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Clipping Nacional de Educação Quarta-feira, 13 de Agosto de 2014 Capitare Assessoria de Imprensa SHN, Quadra 2 Bloco F Edifício Executive Tower - Brasília Telefones: (61) 3547-3060 (61) 3522-6090 www.capitare.com.br Valor Econômico 13/08/14 BRASIL 00 Brasileiro ganha prêmio 'Nobel' de matemática Por Folhapress, de São Paulo Artur Avila é o primeiro pesquisador latino-americano a ganhar a Medalha Fields O matemático brasileiro Artur Avila, 35, é o primeiro pesquisador na América Latina escolhido para receber a Medalha Fields, popularmente conhecida como o "Nobel da matemática". A entrega do prêmio ocorrerá na abertura do 27º Congresso Internacional de Matemáticos, em Seul, na Coreia do Sul. Comparada ao Nobel, pela importância, a Medalha Fields distingue-se por ser entregue apenas de quatro em quatro anos para matemáticos de até 40 anos. A cada edição, são entregues de duas a quatro medalhas. Neste ano, também receberam o prêmio outros três pesquisadores: o canadenseamericano de origem indiana Manjul Bhargava, o austríaco Martin Hairer, e a iraniana Maryam Mirzakhani, a primeira mulher a receber a distinção. Considerado um dos matemáticos mais talentosos de sua geração, Avila - que é pesquisador do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), órgão de pesquisa do governo francês - vinha sendo citado nos últimos anos como forte candidato ao prêmio. A primeira linha de pesquisa de Avila foi na área de sistemas dinâmicos. Esse ramo da matemática busca prever a evolução no tempo de fenômenos naturais e humanos observados nos mais diversos ramos do conhecimento. Hoje, suas ferramentas são usadas para descrever a evolução de epidemias, para estudar como surgem espécies animais e mostrar a impossibilidade de previsões do tempo para mais do que alguns dias. Dentre esses sistemas, uma classe importante são os sistemas dinâmicos caóticos. Na linguagem coloquial, caos está ligado à ideia de desordem completa, mas, na matemática, tratase de um termo geral para processos com extrema sensibilidade às menores perturbações, em que pequenas alterações na situação inicial provocam modificações dramáticas na evolução do sistema. O exemplo clássico é do bater de asas de uma borboleta no hemisfério Sul, que multiplica-se e acumula-se, influenciando a ocorrência de uma tempestade no Japão. Mais recentemente Avila tem trabalhado para construir uma teoria geral dos chamados 'operadores de Schröndinger quase-periódicos'. Esses operadores originaram-se na física e são usados para descrever o comportamento quântico das partículas. Avila trabalha com matemática pura. Isso quer dizer que mesmo trabalhando em problemas com possíveis aplicações em outras áreas, esse não é o seu objetivo. Nascido no Rio de Janeiro, o matemático fez toda a sua formação no Brasil, situação rara no caso de pesquisadores de países em desenvolvimento que despontam precocemente. Ele começou a frequentar o Impa aos 16 anos, ainda no ensino médio, após ter ganho a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática de 1995. No ano seguinte, iniciou o mestrado no instituto. Concluiu o doutorado em matemática na mesma instituição aos 21 anos, na mesma semana em que pegou o diploma de graduação. Para César Camacho, diretorgeral do Impa, a conquista da medalha mostra como é acertada a política do instituto de permitir que alunos de qualquer idade assistam às aulas e tenham contato com os pesquisadores. Para Avila, o prêmio vai mostrar que não é só nos Estados Unidos ou na Europa que se faz pesquisa de ponta. "Tira um pouco do complexo de vira-lata da comunidade científica brasileira." Valor Econômico 13/08/14 EMPRESAS 00 Anima amplia conversas com faculdades Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte Depois de terem arrematado uma tradicional universidade em São Paulo, os executivos do grupo Anima viram aumentar suas opções para novas aquisições. Segundo seu presidente, Daniel Castanho, as conversas com outras instituições ganharam força após a entrada da Anima da Universidade São Judas Tadeu. Capitalizada depois de ter feito uma oferta inicial de ações na Bovespa no fim de 2013, quando levantou R$ 504 milhões, a Anima tem conversado com faculdades com perspectiva de integrá-las ao grupo. Já estão sob sua estrutura três centros universitários, Uma e UniBH (ambos em Minas Gerais) e outro em Santos, no litoral paulista, a Unimonte. Além delas, fazem parte do negócio duas faculdades em Betim e Contagem, em Minas. "Além de continuar as conversas que já havia antes, acabaram surgindo outras oportunidades após a São Judas e hoje a lista de conversas foi ampliada", disse ontem Castanho. Essas instituições têm, em geral, um perfil semelhante: descendentes dos fundadores não estão mais tão envolvidos no negócio e avaliam que os riscos não compensam o retorno. A Anima mantém seu plano de olhar possíveis negócios não apenas em Minas e São Paulo, mas pelo Brasil afora, diz Castanho. A empresa já mapeou 42 cidades e grandes instituições de ensino por todo o Brasil. No segundo trimestre, a empresa teve crescimento do lucro líquido de mais de seis vezes ante o mesmo