Fim de semana na Mata Nacional do Buçaco

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Fim de semana na Mata Nacional do Buçaco
Fim de semana na Mata
Nacional do Buçaco
Classificado como Imóvel de Interesse Público, o conjunto
monumental do Buçaco mobiliza uma riqueza patrimonial
de exceção. Ao núcleo central formado pelo Palace Hotel do
Bussaco e pelo Convento de Santa Cruz juntam-se as
ermidas de habitação, as capelas de devoção e os Passos
que compõem a Via Sacra, a Cerca com as Portas, o Museu
Militar e o monumento comemorativo da Batalha do
Bussaco, os cruzeiros, as fontes (saliente-se a Fonte Fria
com a sua monumental escadaria) e as cisternas, os
miradouros (o da Cruz Alta oferece vista privilegiada sobre
toda a região entre Coimbra e a Serra do Caramulo) ou as
casas florestais.
Atualmente ocupa 105 hectares e possui uma das melhores
coleções dendrológicas da Europa, com cerca de 250
espécies de árvores e arbustos com exemplares notáveis. É
uma das matas nacionais mais ricas em património natural,
arquitetónico e cultural, podendo ser dividida em três
unidades de paisagem: Arboreto, Jardins e Vale dos Fetos e
Floresta Relíquia.
A Mata Nacional do Buçaco providencia alimento, abrigo e
refúgio para mais de centena e meia de espécies de
vertebrados, algumas de grande valor conservacionista,
como endemismos ibéricos ou espécies protegidas.
A biodiversidade encontrada no Buçaco exprime a
singularidade e valor patrimonial deste espaço mágico e
obriga à sua preservação.
HISTÓRIA
1628-1834: Os Carmelitas Descalços e o seu
“Deserto”
Na posse do Bispado de Coimbra desde 1094, a Mata foi
doada em 1628 pelo então bispo de Coimbra, D. João
Manuel, à Ordem dos Carmelitas Descalços para a
construção do seu “Deserto” em Portugal. Iniciadas as
obras em agosto desse ano, a construção do convento e da
sua cerca terminaria por 1630, altura em que começou a
vida monástica regular.
O convento de Santa Cruz foi construído na simplicidade
exigida pela vocação eremítica do Deserto. O revestimento
arquitetónico da cortiça ou o embrechado como técnica
decorativa alargada ao circuito conventual traduz o espírito
de despojamento adequado às práticas ascéticas dos
religiosos. A partir de 1644, sob a égide de D. Manuel
Saldanha, Reitor da Universidade de Coimbra, ergueu-se, à
imagem de Jerusalém, uma Via Crucis de fortíssimos
contornos ideológicos e propagandísticos, destinada a
representar os passos da Paixão de Jesus Cristo. A floresta
autóctone portuguesa foi sendo tratada por sucessivas
gerações de monges de modo a representar o Monte
Carmelo como o local originário da Ordem.
A 27 de setembro de 1810 a mata foi palco da Batalha do
Buçaco (um dos episódios sangrentos das invasões
napoleónicas em Portugal) tendo o Convento servido de
base de operações ao Duque de Wellington no confronto
entre as tropas luso-britânicas e francesas.
Em 1834 a extinção das ordens religiosas decretou o fim da
presença dos Carmelitas Descalços no Buçaco.
Segue-se um período, entre 1834 e 1855, que poderemos
classificar como de transição, em que a mata fica sem
gestão e sem um responsável que responda por ela.
1855-1910: O Buçaco romântico
Em 1856, a Mata transita para a Administração Geral das
Matas do Reino, tendo sido nomeado um administrador em
1856 e a mata “…dotada de um regime especial quando da
reforma da administração das matas nacionais, em 1872”,
tendo entrado “com o apoio governamental…numa
importantíssima
fase
de
melhoramentos”.
Estes
melhoramentos incluem a principal e mais significativa área
ajardinada, que envolve o Convento e o Hotel, sendo
designada por Jardim Novo, construído em 1886-87, tal
como a Cascata de Sta. Teresa. Trata-se de uma conceção
tradicional de jardim, de influência barroca, característica
nos séculos XVIII e XIX, com canteiros delimitados por
sebes de buxo talhadas.
Outro dos espaços verdes ajardinados, o Vale dos Fetos, foi
construído sensivelmente no mesmo período, em 1887-88,
tal como o Lago Grande. De referir que em 1888 foi
autorizada a deslocação do então Administrador da Mata do
Buçaco, Ernesto de Lacerda, a viveiros de França e da
Bélgica, com vista à aquisição de plantas e de sementes.
