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abril /maio 2016
APRIL/MAY 2016
INFORMATIVO DA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO GOVERNO DA BAHIA
uMBu, o FruTo
perMITIDo
a “árvore sagrada do sertão”,
segundo euclides da cunha, o
umbuzeiro alimenta a criação,
combate doenças e ajuda no
convívio com seca ao produzir
doces, sucos e até cerveja.
umBu, the alloWed fruit
the “sacred tree of the dry
wilderness sertão”, according
to euclides da Cunha, the umbu
tree feeds the Creation, it fights
disease and helps to survive in
the drought producing jams,
juices and even beer.
Lavra de Braúna, no município de Nordestina, semiárido da Bahia, vai produzir pedras que estão entre as cinco mais preciosas do mundo.
Mine Map - export type diamonds Braúna Mining in the town of Nordestina,
semiarid region of Bahia state will produce stones that are among the five most precious in the world.
Leandra Santos, assistente social da Lipari
leandra santos, social worker at lipari
SuMÁRIO cONTENTS
6
o novo brilho do sertão
Com investimentos de r$ 100 milhões a lipari vai produzir diamantes em nordestina. the new brIghtness of the
dy wIlderness sertão with investments of r$ 100 million lipari will produce diamonds in nordestina.
DIvULGAçãO
46
mais papel
e celulose
©
suzano anuncia investimentos para ampliar produção
de papel e celulose em mucuri.
more cellulose and paper suzano
announces investments to expand production of
paper and cellulose at mucuri.
22
34
a indÚstria do umBu
muito mais que uma umbuzada, do umbu faz-se
geleia, compota e uma cerveja saborosa.
the umbu fruIt Industry much more than an
umbuzada, from the umbu fruit one can make the
umbu jelly, jam and a tasty beer.
mais pneus
bridgestone firestone anuncia investimentos de r$ 262
milhões em sua fábrica no Polo industrial de Camaçari.
more tIres bridgestone firestone announces
investments of r $ 262 million in its plant in camaçari
industrial complex.
38
moBilidade
e negÓcios
essencial à mobilidade urbana, o metrô também é espaço
para bons negócios.
mobIlIty and busIness essential to urban mobility,
there is also room for good deals in the metro.
4
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
54
polo de energia
eÓlica
tecsis implanta em Camaçari uma fábrica de pás e acessórios
para geradores eólicos.
energy wInd pole tecsis sets up blades and accessories
for wind generators factory in camacari.
60
viagem ao
fundo do mar
Cimatec e Centro alemão constroem robô para pesquisa de
petróleo em águas profundas.
seabed travel cimatec and german centre build a robot to
do oil researches within deep waters.
68
Bons negÓcios
good business
ponto de vista point of view
70
investir na bahia
investing in bahia
E
ternos e melhores amigos da mulher, se‑
gundo a indústria do entretenimento, em
Nordestina os diamantes brilham mais do
que o Sol do semiárido. A mina de Braúna,
da Lipari Mineração, vai aumentar em mais de seis
vezes a produção brasileira. O diamante de la está
entre os cinco mais cobiçados, aqui e nas lapidarias
de Amsterdã.
Mas o sertanejo não esquece outra “joia” regional,
o umbu. A fruta, que mantem o homem e a criação nos
tempos de seca, tem aplicações cada vez mais sofis‑
ticadas: umbuzada, geleia, compota e, agora, cerveja
que vem lá de Uauá! Saindo do Sertão para o Litoral, o
Metrô de Salvador contribui para a mobilidade urbana
e abre oportunidades de bons negócios. De máquinas
de autoatendimento com salgados e bebidas, a motoci‑
cletas e pizzas expressas, é emprego e renda na cidade
com um dos maiores índices de desemprego do país.
No Polo de Camaçari, a implantação de uma nova
unidade para fabricação de pás e acessórios amplia a
cadeia produtiva de equipamentos para gerar energia
eólica. A Tecsis anuncia um investimento estimado em
R$ 100 milhões, para gerar 1.800 empregos diretos na
primeira etapa e outros 1.700 na segunda. Mais inves‑
timentos também no Extremo Sul. A Suzano Papel e
Celulose anuncia cerca de R$ 1,6 bilhão para projetos
que aumentam a produção em Mucuri.
Em Salvador, o Senai/Cimatec constrói um robô para
pesquisa de petróleo em águas profundas, capaz de
mergulhar até 4 mil metros, que servirá para pesquisar,
principalmente, campos do pré­‑sal. O robô baiano é
uma parceria com o Centro Alemão de Pesquisa para
Inteligência Artificial (DFKI).
Um brinde, com cerveja de umbu!
Centro Administrativo da Bahia – CAB
IV Avenida, 415 – Salvador – Bahia – Brasil
CEP: 41.745­‑002
Tels.: (71) 3115­‑7816/3115­‑7836
E­‑mail: [email protected]
www.sde.ba.gov.br
Abril/Maio 2016
Semiarid Jewels
E
ndless and women best friends, according to the en‑
tertainment industry in Nordestina, diamonds shine
brighter than the sun’s semiarid region. Braúna mine Lipari
Mining will increase by more than six times the Brazilian
production. This sort of diamond it is among the five most
desirable here and in Amsterdam lapidaries .
But the countryman does not forget another local”jewel”,
umbu. A fruit that keeps man and its animal breeding in times of
drought. This fruit has been used in increasingly sophisticated
manners such as : umbuzada, jelly, jam, and even a beer which
comes from Uauá! Leaving the wildness dry sertão towards
the coast. Salvador city metro contributes to urban mobility
and opens opportunities for good business. From snacks and
drinks Self-service machines to motorcycles and express pizzas,
it generates employment and income to the city that holds one
of the highest unemployment rates in the country.
In Camaçari complex, the implementation of a new unit for
the manufacture of blades and accessories expands the chain
equipment production to generate wind energy. The Tecsis
announces an estimated investment of R $ 100 million to
generate 1,800 direct jobs in the first stage and other 1,700 in
the second one. More investments also in the extreme south.
Suzano Papel e Celulose announces about R $ 1.6 billion to
back projects which increase production in Mucuri.
In Salvador, Senai / Cimatec builds a robot to search for
oil in deep water, it is able to dive up to 4000 meters which
will be used to research mainly presalt fields. The robot
from Bahia state is a partnership with the German Research
Center for Artificial Intelligence (DFKI).
A toast with umbu beer!
Rui Costa
superintendente de
promoção do investimento
vice­‑governador vice­‑governor
Paulo Guimarães
governador do estado state governor
Informativo da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico
do Governo da Bahia
Newsletter by the Secretary
of State for Economic
Development Information
©
Joias do semiárido
divulgação
PRESENTATION apresentacão
João Leão
secretário de desenvolvimento econômico
economic development secretary
Jorge Hereda
superintendente de estudos
e políticas públicas
secretário de
comunicação social
secretary of social communication
fotografia
André Curvello
coordenação­‑geral
general coordination
Reinaldo Sampaio
Nestor Mendes Jr.
superintendente de desenvolvimento
de empreendimentos
coordenação editorial
Paulo Sérgio Ferraro
reporters
Ana Lúcia Andrade
Fabiane Pita Bandeira
Nelson Rios
Pedro Carvalho
Perla Ribeiro
superintendent of promoting investment
superintendent of studies and public policy
superintendent enterprises development
redação
editorial coordination
Alberto Freitas
DRT/BA 1.180
photography
ilustração illustration
Osvaldo Pavanelli
editoração typesetting
Alan Maia
Kauan Sales
revisão proofreading
Josias A. Andrade
tradução translation
Adriano Gambarini
Alanete O. Fioravante
Alberto Coutinho/GOVBA
Cesare Santos
Carol Garcia/GOVBA
Elói Corrêa/GOVBA
pré­‑impressão e impressão
Fábio Peixoto
pre­‑printing and printing
Manu Dias/GOVBA
Egba
Mateus Pereira/GOVBA
Pedro Moraes/GOVBA
tiragem print run
Ricardo Prado
10.000 exemplares
5
Bahia
opportunities
land
good business
Valter Pontes/FIEB
10,000ofcopies
MINERAÇãO MININg
MINERAÇãO MININg
diamantes
no sertao
com investimentos de r$ 200 milhões, nordestina, no semi-árido Baiano,
começa a produzir, em junho deste ano, diamantes a partir da extração
direta da rocha, na primeira mina do gênero na américa latina.
with investments of r $ 200 million, nordestina, in the semi-arid estate of bahia wil start in this coming june
to produce diamonds from the direct eXtraction of the rocK. the first mine of its Kind in latin america.
A
por /by
nestor mendes Jr.
paisagem seca e poeirenta de Nor‑
destina, no sertão sisaleiro da Bahia, a
350 km de Salvador, começa a ganhar
o brilho eterno dos diamantes, na pri‑
meira experiência de extração direta
da rocha (fonte primária) na América Latina. Com
produção estimada de 300 mil quilates/ano, a mina
baiana a céu aberto de Braúna (nome de uma árvore
típica da caatinga), com profundidade de 250 m e
diâmetro de 340 m, vai aumentar em mais de seis
vezes a produção brasileira do mineral, na casa de
46,2 mil quilates.
6
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
DiaMonDs in the Dry wilDness “sertao” oF
Bahia estate.
he dry and dusty landscape of the Northeast at
the sisal wildness, estate of Bahia at 350 km from
Salvador begins to gain the eternal brilliance
of diamonds, which is the first experience of a direct
extraction of the rock (primary source) in Latin America.
With an estimated production of 300,000 carats / year, the
open pit mine of Brauna (name of a typical dry caatinga
forest tree) with a depth of 250 m and diameter of 340
m will increase by more than six times the Brazilian
production of mineral which is estimated in 46,200 carats.
T
vANER CASAES/BAPRESS
©
da bahia
Leandra Santos e Marcos Borges, o Bolinha, com um kimberlito da mina de diamantes da Lipari, em Nordestina
A mina de Nordestina é resultado de oito anos
de pesquisas e investimentos de cerca de R$ 200
milhões da Lipari Mineração — joint venture entre
a Aftergut & Zonen, da Bélgica, e a Favourite
Company, da China — comandada pelo geólogo
canadense Kenneth W. Johnson. O tipo de diamante
encontrado na região — chamada de Green Stone
Belt Itapicuru — está entre os cinco mais preciosos
e cobiçados do mundo.
O diamante baiano será extraído de kimberlitos
— rochas vulcânicas que formam o manto da terra — a
cerca de 3 quilômetros da superfície. Explosões de
vulcões, ocorridas há bilhões de anos, produziram os
kimberlitos, que podem trazer em sua composição
diamantes e/ou outras pedras preciosas, como grana‑
das e olivinas. Por meio da erosão natural do solo, os
diamantes podem se soltar e chegar até aos aluviões
de rios (fonte secundária).
Nordestina mine is the result of eight years of
research and investments of about R $ 200 million
by Lipari Mining – joint venture between Aftergut
& Zonen, Belgium and Favourite Company from
China – led by a Canadian geologist Kenneth W.
Johnson. The sort of diamond found in the area
which is called Green Stone Belt Itapicuru is among
of the five most precious and coveted ones in the
world.
Diamond from Bahia estate will be extracted from
kimberlites – volcanic rocks that make up the earth’s
mantle – about 3 kilometers from the surface. volcanic
explosions that occurred billions of years ago produced
the kimberlites, which might bring in their formation
diamonds and / or other precious stones such as garnets
and olivine. Through a natural soil erosion, diamonds
can loose themselves and reach the rivers mudslides
(secondary source).
Bahia opportunities - land of good business
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vANER CASAES/BAPRESS
MINERAÇãO MININg
©
“a geologia
do diamante
é muito
específica. na
ocorrência da
Bahia estamos
falando
de rochas
formadas há
642 milhões de
anos.
”the geology of
the dIamond Is very
specIfIc. at bahIa
state’s event we
are talkIng about
rocks formed 642
mIllIon years ago.
paul donattI,
geÓlogo /
geologist.
“A geologia do diamante é muito específica. Na
ocorrência da Bahia estamos falando de rochas forma‑
das há 642 milhões de anos, na era Neoproterozóica
— raras na América do Sul — quando é mais comum
encontrarmos formações kimberlíticas entre 80 e 220
milhões de anos”, explica o geólogo Paulo Donatti,
gerente de exploração da Lipari e Ph.D em geologia
de kimberlitos.
baixo risCo ambiental
Além do pioneirismo de ser a primeira mina de
extração de diamantes kimberlíticos da América do
Sul, Braúna irá utilizar alta tecnologia para obter
>> diamantinas
“ao contrário dos homens,
os diamantes duram”.
“Unlike men, the diamonds last”
shirley Bass em Diamonds Are Forever,
gravação do Arctic Monkeys / in Diamonds Are
Forever, recording Arctic Monkeys
>>
“Diamond geology is very specific. In the occurrence
happened in the estate of Bahia we are alluding
about rocks formed there 642 million years ago in the
Neoproterozoic era – rare in South America – once it is
more common to find kimberlite formations between 80
and 220 million years, “explains geologist Paul Donatti
from Lipari who is also Ph.D in kimberlite geology
exploration manager.
low enVironMental risk
In addition to be the pioneer of the first mine
extractioning kimberlite diamonds in South America,
Braúna will use high technology in order to obtain low
humidity waste in which cuts out the necessity to build
tailings dams, avoiding the risk of tragedies such as the
one occurred in “Barragem de Fundão” in Samarco’s
mine in Minas Gerais.
In Nordestina, a centrifugal decanter imported from
Germany will be able to reuse 98% of the water used in
the industrial processing of kimberlite. “The Recovering
of the fine waste water will enable the production of
low humidity waste, avoiding the production of mud,
thus avoiding dams construction,” says Donatti.
In addition to reducing potential environmental
damage, the technology will allow them to use less
©
Vaner Casaes/BAPRESS
em braúna não será preciso construir barragens de rejeitos
In braúna there will be no need to build tailings dams
resíduos com baixa umidade, o que elimina a ne‑
cessidade de construção de barragens de rejeitos,
evitando­‑se o risco de tragédias como a ocorrida
na Barragem de Fundão, na mina da Samarco, em
Minas Gerais.
Em Nordestina, uma centrífuga de decantação,
importada da Alemanha, será capaz de reaproveitar
98% da água utilizada no processamento industrial
do kimberlito. “A recuperação da água do rejeito
fino vai permitir a produção de resíduos com baixa
umidade, evitando a produção de lama e,
water from Itapicuru River. “The densified material
still has got about 63% water. By using a centrifuge
the humidity falls to 20% and the water returns
to the process. Without using tailings dam and
only 10 m³ / h of water pumped into the system,
we will use only 2% of new water in the process,
“says Bonatti.
Nordestina Environment Council keeps a close
eye in the implementation of this mine, especialy
when comes to the to interference within the dry
caatinga forest and Itapicuru river. Due to the
>> diamantinas
> Diamantes se formam a cerca de 150 km de profundidade, sob alta pressão.
E chegam à superfície em velocidade supersônica pelo magma vulcânico. Se não,
viram carvão.
> O grafite (que você usa no seu lápis) e o diamante são minerais formados a
partir do mesmo elemento químico: o carbono.
> Diamonds form about 150 km depth under high pressure. And they come to the surface at supersonic
speed by the volcanic magma. If not, they become coal.
> Graphite (which you use in your pencil) and diamond are minerals formed from the same chemical element: carbon.
>>
Bahia opportunities - land of good business
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©
Vaner Casaes/BAPRESS
mineração mining
o processo de garimpagem utilizará apenas 2% de água nova
The mining process will use only 2% of new water
consequentemente, a construção de barragens”,
diz Donatti.
Além de reduzir possíveis danos ambientais, a
tecnologia vai permitir que se utilize menos água do
Rio Itapicuru. “O material adensado ainda tem em
torno de 63% de água. Com a centrífuga, a umidade
cai a 20% e a água retorna ao processo. Sem utiliza‑
ção de barragem de rejeitos e com apenas 10 m³/h
de água bombeados para o sistema. Utilizaremos,
portanto, apenas 2% de água nova no processo”,
explica Bonatti.
drought, the great dam of the river is virtually
without water and the supply is made mostly
through water truck pipe.
Dry Caatinga Forest won the Arctic
Ten years later, after investing R $ 84 million in
research – 91 drill holes to a vertical depth of 350 meters,
in addition to the mining and the processing of nearly
9 tons of kimberlite, in the surface as well as in the
underground, – Lipari has concluded that Braúna could
be realistically possible.
>> diamantinas
> “Blue Moon” é o diamante mais caro do mundo, leiloado em 2015, na Suíça,
por US$ 48,4 milhões. O arrematante foi Joseph Lau, magnata do setor imobiliário
de Hong Kong.
> No cinema, o diamante sempre reluziu. E nunca brilhou tanto como em “Os Diamantes
são Eternos”, na última atuação do genial Sean Connery no papel de James Bond.
> “Blue Moon” is the most expensive diamond in the world, auctioned in 2015 in Switzerland, for $ 48.4
million. The winning bidder was Joseph Lau, estate magnate from Hong Kong.
> In film, the diamond always shines and has never shone as much as in “Diamonds are Forever”, featuring
Sean Connery in his last performance as James Bond .
10
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
>>
divulgação
©
os diamantes são os melhores amigos das mulheres, dizia marilyn
Diamonds are women’s best friends, said Marilyn
O Conselho de Meio Ambiente de Nordestina está
acompanhando de perto a implantação da mina, in‑
clusive quanto às interferências na caatinga e no Rio
Itapicuru. Por causa da seca, a grande barragem do
rio está praticamente sem água e o abastecimento é
feito, em grande parte, através de carros­‑pipa.
Caatinga ganhou do Ártico
Dez anos depois de investir R$ 84 milhões em pes‑
quisas — 91 furos de sondagem a uma profundidade
vertical de 350 metros, além da lavra e processamento
de quase 9 mil toneladas de kimberlito, tanto da su‑
perfície quanto subterrâneo, — a Lipari concluiu que
a Braúna era viável.
E antes de gastar mais de R$ 100 milhões na planta
industrial, a companhia utilizou uma planta semi­
‑industrial — uma mini­‑mina — para fazer as amostras
de grande volume, avaliação dos diamantes gerados
e os estudos de viabilidade.
“Os resultados foram altamente positivos. Temos
a boa perspectiva de produzir, em média, 25 quilates
de diamantes brutos por cada 100 toneladas de rocha.
Aqui é o semi­‑árido baiano, mas os investimentos são
And before spending more than R $ 100 million in
the industrial plant, the company used a semi-industrial
plant – sort of a mini-mine to make large volume samples,
evaluation of generated diamonds and feasibility studies.
“The results were highly positive. We have a good
prospect to produce on average 25 carats of rough
diamonds per 100 tonnes of rock. We are in the semiarid Bahia estate and investments are lower and the
conditions are less inhospitable than in Canada. For
example there in Canada the reservations are almost
in the Arctic in the middle of the ice, “says Canadian
Johnson who also has lived many years in Central Africa in
the middle of the “blood diamonds” from Sierra Leone.
Underground Mine
The estimated mine life is eight years, but Lipari can
also extend mining in the central and northern parts of
Brauna where studies were carried out only on the surface
and not testing them on the depth of up to 250 m within
the occurrences of mastic, rosemary and umbu trees.
Today all production is concentrated in the southern
part of the mine where braúna warehouse – B3 is placed.
Preliminary studies also point to the potential of an
underground mine with a poll accusing the presence
Bahia opportunities - land of good business
11
infografia
mina Braúna
separação por meio denso (dms)
Britagem secundária
Fragmentação do minério com granulometria >25
<70mm. Retorna o minério para o Scrubber e Peneira na
granulometria inferior a 25 mm.
secondary crushing ore fragmentation with a
particle size> 25 <70mm. it returns the ore to the scrubber
and sieves in particle size less than 25 mm.
Classificação por meio de
ciclones de acordo com a densidade, separando os minerais leves dos pesados. O diamante é um
mineral pesado.
• Material pesado (Concentrado): Após classificação granulométrica segue para o Prédio de
Recuperação Final.
• Material Leve: Granulometria >10 mm vai para britagem terciária (rebritagem) e a fração < 10 mm
segue para o silo de rejeito, onde é transportado por caminhões para a pilha de estéril.
dense medium separation (dms) classification by means of cyclones according to the
density, separating light from heavy mineral. diamond is a heavy mineral.
• heavy material (concentrate): after a particle size classification it goes to the final recovery building.
• light material: particle size> 10 mm goes to the tertiary crushing (re‑crushing) and the fraction <10 mm
goes to the waste silo, which is transported by trucks to the waste dump.
mina Perfuração, Desmonte, Escavação e Transporte:
• Minério para o pátio de Estoque da Planta de Beneficiamento
(Rampa de Alimentação).
