Rating - Banco Semear

Transcrição

Rating - Banco Semear
Bancos
BANCO SEMEAR S.A.
Relatório Analítico
Rating
BBB
O banco apresenta solidez
financeira intrínseca adequada.
Normalmente são instituições
com ativos dotados de
cobertura. Tais bancos
apresentam situação financeira
razoável e estável. O ambiente
empresarial e setorial pode ter
uma variação mais acentuada
do que nas categorias
anteriores e apresenta algum
risco nas condições intrínsecas
de funcionamento do banco.
O risco é baixo.
Data:
23/abr/2009
Validade: 31/mar/2010
Sobre o Rating
Perspectiva: Estável
Histórico:
Dez/08:Afirmação:BBB (estável)
Set/08: Afirmação:BBB (estável)
Dez/07: Afirmação:BBB (positiva)
Jun/07: Afirmação:BBB (estável)
Dez/06: Afirmação:BBB (estável)
Data Base - Balanço
Última Revisão: Dez/08
Analistas:
Rodrigo Indiani
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Catia Mota
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FUNDAMENTOS DO RATING
O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião no dia 23 de abril de 2009,
confirmou o rating de crédito de longo prazo BBB (“triplo B”) e a classificação A-3 de curto
prazo para o Banco Semear. A perspectiva do rating é estável.
A nota está fundamentada na metodologia de avaliação de risco de instituições financeiras
da Austin Rating e conjuga a análise de fatores qualitativos da instituição, a partir de
informações obtidas em reuniões de diligência com a administração superior, e fatores
quantitativos, que consistem na interpretação das demonstrações financeiras auditadas e
relatórios gerenciais complementares fornecidos pela instituição.
O rating reflete o bom nível de capitalização, a baixa alavancagem da estrutura de capital e o
menor risco de liquidez beneficiado pela composição do funding, com boa participação de
recursos ligados aos acionistas - Grupo Seculus, com menor participação de fontes mais
voláteis de captação. Da mesma forma, reflete a experiência nas operações que constituem
o core business do banco, o conservadorismo da gestão de ativos e passivos e a adequada
cobertura de provisão contra perdas da carteira de crédito.
Por outro lado, o rating incorpora as dificuldades inerentes a um banco de pequeno porte,
com baixa escala operacional, atuando em um ambiente e em modalidades concorridas, com
negócios pouco diversificados, funding mais restrito e mais suscetível à volatilidade de ciclos
o
econômicos. Tal vulnerabilidade pôde ser evidenciada no 2 semestre de 2008, com a
retração econômica e o aperto de liquidez no mercado doméstico. Pelo lado do funding
observou-se forte restrição das cessões de carteira, que constitui um importante instrumento
de captação utilizado pelo Banco Semear.
A descontinuidade do fluxo de cessão de crédito consignado impactou diretamente as
operações do banco, que sofreu forte retração a partir de setembro de 2008. A média mensal
de produção de crédito consignado, que havia sido de R$ 20 milhões nos primeiros seis
o
meses de 2008, diminuiu para R$ 14,5 milhões no 3 trimestre e para apenas R$ 5 milhões
no último trimestre de 2008. Combinado à queda na produção de crédito, que constitui a
principal fonte de receita, o resultado foi prejudicado pelo aumento das despesas de
o
provisão, exibindo aumento em 2008 em relação ao ano anterior. O lucro do 1 semestre de
o
2008, de R$ 2.911 mil, foi consumido pelo prejuízo de R$ 3.293 mil do 2 semestre,
acumulando prejuízo de R$ 468 mil em 2008 e reduzindo sua base patrimonial. Tendo em
vista a redução da escala operacional e a perspectiva de que não se altere no curto prazo, o
banco vem adotando medidas de redução de despesas, objetivando se ajustar a um novo
patamar de operações. No longo prazo a sustentabilidade do banco continuará sendo
pressionada pela tendência de redução das margens exigindo ganhos de escala.
