Jornal Enfermeiro, 9

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Jornal Enfermeiro, 9
março 2016 | MENSAL | 2€
09
www.jornalenfermeiro.pt
JORNAL
ENFERMEIRO
c o n t e x to s , c o m p e t ê n c i a s e n e c e s s i da d e s da e n f e r m a g e m
04
A eutanásia não é uma
alternativa terapêutica!
Mara de Sousa Freitas
03
José Carlos Rodrigues Gomes
Lei, ética, coerência
e consequência
10
Profissão
Manter a integridade cutânea
em situações de imobilização
12
Profissão
Perda de peso
e desnutrição no idoso
Lei, ética, coerência e consequência
perentoriamente que a eutanásia
se praticava “por baixo do pano” no
Serviço Nacional de Saúde. De um
coro de críticas a estas posições
nasceram (estranhamente, ou talvez
não) gritos de “aleluia” à coragem
dos denunciantes. Talvez tivesse sido
útil, antes de desviar a importância
do necessário debate acerca do fim
de vida com esta gasolina deitada ao
fogo, estudar um pouco os diferentes
conceitos envolvidos e não vender
gato por lebre. Muito menos pôr em
causa profissionais e Serviço Nacional
de Saúde por uma necessidade de
protagonismo político que não se
coaduna com a confiança que todos
queremos ter em quem cuida da
nossa saúde, e que todos queremos
promover no sistema de saúde.
Sobre as questões legais destes
vários acontecimentos não me
pronuncio. Deixo para quem
de direito a responsabilidade
de avaliar em que medida estas
diferentes ações desrespeitaram,
ou não, o direito nacional ou
internacional. E que esse processo
seja célere, claro e coerente e que
tenha resultados. Doa a quem doer.
Sobre as questões deontológicas
deixo também para quem,
perante a sociedade, tem
responsabilidades na garantia da
ética e deontologia profissional na
saúde, nomeadamente a Ordem
dos Enfermeiros e a Ordem dos
opinião
José Carlos
Rodrigues Gomes
Enfermeiro Especialista
em Enfermagem de Saúde
mental e Psiquiátrica;
Doutor em Saúde Pública
Professor Coordenador
da Escola Superior
de Saúde do Instituto
Politécnico de Leiria
e de respeito pelo outro, serem
coerentes e retirar consequências
dos seus atos. Coerentes levando
para a ação as suas palavras;
coerentes cumprindo aquilo que
exigem aos outros; consequentes
assumindo os seus erros;
consequentes no respeito daquilo
que representam na sociedade.
Talvez nesse momento tivéssemos
a lucidez e a calma necessárias para
discutir seriamente as questões
que nos preocupam. Sejam elas as
do fim de vida, do financiamento
do sistema ou do planeamento de
recursos humanos em saúde. Porque
o debate destes temas, e de outros,
reconhecendo a opinião de todos, é
urgente e necessário. Sem soundbytes.
Com respeito e responsabilidade.
Assim estaríamos a construir saúde.
Com todos e para todos.
jornal ENFERMEIRO
aria Luís Albuquerque
foi recentemente
convidada para
trabalhar para uma
empresa financeira que
utiliza a “mão invisível”
de Adam Smith para ganhar dinheiro.
Fê-lo mantendo “naturalmente”
o seu lugar de deputada, pago por
todos nós, e não vendo nenhum
problema em estar nos “dois lados
da barricada”. Para além da “riqueza
das nações” de Adam Smith talvez
tivesse também sido útil a Maria
Luís Albuquerque ler criticamente a
“teoria dos sentimentos morais” do
mesmo autor…
Maria Sharapova, apanhada nas
teias do doping, negou ter sido
previamente informada da ilegalidade
do seu ato apesar de admitir que
recebeu um documento com a
informação que “tinha milhares
de palavras, muitas delas técnicas
e desconhecidas para as pessoas
normais” (sic). Estes documentos
legais e estes termos técnicos são
certamente complicados, mas
também é complicado gerir e
negociar patrocínios e imagem e,
felizmente, Maria Sharapova tem tido
a capacidade de pedir a alguém que a
apoie nessa tarefa. Poderia ter feito
o mesmo para entender
os termos complicados…
Nas últimas semanas tivemos vários
profissionais de saúde a afirmar
Médicos. Se existe um código
a ser respeitado por médicos e
um código a ser respeitado por
enfermeiros, não podem as ordens
profissionais fingir que nada
aconteceu. A Ordem dos Médicos
já publicitou vontade de averiguar
e de proceder deontologicamente
em relação aos seus membros
que afirmaram publicamente ter
desrespeitado as regras da boa
prática profissional. Estou certo
que o Conselho Jurisdicional
da Ordem dos Enfermeiros
fará o mesmo perante os
enfermeiros que publicamente
assumiram desrespeitar as regras
da boa prática profissional.
Independentemente do-disse-que-não-disse-que-disse que a
impreparação e desconhecimento
forçou numa vã tentativa de
justificar o injustificável. E que
o processo seja célere, claro e
coerente e que tenha resultados.
Doa a quem doer.
Quero sim refletir um pouco sobre
este catavento de valores que parece
assolar a nossa sociedade e que os
três exemplos acima bem denunciam.
É bem verdade que a lei e a ética
não são a mesma coisa. Mas há áreas
em que as posições dos diferentes
intervenientes públicos deveriam ser
pautadas pelo respeito pelo outro e
pelos cidadãos em geral. Não pode
ser tudo “show-off”. Tem de haver
substância: “à mulher de césar não
basta ser séria, tem também de
parecer séria”. Não basta cumprir a
lei, é preciso que quem decide não se
sinta acima dos outros, despejando
a sua arrogância, tratando os outros
como seres menores, isentos de
capacidade crítica, seja porque não
leu a obra toda de Adam Smith, seja
porque não percebeu as palavras
complicadas com que denominamos
as substâncias de doping, seja porque
não faz a mínima ideia do que está a
falar, mas fala na mesma.
Seria útil passarmos a ter
políticos, figuras públicas e outros
representantes que soubessem, num
verdadeiro sentido de serviço público
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Mara de Sousa Freitas, Coordenadora
do Grupo de Reflexão Ética da APCP
A eutanásia não é uma
alternativa terapêutica!
A questão da eutanásia ascendeu definitivamente ao primeiro plano do debate público, com argumentos pró e contra com
origens heterogéneas, envolvendo, nos dois campos, médicos, enfermeiros, políticos, filósofos e gente anónima, de todas
as cores políticas e sensibilidades. Na frente “contra” está o Grupo de Reflexão Ética da Associação Portuguesa de Cuidados
Paliativos cuja coordenadora, Mara de Sousa Freitas, doutoranda em Bioética pelo Instituto de Bioética da Universidade Católica
Portuguesa e enfermeira do IPO de Lisboa, em entrevista ao nosso jornal, aconselha cautela… E a necessidade de se passar do
plano intelectual para o plano da experiência vivida, única forma de se compreender verdadeiramente os conceitos
jornal ENFERMEIRO
ENTREVISTA
de autonomia, autodeterminação, vulnerabilidade e liberdade… Que enformam o debate.
4
JORNAL ENFERMEIRO | A
Eutanásia entrou mais uma vez na
“ordem do dia”, com uma série de
intervenções que de alguma forma
“baralharam” o público suscitando
dúvidas e até receios. Que leitura
faz desta nova “investida”?
Mara de Sousa Freitas | Parece-me que a entrada na ordem do
dia do assunto “eutanásia” foi
sobretudo uma questão política.