• Estéril para a Pilha de Estéril.
mine drilling, blasting, excavation and transport:
• ore to the stock yard of beneficiation plant (power ramp).
• sterile to sterile stack.
rampa de
alimentação Alimentação
da Planta de Beneficiamento (Módulo de
britagem primária)
Power ramp food processing plant
(primary crushing module).
Britagem Primária, scrubber e Peneira
Fragmentação e Classificação do minério
• Britagem Primária: entrega o minério com granulometria inferior a 70 mm.
• Scrubber: Desagregação e lavagem do minério para liberação da fração fina (< 1mm).
• Peneira: Classifica o minério. >1 <25mm vai para o silo de Alimentação do DMS. A
fração >25mm vai para o britador secundário.
Primary crushing, scrubber and sieve fragmentation and ore rating
• primary crushing: delivery ore with a particle size less than 70 mm.
• scrubber: breakdowns and ore washing to release the fine fraction (<1mm).
• sieve: sorts the ore. > 1 <25mm goes to the dms power silo. the fraction> 25mm goes to
the secondary crusher.
Britagem terciária
Recebe o material leve do DMS com
granulometria >10 mm e libera o material
com granulometria <10 mm para a Peneira
e posteriormente para o silo do DMS.
tertiary crushing receives the light
material of the dms with a particle size>
10 mm and releases the material with a
particle size <10 mm for the sieve and then
to the dms silo.
recuperação Final Recebe o
concentrado classificado do DMS. Aqui o diamante é
separado utilizando as máquinas de identificação de
diamantes (Flow Sort). O material selecionado pelo
Flow Sort é encaminhado para a picagem manual.
Final recovery gets concentrated rated dms.
here the diamond is separated by using the diamond
identification machines (flow sort). the material
selected by flow sort is routed to the manual cutting.
espessador/centrífuga:
Toda
fração < 1 mm é enviada para classificação em ciclone, sendo
que o material na fração < 0,4 mm é encaminhada para
espessador e o under flow do espessador passa por um processo
de desaguamento na centrífuga e então a fração sólida é
encaminhada para o silo de rejeito da planta e a fração >0,4mm é
peneirado e posteriormente encaminhado para o silo de rejeito.
thickener/centrifuge: every fraction <1 mm is sent to
cyclone classification, and the material in the fraction <0.4 mm is
directed to flow under the thickener and the thickener undergoes
a dewatering process in a centrifuge and then the solid fraction
is forwarded to the waste silo plant and the fraction> 0.4 mm is
sieved and then forwarded to the waste bin.
Pilha de estéril
Recebe todo o estéril da mina e
rejeito da planta de beneficiamento.
sterile cubicle gets all the
mine barren and tailings from the
processing plant.
MINERAÇãO MININg
mais reduzidos e as condições são bem menos inós‑
pitas do que no Canadá, por exemplo, porque lá as
reservas estão quase no Ártico, no meio do gelo”,
diz o canadense Johnson, que também viveu muito
anos na África central, em meio aos “diamantes de
sangue” de Serra Leoa.
mina subterrÂnea
A estimativa de vida útil da mina é de oito anos,
mas a Lipari pode também estender a lavra nas partes
central e norte da Braúna, onde só foram realizados
estudos na superfície, sem testá‑las na profundidade
de até 250 m nas ocorrências aroeira, alecrim e um‑
buzeiro. Hoje, toda a produção está concentrada na
parte sul da mina, onde se encontra o depósito braúna
— o B3.
Estudos preliminares apontam também para o
potencial de uma mina subterrânea, com uma son‑
dagem acusando presença do minério a uma profun‑
didade de 350 m. Nos dois ou três primeiros anos de
operação do B3, a companhia já deverá ter o resultado
dos testes geotécnicos e de viabilidade. No quinto
ou sexto ano de lavra, a Lipari já precisaria iniciar o
desenvolvimento da mina subterrânea, sem interrup‑
ção da produção.
O prefeito de Nordestina, Wilson Araújo Matos, o
Ito, diz que a entrada em operação da mina de dia‑
mantes vai mudar a realidade econômica e social de
Nordestina, mas torce para que o empreendimento
dure mais do que uma década. “Estamos muito es‑
perançosos, sobretudo porque os investimentos que
a companhia fez são muito altos. É um sinal de que
a mina de Braúna e toda região têm muito potencial”,
aposta Matos.
a estimativa de vida útil da mina
na superfície é de oito anos
the estImated useful lIfe of the mIne
surface Is eIght years
of ore to a depth of 350 m. In the first two or three
years of B3 operation the company shall have the
results of geotechnical tests and feasibility. In the fifth
or sixth year of mining, Lipari would just need to begin
the development of the underground mine without
interrupting any on going production.
The Mayor of Nordestina Mr. Wilson Araújo Matos,
known as Ito, says that the diamond mine operational entry
>> diamantinas
> Os diamantes são mesmo eternos. só poderiam ser derretidos quando
expostos a uma temperatura de 5.500oC. Ou seja: somente dentro do sol, cuja
temperatura é de 5.800oC.
> Os diamantes explorados no Brasil foram formados há cerca de 120 milhões de
anos. na mina de Braúna, na Bahia, as ocorrências datam de 642 milhões de anos.
> Diamonds really are forever. One could be melted when exposed to a temperature 5.500oC. In other words,
only within the Sun in which temperature is 5.800oC.
> Diamonds prospected in Brazil were formed about 120 million years. In Braúna mine in the state of Bahia,
events date back to 642 million years.
14
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
>>
Vaner Casaes/BAPRESS
©
O prefeito tem razão no seu otimismo: estudos do
Governo Federal mostram que há no país, ainda não
pesquisados, 1.325 ocorrências de kimberlitos ou mi‑
nerais associados, onde podem ser descobertos os
depósitos primários de diamantes.
Vitrines do mundo
Todo o diamante nordestinense será exportado.
Mensalmente, cerca de três quilos de pedras brutas
sairão da mina de Braúna, através de helicóptero,
para Salvador, de onde seguirão para os principais
centros de lapidação de diamantes no mundo:
Tel­‑ Aviv, em Israel; Dubai, nos Emirados Árabes
Unidos, e Antuérpia, na Bélgica: onde se concentra
50% do mercado de diamantes brutos do mundo
e 84% dos lapidados.
Segundo estudos da Antwerp World Diamond
Center (AWDC) há um grande potencial de crescimento
das vendas de diamantes no mundo. Das famílias chi‑
nesas, 40% têm alguma joia com diamante, uma
will change the economic and social reality of Nordestina
and he hopes that the project lasts more than a decade.
“We are very hopeful, especially because the company has
made very high investments. It is a sign that Brauna mine and
the whole region have a lot of potential .” Matos backs it.
The mayor is right in his optimism: federal
government studies show that there are within the
country 1,325 occurrences of kimberlites and associated
minerals yet not surveyed where primary diamond
depots may be discovered.
Displaying to the World
Nordestina’s diamond will be exported. Every month
about three kilograms of rough stones will leave Brauna
mine by helicopter to Salvador which will reach the main
diamond cutting centers in the world: TelAviv, Israel;
Dubai, United Arab Emirates, Antwerp and Belgium
which concentrates 50% of the gross world diamond
market and 84% of the polished ones.
According to studies of the Antwerp World Diamond
Center (AWDC) there is a great potential for a growth
Bahia opportunities - land of good business
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©
Vaner Casaes/BAPRESS
mineração mining
“A demanda de diamantes sempre será menor do que a oferta”, diz Johnson
“The demand for diamonds will always be less than the supply,” says Johnson
proporção muito menor do que as dos Estados Unidos
e de países europeus.
Até 2020, o mercado de diamantes estará aquecido.
Estimativas apontam que a demanda mundial por dia‑
mantes brutos subirá da casa dos US$ 14 bilhões atuais
para quase US$ 20 bilhões. O canadense Jonhson é
bem otimista: “A demanda de diamantes sempre será
menor do que a oferta”.
in sales of diamonds in the world. Among Chinese
households 40% have some jewelry with diamond. A much
smaller proportion than the US and European countries.
By 2020 the diamond market will be booming. Estimates
suggest that the global demand for rough diamonds will
rise from about US $ 14 billion today to nearly $ 20 billion.
The Canadian Jonhson is quite optimistic: “The demand
for diamonds will always be less than its supply.”
>> diamantinas
> O Ciclo do Diamante no Brasil durou cerca de 150 anos, da segunda metade
do século XVIII até o final do século XIX, quando o país foi o maior produtor
mundial.
> Os primeiros diamantes no Brasil foram encontrados na região onde hoje fica
Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, em 1725.
> Diamond Cycle in Brazil lasted around 150 years, the second half of the eighteenth century until the late
nineteenth century, when the country was the world’s largest producer.
> The first diamonds in Brazil were found in the area where today is Diamantina in the Jequitinhonha
Valley, Minas Gerais, in 1725.
16
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
>>
Vaner Casaes/BAPRESS
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Economia brilha em Nordestina
Negócios e investimentos já começam a ser feitos no município em
razão da riqueza da mina Braúna, que projeta, durante a sua vida
útil, um lucro líquido de US$ 330 milhões.
Business and investments already being made in the city because of the wealth of Brauna stone mine, which
forecasts over its useful life is a net income of $ 330 million.
A
lém de multiplicar a oferta do mineral no País, a
mina da Lipari vai sacudir a economia da peque‑
na Nordestina, município de tradição garimpeira
e pouco menos de 14 mil habitantes e 468,8 km2, encra‑
vado no semi­‑árido baiano. Além da sede, o território de
Nordestina é integrado pelos povoados de Mari, Jacu,
Serra Branca, Picada, Angico e Pedra D’água, além de 12
comunidades quilombolas, sendo as principais Salinas,
Tanque Bonito, Poças e Bom Sucesso.
Estudos geológicos mostram que as reservas locais
podem chegar até a 2 milhões de quilates, com o valor
de venda do diamante baiano oscilando entre US$ 275
e US$ 325 o quilate. A projeção é que a mina Braúna,
durante a sua vida útil, resulte em um lucro líquido de
US$ 330 milhões.
Nordestina’s Economy prospers
n addition to multiply the supply of the mineral
in the country, Lipari mine will shake Nordestina
economy, an artisanal miner tradition county with
its just under 14 000 inhabitants and 468.8 km2, deeprooted in Bahia’s semiarid region. In addition to its
headquarters, Nordestina is constituted by the towns
of Mari, Jacu, Serra Branca, Minced, Angico and Pedra
D’água, adding to this 12 indigenous “quilombo”
communities; the main Salinas, Tanque Bonito, Poças
and Bom Sucesso.
Geological studies show that local stocks can
get up to 2 million carats, with the sales value of
the Bahia estate diamond ranging between $ 275
and $ 325 per carat. The forecast is that the Brauna
I
Bahia opportunities - land of good business
17
©
Vaner Casaes/BAPRESS
mineração mining
Giovanni Bell: a Prefeitura deixará de ser a única grande empregadora
Giovanni Bell, the City Hall will no longer be the only major employer
18
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
Vaner Casaes/BAPRESS
mine over its useful life results in a net profit of US
$ 330 million.
For the county with the mine at its peak production,
there should be injected almost R $ 30 million into the
economy by only two taxes – CFEM and ISS , bearing in
mind the salaries of the 250 new direct jobs generated
by the mine.
“ When our FPM (County Participation Fund) reaches
R $ 400 thousand per month, we may say we had a good
month. And the City Hall with 320 effective public staff
©
Para o município, com a mina no seu pico de
produção, devem ser injetados na economia através
apenas de dois tributos — CFEM e ISS — quase
R$ 30 milhões, sem contar a massa salarial repre‑
sentada pelos 250 novos empregos diretos gerados
pela mina.
“Quando o repasse do nosso FPM (Fundo de
Participação dos Municípios) é muito bom chega, no
máximo, a R$ 400 mil mensais. E a Prefeitura, com 320
funcionários públicos efetivos, deixará de ser a única
grande empregadora do município, passando a dividir
essa grande carga com a Lipari”, diz Giovanni Bell,
secretário de Administração da Prefeitura de
Nordestina.
Ele diz que a movimentação econômica já é sentida
no preço das terra e no valor dos aluguéis. “Uma casa
de dois cômodos, sem garagem, que se alugava por
R$ 250,00, hoje chega até a R$ 700,00”, diz.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico
da Bahia, Jorge Hereda, Nordestina deve aproveitar
a riqueza do diamante para fortalecer e diversificar
sua economia. “Os benefícios que a produção de
diamantes podem trazer para a população local são
inegáveis. Os empregos e os novos negócios vão
ajudar a melhorar a vida em Nordestina, mas é
o Consumidor tem mais opção de compras
Cosumer has got more shopping options
Vaner Casaes/BAPRESS
©
Luciany Lopes: “Inauguramos em abril de 2015 e o investimento já valeu a pena”
Luciany Lopes, “We opened in April 2015 and the investment has been worth.”
preciso usar saber a riqueza para se fortalecer e
crescer”, diz Hereda.
Reflexos na cidade
Bell diz que a mina já trouxe reflexos — ainda que tímidos
— na arrecadação de ISS, mas o que ele constata mesmo
é que há novos investimentos na cidade, como restaurantes,
lanchonetes, clínicas, laboratório, lojas de móveis, roupas
e material de construção, além de supermercados.
Luciany Lopes, 22 anos, filha do empresário de Santa
Luz Lauri Pereira Lopes, é quem gerencia a filial da Nete
will no longer be the only major employer in the city,
sharing this large load with Lipari.” says Giovanni Bell,
Nordestina’s City Hall Administrative Secretary.
He says that the economic prosperity can be already
noticed by the price of the land and by the price of
house lettings. “A two-room house with no garage used
to be rented for R $ 250.00 now it reaches the price of
R $ 700.00,” he says.
For Mr. Jorge Hereda, Bahia’s Economic Development
Secretary, Nordestina should appropriate of the wealth
of the diamond to strengthen and diversify its economy.
“The benefits that diamond production can bring to
>> diamantinas
> O maior diamante encontrado no Brasil foi batizado de Getúlio Vargas. Com
726 quilates, deu origem a 29 pedras. Hoje, não valeria menos do que US$ 50 milhões.
> Em 1731, o vice-rei e governador geral do Brasil, Vasco Fernandes de Menezes, o
Conde de Sabugosa – proibiu, através de Carta Régia, a exploração de diamantes
na Bahia.
> The largest diamond found in Brazil was named Getulio Vargas. With 726 carats, it has risen 29 stones.
Today it would not be worth less than $ 50 million.
> In 1731, the Viceroy and General Governor of Brazil Vasco Fernandes de Menezes, Count of Sabugosa has
banned, by Royal Charter, diamond exploration in Bahia.
>>
Bahia opportunities - land of good business
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vANER CASAES/BAPRESS
MINERAÇãO MININg
a chegada da lipari provocou uma expansão no comércio de nordestina
lIparI arrIval has caused an expansIon In nordestIna trade market
Móveis em Nordestina. “Abrimos em abril de 2015 e o
investimento já valeu a pena. vendemos bem para o
pessoal da Lipari e da M‑Almeida”, conta Luciany, apos‑
tando no crescimento das vendas de geladeiras, fogões,
camas, guarda‑roupas, eletrodomésticos e celulares.
Thiago Marques Macário, 27 anos, é outro jovem
empreendedor que aposta na riqueza que os diamante
irão trazer para Nordestina. Ele investiu R$ 30 mil na
modernização e ampliação de seu mercadinho na Rua
Humbelino Santana, no centro, onde disputa acirrada‑
mente os clientes com mais quatro concorrentes.
“Abrimos a loja em 2010, mas resolvemos, no ano
passado, nos associarmos a uma rede maior — a Smart
— em busca de produtos exclusivos e preços menores.
the local population are undeniable. Jobs and new
businesses will help to improve life in Nordestina, but
you need to know how to use wealth to strengthen and
grow, “says Hereda.
BeneFits reFleCteD in the City
Bell says that the mine has brought benefits even
if it is a modest way through the collection of ISS,
but what really catches his eyes is that there are new
investments in the city such as; restaurants, cafeterias,
clinics, laboratory, furniture stores, clothing and building
materials , and supermarkets.
Luciany Lopes 22, Santa Luz Lauri Pereira Lopes
entrepreneur’s daughter is the one who manages Nete
>> diamantinas
> Em 1817, o capitão-mor Felix Ribeiro de morais encontrou diamantes na serra
do Gagau, onde posteriormente surgiu a vila de mucugê, na Chapada diamantina.
> Os diamantes fizeram florescer as Lavras diamantinas na Bahia: Vila de santa
isabel do Paraguaçu (mucugê), a Vila dos Lençóis, a Vila de andaraí e a Vila Bela das
Palmeiras.
> In 1817, the Captain-General Felix Ribeiro de Morais found diamonds in Sierra Gagau where later arose
the town of Mucugê, in the Chapada Diamantina.
> Diamonds flourished Diamantinas mining in Bahia state : Vila Santa Isabel do Paraguaçu (Mucugê), Vila
dos Lençóis, Vila de Andaraí and Vila Bela das Palmeiras.
20
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
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vANER CASAES/BAPRESS
©
o jovem empreendedor thiago
aposta na riqueza dos diamantes
the young entrepreneur thIago belIeves In
the wealth of dIamonds
Apesar da crise, nossas vendas cresceram cerca de
20% em 2015. Com a entrada em operação da mina,
o negócio vai crescer ainda mais”, aposta Macário.
inVestimentos soCiais
A Lipari está fazendo investimentos diretos na moderni‑
zação do hospital municipal Otto Alencar e prevê gastar mais
R$ 1 milhão em apoio a organizações sociais, comunidades
quilombolas, educação para os jovens, atividades culturais
e proteção ao patrimônio arqueológico. A festa junina dos
últimos dois anos foi patrocinada pela mineradora.
Já os governos Estadual e Federal estão construídas
ou em construção 140 novas habitações pelo programa
Minha Casa, Minha vida, além de 750 casas pelo pro‑
grama de habitação rural.
A
produção brasileira de diamantes, até
loren
iPsun
a operação da mina baiana da Lipari,
lOrenprovém
IPsunde aluviões. A produção anual
de 46,2 mil quilates, estimada pelo Departa‑
mento Nacional de Produção Mineral
(DNPM), representa cerca de 0,04% de
todo o diamante explorado no mundo. um
quilate equivale a 0,2 gramas.
Com a produção da Bahia, o Brasil irá
entrar em um seleto grupo de 23 minas de diamantes kimberlíticos em
atividade no mundo: rússia, Canadá, África do sul, Austrália, serra
Leoa, Angola, Índia, Lesoto, Congo, Botswana e Tanzânia.
Desde 1930 que já se identificava a presença de diamantes na
região do rio Itapicuru, no semi‑árido da Bahia. Nos anos 1990, a
gigante da mineração e joalheria De Beers, com sede em Luxembur‑
go, veio para o Brasil à procura de novas jazidas. foi ela quem desco‑
briu as 22 ocorrências kimberlíticas na Bahia, mas não deu
continuidade às pesquisas.
Os indícios descobertos pela De Beers continuaram a ser prospec‑
tados, na década de 2000, pela Vaaldiam resources, empresa do cana‑
dense Kenneth Johnson. Em 2008, Johnson vendeu os direitos
Furniture branch in Nordestina. “We opened in April
2015 and the investment was worth it. We sold well to
Lipari and M Almeida” says Luciany. She is counting on
growth in sales of refrigerators, stoves, beds, wardrobe,
home appliances and mobile phones.
Thiago Marques Macario 27, is another young
entrepreneur who counts on the wealth that the
diamond will bring to Nordestina. He has invested R
$ 30 thousand in the modernization and expansion of
its small market in Humbelino Santana Street in the city
center, where he enthusiastically disputes customers
with four others competitors.
“We opened the store in 2010, but last year we
decided to partner with a larger network – Smart – in
searching for unique products and lower prices. Despite
the crisis our sales grew by 20% in 2015. With the entry
of the mine in operation, business will grow even more”,
believes Macario.
soCial inVestMents
Lipari is making direct investments in the
modernization of the municipal hospital Otto Alencar
and expects to spend an additional $ 1 million in
support of social organizations, quilombolas
communities, education for young people, cultural
activities and protection of the archaeological heritage.
The last two years June Festival was sponsored by the
mining company.
