Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil

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Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil
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Síntese de atualidade econômica e empresarial Brasil-Ásia-Pacífico
Fevereiro/Março de 2010
Henrique Altemani de Oliveira
Grupo de Estudos Ásia-Pacífico - PUC/SP – www.pucsp.br/geap
Temas:
Destaque: Índia demonstra manter fortes interesses na economia brasileira
- Empresa indiana negocia com Ferrous Brasil para ampliar acesso a minérios
- Brasil busca ampliar venda de armamentos para a Índia
- Protocolo com a Índia para importação e exportação de sêmen bovino
- Indiana Tata contesta resultado de licitação
- Grupo Indiano Shree Renuka adquirir 50,79% de usina de acúcar
- Índia amplia compras de acúcar
Investimentos Chineses
- Fundo soberano chinês investe na Vale
- Chinesa Honbridge Holdings compra projeto de minério de ferro
- Chinesa Chery busca local para instalação de fábrica
- Wuhan conclui compra de participação na mineradora MMX
Investimentos Coreanos
- Hyundai produzirá carro pequeno para venda só no Brasil
- Hyundai investe e transfere tecnologia para o setor naval
- Coreia na disputa para construção do trem bala
Investimentos Japoneses
- Hitachi fecha parcerias para construção de monotrilho em São Paulo
- Investimento japonês em medicamentos
Diversos
- Samsung descontinua produção de cinescópios
- China reconhece mais estados brasileiros como fornecedores de carne
- Empresa de Cingapura planeja estaleiros no Brasil
- China dribla lei antidumping
- Ampliada sobretaxa sobre calçado chinês
- Vale pretende reajuste de 90% para as siderúrgicas japonesas
- Associação Japonesa de Fabricantes de Automóveis propõe 10% de etanol
na gasolina
- Corretora Mirae, coreana, inicia atividades no país
- Empresas Chinesas competem forte para fornecimento de turbinas
- Brasil pressiona Peru pelo TLC com a China
Destaque: Índia demonstra manter fortes interesses na economia brasileira
Na balança comercial de 2009, chamou atenção a forte expansão da colocação de
produtos no mercado indiano, motivada principalmente pelas vendas de açúcar,
assim como de óleo bruto de petróleo.
Constata-se assim um renovado interesse de ampliação de relações econômicocomerciais, não só na garantia de abastecimento de açúcar, mas igualmente em
setores bem diversificados como investimento para maior acesso a minérios, em
softwares, aviões, radar e armamentos e sêmen bovino.
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Empresa indiana negocia com Ferrous Brasil para ampliar acesso a minérios
A direção da Ferrous Resources do Brasil não quis comentar no momento a notícia
veiculada pelo jornal "Economic Times" de que a National Mining Development
Corporation (NMDC) teria feito uma oferta de US$ 2,5 bilhões para aquisição de
50% da empresa. No entanto, a expectativa de fontes do setor de mineração é de
que a compra deve ser fechada em breve, após a vinda ao Brasil de executivos da
mineradora estatal indiana para fazer uma "due dilligence" (processo de auditoria)
nas quatro jazidas minerais da Ferrous, localizadas no quadrilátero ferrífero de
Minas, como aconteceu com a siderúrgica chinesa Wuhan que se tornou sócia da
MMX, controlada por Eike Batista. Se o negócio se concretizar, esta será a primeira
aquisição da NMDC no exterior.
A FRB, constituída em 2007 por fundos de investimento dos Estados Unidos,
Inglaterra e Austrália, está tocando um plano de investimento no Brasil de US$ 4,5
bilhões, que inclui exploração das minas e construção de um mineroduto e um porto
na cidade de Presidente Kennedy, no Espírito Santo. A mineradora vinha há algum
tempo buscando um sócio estratégico para o empreendimento. No final do ano
passado já havia recebido propostas de sete investidores estrangeiros para uma
parceria.
