COMO OS BEBÊS APRENDEM
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COMO OS BEBÊS APRENDEM Os bebês utilizam pistas do ambiente, e aprendem a partir das experiências diárias. Os próximos cinco capítulos discutem áreas importantes da aprendizagem para crianças com distúrbios visuais. ♦ APRENDENDO A OLHAR: Como encorajar a criança a utilizar a visão residual de maneira funcional. ♦ APRENDENDO A OUVIR E A SE COMUNICAR: Como ajudar a criança a entender o significado do som e como se comunicar. ♦ APRENDENDO A BRINCAR: Como encorajar a criança a brincar com os objetos. ♦ APRENDENDO A SE MOVIMENTAR: Como ajudar a criança a desenvolver habilidades motoras. APRENDENDO A OLHAR PRINCIPAIS IDÉIAS: ♦ Definições legais ou médicas raramente fornecem informações sobre o uso da visão. Embora o diagnóstico não mude, o uso que a criança faz da visão residual pode aumentar consideravelmente. ♦ Seu bebê precisa ser encorajado a utilizar a visão residual. Isto se aplica especialmente no caso de haver nistagmo. Aquilo que a criança vê pode ser fragmentado ou em movimento. Para que este mundo visual comece a ter sentido, é necessário tempo, experiência e muito mais oportunidade. Posicionando: É mais fácil para a criança olhar quando está numa posição segura (recostada ou numa cadeira para criança), do que quando está com a cabeça balançando ou apoiada sobre os braços. Tente posições diferentes. Algumas crianças distraem-se com as luzes ou com uma claridade do sol. Tente encontrar uma posição na qual a fonte luminosa esteja atrás da criança. Assim ela poderá prestar atenção e olhar para outra coisa. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 1 OBSERVANDO: Na medida em que você brinca e observa o bebê você irá descobrindo o como ele utiliza a visão. Discuta este aspecto com o oftalmologista ou o optometrista. Aqui estão algumas perguntas que irão ajudar suas observações: O bebê enxerga melhor com luz fraca ou com luz forte? Focaliza melhor objetos colocados de um lado ou na linha mediana do corpo? Prefere olhar para rostos ou para objetos? Para objetos parados ou em movimento? Inclina a cabeça para olhar? O nistagmo diminui quando se olha a cabeça estão em determinada posição? Olha para objetos de cores fortes? Objetos que brilham, como jóias, espelhos, enfeites (lantejoulas)? Olha fixamente para luzes ou raios de sol? Observa quando você anda pelo quarto? “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 2 ESTRATÉGIAS DE SUPORTE JOGOS FACE A FACE A interação face-face é uma das primeiras maneiras de brincar com um bebê. Os bebês gostam de olhar e de tocar seu rosto, ouvir sua voz, sentir sua respiração. POSICIONANDO-SE: Ponha-se numa posição em que possa ver o rosto do bebê ao mesmo tempo em que ele se sinta seguro. Você deve descobrir qual a melhor posição e distância para que o bebê possa ver seu rosto, sobretudo se o bebê tiver uma perda do campo de visual ou uma visão túnel. Se o bebê tiver um distúrbio visual cortical ou nistagmo, talvez precise inclinar a cabeça para enxergar você. Assim que o bebê for se fortalecendo e adquirir melhor habilidade motora, tente ficar de barriga para baixo, face-face, e enconrajando-o a alcançar seu rosto. Ou então fique deitada de costas, e coloque seu bebê sobre seu peito. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 3 CHAMANDO A ATENÇÃO: É preciso ser alegre para atrair a atenção da criança. Fale com ela, acene com a cabeça, de sorriso bem grandes, beijos sonoros ou outros movimentos exagerados dos lábios ou da língua. Coloque um pedaço de papel ou de um pano colorido no nariz, talvez você se sinta ridículo, mas o bebê achará divertido! Faça brincadeiras nomeando partes do rosto (seu e do bebê). Por exemplo, coloque as mãos do bebê em lábios, nariz ou cabelos. Então reveze e diga novamente a palavra enquanto você toca a boca, o nariz e os cabelos do bebê. JOGOS COM BRINQUEDOS CHAMANDO A ATENÇÃO: Escolha um ou dois brinquedos que chame a atenção do bebê. Comece com brinquedos de cores fortes ou muito contrastantes e faça barulho. É difícil para o bebê distinguir um objeto de outro, se vários brinquedos forem colocados sobre o fundo colorido e macio.Comece com um ou mais brinquedos sobre um fundo sólido. Quando o bebê já os reconhece, vá colocando outros. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 4 AUTO ESTIMULAÇÃO VISUAL Algumas crianças com distúrbios visuais desenvolvem comportamento de auto estimulação que envolve o sistema visual. Os bebês desenvolvem este tipo de comportamento com mais freqüência quando não têm mais nada para fazer. Fixar a luz, movimentar as mãos diante dos olhos e esfregar os olhos, são atividades influenciadas pela idade da criança, tipo e grau de distúrbio visual e outros prejuízos. Por exemplo, há um estudo que mostra que esfregar os olhos pode ser mais intenso em caso de distúrbios de retina (Jan Et Al, 1983). Se um bebê não for totalmente cego, fixar a luz poderá ser o primeiro sinal de auto estimulação. Em seguida o bebê tomará consciência de mãos e pode começar a mexe-las diante dos olhos. A atividade de esforços de olhos parece se estabelecer entre 6 e 10 meses de idade (Jan Et Al, 1983) e se dá quando a criança está cansada, ansiosa, aborrecida ou ouvindo alguém falando. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 5 Entretanto, os bebês podem esfregar os olhos como resposta à pressão dos cílios ou a dor. Se você estiver preocupado com isto, fale com seu oftalmologista. Além disso, fixar a luz e movimentar as mãos diante dos olhos pode ser a primeira indicação de que uma criança tem distúrbios visuais, não é totalmente cega e está aprendendo a olhar. Estes comportamentos vão de encontro à necessidade de estimulação da criança. É importante reconhecê-los como funcionais e permitir esta prática visual. Você conhece bem o seu filho e poderá decidir quando distraí-lo para que não tenha estes comportamentos. Comportamentos de auto estimulação podem se tornar hábito que interferem na maneira como uma criança interage com você e como ela participa das atividades. Se isto acontecer, tente as seguintes sugestões: 1. Quando possível, coloque a criança numa posição em que a fonte de luz não a distraia. 2. Dê a criança algo a mais para fazer, por exemplo, dê-lhe brinquedos e jogos. 3. Diga “mão para baixo” e tire suavemente a mão da criança da frente dos seus olhos; depois dê-lhe brinquedo para que mantenha as mãos ocupadas. Lembrese que é melhor dizer “o que fazer” do que “o que não fazer”. APRENDENDO A OUVIR E A SE COMUNICAR PRINCIPAIS IDÉIAS: ♦ Ouvir é importante para crianças com distúrbios visuais Estas crianças podem não saber o que é que está produzindo um som. A criança totalmente cega pode achar que está ouvindo algo sem sentindo. Os sons só terão significados se lhe dissermos o que é que está se reproduzindo. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 6 ♦ Os sons nos fazem saber o que está acontecendo Os sons familiares dão segurança sobre fatos de rotina. Os sons encorajam os bebês cegos a explorar e ter um meio de se manter em contato com os acontecimentos. O AMBIENTE AUDITIVO Feche os olhos e ouça? O que você ouve? O rádio ou a televisão está ligado? Sons de fundo dificultam a criança a prestar atenção à sua voz ou a outros sons importantes. Por outro lado, deveríamos apontar e nomear sons familiares e não familiares. Alguns destes sons podem se tornar “marcas registradas” para a criança deficiente visual (por exemplo: barulho da geladeira ou da cadeira de balanço). A criança precisa aprender a ignorar alguns sons e a prestar atenção a outros. ESTRATÉGIAS PARA ENCORAJAR A OUVIR: “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 7 Prestando atenção – a criança precisa ter consciência e prestar atenção aos sons. Chame a atenção da criança; “Pedro escute”. 1. Nomeie ou descreva o som; “Este é o aspirador de pó, faz barulho”. 2. Se possível leve à criança até a fonte sonora para que a veja e/ou para que a toca e a sinta. Medindo o tempo – “Sintonize” a criança variando a entonação, usando sons mais intensos e falando devagar. Pesquisas mostram que os adultos e as crianças mais velhas têm uma maneira essencial para falar com crianças menores. A chamada “linguagem filtrada” das mães utiliza frases curtas, entonação exagerada, sons mais agudos e linguagem mais lenta do que o usual, a fim de chamar a atenção da criança. É pela “linguagem filtrada” que a criança sabe quando é que nós estamos falando com ela. ALGUNS FATORES QUE INTERFEREM NA AUDIÇÃO 1. Infecções do Ouvido: muitas crianças têm infecções auditivas recorrentes.A existência do líquido no ouvido médio interfere na audição e pode afetar o desenvolvimento da fala. Caso ocorra algum tipo de infecção no ouvido, será preciso levar a criança ao médico. 2. Perda Auditiva: algumas crianças com distúrbios visuais têm também distúrbios auditivos. Se você suspeitar de alguma perca auditiva, leve a criança ao otorrinolaringologista ou ao audiologista. COMO ENTENDER OS ESFORÇOS DE COMUNICAÇÃO DE SEU FILHO As crianças se comunicam desde o nascimento, bem antes, portanto, do desenvolvimento da linguagem. A comunicação engloba a maneira de enviar e receber uma mensagem. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 8 De início os bebês se comunicam pré-verbalmente, com o corpo revelando suas necessidades básicas e vontade. Pode-se ler mensagens em seus gritos, expressões faciais, postura, mudanças de comportamento, vocabulário e deslocamento do olhar. Este é o início da comunicação. Em seguida, as crianças desenvolvem outros meios pré-verbais para se comunicar sobre coisas e objetos presentes; apontam, mostram, tocam, procuram alcançar, além de outros gestos. Crianças totalmente cegas não podem apontar, olhar e mostrar. Nós temos então que procurar comportamentos que signifiquem parecidos ou “Eu quero...”; algumas crianças, por exemplo, movimentam muito as mãos ou o corpo quando querem alguma coisa. Finalmente as crianças passam a utilizar palavras e são capazes de se comunicar sobre coisas que não estão presentes, acontecimentos do passado ou do futuro. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 9 DANDO SUPORTE AS ESTRATÉGIAS Jogos infantis; Primeiras conversas: Jogos entre pais e filhos, canções de ninar e rimas, fazem parte da vida da criança em muitas culturas. As brincadeiras entre pais e filhos são as primeiras “conversas” do bebê (Snow, 1977). Nelas as crianças aprendem habilidades para a conversão: a esperar a vez, como esperar uma resposta, o que fazer em seguida. Os bebês gostam de jogos repetitivos que tenham clima previsível. As primeiras brincadeiras envolvem ação física, lutas, cambalhotas, cócegas... “Eu vou te pegar”. Crianças cegas geralmente dão risadas com estas brincadeiras. A maioria das crianças, incluindo as portadoras de distúrbios visuais, gostam de alguma forma de “pega-pega” ou de “esconde-esconde”. Jogo de ação são os primeiros favoritos das crianças que começam a andar... “Cabeça, Ombros, Joelhos e Dedos do Pé” e “Abre e Fecha”. Em seguida as crianças gostam de canções que descrevam ações e de rimas de ninar. Nesta idade as crianças gostam do movimento e do ritmo envolvidos nestas velhas canções. Há educadores que consideram as rimas e as palavras destas cantigas sem significado e com conceitos não funcionais para uma criança com distúrbios visuais. Entretanto, nesta idade, os bebês ouvem o ritmo e a entonação mais do que a compreensão do conteúdo. Você pode ter sua opinião própria. Nós achamos que estas canções são válidas porque são próprias para a idade e fazem parte de nossa cultura. Além disso, as crianças gostam destas cantigas e podem cantá-las com seus amiguinhos. Mudando o Papel: Eis algumas maneiras de mudar o papel com seus filhos: DEPOIS DE FALAR ESPERE A VEZ DA CRIANÇA Pai: “Você está com fome?” “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 10 A criança pega a colher ou algum outro objeto de seu interesse para se alimentar. FALE INTERPRETANDO O COMPORTAMENTO DA CRIANÇA A criança sorri. Pai: “é engraçado, vamos fazer de novo?” A criança vira a cabeça. Pai: “Você não quer mais fazer isto”. IMITE AS VOCALIZAÇÕES, SOBRETUDO OS SONS QUE VOCÊ QUER ENCORAJAR Respondendo: INTERPRETE E RESPONDA AS VOCALIZAÇÕES DA CRIANÇA Criança: “Ah, ah” Pai: “É assim?” ou “Está bem?”. Expandindo: EXPANDA AS VOCALIZAÇÕES Criança: “Mmm” Pai: “Mamãe, você quer a mamãe?”. Os exemplos a seguir dão oportunidade a criança de ter “conversações” precoces e de “mudar o papel”: ♦ Jogos vocais (imitação, sussurro, balbucio, mudanças de entonação, vocalizações acompanhadas de movimentos, isto é, “uh, oh, ah, bum”). ♦ Jogos sociais, canções e cantigas, rimas. ♦ Jogos com brinquedos que emitem sons, por exemplo, chocalhos. ♦ Jogar “ouça e procure”, com pistas sonoras, por exemplo: “aqui está um chocalho” (chacoalhar o chocalho), vem e pega o chocalho; “onde está à caixinha de música?” Vamos encontrá-la! “Maria, estou perto do sofá. Venha perto da mamãe”. Nomeando e comentando sons ambientais e procurando a fonte quando possível; “Estou lavando roupa, lavando roupa suja. Escute a máquina de lavar. Venha procurá-la, aqui, está perto da pia”. Nomeando e descrevendo: as crianças aprendem o nome das coisas vendo-as, tocandos-as, pegando-as, bem como ouvindo seus nomes muitas e muitas vezes. Estas experiências ativas são ainda mais importantes para as crianças com distúrbios visuais. O momento mais propício para descrever as coisas e quando elas estão acontecendo. Deste modo, as crianças aprendem a associar “o-que-estáacontecendo” com “como-se-diz”. Sinais e gestos: Antes que as crianças desenvolvam comunicação verbal, podem ser ajudados dando-lhes uns sinais do objeto, indicando o que está para acontecer. Por exemplo, um