É um tema que diz respeito a
todos os cidadãos, à vida de cada
um de nós e à forma como o ser
humano acolhe a última etapa da
vida. Este é um caminho pessoal,
único e intransmissível, inscreve-se na narrativa individual, nos
projetos, no sentido mais íntimo
da vida de cada um de nós. É um
assunto delicado, exigente, sério,
mas sobretudo um assunto que
reivindica grande humanização
e, portanto, o envolvimento e
esclarecimento claro e inequívoco
da sociedade em geral e não
apenas de grupos organizados. A
“mercantilização”, a “politização” e
o apressar de decisões num tema
tão importante como este são
imprudentes e pouco respeitadores
dos valores e princípios individuais.
A discussão mais recente, em
Portugal, nasce, como sabe, num
grupo organizado, no Porto, em
Novembro de 2015. Este grupo
criou o “Movimento Cívico
pela Despenalização e pela
Regulamentação da Morte Assistida
em Portugal.” Deste movimento
surge também o manifesto que foi
tornado público no passado dia 6
de Fevereiro de 2016. Citando o
Professor Walter Osswald que disse
que “sábios serão os governos se
não se precipitarem a legislar em
temas de contornos pouco nítidos”,
parece-me que esta discussão não
pode ser importada, nem tão pouco
imposta numa sociedade que ainda
tem um longo caminho a fazer,
quer ao nível da literacia sobre
estes temas (para permitir uma
discussão justa, livre e prudente),
quer ao nível da disponibilização de
cuidados de saúde especializados
para a fase final da vida.
Em última análise, parece-me
fundamental que esta discussão
permita o respeito pela
sociedade, pelos seus valores e
princípios, livre de coações ou
quaisquer pressões.
JE | Das declarações públicas
sobressai alguma confusão de
conceitos. Quando falamos de
eutanásia, falamos exatamente
do quê?
MSF | De uma ação – ou omissão
– por parte de um profissional
de saúde, médico ou não, com
intenção de, alegadamente por
compaixão, provocar a morte de
uma pessoa que se encontra em
sofrimento, com uma doença
incurável e em fim de vida.
O termo tem a sua origem no
grego (eu + thanatos), boa morte,
ou seja, por outras palavras, pôr
termo à vida, deliberadamente,
de uma pessoa com uma doença
incurável e em estado terminal,
a seu pedido explícito, em nome
da compaixão por esse ser que
sofre e se encontra em situação
de vida indigna e desumana. Uma
morte piedosa ou suicídio assistido
como eufemismo de eutanásia. A
eutanásia diz respeito a uma ação
que visa intencionalmente matar.
JE | Ou seja tem que haver um
pedido do doente para se falar
em eutanásia?
MSF | Exatamente! E para uma
análise séria sobre este tema é
necessário considerar aspetos
essenciais como o “pedido de
eutanásia”, quem pede para deixar
de viver (dor, sofrimento, perda de
sentido de vida, depressão); aquele
que recebe este pedido e como o
acolhe (qual a resposta efetiva às
reais necessidades daquele que
está em profundo sofrimento?).
No caso dos profissionais de
saúde, face ao acolhimento
de tal pedido, como tem sido
amplamente discutido, não me
restam dúvidas de que o grande
desafio é efetivamente ser capaz
de ir além da “razão para a morte”
e sobretudo assistir para a “morte
da razão”; aliviar o sofrimento
físico, psicológico, emocional e
colaborar na identificação de um
sentido harmonioso para que cada
pessoa possa manter-se viva
até à morte.
Parece-me essencial que não
exista qualquer confusão de papéis
e, por isso, circunscrever esta
discussão ao âmbito dos cuidados
de saúde é, não só incorreto,
como muito perigoso. A prática
da medicina, independentemente
da origem profissional, tem na
sua origem e missão a defesa da
vida e a sua conservação, o mais
harmoniosamente possível. Este
aspeto tem que ser bem entendido
por todos, sob pena de se colocar
em causa a confiança na relação
entre profissionais de saúde e
população, o que seria dramático. A
Eutanásia não é, sublinhe-se, uma
alternativa terapêutica que possa
ser oferecida a um doente que está
em sofrimento e em fim de vida,
como muitas vezes é sugerido em
algumas intervenções do debate
público sobre o tema.
JE | Eutanásia e suicídio assistido:
são sinónimos?
MSF | Não os classificaria como
sinónimos. Trata-se de um
eufemismo, que por vezes tem
sido utilizado para descrever a
eutanásia. No suicídio assistido
a droga letal é prescrita – ou
indicada – pelo profissional,
mas a ação última – ingestão ou
administração por outra forma
– que visa pôr termo à vida, é
feita pelo próprio doente. No
suicídio assistido, como o próprio
nome indica, a pessoa é ajudada a
terminar com a sua vida.
Entrevista
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jornal ENFERMEIRO
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ENTREVISTA
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JE | A questão da eutanásia
conduz-nos necessariamente à
dor, ao sofrimento extremo… Não
se estará neste debate a descurar a
questão dos cuidados paliativos?
MSF | Claro! Aliás o manifesto
“direito a morrer com dignidade”,
pró-eutanásia, tem como
principal argumento a valorização
privilegiada do direito à liberdade
e o respeito pela autonomia
das pessoas doentes em grande
sofrimento e sem esperança
de cura.
O Grupo de Reflexão Ética da
Associação Portuguesa de Cuidados
Paliativos (GRÉtica) irá apresentar
em breve um documento de
reflexão sobre a vulnerabilidade
humana e o sofrimento em fim de
vida, onde esse aspeto é focado. É
importante dizer que o argumento
utilizado pelos signatários do
manifesto é valioso. De facto,
todos nós temos a liberdade
e a autonomia como direitos
fundamentais e inalienáveis.
Só que a “solução” proposta, no
entender do GRÉtica, é contrária
à própria vida. Utiliza-se este
“direito à liberdade” e o “respeito
pela autonomia” e a “dignidade
da pessoa em fim de vida” de uma
forma perversa.
Parece-me que é necessário
sair do plano intelectual onde a
interpretação e tradução destes
princípios pode ser feita de
forma absoluta, para o plano da
experiência vivida. E à luz desta
experiência vivida, das situações
concretas de sofrimento em fim
de vida, compreender os conceitos
de autonomia, autodeterminação,
vulnerabilidade e liberdade.
Quando abordo estas questões,
cujo cerne assenta na autonomia
individual, relembro as palavras
de um professor de Bioética num
congresso que há uns anos tive o
privilégio de assistir e nunca mais
esqueci: “Só existem dois tipos de
pessoas que falam de autonomia.
As que leram muitos livros ou as
que nunca estiveram doentes”.
O pedido de eutanásia não pode
ser entendido “ipsis verbis”.
Os profissionais de saúde têm
de compreender esse pedido,
ser capazes de “traduzir” o seu
sentido, identificar as medidas
terapêuticas a implementar;
perceber se ele resulta de uma
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jornal ENFERMEIRO
ENTREVISTA
componente depressiva muito
marcada, pois o estreitamento
de consciência inerente, a carga
emocional negativa que acompanha
o dia a dia do doente que está em
sofrimento (dor física, psicológica,
esgotamento do seu projeto de
vida) retiram a liberdade exigível à
licitude de uma decisão ética.