Furthermore, state and federal governments have
built or it is in the process of building 140 new homes
by “Minha Casa Minha vida” program. In addition to
750 houses by rural housing program.
minerários do Projeto Braúna para o grupo
sino‑belga que criou a Lipari Mineração,
companhia brasileira de capital fechado.
u
p to the operation of the Bahia state mine Liparinow Brazilian production of diamonds has
been coming from alluvium. The annual production
of 46,200 carats estimated by the National Department of Mineral Production (DNPM) represents
about 0.04% of all diamond explored in the world. One carat is equal to 0.2 grams.
With the production of Bahia state, Brazil will join a select group of 23 mining
kimberlite diamonds in activity in the world: Russia, Canada, South Africa, Australia,
Sierra Leone, Angola, India, Lesotho, Congo, Botswana and Tanzania.
Presence of diamonds has been identified Since 1930 in the Itapicuru river, the
semi-arid region of Bahia state. In the 90’s a mining and jewelry giant De Beers,
based in Luxembourg came to Brazil in search of new depots. It has discovered 22
kimberlite occurrences in Bahia state, but it did not continue the research.
The evidences discovered by De Beers continued to be prospected in the
2000s by Vaaldiam Resources, a company owned by Kenneth Johnson from Canada. In 2008 Mr. Johnson sold the mining rights of the Brauna project for sinobelga
group that has created Lipari Mining, a private Brazilian company .
Bahia opportunities - land of good business
21
©
DIvULGAçãO
bENdITO FRuTO blESSEd FRuIT
no Balaio do
na capital é porque chegou o verão; na caatinga, hoje é riqueza.
if it is in the capital it is Because summer has arrived; and today in the Wildness dry caatinga it means Wealth.
no fim do século xix, ao coBrir a guerra de canudos, euclides
da cunha registrou na sua oBra-prima os sertões: “o
umBuzeiro é a árvore sagrada do sertão”.
in the late nineteenth CentUry while CoVering CanUdos war eUClides da CUnha reCorded in his
MasterpieCe os sertÕes: “the UMBUZeiro is the saCred tree of the wilderness.”
T
por /by
nestor mendes Jr.
odo baiano aprende desde cedo
quando está chegando o verão: nas ruas
e feiras livres das cidades, na capital e
no interior, balaios carregados de umbu
– ou imbu – anunciam um delicioso
dezembro doce‑azedo. Essa fruta verde, redonda,
de polpa carnuda, suculenta, rica em vitamina C e
caroço muito duro, secularmente sempre ajudou a
sustentar a economia do semi‑árido, seja na Bahia,
Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande
do Norte, Paraíba, Piauí e norte de Minas Gerais.
22
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
in the UMBU FrUit Basket
eople from Bahia state learns at very early age
that when summer is about to come, in the city
and suburbs street markets fruit baskets full of
umbu or imbu fruits start announcing the arrival of a
delicious sour and sweet December. This green round
fruit, fleshy pulp, juicy, rich in vitamin C and very hard
seed for centuries has been helping always to sustain
the semiarid region’s economy in the states of Bahia,
Sergipe, Pernambuco, Alagoas, Ceara, Rio Grande do
Norte, Paraiba, Piauí and north of Minas Gerais.
P
©
vANER CASAES/BAPRESS
Nos idos de 1897, um certo carioca de Cantagalo
se embrenhou pelo sertão da Bahia, entre Canudos e
Monte Santo, cobrindo a Guerra de Canudos para o
jornal O Estado de São Paulo. Euclides da Cunha, que
transformaria seu relato da batalha no monumental
épico Os Sertões, conviveu de perto com a caatinga
e não titubeou ao escrever: “O umbuzeiro é a árvore
sagrada do sertão”.
É tão sagrada que é uma árvore que deve ser pro‑
tegida pela lei. No ano passado, a deputada Neusa
Cadore apresentou o projeto de lei estadual nº
21.135/2015, que tramita na Assembleia Legislativa
da Bahia, com o objetivo de tornar o umbuzeiro como
espécie de interesse comum e imune de corte. Além
disso, propõe também que a planta seja considerada
como rara e ameaçada de extinção.
E só pode ser santa uma árvore verdejante, carregada
de cheirosas flores brancas – que alimenta as abelhas – e
frutos como bolas de gude gigantes, no meio de uma
paisagem “seca e amarela, coberta de cactos, ossadas
e seixos”, como bem descreve em “Infância” (1945)
outro gênio da literatura brasileira: Graciliano Ramos.
A água acumulada em suas raízes presta‑se ao
combate de verminoses e da disenteria. A casca do
tronco e dos galhos é utilizada pelo sertanejo no
combate às diarréias, blenorragias, hemorróidas e
afecções da garganta.
O sagrado umbuzeiro, árvore com até 7 m de altura,
de galhos retorcidos e copa frondosa, é a aposta princi‑
pal da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos,
Uauá e Curaçá – Coopercuc – nos três municípios do alto
Back in 1897, a certain Carioca gentleman from
Cantagalo travelled into the wildnes land of the state
of Bahia, between Canudos and Monte Santo covering
Canudos War for “O Estado de São Paulo” newspaper.
Euclides da Cunha who would turn his battle report into
a monumental epic called “ Os Sertões “ has lived close
to the wildness dry caatinga and did not hesitate to write:
“The umbuzeiro is the sacred tree of the wilderness.”
It is so sacred that it is a tree that should be protected
by law. Last year a deputy Ms Neusa Cadore presented
a state bill No. 21,135 / 2015, which is being processed
at the Bahia Legislative Assembly with the aim of making
the umbu tree a species of common interest and to be
immune of cutting. In addition to this it also proposes that
the plant is considered rare and endangered of extinction.
It can only be a holy green tree, laden with fragrant white
flowers , feeding bees and with fruits like giant marbles in the
middle of a landscape “dry and yellow, covered by cactus, bones
and pebbles” so well described by Graciliano Ramos, another
genius of Brazilian literature, in his book “infancia” (1945)
The accumulated water in its roots helps to combat
worms and dysentery. The bark of the trunk and branches
is used by the peasant to combat diarrhea, blenorragias,
hemorrhoids and diseases of the throat.
The sacred umbuzeiro tree, which can reaches up to
7 m high, gnarled branches and canopy leafy is the main
focus of The Family Agriculture Cooperative of Canudos,
Uauá and Curaçá – Coopercuc – joint together within the
three counties of the dry wildness sertao of Bahia state
in order to make life in the drought easier with no need
to fight against it but for a life a bit less harsh.
emanuel
messias
almeida
e enock
gonçalves,
na unidade
industrial
da
coopercuc
em uauá
emanuel messIas
almeIda and
enock gonÇalves
from coopercuc
In uaua cIty
Bahia opportunities - land of good business
23
bENdITO FRuTO blESSEd FRuIT
Com capacidade de se desenvolver sob sol forte e
com pouca água, a árvore é um exemplo de sustentabi‑
lidade e fonte de renda para mais de 500 famílias e 262
associados ligados à Cooperativa, fundada em 2003. “O
umbu é fonte de riqueza para o caatingueiro, mas não
queremos somente uma riqueza temporã. Queremos que
ela ajude o nosso sustento o ano inteiro, a vida toda. O
semi‑árido é viável e dá pra viver aqui, sim”, diz Adilson
Ribeiro, presidente e um dos fundadores da Coopercuc.
Para que o umbu não seja apenas uma fruta exótica nos
cestos das feiras baianas, nos meses de dezembro, janeiro,
fevereiro e março – distribuído por atravessadores – e possa
agregar valor e render dividendos econômicos sempre, a
Cooperativa apostou na industrialização, criando a linha
de produtos Gravetero e transformando o fruto em polpa,
nego bom (doce típico servido em pequenos pedaços
com açúcar cristal), suco, doces, compotas, geléia, pasta
concentrada e, até, numa improvável cerveja de umbu.
Batizada de Saison Umbu, a bebida é resultado da asso‑
ciação da Coopercuc com a empresa mineira especializada
em cervejas com frutas e especiarias brasileiras cultivadas
em comunidades nativas, a Experimento Beer, de Belo
Horizonte. A cerveja foi lançada em 2015, na sétima edição
do Festival Regional do Umbu, em Uauá, e não deu pra
quem quis: toda a produção anual se esgotou rapidamente.
A Saison tem 10% da fruta em sua composição e
6,2% de álcool. A acidez, doçura e perfume do umbu
equilibram‑se com os aromas e sabores frutados, cítricos
adilson
riBeiro,
presidente
e um dos
fundadores
da
coopercuc
adIlson rIbeIro
dIrector and one
of the founders
of coopercuc
24
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
vANER CASAES/BAPRESS
riQueza Para o Caatingueiro
wealth For the Brazilian Dry Forest
Caatinga Man
With a natural ability to grow under strong sunshine and
little water, this tree is an example of sustainability and source
of income for more than 500 families and 262 members
conected to the Cooperativef which was founded in 2003.
“The umbu is a source of wealth for the man dry forest
caatinga man, but we do not want a temporary wealth. We
want it to give us support all year long, a lifetime. It is possible
to live in the semiarid region. Yes, we can live here, “says
Adilson Ribeiro, president and cofounder of Coopercuc.
In order to the umbu fruit not becoming just an exotic
fruit in the baskets of Bahia states fairs during the months
of December, January, February and March – being
distributed by middlemen – and yet to add value and
yield economic dividends , the Cooperative has invested
in industrialization, creating Gravetero products line and
turning the fruit into pulp,” nego bom” (typical sweet
served in small pieces with crystal sugar), juice, candy, jam,
jelly, concentrated paste and even an unlikely umbu beer.
Named “Saison Umbu”, the drink is a result of a joint effort of
Coopercuc with a company from Minas Gerais, Belo Horizonte
called “Experimento Beer” which is an expert in fruity beers
and Brazilian spices grown by indigenous communities. This
beer was launched in the seventh edition of the Regional Umbu
Festival in Uaua in 2015 and it was not enough, many people
did not not have it. All annual production was sold out quickly.
Saison beer has 10% of the fruit in its composition
and 6.2% alcohol. The acidity, sweetness and balanced
perfume of umbu fruit with its aromas and fruity flavors,
citrus and spicy of the refreshing Saison beer, a style
originated in Belgium which traditionally includes in its
production ingredients such as seeds, spices and fruits.
©
sertão da Bahia, para que a convivência com a seca – e
não contra ela – seja ainda menos agreste.
Vaner Casaes/BAPRESS
©
Maria José Silva “Com cinco anos, já subia nos galhos para catar umbu ‘inchado’”
Maria José Silva “When I was five years old used to climb the tree to get good fruits”
e condimentados da refrescante Saison – estilo de cerveja
originado na Bélgica que, tradicionalmente, inclui em sua
produção ingredientes como sementes, especiarias e frutas.
NOVOS INVESTIMENTOS
Para fazer frente aos novos desafios, a Coopercuc
está investindo, em parceria com o Governo do Estado,
através do programa Pró­‑Semi­‑árido, R$ 3 milhões na
construção de uma nova unidade agroindustrial dedi‑
cada ao suco, polpa e concentrado de umbu.
“Recebemos no ano passado a visita de um industrial
da Alemanha que quer importar polpa de umbu, maracujá
da caatinga, manga e goiaba. Com a nova fábrica, deve‑
remos triplicar a nossa produção para aproveitamento
de mais de 600 toneladas/ano de umbu”, diz Ribeiro.
A médio prazo, a implantação de uma cervejaria
para a produção direta da Saison Umbu também está
na mira da Cooperativa. Um dos cooperados, o técnico
em Alimentos Emanuel Messias Almeida, 20 anos, vai
fazer um curso na Escola de Cervejaria, em Blumenau/
SC e, depois, viaja para Pelotas/RS para estagiar em
uma cervejaria da agricultura familiar.
MULHERES À FRENTE
Fundada em 2003, a história da Coopercuc come‑
çou muito antes, na década de 1980, quando freiras
ligadas à Pastoral Rural da Diocese de Paulo Afonso
e Juazeiro se associaram à ONG Instituto Regional da
Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), com sede
em Juazeiro/BA, para organizar o trabalho produtivo
NEW INVESTMENTS
To face the new challenges, Coopercuc is investing RS $
3 million in partnership with the State Government, through
the PróSemiárido program to build a new agroindustrial unit
dedicated to the juice, pulp and umbu fruit concentrate.
“We received last year a visiting from a German
manufacturer who want to import umbu fruit pulp,
caatinga passion fruit , mango and guava. With the
new plant we should triple our production in order to
use more than 600 tons / year of umbu”, says Ribeiro.
In the medium run, the implementation of a brewery for
the direct production of Saison Umbu is also in the sights of
the Cooperative. One of the members, the food technician
Emanuel Messias Almeida, 20 years old will take a course
in the Brewery School in Blumenau / SC and then travels to
Pelotas / RS to undergo a training in a family farming brewery.
WOMEN AHEAD
Founded in 2003, Coopercuc history began much
earlier in the 1980s when nuns linked to Paulo Afonso
and Juazeiro Rural Pastoral Diocese joined the Regional
Institute NGO Small Agricultural Appropriate (IRPAA),
based in Juazeiro / BA to organize a productive work of
women and ensure household food stability of Curaçá,
Uauá and Canudo within PróCUC Project.
A strong religious feeling in Antonio Conselheiro’s
land has facilitated the action of IRPAA with the
work of “catechesis” made by the Pastoral Diocese .
“The groundwork mainly done by women, facilitated
everything. Between 1999 and 2000, we set up a
tent in the fair Uauá, Curaçá and Canudos to sell the
sweets and the result was remarkable. It was the way to
Bahia opportunities - land of good business
25
bendito fruto blessed fruit
coopercuc
©
Vaner Casaes/BAPRESS
• A Coopercuc existe há 13 anos e opera
em 18 comunidades de três grandes
municípios da região semi-árida da
Bahia: Curaçá, Uauá e Canudos;
• As mulheres representam cerca de
75% dos cooperados;
• São industrializadas entre 170 e 200
toneladas/ano, representando menos
de1% da safra de umbu da região.
• Coopercuc has been there for 13 years
and works in 18 communities in three
cities in Bahia: Curaçá, Uauá and
Canudos;
De doces à cerveja, o
umbu tem 1001
formas de uso.
• The women represent about 75% of the
workers;
• Around 170 to 200 tons per year are
processed, which means less than 1% of
the production in the region.
das mulheres e garantir a segurança alimentar das fa‑
mílias de Curaçá, Uauá e Canudos no Projeto Pró­‑CUC.
O sentimento religioso muito forte nessa terra de
Antonio Conselheiro facilitou a ação do IRPAA, com o
trabalho de “catequese” feita pela Pastoral. “O trabalho
de base feito pelas mulheres, principalmente, facilitou
tudo. Entre 1999 e 2000, montamos uma barraca nas feiras
de Uauá, Curaçá e Canudos para vender os doces e o
resultado foi extraordinário. Era o caminho para garantir
sustentabilidade e renda para as famílias”, explica o vere‑
ador Miroval Ribeiro Marques, que foi membro da equipe
do IRPAA e articulador da Rede Sabor Natural do Sertão.
A ideia inicial era aproveitar a fruta além do período da
safra, apropriando­‑se da tradição sertaneja dos doces, do vi‑
nho de umbu e da umbuzada. Deu tão certo, que começaram
a chegar mais e mais pedidos de encomendas. As mulheres,
que representam cerca de 75% dos cooperados da Coopercuc,
perceberam que o negócio era bom e gerava renda. Em 2003,
com recursos da CRS (Catholic Relief Services), dos Estados
Unidos, e da ONG Horizont 3000, da Áustria.
Apesar de existir há 13 anos, a Coopercuc não dá
vencimento na produção de umbu. “Industrializamos
entre 170 e 200 toneladas/ano, o que nem é 1% da
produção de umbu na região. É uma quantidade muito
pequena, mas ainda assim é um ganho muito importante
para as famílias”, explica o presidente da Cooperativa.
26
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
Candy to beer,
umbu has 1001
ways to use.
Sítio do Tomás
ensure sustainability and income for the families, “said
Councilman Miroval Ribeiro Marques who was a team
member of the IRPAA and coordinator of the Network
Flavor Natural of the dry wildness sertão.
The initial idea was to take advantage of the fruit beyond
the harvest period, benefiting from the sweets countryside
tradition, umbu wine and umbuzada. It was so successful,
they started getting more and more requests for orders.
Women, who represent about 75% of the cooperative
members of Coopercuc have realized that business was
good and that it has generated income. In 2003, with funds
from CRS (Catholic Relief Services) from the United States,
and from NGO Horizont 3000 from Austria.
Despite its 13 years , the Coopercuc does not due to
produce umbu. “ we Industrialize between 170 and 200
tons / year, which is not even 1% of umbu production in the
region. It is a very small amount, but it’s still a very important
gain for the families,”said the president of the Cooperative.
Before the Cooperative, middlemen paid less than R$
5.00 on an umbu sack. Today because of the price regulation
is made by Coopercuc, the payment is no less than R$ 40.00.
“Our life has changed. I was born in the countryside,
in Testa Branca community in Uaua. Since I was a boy I
used to pick umbus with a trough made from umburana
. We used to live without electricity and without running
water. I could not study there because there was no
agriCultura familiar
©
vANER CASAES/BAPRESS
Os produtos derivados do umbu são a grande apos‑
ta da Cooperativa, mas outras frutas produzidas pela
agricultura familiar, como a goiaba, a manga, o maracujá
e a banana também entram na composição de geléias
e doces mistos, produzidos na sede, em Uauá, e em
18 comunidades que possuem 15 pequenas fábricas
instaladas nas roças de Canudos, Uauá e Curaçá.
vANER CASAES/BAPRESS
©
Antes da Cooperativa, os atravessadores pagavam
menos de R$ 5,00 na saca de umbu. Hoje, por causa da
regulação de preços feita pela Coopercuc, não pagam
menos de R$ 40,00.
“A nossa vida mudou. Nasci na roça, na comunidade
de Testa Branca, em Uauá. Desde menino ia pequeno
com um gamela de umburana catar umbu. vivíamos
sem luz, sem água encanada. Não pude estudar, porque
não tinha escola. Hoje, a nossa vida mudou. vivemos
melhor, de modo mais digno e confortável, e ninguém
mais morre de fome. Éramos os ‘flagelados da seca’,
vivíamos das esmolas das cestas básicas e das frentes
de trabalho das obras contra a seca. Hoje, vivemos do
nosso trabalho na caatinga”, diz Ribeiro.
No semi‑árido não há muitas opções econômicas.
A caatinga desafia o empreendedorismo, mas os filhos
das terras da Guerra de Canudos não desistem. “Temos
que conviver bem com ela. A prova de que ela é viável,
é a Coopercuc. O que era subsistência, passa a ser tam‑
bém indústria, emprego, desenvolvimento”, diz Santos.
school. Today our life has changed. We live a better
life in a more dignified and comfortable manner, and
no one starves. We were the ‘victims of drought’, we
used to live on the alms of a food baskets and we used
to work in the fronts works against the drought. Today,
we live on our work in the caatinga bush, “says Ribeiro.
In the semi‑arid region there are not many economic
options. The caatinga challenges entrepreneurship, but
we , the children of Canudos War land do not give up.
“We have to get along well with it. Coopercuc is the proof
that life here is possible . What was subsistence shall also
be industry, employment, development, “says Santos.
FaMily FarMing
Products derivatives from umbu fruit are the main
focus of the Cooperative, but there are other fruits
produced by family farmers such as guava, mango,
passion fruit and bananas which we also add to jams
composition and mixed sweets which are produced at
headquarters in Uaua and in 18 communities that have
15 small factories in the countryside fields of Canudos,
Uauá and Curaçá.
“Zele do umbuzeiro,
pois plantas novas
não tem mais
os que ainda
existem
já tem cem anos
ou mais
e só quem os viu
nascer foram
nossos ancestrais”
trecho do cordel de JobIson torQuato
exposto na sede da coopercuc
soMe poetry of JoBison torQUato is
showed in CooperCUC head offiCe
Bahia opportunities - land of good business
27
bENdITO FRuTO blESSEd FRuIT
as duas maria josé e aldice na
colheita de umBu nas roças
roseli da silva no
Beneficiamento do umBu
marIa José and marIa aldIce Into umbu harvest fIelds
roselI da sIlva In productIon
miroval riBeiro
marques, pioneiro
do irpaa e
articulador
da rede saBor
natural do sertão.
mIroval rIbeIro marQues,
the fIrst one In Irpaa
and In charge of rede
sabor natural do sertão
communIty
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
vANER CASAES/BAPRESS
Coopercuc products are present in the school feeding
program marketed via a Food Program Acquisition and
a National School Feeding Programme of the Federal
Government. The umbu culture is also reference in family
farming plan called “Brazil Without Poverty, coordinated
action by the ministries of Agrarian Development (MDA)
and the Social Development and Fight against Hunger
(MDS), with the direct support of Bahia Government.
