a criança familiariza-se com a bola, a quadra, a rede, ensinando as posturas
básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando, lançando e rolando diferentes
tipos de bolas (plástico, borracha, futebol, vôlei, futebol, etc.), praticando diferentes tipos de
pequenos jogos para desenvolver qualidades físicas como velocidade, agilidade, força e reação
(SANTOS, 1999).
Nesta etapa o jogo é preferencialmente 1x1. A bola deve ser apanhada e arremessada por
sobre a rede. "Bola sobre a rede" é o jogo ou exercício mais importante para a introdução do
voleibol. É melhor realizar estes jogos introdutórios com uma bola de basquete ou medicine ball
mais leve, porque são maiores e mais pesadas do que a bola oficial (BAACKE, 1975).
Introdução ao mini-vôlei - 2x2
Passada a fase de domínio da bola, a criança já pode começar a preparar-se para o toque, a
manchete e o saque por baixo, permitindo um jogo de voleibol simples: 2x2. O principal
objetivo é atacar e lançar a bola sobre a rede (GOTSCH, 1983). São ensinados os princípios de
formação inicial, movimentos de acordo com as situações de jogo, cooperação com o colega,
observação do oponente e posicionamento na quadra, bem como contínuo desenvolvimento de
preparação física básica, através de movimentos rápidos na direção da bola, saltos e
deslocamentos de diferentes formas (SANTOS, 1999).
Jogo básico de mini-vôlei - 3x3 sem regras
O objetivo do trabalho nesta fase é a aquisição dos gestos técnicos básicos: toque,
manchete, saque por baixo, ataque em toque, bem como, estimular situações que são exigidas
no voleibol. Buscar a melhora da manchete para a recepção do saque e para uma possível
situação de defesa. Na preparação física, introdução dos saltos com corda, velocidade de
reação, agilidade e flexibilidade, para favorecer o processo de aprendizagem do ataque e do
bloqueio (SANTOS, 1999). Nesta fase o jogo já pode ser 3x3, atacando e lançando a bola, mas
sem se preocupar com as regras (GOTSCH, 1983), o senso de coletividade é a principal meta
(PROJETOS, 2000).
Baby-voleibol - 3x3 com regras
Nesta fase introduz-se o ataque sem salto e o ataque com salto. Ensinam-se diferentes
variações de ataque e melhora de levantamento e das habilidades de defesa com queda, com
contínua preparação física, com desenvolvimento da resistência (SANTOS, 1999).
Devem-se fazer exercícios especiais para o treino da recepção, passe, ataque e saque por
baixo, assim como para o descolamento e salto, receber e arremessar (BAACKE, 1975). Neste
estágio, o jogo é 3x3 com a utilização das regras adaptadas ao mini-vôlei (GOTSCH, 1983).
Mini-voleibol - 4x4
Introdução do bloqueio e da defesa, melhora dos fundamentos e habilidades técnicas e
táticas. Aperfeiçoamento em todos os fundamentos, novas variações. Na preparação física,
continuação da preparação física geral e o aperfeiçoamento de todas as habilidades relativas
aos fundamentos (SANTOS, 1999).
Devem-se fazer exercícios básicos de tática, como passe e primeiro ataque; passe,
recuperação da bola e contra-ataque; cobertura das jogadas e dos espaços vazios; jogos-treino
4x4 em quadras de dimensões menores (BAACKE, 1975) e regras adaptadas (GOTSCH, 1983).
Após esta etapa tem-se então o jogo normal 6x6.
Características motoras das crianças
Todos os movimentos fazem parte do domínio, sendo que em muitos estudos o domínio
motor é mencionado como psicomotor, em função do grande envolvimento do aspecto mental
ou cognitivo na maioria dos movimentos (TANI, 1988).
Os movimentos podem ser subdivididos em 6 fases: fase dos movimentos reflexivos; fase
dos movimentos rudimentares; fase dos movimentos fundamentais ou básicos; fase de
transição; fase dos movimentos especializados; e fase dos movimentos complexos.
O movimento fundamental é aquele período de tempo onde meninos e meninas começam a
desenvolver um crescimento das habilidades de movimentos básicos. Correr, saltitar, saltar,
lançar, agarrar e chutar, são considerados movimentos fundamentais.
Execuções bem sucedidas na mecânica das habilidades esportivas são dependentes de
movimentos fundamentais maduros. Uma vez ultrapassado o estágio transição, progredimos
para o estágio final que envolve a aplicação das habilidades de movimentos especializados nas
atividades esportivas, durante o tempo de vida recreacional e das experiências de esporte
competitivo.
A fase dos movimentos especializados está relacionada à especialização do desenvolvimento
motor, sendo uma fase em que os movimentos em vez de serem identificados com a
aprendizagem, passam a ser uma ferramenta que pode ser aplicada a uma variedade de
habilidades de movimentos especializados. As habilidades são progressivamente refinadas,
combinadas e elaboradas. Os movimentos de saltitar, saltar, por exemplo, são agora aplicados
as atividades de pular a corda, para danças folclóricas e também para o salto triplo.
O começo da extensão do desenvolvimento das habilidades dentro desta fase depende de
uma variedade de fatores cognitivos, afetivos e principalmente psicomotores, tais como:
percepção, costumes, caracterização emocional, pressão dos pares, tempo de reação e
velocidade de movimento, tipo de corpo, altura e peso. Esta fase é subdividida em três
estágios: transição, aplicação e utilização para a vida (GALLAHUE, 1989).