Seria desejável que antes de
outras discussões em torno do
sofrimento da pessoa em fim de
vida, e das respostas alternativas
para esse sofrimento, pudéssemos
garantir o direito a ser cuidada
de forma digna, ou seja, como
recentemente escrevi num
verbete para o Dicionário de
Direito da família, “cuidar ativa
e globalmente da pessoa que
tem uma doença que ameaça a
vida significa integrar, além de
todo o processo fisiopatológico,
a expressão humana da doença,
a pessoa enquanto ser único
e individual, nos seus valores,
crenças, princípios, na sua
cultura, nas suas ideologias, na
sua história e, portanto, acolher,
respeitar, acompanhar e integrar
com empatia, ética, compaixão
e sabedoria os fundamentos do
seu ser e da sua existência a cada
momento, em cada gesto, em cada
ação e em todas as decisões, até ao
momento da sua morte”, portanto,
o direito a ter cuidados paliativos.
6
JE | Se os cuidados paliativos
funcionassem e fossem acessíveis
a todos os que deles necessitam,
o debate sobre a eutanásia
faria sentido?
MSF | Não lhe consigo responder
de forma categórica. O nosso
entendimento é que essa
é a questão de partida. Ou
seja, primeiro é necessário
disponibilizar à população os
cuidados adequados a cada
situação de fim de vida e de
sofrimento. Ora, a verdade é que
sabemos que em Portugal apenas
cerca de 10% da população tem
acesso aos cuidados paliativos;
uma percentagem muito elevada
não é acompanhada em unidades
de dor – e a dor não controlada
é um dos sintomas apontados
como determinantes da perda de
qualidade de vida, de sofrimento,
de sentimento de inutilidade, que
normalmente leva as pessoas a
manifestarem a vontade de não
quererem continuar a viver.
Também não podemos esquecer
que o hospital se transformou no
“deslugar” da morte. Houve uma
progressiva hospitalização da
morte: nos anos 70, em Portugal,
menos de 20% dos doentes
morriam nos hospitais. Em 2008,
63% das mortes ocorreram nos
hospitais e a “hospitalização da
morte” acontece, por vezes, em
condições mínimas de respeito
pela dignidade e humanidade do
doente em fase terminal da vida
(DeFTV) e das famílias. Estou
convicta de que a prioridade é esta,
o desafio permanente e gigante e
as exigências crescentes.
O profissional de saúde tem uma
responsabilidade adicional, ética,
deontológica e sobretudo humana
de acolher o sofrimento da pessoa
e encontrar uma resposta que
permita minorar esse sofrimento,
aconchegar e tranquilizar o seu
espírito, como afirma Paul Ricœur
numa das suas obras: ajudar o
outro a “estar vivo até à morte”.
O profissional
de saúde tem uma
responsabilidade
adicional, ética,
deontológica
e sobretudo
humana
de acolher
o sofrimento
da pessoa
e encontrar uma
resposta que
permita minorar
esse sofrimento,
aconchegar
e tranquilizar
o seu espírito
JE | Ortotanásia, como
contraponto à distanásia, tem sido
apontada como boa prática…
MSF | A Ortotanásia é a morte
que todos deveríamos ter; a
morte natural como o culminar
de uma história de vida única e
irrepetível, num enquadramento
assistencial de saúde com uma
intervenção holística que permita
suprimir o sofrimento e aceitar o
processo do morrer.
A distanásia consubstancia uma má
prática clínica. É o encarniçamento
ou obstinação e futilidade
terapêuticas; a intervenção inútil
ou desproporcionadamente
dolorosa numa situação de doença
intratável. As boas práticas clínicas
não veiculam tais procedimentos
de distanásia, por isso, nenhum
profissional de saúde deve prolongar
a vida de uma pessoa através de
medidas consideradas, à luz da leges
artis, como fúteis e inadequadas. A
distanásia não respeita a ética nem a
deontologia profissionais.
JE | O debate em curso deveria ter
tido outro ponto de partida?
MSF | Seria fundamental
auscultar-se a opinião pública
e os profissionais de saúde
para se perceber se esta é
uma necessidade sentida pela
sociedade no seu todo. Perceber,
também, se os profissionais
de saúde se revêm no modo
como estas práticas têm sido
apresentadas. A meu ver, o
modo como a discussão se tem
desenrolado põe em risco a
confiança, que é o principal
alicerce da relação entre os
doentes e os profissionais de
saúde e do próprio processo
terapêutico. Não podemos
confundir papéis. Na nossa
sociedade, o paradigma dos
profissionais de saúde está
claramente vinculado ao
compromisso com a vida e com
as ações em sua defesa; para os
profissionais de saúde, conforme
afirmam os códigos deontológicos
e parecer do CNECV, importa o
princípio do respeito pela vida
que habita cada ser humano,
recusando qualquer procedimento
que constitua um atentado
contra a vida, o sofrimento ou o
desrespeito pela pessoa
na sua globalidade.
JE | A falta de confiança pressupõe
a “entrada em cena” de um
outro conceito, diverso dos
que abordámos: o da eutanásia
involuntária… Que configura
homicídio.
MSF | Uma alteração ao
paradigma essencial da prática da
Medicina, que é o de salvaguarda
da vida humana, como valor
absoluto, indisponível, através
da aceitação de práticas que
contribuam para a morte,
deliberada, traria alterações
significativas à sociedade, como
hoje a concebemos, desde logo na
relação de confiança das pessoas
nos profissionais de saúde.
Parece-me que esse é um risco
que não podemos correr.
No GRÉtica acreditamos que a
discussão deve centrar-se na vida
e no modo de afastar os motivos
que podem levar uma pessoa a
não desejar viver. Nos meios de
que hoje dispomos para que uma
pessoa – todas as pessoas – possam
ter uma boa morte.
JE | No meio da contenda… Temos
os profissionais de saúde.
MSF | A experiência da doença,
da fragilidade e do sofrimento em
fim de vida evocam a dimensão
ontológica do ser humano e
reenviam-nos para a condição
de vulnerabilidade que é objeto
de um princípio ético que requer
cuidado para os vulneráveis,
nomeadamente para aqueles
cuja autonomia ou dignidade
ou integridade podem estar
ameaçadas, como é o caso da
pessoa em sofrimento no fim da
vida. Cada um de nós – o “eu”
existe em relação com um “outro”,
não existe “eu” independente;
logo, o importante é a relação
que convoca em nós o dever de
responsabilidade (responder
ao “outro”, à vulnerabilidade
do “outro”) e de solicitude.
A vulnerabilidade da pessoa
em fim de vida implica uma
resposta dos profissionais, a
nossa responsabilidade, a nossa
solidariedade e a nossa solicitude.
Assim, a solicitude e o cuidado são
a consequência do encontro do
“eu” com o “outro”.
Texto integral disponível na edição online
em: www.jornalenfermeiro.pt
Manuel Luís Capelas, presidente da APCP
Antes de se debater a eutanásia
há que garantir cuidados paliativos
de qualidade
nacional
defendendo “o desenvolvimento e
equidade no acesso aos cuidados
paliativos e a formação dos
profissionais de saúde como
prioridade nacional e como
resposta à eutanásia”.
A associação questiona onde
estavam os signatários, inclusive
os que “exercem altos cargos na
área da saúde”, quando a APCP,
a Entidade Reguladora da Saúde
e o Observatório Português dos
Sistemas de Saúde revelaram
que mais de 90% dos doentes
que precisavam de cuidados
paliativos não tinham acesso a
estes cuidados, que mais de 50%
morriam à sua espera e que os
profissionais da maior parte
das equipas eram
em “número insuficiente
e inadequadamente formados”.
“Não nos lembramos de nenhuma
voz ter mostrado preocupação com
essas pessoas, que tinham altas
probabilidades de estar
em sofrimento”, lamenta
Manuel Luís Capelas.