período do ano passado, atingindo R$ 29,8 milhões. A receita subiu 27%, para R$ 141 milhões. Um dos fatores que empurram para cima seu resultado foi o aumento de 15,6% no número de alunos. Hoje são 57,6 mil. Para Gabriel Ribeiro, diretor financeiro do grupo, o pessimismo que se abate sobre vários setores da economia e as previsões de o país crescerá este ano menos de 1%, estão passando longe da Anima e do setor de educação. "Nos nossos resultados do primeiro semestre, nenhum dos nossos indicadores operacionais demonstram algum efeito da desaceleração", disse ele. Castanho afirma que a Anima não foi afetada pela anemia do crescimento do PIB em função da disseminação do financiamento estudantil (Fies), subsidiado pelo governo federal. Hoje, segundo ele, quase a metade dos alunos matriculados nas escolas do grupo estuda com ajuda do Fies. Os executivos da Anima afirmam que neste segundo semestre, duas tarefas serão principais: levar a cabo o processo de integração com a São Judas (adquirida em abril por R$ 320 milhões e efetivada em julho) e o de lançar seu primeiro vestibular para cursos de educação a distância, recém-aprovados pelo Ministério da Educação para a empresa. Os cursos começam em 2015. Outro programa federal, o Pronatec, de cursos profissionalizantes, está no radar da Anima como um filão de crescimento. Em maio, 5.400 alunos começaram a frequentar cursos do programa nas instituições do grupo. Na opinião dos executivos da Anima, o governo ainda está adequando o melhor formato das regras e das condições para a participação das instituições de ensino no Pronatec. "Mas essa é outra estrada que achamos que podemos crescer", disse Castanho. Valor Econômico 13/08/14 00 EU & CARREIRA Poli-USP anuncia fusão de seus fundos patrimoniais Por Rafael Sigollo | De São Paulo Os fundos patrimoniais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PoliUSP), Amigos da Poli e Endowment, anunciam hoje sua fusão e passam a atuar em conjunto na captação de doações. O objetivo é patrocinar projetos educacionais e promover melhorias nos laboratórios e equipamentos da instituição. Criado há dois anos por um grupo de empresários e ex-alunos, o Amigos da Poli somava recursos da ordem de R$ 5,4 milhões e conta com doadores como Pedro Wongstschowski, presidente do grupo Ultra, e Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco. Já o Endowment buscava doações mais modestas, geralmente feitas por pais de alunos, e tinha R$ 700 mil. Com a fusão, o fundo passa a contar com R$ 6,1 milhões. "Foi um caminho natural para duas iniciativas que trabalhavam com o mesmo objetivo. Agora, os esforços se somam na captação de novos doadores para o maior fundo patrimonial do gênero no país", afirma Máximo Gonzalez, diretor do fundo. Os recursos obtidos serão investidos em ativos financeiros e o ganho será aplicado em projetos desenvolvidos por alunos, docentes ou funcionários selecionados por meio de edital. Além do nome Amigos da Poli, serão mantidos os conselhos deliberativo e fiscal, diretoria, comitês, balanço e auditoria externa. "É um modelo de gestão independente, mas que garante a representatividade da diretoria da Escola Politécnica e não interfere na autonomia da universidade", afirma. O diretor da Poli passa a ter direito a um assento no conselho deliberativo, ao lado dos profissionais escolhidos pela assembleia composta por doadores que contribuíram com pelo menos R$ 100 mil. Desde que foi lançado, em 2012, o fundo Amigos da Poli já investiu R$ 450 mil em projetos neste ano são nove. Segundo o diretor da Escola Politécnica, José Roberto Castilho Piqueira, eles são parte fundamental do ensino, uma vez que possibilitam aos alunos colocar em prática o que aprenderam em sala de aula. "Esse apoio financeiro incentiva o empreendedorismo e a inovação." 13/08/14 00 METRÓPOLE Brasileiro ganha ‘prêmio Nobel’ de Matemática Continua Continuação 13/08/14 13/08/14 00 METRÓPOLE 13/08/14 00 METRÓPOLE 13/08/14 00 SOCIEDADE Continua Continuação 13/08/14 13/08/14 A2 EDITORIAL É a produtividade Para o Brasil crescer mais, não basta criar empregos; é preciso tornar a mão de obra mais qualificada, o que passa por um salto educacional Depois de acelerar para 4% ao ano, em média, durante o segundo mandato do presidente Lula (PT), o PIB retomou, nos últimos anos, seu enervante ritmo de tartaruga. Na administração Dilma Rousseff (PT), a alta anual será inferior a 2%. Num aparente paradoxo, a geração de empregos manteve-se positiva até o ano passado, com razoável crescimento da renda. De 2007 a 2013, criaram-se 9,4 milhões de postos formais no país. Se o mercado de trabalho se expandiu tanto, por que não o PIB? A série de reportagens "O Brasil que trabalha", publicada por esta Folha, ajuda a compreender a dificuldade do país para crescer mesmo num contexto de expressivo avanço do emprego e da renda. Ocorre que, do total de vagas geradas nesse período, metade corresponde aos dez setores de menor qualificação, que têm índices baixos de produtividade. São ocupações de pouca especialização, como ajudante em construções, faxineiro, vigilante e recepcionista. Somente o cargo de auxiliar de obras, por exemplo, teve 921 mil novos