cip-central de integração do proleg
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C.I.P.-CENTRAL DE INTEGRAÇÃO DO PROLEG ORGANIZAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS PARA A PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE LEITE Folda , Francisco Sergio, Engenheiro Agrônomo, Especialista em Desenvolvimento Rural, Emater-Pr, Unidade de Rio Bonito do Iguaçu. Azevedo ,Valdecir de , Técnico em Agropecuária, Administrador de Empresas, Secretaria de Agropecuária e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Bonito do Iguaçu. Rio Bonito do Iguaçu - Paraná Novembro,2.004 C.I.P. – CENTRAL DE INTEGRAÇÃO DO PROLEG UMA HISTORIA DE ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES RURAIS a) CONTEXTUALIZAÇÃO A região central do Paraná caracteriza-se por todos os seus municípios terem na atividade agropecuária a principal fonte geradora de riquezas, contando com 93 % das propriedades classificadas como familiares, tendo como base de sustentação econômica as explorações das culturas de milho, feijão, soja, fumo, suinocultura, bovinocultura de corte e uma bovinocultura de leite incipiente. Os municípios dessa região apresentam um dos índices mais baixos do IDH-M do Paraná (de 0,669 a 0,753 no ano de 2.000-Pnud/Ipea/FJP), sendo que 24,37% da população vive abaixo da linha de pobreza ( com ¼ do salário mínimo por mês), com renda per capita média de R$ 219,51 em Laranjeiras do Sul, de R$ 184,54 em Virmond, de R$ 151,39 em Nova Laranjeiras e de R$ 120,77 em Rio Bonito do Iguaçu (Pnud/Ipea/FJP-2.000). Em 1.995, na busca de alternativas econômicas para as pequenas propriedades do município de Rio Bonito do Iguaçu, as quais constituem aproximadamente 90 % do total de propriedades, o leite surgiu como uma alternativa interessante por propiciar uma receita mensal e por praticamente todos os produtores possuírem vacas – ainda que de baixo padrão genético – e dessa forma terem alguma familiaridade com a atividade leiteira. No entanto, os baixos preços pagos pelos compradores de leite, especialmente no verão com a prática do pagamento do leite “extra-cota”, não estimulavam os produtores a investir na atividade, e assim os animais continuavam com baixa produtividade (cerca de 4,5 litros/vaca/dia), baixo período de lactação, primeiro parto acima dos 35 meses, alimentação deficiente, manejo incorreto, má qualidade do leite, volume comercializado por produtor baixo. b) CONCEITUAÇÃO As pequenas propriedades têm dificuldade de sobreviver com a exploração somente de grãos, com entrada de receita anual, situação que se agrava quando os preços ficam muito baixos, inviabilizando –as economicamente. A bovinocultura de leite é uma atividade compatível com o tamanho das pequenas propriedades e com a disponibilidade da mão de obra familiar, além do fato de a entrada de receita ser mensal, constituindo-se por isso como uma excelente alternativa para os pequenos produtores. Além disso, os agricultores podem utilizar a área destinada às culturas de verão para plantar aveia e/ou azevém no inverno, com a finalidade de fazer cobertura do solo no sistema de plantio direto e para utilização como pastagem de inverno, implementando um sistema agro-pastoril, muito interessante do ponto vista de aproveitamento da área da propriedade. Com a disponibilidade de alimentação de boa qualidade no inverno e na primavera, o volume de leite por propriedade aumenta numa época em que os