In addition to industrialization, the Cooperative
was also responsible for a mindset changing in the
management of umbuzeiro. The removal of potatoes
roots decreased and the harvest made with wooden
stick scams is becoming less frequent. If one breaks the
branches off, the umbu tree will produce less and less.
The umbu is now harvested by hand without letting
the fruit fall to the ground. Now during the harvest we
undergo a fruit screening: the ripe, yellow skin and sweet
pulp fruits are selected to make jelly and umbuzada;
the green, crisp acids fruits are selected to make jam;
and the “swollen”one not green nor ripe enough, a bit
acid and firm are destined to sweets and umbuzadas.
vANER CASAES/BAPRESS
Os produtos da Coopercuc estão presentes no programa
de alimentação escolar, comercializados via Programa de
Aquisição de Alimentos e Programa Nacional de Alimentação
Escolar, do Governo Federal. A cultura do umbu também é
referência na agricultura familiar, no Plano Brasil Sem Miséria,
ação coordenada pelos ministérios do Desenvolvimento
Agrário (MDA) e do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome (MDS), com o apoio direto do Governo da Bahia.
Além da industrialização, a Cooperativa também foi
responsável pela mudança de mentalidade no manejo
do umbuzeiro. A retirada das batatas das raízes diminuiu
e a colheita feita com golpes de vara de madeira é cada
vez menos freqüente. É que com a quebra dos galhos,
o umbuzeiro cada vez mais vai produzindo menos.
O umbu agora é colhido com a mão, sem permitir que
os frutos caiam no chão. Na própria colheita já passam
por uma triagem: os maduros, de casca amarela e polpa
doce, são separados para fazer geleia e umbuzada; os
verdes, ácidos e crocantes, servem para compotas; e os
“inchados”, nem verdes nem maduros, pouco ácidos e
firmes, se destinam aos doces e umbuzadas.
28
©
vANER CASAES/BAPRESS
©
©
Vaner Casaes/BAPRESS
©
Sudoeste baiano também
aposta na “umbueconomia”
A Cooproaf, de Manoel Vitorino – considerada a capital baiana do umbu
– já dispõe de três fábricas para o processamento do umbu.
Cooproaf is in Manoel Vitorino city, which is the capital of umbu,
has already three factories to process umbu.
F
undada em 2010 – sete anos depois da Coopercuc
– a Cooproaf – Cooperativa de Produção e
Comercialização dos produtos da Agricultura
Familiar do Sudoeste da Bahia, reúne 63 cooperados e
beneficia mais de 500 famílias em torno da produção,
beneficiamento e comercialização do umbu, além
de outras frutas nativas, em três unidades industriais
nos municípios de Manoel Vitorino e Mirante, no
Sudoeste da Bahia, região onde se concentra a maior
produção da fruta.
A Cooperativa, nascida de uma articulação entre o
Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada
(IRPAA) e o Governo do Estado, através da Secretaria
da Agricultura, é formada pelo Instituto São Francisco
de Assis e pelas associações dos Feirantes, do Bairro
Santo Antônio, de Boa Vista, de Poço da Pedra, de
Anta Gorda e de Mata de Cipó.
Southeast Bahia also believes in
working with umbu fruit
t was founded in 2010, seven years after Coopercuc, with
63 partners and helps over 500 families with production,
improvement and selling umbu and other fruits in that
region where the production of umbu increases.
The company is a result form a partnership between
IRPAA and Bahia government, through Agriculture
Department, São Francisco de Assis Institute and
Vendors Association are part of it.
Cooproaf founded its first factory to process umbu
in 2013 by using the mark Imbuira in Manoel Vitorino
city with Onça and Boa Vista communities working
together. The unit may produce up to 120 tons of
umbu per year.
The government in 2014 invested R$1,2 million to
build the Quatro Forças Unidas industry in Espírito
I
Bahia opportunities - land of good business
29
bendito fruto blessed fruit
©
COOPROAF helps over 500 families in production
Santo community in Mirante city to process 100 tons
of umbu a year.
The Nova Esperança industry, an R$854 investment,
was built in 2015 in Barra da Purificação community in
Manoel Vitorino city with 32 formal jobs and also helps
235 local families.
“The factories in Barra da Purificação, espírito santo
and Manoel Vitorino can produce 300 tons of umbu,
guava and passion fruits every year. There are a lot
of umbu in this region, but we didn’t properly use
such abundance, a total waste”, Nério Oliveira says, a
Cooproaf associate.
Manu Dias/GOVBA
m Lençóis, na Chapada Diamantina, funciona uma grande estação
experimental de fruticultura orgânica, parceria entre a Embrapa e a
empresa Bioenergia Orgânicos em três fazendas que totalizam 3,5 mil
hectares. Na estação, com 80 hectares, há 22 hectares de manga, dez
hectares de maracujá, dez hectares de abacaxi (essas três primeiras
áreas já para escala comercial), três hectares de umbu e umbu­‑cajá),
cinco hectares de acerola, três hectares de goiaba, 3,5 hectares de
citros, além de um hectare para experimentos de solos.
A Bioenergia assinou com o Governo do Estado protocolo de in‑
tenções para a instalação da unidade de processamento industrial,
cujo projeto vem sendo desenvolvido sob a orientação do Instituto de
Tecnologia de Alimentos de Campinas (Ital).
O objetivo da Bioenergia é o processamento de polpa integral. A
previsão é de que a indústria esteja funcionando ainda este ano, com
capacidade para processar 40 toneladas de frutas por dia em um tur‑
no. Cerca de 50% da capacidade de processamento da indústria será
oriundo da própria empresa, enquanto a outra metade será produzida
por parceiros da agricultura familiar.
A COOPROAF BENEFICIA MAIS DE 500 FAMILIAS
EM TORNO DA CADEIA PRODUTIVA
©
E
Fruticultura
orgânica em Lençóis
Manu Dias/GOVBA
Utilizando a marca comercial Imbuira, a Cooproaf
inaugurou a primeira fábrica de processamento de
umbu – a Agroindústria de Beneficiamento de Frutas
– em 2013, na sede do município de Manoel Vitorino,
envolvendo ainda as comunidades de Onça e Boa
Vista. A unidade pode processar até 120 toneladas/
ano de umbu.
Em 2014, o Governo do Estado, através da
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional
(CAR), investiu R$ 1,2 milhão na construção da
agroindústria Quatro Forças Unidas, na comuni‑
dade de Espírito Santo, no município de Mirante,
voltada pra o processamento de 100 toneladas de
umbu/ano.
Em 2015, moradores da pequena comunidade
de Barra da Purificação, no município de Manoel
Vitorino, receberam, também do Governo do Estado,
as instalações da agroindústria Nova Esperança, re‑
presentando investimentos de R$ 854 mil, empregos
diretos para 32 pessoas e benefícios a 235 famílias
do povoado.
“As fábricas de Barra da Purificação, Espírito
Santo e da sede, em Naoel Vitorino, têm capaci‑
dade anual de processar 300 toneladas de frutas
como umbu, goiaba e maracujá da caatinga. Tem
muito umbu aqui na região, mas a gente não apro‑
veitava nada dessa riqueza. Era muito desperdí‑
cio”, diz Nério Oliveira, presidente da Associação
Comunitária dos Pequenos Produtores de Poço da
Pedra e associado à Cooproaf.
Organic fruits in Lençóis city
E
mbrapa and Bioenergia Orgânicos company have three farms (3,5 hectares) in Lençóis city for organic fruits. They are 22 hectares of mangos,
10 for passion fruits, 10 for pineapples, these three for commerce, 3 for
umbu, 5 for barbados cherry, 3 for guava, 3,5 for citrus and 1 to test the soil.
Bioenergia has an agreement with the government to install a unit for
industrial process and it has been controlled by Ital, a technology institute.
Processing the fruit pulp is the objective. The factory is likely to be
ready this year to process 40 tons per day. Around 50% of the industry
work will be from the company itself, whereas the other half will be from
farming families.
divulgação/embrapa
©
Árvore que dá de beber
Planta endêmica do semi­‑árido nordestino, suportou os últimos
cinco anos de estiagem sem parar de frutificar.
Endemic plant of the semi-arid northeast, endured the last five years of drought without stopping to bear fruit.
O
umbuzeiro, ou imbuzeiro (Spondias tuberosa),
em tupi­‑guarani é “y­‑mb­‑u”, que significava
“árvore que dá de beber”. Durante a seca
fica “pelado”, mas volta a ser revestir de folhas após
as primeiras chuvas. Planta originária do semi­‑árido
nordestino, suportou os últimos cinco anos de estiagem
sem parar de frutificar. E é na raiz que está o seu poder
e força: uma batata – o xilopódio – faz com que a árvore
possa armazenar até dois mil litros de água, além de
nutrientes, e possa mantê­‑la viva por mais de 100 anos.
Cada pé de umbu tem milhares de xilopódios, ca‑
pazes de armazenar água por décadas, garantindo a
sobrevivência da própria árvore, de homens e mulheres,
de abelhas, passarinhos, tatus, cotias e bodes. Euclides
da Cunha descreveu em “Os Sertões” a técnica serta‑
neja de matar a sede bebendo a água contida na batata
do umbuzeiro: uma massa úmida, doce e fresca que,
espremida, solta água e, do bagaço, se faz farinha.
Maria José Ferreira Andrade Silva, natural do Sitio
do Meio, em Uauá, sabe que após as primeiras chuvas
no sertão é hora de florir o umbuzeiro. “Com cinco
anos de idade, já subia nos galhos para catar umbu
‘inchado’, com a casca mais durinha, pra vender pros
A Tree that produces a drink
he umbuzeiro or imbuzeiro (Spondias tuberosa)
in Tupi Guaraní is “ymbu”, meaning “tree which
produces a drink.” During the drought it has no
leaf to coat in green leaves just after the first rains. This
plant is originaly from the native semi-arid northeast.
It has endured the last five years of drought without
stopping to bear fruit . It is within its root that its
strength and power their power remains: a potato –
the xylopodium – it is the responsible to store up to
two liters of water, and nutrients, and maintain it in
order to live for over 100 years.
Each umbu tree has got thousands of umbu
xylopodium capable of storing water for decades,
ensuring the survival of the tree itself, of men and
women, of bees, of birds, of armadillos, of agoutis and
of goats. Euclides da Cunha described in “Sertões” the
peasant man technique to quench thirst by drinking
water in the umbuzeiro potato: a moist, sweet and
fresh mass that if squeezed it looses water and from
the bagasse one can make flour.
Maria José Ferreira Andrade Silva from Sitio do
Meio, in Uaua, knows that after the first rains in the
T
Bahia opportunities - land of good business
31
© vANER CASAES/BAPRESS
© vANER CASAES/BAPRESS
bENdITO FRuTO blESSEd FRuIT
a emBrapa pesquisa mudas com genótipos superiores
embrapa researches plant saplIng wIth top genotypes
caminhões ou pra fazer umbuzada”, conta Maria, que
saiu pra catar umbu na roça ao lado de suas vizinhas
Aldice e sua xará Maria José.
Segundo Maria José, quem primeiro dá o sinal de
que tem umbu no pé é o bode. Ele abre uma vereda na
vegetação emaranhada da caatinga e deixa um rastro
para quem o quiser seguir. É por esse caminhos que
seguem as catadeiras de umbu. Hoje, para proteger
os umbuzeiros da sanha dos bodes, as comunidades
cercam as árvores. Efeitos do super‑pastoreio: muito
bode, pouca terra fértil.
Com as chuvas de outubro, os umbuzeiros se enchem
de folhas e de flores perfumadas, alimento para as abelhas,
que se encarregam de espalhar o pólen pela caatinga.
Após 60 dias da florada surgem os frutos, dando início à
safra, que costuma ir de dezembro a março. “Como este
ano as chuvas vieram em janeiro, vamos ter umbu até o mês
de abril e, quem sabe, maio”, diz Aldice Pereira de Jesus,
que nasceu no povoado de Serra Grande, em Curaçá.
PesQuisa
A Embrapa Semi‑Árido, com sede em Petrolina/
PE, que possui o maior Banco de Germoplasma de
Umbuzeiro do Nordeste, vem realizando diversas pes‑
quisas com a espécie, inclusive desenvolvendo mudas
com genótipos superiores e orientando o plantio na
caatinga em espaços regulares.
Enquanto os umbuzeiros plantados com sementes
produzem depois de 12 anos, os de plantas enxertadas,
desenvolvidos pela Embrapa, começam a frutificar
depois de cinco. Um hectare com 100 plantas tem
potencial de produzir 30 toneladas de frutos/ano.
32
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
wildness dry sertao, it’s time for the umbu tree to bloom.
“When I was five I used ti climb the branches to pick
umbu , the ones with a hard peel to sell to the trucks
or to make umbuzada,” says Maria who came to pick
umbu in the fields alongside her neighbor Aldice and
her namesake Maria Jose.
According to Maria José, a goat is the first to identify
that there is umbu to be collected on the tree. It opens
a path in the tangled vegetation of the savanna and
leaves a trail for those who want to follow. It is this path
that the umbu pickers follow. Nowadays to protect
ombú trees from the fury of goats the communities
surrounding the trees with fencies. Overgrazing Effects
of : too many goats, too little fertile land.
During October rains umbus fill with leaves and
fragrant flowers, food for bees which are responsible
for spreading the pollen over savanna. After 60 days of
flowering the fruit appears ushering the harvest which
usually starts from December to March. “As this year
the rains came in January we will have umbu until the
month of April and perhaps even May,” says Aldice
Pereira de Jesus who was born in the village of Serra
Grande in Curaçá.
researCh
Embrapa in Petrolina city has the largest Germplasm
Bank of umbu fruit in Northeast Brazil to research,
develop plant sapling with top genotypes and
lead the plantation in caatinga.
The regular trees produce after 12 years
and the treated ones from Embrapa after
5 years. One hectare with 100 trees may
produce 30 tons of fruits per year.
Especial
umBuzeiro:
árvore
sagrada do
sertão
por
euclIdes da cunha
“O
umbuzeiro é a árvore
sagrada do sertão. sócia
fiel das rápidas horas
felizes e longos dias amargos dos
vaqueiros. representa o mais fri‑
sante exemplo de adaptação da flora
sertaneja. foi, talvez, de talhe mais
vigoroso e alto — e veio descaindo,
pouco a pouco, numa interdecadên‑
cia de estios flamívomos e invernos
torrenciais, modificando‑se à feição
do meio, desinvoluindo, até se pre‑
parar para a resistência e reagindo,
por fim, desafiando as secas dura‑
douras, sustentando‑se nas quadras
miseráveis mercê da energia vital
que economiza nas estações bené‑
ficas das reservas guardadas em
grande cópia nas raízes.
E reparte‑as com o homem. se
não existisse o umbuzeiro aquele
trato de sertão, tão estéril que nele
escasseiam os carnaubais tão pro‑
videncialmente dispersos nos que o
convizinham até ao Ceará, estaria
despovoado. O umbu é para o in‑
feliz matuto que ali vive o mesmo
que a mauritia (N.E: palmeira
da mesma família do buriti),
para os garaunos dos llanos
(N.E: povos que habitam em terras,
hoje, da Venezuela e da Colômbia).
Alimenta‑o e mitiga‑lhe a sede.
Abre‑lhe o seio acariciador e amigo,
onde os ramos recurvos e entrelaça‑
dos parecem de propósito feitos para
a armação das redes bamboantes. E
ao chegarem os tempos felizes dá‑
‑lhe os frutos de sabor esquisito para
o preparo da umbuzada tradicional.
O gado, mesmo nos dias de abas‑
tança, cobiça o sumo acidulado das
suas folhas. realça‑se‑lhe, então, o
porte, levantada, em recorte firme,
a copa arredondada, num plano per‑
feito sobre o chão, à altura atingida
pelos bois mais altos, ao modo de
plantas ornamentais entregues à
solicitude de práticos jardineiros.
Assim decotadas semelham grandes
calotas esféricas. Dominam a flora
sertaneja nos tempos felizes, como
os cereus (N.E: cactos) melancólicos
nos paroxismos estivais.”
Os sertões, publicado em 1901
Special
uMbu tree: IMPOrtAnt tree In
cOuntrY sIDe
he umbu tree is very important
for the local people, a loyal friend
´T
for the workers over happy hours and long
days. They represent the best example for
adaptation, as they used to be high trees
but due hard drought and torrential rain,
they have gradually been declining until
being prepared to resist the long droughts
by using the reserves in their roots eventually. And they shared it with people. The dry
land is from that region to Ceara state, so
the umbu trees are the reason for having
people there. Umbu fruit means life for
the local people as the mauritia tree is for
the garaunos (some people in Venezuela
and Colombia).
It helps fight hunger and thirst by
giving the delicious and weird fruits to
prepare typical and traditional foods during
the happy times.
The bend and interlaced branches seem
be done to have a comfortable hammock.
Even in days of abundance the cattle desires the juice of its leaves. Then, it
turned out to be great, tall, strong cut,
round cup, a perfect view on the land,
reaching the tallest of the cows, like ornamental plants given to the experienced
gardeners’ care. Such design reminds big
spherical caps. It dominates the flora in
the wilderness over happy times, like the
melancholic cereus (cactus) for the next
summery paroxysm.
Rebellion in the Backlands, published
in 1901
industry
© autogreenmag.com
indústria
Bridgestone investe
R$ 262 milhões na Bahia
Número de empregos diretos subirá dos atuais 560 para 830 na
fábrica do Polo Industrial de Camaçari.
The factory in Camaçari city has now 560 employees and will have 830 soon
A
por /by
Bridgestone Firestone, uma das
maiores fabricantes de pneus do
mundo, investirá, em 2016,
R$ 262 milhões na ampliação da
sua planta industrial Bahia, sendo
R$ 252 milhões no incremento da produção e R$ 10
milhões na construção de um centro de distribuição.
Atualmente a fábrica trabalha em três turnos e
espera chegar, com a ampliação, a produzir 8,1 mil
pneus/dia. Protocolo de intenções nesse sentido
foi assinado com o Governo da Bahia, através da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
34
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
Redacão
Bridgstone has invested
R$262 million in Bahia state
ridgestone Firestone, one of the
largest tires factories worldwide,
will invest in 2016 R$262 million
to expand in Bahia, R$252 million
to improve production and R$10
million to build a distribution center.
Nowadays they work full time and
expect to produce 8,1 tyres per day. The
company assigned agreement with the
government.
B
©
ALBERTO COUTINHO / GOvBA
Com os novos investimento na ampliação, a
Bridgestone Firestone aumenta de 560 para 830 o
número de empregos na sua unidade fabril da Bahia,
implantada em 2007. Apenas cerca de 25% da produ‑
ção de pneus na Bridgestone da Bahia equipa carros
novos, enquanto 50% vai para o mercado de reposição
e perto de 25% é para exportação.
Para Fossen, o investimento da Bridgestone
Firestone confirma a aposta da companhia na fábrica
instalada no Polo Industrial de Camaçari. “É a nossa
fábrica mais moderna da América Latina e uma das cin‑
co mais modernas do mundo. vou aos Estados Unidos
para discutir novos investimentos e, se possível, elevar
a produção baiana para 14 ou 16 mil pneus/dias, com
o foco voltado para a exportações, principalmente
para os Estados Unidos”, diz o diretor‑presidente da
empresa, Fábio Marcel Fossen.
De acordo com o executivo, o mercado brasileiro
de pneus sofre bastante com a crise econômica, princi‑
palmente no setor de caminhões e máquinas pesadas,
mas ressalta que os investimentos da companhia são a
longo prazo. “Estamos no Brasil, e principalmente na
Bahia, pra ficar. O momento não é bom, mas o mer‑
cado brasileiro é estratégico para a nossa empresa”,
ressalta Fossen.
“Não é um investimento para este momento, quan‑
do há uma queda expressiva na venda de automóveis,
mas para o futuro, para dois anos ou mais. Apesar
das dificuldades, as grandes companhias sabem que
Bridgestone Firestone will increase the number
of workers from 560 to 830 after expanding its unit
in Bahia that started in 2007. Around just 25% of
tires production in Bridgestone Bahia are for new
cars, 50% are for replacement and nearly 25% for
exportation.
Fossen thinks the investment confirms that the
company believes in the unit in Camaçari. “That is
the most modern one in Latin America and one of
the five most modern worldwide. I will go to USA
to discuss new investments to probably increase
the production, making it 14 or 16 tires per day to
export to USA mostly”, Fábio Marcel Fossen says,
the director.
According to him the Brazilian crisis affects mainly
the trucks and machines, but he affirms it will be long
term investment. “We are in Bahia, Brazil, to stay. The
moment isn’t good, but the Brazilian market is special
for our company”, Frossen says.
