Clipping Fenep 13-08 Clipping 13-08

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Clipping Fenep 13-08 Clipping 13-08
Clipping Nacional
de
Educação
Quarta-feira, 13 de Agosto de 2014
Capitare Assessoria de Imprensa
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Valor Econômico
13/08/14
BRASIL
00
Brasileiro ganha prêmio
'Nobel' de matemática
Por Folhapress, de São Paulo
Artur Avila é o primeiro
pesquisador latino-americano a
ganhar a Medalha Fields
O matemático brasileiro Artur
Avila, 35, é o primeiro pesquisador
na América Latina escolhido para
receber a Medalha Fields,
popularmente conhecida como o
"Nobel da matemática". A entrega do
prêmio ocorrerá na abertura do 27º
Congresso Internacional de
Matemáticos, em Seul, na Coreia do
Sul.
Comparada ao Nobel, pela
importância, a Medalha Fields
distingue-se por ser entregue apenas
de quatro em quatro anos para
matemáticos de até 40 anos. A cada
edição, são entregues de duas a
quatro medalhas. Neste ano, também
receberam o prêmio outros três
pesquisadores: o canadenseamericano de origem indiana Manjul
Bhargava, o austríaco Martin Hairer,
e a iraniana Maryam Mirzakhani, a
primeira mulher a receber a distinção.
Considerado
um
dos
matemáticos mais talentosos de sua
geração, Avila - que é pesquisador
do Instituto Nacional de Matemática
Pura e Aplicada (Impa) e do Centro
Nacional de Pesquisa Científica
(CNRS), órgão de pesquisa do
governo francês - vinha sendo citado
nos últimos anos como forte
candidato ao prêmio.
A primeira linha de pesquisa de
Avila foi na área de sistemas
dinâmicos. Esse ramo da matemática
busca prever a evolução no tempo
de fenômenos naturais e humanos
observados nos mais diversos ramos
do conhecimento. Hoje, suas
ferramentas são usadas para
descrever a evolução de epidemias,
para estudar como surgem espécies
animais e mostrar a impossibilidade
de previsões do tempo para mais do
que alguns dias.
Dentre esses sistemas, uma classe
importante são os sistemas dinâmicos
caóticos. Na linguagem coloquial,
caos está ligado à ideia de desordem
completa, mas, na matemática, tratase de um termo geral para processos
com extrema sensibilidade às
menores perturbações, em que
pequenas alterações na situação
inicial provocam modificações
dramáticas na evolução do sistema.
O exemplo clássico é do bater de
asas de uma borboleta no hemisfério
Sul, que multiplica-se e acumula-se,
influenciando a ocorrência de uma
tempestade no Japão.
Mais recentemente Avila tem
trabalhado para construir uma teoria
geral dos chamados 'operadores de
Schröndinger quase-periódicos'.
Esses operadores originaram-se na
física e são usados para descrever o
comportamento quântico das
partículas. Avila trabalha com
matemática pura. Isso quer dizer que
mesmo trabalhando em problemas
com possíveis aplicações em outras
áreas, esse não é o seu objetivo.
Nascido no Rio de Janeiro, o
matemático fez toda a sua formação
no Brasil, situação rara no caso de
pesquisadores de países em
desenvolvimento que despontam
precocemente. Ele começou a
frequentar o Impa aos 16 anos, ainda
no ensino médio, após ter ganho a
medalha de ouro na Olimpíada
Internacional de Matemática de 1995.
No ano seguinte, iniciou o
mestrado no instituto. Concluiu o
doutorado em matemática na mesma
instituição aos 21 anos, na mesma
semana em que pegou o diploma de
graduação.
Para César Camacho, diretorgeral do Impa, a conquista da
medalha mostra como é acertada a
política do instituto de permitir que
alunos de qualquer idade assistam às
aulas e tenham contato com os
pesquisadores.
Para Avila, o prêmio vai mostrar
que não é só nos Estados Unidos
ou na Europa que se faz pesquisa de
ponta. "Tira um pouco do complexo
de vira-lata da comunidade científica
brasileira."
Valor Econômico
13/08/14
EMPRESAS
00
Anima amplia
conversas com faculdades
Por Marcos de Moura e Souza
| De Belo Horizonte
Depois de terem arrematado
uma tradicional universidade em
São Paulo, os executivos do grupo
Anima viram aumentar suas
opções para novas aquisições.
Segundo seu presidente, Daniel
Castanho, as conversas com outras
instituições ganharam força após
a entrada da Anima da
Universidade São Judas Tadeu.
Capitalizada depois de ter feito
uma oferta inicial de ações na
Bovespa no fim de 2013, quando
levantou R$ 504 milhões, a Anima
tem conversado com faculdades
com perspectiva de integrá-las ao
grupo. Já estão sob sua estrutura
três centros universitários, Uma e
UniBH (ambos em Minas Gerais)
e outro em Santos, no litoral
paulista, a Unimonte. Além delas,
fazem parte do negócio duas
faculdades em Betim e Contagem,
em Minas.
"Além de continuar as
conversas que já havia antes,
acabaram surgindo outras
oportunidades após a São Judas e
hoje a lista de conversas foi
ampliada", disse ontem Castanho.
Essas instituições têm, em geral,
um
perfil
semelhante:
descendentes dos fundadores não
estão mais tão envolvidos no
negócio e avaliam que os riscos
não compensam o retorno.
A Anima mantém seu plano de
olhar possíveis negócios não
apenas em Minas e São Paulo, mas
pelo Brasil afora, diz Castanho. A
empresa já mapeou 42 cidades e
grandes instituições de ensino por
todo o Brasil.