postos, quase 10% do total. Não se pode subestimar o impacto benéfico de tais empregos. A formalização das relações de trabalho viabiliza a participação do cidadão na economia de mercado; a carteira assinada representa um passaporte para a conta bancária e o consequente acesso ao crédito, inclusive ao financiamento da tão sonhada casa própria. Outro aspecto positivo é a diminuição do fosso social. Os salários de menor qualificação foram os que mais cresceram --oito vezes mais, na comparação entre trabalhadores com até quatro anos de estudo e os mais escolarizados, com 17 ou 18 anos de instrução. Por outro lado, houve redução de vagas em setores que demandam maior qualificação, como operador de máquinas, supervisor administrativo e pessoal ligado à pesquisa. De modo geral, as categorias com escolaridade mais alta tiveram crescimento menor. Esse padrão de criação de empregos, concentrado em ocupações menos qualificadas, não contribuiu para acelerar a produtividade da mão de obra como um todo, que cresceu menos de 1,7% ao ano de 2010 a 2013. No fundo, o principal obstáculo à expansão da economia brasileira --mais que outros aspectos, como ambiente internacional e falta de investimentos-continua sendo a falta de produtividade, que deriva, entre outros fatores, da baixa escolaridade. O foco primeiro e último para um verdadeiro salto de desenvolvimento, portanto, deve ser a educação da mão de obra, que precisa estar voltada para as capacitações exigidas pela economia moderna. 13/08/14 A2 OPINIÃO Juventude carrancuda HÉLIO SCHWARTSMAN SÃO PAULO - Reportagem de Thais Bilenky publicada no domingo mostrou que os professores de cursinhos prévestibulares estão aposentando as piadinhas e comentários jocosos. O motivo é o clima PC (politicamente correto) que se instalou em parte da juventude. Hoje, tiradas que constituíam o feijão com arroz das aulas de cursinhos até alguns anos atrás geram indignação e até protestos por parte de alunos. Há duas questões interessantes aqui. A primeira é prática. Cursinhos não haviam se tornado centros de produção de piadas por abrigar comediantes frustrados que, por algum motivo, abraçaram o magistério. Gozavam dessa condição porque chistes, além de manter desperto o interesse do estudante estafado, são um excelente auxiliar da memória. Uma forma razoavelmente eficaz de reacessar um conteúdo cognitivo que já tenha sido aprendido é associá-lo a um trocadilho infame ou qualquer outra bobagem. Professores de pré-vestibulares, com graus variáveis de sucesso, tentavam explorar essa faceta de nossa arquitetura cerebral em favor dos alunos. É claro que ninguém vai morrer se ficar sem essa muleta mnemônica, mas receio que algo se perca com o banimento das piadas de cursinho. A outra questão diz respeito ao próprio PC. Ao contrário de outros defensores do humor sem patrulhas, não vejo o politicamente correto como o inimigo a ser esmagado. Prefiro descrevê-lo como o efeito colateral de um movimento civilizador, que foi a mobilização da sociedade para conter seus impulsos racistas e sexistas. É claro que o fato de o PC ter uma origem bacana não elimina a necessidade de combater seus exageros. Se há alto tão ruim quanto uma pilhéria de gosto duvidoso, é perder a capacidade de rir das incongruências do mundo. A diferença é que, enquanto a primeira tende a ser resolvida com o silêncio que reservamos às piadas sem graça, a falta de humor priva a vida de seus sabores. 13/08/14 TENDÊNCIAS & DEBATES A3 Liberdade de expressão e patrimônio moral JEANNE MARIE GAGNEBIN Nenhum aluno precisa de um professor para saber da presença na PUC de um renomado diretor como Zé Celso Martinez Corrêa O semestre letivo não começou bem na PUC-SP. Afora a má surpresa com o corte de várias turmas, três professores do Departamento de Filosofia sofrem procedimento de investigação preliminar pela assim chamada "Comissão Sindicante Processante Permanente" da Reitoria. Os colegas são professores e pesquisadores excelentes: Jonnefer Barbosa, Yolanda Gloria Gamboa Muñoz e Peter Pál Pelbart. A investigação, que tem por única "prova" um vídeo disponibilizado no YouTube, enuncia a suspeita de que eles teriam convidado, idealizado e divulgado a encenação do diretor de teatro Zé Celso Martinez Corrêa ocorrida na universidade em 27/ 11/2012. Na época, alunos, professores e funcionários protestavam contra a nomeação, por d. Odilo Scherer, da candidata colocada em terceiro lugar na eleição para reitor, quebrando uma tradição democrática de respeito à vontade da maioria da comunidade da PUC. Ademais, levanta-se a acusação de que eles teriam incitado os alunos a assistir à "performance" de Zé Celso no pátio da Cruz e desrespeitado "o patrimônio moral e cultural da PUC-SP". Atualmente, circulam nas redes sociais várias cartas de apoio aos professores. Foram assinadas dentro e fora do Brasil por pessoas tão diversas como o filósofo italiano Antonio Negri, o secretário de Estado da Cultura de São Paulo, Marcelo Araujo, e a artista Tomie Ohtake. Quero aproveitar para fazer três observações. Em primeiro lugar, chama a atenção o prolongado intervalo entre 27/11/2012 e o início da investigação, lapso que não parece