A importância da gestão de estoque para redução de custos nos
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A importância da gestão de estoque para redução de custos nos
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA Faculdade de Tecnologia da São Sebastião Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial EVERTON DOUGLAS DE JESUS LUIZ PAULO ALVES DA COSTA A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUES PARA REDUÇÃO DE CUSTOS NA REDE DE MERCADOS E SUPERMERCADOS DA CIDADE DE ILHABELA – SP São Sebastião 2014 EVERTON DOUGLAS DE JESUS LUIZ PAULO ALVES DA COSTA A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUES PARA REDUÇÃO DE CUSTOS NA REDE DE MERCADOS E SUPERMERCADOS DA CIDADE DE ILHABELA – SP Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como exigência parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial. Orientador: Prof. Me. Acyr Freire Junior São Sebastião 2014 EVERTON DOUGLAS DE JESUS LUIZ PAULO ALVES DA COSTA A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE ESTOQUES PARA REDUÇÃO DE CUSTOS NA REDE DE MERCADOS E SUPERMERCADOS DA CIDADE DE ILHABELA – SP Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, (09/12/2014). BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________ PROF. ME. ACYR FREIRE JUNIOR _________________________________________________________ PROF. ME. FRANCISCO ORLANDO OLIVEIRA RIBEIRO _________________________________________________________ PROF. ORLANDO JOSÉ DE SOUZA CELESTINO MÉDIA FINAL: ___________________ Este trabalho é dedicado a nossos pais, pelo esforço, força e incentivo em nossa carreira acadêmica e por acreditar sempre em nosso potencial quando até mesmo nós tenhamos desacreditado. AGRADECIMENTOS Inúmeras são as pessoas a quem devemos agradecer, foram muitas que nos ajudaram, nos prestaram informações, nos incentivaram na elaboração deste trabalho. Entre essas pessoas, as nossas famílias, que de forma singular souberam nos incentivar em toda carreira acadêmica, agradecemos a Barbara (Babi), por pegar no pé e acreditar que este trabalho poderia ser feito, ao André Luiz, pelo incentivo, ajuda e paciência com questões acadêmicas e textuais, também ao José por ajudar com o ponta pé inicial e ajudar na execução do mesmo, a Ingrid, sempre gentil e cheia de paciência. Agradecemos também a todos os professores, que com muita humildade nos passaram seus conhecimentos ao longo desses anos de FATEC, Agradecemos ao Mestre Acyr, nosso orientador pela paciência e por ser sempre objetivo com seus ensinamentos e sugestões mesmo fora de seus horários. Também agradecemos aos gestores das empresas, que nos ajudaram fornecendo informações e dispondo seu tempo para que pudessem contribuir com este trabalho. Para iludir minha desgraça, estudo. Intimamente sei que não me iludo. Augusto dos Anjos RESUMO Os estoques, segundo alguns autores são vistos como um investimento, pois faz parte dos fatores críticos de sucesso de todas as empresas que trabalham com acúmulo de materiais, assim podem ser considerados como um diferencial se bem administrados, e é deles que sai o produto final, porém com uma administração inadequada podem vir a causar custos excessivos, perdas, obsolescência e possíveis prejuízos. Através desta ótica, este trabalho teve como objetivo detectar a percepção dos comerciantes varejistas da cidade de Ilhabela-SP, a fim de constatar que a adequada administração do estoque pode reduzir financeiramente os custos relativos ao mesmo. Por meio de um questionário, foram levantados dados que puderam ajudar a entender como funcionam os mecanismos de gerenciamento de um estoque. A pesquisa de campo procurou mostrar de que forma o comerciante local compreende o estoque e os custos relacionados a esse processo, assim como sua relação na cadeia de suprimento, que vai desde o pedido no comércio, passando pelo fornecedor e voltando para a empresa até o cliente final. Deste modo, com a pesquisa efetuada, pôde ser constatado que as empresas compreendem a importância que estoques possuem e que com algumas modificações em sua estrutura de gestão podem reduzir ainda mais os gastos referentes aos estoques. Palavras-chave: Gestão de estoques. Comércio varejista. Redução de custos. Ilhabela-SP. Sazonalidade. ABSTRACT Stocks, according to some authors are seen as an investment, because its part the critical success factors of all companies working with stored materials. This way, they can be considered as a differential if well administered, and it is coming out the final product, however with a inadequate administration can cause excessive costs, losses, obsolescence and possible financial loss. Through this perspective, this study aimed to detect the perception of managers in the city of Ilhabela-SP, to ascertain that appropriate inventory management can reduce financial costs for the same. Through a questionnaire, data that could help understand the mechanisms of managing a stock work were raised. Field research has sought to show how the local merchant comprises the stock and the costs related to this process as well as their relationship in the supply chain, ranging from the application of trade, through the supplier and returning the company to the end customer. Thus, with the survey conducted, it might be noted that companies understand the importance of inventory and have that with some changes in its management structure can further reduce the costs related to inventories. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LEC Lote Econômico de Compra CTP Custo Total Anual de Pedidos B Custo Anual de Pedidos N Número de Pedidos CT Custo Total dos Pedidos Q Quantidade de peças P Preço unitário I Taxa de Armazenagem D Demanda Cp Custo do pedido Cam Custo de armazenagem TR Tempo de Reposição PP Ponto do Pedido C Consumo Médio Mensal E. Mn Estoque Mínimo Es Estoque de Segurança em Unidades Dm Demanda Média Diária K Fator de Segurança EM Estoque Médio TI Tecnologia da Informação LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Foco da empresa .......................................................................... 39 Gráfico 2 – Ferramenta para gestão de estoques ......................................... 40 Gráfico 3 – Tempo com ferramenta em uso .................................................. 40 Gráfico 4 – Percepção da redução financeira ................................................ 41 Gráfico 5 – Atualização da ferramenta de gestão estoque ........................... 42 Gráfico 6 – Verificação do estoque................................................................. 43 Gráfico 7 – Padrão de classificação de produtos em estoque ..................... 43 Gráfico 8 – Tipo de produto ............................................................................ 44 Gráfico 9 – Número de fornecedores ............................................................. 45 Gráfico 10 – Forma de efetuar pedidos .......................................................... 45 Gráfico 11 – Prevenção de demanda .............................................................. 46 Gráfico 12 – Maneira de produto ser cadastrado .......................................... 47 Gráfico 13 – Critério de importância de produtos em estoque .................... 48 Gráfico 14 – Estoque minímo .......................................................................... 48 Gráfico 15 – Como saber quanto será pedido ............................................... 49 Gráfico 16 – Calculo para perda de estoque .................................................. 50 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 1.1. Justificativa do Tema...........................................................................................14 1.2. Problema............................................................................................................ 15 1.2.1. Hipótese..........................................................................................................................16 1.3. Objetivos..............................................................................................................16 1.3.1. Objetivo Geral................................................................................................ 16 1.3.2. Objetivos Específicos...................................................................................... 17 1.4. Procedimentos Metodológicos............................................................................17 1.5. Organização do Trabalho.................................................................................. 18 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................ 19 2.1 O Município de Ilhabela ................................................................................... 19 2.1.1 Os Supermercados em Ilhabela ....................................................................... 