- Vectra Construtora
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- Vectra Construtora
Edição 06 | 2013 Mar à vista O litoral paranaense como você nunca viu Teodoro & Theodoro Dupla empreendedora: o cantor e o pioneiro Décadas de tradição Hotel Bourbon, Kiberama e Hospital do Câncer de Londrina Midiograf. A gráfica que oferece um universo de tecnologia e excelência para você. A Midiograf proporciona um universo de tecnologia, excelência gráfica e serviços para atender você. Produzimos todo tipo de impresso, em pequenos e grandes formatos, na quantidade que você precisar, com qualidade, agilidade e precisão. Agendas, calendários e cadernos Personalizados, para se destacar no mercado, promovendo seu negócio e presenteando os clientes da sua empresa. Catálogos Excelência gráfica, fidelidade de cores, diversidade de acabamento e as melhores soluções para atender você. Produção Heidelberg SX 102 Primeira da América Latina. Mais qualidade, agilidade e o melhor custo-benefício do mercado. 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Dizem que remonta à Revolução Industrial, quando os operários de tecelagem não podiam descuidar do abastecimento da matériaprima nas máquinas. Não sabemos ao certo. Mas temos certeza que essa analogia traduz um risco intensamente enfrentado por quem produz uma revista periódica. Isso porque com o passar do tempo, e das edições, a sociedade muda, as pessoas envolvidas no processo mudam e a publicação tende a se transformar. Na Living Vectra, claro, vivenciamos também esse processo. E, ao mesmo tempo em que procuramos evoluir com novos temas e pautas inéditas, não queremos perder o fio da meada e a coerência com nossas propostas iniciais: valorizar pessoas, instituições e lugares, do presente e do passado, que fazem parte de nossas vidas. É a nossa humilde contribuição para um futuro melhor e estamos firmes nesse propósito. Aqui está a sexta edição, em suas mãos, como comprovação. O ponto de partida dessa Living Vectra é o porto de chegada da colonização no Paraná: o litoral. Nossa equipe percorreu as cidades de Antonina, Morretes e Guaraqueçaba atrás de suas belezas e curiosidades turísticas. Abordamos ainda as lembranças em torno dos 50 anos do grande incêndio que devastou o Estado, em destaque no livro de José Luiz Alves Nunes. Na terra vermelha, estão em evidência nessa edição três instituições e duas personalidades muito admiradas pelos londrinenses: o Hospital do Câncer, o Restaurante Kiberama, o Hotel Bourbon, o cantor e compositor Teodoro e o pioneiro Theodoro Victorelli, que dá nome à avenida do Marco Zero. Além de matérias exclusivas de cultura, comportamento, esporte, arquitetura e design. Aproveitamos esse último editorial do ano para agradecer a todos que colaboram com a Living Vectra. Você que sugeriu uma pauta. Você que compartilhou seu exemplar com um novo leitor. Você que acreditou na revista para anunciar. Fica o convite para que, em 2014, nos ajude novamente a manter o fio dessa meada. Fábio Mansano Coordenador de comunicação Vectra Construtora Na capa, o pôr-do-sol na Baía de Guaraqueçaba (PR) Este selo indica que o papel utilizado nesta publicação foi produzido com madeiras de florestas certificadas FSCR® (Forest Stewardship Council)® e de outras fontes controladas. #/.3425£²/s!#!"!-%.4/s"2)#/,!'%-s$%#/2!£²/s*!2$).!'%- Os menores preços para transformar a sua casa estão na Leroy Merlin. Só aqui você tem a Garantia Leroy Merlin do Menor Preço*. Se você encontrar preço menor na concorrência, a gente devolve a diferença em dobro para você. Confira! LONDRINA - PR Av. Theodoro Victorelli, 650l - Jd. Helena, Marco Zero, próximo à Rodoviária. Segunda a sábado, das 8h às 22h. Domingos e feriados, das 9h às 20h. Central de Atendimento Leroy Merlin: Capitais 4020-5376s$EMAIS2EGIÜES0800-0205376 TWITTERCOM,EROY-ERLIN"RA FACEBOOKCOM,EROY-ERLIN"RASIL INSTAGRAMCOMLEROYMERLINBRASIL PINTERESTCOMLEROYMERLINBR YOUTUBECOM,EROY-ERLIN"RA GOOGLECOMLEROYMERLINBRA www.leroymerlin.com.br *Condições válidas para produtos anunciados em tabloides e similares, bem como para aquisições feitas no prazo de até 10 dias. Consulte nossas lojas ou nosso site para verificar demais condições. Os elementos utilizados para a produção das fotos são meramente ilustrativos. Além de variedade e qualidade, a Leroy Merlin ainda tem mais para você. expediente Edição 06 | Novembro - 2013 Living Vectra é uma publicação periódica da Vectra Construtora Ltda. Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Midiograf Para anunciar: 43 3376-4444 A revista LIVING VECTRA é uma publicação de distribuição gratuita e dirigida e seus exemplares não podem ser comercializados. www.livingvectra.com.br mag Av. Harry Prochet, 1200 Jardim São Jorge - 43 3324-1200 CEP 86047-040 - - Londrina - PR Pauta, texto e edição: Karla Matida e Rosângela Vale Fotografia: Fábio Pitrez Rua Dr. Elias César, 55 - 14º andar Jardim Caiçaras - 43 3376-4444 CEP 86015-640 - Londrina - PR Diretor-presidente: Manoel Luiz Alves Nunes Diretora-administrativa: Roberta Nunes Mansano Diagramação: Vitor Hugo Arambul Gouvea Coordenador de comunicação: Fábio Mansano Colaboração: Paulo Briguet, Gabriel Teixeira e Fábio Alcover Equipe de comunicação: Ana Luisa Sversutti, Brunno Borghesi e Rafael Urbano É proibida a reprodução parcial ou completa do conteúdo desta publicação sem a prévia autorização da Editora 1200th. Somente as pessoas que constam neste expediente são autorizadas a falar em nome da revista. cartas [email protected] Cartas, críticas e sugestões Este espaço na Living Vectra está aberto a vocês, leitores, para sugestões e críticas, que podem ser enviadas para [email protected]. Caso queira receber a publicação em casa, envie-nos um e-mail com seus dados para cadastro. CRECI 3468-J/PR. Um jardim para você no London Hills. 2º EMPREENDIMENTO 108 M² 3 DORMS. PRIVATIVOS 1 SUÍTE LAZER COMPLETO E DIFERENCIADO Informações: 43 3376 4476 ÍNDICE Sala de estar 10 A arquiteta Marilda Batista aproveitou de forma inteligente e charmosa os 54 metros quadrados de seu apartamento no Ritz Residence Mobília 14 32 Estante Destacando vários lançamentos da Vectra, London Hills leva sotaque britânico à Gleba Palhano Quem é o designer industrial Guto Índio da Costa, expert em criar sucessos de vendas Porta-retrato 18 Em viagem pelo Paraná, o fotógrafo Milton Dória registrou a paisagem do Centro-Oeste tingida de amarelo Hall 20 Atendendo pacientes de 200 municípios, e com demanda crescente, Hospital do Câncer de Londrina vai ganhar novo prédio Biblioteca 60 Em livro recém-lançado, o geógrafo José Luiz Alves Nunes faz um mapa textual do maior incêndio florestal da história do Paraná Lounge 64 Memórias e histórias dos 50 anos do Hotel Bourbon Londrina, ponto de encontro de políticos e artistas Área de serviço 68 Como limpar mármores e granitos e mantê-los bonitos e bem conservados Moldura 70 26 Fitness Para os ultramaratonistas, que encaram percursos de até 250 quilômetros, equilíbrio psicológico é mais importante que força física Prestes a completar 50 anos de carreira, Aldair Teodoro da Silva fala de sua trajetória artística e do sucesso da dupla Teodoro & Sampaio Sacada 76 Em oito anos de atividades, Coral Infantil Crystal Vectra vem ajudando a construir cidadãos Alto-falante 80 Com Avante, o cantor e compositor pernambucano Siba soltou a voz na recente edição do Vectra ConstruSom Álbum 82 Os oito anos do Coral Infantil Crystal Vectra, a entrega do Evolution Home Alto da Palhano, lançamento de livro na Vectra Store e o show de Siba no Vectra ConstruSom Galeria 86 Com aumento no número de inscrições, sexta edição da Maratona Fotográfica Clic o Seu Amor por Londrina trouxe diferentes olhares sobre a cidade Janela 90 Quem foi Theodoro Victorelli, pioneiro que dá nome à avenida do Marco Zero de Londrina Objeto de desejo 98 As versões coloridas do icônico fogão Viking, sonhos de consumo de qualquer gourmet 38 Área de lazer Guaraqueçaba, Morretes, Antonina, Superagui e Salto Morato: o litoral paranaense que merece ser descoberto 94 City-tour Há quase meio século, Kiberama é sinônimo de gastronomia árabe em Londrina sala de estar Espaço multiplicado 10| Living Vectra A arquiteta Marilda Batista com a cidade ao fundo: pôr-do-sol belíssimo Com a expertise de arquiteta, Marilda Batista faz render os 54 metros quadrados do seu apartamento no Ritz Residence Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez Quando se casou, cerca de um ano e meio atrás, a arquiteta Marilda Batista sabia que seu novo endereço seria no centro da cidade. “Meu marido sempre morou no centro e não queria sair daqui”, explica. A escolha do casal foi um apartamento no Ritz Residence. “Dá para ir a pé aos lugares, tem restaurantes próximos, é muito prático”, observa. O apartamento, de 54 metros quadrados privativos, serve muito bem ao casal, e também aos amigos e familiares. “Recebemos de três a quatro casais de amigos a cada 15 dias”, explica, enfatizando que chegam a ser 10 pessoas nos jantares. Com a expertise de arquiteta, Marilda otimizou o espaço na sala, colocando a mesa de jantar junto à parede, saindo da bancada desenhada por ela. “Os espelhos e as cores claras dos móveis refletem e ampliam”, ensina. “Mas eu não deixei de colocar o preto, que é uma cor de que gosto. Então tem preto nos pufes e no tapete”, aponta a arquiteta, que optou por laca branca nos móveis. “A iluminação também é pontuada.” Atenta aos detalhes, Marilda usou pastilhas coloridas para dar um toque especial à pia, deixando o espaço mais charmoso. “Eu e meu marido gostamos de cozinhar.” Além de receber os amigos quinzenalmente, o casal também abre o apartamento para a família nos almoços de domingo. Nessas ocasiões, o cardápio geralmente é o churrasco preparado na sacada, que tem outra mesa para quatro lugares. Móveis claros, espelhos e iluminação estratégica ajudam a ampliar os espaços 12| Living Vectra “Como não tinha espaço para uma mesa de centro em frente ao sofá, fiz um nicho de vidro próximo à parede, que serve de apoio”, lembra. Abaixo da televisão fica o aparador multiuso, para eletrônicos e decoração no dia a dia e também para pratos e afins quando o casal recebe convidados. “Estou sempre trocando a decoração, comprando peças novas”, conta. “Assim como prezo o conforto nos projetos, aqui em casa também é assim. A cama, por exemplo, é um pouco maior que o convencional”, conta Marilda, que optou por deixar o closet no segundo dormitório. Além da cama maior, o quarto do casal ainda conta com uma televisão e “o camarim, que é como eu chamo meu espaço para maquiagem”, diverte-se a arquiteta. “Enquanto meu marido se arruma no banheiro, eu tenho meu canto com espelho.” O lazer do Ritz Residence não passa despercebido. “Os prédios grandes do centro não têm uma área de lazer como a que tenho aqui e que são comuns nos prédios da Gleba”, salienta Marilda. “Uso a piscina todo final de semana, já fiz uma festa de aniversário no espaço gourmet. Posso dizer que usei bem a área de lazer, que é toda novinha e montadinha.” A arquiteta ainda destaca a qualidade dos acabamentos do apartamento. “O porcelanato no piso facilita a manutenção”, ressalta. “E a vista que tenho do pôr-do-sol aqui na sacada é maravilhosa”, suspira. Hall de entrada do Ritz Residence: localização privilegiada no centro da cidade Living Vectra | 13 mobília Muito além da forma Por Rosângela Vale Fotos Divulgação Para o designer carioca Guto Índio da Costa, expert em criar sucessos de vendas, a essência do design está na concepção Máquinas, motores e outras invenções causam fascínio nas mentes masculinas desde a mais tenra idade. A maioria dos garotos crescidos vai alimentar essa paixão dirigindo carros potentes e usufruindo das maravilhas da tecnologia. Outros se tornam protagonistas dessa história, ocupando o posto de criadores no encantado mundo das coisas. Foi assim com o designer carioca Guto Índio da Costa, que sonhava em projetar aviões e hoje é o responsável por algumas das inovações mais bem-sucedidas da indústria brasileira. Com o ventilador, que tem um preço médio unitário de R$ 200, Guto desmistificou a ideia de que o design é para poucos. E mostrou que o ofício de designer é muito mais abrangente do que se costuma imaginar. “O que me proponho a fazer é a gestão do design e inovação de uma empresa ou de uma marca”, explica. Segundo ele, design industrial não é só fazer um produto bonito, funcional e moderno, mas também viável econômica e tecnicamente. “Como fazer um carro ser fabricado a cada X horas? Isso faz parte da competitividade das empresas.” A mais notória delas é a linha de ventiladores de teto Spirit, sucesso milionário que não só alavancou sua carreira como criou do zero uma empresa que leva o nome do produto campeão. Com design minimalista, o ventilador de duas pás translúcidas e opacas, feitas de policarbonato, material usado nas janelas dos aviões, teve mais de dois milhões de unidades vendidas, recebeu o aval do Oscar do desenho industrial, o alemão IF Award, e outros 20 prêmios de qualidade e fez da Spirit a marca mais reconhecida de ventiladores de teto do Brasil. Spirit of Saint Louis era o nome do primeiro avião a atravessar o Oceano Atlântico, em 1927. Não por acaso, seu escritório tem no nome a sigla AUDT – Arquitetura, Urbanismo, Design e Transportes. Ao longo de mais de 20 anos de atividades, ele e sua equipe foram responsáveis por mais de uma centena de projetos, de lanchas, banheiras, fogões, torneiras e móveis a revitalizações de grandes áreas, como a dos quiosques da orla de Copacabana e a reurbanização do Leblon, feitos em parceria com o seu pai, o arquiteto Índio da Costa. “O designer tem uma visão micro que eu acho extremamente boa para o arquiteto, que tem uma visão macro. A complementação dessas duas visões faz trabalhos extraordinários”, observa. 