Gemas joias final

Transcrição

Gemas joias final
PERSPECTIVAS PARA INOVAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO SETORIAL
n.11
CARACTERIZAÇÃO DO
SETOR DE GEMAS, JOias
E Metais Preciosos No
Brasil
Prof. Hilton Manoel Dias
Ribeiro – MSc. Economia
Brasília 2011
Série Estudos Setoriais
CARACTERIZAÇÃO DO
SETOR DE GEMAS, JOias
E Metais Preciosos No
Brasil
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente
SENAI - Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
PERSPECTIVAS PARA INOVAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO SETORIAL
n.11
CARACTERIZAÇÃO DO
SETOR DE GEMAS, Joias
E Metais Preciosos No
Brasil
Prof. Hilton Manoel Dias
Ribeiro – MSc. Economia
Brasília 2011
Série Estudos Setoriais
© 2011. SENAI – Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
SENAI/DN
Unidade de Estudos e Prospectiva - UNIEPRO
FICHA CATALOGRÁFICA
R484c
Ribeiro, Hilton Manoel Dias.
Caracterização do setor de gemas, jóias e metais preciosos no
Brasil : perspectivas para inovação e desenvolvimento setorial / Hilton
Manoel Dias Ribeiro. – Brasília: SENAI.DN, 2011.
48p. (Série Estudos Setoriais, n.11)
ISBN 978-85-7519-487-4
1. Jóias 2. Metais Preciosos I. Título III. Série
CDU 671
SENAI
Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte
Quadra 1 - Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
70040-903 - Brasília - DF
Tel.: (0xx61) 3317-9544
Fax: (0xx61) 3317-9550
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Lista de Gráficos
Gráfico 1 - Empregos diretos em 2009
14
Gráfico 2 - Faturamento estimado em 2009 - US$ 4 bilhões
14
Gráfico 3 - Número de funcionários
18
Mapa 1 - Distribuição territorial das reservas medidas – Gemas
41
Mapa 2 - Mapa gemológico brasileiro 42
Mapa 3 - Mapa aurífero brasileiro
43
Mapa 4 - Distribuição territorial das empresas – Lapidação de pedras preciosas.
Fabricação de artefatos de ourivesaria e joalheria
44
Mapa 5 - Distribuição territorial de pessoal ocupado – Lapidação de pedras
preciosas. Fabricação de artefatos de ourivesaria e joalheria
45
Mapa 6 - Distribuição de atividades – Gemas / Garimpos
46
Lista de Tabelas
Tabela 1 - O setor em grandes números – 2009
12
Tabela 2 - Exportação brasileira do setor – CAPÍTULO 71 da NCM
15
Tabela 3 - Tipo de produtos comercializados pelas empresas 17
Tabela 4 - Estrutura da empresa
18
Tabela 5 - Empresas que mudaram o processo de lapidação nos útlimos anos 19
Tabela 6 - Empresas de joalheria que inovaram nos últimos anos
19
Tabela 7 - Principais destinos dos produtos
20
Tabela 8 - Empresas que importam para venda no mercado interno
20
Tabela 9 - Empresas que importam para venda no mercado externo
(Reexportação)21
Tabela 10 - Origens das pedras
21
Tabela 11 - Metais utilizados para a confecção das joias
22
Tabela 12 - Fatores que impactam negativamente no setor
22
Tabela 13 - Empresas que possuem suporte de assistência técnica
23
Tabela 14 - Empresas que possuem curso de lapidação
23
Tabela 15 - Empresas que possuem curso de joalheria
23
Tabela 16 - Temas de cursos de interesse das empresas
24
Sumário
1 INTRODUÇÃO
2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
9
11
2.1 O setor de gemas, joias e metais preciosos 11
2.2 Características do mercado
13
2.3 Caracterização do setor por meio de pesquisa em fonte primária
16
2.3.1 Análise dos resultados da pesquisa 17
3 PERSPECTIVAS SETORIAIS
25
3.1 Cenários para o setor
25
3.2 Propostas para o setor
28
3.3 Novas tecnologias
30
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35
REFERÊNCIAS
37
ANEXOS
41
APÊNDICE
47
Introdução
1 INTRODUÇÃO
O setor de gemas, joias e metais preciosos é um dos mais complexos do País,
principalmente porque existe um elevado grau de informalidade nos segmentos
de extração e comercialização de pedras preciosas. Apesar da complexidade, é
um dos setores tradicionais da economia brasileira e que recebe grande atenção
internacional. O Brasil é reconhecido por sua riqueza mineral, tanto em termos
quantitativos quanto pela diversidade de produtos, configurando-se como um
grande player nesse setor. A exploração da atividade mineral brasileira, apesar
de inúmeras críticas quanto à sua forma predatória, foi determinante para o
desenvolvimento de algumas regiões.
Por conta dessa complexidade e importância, crê-se que as análises e futuros
projetos relacionados devem assumir um caráter regional, respeitando os aspectos
que tangem à oferta de produtos, à estrutura de recursos humanos disponíveis, às
tecnologias, à legislação e à rede institucional de apoio ao setor.
O presente trabalho está dividido em três partes. Na primeira, tem-se uma
breve caracterização da atividade; na segunda, apresentam-se os dados primários
de uma pesquisa realizada durante um evento do setor; e na terceira, têm-se as
perspectivas que servem de base para outras discussões e formulações de políticas
direcionadas.
9
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
10
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
2 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
Neste tópico, busca-se caracterizar brevemente o setor de gemas, joias e
metais preciosos. Apesar da escassez de informações referentes a esses segmentos,
algumas instituições e pesquisadores foram fontes importantes de dados para a
presente análise. Especificamente, estão apresentadas as estatísticas sobre a cadeia
produtiva em questão, relatando aspectos da produção de gemas e metais preciosos,
da indústria joalheira, do design e das inovações que surgiram nos últimos anos.
Apresentam-se, também, os aspectos mercadológicos, principalmente, sobre a
inserção brasileira no cenário internacional. Ainda, têm-se as discussões sobre
as ações recentes que envolvem a melhoria dos recursos humanos, a inovação e
incorporação de tecnologia e as instituições de apoio ao setor.
O mapeamento de toda a cadeia produtiva no Brasil se torna tarefa complexa
na medida em que existem especificidades para cada região do País e para cada elo
da cadeia. Assim, as análises dos segmentos de gemas, joias e metais preciosos
devem ser cada vez mais regionalizadas.
2.1 O setor de gemas, joias e metais preciosos
O setor sob análise está inserido no capítulo 71 – Pérolas naturais ou
cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas e semelhantes; metais preciosos,
metais folheados ou chapeados de metais preciosos e suas obras; bijuterias;
e moedas, da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM. A cadeia produtiva
compreende o garimpo, a indústria de lapidação, os artefatos de pedras, a indústria
joalheira e de folheados, as bijuterias, as matérias-primas e os equipamentos
usados no processo de produção, além das atividades relacionadas à incorporação
de design aos produtos. Especificamente sobre as gemas, deve-se considerar que
suas características básicas são: beleza (brilho, transparência, cor etc.); durabilidade
(dureza); e raridade.