20 2.2. Histórico da Logística ................................................................................................... 21 2.3.Evolução da Logistica.................................................................................................... 21 2.3.1. Armazenagem ........................................................................................................... 22 2.4. Conceito de Estoque .................................................................................................... 23 2.5. Gestão de Estoque ....................................................................................................... 24 2.5.1. Retorno de Capital Investido em Estoque ............................................................. 25 2.5.2. Giro de Estoque ......................................................................................................... 26 2.6. Custo Relacionado ao Estoque .................................................................................. 26 2.6.1. Custo do Pedido ....................................................................................................... 27 2.6.2. Custo de Manutenção do Estoque.......................................................................... 28 2.6.3. Custo por Falta de Estoque .................................................................................... 29 2.6.4. Custo Total ................................................................................................................ 29 2.7. Análise do Sistema ABC .............................................................................................. 30 2.8. Modelo Analitico de Gestão de Estoque ................................................................... 31 2.8.1. Lote Economico de Compra - LEC ......................................................................... 31 2.8.2. Tempo de Reposição - TR ...................................................................................... 32 2.8.3. Ponto de Pedido - PP................................................................................................ 33 2.9. Estoque de Segurança ................................................................................................ 33 2.9.1. Estoque Médio .......................................................................................................... 34 3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .......................................................... 36 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 37 4.1. As Empresas Selecionadas................................................................................ 38 4.1.1. Avaliação das Questões ........................................................................................... 38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 51 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 54 APÊNDICE A - Questionário ............................................................................ 58 13 1 INTRODUÇÃO Os processos de gestão de estoque têm se tornado a maior preocupação de gerentes administradores e de todos os outros stakeholders envolvidos direta ou indiretamente às áreas produtivas. Os estoques podem ser definidos, basicamente como o acúmulo de insumos, materiais e matéria prima em diversas etapas do processo produtivo. Estes acúmulos são necessários devido à demanda e a capacidade de produtiva não serem harmoniosas. De acordo com Moreira (2008) existem dois pontos essenciais na gestão de estoques, as quais exigem um tratamento diferenciado: o ponto de vista operacional e o financeiro. Através do ponto de vista operacional é possível realizar economias no processo produtivo, bem como influenciar ou até mesmo regular as diferenças entre os principais fluxos de uma empresa. Já pelo ponto de vista financeiro, ele pode ser encarado como um investimento e na contabilidade é considerado como parte formadora do capital (MARTINS, 2009). Pode-se então definir o termo gestão de estoques como o conjunto de processos e atividades essenciais para a redução do desnivelamento entre a oferta e a demanda economicamente viável. Diversos autores procuram definir o termo estoques e a sua representação para a organização e todos chegam a um denominador comum de que estoques podem ser considerados investimentos. Os estoques podem representar mais de 15% de todos os ativos de uma empresa de acordo com Christopher (2002), então, a gestão deste ativo, através da gestão de estoques promove a minimização de capital investido em estoques que buscam o aumento na eficiência financeira de uma organização. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde carga tributária e as taxas de juros praticadas são exorbitantes, o custo de oportunidade na utilização do capital é alto, o que resulta no aumento da importância na ponderação deste fator pelas empresas que procuram definir seus níveis de estoques para reduzir custos operacionais. 14 A competitividade induz empresas a buscar vantagens competitivas em relação a seus concorrentes. A aquisição de estoques representa um investimento significativo de capital e devem ser vistos como um fator potencial de geração de lucro. Sendo assim, é comum encontrar como metas empresariais, a otimização de estoques (PALOMINO E CARLI, 2008). A previsão da demanda e da oferta é imprescindível para estabelecer os níveis desejados de estoques. Dependendo da previsão de vendas de uma empresa para um determinado período de tempo os níveis de estoques serão definidos de forma que atendam esta necessidade. Esta previsão também pode ser considerada um elemento intangível, aproximado e suscetível a erros, mas a eficiência dos modelos estatísticos utilizados podem ser considerados como um bem de grande importância para a empresa. A eficiência na gestão de estoques possibilita à empresa a obtenção de melhorias significativas em seus processos de negócios, uma vez que repercute na melhora da eficiência no atendimento de pedidos e produção. Esta pesquisa procura apresentar um estudo de caso sobre a percepção dos comerciantes varejistas do município de Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo e como a gestão de estoques pode promover a redução na gestão dos custos. 1.1. JUSTIFICATIVA DO TEMA O desenvolvimento de novas tecnologias e novos modelos de gerenciamento de negócios é essencial para amenizar as rápidas mudanças no cenário econômico mundial. Geralmente, estas novas tecnologias estão restritas as grandes organizações devido ao seu alto custo de aquisição. Já as tecnologias financeiramente acessíveis não são devidamente exploradas e muitos desconhecem suas funcionalidades. O mercado de softwares que promove a gestão de estoques é, em grande parte, carente de tecnologias eficazes, baratas e funcionais, principalmente quanto à facilidade de uso. A competitividade dessas empresas está ligada ao desenvolvimento de tecnologias que atendam suas necessidades, sem que elas precisem dispor de 15 muitos recursos físicos (hardware) e financeiros. Inúmeras empresas de pequeno e médio porte não conseguem realizar grandes gastos e investimentos, pois seu rendimento possibilita apenas a sua existência. (GONÇALVEZ e PAMPLONA, 2001). Inúmeras vezes, estas empresas passam a ter um patrimônio muito maior em estoques, seja em matéria-prima, produtos acabados ou produtos em produção. Isto se deve em boa parte ao deficiente fluxo de informações, na má administração da empresa e informações imprecisas. O que acaba influenciando a empresa a fazer compras desnecessárias, e ao manter um padrão de vendas divergente de sua capacidade de fornecimento, então, prejudicando fortemente o seu crescimento e desenvolvimento (SILVA; MARTINS; MARTINS, 2007). Quando se trata de gerenciamento de estoques, deve-se focar na relação entre o departamento de compras e financeiro. É comum que o departamento de compras busque adquirir bens de forma econômica, ou seja, no aproveitamento de descontos e promoções, e por diversas vezes, sem observar os custos associados à aquisição e armazenamento, enquanto que o departamento financeiro busca equilibrar e até mesmo reduzir os custos. Portanto, a proposta deste trabalho é fazer uma análise sobre a gestão de estoques e também explanar sobre a percepção dos gestores e reesposáveis pelo estoque dos comércios varejistas de Ilhabela quanto aos benefícios relevantes ao gerenciamento dos estoques para uma empresa, analisando-os sob a ótica do custo/beneficio. 