AUTOCONCEITO EM ATLETAS DE ARTES MARCIAIS
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AUTOCONCEITO EM ATLETAS DE ARTES MARCIAIS
AUTOCONCEITO EM ATLETAS DE ARTES MARCIAIS MISTAS SELF-CONCEPT IN ATHLETES OF MIX MARTIAL ARTS [a] Autores: ARAUJO, Jéssica Maurício de, [email protected] , ARAUJO, Jordano [a] Rafael Alves de, [email protected] , LARA, Lucas Marques, [a] [email protected] , OLIVEIRA, Ana Máris da Silva, [email protected] [a] [a] , SILVA, Flávia Neves da, [email protected] , SILVA, Wéllida Gomes da, ledinha[a] [b] [email protected] , COSTA, Sandra Maria, [email protected] , RAMOS, Maria [c] Tereza de Oliveira, [email protected] , SILVA, Kélia Luzia Ananias Bianco, [d] [email protected] . Resumo O esporte possui grande importância no contexto sociocultural em que vivemos, pois é constantemente associado à promoção do bem estar físico e social do indivíduo. Portanto, ao se investigar o nível do autoconceito dos atletas competidores de MMA, pretende-se discutir a importância do desenvolvimento de um bom autoconceito, especialmente para os indivíduos que continuamente são exigidos, para apresentarem performance de destaque e bom desempenho em competições esportivas. Para tanto, o presente estudo contou com a participação de 31 atletas do sexo masculino. O instrumento utilizado foi a Escala Fatorial de Autoconceito, desenvolvida por Tamayo. Evidenciou-se, que o fator ético-moral apresentou escore superior aos demais, demonstrando que nas artes marciais o respeito deve ser encarado como o princípio básico a todos aqueles que estão relacionados, direta ou indiretamente, às artes marciais. Além disso, verificou-se relação entre a escolaridade e a dimensão somático, isto é, atletas com melhor escolaridade obtiveram resultados de autoconceito mais altos, do que atletas com grau de escolaridade mais baixo. Devido à escassez de publicações na área envolvendo o autoconceito e atletas de MMA, sugere-se para futuras pesquisas, a realização de estudos que envolvam outros fatores, além da escolaridade, que podem estar envolvidos no desenvolvimento do autoconceito do atleta. Palavras-chave: Autoconceito. Atletas. MMA. Abstract Sport has much importance in the sociocultural context in which we live, because it is constantly associated with the individual promotion of physical and social well being. Therefore, with the investigation of the self-concept level of the MMA athletes, it is intended to discuss the importance of developing a good self-concept, especially for those who are required continuously to proide good performance in sport competitions. 31 male athletes participated in this study. It was also used the Self-concept Factorial Scale, which was developed by Tamayo. The ethical-moral factor has higher score than the other factors, demonstrating that in the martial arts, the basic principle is respect. Respect for those who are involved directly or indirectly in the martial arts. Besides, it has been found a correlation between the participants' educational background and the somatic factor, that is, athletes with higher educational level obtained higher results in self-concept than other athletes with lower educational level. Due to the few publications of scientific articles involving self-concept and MMA athletes, we suggest for future studies that other factors be included, not only the educational factor, that may be involved in the development of the athletes’ self-concept. Keywords: Self-concept. Athletes. MMA. ___________ [a] Graduandos em Psicologia pelo Centro Universitário do Triângulo – UNITRI [b] Mestre em Lingüística pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU, professora do Curso de Psicologia – UNITRI [c] Mestre em Educação pelo Centro Universitário do Triângulo – UNITRI, professora do Curso de Psicologia – UNITRI [d] Mestre em Psicologia Aplicada pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU, professora do Curso de Psicologia – UNITRI Introdução O esporte, na contemporaneidade, como expressão de um fenômeno cultural e social, vem assumindo uma grande importância na vida das pessoas, tanto para os atletas profissionais, cujos eventos esportivos tornaram-se grandiosos, a citar os Jogos Olímpicos, quanto para aqueles que se consideram atletas de fim de semana. Por se tratar de um assunto que vem sendo tema de pesquisas nos últimos anos, percebeu-se a necessidade de contribuir no aprimoramento dos estudos desse tema. Portanto, o presente texto tem por objetivo demonstrar a relação existente