Nas operações de crédito para pessoas jurídicas, financiada principalmente pelos depósitos,
o banco passou a ser mais rigoroso nos critérios de concessão e nas garantias, reduzindo o
volume de carteira em 2008. Entretanto, para 2009, a expectativa é de um aumento da
participação do segmento de pessoa jurídica na carteira de crédito. No crédito consignado, a
expectativa é de que haja uma recuperação em relação ao último trimestre, porém com uma
o
produção inferior à média registrada no 1 semestre de 2008, privilegiando segmentos de
spread mais atrativo.
Bancos
BANCO SEMEAR S.A.
A originação de crédito do Semear vem se dando conforme disponibilidade de funding. O total de créditos vencidos
em relação ao saldo da carteira aumentou, puxado pelo atraso de alguns clientes pessoas jurídicas, passando de
2,3% em set/08 para 10,2% no final do ano, e o saldo de crédito declinou 17,7% no mesmo período, registrando R$
193,1 milhões em dez/08 ante R$ 234,5 milhões em set/08.
No caso do Banco Semear, a Austin Rating destaca como atenuante do risco de liquidez a composição dos depósitos
a prazo, beneficiada pela participação de 35% de recursos ligados aos acionistas, em detrimento de segmentos mais
voláteis. O volume de depósitos a prazo declinou 14% no último trimestre de 2008.
A perspectiva estável incorpora a expectativa da Austin de que o banco conseguirá retomar o volume de produção de
crédito, notadamente no consignado, mantendo uma carteira de crédito equilibrada, em termos de escala, qualidade
e rentabilidade, proporcionando volume de receita compatível com sua estrutura de custos e utilização de adequadas
fontes de funding. Acreditamos também que o banco preservará níveis seguros de liquidez.
Fatores Positivos
•
Suporte do grupo econômico (Grupo Seculus), que exibe boa geração de caixa positiva e reduzido
endividamento oneroso;
•
Baixa alavancagem da estrutura de capital;
•
Risco de liquidez é atenuado pela composição dos depósitos, com expressiva participação de recursos ligados
aos acionistas e menor participação de fontes mais voláteis;
•
Elaboração de Comitês para um melhor e mais eficiente gerenciamento das operações do banco.
Fatores em Observação
•
Dificuldades inerentes a um banco pequeno, com baixa escala operacional, atuando em um ambiente e em
modalidades altamente competitivas, com baixa diversificação dos negócios, mais restrito a funding e mais
suscetível à volatilidade de ciclos econômicos;
•
Os fatores mencionados anteriormente puderam ser evidenciados na piora do resultado no banco no exercício
o
o
de 2008 em relação ao ano anterior e, de forma mais acentuada, nos dois últimos trimestres (3 e 4 ). O banco
vem adotando medidas de redução de custos, objetivando adequar-se ao novo patamar de produção de crédito;
•
Capacidade de retenção dos créditos produzidos é limitada pela reduzida base de capital.
2
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GRUPO ECONÔMICO – SECULUS
O Grupo Econômico ao qual pertence o banco atua em três segmentos específicos: i) Industrial, com a empresa
Seculus da Amazônia Indústria e Comércio S/A; ii) Imobiliário, com as empresas Gran Viver Urbanismo S/A, Seculus
Empreendimentos e Participações S/A, Seculus Empreendimentos Gerais S/A e Seculus Construções S/A; e iii)
Financeiro, com o Banco Semear S/A, Seculus Negócios de Varejo e Serra da Moeda Companhia Securitizadora de
Créditos Financeiros S/A.
ESTRATÉGIA
A estratégia do Banco Semear é focada em crédito, ofertando para pessoas físicas crédito consignado em folha de
pagamento para servidores públicos e beneficiários do INSS, além de crédito pessoal e crédito direto ao consumidor
(CDC). Para pessoas jurídicas, concentra-se nos segmentos de pequenas e médias empresas, operando
modalidades de curto prazo, como capital de giro, desconto de recebíveis e fiança bancária. O canal de distribuição
se dá por meio de promotores de venda, no caso do consignado, e de parcerias com redes de varejo para o CDC. Já
os créditos para pessoa jurídica são originados no próprio banco. Recentemente, contratou uma equipe para reforçar
a carteira de pessoa jurídica, em operações de curto prazo com garantia de recebíveis.