(Grupo indiano negocia 50% da Ferrous Brasil, Valor Econômico, Vera Saavedra,
23/02/2010)
Brasil busca ampliar venda de armamentos para a Índia
De olho em contratos bilionários e no maior mercado importador de armas do
mundo, o Brasil defende uma "parceria estratégica" com o setor militar indiano. Em
11/03/2010, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, iniciou quatro dias de conversas
com autoridades da Índia para desbloquear a venda de aviões brasileiros ao país,
fechar acordo para a construção de um radar e, ainda, atuar no monitoramento do
território indiano.
Como não tem ainda uma produção local de armas e equipamentos, Nova Délhi
vem optando por importar equipamentos - 70% dos armamentos usados vêm de
fora. Hoje (12/03/2010), por exemplo, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin,
aterrissa na Índia também com o objetivo de ampliar suas vendas de caças e outros
produtos do setor bélico.
O Brasil também quer tirar proveito desse mercado. A aproximação, porém, não é
das mais fáceis. A Embraer já fechou um acordo para a venda de aviões, mas os
indianos querem garantias de que 30% da produção do jato ocorra em fábricas do
país e com transferência de tecnologia. Já a Embraer quer vender os aviões, mas
não necessariamente repassar informação e tecnologia.
(Jobim visita Índia de olho no mercado bélico, O Estado de S. Paulo, Jamil Chade,
12/03/2010)
Protocolo com a Índia para importação e exportação de sêmen bovino
O aumento da demanda global por carne bovina nos últimos anos e a
internacionalização dos frigoríficos estão fazendo com que o Brasil tenha que
importar sêmen bovino para atender o crescimento do mercado de genética.
No ano passado, a venda de sêmen bovino em todo o país cresceu 11,7% e
totalizou 9,16 milhões de doses. Desse total, 42,2% vieram de outros países.
Com base zebuína, o rebanho nacional não tem número elevado de animais de
origem europeia com as avaliações necessárias para garantir a qualidade mínimas
de reprodução. Assim, é mais fácil importar o sêmen de outros países do que iniciar
um processo de seleção e análise desses animais.
Mesmo com uma grande participação de sêmen importado no comércio doméstico,
o Brasil quer reforçar sua atuação no mercado externo. O Ministério da Agricultura já
acertou os últimos detalhes de um protocolo sanitário com a Índia que permitirá a
venda e também a compra de material genético entre os dois países.
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O maior interesse dos indianos e outros potenciais compradores é pelo sêmen de
gir-leiteiro, raça bastante adaptada a regiões quentes e tropicais. Está sendo
estruturado um plano junto ao ministério para implementar a genética bovina do
Brasil em pelo menos cinco países. Além da Índia, estão na lista de prioridades a
Austrália, Rússia, China e África do Sul.
(Demanda firme leva a aumento da importação de sêmen bovino, Valor Econômico,
Alexandre Inácio, 12/03/2010)
Indiana Tata contesta resultado de licitação
Às vésperas do Carnaval, pousou na Justiça Federal de Brasília um mandado de
segurança contestando o resultado de uma licitação milionária realizada pela Caixa
Econômica Federal (CEF) em novembro do ano passado. A Tata Consultancy
Services (TCS), empresa de tecnologia do grupo indiano Tata, argumenta que
teriam sido cometidas várias irregularidades na licitação para compra de software de
processamento de cartões da CEF, um contrato de R$ 356 milhões para os
próximos cinco anos. A disputa foi vencida pelo consórcio liderado pela
espanhola Indra. A proposta da TCS era de R$ 359,9 milhões - 1,1% acima da
apresentada pela Indra.
No mandado de segurança apresentado pela TCS - e também em uma
representação feita em janeiro ao Tribunal de Contas - o grupo indiano elenca ao
menos cinco pontos que considera irregulares. Um deles diz respeito ao atestado de
experiência anterior na prestação de serviços apresentado pelo consórcio liderado
pela Indra.