entre o atleta e o desenvolvimento de seu autoconceito, e ainda, verificar possíveis relações entre o nível de autoconceito e o dado sociobiográfico: escolaridade. A presente pesquisa mostra-se relevante, pois ao investigar o nível do autoconceito dos atletas competidores de artes marciais, pretendemos discutir a importância do desenvolvimento de um bom autoconceito, especialmente para os indivíduos que continuamente são exigidos para apresentarem performance de destaque e de bom desempenho em competições esportivas. Além disso, nota-se que a prática esportiva contribui para a formação não apenas do atleta, mas também do ser humano. Samulski (2002) ressalta que a prática esportiva é relevante para o desenvolvimento da personalidade do indivíduo, sendo reconhecida tanto nas Ciências do Esporte quanto pelos profissionais da área (atletas, treinadores, professores de educação física, etc.). Criam-se, a partir do esporte, condições, isto é, meios ou formas de promoção da disposição para o comportamento social, a estabilidade emocional, a força de vontade, autodisciplina, a motivação para o rendimento. O autor aponta, ainda, características necessárias da personalidade para o rendimento esportivo como a capacidade de liderança, comunicação social, autodomínio e extroversão. Dentre os esportes conhecidos destacam-se as artes marciais, originada das formas primitivas de autodefesa dos seres humanos contra animais selvagens e nas lutas tribais. Afirma-se que a China foi o berço das artes marciais, nas quais se combinavam as habilidades defensivas com a disciplina e o autocontrole. (ACKER, 2002) Dentre as diversas modalidades de artes marciais no Brasil, o Jiu-Jitsu tem se destacado. O Jiu–Jitsu se desenvolveu no Brasil, em grande parte por desafios propostos pelos lutadores da família Gracie a lutadores de outras modalidades. Recentemente, estes desafios passaram a ser denominados eventos de mistura de artes marciais ou MMA (sigla em inglês para Mixed Martial Arts). Esses eventos tornaram-se gigantescos em diversas partes do mundo, e o mais popular é o Ultimate Fighting Championship, também conhecido como UFC, que surgiu a partir da ideia de um filho de Helio Gracie, Rorion Gracie. (RUFINO & MARTINS, 2011) Considera-se que tanto o Jiu-Jitsu, quanto outras modalidades de esporte individual ou coletivo sinalizam a sua interferência no desenvolvimento da individualidade da pessoa. Por conseguinte, deve-se ressaltar também a relevância do esporte na formação do autoconceito do sujeito. Para Carapeta et al (2001), o autoconceito é entendido como a ideia que cada sujeito forma acerca de si próprio, das suas capacidades, atitudes e valores nas diferentes esferas existenciais (física, social ou moral). 2 Rodrigues et al (2010), cita dois motivos pelos quais os psicólogos sociais passaram a estudar o autoconceito: o primeiro motivo, é que nosso autoconceito é formado em grande parte pela comparação com outras pessoas; o segundo motivo, refere-se ao fato de que o nosso autoconceito é de extrema relevância em uma diversidade de situações sociais. A formação do nosso autoconceito se dá através das nossas próprias percepções, isto é, nosso sexo, as características de nossas famílias, nossas preferências, etc., e da percepção de como nos relacionamos e nos comparamos aos outros. Deaux (1993, apud Rodrigues et al, 2010) afirma que possuímos um eu real e um eu ideal. O eu real consiste do conhecimento que temos de como somos; já o eu ideal indica o que gostaríamos de ser. Sendo assim, desenvolvemos nosso autoesquema que seriam estruturas de conhecimentos que temos sobre nós mesmos, baseadas em experiências passadas e que nos ajudam a entender, explicar e prever nossas próprias ações. O autoconceito é descrito por Niedenthal e Beike (1997, apud Tamayo et al, 2001), como as representações, as características pessoais utilizadas pelo individuo para a definição de si mesmo e para a regulação de seu comportamento. As representações mentais citadas pelos autores também são definidas como esquemas cognitivos denominados autoesquemas, que correspondem às construções que resumem as nossas vivências passadas e que permitem aos indivíduos entenderem as suas próprias experiências sociais e organizar a ampla variedade de informações que possuem sobre si mesmos. Para medir o autoconceito, utiliza-se em diferentes pesquisas a Escala Fatorial de Autoconceito, instrumento este desenvolvido por Tamayo (1981, apud Sernaglia, Duarte & Dalla Déa, 2010). Esta escala avalia