A captação de recursos é centrada em títulos de renda fixa, notadamente por depósitos (CDB e CDI), cessões de
créditos com instituições financeiras, fundos de direitos creditórios e mais recentemente pelos Depósitos com
Garantia Especial do FGC – DPGE, onde o banco possui limite de R$ 146 milhões. O plano é dar continuidade ao
crescimento dos depósitos captados com pessoas físicas e pessoas jurídicas, investidores institucionais e recursos
ligados aos acionistas, e direcioná-los principalmente para o financiamento da carteira de pessoas jurídicas e para as
modalidades mais curtas no segmento de pessoas físicas, como CDC e crédito pessoal. Para o crédito consignado, o
plano é utilizar as cessões para bancos, via acordos operacionais, e o Programa de Aplicação de Recursos do FGC,
cujo limite é de R$ 37 milhões. A estratégia é operá-lo de maneira seletiva, excluindo os convênios que não são
atraentes, em termos de rentabilidade. A expectativa é manter uma produção mensal em torno de R$ 10
milhões/mês, mantendo saldo de carteira próximo ao patrimônio do banco.
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Face às mudanças ocorridas no ambiente bancário, com reflexo na redução do volume de crédito operado pelo
Semear, o banco reduziu e otimizou estruturas, objetivando compatibilizar receitas e despesas e voltar a ser
lucrativo, tendo em vista os prejuízos registrados no 3o e no 4o trimestres de 2008. A estratégia do Banco Semear é
manter uma escala operacional mínima compatível com sua estrutura de custos. A participação do crédito
direcionado à pessoa jurídica, menor que o de pessoa física nos últimos anos, deverá exibir aumento.
ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA
(Demonstrações Financeiras auditadas pela BDO Trevisan Auditores Independentes sem ressalvas – Valores em R$ Mil)
Balanço
ATIVO
Ativo Circulante
Disponibilidades
Aplicações Interfinanc. Liquidez
Títulos e Valores Mobiliários
Relações Interfinanceiras
Operações de Crédito
Outros Créditos
Outros Valores e Bens
Realizável a Longo Prazo
Aplicações Interfin. Liquidez-LP
Títulos e Valores Mobiliários -LP
dez/07
set/08
dez/08
142.692
141.512
122.880
545
473
912
22.983
3.055
1.223
1.004
7.386
7.565
45
992
235
104.452
115.137
97.002
8.909
8.566
10.132
4.754
5.903
5.811
92.130
144.128
130.184
0
0
9.851
4.972
12.736
18.849
75.746
108.226
78.966
Outros Créditos -LP
7.118
9.124
9.808
Outros Valores e Bens -LP
4.294
14.042
12.710
Operações de Crédito -LP
Permanente
ATIVO TOTAL
2.123
1.989
1.975
236.945
287.629
255.039
O Banco Semear encerrou 2008 com R$ 255.039 mil de ativo total, saldo 11,3% inferior ao registrado em set/08, de
R$ 287.629 mil e 7,6% maior, quando comparado com o final de 2007. Tal movimento está bastante relacionado com
o saldo de crédito, que diminuiu 17,7% no último trimestre de 2008 e cresceu 4%, quando comparado com dez/07. O
total das operações de crédito em dez/08 foi de R$ 193.087 mil ante R$ 234.538 mil em set/08 e R$ 185.716 mil em
dez/07. O crédito pessoal (a maior parte na modalidade consignada em folha de pagamento), montando R$ 148.683
mil em dez/08 (R$ 191.438 mil em set/08 e R$ 124.410 mil em dez/07), participou com 77% do total da carteira (82%
em set/08 e 67% em dez/07).
As aplicações interfinanceiras de liquidez com R$ 11.074 mil em dez/08 aumentaram 262,5% sob uma base de R$
3.055 mil em set/08 e diminuíram 51,8%, quando comparado aos R$ 22.983 mil de dez/07. A carteira de títulos e
valores mobiliários, no total R$ 26.414 mil em dez/08, cresceu 342,0% em relação a dez/07 e 31,3%
comparativamente a set/08, sendo contabilizada em carteira própria e representada essencialmente por LFT, com
uma parte menor de cotas de fundo de investimento e CDB. As LFTs foram classificadas como disponíveis para
negociação, com o ajuste de mercado reconhecido na demonstração de resultado. Os CDBs, por sua vez, estão
classificados como “mantidos até o vencimento”.
As cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) referem-se a cotas subordinadas dos fundos
FIDC FX Multisegmentos e FIDC FG Multisegmentos para os quais a Instituição realizou operações de cessão de
crédito.
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BANCO SEMEAR S.A.
PASSIVO
dez/07
set/08
dez/08
Passivo Circulante
47.853
83.148
70.908
Depósitos
27.772
63.984
55.193
3
331
0
Relações Interfinanceiras
Outras Obrigações
20.078
18.833
15.715
Exigível a Longo Prazo
112.196
126.486
112.382
Depósitos-LP
111.431
120.491
103.244
Outras Obrigações-LP
730
5.995
9.028
Receitas Antecipadas
35
0
110
76.896
77.869
71.749
236.945
287.629
255.039
Patrimônio Líquido
PASSIVO TOTAL
Em termos de funding, as principais fontes são os depósitos e as cessões de créditos. Os depósitos totais
encerraram dez/08 com saldo de R$ 158.437 mil (R$ 184.475 mil em set/08 e R$ 139.203 mil em dez/07). A
modalidade a prazo totalizou R$ 130.637 mil (R$ 152.062 mil em set/08 e R$ 123.788 mil em dez/07) e os depósitos
interfinanceiros montaram R$ 25.387 mil (R$ 29.304 mil em set/08 e R$ 8.497 mil em dez/07). Cerca de 70% dos
depósitos a prazo possuem vencimento superior a 360 dias e aproximadamente 1/3 é proveniente das empresas e
pessoas físicas ligadas ao Grupo Seculus.
Além dos depósitos, realiza cessões periódicas de carteira. Em 2008, o saldo dos contratos cedidos com coobrigação
totalizou R$ 179.460 mil (R$ 167.197 mil em set/08). A maior parte das cessões é de crédito consignado para outros
bancos, com uma parte menor para o fundo de direitos creditórios.
O Patrimônio Líquido, cujo crescimento tem se dado por meio da incorporação dos lucros, decresceu nos dois
últimos dois trimestres, fruto do prejuízo registrado neste período e pelo pagamento de juros sobre capital próprio no
valor de R$ 4.798 mil, totalizando R$ 71.749 mil no final de 2008, uma redução de 7,9% em relação a set/08 e de
6,7% quando comparado com o final de 2007. A relação total de crédito / PL, de 2,7 vezes em dez/08 (2,4 vezes em
dez/07) é considerada baixa. O índice da Basiléia declinou de 25,1% em dez/07 para 19,65% em dez/08.
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Bancos
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Resultado
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
2.007
set/08
2.008
Receita de Intermediação Financeira
60.253
54.813
73.132
Operações de Crédito
57.753
52.934
70.300
2.589
1.788
2.665
Títulos e Valores Mobiliários
Instrumentos Financeiros Derivativos
-89
91
167
Despesa da Intermediação Financeira
16.828
23.966
37.745
Captação no Mercado
13.105
14.554
20.647
Provisões p/ Créd. Liq.Duvid
Resultado Bruto Interm. Financeira
Outras Receitas/Despesas Operacionais
3.723
9.412
17.098
43.425
30.847
35.387
-31.730
-33.325
-43.704
Receitas de Prestação Serviços
1.522
1.730
2.333
Despesas de Pessoal
1.880
1.005
1.509
34.040
28.219
36.674
831
634
848
Outras Despesas Administrativas
Despesas Tributárias
Outras Rec. Operacionais
4.843
Outras Desp.Operacionais
1.344
5.197
8.513
11.695
-2.478
-8.317
Resultado Operacional
Resultado Não Operacional
Resultado antes do IR
Imposto de Renda
Ativo Fiscal Diferido
Participações
Resultado Líquido
1.507
3.072
3.274
4.006
14.767
796
-4.311
-354
-1.417
0
-2.421
1.567
3.892
-223
24
-49
11.769
970
-468
O resultado do Banco Semear registrou piora em 2008 comparativamente a 2007, acumulando prejuízo de R$ 468
o
o
mil após os prejuízos registrados no 3 e no 4 trimestres de 2008, consumindo o lucro que havia sido obtido até o
o
encerramento do 1 semestre. A piora decorre fundamentalmente da retração do volume de crédito produzido a partir
o
do 2 semestre de 2008 e, de maneira bastante severa, no último trimestre associado à elevação do custo médio de
captação e aumento da despesa de provisão para créditos em liquidação duvidosa.