Em Portugal entre 72 mil
e 86 mil doentes necessitam
de cuidados paliativos
Um estudo do Observatório
Português dos Cuidados Paliativos,
apresentado em janeiro, revela
que cerca de 51% dos doentes
internados nos hospitais eram
doentes paliativos e cerca de 16%
eram doentes paliativos com
prognóstico de 15 dias de vida, no
entanto, apenas 7%, dos primeiros,
e 10%, dos segundos, estavam
referenciados para equipas de
cuidados paliativos.
Isto porque os seus médicos
consideraram que ainda os
conseguiam curar ou por estes
ainda estarem a fazer o respetivo
tratamento, refere o estudo.
“Não será esta prática obstinação
terapêutica? Será que perante este
sofrimento o doente, ao pedir a
eutanásia, não estará antes a pedir
Onde estavam os signatários,
inclusive os que “exercem altos
cargos na área da saúde”, quando
a APCP, a ERS e o OPSS revelaram
que mais de 90% dos doentes
que precisavam de cuidados
paliativos não tinham acesso
a estes cuidados, que mais de
50% morriam à sua espera e que
os profissionais da maior parte
das equipas eram em “número
insuficiente e inadequadamente
formados”. “Não nos lembramos
de nenhuma voz ter mostrado
preocupação com essas pessoas,
que tinham altas probabilidades
de estar em sofrimento”, lamenta
Manuel Luís Capelas.
que o deixem morrer, que não lhe
prolonguem futilmente a sua vida?
Porque é que a discussão gira em
torno da eutanásia, e não sobre os
mais de 80 mil doentes sem acesso
a cuidados paliativos”, questiona
a associação.
“Mais uma vez, quer atuar-se
nas causas e nos cuidados que
ajudam ao alívio do sofrimento, ou
simular que se resolve o problema,
matando ou ajudando a morrer
quem sofre”, adverte
Manuel Capelas.
jornal ENFERMEIRO
ntes de se iniciar
o debate sobre
a eutanásia “é
fundamental” garantir
o acesso, em tempo
útil aos cuidados
paliativos e assegurar que estes são
prestados por profissionais com
formação, defende a Associação
Portuguesa de Cuidados Paliativos
(APCP). A posição da associação
presidida pelo Enfermeiro Manuel
Luís Capelas surge na sequência da
divulgação do manifesto “Morrer
com Dignidade”, subscrito por mais
de uma centena de personalidades
portuguesas das mais diversas
áreas, da política à medicina, onde
se defende a despenalização da
morte assistida.
Em comunicado, a APCP, embora
reconhecendo que o manifesto
surge da preocupação dos
signatários com o sofrimento
dos doentes, apontando a
eutanásia como a solução para
este problema “descredibiliza
esta lógica de pensamento”,
Para o presidente da APCP, deve
existir “um amplo e aprofundado
debate público sobre a eutanásia”
para garantir “uma total elucidação
dos cidadãos”.
“No entanto, é necessário
uma pedagogia de valores e
de princípios que norteiem o
debate, para que o discurso
não se superficialize em slogans
populistas”, defende.
A APCP afirma que “será sempre
um elemento ativo” neste
debate e deixa alguns desafios
aos signatários, como o acesso
universal a estes cuidados, o
reforço das equipas atuais e a
reflexão e trabalho conjunto na
“perspetiva de encontrar resposta
para aqueles cujo sofrimento
não consiga ser controlado pelos
cuidados paliativos”.
7
Anesthesia Assist
jornal ENFERMEIRO
No bolso, sempre disponível!
8
busca incessante
pelo avanço
tecnológico faz
parte do nosso ADN.
Este avanço garante
uma infinidade de
novos recursos prontos para
serem utilizados na procura da
otimização dos cuidados
que prestamos.
Na área da saúde, a tecnologia
configura-se como agente
cuja finalidade é tornar cada
vez mais eficiente a atividade
humana através da produção ou
aperfeiçoamento das técnicas,
que direta e/ou indiretamente,
estão ao serviço do cuidador.
Uma nova etapa no meu percurso
profissional deu origem a uma
ferramenta capaz de auxiliar
no dia a dia um conjunto de
profissionais com necessidades
identificadas, e que por seu
turno, contribuíram ativamente
para o desenvolvimento
da mesma.
Começou por ser um índice de
referência de fármacos utilizados
em anestesia, mas graças à
aceitação e novas sugestões,
depressa evoluiu para a aplicação
“Anesthesia Assist”!
A partir desta aplicação, e sem
necessidade de acesso à internet,
o utilizador pode facilmente
aceder a diversos conteúdos
úteis no dia a dia de um grupo
variado de profissionais, da área
de anestesia e/ou que trabalham
com o “doente crítico”.
O ecrã inicial apresenta uma
lista de fármacos cuja dosagem é
calculada de acordo com o peso
e a idade introduzidos. Assim,
é possível calcular rapidamente
a dose a administrar de vários
fármacos, ou aceder a um lote
de favoritos escolhidos pelo
profissão
Pedro Baptista
enfermeiro no Bloco Operatório do Centro Hospitalar
Tondela-Viseu, EPE
utilizador. Esta funcionalidade
torna-se particularmente útil,
uma vez que, é possível calcular
instantaneamente a dose por
quilograma de peso para mais
de cinquenta fármacos, estando
também acessíveis informações
relativas à utilização
dos fármacos em
diferentes contextos.
Para tornar a leitura e
identificação mais fácil, os
fármacos estão categorizados por
cores de acordo com a sua ação
(norma ISO 26825-2008(E)).
São várias as pequenas
utilidades que fazem parte desta
aplicação, é relevante salientar,
o menu “Info” do ecrã inicial
com informações relativas à
função ventilatória e valores
hemodinâmicos de referência,
ou a possibilidade de converter
mg/h para ml/h, bem como, a
equivalência de corticoides.
Está acessível um índice de
medicamentos com mais de
cem fármacos comummente
utilizados em anestesia,
contando com uma breve
descrição das suas indicações,
contraindicações
e precauções especiais.
Desenvolvida inicialmente em
Português, encontra-se traduzida
também em Inglês e Espanhol.
Foi recentemente adicionada
a norma para a Profilaxia
Antibiótica Cirúrgica na Criança
e no Adulto, da Direção-Geral
da Saúde.
Resta salientar o facto de existir
uma versão gratuita e outra
com um custo simbólico para o
utilizador, que apenas promove o
acesso a algumas funcionalidades
antecipadamente, bem como
suporta os custos inerentes ao
desenvolvimento da aplicação.
Trata-se de um projeto
em constante atualização
e as sugestões para novas
funcionalidades chegam a um
ritmo difícil de acompanhar, mas
o mais gratificante é constatar
que se trata de uma mais-valia
no dia a dia de muitos colegas!
ReferÊncias
Direção-Geral da Saúde, Norma nº 031/2013 de 31/12/2013 atualizada a 18/12/2014; | Fármacos e Procedimentos em Anestesiologia (serviço de Anestesiologia do Hospital de São João); | Manual de
Procedimentos do Serviço de Anestesiologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil EPE; | Sota Omoiguis (Anesthesia Drugs) - 3rd edition.