as dimensões, que segundo Tamayo compõem o autoconceito do indivíduo, são eles: self somático, self pessoal, self social e self ético-moral. Duas dessas dimensões apresentam subestruturas, o self pessoal subdivide-se em autoconfiança e autocontrole, e o self social em atitude social e receptividade social. O self pessoal pode ser entendido como a percepção de si mesmo, envolvendo características e habilidades de cada sujeito. Este self possui duas subestruturas: segurança e autocontrole. A segurança demonstra a confiança que o indivíduo tem em si, sua estabilidade e firmeza emocional; já o autocontrole, baseia-se na forma como o atleta disciplina as suas ações, suas relações e a sua interação com o mundo, isto é, traduzirá o domínio que o atleta tem sobre seu comportamento. O self somático corresponde à forma de como o sujeito percebe sua aparência física e o seu estado físico. Relaciona-se a este self as qualidades de valor que são vivenciadas e percebidas pelos indivíduos no contexto esportivo. O self social está ligado à forma como a pessoa interage com a sociedade e relaciona-se com outras pessoas. Há um desejo de reconhecimento daqueles que estão em seu meio social, devido à necessidade de o indivíduo buscar a complementaridade de si com o outro. Este self está dividido em duas subestruturas: a atitude social, que compreende a autopercepção do indivíduo sobre a maneira como ele se relaciona com os outros e ainda ao tipo de relacionamento interpessoal e ao respeito ao outro, ou seja, as reações que o sujeito utiliza em seus relacionamentos interpessoais; e a receptividade social, que revela a abertura que o indivíduo dá às outras pessoas, isto é, as suas habilidades de comunicar-se com as outras pessoas. 3 Por fim, o self ético-moral, é a forma de como o sujeito se autoavalia e é formado pelas percepções provenientes dos outros e que o sujeito acaba por introjetá-las. A partir da imagem formada de sua dignidade moral, o indivíduo, forma também sua imagem social, isto é, a forma como é percebido pelos outros. No contexto competitivo, o self ético-moral evidencia as metas e ideais esportivos, passados aos atletas com atribuições positivas e negativas. De acordo com Rogers, O auto-conceito evolui a partir da interação do indivíduo com outras pessoas e com seu ambiente. Destarte, a capacidade do atleta em observar seu próprio funcionamento e o comportamento de outras pessoas permite-lhe organizar um padrão coerente de características (atributos) percebidas do “eu” e, ao mesmo tempo, atribuir valores (positivos ou negativos) a tais traços específicos. Destarte, considerase que o auto-conceito é socialmente construído, caracterizando-se por um dinamismo e adaptabilidade de acordo com o ambiente social e o ambiente profissional do indivíduo. (ROGERS, apud VIEIRA et al, 2010) Segundo Tamayo (1981, apud Sernaglia, Duarte e Dalla Déa, 2010), o objetivo da mensuração do autoconceito de qualquer sujeito não é estabelecer uma verdade do indivíduo, e sim delinear a verdade percebida pelo próprio sujeito. O atleta traz à tona as percepções sobre si mesmo e a maneira como elas são vivenciadas. Além disso, a construção do self se dá também pela maneira como somos vistos e avaliados pelas outras pessoas, isto é, enfatizase a interação social como elemento fundamental na origem, estruturação e desenvolvimento do autoconceito (Campos, Avoglia e Custódio, 2007; Mead (1963), Rodriguez Tomé (1972) e Ziller (1973), apud Tamayo (1981), apud Sernaglia, Duarte e Dalla Déa, 2010). Um estudo realizado com o objetivo de mensurar o autoconceito, utilizando a Escala Fatorial de Autoconceito (EFA) foi a de Alves, Vieira & Sampaio (2012). Não foram encontradas diferenças significativas na comparação entre as médias dos fatores. As autoras afirmam que o impacto do esporte e atividade física sobre o autoconceito vem sendo estudado em diversas pesquisas. Sendo que a influência desta variável não parece depender unicamente da ação benéfica da atividade física sobre o funcionamento fisiológico do organismo daquele que pratica o exercício, percebe-se a influência da dimensão social presente na variável. Método Tipo de Pesquisa O presente estudo é transversal, quantitativo e descritivo. O estudo transversal, de acordo com Campos (2008), é realizado (aplicado) em um determinado momento, e fornece dados de prevalência sobre a população estudada. Para Oliveira (1997), a pesquisa quantitativa, quantifica-se opiniões, dados, nas formas de coleta de informações e