(Indianos entram na Justiça contra a CEF, Valor Econômico, Raquel Balarin,
18/02/2010)
Grupo Indiano Shree Renuka adquirir 50,79% de usina de acúcar
O grupo indiano Shree Renuka concluiu a compra de 50,79% de participação das
duas usinas de açúcar e álcool do grupo Equipav. O negócio foi avaliado em R$ 600
milhões. Com a aquisição, a companhia indiana finca os pés em São Paulo, maior
Estado produtor de cana no país, e avança seus domínios sobre a região Centro-Sul
do Brasil. As famílias controladoras do grupo - Toledo, Tarallo e Vetorazzo - ficaram
com a fatia restante do negócio.
A estreia da Shree Renuka no país ocorreu em novembro do ano passado, com a
compra de 100% do controle de duas usinas do grupo paranaense Vale do Ivaí. A
companhia é um dos maiores produtores de açúcar da Índia, com produção
estimada em 1 milhão de toneladas por ano. No Brasil, deverá acelerar a disputa
para ficar entre as cinco maiores.
(Shree Renuka compra usinas da Equipav, Valor Econômico, Mônica Scaramuzzo,
22/02/2010)
Índia amplia compras de acúcar
Em 2007, a Índia não comprou um quilo sequer de açúcar brasileiro. O país asiático
teve naquele ano uma safra recorde e até desbancou o Brasil da posição de maior
produtor mundial. Dois anos depois, o mercado inverteu-se totalmente, a Índia foi o
maior importador do açúcar brasileiro e em 2010 continua "enxugando" de forma
agressiva a oferta brasileira da commodity.
Os números não deixam dúvidas: até 22 de janeiro, a Índia já tinha importado
31,19% dos 1,058 milhão de toneladas (entre açúcar branco e bruto) que o Brasil
embarcou no período. A forte demanda internacional pelo produto, liderada pelos
indianos, aperta ainda mais os estoques de açúcar do Brasil.
O apetite da Índia pelo produto brasileiro neste início de ano é maior ainda do que
foi em 2009. No ano passado, o país asiático comprou 18% do que o Brasil
exportou. Do total de 13,6 milhões de toneladas embarcadas em 2009, a Índia
importou 3,99 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior.
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(Índia leva 31% do açúcar do Brasil em janeiro, Valor Econômico, Fabiana Batista,
29/01/2010)
Investimentos Chineses
Fundo soberano chinês investe na Vale
O CIC (China Investment Corporation), o fundo soberano do governo chinês,
realizou um investimento equivalente a US$ 498 milhões em papéis da brasileira
Vale no ano passado, uma das maiores aplicações realizadas por Pequim em Bolsa
de Valores nos EUA. Segundo relatório que o fundo apresentou para a CVM
americana, o investimento feito nos papéis da Vale só perde em valor para outros
três, em um portfólio que, no fim de 2009, somava US$ 9,63 bilhões. Só o banco
Morgan Stanley (US$ 1,8 bilhão), a gestora de recursos BlackRock (US$ 714
milhões) e a Teck Resources (US$ 3,5 bilhões), também do setor de mineração,
receberam investimentos maiores.
Esse movimento do fundo chinês faz parte da política de Pequim de diversificar as
suas reservas internacionais, reduzindo a sua exposição aos títulos do governo
americano e "migrando para investimentos reais", como petróleo e minério de
ferro.
(Governo da China investe US$ 500 mi em papéis da Vale, Folha de S. Paulo,
Álvaro Fagundes, 09/02/2010)
Chinesa Honbridge Holdings compra projeto de minério de ferro
A Votorantim Novos Negócios finaliza a venda do seu projeto de minério de ferro em
Rio Pardo de Minas, no norte de Minas, por US$ 430 milhões, para a chinesa
Honbridge Holdings.