causado somente pela lentidão dos processos administrativos, mas pela dificuldade em recolher alguma prova consistente --lido de outra maneira, por um desejo de punir maior que o de corrigir eventuais danos. Essa impressão é reforçada pela escolha de três figuras nas imagens do YouTube, quando havia, no mínimo, 200 pessoas no vídeo. Em segundo lugar, a acusação de "incentivo a todos os presentes, antes e durante a investigação" -mais especificamente, de ter abusado do ofício de professor para desviar jovens alunos--, desconhece o fato de que nenhum aluno precisa de um professor para saber da presença na PUC de um dos mais renomados diretores de teatro. Essa suspeita não reconhece nem o respeito que um professor tem por seus alunos nem a autonomia destes, que já sabem caminhar pelas próprias pernas. Enfim, a questão do "patrimônio moral e cultural" da PUC. Que me seja permitido exprimir certo malestar diante dessa expressão. Quando os alunos convidam o Zé Celso, ele não pode vir? Goste-se ou não de suas apresentações, ele é uma figura criativa e polêmica essencial da história do teatro brasileiro. Ele sempre provoca. O "patrimônio moral e cultural" seria tão frágil assim que não poderia suportar nenhum questionamento teórico ou artístico? Leciono na PUC-SP há quase 35 anos, gosto desta universidade católica --segundo a etimologia grega, universal (kat'holos)--, que acolheu professores cassados durante os anos de chumbo, que emprestou seu teatro para a encenação de "Morte e Vida Severina" e seus locais para congressos proibidos de estudantes durante a ditadura militar. Esses atos manifestam uma liberdade e um desapego caros a muitos cristãos. Não seriam mais essas qualidades que deveriam orientar a vida universitária na PUC? JEANNE MARIE GAGNEBIN, 65, é professora titular de filosofia da PUC-SP e autora de "Lembrar Escrever Esquecer" (Editora 34) 13/08/14 00 CIÊNCIA + SAÚDE Brasileiro ganha o 'Nobel da matemática' Artur Avila, 35, foi um dos escolhidos para receber a Medalha Fields, maior láurea científica que o país já recebeu Prêmio é incentivo para comunidade acadêmica brasileira abandonar 'complexo de viralata', afirma pesquisador FERNANDO TADEU MORAES DE SÃO PAULO MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIALA SEUL O brasileiro Artur Avila, 35, foi um dos ganhadores, na noite desta terça-feira (12), da Medalha Fields, conhecida como o Nobel da matemática. Ele é o primeiro latino-americano a ser agraciado com a láurea, entregue pela União Internacional de Matemática. A premiação ocorreu na abertura do 27º Congresso Internacional de Matemáticos em Seul, na Coreia do Sul. Imagens da praia de Ipanema surgiram no telão da cerimônia de abertura para anunciar o nome de Avila. Em um vídeo que o apresentou ao público e antecedeu sua subida ao palco, ele disse que era "uma honra para o Brasil e para a França" a distinção que recebeu. "Principalmente para o Brasil, que nunca havia recebido o prêmio". governo francês). Considerado um dos matemáticos mais talentosos de sua geração, o brasileiro vinha sendo citado nos últimos anos como forte candidato. "Já havia um burburinho sobre eu ganhar a medalha", disse Avila à Folha. "Quase todo mundo que falava comigo acabava tocando no assunto. Estava ficando uma coisa até um pouco chata." Em inglês, Avila contou no vídeo um pouco da sua história e seu trabalho, enquanto aparecia em momentos de sua rotina, caminhando na praia no Rio e saboreando uma tigela de açaí. César Camacho, diretor-geral do Impa, dá a dimensão da conquista. "É o maior prêmio já recebido por um pesquisador brasileiro." Nascido no Rio de Janeiro, Avila é pesquisador do Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada) e do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica, órgão de pesquisa do Comparada ao Nobel pela importância, a Medalha Fields distingue-se por ser entregue de quatro em quatro anos para matemáticos de até 40 anos. A cada edição, saem de duas a quatro Continua Continuação medalhas para pesquisadores com grandes feitos na carreira. Cada vencedor recebe também o equivalente a R$ 31,3 mil. Neste ano, também receberam o prêmio o canadense-americano Manjul Bhargava, o austríaco Martin Hairer, e a iraniana Maryam Mirzakhani, a primeira mulher a receber a distinção. Welington de Melo, pesquisador do Impa que orientou o doutorado de Avila, conta que o matemático sempre foi discreto. "Ele assistia às aulas quieto, mas, quando fazia uma pergunta, eu tinha que levá-la para casa para pensar no fim de semana." Avila trabalha com matemática pura. Isso quer dizer, que mesmo trabalhando em problemas com possíveis aplicações em outras áreas, esse não é o seu objetivo. Sua primeira linha de pesquisa foi na área de sistemas dinâmicos. Esse ramo busca prever a evolução no tempo de fenômenos naturais e humanos. Entre esses sistemas, uma classe é a dos sistemas dinâmicos caóticos. Na linguagem coloquial, caos está ligado à ideia de desordem completa, mas, na 13/08/14 matemática, trata-se de um termo para processos sensíveis às menores perturbações, em que pequenas alterações provocam modificações dramáticas na evolução. O exemplo clássico é do bater de