Foi de lá que vieram “…dez magníficos exemplares de fetos
arbóreos da espécie Dicksonia antarctica” .
Em 1888 Emídio Navarro, então Ministro das Obras
Públicas, dá inicio à construção de um palácio real, em
estilo neomanuelino, com projeto do arquiteto e cenógrafo
italiano Luigi Manini (1848-1936). Outras contribuições
vindas de Nicola Bigaglia (1841-1908), que assina a Casa
dos Cedros, ou Norte Júnior (1878-1962), autor da Casa
dos Brasões, pautam-se por uma plasticidade comum à
generalidade do complexo edificado. As obras ficaram
concluídas em 1907, sendo o Palácio convertido em Hotel
de Luxo – o Palace Hotel do Bussaco, considerado um dos
pontos de maior interesse de todo este conjunto.
FLORA E FAUNA
A Mata Nacional do Buçaco encontra-se no extremo
Noroeste da Serra do Buçaco, no concelho da Mealhada.
Com 549 m de altitude, a sua localização geográfica
confere-lhe um microclima muito particular, com
temperaturas amenas, elevada precipitação e frequentes
nevoeiros matinais, que favorecem a ocorrência de elevada
biodiversidade. Assim, nas encostas expostas a Sul
sobressai uma vegetação potencial perenifólia tipicamente
mediterrânica e nas encostas mais a Norte uma vegetação
caducifólia, característica de clima temperado.
Atualmente ocupa cerca 105 hectares e possui uma das
melhores coleções dendrológicas da Europa, com cerca de
250 espécies de árvores e arbustos com exemplares
notáveis. É uma das Matas Nacionais mais ricas em
património natural, arquitetónico e cultural, podendo ser
dividida em três unidades de paisagem: Arboreto, Jardins e
Vale dos Fetos e Floresta Relíquia.
Arboreto
Ocupa cerca de 80% da área da mata. É o resultado de um
processo de florestação que, partindo de uma área já
existente, foi sendo reflorestada pela ação dos monges. Da
floresta original ainda restam alguns carvalhos, azereiros e
loureiros. Mas foi devido aos Carmelitas Descalços que o
arboreto ganhou a alma que se mantém, sobretudo após a
introdução do cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitanica), o
ex-libris da mata. A partir de 1850 foram introduzidas
muitas espécies exóticas como cedros, sequoias,
araucárias, eucaliptos, pseudotsuga, entre outras.
Jardins e Vale dos Fetos
A principal e mais significativa área ajardinada é a que
envolve o Convento (e o Palace Hotel), designada por
“Jardim Novo”. Foi construída em 1886-87, tal como a
Cascata de Santa Teresa.
Outro espaço verde ajardinado emblemático é o Vale dos
Fetos, cujo nome deriva da existência de vários exemplares
de fetos de porte arbóreo. O arruamento do Vale dos Fetos
foi construído em 1887-88, tal como o Lago Grande.
Floresta Relíquia
É uma formação vegetal clímax de plantas autóctones que,
segundo alguns autores, conserva as características típicas
da floresta primitiva, antes da ocupação humana.
Ocupando apenas uma pequena fração, no extremo
Sudoeste da mata, este local é bastante diversificado,
albergando três habitats diferentes: o carvalhal de
carvalho-alvarinho e carvalho-negral, o loureiral, dominado
pelo loureiro, com presença frequente do medronheiro,
folhado e do azevinho, e os ‘Adernais’, na encosta Sul e
Sudoeste. O adernal é uma formação vegetal única
dominada por adernos de grande porte arbóreo,
estendendo-se desde a Cruz Alta até ao Passo de Caifás.
Em alguns locais é praticamente puro, formando um
bosque denso praticamente sem outras espécies arbóreas.
Entre as espécies subarbustivas domina a gilbardeira. Nas
espécies trepadeiras são comuns a salsaparrilha-bastarda,
uva-de-cão e a hera.