O projeto é operado pela Sul Americana de Metais e prevê produção de 25 milhões
de toneladas de minério tipo "pellet-feed" a partir de 2014. A empresa tem quase
80% do capital nas mãos da VNN e o restante (22%) pertence à GME-4, companhia
de ativos minerais controlada pelo grupo Opportunity.
Além do valor da aquisição, os chineses investirão US$ 3,5 bilhões na execução do
projeto. A obra envolve mina, mineroduto de 470 km para transportar o minério,
terminal portuário ao norte de Ilhéus (BA) e uma unidade de produção de pelotas de
6 milhões a 7 milhões de toneladas ao ano. Os chineses deverão deter mais de 90%
do capital da SAM, mas os atuais acionistas vão permanecer na empresa.
(Chineses aplicarão US$ 3,5 bi em minério de ferro, Valor Econômico, Ivo Ribeiro,
21/01/2010)
Chinesa Chery busca local para instalação de fábrica
A Chery, terceira maior montadora chinesa de automóveis, despachou para o Brasil
um grupo de executivos com a missão de escolher a localidade que deverá sediar
sua primeira fábrica no país. O projeto, inicialmente é para 2012.
Atualmente, o único modelo da Chery vendido no Brasil é o utilitário Tiggo, montado
no Uruguai. Neste ano, o portfólio deverá incluir o compacto QQ, o sedã médio Cielo
e a minivan Facel.
(Chinesa Chery quer fábrica no Brasil, O Estado de S. Paulo, 01/01/2010)
Wuhan conclui compra de participação na mineradora MMX
A conclusão do negócio entre o grupo chinês Wuhan Iron and Steel (Wisco) e a
MMX Mineração e Metálicos, empresa controlada pelo grupo EBX, do empresário
Eike Batista, foi celebrada em 26/02/2010. Na ocasião, o grupo chinês fez a
integralização de capital na MMX via subscrição de 101,8 milhões de ações
ordinárias (ON, com direito a voto), equivalentes a 21,52% do capital da mineradora.
A integralização foi feita pela Wisco Brasil Investimento em Metalurgia, subsidiária
brasileira da companhia chinesa, conforme previsto no cronograma da operação de
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aumento de capital da MMX em curso.
Os chineses pagaram pela parceira com Eike R$ 738,9 milhões, o equivalente a
US$ 400 milhões convertidos pela cotação da moeda americana em 10 de fevereiro
e já depositados na conta da mineradora, como adiantou Roger Downey, presidenteexecutivo da MMX ao Valor. Ainda faltam R$ 480 milhões para serem integralizados
pelos minoritários, que poderão exercer seu direito de preferência de subscrição
destes papéis ao custo de R$ 7,26 por ação, até o dia 18 de março. O aumento de
capital da MMX deve totalizar R$ 1,2 bilhão.
(Chineses selam ingresso no capital da MMX, Valor Econômico, Vera Saavedra
Durão, 01/03/2010)
Investimentos Coreanos
Hyundai produzirá carro pequeno para venda só no Brasil
O automóvel que a Hyundai fabricará em Piracicaba (SP) a partir de 2012 é um
modelo pequeno que está sendo desenvolvido especialmente para o Brasil, segundo
o vice-presidente mundial da Hyundai, Chang Hwan Han. O executivo visitou um
conjunto habitacional que está sendo erguido no Jaraguá, zona Norte de São Paulo,
para fazer uma doação de US$ 100 mil para o projeto organizado por ONGs de
moradia. "Nós sentimos uma espécie de responsabilidade pelas sociedades onde
decidimos ter fábricas", disse Han.
O projeto que está em desenvolvimento na Hyundai não é, como se costuma ouvir
nessa indústria, mais um carro "para países emergentes", deixou bem claro o
executivo. "É um carro para o Brasil.
O investimento, que chega a US$ 700 milhões na fase inicial, será, em breve,
reforçado para ampliar a capacidade de produção na nova fábrica, projetada
inicialmente para 150 mil veículos por ano. "Queremos ter pelos menos 10% do
mercado do Brasil em três anos", disse.