1.2. PROBLEMA A falta e até mesmo a inexistência de uma gestão de estoques em uma empresa pode provocar o estrangulamento das possibilidades de aquisição de vantagem competitiva e redução de custos operacionais. Quando se tem uma determinada quantia de capital relacionada à gestão dos estoques, o gestor deve assegurar que os custos oriundos dos estoques sejam os menores possíveis. E tratando-se de empresas privadas, com um poder aquisitivo 16 limitado, deve-se possuir uma administração racional dos recursos colocados à disposição da empresa. Problemas oriundos da falta de planejamento resultam em tomadas de decisões defasadas e ineficazes, trazendo como consequências estoques de materiais elevados, que resultam em um acúmulo de ativo e um maior custo para a sua armazenagem. Problemas como a obsolescência também são prejudiciais para a empresa, uma vez que o mercado tem se tornado extremamente competitivo e globalizado. 1.2.1. Hipótese No que se refere à hipótese deste estudo é que, através da aplicação de técnicas de gestão de estoques é possível promover um gerenciamento de forma fácil e com um baixo custo. Este modelo de gestão pode diminuir a necessidade de capital de giro relacionada aos níveis de estoques e minimizar os riscos de falta de material e ainda, promover economias quanto à má gestão da empresa. 1.3. Objetivos 1.3.1. Objetivo geral Este trabalho procura avaliar a percepção dos comerciantes varejistas de Ilhabela com relação a importância da gestão de estoques em seus estabelecimentos, verificando se o mesmo é viável econômico e operacionalmente. 17 1.3.2. Objetivos específicos Para se alcançar o objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: Realizar uma pesquisa para levantamento do universo de empresas de comércio varejista, ligados à associação comercial do município de Ilhabela e consultar através de uma pesquisa de campo o assunto gestão de estoques; Analisar quais delas fazem a gestão de seus estoques; Aplicar e analisar um questionário para o levantamento dos dados; Avaliar o nível de percepção de cada empresário quanto à gestão de estoques e os benefícios que esta pode trazer para a empresa na redução de custos. 1.4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Quanto aos procedimentos metodológicos, procurou-se conduzir o estudo conforme a metodologia proposta. O questionário foi baseado na temática: Gestão de estoques. Já outras informações foram agregadas através de uma observação direta e de verificação de documentos. Para a condução deste estudo foram adotados os procedimentos: a) Realização de uma visita técnica à Associação Comercial de Ilhabela. . b) Primeiro contato com a direção das empresas em estudo. c) Aplicação da entrevista. d) Agendamento de visitas para coleta de dados. e) Elaboração do roteiro de entrevista. f) Apuração e análise dos dados coletados. g) Verificação inicial dos dados. h) Revisão da pesquisa bibliográfica, dados coletados e identificação de dados pendentes. i) Tratamento e tabulação dos dados. j) Conclusão e explanação dos dados levantados. 18 1.5. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Este estudo está organizado em cinco capítulos, que são assim apresentados: No primeiro capítulo é feita uma introdução onde o tema é apresentado em um contexto mais amplo e genérico no qual é abordada a participação da gestão de estoques nas empresas. Os objetivos gerais e específicos são apresentados e justificados de acordo com o cenário encontrado e a literatura existente. Também, neste capítulo é apresentado o método de estudo, a caracterização do tipo de pesquisa e ainda a metodologia utilizada para o alcance do objetivo proposto. No segundo capítulo, a bibliografia partirá de uma visão macro da gestão de estoques, abordando temas com base em obras relevantes para este estudo. O terceiro apresenta a metodologia para se atingir o objetivo proposto e garantir a justificativa do estudo. O quarto capítulo apresentará e discutirá os resultados alcançados, as vantagens e recomendações de ordem prática para o sistema de gestão de estoques nas empresas em questão. O quinto capítulo deste trabalho apresentará as conclusões obtidas através das pesquisas de campo e bibliográficas, na quais foram investigados o tema gestão de estoques e a percepção do comerciante varejista de Ilhabela-SP com relação ao assunto e discorrerá dos resultados obtidos e possíveis sugestões de melhorias. 19 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO Este trabalho de pesquisa apresenta em seu inicio o referencial teórico, um pequeno histórico sobre a cidade na qual a pesquisa foi aplicada e após são levantadas informações referenciadas por autores que tratam sobre a gestão de estoques e assuntos derivados do tema, suas vantagens, benefícios e desvantagens, assim como fórmulas que podem auxiliar no entendimento do assunto abordado. 2.1. O MUNICÍPIO DE ILHABELA Ilhabela está localizada na microrregião de Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo, de acordo com o IBGE o local possui 347,537 km², com uma população em torno de aproximadamente 31.599 pessoas (estimativa para 2014), a cidade possui grande taxa de preservação de mata atlântica, com aproximadamente 83% de nível de preservação, de acordo com site da prefeitura de Ilhabela, rica em praias, ao todo 42 e também em cachoeiras, é reconhecida também por seus vários eventos náuticos como a semana de vela, que atrai muitos turistas, possuindo renome internacional com estes eventos, fazendo com que o turismo seja sua principal fonte econômica. Beni (2008) caracteriza o turismo como sendo a consequência da junção dos recursos naturais, culturais, sociais e econômicos. Ruschmann (2008) afirma que o turismo é usado para consumo da natureza, onde as pessoas desejam sair de grandes cidades para locais mais isolados ou privilegiados com a natureza, em busca de repouso psicológico e físico como lazer. Ele ainda cita que deve existir um grande planejamento dos espaços, equipamentos e atividades que envolvam o turismo, visto que esses ambientes são suscetíveis à sazonalidade. Para Medeiros (2007) a relação entre demanda e oferta é o que define a base do mercado turístico, pois esses elementos pluralizam as ações que se mantêm abertas no mercado. 20 De acordo com Wahab (1991) apud Medeiros (2007) a oferta turística envolve tudo que o local tem para oferecer aos turistas atuais e futuros, dessa forma os bens e serviços, mais as atrações turísticas são os fatores que coagem as visitações no local turístico. Essas ofertas são as que atuam de maneira direta na sazonalidade, podendo acarretar grande fluxos ou não aos locais atingidos pelos períodos sazonais. Medeiros (2007) ainda cita em seu trabalho que Lage, MiIlone (2000) interpretam demanda turística como o número de ofertas que os consumidores queiram adquirir por certo período de tempo, em um determinado local. 2.1.1 Supermercados em Ilhabela De acordo com a associação comercial de Ilhabela, existem 10 comércios que podem ser caracterizados como mercados varejistas, em Ilhabela. Para Ramalho et. al (2012), o supermercado é algo de grande importância no mundo moderno, pois permite facilidade para consumidores, agiliza o processo de compras, visto a ausência de tempo das pessoas. Ainda afirma que é um local onde as pessoas conseguem encontrar um número elevado de uma multiplicidade de produtos, podendo-se encontrar itens como: carnes, pães, produto de higiene e beleza, verduras e hortaliças, congelados, lacticínios e etc. Os autores classificam este com um autosserviço, visto que muitas vezes não há necessidade de atendimento dos vendedores, ocorrendo está ação na finalização da compra. Segundo Claudio Donato, do site “administradores”, o varejo é algo que abrange muitas atividades de vendas de produtos e serviços. O varejo, segundo o autor possui uma parte fundamental na cadeia de suprimentos, pois este age como intermediador entre e o fornecedor e o cliente. 21 2.2. HISTÓRICO DA LOGISTICA “Logística é uma operação integrada para cuidar de suprimentos e distribuição de produtos de forma racionalizada”. (VIANA, 2000, p. 45). É possível observar as operações logísticas desde os tempos bíblicos, pois ela era utilizada pelos militares devido ao longo tempo em que permaneciam em guerra, as longas distâncias percorridas e a necessidade de transporte de armamentos, tropas e recursos. (FERNANDES, 2010). Campos apud Braz (2004) afirma que o a palavra Logística é derivada da palavra grega logístikos que teve como significado “método de vida” ou maneira de viver, na era clássica. . “Logística é o processo de planejar, implementar, e controlar de maneira eficiente o fluxo e armazenagem de produtos [...] com o objetivo de atender os requisitos do consumidor”. (NOVAES, 2001, p. 36). De acordo com estas definições, pode-se concluir que a logística tem como objetivo disponibilizar produtos e serviços de maneira eficiente, rápida e nos locais e quantidades especificadas, buscando atingir o melhor serviço com o menor preço. “A Logística é a essência do comércio. Ela contribui decisivamente para melhorar o padrão econômico de vida geral”. (BALLOU, 2006, p. 25). A logística surge como um novo conceito junto às práticas já existentes nas atividades de movimentação e armazenagem de carga. 