O Brasil é um dos destaques na produção mineral, tendo em seu solo grande
quantidade e variedade de pedras preciosas. Para o Instituto Brasileiro de Gemas e
Metais Preciosos (IBGM, 2010), o País é o segundo maior produtor de esmeraldas
11
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
e tem quase exclusividade na produção de Topázio Imperial e Turmalina Paraíba
(grande valor no mercado), além de apresentar uma grande diversidade de produtos,
como ágata, ametista, citrino, turmalinas, água-marinha, topázios e quartzo.
Segundo dados do Gold Survey (2009), citados em IBGM (2010), um terço
da produção de gemas do mundo é brasileiro e, no que se refere à produção de
ouro, alcançou, em 2008, a 12a posição no ranking. O segmento de pedras preciosas
é altamente informal, a começar pela própria atividade extrativa no garimpo. A
concentração da produção de gemas brasileiras está nos estados de Minas Gerais,
Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, Pará e Tocantins. Já a produção de ouro está
localizada nos estados do Pará, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Goiás eTocantins.
Os primeiros elos da cadeia (garimpo e lapidação) são os que apresentam grande
informalidade e encontram maiores entraves para o desenvolvimento, sendo
considerados como atividades declinantes. Apesar dos outros elos apresentarem
baixa participação mundial, estes já apresentam maior competitividade e
organização, dados dos ganhos qualitativos em design e valorização do produto
nacional. Os dados daTabela 1 mostram um panorama resumido da indústria. Por
estes, já se percebe o elevado grau de informalidade. Apenas 600 empresas estão
na estimativa, todavia, só na região de Teófilo Otoni – MG estima-se que mais de
2.000 pequenos negócios (lapidários autônomos) atuam nessa atividade. Nos
anexos deste documento, encontram-se os mapas com a distribuição dos tipos de
pedras preciosas; da indústria de lapidação, joalheria e ouro; e do pessoal ocupado.
Tabela 1 – O setor em grandes números – 2009
Indústria
Varejo
Fonte: IBGM (2010).
12
Segmento
Número de empresas
Lapidação / Obras pedras
600
Joalheria ouro e prata
800
Folheados e bijuterias
2.600
Total indústria
4.000
14.000
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
No que diz respeito à informalidade citada anteriormente, pode-se confirmar
que esta é a principal dificuldade do setor. Leite (2007) traz mais detalhes sobre
os gargalos da cadeia e argumenta, por exemplo, sobre as falhas no processo
produtivo; a insuficiência na escala para lapidação; a baixa capacidade de gestão; a
pouca capacitação da mão de obra; a tecnologia inadequada; a baixa escolaridade;
a falta de crédito; a concorrência desleal; e a própria segurança. A indústria joalheira
é a única que vem apresentando incorporação de novas tecnologias e design, o
que a torna mais competitiva e lucrativa. As regiões de indústrias joalheiras (Sul e
Sudeste do Brasil) são espaços mais avançados onde existem cursos direcionados,
concentração de empresas, políticas específicas e maior incorporação de novas
tecnologias. Contudo, esse arranjo ainda não é a garantia de sustentabilidade do
setor em debate. Considerando o mercado latino-americano, a automação de
processos vem oferecendo boas oportunidades de crescimento para as empresas
fornecedoras. Após um longo período de estagnação e instabilidade econômica,
países latinos-americanos como Peru, Chile e Brasil estão retomando investimentos
em automação. Um exemplo de como a demanda latino-americana por produtos
e soluções em automação tem crescido é o aumento de importação de produtos
voltados para comunicação Fieldbus, como mostrado no gráfico 2.
2.2 Características do mercado
Para Leite (2007), o mercado interno consome de 5% a 10% da produção de
gemas, 8% da produção de joias e quase a totalidade da produção de bijuterias.
Estima-se que 93% das empresas do setor sejam de micros e pequenos empresários.
Dessa forma, trata-se claramente de um setor cujo foco é o mercado externo. Apesar
dos gargalos e muitos pequenos negócios, é um setor que gera, relativamente,
muitos postos de trabalho. Os dados da Gráfico 2 mostram que foram gerados 310
mil empregos diretos no setor em 2009. O segmento que mais emprega é o varejo,
logo em seguida o garimpo, e depois a indústria. Disso já se percebe o baixo nível
de transformação dos produtos presentes na cadeia.
13
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Gráfico 1 – Empregos diretos em 2009
350.000
300.000
250.000
200.000
150.000
100.000
50.000
0
310.000
160.000
90.000
Varejo
60.000
Garimpo e
Mineração
Indústria
Total
Fonte: IBGM (2010).
Sobre o faturamento, os dados de 2009 confirmam que o segmento da
mineração continua ainda muito à frente dos outros. O segmento da joalheira
aparece em segundo, dado o alto valor agregado dos produtos (Gráfico 3).
Gráfico 2 – Faturamento estimado em 2009 - US$ 4 bilhões (**)
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
1500
530
360
350
140
Mineração
Varejo
Joalheria
Folheados/
Bijuteria
120
Lapidação/ Outros (*)
Obras
Pedras
Produtos de metal precioso para Indústria e outros (**) Inclui Exportações
Fonte: IBGM (2010).
O Brasil é um dos principais países exportadores de pedras e metais preciosos,
contudo sua participação internacional no mercado de joias é insignificante. Os
dados daTabela 2 mostram as exportações do setor. Observa-se que a maior parte
dos segmentos apresentou queda nos últimos anos.
14
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
Tabela 2 – Exportação brasileira do setor – CAPÍTULO 71 da NCM
Principais itens
2009
2008
2007
2009/07%
Pedras em bruto
28.371
52.633
55.559
-49
Pedras lapidadas
73.420
74.031
85.482
-14
Obras e artefatos de pedras
14.892
17.025
17.326
-14
Prata em barra, fios etc.
3.323
8.786
-
-
Ouro em barras, fios e chapas
1.384.098
1.032.446
790.821
75
Produtos de metais preciosos para indústria
1.032.446
6.755
7.646
8.323
Joalheria / Ourivesaria metais preciosos
79.130
133.878
94.869
-17
Folheados de metais preciosos (**)
95.203
132.526
129.110
14.710
Outros resíduos de metais
Total
104.083
111.711
123.092
Bijuterias de metais comuns
Platina em formas brutas ou em pó
Outros produtos
Total
Inclui exportações feitas a não-residentes (antigo DEE).
Fonte: IBGM (2010). MDIC/SECEX/DEPLA.
Esses resultados confirmam a elevada volatilidade do setor em relação ao
desempenho da economia mundial. Principalmente no que tange aos segmentos
de produtos supérfluos como pedras preciosas e joias, qualquer crise econômica
afeta diretamente as vendas desses segmentos. Sendo assim, pode-se dizer que esse
baixo desempenho dos últimos anos está atrelado à recente crise financeira mundial.