(Carro coreano será feito para brasileiros, Valor Econômico, Marli Olmos,
26/01/2010)
Hyundai investe e transfere tecnologia para o setor naval
A OSX Estaleiros, uma subsidiária da OSX Brasil, do empresário Eike Batista,
fechou um acordo de cooperação técnica com a Hyundai Heavy Industries. Além do
" know-how " na construção de estaleiros, a coreana também aportará dinheiro na
companhia.
Pelos termos do acordo, a Hyundai comprará 10% das ações ordinárias da OSX
Estaleiros. O restante do capital da companhia continuará com a OSX Brasil.
De acordo com comunicado, a consumação do investimento da Hyundai está sujeita
a condições usuais neste tipo de transação, em especial à averbação do acordo de
cooperação técnica perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A Hyundai fornecerá informações técnicas, irá transferir tecnologia e dará
treinamento e capacitação à força de trabalho para a construção do estaleiro da
OSX a ser instalado em Santa Catarina.
Essa unidade produtiva da OSX se dedicará à construção de unidades de
exploração e produção offshore para o mercado brasileiro de equipamentos e
serviços no setor de petróleo e gás natural.
(Hyundai transfere tecnologia e aporta dinheiro na OSX, Valor Online 02/02/2010)
Coreia na disputa para construção do trem bala
O vice-presidente do grupo Bertin anunciou que o grupo pode associar-se a nomes
como Samsung e Hyundai para assumir a função de líder brasileiro no consórcio
coreano para o trem de alta velocidade (TAV).
Com uma receita anual de cerca de R$ 8 bilhões, o grupo Bertin atua na área de
infraestrutura por meio da construtoraContern; da Cibe, dona de concessões
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rodoviárias, saneamento e energia; e da Gaia Energia, criada em 2008 para disputar
leilões de geração. Juntas, as empresas de infraestrutura e construção do grupo
faturaram cerca de R$ 1,4 bilhão em 2009.
A dianteira da disputa ficará a cargo da construtora do grupo, que atua
principalmente na construção de pequenas usinas hidrelétricas (PCHs), em obras na
área de saneamento e rodovias.
Os sócios coreanos, além de fornecerem os sistemas e o material rodante, deverão
assumir uma parte das obras do trem-bala. A Samsung Engineering & Construction
tem uma divisão internacional e está interessada em participar das obras do trem
bala - mas será uma participação moderada, provavelmente limitada a 20% do
empreendimento. O material rodante e os sistemas elétricos ficarão a cargo da
Hyundai, proprietária da fábrica de trens Rotten, que produz KTX, o trem-bala local.
Outras empresas coreanas fornecerão sistemas de informática, comunicação e
sinalização.
(Grupo Bertin associa-se a coreanos para disputar TAV, Valor Econômico, Fernando
Teixeira,18/02/2010)
Investimentos Japoneses
Hitachi fecha parcerias para construção de monotrilho em São Paulo
A Hitachi, que construiu o monotrilho que liga Tóquio ao aeroporto de Haneda, entre
outros, já fechou parceria com as empreiteiras brasileiras Camargo Corrêa e
Odebrecht para participar da concorrência para construção de obra semelhante em
São Paulo, cujo custo previsto supera R$ 6 bilhões.
Segundo Tetsuro Hori, gerente-geral de vendas globais da Hitachi, o consórcio tem
condições de apresentar um preço bastante competitivo nos editais da cidade. As
exigências de capacidade e segurança do governo e da prefeitura de São Paulo
parecem se encaixar ao modelo de construção da Hitachi. Procuradas, Camargo
Corrêa e Odebrecht confirmaram o acordo
(Hitachi quer o monotrilho de São Paulo, Valor Econômico, Danilo Fariello,
29/01/2010)
Investimento japonês em medicamentos
Desde que foi alçado à categoria de “pharmerging”, o mercado brasileiro tem
despertado interesse das multinacionais do setor. O laboratório japonês Rohto
Pharmaceutical é uma delas. Em dezembro, o executivo Hideo Ueshima, diretor de
mercados em desenvolvimento, passou três semanas em São Paulo visitando
fabricantes de genéricos e distribuidores de medicamentos. A Rohto ainda não
decidiu se vai começar sua operação do zero, como fez a concorrente japonesa
Astellas, ou se vai tentar adquirir uma empresa local.