2.3. Evolução da Logística Segundo Razzolini (2006), mesmo que a logística sempre tenha existido, sua evolução foi demasiadamente lenta até os anos 1940, pois a necessidade de armazenagem e distribuição de produtos era quase nula. Nos primórdios da logística, as mercadorias mais utilizadas eram preparadas nos locais nos quais eram consumidas, e nos tempos de maior procura, essas mesmas mercadorias tornavam-se indisponíveis. Os produtos eram consumidos em seus lugares de origem, onde eram feitos, ou eram, até mesmo, levados para outro 22 local para serem armazenados. Contudo, os povos ficavam restritos somente ao que podiam fazer com suas próprias mãos. (BALLOU, 2006). Entende-se então, que inicialmente, a logística buscava suprir somente as necessidades intrínsecas do homem buscando fornecer produto em quantidades necessárias. De acordo com Ballou (2006) a Logística é responsável por: serviço ao cliente; estoque; transporte; localização; distribuição e armazenagem. Sendo assim, é preciso trabalhar a logística de forma holística e ou sistêmica, pois abrange desde a compra do material até a sua pós venda. Ballou (1993) descreve ainda a evolução da Logística em três momentos distintos: até 1950, de 1950-1970, e pós 1970. Até 1950 o autor descreve que o período logístico estava inerte, pois todas as atividades que ocorriam não seguiam nenhuma diretriz. O mesmo autor descreve ainda o segundo momento da logística como rígido. Sua evolução entre os anos de 1950 e 1970 favoreceu a criação de novos pensamentos e filosofias administrativas, estes foram favorecidos pelas boas condições da economia e da tecnologia que estimularam as práticas logísticas. Segundo Ballou (1993), a evolução do terceiro momento da logística em 1970 ocorreu por conta da crise do petróleo. Empresas adotaram como áreas de destaque o Controle de custos, controle de qualidade e controle de produção. Bowersox e Closs (2001), afirmam que a logística está integrada às tecnologias da informação, permitindo uma potencialidade na melhoria de suas práticas. Para Christopher (2002), a logística é a ligação entre a empresa e o mercado. O autor ainda afirma que a correta administração das boas práticas logísticas podem gerar vantagens competitivas para a empresa. Nota-se que, quando bem gerida, a logística integra a administração de materiais, passando pela distribuição física até a venda ao consumidor final. 2.3.1. Armazenagem O papel de armazenar representa parte fundamentalmente importante do sistema logístico, proporcionando níveis adequados de serviço e enfatizando o menor custo total possível. (LAMBERT, STOCK e VANTINE, 1998). 23 Armazenagem pode ser definida como parte importante do sistema logístico, pois estoca produtos (matérias-primas, peças, produtos semiacabados e acabados), do seu ponto original até o ponto de consumo ou venda, além de proporcionar informações relativas às condições dos itens estocados. (VIANA, 2002). Ainda segundo o autor, os objetivos da armazenagem são atender eficazmente todas as necessidades dos clientes em localizações geográficas diferentes e garantir que os produtos sejam entregues na quantidade e tempo corretos. Além disso, a estruturação correta do estoque proporcionará a otimização dos recursos necessários à organização, permitindo em estoque, somente o que realmente é necessário para as operações da empresa e permitindo um melhor controle de movimentação de produtos. (VIANA, 2002). 2.4. Conceito de Estoque Ludícibus apud Oliveira (2005) determina o estoque como itens tangíveis, que são mantidos para comércio nos negócios, estão em fase de produção para a venda ou para serem consumidos no desenvolvimento dos bens e serviços que serão vendidos. Assim, define-se que estoque pode ser considerado como algo material que pertence à empresa, caracterizados como bens que devem ser disponibilizados constantemente e restaurados de maneira sistemática, para serem levados posteriormente à venda ou fabricação de novos produtos, que devem ser o foco da empresa, visando assim o lucro com a comercialização do produto final. Slack et. al. apud Oliveira e Silva (2013), abordam que o estoque pode ser dito como o acumulo de matéria prima em um meio de transformação, algum recurso contido, não implicando o que está retido ou onde como estoque, visto que há uma diferença no fornecimento e na demanda o estoque deve existir de qualquer forma. O estoque é algo necessário para empresa e influi de maneira direta nos setores de produção e vendas, pois o mesmo gera custos e está atrelado aos outros agrupamentos estratégicos da empresa como: compras; almoxarifado; planejamento e controle de produção; transporte e distribuição (DIAS, 2009). 24 2.5. Gestão de Estoques De acordo com Ching (2010) o controle de estoque atinge de maneira direta o rendimento da organização, visto que os estoques podem concentrar grande parte do capital da empresa, sendo que o mesmo poderia ser designado para outras atividades de influencia no empreendimento. Ele alega que se houver giro de estoque o ativo é liberado e pode haver economia no custo de manutenção do inventário. Assim ele propõe uma situação na qual uma empresa que investe $ 100 milhões em estoque em um ano anterior e tem apenas dois giros, se caso os estoques obtivessem giro três vezes e as vendas continuassem no mesmo nível, o investimento seria reduzido em $ 33 milhões admitindo que o custo de manutenção de estoque é de 20% ao ano, ocasionando uma economia de $ 6,6 milhões. Para Pozo (2008) o controle de estoque tem como função definir as condições do número de materiais e produtos que a empresa pode manter incluso as especificações econômicas da cultura empresarial. O autor propõe que o estoque é composto por “[...] Matéria-prima, material auxiliar, material de manutenção, material de escritório, material e peças em processo e produtos acabados.” (POZO, 2008, p. 38). Ele afirma que o motivo de estar em alerta com as quantidades são os custos relacionados aos processos e sua armazenagem. Muitas empresas surgem diariamente no Brasil, porém muitas não conseguem resistir e acabam com menos de cinco anos de existência. Muitos fatores são levantados, porém o que pode se destacar é a ausência de uma boa gestão e falta de estoques, isso é percebido, pois muitas micros ou medias empresas não possuem pessoas instruídas para executar essas funções, podendo uma única pessoa desempenhar múltiplos postos, acarretando excesso de informações fazendo com que o responsável não consiga dinamizar todas essas funções em tempo hábil, isso faz com que a parte financeira seja atingida, agravando uma deficiência de recursos e investimento excessivo em estoques, podendo dificultar a transformação de dinheiro, tornando a ferramenta de grande importância para a empresa (VAZ E GOMES, 2011). Dias (2009) afirma que o responsável pelo estoque deve se encontrar preparado para as variações e cobranças do mercado, as diferenças do preço de comercialização do produto final e de matérias-primas. Assim a maneira correta de se produzir informações mais precisas é a adequada implantação de uma política de 25 estoques, visto que esta serve como guia para mensurar o desempenho do setor, ele cita como principais: metas relativas ao tempo de entrega dos produtos; determinar o número de depósito ou almoxarifados e da relação de materiais a serem armazenados neles; até que ponto deverá variar os estoques para um caso de subir ou descer o número de vendas ou uma modificação no nível de consumo; qual o nível que será estipulado a especulação com o estoque, comprando antecipadamente com preços mais em conta ou a compra de um número maior em quantidade para obtenção de reduções no preço da mercadoria; definir a rotatividade dos estoques. Essas definições podem converter a administração de estoques para lados positivos com relação ao funcionamento do mesmo, sendo que a variação e rotatividade do estoque devem requerer maior prudência, pois será nesses itens que serão medidos o capital de investimento em estoque. 2.5.1. Retorno de capital investido em estoque De acordo com Pozo (2008) O cálculo de retorno de capital que foi investido em estoque tem com base o lucro do que foi alcançado no ano sobre o capital que foi aplicado em estoques. Ele afirma que para uma boa gestão de estoque será a que obtiver um valor acima de 01, assim quanto maior o coeficiente alcançado melhor será o resultado obtido na gestão de estoques. Ele fornece a seguinte formula para se obter o retorno de capital: Onde “RC” é retorno de capital. Dias (2006) ainda indica que a dificuldade no tamanho dos estoques se relaciona com fatores como: Capital investido; disponibilidade de estoque; gastos incididos; Consumo ou demanda. Assim, sobre o ponto de vista financeiro é possível encontrar o índice de retorno de capital com a formula citada por Pozo (2008). 