14| Living Vectra “O grande mote do desenho industrial é como melhorar a vida das pessoas, como criar produtos que tragam uma experiência de uso melhor do que a gente tem”, define o designer Para quem se espanta com a abrangência de suas criações, ele avisa: “A gente não entende de tudo, realmente. A gente entende de gente; sabe como as pessoas gostariam de usar as coisas. O grande mote do desenho industrial é como melhorar a vida das pessoas, como criar produtos que tragam uma experiência de uso melhor do que a gente tem”, esclarece. Um bom exemplo dessa máxima é o trabalho desenvolvido para a Arno, que resultou em um produto inovador e em mais um sucesso de vendas. Antes de tudo, foi feito um estudo com donas de casa: durante 30 dias, uma equipe observou seus hábitos ao lavar roupas. E, entre muitas coisas, percebeu-se que 100% delas lavavam lingeries à mão e não na máquina. O escritório fez alguns protótipos e, depois de testes com novos grupos de consumidoras, a Arno então lançou a máquina de lavar com um compartimento separado para roupas íntimas e delicadas, que não encosta na turbina e nas demais roupas. “O produto respondeu a um desejo não verbalizado e inaugurou uma nova categoria no segmento de máquinas de lavar. Veja: o design está na concepção, muito mais no que na forma”, argumenta Guto. Do seu bem-sucedido portfólio fazem parte outros trabalhos premiados internacionalmente, como o sistema modular Carrapixxxo, a banheira de hidromassagem Smarthydro e a garrafa Alladin, criada em 1998 para ser vendida em lojas populares por menos de R$ 10 e hoje exportada para vários países. Das criações mais recentes, o destaque é a cadeira ICZERO1, feita a partir de polipropileno reforçado com fibra de vidro que suporta até 160 quilos. Disponível em oito cores, é uma releitura das cadeiras de bar em plástico injetável, conhecidas por serem quase descartáveis. Outra novidade é a linha de puxadores minimalistas IC/ARCO, que se diferenciam por usarem um sistema de rolete (não precisam ser girados) e, principalmente, por possibilitarem o trancamento da porta, com um miolo embutido no próprio corpo. Guto defende que o bom design deve ser funcional, fabricado da forma mais simples possível, otimizando o uso de energia ou de materiais, além de ter uma preocupação estética e ecológica. “O próximo passo do design é o reuso; não partir da matéria-prima virgem, mas do lixo. A gente precisa transformar resíduo em recurso. Esse é o futuro da civilização e o grande desafio do designer hoje.” Os quiosques da orla de Copacabana têm a assinatura do escritório de Guto, que não por acaso tem no nome a sigla AUDT: Arquitetura, Urbanismo, Design e Transportes 16| Living Vectra 1 1 - Linha de puxadores da linha IC/Arco, fabricada pela Obispa: design que possibilita o trancamento da porta, com miolo embutido no próprio corpo 2 - Prateleira Carrapixxxo Lytus: pequenas semiesferas se fixam à parede de maneira rápida e descomplicada e permitem reconfigurações em ambientes diversos 3 - Releitura das cadeiras de plástico usadas em bares, a ICZERO1 é feita em polipropileno reforçado com fibra de vidro e resiste até 160 quilos. Ganhou diversos prêmios e integra a coleção permanente do Kunststoff Museum em Düsseldorf, na Alemanha 3 2 porta-retrato 18| Living Vectra Foto Milton Dória No ano passado, durante os meses de julho, agosto e setembro, o fotógrafo Milton Dória percorreu cerca de 11.300 quilômetros no Paraná, ao lado do jornalista José Maschio. Juntos produziram o anuário comemorativo dos 20 anos do Senar-PR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). A dupla fez um raio-x de 20 cadeias produtivas do Estado. A canola acabou ficando de fora do anuário, mas todo seu esplendor amarelo foi devidamente registrado pelo fotógrafo em Candói, região Centro-Oeste. Living Vectra | 19 hall Missão: ajudar “Qualquer pessoa que bata à nossa porta, com qualquer tipo de câncer, nós temos que acolher”, explica Nelson Dequêch, presidente do Hospital do Câncer de Londrina, sobre a nobre missão do HCL. Inaugurado em 8 de novembro de 1965, “o HCL nasceu da ideia de um grupo de altruístas que já tinha construído o Lar Anália Franco e o Albergue Noturno”, lembra Dequêch. Às vésperas de completar 50 anos, Hospital do Câncer de Londrina atende cerca de 200 municípios e faz 1.200 procedimentos diários; 93% dos pacientes são provenientes do SUS Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez O nome de Lucilla Ballalai se destaca no grupo por conta do seu empreendedorismo voluntário. Quase 50 anos atrás, “ela fundou o que hoje representa uma luz para milhares de pessoas no diagnóstico, tratamento, acompanhamento e prevenção do câncer”, descreve Mara Rossival Fernandes, gestora de ações estratégicas e projetos do HCL. Entre idas e vindas, Mara já perdeu as contas de quantos anos está a serviço do hospital. “Ela é nosso arquivo vivo”, avisa Dequêch, que está há oito anos na presidência da entidade. “Eu entrei aqui e nem era da área de saúde, eu sou engenheiro. Era para cumprir um mandato tampão de um ano e meio e acabei ficando, fui me envolvendo.” Quando Dequêch assumiu a presidência do HCL, o hospital passava por uma grande crise financeira. Em sua gestão, as contas não só se acertaram como há a previsão da inauguração de um novo prédio de oito pavimentos para o aniversário de 50 anos, em 2015. O edifício, que inicialmente teria apenas três pavimentos, surgiu para abrigar a ressonância magnética, conquistada com recursos do Ministério da Saúde. Mesmo com as ampliações, não havia espaço adequado para instalação do aparelho. Com a estrutura pronta, o novo edifício agora precisa ser recheado com equipamentos e mobiliário. “A gente não tinha o dinheiro para fazer o prédio, mas um paciente veio com a ideia do metro quadrado”, conta Mara, sobre uma bem-sucedida campanha do HCL. A comunidade foi convidada a comprar um metro quadrado do novo edifício (ainda dá para contribuir, o valor é de 20 parcelas de R$ 75) e não decepcionou. 20| Living Vectra Novo edifício do Hospital do Câncer: previsão para ser totalmente inaugurado em 2015, no aniversário de 50 anos do HCL Os três primeiros pavimentos estão praticamente prontos e foram construídos com a campanha “Adote 1 m²” Além do valor arrecadado com a venda dos metros quadrados, o Governo do Paraná também fez a doação de R$ 3,5 milhões. Para dar continuidade ao projeto, o hospital lançou recentemente a campanha “Doe 1% pela vida”. “O conselho deliberativo não recebe nada, assim como os mais de 200 voluntários que temos aqui. Esse é um serviço que não faço por dinheiro nenhum, mas também trabalho nenhum é tão bem remunerado como somos aqui”, afirma Dequêch, que dá expediente todas as manhãs. “Desde o início, o Hospital do Câncer sempre contou com o apoio da comunidade. Surgiu apenas para tratar os indigentes, numa época em que o conceito de indigente era outro. Era quem não tinha plano de saúde e não era coberto pelo que hoje chamamos de INSS”, explica o presidente. Hoje, cerca de 93% dos pacientes são provenientes do SUS, cobrindo uma área de cerca de 200 municípios da região. Diariamente são realizados uma média de 1.200 procedimentos de alta complexidade, entre consultas, internamentos, sessões de quimio e radioterapia e cirurgias. “Esse é um serviço que não faço por dinheiro nenhum, mas também trabalho nenhum é tão bem remunerado como somos aqui”, afirma o presidente Nelson Dequêch Living Vectra | 23 Inaugurado como Centro Norte Paranaense de Pesquisas Médicas, o HCL passou a se chamar Instituto do Câncer de Londrina em 1968, mesmo ano em que foi reconhecido como Utilidade Pública Municipal. Já em 1974, a Divisão Nacional de Câncer contribuiu para a construção do bloco de internamento, batizado de Hospital Professor Antônio Prudente, em homenagem ao pioneiro do tratamento do câncer no Brasil. Em 2006, após uma enquete, o hospital passou a ser chamado de Hospital do Câncer de Londrina. A aceitação oficial do nome, pelo qual a entidade já era conhecida há tempos, veio para celebrar a nova fase. Um ano antes, o HCL esteve prestes a fechar as portas por conta das muitas dívidas e impostos atrasados. Com a nova presidência de Dequêch, as dívidas foram parceladas e o déficit foi reduzido drasticamente. “Ele é um tremendo gestor e fez a diferença”, afirma Mara Fernandes. Ela lembra que o HCL é referência de tratamento para uma população de cinco milhões de habitantes da região. No relatório de 2012 do SUS, o hospital londrinense apareceu em 17º no número de cirurgias no Brasil. “A gente acredita que na próxima portaria já estejamos entre os 10 primeiros. Inauguramos três novas salas cirúrgicas em setembro e vamos reformar outras quatro; no total, teremos nove salas de cirurgia”, contabiliza a gestora. Seiscentas pessoas trabalham no HCL, sendo que 115 são médicos. “Com a nova lei federal, que exige que o paciente de câncer seja atendido em até 60 dias, passamos a ter uma nova demanda”, explica Mara. “O aniversário de 48 anos deu início à contagem regressiva para os 50 anos, quando vamos fazer uma grande festa e esperamos que seja com a entrega total do prédio.” Tanto o presidente Dequêch quanto a gestora Mara estão sempre repetindo que a comunidade faz a diferença no andamento do HCL. Além das campanhas que surgem de tempos em tempos, a entidade recebe doações o ano inteiro, seja no sistema de carnês ou depósitos bancários. No site www.hcl.org.br estão todas as formas de colaborar com o HCL. Memórias de quase cinco décadas e as devidas homenagens à Lucilla Ballalai (à esquerda com o bebê), a força inicial do HCL 24| Living Vectra fitness “Durante a prova, as dores são lancinantes, o desgaste é incrível. Tenho fratura de stress nas duas tíbias. Perder as 10 unhas dos pés é o que de mais natural acontece”, relata a ultramaratonista Adeluci Moraes Heróis da resistência Preparo físico não é suficiente para vencer o incrível desafio de completar uma ultramaratona; capacidade de manter o foco e equilíbrio psicológico são fatores decisivos Por Rosângela Vale Fotos Fábio Pitrez Para quem corre, aumentar distâncias é sempre a meta. As dificuldades são a alma do esporte; vencê-las, o objetivo de todo atleta, seja ele amador ou profissional. A sensação de ultrapassar os próprios limites é uma recompensa tão gratificante quanto viciante. Uma vez superado o desafio, se estabelece um maior e, assim, sucessivamente, até que uma maratona (percurso de 42 quilômetros) já não basta. É preciso ir além da força física e testar a capacidade mental e o equilíbrio psicológico exigidos numa ultramaratona. O técnico Diego Duarte explica que toda prova com percurso de mais de 42 quilômetros é considerada ultramaratona. A partir daí, o céu é o limite. Segundo ele, a mais longa e difícil é a do Deserto do Saara: 254 quilômetros divididos em etapas de seis dias debaixo de uma temperatura de 50 graus. No Brasil, a mais longa é a BR 135, em Minas Gerais, cujo percurso soma 240 quilômetros. “Esse ano, o carioca Márcio Villar vai tentar fazer três vezes essa distância”, conta. Para quem olha de fora é difícil não questionar o juízo dos que se submetem a esse tipo de desafio. E o caso nem precisa ser tão extremo para causar estranhamento. “Meu marido sempre correu e eu não entendia; perguntava a ele: você fica correndo atrás do quê?”, lembra Iracema Mangoni Quero Volovickis, 46 anos, que descobriu a resposta quando resolveu que era hora de se cuidar. “Depois de 10 anos tendo filhos e sendo mãe em tempo integral, pensei: preciso fazer alguma coisa para mim. Comecei a caminhar e, a cada dia, aumentava uma árvore no caminho. Até que um dia comecei a correr. Nunca fui muito veloz, mas sempre gostei de ir além”, relata. Hoje ela faz parte de uma equipe de corrida que viaja pelo Brasil e pelo mundo para participar de maratonas, ultramaratonas e outras aventuras, como a descida do Grand Canyon que ela fez com o marido e os quatro filhos. A primeira ultramaratona de Iracema foram os 52 quilômetros de Uribici, na serra catarinense. Também completou os 100 quilômetros da Cordilheira dos Andes, no Chile. Para a ultramaratona de 250 quilômetros do Deserto do Atacama, no mesmo país, o treino foi pesado, pois era preciso simular as adversidades do ambiente, como o clima seco e a areia. “O problema não foi a prova, porque a gente sofre com prazer; é uma realização estar lá. O difícil é o treino; são horas que você sacrifica da sua rotina”, justifica Iracema. Ela e o marido, Manolo, 47 anos, se revezam nas tarefas: enquanto um treina, o outro fica com as crianças. Para Iracema, o desafio mais difícil foi a ultramaratona de Serra Negra, a quarta montanha mais alta do País, com percurso de 80 quilômetros em Minas Gerais. “Larga de manhã, passa o dia correndo, vira a noite, chega o outro dia e você lá, correndo sem parar. É uma prova de sobrevivência; não tem apoio, você tem que levar tudo na mochila: lanterna, medicamentos, pois