(Farmácia emergente atrai japoneses, O Estado de S. Paulo, 01/01/2010)
Diversos
Samsung descontinua produção de cinescópios
A Samsung SDI Brasil, unidade do grupo coreano que até o ano passado produzia
cinescópios no país, vai transferir sua fábrica localizada na Zona Franca de Manaus
à Samsung Eletrônica da Amazônia. Em julho de 2009 a empresa comunicou à
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) a paralisação de sua
produção de tubos para televisores e monitores de computador. Com o fim da
produção dos velhos tubos, a SDI pretende transferir sua sede, localizada em uma
área nobre da Zona Franca, à Samsung Eletrônica, que ocupa uma outra área, bem
menor, no local. As duas empresas, embora sejam subsidiárias do mesmo grupo
coreano, não têm ligação no Brasil.
A desativação da produção de cinescópios pela SDI é uma tendência mundial, já
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que o produto foi substituído pelas telas de LCD e de plasma. A paralisação da
Samsung SDI dá fim à produção de cinescópios no Brasil, que passam a ficar
restritos a importações. No ano passado o país importou pouco mais de 4 milhões
de tubos, contra 5,68 milhões em 2008.
(Samsung SDI encerra produção no AM, Valor Econômico, Cristine Prestes,
04/02/2010)
China reconhece mais estados brasileiros como fornecedores de carne
A China reconheceu mais 13 Estados do Brasil como áreas livres de aftosa com
vacinação, o que abre mais uma perspectiva para as carnes bovina e suína
brasileiras. Em nota, o ministério diz que o Brasil foi comunicado, em janeiro, do
reconhecimento de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Bahia,
Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, CentroSul do Pará e Distrito Federal. Acre, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
já tinham esse status.
(Reconhecimento chinês, Valor Econômico, 04/02/2010)
Empresa de Cingapura planeja estaleiros no Brasil
A Sembcorp Marine planeja construir novos estaleiros de navios no Brasil para
cumprir a demanda futura de petroleiros e perfuradores, na esteira do pré-sal. A
subsidiária da empresa, Jurong Shipyard, estuda a viabilidade do projeto nos
Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, e também no Norte do país.
O primeiro estaleiro deve ocupar uma área de cerca de 825 mil metros quadrados,
ao longo de 1,6 quilômetro de costa do município de Aracruz - a 80 quilômetros da
capital Vitória, hub port para embarcações offshore.
A Sembcorp informou que a instalação desenvolverá navios-sonda, plataformas de
perfuração semi-submersas e navios de apoio offshore. O estaleiro também será
equipado com instrumentos para instalação de módulos especiais nas embarcações
e plataformas flutuantes para armazenagem e descarga, além de reparos em navios
e equipamentos de perfuração.
(Semcorp
Marine
planeja
construir
estaleiros
no
Brasil,
in:
www.santosoffshore.com.br, 05/02/2010)
China dribla lei antidumping
O governo brasileiro decidiu fechar o cerco aos exportadores chineses que burlam
as tarifas antidumping. Há indícios de que as empresas estão falsificando os
certificados que comprovam a origem do produto ou fazendo triangulação - apenas
montando as peças em outros países. Dessa maneira, os produtos são fabricados
na China com um custo baixo, mas chegam ao Brasil como se tivessem sido feitos
em Taiwan, na Malásia ou no Vietnã.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior defende expansão
quase automática da sobretaxa para esses países quando for verificada a
triangulação, sem a necessidade de um novo processo de dumping. Para isso, o
Brasil teria de usar uma cláusula de "antielisão", que está prevista pela lei, mas
nunca foi regulamentada.