No segundo trimestre, a
empresa teve crescimento do lucro
líquido de mais de seis vezes ante
o mesmo período do ano passado,
atingindo R$ 29,8 milhões. A
receita subiu 27%, para R$ 141
milhões.
Um dos fatores que empurram
para cima seu resultado foi o
aumento de 15,6% no número de
alunos. Hoje são 57,6 mil.
Para Gabriel Ribeiro, diretor
financeiro do grupo, o pessimismo
que se abate sobre vários setores
da economia e as previsões de o
país crescerá este ano menos de
1%, estão passando longe da
Anima e do setor de educação.
"Nos nossos resultados do
primeiro semestre, nenhum dos
nossos indicadores operacionais
demonstram algum efeito da
desaceleração", disse ele.
Castanho afirma que a Anima
não foi afetada pela anemia do
crescimento do PIB em função da
disseminação do financiamento
estudantil (Fies), subsidiado pelo
governo federal. Hoje, segundo ele,
quase a metade dos alunos
matriculados nas escolas do grupo
estuda com ajuda do Fies.
Os executivos da Anima
afirmam que neste segundo
semestre, duas tarefas serão
principais: levar a cabo o processo
de integração com a São Judas
(adquirida em abril por R$ 320
milhões e efetivada em julho) e o
de lançar seu primeiro vestibular
para cursos de educação a
distância, recém-aprovados pelo
Ministério da Educação para a
empresa. Os cursos começam em
2015.
Outro programa federal, o
Pronatec,
de
cursos
profissionalizantes, está no radar
da Anima como um filão de
crescimento.
Em maio, 5.400 alunos
começaram a frequentar cursos do
programa nas instituições do
grupo. Na opinião dos executivos
da Anima, o governo ainda está
adequando o melhor formato das
regras e das condições para a
participação das instituições de
ensino no Pronatec. "Mas essa é
outra estrada que achamos que
podemos crescer", disse Castanho.
Valor Econômico
13/08/14
00
EU & CARREIRA
Poli-USP anuncia fusão
de seus fundos patrimoniais
Por Rafael Sigollo | De São
Paulo
Os fundos patrimoniais da
Escola
Politécnica
da
Universidade de São Paulo (PoliUSP), Amigos da Poli e
Endowment, anunciam hoje sua
fusão e passam a atuar em conjunto
na captação de doações. O
objetivo é patrocinar projetos
educacionais e promover
melhorias nos laboratórios e
equipamentos da instituição.
Criado há dois anos por um
grupo de empresários e ex-alunos,
o Amigos da Poli somava recursos
da ordem de R$ 5,4 milhões e conta
com doadores como Pedro
Wongstschowski, presidente do
grupo Ultra, e Roberto Setubal,
presidente do Itaú Unibanco. Já o
Endowment buscava doações
mais modestas, geralmente feitas
por pais de alunos, e tinha R$ 700
mil. Com a fusão, o fundo passa a
contar com R$ 6,1 milhões.
"Foi um caminho natural para
duas iniciativas que trabalhavam
com o mesmo objetivo. Agora, os
esforços se somam na captação de
novos doadores para o maior
fundo patrimonial do gênero no
país", afirma Máximo Gonzalez,
diretor do fundo. Os recursos
obtidos serão investidos em ativos
financeiros e o ganho será aplicado
em projetos desenvolvidos por
alunos, docentes ou funcionários selecionados por meio de edital.
Além do nome Amigos da Poli,
serão mantidos os conselhos
deliberativo e fiscal, diretoria,
comitês, balanço e auditoria
externa. "É um modelo de gestão
independente, mas que garante a
representatividade da diretoria da
Escola Politécnica e não interfere
na autonomia da universidade",
afirma. O diretor da Poli passa a
ter direito a um assento no
conselho deliberativo, ao lado dos
profissionais escolhidos pela
assembleia composta por doadores
que contribuíram com pelo menos
R$ 100 mil.
Desde que foi lançado, em
2012, o fundo Amigos da Poli já
investiu R$ 450 mil em projetos neste ano são nove. Segundo o
diretor da Escola Politécnica, José
Roberto Castilho Piqueira, eles são
parte fundamental do ensino, uma
vez que possibilitam aos alunos
colocar em prática o que
aprenderam em sala de aula. "Esse
apoio financeiro incentiva o
empreendedorismo e a inovação."
13/08/14
00
METRÓPOLE
Brasileiro ganha ‘prêmio Nobel’ de Matemática
Continua
Continuação
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METRÓPOLE
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METRÓPOLE
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SOCIEDADE
Continua
Continuação
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13/08/14
A2
EDITORIAL
É a produtividade
Para o Brasil crescer mais, não basta criar
empregos; é preciso tornar a mão de obra mais
qualificada, o que passa por um salto educacional
Depois de acelerar para 4% ao ano, em média,
durante o segundo mandato do presidente Lula (PT),
o PIB retomou, nos últimos anos, seu enervante ritmo
de tartaruga. Na administração Dilma Rousseff (PT),
a alta anual será inferior a 2%.
Num aparente paradoxo, a geração de empregos
manteve-se positiva até o ano passado, com razoável
crescimento da renda. De 2007 a 2013, criaram-se
9,4 milhões de postos formais no país. Se o mercado
de trabalho se expandiu tanto, por que não o PIB?
A série de reportagens "O Brasil que trabalha",
publicada por esta Folha, ajuda a compreender a
dificuldade do país para crescer mesmo num contexto
de expressivo avanço do emprego e da renda.
Ocorre que, do total de vagas geradas nesse
período, metade corresponde aos dez setores de menor
qualificação, que têm índices baixos de
produtividade. São ocupações de pouca
especialização, como ajudante em construções,
faxineiro, vigilante e recepcionista. Somente o cargo
de auxiliar de obras, por exemplo, teve 921 mil novos
postos, quase 10% do total.