preços são melhores, trazendo maior renda para os produtores. Adotando práticas adequadas de manejo dos animais nas questões sanitárias e nutricionais, nas instalações e na ordenha higiênica, será obtido um leite de melhor qualidade, o que resultará em melhores preços para o produto. Organizando os produtores em associações ou cooperativas e com isso tendo um volume de leite maior, aumenta o poder de barganha dos produtores na comercialização, obtendo um melhor preço pelo leite. c) DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS O inicio do trabalho aconteceu em Rio Bonito do Iguaçu, onde foram levantados os pontos favoráveis, os desfavoráveis e estabelecida a estratégia operacional. Inicialmente foram buscadas parcerias, com a Prefeitura Municipal de Rio Bonito do Iguaçu para apoiar o projeto através da cessão do local para instalação do Posto de Recebimento de Leite e da assunção do frete de Rio Bonito até Guarapuava, e com a Coamig- Cooperativa Agropecuária Mista de Guarapuava para receber a produção de leite, ceder um resfriador de imersão com capacidade para 2.000 litros e também um funcionário para receber e expedir o leite. A Emater e a Prefeitura organizaram as linhas de leite e fizeram reuniões de capacitação para os produtores , seguindo as diretrizes do então iniciante PROLEG – Programa Leiteiro da Região de Guarapuava. Foram elaborados panfletos chamando a atenção dos produtores de leite com a frase “PRODUTOR DE LEITE – VOCÊ QUER GANHAR UMA TV NO FINAL DE UM ANO ? “ destacando o fato de que se recebesse R$ 0,05 a mais por litro de leite, ao final de um ano poderia comprar dentre outras coisas uma TV com a diferença., e conclamando o produtor a entregar a sua produção para o Posto de Resfriamento de Leite de Rio Bonito do Iguaçu. O recebimento de leite foi iniciado em 19 de agosto de 1.996 com 17 produtores e um volume de 400 litros de leite por dia, sendo levados para a Coamig em Guarapuava a cada dois dias. Como não havia uma organização formal, o pagamento do leite era feito inicialmente em nome de um produtor, o qual repassava para os demais, e posteriormente através do Conselho Comunitário de Rio Bonito ( antigo Fundec) que era legalmente constituído. Em 08 de julho de 1.998 foi constituída uma cooperativa com área de ação municipal, que iniciou as atividades em janeiro de 1.999 com o nome de COLERBI – Cooperativa de Produtores de Leite de Rio Bonito do Iguaçu, contando com 93 associados e recebendo um volume de 2.000 litros de leite diariamente. Através de recursos do Pronaf Infraestrutura e Desenvolvimento Municipal a COLERBI recebeu um resfriador de expansão com capacidade para 10.000 litros, resfriadores de imersão e equipamentos para laboratório. Observou-se um avanço significativo no volume de leite dos produtores após a sua organização, onde inicialmente a média de produção por produtor por dia, para sócios da COLERBI, era de 19 litros, passou para 70 litros por dia por produtor no ano de 2003,como mostra o gráfico a seguir: VOLUME EM LITROS COLERBI - MÉDIA DA PRODUÇÃO POR DIA POR PRODUTOR 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 A receita mensal bruta média por produtor que em 1997 era de R$ 128,80, em 2003 passou para R$ 944,05 para os associados da COLERBI, como mostra o gráfico a seguir: VALOR BRUTO MÉDIO MENSAL RECEBIDO PELOS PRODUTORES DE LEITE VALOR EM REAIS 1000,00 800,00 600,00 400,00 200,00 0,00 