Com isso, o resultado bruto de intermediação diminuiu 18,5%, de R$ 43.425 mil em 2007 para R$ 35.387 mil em
2008, uma vez que a receita financeira, no mesmo período de comparação, cresceu 21,4%, enquanto a despesa
financeira cresceu 124,3%. A despesa com provisão saltou de R$ 3.723 mil em 2007 para R$ 17.098 mil em 2008.
A maior parte da receita financeira advém de créditos direcionados para pessoas físicas, sendo uma parte retida no
balanço e outra cedida para o mercado.
Uma outra parte da receita advém de créditos voltados para pequenas e médias empresas (capital de giro, conta
garantida e desconto de títulos) e outras modalidades direcionadas para pessoas físicas (CDC e crédito pessoal). Os
resultados obtidos a partir de operações com títulos e valores mobiliários e operações com derivativos são muito
reduzidos e sua interferência no resultado é muito baixa.
Com relação às outras receitas (despesas) operacionais, houve crescimento de 37,7%, acumulando saldo negativo
de R$ 43.704 mil em 2008 ante R$ 31.730 mil em 2007. Tal evolução pode ser atribuída à redução do volume de
reversões de provisões operacionais, de R$ 2.797 mil em 2007 para R$ 116 mil em 2008, contabilizada em outras
receitas operacionais, e ao aumento do volume de descontos concedidos, de R$ 1.307 mil em 2007 para R$ 8.445
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Bancos
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mil em 2008, contabilizado em outras despesas operacionais. As despesas, de pessoal e administrativa, não tiveram
alterações relevantes.
O Banco Semear, de acordo com a Resolução 3.673/2008 do Conselho Monetário Nacional, que tornou facultativa e
adiou o prazo para a adoção pelas instituições reguladas pelo Banco Central do Brasil até 1º de janeiro de 2010,
quanto à adoção dos procedimentos para classificação, registro contábil e divulgação de operações de venda ou de
transferência de ativos financeiros de que trata a Resolução nº 3.533/2008, do Conselho Monetário Nacional,
optando por manter durante o exercício a findar em 31 de dezembro de 2009, para fins de comparabilidade, os
procedimentos de contabilização de suas operações de cessão de crédito realizadas com outras instituições
financeiras, de acordo com a Circular 2.568/1995 do Banco Central do Brasil, adotadas uniformemente até 31 de
dezembro de 2008.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
Crédito
A carteira de crédito é composta por operações de empréstimos e financiamentos a pessoas físicas (Crédito
Consignado, CDC e, secundariamente, Crédito Pessoal) e de Conta Garantida, Capital de Giro, Desconto de
Recebíveis e Fiança Bancária para pequenas e médias empresas. Em 2008, observou-se um aumento do saldo da
o
carteira até o 3 trimestre e um decréscimo no último trimestre, em virtude da forte redução do volume originado,
dada a descontinuidade das cessões de créditos e a política de prevenção e resguardo de liquidez adotada pelo
banco perante o cenário econômico desfavorável marcado por incertezas.
Em dez/08, quase ¾ da carteira de crédito consignado carregada pelo banco estava direcionada para servidores
públicos estaduais, com 38,6% de participação, e municipais com 35,5%. O restante referia-se a servidores públicos
federais, beneficiários do INSS, fundações e órgãos do poder judiciário e crédito consignado para o setor privado. Os
Estados mais representativos são Distrito Federal, Alagoas, Minas Gerais, Sergipe e Rio Grande do Norte. Em
dez/08, detinha 38.526 contratos ativos (48.547 em set/08) distribuídos por 267 códigos. O ticket médio era de R$ 3,1
mil e o prazo médio encontrava-se em 56 meses.