asas de uma borboleta no hemisfério Sul que multiplica-se e acumula-se, influenciando a ocorrência de uma tempestade no Japão. O primeiro grande trabalho de Avila foi feito nessa área e publicado em 2003, junto com Welington de Melo e o matemático Mikhail Lyubich, na revista "Inventiones Mathematicae". Considerando uma ampla classe de sistemas dinâmicos, o trio demonstrou que, escolhido um sistema, ele pode ser regular (em que as trajetórias se tornam periódicas em algum momento) ou estocástico (em que as trajetórias têm comportamento caótico). Ele começou a frequentar o Impa aos 16 anos após ter ganho a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática de 1995. No ano seguinte, iniciou o mestrado no instituto. Concluiu o doutorado aos 21 anos, na mesma semana em que pegou o diploma de graduação. "A conquista do Artur mostra como é acertada a política do Impa de permitir que alunos de qualquer idade assistam às aulas", diz Camacho. Artur não ignora o impacto que a conquista da Medalha Fields pode ter no Brasil. "Para o público brasileiro esse prêmio vai servir para mostrar que existe pesquisa em matemática, que ela é uma área viva. E mostra que não é só nos EUA ou na Europa que se faz pesquisa de ponta. Tira um pouco do complexo de vira-lata da comunidade científica brasileira." TRAJETÓRIA Avila fez toda a sua formação no Brasil, situação rara no caso de cientistas em países em desenvolvimento que despontam precocemente. Questionado sobre o que o fazia escolher um certo problema no qual trabalhar, resumiu: "Beleza, mas isso eu não sei explicar". 13/08/14 00 SAIBA MAIS Medalha é só para jovens abaixo de 40 DE SÃO PAULO No Congresso Internacional de Matemáticos de 1924, em Toronto, o canadense John Charles Fields propôs a criação de uma medalha para premiar jovens matemáticos e encorajar a pesquisa futura. Ela seria um símbolo de unidade global da comunidade matemática. Na primeira premiação, em 1936, a palavra "jovem" foi usada para pessoas de até 40 anos, mas só nos anos 1960 o limite tornouse regra escrita. A láurea preencheu uma lacuna deixada por Alfred Nobel, que não incluiu a matemática entre os prêmios bancados postumamente por sua fortuna. Há quem diga que Nobel fez isso por causa de uma rivalidade com o matemático Gosta MittagLeffler, mas Nobel ignorou a matemática porque não a considerava tão importante como outros campos do conhecimento. (FTM) CIÊNCIA + SAÚDE 13/08/14 00 CIÊNCIA + SAÚDE Prêmio coroa instituição de ponta no Rio DE SÃO PAULO Em um ranking para medir o impacto da produção de institutos de pesquisa brasileiros feito recentemente pela Universidade de Leiden (Holanda), o Impa ficou em primeiro lugar. Quase 13% dos artigos do instituto entre 2003 e 2012 foram de alto impacto. O dado coroa a instituição considerada o principal centro de matemática da América Latina. Fundado em 1952, o instituto ocupa hoje um prédio amplo nas franjas da floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele se destaca por ser pouco burocrático e muito seletivo. Qualquer pessoa do mundo pode se matricular nas disciplinas oferecidas pelo instituto, mas a seleção de pós-graduandos e pesquisadores é extremamente difícil. O que possibilita esse modelo é o regime de organização social, adotado pela instituição em 2001. Na prática, o Impa deixou de ser público para tornar-se uma instituição privada contratada pelo governo federal. Isso dá agilidade na contratação de pesquisadores, principalmente estrangeiros. Nos concursos, não existe a exigência de que os candidatos saibam falar português. Dos 50 pesquisadores da instituição, 19 são de fora do Brasil. Entre os alunos de pósgraduação, 40% são estrangeiros, a maioria da América Latina. Mas há também americanos, europeus e asiáticos. Segundo o diretor-geral do Impa, Cesar Camacho, no último concurso para o pós-doutorado de excelência, havia pouco mais de cem candidatos para duas vagas -só 10% brasileiros. O Impa organiza também um dos maiores torneios educacionais do mundo, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, que teve a participação de cerca de 19 milhões de estudantes na última edição. (FTM) 13/08/14 00 COTIDIANO Alunos de Harvard cobram debate sobre ensino no país Bolsistas brasileiros lançam manifesto que põe educação como gargalo nacional de incentivo para atrair pessoas ao magistério. O trabalho foi chamado de "Mapa do Buraco". DE SÃO PAULO Um grupo de dez alunos brasileiros da Universidade Harvard (EUA) lança na sextafeira (15) manifesto que pede a definição do tema qualidade de educação como discussão central para os candidatos nas eleições deste ano. "A qualidade da educação não afeta diretamente as pessoas como segurança ou saneamento. Mas a ausência dessa qualidade tira muitas chances de muitos jovens", afirma Renan Ferreirinha Carneiro, 20, um dos membros do grupo. "Nosso ideal é que as eleições de 2014 sejam as eleições da educação." A divulgação do trabalho é fruto de cerca de cem entrevistas com personalidades como o expresidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a deputada federal Manuela D'Ávila (PC do B), o empresário Jorge Paulo Lemann e o ex-secretário municipal