conceder fundição Wilfley
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conceder fundição Wilfley
ANOS ISSN 1647-2780 ANOS valorização resíduos de Publicação Semestral JUL 2012 | número 19 | 5€ E D I T O R I A L O CVR comemora os seus primeiros 10 anos de existência, facto que pela sua importância e dimensão justificam o destaque integral no presente espaço editorial. Dez anos volvidos após a sua criação, o CVR – Centro para a Valorização de Resíduos, conseguiu corporizar os objectivos que nortearam a sua génese, assumindo-se como uma instituição de referência que aposta na inovação e no desenvolvimento de soluções para as questões ambientais e energéticas. Cândida Vilarinho Directora Editorial Uma reflexão sobre o seu percurso e trajectória revela um balanço amplamente positivo, com um franco crescimento e implementação no domínio da prestação de serviços na área da caracterização de resíduos e de efluentes, a par de uma consolidação nas actividades de I&DT e de uma busca e intensificação do estabelecimento de parcerias e de contactos junto de empresas de distintos sectores de actividade, bem como de gestores de resíduos e de entidades/ organismos governamentais. Ao longo deste período, foram vários os momentos e as actividades marcantes para o CVR, todavia pela sua importância interessa relevar de forma mais nítida, a concretização do projecto e construção de um edifício próprio, o alargamento das áreas de actividade, a Acreditação do Laboratório de Caracterização de Resíduos, o alargamento e fortalecimento da equipa de I&D, a crescente participação e coordenação em projectos nacionais e Interreg Sudoe, a criação da Spin off W2V, SA com o objectivo de potenciar e viabilizar a aplicação real das actividades de investigação desenvolvidas no centro e a organização da 1st International Conference WASTES: Solutions, Treatments and Opportunities. A presente edição do boletim constitui-se como uma excelente oportunidade para revisitar o percurso histórico do CVR durante os seus primeiros 10 anos de vida, beneficiando para o efeito do grato privilégio de o fazer associando muitos daqueles que de alguma forma contribuíram para a sua génese, desenvolvimento e afirmação, e que através dos seus depoimentos, se constituem como testemunhos incontornáveis da vitalidade do CVR. Apesar do sucesso alcançado e da prova inequívoca do know-how e do reconhecimento do centro enquanto entidade relevante do sector, o CVR está ciente dos desafios que a conjuntura económica actual lhe coloca, assumindo como vectores estratégicos para o futuro, o investimento na estruturação de projectos internacionais, o estabelecimento de novas parcerias e protocolos com instituições de I&DT, nacionais e estrangeiras, o alargamento da tipologia de serviços prestados, o reforço dos domínios de investigação e desenvolvimento de soluções tecnológicas de gestão integral de resíduos com um maior envolvimenva l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 1 ANOS to de parceiros industriais, a promoção do desenvolvimento de acções de formação suportadas nas valências do corpo técnico do centro, a aposta no incremento da sua visibilidade externa promovendo a organização de eventos internacionais e o empenho na obtenção da acreditação dos seus laboratórios indo de encontro às necessidades e solicitações dos clientes e à prestação de um serviço completo e de valor acrescentado. Um projecto como este, e em particular os primeiros 10 anos, fica indelevelmente ligado ao nome do Professor Fernando Castro, que emerge como figura de proa de uma equipa mais alargada, sem a qual não seria seguramente possível ter percorrido este caminho, razão pela qual se torna inevitável uma palavra de apreço e gratidão a todos os que com profissionalismo e elevado grau de disponibilidade ao longo dos anos emprestaram o melhor de si ao CVR. de valorização resíduos Propriedade / Edição CVR - Centro para a Valorização de Resíduos Coordenação Editorial Cândida Vilarinho Impressão Gráfica Vilaverdense, Artes Gráficas, Lda Design e Concepção Gráfica Rui Ferreira Ficha Técnica Tiragem 500 exemplares 2 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s Parque Industrial de Crespos, Britelo 4890 Celorico de Basto - Portugal Tel 253 433 240/1 Fax 253 433 242 Telm 961 362 4 [email protected] www.vimasol.pt ISSN 1647-2780 Depósito Legal 314756/10 Julho de 2012 ANOS d ez a no s depo i s O Jorge Araújo Diretor Executivo sucessivo aumento do custo de aquisição de muitas das matériasprimas de que o nosso País é tão necessitado bem como da energia que em grande medida importamos são por si só razões mais que suficientes para que Portugal, e em grande medida a Europa, se dediquem de corpo e alma à valorização de resíduos que em grande quantidade são gerados todos os anos no espaço europeu. A acrescer a isto, alguns dos recursos naturais estão em vias de se extinguirem num futuro próximo, o que, segundo alguns especialistas, acontecerá ainda durante este século, resultando mesmo que a sociedade atual nunca mais os poderá extrair a partir da natureza tal como hoje ainda o faz. É este tipo de afirmações, que agora mais do que no passado, reforçam a certeza de que devemos aproveitar os resíduos, quer pelo seu valor material quer pelo seu valor energético intrínseco até ao limite que a tecnologia e a economia do processo nos possam impor. Importa realçar que esta valorização se faça salvaguardando sempre a componente de saúde pública e ambiental que uma sociedade informada e atenta tanto reclama e exige nos tempos de hoje. É OS SERVIÇOS TÉCNICOS LABORATORIAIS E DE I&DT DO CVR com a problemática da escassez de recursos em pano de fundo que insistir na importância dos serviços técnicos laboratoriais, nos serviços de investigação e desenvolvimento e nos eventos organizados e co-organizados pelo CVR nestes últimos 10 anos, bem como, a interação entre o CVR e o tecido económico e social do País tem sido, a meu ver, da maior importância para a promoção de dinâmicas de inovação tecnológica na gestão de resíduos em Portugal. Parabéns aos que iniciaram este percurso de criação, em particular ao Professor Fernando Castro com a sua visão e capacidade de trabalho, que viria a resultar num Centro de Transferência de Tecnologia, o CVR - Centro para a Valorização de Resíduos, único em Portugal por ser inteiramente dedicado à temática dos resíduos. Não posso deixar de referir que o empenho sobretudo dos meus colegas e ex-colegas do CVR bem como daqueles que ocuparam e ainda ocupam lugares nos Órgãos Sociais do Centro foram determinantes para aquilo que o CVR já apresenta de mais-valia no Sistema Científico e Tecnológico Nacional. Olhando para trás, não deixo de me alegrar por verificar que passados apenas 5 anos desde a sua criação em 2002, o CVR inaugurava edifício próprio, com 954 m2 de laboratórios, onde a demonstração e transferência de tecnologia era agora facilitada, aliadas a uma fortíssima atividade de serviços técnicos laboratoriais que importava aumentar e alargar. Desde então tem havido um esforço significativo na melhoria da oferta de serviços de caraterização de resíduos, que possa ir de encontro às necessidades va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 3 ANOS das empresas, e em particular às exigências em matéria de gestão ambiental das indústrias e dos serviços. Esta tipologia de serviços, prestada com sucesso pelo LCR – Laboratório de Caracterização de Resíduos (que viria a ser acreditado internacionalmente, no referencial NP EN ISO/IEC 17025, pelo IPAC - Instituto Português de Acreditação, em Janeiro de 2010) bem como por outros departamentos da estrutura operacional do CVR de que destaco o LEG – Laboratório de Emissões Gasosas (que está em processo de acreditação, no referencial NP EN ISO/IEC 17025, pelo IPAC, e que se espera concluída no final de 2012), permite-nos perceber dia-a-dia as necessidades do setor industrial e do setor de serviços na procura de soluções adequadas para a gestão dos seus resíduos, quer sejam sólidos, quer sejam líquidos, quer sejam partículas e outros gases libertados para a atmosfera. Soluções estas que, inevitavelmente, implicaram a necessidade de desenvolvimento de metodologias inovadoras, adequadas caso a caso, levando ao surgimento de atividades de investigação aplicadas. Da investigação aplicada inicial do CVR, destaca-se: ● a realização de vários trabalhos na área da incorporação de resíduos para desenvolvimento de novos materiais cerâmicos contendo resíduos industriais (de que o Projeto IDEIA Res2Argila concluído em 2008 é exemplo), assim como a incorporação de resíduos na produção de clínquer; 4 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ● a reciclagem de resíduos industriais inertes e de construção e demolição na construção de aterros, bases e sub-bases de estradas e pavimentos (de referir a este propósito a monitorização ambiental feita pelo CVR de um trecho experimental de estrada nacional, no concelho de Fafe, incorporando centenas de toneladas de agregado siderúrgico como material substituto do agregado natural) têm sido também matéria de investigação no CVR, assim como estudos de incorporação de resíduos em argamassas de betão; ● estudos para a produção de combustíveis derivados de resíduos (CDR) a partir de misturas de resíduos poliméricos têm sido feitos desde alguns anos a esta parte. Saliente-se alguns projetos QREN de tipologia Vale I&DT e Vale Inovação concluídos e outros a decorrer nesta área dos CDR. Presentemente, o CVR alargou um pouco mais a sua área de intervenção em atividades de investigação aplicada, designadamente: ● desenvolvendo trabalhos na recuperação de metais a partir de resíduos que os contenham e que por meio da inovação e desenvolvimento tecnológico agora conseguido são passíveis de ser explorados pelo potencial económico que representam. Em particular tem sido estudada a recuperação de níquel e cobre a partir de lamas galvânicas e a recuperação de metais a partir de efluentes líquidos por solventes orgânicos seletivos (a ANOS este propósito refira-se o Projeto QREN Co-Promoção VALMETAIS, iniciado em Setembro de 2009); ● a extração da energia contida em resíduos tem sido investigada especialmente para materiais poliméricos, de biomassa e de têxteis. Os estudos em particular incluem a decomposição pirolítica e gasificação para a produção de gases de síntese com valor a partir de têxteis (a este respeito, de referir o projeto QREN Copromoção PVC4GAS, iniciado em Abril de 2010, e cujo objectivo se centra no desenvolvimento de um processo inovador de valorização material e energética de resíduos contendo PVC); ● a recuperação de resíduos e subprodutos orgânicos de valor a partir de subprodutos animais. Neste sentido, tem sido estudada a recuperação de subprodutos de avicultura, para utilização como adsorventes na descontaminação de águas e emissões gasosas contendo compostos orgânicos voláteis e metais (salientese o projeto ValEGG– Valorização de resíduos de casca de ovo para produção de adsorventes de baixo custo, cujo Promotor é a Braval, iniciado em Julho de 2011); ● finalmente, a área dos biocombustíveis, nomeadamente a produção de biodiesel (de referir o projeto OilProFuel– Implementação de um projecto-piloto para valorização de óleos alimentares usados, cujo Promotor é a Resinorte, iniciado em Julho de 2011), e a produção de pellets de biomassa contendo resíduos industriais têxteis, poliméricos, e de couro, são outras das atuais áreas de intervenção do CVR (neste último caso refira-se a recente aprovação do projeto QREN Vale Inovação para valorização de resíduos provenientes da indústria corticeira). As áreas relacionadas com a produção de bioenergia a partir de resíduos e de subprodutos, resultou da aposta feita pelo CVR aquando da coordenação como Promotor Líder da Rede de Competência em Bionergia (CeBio), que funcionou de 1 de Setembro de 2006 até 30 de Junho de 2008 e da recente adesão, em Novembro de 2011, à Plataforma Tecnológica Europeia dos Biocombustíveis (EBTP - European Biofuels Technology Platform). Para estas atividades de investigação aplicada o CVR conta, com alguns equipamentos piloto/demonstração de média dimensão, designadamente: uma peletizadora, um reator de pirólise/gasificação, um forno rotativo, um equipamento de dissolução, extração por solventes e electrólise, um equipamento de metanização assistido por computador, dois compostores, uma prensa de oleoginosas, duas máquinas giratórias para testes de lixiviação, uma linha de produção de cerâmicos e vários moinhos, estufas e muflas. O futuro, sem dúvida grandemente afetado por tempos próximos de muito grave crise económica e financeira, reserva ao CVR um papel que se impõe desafiante na va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 5 ANOS procura de metodologias inovadoras para a valorização de resíduos. A constatação diária de que uma parte significativa dos nossos resíduos com potencial de recuperação material e energética são enviados para aterro sanitário ou são geridos no incumprimento pela lei, implicando perdas para o nosso País, constitui por si, e em simultâneo, a alavanca e o terreno de actuação futura do CVR. É de todo importante desenvolver o setor das tecnologias ambientais e do aproveitamento dos nichos de mercado relacionados com a valorização de resíduos, explorando eventuais efeitos de sinergia com outros setores de atividade nacionais. A organização pelo CVR, em 2011, da 1st International Conference – WASTES: Solutions, Treatments and Opportunities é já um marco no esforço de promover a discussão entre os principais atores, desde os políticos, às entidades do SCTN, à indústria e aos serviços em torno da gestão eficiente de resíduos. A segunda edição está já a ser preparada para acontecer em 2013. No final, pode dizer-se que o nosso lema “Os resíduos são recursos que importa aproveitar” está definitivamente atual e em linha com o futuro próximo. Relevo aqui a promoção, no seio do CVR, em 