empregam-se também recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples até as de uso mais complexo. Utiliza-se muito o método quantitativo em pesquisas descritivas, em que se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, bem como na investigação da relação de causalidade entre os fenômenos: causa e efeito. De acordo com Hoffmann et al (2008, apud Oliveira, 1997), dos fatores que se 4 avalia a veracidade no método quantitativo, cita-se: validade dos testes e instrumentos usados para mensurar o fenômeno investigado, validade externa (generalização dos achados), fidedignidade (estabilidade dos procedimentos em teste, permitindo a replicação), objetividade, credibilidade (interpretações fieis da experiência), adequação (os achados refletem os elementos típicos e atípicos), verificabilidade (condição de replicação) e confirmação (quando credibilidade, adequação e verificabilidade estão estabelecidas). Já os estudos descritivos, segundo Campos (2008) consiste na descrição pelo observador das características de determinada amostra. Possuem a vantagem de serem rápidos e de baixo custo, contudo não há um grupo-controle, para que sejam feitas comparações entre a população estudada e outras populações. Participantes Trinta e um participantes do sexo masculino concordaram em participar desta pesquisa, pois Barbetta (2002) sugere a utilização de uma amostra mínima de trinta participantes para a validação da pesquisa. Os participantes são atletas das Artes Marciais Mistas (MMA), destes a maioria possuía idade entre 20 a 25 anos (32,3%), já entre 31 a 35 anos correspondeu a 25,8% e, lutadores entre 26 a 30 anos somaram 22,6%. Os competidores com Ensino Médio completo corresponderam a 38,7%, outros 22,6% finalizaram a graduação (Ensino Superior), e ainda, 12,9% concluíram algum Curso Técnico. Constatou-se que dentre os participantes, em média, 41,9% possuíam de 02 a 04 anos de experiência profissional (dedicação aos treinos, sendo atletas exclusivos do MMA). Já o tempo de dedicação às artes marciais, verificou-se o total de 19,4% dos que possuíam mais de 16 anos de profissão, os demais 12,9%, praticavam a modalidade entre 05 a 07 anos. Instrumento Foram utilizados, neste estudo, dois instrumentos, um questionário sociobiográfico e a Escala Fatorial de Autoconceito desenvolvida por Tamayo (1981). Esta escala permite avaliar o autoconceito em suas seis dimensões: self somático, self pessoal, self social e self ético-moral, sendo que duas dessas dimensões apresentam subestruturas, o self pessoal subdivide-se em autoconfiança e autocontrole, e o self social em atitude social e receptividade social. Possui 51 itens, com uma escala tipo Likert de 7 pontos, sendo que 1, se aplica muito; 2, se aplica bastante; 3, se aplica pouco; 4, os dois extremos da escala se aplicam igualmente (indica o ponto neutro); 5, se aplica pouco; 6, se aplica bastante; e 7, se aplica muito. Procedimento Esta pesquisa foi realizada em um centro de treinamento de artes marciais, localizado na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Destinou-se um espaço no centro de treinamento para a aplicação dos instrumentos. Os participantes foram selecionados aleatoriamente pelos pesquisadores e contatados pessoalmente. Para a coleta de dados, seguiram-se as Normas e Diretrizes Regulamentadoras de Pesquisa com Seres Humanos, Resolução 196/96 do 5 Conselho Nacional de Saúde. Após aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa, realizou-se contato com os competidores do centro de treinamento de artes marciais. Foram esclarecidos os objetivos desta pesquisa aos participantes, o caráter voluntário de sua participação e garantia de sigilo quanto aos seus dados individuais. Após a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aplicou-se individualmente o Questionário Sociobiográfico e a Escala Fatorial de Autoconceito. As respostas dos participantes foram codificadas numa planilha do SPSS (StatisticalPackage for the Social Sciences), versão 15.0, programa por meio do qual foram submetidas as estatísticas descritivas como médias, frequências e desvio padrão. Resultados e Discussão A tendência de crescimento do esporte MMA no Brasil é consideravelmente relevante, visto que, o fato de ter lutadores reconhecidamente por suas conquistas “alimentam” a expectativa, a torcida, o consumo de produtos relacionados ao esporte e, principalmente, de sua marca mais famosa: o UFC. Para Lavieri (2011, apud Miranda, 2012), “(...) o esporte vai conquistando seu espaço e cada