Fonte: Rosa Pinho,
Universidade de Aveiro
Departamento
de
Biologia
da
Algumas espécies existentes:
Gingko, teixo, pinheiro de S. Tomé, pinheiro do Paraná,
araucária, cedro do Himalaias, cedro do Atlas, pinheiro
(manso, silvestre, negro, larício, Japão, Canárias, insigne,
Himalaia, Mississipi, pátula, taeda, aiacauite, preto
mexicano, weymouth) sequoia, criptoméria do Japão,
cipreste (comum, da Califórnia, do Buçaco, chorão, do
Arizona, de Gowen, do Oregon) Calocedro, Biota da China,
falsa tuia do Japão, tuia gigante, tuia da Argélia, Calitris,
choupo do Canadá, nogueira preta, vidoeiro, amieiro,
aveleira, faia, castanheiro, sobreiro, carvalho roble,
carvalho negral, ulmeiro, lodão, maclura, grevília, tulipeiro
da Virgínia, til, canforeira, liquidambar, pitosporo, plátano,
azereiro, louro, acáciaaustrália, olaia, bordo da Noruega,
buxo, azevinho, castanheiro da India, tilia americana,
jambeiro, eucalipto (comum, folhas de vimieiro, gigante,
oblíquo, folha ficiforme) rododendro, freixo flor, freixo
vermelho, aderno, paulónia, catalpa.
Fauna
A Mata Nacional do Buçaco encerra uma vasta diversidade
de animais que, muitas vezes silenciosa, passa
despercebida. Rodeada de monoculturas de pinheiro-bravo
e eucalipto, a Mata providencia alimento, abrigo e refúgio
para mais de centena e meia de espécies de Vertebrados,
entre as quais, algumas de grande valor conservacionista,
como endemismos ibéricos ou espécies protegidas.
Num passeio diurno poderão observar-se e ouvir-se
numerosas espécies de aves florestais, como os chapins, o
tentilhão e os pica-paus, aves de rapina como a águiacalçada ou o açor (ambas espécies ameaçadas) e até
mesmo aves associadas a massas de água, como a garçareal e o guarda-rios. O bom tempo atrairá diversos répteis,
como o lagarto-de-água, endémico, ou a cobra-de-escada e
um olhar atento às linhas de água permitirá identificar
anfíbios tão distintos como a salamandra-lusitânica e o
tritão de ventre-laranja, dois sensíveis endemismos.
O crepúsculo revela outros sons e movimentos. São os
morcegos, as raposas, fuinhas e outros animais noturnos,
como a coruja-do-mato e o mocho-galego.
Além do misticismo, das cristalinas águas e do frondoso
arboreto, a Mata do Buçaco encerra uma vasta diversidade
de animais que muitas vezes, silenciosa, passa
despercebida. Rodeada de monoculturas de pinheiro-bravo
(Pinus pinaster) e eucalipto (Eucalyptus globulus), a Mata
funciona como um refúgio para a fauna selvagem, de
importância fundamental para a conservação da
biodiversidade da região Centro do País. Providencia
alimento, abrigo e refúgio para mais de centena e meia de
espécies de Vertebrados e várias centenas de espécies de
Invertebrados. Entre estas, encontram-se espécies de
grande valor conservacionista, endemismos ibéricos e
espécies protegidas.
Os peixes do Buçaco incluem cinco espécies, duas das
quais endémicas da Península Ibérica (o ruivaco
Achondrostoma oligolepis e o escalo-do-Norte Squalius
carolitertii), o que contribui para a importância do
património biológico da Mata.
Os anfíbios são um grupo de grande importância ecológica
e elevada sensibilidade. Em Portugal Continental ocorrem
17 espécies de anfíbios. A Mata Nacional do Buçaco,
apresentando elevada disponibilidade de água, um
microclima bastante húmido e vegetação abundante,
fornece condições para albergar uma diversidade de
anfíbios impressionante, num total de 10 espécies. Destas,
conta-se com quatro espécies endémicas da Península
Ibérica (a salamandra-lusitânica Chioglossa lusitanica, o
tritão-de-ventre-laranja Lissotriton boscai, a rã-ibérica
Rana iberica e a rã-de-focinho-pontiagudo Discoglossus
galganoi), que são também espécies ameaçadas a nível
global ou nacional.
No que respeita aos répteis, no Buçaco ocorrem 14
espécies, entre as quais o lagarto-de-água Lacerta
schreiberi, endémico da Penínsusula Ibérica, o licranço
Anguis fragilis, o sardão Timon lepidus, as cobras de água
Natrix natrix e Natrix maura, a cobra-de-escada Rhinechis
scalaris e as lagartixas Psammodromus algirus e Podarcis
hispanica, todos inócuos. Os répteis são a classe de
vertebrados menos apreciada pelo público em geral, pelo
seu aspeto, modo de locomoção e características que
causam repulsa e criam receios infundados.