Sobre os determinantes das exportações brasileiras de pedras preciosas,
Ribeiro (2008) valendo-se de uma metodologia denominada Constant Market
Share1, que decompõe o comportamento das exportações em três efeitos – (a)
crescimento do comércio mundial, (b) mercado de destino, e (c) competitividade,
chegou à conclusão que a evolução dessas vendas está atrelada ao fato do país
exportar para países mais ou menos dinâmicos (de maior crescimento nas rendas).
O efeito (a), crescimento do comércio mundial, também foi expressivo, o que na
prática se realiza dado que as oscilações da economia mundial sempre afetam as
vendas desses produtos. Já o efeito (c), competitividade, foi menos expressivo
em todos os períodos considerados, mas apresentou valores maiores nos últimos
períodos considerados naquela pesquisa.
1
Para melhor entendimento do método CMS, consultar Carvalho (2003) - O Método Constant Market Share.
15
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Comparando-se com dados históricos, nota-se que o Brasil praticamente,
permaneceu com os mesmos mercados de destinos. Contudo, a crescente inserção
de Hong Kong e Tailândia, como grandes importadores de pedras brasileiras a
partir de meados da década de 1980 e início da década de 1990, foi decisiva para a
dinâmica comercial de pedras brasileiras. Sendo assim, a escolha e/ou manutenção
dos mercados consumidores mais dinâmicos é fator decisivo para a evolução das
exportações brasileiras de pedras preciosas.
2.3 Caracterização do setor por meio de pesquisa em fonte
primária
No período entre os dias 24 e 28 de Agosto de 2011 aconteceu em Teófilo
Otoni/MG, a 20ª Feira Internacional de Pedras Preciosas – FIPP e a 22ª Feira
Livre de Pedras Preciosas. Como parte da tradição regional, tendo a cidade
de Teófilo Otoni-MG destaque, a FIPP reúne pessoas e empresas de diversas
regiões brasileiras, constituindo-se num espaço propício às pesquisas de campo,
direcionadas para esse mercado.
Sendo assim, foi feito um levantamento de dados durante esse período,
contemplando 66 entrevistas e abrangendo atores das principais regiões bem como
atores de outras partes do País.
As informações contidas nesse tópico servem como referência para
instituições interessadas em promover o desenvolvimento desse setor, sendo que
foram captadas algumas características e demandas daqueles que trabalham na
produção de gemas e joias. Dessa forma, esses dados são, seguramente, uma
base importante para uma análise setorial geral, contribuindo sobremaneira para
formuladores de programas e políticas públicas interessados em promover o
desenvolvimento dessa cadeia.
16
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
2.3.1 Análise dos resultados da pesquisa2
O questionário aplicado naquela ocasião foi organizado de forma que pudesse
capturar alguns aspectos importantes sobre as empresas e pessoas envolvidas no
setor de gemas, abrangendo o perfil do negócio; o caráter inovador; o mercado; os
gargalos e a formação profissional. Essas informações primárias, apesar do caráter
local, de certa forma, traduzem a lógica geral do setor.
Posto isto, os pontos abordados nessa pesquisa irão colaborar para o melhor
entendimento da realidade daqueles que estão inseridos na cadeia produtiva de
gemas, joias e metais preciosos.
Sobre o Perfil dos Negócios, os dados da Tabela 3 mostram que 73,8% dos
entrevistados trabalham apenas na comercialização de gemas, confirmando o baixo
grau de transformação da produção. Do total, mais de 21% disseram que trabalham
no segmento de joias. Vale destacar que essa amostra contém empresas locais,
regionais e de outros estados brasileiros.
Tabela 3 – Tipo de produtos comercializados pelas empresas
Frequência
2007
2008
Bruto
3
4,5
4,6
Gemas
48
72,7
73,8
Joias
2
3,0
3,1
Gemas / Joias
12
18,2
18,5
Total
65
98,5
100,0
Brancos
1
1,5
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Ainda sobre as empresas, sua característica como base familiar, foi confirmada
nos dados daTabela 4. Do total de entrevistados, quase 60% disseram que a empresa
é do tipo familiar. O setor é caracterizado pelo grande número de pequenas empresas
familiares, que foram repassando a atividade de geração em geração.
2
Os dados das entrevistas foram tabulados e as tabelas foram geradas por meio do software SPSS 11.5.
17
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Tabela 4 – Estrutura da empresa
Empresa familiar
Frequência
%
% Válido
Sim
39
59,1
63,9
Não
22
33,3
36,1
Total
61
92,4
100,0
Brancos
5
7,6
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Existem poucas grandes empresas no setor joalheiro e o elo que o antecede
(lapidação e comercialização de gemas) é composto por um grande número de
pequenos negócios, muitos deles informais, em que o número de funcionários é
reduzido. Os dados da Gráfico 3 confirmam que mais de 50% dos entrevistados
estão na faixa de um a cinco funcionários.
Gráfico 3 – Número de funcionários
Brancos
1a5
> 10
5 a 10
Fonte: Elaboração própria.
No que se refere à Inovação, duas perguntas simples identificaram a
propensão dos atores em inovar. NaTabela 5, 56% dos entrevistados disseram que
18
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
mudaram o modo de lapidar nos últimos anos. Mesmo sabendo dos incentivos
à inovação e agregação de valor ao elo da lapidação nos últimos anos, muito se
questiona sobre a real inserção de tecnologia nessa produção. Na Tabela 6, os
dados mostram que, dos 47% das entrevistas válidas, apenas 18,2% confirmaram
que existiu inovação na produção de joias. Em se tratando de um segmento com
valor agregado muito elevado, esses resultados confirmam seu baixo dinamismo.
Tabela 5 – Empresas que mudaram o processo de lapidação nos útlimos anos
Respostas
Frequência
%
% Válido
Sim
37
56,1
60,7
Não
24
36,4
39,3
Total
61
92,4
100,0
Brancos
5
7,6
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 6 – Empresas de joalheria que inovaram nos últimos anos
Respostas
Frequência
%
% Válido
Sim
12
18,2
38,7
Não
19
28,8
61,3
Total
31
47,0
100,0
Brancos
35
53,0
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Sobre os pontos relacionados ao mercado, captaram-se informações
relacionadas aos mercados de destino; sobre reexportação; origens das pedras e
metais utilizados como insumo. Como as principais empresas dessa amostra são
do segmento de gemas, o principal destino final dos produtos foi o Brasil. Os outros
destinos foram os EUA, Europa e Ásia, sendo estes grandes mercados consumidores
de gemas e joias. O primeiro e o segundo são grandes consumidores de joias, os
países asiáticos são destaques na comercialização de gemas e seus produtos são
mais competitivos que os produtos brasileiros, como é o caso da Tailândia e de
Hong Kong (Tabela 7).