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Conseqüentemente, a receita média anual por produtor também evoluiu, passando de R$ 1.545,60 em 1.997 para R$ 11.328,60 em 2.003 VALOR BRUTO MÉDIO ANUAL RECEBIDO PELOS PRODUTORES DE LEITE VALOR EM REAIS (R$) 12000,00 10000,00 8000,00 6000,00 4000,00 2000,00 0,00 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 O marco zero da organização que posteriormente resultou na cooperativa COLERBI foi no mês de agosto de 1.996, e desde então são coletados dados importantes todo mês de agosto para verificação do resultado, conforme mostra o quadro abaixo: MÊS / ANO NÚMERO VOLUME RECEITA TOTAL VOLUME ( l ) PRODUTORES MENSAL ( l ) MENSAL ( R$ ) PRODUTOR/DIA VALOR MÉDIO VALOR DO SALÁRIOS RECEBIDO/ SALÁRIO MÍNIMOS PRODUTOR/MÊS MÍNIMO POR MÊS MÉDIA agosto-96 17 4.352 1.220,45 19,69 71,79 112,00 0,64 agosto-97 141 101.196 26.563,83 23,15 188,39 120,00 1,57 agosto-98 91 86.474 24.005,99 30,65 263,80 130,00 2,03 agosto-99 106 117.293 30.496,18 35,69 287,60 136,00 2,11 agosto-00 110 59.257,62 48,41 538,71 151,00 3,57 agosto-01 126 231.391 63.395,38 59,24 503,14 180,00 2,80 agosto-02 117 286.830 94.554,26 79,08 808,16 200,00 4,04 agosto-03 135 284.521 147.021,52 67,99 1.089,05 240,00 4,54 agosto-04 243 499.276 274.600,18 1.130,04 260,00 165.063 68,48 4,34 Em termos de cooperativa, o número de produtores manteve-se praticamente estável no período de 1.997 a 2.003, sendo que em 2.004 foi iniciada a coleta de leite nos Assentamentos Ireno Alves e Marcos Freire ( com 1.530 famílias), aumentando significativamente o volume de leite captado. QUANTIDADE DE PRODUTORES QUE ENTREGAM LEITE: MÉDIA/ANO 140 QUANTIDADE 120 100 80 60 40 20 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 O volume da produção captada mensalmente pela COLERBI tem crescido significativamente. VOLUME EM LITROS PRODUÇÃO MENSAL DA COLERBI: 7 ANOS 400.000 1997 350.000 1998 300.000 1999 2000 250.000 2001 200.000 2002 150.000 2003 100.000 50.000 O JU LH O AG O ST SE O TE M BR O O U TU BR N O O VE M BR D O EZ EM BR O JU N H M AI O AB R IL JA N EI R FE O VE R EI R O 0 Da mesma forma, a produção anual teve um incremento muito grande. PRODUÇÃO ANUAL DE LEITE DA COLERBI VOLUME EM LITROS 3.500.000 3.000.000 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Um dado extremamente importante para o município é o volume de recursos introduzidos mensalmente, o que movimenta a economia local, com as empresas ficando na expectativa do cheque do pagamento do leite para aumentarem suas vendas, possibilitando mesmo a venda no crediário para os produtores, os quais passam a ser praticamente assalariados, conforme mostrado no gráfico referente à COLERBI de Rio Bonito do Iguaçu. VOLUME DE RECURSOS FINANCEIROS INTRODUZIDOS NO MUNICÍPIO VIA COLERBI VALOR EM REAIS 1.600.000,00 1.400.000,00 1.200.000,00 1.000.000,00 800.000,00 600.000,00 400.000,00 200.000,00 0,00 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Com a organização dos produtores, foi possível vender o leite por um preço melhor. PREÇO DO LEITE RECEBIDO PELA COLERBI: 5 ANOS 1999 0,500 2000 0,400 2001 0,300 2002 2003 0,200 0,100 M AI O JU N H O JU LH AG O O ST SE O TE M BR O O U TU BR N O O VE M BR D EZ O EM BR O AB R IL 0,000 JA N EI FE R O VE R EI R O VALOR EM REAIS 0,600 Os produtores associados à cooperativa COLERBI foram beneficiados, recebendo um preço melhor por seu produto. PREÇO MÉDIO E LIQUIDO RECEBIDO PELOS PRODUTORES 0,45 