26 2.5.2. Giro de estoque O giro de estoque, segundo Pozo (2008) é quando é avaliado o que foi investido em estoque e relacionado com o custo de vendas anuais, podendo ser também o número médio de insumos em estoque dividido pela despesa anual em vendas. “A rotatividade, este é o termo mais comumente utilizado tanto pelas empresas multinacionais como pelas nacionais, é expressa por meio da quantidade que o valor de estoque gira ao ano, ou seja, o valor investido em estoque ou sua quantidade de peças que atenderá um determinado período de tempo.” (POZO, 2008, p. 47). Pozo (2008) ainda relata que para determinar a rotatividade é preciso obter o valor do estoque e dividir pelo custo anual de vendas e este valor ainda pode ser definido com unidade monetária ou número de peças. O autor ainda cita que o gasto anual com vendas é captado com “[...] O valor anual das vendas menos a mão-deobra e as despesas gerais...” (POZO, 2008, p.47) Sendo esta formula a seguir apresentada: Dias (2006) resume o a rotatividade como “... uma relação entre o consumo anual e o estoque médio do produto.” (DIAS, 2006, p.75). 2.6. Custos Relacionados ao Estoque Os custos de estoque são inerentes a toda e qualquer empresa que trabalha com armazenagem de seus produtos e necessita de estoque, para Dias (2006) esses custos podem ser de juros; depreciação; aluguel; equipamentos de movimentação; deterioração; obsolescência; seguros; salários e conservação, podendo ser agrupados em modalidades como: custo de capital, que envolve os juros e a depreciação; custos com pessoal, agregando os salários e encargos 27 sociais; os custos com edificação, sendo estes os alugueis, impostos, energia e conservação e os custos de manutenção, que equivalem à deterioração, obsolescência e equipamentos. Ele acredita que duas variáveis podem aumentar esses custos sendo estas a quantidade e o tempo de permanecia no estoque. Se estiverem estocadas grandes quantidades então será necessário um maior número de pessoas ou equipamentos para movimentar esse estoque, ou seja, o custo aumenta, do contrario, um menor número de materiais em estoque gera menos movimentação de pessoas ou equipamentos. A matemática, de acordo com Dias (2006), é essencial para ajudar os gestores, pois as fórmulas que são aplicadas ajudam a determinar os valores a serem analisados nos custos relacionados aos estoques. Pozo (2008) ainda caracteriza três tipos de custos que o estoque está sujeito, são eles: custo do pedido; custo de manutenção de estoques; custo por falta de estoque. 2.6.1. Custo do Pedido Segundo Pozo (2008), sempre que um pedido é efetivado custos fixos e variáveis são atribuídos a essa ação, sendo os fixos ligados aos salários de quem está na emissão do pedido, não sendo afetados pela política de estoques. Os custos variáveis estão ligados aos formulários de pedidos e o envio aos fornecedores, assim como tudo que está conjunto no processo, deste modo o custo do pedido é determinado de maneira direta, referente ao número de pedidos a serem efetuados. De acordo com o site portal da educação, estes custos estão ligados a tudo que se relaciona com os estoques e que uma alta frequência de pedidos pode ser agravante, devido a elevação de custos gerados na hora do pedido. Dias (2006) ainda complementa que para alcançar o custo anual de pedidos, o qual chama de B, deve multiplicar o número de pedidos pelo número de vezes que foi acionado. Ainda afirma que se N for o número de pedidos, chega a seguinte formula: Afirmando que os agregam despesas como: Mão de obra, para emitir o pedido; Material, que se usa para confeccionar o pedido e custos indiretos, que são relacionados de forma indireta com pedido, como a energia, o telefone etc. Ainda 28 citando Dias (2006), ele alega que para calcular o custo unitário do pedido, se utiliza da seguinte formula: Assim, de acordo com o autor para se chegar a número anual de pedidos é preciso analisar um item de compra por pedido, assim a formula fica: Ele ainda cita que mesmo que não houver compras, o departamento gera custos fixos, não permitindo chegar a zero, e ainda completa “[...] Quanto maior é a quantidade do item de compra, menor é o custo do pedido.” (DIAS, 2006, p. 47). 2.6.2. Custo de Manutenção de Estoque Pozo (2008) afirma que devido o custo de manutenção de estoque, é de grande interesse das empresas manterem o estoque mínimo, visto que esses estoques são caracterizados como investimentos, o capital da empresa, empregados em materiais e bens. Assim que houver a demanda a empresa buscará disponibilizar esse estoque e torná-lo objeto do mercado financeiro. Os custos de manutenção de estoques se relacionam com as despesas de armazenamento, sendo estas: “[..] Altos volumes, demasiados controles, enormes espaços físicos, sistemas de armazenagem e movimentação e pessoal alocado, equipamentos, sistemas de informação específicos [...]" (POZO, 2008, p. 43). Existem também os custos como impostos, seguros e os mesmos ainda se sujeitam a roubos, perdas, obsolescência o que eleva ainda mais os custos para continuar estocando, Ballou apud Pozo (2008) afirma que o custo de manutenção de estoques no EUA está em torno de 25% do valor do produto. 29 2.6.3. Custo por Falta de Estoque Pozo (2008) ainda relata o custo por falta de estoque, nesse as empresas buscam minimizar seus estoques, porém correm o risco de não possuir o produto para entrega no prazo, o que pode acarretar em custos pelo atraso ou mesmo o cancelamento do pedido, a imagem da empresa também é afetada nesse processo, visto que não cumprimento de prazo é algo negativo para a empresa, pois o cliente perde a confiabilidade. O autor ainda afirma que é necessário calcular o tamanho do estoque de acordo com à demanda existente e estar preparado para as variações no mercado, a satisfação dos clientes. Para, Dias (2006), este tipo de custo não há como calcular de maneira precisa, observando que ele ocorre devido a atrasos no pedido ou não é entregue pelos parceiros na cadeia de suprimento. Ele ainda cita elementos que podem ajudar a encontrar o valor do custo pela falta de estoque, sendo estes: perdas de lucros; custos complementares; multas por não ser fiel aos prazos estabelecidos; imagem negativa da empresa, acarretando na abertura de espaço para o concorrente. 2.6.4. Custo Total O custo total é definido por Dias (2006) como sendo “[..] O somatório do custo de armazenagem e do custo de pedido.” (DIAS,2006, p 50). A equação é apresentada da seguinte forma: Onde ele caracteriza que o estoque médio de uma peça em unidades é , sendo Q o número de peças adquiridas por pedidos. Para o número do estoque médio é apresentado , sendo P equivalente ao preço unitário do item; (P x Q/2) é o custo completo de armazenagem e I é taxa de armazenagem no ano; para o número de pedidos anual no fornecedor é usado , sendo C consumo integral e ainda o 30 custo total de pedidos por ano, pedido. 2.7. Assim Dias (2006) onde B equivale ao custo unitário do conclui que a fórmula de custo total é: Análise do Sistema Abc Dias (2006) define a curva ABC como um método de grande importância para o gestor, pois é através dela que se apontam os componentes do estoque que merecem atenção e tratamento adequado quanto à administração, e é através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa que se visualiza a curva ABC. O uso da curva ABC auxilia a administração na definição de planejamento de compras, estabelecendo prioridades. Uma vez verificadas a prioridade através da sequência de itens da classificação ABC, aplica-se a gestão administrativa conforme a importância do item. Ainda citando Dias (2006), ele define que depois de ordenados, de acordo com sua influencia, as classes da curva ABC são definidas como: Classe A: Grupo de itens de grande relevância, sendo que a gestão deve atribuir uma atenção maior. Classe B: Itens que se situam entre as classes A e C Classe C: Produtos sem grande importância, não requerendo muita atenção da administração. Para Pozo (2008), os itens classificados como A, possuem em média 80% do valor monetário e equivale a apenas aproximadamente 20% dos itens estudados; Para a classe B o valor monetário chega por volta de 15% do estoque e a 30% dos itens analisados; Nos itens da classe C representam em torno de 5% do valor monetário e abrange em média 50% dos itens em estoque. O autor relata que esses valores não são obrigatórios, servem apenas como base para orientação. 