19
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Tabela 7 – Principais destinos dos produtos
Destinos
Frequência
%
Brasil
33
50,0
Europa
9
13,6
EUA
3
4,5
Ásia
1
Brasil/Europa
4
Brasil/EUA
1
EUA/Europa
4
Europa/Ásia
3
Brasil/Europa/EUA
1
Brasil/EUA/Ásia
2
Europa/EUA/Ásia
2
Todos
2
Total
65
Brancos
1
Total
66
% Válido
Fonte: Elaboração própria.
As questões relacionadas à importação de gemas estão contempladas
nas Tabelas 8 e 9. A primeira mostra que 75,8% dos entrevistados não importam
produtos para vender internamente. A segunda mostra que mais de 80% dos
entrevistados também não importam para depois exportar (reexportação). Esses
dados representam a realidade regional, de pequenas empresas que comercializam
pedras brasileiras. Contudo, outras fontes confirmam que a reexportação é um
processo comum nesse setor, principalmente por parte de empresas de porte médio
e grande, que necessitam de matéria-prima de melhor qualidade e de produtos
mais escassos no território brasileiro.
Tabela 8 – Empresas que importam para venda no mercado interno
Respostas
Frequência
%
% Válido
Sim
14
21,2
21,9
Não
50
75,8
78,1
Total
64
97,0
100,0
Brancos
2
3,0
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
20
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
Tabela 9 – Empresas que importam para venda no mercado externo (reexportação)
Respostas
Frequência
%
% Válido
Sim
5
7,6
8,6
Não
53
80,3
91,4
Total
58
87,9
100,0
Brancos
8
12,1
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Na Tabela 10, observa-se que mais de 50% dos entrevistados disseram que
as gemas comercializadas são de Minas Gerais. Outros locais de origem foram
Goiás, estados do Sul e do Nordeste. A Tabela 11 apresenta os metais utilizados na
produção, daqueles que responderam e que trabalham no segmento de joias, mais
de 4% trabalha com ouro, mais de 10% com prata, e mais de 7% trabalha com os
dos metais mais utilizados nessa indústria.
Tabela 10 – Origens das pedras
Locais de origem
Frequência
%
% Válido
Minas Gerais
34
51,5
54,0
GO/MT
2
3,0
3,2
Sul
1
1,5
1,6
Nordeste
6
9,1
9,5
MG/GO/MT
4
6,1
6,3
MG/Sul
2
3,0
3,2
MG/Nordeste
8
12,1
12,7
GO/MT/Sul
1
1,5
1,6
MG/GO/MT/Sul
1
1,5
1,6
Todos
4
6,1
6,3
Total
63
95,5
100,0
Brancos
3
4,5
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
21
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Tabela 11 – Metais utilizados para a confecção das joias
Tipos de metais
Frequência
%
% Válido
Ouro
3
4,5
15,8
Prata
7
10,6
36,8
Folheado
1
1,5
5,3
Ouro/Prata
5
7,6
26,3
Todos
3
4,5
15,8
Total
19
28,8
100,0
Brancos
47
71,2
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Os gargalos estavam presentes no levantamento por meio de questionamentos
diretos sobre as dificuldades do setor e sobre a assistência técnica. ATabela 12 apresenta
os principais entraves presentes na cadeia, além daqueles já citados anteriormente.
Assim, dificuldades relacionadas à variação da taxa de câmbio; problemas com
recursos humanos qualificados; e organização do setor foram os pontos escolhidos,
apresentando uma distribuição quase equilibrada (25,8% ou 33,3%, respectivamente).
A Tabela 13 apresenta os resultados relacionados à assistência técnica. Como era
previsto, confirmou-se que o setor não possui esse tipo de suporte, como está mais
presente em outros setores, por exemplo, na agropecuária. Dos entrevistados, mais
de 86% disseram que não recebem assistência técnica.
Tabela 12 – Fatores que impactam negativamente no setor
Fatores
%
% Válido
Câmbio
17
25,8
28,3
RH
17
25,8
28,3
Organização
22
33,3
36,7
RH/Organização
3
4,5
5,0
Todos
1
1,5
1,7
Total
60
90,9
100,0
Brancos
6
9,1
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
22
Frequência
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR
Tabela 13 – Empresas que possuem suporte de assistência técnica
Recebimento de
assistência técnica
Frequência
%
% Válido
Sim
6
9,1
9,4
Não
58
86,4
90,6
Total
64
97,0
100,0
Brancos
2
3,0
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Por fim, sobre a formação dos recursos humanos e os questionamentos
simples sobre cursos na área de lapidação e joalheria puderam identificar o baixo
grau de profissionalização do setor. Os resultados apresentados nas Tabelas 14 e
15 mostram que 59% dos entrevistados não possuem qualquer curso na área de
lapidação e mais de 92% disseram que não possuem curso na área de joalheria.
Tabela 14 – Empresas que possuem curso de lapidação
Resposta
Frequência
%
% Válido
Sim
14
21,2
21,5
Não
39
59,1
60,0
Só prática
12
18,2
18,5
Total
65
98,5
100,0
Brancos
1
1,5
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Freqüência
%
% Válido
Tabela 15 – Empresas que possuem curso de joalheria
Resposta
Frequência
%
% Válido
Sim
4
6,1
6,2
Não
61
92,4
93,8
Total
65
98,5
100,0
Brancos
1
1,5
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
23
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Nesse sentido, os interesses dos entrevistados por cursos de capacitação
estiveram em torno de novas formas de lapidação e fabricação de joias, Tabela 16.
Tabela 16 – Temas de cursos de interesse das empresas
Frequência
%
% Válido
Novas formas de lapidar
8
12,1
20,5
Fabricar joias
10
15,2
25,6
Ambos
20
30,3
51,3
Total
39
59,1
100,0
Brancos
27
40,9
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
24
PERSPECTIVAS SETORIAIS
3 PERSPECTIVAS SETORIAIS
A última parte do documento contempla uma perspectiva sobre o setor de
gemas, joias e metais preciosos. Cabe discutir sobre a importância da inovação em
cada elo da cadeia; quais são as novas tecnologias disponíveis para lapidação e
fabricação de joias e quais são os desafios futuros para a construção de uma rede
de apoio efetivo ao setor de gemas e joias, respeitando as diferenças regionais
e integrando às políticas já existentes, tanto na esfera estadual quanto na esfera
federal como, por exemplo, no Ministério de Minas e Energia – MME, Ministério de
Ciência eTecnologia – MCT e Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior – MDIC.
Apresenta uma proposta consolidada para elaboração de um programa de
formação de recursos humanos que possam atender às principais demandas do
setor, preocupando-se principalmente com os elos da lapidação, joalheria e metais
preciosos, pensando também nos aspectos ambientais, no empreendedorismo e
gestão, bem como na organização de toda uma cadeia produtiva.