VALOR EM REAIS 0,4 1999 0,35 2000 0,3 2001 0,25 2002 0,2 2003 0,15 0,1 0,05 O EZ EM BR O M BR D N O VE U TU BR O O BR O O TE M ST SE AG O LH O O JU N H JU AI O M R IL AB O EI R FE JA N VE R EI R O 0 O valor do frete interno que inicialmente era de R$ 0,05/litro, o qual equivalia a 22% do valor do litro de leite comercializado pelos produtores, reduziu em 2003 para R$ 0,033/litro, o que equivale a 7,5% do valor do preço do litro do leite, como demonstra o gráfico da COLERBI. PORCENTAGEM (%) PORCENTAGEM DO PREÇO DO FRETE EM RELAÇÃO AO PREÇO DO LEITE 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 A exemplo de Rio Bonito, produtores de outros municípios passaram a se organizar também, sendo que em março de 1.997 o município de Virmond organizou os produtores para a comercialização do leite em conjunto com Rio Bonito, e posteriormente fundou a Cooperativa COLERVI, com área de ação municipal, tendo 26 produtores e um volume de 1.000 litros de leite por dia. Foi então iniciada a CIP-Central de Integração do Proleg, organização informal com a finalidade de comercializar a produção das cooperativas em conjunto, buscando obter melhores preços para o leite e diminuição do custo unitário do transporte através do aumento do volume de leite. Em abril de 1.997, foi o município de Laranjeiras do Sul que passou a integrar a CIP, organizando os produtores e culminando, em 1.999, com a criação de uma cooperativa – COLELS – Cooperativa de Produtores de Leite de Laranjeiras do Sul, com 56 produtores e um volume diário de 1.200 litros. A COLELS recebeu um resfriador de expansão para 10.000 litros, resfriadores de imersão e equipamentos para laboratório através de recursos do Pronaf Infraestrutura e Desenvolvimento Municipal. Em março de 1.999, foi constituída a Associação Municipal de Produtores de Leite de Nova Laranjeiras, com 37 produtores e produção diária de 700 litros de leite, e que passou também a integrar a CIP e fazer a comercialização da produção em conjunto com as Cooperativas. A Associação também foi beneficiada com recursos do Pronaf Infraestrutura e Desenvolvimento Municipal, com um caminhão e tanque rodoviário isotérmico para coleta do leite, resfriador de expansão de 10.000 litros, resfriadores de imersão, posto de recebimento do leite, conjunto para inseminação artificial, sêmen e equipamentos para laboratórios.. Em 2.001,a Associação transformou-se em Cooperativa, com o nome de CONALEITE, então com 70 associados e produção de 5.500 litros de leite por dia. Dessa forma , a CIP - Central de Integração do Proleg consolidou-se como uma opção para a organização dos produtores da região, tanto na produção como na comercialização do leite, conforme mostrado no quadro abaixo: RECEBIMENTO DE LEITE POR ENTIDADE INTEGRADA À CIP_- CENTRAL DE INTEGRAÇÃO DO PROLEG - NO PERÍODO DE 1.999 a 2.003 ENTIDADE COLERBI – Rio Bonito do Iguaçu COLERVI - Virmond COLELS – Laranjeiras do Sul CONALEITE – Nova Laranjeiras TOTAIS 1.999 973.229 2.003 3.196.572 1.999 254.626,82 PRODUTORES ASSOCIADOS 2.003 1.999 2.003 1.454.784,29 100 138 315.669 464.531 1.035.131 2.633.554 83.950 121.387,75 477.096,51 1.229.581,64 26 44 40 121 359.607 2.057.586 90.457,02 948.752,16 78 152 2.113.036 8.922.843 550.421,59 4.110.214,60 248 451 VOLUME RECEBIDO(litros) RECEITA BRUTA TOTAL (R$) A comercialização do leite é feita de forma integrada pelas quatro cooperativas que formaram a CIP, e a produção é negociada