Não se pode subestimar o impacto benéfico de
tais empregos. A formalização das relações de
trabalho viabiliza a participação do cidadão na
economia de mercado; a carteira assinada representa
um passaporte para a conta bancária e o consequente
acesso ao crédito, inclusive ao financiamento da tão
sonhada casa própria.
Outro aspecto positivo é a diminuição do fosso
social. Os salários de menor qualificação foram os
que mais cresceram --oito vezes mais, na comparação
entre trabalhadores com até quatro anos de estudo e
os mais escolarizados, com 17 ou 18 anos de instrução.
Por outro lado, houve redução de vagas em setores
que demandam maior qualificação, como operador
de máquinas, supervisor administrativo e pessoal
ligado à pesquisa. De modo geral, as categorias com
escolaridade mais alta tiveram crescimento menor.
Esse padrão de criação de empregos, concentrado
em ocupações menos qualificadas, não contribuiu para
acelerar a produtividade da mão de obra como um
todo, que cresceu menos de 1,7% ao ano de 2010 a
2013.
No fundo, o principal obstáculo à expansão da
economia brasileira --mais que outros aspectos, como
ambiente internacional e falta de investimentos-continua sendo a falta de produtividade, que deriva,
entre outros fatores, da baixa escolaridade.
O foco primeiro e último para um verdadeiro salto
de desenvolvimento, portanto, deve ser a educação
da mão de obra, que precisa estar voltada para as
capacitações exigidas pela economia moderna.
13/08/14
A2
OPINIÃO
Juventude carrancuda
HÉLIO SCHWARTSMAN
SÃO PAULO - Reportagem de
Thais Bilenky publicada no
domingo mostrou que os
professores de cursinhos prévestibulares estão aposentando as
piadinhas e comentários jocosos.
O motivo é o clima PC
(politicamente correto) que se
instalou em parte da juventude.
Hoje, tiradas que constituíam o
feijão com arroz das aulas de
cursinhos até alguns anos atrás
geram indignação e até protestos
por parte de alunos.
Há duas questões interessantes
aqui. A primeira é prática.
Cursinhos não haviam se tornado
centros de produção de piadas por
abrigar comediantes frustrados
que, por algum motivo, abraçaram
o magistério. Gozavam dessa
condição porque chistes, além de
manter desperto o interesse do
estudante estafado, são um
excelente auxiliar da memória.
Uma forma razoavelmente
eficaz de reacessar um conteúdo
cognitivo que já tenha sido
aprendido é associá-lo a um
trocadilho infame ou qualquer
outra bobagem. Professores de
pré-vestibulares, com graus
variáveis de sucesso, tentavam
explorar essa faceta de nossa
arquitetura cerebral em favor dos
alunos. É claro que ninguém vai
morrer se ficar sem essa muleta
mnemônica, mas receio que algo
se perca com o banimento das
piadas de cursinho.
A outra questão diz respeito ao
próprio PC. Ao contrário de outros
defensores do humor sem
patrulhas, não vejo o politicamente
correto como o inimigo a ser
esmagado. Prefiro descrevê-lo
como o efeito colateral de um
movimento civilizador, que foi a
mobilização da sociedade para
conter seus impulsos racistas e
sexistas. É claro que o fato de o
PC ter uma origem bacana não
elimina a necessidade de combater
seus exageros.
Se há alto tão ruim quanto uma
pilhéria de gosto duvidoso, é
perder a capacidade de rir das
incongruências do mundo. A
diferença é que, enquanto a
primeira tende a ser resolvida com
o silêncio que reservamos às
piadas sem graça, a falta de humor
priva a vida de seus sabores.
13/08/14
TENDÊNCIAS
& DEBATES
A3
Liberdade de expressão e patrimônio moral
JEANNE MARIE GAGNEBIN
Nenhum aluno precisa de um
professor para saber da presença
na PUC de um renomado diretor
como Zé Celso Martinez Corrêa
O semestre letivo não começou
bem na PUC-SP. Afora a má
surpresa com o corte de várias
turmas, três professores do
Departamento de Filosofia sofrem
procedimento de investigação
preliminar pela assim chamada
"Comissão Sindicante Processante
Permanente" da Reitoria.
Os colegas são professores e
pesquisadores
excelentes:
Jonnefer Barbosa, Yolanda Gloria
Gamboa Muñoz e Peter Pál
Pelbart. A investigação, que tem
por única "prova" um vídeo
disponibilizado no YouTube,
enuncia a suspeita de que eles
teriam convidado, idealizado e
divulgado a encenação do diretor
de teatro Zé Celso Martinez Corrêa
ocorrida na universidade em 27/
11/2012.
Na época, alunos, professores
e funcionários protestavam contra
a nomeação, por d. Odilo Scherer,
da candidata colocada em terceiro
lugar na eleição para reitor,
quebrando
uma
tradição
democrática de respeito à vontade
da maioria da comunidade da
PUC. Ademais, levanta-se a
acusação de que eles teriam
incitado os alunos a assistir à
"performance" de Zé Celso no
pátio da Cruz e desrespeitado "o
patrimônio moral e cultural da
PUC-SP".
Atualmente, circulam nas redes
sociais várias cartas de apoio aos
professores. Foram assinadas
dentro e fora do Brasil por pessoas
tão diversas como o filósofo
italiano Antonio Negri, o
secretário de Estado da Cultura de
São Paulo, Marcelo Araujo, e a
artista Tomie Ohtake.