tem que estar apto a sobreviver caso aconteça alguma coisa”, conta. “Foi a primeira prova que não conseguimos terminar, pois excederíamos o tempo limite para conclusão, que era de 26 horas. Pelos meus cálculos, chegaríamos com 30 horas, mas o organizador não nos deixou terminar. Mesmo assim, foi bom; a melhor parte eu fiz.” Living Vectra | 27 Encarar as adversidades com sangue frio e, principalmente, vencer a briga interna consigo mesmo são questões cruciais para um ultramaratonista. “O componente emocional é mais forte que o físico. Vemos jovens muito bem preparados que não conseguem chegar ao final porque mentalmente não mantiveram o foco. A gente fica com fome, com dor, com sede, mas pensa: eu vou até o final, vim aqui para isso e vou conseguir. Esse é o triunfo da gente”, revela Manolo. Por isso, a média de idade de ultramaratonistas de rendimento é 50 anos. “Costumo dizer que 90% da prova é cabeça”, observa a ultramaratonista Adeluci Moraes. O prazer da ultramaratona é justamente esse para o bancário Tiago Martins Sassi, 30 anos: experimentar a força mental depois da física ter se esgotado. “Essas provas longas dão condições de a gente montar uma estratégica, ter o plano B, o C. Não tem como programar um ritmo. Gosto porque não dá pra saber o que a gente vai passar”, diz ele, que conquistou o quarto lugar geral na ultramaratona do Deserto do Atacama. Tiago começou a correr aos oito anos e, desde então, tem incluído o esporte em sua vida. Quando descobriu o gosto de correr na terra, passou a se programar para participar só desse estilo de prova. “A paisagem é um incentivo. Corridas de montanha, no meio da natureza, proporcionam isso. E dão mais energia”, justifica. Segundo ele, a corrida sempre começa como hobby, mas, à medida que os treinos se intensificam, os objetivos aumentam. “Mais do que terminar, você quer se classificar, ter uma boa posição e, com a rotina de treinamentos, chega um ponto de querer ganhar. Mas meu foco principal é o prazer de correr mesmo. E também o turismo. Essas provas de montanha me proporcionam conhecer lugares em que um turista normal não consegue chegar.” Os treinos de Tiago, orientados por Diego Duarte, incluem corridas diárias de uma hora pela manhã, antes do trabalho, e mais uma hora no final do dia. “Às vezes uso bike; a gente chama de descanso ativo”, explica. Além disso, ele faz treinamento funcional duas vezes por semana. “Dá um condicionamento melhor para subir e descer montanhas.” Nos fins de semana, faz percursos mais longos. “Minha mãe mora em Apucarana e, às vezes, aviso que vou lá almoçar. Saio às 6 da manhã e chego ao meio-dia. Na primeira vez, ela perguntou onde estava a bicicleta; quando eu disse que tinha ido correndo ela quase enfartou”, diverte-se. Diego explica que, durante os treinos, orienta os alunos a exercitar também o foco para se concentrarem na corrida. “Tem muita coisa para pensar numa ultramaratona: se está correndo no ritmo certo; se alimentando e hidratando corretamente”, diz. Segundo ele, durante a prova os atletas costumam se alimentar com gel de carboidrato e se hidratar com água e isotônicos. “O problema mais comum é a desidratação. Mas também tem que ter cuidado com a hiperhidratação, pois o excesso de água dilui os sais minerais do corpo”, informa. 28| Living Vectra O casal de ultramaratonistas Manolo e Iracema Volovickis se reveza no cuidado com os quatro filhos: enquanto um treina, o outro toma conta das crianças. “São horas que você sacrifica da sua rotina”, diz ela Para Tiago Martins Sassi, que conquistou o quarto lugar geral na ultramaratona do Deserto do Atacama, o prazer da ultramaratona é experimentar a força mental depois da física ter se esgotado Living Vectra | 29 Retrato de campeã História similar aconteceu na sua primeira ultramaratona, em 2007, no mundial de 24 horas na Grécia. “Fui dos 42 quilômetros da maratona para as 24 horas da ultra. Peguei a quilometragem dos vencedores, dividi por 24 horas e calculei: eles vão correr uma média de cinco minutos por quilômetro. Pensei: nesse ritmo posso correr o dia inteiro, por uma semana, porque estava acostumada a fazer percursos difíceis aqui em Londrina.” E assim foi. Ela só não esperava torcer o tornozelo e romper três ligamentos do pé faltando 10 horas para completar a prova. Pois Adeluci não só continuou correndo como chegou em primeiro lugar. Ela conta que “durante a prova, as dores são lancinantes, o desgaste é incrível. Começo com 15 g/dL de hemoglobina e termino com 6 g/dL. Tenho fratura de stress nas duas tíbias. Perder as 10 unhas dos pés é o que de mais natural acontece”, relata. E tem ainda o pós-prova. “Trava tudo. Fico mais três noites sem dormir e levo uma semana para conseguir andar de ladinho”, revela a atleta, que voltou à Grécia naquele mesmo ano, em 2007, para vencer a histórica Spartathlon, uma das ultramaratonas mais difíceis do mundo. Trinta anos de carreira, 1500 títulos e uma determinação que a separa claramente da maioria dos mortais. A atleta londrinense Adeluci Moraes, 40 anos, representa o Brasil desde os 12; aos 14, participou de seu primeiro mundial. Aos 16, descobriu a maratona e, desde então, campeã virou seu sobrenome. “Assisti as Olímpiadas de Los Angeles (1984), quando a Gabrielle Andersen foi uma das últimas colocadas, e aquela cena me marcou. Ela dando a volta olímpica toda torta e os árbitros ao lado, prontos para ela cruzar a linha de chegada. Eu falei: quero fazer isso. Perguntei ao meu pai o que era maratona e ele respondeu: ‘é uma corrida bem maior do que a que você faz ”. ‘ Foi só com essa informação que ela chegou à maratona de Blumenau, sem a permissão do pai e dos treinadores. “Menores de 18 anos não podiam participar. Alterei a data de nascimento na hora de me inscrever, falei que ia dormir na casa de uma amiga e viajei. Cheguei lá e perguntei: quem é a melhor atleta? Larguei do lado dela e fui junto. No meio da prova, perguntei se ainda faltava muito para chegar. Não tinha noção nenhuma de quanto teria que correr. Mas fui segundo lugar geral. Nunca tinha corrido mais do que 10 quilômetros.” 30| Living Vectra Diferente do mundial, cujo percurso só tem um quilômetro (os atletas ficam indo e voltando por 24 horas, sem parar), a Spartathlon é uma prova de 246 quilômetros entre Atenas e Esparta que deve ser feita num prazo limite de 36 horas. “A gente larga em Atenas, a uma temperatura de 44 graus, de top e sunquíni. Conforme vamos subindo de altitude, vai esfriando. Tem que montar uma logística e, se errar, paga caro. Achei que fosse passar pelo Km 100 (onde tinha deixado lanterna e agasalho) com 10 horas de prova, mas passei duas horas e meia antes. Fiquei carregando um peso desnecessário por duas horas. Já na madrugada, quando chega o desfiladeiro, o frio é mais intenso. Quando o marcador se aproximava do zero grau eu parei de olhar porque meu agasalho mais pesado estava a 25 quilômetros dali”, conta. Prestes a se formar em Educação Física, Adeluci explica que existem diferenças fisiológicas entre pessoas comuns e atletas de alto rendimento. “Uma pessoa sedentária saudável tem 35 de VO , que é a capacidade de oxigenação dos pulmões; um atleta que treina muito, como os iromen, tem 75; a maioria dos ultramaratonistas de ponta tem 92. Ou seja, enquanto você está respirando, eu tenho um cilindro de oxigênio no pulmão. Isso faz com que haja um transporte mais eficiente de oxigênio na musculatura, retardando a fadiga”, esclarece. O próximo desafio de Adeluci é a ultramaratona de Comrades, na África do Sul, uma prova de 89 quilômetros só de subida. Sua meta é bater o recorde da prova e faturar o prêmio de 1 milhão de dólares. “É para isso que estou treinando. Não tem nada que eu tenha objetivado e não tenha concluído.” Alguém duvida? estante Ares londrinos Para dar uma identidade própria a uma das regiões em que vem atuando com força, a Vectra resolveu adicionar um agradável sotaque britânico à linguagem contemporânea de seus projetos. Localizado no Alto da Palhano, o London Hills será uma espécie de bairro dentro da Gleba, aglutinando vários lançamentos da construtora. Nas proximidades, a Vectra já havia lançado o Evolution Home Alto da Palhano, entregue recentemente,e o Edifício Liberty Towers, com entrega prevista para maio do próximo ano. Os dois primeiros empreendimentos do London Hills estão em fase de pré-lançamento. Ambos foram batizados com nomes de bairros londrinos: Queen’s Park e Kensington Gardens. “São edifícios totalmente autônomos, mas trazem essa referência à cultura inglesa, que também faz parte do nosso começo como cidade. É uma influência vista com certo charme pelo londrinense”, observa a arquiteta Márcia Ivale, responsável pelo projeto junto com a engenheira civil Eliza Koyama. Uma sofisticada região dentro da Gleba Palhano: assim será o London Hills, com edifícios de alto padrão, acabamentos primorosos, plantas inteligentes e generosas áreas de lazer Por Rosângela Vale Perspectivas ilustrativas da fachada do Queen’s Park (à esquerda) e da praça do empreendimento (acima) Living Vectra | 33 34| Living Vectra “A ideia é essa: marcar uma região nova dentro da Gleba Palhano; uma região em constante valorização e que ainda terá muitos lançamentos”, prevê a gerente administrativa Roberta Costa Alves Nunes Mansano, ressaltando que a referência à terra da Rainha será sutil e não temática. A principal delas está na praça de entrada, espécie de portal que delimita o início do “bairro”. “É uma praça com elementos que fazem alusão a alguns símbolos de Londres como a London Bridge, o Big Ben e as cabines telefônicas, além dos bancos de madeira e os pequenos gradis, que remetem aos parques londrinos”, conta Márcia. De acordo com a arquiteta, os tijolos vermelhos e as esquadrias brancas, característicos daquela cidade, também estarão presentes nos edifícios. “Por outro lado, não saímos da cultura da Londrina atual, uma cidade bastante moderna, que tem suas raízes, mas sempre foi vanguarda, na cultura principalmente. Então a gente quis levar essas características para o bairro. São áreas abertas, com bastante vidro, que trazem a sensação de liberdade e fazem com que os edifícios conversem com a rua”, define Márcia. Perspectivas ilustrativas do pub, da piscina coberta e aquecida e do espaço fitness do Queen’s Park A arquiteta reforça que o sotaque inglês será mais marcante no paisagismo e na ambientação da parte térrea. Um dos destaques é o pub, com chopeira, ambientação e mobiliário característicos, presente em todos os edifícios do London Hills. O coordenador de vendas Cléber Maurício de Souza aponta o alto padrão das áreas de lazer, destacando a do Kensington, bastante distinta das normalmente encontradas nesta categoria. “Não tem nenhum apartamento em Londrina com a mesma metragem e um lazer tão sofisticado”, garante. Em um terreno de três mil metros quadrados, de frente para a rua Caracas, o Kensington Gardens terá 24 pavimentos e quatro apartamentos por andar, cada um deles com 108 metros quadrados privativos e 215 metros quadrados de área total, com possibilidade de duas ou três garagens. Há três quartos, sendo uma suíte com cuba e ducha duplas e acabamento em mármore Travertino. O gourmet privativo com piscina é um dos pontos altos do projeto. “É uma área gourmet externa, fora da torre, com churrasqueira completa e piscina particular. Também tem piscina coberta e aquecida, spa, pub, pet care, quadra e piscinas descobertas”, enumera Cléber. “Irmão” maior do Kensington, o Queen’s Park tem 23 pavimentos e também quatro apartamentos por andar, com 173 metros quadrados de área útil e 275 metros quadrados de área total. Será construído em um terreno de 4.200 metros quadrados, na esquina das ruas Maria Lúcia da Paz e Caracas. São três suítes, com closet na do casal, e espaço para rouparia entre elas; uma sala grande e uma varanda de dimensões generosas. A novidade é o espaço para a adega, até com pontos para climatização. Esse espaço é uma espécie de curinga, podendo ainda ser escritório ou copa/cozinha. “A planta é fantástica; os clientes adoraram”, conta o coordenador de vendas. Os acabamentos reforçam a sofisticação e o alto padrão do edifício: mármore Carrara (branco com veios pretos) no hall, nos rodapés e nas bancadas; mármore Nero Marquina (preto com veios brancos) na suíte do casal. “O apartamento é todo em preto e branco; ficou realmente muito bonito”, revela Cléber. Tanto o Queen’s Park como o Kensington Gardens terão venezianas de enrolar e embutir (oferecendo 100% de abertura), com a possibilidade de serem automatizadas. Os apartamentos serão servidos por elevadores privativos com controle de acesso: já desembocam dentro da sala. E a maior parte das vagas de estacionamento é solta, ou seja, não são no sistema de gaveta. De acordo com o coordenador de vendas, outros diferenciais marcam os edifícios do London Hills: “A posição dos terrenos, por exemplo, também traz vantagens. “Os empreendimentos foram projetados de uma forma que não existe face oeste; o sol nunca incide frontalmente nos apartamentos.” Living Vectra | 35 Perspectivas ilustrativas da fachada e da área de piscinas do Kensington Gardens Responsável pelo projeto de interiores dos apartamentos decorados – ainda em fase de execução – o arquiteto Marcelo Melhado enfatiza a nobreza dos acabamentos. “Facilita a decoração quando existe esse cuidado da construtora; ajuda a imprimir a otimização dos espaços”, diz. Segundo ele, os apartamentos têm um conceito contemporâneo, que valoriza a integração e a utilização das áreas de convívio, sempre pensando em reunir a família e os amigos. No Queen’s Park, a bancada da varanda foi construída para facilitar essa dinâmica. “O churrasqueiro não fica de costas para quem está no balcão, mas de lado. Então se formou uma área gourmet muito generosa”, observa Melhado, informando que ali há espaço para frigobar, cave de vinhos e armários. Para o arquiteto, as janelas com peitoril baixo e as sacadas com peitoril de vidro, aumentando a amplitude da vista, são mais que detalhes, são conceitos que fazem toda a diferença. “A decoração entra como complemento para reforçar todo esse potencial de conforto”, resume. A previsão é que os apartamentos decorados estejam disponíveis para visitação na Vectra Store a partir de fevereiro de 2014. 