31 2.8. MODELOS ANALÍTICOS DE GESTÃO DE ESTOQUE 2.8.1. LOTE ECONÔMICO DE COMPRA - LEC De acordo com Gonçalves (2004), lote econômico é a quantidade ideal de material a ser adquirida em cada operação de reposição de estoque, onde o custo total de aquisição, bem como os respectivos custos de estocagem é mínimo para o período considerado. Esse conceito aplica-se tanto na relação de abastecimento pela manufatura para a área de estoque, recebendo a denominação de lote econômico de produção, quanto à relação de reposição de estoque por compras no mercado, passando a ser designado como lote econômico de compras. Segundo Dias (2005), o Lote Econômico de Compras (LEC) é o equilíbrio econômico entre o custo de posse (manutenção dos estoques) e o custo de aquisições (obtenção de material). O LEC é a quantidade de material a ser encomendada a cada compra a fim de se obter o menor custo total possível, levando-se em conta as despesas de armazenagem, juros do capital empatado e as despesas gerais de compras. Para determinar o LEC, o método geralmente utilizado consiste em calcular sucessivamente as quantidades correspondentes de um histórico de entradas e saídas durante um determinado período a fim de se encontrar um número padrão de utilização dos materiais. O LEC é a quantidade do pedido de reposição que minimiza a soma dos custos de manutenção de estoques e de emissão e colocação de pedidos. O cálculo do LEC considera que a demanda e os custos são relativamente estáveis durante o ano inteiro. A fórmula para cálculo do LEC é: 32 - LEC =Lote Econômico de Compra - D = Demanda - Cp= Custo de Pedido - Cam= Custo de Armazenagem 2.8.2. Tempo de Reposição – TR Ao fazer um pedido de compra, existe um período de tempo que se inicia a partir do requerimento no almoxarifado, logo após o pedido vai para compras, em seguida ele (o pedido solicitado) é fabricado pelo fornecedor e então quando a empresa recebe o pedido e ele então é liberado para ser vendido ou utilizado. Assim o tempo de reposição – TR é composto (POZO, 2008). O autor ainda cita que o TR é formado por três elementos base: tempo para preparar e aprovar a solicitação juntamente com o fornecedor; período em que o fornecedor processa e entrega o pedido; intervalo para processar e disponibilizar o pedido na empresa. Galvão (2014) resume como: “é o espaço de tempo decorrido entre a data da emissão da requisição para compra e aquela em que o material é recebido pelo almoxarifado, podendo ser considerados: tempo de processo de compra e entrega pelo fornecedor.” (GALVÃO, 2014). Assim Pozo, verifica que duas variáveis (1 e 3) dos processos de TR dependem da empresa para agir, podendo reduzi-la ao máximo em tempo, agilizando estes processos. Porém, a variável que corresponde ao fornecedor, necessita de uma parceria, mantendo bons negócios com o mesmo, para buscar agilizar a redução de tempo. TR= 1 + 2 + 3 33 2.8.3. Ponto de Pedido – PP Santoro e Freire (2008) citam em seu artigo que o ponto de pedido é quando deve ser feito o pedido, e a quantidade, de acordo com a variação de demanda, da oferta e dos custos do sistema. Dias (2006), afirma que o ponto de pedido atua pela quantidade do objeto em estoque, número de reposição até a entrada de novo item no estoque. Ele determina a seguinte formula: Onde: PP= Ponto de Pedido C= Consumo Médio Mensal TR= Tempo de Reposição E. Mn= Estoque mínimo Para se chegar a o consumo médio mensal, Dias (2006), sugere que está média deve ser auferida no período de consumo de seis meses. Assim devem ser auferidos os números de consumo (de acordo com cada mês) e dividido pela quantidade de meses. 2.9. Estoque de Segurança De acordo com Gonçalves (2004) a função do estoque de segurança é proteger o sistema produtivo quando a demanda e o tempo de reposição variam ao longo do tempo, a variação da demanda representa um desvio padrão ao redor da média da demanda e flutua de acordo com as circunstâncias e sazonalidades. Ainda de acordo com o autor a determinação da quantidade que deverá ser incorporada ao estoque, a título de estoque de reserva ou segurança e é examinado por meio da avaliação do nível de atendimento ao cliente representada pela parcela 34 da demanda total que efetivamente foi satisfeita ou atendida. Isso se reflete de maneira bastante expressiva nos indicadores de gestão de estoques. Na gestão dos estoques de segurança, os níveis de cada item e do próprio estoque como um todo devem ser revistos e atualizados para evitar problemas provocados em razão de maior demanda ou de sua redução, e alterações nos tempos de reposição. O conhecimento da demanda e prazo de reposição dos materiais pode influenciar decisivamente o estoque. O estoque deve garantir a disponibilidade de produtos e materiais no momento e lugar necessários. Nesse aspecto, o controle efetivo e eficiente de estoque possui importâncias fundamentais e, de certo modo, nas manufaturas ou lojas de varejo, tem importâncias diferenciadas. A fórmula básica do estoque segurança é: Es = Dm x K Onde: - Es = estoque segurança em unidades - Dm = demanda média diária - K= fator de segurança O fator K é arbitrado, ele é proporcional ao grau de atendimento desejado para o item. 2.9.1. Estoque Médio Segundo Dias (2006), o estoque médio é caracterizado como sendo a referência de compras e consumo que se realizaram, sendo que o E.M. pode ser representado como Q/2, onde Q se refere à quantidade a ser adquirida para consumo. Existe a possibilidade de agregar o Estoque mínimo ao estoque médio, mudando a equação para: Ainda segundo o autor, o estoque mínimo é uma quantidade que só deve ser usada em caso de inevitabilidade, sendo assim tratada como uma constante e Q dito 35 como estoque a ser usado, que pode oscilar entre o mínimo e o máximo acima do limite do estoque mínimo. 36 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Ao se discutir a forma de trabalho para alcançar os objetivos propostos por este estudo, notou-se que seria necessário realizar uma pesquisa de levantamento de dados que através de entrevistas, que de acordo com Selltiz et al. (1987), é uma forma de obter informações sobre fenômenos que influenciam as interações, processos e fenômenos. No que se refere ao levantamento de dados e a pesquisa documental, os estudos foram realizados de fonte primária. Pois, de acordo com Rampazzo (2005), isto promove ao pesquisador, custos menores em comparação aos outros tipos de pesquisas, além de proporcionar uma melhor visão da problemática. De acordo com Lakatos (2008) a pesquisa é considerada como pesquisa aplicada, uma vez que o seu interesse prático estar orientado à aplicação dos resultados na solução de problemas específicos. Quanto aos objetivos, este estudo se classifica como explicativo, pois procura identificar fatores determinantes e/ou contribuintes para o gerenciamento de estoques. Após a seleção do tema, o trabalho iniciou-se com a definição da área e amplitude de estudo, elaboração de um rol de entrevista e então, procedeu-se para o estudo bibliográfico, o qual procurou abordar temas essenciais como: logística, gestão de estoques e sistemas de Análise ABC. Segundo Bruni (2011), a pesquisa pode ser caracterizada como censo, pois engloba toda a população que foi definida para participar da investigação. Assim o autor classifica como censo: “envolve um exame de todos os componentes de um dado conjunto, sem optar por escolhas ou seleção” (BRUNI, 2011, p. 164). Este método foi escolhido, pois a população elegida era de um número acessível, dez empresas ao todo que se classificavam com a proposta do presente trabalho, não necessitando assim de se fazer uma amostragem. Com a formulação de hipóteses as quais procuraram embasar a solução para as questões levantadas de: “Como a gestão de estoques poderia ser traduzida para a realidade dos comércios de Ilhabela? Como elaborar um questionário simples que 37 possa fornecer o máximo de informações possíveis para a realização deste estudo?”. Estas foram verificadas através de pesquisa bibliográfica e documental. O processo de levantamento de dados foi executado através de visitas a Associação comercial de Ilhabela e a empresas constantes na amplitude de análise. Para se coletar os dados foi usado um questionário contendo dezessete questões, referentes a estoques, custos e métodos de processamento, todos os assuntos ligados à gestão de estoques. Os dados foram coletados de acordo com o número de empresas associadas, que se caracterizavam como comércio de varejo. Foram levantadas dez empresas que se caracterizavam como comércio varejista, assim Então, após a coleta dos dados, procedeu-se para a organização dos mesmos, em tabelas e gráficos. Tal representação ocorreu de forma clara e objetiva, com o intuito de facilitar a análise e discussão destes dados. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Este capítulo tem como objetivo a análise e discussão dos dados e informações coletadas com os responsáveis pelo estoque dos estabelecimentos de comércio varejista de Ilhabela. Para se coletar as informações foi utilizado um questionário, no qual continha dezessete questões e é encontrado no apêndice deste trabalho. As perguntas foram criadas com o objetivo de se verificar a importância do estoque para os gestores das empresas e se o mesmo, se dirigido corretamente pode ocasionar a redução de custos. Assim, as perguntas foram divididas para que a análise seja feita de maneira clara e concisa, usando tabelas e gráficos para melhor compreensão das informações coletadas. 