3.1 Cenários para o setor
Nos últimos anos, por conta da globalização e aumento da competitividade,
aumentou-se a preocupação com a qualidade e com o caráter diferenciado dos
produtos brasileiros. Ribeiro (2008) assume que as políticas e pesquisas devem
contribuir com a formalização da atividade, havendo diferenciação de estudos por
tipos de pedras e contribuindo para a redução da instabilidade desse setor. Não
bastam ser implementadas apenas políticas de adequação tributária, tem-se que
analisar e conhecer a dinâmica desse setor em outros países para que possam ser
tomadas medidas que estimulem as vantagens competitivas brasileiras, gerando
divisas e criando empregos no setor de lapidação e confecção de joias. Segundo
dados do IBGM (2010), alguns fatos devem ser validados e analisados:
•
Impacto da crise no comércio de ouro e prata;
•
Aumento do uso de gemas no lugar de peças só de ouro;
25
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
•
Estagnação relativa da produção de pedras preciosas no Brasil, com a
participação crescente de concorrentes externos (África);
•
Redução, nos países europeus (Itália, por exemplo), da produção e do
consumo de joias, este em menor escala, inclusive transferindo parte
da produção e/ou de seu acabamento para países com menor custo, a
exemplo da China, Turquia e Vietnam. Houve decréscimo acentuado,
também, no consumo e nas importações dos Estados Unidos e do Japão;
•
Tendência de crescimento mais acelerado do consumo de joias em países
produtores/exportadores de petróleo, como os países árabes, Rússia,
Nigéria, Indonésia, além da China;
•
Participação crescente de bijuterias e folheados com desenhos inovadores
nos mercados interno e externo;
•
Manutenção da tendência do mercado interno ser crescentemente
atendido por ateliers/oficinas de designers/ourives, bem como pela
produção das próprias lojas;
•
Vendas de joias pela internet, como uma nova tendência no Brasil;
•
Redução da informalidade em toda a cadeia produtiva de gemas e joias
no Brasil; e
•
Preocupação crescente com os aspectos éticos e de sustentabilidade.
Noguchi e Echternacht (2003) tratam de outro fato importante, que é
a distância que existe entre concepção e a execução das peças. Para o autor,
designers e ourives trabalham de maneira isolada, estabelecendo contato somente
na fase de execução. Esse gargalo contribui para uma desarticulação da cadeia e,
consequentemente, para geração de resultados menos eficientes. Dessa forma,
como a criação das joias não pode estar baseada apenas na estética e na beleza,
a parte técnica deve ser aperfeiçoada. Deve-se buscar uma maior integração entre
diferentes elos da cadeia, para aumentar a competitividade dos produtos.
Para o IBGM (2005), outros pontos devem ser destacados, especificamente
sobre o setor joalheiro:
26
PERSPECTIVAS SETORIAIS
•
O mercado é altamente competitivo e o Brasil deve apresentar produtos
inovadores e diferenciados;
•
A imagem do Brasil ainda não é associada à fabricação de joias, e sim
ao de fornecedor de pedras preciosas;
•
O Brasil não tem capacidade instalada, nem mecanismos de apoio,
que permitam a rápida montagem de infraestrutura para competir na
produção de joias de massa;
•
Já existe no país um forte movimento de design, tanto de profissionais
autônomos quanto nas indústrias, que pode ser mais bem estimulado e
orientado para uma estratégia de formação de imagem.
No que se refere ao design, Mol (2009) apresenta os modelos de lapidação
diferenciada, que se constituem como importante mecanismo de inovação para
o setor. Discute novas técnicas, formas, texturas, brilho etc. Esse conhecimento
torna-se recurso fundamental para agregação de valor, geração de renda e
emprego. Quando se apresenta as novas tecnologias para lapidários, cooperativas
de lapidação e para a indústria joalheira, tem-se uma oportunidade de melhoria de
qualidade e aumento de competitividade.
Ainda sobre inovações recentes, em Minas Faz Ciência (2010) é possível ter
uma noção dos avanços alcançados, sendo a responsabilidade socioambiental
o fator predominante do processo. O Centro de Estudos em Design de Gemas e
Joias da Universidade do Estado de Minas Gerais (CEDGEM/Uemg) trabalhou com
os resíduos da mineração em municípios do nordeste do estado. Esses materiais
estão sendo aproveitados em adornos e joias, em um trabalho de pesquisa que se
desdobrou num processo de inclusão social. Esse projeto tem foco em capacitação
e busca soluções socioambientais no setor mineral dessas regiões. Vale ressaltar
que essas iniciativas têm um caráter regional, respeitando aspectos locais, o
que pode contribuir para que os projetos tenham resultados mais efetivos. O da
Gema – Itaporarte, por exemplo, uma parceria entre CEDGEM, Centro Minas de
Design e Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais - FAPEMIG, contempla
o aproveitamento dos resíduos da extração de gemas, aplicados a uma linha de
produtos de qualidade, com design diferenciado. Além desse projeto, no Laboratório
Integrado de Gemas e Joias são desenvolvidos outros projetos na área, trabalhos
27
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
com lapidação diferenciada, prototipagem rápida (modelagem virtual e fabricação de
modelos físicos tridimensionais), pesquisas em ligas de ouro (Anglogold Ashanti) etc.
A ideia de que agregar valor às pedras é a solução para alavancar negócios
não é recente. O Brasil é grande fornecedor de produtos primários, pouco
elaborados. Especialistas já diziam que todo tipo de processamento que resulte
num melhoramento de cor ou aparência final da gema, deve ser testado pelos
comerciantes brasileiros, para que estes possam exportar produtos com um valor
adicional. Um bom exemplo é a água-marinha, da qual o Brasil se configura como
maior produtor mundial e, 90% da água-marinha comercializada no mundo são
tratadas termicamente. (Sabioni e Ferreira, 1996).
EmTeófilo Otoni/MG, o projeto UNIT – Unidade de InovaçãoTecnológica em
Gemas e Joias, descrito por Souza (2009), conta com uma estrutura física que dispõe
de um Núcleo de Produção-Escola (lapidação e joalheria), um laboratório gemológico,
e um núcleo de capacitação e informação tecnológica, apoiados pela FAPEMIG,
UEMG, Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais – SEE e Secretaria de
Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais – SECTES.
Assim, os cenários atuais identificados em torno das inovações surgem como
estímulo para futuros cenários em que o setor de gemas, joias e metais preciosos
se torne menos informal, mais comprometido com o meio ambiente e a sociedade,
gerando novos empregos, mais renda, contribuindo para o desenvolvimento
equilibrado das regiões em que se inserem.
3.2 Propostas para o setor
Para formulação de propostas para a cadeia produtiva de gemas, joias e
metais preciosos, devem-se considerar as especificidades de cada elo da cadeia
bem como as regiões sob análise. Em discussões com outros especialistas do setor,
chegou-se à conclusão de que as políticas e projetos direcionados a essa cadeia
devem obedecer às características regionais onde se instalarão. A quantidade e
qualidade da matéria-prima e de recursos humanos estão distribuídas de forma
heterogênea pelo território brasileiro e, dessa forma, essas questões devem nortear
a elaboração de programas de capacitação, políticas de inovação, investimento em
novas tecnologias etc.
