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06/05/2012 Cirrose e suas consequências Prof.Dr. Ricardo Duarte Cirrose Diminuição da função associada a hipertensão portal: • Encefalopatia hepática • Distúrbios gastrintestinais • Ascite Cirrose: causas hepatites infecciosas hepatites tóxicas doenças familiares hepatite crônica ativa auto-imune Felinos: colangite crônica 1 06/05/2012 Doenças familiares Doença do armazenamento do cobre hepatopatia do Cocker doença do armazenamento do cobre Achados laboratoriais Hipoalbuminemia Aumento discreto a moderado de enzimas hepáticas ± Hiperbilirrubinemia ± ↓ uréia… Padrões gerais de doença hepática colestase degeneração & inflamação fibrose/atrofia & anomalias vasculares 2 06/05/2012 Padrões gerais de doença hepática Tratamento das hepatopatias colestase infecção desnutrição encefalopatia suporte específico vômito ascite coagulopatias degeneração & inflamação diarréia fibrose/atrofia & anomalias vasculares Desnutrição do paciente hepatopata sintomático Desnutrição protéico-calórica perdas adicionais: desnutrição protéico-calórica causa principal: anorexia • náusea, gastrite • hiposmia & hipogeusia • letargia • vômito, diarréia, sangramento GI má-digestão & má-absorção: • má-digestão de gorduras • edema, injúria capilar, enterite inflamação: • desnutrição induzida por citocinas 3 06/05/2012 Manejo dietético Proteínas balanço nitrogenado/energético adequado pequenas quantidades/ várias vezes ao dia conveniência de administração tratar distúrbios GI EXCREÇÃO RENAL ~75% URÉIA aporte protéico encefalopatia hepática ↓ regeneração desnutrição produção de amônia CIRCULAÇÃO SISTÊMICA ~15% ciclo da uréia Encefalopatia hepática CIRCULAÇÃO PORTAL ~ 85% ~25% uréia proteínas CÓLON ureases proteases NH3 NH4+ fezes Disfunção das células da glia 4 06/05/2012 Encefalopatia hepática hipóteses: ↑ amônia ± neurotoxinas sinérgicas desequilíbrio aminoácidos: AAA/AACR falsos neurotransmissores hiperatividade do GABA benzodiazepínicos “endógenos” Encefalopatia hepática: crise corrigir déficit de fluidos/ eletrólitos (K+) manutenção da euglicemia antibioticoterapia / tratar distúrbios GI lavagem intestinal c/solução fisiológica enema de retenção com lactulose q 4-6 h Encefalopatia hepática hipersalivação, ataxia, “head-pressing”, amaurose, desorientação, demência, andar em círculos alterações de consciência (prostação, torpor, coma) convulsões Encefalopatia hepática Metronidazol: 7,5 mg/kg BID-TID Lactulose: 0,25 a 1,0 ml/kg, TID Manejo dietético • quando tudo falhou... reavaliar !!! flumazenil ? 5 06/05/2012 Lactulose: mecanismo de ação ↓ pH do cólon laxante fonte de CHO’s ↑ trânsito GI NH3 → NH4↓ nº bactérias & absorção de NH3 ↓ produção de NH3 Encefalopatia hepática: evitar! desidratação / azotemia hemorragia gastrointestinal transfusão de sangue estocado hipoglicemia / hipocalemia infecções constipação ↓ produção & absorção e ↑ eliminação da amônia !!! Distúrbios gastrointestinais Gastrite ? Hematemese ? Melena ? • Antagonistas H2 • Sucralfato • Omeprazol Vômito: • ondansetrona • maropitant Antibioticoterapia ampicilina amoxicilina-ác.clavulânico cefalotina enrofloxacina metronidazol evitar: cloranfenicol, sulfonamidas, tetraciclinas, macrolídeos. 6 06/05/2012 Obstrução sinusoidal Ascite desconforto abdominal / respiratório aumento da pressão portal refluxo gastroesofágico peritonite bacteriana espontânea saciedade precoce devemos sempre tratar ? (perfusão esplâncnica normal) ↑ pressão sinusoidal produção de linfa > drenagem ascite ↓ volume efetivo, ↓ débito cardíaco retenção renal de Na+ (primária) ↑ perfusão esplâncnica ↑ volume efetivo ↑ débito cardíaco retenção renal de Na+ (secundária) Manejo do paciente com ascite restrição sódio + repouso forçado espironolactona: 1 - 2 mg/kg, PO, BID (reavaliar a dose q 4 dias → 2x) paracentese de grande volume insucesso? FISIOPATOLOGIA Paracentese de grande volume: riscos ? hipovolemia ↓ perfusão renal → IR distúrbios eletrolíticos encefalopatia hepática ↓ albumina e complemento • + Furosemida 2 mg/kg, PO, BID • paracentese terapêutica periódica... 