36| Living Vectra Gem Collection área de lazer 38| Living Vectra Pôr-do-sol em Guaraqueçaba: espetáculo diário Estado de riquezas Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez Natureza extraordinária, cardápio diversificado, arquitetura centenária e povo hospitaleiro são um convite tentador para um passeio pelo litoral paranaense O gaúcho André, a curitibana Eliane e o norte-americano Curt têm vidas bem diferentes entre si, mas compartilham uma paixão em comum pelo litoral paranaense. E cada um a seu modo está mudando as histórias a seu redor depois de transformarem Antonina, Guaraqueçaba e Morretes, respectivamente, em seus novos lares. A região onde o trio decidiu morar é a parte mais conservada da Mata Atlântica, reconhecida pela Unesco como Sítio do Patrimônio Mundial Natural. Com bioma riquíssimo, que o digam os visitantes do Parque Nacional do Superagui e da Reserva Natural Salto Morato, o litoral paranaense ainda atrai as atenções pela diversificada gastronomia – de frutos do mar ao típico barreado –, e pela história. Guaraqueçaba surgiu em 1545, mas é a vizinha Paranaguá que detém o título de município mais antigo do Estado, fundada em 1648. Os rosados Colhereiros fazem pit-stop nos manguezais Baía de Guaraqueçaba A praça central serve de ponto de chegada e partida das embarcações de Paranaguá e Superagui 40| Living Vectra Gaúcho de nascença e curitibano por circunstâncias, André Furlaneto se tornou um caiçara paranaense por pura convicção. Radicado em Antonina há nove anos, quando deixou de lado a carreira no mercado financeiro, Furlaneto deu uma nova guinada há cerca de três anos, quando colocou de vez a sua Cantina Casa Verde no roteiro gastronômico do Paraná. Dezenas de clientes descem a serra nos finais de semana para provarem as delícias da culinária ítalo-caiçara do chef. Utilizar os ingredientes da região é uma das premissas de Furlaneto, que costuma visitar fornecedores e novos produtores de segunda a quarta, quando a Cantina está fechada. O mel vem de Guaraqueçaba, o queijo, de Tagaçaba e a cerveja é produzida artesanalmente por Curt Matherne, em Morretes. Veterinário por formação, Matherne se transformou em cervejeiro por necessidade e para produzir em causa própria. A produção, quando o americano não está trabalhando na Pousada Graciosa, ainda é de 50 litros por dia, mas deve aumentar em breve. Fundada em 1962, a Mercearia Rodrigues serve mais de 40 tipos de cerveja com decoração caprichada O Fandango segue vivo nos passos dos jovens da região Cada mergulho é um flash: no trapiche central, a tarde é de brincadeira das crianças 42| Living Vectra Apesar de não ter praia, Morretes é uma das cidades mais famosas e visitadas do litoral paranaense. Ponto final do passeio de trem que sai de Curitiba e passa pela Serra da Graciosa, o município também é conhecido pelo Barreado (carne cozida na panela de barro), considerado o prato típico do Paraná. É presença garantida na maioria dos restaurantes da cidade, principalmente os do centro histórico. Uma das exceções é o Sato’s (41 3462-1703), com porções generosas de frutos do mar ou até mesmo bife à milanesa. Na falta do mar, o rio Nhundiaquara, que corta a cidade, empresta charme aos restaurantes e praças às suas margens. Lojas de artesanato e cafés também fazem a festa dos turistas que chegam de trem. Há os que voltam no mesmo dia, de van ou ônibus, mas há também quem opte por passar mais tempo seja de calmaria ou de aventura, do boia cross às trilhas de bicicleta, passando pelas escaladas – o Marumbi foi a primeira montanha escalada esportivamente no Brasil. Ao sediar o primeiro porto particular do País, a vizinha Antonina viveu dias de glória durante cinco décadas no século passado. Sob o comando da família Matarazzo, a produção de sal, farinha e erva-mate era a grande empregadora da cidade. Hoje, os edifícios danificados foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ruínas, aliás, fazem parte do cenário da cidade, que também é conhecida pelo melhor e mais animado Carnaval do Paraná. A caminho do Parque Nacional do Superagui, a natureza encanta na água, céu e terra Living Vectra | 43 No Berçário do Boto, bastam atenção e silêncio para ver vários golfinhos A bela Estação Rodoviária está desativada do propósito inicial, mas abriga um espaço cultural e centro de apoio ao turismo. Foi restaurada há cerca de 10 anos e deve passar por reformas no teto nos próximos meses. Outros clássicos da arquitetura de Antonina são a própria Prefeitura e o Theatro Municipal. As descobertas feitas a pé são as melhores e podem garantir surpresas como a Pharmácia Internacional (41 Ilha de Superagui: beleza ao natural 3432-1227). Com boa parte do mobiliário original, da década de 1930, a farmácia mantém a placa ainda escrita com o ph de outrora, mas capricha na manutenção da fachada, impecável no branco e azul. No cardápio, o Barreado também é uma constante, mas é o siri o grande destaque da gastronomia local. Da tradicional casquinha à inusitada pizza, o ingrediente saboroso não faz feio ao substituir carne de boi ou frango. Depois de caminhar ou pedalar por uma trilha de 2,5 km, a recompensa são os 38 quilômetros de praia deserta Living Vectra | 45 Dependendo da rota, o passeio entre Guaraqueçaba e Superagui rende descobertas coloridas Pouco mais de 70 quilômetros de estrada de terra e pedras separam Guaraqueçaba de se transformar em um hit de sucesso no turismo brasileiro. Fundada em 1545, a cidade tem ingredientes de sobra para encantar o visitante. Para quem não quer enfrentar as cerca de duas horas de viagem, há a opção de ir de barco, saindo de Paranaguá. Bons ingredientes não faltam: comida boa, paisagens deslum- Forte dos Prazeres, na Ilha do Mel brantes, povo hospitaleiro e muitas histórias para contar. Como a cidade é pequena, o carro não fará muita falta e, para o passeio mais famoso, o Parque Nacional do Superagui, só mesmo de barco ou lancha alugada (com piloto local, já que as reentrâncias no mangue podem confundir facilmente quem não cresceu por ali). Com mais de 100 metros, Salto Morato é destaque na reserva natural que leva seu nome Living Vectra | 47 Mantida pela Fundação O Boticário, a Reserva Natural de Salto Morato fica a 14 quilômetros de Guaraqueçaba. A figueira centenária é destaque em um das trilhas. Se optar por fazer as duas caminhadas principais, esteja preparado para andar cerca de nove quilômetros 48| Living Vectra Maior atração mesmo – são 38 quilômetros de extensão –, a Praia Deserta atrai os visitantes à ilha de Superagui, cerca de 40 minutos de lancha de Guaraqueçaba. Sapatos confortáveis (são quase três quilômetros de trilha para se chegar até a praia deserta), repelente e proteção solar são essenciais. Disposição também é item básico na mochila. Na volta para a cidade, não deixe de passar pela Ilha das Peças, onde se encontra o Berçário do Boto. Golfinhos são presença constante em toda a região, mas no berçário a quantidade é ainda maior. Só não espere ver shows à la Flipper; as aparições por ali são bem mais discretas. Há 14 quilômetros de Guaraqueçaba fica a Reserva Natural do Salto Morato, uma RPPN (reserva particular do patrimônio nacional) mantida pela Fundação O Boticário e aberta ao público desde 1996. Além da visitação, também é possível acampar por lá, com banheiros e churrasqueiras. O destaque da reserva é o Salto Morato, com mais de 100 metros de queda. Fica a um quilômetro e meio da recepção, num caminho recheado de árvores e plantas nativas. Já foram catalogados 329 espécies de pássaros, além de dezenas de espécies de peixes, répteis, mamíferos como fe- linos, roedores, macacos e anfíbios. No meio do caminho, um aquário natural é um convite a um mergulho relaxante. Se sobrar fôlego, a segunda trilha, de quase três quilômetros, leva à centenária Figueira do Rio do Engenho. O inusitado da atração é ver que as raízes da figueira atravessaram o rio para se firmar. O ingresso para a reserva custa R$ 7. Os vários séculos de história do litoral paranaense não só formaram o prato típico como também a dança típica do Estado. O fandango, característico por sua batida forte dos tamancos e o som das rabecas, segue marcando o passo na região. E quem está mantendo a tradição não são os mais antigos, como era de se esperar. São os jovens que andam promovendo a retomada da dança. Em Guaraqueçaba, o fandango atrai adolescentes em oficinas mantidas pela Prefeitura Municipal. Leandro Diegues Gonçalves, diretor de cultura da cidade, e José Muniz, professor de história, são os responsáveis pelas oficinas, que tiveram início este ano. Mas desde o início dos anos 2000 a dupla vem colocando em pauta o fandango e a identidade do caiçara. Baía de Guaraqueçaba vista da sacada da Pousada Bambuza O charme de Antonina está nos detalhes marcados pelo tempo; até mesmo as ruínas ganham nova elegância. A Estação Ferroviária foi desativada e agora abriga centros cultural e de turismo. Deve ganhar uma nova reforma no teto em 2014 Pharmácia Internacional Theatro Municipal Interior da Prefeitura Municipal Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, de 1714 Living Vectra | 51 Cardápio ítalo-caiçara As várias gravatas penduradas em uma das paredes da Cantina Casa Verde (41 3432-3612) não são apenas parte da decoração. São simbólicas para o proprietário e chef André Furlaneto, que deixou o mercado financeiro em Curitiba para se instalar em Antonina, há nove anos. Ceviche de siri A relação com a gastronomia já vinha do berço italiano e se firmou ainda mais com o casamento com Gleisi, sua companheira também na cozinha. Batizado de ítalo-caiçara, o cardápio da Casa Verde ganhou um novo tempero há cerca de três anos. “Depois de uma grande enchente, o padre da cidade trouxe alguns chefs de Curitiba para um festival gastronômico”, lembra Furlaneto. Ao entrar em contato com nomes como Manu Buffara, Marcelo Amaral e Ricardo Filizola, o chef percebeu a riqueza dos ingredientes que tinha à sua disposição. Foi quando começou a criar sua rede de fornecedores locais, de siri a mel, passando pelos queijos. “Com essas parcerias tenho a confiança dos produtores e a credibilidade do cliente”, explica. Os almoços de sábado e domingo costumam atrair a clientela de outras cidades, que enfrentam estrada para provar a sequência proposta pelo chef. Das receitas de família, mantém a pizza como destaque e promove o siri como estrela. Tem casquinha, ceviche e pizza com o ingrediente nobre. “As pessoas não acreditam no preço, dizem que era para custar o dobro, mas como sou eu que vou para a cozinha, economizo na mão-de-obra”, justifica Furlaneto. O almoço por pessoa custa R$ 42. Depois do primeiro festival gastronômico, o chef não só conheceu outros colegas como ficou amigo deles. Manu Buffara, que já esteve em Londrina a convite da Vectra Construtora, costuma frequentar a casa do chef e trocar experiências sobre ingredientes. “Hoje mesmo ela almoçou em casa e falamos sobre as diferenças de gosto e sabor”, relata Furlaneto. 