2008, da criação da Spin-Off W2V, S.A., empresa destinada à implementação real de soluções técnicas na área da gestão sustentável de resíduos. www.wasteeng2012.org 6 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ANOS ANOS 10 anos de história 2002 03 04 05 06 07 08 09 10 11 2012 A temática da gestão de resíduos, e a investigação científica a ela associada, tem tido uma expressão muito relevante na Universidade do Minho. É assim que departamentos da Escola de Engenharia, como o de Mecânica, Biológica e Civil, têm dedicado parte dos seus esforços a esta área do saber. Principalmente numa perspectiva de agregar valor aos resíduos, procurando encontrar soluções mais racionais para a sua gestão. Outros departamentos da Escola de Engenharia e ainda departamentos de outras escolas apresentam atividades nesta temática. Por isso, em 1999, a Escola de Engenharia lançou, através da TecMinho, um projeto “quase-empresa” designado CENTECO, envolvendo aqueles três departamentos, que visou aprofundar o conceito de criação de uma infraestrutura tecnológica dedicada à valorização de resíduos. Esse projeto contaria com a adesão da Associação Industrial do Minho (AIMinho) e da Associação Portuguesa de Fundição (APF), e ainda de várias empresas. Por isso, em 2000, o projeto foi objecto de candidatura ao PRIME, a qual seria aprovada, em definitivo, já em 2002, prevendo a construção de uma infraestrutura física, aquisição de equipamentos laboratoriais e criação de um núcleo de competências. taladora assumiu a forma de Conselho de Administração, inicialmente com a mesma composição. O processo de adesão de novos associados foi imediatamente lançado, tendo-se verificado, logo nos primeiros meses, a admissão Fer nando Castro de cerca de 40 empresas. A Universidade do Minho entrada de novos associados, mediante a subscrição de unidades de participação, tem sido permanente. Os órgãos sociais do CVR, eleitos em Assembleia Geral, foram tendo composições ligeiramente variáveis ao longo do tempo, conforme se indica no quadro seguinte. Daí resultaria o CVR - Centro para a Valorização de Resíduos que viria a ser formalmente criado a 8 de Julho de 2002, por escritura pública realizada na Casa Museu Nogueira da Silva, em Braga. Logo no ato da constituição do CVR, foi nomeada uma Comissão Instaladora, presidida por mim, em representação da Universidade do Minho, e da qual fizeram parte Pedro Machado, representando a AIMinho, Carlos Silva Ribeiro, representando a APF, Jaime Ferreira da Silva, representando a TecMinho e Jorge Alberto Casais, representando a Ferespe Fundição de Ferro e Aço, Lda., Desde logo essa comissão lançou mãos à obra, aprovando e implementando o plano estratégico da nova associação, angariando novos associados e, por via disso, os fundos necessários à boa prossecução do projeto. Alguns meses após, essa Comissão Insva l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s Cerimónia de constitução do CVR (2002) | 7 ANOS Mesa da Assembleia Geral Presidente Associação Industrial do Minho, representada por António Marques, desde a criação do CVR 1º secretário Associação Portuguesa de Fundição, representada por Luís Filipe Villas-Boas, desde a criação do CVR 2º secretário Universidade do Minho, representada por Domingas Rosário de Oliveira, desde a criação do CVR Conselho de Administração Presidente Universidade do Minho, representada por Fernando Castro, desde a criação até 28/03/2012, e por Maria Cândida Vilarinho, após esta última data Vogais Associação Industrial do Minho, sempre representada por Pedro Machado (Braval – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A.) Ferespe - Fundição de Ferro e Aço, Lda., representada por Jorge Alberto Casais, desde a criação até 28/03/2012, e por Sandra Coimbra, após esta última data Associação Portuguesa de Fundição, representada Carlos Silva Ribeiro (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), desde a criação até 26/03/2003, Manuel Paulino Oliveira (Fusag – Fundição e Serralharia de Águeda, S.A.), de 26/03/2003 até 25/03/2009, por Bernardo Macedo (Sonafi – Soc. Nacional de Fundição Injectada, S.A.), até Junho de 2010 e por Manuel Braga Lino (Felino – Fundição e Construções Mecânicas, S.A.) desde aquela última data TecMinho, representada por Jaime Ferreira da Silva (Universidade do Minho), desde a criação até 25/03/2009 Câmara Municipal de Guimarães, representada por Armindo Costa Silva, de 25/03/2008 até 31/10/2009, e por Amadeu Portilha, desde aquela data Alumínios Ibérica, Lda., representada por Armindo Vieira Martins, desde 25/03/2009 FDO – SGPS, S.A., representada por Luís Araújo, de 17/03/2006 até 31/08/2009 e por António Gama, desde aquela data até 28/03/2012 Casais - Engenharia e Construção, S.A., representada por António Carlos Rodrigues, desde 28/03/2012 Conselho Fiscal Presidente Universidade do Minho, representada por Said Jalali, desde a criação até 17/03/2006, e Joaquim Guimarães, Manuela Malheiro e Mário Guimarães, SROC, representada por Maria Manuela Malheiro, após aquela data Relator Universidade do Minho, representada por Said Jalali, de 17/03/2006 até 28/03/2012, e por Aires Camões após aquela data Vogal Alumínios Ibérica, Lda., representada por Telma Coutinho, desde a criação até 25/03/2009 e TecMinho, representada por Jaime Ferreira da Silva, a partir daquela data Aquando da criação do CVR, foram contratadas duas colaboradoras para a componente administrativa e comercial, Rute Araújo e Elsa Lopes, e pouco depois Rosa Sílva, para a parte técnica, que atravessaram todo este período, permanecendo ainda hoje como colaboradoras do CVR. Em 23 de Fevereiro de 2005, o Conselho de Administração decidiu criar o cargo de Diretor Executivo, que foi, e continua a ser, ocupado por Jorge Araújo. O quadro de pessoal médio do CVR tem evoluído ao longo do tempo, conforme ilustra o gráfico seguinte. 8 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s 2002 2005 2008 Evolução do número médio de colaboradores, ao longo dos 10 anos de vida do CVR 2011 ANOS Numa primeira fase, o CVR esteve instalado no Departamento de Engenharia Mecânica, da Universidade do Minho, em Guimarães. Em 30 de Junho de 2005 foi lançado o concurso para a construção do edifício, com 2000 m2 de área coberta o qual seria inaugurado em 07/11/2007. Em 2012 o CVR conta com 79 associados, que subscreveram um total de 839 000 Eur de unidades de participação, dos quais 56,85 % detidas pela Universidade do Minho. Cerimónia de inauguração do edifício do CVR (2007) O Capital Associativo decompõe-se da seguinte forma: Tipologia de associados % de unidades de participação Constituintes 62,75 Câmara Municipal de Guimarães 4,41 Empresas industriais 23,30 Empresas de gestão de resíduos 5,84 outras empresas 1,19 outras associações 2,50 A distribuição geográfica deste Capital Associativo é a seguinte: Região % de unidades de participação Distrito de Braga 83,49 Outros Distritos do Norte de Portugal 9,42 Centro de Portugal 3,22 Sul de Portugal 2,09 Espanha 1,79 L Atividade comercial e de investigação ogo desde o arranque da atividade do CVR, deu-se particular atenção à prestação de serviços especializados junto da comunidade empresarial envolvente. Para isso, muito beneficiou o CVR da transferência de uma carteira de clientes e de um conjunto de competências do Laboratório de Análises Químicas da TecMinho na área da caraterização de resíduos e, um pouco mais tarde, do Departamento de Engenharia Biológica, na área da caraterização de emissões gasosas. O Conselho de Administração deu grande importância à imagem do CVR, tendo a componente gráfica sido elaborada pelo designer Andrew Howard, promovendo-se a publicação de um Boletim Informativo com caráter regular, coordenado pela minha colega Cândida Vilarinho, e participando em workshops diversos em que os serviços eram divulgados. Foi dada também grande importância ao estabelecimento de parcerias sólidas com empresas, de que resultou, numa primeira fase, o incremento da prestação de serviços, e numa segunda fase, a execução de atividades de investigação e desenvolvimento. Os principais serviços prestados relacionaram-se com a caraterização de resíduos industriais e municipais, de efluentes líquidos e gasosos e de solos contaminados. Deu-se início à participação em projetos de investigação e de cooperação, de que resultaram, até à data, os seguintes principais projetos: va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 9 ANOS Projeto CECOTRAN Programa INTERRREG III A Parceiros Datas AIMinho, IDITE-Minho, Confederación de Em- 01-02-2003 a presarios de Pontevedra (ES) 31-01-2005 01-06-2004 a Estratégia de Desenvolvimento do Sec- PRIME tor de Fundição (EDSF) APF, FEUP, CINFU, CTCV, INESC, QEnergia Aplicação de resíduos em infra-estruturas de transporte e obras geotécnicas – POCI Valorização de Escória de Aciaria UMinho, LNEC PRERESI - Prevenção dos Resíduos In- PRIME dustriais INR, INETI, Associações Empresariais, Infra- 01-01-2005 a estruturas Tecnológicas 31-12-2006 CEbio – Rede de Competência em Bioenergia Desenvolvimento de Centros de Com- UMinho, UTAD, CCG, RAIZ, INETI e outros petência em TIC POSC 30-11-2006 01-10-2004 a 31-03-2007 01-09-2006 a 30-06-2008 01-01-2007 a Produção de CDR a partir de resíduos SIME I&DT industriais e de biomassa UMinho, Vimasol NEWBIODIESEL - Desenvolvimento de um novo equipamento produtivo de bio- IDEIA diesel baseado no processo optimizado. TecMinho, CJR, DELTA RES2ARGILA - Desenvolvimento de Tecnologias de Incorporação de resíduos industriais no fabrico de agregados leves em argila expandida para a construção IDEIA TecMinho, Maxit RED GENERA Interreg IV-A AIMinho, IDITE-Minho, Confederación de Em- 01-01-2009 a presarios de Pontevedra (ES) 15-12-2010 Optimização do Balanço Económico e Ambiental na Gestão dos Resíduos Plano I&DT da Am- CVR, Recielectric, IST, FCT-UNL, PIEP Plásticos provenientes do tratamento de b3E REEE 30-06-2009 01-01-2007 a 30-06-2009 01-01-2007 a 30-06-2009 01-10-2008 a 28-02-2010 Chamada de 2008 Financiamento 98.629,32 € 75.612,80 € 20.750,00 € 30.159,00 € 132.322,08 € 41.260,00 € 15.060,01 € 42.336,46 € 96.252€ 18.000€ Vales I&DT e Vales Inovação 2008 QREN vários Pellets para aquecimento produzidas com mato FCT FEUP VALMETAIS: Desenvolvimento de processo para recuperação de metais não ferrosos a partir de lamas galvânicas QREN Copromoção W2V PVC4GAS - Valorização material e energética de resíduos com PVC. QREN Copromoção W2V, Endutex Vales I&DT e Vales Inovação 2009 QREN vários OILCA Interreg IV-B CITOLIVA (ES), AOTAD (PT), CTM (ES), IAT (ES), INPT - LCAI (FR) BIOMASUD Interreg IV-B Avebiom (ES), CBE (PT), CIEMAT (ES), UCFF 01-01-2011 a (FR), INRIA (FR) 30-06-2013 75.000€ VALUE Interreg IV-B AIDIA (ES), AZTI (ES), FIAB (ES), CENER (ES), APESA (FR), CATAR CRITT (FR) 01-01-2011 a 31-12-2012 75.035€ ValEGG APA Braval OilProFuel APA Resinorte Vales I&DT e Vales Inovação 2011 QREN vários Chamada de 2011 611.328€ TRAVETEC - Travessas de caminho-deferro em plástico reciclado Plano I&D SPV PIEP, Extruplás 02-01-2012 a 31-12-2013 27.454€ 10 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s Principais projetos de investigação 01-05-2010 a 30-04-2012 01-09-2009 a 28-02-2012 01-04-2010 a 31-03-2012 Chamada de 2009 01-01-2011 a 31-12-2012 01-07-2011 a 30-06-2013 04-07-2011 a 03-07-2013 103.130€ 18.480€ 119.642€ 64.666€ 169.389€ 120.594€ 46.725€ 24.000€ ANOS Ao nível da prestação de serviços, o CVR procedeu, nos últimos anos, à acreditação dos seus laboratórios. Em primeiro lugar, o Laboratório de Caraterização de Resíduos, LCR, conseguiu a acreditação em 15 de Janeiro de 2010. Estão atualmente em processo de acreditação o Laboratório de Emissões Gasosas, LEG, e o de Avaliação de Ruído, LAR. Ao nível da promoção do empreendedorismo, o CVR lançou, em 2008, a spin-off W2V, S.A. dedicada ao Título apoio à implementação de tecnologias de tratamento de resíduos. Esta empresa tem-se dedicado a atividades de suporte à gestão eficiente de resíduos, bem como a atividades de investigação, a maior parte das quais, em parceria com o CVR. Ao nível da divulgação científica, o CVR organizou ou co-organizou oito workshops e dois congressos científicos, a seguir listados. Data Local Parceiros Número de participantes Workshop - Eco-Eficiência na Indústria da Fundição 06-03-2003 Braga AIMinho, UMinho, APF 45 Seminário - Gestão de Resíduos 25-05-2007 Guimarães UMinho 22 Conferência - Bioenergy: Chalenges 06-04-2008 a and Opportunities 09-04-2008 Guimarães UMinho 217 Workshop - Que opções para a Biomassa? 27-06-2008 Celorico de Basto UMinho 75 Valorização Energética de Resíduos 14-01-2009 Guimarães UMinho, AEAVE, JPAB 106 Workshop - Produção de Energia por Gasificação de Resíduos: Aplicações e 17-06-2009 Investimentos Paços de Ferreira UMinho, CM Paços de Ferreira, Rodrigues & Belmans 62 Seminário - Valorização de Resíduos na 05-02-2010 Euro-Região: Perspectivas e Recursos Viana do Castelo AIMinho, IDITE-Minho, Conselho Galego de Câmaras 108 Workshop - Os Resíduos Como Maté14-05-2010 rias-Primas Energéticas Lisboa UMinho, REECO 40 Workshop - Resíduos de Construção e Demolição: uma Estratégia para a Re- 17-10-2010 gião Norte Guimarães UMinho 44 Guimarães UMinho 214 Conferência - WASTES: Solutions, Treatments and Opportunities 12-09-2011 a 14-09-2011 Ações de divulgação técnica e científica organizadas va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 11 ANOS O volume de negócios, medido pelos proveitos totais, tem vindo a subir, conforme ilustra a figura seguinte. Atingindo um máximo no ano passado. Procedeu-se ainda à edição de 18 Boletins Informativos “Valorização de Resíduos”. Convém ainda referir a colaboração do CVR em atividades de investigação, no quadro da formação avançada. Assim, mercê da sua interação com o meio académico e da colaboração próxima com docentes universitários, o CVR apoiou, em termos laboratoriais, a realização de mais de uma dezena de teses de Mestrado e de Doutoramento. A maior parte das quais, como é natural, da Universidade do Minho, mas algumas também da Universidade do Porto e do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Registe-se ainda a colaboração com várias escolas profissionais e secundárias da região, na formação de cerca de 20 alunos estagiários em técnicas laboratoriais. Finalmente, o CVR serviu como “escola” de início de carreira profissional, para mais de uma dezena de colaboradores e ex-colaboradores, através de estágios profissionais. 