Dados do ministério apontam que as exportações vindas de outros países asiáticos
cresceram significativamente depois da aplicação do direito antidumping contra a
China. No caso do ferro de passar roupa, por exemplo, o Brasil aplicou uma
sobretaxa de US$ 5 por produto. Em 2007, antes da tarifa, 96,5% das importações
brasileiras de ferros vinham da China. Essa participação caiu para 19,9% em 2009.
Em compensação, a fatia de Taiwan subiu de 1% para 39,3% no período, e a da
Malásia saiu de zero para 30%.
(Exportador chinês usa outros países para driblar lei antidumping brasileira, O
Estado de S. Paulo, Raquel Landim, 14/02/2010)
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Ampliada sobretaxa sobre calçado chinês
O governo ampliou em 04/03/2010 a sobretaxa aplicada sobre a importação de
calçados chineses para evitar a prática de dumping. O valor subiu de US$ 12,47
para US$ 13,85 por par e terá validade por 5 anos. A sobretaxa estava sendo
cobrada provisoriamente nos últimos seis meses e perderia a validade em
08/03/2010. A decisão de prorrogar a tarifa foi tomada pelo Comitê Executivo de
Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex).
(Calçado chinês vai pagar mais imposto, O Estado de S. Paulo, Renata Veríssimo e
Raquel Landim, 05/03/2010)
Vale pretende reajuste de 90% para as siderúrgicas japonesas
A Vale propôs um reajuste superior a 90% para o preço do minério de ferro nas
negociações com as siderúrgicas japonesas para o exercício de 2010, informa a
edição de 11/03/2010 do jornal Nikkei.
Em 2009, a companhia brasileira comercializou a commodity a um preço de US$ 55
por tonelada para os contratos com preço anual fixo.
Entretanto, no mercado spot, o minério vem sendo negociado na casa dos US$ 130
por tonelada, impulsionado pela forte demanda da China.
Os japoneses têm se manifestado contra qualquer reajuste que supere os US$ 100,
no entanto, é provável que as partes concordem com um preço superior ao recorde
de US$ 79 registrado no ano fiscal de 2008. O Japão importou 128,5 milhões de
toneladas de minério de ferro em 2008.
(Vale propõe aumento acima de 90% no Japão, Valor Online, Téo Takar,
10/03/2010)
Associação Japonesa de Fabricantes de Automóveis propõe 10% de etanol na
gasolina
A associação que representa o setor automotivo no Japão (Jama, na sigla em
inglês) surpreendeu na última semana ao endossar em sua publicação institucional
a adoção de um percentual de mistura de 10% de etanol na gasolina. Desde 2003, a
legislação japonesa permite uma mistura facultativa de até 3%. O reconhecimento
da associação - equivalente à Anfavea no Brasil - reabre a discussão sobre o
potencial do consumo japonês de etanol do Brasil. Uma mistura a 10% significaria
um mercado de 6 bilhões de litros por ano para o biocombustível.
Não é de hoje que as empresas brasileiras olham essa perspectiva no Japão. Por
isso, quando consideram parcerias internacionais, os japoneses são muito bemvindos. A ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht, tem associação estratégica com a
empresa nipônica Sojitz Corporation, que detém 33% da ETH. A multinacional
Bunge, que recentemente comprou as usinas do grupo Moema e que tem explícita a
estratégia de deter 100% dos negócios que faz, não abre mão, no entanto, da
parceria com a trading japonesa Itochu, com a qual tem sociedade na usina Santa
Juliana, no Triângulo Mineiro - a Itochu tem 20% da indústria - e também
investimentos conjuntos em um projeto em Tocantins.