A carteira de CDC do Banco Semear é direcionada ao financiamento de não duráveis e não inclui financiamento de
veículos. Geograficamente, concentra-se em Minas Gerais. Em dez/08, mantinha 35.836 clientes ativos (44.322 em
set/08). O ticket médio era de R$ 662 reais e o prazo médio de 10,5 meses.
As operações no segmento de pessoa jurídica são de prazo mais curto, com vencimento até 360 dias. As garantias
são representadas por recebíveis, caução de títulos, alienação fiduciária e penhor mercantil.
Em dez/08, o Semear administrava um risco de crédito de R$ 193.087 mil (R$ 185.716 mil em dez/07), considerando
a carteira bancada no balanço, com R$ 106.440 mil (R$ 107.651 mil em dez/07) vencendo no curto prazo e R$
86.647 mil (R$ 78.065 mil em dez/07) com vencimento acima de 360 dias. Com a redução do saldo da carteira, a
concentração entre os dez maiores tomadores aumentou, passando de 9,2% da carteira em set/08 para 12% no
encerramento de 2008.
Valores em R$ Mil
Produtos
Dez/07
Set/08
Dez/08
Carteira
Part.
Carteira
Part.
Carteira
Part.
Capital de Giro
48.795
26%
21.367
9%
16.547
9%
Conta Garantida
1.726
1%
2.963
1%
2.097
1%
Títulos Descontados
Crédito Pessoal
Crédito Direto ao Consumidor
Total
5.109
3%
928
0%
664
0%
124.410
67%
191.438
82%
148.683
77%
5.676
3%
17.842
8%
25.096
13%
185.716
100%
234.538
100%
193.087
100%
Fonte: Banco Semear S/A
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Bancos
BANCO SEMEAR S.A.
A qualidade da carteira de crédito registrou piora no decorrer de 2008, com aumento do volume e da participação de
créditos vencidos, registrando um aumento de R$ 6.855 mil em dez/07 (3,7% da carteira) para R$ 19.691 mil em
dez/08 (10,2% da carteira).
Saldo de Crédito
Dez/07
Participação
Set/08
Participação
Dez/08
Participação
185.716
100,0%
234.538
100,0%
193.087
100,0%
Vencidos
6.855
3,7%
5.461
2,3%
19.691
10,2%
Provisão
5.518
3,0%
11.174
4,8%
17.119
8,9%
Fonte: Banco Semear S/A
A participação dos créditos classificados entre os níveis de risco AA e C diminuiu de 94,6% em dez/07 para 82,9%
em dez/08, enquanto a representatividade dos créditos classificados na faixa de risco “H” aumentou, totalizando 4,4%
da carteira no final de 2008 (1% em dez/07). O aumento da participação dos créditos nas faixas de risco que exigem
maior percentual (D – H) exigiu maior volume de provisão.
O volume de provisão cresceu de R$ 5.518 mil em dez/07 para R$ R$ 17.119 mil em dez/08, representando 8,9% do
total da carteira (3,0% em dez/07). Em relação aos créditos vencidos, a provisão representou 86,9% em dez/08 ante
80,5% em dez/07.
Dez/07
Set/08
Dez/08
% Risco
Saldo (*)
Partic.
(*) Prov.
Saldo (*)
Partic.
(*) Prov.
Saldo (*)
Partic.
(*) Prov.