2002 2005 2008 2011 Evolução dos proveitos totais (em Euro) Idêntica foi a evolução do Valor Acrescentado Bruto, conforme ilustra a figura seguinte. Atingindo mais de 450 000 Eur em 2011. Aspetos económicos e financeiros A sustentabilidade económica e financeira do CVR tem assentado numa gestão prudente e racional. Tal conduziu a que, em 10 anos de atividade, o CVR apresentou resultado líquidos positivos em 8 deles. Apenas em 2002, ano de arranque, e em 2010, fruto de uma quebra forte do mercado que obrigou a uma reestruturação e re-orientação interna, em todos os outros anos, os resultados foram muito satisfatórios. A figura seguinte ilustra a evolução dos Resultados Líquidos anuais. 2002 2005 2008 2011 Evolução do VAB (em Euro) Fruto dos resultados positivos acumulados e do reforço constante do número de unidades de participação subscritas, os Capitais Próprios do CVR têm evoluído de forma crescente, como ilustra a figura seguinte: 2002 2005 2008 2011 Evolução dos Capitais Próprios do CVR (em Euro) 2002 2005 Evolução dos Resultados Líquidos (em Euro) 12 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s 2008 2011 A este nível de Capitais Próprios corresponde uma Autonomia Financeira, em 2011, de 72%, o que espelha a solidez financeira do CVR. ANOS Quando consideramos a evolução do ratio VAB/(despesas de pessoal), verifica-se, conforme ilustra a figura seguinte, que esse ratio tem descido de forma regular desde 2005, apenas se invertendo em 2011. O que reproduz alguma diminuição da produtividade do trabalho entre 2006 e 2010, atingindo um mínimo em 2010, contrastante com o crescente volume de atividade. As causas estruturais para este comportamento anómalo foram identificadas e corrigidas pelo Conselho de Administração e Direção Executiva, daí resultando a melhoria de desempenho com efeitos visíveis em 2011. A crescente competitividade dos atores no mercado e a crise económica recente poderão explicar que a produtividade não tenha ainda voltado aos níveis máximos de 2005. Esta evolução alerta, contudo, para o efeito decisivo que, numa organização pequena como é o CVR, a motivação e empenho dos seus colaboradores, podem induzir nos parâmetros micro-económicos relevantes para a sua sustentabilidade. O Conclusões CVR tem, ao longo dos seus primeiros 10 anos de vida, desenvolvido uma atividade que contribui para a melhoria da competitividade das nossas empresas, por via do aproveitamento racional dos recursos que são os resíduos. Dessa atividade tem resultado, inequivocamente, um impacte ambiental relevante, por via da ajuda à introdução de medidas mais racionais de gestão de resíduos e do meio ambiente em geral. Várias das soluções estudadas pelo CVR estão atualmente a ser implementadas, o que releva do interesse prático das atividades de serviços e de investigação desenvolvidas. A utilidade dos serviços prestados mede-se também, pelo volume crescente das suas requisições, expressos por mais de 5 500 relatórios e certificados emitidos neste período. O apoio à divulgação técnica e científica pode-se também aquilatar através do sucesso dos eventos organizados. A gestão do CVR tem sido dedicada, e veiculada por princípios de rigor e de prudência, expressos pelos resultados económicos obtidos, que atestam a sustentabilidade da instituição. 2002 2005 2008 2011 Evolução do ratio VAB/ (despesas de pessoal) Os contributos do CVR para o Estado, via impostos (IRC, IVA e outros), pagamentos para a Segurança Social e taxas diversas, ascenderam, nos primeiros 10 anos de atividade, a mais de 600 000 Eur, com a evolução que a figura seguinte evidencia. 2002 2005 2008 2011 Contributos anuais do CVR para o Estado (em Euro) De registar o valor máximo em 2011, resultante do incremento da atividade e dos resultados obtidos, bem como, de forma mais marginal, do crescente nível de fiscalidade verificado. O CVR tem pela frente um futuro em que a necessidade ainda mais premente dos seus serviços se fará sentir. De fato, a crescente escassez de recursos, quer na vertente energética quer na material, implica que as atividades do CVR deverão ser, ainda mais, procuradas e necessárias às empresas e à sociedade. Pelo que é de esperar que o seu papel se continue a revelar determinante a nível regional e nacional. Os desafios esperados recomendam, contudo, que a atuação seja cada vez mais assente em parcerias com entidades internacionais e procurando atuar nos mercados globais. As orientações determinadas pelo Conselho de Administração em 2008, e as ações que têm vindo a ser implementadas, vão nesse sentido. Em 2011 já era visível a quota parte crescente das intervenções internacionalizadas no computo global da atividade do CVR. Importa que esta orientação seja mantida e aprofundada, pois disso dependerá, em minha opinião, e muito, a justificação futura da existência do CVR. Nesta breve súmula do que foram estes 10 anos de vida do CVR, importa referir que esse passado só foi como foi, porque houve empenho e dedicação de muitos. A começar pelos associados constituintes e pelos demais que se juntaram ao projeto, pelo membros do Conselho de Administração e dos outros órgãos sociais. E passando inexoravelmente por todos os colaboradores. Sem eles, e sem o seu empenhamento no sucesso do CVR, nada do que foi feito seria como foi. Nem o CVR estaria hoje na situação confortável em que se encontra. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 13 ANOS cvr na terceira antónio m. cunha reitor da universidade do minho A comemoração do 10ª aniversário celebra um projeto bem sucedido de interação com a sociedade que orgulha a Universidade do Minho. Através do CVR a Universidade, em parceria com um conjunto alargado de instituições, cumpre a nobre dimensão da sua missão de interagir efetivamente com o tecido económico-produtivo, com entidades com responsabilidades nos domínios da gestão ambiental e da valorização de resíduos e cumpre o seu desígnio de contribuir para a construção de um modelo de desenvolvimento que garanta sustentabilidade e bem-estar. O CVR é uma entidade madura que soube conquistar o seu espaço pela competência e profissionalismo que tem vindo a gerir e realizar um conjunto de projetos que combinam inovação científica, valorização económica e boas-práticas ambientais. Neste contexto, quero saudar todos quantos, diariamente, constroem o CVR, especialmente aqueles que têm assumido com determinação a sua liderança, bem como agradecer a todas as empresas e entidades que têm sido parceiras da Universidade neste projeto. 14 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ANOS pessoa antónio magalhães presidente da câmara municipal de guimarães É com o maior gosto que me associo ao 10º aniversário do Centro para a Valorização de Resíduos, uma entidade com importância efectiva na política de criação de um melhor ambiente que todos temos de prosseguir. A Câmara de Guimarães dá muita importância à recolha de resíduos, ao seu tratamento e valorização, desde logo com o número elevado de circuitos que os nossos serviços percorrem diariamente para a total cobertura do Município, mas também pela quantidade recolhida e essencialmente pela sua valorização efectuada. Temos instalada uma rede de ecopontos com um rácio superior à média prevista no Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos. A recolha de 3456 toneladas de vidro, 2243 toneladas de papel, 1041 toneladas de embalagens, no ano de 2011, diz bem dos resultados obtidos. Esta nossa política afirma claramente Guimarães na centralidade da região do Ave, na defesa ambiental prosseguida, para o que também contribui a localização no nosso Município do Centro para a Valorização de Resíduos e a actividade desenvolvida nos seus dez anos de existência. antónio marques presidente da associação industrial do minho presidente da mesa da assembleia geral do cvr A AIMinho, como sócio fundador, orgulha-se da atividade que o CVR tem vindo a desenvolver em prol das empresas e da sua região. O CVR constitui um excelente exemplo de cooperação, e sentido de disponibilidade, do SCT para a resolução de problemas relevantes das empresas. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 15 A comemoração dos 10 Anos, para o CVR, marca dois tempos: um tempo ainda de juventude e outro já de maturidade, pela consistência e qualidade dos serviços prestados. ANOS luís filipe villas-boas presidente da associação portuguesa de fundição 1º secretário da mesa da assembleia geral do cvr A APF, enquanto entidade pertencente ao núcleo fundador do CVR, congratula-se com o êxito da actividade deste centro, nestes 10 anos da sua existência. Nestes, ficou claramente patente, a forma tão profissional com que o CVR lidou com as diferentes questões que a comunidade envolvente lhe colocou. ● Preocupação com as questões ambientais – ao desenvolver trabalhos nas áreas do tratamento e sobretudo reutilização de resíduos, o CVR teve uma acção importantíssima para o País, reduzindo o nível de resíduos que as mais diversas actividades produzem ou depositam, sem qualquer valor acrescentado; ● Economia – também neste campo a actuação do CVR teve um enorme contributo ao identificar, cientificamente, a utilização de materiais que, de outro modo, seriam resíduos. Dada a escassez de recursos financeiros e naturais, todos os aproveitamentos constituem contributos de enorme importância; ● Ligação Empresas/ Comunidade Científica – tendo o CVR fortes ligações à Universidade do Minho e tendo contactos frequentes e regulares com o tecido empresarial, seja por via das associações empresariais, seja por via de empresas, o CVR foi um elemento potenciador desta ligação, tão importante para a evolução das empresas, bem como para a tão necessária adequação da comunidade científica à realidade empresarial do País; ● Legislação ambiental – o CVR pelo profundo conhecimento da possibilidade de reaproveitamento dos materiais em fim da cadeia de produção, teve um papel decisivo no apontar às entidades legisladoras, em particular à APA, soluções de reutilização de enorme valor acrescentado. Para terminar, de referir a forma tão humana do relacionamento da equipa do CVR com toda a comunidade envolvente. Bem hajam. 16 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s jaime ferreira da silva vice-presidente da direcção da tecminho vogal do conselho fiscal do cvr O CVR faz 10 anos. São-lhe assim devidas as primeiras palavras desta mensagem. Palavras de PARABÉNS, claro. Parabéns para os que nele trabalham, para os que nele trabalharam, para os que o dirigem, para os que o dirigiram. Parabéns também às entidades/instituições suas associadas. O CVR está de parabéns, não ao fazer 10 anos, mas por fazer 10 anos. Marca toda uma diferença nos dias que correm em que a maior certeza é a incerteza. São assim redobrados os parabéns. Ficaria por aqui a minha mensagem não fora o caso do CVR fazer parte das minhas memórias. Vale a pena subi-las até ao ano 2000. Momento emblemático, irrepetível por um tão grande virar-de-página. Mudaramse na altura os paradigmas do relacionamento entre as universidades e as empresas. O conhecimento gerado naquelas passou a ter “valor comercial” reconhecido. Mas se as universidades sabiam gerá-lo eram as empresas que o sabiam valorizar. A dinâmica de aproximação entre ambas foi muito grande, mas era patente na altura que malgrado essa dinâmica era necessário aperfeiçoar a linguagem de comunicação entre as universidades e as empresas de forma a que fosse enten- ANOS dível em ambos os sentidos, das universidades para as empresas e das empresas para as universidades. Foi neste contexto, e com aquele objectivo, que em 2000 foi constituído um consórcio, que se designou por “QUASI-E”, entre a TecMinho (interface de valorização do conhecimento da Universidade do Minho), a Fundación Bosch i Gimpera (interface semelhante da Universidade de Barcelona, Espanha) e o Consorzio per l’Area de Ricerca Scientifica e Tecnologica de Trieste, Itália. Tive o privilégio de assinar essa constituição em nome da TecMinho. Este consórcio “QUASI-E” assina em 31 de Agosto de 2000 um protocolo com a Enterprise DirectorateGeneral, da Comissão Europeia, no âmbito da acçãopiloto de “Mecanismos para Facilitar a Criação e o Desenvolvimento de Empresas Inovadoras”, do Programa “Inovação e PME”, do Quinto Programa-Quadro. Esse protocolo teve como objectivo definir o envolvimento da Escola de Engenharia da Universidade do Minho numa iniciativa que se veio apelidar de “QUASE-EMPRESA”, envolvendo na altura 3 departamentos, o de Engenharia Biológica, o de Engenharia Civil e o de Engenharia Mecânica. Teve essa iniciativa “QUASEEMPRESA” como missão a “promoção de actividades de investigação e de desenvolvimento tecnológico daqueles departamentos orientadas para empresas e outras instituições afins, nomeadamente o apoio técnico a empresas industriais e de serviços, públicas ou privadas, assistindo-as na orientação e execução de investigação e desenvolvimento tecnológico, bem como a resolução de problemas técnicos especializados relacionados com a prevenção, tratamento e valorização de resíduos industriais”. A Universidade do Minho, nomeadamente a sua Escola de Engenharia, assumia assim formalmente uma postura de relacionamento com o exterior de forma organizada e dirigida. Era “quase” como uma empresa. Estamos nas “origens das origens” do CVR. Daquela iniciativa resulta a constituição de uma “associação científica e tecnológica, sem fins lucrativos e de natureza privada” denominada CENTECO – Centro de Prevenção, Valorização e Tratamentos de Resíduos, que teve como associados constituintes, a TecMinho e a Universidade do Minho. Não foram fáceis os primeiros passos desta estrutura. Das diversas empresas com quem se estabeleceram contactos, dos mais variados sectores, foram muito poucas as que mostraram abertura para desenvolverem colaboração e de entre estas ainda menos as que tinham ideias concretas para essa colaboração. Foi a “teimosia” dos elementos daqueles departamentos da Escola de Engenharia e da própria TecMinho que levou a que o projecto vingasse. Cometeria uma grande injustiça se aqui não fizesse uma referência muito especial ao Professor Fernando Castro, do departamento de Engenharia Mecânica, pois foi sem dúvida o elemento-motor do CENTECO, afirmando-o e criando-lhe o seu próprio espaço de intervenção. A dinâmica então gerada levou a que a estrutura deixasse de ser uma “quase-empresa” e passasse a ser uma “empresa”. Nascia assim o CVR numa lógica de evolução natural de maturidade. A partir daqui entra-se num novo capítulo da “história”, que outros contarão decerto melhor do que eu. paulo pereira presidente da escola de engenharia da universidade do minho As instituições de excelência destacam-se pela sua capacidade de proporcionar à sociedade resultados de investigação para enfrentar os principais desafios da atualidade, tais como a sustentabilidade ambiental. A atividade que o Centro para a Valorização de Resíduos tem desenvolvido em colaboração com a Escola de Engenharia enquadra-se no desígnio maior desta Escola, “Uma Escola para a Sociedade”, nomeadamente através da realização de projetos de inovação e desenvolvimento, com o objetivo de encontrar soluções sustentáveis para a gestão e valorização dos resíduos. A Escola de Engenharia orgulha-se de partilhar o sucesso dos seus projetos de investigação com o CVR, este importante centro de inovação a desempenhar o relevante papel de promotor da transferência de conhecimento para a sociedade contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do ambiente. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 17 ANOS carlos bernardo professor catedrático da universidade do minho O CVR tem-se afirmado, nos últimos 10 anos, como um centro de transferência de tecnologia capaz de implementar soluções práticas de valorização de resíduos e de não se limitar apenas a estudá-las. A actividade do Centro contribuiu, assim, decisivamente, para que Portugal possa vir a ser um actor relevante na implementação da nova agenda Visão 2050. horácio maia e costa professor catedrático jubilado da faculdade de engenharia da universidade do porto 1-Introdução:- O tempo passa e damo-nos conta de que passa demasiado depressa o que é mais evidente quando ao analisarmos o passado verificamos que muita das potencialidades, definidas e confirmadas, continuam como potencialidades em vez de realidades! Deste modo não é possível criar riqueza acrescentando valor às substâncias que a não têm antes de entrarem nos mercados de transformação. O facto de o Centro para a Valorização de Resíduos (CVR) estar a comemorar dez anos de existência permitirá certamente que os seus dirigentes façam um balanço das atividades levadas a cabo e qual o seu impacte, dos pontos de vista económicos e financeiros, na indústria nacional. Há dias, nas Cerimónias do 10 de Junho, o Reitor da Universidade Clássica de Lisboa trouxe mais uma vez a “terreiro” a importância do conhecimento para o desenvolvimento económico do País. As razões que lhe assistem são conhecidas desde sempre e têm sido repetidamente reiteradas quando se trata da ligação Universidade-Indústria e se afirma que não funciona ou raramente funciona. Todos reconhecem que há muitos e bons investigadores, que as Universidades “produzem” conhecimento, que os organismos de interface com as Universidades desenvolvem grande atividade mas a nossa economia permanece com estruturas economicamente não sustentáveis. Porquê? Haverá que desmistificar a situação e dar a conhecer a realidade. O CVR, sendo um organismo de interface Universidade-Indústria está certamente bem posicionado para deduzir, na área de “negócio” em que se insere, as razões objetivas que perturbam ou impedem a transposição dos conhecimentos, de que dispõe, para a realidade industrial. 2- Reciclagem de matérias-primas minerais:- Nos anos 60 do século XX, estava já em atividade a CECA (Comunidade Económica do Carbono e do Aço) quando 18 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s os países europeus se deram conta de que o Japão, saído derrotado da 2ª Guerra Mundial, estava a crescer fortemente e não possuía nem matérias-primas nem energia. Por isso, tinha instalado “à beira mar” as suas unidades industriais e estava a abastecer-se nos mercados internacionais utilizando no transporte das matérias-primas de que carecia navios (mineraleiros e petroleiros) de grande tonelagem que descarregavam nos seus portos devidamente equipados para o efeito. Esta estratégia foi “copiada “ pelos países europeus considerando que tinham dinheiro e portanto, as matérias-primas e energia necessárias ao seu desenvolvimento económico passariam a ser adquiridas onde estivessem disponíveis. Foram fechadas todas as explorações mineiras e não se cuidou de continuar a prospeção para descobrir novas jazidas, utilizando os muito elevados conhecimentos geológicos então disponíveis. Por isso, atualmente as reservas de produtos minerais e energéticos, nos países da EU a 27, são insignificantes relativamente às necessidades de abastecimento da indústria neles instalada. O recente documento “Matérias -primas críticas para a EU”, do «Grupo de Trabalho Ad-hoc na definição de matérias-primas críticas», da Comissão Europeia (2010), é o “espelho” da estratégia errada a que acima aludimos. Muitos responsáveis europeus e muitos nacionais chamaram, atempadamente, a atenção para as dificuldades de abastecimento que viriam a sentir-se mas, sem resultados. Com efeito, os recursos disponíveis a nível mundial não são ilimitados, e à medida que a procura cresce, devido à industrialização dos países emergentes, os preços de mercado aumentam. Mas, como os países produtores, têm de vender no mercado de concorrência, os preços de venda são aí fixados. Por isso, dantes, os preços eram ditados pelos fabricantes (Custos+Lucro=Preço) que os clientes ANOS pedro machado diretor-geral executivo da braval administrador do cvr em representação da aiminho Venho felicitar o CVR pelo 10º Aniversário, uma Instituição que em muito contribui para o desenvolvimento e engrandecimento da nossa Região. Uma instituição de referência, da qual me orgulho fazer parte, no Conselho de Administração, desde a sua fundação, em representação da AIMinho. Ao longo desta década, o CVR, como associação científica e tecnológica, sem fins lucrativos, tem vindo a cumprir a sua missão com rigor, honrando os objectivos auto-propostos, superando, muitas vezes, todas as expectativas. pagavam; atualmente, a posição dos mercados determina que o Lucro= Preço-Custos, ou seja, se os custos forem superiores aos preços fixados pelos mercados o lucro é negativo! Assim, aumentando os preços das matérias-primas e sendo a estrutura de custos dos produtos fabricados muito diferente nos países emergentes (China, India, Brasil, Rússia) relativamente aos países ocidentais, o lucro nestes, vai sendo cada vez mais difícil de obter. Verifica-se ainda que os países emergentes são detentores de elevadas reservas das chamadas matérias-primas críticas (tungsténio, terras raras, lítio, etc.) e por isso, a EU pode vir a ter dificuldades de abastecimento ou ser obrigada a pagar preços exorbitantes para manter em funcionamento a sua indústria atual e, mais tarde a que resultará do desenvolvimento de novos materiais devido à investigação e avanço tecnológico. Para concluir, permito-me transcrever um parágrafo do Relatório acima indicado, cuja leitura recomendo: “O abastecimento de matérias-primas não é apenas uma questão de disponibilidade das matérias-primas primárias mas também das secundárias. Assim, torna-se necessário considerar as reciclagens. Uma vez que as matérias-primas recicladas são outra fonte de abastecimento, quanto maior o nível de reciclagem na EU menor o risco de abastecimento e vice-versa.” Isto só será verdade quando os resíduos, deixarem de ser “lixo” e forem, até se provar o contrário, tratados como uma matéria-prima! O CVR adquire por isso, um papel muito relevante, se assumir, pela positiva, a enunciação de uma estratégia conducente à valorização dos resíduos, de que a indústria necessita para continuar a trabalhar e a produzir, para vender nos mercados. De forma exemplar tem prestado, ao longo dos anos, inúmeros serviços na área dos resíduos abrangendo quer o tratamento, quer a sua valorização e até mesmo a prevenção, baseados no know-how técnico e científico. Este sucesso deve-se, fundamentalmente, ao grande desempenho, capacidade e dedicação dos seus colaboradores. Colaboradores esses que potenciaram e potenciam um leque tão diversificado de serviços, desde o tratamento de efluentes, à produção de biocombustíveis, auditorias, vários tipos de análises, caracterizações, estudos e avaliações. Os seus cerca de 80 associados, provenientes de diversos sectores de actividade, reconhecem este trabalho, posto ao serviço das suas empresas, proporcionando também a sua própria evolução e melhoria contínua. O CVR apresenta-se também como uma entidade de referência quer a nível nacional, quer internacional no âmbito da investigação e desenvolvimento de novos projectos na área dos resíduos. A sua administração sempre se pautou por uma dinâmica e proactividade que lhe permitiu estar sempre na vanguarda da investigação científica e tecnológica. Por tudo isto, por estes 10 anos que tive a honra de acompanhar, faço votos de continuidade e dos maiores sucessos futuros. A todos um grande Bem-Haja! va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 19 ANOS armindo vieira martins administrador na alumínios ibérica, s.a. administrador do cvr A Alumínios Ibérica assume-se como uma empresa na área da anodização e termolacagem de perfis, chapas e acessórios de alumínio. Sendo uma empresa cuja visão assenta no futuro, a Alumínios Ibérica procura constantemente novas soluções para melhorar os aspetos ambientais. A parceria entre a Alumínios Ibérica e o Centro para a Valorização de Resíduos (CVR), permitiu que fossem desenvolvidos projetos, que permitiram obter uma melhoria efetiva, quer ao nível ambiental, quer ao nível económico da empresa, desde logo porque todos os projetos desenvolvidos em parceria com o CVR permitiram uma investigação aprofundada do tema em questão e o desenvolvimento de técnicas apropriadas. Com o apoio do CVR é possível a realização de ensaios, que permitem avaliar do ponto de vista ambiental e técnico, a incorporação de resíduos da empresa em processos de fabrico de outros produtos. O apoio dos Vales I&DT, juntamente com o apoio do CVR permitiu que fosse possível reaproveitar alguns resíduos, obtendo-se novos produtos, economicamente viáveis, que permitem responder aos desafios atuais, permitindo também reforçar a competitividade entre empresas. luís araújo eng.º civil / consultor ex-administrador do cvr em representação da fdo-sgps, s.a. Já vai longe o tempo dos primeiros passos do ainda menino, CVR. Reuníamos no departamento de mecânica, na área do Prof. Fernando Castro. Discutíamos então o futuro possível duma associação científica e tecnológica. Discutíamos a desejável e imprescindível ligação ao tecido empresarial. Assistia-se ao nascimento do actual edifício do CVR, discutiam-se os custos e os financiamentos. Hoje na comemoração do seu 10º aniversário, este menino está feito homem. A sua dimensão, os seus projectos, o seu reconhecimento disso são prova. antónio carlos rodrigues presidente do conselho executivo da casais - engenharia e construção, s.a. administrador do cvr Os meus sinceros parabéns a todos os que contribuíram e a todos os que continuam a contribuir com o seu melhor para que o CVR seja a instituição de referência que hoje é. Parabéns CVR. A experiência e competência do CVR - Centro para a Valorização de Resíduos revelam-se essenciais para o desenvolvimento de estudos de viabilidade dos nossos projetos na área dos resíduos. Os trabalhos que o CVR desenvolve quer ao nível das análises, quer ao nível do desenvolvimento de tecnologias para tratamento e valorização de resíduos demonstram a sua credibilidade como laboratório de referência nesta área e o extenso contributo dado ao longo destes dez anos no setor do ambiente. 20 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ANOS miguel rodrigues administrador da cjr – cândido josé rodrigues, s.a. Numa era dominada pela tecnologia e pelo conhecimento, e perante uma atual conjuntura económica desfavorável, acentua-se a importância de garantir uma convergência de esforços entre o tecido empresarial e instituições ligadas à investigação e análise científica. Pelo exposto, o CVR, enquanto parceiro ativo da CJR em diversas áreas de investigação e desenvolvimento, merece o nosso melhor reconhecimento. A toda a equipa, um bem-haja. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 21 ANOS paulino oliveira consultor industrial ex-administrador do cvr em representação da apf Certo dia numa reunião da direção da APF, os membros dessa direção foram informados que existia um projeto de criação dum novo organismo. Esse organismo teria a designação de CVR – CENTRO PARA A VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS, e o grupo de trabalho que dinamizava a ideia estava a convidar a APF a participar não só na sua formação como também era pretensão que contribuísse na participação nos órgãos diretivos de dito organismo. Foi assim que naquele momento escassas nove pessoas ficaram a saber da hipotética iniciativa, muito difusa para os que não conheciam em detalhe nem a ideia nem os intervenientes da mesma. Eu, particularmente, fazia parte do grupo ao qual a ideia não lhe era de todo clara. Aqui começou tudo, fizemos uma reunião na Universidade do Minho, marcaram-se datas, definiram-se pessoas e assinaram-se documentos. Começou então o trabalho. Tive o especial privilégio de ter sido nomeado membro do CA do CVR em representação da APF. Jamais em tempo algum poderia eu imaginar que a ideia inicial fosse tão sólida e compacta. A ideia que formei no momento inicial encontrava-se cingida à participação num projeto de criação de um possível “laboratório” que estivesse eventualmente mais direcionado para a análise de resíduos e a emissão de um parecer técnico. A palavra VALORIZAÇÃO não fazia parte do puzzle. Pelo menos não estava presente e isso foi com certeza 22 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s o que fez toda a diferença. Usar a palavra CENTRO era inevitável, poderia ser esta designação ou outra. A palavra RESíDUOS também não transpunha um impacto relevante. Mas a VALORIZAÇÃO encarnada na sua essência sim. Faltava dar a conhecer aos interessados ou potencialmente interessados o significado da mencionada palavra. Creio que nem toda a gente sabe ainda hoje qual o potencial da VALORIZAÇÃO e creio que também não é claro que no modelo económico mundial a VALORIZAÇÃO veio criar um “spin off” do formato industrial contemporâneo. Podemos dizer que é mais uma peça na pirâmide económica. Peça que não existia de forma perene. Veio criar profissões que não existiam e veio desenvolver técnicas que eram no momento incipientes, desconhecidas ou até inexistentes. Acompanhei alguns trabalhos do CVR e no CVR. A preocupação com que as ações eram tomadas e a firmeza com que se concluíam os trabalhos eram o garante do caminho a seguir. Estive presente em muitas reuniões do CA, em todas notava que a evolução, o crescimento e a afirmação como organismo merecedor de espaço reconhecido estavam implicitamente presentes no trabalho. Disso eu nunca duvidei. Tudo galopou até ao momento em que é decidido avançar para um espaço próprio. Instalações dedicadas e que afirmassem definitivamente o CVR. Esse passo era o corolário de todas as reuniões e posições que se tinham tomado. Mas era um passo de gigan- ANOS carlos silva ribeiro professor associado da faculdade de engenharia da universidade do porto diretor técnico da apf ex-administrador do cvr te. Confesso que em alguns momentos tive as minhas dúvidas quanto a este passo. Mas também sabia que não existia outro caminho. Sabia que não existia outro caminho para que o CVR podesse viver e sobreviver e sentia que na cabeça das pessoas que trabalhavam no dia-a-dia, tudo estava claro. Quando assim é, as dúvidas passam a segundo plano e a fé no projeto tem que ser mais forte e a motivação deve ser enaltecida como principal ferramenta de gestão. Quem diria que já passaram dez anos! Quem diria que hoje a timidez e a ansiedade iniciais que estavam presentes nas pessoas que construíram esta obra deram lugar à afirmação e ao profissionalismo assumidos. Mas de outra forma também não poderia ser. O que até agora foi feito prima pelo profissionalismo que está implícito nas minhas palavras anteriores. Isso é algo que não poderemos jamais ignorar e que será certamente reservado para o futuro. As empresas/instituições são as pessoas. As pessoas formam equipas e as equipas têm que ter os seus líderes. Nenhum destes ingredientes pode faltar se quere- mos ter um projeto progressista. Vale sempre a pena felicitar e cumprimentar as pessoas que fizeram parte de todo este percurso e pessoalmente congratulo-me com o fato de ter dado o meu modesto e singelo contributo a um projeto que possuiu exatamente os tais ingredientes… A indústria de fundição nacional exporta, em valor, cerca de 85% do que produz e que por isso se tem de manter ao nível do que melhor se faz no mundo, a nível tecnológico, de qualidade, de eficiência e, como é normal e expectável, na gestão dos resíduos que forçosamente produz. Em 2006 concluímos um projeto de grande dimensão denominado “Estratégia de Desenvolvimento do Setor de Fundição – EDSF”, com três ramos de ação: Benchmarking, Energia e Ambiente. Foi promovido pela APF em parceria com um grupo de entidades: A FEUP, o CVR, o CTCV e a EDP. Não foi o primeiro projeto em que membros do CVR colaboravam com a Associação Portuguesa de Fundição, mas foi a primeira vez que se desenvolveu um sério esforço para que se indiciasse destinos de valorização potencial para os resíduos do setor de fundição, em que o CVR realizou um extenso trabalho de caraterização física, química e toxicológica quer dos resíduos, quer dos produtos que poderia vir a incorporar esses resíduos, confirmando muito daquilo que conhecíamos da prática noutros países, mas que em Portugal foi pioneiro e extraordinariamente útil. É óbvio que uma coisa é a demonstração prática de que algo é possível, e outra totalmente distinta, da realidade do dia-a-dia, é a prática da sua realização, onde entram em funcionamento as famosas “leis de mercado”, que de algum modo nos vão ditando o que é de momento possível, distinguindo-o do que é desejável, porque no final alguém tem de pagar. O setor de ligas de metais ferrosos da fundição produz va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 23 ANOS cerca de 800 kg de resíduo por tonelada de produto vendido. Desse montante, cerca de 70% são restos de areias de fundição de tipos diversos, e o restante distribui-se por finos de operações de tratamento de efluentes gasosos, escórias, refratários e outros indiferenciados. Da totalidade destes resíduos, só uma pequena proporção, inferior a 10%, é que não é inerte, essencialmente nos finos de despoeiramento. As condições económicas do país não têm incentivado a valorização externa do nosso maior fluxo de resíduos, que são as areias de fundição, até porque a sua pequena quantidade relativa e dispersão geográfica, tornam o custo de transporte muito relevante e o custo da matéria-prima virgem ainda é demasiado baixo no mercado, para que os potenciais valorizadores externos vejam nesta operação uma vantagem economicamente interessante. Mas não é só na fundição que isto acontece, é em todo o tecido industrial, normalmente em Portugal somos demasiado pequenos. O CVR tem dado um contributo relevante ao setor de fundição em diversos campos: 1. Caracterização física, química e toxicológica dos resíduos do setor; 2. Estudos técnicos e de viabilidade de incorporação de resíduos em diversas fileiras industriais, com ênfase para as cerâmicas técnicas, betões asfálticos e betões de construção, de baixa resistência; 3. Cooperação na realização de projetos de I&DT comuns; 4. Aconselhamento nas vias de valorização potencial externa; 5. Elaboração de pareceres técnicos; 6. Pareceres na área da legislação. Enfim, e de uma forma resumida, está demonstrada uma parceria útil para ambas as partes: uma industrial, outra de I&DT, indubitavelmente ligada simultaneamente à industria, mas também à investigação aplicada, onde é patente a preocupação e o cuidado colocado no tratamento dos problemas industriais. Reconhecendo a mais-valia do CVR para o setor de fundição, a APF é membro dos seus corpos sociais desde a sua fundação. Na data comemorativa da criação do CVR, cabe aqui ainda um louvor ao Prof. Fernando Portela Castro, que o imaginou e depois conseguiu atrair um conjunto de entidades externas, de colegas, de técnicos e profissionais, onde se encontra também a Prof.ª Cândida Vilarinho e outros, que tiveram a ousadia de acreditar que o CVR poderia ter uma existência autónoma duma universidade, mas ao serviço dela e da indústria. Bem hajam e votos do maior sucesso, para o bem de Portugal. 24 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ANOS antónio pouzada professor catedrático da universidade do minho No início do milénio o Professor Fernando Castro sonhou com um Centro para a Valorização de Resíduos, em sintonia com a dinâmica da Escola de Engenharia em acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos e desafios ambientais, quando cumpria funções como Presidente da Escola. Esta dinâmica tinha como objetivos a criação de instituições de interface universidade-indústria, com independência administrativa, articulação com o setor produtivo e empresarial, e de garantida autossustentabilidade. Recordo não terem sido fáceis os primeiros anos do sonho do Professor Fernando Castro, em simultâneo com os projetos Centro de Computação Gráfica e Pólo de Inovação de Engenharia de Polímeros. A, também então, limitação de recursos não permitia que se apoiasse simultaneamente a criação das três instituições. Contudo, a sua persistência e empenhamento permitiram que o CVR, pouco mais de dez anos passados esteja a comemorar hoje o seu décimo aniversário. Assim, o CVR acabou por ser o terceiro Centro a ser diretamente apoiado pela Escola, permitindo que, anos passados, viessem a posicionar-se como centros de excelência e de prestígio para a imagem da Escola de Engenharia. O tempo, a evolução globalizada das apostas industriais e científicas, e os imperativos legais nacionais e comunitários decorrentes da proteção do ambiente, vieram dar razão à existência do CVR. Desde o início das suas atividades tem sido notável a articulação com os departamentos da Escola de Engenharia, onde são feitos estudos e desenvolvimentos sobre a temática da reciclagem, nomeadamente os de Engenharia Biológica, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica e Engenharia de Polímeros. Esta interação tem permitido que o CVR se tenha posicionado como parceiro competente em áreas que vão desde a inovação em pavimentos rodoviários à garantia de qualidade ambiental dos efluentes industriais. Hoje são frequentes as publicações que abordam a incorporação de resíduos em matérias-primas virgens numa perspetiva de se conseguirem propriedades interessantes no desempenho, de se diminuir a dependência de materiais tendencialmente mais escassos e de se reduzir a tendência para a incineração ou deposição em aterro. Este contexto demonstra que a atividade que o CVR vem desenvolvendo faz todo o sentido num País que é pobre em recursos naturais, mas não o é em recursos humanos, muitos deles especializados em tecnologias emergentes e na aplicação de materiais inovadores. Contando com a infraestrutura que, com muita determinação e visão, foi possível montar-se nestes últimos dez anos, perspetiva-se um horizonte de intensa atividade para o CVR. Ela será consequente e frutificadora se se explorar ainda mais a articulação com os departamentos da Escola de Engenharia e a continuação da aposta no lançamento de projetos com parceiros internacionais. Esta ação concertada fará com que o CVR venha a desempenhar um papel relevante na superação das dificuldades do presente nacional, designadamente pela definição de alternativas para a redução da dependência de matérias-primas importadas e oferta de soluções inovadoras e competitivas com potencial de exportação. Por exemplo, são de grande oportunidade os estudos para a valorização dos resíduos sólidos resultantes da produção de óleos alimentares ou de biocombustíveis, sem falar na enorme fileira da embalagem. Nesta valorização fará todo o sentido apostar-se na incorporação do grande valor acrescentado que é o ‘know how’ dos muitos especialistas que existem na Universidade do Minho e no País, para se encontrarem soluções inovadoras que criem o ‘competitive edge’ em relação a países ainda muito dependentes da mão-de-obra de baixo custo. Estas soluções poderão, não só, ser novos produtos que se tornem interessantes pela incorporação de resíduos valorizados, mas, mais ambiciosamente, soluções e sistemas tecnológicos inovadores com potencial de projeção internacional e de exportação. Como nota final, é de referir e salientar que se está a assistir ao primeiro momento de mudança do CVR, em que o Professor Fernando Castro passa o ‘comando’ à ‘jovem’ Doutora Cândida Vilarinho. Esta mudança, que também é geracional, só pode ser vista como mais uma oportunidade para o CVR encontrar novos desafios e novos rumos, que o confirmem como mais um dos instrumentos da recuperação e relançamento do País. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 25 ANOS fernando leite administrador-delegado da lipor O CVR é para a LIPOR um Parceiro de Excelência, uma Organização de vanguarda no domínio do Conhecimento e à qual recorremos para Consultadoria e Trabalhos Laboratoriais. Importante é a base associativa do Centro, envolvendo a Universidade do Minho, Associações Empresariais, Empresas, o que lhe dá uma ligação excelente para o lado prático da Ciência e do Conhecimento. A LIPOR associa-se ao 10º Aniversário do CVR, augurando ao Centro um futuro promissor, que no nosso caso de certeza estará ligado ao potencial que a LIPOR vê nos Resíduos, ou seja Resíduos como Recursos e aí teremos visões comuns. Parabéns CVR. paulo praça diretor geral da resíduos do nordeste, eim O CVR - Centro para a Valorização de Resíduos, prestigiada instituição de investigação e análise científica aplicada na área da valorização de resíduos, comemora o seu 10º aniversário. Tal facto constitui, de per si, um motivo de felicitação o que faço com todo o prazer em meu nome pessoal e da Resíduos do Nordeste. Contudo, entendo que o mais importante é destacar o profícuo trabalho desenvolvido em procurar tornar os resíduos num produto com valor. E, de facto, os resultados alcançados são evidentes em diversos sectores da atividade económica, destacando a gestão dos resíduos urbanos, aspecto essencial numa sociedade desenvolvida, em que estes serviços de interesse económico geral são um dos pilares da nossa cidadania. Espero que Portugal continue a fazer uma aposta estratégica no sector dos resíduos. Parabéns ao CVR e votos de sucessos futuros. isabel vasconcelos vereadora do ambiente e serviços urbanos da câmara municipal de arouca Conheço o Centro para a Valorização de Resíduos desde a sua criação em 2002. Ao longo do trabalho que fui desenvolvendo em diferentes organismos da Administração Pública do Ministério do Ambiente, contei sempre com os serviços do CVR em áreas que sabia serem muito bem desenvolvidas por essa instituição. Refiro-me nomeadamente às análises aos resíduos sólidos, mas também aos projetos de I&D que tive oportunidade de acompanhar e apreciar pela qualidade que apresentavam. Tivemos longas e muito produtivas discussões sobre diferentes assuntos ao longo dos anos. Estou presentemente no 3º ano de mandato na Câmara Municipal de Arouca, como Vereadora do Ambiente e Vice-Presidente, e continuo a recomendar o CVR como um Centro para Valorização de Resíduos atual e sempre em desenvolvimento, a quem se pode recorrer com confiança. 