28
PERSPECTIVAS SETORIAIS
Especificamente sobre o setor de gemas e joias, algumas propostas podem
ser desenvolvidas ou, aquelas que já existem, deveriam ser ampliadas. No segmento
de gemas, a lapidação diferenciada, valorizando a identidade do design brasileiro,
é um dos pontos a se considerar. Devem-se apresentar produtos altamente
competitivos e diferenciados, com design próprio. Além disso, nesse segmento, a
preocupação com os aspectos ambientais também deve estar em pauta, estando
disponível todo conhecimento sobre aproveitamento de resíduos da lapidação para
outras atividades. Além disso, uma aproximação entre aquele ator que desenha
as peças e aquele que está na produção (ourives, por exemplo) deve ser alinhada.
No segmento de joalheria, muito antes de se pensar em novas formas e
materiais, deve-se apoiar, ao início dessa atividade, em dado que muitas empresas
ainda continuam apenas exportando gemas e pedras em estado bruto. Nas
regiões onde a atividade joalheira é mais desenvolvida, deve-se pensar no design,
marketing específico, novas tecnologias e materiais, e também nas questões sociais
e ambientais inerentes ao processo.
Sendo assim, inicia-se a elaboração de Programas Regionais de Inovação,
cuja formação de recursos humanos seria a peça-chave dessa iniciativa. Um
fator determinante para o sucesso desse tipo de programa seria uma articulação
institucional com aqueles órgãos representativos, que já atuam na atividade
e que podem formar uma rede sinérgica de cooperação para promoção do
desenvolvimento setorial e regional e polos produtores de gemas e joias. De forma
simplificada, os programas propõem:
•
Identificação das regiões/polos produtores de gemas e joias e a
identificação de suas características;
•
Identificação da qualidade dos recursos humanos disponíveis nessas
regiões;
•
Mapeamento dos cursos específicos já realizados;
•
Mapeamento das instituições locais/regionais ligadas diretamente e
indiretamente ao setor;
•
Identificação da oferta de produtos e serviços disponíveis ligados ao setor;
29
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Elaboração de Programas Regionais de Inovação focados na formação dos
recursos humanos, na preocupação ambiental, na geração de novos empregos,
na agregação de valor aos produtos, incorporando as novas tecnologias já
disponíveis no País, e na maior integração entre as instituições ligadas ao setor.
3.3 Novas tecnologias
Devem-se destacar neste tópico, os principais avanços tecnológicos da cadeia
produtiva de gemas e joias, contemplando principalmente os elos de lapidação e
joalheria.
No primeiro caso, para produção de pedras preciosas lapidadas, a literatura
tem mostrado que as máquinas e tecnologias não sofreram grandes alterações,
em comparação com o segmento de joias, por exemplo. Destaca-se, por ordem de
informalidade, que temos os elos da extração e lapidação como mais informais e
o elo da joalheira numa situação de maior formalidade, sendo assim, os avanços
tecnológicos neste último são mais notáveis.
O segmento de lapidação é uma fase intermediária do processo de construção
das joias, mas ao mesmo tempo é quase todo formado por profissionais que trabalham
na informalidade, utilizando técnicas pouco avançadas, com pouca preocupação e
responsabilidade socioambiental. Contudo, alguns avanços devem ser destacados
para que essas inovações sejam incorporadas e disseminadas em outros projetos para
desenvolvimento do setor, principalmente quando se trata de formação de recursos
humanos, que devem estar atentos às tendências desse mercado.
Já para o ramo da joalheria, a evolução tecnológica e as inovações são
claramente notáveis. Essas inovações estão ligadas aos novos materiais que foram
incorporados aos processos de elaboração de joias, e principalmente aos avanços
em design, que têm sido o fator-chave para a sustentabilidade desse segmento. O
mercado de gemas e joias é muito volátil às oscilações da economia mundial e, dessa
forma, a sua manutenção exige cada vez mais esforços por parte das empresas, e
a inovação tem sido requisito básico nesse processo.
30
PERSPECTIVAS SETORIAIS
Inovação e lapidação3
Neste segmento, deve-se considerar que os trabalhos de lapidação acontecem
desde milhares de anos atrás. As técnicas mais comuns são o facetamento, a
escultura, o corte em cabochão etc. Sendo assim, este tópico se concentra nessas
técnicas, passando da forma tradicional para as possibilidades de diferenciação.
Sobre o facetamento tem-se que destacar que o primeiro modelo foi o Corte
Mesa (table cut). Os outros modelos de corte se originaram destes: esmeralda,
tesoura e brilhante. Existem diversos equipamentos que permitem a produção
padronizada, além do uso de softwares para projetos. Para a diferenciação do
facetamento tradicional são produzidos pela mistura de formas, buscando mudar
a aparência final do corte, valorizando ainda mais as cores e o brilho da gema.
As inovações tecnológicas, com softwares avançados, permitem que o processo
virtual de lapidação possibilite inúmeras combinações sem haver desperdícios
de produtos. Exemplos mais modernos, como os cortes chamados Branded Cuts
(cortes de grife), são casos de facetamento tradicional diferenciado.
O facetamento negativo é caracterizado por superfícies curvas tridimensionais,
obtidas com ferramentas de corte e polimento em formas de cilíndros. As vantagens
dessa técnica para o corte tradicional se referem ao aumento de brilho e sua
distribuição por meio da gema.
O facetamento prismático utiliza grandes facetas que permitem visualizar
o interior da gema e suas inclusões naturais, antes consideradas como defeitos.
Atualmente existe uma forte tendência à utilização de formas facetadas em gemas
que antigamente eram lapidadas como cabochões.
Por fim, o facetamento orgânico foge do princípio de simetria radial,
apresentando facetas em disposição aparentemente aleatória e formas irregulares.
Esse tipo de lapidação permite que o produto final assuma formas diferenciadas e
inovadoras, incorporando beleza e valor ao produto final.
Na lapidação do tipo escultura, sabe-se que começou a ser praticada por
civilizações mais antigas e hoje assume um caráter mais artístico. Os tipos de
3
Este tópico foi criado com base nos trabalhos de Mol (2009), para o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos – IBGM.
31
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
escultura podem ser divididos em escultura angular, escultura curvilínea e esculturas
mecânicas e figurativas.
Na Lapidação do tipo cabochão, deve-se também considerar que foi uma
técnica utilizada há muito tempo, mesmo antes da forma facetada. É mais indicada
para reforçar os efeitos ópticos causados por reflexão, interferência e refração
da luz, como o asterismo e jogo de cores. Os modelos tradicionais apresentam
formas padronizadas que facilitam a produção de joias em série. Já as inovações
incorporam formas geométricas irregulares, assimétricas ou alongadas, com ares
mais modernos. Vale destacar as possibilidades de produção em larga escala de
cabochões com equipamentos de produção.