38 4.1. As empresas selecionadas As empresas escolhidas estão ligadas a Associação Comercial de Ilhabela, seguem na área de comércio varejista, que de acordo com Berman, Evans apud Révillon (1998), são empresas que vendem bens e serviços para o consumidor popular, familiar ou residencial, já no ultimo estado do processo de distribuição. E de acordo com Kotler apud Mota (2014) são caracterizadas como: Supermercado de vizinhança e Supermercado tradicionais, visto que os mesmos são considerados como lojas de autosserviço, com um mix amplo de produtos, diferenciando apenas as áreas ocupadas e número de variedade de produtos, porém possuem o mesmo objetivo, que é vender os produtos. Os supermercados foram escolhidos como fonte de pesquisa, pois necessitam estocar seus produtos para venda posterior e assim atender a demanda caracterizada como Just in time, de maneira rápida, com qualidade e evitando desperdícios (Ching, 2010). Foram selecionadas e convidadas a participar da pesquisa dez mercados e supermercados locais, porém dois não aceitaram. Assim oito comércios participaram da pesquisa. Dessa forma, será apresentado a seguir as análise e discussões dos resultados do questionário apresentado na pesquisa. Foram elaborados alguns gráficos com intuito de melhorar a visualização e interpretação do resultado, das questões aplicadas na pesquisa. 4.1.1. Avaliação das questões O inicio do questionário é caracterizado pela pergunta: Qual o nome da sua empresa? Nesse momento o responsável cita o nome da empresa e o tipo de varejo em sua titulação, sendo que três destes apresentaram o prefixo de “Mercado” em seus respectivos nomes e cinco são Intitulados como “Supermercado”. Essa pergunta visa definir a confiabilidade dos dados coletados e identificação dos entrevistados. 39 A primeira questão, foi referente a segmentação da empresa: Qual o foco da sua empresa? Possuindo como opção de resposta: produtos ou serviços. Foi apurado que 100% das empresas pesquisadas tem como foco o comércio de produtos. Gráfico 01: Foco da empresa Fonte: Pesquisa de campo Na segunda questão é perguntado: A empresa possui algum tipo de ferramenta para gestão de estoques? Tendo como objetivo desta pergunta avaliar quantos comércios tem algum tipo de mecanismo que ajude no gerenciamento e controle do estoque. Todas as empresas responderam que possuem alguma ferramenta. 40 Gráfico 02: Ferramenta para gestão de estoque Fonte: Pesquisa de campo A terceira questão está relacionada com a segunda, pois é perguntado a quanto tempo a ferramenta está em uso pela empresa, assim criando uma confiabilidade maior com relação as respostas, visto que quanto mais tempo com a ferramenta adequada os processos são viabilizados de maneira mais rápida e pratica, pois a experiência possibilita afinidade e conhecimento sobre o assunto. Gráfico 03: Tempo com a ferramenta em uso Fonte: Pesquisa de campo 41 A quarta questão: Foi percebido algum tipo de redução de custos significativa se comparado a antes da ferramenta estar em uso? Tange quanto a percepção do gestor ou responsável pelo estoque na relação de custos pertencentes ao estoque, de acordo com os dados obtidos, 75% perceberam alguma redução significativa e 25% dos entrevistados não consideraram nenhuma redução de custos relacionados ao estoque. Com isso, fica claro que a maioria dos entrevistados reparou uma redução significativa nesses custos. Gráfico 04: Percepção da redução de custos Fonte: Pesquisa de campo A quinta pergunta foi: De quanto em quanto tempo à ferramenta é atualizada? Essa pergunta foi realizada no intuito de saber o quanto o gestor ou responsável pelo estoque estão acompanhando o avanço tecnológico da ferramenta, e as novas funções inclusas em seus respectivos sistemas, podendo agregar mais módulos e novas informações ao responsável pelo seu uso, proporcionando maior qualidade e confiança nas decisões que são tomadas através da ferramenta. 42 Gráfico 05: Atualização da ferramenta de gestão de estoque Fonte: Pesquisa de campo A pergunta de número seis: O estoque é verificado constantemente? Remete ao fato da contagem dos produtos em estoque, visto que essa prática direciona ainda mais a percepção do responsável ali alocado, podendo este ter certeza que as informações referenciadas pela ferramenta de controle de estoque estão certas e aptas para tomada de decisão. Nessa parte da pesquisa foi visto que 87,5% dos entrevistados verificam de maneira constante o estoque da empresa para comparar com as informações geradas pela ferramenta de gestão de estoque. 43 Gráfico 06: Verificação do estoque Fonte: Pesquisa de campo A pergunta de número sete se refere ao layout do local onde são armazenados os produtos, se a forma aplicada é padronizada ou não. A pergunta é: Existe algum padrão de classificação dos produtos no estoque? 87,5% afirmaram haver um padrão, no qual os produtos são separados por tipos, em gôndolas ou caixas, apenas 12,5% ou seja, um entrevistado respondeu não haver nenhum tipo de modelo de classificação dos seus produtos em estoque. Gráfico 07: Padrão de classificação de produtos em estoque Fonte: Pesquisa de campo 44 Na oitava questão foi perguntado: Os produtos que a empresa comercializa são perecíveis? Com essa questão busca saber se os produtos podem passar um maior tempo no estoque ou mesmo já para a venda, sendo que os mesmos podem ser perdidos se não observados atentamente, causando assim perda do produto e consequente prejuízo. Todos os entrevistados, ou seja, 100% afirmaram que os produtos comercializados são perecíveis. Gráfico 08: Tipo de produto Fonte: Pesquisa de Campo A questão de número nove, tem como objetivo saber o número aproximado de fornecedores que cada empresa possui, sendo esta a pergunta: Quantos fornecedores a empresa possui? As respostas foram bem variadas, porém vale ressaltar que os supermercados têm um número de fornecedores bem maior se comparado aos mercados de vizinhança. Com as respostas obtidas conclui-se que os de maior número de parceiros na cadeia de suprimentos respondem a demanda de maneira mais rápida, pois possuem maior número de fornecedores e também um número mais elevado no seu mix de produtos. 45 Gráfico 09: Número de fornecedores Fonte: Pesquisa de campo A pergunta de número dez é sobre: Como são efetuados os pedidos? Essa pergunta remete de maneira direta a parte de custo do pedido, pois mostra de que maneira a empresa elabora seus pedidos, mostrando quais podem ser as fontes de custos e assim buscar futuramente uma maneira mais adequada e que seja mais econômica. 75% dos entrevistados fazem pedido por telefone e internet, 100% das empresas possuem representantes comerciais e 62,5% realizam compra direta, ou seja, a empresa busca a sua mercadoria no fornecedor. Gráfico 10: Forma de efetuar os pedidos Fonte: Pesquisa de campo 46 A pergunta de número onze e doze faz referência à sazonalidade e sua relação com o estoque: A empresa consegue prever a demanda determinada pela sazonalidade de acordo com sua ferramenta de gestão de estoque? Durante o período não sazonal, é possível prever a demanda? Dos entrevistados, 62,5% responderam que sim, é possível prever a demanda, pois a ferramenta contabiliza quanto saiu de um determinado produto, em um determinado período de tempo, podendo assim precaver-se de uma futura falta de produto ou seu excesso, gerando custos elevados e possíveis perdas. Gráfico 11: Prevenção da demanda Fonte: Pesquisa de campo Na décima terceira pergunta, o entrevistado foi questionado sobre: Como é cadastrado o produto? Possuindo as opções: Ferramenta analógica ou digital. 50% usam ferramentas digitais e analógicas para cadastrar seus produtos, 37,5% usam apenas digitais e 12,5% usam somente analógicas. 47 Gráfico 12: maneira de o produto ser cadastrado Fonte: Pesquisa de campo A pergunta de número quatorze pode ser interpretada como uma referência a curva ABC: Existe algum critério de importância para a classificação dos produtos em estoque? Com essa pergunta, pode se caracterizar os produtos em estoque e seu valor agregado, visto que o estoque é um investimento e faz parte do ativo da empresa, deve se classificar qual a importância de cada produto que se encontra em estoque, no que se refere a valores dos produtos, pois os mesmos podem nortear quanto ao total de capital investido. 87,5% disseram possuir essa classificação dos produtos em estoque. 