sempre em conjunto, visando obter melhores vantagens no preço pelo volume maior ofertado , bem como redução do custo do frete das cooperativas até a compradora pela utilização de veículo com maior capacidade de carga. Mensalmente a CIP se reúne para estabelecer diretrizes e discutir ações a serem executadas pelas entidades que a compõem. CIP-VOLUME MENSAL RECEBIDO 1999/2003 1.000.000 900.000 800.000 700.000 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0 1.999 2000 2001 2002 AB R IL M A JU IO N H JU O L AG HO SE OS TE TO M O BR U O N TUB O VE RO D MB EZ R EM O BR O JA FE NE VE IRO R EI R O 2003 O volume captado pela CIP anualmente teve um crescimento bastante significativo.......... CIP-VOLUME ANUAL RECEBIDO 1999/2003 10.000.000 9.000.000 8.000.000 7.000.000 6.000.000 5.000.000 4.000.000 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 ........o que possibilitou a obtenção de melhores preços para o leite e um maior volume de recursos introduzidos nos municípios, tanto mensal....... CIP-VALOR RECEBIDO MENSAL 1999/2003 450.000,00 400.000,00 350.000,00 300.000,00 250.000,00 200.000,00 150.000,00 100.000,00 50.000,00 0,00 A JU IO N H JU O AG LHO SE O TE ST M O O B U R N TU O O VE BR D M O EZ B E M RO BR O IL M AB R JA FE N E VE I R R O EI R O 1.999 2000 2001 2002 2003 ......como anualmente, movimentando a economia dos quatro municípios. CIP-VALOR RECEBIDO ANUAL 1999/2003 R$ 4.500.000,00 R$ 4.000.000,00 R$ 3.500.000,00 R$ 3.000.000,00 R$ 2.500.000,00 R$ 2.000.000,00 R$ 1.500.000,00 R$ 1.000.000,00 R$ 500.000,00 R$ 0,00 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 Cada cooperativa tem um número mínimo necessário de funcionários - dois- , sendo um para recebimento e expedição do leite e outro para substituir o primeiro nas folgas legais.O frete é terceirizado ( o tanque isotérmico para coleta é da Cooperativa e o caminhão é do freteiro). O Transporte do leite dos postos municipais para o destino final é feito com caminhões e custos da compradora. A EMATER-Paraná e as Secretarias de Agropecuária dos municípios envolvidos prestado assistência técnica aos produtores nas seguintes áreas : tem a) Organizacional – orientação aos produtores na criação de cooperativas e associações para organizar a coleta de leite a nível de município, bem como a organização das entidades para comercialização conjunta do leite através de uma Central de Comercialização-CIP, com abrangência em vários municípios; b) Gerencial – Orientação gerencial a nível de propriedade com o GPL – Gerenciamento da Pecuária Leiteira, onde são efetuados levantamentos econômicos mensais com os produtores com a finalidade de orientar as tomadas de decisões para melhorar os seus rendimentos, a nível de cooperativas ou associações no processo de administração, bem como a nível da CIP. c) Tecnológica – realização de uma série de treinamentos aos produtores de leite, tais como alimentação dos animais e melhoria das pastagens, ordenha higiênica, resfriamento do leite, controle leiteiro, instalações adequadas, sanidade, reprodução, manejo da bezerra, da novilha e da vaca em lactação, e transporte do leite. A cada trimestre são definidas as linhas de ação dos treinamentos, os quais são efetuados igualmente nos municípios onde estão as cooperativas ou associações. Através do trabalho realizado pelas entidades de assistência técnica, EMATER e Secretarias Municipais de Agropecuária com apoio dos Governos