“We will not invest at the moment because people
aren’t buying cars, but in the future like in two years or so.
Despite the hard times, the great companies know the
Brazilian market is still one of the most important”, Jorge
Hereda says, the secretary of Economic Development
Department.
proMising Market in Bahia
Bridgestone Firestone in Bahia was founded in
February/02/2007. It invested R$160 million to have a
“fáBrica
da Bahia
é a mais
moderna
da américa
latina”
“the factory In
bahIa Is the most
modern In latIn
amerIca”
FÁBIO MARCEL FOSSEN,
PRESIDENTE DA
BRIDGESTONE FIRESTONE
/ THE PRESIDENT
Bahia opportunities - land of good business
35
©
DIvULGAçãO
INdúSTRIA INduSTRy
Bridgestone firestone na Bahia opera em sistema modular, onde a tradicional
produção linear é suBstituída por módulos que produzem quatro mil pneus/dia
brIdgestone fIrestone In bahIa works In modular system Instead of the tradItIonal
lInear productIon and produce 4.000 tIres a day
o mercado brasileiro ainda é um dos mais potenciais
do mundo”, diz o secretário de Desenvolvimento
Econômico, Jorge Hereda.
aPosta na bahia
A Bridgestone Firestone na Bahia foi inaugurada no
dia 2 de fevereiro de 2007. Na unidade de 75 mil m2 de
área construída foram investidos US$160 milhões, com
a responsabilidade de fazer pneus de alta performance
para automóveis de passeio e picapes.
O processo produtivo da fábrica do Polo Industrial
de Camaçari adota nova tecnologia da Bridgestone
Firestone, que opera em sistema modular, onde a tra‑
dicional produção linear é substituída por módulos
que produzem quatro mil pneus/dia cada.
Com a ampliação, a planta baiana vai operar com
dois módulos e capacidade diária para produzir oito
mil pneus. O sistema permite maior produtividade,
36
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
75.000 m2 to produce high performance tires for small
cars and trucks.
The factory produces 4.000 tires a day by using
the new Bridgestone Firestone technology, a
modular system, instead of the traditional linear
production.
The unit in Bahia will work with two machines
and can produce 8.000 tires daily. The system
increases production, controls the quality of
the industrial process and make expansion
possible.
The unit in Bahia is a strategy for the president
of Bridgestone Firestone in Brazil. “We have
many works in Bahia, the port is close to ease
exportation and we reach the production rates
with the unit in Camaçari. When I go to USA
or Japan to discuss investments, I compete
with other 12 presidents from other countries”,
Frossen says.
divulgação
©
controle de qualidade em todo o processo industrial
e agilidade na realização de futuras expansões.
Para o presidente da Bridgestone Firestone no Brasil,
a fábrica da Bahia é estratégica para o crescimento da
empresa. “Nós temos uma série de trabalhos desenvol‑
vidos com o Estado, temos a proximidade do porto, que
facilita a exportação e temos os índices de produtividade
que atingimos com a fábrica em Camaçari. Quando vou
aos Estados Unidos ou ao Japão discutir a ampliação de
investimentos, estou disputando com outros 12 presiden‑
tes de unidades de outros países”, diz Fossen.
No Brasil desde 1923
It has been in Brazil since 1923
A
Firestone foi fundada em 3 de agosto de 1900, em Ohio, nos
EUA, com o nome de Firestone Tire & Rubber Company, pelo
jovem empreendedor Harvey Firestone, com um capital ini‑
cial de US$ 20 mil. Inicialmente, a empresa fabricava pneus para
carruagens e contava, então, com 12 empregados.
Em 1923, a companhia começou as suas operações no Brasil, com
um escritório de negócios em São Paulo. Em 1939 decidiu montar sua
primeira fábrica no país, no município paulista de Santo André.
Já a Bridgestone é um conglomerado japonês da indústria da
borracha, criada na cidade de Kurume, em 1931, para abastecer a
máquina bélica do Japão na II Guerra.
Em 1988, a Bridgestone adquiriu a Firestone. A união das
duas empresas pioneiras no segmento resultou em uma forte
corporação mundial, hoje a maior fabricante mundial de
pneus.
F
irestone was founded in August/3/1900 in Ohio, USA, as Firestone Tire
& Rubber Company, by the young entrepreneur Harvey Firestone, who
invested US$20.000. At first, the company had 12 workers to produced
tires for carriages.
The company started working in Brazil in 1923 in São Paulo. It had its
first factory in Santo Andre city in 1939.
Bridgestone started in Kurume, Japan, in 1931, to supply the Japanese
war machine in the Second World War.
Bridgestone bought Firestone in 1988, so it is now the largest tire
company in the world.
Bahia opportunities - land of good business
37
©
ADRIANO GAMBARINI
OPORTuNIdAdES OPPORTuNITIES
negÓcios
No MeTrÔ
o metrô de salvador aBre perspectivas de investimentos, além de
Benefícios para a moBilidade urBana da terceira maior cidade do país.
the sUBway in salVador City eXpeCts inVestMents, Besides iMproVes traffiC in the third largest City in BraZil
por /by
pedro carvalho
O
Metrô de Salvador abre perspectivas
de grandes mudanças e benefícios
para a mobilidade urbana da terceira
maior cidade do país. Por outro lado,
a implantação do sistema metroviário,
pelo Governo do Estado, com execução e operação da
CCR Metrô Bahia, também gera expectativas quanto
à abertura de muitas oportunidades de emprego e
renda, sobretudo para potenciais empreendedores que
desejam montar um negócio em uma das estações.
38
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
sUBway systeM
he subway in Salvador expects big changes and
improves the traffic in the third largest city in
Brazil. On the other hand, the system installed
by CCR Company and government, also brings jobs
opportunities, mostly for entrepreneurs who want open
business in the subway stations.
The subway working with line 1 is offering spaces
to have many kinds of stores in the stations. Whoever
is interested must show a business plan that will be
T
Com o início da operação da linha 1, o Metrô já
está oferecendo espaços para implantação de quios‑
ques, estandes ou lojas nas estações. Os interessados
deverão fazer um cadastro e apresentar um plano de
negócio, que será avaliado pela CCR. “A nossa visão é
de que a exploração comercial das estações tem que
agregar serviço para o cliente de transporte. Não é o
contrário, ou seja, que o serviço vai atrair o consumi‑
dor passageiro”, explica o diretor­‑presidente da CCR
Metrô Bahia, Luis Valença. Somente na linha 1, estão
sendo oferecidos 576 metros quadrados de Área Bruta
Locável (ABL) nas primeiras oito estações.
O negócio tem que ser pensado em um modelo dife‑
renciado de comércio ou serviço. Valença lembra que o
passageiro – potencial consumidor – vai ficar pouco tempo
na estação, já que, em média, cada trem passará entre
analyzed by CCR. “Our mission is to have stores in
the station that will serve people in subway”, Luis
Valença explains, the director of CCR Metrô Bahia.
The line 1 is 576 m of gross leasable area in the first
eight stations.
The business must be a different way of commerce
and service. Valença believes the user, or the customer,
will be waiting a few minutes in the station, since each
train takes about three or four minutes to come. That
is the estimated time when in operation. Nowadays,
the trains take eight minutes to come. He worked in
the yellow line in São Paulo, so he explains that the
station is not a place for shopping, unlike mall, bus
station or airport.
Anyway, the passenger may find options of products
and services during the time there. “The businessperson
Bahia opportunities - land of good business
39
©
três a quatro minutos. Este é tempo estimável quando o
sistema estiver em total operação. Atualmente, são oito
minutos entre um trem e outro. Com a experiência de já
ter liderado a Linha 4/Amarela do Metrô de São Paulo, ele
explica que a estação não é um local para onde as pessoas
vão se deslocar para comprar. É um formato diferente de
um centro comercial, ou mesmo de rodoviária e aeroporto.
De qualquer forma, o passageiro poderá encontrar
opções de produtos e serviços durante o tempo em que
estiver nos equipamentos. “O empreendedor que quer
adquirir um espaço para comércio ou serviço tem que
pensar desta forma. Não pode pensar na forma clássica
de comércio ou shopping center. Nossa pretensão é
oferecer comodidade aos usuários que diariamente
passam pelas estações, satisfazendo suas necessida‑
des. Buscamos agregar serviços como alimentação,
conserto de roupas e calçados, lavanderia, acessórios
e presentes, entre outros negócios”, enfatizou.
A rede baiana Torre de Pizza é uma das empresas
que pretendem implantar quiosques nas estações do
metrô. Acreditando no novo nicho, o empresário Flávio
Barbosa aposta na refeição rápida para os passageiros
com o sistema Express de pizza feita na hora. A primeira
unidade está sendo instalada na estação do Campo da
Pólvora, e, em breve, mais uma estará funcionando na
estação Acesso Norte. “Nosso plano é expandir para
todas as estações”, disse o empresário.
Numa primeira etapa, o projeto da Torre de Pizza é
chegar a 12 estações. Com elas, segundo Barbosa, a
CAROL GARCIA / GOvBA
OPORTuNIdAdES OPPORTuNITIES
to work there must agree with it and never think as
having a traditional store or mall. Our intention is make
the daily passengers comfortable, fulfilling their needs.
We search for food services, clothes and shoes repair,
laundry, accessories, gifts and so”, he says.
Torre de Pizza Restaurant is one of the companies that
intend to work in the subway stations. The businessman
Flávio Barbosa believes in fast food for passengers
and he will use the Express system that makes fresh
pizza. The first unit is being installed in the Campo da
Polvora station, and soon one more will be ready in
Acesso Norte station. “Having one restaurant in each
station is our plan”, he says.
sistema metroViário de salVador e lauro de Freitas
suBWAy sysTEM IN sALVADOr AND LAurO DE frEITAs sysTEMs
r$
6.000 empregos
investimento
(diretos e indiretos)
3,6 bilhões
r$3,6 billion investment
23
estaÇÕes
23 stations
40
Bahia
Bahia oportunidades
oportunidades -- terra
terra de
de bons
bons negÓcios
negÓcios
6.000 formal and informal jobs
41 km
eXtensÃo
CAROL GARCIA / GOvBA
©
Estação Á
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Norte
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Estação R
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AB
Estação B
om Juá
“we Intend to have at all statIons and
that means 114 machInes”
WALDNEY OLIVEIRA E EDUARDO CASTRO
At first, the project of Torre de Pizza is to reach
12 stations. It will have over 100 jobs opportunities
according to Barbosa, as at least eight people will work
in each unit. “We believe in that business because there
Claras
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Estação B
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Estação P
irajá
“pretendemos colocar em
todas as estações, com um total
estimado de 114 máquinas em
todo o metrô”
Est
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empresa deve gerar mais de 100 empregos diretos, já que
pelo menos oito pessoas trabalharão em cada quiosque.
“Acreditamos no negócio, em função do grande fluxo es‑
perado para as estações e a necessidade que haverá pela
alimentação rápida e prática”, afirmou o empreendedor.
A WD Machine foi uma das primeiras a apostar no
metrô. O empreendedor Waldney Oliveira implantou
máquinas de venda de sucos, refrigerantes, snacks,
frutas e iogurtes, inicialmente nas estações da Lapa e
Campo da Pólvora. Recentemente, também implantou
nas unidades Brotas e Pirajá. “Pretendemos colocar
em todas as estações, com um total estimado de 114
máquinas em todo o metrô”, afirmou.
linha 1
17km
linha 2
24km
Bahia opportunities - land of good business
41
©
FABIO PEIXOTO
OPORTuNIdAdES OPPORTuNITIES
“acreditamos no negócio, em função
do grande fluxo e a necessidade
que haverá pela alimentação
rápida e prática”
“we belIeve In that busIness because there
are many people passIng by and so they
wIll need fast food”
FLÁVIO E GISELLE BARBOSA, SÓCIOS DA TORRE DE PIZZA
Mesmo as máquinas realizando as vendas em auto‑
atendimento, Oliveira explica que a logística demanda
mão de obra. Sua expectativa é criar pelo menos 20
empregos para ampliar o negócio, incluindo pessoal
de estoque, logística e manutenção das máquinas.
“Temos certeza que os resultados serão muito posi‑
tivos”, afirmou.
No projeto de expansão dos negócios no metrô,
Oliveira e seu sócio Eduardo Castro pensam em in‑
cluir novos produtos, como venda de chocolate, café
e até acessórios de celular e cosméticos através das
máquinas. Ele informou que a WD está montando
uma parceria com a indústria de cosméticos Natura
para oferecer os produtos da marca. “Será a primeira
operação da Natura neste tipo de máquina”, informou.
Há ainda quem aposte no fluxo das estações para
prospectar clientela. É o caso da concessionária de mo‑
tos Motopema, da marca Honda. A empresa implantou
estandes em duas estações: Lapa e Retiro. “Percebemos
42
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
are so many people in the stations and they will need
fast food”, the entrepreneur says.
The WD Machine was one of the first to believe in
the subway. Waldney Oliveira installed machines to
sell juices, sodas, snacks, fruits and yogurts firstly in
the Lapa and Campo da Polvora stations. Recently
he also installed in the Brotas and Pirajá units.
“We intend to have the machines in all stations,
which means 114 machines”, he affirmed. They are
self‑service machines, but even so, the company
needs people to work in the logistic. That is why he
expects to have at least 20 employees to expand
the business working in logistic, maintenance and
stock. “We are sure the results will be positive!
He affirmed. In the project to expand the business
in the subway, the partners Oliveira and Eduardo
Castro are about to have products like chocolate,
coffe and even mobile accessories and cosmetics
in the machines. He said that WD has a partnership
Com todo o sistema em operação, no próximo ano,
a expectativa da CCR é que o número de passageiros
ultrapasse de 500 mil por dia. São oito estações na
Linha 1 e outras 12 estações na linha 2, sem contar
as adicionais Brasilgás e Águas Claras, na primeira, e
Lauro de Freitas na segunda, que ainda dependem de
licitação complementar. No total, serão 23.
As estações terão formatos diferentes, tanto em di‑
mensão quanto em característica de uso. “Nas estações
mais periféricas, elas têm, normalmente, uma situação
mais pendular, porque as pessoas vão em um sentido e
voltam em outro sentido. Pirajá, por exemplo, deverá ter
uma carga maior pela manhã, e a Lapa deve ter uma carga
maior à tarde. Então a pessoa que vai vender comida, por
exemplo, deve levar em considerações o fluxo de pessoas
Máquina da Natura
Natura Machine
A
máquina da Natura na estação do
metrô (Lapa) é a primeira do país.
Ela faz parte de um projeto­‑piloto
– espécie de pegue e pague e de exposi‑
ção da marca – desenvolvido entre a WD
em parceria com a Natura. “As vendas da
Natura são feitas por basicamente por
consultores e enviadas via correio. “Nes‑
te caso, o cliente leva o produto na hora.
Não precisa ficar esperando a sua chega‑
da pelo correio”, explica Waldney.
Na maquininha da WD, o usuário do metrô pode levar para casa
vários produtos da linha Sou, como shampoo, condicionador, loção
hidratante e sabonete.
Many people passing by
Next year the subway will be operating and CCR
expects over 500 passengers per day. There are eight
stations for line 1 and 12 stations for line 2, with 3 more
stations to be operating any time soon, just after license.
There will be 23 stations.
The stations will be in different sizes and
appearance for a better use. “Those stations in
the end of each line will have more passengers in
a certain hour of the day. At Pirajá station it will
happen early in the morning and Lapa station in the
afternoon. So, the restaurants for example, must think
carol garcia / govba
Fluxo
with Natura cosmetics to offer their products.
“Natura will work with machine for the first time”,
he informed.
Some companies believe in getting more clients
as there are so many people using the stations. One
of them is Motopema Honda that has a booth in two
stations: Lapa and Retiro. “We noticed so many people
there and it may be an opportunity for selling”, Marco
Antônio de Brito said.
The booths are 2 m2 with table, receptionists and
a motorcycle. The strategy is to change the model
of the motorcycle every week in order to show their
products to the public. “This project is pilot, but we
are willing to have more booths in other stations, as
long as we have positive result from the booths we
already have”, Brito said.
The contract is a simple lease agreement, no
royalties. “Today one m2 is R$600 in any station. The
price may be different depend on the kind of business”,
Luis Valença informed. The contracts may be for three
months or two years.
T
he Natura machine at Lapa station
will be the first one in Brazil. The
pilot project developed by WD and
Natura is a self service machine to
show its products and where the client
pays and gets the product. “Natura
products are sold by the sellers and
the post office brings those products.
The clients get the product right away
through the machine. They don’t need
to wait for the post office, Waldney
explains.
The subway user can get many
products like shampoo, conditioner,
lotion and soap through the WD machines.
The products are especially for body and hair and they are known for
their “smart packaging” which uses 70% less plastic and avoid wasting.
©
o grande fluxo e vimos a possibilidade de novos negó‑
cios”, afirmou o gerente Marco Antônio de Brito.
Os estandes têm dois metros quadrados, com um
balcão e uma mesa com funcionários, além da exposição
de uma motocicleta. A estratégia da empresa é mudar
semanalmente o modelo da moto, para que a possível
clientela possa conhecer os produtos. “Montamos este
estande, que é um piloto. Mas, nossa intenção, é montar
em outras estações, conforme obtivermos resultado nas
que já estamos em operação”, declarou Brito.
O sistema é de locação simples, sem royalties. “Temos
um preço referência, inicialmente, que é R$ 600,00 por
metro quadrado, em qualquer estação. Dependendo
do empreendimento, podem ser feitos ajustes nos va‑
lores”, informou Luis Valença. Os contratos possuem
prazos relativamente curtos, de três meses a dois anos.
Bahia opportunities - land of good business
43
©
CAROL GARCIA / GOvBA
OPORTuNIdAdES OPPORTuNITIES
nas extremidades”, explicou. As estações mais ao centro
do sistema, segundo valença, deverão ter uma distribuição
mais ou menos comum, com pico equilibrado na manhã
e na tarde. “O que queremos são pessoas que já tenham
competência no negócio. Requer experiência e conheci‑
mento no ramo do empreendimento a ser implantado”,
declarou. Quanto ao número de unidades nas estações,
o diretor‑presidente da CCR diz não haver restrição. Mas,
segundo ele, o objetivo é não criar concorrência local,
para não causar impedimento entre empreendedores.
emPregos
A implantação de negócios nas estações do metrô
contribuirá para a criação estimada de até seis mil em‑
pregos diretos e indiretos no metrô de Salvador. Do to‑
tal, mais de 1,5 mil postos de trabalhos serão criados
diretamente pela concessionária CCR. “Outros milhares
serão oferecidos pelas empresas nas estações, pelos
terceirizados e fornecedores. Nós, vamos gerar muito
emprego para mecânicos, eletricistas, eletromecânicos,
engenheiros civil, entre outros profissionais”, destacou o
baiano Luis valença, que se mostra animado com a reper‑
cussão e impacto do metrô na capital, tão forte quanto
à implantação do Polo Petroquímico, onde já trabalhou.
O diretor‑presidente da CCR Metrô Bahia é formado
em matemática pela Universidade Católica do Salvador
(UCSal) e administração pela Fundação Getúlio vargas.
Após atuar em outros estados, volta à sua terra para liderar
a implantação de um dos maiores empreendimentos do
44
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
a implantação de negócios nas
estações do metrô contriBuirá
para a criação estimada de até seis
mil empregos diretos e indiretos
the busIness In the subway statIons
wIll have up to sIx thousand formal and
Informal Jobs.
about it and be prepared”, explained. The central
stations, according to valença, will have about the
same number of passengers during the day. “We
want knowledgeable people to work”, he said. No
matter how many business each station will have, that
isn’t a concern for CCR president. But, he doesn’t
want the store owners to compete for it may bring
obstacles.
JoBs
The business in the subway stations will bring up to
6.000 formal and informal jobs in Salvador city. Just CCR
have 1,5 thousand jobs. “The others will be offered by
the companies in the stations, partners and suppliers.
We will need machinist, electrician, electromechanical,
engineer and other professionals”, Luis valença said
very proudly, as the subway project is as important
to the economy as the Polo Petroquímico was some
time ago, where he also worked. The president of CCR
Metrô Bahia is a mathematician graduated in UCSAL
and a business administration graduated in Fundação
carol garcia / govba
©
carol garcia / govba
Getulio Vargas University. He worked in other states and
came back to Bahia to manage a R$3,6 billion project.
It is 41 km, the third largest subway system in Brazil
after Rio de Janeiro and São Paulo systems. There are 40
trains, each with four cars. Valença said the system will
be ready very soon and few systems in the world could
be ready that soon. “We are organizing the schedule of
each station. All stations will be ready by June, 2017”,
he affirmed. The line 2 has 12 stations and some of
them will be ready this year, according to him.