26 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ANOS eduardo pinto diretor executivo do ccg - centro de computação gráfica São passados dez anos desde a constituição, implantação e afirmação do CVR - instituição do sistema de Inovação Português e da Universidade do Minho, em particular. É, portanto, chegado o momento de reconhecer as mais valias geradas para todas as partes envolvidas no processo de transferência de tecnologia - empresas, universidades e entidades de investigação científica e a sociedade em geral pelo esforço sustentado de investimento no conhecimento e na qualidade, que com os seus resultados encoraja a sua aplicação produtiva - Valorização económica. Tenho acompanhado o CVR nos últimos anos com maior proximidade onde pude testemunhar que a afirmação do CVR na valorização económica do conhecimento é inquestionável. Ao CVR parabéns por esta década e muitas felicidades para a próxima que agora se inicia. rui magalhães diretor-geral do pólo de inovação em engenharia de polímeros (piep) Tive a oportunidade de acompanhar a implantação do projecto do CVR no âmbito de uma experiência homóloga. Passados 10 anos desse momento, que agora se celebra, é justo o reconhecimento do mérito da aposta feita. A prova está à vista de todos: uma interface de sucesso, com pessoas de valor. A afirmação do CVR no domínio da valorização de resíduos é inegável, e as sinergias entre ambas as instituições são uma realidade. A todo o CVR, parabéns pelo excelente trabalho. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 27 ANOS domingos jerónimo advogado Reconhecer o relevante contributo que o CVR tem dado no domínio da recuperação e valorização dos resíduos em Portugal, e disso dar pública nota, é o singelo propósito deste testemunho que procura assinalar o seu aniversário. Ao referenciar as áreas de intervenção e algumas das principais actividades que o CVR tem vindo a desenvolver, manifesto se torna concluir pelo exemplo de uma conseguida integração e articulação de competências afirmadas nos domínios da análise científica e da aplicação de soluções de valorização de resíduos no tecido empresarial. Instituição privada sem fins lucrativos, o CVR tem afirmado os seus saberes num espectro alargado de serviços que presta, relevando, muito particularmente, as áreas de I&DT e de consultoria especializada a entidades nacionais e internacionais. A ligação do CVR às empresas, aos centros de saber e aos organismos públicos nacionais e internacionais que se posicionam no sector da recuperação e valorização dos resíduos tem proporcionado o incremento de importantes relações de cooperação destinadas a fomentar a componente científica, a aquisição de conhecimentos, a transferência de tecnologia, e o acesso a novas oportunidades de participação em projectos de cooperação nacional e internacional. No domínio da valorização de resíduos, importa assinalar a participação do CVR em relevantes projectos internacionais, como o VALUE, orientado para a identificação, validação e difusão das tecnologias de tratamento e 28 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ANOS valorização de resíduos para aplicar nas PME transformadoras de produtos hortícolas do espaço SUDOE, como o OiLCA, que visa a melhoria da competitividade e a redução da pegada de carbono do sector do azeite, mediante a optimização da gestão de resíduos e implementação de uma eco etiqueta, ou como o BIOMASUD, cujo fim último é o de contribuir significativamente para a melhoria da sustentabilidade para a preservação e proteção do meio ambiente natural do SUDOE, através da implantação de sistemas de certificação e rastreabilidade em toda a cadeia de valor dos biocombustíveis sólidos, possibilitando, por essa forma, certificar o cumprimento de requisitos mínimos de sustentabilidade que assegurem práticas mais adequadas no campo da biomassa. Relevam também os projectos nacionais em que o CVR tem vindo a participar, como o VALMETAIS, que visa desenvolver e optimizar um novo processo de tratamento hidrometalúrgico integrado de valorização de lamas galvânicas, capaz de ser integrado na indústria, ou como o PVC4GAS, destinado à remoção prévia do cloro dos resíduos com PVC, para possibilitar a posterior valorização energética. No âmbito dos projectos destinados à recuperação e valorização dos resíduos com particular incidência na cadeia de valor dos biocombustíveis, o CVR tem vindo a desempenhar um papel muito importante como entidade dinamizadora dos conhecimentos adquiridos em I&DT nesse domínio, ao promover a sua integração e intensificação tecnológica sustentável no tecido económico e empresarial, tendo em vista não só a sensibilização de alternativas inovadoras ao consumo de biocombustíveis de primeira geração, mas também o incentivo de uma gestão sustentável de resíduos. Para tal efeito, o CVR tem vindo a desenvolver um conjunto de relevantes iniciativas, ao promover a valorização, qualificação, e gestão integrada dos recursos endógenos sustentados em biomassas, nas regiões em que os mesmos se podem processar, desenvolvendo, neste domínio, um significativo conjunto de parcerias e projectos com empresas e autarquias, valorizando, assim, os sistemas produtivos locais. sumo de biocombustíveis de primeira geração, surgindo assim a necessidade de incentivar e intensificar a investigação em questões chave, como a sustentabilidade e o incremento de biocombustíveis alternativos avançados. Neste contexto, a EBTP contribui para o desenvolvimento do custo competitivo da cadeia de valor dos biocombustíveis, para a criação de uma indústria de biocombustíveis e para o acelerar do desenvolvimento sustentável dos biocombustíveis na União Europeia, através de um processo de promoção da investigação, desenvolvimento tecnológico e demonstração, junto dos centros de I&DT, das empresas, e das entidades públicas responsáveis pela promoção de políticas públicas ambientais. A participação do CVR na rede EBTP permite-lhe o incremento das relações de cooperação internacional para fomentar o I&DT, o acesso a conhecimentos em tecnologias sustentáveis, o acesso a novas oportunidades de participação em projectos de cooperação internacional dentro dos programas que a rede EBTP promove, a maior visibilidade do I&DT desenvolvido em Portugal e o seu envolvimento na consecução das metas em sustentabilidade da Estratégia Europeia 2020. Através da sua participação nesta rede, o CVR desempenhará um papel importante como entidade dinamizadora dos conhecimentos adquiridos e como entidade com competências para a promoção de uma adequada interligação entre os agentes públicos e privados que intervêm no sector, contribuindo assim para o desenvolvimento de um modelo económico sustentável. A colaboração que ao CVR temos vindo a prestar no domínio da assessoria jurídica que a sua actividade requere, habilita-nos com a convicção fundamentada de que o caminho já percorrido deixa antever, para um futuro de desafios incontornáveis, o contributo que ao CVR está reservado para o desenvolvimento de uma sociedade economicamente mais justa e equilibrada, porque ambientalmente mais sustentada. Do que se refere, constitui exemplo significativo a participação do CVR, como entidade líder, no projecto EBTP (European Biofuels Technology Platform). A rede EBTP foi criada em 2006, como resposta à preocupação pública sobre o impacto causado pelo conva l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 29 ANOS delfim trancoso responsável pela qualidade, segurança e ambiente da europa&c kraft viana, s.a. Europa&c Kraft Viana é o quarto produtor europeu de papel kraftliner destinado à indústria de embalagens de cartão canelado com uma capacidade de produção de 350.000 toneladas por ano. Cerca de 90% do papel produzido é exportado, o que converte a instalação em um dos maiores exportadores de Portugal. Na sua atividade utiliza matérias-primas naturais, principalmente a madeira de pinho que complementa com eucalipto, na produção de pasta crua de celulose que posteriormente integra em papel. A partir do final dos anos oitenta, passou a incorporar pasta reciclada produzida a partir de papéis recuperados. Hoje, a Europa&c Kraft Viana é o maior reciclador de papéis recuperados de Portugal, dando valor a cerca de 150 mil toneladas de papéis recuperados por ano. A produção de papel acarreta igualmente a produção de diversos resíduos, cuja quantidade tem vindo a ser reduzida ao longo do tempo, através de uma maior eficiência dos processos produtivos. A Europa&c Kraft Viana procura utilizar os seus resíduos, sempre que possível, em proveito próprio. Logo no início da sua atividade dispôs de uma caldeira para valorização energética da casca proveniente do descasque do pinho. Sendo os efluentes separados por natureza, trata-se o efluente fibroso visando a remoção dos sólidos, sendo estes incorporados no fabrico do papel através da unidade de reciclagem de papéis recuperados. Por sua parte, esta unidade produz rejeites que são valorizados energeticamente na nova caldeira de biomassa de leito fluidizado assim como as lamas biológicas da ETAR. O início deste século trouxe uma nova dinâmica relativa à eficiente gestão de resíduos. Os resíduos que, inicialmente, não apresentavam qualquer interesse e que acabavam por ser depositados em aterros, foram postos em causa, começando a haver quem encontrasse forma de serem valorizados. Inicialmente a TecMinho e, logo de seguida, o CVR, Centro para a Valorização de Resíduos, trabalharam ativamente com a Europa&c Kraft Viana no sentido de encontrar destino para resíduos que até aí não apresentavam qualquer interesse: dregs, grits, areias e cinzas da caldeira, etc. Foram largos anos de colaboração ativa, análise de resíduos, ensaios para valorização material no cimento, em tijolos e outros materiais de construção. Foi, sobretudo, uma abertura de horizontes, uma rejei30 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s ção de dar como perdida uma causa, uma vontade e ilusão de dar valor ao aparentemente inútil. A gestão dos resíduos passou a ter um papel central na gestão ambiental, dando prioridade à valorização face à deposição final em aterro. Nem todos os estudos nos puderam conduzir a soluções técnicas e económicas ideais. Contudo, podemos dizer que em 10 anos conseguimos reduzir a quantidade de resíduos para aterro para metade do seu valor inicial. É um progresso importante, para o qual o CVR deu um impulso importante, demostrando que esta é uma indústria responsável que promove o desenvolvimento sustentável. Deixamos publicamente os nossos sinceros agradecimentos por estes 10 anos de colaboração e votos de sucesso futuro para bem da instituição, da indústria e do ambiente em geral. Continuaremos a contar com o CVR como parceiro na procura de soluções e como fornecedor de serviços analíticos, através dos seus excelentes laboratórios, para controlo de efluentes líquidos, emissões gasosas e, obviamente, resíduos sólidos. eduardo ferreira sócio fundador da vimasol - energias renováveis, lda. Com a fundação do CVR e a sua ligação à Universidade do Minho, foi ocupado um espaço crucial para o desenvolvimento económico, através da valorização de resíduos. A Vimasol beneficiou da ligação privilegiada ao CVR, pela participação no consórcio do projecto CEBIO – Rede de Competência para a Bioenergia, entre 2006 e 2008; foram os resultados desta rede que proporcionaram o lançamento de um projecto conjunto entre a Vimasol, CVR e Universidade do Minho para implantação de um projecto piloto para fabricação de pellets de biomassa com incorporação de diversos resíduos industriais. Este projecto permitiu à Vimasol diversificar a sua actividade para um sector que se projecta no futuro, aumentando o seu volume de negócios de forma estruturada. A ligação ao CVR é ainda hoje estreita e é com orgulho e satisfação que assistimos a este 10º aniversário ao qual nos associamos. Parabéns ao CVR! A Vimasol espera continuar a ter o privilégio de ser um parceiro desta entidade de referência nacional e internacional no sector dos resíduos e biomassa. ANOS bernardo mendonça diretor de centro da saint-gobain weber portugal, s.a. Os Resíduos são, na sociedade de hoje, uma preocupação. O destino a dar à enorme quantidade de resíduos gerados diariamente pela população e indústria coloca-nos várias questões: 1- Questão sanitária – Esta questão relacionada com os resíduos é-nos posta desde sempre. O destino a dar aos resíduos domésticos urbanos foi uma questão importante desde a antiguidade. Tivemos sempre a noção de que estes são focos de doenças e infecções. 2- Questão da poluição – Uma má deposição dos resíduos provoca uma poluição descontrolada. A contaminação das águas e dos solos é inevitável, com todas as consequências que daí advêm. 