7 06/05/2012 Paracentese de grande volume indicações: ascite refratária / desconforto corrigir hidratação & distúrbios eletrolíticos drenagem em 30 a 60 minutos deixar aproximadamente 20% do volume total assepsia administrar plasma ou colóides (5 ml/kg) Ácido ursodeoxicólico agente colerético altera a composição da bile (ácidos biliares) reduz a resposta inflamatória 13 a 15 mg/kg/dia (dividido em 2 a 3 doses) Colestase & os ácidos biliares ácidos cólico & quenodeoxicólico: • • • • • perpetuam a lesão hepatocelular alteram a barreira hemato-encefálica (EH) induzem úlceras gastrintestinais diarréia e má-absorção alteração da função plaquetária Colestase & as vitaminas lipossolúveis Pode ocorrer depleção marcante em distúrbios colestáticos: • vitamina E: proteção contra lesão oxidativa ? • vitamina K: coagulopatias 8 06/05/2012 Coagulopatias 66% a 83% dos pacientes com hepatopatias coagulação intravascular disseminada deficiência de vitamina K ↓ síntese de fatores da coagulação distúrbios associados (eg, Willebrand) • TS, TP, TTPA • PIVKA Corticosteróides ação antiinflamatória & imunossupressora ↓ fibrinogênese • prednisolona: 2 mg/kg SID x 28d (redução gradual até 0,5 mg/kg eda) • dexametasona: 0,2-0,4 mg/kg SID x 28d (redução gradual até 0,2 mg/kg q3d) Vitaminas hidrossolúveis vitaminas do Complexo B: • Cobalamina • Tiamina vitamina C: • intoxicação por paracetamol • agente cuprurético? • piora da siderose? Corticosteróides Crawford et al. Chronic active hepatitis in Doberman pinscher dogs. JAVMA (1985) • Corticóides não foram benéficos. Strombeck et al. Effects of corticosteroids on survival time in dogs with chronic hepatitis. JAVMA (1988) • Corticóides foram benéficos. 9 06/05/2012 Azatioprina agente único ou em combinação com corticóides dose: 50 mg/m2 eda x 3 a 6 meses (?) efeitos adversos: • mielossupressão grave (raro), $ $ $ • monitorar hemograma cada 14 dias, nos primeiros 2 meses, então mensalmente. Terapia com zinco quelante de cobre otimização do ciclo da uréia redução do acúmulo de colágeno ação antioxidante • doses: 10, 25, 50 a 100 mg de zinco elemental/dia Antioxidantes Zinco Vitamina E S-Adenosil-Metionina (SAMe) Silimarina N-Acetilcisteína Suplementação com zinco acetato de Zn = 31% de Zn elemental administrar em jejum pode causar náusea e vômito monitorar zinco plasmático: • < 150 µg/dL: dobrar a dose • 200 a 400 µg/dL: ideal • > 800 µg/dL: pode causar crise hemolítica 10 06/05/2012 D-penicilamina (Cuprimine) quelante de cobre antiinflamatório • Mandigers et al. Improvement in liver pathology after 4 months of D-penicillamine in 5 doberman pinschers with subclinical hepatitis. JVIM, 2005. dose: 6 mg/kg D-penicilamina (Cuprimine) quelante de cobre antiinflamatório • Mandigers et al. Improvement in liver pathology after 4 months of D-penicillamine in 5 doberman pinschers with subclinical hepatitis. JVIM, 2005. dose: 6 mg/kg Metionina S-Adenosil-Metionina (SAMe) “nutracêutico” essencial em + de 40 reações ação antiinflamatória / antioxidante reparação celular integridade de membranas celulares (física & funcional) SAMe sintetase SAMe METILAÇÃO Metiltioadenosina S-Adenosil-Homocisteína AMINOPROPILAÇÃO Poliaminas Homocisteína hormônios proteínas ác.nucleicos L-carnitina creatina Cisteína TRANSSULFURAÇÃO Glutationa Taurina (cães) Sulfatos 11 06/05/2012 SAMe: indicações lesões necro-inflamatórias prevenção ou tratamento de hepatotoxicose processos inflamatórios anemia decorrente de doença hepática Silimarina (Silybum marianum) silidianina, silicristina e silibina (≈70%) estudos clínicos em seres humanos: • benefício controverso • sem efeitos adversos uso (?): lesão tóxica • dose: 20 a 50 mg/kg/dia SAMe: doses cães: 20 mg/kg PO q24 h gatos: 90 mg PO q24 h administrar em jejum toxicidade: sem efeitos adversos • cães: 12 semanas • gatos: 16 semanas • ratos: DL50> 4650 mg/kg qo N-Acetilcisteína intoxicação por paracetamol (associado a cimetidina) intoxicação por outras medicações insuficiência hepática aguda (?) dose: • 140 mg/kg IV (dose de ataque) • 70 mg/kg IV ou PO, q4h x 5 doses 12