Por volta do oitavo ou nono ano de vida, a criança geralmente entra no estágio de transição,
pois o indivíduo começa a combinar e aplicar habilidades de movimentos fundamentais na
execução de habilidades esportivas ou recreativas. Caminhar numa ponte de corda, saltar e
chutar uma bola são exemplos de habilidades de transição comuns. As habilidades transicionais
são simplesmente uma aplicação dos movimentos fundamentais em alguma forma mais
complexa e específica.
Durante este estágio, as crianças estão ativamente envolvidas em descobrir, combinar
numerosos padrões de movimentos e habilidades e estão entusiasmadas pela rápida expansão
de suas habilidades. A meta que concerne aos pais, professores e pares será de auxiliar a
criança a desenvolver e aumentar suas habilidades em variadas atividades, evitando um foco
estreito, o que poderá trazer efeitos indesejáveis nos últimos dois estágios desta fase
(GALLAHUE, 1989).
Entre 11 e 13 anos de idade, interessantes mudanças tomam lugar no desenvolvimento das
habilidades do indivíduo. Durante este estágio há limites de habilidades cognitivas, afetivas e
experiências das crianças, acoplados a uma ansiedade natural para ser ativa, proporcionando
uma pré-disposição para a prática de atividades físicas.
As habilidades complexas devem ser refinadas e usadas na execução de atividades avanças
e levadas adiante e na escolha de esportes por si mesmo. O estágio da utilização na vida
começa por volta dos 14 anos e continua através da fase adulta. Torna-se importante lembra
que as habilidades e escolhas feitas durante os estágios anteriores são carregados dentro deste
estágio e adicionalmente refinados. O desempenho pode variar, desde a participação
cooperativa ou recreativa, em jogos organizados ou não organizados, esportes competitivos,
colegiais, universitários, olímpicos ou profissionais (GALLAHUE, 1989). Este é um estágio que
representa a utilização para toda a vida e é a culminação de todas as fases e estágios
precedentes.
Proposta metodológica para o mini-voleibol
Primeiro, é necessário familiarizar a criança com a bola, a quadra e a rede, ensinando as
posturas básicas e movimentação na quadra; segurando, arremessando e rolando diferentes
tipos de bolas (vôlei, basquete, futebol), praticando diferentes tipos de pequenos jogos para
desenvolver qualidades físicas, como velocidade, agilidade, força e reação.
No mini-voleibol todos os três jogadores são atacantes, levantadores e defensores,
possibilitando dessa forma a experiência prática em várias funções, fugindo, assim, da
especialização pôr funções precocemente.
São ensinados os primeiros princípios táticos, como formação inicial, movimentos de acordo
com as situações de jogo, cooperação com o colega, observação do oponente e posicionamento
na quadra. Contínuo desenvolvimento da preparação física básica, através de movimentos
rápidos na direção da bola.
A proposta metodológica em si pode ser dividida em duas fases:
1º FASE - Introdução do saque tipo tênis e do ataque para melhoria do sistema ofensivo.
Melhora da manchete para a recepção de saque e da defesa para melhoria do sistema
defensivo. Introdução e prática freqüente do mini-voleibol 3x3, utilizando regras apropriadas,
sistema básico e táticas de ataque e defesa.
2º FASE - Introdução do bloqueio e melhoria dos fundamentos e habilidades técnicas e
táticas. Ensino de diferentes variações de ataque e melhoria do levantamento e das habilidades
de defesa como: queda, rolamento e mergulho.
Formação da equipe e de sistemas básicos de ataque e defesa são introduzidos com a
transição para o mini-voleibol 4x4.
A transição para o voleibol normal ocorre quando todos os elementos básicos estão
disponíveis depois de aprendidas as três etapas iniciais do mini-voleibol.
Método para ensino do voleibol
Neste item estão apresentadas as etapas em ordem cronológica das estratégias utilizadas
para o método de ensino do mini-voleibol, dentro de uma proposta pedagógica. Este método foi
subdividido em 5 etapas, as quais podem ser visualizadas na Tabela 1.
Conclusões
Visto que, a partir dos 8 anos de idade as crianças começam a tomar gosto por jogos
coletivos e aperfeiçoar um número crescente de atividades que as habilitarão a fazer parte em
esportes e jogos adultos o mini-voleibol é uma ponte de ligação ao voleibol, apresentando
como um eficiente método que pode ser considerado como o mais adequado e mais indicado
para um processo voltado à iniciação do voleibol, tendo em vista que apresenta todos os
requisitos necessários para um trabalho de qualidade e de futuro promissor, desde que seja
aplicado sob uma metodologia correta.
Com base nas informações adquiridas e relatadas pode-se concluir que a prática do minivoleibol para crianças de 8 a 14 anos contribui largamente para o aprimoramento dos
fundamentos básicos do voleibol, principalmente no que diz respeito às habilidades motoras,
proporcionando um melhor funcionamento dos sistemas neuromusculares, bem como,
aceleração do processo de amadurecimento das habilidades ligadas ao voleibol. Pôde-se
constatar também que após os 10 anos de idade, meninos e meninas apresentam nítidas
diferenças motoras, principalmente no que diz respeito à força e resistência muscular,
evidenciando a necessidade de separa-los nos jogos coletivos após esta idade.
Entretanto, tem se observado que o número de atletas e alunos que passam ou já passaram
pelo mini-voleibol até chegarem ao voleibol propriamente dito é muito baixo, mesmo
considerando o aumento do número de praticantes da modalidade, bem como as conquistas a
nível internacional. Este fato vem ocorrendo possivelmente devido, principalmente, à falta de
motivação dos alunos e desconhecimento por parte dos professores de metodologias
adequadas. Esta realidade precisa ser alterada para que o fomento do esporte auxilie na
formação de crianças e jovens saudáveis e dispostos a praticar o voleibol com qualidade.
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