3- Questão de ordenamento de território – A deposição de resíduos de uma forma controlada exige espaço, investimento e controlo (traduzido em mão de obra e equipamentos) que nem sempre são fáceis de encontrar. Por um lado pretendemos solução perto das fontes de resíduos (custo de transporte reduzidos), mas por outro os aterros sanitários estão normalmente localizados em zonas pouco habitacionais. É sabido que os aterros existentes em Portugal estão a ser cheios a um ritmo muito elevado, havendo alguns já fechados ou em vias de estarem com a sua capacidade esgotada. Cientes de que a deposição em aterro não deve ser a única forma de resolver o problema associado aos resíduos, outras técnicas são já utilizadas em Portugal para a redução dos montantes a colocar em aterro. A Inceneração é a mais comum forma de redução drástica dos volumes de resíduos, sendo, normalmente, recuperado o calor gerado por este processo na produção de energia eléctrica. Este processo, no entanto, não poderá ser aplicado à totalidade dos resíduos gerados, quer por questões ambientais com a emissão de poluentes demasiado elevada e perigosa, quer por questões práticas, como a dificuldade de controlo do processo, dano nas instalação ou mesmo uma redução pouco significativa do va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 31 ANOS volume de resíduo (Não tentamos incinerar um resíduos inerte). No entanto, não há dúvida de que a melhor solução a dar aos resíduos será a sua incorporação como matéria-prima noutras indústrias. Encarar o resíduo como um recurso é pensar out of the box. Nesta situação, poderemos estar a contribuir de várias formas para uma gestão sustentável dos resíduos: 1- Estamos a preservar matérias-primas, algumas delas muito escassas. 2- Estamos a contribuir para menores quantidades a depositar em aterro. 3- Estamos a dispersar poluentes em vez de os concentrarmos em quantidades perigosas para a saúde e ambiente. O CVR surge então como uma entidade capaz de encontrar quais os destinos a dar a determinado resíduo, tendo em conta o seu impacte ambiental e valorização, potenciando a utilização do resíduo como uma matéria-prima. Foi neste enquadramento que a relação da fábrica de produção de Argila Expandida Leca com o CVR já data de há muito tempo, tendo os primeiros contactos sido iniciados em 2006. Após alguns trabalhos, desenvolveu uma parceria para o estudo aprofundado da possibilidade de incorporação de alguns resíduos no material produzido, tendo culminado num projecto Ideia. Esta prática, comum em países Nórdicos e Alemanha, tinha de ser avaliada em Portugal. No campo dos resíduos, cada caso é um caso, pois estes são diferentes de local para local. O CVR contribuiu com duas valências importantes: 32 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s 1-Técnica Nos aspectos técnicos o CVR contribuiu com o seu Knowhow e laboratório. Era importante que alguns requisitos do projecto fossem respeitados e que as conclusões fossem claras. Destaco dois: i-Características do produto final A incorporação dos resíduos numa matriz cerâmica não levasse a que o produto final tivesse lixiviados tóxicos. ii-Processo de fabrico. A incorporação de resíduos pode levar a impactes ambientais na produção. A monitorização dos efluentes resultantes e a posterior análise e avaliação de impactes. 2-Comercial O CVR colocou ao dispor, através de um conjunto de contactos próprios, a possibilidade de incorporação de resíduos de várias origens. O facto do CVR trabalhar com várias entidades quer do lado do produtor de resíduo, quer do lado do possível destinatário final, permite-lhe fazer a ponte entre ambos. Neste sentido, contribuiu com um aproximar de interessados na resolução de problemas e na criação de oportunidades de negócio. Da excelente experiencia de cooperação obtida com o CVR, ficamos a conhecer melhor as possibilidades de incorporação de resíduos no processo de fabrico de Argila Expandida, abrindo para novas possibilidades de valorização e rentabilização da unidade fabril. ANOS cláudia pedro direção ambiental e segurança e saúde da schmidt light metal group Dez anos ao serviço da valorização de resíduos! É com grande satisfação que a Schmidt Light Metal, Fundição Injectada, Lda. – SLM, uma das associadas fundadoras do Centro para a Valorização de Resíduos – CVR, se associa à comemoração do seu 10º. Aniversário. Desde a sua constituição, em Julho de 2002, e até ao presente, que o CVR é uma entidade de referência no sector, que tem conseguido demonstrar profissionalismo, dinamismo e credibilidade, sobretudo devido ao seu know-how técnico e ao franco crescimento nas áreas de investigação e desenvolvimento tecnológico ao serviço das empresas, nomeadamente na área ambiental. O CVR e a SLM sempre entenderam os resíduos como recursos, com valor económico, ambiental e social pelo que, ao longo dos anos, desenvolveram com sucesso, parcerias estratégicas e projectos de investigação na procura de soluções inovadoras para resíduos específicos do sector da fundição, de forma a ultrapassar as resistências burocráticas e administrativas que foram surgindo. É por todos estes motivos, que almejamos ao CVR novos desafios e oportunidades no futuro. Bem hajam! normando ramos administrador na metais jaime dias, s.a. O meu primeiro contato direto com o CVR ocorreu em 2004, quando exercia funções na Direcção de Ambiente da REFER, EPE. Dos trabalhos realizados gostaria de realçar, pela sua importância, o estudo de caracterização dos resíduos de travessas de madeira (sulipas), que pela sua qualidade e objetividade permitiu alcançar a desclassificação de resíduo perigoso, conseguindo-se assim assegurar a valorização das sulipas em território nacional, com a consequente diminuição de custos para o erário público. Neste 10º aniversário do CVR, gostaria de desejar ao Prof. Fernando Castro e à sua excelente equipa de colaboradores a continuação do excelente trabalho na identificação de novas formas de valorização de resíduos, para que cada vez mais possam ser encarados como recursos. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 33 ANOS augusto ferreira diretor-geral da tecminho Nos anos 2000 e 2001, a TecMinho promoveu a génese do que viria a ser o CVR quando criou uma “quaseempresa” que assegurava intermediação e apoio comercial à prestação de serviços por parte de docentes da Universidade do Minho na área da valorização de resíduos. Comprovado o interesse do mercado por esta iniciativa, considerou-se que havia condições para a prestação destes serviços de forma mais profissional e com infraestruturas próprias. Foi então submetida uma candidatura coordenada pelo Prof. Fernando Castro ao “Programa Operacional da Economia” tendo em vista a criação do CVR que viria a ser aprovada em maio de 2002. Desde a sua fundação, o CVR provou ser uma organização da maior utilidade para as empresas e entidades que recorrem aos seus serviços. A TecMinho, que é um dos seus associados constituintes e sempre fez parte dos órgãos sociais, felicita vivamente o CVR pelo 10º aniversário e formula os melhores votos de sucesso para o futuro. marta catarino diretora do departamento de transferência de tecnologia da tecminho Em 2000 a TecMinho apresentou-me um enorme desafio: ser promotora de um modelo semi-empresarial de apoio à investigação aplicada da UMinho, na área da valorização de resíduos. Numa altura em que não se falava ainda em empresas spin-off e as Universidades portuguesas muito caminho tinham a fazer na consolidação de estratégias de valorização do conhecimento por via da criação de novas empresas, a TecMinho apoiou a visão e empenho da equipa liderada pelo Professor Fernando Castro, promovendo junto do mercado os serviços da Universidade nesta área. Do sucesso destas primeiras iniciativas, consolidou-se a ideia do que viria a ser o CVR, que 10 anos após a sua criação, apresenta um dinamismo e um reconhecimento pelo mercado que o torna um caso de sucesso na ligação da Universidade à indústria. manuel fonseca e almeida professor associado com agregação convidado da faculdade de engenharia da universidade do porto Os 10 anos de vida do CVR que ora se celebram configuram o princípio da adolescência auspiciosa duma instituição que, convém que se diga, tem raízes antes de 2002. De facto, poderei dizer que o CVR começou a desenhar-se quando o Prof. Fernando de Castro, bastantes anos antes, assumiu nos resíduos o foco duma actividade necessária e sustentável. Porém, essa perspectiva não a confinou ao âmbito da Universidade do Minho, percebendo o risco de a ter de restringir a horizontes menos latos e de vir a descurar o pragmatismo que frequentemente as instituições de I&D não sabem ou podem ter. Assim, o CVR não se tornou somente numa instituição que difunde conhecimento e investiga, mas tem nessa prática um cunho eminentemente aplicado e uma ideia de transposição a prazo não dilatado. Esse pragmatismo fê-lo aproximar-se dos que 34 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s nos resíduos têm problemas a resolver, conquistandolhes a confiança ao longo dum processo de demonstração sucessiva de utilidade e eficácia. Simultaneamente, porque o CVR se soube rodear de colaboradores competentes, ele tornou-se também num elo credível e tranquilizador para aqueles que têm no rol das suas funções a de proteger os interesses da Comunidade em matéria de qualidade da gestão ambiental. Em resumo, se outros atributos poderia elogiar nesta altura de festa, entendo realçar este papel do CVR no estabelecimento da consonância entre os reguladores, os académicos e os que querem ver o problemas resolvidos com eficácia e sem demora. Por isso, posso aqui repetir com tranquilidade a ideia de sucesso que espero que o CVR tenha no futuro do nosso País. Parabéns a todos os que o fizeram e o estão a fazer! ANOS josé cavalheiro professor associado da faculdade de engenharia da universidade do porto Em muitas das nossas universidades o acesso a equipamentos de caracterização e processamento de materiais está quase exclusivamente dependente da disponibilidade do corpo docente ou da colaboração temporária de bolseiros, investigadores ou alunos. Imagine-se a tarefa de um médico que precisava de conhecer uns 15 parâmetros de caracterização do sangue, uma ecografia, uma imagem de raios X e um electrocardiograma usando os procedimentos habituais na investigação universitária. Talvez ao fim de largos meses e custos muito elevados tivesse conseguido obter os resultados necessários para o diagnóstico, que seria inútil se o doente tivesse entretanto falecido. A investigação que temos feito com o apoio do CVR ilustra bem a rapidez e facilidade com que alcançamos resultados quando os mesmos são obtidos no CVR, quando comparada com a parte do trabalho que depende exclusivamente da capacidade de adaptação de um bolseiro a equipamentos que não têm qualquer operador disponível. Investir em centros como o CVR articulando-os cada vez mais não só com a investigação mas também com as aulas práticas dos cursos universitários seria um enorme progresso no sentido de rentabilizar o património e a produtividade científica das universidades. aires camões professor auxiliar da universidade do minho Os princípios gerais da sustentabilidade fazem, cada vez mais, parte do nosso quotidiano e assiste-se a uma cada vez maior consciencialização para a necessidade de conservar, reutilizar, renovar ou reciclar, assegurar a coexistência com diferentes ecossistemas, criar ambientes saudáveis e não tóxicos e fomentar a qualidade na criação do ambiente construído. Neste contexto, a valorização dos resíduos assume um papel fulcral para a persecução de uma premissa fundamental: não basta fazer mais com menos; é preciso fazer menos com menos! Ao longo dos seus 10 anos de existência, o CVR tem contribuído ativamente para a concretização deste objetivo, participando em projetos diferenciados de I&DT, nacionais e internacionais, sendo de esperar que consolide e dissemine o seu estatuto de referência no setor. rosário oliveira professora catedrática da universidade do minho 2º secretário da mesa da assembleia geral do cvr No dia 10 de Julho de 2012 comemoram-se os 10 anos de existência do CVR, cujo objetivo social, de acordo com a proposta da sua criação, é ser uma “Associação que tem por objecto a promoção da actividade de investigação cientifica orientada para a prestação de serviços no campo da inovação e desenvolvimento de novas tecnologias e à colaboração neste âmbito, com organismos, empresas, instituições e universidades”, o qual tem vindo a cumprir exemplarmente. Contornar todas as dificuldades que foram surgindo ao longo destes anos, onde, sem dúvida, a fase de projecto e construção de um edifício próprio terá sido uma etapa de trabalho árduo, só foi possível devido à tenacidade, dinamismo e clarividência do Professor Fernando Castro e ao empenho da equipa técnica que o apoiou. A presidência do Conselho de Administração passou recentemente para a responsabilidade da Doutora Cândida Vilarinho, em nome de quem, desejo ao CVR em tempo de aniversário muitas felicidades e muitos anos de frutuosa actividade. va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s | 35 ANOS antónio guerreiro de brito professor auxiliar da universidade do minho Há quem possua uma visão do futuro e a ela junte a vontade de cumprir a missão da investigação científica associando uma perspectiva solidária de serviço à sociedade. Esses acrescentam à formação de conhecimento uma perspectiva mais larga, encontrando a força e revelando a tenacidade necessária para com ela construir uma interface tecnológica de apoio à competitividade das empresas portuguesas. Desde 2002 que recordo o Prof. Fernando Castro e a sua excelente equipa de colaboradores a construírem o conceito e, depois, a realidade do Centro para a Valorização de Resíduos, um espaço dinâmico que tem reconhecido a inovação e o trabalho em rede como factores essenciais para enfrentar a escassez de recursos naturais e perspectivar os resíduos como produtos para a criação de valor. josé carlos teixeira professor catedrático da universidade do minho Desde a sua fundação o CVR tem sido um importante pólo de extensão universitária. Em particular o Departamento de Engenharia Mecânica e o seu Centro tem entendido o CVR como um parceiro estratégico na condução da sua investigação, em particular aquela mais