Quero aproveitar para fazer três
observações. Em primeiro lugar,
chama a atenção o prolongado
intervalo entre 27/11/2012 e o
início da investigação, lapso que
não parece causado somente pela
lentidão
dos
processos
administrativos, mas pela
dificuldade em recolher alguma
prova consistente --lido de outra
maneira, por um desejo de punir
maior que o de corrigir eventuais
danos. Essa impressão é reforçada
pela escolha de três figuras nas
imagens do YouTube, quando
havia, no mínimo, 200 pessoas no
vídeo.
Em segundo lugar, a acusação
de "incentivo a todos os presentes,
antes e durante a investigação" -mais especificamente, de ter
abusado do ofício de professor
para desviar jovens alunos--,
desconhece o fato de que nenhum
aluno precisa de um professor para
saber da presença na PUC de um
dos mais renomados diretores de
teatro. Essa suspeita não
reconhece nem o respeito que um
professor tem por seus alunos nem
a autonomia destes, que já sabem
caminhar pelas próprias pernas.
Enfim, a questão do "patrimônio
moral e cultural" da PUC. Que me
seja permitido exprimir certo malestar diante dessa expressão.
Quando os alunos convidam o Zé
Celso, ele não pode vir? Goste-se
ou não de suas apresentações, ele
é uma figura criativa e polêmica
essencial da história do teatro
brasileiro. Ele sempre provoca. O
"patrimônio moral e cultural" seria
tão frágil assim que não poderia
suportar nenhum questionamento
teórico ou artístico?
Leciono na PUC-SP há quase 35
anos, gosto desta universidade
católica --segundo a etimologia
grega, universal (kat'holos)--, que
acolheu professores cassados
durante os anos de chumbo, que
emprestou seu teatro para a
encenação de "Morte e Vida
Severina" e seus locais para
congressos proibidos de estudantes
durante a ditadura militar. Esses
atos manifestam uma liberdade e
um desapego caros a muitos
cristãos. Não seriam mais essas
qualidades que deveriam orientar
a vida universitária na PUC?
JEANNE MARIE GAGNEBIN,
65, é professora titular de filosofia
da PUC-SP e autora de "Lembrar
Escrever Esquecer" (Editora 34)
13/08/14
00
CIÊNCIA + SAÚDE
Brasileiro ganha o 'Nobel da matemática'
Artur Avila, 35, foi um dos
escolhidos para receber a
Medalha Fields, maior láurea
científica que o país já recebeu
Prêmio é incentivo para
comunidade acadêmica brasileira
abandonar 'complexo de viralata', afirma pesquisador
FERNANDO
TADEU
MORAES
DE SÃO PAULO
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIALA SEUL
O brasileiro Artur Avila, 35,
foi um dos ganhadores, na noite
desta terça-feira (12), da Medalha
Fields, conhecida como o Nobel
da matemática. Ele é o primeiro
latino-americano a ser agraciado
com a láurea, entregue pela União
Internacional de Matemática.
A premiação ocorreu na
abertura do 27º Congresso
Internacional de Matemáticos em
Seul, na Coreia do Sul.
Imagens da praia de Ipanema
surgiram no telão da cerimônia de
abertura para anunciar o nome de
Avila. Em um vídeo que o
apresentou ao público e antecedeu
sua subida ao palco, ele disse que
era "uma honra para o Brasil e para
a França" a distinção que recebeu.
"Principalmente para o Brasil, que
nunca havia recebido o prêmio".
governo francês).
Considerado
um
dos
matemáticos mais talentosos de sua
geração, o brasileiro vinha sendo
citado nos últimos anos como forte
candidato.
"Já havia um burburinho sobre
eu ganhar a medalha", disse Avila
à Folha. "Quase todo mundo que
falava comigo acabava tocando no
assunto. Estava ficando uma coisa
até um pouco chata."
Em inglês, Avila contou no
vídeo um pouco da sua história e
seu trabalho, enquanto aparecia em
momentos de sua rotina,
caminhando na praia no Rio e
saboreando uma tigela de açaí.
César Camacho, diretor-geral
do Impa, dá a dimensão da
conquista. "É o maior prêmio já
recebido por um pesquisador
brasileiro."
Nascido no Rio de Janeiro,
Avila é pesquisador do Impa
(Instituto Nacional de Matemática
Pura e Aplicada) e do CNRS
(Centro Nacional de Pesquisa
Científica, órgão de pesquisa do
Comparada ao Nobel pela
importância, a Medalha Fields
distingue-se por ser entregue de
quatro em quatro anos para
matemáticos de até 40 anos. A cada
edição, saem de duas a quatro
Continua
Continuação
medalhas para pesquisadores com
grandes feitos na carreira. Cada
vencedor recebe também o
equivalente a R$ 31,3 mil.
Neste ano, também receberam
o prêmio o canadense-americano
Manjul Bhargava, o austríaco
Martin Hairer, e a iraniana Maryam
Mirzakhani, a primeira mulher a
receber a distinção.
Welington
de
Melo,
pesquisador do Impa que orientou
o doutorado de Avila, conta que o
matemático sempre foi discreto.
"Ele assistia às aulas quieto, mas,
quando fazia uma pergunta, eu tinha
que levá-la para casa para pensar
no fim de semana."
Avila trabalha com matemática
pura. Isso quer dizer, que mesmo
trabalhando em problemas com
possíveis aplicações em outras
áreas, esse não é o seu objetivo.
Sua primeira linha de pesquisa
foi na área de sistemas dinâmicos.
Esse ramo busca prever a evolução
no tempo de fenômenos naturais e
humanos.
Entre esses sistemas, uma
classe é a dos sistemas dinâmicos
caóticos. Na linguagem coloquial,
caos está ligado à ideia de
desordem completa, mas, na
13/08/14
matemática, trata-se de um termo
para processos sensíveis às
menores perturbações, em que
pequenas alterações provocam
modificações dramáticas na
evolução.