52| Living Vectra Ruínas verdes em Antonina Doce souvenir Quando morou na Austrália, Rafaela Takasaki Corrêa costumava receber da mãe pacotes da bala de banana Antonina, um jeito bem doce de matar as saudades de casa. O avô e o pai de Rafaela fundaram há 34 anos um dos clássicos quitutes do Paraná. À base de açúcar e banana, a bala contempla a fruta que é matéria-prima abundante na região. A embalagem desenhada por José Carlos, pai de Rafaela, segue a mesma nas mais de três décadas, assim como a receita, que é preparada pelo mesmo funcionário desde o início. Para cada quilo de bala – que custa cerca de R$ 8,50 na fábrica – são necessários cerca de quatro a cinco quilos de banana. A média mensal de produção é de oito toneladas. De acordo com a empresária, cerca de 90% das balas são enviadas para Curitiba e o restante é vendido no litoral. Graças à internet, as vendas online (www.balasantonina.com. br) também entregam o doce em qualquer canto. Living Vectra | 53 O dia-a-dia de Morretes pode bem ser dividido entre o antes e o depois do trem, que vem de Curitiba trazendo os turistas. Até meio-dia, muitas lojas ficam fechadas. A movimentação pelas ruas de pedra aumenta mesmo com a chegada dos visitantes Rio Nhundiaquara Living Vectra | 54 Gralha Azul, pássaro-símbolo do Paraná Coreto e lojas de artesanato são pontos de visitação em Morretes Estação ferroviária de Morretes: perde em beleza para a vizinha Antonina, mas garante o vaivém dos turistas Living Vectra | 55 Oásis à Bambuza Quando se aposentou, a curitibana Eliane do Rocio Valenza de Souza atravessou o Brasil e foi parar em Pernambuco, onde imaginava se estabelecer. Não deu certo e voltou para o Paraná. Numa ronda pelo litoral encontrou o que procurava, um terreno na Baía de Guaraqueçaba com vista privilegiada para o pôr-do-sol deslumbrante. Nasceu então a Pousada Bambuza (41 3482-1517), com quatro quartos que são verdadeiros camarotes da baía. As sacadas têm rede, os quartos têm ar-condicionado e geladeira e a pousada é servida por internet wi-fi. Dois gatos e dois cachorros fazem companhia à proprietária, que mora na Bambuza e imprime um jeito todo carinhoso no trato com os hóspedes. Eliane também aluga a lancha da pousada com piloto experiente para os passeios pela região. Além das ilhas de Superagui e das Peças, também é possível ir até a Ilha do Mel. Cerveja da terra Mirian Lovera Silva costumava dizer para seus alunos de inglês em Cascavel que eles iriam visitá-la, quando ela estivesse velhinha, em uma praia no nordeste. Era um sonho que se tornou realidade bem antes dos cabelos ficarem brancos e muito mais perto do que ela imaginava. Instalada em Morretes, Mirian comanda a Pousada Graciosa (41 3462-1807) ao lado do marido, o norte-americano Curt Matherne. De presente de casamento, Curt ganhou um kit cervejeiro, que foi muito utilizado ainda nos Estados Unidos, nos jantares para amigos. Em Morretes, o kit voltou a ser usado para suprir a falta de cervejas diferentes. “Os clientes da pousada começaram a querer também”, lembra Mirian. Batizada de Porto de Cima, em homenagem à região, a cerveja artesanal produzida por Curt está às vésperas de ter um aumento de produção de 10 vezes graças ao novo maquinário. Nomes de pássaros batizam algumas das cervejas como Pica-Pau (american amber ale), João de Barro (english special bitter ale) e Bem-te-vi (honey blonde ale), além da Maracujá Kölsch, Bafo do sapo e Crazy Belgian. Em comum as cervejas têm, além do malte e do lúpulo importados da Bélgica, a água cristalina que vem da Reserva Particular do Patrimônio Nacional Pousada Graciosa. Por não ser filtrada, “a água permite extrair os mais delicados sabores e aromas produzidos pela levedura”, ensina o cervejeiro, que por enquanto ainda trabalha sozinho e tem o simpático lema: “Bebemos o que podemos, o resto vendemos”. Além da cerveja, Curt também produz os pães servidos no café da manhã da Pousada, que conta com seis chalés, que comportam um casal e uma criança. À noite, o chef-cervejeiro também prepara pizzas no forno especial para quem não quer deixar a tranquilidade da pousada para ir até a cidade. Living Vectra | 57 BREVE PA R T Y R O O M Receber os amigos vai ter um charme ainda mais especial Perspectivas ilustrativas. CRECI 3468-J/PR. CHURRASQUEIRA ESPAÇO GOURMET PRIVATIVO COM PISCINA 1º EMPREENDIMENTO 173 M2 3 suítes 2 3 privativos 1 suíte máster OU VAGAS SOLTAS Informações: 43 3376 4476 biblioteca O batismo de fogo do Paraná Fogo no Paraná (Canção de João do Vale) Seu Zé Paraíba, Seu "Zé das Criança" Foi pro Paraná, cheio de esperança Levou a "muié", e seis "barriguidin" Pedro, Joca e Mané Severina, Zefa e Toinho No Norte do Paraná Todo serviço enfrentou Batendo enxada no chão Mostrou que tinha valor Dois anos de bom trabalho Até cavalo comprou A meninada crescia Robusta e muito animada A "muié" sempre dizia Ninguém tá com pança inchada Tudo igualzim a sulista De buchechinha rosada Se nordestino é pesado É do outro vício o cavaco É como diz o ditado Porta só quebra no fraco Deus quando dá a farinha O diabo vem e rouba o saco Aquele fogo maldito Que o Paraná quase engole José lutava com ele Acompanhado da prole Vós misse fiquem sabendo Que José nunca foi mole Depois de tudo perdido José voltou pro ranchinho Foi conferir os meninos Tava faltando Toinho Voltou em cima do rastro Gritando pelo caminho Cadê Toinho, cadê Toinho Responde Toinho Cadê Toinho Vem cá Toinho Escute Toinho Cadê Toinho Cadê Toinho... Por Paulo Briguet Fotos Fábio Pitrez No livro “1963 – O Paraná em chamas”, José Luiz Alves Nunes relembra um dos maiores incêndios florestais de todos os tempos, que atingiu o Estado há exatos 50 anos A vida de uma sociedade, a exemplo da vida individual, é marcada por uma série de mortes e renascimentos. A grande arte celebra esses rituais de passagem em forma de literatura, música, pintura, escultura e outras formas de expressão. Ao ler o livro “1963 – O Paraná em chamas”, do geógrafo londrinense José Luiz Alves Nunes, tive duas reações imediatas. A primeira foi lembrar-me dos versos de Cecília Meireles: “A vida só é possível reinventada. Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas... Ah! tudo bolhas que vêm de fundas piscinas de ilusionismo... – mais nada. Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada”. A segunda impressão causada pela leitura de “O Paraná em chamas” foi que o episódio do grande incêndio ocorrido há 50 anos poderia inspirar uma bela obra de arte. Diante de tal história, um escritor faria um romance; um pintor faria um belo quadro; um compositor faria uma sinfonia; um dramaturgo imaginaria uma peça trágica; um poeta escreveria uma ode ou poema épico; um jornalista elaboraria uma reportagem. O músico popular João do Vale fez uma canção: “Aquele fogo maldito/ Que o Paraná quase engole/ José brigava com ele/ Acompanhado da prole/ Vosmecê fique sabendo/ Que José nunca foi mole”. Na condição de geógrafo, José Luiz Alves Nunes não fez um romance, um quadro, uma sinfonia, uma peça, um poema, uma reportagem, uma canção. Fez um mapa. Esse mapa textual, traçado meio século após os acontecimentos, certamente ajudará os paranaenses a compreenderem um pouco mais da sua identidade. Nunes teve uma brilhante intuição ao perceber que o incêndio de 1963 é um dos espelhos que mostram a nossa face no tempo histórico. Há exatos 50 anos, entre agosto e setembro de 1963, o Paraná foi atingido por aquele que possivelmente foi o maior incêndio florestal de todos os tempos. O fogo se espalhou por 128 dos 166 municípios então existentes no Estado, consumindo uma área de 2 milhões de hectares. Até hoje não existem dados precisos sobre o número de vítimas e o montante dos prejuízos; sabe-se que ao menos 4 mil residências foram queimadas e 5,7 mil famílias foram desabrigadas. O incêndio consumiu casas, sítios, lavouras, reservas florestais nativas, áreas de reflorestamento, zonas urbanas. Mas talvez o maior drama tenha vindo depois que o incêndio foi controlado, com a erradicação de boa parte das lavouras de café e o êxodo rural. Eram as dores de parto de um Paraná que mais uma vez precisava renascer. Afinal, aqui também “a vida só é possível reinventada”. Seca, geada e queimadas José Luiz Alves Nunes dedicou-se um extenso trabalho de pesquisa sobre o assunto. Montou um quebra-cabeça com relatos de testemunhas, matérias jornalísticas, relatórios oficiais, trabalhos sobre climatologia e até documentos obtidos no exterior. Levantou as causas do incêndio e derrubou alguns mitos que cercam o tema. Em todo esse trabalho, o mais admirável é a luta incansável do autor contra um adversário impiedoso: o tempo. Por vezes chegamos a esquecer que o geógrafo está escrevendo sobre algo ocorrido meio século atrás, tamanha é a familiaridade com que trata o assunto. Como em todas as tragédias, o incêndio de 1963 não teve uma causa única. Pode-se dizer que o primeiro estopim foi a geada na noite de 6 para 7 de agosto. Naquele ano, o Paraná vinha enfrentando um longo período de seca. O desmatamento avançava: de 1955 para 1965, houve uma redução de 35% para 25% das áreas florestais no Estado. Os solos foram ficando cada vez menos úmidos e os ventos, mais velozes. Com a geada, uma grande parte dos cafezais se perdeu; os pés de café eram arrancados e amontoados pelos agricultores. O barril de pólvora estava montado; só faltava um estopim para dar início à tragédia. E o estopim foi um hábito cultural arraigado entre a população do campo: as queimadas. “Tudo se encadeava perfeitamente tal como um rastilho de pólvora à espera de uma pequena faísca. Esse rastilho, porém, não estava concentrado em único local”, afirma Nunes. A sinistra sequência entre seca, geada e queimadas acabou provocando uma sucessão de incêndios localizados que acabaram por atingir 77% dos municípios do Paraná. Apenas o Sudoeste do Estado e alguns municípios próximos a Curitiba não foram afetados. Mesmo assim, o aeroporto de capital chegou a ser fechado por falta de condições de visibilidade. Living Vectra | 61 Temperatura política Enquanto a fumaça tomava os céus do Paraná, o fogo se alastrava em uma labareda contínua e chegava às manchetes dos jornais de circulação nacional. Última Hora, Jornal do Brasil, Gazeta do Povo e Folha de Londrina foram os principais jornais pesquisados pelo autor. Mas até a revista Hispanic American Report, publicada pela Universidade de Stanford (EUA), trouxe uma reportagem completa sobre o tema. Nunes recorreu até aos arquivos da Biblioteca do Congresso, sediada em Washington, para respaldar sua narrativa. A certa altura do livro, José Luiz Alves Nunes se pergunta por que o episódio do incêndio ficou tão esquecido entre os paranaenses. Talvez uma resposta esteja na contextualização histórica feita pelo próprio autor: 1963 foi um ano de grandes turbulências políticas no Brasil e no mundo. O governo do presidente João Goulart se aproximou dos movimentos de esquerda, gerando uma série de conflitos que desembocariam no golpe militar de 1º de abril de 1964. No momento em que o incêndio ocorria, o país era assolado por uma onda de greves e mobilizações sociais. Ao mesmo tempo, a economia passava por uma onda inflacionária. Some-se a isso o contexto da Guerra Fria e a crise dos mísseis em Cuba – quando o mundo esteve duas semanas sob a ameaça concreta de um holocausto nuclear –, e entenderemos que o incêndio no Paraná, embora trágico e gigantesco, tenha despertado menos atenções do que seria razoável. As chamas do Paraná acabariam eclipsadas dentro de uma era de conflitos. Só para mencionar um acontecimento que marcou aquele ano, lembremos que o presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, seria assassinado no dia 22 de novembro. Pode-se dizer que o incêndio refletiu em parte os conflitos ideológicos que marcaram o período. O governador do Paraná, Ney Braga, era um dos nomes fortes da oposição ao presidente João Goulart. Adversários locais o apelidaram de “Ney Brasa”, acusando-o de exagerar as dimensões do incêndio para fazer autopromoção política. Nunes afirma não ter encontrado evidências de que Ney Braga tenha feito esse tipo de manobra. O incêndio era real e talvez até mais devastador do que o próprio governador afirmava. No dia 8 de setembro, João Goulart sobrevoou as áreas atingidas pelo incêndio e prometeu uma ajuda financeira ao governo do Paraná. Ocorre que essa ajuda não veio. A maior ajuda do governo federal viria de uma forma inusitada. “O embaixador brasileiro nos EUA, Roberto Campos fez importantes contatos com o presidente Kennedy, que resultaram no apoio de várias organizações dos Estados Unidos, como o US Fire Forest Service, e de entidades internacionais, como a Cruz Vermelha para as Américas”, relata Nunes. Os Estados Unidos, preocupados com a ameaça de cubanização do Brasil, ajudaram muito no combate ao incêndio: enviaram médicos, enfermeiros, bombeiros, remédios, alimentos, tendas e suprimentos. Na cidade de Tibagi, os norte-americanos puseram em funcionamento um hospital com cem leitos. Merle S. Lowden, especialista do Serviço Florestal dos EUA, forneceu ajuda técnica às equipes de salvamento (a Defesa Civil do Paraná só seria criada em 1972). A ajuda também veio de outros estados brasileiros, Grã-Bretanha, Canadá, Israel e Vaticano. O papa Paulo VI enviou 3 milhões de cruzeiros para as operações de resgate – valor correspondente a mais do que o triplo do inicialmente prometido (e não enviado) pelo governo do Brasil. Meio século depois do terrível acontecimento, o livro de José Luiz Alves Nunes prova que ainda é possível aprender com o passado e planejar melhor o futuro. Doze anos depois do incêndio que consumiu o Paraná, ocorreria mais uma tragédia coletiva: a geada negra de 1975. Esses cataclismos históricos equivalem às mortes e renascimentos do ser humano individual. Após o incêndio de 63 e a geada de 75, o Paraná teve de se reinventar, procurando novos rumos e novas práticas. Se estamos aqui hoje e podemos relembrar esses episódios, significa que houve uma geração de homens e mulheres fortes, corajosos, capazes de superar as piores adversidades. A eles, a nossa gratidão. Serviço – “1963 – O Paraná em chamas”, de José Luiz Alves Nunes. Contato: [email protected] V EX EN PE H R AV IÊ N IV C E IA R Ú UM N IC A A ! 