Municipais, Estadual e Federal, foram feitas parcerias com agentes financiadores e entidades que realizam Cursos de capacitação e treinamentos, como SERT, SENAR, CTP-Castro e outros. O interesse do produtor em profissionalizar-se e investir na atividade fizeram com que a atividade leiteira crescesse e na grande maioria das propriedades deixou de ser uma receita parcial durante o ano (quebra galho) e passou a ser tratada como a atividade principal. No início houve muita dificuldade para viabilizar a atividade nas propriedades, já que o pouco de recursos gerados na mesma era destinado basicamente para a manutenção familiar, havendo a necessidade de buscar financiamentos junto às instituições financeiras, principalmente nas linhas do PRONAF. Também ocorreu auxilio por parte de algumas Prefeituras para financiamento de novilhas com aptidão leiteira, pagamento do custeio dos Postos de Resfriamento de Leite nas sede dos municípios e subsídio do frete do leite do interior até os postos de resfriamento. Porém, à medida que a produção foi crescendo, a empresa compradora passou a buscar o leite nos municípios e o frete interno passou a ser viável, isentando as Prefeituras desses custos. O crescimento das cooperativas municipais possibilitou às mesmas assumirem posteriormente o custeio dos postos de resfriamento do leite. Com a organização dos produtores para comercialização em conjunto com as outras cooperativas, o preço recebido tem aumentado ano a ano. Com isso, e adotando a política de ter o mínimo possível de funcionários e com custo operacional baixo das cooperativas, possibilita para que o valor recebido pelos produtores seja o maior possível. d ) CONCLUSÕES A COLERBI, de Rio Bonito, recebeu mais um resfriador com capacidade para 10.000 litros e um tanque rodoviário isotérmico para coleta a granel através do Pronaf Infraestrutura, e um silo para 10.000 litros emprestado da Confepar, e conta hoje com uma capacidade de recebimento de 30.000 litros diários de leite. A COLERVI, de Virmond, já conta com um posto de recebimento de leite cedido pela Prefeitura Municipal, onde tem um resfriador de expansão para 3.000 litros, e recentemente recebeu outro resfriador com capacidade para 3.000 litros cedido pela Confepar, ficando com capacidade de recebimento de 6.000 litros por dia. A COLELS, de Laranjeiras do Sul, recebeu recentemente um resfriador com capacidade para 10.000 litros de leite, cedido pela Confepar, ficando com capacidade de recebimento de 20.000 litros por dia. A CONALEITE, de Nova Laranjeiras, adquiriu mais resfriador com capacidade para 5.000 litros, ficando com capacidade de recebimento de 15.000 litros por dia. Dessa maneira, a CIP –Central de Integração do Proleg, conta hoje com uma capacidade de recebimento de até 71.000 litros de leite por dia, meta de captação a ser atingida até o ano de 2.007, conforme projeção do aumento da produção das quatro cooperativas municipais. A seguir demonstramos a expectativa para o aumento de produção das quatro cooperativas que compõem a CIP, para cinco anos. Observamos que a COLERBI - Cooperativa de Produtores de Leite de Rio Bonito do Iguaçu, apresenta uma projeção de crescimento superior às outras, isso se explica pelo fato do município possuir o maior assentamento do Brasil, com 1530 famílias assentadas. Das quais, cerca de 15% no mínimo serão produtores de leite, sócios da COLERBI. ANO 2004 2005 2006 2007 2008 PROJEÇÃO DO