Whoever is interested in opening business should
email to [email protected] or
call 71. 34327777.
©
estado, cujo investimento passa dos R$ 3,6 bilhões.
O terceiro maior metrô do país, com 41 quilômetros,
ficará atrás apenas dos sistemas metroviários de São Paulo
e Rio de Janeiro, e a frota será de 40 trens, cada um deles
com quatro carros. Valença destaca o ritmo das obras como
uma das mais rápidas do mundo. “Estamos ajustando o
cronograma de cada estação, individualmente. Mas, até
meados de 2017, teremos todas as estações entregues”,
afirmou. Uma parte importante das 12 novas estações da
Linha 2 será entregue ainda este ano, segundo ele.
Os interessados em abrir um negócio no metrô devem
enviar um e­‑mail para comercial.metrobahia@grupoccr.
com.br ou ligar para o telefone (71) 3432­‑7777.
Bahia opportunities - land of good business
45
©
ADRIANO GAMBARINI
EXPANSãO EXPANSION
46
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
Bahia serÁ ConteMplada CoM
investimentos de r$ 1,6 Bilhão
da sUZano papel e CelUlose
fáBrica de mucuri, no extremo-sul será ampliada com
uma unidade de produção de papel higiênico.
the faCtory in MUCUri City will haVe a Unit to prodUCe toilet paper
por /by
A
fabIane pItta
Bahia será um dos estados contempla‑
dos no pacote de projetos anunciados
em 2015 pela Suzano Papel e Celulose.
A companhia vai investir um total de R$
1,625 bilhão na expansão da capacidade
produtiva de celulose, na entrada do segmento de papel
tissue (para fins sanitários) e em tratamento de efluentes,
até o primeiro trimestre de 2018. Segundo Jorge Emanuel
Reis Cajazeira, Diretor de Relações Institucionais da
empresa, os projetos atendem os pilares estratégicos
da Suzano que são competitividade estrutural (projeto
5.1) e negócios adjacentes (tissue).
sUzano papel e CelUlose CoMpany will
inVest r$1,6 Billion in Bahia
uzano Papel e Celulose has chosen Bahia
state to have its project. The company will be
investing R$1,625 billion until 2018 to increase
production of cellulose to have toilet tissue and to
treat effluents. According to Jorge Emanuel Reis
Cajazeiras, director of the company, the projects
are part of the company strategy that are structural
competitiveness (project 5.1) and adjacent business
(tissue).
S
Bahia opportunities - land of good business
47
expansão expansion
©
Elói Corrêa/govba
O Projeto 5.1 prevê o aumento da capacidade de
produção das atuais 4,7 milhões de toneladas de papel
e celulose para 5,1 milhões e a conclusão esta prevista
para o quarto trimestre de 2017, nas unidades industriais
de Mucuri (BA) e Imperatriz (MA), com investimento
total de R$ 1,1 bilhão. De acordo com a informacao
de Cajazeira, o investimento prevê aumento da base
florestal e redução do custo caixa de produção de
celulose, garantindo mais competitividade. “O obje‑
tivo da empresa é chegar a um custo de produção da
celulose de US$ 150 por tonelada em 2018 e, ao final
do primeiro ciclo florestal (2021/2022), US$ 125 por
tonelada”, afirma.
No segmento de tissue, onde a Suzano ainda não
atua, o investimento anunciado foi de R$ 425 milhões,
para as unidades de Mucuri e Imperatriz. Os dois
48
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
a suzano prevê o aumento da
capacidade de produção de
papel e celulose
Suzano expects to increase production of
paper and cellulose
The project 5.1 expects to increase production
from the current 4,7 million tons of paper and
cellulose to 5,1 million and it is supposed to be
ready in 2017, at the industrial units in Mucuri city
and Imperatriz city, total investment is R$1,1 billion.
Cajazeiras informed that is for Stimulating growth for
forest-based products and reducing costs of cellulose
production, ensuring the competitiveness. “The
company purpose is to spend US$150 to produce
©
equipamentos de produção de bobinas para conver‑
são em papel higiênico foram adquiridos da empresa
alemã Voith, no início deste ano e têm capacidade
de produção de 60 mil toneladas/ano cada. Segundo
informado pela Suzano, o contrato teve valor de US$
58 milhões e é parte do investimento já anunciado
em novembro passado. A expectativa é de que as
obras civis nas duas unidades comecem em maio
proximo. A previsão é que a operação da fábrica em
Imperatriz inicie no tereciro trimestre de 2017 e a de
Mucuri, três meses depois.
Segmento Tissue
A estratégia da Suzano é atuar como parceiro in‑
dustrial de players do segmento tissue, fornecendo
divulgação
a ampliação da fábrica de
mucuri entra em operação no
final de 2017
The factory will be expanded in 2017
per ton of cellulose in 2018 and US$125 per ton in
2021/2022”, he affirms.
Suzano company doesn’t work with tissue yet, but
the investment is R$425million to start with at units in
Mucuri and Imperatriz. The two machines to produce
toilet paper are from the German company Voith and
can each machine produce 60.000 tons a year. Suzano
informed that the contract was US$58 million and it is
a part of the investment. The construction at the two
Bahia opportunities - land of good business
49
expansão expansion
os jumbos que serão convertidos no produto final,
garantindo competitividade de custos e de logística.
Segundo Walter Schalka, CEO (executivo) da Suzano
Papel e Celulose, os consumidores de papel higiênico
no Brasil estão migrando gradualmente dos produtos
de folha simples para os produtos mais sofisticados,
com folhas duplas e triplas. “O mercado brasileiro
consumiu cerca de 800 mil toneladas de papel higiê‑
nico no ano passado. Identificamos uma nova frente
de consumidores na qual conseguimos agregar valor à
nossa celulose. Podemos ser muito competitivos e é isso
que estamos propondo ao mercado”, afirma Schalka.
A expectativa da companhia é de que a demanda
local por tissue cresça, em média, 5% ao ano. Nas
regiões Norte e Nordeste, porém, o crescimento tem
50
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
units is supposed to start in May and the factory might
be ready in Imperatriz in 2017 and in Mucuri three
months later.
Tissue
Suzano strategy is to be a partner of other
companies that also work with tissue by
supplying material and ensuring cost and logistic
competitiveness. Walter Schalka, director of Suzano,
says the consumers of toilet paper in Brazil have been
gradually changing the type of paper to use from
simple to sophisticated one. “About 800.000 tons of
paper was sold last year in Brazil. We have noticed
a new consumer who appreciates our cellulose. We
can be very competitive and that is our intention.”
divulgação
©
superado essa taxa. Com a fabricação de bobinas na
Bahia e no Maranhão, a Suzano espera se aproximar
dos mercados mais promissores, com unidades inte‑
gradas, produto de qualidade e custo competitivo, em
especial na questão de logística, já que grande parte
das bobinas é hoje produzida no Sul e Sudeste do país.
atualmente a unidade de Mucuri
tem capacidade de produção de 1,7
milhão de toneladas de celulose e
230 mil toneladas de papel
The unit in Mucuri now can produce
1,7 million tons of cellulose and 230
thousand of paper
Unidade baiana
Os R$ 100 milhões restantes do valor total anunciado
serão investidos na fábrica da Bahia para a expansão e
modernização da estação de tratamento de efluentes,
com conclusão prevista para o primeiro trimestre de
2018. Atualmente a unidade de Mucuri tem capacidade
de produção de 1,7 milhão de toneladas de celulose
Schalka says. The company expects to grow around
5% per year. Although in North and Northeast Brazil
the growth has been even greater than this rate.
Probably Suzano will reach the promising markets
by having the units in Bahia and Maranhão states,
good products and competitive price especially in
Bahia opportunities - land of good business
51
©
Divulgação
expansão expansion
e 230 mil toneladas de papel. A produção de celulose
de mercado são destinados à exportação e papéis de
imprimir e escrever atendem, principalmente, o mer‑
cado interno, em especial a região Nordeste do país.
“Com o novo projeto de tissue, passaremos também
a produzir bobinas para a conversão em papel higiê‑
nico no extremo sul da Bahia. A nossa expectativa é
de que essa produção também seja direcionada para
os demais estados do Nordeste”, afirma o Diretor de
Relações Institucionais da Suzano. Cajazeira declara
ainda que quando as duas novas unidades estiverem
em fase de novas contratações de mão­‑de­‑obra, o fator
regional será levando em conta e reafirma que este
é um compromisso da Suzano com as comunidades
onde ela atua.
O diretor da empresa destaca que a Suzano Papel e
Celulose está sempre atenta à possibilidade de agregar
novas parcerias. “Estamos investindo na construção
de uma unidade integrada do SESI/SENAI, voltada à
educação de jovens e adultos em Teixeira de Freitas,
proxima a Mucuri, em parceria com a Federação das
52
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
Podemos ser muito competitivos
e é isso que estamos propondo ao
mercado”, afirma Schalka
We can be competitive and it is what we
are willing to do” Schalka says
logistic since most paper roll are produced in South
and Southeast Brazil.
Unit in Bahia
The company will spend R$100 million to have a
unit in Bahia, so that the place to treat the effluent
will be modern and bigger, and it will be ready in
2018. Nowadays the unit in Mucuri can produce 1,7
million tons of cellulose and 230 thousand tons of
paper. The cellulose is for exportation and printer and
writing paper are mostly to be sold in Brazil, mainly
in Northeast Brazil.
“Following the project of tissue we will produce in
South Bahia rolls for toilet paper. We expect to sell to
Indústrias do Estado da Bahia (FIEB). A expectativa,
após a conclusão das obras, prevista para 2017, é aten‑
der 1.100 pessoas nos primeiros dois anos de funcio‑
namento”, finaliza.
Suzano Papel e Celulose
Suzano Papel and Cellulose
It is a forestry company and one of the largest for
paper and cellulose in Latin America. Controlled by
Suzano Holding and part of Suzano Group, it started
investing in paper and cellulose 91 years ago and now
keeps commercial operations in nearly 60 countries.
There are five industrial units: Suzano, Rio Verde,
Limeira, Mucuri and Imperatriz cities. The company
produces 4 million and 700 thousand tons of and
cellulose per year.
©
Divulgação
A companhia Suzano Papel e Celulose é uma empresa
de base florestal e uma das maiores produtoras vertical‑
mente integradas de papel e celulose de eucalipto da
América Latina. Controlada pela Suzano Holding e por
parte do Grupo Suzano, a industria comecou a investir
na industria de transformacao de papel e celulose há 91
anos, e hoje conta com operações globais em aproxima‑
damente 60 países. Atualmente, a Suzano possui cinco
unidades industriais: Suzano, Rio Verde e Limeira, no
interior do Estado de São Paulo. Na regiao Nordeste do
pais ela tem unidades industriais em Mucuri, no extremo
sul da Bahia, e Imperatriz, no interior do Maranhão. Sua
capacidade total de produção é de 4 milhoes e 700 mil
toneladas de papel e celulose por ano.
other states in Northeast too”, director of Suzano says.
Cajazeira also says that the two new units were hiring
workers, mostly local people because it is a deal with
the community.
The director told Suzano is always willing to have
partners. “We will have a unit in SESI/SENAI school
in Teixeira de Freitas city, to teach young and adult
people and it is a deal with FIEB. The unit will be
ready in 2017 with 1.100 people in the first two years”,
he says.
o fator regional é levado em conta para a contratação de mão de obra
The local workers are the favorite ones
Bahia opportunities - land of good business
53
©
divulgação
energia energy
Bons
ventos trazem
Tecsis para a Bahia
Nova fábrica de pás eólicas entra em operação com investimento de
R$ 200 milhões e geração de 1.500 empregos diretos para os baianos
Wind blades ones factory has invested R$200 million and offered 1.500 jobs
por /by
Ana Lúcia Andrade
C
om o selo 100% brasileira, a Tecsis, uma
das maiores fabricantes mundiais de pás
customizadas para energia eólica, firma uma
nova base de operação na Bahia. Instalada
no Polo Industrial de Camaçari, a segunda
unidade de produção de pás eólicas da companhia já está
operacional e prevê iniciar a produção ainda em janeiro.
Com um investimento totalizado em R$ 200 milhões
— R$ 170 milhões divididos entre investidor imobiliário
e adiantamento de recursos de clientes e R$ 30 milhões
da própria Tecsis —, a nova fábrica foi projetada para
operar com oito linhas de produção ativas. Na primeira
etapa, a capacidade estimada de produção é de 1.000
pás por ano, com estimativa de dobrar o número em
menos de dois anos.
54
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
Luckily Tecsis company is in Bahia
ecsis, a Brazilian company and one of the
largest factories of wind blades, now has a
unit in Bahia. The second unit in Camaçari
shall start producing in January.
It has invested R$200 million – R$170 million
spent in the building and clients and R$30 million
from Tecsis – a new factory was projected to operate
with eight production lines. In the first step the
estimated capacity is 1.000 blades a year and it
shall be doubled in less than two years. In 2015 the
total production in the unit in Sorocaba city was
3.900 blades (1.300 sets with three blades each).
It may sell R$1,5 billion a year, but not for sure.
The company founded in 1995 has invested in a
T
A operação plena dos oito moldes ativos da Tecsis
Camaçari, em 2017, pressupõe cerca de 2.000
eMployees
Tecsis in Camaçari will need 2.000 employees to
be totally operating in 2017. That is why it has hired
some workers from Camaçari for the first step that
will begin in the next weeks. Nearly 1.500 people
have been hired.
It has Senai‑BA as partner to have specific courses
for the workers. For having qualified professionals
it has spent about R$1 million. The courses in Senai
are for 720 job vacancies on the fi rst phase. The
students from the courses also were interviewed
and tested for the job.
The new employees in Tecsis have a training
course before going to production line. They must
metade
das pás
produzidas
são voltadas
para o
mercado
doméstico
DIvULGAçãO
mÃo de obra
project to work in other countries and also intends
to build a third factory abroad. However, half of the
produced blades are sold in Brazil for this market
has expanded in this country.
Tecsis in Camaçari plans to expand its building
as long as it gets more contracts, but it is already
working to expand in 2017. Firstly, two places will
serve the clients for the next three years and they
are ready to start producing, one Gamesa and one
Acciona, both Spanish companies. The company
has also assigned more two contracts and shall start
operating in 2016. One of the contracts is with the
French Group, Alstom.
The company cannot calculate the profit with the
new factory due to the changes in the production
process, models and dollar value. Two years ago
it would be calculated around R$100.000 for each
blade, but not now. So that Tecsis has chosen not
to reveal an official number about it for the factory
in Camaçari.
©
Em 2015, a produção total da Tecsis, concentrada
na unidade de Sorocaba, interior de São Paulo, foi
de 3.900 pás (1.300 sets, conjunto de três pás eóli‑
cas). Ainda sem números fechados, prevê um fatu‑
ramento de R$ 1,5 bilhão no ano. A companhia
fundada em 1995 também tem investido em um
projeto de internacionalização, e pretende construir
uma terceira fábrica fora do Brasil. Contudo, com a
expansão da produção eólica no país, atualmente
metade das pás produzidas têm sido voltadas para
o mercado doméstico.
Construída em módulos, a Tecsis de Camaçari tem
um plano de expansão à medida que os contratos que
forem sendo fechados. Mas já calcula ampliar uma
nova fase da operação no segundo semestre de 2017.
Nesta primeira etapa, dois moldes já foram contratados
com demanda para os próximos três anos e estão
prontos para iniciar produção, um da Gamesa e outro
da Acciona, ambas espanholas. Outros dois contratos
também foram fechados para a fábrica baiana, e de‑
verão entrar em produção ainda em 2016. Um desses
com o grupo francês Alstom.
Mudanças nos processos produtivos, modelos e
cotação do dólar prejudicam uma previsão de fatu‑
ramento para a nova fábrica. Em números de dois
anos atrás, o cálculo básico seria feito com base em
100 mil reais para o valor de cada pá, mas isso não
corresponde ao período atual. Assim sendo, a Tecsis
prefere não divulgar um valor oficial sobre o fatura‑
mento da fábrica de Camaçari.
half of produced
blades are for
sellIng In brazIl
Bahia opportunities - land of good business
55
©
DIvULGAçãO
ENERgIA ENERgy
novas linhas de
transmissão na Bahia
neW transmission lines in Bahia
funcionários. Para esta primeira etapa, que se inicia
nas próximas semanas, foi dada prioridade à contra‑
tação de mão de obra entre os moradores da região
de Camaçari. Cerca de 1.500 empregados diretos já
estão em processo de contratação.
Para tanto, foi firmado um convênio com o Senai‑
‑BA para elaboração de cursos específicos para a
empresa. Entre capacitação e contratação de pro‑
fissionais da região, foram investidos cerca de R$ 1
PÁS dA TEcSIS gIRAM PElO MuNdO
MAIN cOuNTRIES ThAT uSE TEcSIS blAdES
além do brasil, a tecsis já enviou
equipamentos para estados
unidos, canadá, méxico, romênia,
turquia, Itália,
alemanha,
Irlanda, espanha,
polônia, suécia,
Índia, china, austrália, entre
outros. empresa foi criada em
sorocaba, em 1995. nesses 20
anos, já produziu quase 45 mil pás,
com capacidade total para gerar 25 gw,
equivalente a quase duas usinas de Itaipu.
Besides Brazil, tecsis also send products to
Usa, Canada, Mexico, romania, turkey, italy,
germany, ireland, spain, poland, sweden,
indian, China, australia and others. the
companywasfoundedinsorocabacityin1995.
ithasproducedalmost45thousandblades
overthelast20yearsandcanproduce25Gw
which means nearly two plants like itaipu.
56
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
juazeiro – ourolÂndia
500 kv
gentio do ouro – Bom jesus da lapa
500 kv
sapeaçu – iBicoara – Barreiras – Bom
500 kv
jesus da lapa – gilBués (pi)
eunápolis – teixeira de freitas
230 kv
Barreiras – formosa (go)
500 kv
irecê – morro do chapéu
230 kv
poções – messias (al)
230 kv
DIvULGAçãO
©
milhão. Os cursos aplicados pelo Senai abrangeram
mais de 720 vagas na primeira fase dos editais. Os
alunos certificados nesses cursos passaram por exa‑
mes e entrevistas sociofuncionais, a caminho da
contratação.
Na Tecsis, os novos funcionários também recebem
um novo treinamento técnico, antes de serem enca‑
minhados para a produção. O objetivo é que possam
conhecer mais profundamente os processos industriais
deeply know about the very specific industrial
process of wind blades. Since the factory will be
built gradually it shall need more workers in the
next years.
The good news is that this process uses few
machines, it really needs many workers. So the
more production line increases the more workers are
needed. Tecsis thinks about being totally operating
in 2018.
ALBERTO COUTINHO/GOvBA
melHor Potencial
eólico do PaÍs
the best PlAce FOr WInD
enerGY In the cOuntrY
©
t
erra de ventos constantes e sol forte, a
Bahia leva vantagem nos leilões da Agên‑
cia Nacional de Energia Elétrica (Aneel),
que são baseados em critérios de custo/efici‑
ência. O estado possui o melhor potencial eólico‑solar do país, com 195 mil
MW de potencial eólico a 150m e uma média anual de irradiação solar eleva‑
da, alcançando picos de 6,5 kWh/m2.
Prova disso o estado hoje está à frente do rio Grande do Norte e do
Ceará, há mais tempo investindo em projetos de energia, com r$ 22,7
bilhões em investimentos e 230 projetos comercializados. Com 505 MW
médios, a Bahia é o terceiro maior produtor de energia eólica do Brasil,
um crescimento de 123% em relação a 2014. A previsão é que, em 2020,
o estado será o primeiro produtor.
Com um detalhe, enquanto os outros estados nordestinos localizam
os projetos no litoral, a Bahia tem maior potencial eólico justamente no
interior do estado, especialmente ao longo de toda margem direita do rio
são francisco, desde a serra do Espinhaço até Juazeiro. O fato não só
reduz os problemas ambientais como promove inclusão social e desen‑
volvimento em regiões mais carentes como os municípios do semiárido.
Nesses, distribuídos em 22 municípios, em energia eólica já existem con‑
tratos privados do mercado livre, investidos r$ 18,5 bilhões em 186 usi‑
nas, com 4,5 GW de potência.
De acordo com o PIEE — Programa de
Investimento em Energia Elétrica, do Gover‑
no federal, um investimento de r$ 186 bi‑
lhões deve propiciar a realização de leilões
para gerar entre 25 mil e 31 mil MW de ener‑
gia, até 2018. O programa inclui a constru‑
ção de 38 mil km de linhas de transmissão,
com r$ 4,1 bilhões investidos.