Cultura de segurança nos cuidados
de saúde: realidade ou utopia?
opinião
Susana Ramos
Especialista em
Enfermagem de Saúde
Infantil e Pediátrica
Mestre em Infeção
em Cuidados de Saúde
Coordenadora
do Gabinete de Gestão
do Risco do Centro
Hospitalar de Lisboa
Central
Elemento efetivo
representante da Ordem
dos Enfermeiros
na Comissão Sectorial
para a Saúde
do Instituto Português
da Qualidade
Enfermeira Chefe
no Centro Hospitalar
de Lisboa Central
reativa, calculada, proactiva
e participativa.
Se olharmos para a cultura de
segurança das várias instituições
de saúde em Portugal e para
os resultados publicados no
relatório da DGS e APDH (2015)
sobre a avaliação da cultura de
segurança nos hospitais, podemos
afirmar que temos uma grande
percentagem de instituições
com um nível de maturidade
“calculada” e também com um
nível de maturidade “reativa”, em
vez de “proactiva” e “participativa”.
Quanto à cultura de segurança
nos cuidados de saúde primários,
podemos afirmar que esta
diferença de maturidade é ainda
mais evidente.
Neste relatório constatou-se uma
baixa adesão dos profissionais na
resposta ao questionário (taxa de
adesão global 18,3%) e que a cultura
de segurança do doente ainda não
é amplamente assumida como uma
prioridade pelos profissionais e
pelas instituições e, a cultura de
notificação e aprendizagem com o
erro é fraca (63% dos profissionais
não efetuaram qualquer notificação
nos últimos 12 meses).
Demonstrado ainda a baixa
adesão à notificação, a qual, na
nossa opinião, se deve a aspetos
culturais, ao medo da punição
e da culpabilização e do “olhar
céptico” de muitos profissionais,
relativamente à integridade e à
confidencialidade deste tipo
de sistemas.
Importa referir que assistimos de
modo impávido e sereno a uma
perda gradual da confiança na
relação “doente-profissional de
saúde”, desencadeada pela forma
como a comunicação social faz
chegar ao cidadão a informação
sobre os eventos adversos que
ocorrem nas nossas instituições.
É urgente que os profissionais
e as organizações de saúde
demonstrem mais honestidade
Para que exista
segurança nos
cuidados de saúde
é essencial que
os profissionais
desenvolvam
a sua atividade
em ambientes
seguros e adotem
boas práticas
em todos
os momentos
e transparência para com o
cidadão, devendo ser assumido
que não existe segurança total
nos cuidados de saúde, mas que
é uma preocupação constante e
um compromisso permanente dos
profissionais e das instituições,
e que o próprio doente e família
poderão contribuir para aumentar
a sua segurança. Para tal, há que
assumir efetivamente, que os
cuidados de saúde, devem ser
centrados no doente/família e a
segurança nos cuidados de saúde é
um compromisso de todos.
O enfermeiro desde sempre e
ao longo destes últimos anos
tem demonstrado um grande
empenho nestas matérias e tem
desempenhado um papel fulcral
para a mudança da cultura de
segurança nos vários contextos de
cuidados e nas organizações
de saúde em geral.
jornal ENFERMEIRO
Atualmente, os conceitos
“Segurança do Doente” e “Cultura
de Segurança” nos cuidados de
saúde são assumidos como uma
prioridade por gestores e pelos
profissionais de saúde de muitas
instituições de saúde em todo o
mundo. Contudo, infelizmente,
estes conceitos ainda não são
aceites integralmente por todas
as pessoas, e aqui incluímos não
só os profissionais de saúde, mas
também o cidadão em geral.
Para que exista segurança nos
cuidados de saúde é essencial
que os profissionais desenvolvam
a sua atividade em ambientes
seguros e adotem boas práticas em
todos os momentos, evidenciando
sempre cuidados seguros. No
entanto, sabemos que os cuidados
de saúde são cada vez mais
complexos e especializados,
com recurso a tecnologia mais
avançada, ocorrendo num quadro
de crescente globalização e
mobilidade de profissionais de
saúde e de doentes
de diferentes nacionalidades.
A “Segurança Total” é uma grande
responsabilidade assumida
pelas organizações de saúde
e profissionais, se olharmos
atentamente para as questões de
segurança nos vários contextos
ambientais e sistémicos a que
os profissionais de saúde estão
sujeitos e que podem ter um
grande impacto e implicações
na segurança dos doentes e dos
próprios profissionais.
Será a assunção desta
responsabilidade e compromisso
uma utopia?
A implementação de processos
da qualidade e segurança tem,
pelo menos, uma diferença de
dez anos entre várias instituições
de saúde portuguesas, refletindo
deste modo grandes diferenças nos
níveis de maturidade da cultura de
segurança, a qual, segundo Hudson,
se caracteriza como patológica,
9
Manter a integridade cutânea
profissão
Enf. Beatriz Edra
jornal ENFERMEIRO
Professora na Escola Superior de Enfermagem
de Santa Maria, no Porto;
Enfermeira na consulta externa de ortopedia
do Hospital S. João
10
imobilização é
um procedimento
realizado em diversas
situações clínicas no
utente do foro orto
traumático. É utilizado
com diferentes finalidades, como
imobilização completa ou parcial,
contenção ou compressão de um
membro ou de uma área corporal.
Decorrente deste procedimento,
o utente apresenta uma alteração
na sua mobilidade com um grau
maior ou menor de dependência,
decorrendo assim alguns riscos
sistémicos nomeadamente a nível
neurovascular e cutâneo.
A alteração da integridade cutânea
é uma das alterações mais comuns
nos utentes com imobilizações,
pois pode contribuir para
alteração na funcionalidade da pele
designadamente no que respeita à
sua função de barreira e proteção.
Não podemos esquecer que a pele
é a primeira linha de defesa do
organismo contra vários tipos de
agressões físicas e químicas.
Esta possível alteração justifica-se pela técnica de execução
da imobilização, que reveste
o membro ou área corporal
com materiais específicos para
realização das imobilizações
prescritas, como simples ligaduras
elásticas ou malha tubular e
ligadura de algodão para aplicação
de ligadura gessada seja ela na
forma de tala ou gesso fechado.
Saliente-se que em algumas
situações, os utentes com
imobilizações apresentam feridas
cirúrgicas, ou outros materiais
como fios de Kirschner, fixadores
externos (ambos introduzidos
por via percutânea), o que acresce
a possibilidade de alteração da
integridade cutânea.
Sendo que os mecanismos
fisiopatológicos envolvidos nesta
alteração são muito complexos,
a manutenção da integridade
cutânea é um dos objetivos
primordiais na intervenção de
enfermagem nestes utentes.
A intervenção do enfermeiro na
consulta externa de Ortopedia/
Traumatologia passa pela execução
e manutenção das imobilizações
de acordo com a situação clínica
do utente. Isto para que o objetivo
da mesma seja atingido de uma
forma eficiente e eficaz, bem como
pela execução de outros tipos de
procedimentos, como cuidados
de penso à ferida cirúrgica e ao
material referido anteriormente,
que envolvem o manuseamento/
/execução de imobilizações
dependente das situações clinicas.
Em todas as intervenções de
enfermagem inerentes aos utentes
com imobilizações, para além da
componente técnica específica a
cada um deles, a manutenção da
integridade cutânea passa pela
avaliação do sistema cutâneo,
avaliando assim a necessidade de
uma intervenção mais específica,
como aplicação de produtos
terapêuticos com ação específica,
e pela aplicação de creme gordo.
A utilização desta substância
previne a desidratação da pele,
melhora a sua elasticidade
e promove o processo de
cicatrização, favorecendo deste
modo a prevenção de lesões de
pele e otimizando o conforto do
utente, pois em muitas situações
os doentes apresentam pele
descamativa, prurido e em alguns
casos fissuras.