AA
-
24.456
13,2%
-
19.413
8,3%
-
18.862
9,8%
-
A
0,50%
130.576
70,3%
653
162.797
69,4%
814
116.336
60,3%
582
B
1%
14.508
7,8%
145
15.299
6,5%
153
13.369
6,9%
134
C
3%
6.083
3,3%
182
13.378
5,7%
401
11.562
6,0%
347
D
10%
1.490
0,8%
149
9.014
3,8%
901
9.484
4,9%
948
E
30%
4.637
2,5%
1.391
3.604
1,5%
1.081
7.372
3,8%
2.211
F
50%
1.634
0,9%
817
5.527
2,4%
2.764
4.633
2,4%
2.316
G
70%
503
0,3%
352
1.487
0,6%
1.041
2.961
1,5%
2.073
H
100%
1.829
1,0%
1.829
4.019
1,7%
4.019
8.508
4,4%
8.508
185.719
100,0%
5.518
234.538
100,0%
11.174
193.087
100,0%
17.119
Total
Fonte: Banco Semear S/A
Mercado
Com foco em crédito, o Semear não foca sua atuação em operações de tesouraria, cuja atuação se restringe à
geração de funding para as operações. Desde março de 2008, o Banco Semear não opera contratos na BM&F, dada
a alta volatilidade do mercado. Posto isso, o Banco não tem margem requerida em operações nesse mercado. O
Banco não possui exposição nos seguintes indexadores: Moeda estrangeira, Ações, Mercadorias e Índices.
O principal risco de mercado é o de indexador, onde mantém uma exposição pré no ativo e CDI no passivo. Em
virtude do aumento da taxa básica de juros, a partir de abril de 2008, o Banco Semear realizou operações com
instrumentos financeiros derivativos, na modalidade de Swap de taxas (Prefixado x CDI), que tem o objetivo de
atenuar o risco de descasamento de taxas de parte do fluxo de caixa originado por operações de cessão de créditos
com coobrigação realizadas com Instituições Financeiras não ligadas.
A exposição líquida por indexador pode ser evidenciada conforme quadro abaixo. De acordo com o cenário projetado
pela Austin Rating para a taxa de juros básica, a postura da tesouraria do Semear, os volumes operados e a
composição de seus ativos e passivos, o banco exibe baixo risco de mercado.
8
Bancos
BANCO SEMEAR S.A.
Ativos (Dado)
PRÉ
31.12.2008
185.960.434
Passivos (Tomado)
31.12.2008
PRÉ
SELIC
18.577.622
SELIC
CDI
18.125.277
CDI
11.150.307
0
144.185.262
Fonte: Banco Semear S/A
O Banco Semear, para gerenciamento do risco de mercado, utiliza a metodologia de VaR (Value-at-Risk), com
intervalo de confiança de 99% (normal padronizado), tendo como metodologia de obtenção das volatilidades
históricas o EWMA com lambda =0,94. O risco do book trading e banking do Banco Semear, em 31 de dezembro de
2008, pode ser representado pelo valor de R$ 2.270,7 mil (2.313,82 mil em set/08).
Liquidez
O Banco Semear apresenta uma estrutura de captação de depósitos típica de um banco destituído de rede, exibindo
concentração. Em dez/08, os 20 maiores aplicadores representavam 65% do total de depósitos, cuja evolução foi a
seguinte:
Depósitos
dez/07
set/08
dez/08
A vista
6.834
3.092
2.409
Interfinanceiros
8.497
29.304
25.387
Total a prazo
123.788
152.062
130.637
TOTAL DE DEPÓSITOS
139.119
184.458
158.433
Total CP
27.688
63.967
55.189
Total LP
111.431
120.491
103.244
Fonte: Banco Semear S/A
Apesar da concentração, o risco de liquidez é atenuado pela participação significativa de recursos ligados aos
acionistas, no total de R$ 46.799 mil em dez/08. Tal característica assume maior importância em períodos de
turbulência, como o vivenciado a partir de agosto/08, de redução da liquidez e maiores chances de ocorrência de
resgates. No caso do Semear, os depósitos a prazo reduziram 14% no último trimestre de 2008, puxado pelos
resgates de aplicadores pessoas jurídicas. Os vencimentos dos depósitos concentram-se em 65% da carteira por
vencimentos acima de 360 dias, cujo fluxo é compatível com os vencimentos das operações ativas.
Apesar da menor exposição junto aos chamados investidores institucionais, a maior participação de investidores
pessoas jurídicas o deixa mais suscetível em períodos de redução da oferta de crédito, como o ocorrido mais
fortemente em setembro e outubro de 2008.