O grupo de Vertebrados naturalmente mais abundante na
Mata é o das aves. É também a classe que mais fascínio
desperta nos visitantes. A avifauna da Mata é bastante rica,
contando com cerca de 80 espécies em estado selvagem.
Entre estas figuram, obviamente, numerosas aves
florestais, como os chapins Parus major, Periparus ater,
Cyanistes caeruleus, Lophophanes cristatus e Aegithalos
caudatus, o tentilhão Fringilla coelebs, a trepadeira-azul
Sitta europaea, a estrelinha-real Regulus ignicapilla e os
pica-paus Dendrocopos major e Picus viridis; aves de
rapina diurnas, como a águia-calçada Hieraaetus pennatus,
a águia-de-asa redonda Buteo buteo e o gavião Accipiter
nisus, e noturnas, como o mocho-galego Athene noctua e a
coruja-do-mato Strix aluco; aves mais generalistas como o
pisco-de-peito-ruivo Erithacus rubecula, a milheirinha
Serinus serinus, o verdilhão Carduelis chloris, o pintassilgo
Carduelis carduelis e a toutinegra-de-barrete Sylvia
atricapilla; e ainda algumas espécies migratórias como o
papa-figos Oriolus oriolus e a poupa Upupa epops. Entre as
aves que ocorrem na Mata consta ainda uma espécie
tipicamente aquática, a garça-real Ardea cinerea. A
presença desta espécie no habitat florestal do Buçaco
constituiu uma surpresa, mas pode ser justificada pela
grande abundância de peixe disponível nos lagos, para sua
alimentação.
A Mata Nacional do Buçaco, sendo um arboreto rico e com
uma considerável variedade de microhabitats, alberga
também uma comunidade de mamíferos bastante
diversificada e interessante, totalizando 35 espécies. Os
mamíferos são indubitavelmente uma classe muito
carismática e cativante, porém, de difícil observação!
Muitas espécies têm comportamentos esquivos e noturnos,
pelo que o mais fácil de detetar são os seus indícios de
presença, como pegadas, excrementos, tocas, trilhos, etc.
Da mastofauna da Mata destaca-se a ocorrência de oito
espécies de carnívoros, tais como a raposa Vulpes vulpes, a
fuinha Martes foina, o sacarrabos Herpestes ichneumon e o
texugo Meles meles e pelo menos 14 espécies de
morcegos, entre os quais os morcegos-de-ferradura grande
Rhinolophus ferrumequinum e pequeno Rhinolophus
hipposideros, o morcego-de-água Myotis daubentonii, o
morcego-negro Barbastella barbastellus e o morcegorabudo Tadarida teniotis. Certamente ocorrerão no Buçaco
mais espécies de morcegos, porém a identificação segura
destes animais apresenta várias restrições metodológicas.
Todas as espécies de morcegos estão estritamente
protegidas, por se tratar de mamíferos severamente
ameaçados, com as populações em declínio e altamente
vulneráveis a todos os fatores de ameaça. Em Portugal
Continental ocorrem 25 espécies no total, incluindo
algumas muito raras. Assim, o Buçaco apresenta uma
diversidade de quirópteros verdadeiramente
impressionante, tendo em conta a sua reduzida área. A
Mata conta ainda com diversos micromamíferos, entre os
quais o rato-cego Microtus lusitanicus, o rato-das-hortas
Mus spretus, o rato-do-campo Apodemus sylvaticus e o
musaranho-de-dentes-vermelhos Sorex granarius,
endémico da Península Ibérica. Um dos mamíferos mais
facilmente observável é o esquilo Sciurus vulgaris. O maior
mamífero que aqui ocorre é o javali Sus scrofa, cuja
atividade diurna pode assustar os mais incautos.
Ao nível dos Invertebrados, os levantamentos iniciados em
2012 inventariaram já mais de seis centenas de espécies de
Moluscos, Aracnídeos e Insetos, sendo que muito se falta
investigar neste âmbito. Os registos apontam para a
ocorrência de mais de 130 espécies de lepidópteros
(borboletas), quer diurnos, quer noturnos; mais de 40
espécies de hemípteros (cigarras, cigarrinhas, pulgões) e
mais de três dezenas de ortópteros (grilos, gafanhotos),
por exemplo. Nos lagos podem observar-se diversos
Odonata (libélulas e libelinhas) e por toda a Mata ocorrem
dezenas de espécies de coleópteros (escaravelhos), dos
quais se destaca o notável vaca-loura Lucanus cervus,
considerado o maior escaravelho da Europa.