O exemplo clássico é do bater
de asas de uma borboleta no
hemisfério Sul que multiplica-se e
acumula-se, influenciando a
ocorrência de uma tempestade no
Japão.
O primeiro grande trabalho de
Avila foi feito nessa área e
publicado em 2003, junto com
Welington de Melo e o matemático
Mikhail Lyubich, na revista
"Inventiones Mathematicae".
Considerando uma ampla classe
de sistemas dinâmicos, o trio
demonstrou que, escolhido um
sistema, ele pode ser regular (em
que as trajetórias se tornam
periódicas em algum momento) ou
estocástico (em que as trajetórias
têm comportamento caótico).
Ele começou a frequentar o
Impa aos 16 anos após ter ganho a
medalha de ouro na Olimpíada
Internacional de Matemática de
1995.
No ano seguinte, iniciou o
mestrado no instituto. Concluiu o
doutorado aos 21 anos, na mesma
semana em que pegou o diploma
de graduação.
"A conquista do Artur mostra
como é acertada a política do Impa
de permitir que alunos de qualquer
idade assistam às aulas", diz
Camacho.
Artur não ignora o impacto que
a conquista da Medalha Fields
pode ter no Brasil.
"Para o público brasileiro esse
prêmio vai servir para mostrar que
existe pesquisa em matemática, que
ela é uma área viva. E mostra que
não é só nos EUA ou na Europa
que se faz pesquisa de ponta. Tira
um pouco do complexo de vira-lata
da comunidade científica
brasileira."
TRAJETÓRIA
Avila fez toda a sua formação
no Brasil, situação rara no caso de
cientistas em países em
desenvolvimento que despontam
precocemente.
Questionado sobre o que o fazia
escolher um certo problema no
qual trabalhar, resumiu: "Beleza,
mas isso eu não sei explicar".
13/08/14
00
SAIBA MAIS
Medalha é só para
jovens abaixo de 40
DE SÃO PAULO
No Congresso Internacional de
Matemáticos de 1924, em Toronto,
o canadense John Charles Fields
propôs a criação de uma medalha
para premiar jovens matemáticos
e encorajar a pesquisa futura.
Ela seria um símbolo de
unidade global da comunidade
matemática.
Na primeira premiação, em
1936, a palavra "jovem" foi usada
para pessoas de até 40 anos, mas
só nos anos 1960 o limite tornouse regra escrita.
A láurea preencheu uma lacuna
deixada por Alfred Nobel, que não
incluiu a matemática entre os
prêmios bancados postumamente
por sua fortuna.
Há quem diga que Nobel fez
isso por causa de uma rivalidade
com o matemático Gosta MittagLeffler, mas Nobel ignorou a
matemática porque não a
considerava tão importante como
outros campos do conhecimento.
(FTM)
CIÊNCIA + SAÚDE
13/08/14
00
CIÊNCIA + SAÚDE
Prêmio coroa instituição de ponta no Rio
DE SÃO PAULO
Em um ranking para medir o
impacto da produção de institutos
de pesquisa brasileiros feito
recentemente pela Universidade
de Leiden (Holanda), o Impa ficou
em primeiro lugar. Quase 13% dos
artigos do instituto entre 2003 e
2012 foram de alto impacto.
O dado coroa a instituição
considerada o principal centro de
matemática da América Latina.
Fundado em 1952, o instituto ocupa
hoje um prédio amplo nas franjas
da floresta da Tijuca, no Rio de
Janeiro.
Ele se destaca por ser pouco
burocrático e muito seletivo.
Qualquer pessoa do mundo pode
se matricular nas disciplinas
oferecidas pelo instituto, mas a
seleção de pós-graduandos e
pesquisadores é extremamente
difícil. O que possibilita esse
modelo é o regime de organização
social, adotado pela instituição em
2001. Na prática, o Impa deixou
de ser público para tornar-se uma
instituição privada contratada pelo
governo federal.
Isso dá agilidade na contratação
de pesquisadores, principalmente
estrangeiros. Nos concursos, não
existe a exigência de que os
candidatos saibam falar português.
Dos 50 pesquisadores da
instituição, 19 são de fora do
Brasil.
Entre os alunos de pósgraduação, 40% são estrangeiros,
a maioria da América Latina. Mas
há também americanos, europeus
e asiáticos.
Segundo o diretor-geral do
Impa, Cesar Camacho, no último
concurso para o pós-doutorado de
excelência, havia pouco mais de
cem candidatos para duas vagas -só 10% brasileiros.
O Impa organiza também um
dos maiores torneios educacionais
do mundo, a Olimpíada Brasileira
de Matemática das Escolas
Públicas, que teve a participação
de cerca de 19 milhões de
estudantes na última edição.
(FTM)
13/08/14
00
COTIDIANO
Alunos de Harvard cobram
debate sobre ensino no país
Bolsistas brasileiros lançam
manifesto que põe educação
como gargalo nacional
de incentivo para atrair pessoas ao
magistério. O trabalho foi chamado
de "Mapa do Buraco".
DE SÃO PAULO
Um grupo de dez alunos
brasileiros da Universidade
Harvard (EUA) lança na sextafeira (15) manifesto que pede a
definição do tema qualidade de
educação como discussão central
para os candidatos nas eleições
deste ano.
"A qualidade da educação não
afeta diretamente as pessoas como
segurança ou saneamento. Mas a
ausência dessa qualidade tira
muitas chances de muitos jovens",
afirma Renan Ferreirinha Carneiro,
20, um dos membros do grupo.
"Nosso ideal é que as eleições de
2014 sejam as eleições da
educação."
A divulgação do trabalho é
fruto de cerca de cem entrevistas
com personalidades como o expresidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB), a deputada
federal Manuela D'Ávila (PC do
B), o empresário Jorge Paulo
Lemann e o ex-secretário
municipal de Educação de São
Paulo, Alexandre Schneider
(PSD).