babador para indicar “Vamos comer”, e um casaquinho indicando “Vamos sair”. No começo a criança precisa de muitas outras pistas ou suporte para poder entender suas ordens verbais. Por exemplo: “dá pra mim” – toque a mão da “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 11 criança que segura o objeto. “Vem aqui” – dê uma batidinha na cadeira ou dê-lhe as mãos (toque a criança se ela for totalmente cega). Lembre-se de usar gestos convencionais, isto é, “sim / não”, “vem aqui”. Às vezes você pode precisar lançar mão de outros gestos baseados para enviar a mensagem. Desenvolva gestos baseados naquilo que a criança faz com o objeto ou na atividade. Por exemplo: ♦ Mexer as pernas para indicar balanceio ♦ Movimento de balanço para indicar um cavalo de balanço Ponha seu babador, está na hora de comer. O suporte ajuda o bebê a aprender O “suporte” envolve encorajamento, indução e guia para as crianças, fazendo-as participar em nível mais elaborado daquele que poderiam ter por si. Usando “estratégias de suporte”, adaptando materiais e atividades que estão se formando. As crianças deficientes visuais necessitam de suportes para usar o tato, sons e outras pistas para substituir as informações que normalmente são fornecidas pela visão. Os psicólogos acreditam que os pais são os melhores orientadores de suas crianças, fornecendo “suportes” adequados ou meios para fazer com que as crianças participem do mundo (Vygotsky, 1978). “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 12 Sabe-se que o andaime (suporte) é algo utilizado na construção, manutenção ou reparo de um edifício: suporta trabalhadores enquanto fazem o serviço. Brincadeiras do tipo “esconde-esconde” e “vou te pegar” são exemplos de como dar suporte a uma criança. Estas experiências pré-verbais parecem ajudar na aprendizagem posterior da linguagem (Bruner, 1976; Bates, Camaioni e Volterra, 1979). Pense em seu filho aprendendo a andar seguro por suas mãos. Você muda e adapta sua postura física na medida em que a estabilidade do bebê for melhorando. O suporte é um auxilio temporário e muito necessário para as primeiras experiências de aprendizagem da criança. A medida em que for lendo este manual, irá percebendo que já usa este princípio. Os pais aprendem a repetir as expressões faciais, ações e brincadeiras que as crianças mais gostam. Aprendem também a não gostar ou até ter receio daquelas atividades que suas crianças não gostam. Por exemplo: se seu filho sempre chora quando toma banho, é provável que você passe a não gostar da hora do banho e que o bebê sinta a tensão em sua voz e em seu corpo. Isto tende a aumentar a aversão da criança por aquela atividade, e começa assim um “circulo vicioso”. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 13 Por outro lado, se você descobrir uma maneira de relaxar o bebê, segurando a esponja em uma das mãos, o banho poderá se tornar mais agradável para ambos. Isto dá início à chamada “espiral eficaz”. Aprendendo a se movimentar 1. Coloque o bebê de bruço, de modo que ele possa olhar um objeto colocado não muito distante (mais ou menos 30cm.). Utilize um rolinho ou toalha embaixo de seu peito, mantendo os braços sempre apoiados na frente. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 14 2. Com a criança de barriga para cima, faça-a rolar lentamente para um lado e para o outro, olhando objetos coloridos que foram colocados dos dois lados. 3. Coloque a criança no chão, de bruços, com uma toalha enrolada ou num rolo de espuma debaixo do peito. Espalhe alguns brinquedos coloridos na frente da criança para chamar a sua atenção. Segure a criança pelas coxas e pela bacia empurrando-a lentamente para frente e para trás. Esses exercícios ajudam a fortalecer os músculos do pescoço e das costas. 4. Faça barulho com objetos (sino, chocalho, apito, guizo, palmas), dos da cabeça do bebê para que ele olhe na direção dos sons. 5. Segure o bebê, virando para frente encostado no seu corpo, para que ele sinta peso sobre seus pés. 6. Ajude o bebê a bater palmas segurando nos cotovelos. 7. Dê ao bebê bichinhos de borracha mole, que tenha possivelmente o movimento de levarem a boca. Esse exercício faz o bebê movimentar a língua dentro da boca. “Este projeto é em parte assistido pelo Programa Hilton Perkins da Escola Perkins para cegos, WATERTOWN, MASS.U.S.A. O Programa Hilton Perkins é subvencionado por uma doação da Fundação Conrad N. Hilton, de RENO, NEVADA-U.S.A.” Apostila cedida pelo Programa Hilton Perkins na visita ao Centro de Intervenção em 2001. 15
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