Não é demais repetir que a Mata do Buçaco, apaixonante
recanto repleto de misticismo e história, acolhe também
tesouros do mundo natural, alteando a sua monta para
além do que o olhar alcança.
PROGRAMA:
25 de Setembro (6ª feira): Partida para o Luso em
carros particulares e alojamento em Hotel.
26 de Setembro (Sábado):
09h30m: saída do Hotel para a Mata do Buçaco.
10h: Visita guiada “Trilho da Água do Buçaco”
Extensão: 3.295 metros | Duração aproximada: 3horas | Ponto de partida e de
chegada: Convento | Pontos de interesse: Vale dos Fetos, Fonte Fria, Fonte do
Carregal, Fonte de Santa Teresa, Fonte de Santo Elias, Fonte de S. Silvestre,
Samaritana e cascata | Observações: Aconselha-se calçado adequado. Levar
farnel e água.
A Mata do Buçaco encontra-se inserida no extremo noroeste da Serra do
Buçaco, local de relevo proeminente e precipitação abundante.
Num contexto litológico favorável, permite abundante água subterrânea e
superficial, propiciando uma floresta exuberante. Entre os séculos XVII e XIX,
os pontos de água (nascentes) e linhas de água que se encontram na Mata do
Buçaco, comportaram várias intervenções, nomeadamente a construção de
lagos e fontes, entre as quais a mais célebre, a Fonte Fria. As duas linhas de
água predominantes da Mata do Buçaco unem-se na Fonte Fria, originando
uma linha de água que percorre o Vale dos Fetos, nome que deriva de um
conjunto de fetos de porte arbóreo, dispostos ao longo do vale.
13h:Fim da visita guiada e intervalo para almoço.
Recomenda-se trazer farnel.
14h: Visita guiada “Trilho Via-Crucis do Buçaco”
Extensão: 3132 metros | Duração Aproximada: 3horas | Ponto de partida e de
chegada: Convento | Pontos de interesse: Capelas dos Passos da Prisão e da
Paixão de Cristo (especialmente Pretório e Calvário). | Observações:
Aconselha-se calçado adequado. Levar farnel e água.
A partir de 1644, sob a égide de D. Manuel Saldanha, Reitor da Universidade
de Coimbra, ergueu-se, à imagem de Jerusalém, uma Via Crucis de fortíssimos
contornos ideológicos e propagandísticos, destinada a representar os passos
da Paixão de Jesus Cristo. Inicialmente assinalados por uma cruz de paubrasil, foram substituídos (1694-1695) por capelas mandadas construir pelo
Bispo de Coimbra D. João de Melo. Adquirem especial relevância as estações
do Pretório e do Calvário que remata o percurso da Via Sacra. Assumindo-se
como a representação do Monte Carmelo na Palestina (foco originário da
Ordem dos Carmelitas), o Sacromonte reivindica quer a herança do Profeta
Elias como primeiro eremita quer um protagonismo espiritual que encontra na
articulação ao programa definido dentro da cerca conventual a sua mais
elevada expressão.
17h: Fim da visita guiada e tempo livre.
20h: Jantar em restaurante (opcional).
27 de Setembro (Domingo):
09h30m: saída do Hotel para a Mata do Buçaco.
10h: Visita guiada “Trilho Militar do Buçaco” e aos jardins
do Palace Hotel do Buçaco.
Extensão: 2479 metros | Duração aproximada: 2 horas | Ponto de partida e de
chegada: Convento |Pontos de interesse: Convento de Santa Cruz do Buçaco,
Porta de Sula e posto de observação do Moinho de Sula, Obelisco e Museu
Militar.
Na posse do Bispado de Coimbra desde 1094, a Mata foi doada em 1628 pelo
então bispo de Coimbra, D. João Manuel, à Ordem dos Carmelitas Descalços
para a construção do seu Deserto em Portugal. Iniciadas as obras em agosto
desse ano, a construção do convento e da sua cerca terminaria por 1630,
altura em que começou a vida monástica regular.