vez mais tem fãs”. É fácil perceber esse novo movimento nas ruas, estampado em camisetas e bonés, comentários sobre as lutas e lutadores, sobre quem é o melhor lutador, etc.; por conseguinte, esse esporte atrai cada vez mais adultos jovens e também o público feminino. Não é à toa que o número de praticantes tenha aumentado no período recente, são muito jovens atraídos para essa modalidade. A presente pesquisa encontrou maior número de lutadores na faixa etária entre 20 a 25 anos, seguido de homens na faixa entre 31 a 35 anos. Em relação à faixa etária encontramos uma pesquisa realizada por Miranda (2012), na qual foram entrevistados 10 atletas profissionais de MMA, destes, oito atletas tinham entre 31 e 36 anos, e os outros dois, correspondiam à faixa etária entre 18 e 24 anos. Apesar da “inversão de posições” entre os achados de Miranda e os desta pesquisa, a respeito da prevalência maior de determinada faixa etária entre os competidores, verifica-se que tais faixas etárias, correspondem normalmente a adultos jovens, em que a “explosão física e muscular” é necessária para o bom rendimento no esporte. Sobre a explosão recente do fenômeno MMA no Brasil, os dados desta pesquisa demonstraram que, a maioria dos sujeitos se dedica exclusivamente ao esporte (MMA), em um período considerado curto, isto é, de dois a quatro anos. Período que coincide com a ascensão do esporte sobre os meios de comunicação como televisão, jornais e revistas, além da Internet, pois estes passaram a acompanhar mais de perto, a transmitir as lutas ao vivo. Segundo Lavieri (2010, apud Miranda, 2012), “[...] em 2008, o MMA chegou à TV aberta, quando a Rede TV! comprou um pacote de lutas antigas do UFC”. Destarte, a visibilidade dos atletas aumentou exponencialmente, devido à exibição das lutas por uma emissora de televisão considerada como a maior do Brasil, assim como na TV paga, o MMA divide com o futebol, o posto de únicos esportes com canais específicos para transmissões de seus eventos (Zorzanelli, 2008 apud Miranda, 2012). A popularização da modalidade e o reconhecimento dos lutadores como “heróis nacionais” (pelos fãs do esporte) pode ser uma das respostas ao aumento dos praticantes de MMA, inclusive 6 dos dados citados acima sobre a experiência profissional, que vem ocorrendo nos últimos anos. Em relação ao tempo de profissão foi encontrado, que 19,4% possuem mais de 16 anos de profissão e os demais 12,9%, praticam a modalidade entre cinco a sete anos. Muitos desses atletas não começaram especificamente suas carreiras nas Artes Marciais Mistas (MMA). Alguns vieram do Judô, outros do Caratê, há os que começaram no Boxe, na Capoeira e, muitos ainda, no JiuJitsu, entre outras modalidades vindas de outras partes do mundo. Portanto, houve uma migração desses competidores de suas respectivas modalidades para o MMA. De acordo com Mayeda e Ching (2008 apud Miranda, 2012), essa “migração” atendia ao objetivo inicial do MMA, objetivo este que permanece até os dias atuais, ou seja, colocar dois oponentes em situação de combate, para que suas habilidades adquiridas a partir de seus estilos de luta (caratê, judô, jiu-jitsu, muay thai e wrestling, por exemplo), fossem utilizadas de maneira estratégica. Dados obtidos através do questionário sociobiográfico mostraram em relação ao nível de escolaridade que, 38,7% dos competidores têm o Ensino Médio completo, outros 22,6% finalizaram a graduação (Ensino Superior), e ainda, 12,9% concluíram algum Curso Técnico. Na mesma pesquisa realizada por Miranda (2012), mostrou que em relação à escolaridade dos praticantes da modalidade, dois atletas possuem o Ensino Superior completo, enquanto os outros oitos atletas têm o Ensino Médio completo. Em relação aos fatores que compõem o autoconceito, os dados apresentaram-se com diferenças nas médias das seis dimensões. O fator ético moral apresenta maior escore médio (5,98), enquanto o fator Atitude Social apresenta menor escore médio (4,93), mas não caracterizou um Ponto Neutro. Isto poderia ocorrer se algum atleta, ao se avaliar de forma neutra, sem assumir o compromisso de colocar nos extremos da escala, estes se anulariam considerando-se indiferente, sem expor suas opiniões sobre si, esquivando de qualquer tipo de julgamento externo. O que pode sinalizar é que os atletas participantes da pesquisa não foram influenciados pelos mecanismos de defesa reguladores do autoconceito. O fator “self” ético-moral apresentou escore superior aos demais, podendo ser entendido que os atletas são