As conversas foram usadas
para que o grupo identificasse
alguns dos principais problemas
da educação no país --como a falta
Alguns dos integrantes do grupo
estudaram em escolas públicas
brasileiras e depois conseguiram
bolsa em Harvard, uma das
principais universidades do
mundo. Dizem não querer apontar
soluções para todos os problemas,
mas mobilizar a sociedade para a
busca das melhorias.
Após o lançamento do
manifesto, na Universidade
Federal do RJ, eles divulgarão
materiais na internet.
CORREIO BRAZILIENSE
13/08/14
00
POLÍTICA
As bandeiras de Campos para a educação
O candidato à Presidência da
República pelo PSB, Eduardo
Campos, voltou a defender ontem
bandeiras de campanha ao Palácio
do Planalto, como o passe livre
para estudantes de colégios
públicos e a oferta de escola em
tempo integral. Questionado se
essas e outras promessas, como
aumento do investimento em saúde
e segurança, não acarretaria um
aumento de gastos públicos, o que
seria uma contradição com outras
promessas, como diminuir a
inflação, Campos afirmou que o
compromisso foi feito baseado em
contas.
“Nós estamos fazendo conta.
Muitas vezes as pessoas dizem
assim: houve uma reunião do
Copom hoje e aumentou em 0,5%
os juros e ninguém pergunta de
onde vem o dinheiro. E o aumento
de 0,5% na taxa Selic significa R$
14 bilhões. O passe livre que é um
compromisso nosso com os
estudantes custa menos que isso,
então estamos fazendo contas para
em quatro anos trazer a inflação
para o centro da meta”, disse o
socialista, em entrevista ao Jornal
Nacional.
Campos também afirmou que
não errou ao fazer um empenho
para que sua mãe, a ex-deputada
Ana Arraes, tornar-se ministra
Tribunal de Contas da União
(TCU) e da indicação de um primo
dele e outro de sua mulher para
trabalhar no Tribunal de Contas
Eleitorais de Pernambuco. O
candidato ainda defendeu
mudanças no processo de seleção
para esses cargos por meio da
criação de “comitês de busca”,
para pessoas auxiliarem o
presidente na escolha de
determinados postos, para a
decisão ser impessoal. “Eu acho
que o Brasil teve fazer uma
reforma constitucional para acabar
com esses cargos vitalícios que
existem na Justiça. É preciso ter
mandatos também no Judiciário,
coisa que acontece em outros
países, de maneira a oxigenar a
Justiça”, disse.
Sobre as diferenças com a
candidata à vice-presidente, a exsenadora Marina Silva, ele afirmou
que os dois trabalham com base em
um programa e não com opiniões
individuais.
E
eventuais
diferenças, como poderia haver em
relação ao agronegócio, seriam
resolvidas com diálogo.
Reclamação do PSol no TSE
A candidata do PSol ao
Planalto, Luciana Genro,
protocolou ontem, no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE),
representação questionando o
Ibope sobre a ausência de seu
nome na última pesquisa, realizada
entre 3 e 6 de agosto, em 175
municípios. A pesquisa ouviu
2.506 eleitores. A candidata pede
a suspensão imediata dos
resultados da pesquisa realizada
pelo Ibope e a divulgação da
suspensão pela Rede Globo,
emissora de televisão que
contratou o levantamento.
CORREIO BRAZILIENSE
13/08/14
00
POLÍTICA
Nordeste, a prioridade de Aécio
Justiça — ao qual está hoje
vinculado o setor de segurança —
em da Segurança Pública e Justiça,
sem o contingenciamento de
recursos para o combate à
criminalidade.
Aécio conversa com eleitores antes da inauguração do comitê,
em Imperatriz (MA): "pacto de solidariedade permanente"
Em campanha no Maranhão,
tucano promete investimentos
voltados para a região nas áreas
de
educação,
saúde,
infraestrutura e segurança
pública
saúde e investimentos em
segurança pública. O tucano
remeteu suas propostas à gestão do
mineiro Juscelino Kubitschek, que,
segundo ele, percebeu o
“extraordinário potencial de
desenvolvimento” do Nordeste.
Isabella Souto
Na tentativa buscar números
mais favoráveis e de se tornar mais
conhecido no Nordeste, o senador
e candidato a presidente da
República Aécio Neves (PSDB)
iniciou ontem, por Imperatriz, no
Maranhão, uma série de viagens
pela região. E lá prometeu um
“pacto
de
solidariedade
permanente” em prol de mais
infraestrutura, um “grande” salto
na qualidade da educação e da
“Sessenta anos se passaram e
estou aqui para dizer que esta será
uma região prioritária no nosso
governo”, afirmou Aécio, que à
tarde participou de carreata e
inaugurou um comitê em
Imperatriz, e, à noite, promoveu ato
político em Teresina, no Piauí. O
tucano criticou a falta de uma
política nacional de segurança e
afirmou que, a partir da visita aos
estados nordestinos, está propondo
a transformação do Ministério da
No Dia Internacional da
Juventude, lembrou que 56 mil
jovens foram assassinados em
2013, a maioria deles negros.
“Segurança pública será uma
prioridade absoluta do nosso
governo e aqui na Região
Nordeste, estamos assistindo,
infelizmente, um crescimento
avassalador desses índices em
razão do governo federal não
cuidar das nossas fronteiras e não
atuar na repressão do tráfico de
drogas, do tráfico de armas,
matrizes para muitas dessas
mortes”, completou o candidato
tucano.