vocacionada para aplicações industriais. No contexto da valorização material e energética de resíduos o CVR é uma referência incontornável a nível nacional e internacional. Ao longo da sua existência, e como investigador, quero manifestar o apreço com que a equipa técnica e a direcção do CVR prestaram de forma profissional a colaboração necessária à execução de todos os projectos em que estive envolvido. Suportado na sua competência técnica, apenas posso desejar que o CVR reforce a sua intervenção na sociedade. madalena alves professora associada com agregação da universidade do minho O CVR - Centro para a Valorização de Resíduos é um ponto de encontro da investigação aplicada em resíduos na Universidade do Minho. A sua atuação interdisciplinar nas áreas da valorização de resíduos, aproxima diferentes conhecimentos e áreas de saber e converge num objetivo bem definido que é a sua missão de prestação de serviços de investigação, análise científica e aplicação de soluções reais na área da valorização de resíduos. O CVR tem sabido sustentar-se e manter um elevado nível de captação de financiamento através de projetos e é hoje uma interface bem consolidada e de reconhecido mérito, quer nacional, quer internacional. Na data do seu 10º aniversário, o CVR está de parabéns! antónio correia professor catedrático da universidade do minho O meu primeiro contacto com o CVR data de 2003, tendo de imediato a sua atividade de prestação de serviços técnicos e de investigação e desenvolvimento na área da prevenção, tratamento e valorização de resíduos motivado a minha colaboração. Esta traduziu-se, muito particularmente, por um projeto muito interessante para a Siderurgia Nacional, que contou também com a colaboração do investigador do LNEC, Engº António Roque, que resultou na valorização de um resíduo (escórias de aciaria) num agregado inerte para a construção (ASIC). Este e outros projetos são a prova da importância do CVR como associação científica e tecnológica na resolução de problemas ambientais em prol da Sociedade. Estou, por isso, orgulhoso de constatar hoje no 10º aniversário do CVR que esta associação ganhou um espaço de prestígio, não só no plano regional e nacional, mas também internacionalmente. 36 | va l o r i z a ç ã o d e r e s í d u o s idt lcr leg lmg dst dca Centro para a Valorização de Resíduos Campus de Azurém da Universidade do Minho 4800-058 Guimarães Telef.: +351 253 510 020 Fax: +351 253 510 029 http://www.cvresiduos.pt e-mail: [email protected] áreas funcionais operacionais idt investigação e desenvolvimento tecnológico Alexandra Castro André Ribeiro Bruna Fonseca Carlos Carneiro Joana Carvalho Coord.ª I&DT O IDT – Departamento de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico promove e implementa projetos de investigação e desenvolvimento, explorando potencialidades no desenvolvimento de metodologias inovadoras de valorização de resíduos e avaliando o seu potencial de transferibilidade. ços de debate de qualidade científica, no formato de workshops e/ou conferências, deverá possibilitar a transferência de conhecimento entre todos os potenciais utilizadores com responsabilidade empresarial e ambiental dos diversos setores de atividade. Para cada situação concreta, opções específicas de gestão de resíduos são avaliadas, do ponto de vista ambiental, técnico e económico, de forma a respeitar sempre o princípio de que os resíduos são recursos que importa não desperdiçar. áreas de Investigação A ampla difusão dos resultados obtidos, por intermédio da publicação de artigos científicos em revistas de arbitragem nacional/internacional e a criação de espa- lcr Incorporação de resíduos em materiais para construção civil Recuperação de metais e sais metálicos a partir de resíduos Processos de tratamento biológico de resíduos Processos de valorização energética de resíduos Recuperação de materiais a partir de sub-produtos animais Biocombustíveis e combustíveis derivados de resíduos Sistemas integrados de gestão de resíduos laboratório de caracterização de resíduos O LCR - Laboratório de Caracterização de Resíduos é um laboratório internacionalmente acreditado segundo a norma NP EN ISO/ IEC 17025 e conta com uma equipa altamente qualificada, com qualidade técnica e formação académica e profissional adequada de modo a prestar serviços de caracterização de resíduos, lamas, solos, efluentes ou águas para os seus clientes. Cândida Vilarinho Resp. Qualidade serviços Análise química e classificação básica de resíduos para efeitos de deposição em aterro; Classificação/desclassificação de resíduos (perigoso/não perigoso); Caracterização de combustíveis derivados de resíduos (CDR´s) e combustíveis sólidos recuperados (CSR´s); Caracterização de resíduos de construção e demolição (RCD´s); Caracterização de lamas para deposição nos solos agrícolas; Caracterização de solos contaminados; Análise de águas subterrâneas e pluviais; Análise de efluentes domésticos e industriais; Análise de lixiviados de aterros sanitários. Hugo Antoninho Irene Morais Resp. Técnica Jorge Araújo Dir. Laboratório principais equipamentos Moinho de maxilas, modelo BB 200, marca Retch, capacidade até 300 kg/h; Moinho de lâminas, modelo SM 2000, marca Retch, com 6 discos de corte com 18 lâminas; Autoanalisador MACRO de CHN simultâneo, marca LECO, modelo TruSpec; Calorímetro isoperibólico, modelo AC-500, marca LECO; Espectofotómetro UV-Vis, marca JASCO, feixe duplo, controlado por computador; Fotómetro, marca Macherey Nagel, modelo NANOCOLOR 500D; Máquinas giratórias, para ensaios simultâneos de lixiviação de resíduos para cumprimento da norma EN12457-4; Cromatógrafo gasoso, marca THERMO UNICAM, modelo TRACE2000, com dois detectores (FID e ECD), controlado por computador; Espectrómetro de absorção atómica, da marca Analytik Jena, modelo NovAA 350. laboratório de emissões gasosas Cândida Vilarinho Resp. Qualidade Jorge Araújo Dir. Laboratório José Pereira O LEG - Laboratório de Emissões Gasosas tem como principal missão, prestar serviços na caracterização de emissões gasosas em fontes fixas industriais, provenientes de todo o tipo de indústria (cerâmica, metalúrgica, têxtil, indústria automóvel, oficinas, entre outros), de acordo com a legislação em vigor, D.L. 78/2004 de 3 de Abril que estabelece o regime de prevenção e controlo das emissões de poluentes para a atmosfera. O LEG em conjunto com o LAR - Laboratório de Avaliação de Ruído do CVR, deu entrada do processo de Acreditação, serviços Os principais parâmetros que são medidos e respectivas metodologias são: Partículas totais em suspensão (Pts)- EN 13284-1:2009/ISO 9096:2003; Gases de combustão (NOx, CO, SO2, H2S, CO2, O2 )- NP ISO 10396:1998; ISO10849:1996 ;ISO 7935:1992; ISO 12039:2001; Humidade (H2O)- EN 14790:2005 ; Velocidade e caudal volumétrico- NP ISO 10780:2000; Compostos orgânicos voláteis (COV) (expressos em carbono total) e compostos orgânicos não metânicos (COVNM) -EPA18:1994; Metais pesados – EPA 29:2000; EN 14385:2004; Compostos inorgânicos fluorados, clorados e de bromo- ISO 15713:2006; EN1911:1998 ;EPA13:1999. leg Rosa Silva Resp. Técnica no referencial normativo internacional NP EN ISO/IEC 17025, junto do IPAC - Instituto Português de Acreditação, prevendo desta forma ver-lhes concedida a respectiva Acreditação durante o ano de 2012. Com esta iniciativa pretende-se ir ao encontro das necessidades e solicitações de todos os nossos clientes, garantindo excelência à prestação de um serviço completo e de valor acrescentado. principais equipamentos Amostrador isocinético, TCR Tecora Isostack Basic com o número de série 430252; Analisador de gases: Testo 350 XL, com capacidade para medir concentrações em tempo real de O2, CO, NO, NO2, NOx, SO2, H2S, e efectuar o cálculo do teor de CO2 com o número de série 1370906 / 705 / 1344897; Bomba de amostragem: Gilian 3500, com o número de série 801934; Sacos Tedlar para amostragem de COV´s; Balança analítica, Kern 440-47N, com o número de série WC0540443. laboratório de materiais e geotecnia lmg O LMG – Laboratório de Materiais e Geotecnia presta serviços de caracterização de materiais de construção civil, estudos geotécnicos e actividades relacionadas com a geotecnia. Para isso conta com uma equipa técnica especializada e com vasta experiência no ramo da construção civil. Hugo Antoninho Resp. Técnico Jorge Araújo Dir. Laboratório serviços Caracterização de cimentos; Caracterização de argamassas; Caracterização de betuminosos; Caracterização de rochas; Caracterização de agregados em laboratório e in situ; Caracterização de solos em laboratório e in situ; Caracterização de RCD’s segundo as Especificações LNEC E 473:2009 e E 474:2009. principais equipamentos Moinho de maxilas, modelo BB 200, marca Retch, capacidade até 300 kg/h; Mesa hidrogravítica Wilfley com as dimensões: 2054 mm (comprimento) x 610mm (largura), com velocidade de rotação variável; Máquina de ensaios de desgaste MicroDeval, da marca Sistemas de Ensayo S.L, modelo A1700; Máquina de ensaios de desgaste Los Angeles, da marca Sistemas de Ensayo S.L, modelo A1200; Prensa de compressão de 3000kN automática controlada com módulo de flexão a ligar à prensa; Séries de peneiros, marca RECTH, para análises granulométricas; Agitador automático marca RECTH, modelo AS200; Vibrador de preparação de cubos 15x15 de betão marca UNICORT. dst departamento de segurança no trabalho O DST - Departamento de Segurança no Trabalho procura satisfazer as necessidades dos clientes na área da Segurança no Trabalho, identificando e avaliando os principais riscos associados a cada empresa. Para isso, conta com uma equipa qualificada com uma vasta experiência na área. O LAR - Laboratório de Avaliação de Ruído, integrado no DST, em conjunto com o LEG - Laboratório de Emissões Gasosas, deu entrada do processo de Acreditação, no referencial normativo internacional NP EN ISO/IEC 17025, junto do IPAC - Instituto Português de Acreditação, prevendo desta forma ver-lhe concedida a respetiva Acreditação durante o ano de 2012. Márcia Batista Resp. Técnica serviços José Pereira principais equipamentos Avaliação de Ruído Ambiental; Avaliação do Ruído Ocupacional; Iluminância; Ambiente térmico; Contaminantes Químicos. Sonómetro Integrador Classe 1 01 DB Solo; Dosímetro Svantek SV 102; Luxímetro Extech Instruments Light Meter LT300; Bomba de aspiração Gilian 300; Medidor de Velocidade do ar, Temperatura e Humidade relativa TSI, modelo 9545; Termómetro Digital, Delta Ohm, Modelo HD 2307. área funcional estrutural dca departamento comercial e administrativo O DCA - Departamento Comercial e Administrativo é um serviço funcional estrutural do CVR. Tem atualmente uma equipa constituída por três colaboradoras. O Departamento tem por principal função prestar apoio administrativo ao Conselho de Administração e aos diversos departamentos do centro. Faz igualmente a gestão comercial dos clientes, apoia na organização de eventos técnicos e de divulgação e, ao nível da componente de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, é responsável pela gestão financeira e administrativa dos projetos desenvolvidos. operação do on.2: Nesta Operação, a inserção do CVR na rede europeia EBTP permitirá incrementar as relações de cooperação internacional para fomentar as actividades de I&D adquirindo conhecimento fundamental em tecnologias sustentáveis em biocombustíveis, promovendo a transferência de tecnologia a nível internacional. www.biocombustiveis.org “cvr into ebtp Alexandra Pedro – Elsa Lopes Rute Araújo Resp. Administrativa european biofuels technologies platform” C O N T A C T O S CVR - Centro para a Valorização de Resíduos Campus de Azurém da Universidade do Minho 4800-058 Guimarães PORTUGAL Telef.: +351 253 510 020 Fax: +351 253 510 029 http://www.cvresiduos.pt e-mail: [email protected] Director Executivo Jorge Araújo Telef.: +351 253 510 022 Departamento de Caracterização de Resíduos Irene Morais e Hugo Antoninho Telef.: +351 253 510 030 Departamento de Emissões Gasosas Rosa Silva e José Pereira Telef.: +351 253 510 026 Departamento de Materiais e Geotecnia Hugo Antoninho Telef.: +351 253 510 032 Departamento de Imagem Cândida Vilarinho Telef.: +351 253 510 020 Ó R G Ã O S Departamento Comercial e Administrativo Rute Araújo Telef.: +351 253 510 021 Elsa Lopes Telef.: +351 253 510 020 Alexandra Pedro Telef.: +351 253 510 033 Departamento de Segurança no Trabalho Márcia Batista Telef.: +351 253 510 026 Departamento de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico Joana Carvalho, Alexandra Castro Telef.: +351 253 510 025 André Ribeiro e Carlos Carneiro Telef.: +351 253 510 024 Bruna Fonseca Telef.: +351 253 510 031 S O C I A I S ASSEMBLEIA GERAL Presidente – Associação Industrial do Minho, representada por António Manuel Rodrigues Marques 1º Secretário – Associação Portuguesa de Fundição, representada por Luís Filipe Villas-Boas 2º Secretário – Universidade do Minho, representada por Domingas Rosário Veríssimo Tavares de Oliveira CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: Universidade do Minho, representada por Maria Cândida Lobo Guerra Vilarinho Vogal: Associação Industrial do Minho, representada por Pedro Jorge da Silva Ferreira Machado Vogal: Associação Portuguesa de Fundição, representada por Manuel Braga Lino Vogal: Ferespe – Fundição de Ferro e Aço, Lda, representada por Sandra Amélia Brites Coimbra Vogal: Casais - Engenharia e Construção, S.A., representada por António Carlos Rodrigues Vogal: Câmara Municipal de Guimarães, representada por Amadeu Artur Matos Portilha Vogal: Alumínios Ibérica, S.A., representada por Armindo Vieira Martins CONSELHO FISCAL Presidente: Joaquim Guimarães, Manuela Malheiro e Mário Guimarães, SROC, representada por Maria Manuela Alves Malheiro Relator: Universidade do Minho, representada por Aires Fernando Fernandes Leite Camões de Azevedo Vogal: TecMinho – Associação Universidade Empresa para o Desenvolvimento, representada por Jaime Carlos Luzia Ferreira da Silva