O ensino ao utente inicia-se desde
o primeiro contato, desenvolvendo
um conjunto de ações que
promovam desde logo a sua
recuperação funcional, que incide
não só nos cuidados específicos
à imobilização (exemplo: duração
da imobilização, não molhar, não
introduzir objetos entre outros), as
limitações da mobilidade de acordo
com a imobilização e situação
clinica, plano de exercícios, mas
também pela consciencialização da
necessidade de uma alimentação
equilibrada, cuidados de higiene e
hidratação adequados, que passa
pela aplicação de creme gordo.
Nas intervenções
aos utentes com
imobilizações,
para além da
componente
técnica específica,
a manutenção
da integridade
cutânea passa
pela avaliação do
sistema cutâneo,
avaliando assim
a necessidade de
uma intervenção
mais específica,
como aplicação
de produtos
terapêuticos com
ação específica,
e pela aplicação
de creme gordo
Um 7.º momento…
… a teimosia e a persistência em não
reconhecer na prestação de cuidados, as
competências dos EESMO na Assistência
Pré-Natal.
OPINIÃO
“As coisas que queremos e parecem
impossíveis só podem ser conseguidas
com uma teimosia pacífica.”
Mahatma Gandhi
Reconhecer aos EESMO as suas
competências no terreno apenas
confere à população a capacidade de
escolha quanto ao seu profissional de
saúde, sem colocar em risco, de forma
alguma o bem-estar materno-fetal.
Aida Barradas, Ana Lúcia Torgal, Vítor
Rocha, Vítor Varela
Procuramos
Uma Gravidez Normal
= Um Parto Normal
Os EESMO tem que controlar
a assistência pré natal.
Sofremos muitos bloqueios tanto
técnicos, a nível organizacional
como políticos.
Por outro lado, temos uma
obstetrícia defensiva, não temos
casas de partos, não temos as
questões legais bem resolvidas
como seja por exemplo o parto
em casa/domicílio, que não é uma
opção para a mulher grávida, não
está incluído no SNS.
Temos muito pouca evidência
científica produzida em Portugal
por Portugueses.
Temos tido governos sucessivos
que não respeitam os direitos
humanos do nascimento,
IGNORAM as mulheres grávidas
na sua maioria, culturalmente
com pouca autonomia
e pouco determinadas.
Não podem escolher um EESMO
como opção para a sua assistência
Vítor Varela
Presidente da Mesa do
Colégio da Especialidade
de Enfermagem de Saúde
Materna e Obstétrica da
Ordem dos Enfermeiros
pré-natal, têm dificuldade em
escolher o lugar de nascimento
do seu filho, têm dificuldade
em ter liberdade de acessoa
outras opiniões.
Existe um binómio que temos de
alcançar e defender: EESMO fortes
/ Mulheres fortes
Criamos então o Programa de
Atualização em Assistência
Pré-Natal.
Este programa pretende fornecer a
informação para ajudar:
• Os EESMO a integrar a evidência
com a experiência, ou seja, o
juízo clínico, na prestação de
cuidados;
• Os EESMO no seu diálogo/
/consulta com mulheres acerca
da adequação de várias opções
de cuidados maternos.
A realização deste programa não
seria possível sem a colaboração
fornecida pelo Grupo de Trabalho e
os Órgãos da OE.
Este programa tenta nutrir-se
numa revisão minuciosa da prática
baseada na evidência para os
cuidados maternos.
Existe muito pouca orientação
disponível para os EESMO que
querem uma estrutura baseada na
evidência para trabalhar, cooperar
em parceria nos cuidados com as
mulheres em termos individuais.
Falta-nos um modelo. Adotá-lo
ou criá-lo?
Não existe em termos nacionais
qualquer tipo de ferramenta
consistente, baseada na evidência,
para ajudar os EESMO a tomar
decisões sobre como e quando
discutir os cuidados e/ou consultar
outros EESMO e/ou encaminhar,
referenciar a prescrição de
cuidados da mulher para um outro
profissional de saúde qualificado.
Temos que encarar os EESMO
como os prestadores de cuidados
de saúde primários de excelência,
na área pré-natal, oferecendo às
mulheres uma continuidade de
cuidados em cooperação e parceria
com outros prestadores de saúde.
Encontramo-nos a criar condições
à acessibilidade das utentes do
Sistema Nacional de Saúde ao
exercício pleno das competências
dos EESMO.
Esta é a prioridade com valor
que pode traduzir, mais tarde
um ou mais modelos de cuidados
maternos colaborativos.
Este é o momento do contexto
político para que este programa
de atualização em assistência pré-natal se torne consistente com o
âmbito da prática dos EESMO no
ambiente e espaço nacional, apesar
das nossas “enormes” assimetrias.
Temos conhecimento que a
Direção-Geral da Saúde, não
concorda que a assistência pré-natal possa ser assegurada
pelos EESMO.
Não identifica este tipo de
iniciativas e profissionais de
saúde como os mais habilitados e
seguros, os que fornecem cuidados
e que garantem o desenvolvimento
para melhorar a prestação de
cuidados e serviços maternos.
A MCEESMO, espera que este
programa de atualização em
assistência pré-natal desperte a
obrigatoriedade para a tomada de
decisão que orienta o exercício
autónomo dos EESMO.
Que integre os resultados da
evidência científica e o respeito
pelas características individuais
de cada mulher gravida/pessoa,
fortalecendo o exercício da
obstetrícia centrada na mulher.
Espera-se também que este
programa de atualização em
assistência pré-natal, seja bem
recebido aquando da sua replicação
nas secções regionais da OE e que
possa ser utilizado na maioria das
consultas pré-natais em todo o SNS
pelos EESMO.
A adoção deste programa, pelo
SNS e pelos EESMO, oferece
cuidados maternos a grávidas,
ajudando a assegurar os serviços de
obstetrícia a fornecerem cuidados
seguros, colaborativos e de elevada
qualidade às mulheres
e aos seus filhos.
Jornal Enfermeiro é uma publicação multiplataforma de informação entre enfermeiros e as comunidades que com eles interagem // Diretor Vítor Frias ([email protected]) // Editor
Miguel Múrias Mauritti ([email protected]) // Equipa editorial Andreia Montes ([email protected]); Catarina Gomes (catarinagomes@jornalenfermeiro.
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jornal ENFERMEIRO
Edição
11
jornal ENFERMEIRO
Perda de peso
e desnutrição no idoso
12
ransversal às
sociedades
desenvolvidas, a
sociedade atual
caracteriza-se pelo
envelhecimento
demográfico, em consequência do
aumento dos níveis de esperança
de vida e do declínio da natalidade.
O número crescente de pessoas
que são consideradas idosas, bem
como as consequências a nível
individual e coletivo, tornam o
fenómeno do envelhecimento
aliciante e desafiador e obrigam
uma especial atenção à pessoa
idosa, colocando novos desafios ao
sistema de saúde, concretamente
quanto às necessidades de saúde
que as pessoas idosas apresentam.
Como processo único, individual,
dinâmico e complexo, o
envelhecimento é acompanhado
de várias alterações fisiológicas
e metabólicas, especificamente,
na relação com os processos
de manutenção homeostática
e corporal do organismo. O
organismo fica submetido a
diversas alterações anatómicas e
funcionais, com repercussões nas
condições de saúde e nutrição do
idoso, conduzindo a um maior
declínio funcional e a um maior
risco de doenças e mortalidade.