Outra proposta de Aécio é
reduzir o número de policiais que
hoje
prestam
serviços
administrativos. De acordo com o
candidato, há atualmente cerca de
550 mil homens nas polícias de
todo o Brasil, e cerca de 10% deles
estão nos gabinetes. A promessa é
que o governo federal ofereça
algum tipo de financiamento aos
governadores para que esses
profissionais exerçam a função
policial nas ruas e sejam
substituídos por servidores
administrativos.
Continua
Continuação
13/08/14
Para barrar a impunidade, o
tucano prometeu uma profunda
reforma no Código Penal e no
Código de Processo Penal.
Projetos nesse sentido tramitam há
vários anos no Congresso, mas
esbarram na polêmica e na falta de
acordo entre os parlamentares.
Aécio disse ainda que percebe no
Brasil inteiro um “sentimento
crescente de mudança”.
Mais uma vez, o candidato do
PSDB criticou o que classificou de
“aparelhamento absurdo” da
máquina pública, que hoje leva à
“ineficiência e desvios constantes”
pela meritocracia. “Vai trabalhar
no nosso governo quem tiver
qualidade, quem tiver condições
de prestar serviço às pessoas.
Temos que enxugar o Estado, para
gastar menos com a sua estrutura e
gastarmos mais com as pessoas.”
Bolsa Família
Aécio repetiu que, caso seja
eleito, vai manter o Bolsa Família
— e argumentou que o programa
lançado no governo Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) foi inspirado
no Bolsa Escola e Alimentação,
criado pelo então presidente
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). “O presidente Lula teve
a virtude de ampliá-lo, e a minha
expectativa é de que ele não
apenas seja mantido, como, no que
depender de mim, vire política de
Estado”, disse. Dessa forma,
completou, o mecanismo de ajuda
aos brasileiros de baixa renda
estaria mantido independentemente
dos próximos presidentes da
República.
CORREIO BRAZILIENSE
13/08/14
00
POLÍTICA
Defesa da inclusão
PAULO DE TARSO LYRA
JULIA CHAIB
O Instituto Lula apresentou
ontem mais um instrumento para
enaltecer os 12 anos do PT no
poder, fazer propaganda política
dos feitos do Executivo Federal e
provocar a oposição: o site O
Brasil da mudança. Foi mais um
evento que misturou campanha e
administração federal e contou
com a participação de 12
ministros. Principal bandeira da
campanha de Dilma Rousseff à
reeleição, a inclusão social foi o
grande destaque do discurso
petista.
“Os governos precisam
compreender que colocar os
pobres no orçamento é uma das
mais revolucionárias formas de se
fazer política”, disse o expresidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Tanto ele quanto a
presidente Dilma Rousseff
bateram na tecla de que o Bolsa
Família não torna as pessoas
preguiçosas. “Existem pessoas
que trabalham e recebem o
benefício como uma forma de
complementar a renda. Quem näo
enxerga isso está mal informado,
age de má-fé ou tem preconceito
contra pobre”, afirmou a
presidente.
Ao lado de Lula, Dilma participou do lançamento de um site que
enaltece os 12 anos de gestão petista
Lula declarou que, quando o
Bolsa Família foi lançado, as
pessoas começaram a cobrar onde
estava a porta de saída do
programa. “Os pobres nem tinham
entrado. É como chamar um
companheiro para uma festa e,
quando ele chega, você agradece
a presença e diz tchau para ele”,
afirmou o petista.
O ex-presidente afirmou que o
site serve para mostrar com clareza
as mudanças ocorridas no país ao
longo dos últimos anos. “Eu tento
puxar pela memória para lembrar
qual foi a grande obra de
infraestrutura do governo Fernando
Henrique Cardoso e não consigo
lembrar”, provocou. “Nós
conseguimos fazer muito mais do
aqueles que nos criticam”,
completou.
Idealizador do site e
coordenador da campanha de
reeleição da presidente Dilma
Rousseff, o ex-ministro Franklin
Martins ressaltou ter “orgulho das
mudanças vividas pelo país por
saber que elas não caíram do céu”.
Afirmou também que o novo site
apresentará os dados das diversas
políticas publicas. Ontem, foram
ao ar informações sobre as áreas
econômica e social.
53
Quantidade de dias que faltam
até a realização do primeiro turno
das eleições, marcado para 5 de
outubro
CORREIO BRAZILIENSE
13/08/14
00
BRASIL
EDUCAÇÃO »
Vitória do craque dos números
Membro titular da Academia
Brasileira de Ciências, Artur
Avila é o primeiro matemático do
país a receber a Medalha Fields,
considerada a maior honraria
dessa ciência
RENATA MARIZ
Artur divide o tempo entre uma
instituição francesa e o Instituto
Nacional de Matemática Pura e
Aplicada
Um engenhoso e obstinado
solucionador de problemas é
como a União Internacional de
Matemática (IMU, na sigla em
inglês) apresenta Artur Avila
Cordeiro de Melo. O jovem de 35
anos, nascido no Rio de Janeiro,
sagrou-se ontem como o primeiro
brasileiro a receber a Medalha
Fields, considerado o Nobel da
Matemática, uma vez que o
concurso tradicional não tem essa
categoria. Ele recebeu o prêmio em
Seul, na Coreia do Sul, durante a
abertura do 27º Congresso
Internacional de Matemáticos.
Concedida pela primeira vez
em 1936, a Medalha Fields é
entregue a cada quatro anos a, no
máximo, quatro matemáticos com
menos de 40 anos que tenham
realizado feitos notáveis para o
presente e para o futuro da ciência.
Entre 1936 e 2010, 52
pesquisadores já receberam a
premiação. Avila figura como o
primeiro latino-americano a ser
agraciado. Os vencedores recebem
US$ 15 mil dólares canadenses
(aproximadamente R$ 32 mil).
