Notícia no Correio da Manhã
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www.correiodamanha.pt > Música 2007-08-27 - 00:00:00 Festival Live in Alviela em Vaqueiros Xutos em grande O segundo dia do Live in Alviela, sábado à noite, em Vaqueiros, ficou marcado pela maior afluência de sempre ao festival, e a responsabilidade cabe por inteiro aos Xutos & Pontapés, que, à beira de completar 30 anos de carreira, são um caso sério de popularidade e estão entre as bandas nacionais que mais gente movimenta. Os números oficiais fornecidos pela organização apontam para 6500 pessoas no recinto, o que deve constituir um recorde nas duas edições que o festival já leva. “Xutos são Xutos e o resto é conversa!”, lançou, sem rodeios, Rui Pedro, de Nuno Pepino Torres Novas, quando questionado sobre as razões que o trouxeram ao festival. Além da T-shirt do grupo que o acompanha para todos os concertos, trouxe um amigo brasileiro que pouco conhecia dos autores de ‘Contentores’, mas que confessou ao CM estar a gostar. À frente do palco até havia cartazes a pedir à banda que actuasse na próxima edição da Semana Académica de Santarém. Sem trabalho novo para rodar, a fórmula utilizada por Tim & C.ª no Live in Alviela foi a mesma de outros concertos: os grandes êxitos, cuja letra todos sabem de cor, intercalados com temas mais antigos e não tão conhecidos, num espectáculo de quase duas horas onde ninguém deu o tempo por perdido. Outra das surpresas agradáveis da noite foi protagonizada pelos quase Os Xutos & Pontapés desconhecidos Vaguement La Jungle, os primeiros a actuar no segundo dia estiveram em palco quase do festival. Com uma energia sonora contagiante, os quatro músicos duas horas franceses foram conquistando e chamando para a boca do palco algum público que andava disperso pelas restantes zonas do festival. No final do concerto, numa espécie de encore improvisado, já muitos entoavam o refrão de ‘Mosquito’, um verdadeiro cartão de visita para esta banda de world music, que mistura uma série de estilos, do jazz à música étnica, com muita improvisação e boa disposição em palco. Seguiram-se os Classificados, grupo do Porto, que, com uma sonoridade marcadamente pop, foi um bom aperitivo para o concerto mais aguardado da noite. Antes dos Xutos & Pontapés, e numa altura em que o público já mostrava alguma impaciência, Francisco Moita Flores provou ser também um caso sério de popularidade, pelo menos entre os scalabitanos. O presidente da Câmara de Santarém, e principal impulsionador da realização do evento, subiu ao palco acompanhado dos presidentes de junta das freguesias mais afectadas pela poluição no rio Alviela e arrancou uma forte ovação à assistência. “Somos um rio de gente que está aqui contra a poluição neste rio”, disse Moita Flores, lembrando a causa que está por detrás da realização do Live in Alviela’. MOITA FLORES DÁ O EXEMPLO Embebido do espírito festivaleiro, Moita Flores e família alojaram-se no parque de campismo nas duas primeiras noites. “Não dormi grande coisa, mas não me custou absolutamente nada”, salientou o autarca ao CM, acrescentando que nem sequer ficou irritado com a habitual barulheira nocturna que caracteriza os festivais. Ficou mais preocupado com a chuvada que caiu por volta das 05h00 na primeira madrugada, mas que não chegou para o demover de repetir a experiência no sábado. INAG MEDE POLUIÇÃO Os técnicos do Instituto Nacional da Água (INAG) realizaram várias análises diárias aos níveis de poluição no rio Alviela durante os três dias do festival. Para já, os resultados indicam que a água está dentro dos índices considerados normais e que não há qualquer concentração forte de agentes poluidores. Os resultados destas análises e de outros testes mais exaustivos serão incluídos no primeiro estudo ambiental do ecossistema do Alviela, que pretende ser um diagnóstico global do problema em termos ecológicos, biofísicos e sócio-económicos. É a partir dos resultados deste estudo, que tem divulgação prevista para Novembro, que a autarquia vai definir a estratégia de intervenção para toda a zona. À MARGEM CRUZ VERMELHA A tenda montada pela Cruz Vermelha no recinto, que tem um médico e um enfermeiro em permanência durante todo o festival, realizou 27 atendimentos nos dois primeiros dias, todos sem gravidade e relacionados apenas com excesso de álcool. ALDEIAS TEMÁTICAS Os espaços alternativos, nas seis aldeias temáticas montadas no recinto, têm tido grande procura por parte do público presente no evento. Os que mais gente receberam foram os voos de balão, o bungee jumping, os passeios de kayak, a piscina insuflável e as sessões de relaxamento. João Nuno Pepino, Santarém