As condições de saúde, embora
não sendo determinantes únicas,
têm uma forte influência em
prol de uma qualidade de vida
cada vez melhor. Nas últimas
décadas, temos assistido a um
grande avanço no conhecimento
na área da nutrição sendo esta
uma componente fundamental
da saúde da pessoa idosa bem
como uma preocupação de
saúde pública. De acordo com a
American Dietetic Association
(ADA), alimentação e nutrição são
condicionantes de referência na
saúde, bem-estar e qualidade de
vida do idoso.
Patrícia
Pontífice Sousa
profissão
Professora Auxiliar da
Universidade Católica
Portuguesa
[email protected].
ucp.pt
Nas últimas
décadas temos
assistido a um
grande avanço no
conhecimento na
área da nutrição
sendo esta uma
componente
fundamental
da saúde
da pessoa idosa
Ao envelhecimento sobrevêm
alterações do comportamento
alimentar. A perda de peso
acompanha o processo de
envelhecimento na medida em
que ocorre habitualmente uma
perda de apetite. Os idosos
consomem menos refeições e em
menor quantidade, havendo uma
diminuição da despesa energética
devido à diminuição
do metabolismo basal e
da atividade física.
O estado nutricional dos idosos
sofre influência da interação de
diferentes fatores: (i) fisiológicos
e biológicos que perturbam o
sistema de controlo de ingestão
alimentar e a palatabilidade das
refeições (resultado de uma ação
conjunta do sabor, textura, cheiro
e estímulo visual que os alimentos
provocam); (ii) psicológicos (perda
do cônjuge, depressão, demência,
entre outros), (iii) socioeconómicos
(acessibilidade alimentar, pobreza,
isolamento social, apoio familiar,
grau de ensino, entre outros) e
(iv) ambientais. Para além dos
condicionantes específicos do
próprio envelhecimento referidos,
também a condição de saúde
(polipatologias, doenças crónicas,
alterações na mastigação, disfagia,
polifarmácia, perda da capacidade
funcional e autonomia) e o tempo
de internamento nos hospitais,
se constituem como aspetos que
podem afetar o estado nutricional
do idoso.
Resultado de um défice energético-proteico e de micronutrientes
necessários ao desenvolvimento
e manutenção das funções
corporais, a desnutrição constitui
uma alteração corporal comum
nos idosos, na medida em que,
com a idade avançada, o consumo
alimentar diminui, causando um
desequilíbrio entre o aporte de
nutrientes e as necessidades da
pessoa idosa. A desnutrição é
acompanhada de perda de peso,
está associada à diminuição
significativa de gordura e massa
muscular, conduz ao declínio da
funcionalidade, ao aumento da
fragilidade e da mortalidade e,
consequentemente, à diminuição
da qualidade de vida. Esta situação
determina um maior grau de
vulnerabilidade da pessoa idosa
salientando-se como principais
sinais de desnutrição: (i) face com
despigmentação difusa e dermatite
seborreica nasolabial (ii) cabelo
seco, frágil, opaco, sem brilho e
despigmentado (iii) conjuntiva
pálida e seca, cegueira noturna
e xeroftalmia (iv) unhas frágeis
e em forma de colher (v) xerose
cutânea, dermatite e palidez
(vi) estomatite angular queilose
(vii) glossite, fissuras, atrofia das
ao desinteresse pela ingestão
alimentar. Nesta ordem de ideias,
as recomendações que mais se
destacam são as seguintes:
• Tornar refeições visualmente
agradáveis, de forma atrativa,
usando diferentes sabores, cores,
formas, texturas e aromas;
• Optar por refeições pequenas, de
modo frequente;
• Intensificar o sabor dos
alimentos confecionados
utilizando, sumo de limão, ervas
aromáticas ou de especiarias;
• Incluir bebidas, como o leite, a
sopa, o chocolate quente, que
possam enriquecer a ingestão
calórica e de nutrientes;
• Dar especial atenção ao
ambiente, tornando a refeição
num momento agradável, numa
atmosfera de convívio social;
• Dar preferência a alimentos
nutricionalmente densos (fruta,
leguminosas e hortícolas)
ajustados às especificidades
dos idosos;
• Ingestão de alimentos ricos em
fibras, com baixa concentração
de gorduras e açúcares refinados
e ingestão das quantidades
superiores ao número de frações
diárias de cada grupo
de alimentos;
• Evitar alimentos secos e
volumosos, muitos quentes ou
muito frios;
• Oferecer alimentos, tenros,
triturados ou em pequenos
fragmentos, facilitando
a mastigação;
• Oferecer água (diariamente
8 copos) ou outros líquidos
durante as refeições ou em
intervalos regulares;
• Reduzir o consumo de açúcar, sal
e bebidas alcoólicas;
• Consumir alimentos integrais,
produtos lácteos com pouca
gordura, carnes magras,
pescados e aves.
• Peso semanal, recorrendo
sempre à mesma balança, com
roupa leve e se possível em
iguais condições. Caso surja
perda involuntária de peso
contatar o profissional de saúde;
• Notar modificações do apetite
quer seja por estar aumentado
ou diminuído e comunicar essa
situação ao profissional
de saúde;
• Na falta de apetite, dar um
passeio a pé antes das refeições a
fim de estimular o mesmo;
• Estão totalmente
desaconselhadas as dietas
restritivas, pois, baixas ingestões
energéticas poderão limitar
um adequado aporte em
micronutrientes;
• Suplementar a dieta, se
necessário, com cálcio e
vitamina D (para reduzir o risco
de fraturas ósseas)
e vitamina B12;
• Ser fisicamente ativo uma
vez que a prática de atividade
física é indissociável de uma
alimentação saudável e da
manutenção de um papel ativo
na sociedade, favorecendo a
manutenção da saúde.
Pelo exposto, torna-se
imprescindível realizar
avaliações multidimensionais
do estado nutricional do
idoso para o diagnóstico
da sua condição de saúde
e nutrição, promover a
capacitação dos profissionais
de saúde, especificamente dos
enfermeiros, para a vigilância
nutricional dos idosos na
identificação de possíveis
riscos e erros alimentares,
a fim de possibilitar uma
melhor gestão dos problemas
nutricionais específicos deste
grupo etário. Só assim, será
possível fornecer orientações
educativas e dietéticas para
uma intervenção efetiva e
integral, contribuindo, assim,
para as melhores práticas
preventivas da desnutrição
e promotoras da saúde e
qualidade de vida.
Biografia disponível na edição on-line
em www.jornalenfermeiro.pt
jornal ENFERMEIRO
papilas, aspeto liso e vermelho
vivo (viii) gengivas sangrantes
(ix) alterações da sensibilidade,
demência (x) aspeto geral: letargia,
apatia, irritabilidade, desorientação
e transtornos do padrão do sono.
A desnutrição no idoso é um
problema bastante complexo –
pelo que facilmente se percebe
–, como se torna fundamental
uma adequada avaliação do
estado nutricional do idoso
por parte dos profissionais de
saúde, especificamente pelos
enfermeiros, com vista à obtenção
de parâmetros que facilitem: (i) a
identificação, de forma precoce,
dos problemas nutricionais; (ii)
colocação em prática de estratégias
terapêuticas; (iii) avaliação da
eficácia da estratégia aplicada, dos
fatores de risco de desnutrição e
melhoria do estado nutricional.