O Convento de Santa Cruz, construído na simplicidade exigida pela vocação
eremítica do Deserto, apresenta uma planta única em Portugal: a igreja (onde
se perceciona um plano dúbio entre a cruz grega e a cruz latina, através da
junção do coro) domina um espaço sem claustro, com os pátios a imprimir a
regularidade ao conjunto. Nesta originalíssima ideia de usufruto espiritual é a
igreja que se inscreve dentro de um espaço claustral simulado, recuperando a
organização da ideia mítica do Templo de Jerusalém. O revestimento
arquitetónico da cortiça ou o embrechado como técnica decorativa alargada ao
circuito conventual traduz o espírito de despojamento adequado às práticas
ascéticas dos religiosos. Dos séculos XVII e XVIII ainda permanecem obras de
escultura, pintura (saliente-se a presença de Josefa de Óbidos) ou azulejaria
que denunciam uma comunidade religiosa dinâmica e atenta ao sentido
artístico específico dos tempos. Possui, ainda, duas celas, que se encontram
abertas para visita, e onde se recorda a presença do Tenente-General Arthur
Wellesley, futuro Duque de Wellington, que comandava as forças anglo-lusas
contra o general francês André Masséna, aquando da 3.ª Invasão Francesa,
cuja Batalha se deu no Buçaco a 27 de setembro de 1810.
Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, o convento passou para a
posse do Estado, sendo mais tarde parcialmente destruído para dar lugar ao
Palace Hotel do Buçaco e a novas construções que ainda hoje o rodeiam.
A Batalha do Buçaco, integrada na última das três invasões napoleónicas a
Portugal (Julho de 1810 a abril de 1811), pôs em confronto os exércitos francês
e anglo-luso, cujas consequências lhe conferem a maior relevância, não só
pelo que ela significa nos termos mais objetivos – derrota das brigadas do
Marechal André Masséna – mas, sobretudo, pelo que representou na
preparação do confronto seguinte e o enfraquecimento de_nitivo do invasor nas
Linhas de Torres Vedras. Foi uma batalha sangrenta que retardou a chegada
do exército francês a Lisboa garantindo, assim, mais tempo no reforço das
Linhas defensivas de Torres Vedras. Com um resultado de cerca de 5000
baixas para os invasores e cerca de 1300 baixas para os aliados anglo-lusos, a
Batalha do Buçaco passaria a significar, na História da nação portuguesa, um
exemplo fulcral de táctica defensiva em contexto militar.
12h: Recriação histórica da batalha do Bussaco.
Fim da visita guiada e intervalo para almoço.
Recomenda-se trazer farnel
14h: Visita guiada “Trilho da Floresta Relíquia do Buçaco”
Extensão: 2119 metros | Duração aproximada: 2horas | | Ponto de partida e de
chegada: Convento | Observações: Aconselha-se calçado adequado.
A Floresta Relíquia da Mata Nacional do Buçaco localiza-se no extremo
sudoeste, na zona mais elevada, declivosa e pedregosa, tendo por isso
escapado às sucessivas plantações de espécies arbóreas exóticas. Ocupa
cerca de 15% da mata e conserva as características de uma floresta primitiva
que existiria, antes da ocupação humana, nas montanhas do centro de
Portugal, formando um bosque único de copado denso, por vezes quase puro,
com elevada relevância ecológica, quer pela raridade e singularidade a nível
nacional, quer pela biodiversidade que alberga, desafiando toda a imaginação.
Predominam o aderno (Phillyrea latifolia), o medronheiro (Arbutus unedo),
loureiro (Lauros nobílis) azevinho (Ilex aquifolium) o sobreiro (Quercus suber) e
o pinheiro manso (Pinus pinea).
16h: Fim do programa.
Preço do programa por pessoa:
Em Hotel de 2 estrelas no Luso:
 Quarto duplo / casal: 100 €
 Quarto triplo: 90 €
O preço inclui 2 noites de alojamento em Hotel de 2 estrelas, 2
pequenos almoços e as actividades referidas no programa.
Acresce o valor de 5 € na entrada da Mata do Buçaco por cada
carro por dia.
O custo da deslocação e restante alimentação (farnel durante a
caminhada e jantares) é por conta dos participantes. Há possibilidade de
se combinar boleias para partilha de custos entre Lisboa e o Luso/ Buçaco.
A actividade está coberta por seguro.
Para inscrição enviar mail para [email protected]
Com os melhores cumprimentos,
Miguel Pereira
Caminhos com Carisma
Registo n.º 67/2012 do Turismo de Portugal.
914907446 / 967055233.

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