6 D SA 3 IGI LA D TA S EL I A S S 3D A G D I P IS FE O C R LT O E N N RO FO C N R IA A TÁ D S V AS EI S Américo Deolindo Garla, 224 E C D OM M E D PO 1 2 O TÊ M L N IL BY C W IA A 7 T T .1 S SO A M A TU ESQUEÇ TE D L E A 25 G 0 IGA m ² NT R ER ES A D O S M U N LU E CÊ O V E U Q DO O INEM C E D A L RE SA B O S A I SAB A. lounge Ah, se essas paredes falassem Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez 64| Living Vectra Ponto de encontro de políticos e artistas – de passagem ou não pela cidade – bar do hotel Bourbon Londrina até ganhou o apelido de Senadinho No dia 31 de outubro, o hotel Bourbon Londrina completou 50 anos, confirmando seu marco histórico na cidade. Por seus quartos já passaram Roberto Carlos, que por sinal teve uma suíte toda restaurada especialmente para sua estadia, e Elis Regina, entre outros grandes nomes da música brasileira. Mas nem só de hóspedes, famosos ou não, vive o endereço na região central de Londrina, a poucos metros da Catedral Metropolitana. Ponto de encontro de políticos, o bar do hotel logo ganhou o singelo apelido de Senadinho. “Teve uma época em que cada cidade tinha o seu senadinho, o de Londrina foi aqui”, explica José Roberto Vezozzo, diretor do hotel. “Até mesmo por conta da localização, as pessoas costumavam marcar de se encontrar aqui”, lembra o diretor, que não só presenciou como participou de muitas das reuniões. “Sempre recebi muitos convites para me filiar a partidos, para me candidatar, mas nunca aceitei”, conta Vezozzo, que como bom anfitrião não tomou, literalmente, partido de um ou outro convidado. Filho de Angelina e Caetano Vezozzo, fundadores da rede hoteleira – que hoje conta com filiais em três estados e também na Argentina e no Paraguai –, José Roberto lembra que durante muitos anos o hotel londrinense foi uma extensão da casa da família, já que os pais moraram ali. “Minha mãe serviu refeições, a pedido de um médico, a um jovem artista, muito tímido e que estava doente. Só depois é que ele se tornou o conhecido Mazzaropi. E, mesmo famoso, sempre que estava em Londrina, vinha se encontrar com a minha mãe para conversar”, diz. Histórias de generosidade dos pais são recorrentes nas memórias de Vezozzo, que cita ainda a passagem da dupla sertaneja Vieira e Vieirinha pelo hotel. “Quem contou a história foi o Cleber Tóffoli e depois foi escrita pelo Nelson Capucho. O pai do Vieira estava doente e faleceu. Sem ter como avisar a dupla, a família usou o meio de contato da época, o rádio. Do interior paulista a história foi se espalhando até que chegou em Londrina. Quando eles chegaram no hotel, depois do show, meu pai já estava com as passagens deles compradas e acertado tudo.” Living Vectra | 65 Testemunha da história: o garçom João Sampaio da Silva Os dois casos ilustram o espírito hospitaleiro da família. Com 36 anos de casa, o garçom João Sampaio da Silva sabe bem o que isso significa. “O Bourbon é assim, é a família, é a educação. Vi os filhos do senhor Roberto crescerem”, relata. “Quem também vi crescer aqui foi o filho do Dinho, que era muito meu amigo. Hoje o filho dele é nosso gerente lá em Foz”, aponta o garçom. O Dinho em questão é Geraldo Julio, o mais famoso Rei Momo que a cidade já teve. “O Dinho veio para ser garoto-propaganda da Cerveja Londrina e acabou ficando”, lembra Vezozzo. “Ele era muito irreverente, amanhecia aqui contando piadas”, entrega Silva. A passagem do Rei Momo foi tão marcante que o bar do hotel hoje se chama Dinho´s. E as homenagens foram além, já que o premiado escritor Domingos Pellegrini escreveu um poema dedicado a Dinho e que estampa uma das paredes do lugar. Quando trabalhava no turno da tarde, até cinco anos atrás, o garçom João Sampaio da Silva viu muitos capítulos da política do Paraná se desenrolarem à sua frente. Conheceu todos os governadores e senadores paranaenses durante suas respectivas gestões. “Tem um pessoal lá de cima que vem sempre aqui. O Requião vive aqui, o Álvaro Dias também”, lista. Segundo Silva, a candidatura de Dias ao governo foi decidida e lançada no hotel. Mas a convivência política nas últimas quase quatro décadas influenciou o comportamento do garçom. “Quando alguém me perguntava algo sobre uma reunião eu dizia que não estava aqui naquele dia, que era turno de outro rapaz. A gente tem que desviar. Tem muitas coisas confidenciais, tem que saber onde pisa”, explica. Poema de Domingos Pellegrini em homenagem ao famoso Rei Momo Dinho Mesmo com tanto vaivém de vários partidos, Silva garante que “aqui nunca teve uma briga, nada. Se vinham dois partidos, a gente colocava uma turma sentada num canto para lá, a outra turma para cá, que era para uma não ouvir o que a outra estava conversando.” “Tenho escrito umas coisas, porque tem horas que a gente não lembra mais de tanta coisa”, adianta o garçom. Dos fatos engraçados, não esquece de um político que já estava com umas doses a mais. “Levei ele para o quarto antes dele dar trabalho. Só que coloquei os sapatos dele em cima do guarda-roupa para ele não sair. E não é que ele desceu descalço achando que tinha esquecido os sapatos no bar?”, diverte-se. Outro destaque no diário de memórias de Silva: os encontros com a cantora Elis Regina. “Na época que ela vinha aqui, namorava o César Camargo Mariano, que era amigo da Márcia que cantava aqui. Quando eles saíam e iam para outro bar, eu ia junto. Sempre fui metido em música, de fazer percussão”, recorda-se. “Também toquei com João Bosco”, rememora. Living Vectra | 67 área de serviço Pedrasobrejá Pedra Por Rosângela Vale Foto Fábio Pitrez Cuidados especiais de limpeza e manutenção podem garantir vida longa e bela a mármores e granitos Pisos e acabamentos em mármore e granito garantem nobreza e sofisticação aos ambientes, mas exigem cuidados especiais para que se mantenham belos e tenham vida longa. O coordenador de engenharia da Vectra, Márcio Giocondo, explica que, por serem rochas naturais, compostas basicamente por cristais de um ou mais minerais, mármores e granitos são porosos e estão sujeitos a alterações decorrentes do uso, contato com o meio externo e manutenção. Ele recomenda atenção especial com cigarros, graxas, urina de animais e líquidos como café, vinho e refrigerantes. “Se houver contato com algum desses materiais, é preciso limpar rapidamente a superfície para evitar manchas”, avisa. Na hora de limpar, a principal recomendação é fugir de produtos abrasivos ou com princípio ativo forte, como sapólio, água sanitária, amoníaco, hipocloreto de sódio, soda cáustica, querosene, ácido ou produtos químicos. “Eles podem danificar a pedra permanentemente”, adverte Giocondo. A empresária Beatriz Freitas, da Pedralha Mármores e Granitos, recomenda cuidado com utensílios e outros objetos metálicos deixados sobre as bancadas, pois a ferrugem penetra na pedra. Vinagre e limão também são inimigos, sobretudo de mármores. “Grãos de areia são a principal causa de riscos nas pedras”, informa. Márcio Giocondo explica que a limpeza deve ser feita em etapas: primeiro retire a sujeira sólida, como a poeira, como um pano macio. Se houver partículas maiores, o ideal é uma vassoura macia. Para remover a sujeira que ficou grudada, molhe um pano numa solução de água com sabão de coco ou detergente de PH neutro e torça bem, evitando que o líquido pingue na pedra. Enxágue usando um pano macio umedecido apenas em água (e bem torcido). Seque com outro pano, seco e macio. A última etapa é a utilização de cera líquida incolor. “Para pisos, há detergentes com cera líquida que podem ser misturados à água”, observa Giocondo, informando ainda que também é possível encontrar ceras específicas para mármores e granitos. Para lustrar, utilize apenas flanela. A frequência do uso da cera deve variar conforme o tipo de ambiente. Uma sugestão é encerar lavatórios, pias e tampos em geral uma vez por mês e pisos a cada quinze dias. 68| Living Vectra moldura O filho de Lázaro Painel de fotos lembra os quase 50 anos de carreira, que começou com um sonho do pai Lázaro 70| Living Vectra Aldair Teodoro da Silva não só realizou o sonho do pai de ser cantor como se tornou um dos grandes nomes da música sertaneja ao formar a dupla Teodoro & Sampaio Por Karla Matida Fotos Fábio Pitrez Teodoro em seu escritório em Londrina: agenda recheada com uma média de 15 shows por mês Living Vectra | 71 Discos e mais discos de ouro, fotos históricas, placas de Cidadão Honorário de duas cidades e outras lembranças dividem espaço nas paredes do escritório do cantor, compositor e empresário Aldair Teodoro da Silva. Mas um dos quadros é ainda mais significativo histórica e emocionalmente. Estão lá em destaque as promissórias e a nota fiscal do violão comprado em 1961 pelo pai Lázaro, grande incentivador da carreira de Teodoro. Há dois anos, com o lançamento do livro “Teodoro – Um ídolo sertanejo”, escrito por Apollo Theodoro e Domingos Pellegrini, o cantor fazia planos de diminuir o ritmo das apresentações. Mas quem acompanha a agenda percebe que isso está bem longe de acontecer. Em novembro, a programação era de 21 shows. Isso sem contar o programa de televisão Amigos do Teodoro & Sampaio, que vai ao ar em rede nacional semanalmente pela Band Sat. Pai e filho costumavam animar as rodas de amigos cantando clássicos da música sertaneja. O sonho de Lázaro de ser cantor foi logo transferido para o filho, que abraçou o desejo paterno e hoje é um dos nomes mais bem sucedidos do meio. Afinal, lá se vai meio século de carreira, que teve início quase duas décadas antes da icônica dupla Teodoro & Sampaio. Meeiro, Lázaro Teodoro da Silva veio de Minas Gerais e formou família no Norte do Paraná. Além do primogênito Aldair, que gostava de chamar carinhosamente de Dair, também teve outras cinco filhas com a esposa Francisca. Até vir se instalar em Londrina, em 1963, passou por Santo Antônio da Platina – onde Teodoro nasceu –, São Sebastião da Amoreira e Cambé. Quando 2013 chegar ao fim, a soma dos shows por todo o País será de expressivas 147 apresentações. Segundo Teodoro, a média mensal é de 15 shows. “Se a gente contar que leva um dia para viajar, quando vê, passou o mês na estrada”, contabiliza. Infelizmente, o pai faleceu em 1965, antes de ver o filho ficar famoso. Mas a mãe Francisca, que a princípio não fazia gosto da carreira artística, por achar que era algo muito sofrido, tomou para si a tarefa de apoiar o filho incondicionalmente. Casado com Bárbara, que conheceu no circo, palco de seus shows durante boa parte do início de carreira, Teodoro tem dois filhos: Marcello e Rodrigo. Enquanto Marcello preferiu cursar Engenharia e Direito, Rodrigo logo cedo seguiu os passos do pai. Não pensou em ser cantor, mas se tornou produtor dos discos, shows e DVDs. Também foi baterista da banda que acompanhava as apresentações. Hoje é prefeito de Santa Mercedes (SP), onde Teodoro tem fazenda. E o primogênito Marcello acabou ampliando seu lado artístico ao aceitar um convite do pai para dividir a apresentação do programa de televisão. “Sempre fui da comunicação, mas preferi estudar”, lembra. Em um dos especiais de Dia dos Pais, emocionou Teodoro ao soltar a própria voz. “Então ele me chamou para cantar no show do DVD de 30 anos da dupla.” Marcello acaba de lançar o segundo CD. Pelas contas de Teodoro, em 47 anos de carreira, ele já gravou 42 discos, que renderam 19 discos de ouro e platina, e dois DVDs. O primeiro, de 2004, foi gravado na casa de shows paulistana Olympia e contou com a participação de Chitãozinho & Xororó e Sérgio Reis. Em 2011, em comemoração aos 30 anos, o segundo DVD foi gravado no Teatro Bradesco, também em São Paulo. Algumas singularidades acompanham a dupla Teodoro & Sampaio nestes 32 anos. Teodoro é único, mas o Sampaio já mudou três vezes, sendo que o atual, Gentil Aparecido da Silva, foi o primeiro. Confuso? Vamos às datas. Gentil foi o primeiro Sampaio e formou a dupla de 1981 a 1996, quando foi substituído por Alcino Alves, que por sua vez 72| Living Vectra O cantinho das homenagens traz as placas de Cidadão Honorário de Teodoro Sampaio (SP) e Londrina, da Assembleia Legislativa do Paraná e o chapéu do apresentador Raul Gil cedeu seu posto em 2009, de novo assumido por Gentil. Teodoro, que já havia cantado ao lado de Gonzaga e Zé Tapera, se inspirou na cidade paulista Teodoro Sampaio e na rua homônima de São Paulo para criar a dupla. “Tem gente que me pergunta da rua e eu falo que comprei. Uma vez um guarda me parou numa estrada na Bahia, viu a placa e perguntou que cidade era aquela. Disse que era uma cidade que tinha comprado. Ele me deixou ir embora”, diverte-se. Durante uma época, os carros do cantor eram emplacados na cidade paulista. “E eu ainda colocava um E, para ficar Teodoro E Sampaio”, lembra. Com um jeito único de administrar a carreira, Teodoro é o próprio empresário da dupla. “Por que vou vender o arroz que eu planto, se vou ter que comprar de volta para comer”, justifica sobre o corte dos intermediários. “E porque eu não sei mentir para mim mesmo, se estou bom, estou bom, se estou ruim, estou ruim.” Para o cantor, ser o próprio empresário também é um dos segredos do sucesso longevo. “Tem os empresários que percebem que uma dupla está em baixa e vão para outra”, explica. “Enquanto Deus der saúde, tem que lutar. A gente fez nome para isso. E tem que agradecer do povo querer ver a gente”, afirma Teodoro, sobre a movimentada agenda de shows. “É que o pessoal de São Paulo (que cuida da agenda) recebe comissão, se deixar, eles me colocam para cantar até de dia, principalmente agora nesse finalzinho de ano”, brinca. Mulher Chorona, um dos maiores sucessos de Teodoro, rendeu um Disco de Platina Living Vectra | 73 Marcello segue os passos do pai e acaba de lançar seu segundo CD, além de dividir a apresentação do programa televisivo Amigos de Teodoro & Sampaio O recorde de público da dupla é de cinco anos atrás, em Chapecó (SC). “Foram 65 mil pagantes”, lembra bem. Na vizinha Xanxerê, 55 mil pessoas marcaram presença no show. Queridos dos catarinenses, Teodoro & Sampaio também tem fãs fiéis em Minas Gerais, sendo que pelo menos um terço dos shows anuais tem endereço mineiro. “Já fizemos 35 shows em Uberlândia”, conta Teodoro. Outros números grandiosos seguem impressionando. “Mulher Chorona vendeu dois milhões de discos”, lembra o cantor, que lista ainda Vestido de Seda, entre os maiores sucessos das três décadas. De acordo com Teodoro, “Pitoco vendeu na pirataria mais de um milhão”. “As crianças adoram e querem abraçar o cachorro de pelúcia que aparece no palco.” No vídeo, é o dálmata da família que dá forma ao célebre Pitoco. O cão fica na fazenda para a qual o cantor costuma ir descansar. Jogar bola, bocha e pescar estão entre as atividades preferidas. Mas o descanso não é dos mais longos. “Um dia estava pescando quando apareceu um radialista, dei uma vara para ele e conversamos pescando”, lembra. Pintados e pacus agora começam a ganhar a companhia de tilápias nos tanques da fazenda. “É o peixe que estão usando o couro para fazer bota, bolsa”, diz o lado mais empresário do cantor. Com um novo CD prestes a sair do forno, Teodoro vai parar com os shows de meados de dezembro até março. “Mas nada de férias, preciso ir para as capitais para divulgar o novo trabalho”, adianta. 