preocupados com seus atos, e em função disto se preocupam em realizar atos positivos e de acordo com as normas sociais, ou seja, o self ético-moral corresponde a forma como o atleta se autoavalia e é formado pelas percepções apresentadas pelos outros e que o sujeito acaba por introjetá-las. Assim partindo da formação de sua dignidade moral, o indivíduo (atleta), constrói também sua imagem social. Para Rogers (1977, apud Vieira et al, 2010) de acordo com a teoria do “self” do crescimento humano, para conseguir se autorrealizar, deve-se, prosseguir e persistir sendo a única força para sua formação na qual se pode confiar. Tal força pode estar presente nos achados de Vieira et al (2010), quando foi observado que em relação ao gênero, tanto homens quanto mulheres atletas, ambos estão preocupados com a questão ético moral. Estes resultados sugerem que a prática esportiva contribui para a formação não apenas do atleta, mas sim do ser humano, influenciando nas percepções e valores auxiliando no desenvolvimento da moralidade, pois as regras do esporte e as atitudes do atleta perante os adversários podem ser transferidos para a vida na sociedade, tornando-se pessoas que seguem as normas sociais 7 e vivem de acordo com o que é certo, ético, fortalecendo um “self” mais congruente. A segunda dimensão com maior média foi autocontrole, esta dimensão demonstra a disciplina que o atleta possui em suas ações, suas relações e sua interação com o mundo, ou seja, indica o domínio que o lutador tem sobre seu comportamento. Logo após o autocontrole, encontrou-se a dimensão segurança, com terceira maior méida. Esta dimensão representa a confiança que o lutador tem em si, a sua estabilidade e firmeza emocional. O MMA é um esporte que demanda horas de treinamento, além disso, o atleta precisa superar a “pressão” para que conquiste vitórias. (VIEIRA et al, 2010) A receptividade social, outra dimensão que compõe o autoconceito, refere-se à forma como o indivíduo interage com as outras pessoas, ou seja, revela a abertura que o atleta dá às outras pessoas. O sujeito põe em práticas as suas habilidades de comunicar-se com outras pessoas. A atitude social indica a auto-percepção que o atleta possui sobre a forma como se relaciona com os outros. Mostrará, também, as reações que o indivíduo utiliza em seus relacionamentos interpessoais. (SERNAGLIA, DUARTE & DALLA DEA, 2010) Já o fator somático indica a percepção que o indivíduo tem de sua aparência física e o seu estado físico. Tamayo et al (2001) ressalta sobre o fator somático, que a exigência de um corpo atlético e com bom condicionamento físico, pode ser explicado devido aos padrões culturais atuais insistirem nessa imagem de corpo atlético. Os lutadores precisariam, também, se adequarem a esses padrões culturais ou a essas exigências normativas da estética do corpo. (VIEIRA et al, 2010) De acordo com a pesquisa realizada por Vieira. et al. (2010), os atletas do gênero masculino apresentaram seus fatores de Autoconceito semelhantes aos achados da pesquisa aqui analisada, sendo assim, nas duas pesquisas os atletas do gênero masculino pontuaram o fator Ético-moral como mais presente na formação do seu auto conceito, seguido logo pelos fatores de Autocontrole, Segurança. O fator Ético-moral fornece ao individuo uma imagem da sua dignidade moral, tendo como base a forma como ele é percebido por aqueles que fazem parte de sua rotina diária, que é interiorizada e integrada como parte da sua própria percepção, isto é, o profissional de artes marciais devem sempre respeitar os demais profissionais relacionados a este esporte, diretamente ou indiretamente, com suas atividades profissionais. Em relação à dimensão Somático, os resultados da presente pesquisa mostraram certa relação entre o fator escolaridade do competidor e a dimensão citada (somático). O resultado da Anova entre escolaridade e as dimensões do autoconceito, evidenciaram que houve uma diferenciação na dimensão do self somático (F=2,95; p<0,05). Em relação ao nível de escolaridade, pode-se verificar que doze indivíduos da amostra possuem nível de escolaridade no Ensino Médio Completo, sete possuem Graduação Completa, quatro Graduação Incompleta, quatro Curso Técnico, dois Fundamental Incompleto, um Ensino Médio incompleto e apenas um indivíduo tem formação somente no Ensino Fundamental Incompleto. Ao analisar a escolaridade enquanto grupo (A, B ou C), os indivíduos de nível de escolaridade mais baixo sinalizaram o ponto Neutro (A), os de nível intermediário (B) apontaram para o ponto Pouco, e por fim, os de maior nível de escolaridade (C), sinalizaram para o ponto Médio. 