de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider (PSD). As conversas foram usadas para que o grupo identificasse alguns dos principais problemas da educação no país --como a falta Alguns dos integrantes do grupo estudaram em escolas públicas brasileiras e depois conseguiram bolsa em Harvard, uma das principais universidades do mundo. Dizem não querer apontar soluções para todos os problemas, mas mobilizar a sociedade para a busca das melhorias. Após o lançamento do manifesto, na Universidade Federal do RJ, eles divulgarão materiais na internet. CORREIO BRAZILIENSE 13/08/14 00 POLÍTICA As bandeiras de Campos para a educação O candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, voltou a defender ontem bandeiras de campanha ao Palácio do Planalto, como o passe livre para estudantes de colégios públicos e a oferta de escola em tempo integral. Questionado se essas e outras promessas, como aumento do investimento em saúde e segurança, não acarretaria um aumento de gastos públicos, o que seria uma contradição com outras promessas, como diminuir a inflação, Campos afirmou que o compromisso foi feito baseado em contas. “Nós estamos fazendo conta. Muitas vezes as pessoas dizem assim: houve uma reunião do Copom hoje e aumentou em 0,5% os juros e ninguém pergunta de onde vem o dinheiro. E o aumento de 0,5% na taxa Selic significa R$ 14 bilhões. O passe livre que é um compromisso nosso com os estudantes custa menos que isso, então estamos fazendo contas para em quatro anos trazer a inflação para o centro da meta”, disse o socialista, em entrevista ao Jornal Nacional. Campos também afirmou que não errou ao fazer um empenho para que sua mãe, a ex-deputada Ana Arraes, tornar-se ministra Tribunal de Contas da União (TCU) e da indicação de um primo dele e outro de sua mulher para trabalhar no Tribunal de Contas Eleitorais de Pernambuco. O candidato ainda defendeu mudanças no processo de seleção para esses cargos por meio da criação de “comitês de busca”, para pessoas auxiliarem o presidente na escolha de determinados postos, para a decisão ser impessoal. “Eu acho que o Brasil teve fazer uma reforma constitucional para acabar com esses cargos vitalícios que existem na Justiça. É preciso ter mandatos também no Judiciário, coisa que acontece em outros países, de maneira a oxigenar a Justiça”, disse. Sobre as diferenças com a candidata à vice-presidente, a exsenadora Marina Silva, ele afirmou que os dois trabalham com base em um programa e não com opiniões individuais. E eventuais diferenças, como poderia haver em relação ao agronegócio, seriam resolvidas com diálogo. Reclamação do PSol no TSE A candidata do PSol ao Planalto, Luciana Genro, protocolou ontem, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), representação questionando o Ibope sobre a ausência de seu nome na última pesquisa, realizada entre 3 e 6 de agosto, em 175 municípios. A pesquisa ouviu 2.506 eleitores. A candidata pede a suspensão imediata dos resultados da pesquisa realizada pelo Ibope e a divulgação da suspensão pela Rede Globo, emissora de televisão que contratou o levantamento. CORREIO BRAZILIENSE 13/08/14 00 POLÍTICA Nordeste, a prioridade de Aécio Justiça — ao qual está hoje vinculado o setor de segurança — em da Segurança Pública e Justiça, sem o contingenciamento de recursos para o combate à criminalidade. Aécio conversa com eleitores antes da inauguração do comitê, em Imperatriz (MA): "pacto de solidariedade permanente" Em campanha no Maranhão, tucano promete investimentos voltados para a região nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e segurança pública saúde e investimentos em segurança pública. O tucano remeteu suas propostas à gestão do mineiro Juscelino Kubitschek, que, segundo ele, percebeu o “extraordinário potencial de desenvolvimento” do Nordeste. Isabella Souto Na tentativa buscar números mais favoráveis e de se tornar mais conhecido no Nordeste, o senador e candidato a presidente da República Aécio Neves (PSDB) iniciou ontem, por Imperatriz, no Maranhão, uma série de viagens pela região. E lá prometeu um “pacto de solidariedade permanente” em prol de mais infraestrutura, um “grande” salto na qualidade da educação e da “Sessenta anos se passaram e estou aqui para dizer que esta será uma região prioritária no nosso governo”, afirmou Aécio, que à tarde participou de carreata e inaugurou um comitê em Imperatriz, e, à noite, promoveu ato político em Teresina, no Piauí. O tucano criticou a falta de uma política nacional de segurança e afirmou que, a partir da visita aos estados nordestinos, está propondo a transformação do Ministério da No Dia Internacional da Juventude, lembrou que 56 mil jovens foram assassinados em 2013, a maioria deles negros. “Segurança pública será uma prioridade absoluta do nosso governo e aqui na Região Nordeste, estamos assistindo, infelizmente, um crescimento avassalador desses índices em razão do governo federal não cuidar das nossas fronteiras e não atuar na repressão do tráfico de drogas, do tráfico de armas, matrizes para muitas dessas mortes”, completou o candidato tucano. Outra proposta de Aécio é reduzir o número de policiais que hoje prestam serviços