Inovação e joalheria4
O mercado de joias oscila conforme o comportamento da economia e as
exportações e importações estão altamente atreladas ao desempenho econômico
dos países. Como um bem supérfluo e de valor relativamente elevado, a sustentação
do setor joalheiro, como já comentado, está associada à incorporação de novas
tecnologias, novos materiais, novos designs e as preocupações socioambientais.
Especificamente neste tópico serão abordados: as novas tecnologias com a lapidação
virtual; tecnologias de produção e solda a laser; as tecnologias de modelagem
tridimensional e o design de joias.
Sobre as novas tecnologias para melhorar a produtividade do setor joalheiro,
Miranda (2003), citado em Mol (s/d), apresenta os sistemas de projeto e manufatura
assistidos por computador – CAD-CAM (computer aided design-computer aided
manufacturing) –, compostos de softwares de modelagem tridimensional e
hardwares que interpretam esses modelos, produzindo de forma rápida e precisa
um sólido tridimensional.
Existem alguns programas computacionais que incluem pacotes específicos
voltados para a construção virtual de anéis, brincos e pulseiras, pois fornecem um
conjunto preconcebido de formas e seções de aros, caixas para cravação e modelos
básicos de lapidação. Softwares como o 3DMax Studio, JewelCad, Rhinoceros e
seus plugins, dentre outros, têm sido cada vez mais utilizados no design de joias.
(MOL, s/d).
4
32
Neste tópico foram utilizadas as informações contidas em Santos, Zamberlan e Santos (s/d), Mol (s/d) e PUC-Rio (s/d).
PERSPECTIVAS SETORIAIS
Ao fornecer ao designer as ferramentas necessárias para projetar e construir
o protótipo tridimensional de uma joia, o sistema CAD-CAM promove um salto
tecnológico sem precedentes no design de joias. Além disso, as aplicações CADCAM podem ser aplicadas para o segmento de lapidação (MOL, s/d).
Sobre o uso do laser na joalheria, segundo dados da PUC-Rio (s/d), pode-se
verificar seu uso na ourivesaria, em três atividades distintas: no corte, na gravura e
na solda. Deve-se ressaltar que ao se projetar uma joia não é mais necessário ficar
preso ao processo produtivo tradicional, onde as soldas eram feitas no início ou
no meio da construção. Com a solda a laser, o processo pode passar para o final
da operação, após o polimento e a cravação. A tecnologia da solda a laser pode
dar uma grande contribuição no desenvolvimento de novas ou diferentes formas
de cravação, podendo promover a inovação no formato da joia. Essa tecnologia
pode ser utilizada em gravações de formas complexas sem esconder grandes áreas
das gemas, sendo uma das ferramentas para melhorar a qualidade do produto.
Por fim, ainda sobre as inovações no setor joalheiro, Santos, Zarbelam
e Santos (s/d) afirmam que o setor joalheiro nacional incorporou recentemente
algumas tecnologias que agilizam o processo de construção de protótipos e
detalhamento de projetos, tais como: fresadoras de alta velocidade, sistemas de
prototipagem rápida e softwares 3D, objetivando otimizar o processo de confecção
e o desenho de seus produtos.
Uma característica comum ao uso dos processos de prototipagem rápida5
neste setor é o fato de que o protótipo é formado não pela remoção de material
como nas fresadoras de alta velocidade, mas pela adição de matéria-prima. O
processo necessita, obrigatoriamente, ser iniciado a partir de um arquivo virtual
modelado tridimensionalmente ou proveniente de escaneamento tridimensional
de um modelo pré-existente. A figura é, então, transferida para um software de
gerenciamento do equipamento de prototipagem, que fará o fatiamento, calculando
o tempo necessário e a matéria-prima a ser utilizada na montagem dos valores
relativos a cada protótipo.(SANTOS, ZAMBERLAN E SANTOS, s/d).
Prototipagem rápida: Tecnologia para construir modelos e protótipos tridimensionais físicos, utilizando como referência a matemática de sistemas de
desenho, auxiliados por computador (CAD), que constrõe protótipos por meio da superposição de camadas milimétricas de matérias-primas diversas.
5
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar das diversas iniciativas para alavancar o setor brasileiro de gemas,
joias e metais preciosos, muito pouco se tem avançado, principalmente se for
considerada toda a cadeia produtiva e todas as regiões do País. Existem ações
isoladas, que não possuem um caráter e preocupação regional, ambiental ou social.
São projetos e iniciativas desarticuladas, em que a busca por retornos financeiros
(em curto prazo) por parte das empresas torna-se objetivo único e prejudica a
evolução de qualquer proposta.
Um programa de inovação para gemas, joias e metais preciosos, antes de
tudo, deve abordar claramente os objetivos para transformação setorial, os quais
devem envolver a preocupação com a inclusão social e formação de recursos
humanos, as questões ambientais (degradação e resíduos), a integração entre os
elos da cadeia produtiva, a cooperação entre instituições que atuam nos mesmos
segmentos e, também, a geração de emprego e renda.
Especificamente sobre os processos que envolvem capacitação de mão
de obra para o setor de gemas e joias, algumas instituições têm trabalhado nessa
linha, como o próprio SENAI, ofertando cursos como Aprendizagem de Joalheria;
Aprendizagem Industrial de Lapidação; CursoTécnico em Ourivesaria/Joalheria etc.
Após o mapeamento das características regionais, incluindo mão de obra,
instituições, empresas e políticas direcionadas, uma proposta de capacitação para
o setor de gemas, joias e metais preciosos poderia adequar-se a alguns pontos,
tais como:
•
No segmento de ourivesaria, àqueles que trabalham com metais
preciosos devem ter acesso às inovações mais recentes que envolvem
novos materiais e processos. Além disso, devem integrar-se mais aos
outros segmentos, desde a produção de gemas até o planejamento da
fabricação de joias;
•
No segmento de lapidação e gemologia, estes profissionais devem ter
acesso às informações mais recentes sobre as novas tecnologias para
35
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
lapidação diferenciada; e as novas formas de certificação das gemas,
que garantem um grande valor para o produto. Necessitam também
estar atentos à demanda internacional, à moda, à origem dos materiais,
contribuindo decisivamente para a formalização de toda a cadeia;
•
No segmento de joias, àqueles que serão capacitados nessa área
deverão estar atentos às tendências mundiais, ao design inovador e
às características e iconografia regional, que servem como diferencial
para os produtos. Àqueles que trabalham neste segmento devem estar
integrados aos processos de ourivesaria e lapidação de pedras preciosas,
sendo essa ligação fundamental para a consolidação de uma cadeia
produtiva.