48 Gráfico 13: Critério de importância de produtos no estoque Fonte: Pesquisa de campo A décima quinta questão: A empresa trabalha com estoque mínimo? Foi uma pergunta muito importante, pois nela foi avaliado que 100% das empresas trabalham com o estoque mínimo, ou seja, os custos relacionados ao estoque podem ser considerados baixos, porém ao trabalhar com o estoque mínimo a empresa está sujeita a possíveis variações do mercado, fazendo que não se tenha produtos em estoques no caso de altas demandas, ocasionando prejuízos e uma imagem negativa para as empresas consultadas. Gráfico 14: Estoque mínimo Fonte: Pesquisa de campo 49 Na pergunta de número dezesseis: Como é estabelecida a quantidade de suprimento a ser pedido para o estoque? Foi observado de que maneira o gestor ou responsável pelo estoque determina quanto se deve comprar para manter no estoque e em que a pessoal tem como base para essa escolha. Havia duas possibilidades de resposta: Através da ferramenta de gestão de estoque ou percepção por experiência. Essa questão foi levantada para se saber se o gestor utiliza a ferramenta como referência para efetuar o número de pedidos, porém o que se observou foi que 62,5% utilizam as ferramentas de gestão de estoque para definir o número do pedido, mas individualmente, todos os consultados se embasam na experiência que possuem para definir este número. Gráfico 15: Como saber quanto será pedido Fonte: Pesquisa de campo A última pergunta: A empresa possui algum calculo médio para averiguar a perda de estoque? 75% dos entrevistados responderam que possuem este calculo e o sistema é quem o fornece, porém existem produtos que tem uma perda considerável, como: vegetais, laticínios, frios e carnes. 50 Gráfico 16: Calculo de perda de estoque Fonte: Pesquisa de campo 51 5. Considerações Finais A gestão estoques adequada, necessita ser compreendida pelos comércios varejistas de Ilhabela como algo de ampla relevância para negócio, visto que os mesmos podem agregar consideráveis reduções de custos se bem administrados, porém é preciso pessoas qualificadas e comprometidas com esse encargo, para assim conseguir resultados dinâmicos, sem perder a qualidade e agilizando os processos em conjunto com todos os departamentos da empresa. A pesquisa ajudou também a reconhecer que o estoque esta ligado de maneira direta com outros setores, como: compras, tecnologia da informação, financeiro e marketing, visto que compras precisa de informações que são geradas por ferramentas digitais de controle de estoque, sendo estas processadas pela equipe de T.I. que também envia informações ao financeiro, dessa forma isso pode influenciar de maneira indireta o marketing que terá como base essas informações para serem usadas em campanhas de publicidade ou mesmo na questão de desenvolvimento de projetos e pesquisas de mercado. Assim ficou constatado que os responsáveis por essas áreas têm a consciência de que o estoque é um capital que faz parte do ativo da empresa, ou seja, é um investimento que deve ser analisado com cuidado, pois seu excesso nos números de pedidos gera altos custos de pedido e manutenção de estoque, porém, sua falta pode agregar uma imagem negativa para empresa e prejuízos financeiros relativos a falta de produtos que poderiam ser vendidos e atender a demanda. De acordo com o trabalho realizado em campo, foi constatado que 100% das empresas pesquisadas possuem uma ferramenta para administrar o controle de estoque, o que facilita a coleta de informações a serem usadas para futuras consultas e até mesmo tomadas de decisão ou como base para inteirar-se do quanto deve ser pedido em produto. Assim cabem as empresas se capacitar e buscar novas formas de gerenciamento de seus estoques, ou mesmo novos módulos em seus programas de gerenciamento, os quais possam abranger informações mais detalhadas sobre o assunto, mostrando com clareza e detalhes o que pode ser trabalhado, podendo elevar em conjunto seus fatores críticos de sucesso, que podem definir novas estratégias para o crescimento das empresas. 52 Conforme foi questionado aos gestores das empresas, pela questão número quatro, que aborda sobre a percepção dos gestores com relação à redução de custos, foi constatado que 75% dos questionados perceberam uma redução financeira nos custos agregados ao estoque, a partir de quando a ferramenta foi colocada em uso, mostrando que uma boa administração do mesmo pode trazer benefícios e possíveis aumentos no lucro da empresa. Ilhabela, por possuir como base econômica o turismo, está sujeita a períodos sazonais, que afetam o movimento nos comércios, provocando assim altos e baixos índices de compras. Os responsáveis em sua maioria conseguem prever a demanda que virá em um determinado período de tempo, fazendo com que se adquira o número adequado de produtos para não exceder ou faltar no estoque, porém esses períodos estão sujeitos a variações, ou seja, nada é afirmado com precisão, o que leva as empresas a se precaver em números para não haver prejuízo. Ficou constatado também, através da pergunta de número quinze, que todas as empresas trabalham com estoque mínimo, o que pode criar um paradoxo para empresa, pois ao se trabalhar com o estoque mínimo existe a possibilidade de uma demanda maior que a oferta, causando assim transtorno no que tange a imagem da empresa e mesmo resultados financeiros, pois seria um artigo que deixou de ser vendido, por outro lado, o excesso acaba elevando os custos relacionados ao estoque e a ausência de demanda pode acarretar prejuízos como perda do produto por validade ou obsolescência, causando assim prejuízos financeiros a empresa. Dessa forma, seria recomendado aos comércios trabalharem com o estoque médio, que é número entre o máximo e o mínimo, assim não arriscando altas cargas de produtos parados e nem a falta dos mesmos, dando tempo hábil para solicitação de novos pedidos, reduzindo assim o risco de perda. Quanto à quantidade de produtos a serem pedidos (pergunta 16), foi percebido que todos os gestores usam sua experiência com o comércio como base para as possíveis demandas, isso ocorre porque são empresas onde os gestores e colaboradores estão muito próximos, facilitando a comunicação e proximidade com a parte física do comércio, mostrando que a experiência aliada a uma ferramenta de gestão de estoques podem ser grandes aliadas no que diz respeito ao quanto deve solicitado em um pedido, evitando possíveis perdas e consequentes prejuízos com mercadoria parada. Nota-se também 75% das empresas consultadas possuem um 53 calculo médio de perda de mercadoria em estoque, o que mostra um nível de preocupação e mensuração dos prejuízos. Assim pode-se concluir através deste trabalho de graduação, que as empresas de comércio varejista de Ilhabela se preocupam com seus estoques, visto que possuem ferramentas que auxiliam na gestão do mesmo e mostram a importância que o estoque tem para empresa. Como foi constatado, a maioria dos comerciantes percebe que a empresa depende de uma adequada gestão de estoques para seguir com seus processos de vendas, diminuindo as despesas, perdas e aumentando consequentemente seus lucros. 54 REFERÊNCIAS BALLOU, R. H. Logística empresarial. 1 ed. São Paulo: Editora Atlas, 1993. BALLOU, R. H. Gerenciamento de cadeia de suprimentos / logística empresarial. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006 25p. BENI, M. C. Analise estrutural do turismo. 13. ed. São Paulo: Senac São Paulo, 1998. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. Atlas, 2001. BRAZ, M. A. A logística militar e o serviço de intendência: Uma análise do programa excelência gerencial do exército brasileiro. Rio de Janeiro: FGV, 2004. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/3394/DISSERTACAO%20MAR CIO%20BRAZ.pdf?sequence=1>. Acessado em 20/9/2014. BRUNI, A. L. 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Sim Não 3- A quanto tempo? 4- Foi percebido algum tipo redução de custos significativa se comparado a antes da ferramenta estar em uso? Sim Não 5- A o dar entrada o novo produto, ele já é cadastrado? (pergunta removida) Sim Não 6- De quanto em quanto tempo a ferramenta é atualizada? 7- O estoque é verificado constantemente? Sim Não 8- Existe algum padrão de classificação dos produtos no estoque? Sim Não 9- Os produtos que a empresa comercializa são perecíveis? Sim Não 59 10- Quantos fornecedores a empresa possui? 11- Como são efetuados os pedidos dos produtos? Telefone Internet Representante Comercial Compra Direta 12- A empresa consegue prever a demanda determinada pela sazonalidade, de acordo com a sua ferramenta de gestão de estoque? Sim Não 13- E durante o período não sazonal, é possível prever a demanda? * Sim Não 14- Como o produto é cadastrado? Ferramenta Analógica Ferramenta Digital 15- Existe um critério de importância para a classificação dos produtos em estoque? Sim Não 16- A empresa trabalha com estoque mínimo? Sim Não 17- Como é estabelecida a quantidade de suprimento a ser pedido para o estoque? Através da ferramenta de gestão de estoque Percepção por experiência 18- A empresa possui algum calculo médio de perda em estoque? Sim Não