74| Living Vectra sacada A força do canto Por Rosângela Vale Fotos Fábio Alcover 76| Living Vectra Responsabilidade, integração social e autoestima são alguns frutos do trabalho desenvolvido pelo Coral Infantil Crystal Vectra, que completou oito anos e já atendeu cerca de 400 crianças Legendas “Me vejo regente de uma orquestra internacional”, revela Nicole Cardoso A estudante Nicole Cardoso, hoje com 14 anos, não se interessava pelos estudos nos tempos de criança. Por isso, quando apareceu a chance de participar de um coral infantil durante o horário escolar, ela nem pensou duas vezes. “Comecei a cantar só para ficar fora da sala de aula. Eu era bem sapeca”, lembra. O que na época ela não imaginava era que a música daria rumo à sua vida. Quando chegou à quarta série do Ensino Fundamental – idade limite para a participação no projeto “Um canto em cada canto: educação musical através do canto coral”, patrocinado pelo Promic com o apoio da UEL – Nicole ficou desolada com a ideia de parar de cantar. O que certamente aconteceria se não houvesse o Coral Infantil Crystal Vectra, fruto da parceria da Vectra Construtora com o Crystal Palace Hotel e o apoio do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracom). O projeto propõe a educação musical de crianças com idades entre 7 e 14 anos e é aberto a toda comunidade. “É a primeira empresa na cidade que patrocina um coral para crianças; várias têm corais adultos, mas, infantis, nenhuma outra”, observa a pedagoga Oleide Lelis, coordenadora tanto do Coral Infantil Crystal Vectra quanto do projeto “Um canto em cada canto”. “Posso dizer que o coral da Vectra foi uma âncora no sentido de receber as crianças do projeto, que não teriam a oportunidade de cantar em outro lugar”, ressalta. “Gosto de música porque me orienta nas outras coisas também”, diz Sabrina Silva O Coral Infantil Crystal Vectra completou oito anos em 2013 e, neste período, atendeu cerca de 400 crianças, muitas delas na mesma situação de Nicole, que hoje não apenas canta, mas também toca e dá aulas de piano no bairro onde mora, no Conjunto Aquiles Stenghel. “Me dei muito bem, mais do que imaginava. Tudo o que fazemos no coral reflete na nossa própria vida. Entra disciplina, responsabilidade. A gente aprende de uma maneira legal”, define a garota, já certa do que quer para a vida profissional. “É música, não tem outra escolha. Foi uma coisa que me cativou, foi onde eu me achei”, diz, mirando a carreira internacional. “Me vejo regente de uma orquestra enorme”, revela. Planos compartilhados com a amiga Sabrina Vitória de Souza Silva, 14 anos, que encontrou na música e no esporte as chances de um futuro melhor. Ela mora apenas com a irmã de 16 anos no Jardim Campos Verdes, em Cambé, e tem mais cinco irmãos. “Gosto bastante de música porque me orienta nas outras coisas também”, justifica. Sabrina coleciona medalhas em competições escolares de atletismo e está no Coral Infantil Crystal Vectra desde 2010, quando foi descoberta pela professora Klésia Garcia em um estudo bíblico no Jardim João Turquino. “Canto bem”, reconhece. A coordenadora do projeto, Oleide Lelis, e a professora Ana Paula Miqueletti: resultados gratificantes 78| Living Vectra A percepção musical que se adquire nas aulas de canto vai além do trabalho com a voz. A estudante Letícia Rodrigues dos Santos, 17 anos, estudou teclado em um conservatório e, depois de se formar, entrou no Coral Infantil Crystal Vectra, onde ficou por três anos. “Evoluí muito porque no conservatório me deram o básico, mas a noção geral foi o coral que me passou. Lá eu cantei em inglês e hebraico, conheci culturas diferentes. Abriu tanto a minha cabeça que não fiquei só no teclado. Quis aprender a tocar acordeon, violão, violino, cavaco”, relata. Hoje Letícia divide os estudos de Técnica em Logística com os compromissos de sua banda, que toca em casamentos, e com as aulas de teclado que ela ministra em sua igreja. “Estamos abrindo uma ONG para ensinar música”, conta. “É gratificante ver o desenvolvimento vocal e também pessoal das crianças. Algumas são apagadinhas e, na hora de cantar, se soltam, ficam felizes”, observa Oleide. Ela credita a continuidade do projeto ao engajamento incondicional da Vectra e também à sua dedicação enquanto condutora dessa proposta pedagógica. “Acredito na música como um meio de desenvolvimento geral da criança: coordenação motora, responsabilidade, integração social, autoestima”, enumera. Idealizadores do projeto, a diretora administrativa Roberta Nunes Mansano e o coordenador de comunicação Fábio Mansano comemoram os frutos do trabalho desenvolvido ao longo desses oito anos. “É uma prática em que a gente realmente acredita; não estamos fazendo voluntarismo”, frisa Roberta, que se emociona ao se lembrar do relato das mães feito numa das apresentações de encerramento de ano. “Elas falaram da mudança de comportamento dos filhos em casa, com os irmãos; fiquei tão surpresa, tão emocionada. Pensei: ‘Meu Deus, é muita responsabilidade.’ Se fosse colocar em perspectiva, não imaginaria tudo isso.” De acordo com Fábio, a ideia original do projeto era receber apenas os filhos dos funcionários, mas, como não houve adesão suficiente, a participação foi aberta à comunidade. “Certa vez, fizemos um levantamento e havia crianças de todas as regiões da cidade”, conta Roberta. Segundo Oleide, atualmente o coral é composto, na maioria, por crianças de classe média e por uma parcela menor de baixa renda, para quem a Vectra fornece passes de ônibus. O objetivo do trabalho nos próximos anos é incrementar a agenda do coral com mais apresentações, incluindo performances especiais nos eventos sócio-culturais da construtora. Momentos do concerto de aniversário do Coral Infantil Aqui e alto-falante acolá Depois de 14 anos, o pernambucano Siba voltou a se apresentar em Londrina. Ele não tinha certeza do ano – achava que era 2000, mas alguém na plateia do Teatro Marista lembrou direitinho: foi em 1999. “É muito fácil misturar as lembranças dos lugares, mas Londrina foi uma cidade para lembrar. Lembro bem do primeiro show e do clima bom da cidade, tinha muita coisa acontecendo por causa do festival de teatro (Filo).” Lançado em 2012, o CD Avante foi a base do show que Siba mostrou na cidade, em mais uma edição do projeto Vectra ConstruSom. Antes de subir ao palco, o músico conversou com a Living Vectra sobre lembranças e novos projetos. Detalhe: fazia apenas dois dias que Siba estava de volta ao Brasil, depois de uma viagem à Europa. Foram dois shows – um em Londres e outro em Paris – e uma série de entrevistas por conta do lançamento do CD em terras estrangeiras. No ano que vem, o músico deve intensificar ainda mais a agenda de apresentações no continente europeu. E aí sim, formar o que ele reconhece como turnê, “que é quando você tem um conjunto de shows ligados a uma viagem. Se você foi fazer um show e voltou para casa não é turnê, e boa parte do tempo é isso, faz dois ou três shows e volta para casa”, define Siba. Avante é o primeiro disco realmente solo da carreira do músico, que começou no Recife com a banda Mestre Ambrósio, da qual foi líder de meados do anos 1990 ao início dos anos 2000. Depois continuou a carreira com o projeto Siba e a Fuloresta. Foi quando se mudou para a Zona da Mata pernambucana, reunindo músicos de maracatu em Nazaré da Mata. “Era um grupo muito particular, com muita identidade, com muita força própria, não podia ser apenas meu nome. Embora fosse um trabalho que eu concebi, dirigi, arranjei...totalmente sob minha responsabilidade.” Com a Fuloresta, o cantor e compositor fez oito turnês pela Europa entre 2004 e 2011 e gravou dois CDs. O segundo disco foi batizado de “Toda vez que dou um passo o mundo sai do lugar”, também nome de música com refrão icônico. Radicado em São Paulo, Siba já tem a capital paulistana como sua casa. “A minha vida pessoal permeia muito o meu trabalho e vice-versa. Tem a ver com o fato de eu ter que construir uma relação inteira do que eu estou fazendo, com quem e aonde”, explica. “Eu sou muito a pessoa que sobe no palco e vice-versa”, completa. “Avante é um texto muito importante para o disco e, não por acaso, dá nome a ele. É a minha retomada da posse da escrita e da voz depois de um processo muito longo de questionamento, de perda da espontaneidade. É um texto que marca a tomada de posição em relação à poesia”, justifica. Sobre o tempo que antecedeu o disco solo, Siba usa a imagem de um espelho quebrado. “Tive que construir um novo artista, uma pessoa distinta que juntou as partes de um novo jeito.” 80| Living Vectra Radicado em São Paulo, o pernambucano Siba desembarcou em Londrina para se apresentar no Vectra ConstruSom após shows na Europa Por Karla Matida Foto Gabriel Teixeira álbum Fotos Gabriel Teixeira Avante, plateia Fãs do pernambucano Siba movimentaram o Teatro Marista para mais uma edição da série Vectra ConstruSom. No repertório, além de músicas do CD Avante, Siba também atendeu pedidos do público relembrando hits do tempo em que comandava a banda Mestre Ambrósio. Henrique Zanon e Thanializ Belizário Angélica Souza e Fernanda Pires José Pimenta Silvia Rodrigues, André Sell e Luisa Yoshikawa Nívea Pereira, Thiago Moreira e Cleuza Furini Guto Rocha e André de Marchi Renato Forin Jr. e Daniele Pereira 82| Living Vectra Neuza Franchini e Marcos Pelisson Fotos Fábio Alcover Bravo! Os oito anos de atividades do Coral Infantil Crystal Vectra foram comemorados com uma apresentação para lá de especial no teatro do Hotel Crystal. Sob a regência de Oleide Lelis, as crianças emocionaram a plateia composta por familiares e admiradores da música. Viviane Barroso com as filhas Sofia e Paula Sílvio Anizélio e Tânia Bertoni Sebastião e Adriana de Oliveira Deise Medonça e Antonio Carlos Mendonça Márcio e Gabriel de Araújo Barbosa Vitória, e Inês Chaves Cláudio, Heitor, GianeLuiz e Sofia Fogagnollo Moralina Eleutério e Larissa Eleutério Silvério Vitória, Luiz e Inês Chaves Living Vectra | 83 álbum Fotos Fábio Alcover Estreia no Alto da Palhano Decorada pela arquiteta Simone Ito, a ampla área de lazer do Evolution Home Alto da Palhano foi palco da animada festa de entrega do empreendimento. A comemoração reuniu proprietários e parceiros da Vectra no brinde a mais um edifício com o padrão de qualidade da construtora londrinense. Andréa e Rodrigo Guerra Manoel Luiz e Regina Alves Nunes Cássia Aguiar e Lúcio Gonçalves Leonardo Guerra e Amanda Zanuto Fernanda, Leandro e Manuela Vilela Maria Inês e Cecília Tomael Muzayam e José Eduardo Consalter 84| Living Vectra Paola, Mariana e Gabriela Azin Sampaio Fotos Fábio Alcover Páginas de história O livro 1963 - O Paraná em Chamas, do geógrafo José Luiz Alves Nunes, relembra o incêndio florestal que atingiu o Estado há 50 anos. O lançamento da obra foi marcado por um coquetel na Vectra Store, prestigiado por autoridades e educadores da cidade. Armínio Kaiser, José Luiz Alves Nunes e Irineu Pozzobon Fábio, Cecília e Roberta Mansano Maria José e Daniel Vicente com Maria de Lourdes Bussadori Tatiana e Cátia Guazzi Marcelo Munhoz e Carla Esteves Luiza Alves Nunes com o Cabo Rogério Hammes e o Capitão Eduardo Pinheiro Débora Carreri e César Makiolke Carlos José Alves Nunes e Luana Moure Odarli Canezin, Izau Benício e Pedro Cruciol Living Vectra | 85 galeria Cidade em close Por Karla Matida Pluralidade marca a 6ª edição da Maratona Fotográfica Clic o Seu Amor por Londrina Wilson Rodrigues Vieira, 1º lugar 86| Living Vectra O fotógrafo e professor de fotografia da Universidade Estadual de Londrina Paulo Boni sempre quis participar de um concurso de Londrina e sobre Londrina. “Como não tinha algo específico, resolvi criar um”, lembra. Foi quando surgiu a Maratona Fotográfica Clic Seu Amor por Londrina, projeto que conta com a parceria da Vectra Construtora. “Este ano tivemos um aumento de 43% no número de inscritos em relação à última maratona. E quanto mais inscritos, mais olhares sobre a cidade”, contabiliza. “Foi também a edição que mais pontualmente atingiu os objetivos”, diz Paulo Boni. Desde 2001, fotógrafos amadores e profissionais