Deve-se ressaltar que um programa de capacitação elaborado para
qualquer um desses segmentos deve contemplar aspectos relacionados ao
empreendedorismo, à preocupação com o aproveitamento dos resíduos da
produção (que pode ser um novo tipo de atividade), à inclusão social na região em
que se insere, dados os problemas sociais envolvidos em alguns segmentos e à
legislação e necessidade de formalização de toda a cadeia. Independente do tipo de
programa a ser formatado para o setor de gemas, joias e metais preciosos, essas
novas questões postas, que tangem às discussões referentes à sustentabilidade
e ao desenvolvimento regional, não podem mais ser tratadas em segundo plano.
36
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
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Pedra de Teófilo Otoni. Colaboração: Maria Cezarina Vítor de Sousa, Adriano
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Santos e Wilson da Cruz Vieira. Métodos Quantitativos em Economia. Viçosa:
Ed. UFV, 2003.
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Área de Gemas e Joias. Projeto de Implantação (Apostila). Versão Agosto 1999.
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primeiro curso técnico da UEMG é aprovado. Acesso em dezembro de 2010.
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_________________ – Por que devo formalizar minha empresa? Perguntas e respostas.
(2007). Disponível em http://www.ibgm.com.br. Acesso em janeiro de 2010.
_________________ - Subsídios para o Fórum de competitividade da cadeia
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Acesso em janeiro de 2010.
_________________ - Políticas e Ações para a Cadeia Produtiva de Gemas e Joias.
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LICCARDO, Antônio. Turismo Mineral em Minas Gerais. Disponível em http://
www.periodicodeturismo.com.br. Vol 3 No 2. 2007. Acesso em dezembro de 2010.
37
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, J0IAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
MATOS, Marcelo G. P. – Políticas Públicas para Arranjos Produtivos Locais: o
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em http://www.design.org.br/artigos_cientificos/novas_tecnologias_de_
modelagem_tridimensional_fisica_e_virtual_no_design%20de%20joias.pdf.
Coletado em março de 2011.
SILVA, E. C.; Lameiras, F. S. – Utilização dos resíduos da extração de gemas no
APL de Gemas, Joias e Artefatos de Pedra de Teófilo Otoni. Disponível em http://
www.simi.org.br. Acesso em novembro de 2010.
38
REFERÊNCIAS
SOUSA, Cezarina. Projeto Unidade de Inovação Tecnológica UNIT. Revista Polo
de Inovação de Teófilo Otoni. Edição 1. Teófilo Otoni, Minas Gerais, 2009.
VIDAL, F. W.; SALES, F. A. C. B.; ROBERTO, F. A. C. – Outros Minerais: Gemas.
CETEM - Centro de Tecnologia Mineral. Contribuição Técnica elaborada para o
Livro Rochas e Minerais Industriais do Ceará. 2005.
39
ANEXOS
ANEXOS - Mapas
Mapa 1 – Distribuição territorial das reservas medidas – Gemas
Fontes: Instituto Metas – FIEMG (2002), DNPM (2001).
41
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, J0IAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Mapa 2 – Mapa gemológico brasileiro
Fonte: IBGM (2005).
42
ANEXOS
Mapa 3 – Mapa aurífero brasileiro
Fonte: IBGM (2005).
43
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, J0IAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Mapa 4 – Distribuição territorial das empresas – Lapidação de pedras
preciosas. Fabricação de artefatos de ourivesaria e joalheria
Fontes: FIEMG (2002). Relação Anual de Informações Sociais – RAIS (2000).
44
ANEXOS
Mapa 5 – Distribuição territorial de pessoal ocupado – Lapidação de pedras preciosas.
Fabricação de artefatos de ourivesaria e joalheria
Fontes: FIEMG (2002). Relação Anual de Informações Sociais – RAIS (2000).
45
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, J0IAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Mapa 6 – Distribuição de atividades – Gemas / Garimpos
Fontes: FIEMG (2002). CPRM (2001).
46
APÊNDICE
APÊNDICE
Questionário – Pesquisa na FIPP 2010
LEVANTAMENTO – FIPP 2010 – TEÓFILO OTONI Agente:____________
No
Nome: ________________________________________ Data: ________________________
Parente
Empresa: ___________________________ Funcionário
Localidade: _________________________ Gemas
Joias
Proprietário
Fone: _______________
1. Recebe assistência de algum órgão público ou privado? Sim
Não
Não
2. Qual o número de funcionários? ______ 2.1. Empresa familiar? Sim
3. O que é terceirizado? _______________________________________________________
4. Mudou o modo de lapidar nos últimos anos? Sim
Não
5. Fabrica joias, mudou o modo de fabricar nos últimos anos? Sim
6. Quais os principais destinos? Brasil
Europa
EUA
Não
Ásia
6.1. Para qual País se vende mais produto?_____________________________________
7. Comprou algum produto fora do Brasil para venda interna? Sim
Não
8. Comprou algum produto fora do Brasil e depois exportou? Sim
Não
9. Sabe dizer qual gema/pedra está na moda, fora do País? Sim
Não
9.1 Quais? ___________________________________________________________________
10. Tem curso de lapidação? Sim
Não 11. Tem curso de joalheria? Sim
Não
12. De que região do Brasil vem as pedras? Minas
GO/MT
Sul
Só prática
Nordeste
13.Trabalha com quais pedras?_________________________________________________
14.Tem interesse em aprender: novas formas de lapidar
15. Qual a maior necessidade do setor: Câmbio
16. Trabalha com ouro
prata
Fabricação de joias
Mão de obra
Organização
folheado
17. De onde vem o ouro e/ou a prata?___________________________________________
47
CARACTERIZAÇÃO DO SETOR DE GEMAS, JOIAS E METAIS PRECIOSOS NO BRASIL
Tabela A – Entrevistado
Frequência
%
% Válido
Funcionário
12
18,2
19,7
Parente
8
12,1
13,1
Proprietário
41
62,1
67,2
Total
61
92,4
100,0
Brancos
5
7,6
Total
66
100,0
Fonte: Elaboração própria.
Novas tecnologias
Extração – IBRAM - http://www.ibram.org.br/150/15001002.asp?ttCD_CHAVE=120715
SENAI/DN
48
Unidade de Prospectiva do Trabalho - UNITRAB
Luiz Antonio Cruz Caruso
Gerente-Executivo
Marcello José Pio
Coordenação Técnica
DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO – DIRCOM
Carlos Alberto Barreiros
Diretor de Comunicação
Gerência Executiva de Publicidade e Propaganda – GEXPP
Carla Cristine Gonçalves de Souza
Gerente Executiva
Débora Shimoda
Rejane Costa
Produção Editorial
DIRETORIA DE SERVIÇOS CORPORATIVOS - DSC
Área de Administração e Serviços Corporativos - ASCOR
Renata Lima
Normalização
__________________________________________________________
Hilton Manoel Dias Ribeiro
Elaboração
Marcello José Pio
Paulo Bastos Tigre
Organizador
Espira Design
Revisão gramatical
Espira Design
Editoração

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