Avila fez toda a formação no
Brasil. Aos 16 anos, ganhou a
medalha de ouro na Olimpíada
Internacional de Matemática no
Canadá, vencendo 411 oponentes
de 72 países. Desde então, ainda
cursando o ensino básico, o
carioca passou a frequentar
disciplinas da pós-graduação do
Instituto Nacional de Matemática
Pura e Aplicada (Impa), no Rio de
Janeiro. A genialidade o levou a
iniciar o doutorado aos 19 anos.
Ele se aprimorou em sistemas
dinâmicos, área da matemática que
busca prever a evolução de
fenômenos dos mais variados —
como o desenvolvimento de uma
epidemia, por exemplo — no
tempo. Avila conseguiu resolver
questões abertas há décadas,
trabalhando quase sempre em
parceria com cerca de 30
matemáticos do mundo, segundo
divulgação do IMU, ao longo da
carreira.
Academia
O brasileiro cursou o pósdoutorado na França. Hoje, dividese entre o Centro Nacional de
Pesquisa Científica, instituição
francesa que fica em Paris, e o
Instituto Nacional de Matemática
Pura e Aplicada, no Rio. “Ele
combina a forte cultura matemática
e a tradição dos dois países”,
definiu o IMU em comunicado
sobre o prêmio. Em dezembro
passado, Avila foi eleito membro
titular da Academia Brasileira de
Ciências, tendo tomado posse em
maio deste ano.
Presidente da Academia
Brasileira de Ciências, o
matemático
Jacob
Palis
comemorou a notícia. “O prêmio
do Artur representa uma
maravilhosa contribuição à
matemática e a ciência do Brasil”,
disse Palis, em comunicado
divulgado no site da instituição. O
Instituto Nacional de Matemática
Pura e Aplicada também registrou
o feito. A assessoria de imprensa
do órgão, entretanto, não retornou
o contato da reportagem.
Este ano, além de Avila, foram
agraciados com a Medalha Fields
o canadense-americano Manjul
Bhargava, de origem indiana e
pesquisador da Universidade de
Princeton (EUA); o austríaco
Martin Hairer, da Universidade de
Warwick (Inglaterra); e a iraniana
Continua
Continuação
13/08/14
Maryam
Mirzakhani,
da
Universidade de Stanford (EUA).
Ela é a primeira mulher a receber
a premiação. Até hoje, somente 14
brasileiros foram convidados a dar
palestras
no
Congresso
Internacional de Matemáticos. Na
edição atual, há quatro
pesquisadores do país entre os
expositores.
A decisão de conceder o
prêmio a cada quatro anos foi
tomada em 1924, durante o
Congresso Internacional de
Matemáticos em Toronto.
Inicialmente, eram duas medalhas,
mas o professor JC Fields, um
matemático canadense, doou
fundos para incentivar a pesquisa
e o concurso. As medalhas, então,
receberam o nome dele como
homenagem. Em 1966, diante da
expansão dos estudos na área,
ficou acertado que poderiam ser
destinadas até quatro medalhas a
matemáticos proeminentes.
Evento
O
próximo
Congresso
Internacional de Matemáticos,
previsto para agosto de 2018, será
realizado no Rio de Janeiro. O
evento reunirá, pela primeira vez
na América do Sul, cerca de 4,5
mil pesquisadores de diferentes
nacionalidades, líderes nas áreas
em que atuam. A ideia da
comunidade científica brasileira é
aproveitar o congresso para dar
maior visibilidade à matemática,
uma disciplina que causa arrepios
na maior parte da população.
“O prêmio do Artur representa
uma maravilhosa contribuição à
matemática e a ciência do Brasil”
Jacob Palis, presidente da
Academia Brasileira de Ciências
R$ 32 mil
Valor que Artur recebeu na
premiação
CORREIO BRAZILIENSE
13/08/14
00
Ataques virtuais
Integrantes da campanha de
Geraldo Magela (PT) ao Senado
têm divulgado vídeos com críticas
a Reguffe (PDT). O último foi
gravado por Júlio Barros, do
Sindicato dos Professores. Nas
imagens, o sindicalista diz que a
candidatura do pedetista “não
representa os interesses da classe
trabalhadora”. “Não é ético votar
contra os trabalhadores do DF. Por
isso, a gente recomenda a votação
no companheiro Magela para o
Senado”, diz o representante dos
professores.
CIDADES
EIXO CAPITAL
JORNAL DE BRASÍLIA
13/08/14
00
DO ALTO DA TORRE
JORNAL DE BRASÍLIA
13/08/14
00
PONTO DO
SERVIDOR
MILENA LOPES
Continua
Continuação
13/08/14
JORNAL DE BRASÍLIA
13/08/14
00
MEDALHA INÉDITA
CIDADES
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia
13/08/2014
Hospitais universitários recebem
R$ 31,4 milhões para reestruturação
Andreia Verdélio
A Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh),
vinculada ao Ministério da
Educação, autorizou hoje (12) a
liberação de R$ 31.441.490 para
26 unidades do Programa
Nacional de Reestruturação dos
Hospitais
Universitários
Federais.
Os recursos serão destinados
à aquisição de medicamentos,
materiais médico-hospitalares,
produtos e insumos para exames,
equipamentos, mobiliários e
material permanente, visando a
melhorias no desempenho das
funções de ensino, pesquisa e
extensão e na assistência à saúde
pública.
Serão
destinados
R$
19.950.000 para custeio e R$
11.491.490 para investimentos. O
montante destinado a cada
instituição está descrito em
portaria publicada no Diário
Oficial da União.
As ações da Ebserh, criada em
2011, integram um conjunto de
medidas adotadas pelo governo
federal para recuperar os
hospitais
vinculados
às
universidades federais.
Edição Graça Adjuto

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