são convidados a registrar, bienalmente, a cidade nos seus mais ricos ângulos. Além da participação nos concursos, os fotógrafos – profissionais e amadores – também estão abastecendo um arquivo da cidade. “Os participantes captaram o espírito da coisa, de não ficar apenas nos cartões postais da cidade. Isso é muito salutar”, lembra. O organizador ainda destaca a pluraridade dos amadores. “Foi uma surpresa descobrir que os selecionados, que até então usavam pseudônimos, me eram desconhecidos.” “O objetivo é documentar as transformações paisagísticas urbanas e rurais da cidade ao longo de duas décadas”, explica Boni. Em 2020, o material selecionado desde a primeira edição da maratona vai se transformar em um catálogo. “Tem uma pegada histórica”, afirma. Comerciante aposentado, Suren Saadian fotografa o seu cotidiano há mais de quatro décadas. Agora, aos 84 anos, teve uma das suas fotos selecionadas para a exposição da maratona. “Não era a minha foto mais bonita, mas era a proposta do concurso, a de documentar”, explica. Fábio William Toshiharu Fukahori, 2º lugar Living Vectra | 87 “Quero fotografar no mesmo ângulo nos próximos anos”, conta Saaddian, sobre a imagem que chamou a atenção da comissão julgadora. A foto registra os tapumes do Cine Teatro Ouro Verde, destruído em um incêndio no início de 2012. “Faço fotos das minhas viagens por vários países, mas são as fotos do Lago Igapó que mais ganham curtidas no meu Facebook”, conta o fotógrafo, que chegou a ter cerca de 10 mil compartilhamentos de um registro do principal cartão postal da cidade. O olhar atento do fotógrafo Wilson Rodrigues Vieira lhe garantiu o primeiro lugar do concurso deste ano. A imagem surgiu por acaso. “A pedido de um amigo fui fotografar a churrasqueira no 36º andar e quando olhei para fora, vi a cidade alinhada, o contra luz. E ainda coincidiu de os funcionários do prédio vizinho estarem trabalhando”, explica. Professor de fotografia noturna, Antônio Alberto dos Santos, ficou empatado em terceiro lugar e ainda recebeu uma menção honrosa por outra foto. A imagem premiada mostra o Calçadão com o piso reformado. “A foto noturna é uma das vertentes mais difíceis da fotografia. Foto é luz, à noite tem menos luz e é esse o grande desafio”, garante. “Meu trabalho foi coroado por esse concurso”, afirma Vieira, que coincidentemente deu aulas de fotografia para dois outros vencedores, Fábio William Toshiharu Fukahori (segundo lugar) e Karl Gustav Ellwein (terceiro lugar). Karl Gustav Ellwein, 3º lugar 88| Living Vectra Além da foto de Santos, a comissão julgadora também distribuiu menções honrosas para Olga Leiria (em dose dupla), Gabriel Teixeira de Souza, Cleusa Aparecida Isabel Migliorini, Fernanda Suaiden, Rui Mello Porto, Arthur Henrique Santos, Silvana Domingues Alves e Wilson Ângelo Pereira. “Eu estava passeando com a minha família quando percebi o contraste do velho e do novo nos prédios e resolvi tirar a foto”, lembra Karl Gustav Ellwein. “Mas não ficou do jeito que eu queria, então voltei outro dia e fiz a foto novamente.” De acordo com Ellwein, “é o tipo de foto que dá para fazer com qualquer câmera, o que conta mais é a composição”, explica. Há dois anos, ele fez o curso com Vieira e, desde então, vem se dedicando mais à fotografia. “Mas eu não imaginava ganhar, participei para, pelo menos, entrar na exposição”, confessa. “Há anos os calendários da maratona ficam na mesa do meu escritório, mas nunca na minha vida pensei que teria uma foto minha em um deles”, conta o fisioterapeuta Fábio Fukahori. “Faltavam uns três dias para acabar o prazo de inscrição quando dei uma olhada nas minhas fotos. Vi que, por causa das datas, precisaria refazer algumas. O dia estava nublado, mas no dia seguinte foi de sol e, premeditadamente, fui para a estrada – que é meu caminho para o escritório. Mas lá tive a sorte de ver um trabalhador em serviço”, lembra. Além das quatro fotografias vencedoras, outras 22 imagens foram selecionadas e farão parte dos calendários de mesa de 2014 e 2015. Em dezembro, uma exposição com as cem melhores fotos do concurso entra em cartaz na Vectra Store. Antônio Alberto dos Santos, 3º lugar Living Vectra | 89 janela Faro de pioneiro Atraído pela fértil terra vermelha, o paulista Theodoro Victorelli ajudou a desbravar e a construir a cidade que ele adotou como sua Por Rosângela Vale Fotos Fábio Pitrez e arquivo pessoal Os irmãos João, Paulo e Geraldo Victorelli em frente ao primeiro sobrado de alvenaria de Londrina, construído pelo avô em 1935, ainda de pé na Rua Fernando de Noronha. Na página ao lado, a construção original, residência da família na época 90| Living Vectra Em 1929, desembarcava no antigo Patrimônio Três Bocas a primeira caravana da Companhia de Terras Norte do Paraná. Ali foi fincado o Marco Zero de Londrina, oficializada como município em 1934. Dois anos antes chegava aqui o paulistano Theodoro Victorelli, que hoje dá nome ao local onde tudo começou. A avenida do pioneiro começa a abrigar importantes empreendimentos que estão revitalizando a zona leste da cidade. Filho de imigrantes italianos e nascido em Serra Negra (SP), Victorelli foi atraído pela intensa propaganda da fértil terra vermelha feita pelos ingleses. Gostou muito do que viu. Tanto que voltou no ano seguinte, comprou fazendas e terrenos para construção de máquinas de beneficiar café na rua Quintino Bocaiúva, mas não pôde ficar por muito tempo. “Uma epidemia de malária tinha se disseminado na região e, apesar de todos os esforços da Cia. de Terras para contê-la, a situação era alarmante. Além disso, seu pai estava gravemente enfermo em Serra Negra”, conta Paulo Victorelli, 69 anos, neto do pioneiro. A vinda definitiva de Theodoro para Londrina com a família aconteceu em 1935. Os filhos Henrique, 19 anos, e Hermínio, 17, chegaram dias depois, dirigindo o próprio caminhão. “Levaram uma semana para percorrer os 600 quilômetros entre Serra Negra e Londrina. A estrada era muito ruim”, lembra o outro neto, Hermínio Victorelli, 63 anos. “Eram tempos difíceis. Demorava sete, dez dias para conseguir uma ligação telefônica. Disso eu me lembro. A gente pedia para a telefonista e ficava esperando”, rememora Paulo. Aqui estabelecidos, Theodoro e os filhos se dedicaram ao plantio e à exportação de café – foram os primeiros a investir na variedade Caturra – e também à construção civil. Victorelli fez o primeiro sobrado de alvenaria da cidade, hoje ainda de pé, na rua Fernando de Noronha, número 302, esquina com a rua Paraíba. “Lá moravam meus pais, meus tios, meus irmãos. Meu avô morava na casa ao lado”, diz Paulo, que recorda especialmente da atenção diária do avô, que o levava todos os dias ao Colégio Marista. “Sou da primeira turma da escola”, conta. Living Vectra | 91 As lembranças do avô carinhoso estão na memória do neto assim como a imagem do homem desbravador e visionário. “Ele não participou politicamente, mas foi uma pessoa que sempre ajudou a cidade. Quando a avenida JK estava sendo aberta, ele não vendeu, mas doou seus terrenos”, revela Paulo. “A região do Moringão se chama Vila Victorelli. Foi ele quem loteou ali”, informa Hermínio. “Você conhece a história da galinha e do pato? A galinha bota ovo e canta; o pato bota ovo e fica quieto; tem a mesma qualidade, mas ninguém conhece... Mas meu avô não fazia para ser reconhecido, mas sim porque se sentia membro da comunidade, se sentia londrinense”, diz Paulo. Falecido em 1973, Theodoro Victorelli recebeu o título de Cidadão Honorário e foi sepultado no Cemitério São Pedro. Paulo, o irmão Geraldo e o primo Hermínio mantiveram a tradição desbravadora do avô, dando sequência ao trabalho iniciado pelos seus pais em Rondônia. “A cidade de Ji-Paraná não existia. Nós compramos uma área bem grande e loteamos. Há um tempo a prefeitura nos mandou um diploma de pioneirismo. O espírito desbravador permaneceu na família, com uma diferença: meu avô veio para cá e ficou. Nós fomos para Rondônia e voltamos. Somos pioneiros mais light”, brinca Paulo, tão apaixonado por Londrina como o avô. Theodoro Victorelli em dois momentos com os netos 92| Living Vectra city-tour O sabor da tradição Por Rosângela Vale Fotos Fábio Pitrez O velho balcão de madeira na rua Mato Grosso é o mesmo há quase meio século, assim como a dedicação da família Dakkache ao Kiberama, referência em comida árabe em Londrina e região 94| Living Vectra O mesmo balcão em madeira cercado por bancos, as mesmas instalações e até as mesmas geladeiras. Tudo permanece como era no início, em 1965, quando o libanês Michel Dakkache inaugurou o Kiberama, então uma tímida porta que logo viraria sinônimo de comida árabe em Londrina e região. Nos fundos do tradicional endereço na rua Mato Grosso ficava a casa que ele dividiu com a esposa Salime Dakkache e os seis filhos até a sua morte, há 12 anos. A dedicação de Salime ao restaurante é outra coisa que se mantém inalterada nesses 48 anos de vida do restaurante. Todos os dias, com vigor invejável aos 78 anos, ela comanda a cozinha e dá seu toque final a todos os pratos. E nunca desejou nada diferente. “Aqui é a minha Jerusalém; a minha terra prometida em vida”, diz. Nascida na capital paranaense, Salime conheceu Michel graças a um prêmio que recebeu por ser aluna dedicada nos tempos de magistério. “Ganhei uma viagem para Londrina e aqui nos encontramos. Aí ele foi para Curitiba e firmamos namoro”, conta. Michel tinha chegado há pouco tempo do Líbano e trabalhava no comércio local para aprender a falar português. Casaram-se e abriram o restaurante com cardápio recheado de receitas da família dela. Salime Dakkache entre os filhos Pedro e Carlos, o restaurante e o tradicional balcão, que permanece o mesmo há 48 anos O menu era aprovado com louvor por todos que experimentavam e a freguesia cresceu tanto que foi preciso ampliar as instalações. De lanchonete que servia refeições rápidas, o Kiberama passou a restaurante com cozinha árabe e internacional. E isso em apenas seis anos de funcionamento. “O povo ia pedindo, a gente ia fazendo”, lembra. Na proporção em que o negócio se expandia, a casa da família, nos fundos, diminuía de tamanho. Salime só se mudou de lá recentemente, depois da última reforma do estabelecimento, no final de 2012, que tomou todo o espaço da residência. Os filhos Carlos e Pedro estão à frente do restaurante, que hoje conta com 45 funcionários e atende de segunda a sábado, das 10 às 22 horas. No almoço, o sistema é self-service; no jantar, à la carte. Na lanchonete, onde são servidos lanches e porções, o atendimento é feito durante todo o dia. Também há a opção de delivery. Segundo Pedro, é difícil eleger o prato preferido da clientela, mas o carneiro é um forte candidato. O segredo? “Compramos de um só lugar, de primeira qualidade, e o tempero, com alho, hortelã e vinho, é bem caprichado”, revela Salime. Mas há outras unanimidades no cardápio. “Tem gente de fora que vem comer aqui e diz que temos a melhor esfiha do mundo”, conta ela, já acostumada a Living Vectra | 95 elogios. “Cliente que vem sempre volta”, garante. E a tradição se perpetua por várias gerações de londrinenses. É assim na família do vereador Gustavo Richa. “Desde que me conheço por gente vou ao Kiberama”, observa. Hoje, pode ser visto lá pelo menos uma vez por semana, e já leva seu filho de dois meses para manter a tradição. Apreciador da gastronomia árabe por herança familiar, Gustavo diz gostar de todos os pratos, sem exceção. Já o seu tio, o ex-governador José Richa, tinha especial apreço pela tripa de carneiro, recheada com arroz e carne moída de carneiro. “Toda vez que vinha a Londrina, ele passava por aqui”, lembra Pedro Dakkache. A iguaria faz parte da memória afetiva dos Richa. “Meu pai também vai ao Kiberama especialmente por causa desse prato”, conta o vereador. Afetividade é a palavra para definir a ligação da fisioterapeuta Marislei Turati Costa com o lugar. “Meu pai morava em Cianorte e trabalhava em Londrina. De vez em quando, levava a gente ao Kiberama. Era mineiro, mas adorava a comida de lá”, relata. Quando a família se mudou para Londrina, iniciou o hábito de almoçar todos os domingos no restaurante. Ao se casar, Marislei manteve a tradição familiar. Leva o filho, hoje com 17, desde os três anos de idade. “Como não abre mais aos domingos, agora vamos aos sábados; ele gosta muito”, diz. “Acho aconchegante, é bem típico, da decoração à gastronomia. Não é uma comida árabe padronizada; é feita de forma artesanal. A esfiha aberta de queijo, feita na hora, bem temperadinha... não tem igual. O arroz com lentilha e a kafta são os preferidos do meu marido. Meu pai adorava a carne na chapa, a salada de rabanete com tomate e o halawi, doce árabe com gergelim”, lembra Marislei, que lá ameniza um pouco da saudade ao reencontrar sabores tão queridos. 96| Living Vectra objeto de desejo A arte de cozinhar Fotos Divulgação Se um fogão Viking por si só já é um objeto de desejo de qualquer gourmet, imagina então em suas versões coloridas. Disponíveis nas cores Cinnamon (canela), Burgundy (vinho) e Cobalt Blue (azul cobalto), os fogões a gás da linha profissional da marca norte-americana são encontrados apenas sob encomenda e levam em média 150 dias para chegar. Os quatro queimadores em latão têm base antiaderente para facilitar a limpeza e são selados com sistema anti-derramamento. 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