AUMENTO DA PRODUÇÃO DA COLERBI PRODUTORES PRODUÇÃO/DIA MÉDIA % AUMENTO 230 13.000 40% 270 18.200 40% 315 23.700 30% 345 31.000 30% 385 40.000 30% ANO 2004 2005 2006 2007 2008 PROJEÇÃO DO AUMENTO DA PRODUÇÃO DA CONALEITE PRODUTORES PRODUÇÃO/DIA MÉDIA % AUMENTO 190 6.000 10% 210 7.000 16% 230 8.000 15% 250 9.200 15% 270 10.600 15% ANO 2004 2005 2006 2007 2008 PROJEÇÃO DO AUMENTO DA PRODUÇÃO DA COLERVI PRODUTORES PRODUÇÃO/DIA MÉDIA % AUMENTO 56 3.600 10% 65 4.140 15% 70 4.800 15% 75 5.500 15% 80 6.300 15% PROJEÇÃO DO AUMENTO DA PRODUÇÃO DA COLELS ANO PRODUTORES 2004 160 2005 170 2006 180 2007 190 2008 200 ANO 2004 2005 2006 2007 2008 PRODUÇÃO/DIA MÉDIA 9.100 11.400 14.200 17.200 21.500 % AUMENTO 25% 25% 25% 25% 25% PROJEÇÃO DO AUMENTO DA PRODUÇÃO DA CIP PRODUTORES PRODUÇÃO/DIA MÉDIA % AUMENTO 566 31.700 35% 615 40.740 26% 660 50.700 25% 705 62.900 24% 750 78.400 25% Dessa forma, fica demonstrado que com organização, capacitação e persistência é possível aos agricultores familiares conseguirem melhores preços para seus produtos, negociando-os conjuntamente para terem maior poder de barganha junto aos compradores. A produção é conduzida de maneira independente por cada cooperativa, com os meios e recursos que cada uma dispõe, mas a comercialização do leite é feita em conjunto pelas quatro cooperativas. A cooperativa com área de ação municipal é interessante pelo fato de que seus associados tem uma relação mais próxima, conhecendo-se, sendo mais eficaz o controle social sobre a mesma, além de que o agricultor passa e enxergar a cooperativa como uma entidade realmente sua. Além dos benefícios diretos aos agricultores, os pequenos municípios tem sua economia movimentada de forma significativa pela injeção mensal de dinheiro que forçosamente deságua no comercio e na prestação de serviços locais, gerando empregos diretos e indiretos e também investimentos ligados ao setor leiteiro. Também os financiamentos bancários para investimentos na atividade leiteira, liberados diretamente aos agricultores através do Pronaf, movimentam a economia local, pois geram operações de compra e venda de animais, materiais, equipamentos, máquinas, insumos e outros bens. Rio Bonito do Iguaçu, novembro de 2.004. POSTO DE RECEBIMENTO DE LEITE DA COLERBI, RIO BONITO DO IGUAÇU, 1.996. PRIMEIRO RESFRIADOR (2.000 LITROS) DA ORGANIZAÇÃO QUE SE TRANSFORMARIA NA COLERBI,1996 – CEDIDO PELA COAMIG RESFRIADOR DE EXPANSÃO PARA 3.500 LITROS DE LEITE, CEDIDO PELA COAMIG, 1.997 OS DOIS RESFRIADORES PARA 10.000 LITROS CADA, E AO FUNDO UM SILO BALÃO PARA 10.000 LITROS, COLERBI, 2.003 RECEBIMENTO E EXPEDIÇÃO DE LEITE COLERBI – RIO BONITO DO IGUAÇU – 2.004 PRIMEIRO CAMINHÃO COM TANQUE ISOTÉRMICO PARA COLETA DE LEITE A GRANEL DE RIO BONITO DO IGUAÇU TRANSPORTE DE LEITE EM TARROS, 1.998 RECEBIMENTO DE LEITE TRANSPORTADO EM TARROS, 1.998 ASSEMBLEIA DE CONSTITUIÇÃO DA COLERBI, 1.998 REUNIÃO DA CIP – CENTRAL DE INTEGRAÇÃO DO PROLEG, 2.003 CAPACITAÇÃO DE PRODUTORES EM BOVICULTURA DE LEITE, CTP-CASTRO COMO ERAM OS ANIMAIS E A PASTAGEM ANTES DE 1.996 COMO SÃO AGORA..... A ATIVIDADE LEITEIRA GERANDO NOVOS EMPREENDIMENTOS EM RIO BONITO DO IGUAÇU – INDUSTRIA INSTALADA EM 2.004 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GERADOS PELA ATIVIDADE LEITEIRA EM RIO BONITO COMERCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ( VETERINÁRIOS) LIGADOS A ATIVIDADE LEITEIRA LOJA DE ELETRODOMÉSTICOS DISPUTANDO O “CHEQUE DO LEITE”