administrativos. De acordo com o candidato, há atualmente cerca de 550 mil homens nas polícias de todo o Brasil, e cerca de 10% deles estão nos gabinetes. A promessa é que o governo federal ofereça algum tipo de financiamento aos governadores para que esses profissionais exerçam a função policial nas ruas e sejam substituídos por servidores administrativos. Continua Continuação 13/08/14 Para barrar a impunidade, o tucano prometeu uma profunda reforma no Código Penal e no Código de Processo Penal. Projetos nesse sentido tramitam há vários anos no Congresso, mas esbarram na polêmica e na falta de acordo entre os parlamentares. Aécio disse ainda que percebe no Brasil inteiro um “sentimento crescente de mudança”. Mais uma vez, o candidato do PSDB criticou o que classificou de “aparelhamento absurdo” da máquina pública, que hoje leva à “ineficiência e desvios constantes” pela meritocracia. “Vai trabalhar no nosso governo quem tiver qualidade, quem tiver condições de prestar serviço às pessoas. Temos que enxugar o Estado, para gastar menos com a sua estrutura e gastarmos mais com as pessoas.” Bolsa Família Aécio repetiu que, caso seja eleito, vai manter o Bolsa Família — e argumentou que o programa lançado no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi inspirado no Bolsa Escola e Alimentação, criado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “O presidente Lula teve a virtude de ampliá-lo, e a minha expectativa é de que ele não apenas seja mantido, como, no que depender de mim, vire política de Estado”, disse. Dessa forma, completou, o mecanismo de ajuda aos brasileiros de baixa renda estaria mantido independentemente dos próximos presidentes da República. CORREIO BRAZILIENSE 13/08/14 00 POLÍTICA Defesa da inclusão PAULO DE TARSO LYRA JULIA CHAIB O Instituto Lula apresentou ontem mais um instrumento para enaltecer os 12 anos do PT no poder, fazer propaganda política dos feitos do Executivo Federal e provocar a oposição: o site O Brasil da mudança. Foi mais um evento que misturou campanha e administração federal e contou com a participação de 12 ministros. Principal bandeira da campanha de Dilma Rousseff à reeleição, a inclusão social foi o grande destaque do discurso petista. “Os governos precisam compreender que colocar os pobres no orçamento é uma das mais revolucionárias formas de se fazer política”, disse o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto ele quanto a presidente Dilma Rousseff bateram na tecla de que o Bolsa Família não torna as pessoas preguiçosas. “Existem pessoas que trabalham e recebem o benefício como uma forma de complementar a renda. Quem näo enxerga isso está mal informado, age de má-fé ou tem preconceito contra pobre”, afirmou a presidente. Ao lado de Lula, Dilma participou do lançamento de um site que enaltece os 12 anos de gestão petista Lula declarou que, quando o Bolsa Família foi lançado, as pessoas começaram a cobrar onde estava a porta de saída do programa. “Os pobres nem tinham entrado. É como chamar um companheiro para uma festa e, quando ele chega, você agradece a presença e diz tchau para ele”, afirmou o petista. O ex-presidente afirmou que o site serve para mostrar com clareza as mudanças ocorridas no país ao longo dos últimos anos. “Eu tento puxar pela memória para lembrar qual foi a grande obra de infraestrutura do governo Fernando Henrique Cardoso e não consigo lembrar”, provocou. “Nós conseguimos fazer muito mais do aqueles que nos criticam”, completou. Idealizador do site e coordenador da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, o ex-ministro Franklin Martins ressaltou ter “orgulho das mudanças vividas pelo país por saber que elas não caíram do céu”. Afirmou também que o novo site apresentará os dados das diversas políticas publicas. Ontem, foram ao ar informações sobre as áreas econômica e social. 53 Quantidade de dias que faltam até a realização do primeiro turno das eleições, marcado para 5 de outubro CORREIO BRAZILIENSE 13/08/14 00 BRASIL EDUCAÇÃO » Vitória do craque dos números Membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Artur Avila é o primeiro matemático do país a receber a Medalha Fields, considerada a maior honraria dessa ciência RENATA MARIZ Artur divide o tempo entre uma instituição francesa e o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada Um engenhoso e obstinado solucionador de problemas é como a União Internacional de Matemática (IMU, na sigla em inglês) apresenta Artur Avila Cordeiro de Melo. O jovem de 35 anos, nascido no Rio de Janeiro, sagrou-se ontem como o primeiro brasileiro a receber a Medalha Fields, considerado o Nobel da Matemática, uma vez que o concurso tradicional não tem essa categoria. Ele recebeu o prêmio em Seul, na Coreia do Sul, durante a abertura do 27º Congresso Internacional de Matemáticos. Concedida pela primeira vez em 1936, a Medalha Fields é entregue a cada quatro anos a, no máximo, quatro matemáticos com menos de 40 anos que tenham realizado feitos notáveis para o presente e para o futuro da ciência. Entre 1936 e 2010, 52 pesquisadores já receberam a premiação. Avila figura como o primeiro latino-americano a ser agraciado. Os