8 Os sujeitos do grupo A (menor escolaridade) sinalizaram para o ponto neutro, contudo, há que se levar em consideração a quantidade de indivíduos desse grupo em relação aos outros grupos. Foram analisadas as médias de quatro indivíduos do grupo A, enquanto que o grupo B foi composto por dezesseis indivíduos, e o grupo C por onze indivíduos. A escolaridade parece influenciar no desenvolvimento do fator somático, isto é, na forma como o indivíduo percebe sua aparência física e o seu estado físico. Os indivíduos do grupo C (maior nível) sinalizaram para o ponto médio da escala, o que parece indicar que os lutadores com nível mais alto de escolaridade, tendem a perceber melhor sua aparência e estado físicos. Barbosa e Carvalho (2008), em estudos realizados com 27 atletas do Ipatinga Futebol Clube – MG, encontraram valores distintos para os níveis de escolaridade, onde 63% da amostra tinham o Ensino Médio, 29.6% o Ensino Fundamental e apenas 7.4% possuíam Ensino Superior. Wyllemann e Lavallee (2004, apud Marques & Samulski, 2009) afirmam que jovens envolvidos em esportes competitivos têm dificuldades de conciliar estudos e vida esportiva. Na mesma pesquisa de Carvalho e Barbosa (2008), observamos que sendo os atletas de faixa etária entre 20 a 25 anos, a maior parte deles possuíam ensino médio completo, e que para eles o esporte não é como uma fonte renda, mas como algo prazeroso, uma forma de poder competir. Muitos desses atletas entraram no MMA pelo fato de gostarem da luta e já outros migraram de outras modalidades, sendo a grande maioria competidores do sexo masculino, a maior parte dele já tem uma fonte de renda e sua escolaridade elevada, o que se pode observar na amostra. Sendo o grupo A o ponto neutro com relação à dimensão do self somático, esta pesquisa encontrou um índice menor no que diz respeito à escolaridade. A carreira esportiva de um atleta passa por diversas fases desde iniciação ate a aposentadoria, passando por processo de adaptação e seleção, longos períodos de formação envolvendo treinamento e competições, socializam-se no ambiente esportivo alcançando ou não o alto nível da pratica e o longo processo seletivo pelo qual estes jovens passam extremamente conflituosos e, muitas vezes envolve uma série de obstáculos como a separação da família e do meio social (amigos) e a dificuldade de terminar os estudos, além disso, o alto grau de cobrança nos treinos e competições e a incerteza quanto a continuidade da carreira esportiva. Nos achados da pesquisa de Marques & Samulski (2009), o fator escolaridade mostrou que a maioria dos atletas estava defasada com relação à série escolar correspondente à idade e mais da metade em algum momento parou de estudar para se dedicar aos treinos. A dificuldade dos atletas em conciliar escola e vida esportiva aumenta a responsabilidade social dos clubes em oferecerem alternativas que facilitem e estimulem a continuação dos estudos para que eles tenham uma opção vocacional futura. A ação educacional voltada para jovens atletas nos clubes de pequeno e grande porte ainda são raríssimas e isso se reflete também na escassa produção bibliográfica sobre as relações entre a formação educacional e esportiva desses indivíduos. Dessa forma, o trabalho possui relevância ao tentar avançar num campo científico ainda carente de literatura sobre o tema da socialização de jovens no esporte de alto rendimento para fins de profissionalização. 9 O estudo priorizou uma abordagem quantitativa, a carreira de esportista é muito específica se comprada às outras carreiras convencionais, na qual os jovens são inseridos nas modalidades ainda muito jovens e alcançam a profissionalização em geral entre os dezessete e os vinte anos (DAMO, 2007, APUD CORREIA, 2012). Consequentemente sua aposentadoria em média também é precoce ainda antes dos trinta e cinco anos, desde o início da carreira, o jovem atleta participa de árduos treinamentos nos clubes, realiza repetições de movimentos, internaliza esquemas táticos e submete-se a trabalhos físicos extenuantes, o que requer tempo e dedicação para a construção de um capital esportivo. Nesse processo de aperfeiçoamento dos capitais esportivos as competições desempenham grande papel, pois põe a prova todo o período de treinamento, com isso, um calendário durante o ano todo, e disputas esportivas que integram regiões do país evidenciam que esses atletas precisam