O Semear pactua com seus clientes condições para resgate antecipado, devidamente registradas junto à CETIP.
Entretanto, apesar de formalmente estabelecidas, a Instituição informou que vêm praticando, por liberalidade, a
adoção de liquidez diária para suas operações, excetuando as aplicações de institucionais, aplicações em DI e as
prefixadas.
Além dos CDBs, possui recursos captados junto a uma instituição financeira, mediante emissão de CDI, no montante
de R$ 22 milhões, com fluxo de realização vincendo em 31 meses. Trata-se de uma operação estruturada com
garantia de carteira de crédito consignado, o que contribui para diminuir a perspectiva de resgate antecipado.
O caixa é mantido em títulos públicos federais e uma parte menor de aplicações em depósitos interfinanceiros. Entre
setembro de 2008 e março de 2009 manteve média de R$ 35 milhões de recursos equivalentes de caixa,
representando entre 20% e 25% dos depósitos a prazo, incluindo os recursos ligados aos acionistas.
Além do fortalecimento das posições de caixa livre, mediante a aplicação em títulos públicos federais e redução do
prazo médio de crédito, o Semear possui (a) limite de cessão de crédito com coobrigação aprovado de R$ 40 milhões
(valor futuro) junto a um grande banco, proporcionando um aporte de recursos de cerca de R$ 30 milhões.
9
Bancos
BANCO SEMEAR S.A.
a
Deste montante, já foi realizada uma 1 tranche no valor de R$ 16 milhões (R$ 13,3 milhões em 05/11/08 e R$ 2,7
milhões em 07/11/08), restando o limite de R$ 14 milhões a ser realizado oportunamente e (b) habilitou-se ao
programa de aplicação de recursos do FGC, o qual possibilita adiantamento de recursos via CDB/LC para a
produção de créditos. Este programa gera capacidade de produção de créditos no montante de R$ 3,6 milhões/mês.
Operacional
O Banco Semear vem se preparando para a implementação do Novo Acordo da Basileia II, que pode ser sumarizado
como segue abaixo:
•
No que tange aos Riscos Financeiros (Liquidez, Mercado e Crédito), o Banco Semear estruturou área específica
(Gerência de Riscos Financeiros), que elaborou políticas e estabeleceu limites operacionais mínimos aceitáveis
para a gestão destes riscos. Esta área tem objetivo de mitigar os riscos financeiros que impactam a instituição.
Nesta direção, realizou aquisição de sistema informatizado de gerenciamento de riscos financeiros;
•
Para o Risco Operacional, o Banco Semear também estruturou área com o aproveitamento da sinergia obtida
entre a gestão deste risco e a área de controles internos. Posto isso, agregou-se a Superintendência de
Controles Internos, uma área especifica para o gerenciamento do risco operacional. Dentro dos desdobramentos
deste projeto, a instituição contratou consultoria especializada no gerenciamento deste risco, aprovou política de
gerenciamento do risco operacional e adquiriu sistema informatizado para o gerenciamento deste.
Adicionalmente, na contratação de serviços de auditoria interna junto à ”Deloitte Touche Tohmatsu”, incluiu-se a
certificação das políticas e dos processos de gerenciamento de riscos financeiros e operacional.
10
Bancos
BANCO SEMEAR S.A.
Classificação da Austin Rating
Solidez Financeira
AAA
O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições, dotadas
de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial
pode variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo.
AA
O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,
boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as
condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.
A
O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa
situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições
de funcionamento do banco. O risco é muito baixo.
BBB
O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de
cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode
ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições
intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo.
BB
O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas
vulneráveis às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é médio.
B
O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma
vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que pode afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é médio.
CCC
O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade
muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é alto.
CC
O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade
muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de
funcionamento do banco. O risco é muito alto.
C
O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão
limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras
deficientes; e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.
Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma
escala de rating.
Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou
inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do
emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é
considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.
As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas
neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em
recomendação de investimento para todos os efeitos.
Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br
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