vencedores recebem US$ 15 mil dólares canadenses (aproximadamente R$ 32 mil). Avila fez toda a formação no Brasil. Aos 16 anos, ganhou a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática no Canadá, vencendo 411 oponentes de 72 países. Desde então, ainda cursando o ensino básico, o carioca passou a frequentar disciplinas da pós-graduação do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro. A genialidade o levou a iniciar o doutorado aos 19 anos. Ele se aprimorou em sistemas dinâmicos, área da matemática que busca prever a evolução de fenômenos dos mais variados — como o desenvolvimento de uma epidemia, por exemplo — no tempo. Avila conseguiu resolver questões abertas há décadas, trabalhando quase sempre em parceria com cerca de 30 matemáticos do mundo, segundo divulgação do IMU, ao longo da carreira. Academia O brasileiro cursou o pósdoutorado na França. Hoje, dividese entre o Centro Nacional de Pesquisa Científica, instituição francesa que fica em Paris, e o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, no Rio. “Ele combina a forte cultura matemática e a tradição dos dois países”, definiu o IMU em comunicado sobre o prêmio. Em dezembro passado, Avila foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências, tendo tomado posse em maio deste ano. Presidente da Academia Brasileira de Ciências, o matemático Jacob Palis comemorou a notícia. “O prêmio do Artur representa uma maravilhosa contribuição à matemática e a ciência do Brasil”, disse Palis, em comunicado divulgado no site da instituição. O Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada também registrou o feito. A assessoria de imprensa do órgão, entretanto, não retornou o contato da reportagem. Este ano, além de Avila, foram agraciados com a Medalha Fields o canadense-americano Manjul Bhargava, de origem indiana e pesquisador da Universidade de Princeton (EUA); o austríaco Martin Hairer, da Universidade de Warwick (Inglaterra); e a iraniana Continua Continuação 13/08/14 Maryam Mirzakhani, da Universidade de Stanford (EUA). Ela é a primeira mulher a receber a premiação. Até hoje, somente 14 brasileiros foram convidados a dar palestras no Congresso Internacional de Matemáticos. Na edição atual, há quatro pesquisadores do país entre os expositores. A decisão de conceder o prêmio a cada quatro anos foi tomada em 1924, durante o Congresso Internacional de Matemáticos em Toronto. Inicialmente, eram duas medalhas, mas o professor JC Fields, um matemático canadense, doou fundos para incentivar a pesquisa e o concurso. As medalhas, então, receberam o nome dele como homenagem. Em 1966, diante da expansão dos estudos na área, ficou acertado que poderiam ser destinadas até quatro medalhas a matemáticos proeminentes. Evento O próximo Congresso Internacional de Matemáticos, previsto para agosto de 2018, será realizado no Rio de Janeiro. O evento reunirá, pela primeira vez na América do Sul, cerca de 4,5 mil pesquisadores de diferentes nacionalidades, líderes nas áreas em que atuam. A ideia da comunidade científica brasileira é aproveitar o congresso para dar maior visibilidade à matemática, uma disciplina que causa arrepios na maior parte da população. “O prêmio do Artur representa uma maravilhosa contribuição à matemática e a ciência do Brasil” Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências R$ 32 mil Valor que Artur recebeu na premiação CORREIO BRAZILIENSE 13/08/14 00 Ataques virtuais Integrantes da campanha de Geraldo Magela (PT) ao Senado têm divulgado vídeos com críticas a Reguffe (PDT). O último foi gravado por Júlio Barros, do Sindicato dos Professores. Nas imagens, o sindicalista diz que a candidatura do pedetista “não representa os interesses da classe trabalhadora”. “Não é ético votar contra os trabalhadores do DF. Por isso, a gente recomenda a votação no companheiro Magela para o Senado”, diz o representante dos professores. CIDADES EIXO CAPITAL JORNAL DE BRASÍLIA 13/08/14 00 DO ALTO DA TORRE JORNAL DE BRASÍLIA 13/08/14 00 PONTO DO SERVIDOR MILENA LOPES Continua Continuação 13/08/14 JORNAL DE BRASÍLIA 13/08/14 00 MEDALHA INÉDITA CIDADES http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia 13/08/2014 Hospitais universitários recebem R$ 31,4 milhões para reestruturação Andreia Verdélio A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao Ministério da Educação, autorizou hoje (12) a liberação de R$ 31.441.490 para 26 unidades do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais. Os recursos serão destinados à aquisição de medicamentos, materiais médico-hospitalares, produtos e insumos para exames, equipamentos, mobiliários e material permanente, visando a melhorias no desempenho das funções de ensino, pesquisa e extensão e na assistência à saúde pública. Serão destinados R$ 19.950.000 para custeio e R$ 11.491.490 para investimentos. O montante destinado a cada instituição está descrito em portaria publicada no Diário Oficial da União. As ações da Ebserh, criada em 2011, integram um conjunto de medidas adotadas pelo governo federal para recuperar os hospitais vinculados às universidades federais. Edição Graça Adjuto
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