viajar algumas vezes por ano para competir como a formação dos esportistas difere muito de uma modalidade para outra no que tange as expectativas educacionais e as características de conciliação entre a escola e o esporte. Considerações Finais Percebemos que o MMA cresceu de forma considerável em nosso país, isso aconteceu porque hoje a luta é feita com regras e de forma limpa. No início o esporte era taxado como carnificina, algo “feio” de se assistir. Mas, com o passar do tempo, foram aumentando as regras e os cuidados com a saúde dos atletas. Existia a necessidade de evolução do esporte, de se desvincilhar da imagem de luta violenta, em que valia tudo. Os atletas e o público ainda convivem com a visão violenta deste esporte, há quem goste de assistir às lutas e, há quem não suporte nem ouvir sobre o MMA. Visto que, a prática esportiva possui grande caráter social, proporcionando a integração e o convívio com outros atletas. Este caráter social permeia o esporte com a influência que a atividade física exerce sobre o autoconceito. Pode-se perceber, através desta pesquisa, que os atletasparticipantes, parecem possuir essa preocupação com a imagem que o esporte passa às pessoas, assim como ele próprio (enquanto atleta), também é responsável pelo reconhecimento do esporte como violento ou não. A preocupação com as regras, com as normas, com o fair play, com a cordialidade entre os competidores, características estas da dimensão éticomoral do self, são de responsabilidade dos lutadores, técnicos, promotores de lutas, enfim, de quem deseja que o esporte continue crescendo. A partir das hipóteses sugeridas nesta pesquisa não foram encontradas diferenças significativas entre os níveis de autoconceito apresentados pelos atletas nas dimensões (pessoal, social, somático e ético-moral), sendo que as médias variaram entre cinco (autocontrole, segurança, receptividade social, somático e atitude social) e seis (ético-moral). A hipótese levantada sobre a influência na formação do autoconceito do atleta através do contato com outros atletas, sendo mensurado pela dimensão social da Escala Fatorial de Autoconceito, parece não ter influência, pois as médias sinalizaram para o Ponto Pouco da escala. O fator ético-moral foi o que apresentou maior média, portanto maior valorização, dentre as dimensões, conforme hipótese levantada por esta 10 pesquisa. Demonstrando que nas artes marciais o respeito deve ser encarado como o princípio básico a todos àqueles que estão relacionados, direta ou indiretamente, às artes marciais. Constata-se que o fator ético-moral, ancorado no princípio de respeito ao próximo, pode ser levado para além do esporte. Neste caso, o esporte serve de aprendizado para a vida, contribuindo assim, para a formação pessoal e profissional de um atleta; além disso, para a construção da cidadania da pessoa-atleta. Esta pesquisa verificou que há relação entre escolaridade e o autoconceito, conforme encontrado na dimensão somático, ou seja, atletas com melhor escolaridade obtiveram resultados de autoconceito mais altos, do que atletas com grau de escolaridade mais baixo. O sucesso e/ou fracasso escolar, na medida em que está relacionado com o autoconceito do indivíduo, pode refletir-se nos mais variados aspectos da sua vida, como na escolha profissional, na motivação para o estudo, entre outros. Especificamente na escolaridade, algumas pesquisas parecem revelar que uma melhoria no autoconceito poderá levar a uma melhoria no rendimento do esporte. O autoconceito e a escolaridade parecem, por isso, apresentar uma relação positiva. Devido à escassez de publicações na área envolvendo o autoconceito e atletas de MMA, sugerimos para futuras pesquisas, a realização de estudos que envolvam outros fatores, além da escolaridade, que podem estar envolvidos no desenvolvimento do autoconceito do atleta. Além disso, seria de suma relevância incluir na população estudada as lutadoras, visto que tem aumentado o número de competidoras nesse esporte. Referências ACKER, H. ARTES MARCIAIS: profissionais e proprietários de academias reconhecem que a sociedade percebe a melhoria da qualidade do serviço prestado nas academias, após a lei nº 9696/98. Revista Educação Física – Uma Luta pelo Resgate das Tradições e da Qualidade. Rio de Janeiro: CONFEF, ano 1, n. 3, p. 3-8, jun/2002. BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. 5ª ed. Santa Catarina: UFSC, 2002. BARBOSA, B. T. C; CARVALHO, A. M. de. 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