Tendo por base os procedimentos
de avaliação e intervenção
nutricional da população idosa,
devidamente protocolados, deverá
realizar-se: (i) exame físico e
clínico do idoso (dados clínicos,
bioquímicos e antropométricos)
(ii) Mini Nutritional Assessment
(MNA), instrumento de
avaliação com alta sensibilidade,
especificidade e precisão
diagnóstica, validado para a
Europa em 1944; (iii) Malnutricion
Universal Screening Tool (MUST)
desenvolvido em 2003; (iv)
Nutricional Risk Screening (NSR)
2002, instrumento de triagem
e de avaliação a utilizar, em
ambiente hospitalar, em pessoas
com desnutrição marcada, doença
severa e necessidades
nutritivas acrescidas.
A condição de idoso cria, por
vezes, alguns obstáculos à adoção
e continuidade de um plano
alimentar saudável. A ingestão
alimentar diária deverá ser
fracionada, variada (20 alimentos
por semana), equilibrada,
completa, de acordo com as
recomendações da Roda dos
Alimentos, como também deverá
ser ter em conta orientações
que façam face à diminuição
do apetite, aos problemas de
mastigação e deglutição, bem
como às perturbações sensoriais,
aspetos estes que estão ligados
ao processo de envelhecimento
e que conduzem, habitualmente,
13
Défice de vitamina D
D Med Azevedos…
Solução de toma única mensal
Os Laboratórios Azevedos acabam
de lançar um novo suplemento de
vitamina D: o D Med Azevedos, que
através do sistema de toma única
mensal, assegura o tratamento
do défice e carência de vitamina
D com as dosagens ajustadas e
recomendadas pelas orientações
definidas internacionalmente pela
Endocrine Society.
Dados de um estudo apresentado
recentemente revelam que 70% dos
portugueses com menos de 30 anos
têm falta de vitamina D e que entre
os mais velhos o problema é ainda
mais grave: 96% da população,
entre os 60 e os 90 anos, apresenta
um défice deste nutriente, cuja
fonte principal, a exposição à
luz solar, não consegue suprir,
mesmo em países com muito sol,
como Portugal, onde a carência de
vitamina D constitui um problema
de saúde pública.
“A insuficiência de vitamina D está
associada a um conjunto alargado
de patologias, desde a Artrite
Reumatoide, à Diabetes tipo 2 e, até,
à Esclerose Múltipla. Infelizmente,
continuam a persistir um conjunto
de crenças entre a população que
fazem com que este problema se
tenha vindo a agravar”, explica
Vítor Hugo Teixeira, Professor de
Nutrição na Faculdade de Ciências
da Nutrição e Alimentação da
Universidade do Porto.
A esmagadora maioria das pessoas
com carência de vitamina D não
apresenta sintomas, no entanto,
têm uma condição de risco
para desenvolver um conjunto
de problemas a longo prazo:
osteoporose, artrite, diabetes,
esclerose múltipla, entre outras
patologias. O défice de vitamina D
manifesta-se de forma silenciosa e,
por isso, ainda desconhecido pela
maioria da população.
Para além da falta de conhecimento
dos efeitos nocivos que a carência
da vitamina D tem na nossa saúde,
existem também pressupostos
errados sobre a melhor forma de
repor os índices do nutriente no
nosso organismo. A exposição ao
sol é, claramente, uma das formas
de obter vitamina D.
As necessidades diárias de
vitamina D variam de pessoa para
pessoa, tendo em conta fatores
como a idade, peso, capacidade
de absorção e quantidade de
exposição solar. É possível medir
os níveis de vitamina D no sangue
e a monitorização ocasional destes
níveis irá determinar qual a dose
mais correta para cada pessoa.
No entanto, é seguro fazer a
suplementação dentro dos limites,
mesmo sem saber qual o nível de
vitamina D no sangue. Consulte o
seu médico ou farmacêutico para
conhecer as soluções mais recentes
para o problema do défice
de vitamina D.
D’Aveia gel-creme
jornal ENFERMEIRO
Para a pele oleosa
ou com tendência acneica
14
A Dermoteca acaba de acrescentar
mais um produto à sua linha
D’Aveia, o gel-creme para pele
com tendência acneica (PTA),
que vem completar a linha de
higiene e tratamento cosmético
da pele oleosa da marca D’Aveia,
associando-se ao D’Aveia PTA
emulsão de limpeza.
O novo produto contém aveia
coloidal associada a milho e
a arroz, com ação hidratante,
clamante e protetora, constituindo
um tratamento cosmético da pele
oleosa com tendência acneica,
isento de gordura que normaliza
a secreção de sebo à superfície da
pele, que após tratada apresenta
um aspeto mate, devido à ação
conjunta da aveia coloidal, amido
de milho, arroz, azeoglicina,
manteiga de karité, niacinamida,
entre outros ingredientes. Para
além de normalizar a produção
de sebo, o D’Aveia gel-creme PTA
previne a proliferação bacteriana,
alivia a inflamação e vermelhidão,
hidrata e ainda atenua as
imperfeições da acne.
D’Aveia gel-creve PTA está
indicado na acne comedogénica
e inflamatória ou como
complemento da terapêutica da
acne e dermite seborreica.
O novo produto pode ser adquirido
em farmácias, parafarmácias e
também na loja online da Dermoteca,
através dos endereços: www.d-aveia.
com e www.dermoteca.com.
Glucose Smart Meter
Uma nova geração de equipamentos!
Imagine que os seus doentes podem enviar os resultados dos testes do medidor, através de tecnologia Bluetooth Smart integrada, para uma app
no Smartphone. Simplesmente!
O Glucocard SM inicia uma nova geração de medidores - os Glucose Smart Meters - pois, a partir de agora, será possível gerir os
resultados da glicemia através de um registo electrónico, na app Glucolog Lite, sempre disponível num smartphone. Os resultados dos testes
podem também ser transferidos para um computador ou podem ainda ser enviados por mail para um cuidador, educador ou profissional de
saúde.
O Glucocard SM é um Glucose Smart Meter, também, porque foi pensado para uma melhor e mais fácil utilização, não necessita de calibração,
dispõe de marcadores, possui botão de ejeção da tira teste e usa uma micro gota de sangue.
O Glucocard SM dispõe, ainda, de um ecrã com números grandes e luz na entrada da tira, facilitando a execução dos testes, que são precisos
e fiáveis, indo ao encontro das exigências da norma ISO 15197:2013.
O Glucocard SM é intuitivo e fácil de ensinar!
NO
code
BVC
Blood
Volume
Control
ECRÃ COM
NÚMEROS GRANDES
glucocardsm.pt
mendiag.pt | menarinidiag.pt
facebook.com/diabetessobcontrolo
Linha de Apoio ao Utilizador 800 200 468
HCT
20%-70%
Pilhas
EcoMind
Alcalinas
Cubitan, acelera a
cicatrização das feridas
Cubitan é um suplemento nutricional oral, hiperproteico,
enriquecido em arginina e micronutrientes (zinco, vitaminas
A, C e E).
Um suplemento específico, que regula o processo inflamatório
e estimula a cicatrização da úlcera (escara) e outras feridas
crónicas.
Pela sua eficácia, é possível diminuir o tempo de cicatrização
das feridas e os custos associados, permitindo um aumento
da sua qualidade de vida.
Por
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De forma a aumentar a sua adesão à terapêutica nutricional,
Cubitan está disponível em três agradáveis sabores: baunilha
morango e chocolate.
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EVOLUÇÃO DA CICATRIZAÇÃO DA FERIDA
Conheça os resultados de estudos clínicos,
que comprovam a eficácia de Cubitan. O único
suplemento específico para as úlceras de pressão,
que demonstra os seus resultados em 8 semanas.
Resultados clinicamente comprovados.
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