B
ahia is sunny and very windy and that is an advantage at auction of Aneel
as it based on cost efficiency. Bahia is the best place for wind energy in
Brazil with 195 thousand MW in 150 m and high solar irradiation that reaches
6,5 kWh/m2.
Even though Rio Grande do Norte and Ceará states have invested R$22,7
billion in 230 energy projects, these two states are after Bahia in production.
Bahia is the third largest producer of wind power in Brazil with about 505 MW, in
other words it has grown 123% since 2014, and is likely to be the first one in 2020.
Unlike the other states that work at beachside Bahia countryside is its
best place to wind power, mainly around São Francisco River, from Serra do
Espinhaço to Juazeiro. That way reduces the environmental problems, increases social inclusion and helps develop the poor cities in the area. Distributed in 22 cities, already there are contract with private companies to invest
R$18,5 billion to have plants with 4,5 GW.
According to PIEE (Electric Energy Investment Program) investing R$186
billion may afford auction to produce from 25 thousand to 31 thousand MW of
energy by 2018. The project also makes possible 38.000 km of transmission
line by spending R$4,1 billion.
Bahia opportunities - land of good business
57
©
divulgação
mineração mining
da construção de pás eólicas, já que são bastante
específicos. Como a implantação da fábrica será feita
em módulos e etapas, é prevista a ampliação de novas
contratações nos próximos anos.
Destaque importante é que, na produção de pás,
há uso intenso de mão de obra, pois os processos
ainda são pouco automatizados. Com o aumento das
linhas de produção, é certo que haverá necessidade
de contratação de novas equipes, em função dos con‑
tratos assinados. A Tecsis avalia entrar em 2018 com
os oito moldes em plena operação.
CADEIA PRODUTIVA DA ENERGIA EÓLICA
Com a chegada da Tecsis, a Bahia já abriga seis
empreendimentos industriais para completar a ca‑
deia produtiva da energia eólica. Além das pás cus‑
tomizadas, há fábricas de torres eólicas, pás, nacelles
e montagem de turbinas. As outras empresas são
as espanholas Gamesa, Acciona Windpower e
Torrebras, a joint venture entre a brasileira Andrade
Gutierrez e o grupo francês Alstom denominada
TEN e a Wobben Windpower, subsidiária da alemã
Enercon GmbH.
58
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
Nos últimos dez anos
In the last ten years
• As torres do aerogeradores ficaram
mais altas: de 50 m para os 120 m
atuais;
The towers of the wind turbines have
become higher: from 50 m to 120 m now;
• A potência das máquinas triplicou,
de 1MW para 3MW;
The machines are three times more
powerful, from 1 MW to 3 MW;
• O preço médio da energia obtida pela
força dos ventos caiu 45%, fazendo
com a eólica seja a segunda energia
mais barata no país, atrás somente da
hidrelétrica.
The wind energy price has lowered 45%, it is
the second cheapest energy in Brazil
just after the hydroelectric one.
Números da energia eólica
O Brasil detém a 10ª maior capacidade de geração
do mundo, segundo o Conselho Global de Energia
Eólica. Ficou atrás apenas de China, Alemanha e
Estados Unidos no que diz respeito ao crescimento do
potencial em 2014.
Cabe à Região Nordeste 75% da capacidade de
produção brasileira, sendo que, dos cinco maiores
estados produtores, quatro são do NE — Bahia, Rio
Grande do Norte, Ceará, e Piauí.
A energia eólica responde por 5,8% da matriz na‑
cional de energia, abastecendo 6 milhões de residên‑
cias. Desde 2009, através de leilões, já foram contratados
15.168,2 MW, em 600 empreendimentos a partir de
fonte eólica.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia
Eólica (Abeeólica), atualmente a energia eólica é con‑
siderada a segunda mais competitiva do país, atrás
somente de projetos hidrelétricos de grande porte.
Para a presidente executiva da associação, Elbia
Gannoum, “até 2020, seremos a segunda maior fonte
de geração de energia do Brasil”.
Production Chain of Wind Energy
Tecsis is one of the six industries of wind power in Bahia. They
produce blades, wind tower, nacelles and wind turbines. The
other companies are the Spanish Gamesa, Acciona Windpower
and Torrebras, a joint venture between the Brazilian Andrade
Gutierrez and the French Group Alstom called TEN and Wobben
Windpower, a affiliate of the German Enercon GmbH.
Numbers from wind power
Brazil is the tenth one in capacity according to
GWEC. Regarding the growth in 2014 Brazil is just
after China, Germany and USA.
Northeast Brazil keeps 75% of the capacity in this
country, and four states in Northeast are among the five
largest producers in this country – Bahia, Rio Grande
do Norte, Ceará and Piauí.
The wind power is responsible for 5,8% of the energy
in Brazil and it means 6 million of houses. Since 2009
they sold 15.168,2 MW for 600 businesses.
Abeeolica (Brazilian Association of Wind Power)
informs that wind energy is now the second more
competitive in Brazil, just after big hydroelectric projects.
Elbia Gannoum, the president, says, “We will be the
second largest energy source in Brazil by 2020”.
Bahia opportunities - land of good business
59
©
Mateus Pereira/GOVBA
Tecnologia Technology
Bahia desenvolve o seu
“Yellow Submarine”
Robô será utilizado para inspeção visual em 3D de alta resolução
A robot will be used for 3 D high resolution inspection
por /by
fabiane pita bandeira
A
música Yellow Submarine é uma das can‑
ções mais famosas da banda dos quatro
meninos de Liverpool, The Beatles. A tec‑
nologia possibilitou materializar a música
e assim nasceu o submarino amarelo da
Bahia. Batizado FlatFish, o veículo autônomo submarino
— AUV é o primeiro protótipo do tipo desenvolvido
no Brasil, uma parceria do SENAI CIMATEC com a
BG Brasil, parte da BG Group, que atua nas áreas de
exploração e produção de óleo e gás e de gás natural
liquefeito, uma importante ferramenta na exploração de
petróleo e gás em águas profundas, garantindo maior
segurança operacional e ao meio ambiente.
60
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
“Yellow Submarine” is developed
in Bahia
ellow Submarine is one of the most famous
music of Beatles. The technology made
possible to have one in Bahia. Its name
is FlatFish, a submarine – AUV, the first kind of
prototype develop in Brazil by SENAI CIMATEC
and BG Brasil that works with oil, gas and liquefied
gas, an important tool to get petroleum and gas
in deep water in a safe way for the operation and
environment.
Y
Mateus Pereira/GOVBA
©
os supercomputadores são pontos de partida para os grandes projetos
The supercomputers are the start for great projects
Foi investido um total de R$30 milhões na primeira
fase do projeto que começou no final de 2013 e finalizou
em dezembro de 2015. Os recursos aportados no projeto
são de três fontes, da própria BG Group com apoio da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), da Empresa Brasileira de Pesquisa
e Inovação Industrial (Embrapii) e do SENAI/BA. Já o
Centro de Pesquisa Alemão para Inteligência Artificial
— DFKI entrou como parceiro tecnológico do SENAI
CIMATEC para o desenvolvimento do submarino.
“Hoje temos um protótipo de robô de inspeção sub‑
marina para operação de até 300 metros de profundidade.
É importante salientar que temos um programa de robótica
enxergando 5 a 10 anos para frente e estamos trabalhando
em etapas. Estimamos que dentro de 4 a 5 anos, tenhamos
desenvolvido tecnologia para que o FlatFish chegue aos
3 mil metros de profundidade, um passo importante para
o Estado entrar no circuito de exploração do pré­‑sal”,
afirma o engenheiro mecânico Daniel Motta, gerente do
Centro Tecnológico do SENAI CIMATEC.
Quanto à produção em escala comercial, o SENAI
CIMATEC já começou a discutir com empresas que
The project started spending R$30 million in 2013
and finished in December/2015. The resources come
from three sources, BG Group sponsored by ANP,
Embrapii and SENAI/BA. DFKI, a German Research
Center for Artificial Intelligence, has been a partner of
SENAI CIMATEC to develop the submarine.
“We have a prototype robot for underwater
inspection up to 300 meter depth. It is important
to know that we have a 5-to-10-year-ahead-robotic
program and we have been working step by step. We
might make the FlatFish able to reach 3.000 meter depth
within 4 or 5 years, a significant step to exploit pre-salt
layer”. Daniel Mota affirms, engineer and Technology
manager at SENAI CIMATEC.
SENAI CIMATEC has already started talked to
some companies that may be interested in FlatFish.
“The robot reaches 300 meter depth yet, but it may
be improved for pre-salt layer work. However, the
one for lower depth can be sold within few years”,
Motta says.
The manager told they hired German and French
researchers from DFKI and professionals from local
Bahia opportunities - land of good business
61
©
MATEUS PEREIRA/GOvBA
TEcNOlOgIA TEchNOlOgy
temos um programa
de roBótica
enxergando 5 a 10
anos para frente
We have a roBotic program
5 to 10 years ahead
danIel motta, gerente do centro
tecnolÓgIco / technology
center manager
tem interesse em comercializar o FlatFish. “O robô
ainda está no estágio de 300 metros de profundidade,
tem muita tecnologia a ser desenvolvida para atender
a demanda comercial focada em pré sal. Já a comer‑
cialização para demandas com menor profundidade
pode ser feita dentro de poucos anos”, diz Motta.
Segundo o gerente, no início do projeto foram con‑
tratados pesquisadores alemães e franceses do DFKI e
profissionais baianos provenientes de universidades do
Estado. “Privilegiando alunos baianos e pensando no
fato da residência e do profissional querer estabelecer
sua carreira aqui e manter a competência na Bahia. Hoje
contamos com 23 pesquisadores, sendo 17 baianos, 4
estrangeiros e 2 de outros estados”, afirma.
Para a segunda etapa, que também tem previsão de
durar dois anos, a estimativa é que o investimento chegue
a R$ 40 milhões para desenvolver o projeto da docking
station, a estação de docagem onde o FlatFish vai conectar
para carregar bateria e fazer download e upload de infor‑
mações. “O objetivo é que o robô possa viver debaixo
d’água durante um ano, passado este tempo, o equipamento
precisa voltar para manutenção da estrutura mecânica, re‑
tirada de sedimentos, verificação dos sistemas e troca de
componentes”, explica o gerente do Centro Tecnológico.
CriatiVidade baiana
O engenheiro eletricista e eletrônico, formado pela
Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre em
Engenharia da Produção pela Universidade Federal
62
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
universities at the beginning of the project. “We
preferred the local students so that the capacity can
be kept in Bahia. Now we have 23 researchers, 17 from
Bahia, 2 from other states and 4 from other countries”.
He affirms.
The second step must run for two years and the
investment should be R$40 million to develop the
docking station project, a station where the FlatFish
will charge the battery and download and upload
information. “The robot should be under water for
one year, after that, the machine and system must
be checked, sediment be removed and some parts
changed”. The manager explains.
CreatiVity in Bahia
Marco Reis, an electrical and electronic engineer,
graduated in UFPR, master in UFSC and supervisor
of the FlatFish project and from Mato Grosso state,
believes the first prototype made in Brazil is successful
because of the creative people from Bahia. “Everyone
knows that the petroleum shall be got from deep
water in 10 or 15 years and it needs a robot. We went
to Germany last year to show FlatFish and we got to
know other projects, but no project was as ahead as
ours in such little time. It was audacious”, he says.
He also said, “When I am asked, why SENAI? Such
vEJA OS dETAlhES dO FlatFish
chEcK ThE FlatFish dETAIlS
1. torre de
comunicação
Responsável pelas funções
recuperação do veículo em
caso de falha do sistema,
dispondo de uma bateira
própria, a torre envia sua
aposição atual via satélite
para a equipe de buscas.
Communication Tower It restores
the vehicle functions in case of
system failure by using its own
battery the tower sends
information via satellite to the
rescue team.
5. Propulsores
O sistema de atuação é
composto por 6 desses
motores, cada um
dispondo de 60N de força.
Tal sistema permite
atuação em 5 graus de
liberdade garantindo
assim alta capacidade de
manobrabilidade.
Propellants The system has 6
of those, each one is 60N
powerful. Such system allows
perform in 5 degrees of
freedom to make sure high
capacity of maneuverability.
14. usBl
É um componente que utiliza ondas
acústicas para realizar comunicação
e estimação de posição do veículo
quando submerso. O equipamento
disponível no flatfish possui um raio
de atuação de até 1 km e
comunicação de até 32 kb de banda,
a antena de recepção fica no veículo
na sua parte superior e sistema de
posicionamento em uma base fixa no
seu ambiente de atuação.
USBL It uses acoustic waves for
communication and to determine the
vehicle position when underwater. The
equipment in FlatFish reaches up to 1 km
and communication can be up to 32 kb,
the reception antenna is on the top of the
vehicle and position system on the fixed
base at the place to perform.
9. sonar de varredura
É um sonar que realiza varreduras
lineares em 360 graus com 70 metros
de raio, o flatfish possui 2 desses
sonares um disposto na horizontal na
frente do veículo e outro na vertical
na parte traseira, servem para o
reconhecimento e desvio de
obstáculos.
Scan Sonar It performs 360 degree
scanning with 70 meters distance and
there are two of those at FlatFish, one is
horizontally in front of the vehicle and one
is vertically on the back of the vehicle to
notice and avoid obstacles.
7. Faróis de led
O sistema dispõe de 4 leds com alta capacidade de iluminação (até
7 mil lumens cada) para aquisição de imagens em ambientes com
baixa ou nenhuma iluminação.
LED Headlight They are high illumination headlights (up to 7.000 lumens
each) to get images in dark or very dark places.
8. sonar de micro-batimetria
É um sonar de alta precisão que estima a distância
para a estruturas em sua linha de avaliação. É
utilizado tanto para a realização de inspeção
quanto para o sistema de navegação do veículo.
Micro-bathymetric Sonar It is high precision sonar that
estimates the distance for structures. It is as useful for
inspection as for navigation.
6. câmeras
O sistema dispõe de 4 câmeras
com resolução 2xFull HD (2040 x
2040) dispostas em configuração
estereoscópica permitindo a
aquisição de imagens para a
realização de reconstrução 3D de
objetos de interesse tanto na
frente quanto abaixo do veículo.
2. Bateria
Com 5 kwh de potência é
responsável por alimentar
todo o sistema do veículo,
proporcionando uma autonomia
estimada de até 8h.
Battery It is 5 kwh,
serves all vehicle system
and lasts up to 8 h.
Cameras There are 4 cameras 2x Full
HD (240 x 2040) prepared in
stereoscopic configuration for 3D
reconstruction of the interesting
objects in front of and under the
vehicle.
8. sonar de
micro-batimetria
É um sonar de alta precisão que
estima a distância para a
estruturas em sua linha de
avaliação. É utilizado tanto para a
realização de inspeção quanto para
o sistema de navegação do veículo.
Laser Schemes reference lines for the
captured imag
4. sonar de
imageamento
Utilizado no sistema de
navegação delimitando pontos
de referência e para realizar a
inspeção de estruturas.
3. lasers
Traça linhas de referência para as
imagens capturadas pelo veículo
melhorando a sensação de
profundidade e distancia em cada
quadro.
Laser Schemes reference lines for the
captured images improving feeling of
depth and distance.
13. sensor de pressão
Serve para estimar a profundidade na qual o veículo se
encontra, dado utilizado como referência para os sistemas
autônomos de controle e navegação.
Pressure sensor Determines the depth where the vehicle is.
Information used as reference for the systems of control and
navigation.
Imaging Sonar It is used to delimit
reference points and to inspect
structure.
10. dVl (doppler Velocity log)
Este sensor estima a velocidade do veículo
em relação ao solo, bem como as
velocidades das correntes do ambiente de
atuação do robô. Serve para compor o
sistema de estimação de posição do
veículo, o qual possibilita a navegação
autônoma do equipamento.
DLV This device estimates the vehicle speed
regarding the soil, as well as the tide speed
where the robot is. It is useful to define the
vehicle position which makes possible the
equipment independently navigates.
11. compartimento seco 1
12. compartimento seco 2
O flatfish possui dois compartimentos secos para embarcar os componentes do que não podem ter contato com a
agua, feitas de titânio esses compartimentos foram testados para pressões em profundidades de até 300 metros.
• O compartimento 1 embarca toda a solução de navegação do veículo, possuindo entre outras coisas um
computador para processamento dos sistemas, sensores inerciais, eletrônica de potência dos motores,
eletrônica do USBL, além de sistemas de comunicação e alimentação.
• O compartimento 2 embarca toda a solução inspeção, possui um computador de alta performance dedicado
para a realização de processamento gráfico, bem como toda a eletrônica básica para aquisição de dados para
as câmeras e os sonares de inspeção do sistema
Dry compartment 1
Dry compartment 2
These two dry compartments to take the components that cannot get wet are made of titanium and were tested for depth pressure
up to 300 meters.
• The compartment 1 takes all navigation solution of the vehicle, with computer, inertial sensor, Power electronic of the
machines, USBL electronic, communication system and food.
• The compartment 2 takes all inspection solution, with high performance computing to graphic process, likewise all basic
electronics to obtain data for the cameras and the sonar for system inspection.
tecnologia Technology
de Santa Catarina (UFSC) e coordenador do projeto
FlatFish, Marco Reis, mato­‑grossense de nascença e
baiano de coração, atribui à criatividade baiana o su‑
cesso do primeiro protótipo do tipo feito no Brasil.
“Todo mundo sabe que para fazer exploração de pe‑
tróleo daqui a 10/15 anos, vai ter que ser em águas
profundas e para isso é preciso de um robô. Quando
lançamos o FlatFish em junho do ano passado, na
Alemanha, conhecemos outros projetos, mas nenhum
estava no estágio que nós estávamos, num curto espaço
de tempo. Foi um projeto ousado”, afirma.
O coordenador completa dizendo, “quando você
me pergunta, por que o SENAI? Essa criatividade é da
Bahia! Somos condecorados pela criatividade na mú‑
sica, na cultura, na arte e na tecnologia também. Se
olharmos a média de idade do time, são muitos garotos,
eu sou o mais velho da turma. Temos esse sangue, essa
gana de entregar o projeto e tudo feito na Bahia e por
baianos. O recurso financeiro é vital, ele promove, mas
aqui temos um somatório de elementos e comprome‑
timento é um deles. Queremos sair da rotina, olhamos
a perspectiva de forma diferente. Nossa visão é romper
com a mesmice. Esse é o diferencial do SENAI CIMATEC
no Brasil. Isso dá orgulho, as pessoas aqui fazem a
diferença”, diz o engenheiro de 45 anos.
Geovane Mimoso, 26 anos, é formado em ciências
da computação pela Universidade Estadual de Santa
Cruz em Ilhéus, na Bahia e mestrando em engenharia
mecatrônica na UFBA. Entrou no projeto em 2014,
Camaçari será sede de uma
unidade CIMATEC Industrial
Centro de pesquisa e inovação vai apoiar na atração
de novas empresas de base tecnológica
C
amaçari foi escolhida para receber a instalação do CIMATEC
Industrial, que será planejado para ter um aspecto muito pa‑
recido com um ambiente industrial e está sendo concebido
para operar com serviços tecnológicos em grande escala e com pro‑
jetos de pesquisa e inovação, cujas execuções demandem estrutu‑
ras, espaços, utilidades ou segurança típicos de uma área industrial.
“O município ganhará um centro de pesquisa e inovação respei‑
tado nacionalmente e internacionalmente, capaz de apoiar a Bahia
na atração de novas empresas de base tecnológica, além de oportu‑
nizar a região a desenvolver suas próprias empresas baseadas na
inovação”, afirma o presidente da Federação das Indústrias do Esta‑
do da Bahia (FIEB), Ricardo Alban.
64
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
a criatividade baiana
é o diferencial do
senai­‑cimatec
Creativity in Bahia makes the
difference for Senai Cimatec
Serão investidos cerca de R$ 50 milhões na primeira etapa de
implantação, oriundos de um empréstimo junto ao BNDES, como
parte do Programa SENAI de Apoio à Competitividade da Indústria,
liderado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O projeto está em fase de planejamento, com a elaboração do
Masterplan do CIMATEC Industrial e posterior elaboração dos proje‑
tos básicos e executivos da 1ª etapa de implantação que deverá es‑
tar pronta ao final de 2017. Alban explica que o CIMATEC Industrial é
uma extensão do SENAI CIMATEC instalado em Salvador.