(Japoneses voltam a discutir mistura de 10% de etanol, Valor Online, Fabiana
Batista, 02/03/2010)
Corretora Mirae, coreana, inicia atividades no país
Depois de receber em janeiro o aval do presidente brasileiro para abrir uma
corretora de valores no país, o grupo sul-coreano Mirae está pronto para iniciar o
negócio. A expectativa é de que, em duas semanas, esteja tudo funcionando, afirma
Martin Lee, futuro diretor-presidente da instituição no Brasil. Nos planos estão a
intermediação de investimentos no mercado financeiro local para clientes asiáticos e
a estruturação de um home broker - sistema de negociação em bolsa via internet para disputar o segmento de ações, em franca expansão
À espera apenas do contrato social e do número no Cadastro Nacional de Pessoa
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Jurídica (CNPJ), a Mirae não é o primeiro grupo estrangeiro de olho no crescimento
do mercado brasileiro. Desde 2008, já desembarcaram no país as corretoras
britânicas Icap, que ficou com a Arkhe; BGC, que comprou a Liquidez; Tullet Prebon,
que assumiu a Convenção; a colombiana InterBolsa, que fechou negócio com a
FinaBank; além do Citibank, que comprou a Intra Corretora
(Sul-coreana Mirae acirra briga entre corretoras, Valor Econômico, Alessandra
Bellotto, 10/03/2010
Empresas Chinesas competem forte para fornecimento de turbinas
As fornecedoras mundiais de turbinas e equipamentos para usinas hidrelétricas
travam uma acirrada batalha nos bastidores dos preparativos para o leilão de Belo
Monte, em busca de um contrato superior a R$ 6 bilhões. A hegemonia das
europeias Alstom, Voith e Andritz, reunidas em um consórcio fornecedor para Belo
Monte liderado pela francesa Alstom, está ameaçada pelas chinesas. Entre os
concorrentes estão a Dongfang, que vai estrear no mercado brasileiro quando
entregar as primeiras turbinas da hidrelétrica de Jirau, e a Harbin, que está se
associando à empresa argentina Impsa para se fortalecer com um parceiro do
Mercosul e levar o contrato.
Apesar de não ter tradição no mercado brasileiro, ou mesmo mundial, como têm os
europeus, as chinesas têm propostas bem agressivas. O sócio de um dos
consórcios que deve disputar o leilão relata que o custo é até 40% menor e que
mesmo com investimento em engenharia para garantir a qualidade dos
equipamentos a diferença ainda é de 25% a 30%. Em termos de preço, os europeus
sabem que não podem competir. Jogam, entretanto, com o fato de possuírem
fábricas no Brasil e de pode, assim, prestar melhor assistência técnica. Argumentam
ainda que vão gerar empregos e investimentos aqui e não na China
(Chineses dão o tom na disputa por Belo Monte, Valor Econômico, Josette Goulart,
11/03/2010)
Brasil pressiona Peru pelo TLC com a China
O TLC entre Peru e China, que entrou em vigor em 01/03/2010, deverá pôr em
desvantagem alguns produtos brasileiros exportados para o país andino e levar o
Brasil a cobrar compensações tarifárias do governo peruano.
O Peru já tem sido pressionado pelo governo brasileiro a abrir negociações sobre
esse tipo de compensação por conta de um TLC com os EUA, que começou a valer
no ano passado. O governo do presidente Alan García, no entanto, tem se
esquivado das discussões.
No caso do acordo com a China, eletrodomésticos, carros e máquinas feitas no
Brasil são alguns dos itens que concorrerão com similares chineses que entrarão no
mercado peruano com tarifa zero.
Mas, para o Itamaraty, a abertura tarifária do vizinho Peru a países de fora da região
é algo ainda mal resolvido. A razão é que Lima deve se sentar para discutir tarifas
com países do Mercosul sempre que fechar um acordo de livre comércio com países
que não integrem a Associação Latino-americana de Integração (Aladi).
(Acordo comercial Peru-China gera atrito com Brasil, Valor Econômico, Marcos de
Moura e Souza, 03/03/2010)
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