“Nas instalações atuais, certos ensaios e determinadas atividades
relacionadas a projetos de inovação não podem ser realizados adequada‑
mente e com a devida segurança. O CIMATEC Industrial abrigará, portanto,
a construção de grandes protótipos e plantas­‑ piloto, a realização de tes‑
tes e validações de processos em escala natural e a operação de equipa‑
mentos e plantas­‑piloto que envolver certo grau de risco industrial”, diz.
No CIMATEC Industrial não serão implantados cursos técnicos ou
superiores específicos. Eles continuarão sendo realizados na Escola
Mateus Pereira/GOVBA
©
©
Valter Pontes/FIEB
passou três meses no DFKI na Alemanha e é respon‑
sável pela integração do sistema do FlatFish. “Integrar
o projeto foi uma grande oportunidade de trabalhar
com o que eu amo e aqui no Brasil. Todos me diziam
que eu teria que sair do país se quisesse trabalhar na
minha área, mas sempre acreditei que pudesse fazer
algo novo e diferente aqui”, afirma.
Rebeca Lima, 29 anos, formada em engenharia elétrica
pela UFBA, é uma das três mulheres a integrar a equipe
do projeto. “Minha experiência era em indústria e startup,
Técnica de Camaçari e no Campus do CIMATEC em Salvador. A atual
equipe da instituição será responsável pela operação nos dois pro‑
jetos concomitantemente. Entretanto, a ampliação do número de
projetos de inovação com a implantação do CIMATEC Industrial po‑
derá demandar novas equipes de engenheiros, técnicos e pessoal
de apoio para executar as pesquisas e ensaios necessários.
CIMATEC for industry will be in Camaçari
Research and Innovation Center will help to bring new technology companies
IMATEC has chosen Camaçari to have a new place planned to work with technology and research and innovation projects, which requires good structure,
spaces, utilities or security like industrial places.
C
creativity is from Bahia! We are creative in music,
culture, art and also technology. The researchers
are young, I am the oldest one. That is what we are
about and we want to make it real here in Bahia by
people from Bahia. Financial resource is vital, but
we are compromised anyway. We want something
different, a new perspective. Making something
new is our mission. That is what characterizes SENAI
CIMATEC in Brazil. It makes people proud because
they know they are important”, the 45 years old
engineer says.
Geovane Mimoso, 26 years old, is graduated in
Computer Science and master in Mechatronics Engineer
in UFBA. He started working for the project in 2014,
stayed in DFKI in Germany for three months and is
responsible for integrating the system FlatFish. “I love
this project it was a great opportunity in Brazil. Everyone
used to say that I would have to leave Brazil to work in
this area, but I always believed I could do something
different and new here”. He affirms.
Rebeca Lima, 29 years old, graduated in Electrical
Engineering in UFBA, is one of the three women
working for the project. “Although I used to work
in industries and startup that are so different, I have
always been interested in researching, but this a very
limited area for professors and so. Now I can work
with what I am really interested in and develop a
real product. What fascinates me is the challenge”,
Rebeca says.
“The research and innovation center will be in Camaçari, recognized in Brazil
and worldwide, it will help Bahia attract new technology companies, and also it will
help the region develop its own companies based on innovation”, Ricardo Alban,
president of FIEB, affirms.
BNDES will loan R$50 million to start the center, from a program of SENAI to
support competitiveness in industry, led by CNI.
The project has been planned by CIMATEC and it will formulate the basic and
superior projects for the first phase that may be ready at the end of 2017. Alban explains that industrial CIMATEC is part of SENAI CIMATEC in Salvador city. “Some activities regarding innovation projects cannot be properly and safely performed.
Therefore, Industrial CIMATEC will be a suitable place for prototypes and pilot plants,
tests, process full scale and for operating equipment and risky pilot plants”, says.
Industrial CIMATEC will not run any kind of courses. The courses will remain in
Salvador and Camaçari CIMATEC. The current team will be responsible for operating
the two projects concomitantly. Nevertheless, more projects at Industrial CIMATEC
demand more workers like engineers, technicians and people to help research and
whatever is needed.
Bahia opportunities - land of good business
65
©
que são mundos diferentes. Mas meu interesse sempre
foi por pesquisa, mas o cenário de desenvolvimento em
inovação em geral é restrito ao meio acadêmico. Aqui
consegui trabalhar com minha área de interesse e ainda
desenvolvendo um produto de verdade. O que me encanta
é a novidade, o desafio e a quebra na rotina”, fala Rebeca.
Daniel Motta, gerente do Centro Tecnológico, faz
questão de ratificar o importante papel da ANP. Toda
indústria de Petróleo e Gás no Brasil, regulamentada pelo
órgão, precisa investir 1% do seu faturamento em pesquisa
e desenvolvimento, sendo que metade pode ser investida
internamente e a outra metade precisa ser investida com
parceiro brasileiro. “Essa obrigatoriedade movimenta
toda dinâmica da tecnologia. Se não existisse essa regu‑
lamentação, talvez a BG fizesse uma parceria diretamente
com o DFKI”, explica. Além disso, destaca o papel da
Embrapii que financia este tipo de pesquisa.
Mateus Pereira/GOVBA
tecnologia Technology
FlatFish xROV
O veículo robótico vai atuar na inspeção visual em
3D de alta resolução, com redução de custos de ope‑
ração e contribuindo na exploração de óleo e gás em
águas profundas, garantindo maior segurança opera‑
cional e ao meio ambiente. “Tecnicamente existem
outros robôs semelhantes a esse, mas até agora não
tem nenhum que faça inspeção. A maioria dos modelos
tem conceito de robô torpedo, que faz movimento
único. A manobrabilidade do FlatFish é muito maior,
maior, ele consegue prever os obstáculos e traçar uma
nova rota”, explica Marco Antonio dos Reis.
O FlatFish ficará em uma estação submarina sem a
necessidade de barcos de apoio e o operador será
capaz de estabelecer uma missão de inspeção remota‑
mente da superfície. O veículo realizará o planejamento
e a execução da missão de forma autônoma, saindo da
estação submarina, coletando os dados de inspeção e
enviando­‑os para o operador na superfície. O robô é
dotado de uma série de equipamentos e sensores que
permitem fazer a inspeção térmica e visual.
Enquanto o robô não é produzido em escala comercial,
as inspeções são feitas através de ROV – Veículo Operado
Remotamente. Ele é operado por controle remoto de
dentro de uma embarcação com tripulação que precisa
ir até os locais a serem inspecionados. O ROV é lançado
ao mar através de cabos para fazer a inspeção submarina
66
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
Daniel Mota, Technology Center
Manager, confirms the importance
of ANP. All petroleum industries in Brazil
need to invest 1% in research and development by
investing half inside and half in Brazilian partners.
“It moves the technology. Otherwise, maybe BG and
DFKI would be partners”, he explains. Furthermore,
he talks about Embrapii that pays for that kind of
research.
FlatfFsh XROV
A robot will be used for 3 D high resolution
inspection, reducing expenses and helping get oil
and gas in deep water, in a safe way for the operation
and environment.
“There are other similar robots, but no robots
can inspect so far. Most the models can make
just a single movement. FlatFish has better
maneuverability for it can see ahead the obstacles
o robô garante maior
segurança operacional
e ao meio ambiente
The robot assures safeness for
operation and environment
e o controle acontece de forma remota dentro da em‑
barcação. O piloto controla o robô submarino que trans‑
mite as imagens em tempo real em um monitor de TV.
“É uma atividade que exige muita atenção do piloto
e co­‑piloto e as duplas precisam ser revezadas a cada
hora de atividade, sem ultrapassar um total de 6 horas.
Além disso, a água precisa estar calma e não em grande
profundidade, o que chamamos de shallow water, não
pode ter ondas, nem tempestade, para que haja um
ambiente propício para fazer a inspeção. O custo de um
dia de inspeção gira em torno de 120 a 200 mil dólares e
geralmente leva uns 15 dias para inspecionar uma área
completa”, explica o coordenador do projeto FlatFish.
Reis acredita que o investimento em um robô AUV possa
reduzir entre 70% e 80% os custos de uma operação. “O
projeto do FlatFish vai potencializar a segurança do indi‑
víduo, além de promover a preservação do meio ambiente,
já que a embarcação não irá para o mar, finaliza.
and get another access”, Marco Antonio dos Reis
explains.
Flatfish will be in an underwater station with no
boats to support and an operator will inspect from
surface. The vehicle will plan and execute the task
automatically by leaving the underwater station,
collecting information after inspection and sending
them to the operator in surface. The robot has
sensors and parts to allow thermal imaging and visual
inspection. While the robot isn’t produced to sell,
ROV have been inspecting. It is operated by a remote
control in a boat with workers who need to go to the
places under inspection. ROV is thrown to the sea
by cables to inspect underwater and such control
comes from inside the boat. The operator controls
the robot that sends images right away to a TV.
“That task requires two very attentive operators
who are replaced for other two operators after one
hour working and the shift must be only 6 hours.
Moreover, the sea needs to be calm and no very
deep, what is called shallow water, no waves, no
storms, in order to have inspection. One day of
inspection is around US$120.000 to US$200.000 and
usually it takes 15 days to inspect an area”, FlatFish
supervisor explains. He believes that AUV robot may
reduce 70% to 80% the expenses with operation.
“The project FlatFish will increase safeness and
preserve environment since the boat will not go to
the sea”. He says.
Bahia opportunities - land of good business
67
Cotton flower
A Icofort - uma das maiores empresas do Norte e
Nordeste em processamento de algodão - vai concluir
neste primeiro semestre de 2016 um investimento
de R$ 45 milhões em seu parque industrial em
Juazeiro, no Vale do São Francisco. A meta é dobrar
a capacidade de refino de óleo bruto de algodão das
atuais 200 toneladas por dia para 400 toneladas/dia,
além de inaugurar uma nova linha industrial para a
produção de margarinas e gorduras vegetais.
Icofort, one of the largest
companies in North and
Northeast Brazil for cotton
process, will spend R$45 million
on its industrial unit in Juazeiro
city. The goal is to double the
capacity of refining cotton oil
from 200 tons per day to 400
tons per day, and also have a
new industrial line to produce
margarine and vegetable fat.
© DIvULGAçãO
Flor de Algodão
© DIvULGAçãO
bONS NEgÓcIOS gOOd buSINESS
Sulfur free air
Ar livre de enxofre
Paranapanema, the largest
copper producer in Brazil,
has invested R$65 million
to modernize (UAS) the
unit in Dias D’Avila city.
When cooper is melting,
gas is emitted – essentially
sulfur dioxide – USA ensures
that it is treated and turned
sulfuric acid and fresh air, so
environment is free of gas.
The unit in Bahia produces
about 40.000 ton of sulfuric
acid per month.
© DIvULGAçãO
A Paranapanema, maior produtora de cobre do
Brasil, investiu R$ 65 milhões na modernização
da Unidade de Ácido Sulfúrico (UAS) da planta de
Dias d’Ávila. A UAS garante que o gás gerado no
forno durante a fundição do cobre – essencialmente
dióxido de enxofre – seja tratado e convertido
em ácido sulfúrico e ar limpo, evitando assim a
emissão de gases na atmosfera. A planta baiana da
companhia produz cerca de 40 mil toneladas de
ácido sulfúrico/mês.
Bahia
mais Azul
A Azul, terceira maior companhia aérea do país,
anunciou a ampliação de suas operações na Bahia.
Os voos ligando Vitória da Conquista a Salvador
serão retomados com a substituição dos aviões
turboélices ATR pelos modernos jatos da Embraer.
A companhia passa também a oferecer voos diários
de Porto Seguro a Campinas e um voo semanal
para São José do Rio Preto e Presidente Prudente,
todos municípios paulistas.
68
Bahia oportunidades - terra de bons negÓcios
Blue Bahia
Azul airlines, the third largest one in Brazil, will increase its operations in Bahia.
The flight Vitória da Conquista – Salvador cities will be back and the turboprop
aircrafts ATR will be replaced by the Embraer modern airplanes. The company
will offer daily flights from Porto Seguro city to Campinas city and a flight from
São José do Rio Preto city to Presidente Prudente city every week.
© DIvULGAçãO
Brumado, Dom Basílio
e Rio de Contas
A Enel Green Power está investindo cerca de R$ 3 bilhões em
usinas eólicas e solares na Bahia. Somente R$ 440 milhões
estão na construção de dois parques eólicos Cristalândia I
e II, com capacidade instalada de 30 MW (15 turbinas) e
60 MW (30 turbinas) respectivamente, que devem entrar
em funcionamento em 2018. As usinas serão instaladas em
Brumado (37 aerogeradores), Dom Basílio (6 aerogeradores) e
Rio de Contas (2 aerogeradores).
Brumado, Dom Basílio and Rio de Contas cities
Enel Green Power has invested around R$3 billion to have wind farms
and solar power plants in Bahia. It has spent R$440 million to build two
wind farms named Cristalãndia I and II, that are 300MW (15 turbines)
and 60 MW (30 turbines) respectively and should be ready in 2018. The
plants will be in Brumado city (37 windmills), Dom Basílio (6 windmills)
and Rio de Contas (2 windmills).
Mapa Solar
O SENAI/Cimatec será responsável pela elaboração do Atlas Solar
da Bahia. Convênio nesse sentido foi assinado com o Governo
do Estado, por meio das secretarias de Ciência, Tecnologia e
Inovação e de Infraestrutura. O objetivo do estudo é tornar o
Estado referência na produção de energia fotovoltaica (solar),
assim como já acontece com a eólica. A Bahia já conta com 32
projetos em energia solar: 893,8 MW de capacidade instalada.
Solar Map
SENAI/CIMATEC elaborates the Solar Maps Atlas in
Bahia. Contract signed by the Science, Technology,
Infrastructure and Innovation Department
of Government. The study is to produce
solar photovoltaic energy in Bahia, as it is
already about wind power. There are 32
projects in Bahia about solar energy:
893,8 MW.
More PET bottles
Engepack will invest R$100 million to modernize and expand the
factory in Bahia in Simões Filho city. The company is one of the
largest companies in Brazil and produces 4,2 billion bottles a year.
They are for sodas, water and edible oil, and they will soon be for
beer and milk too.
Pipoca doce em Passé
Fundada há 23 anos, o Grupo Cicopal anunciou investimentos
de R$ 18 milhões e geração de 225 empregos diretos em uma
nova fábrica no município de São Sebastião do Passé, na Região
Metropolitana de Salvador. A indústria terá capacidade de
produção de 400 toneladas/mês de salgadinho de milho, bebida
mista, refrigerante e pipoca doce das marcas Mico’s e Sullper. O
grupo já possui outras três fábricas na Bahia, Goiás e Pará.
Sweet pop corn in Passé city
Cicopal Group founded 23 years ago is
about to invest R$18 million and that
means 225 jobs for a new unit in São
Sebastião do Passé city, close to Salvador.
The industry will produce 400 tons a month
of snacks, drinks, sodas and sweet pop
corn named Mico’s and Sullper. There are
factories in Bahia, Goiás and Pará states.
© DIvULGAçãO
A Engepack vai investir R$ 100 milhões na modernização e
ampliação da fábrica na Bahia, no Centro Industrial de Aratu,
em Simões Filho. A companhia está entre as maiores empresas
do mercado nacional e conta com capacidade anual de
produção acima de 4,2 bilhões de embalagens. A companhia,
que divide entre refrigerantes, água mineral e óleo comestível a
sua produção de garrafas PET (politereftalato de etileno), quer
entrar com força no envase de cerveja e leite.
© DIvULGAçãO
Mais garrafas PET
Bahia opportunities - land of good business
69
Ciência science
investir na bahia investing in bahia
Votorantim Cimentos consolida
compromisso com a Bahia
Erik Ribeiro Weide Araújo*
70
Bahia oportunidades - terra de bons negócios
© Divulgação
C
om uma participação de 3,8%
no produto interno bruto
do Brasil e o maior PIB do
Nordeste, a Bahia é estra‑
tégica para a indústria da construção
civil, setor que responde por 8% da
economia local. A importância decisi‑
va do Estado para o segmento levou
a Votorantim Cimentos a apostar em
uma nova fábrica. Em Camaçari, um dos
maiores polos industriais da América
Latina, a empresa investiu R$ 25 milhões
em sua primeira unidade exclusiva de
produção de argamassas no mercado
nordestino. A planta, inaugurada em
novembro de 2015, gera 80 empregos
diretos e indiretos. Tem capacidade
para 206 mil toneladas por ano.
A nova fábrica consolida a rela‑
ção histórica da Votorantim Cimentos
com a Bahia. Nos anos 80, a empresa
operou duas fábricas de cimentos no
Estado, a Cocisa e a Cimento Aratu.
Nos anos 2000, outro empreendimento
com a nossa marca foi uma moagem
de cimentos e argamassa no Complexo
Industrial de Aratu. Fatores diversos
levaram à descontinuidade dessas
unidades, sem que fosse esquecido
o objetivo de retomar a presença no
mercado baiano.
Sabemos que o atual cenário do
Brasil é desafiador. O valor adiciona‑
do da construção civil no Estado, que
registrou curva ascendente de 2003 a
2010, desacelerou nos últimos anos.
Mas, a Votorantim Cimentos, presente
no negócio de materiais de construção
desde 1933, já viu muitas crises ao lon‑
go de sua trajetória. Foi justamente a
ousadia que levou a empresa a sobre‑
viver a essas oscilações do mercado
interno e exterior. E se firmar como um
dos maiores players globais do setor,
com capacidade produtiva de cimento
de 54,5 milhões de toneladas/ano e
presença em 14 países.
Nesse contexto, o Nordeste é
uma região estratégica. Nos Estados
nordestinos, estão instaladas atu‑
almente seis plantas industriais da
empresa, localizadas no Maranhão,
Ceará, Pernambuco, Sergipe e, ago‑
ra, também na Bahia. Nesse Estado
de oportunidades, a Votorantim
Cimentos chegou para ficar e cons‑
truir, com um portfólio de produ‑
tos e serviços para atender a todos
os tipos de obras, da fundação ao
acabamento.
A Votorantim Cimentos se desen‑
volve mantendo o posicionamento ba‑
seado na perenidade do negócio e dos
relacionamentos. E foco em produtos
que são feitos para durar. A fábrica em
Camaçari representa essa visão. São
soluções e produtos que demonstram
o compromisso com os clientes e com
relações duradouras baseadas na con‑
fiança e no cuidado individual. Mais do
que isso, evidenciam, o nosso compro‑
misso com a Bahia.
Cement Votorantim has been
committed to expand in Bahia
T
he company is the largest GDP
in Northeast Brazil, its participa‑
tion in Brazil GDP is 3,8%, and Ba‑
hia is strategy for civil construction
which is 8% of the local economy.
Votorantim will have a new factory
because believes Bahia is an im‑
portant state. The company has in‑
vested R$25 million in its first unit
exclusively to produce mortar in
Northeast. The factory, opened in
2015, creates 80 formal and informal
jobs and can produce 206.000 tons
per year.
The new factory affirms the part‑
nership between the company and
Bahia. The company used to have
two factories in 80’s named Cocisa
and Aratu Cement. Another business
owned by the company in 2000’s was
a cement and mortar factory in Aratu
district. Those units were closed due
many problems, but coming back to
Bahia is a deal.
We know the business situation
in Brazil is a challenge. The civil con‑
struction sector in Bahia has increased
from 2003 to 2010 and has decreased
since then. But Cement Votoratim
has been in this business since 1933,
and has already seen many moments
of crisis. The company has survived
those crisis in Brazil and worldwide
just because it is audacious. It is now
one of the largest companies in this
sector and can produce 54,5 million
ton per year of cement and it is in 14
countries.
Northeast is a strategic region.
There are six factories in Maranhão,
Ceará, Pernambuco, Sergipe and now
Bahia. In this state of opportunities,
Votoratim has come to stay with many
products and services to work with all
kinds of construction, from foundation
to conclusion.
Votorantim has grown but has kept
its idea for the business and transac‑
tions. And the products are to last.
The factory in Camaçari represents
it. It has reliable products and solu‑
tion that show commitment with the
clients. Furthermore, it indicates our
commitment with Bahia.
*Gerente­‑geral de Operações da Votorantim
Cimentos ‑­ Brasil
*Manager at Cement Votorantim Brasil
Bahia opportunities - land of good business
71
O perigo aumentou e o combate precisa ser ainda mais forte. Já está provado
que o mosquito da dengue também transmite a Chikungunya e o Zika vírus,
que pode causar a microcefalia em bebês. É uma doença muito grave, com
risco de paralisia cerebral, dificuldades motoras, sequelas para toda a vida e
até a morte. Mais do que nunca, precisamos da ação de todos. Faça sua parte
na luta contra o mosquito. Não deixe água parada e acabe com os focos.